Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FUNDAMENTOS DA
TERMODINÂMICA
Termômetros
Termômetros são dispositivos mediante
os quais se determinam temperaturas.
Substância termométrica (mercúrio, gás,
resistência elétrica, cor etc.) – exibe uma
propriedade física (variação do
comprimento, volume, resistência,
pressão etc.) que varia mensuravelmente
com o estado térmico.
“Lei de correspondência” – dependência
funcional entre a propriedade física e a
temperatura.
Temperatura
É o termômetro padrão.
O gás termométrico é encerrado em um
bulbo.
O volume é mantido constante
através do tubo flexível.
Temperatura
p é a pressão do gás
patm é a pressão atmosférica
d é a densidade do mercúrio
g é a aceleração da gravidade
h é o desnível manométrico
A temperatura absoluta T é dada pela
equação: P
T 273,16 limm0 ( )
Ptr
C K F
Equações de transformação
C O K 273,15 F 32
100 O 373,15 273,15 212 32
C K 273,15 F 32
100 100 180
C K 273,15 ou K C 273,15
C F 32 5
C ( F 32)
100 180 9
Temperatura
Exemplo de aplicação 1
O ponto de solidificação do oxigênio é
-218 ºC. Determinar as correspondentes
temperaturas em Kelvin e Fahrenheit.
Solução:
C
5
F 32
9
K C 273,15
218 F 32
5
K 218 273,15 9
K 55,15 K
218 * F 32
9
5
392,4 F 32
F 360,4º F
Temperatura
Exemplo de aplicação 2
Têm-se dois termômetros de mercúrio
graduados na escala Celsius, sendo um
exato e outro inexato. Quando o inexato
indica – 2,0 ºC o correto indica 0,0 ºC;
quando a leitura é 71ºC no errado, é 70ºC
no correto.
Pede-se:
a) Estabelecer a equação que dá a leitura
correta C em função da leitura errada X.
b) Determinar o estado térmico no qual
as leituras nos dois termômetros
são iguais.
Temperatura
Exemplo de aplicação 2
Solução
a) Admitamos que a leitura C varie
linearmente com a leitura X.
Semelhança de triângulos:
C X+2
=
70 73
70
C = . (X + 2)
73
b) Condição C = X, portanto:
C X+2 X X+2
= = 73 X 70 X 140
70 73 70 73
73 X 70 X 140 3 X 140
140
X= X 46,67º X
3
Interatividade
C
5
F 32
9
C 101,3 32
5
9
C 69,3
5
9
C 38,5º C
Unidades de calor
Caloria: cal
Caloria é o calor que, conferido a um
grama de água a 14,5 ºC e sob pressão
normal, eleva a sua temperatura a
15,5 ºC.
Uma quilocaloria = kcal = 1000 calorias
Joule: J
Unidade de calor no Sistema Internacional
(SI)
1,0000 cal = 4,1868 J
1,0000 J = 0,2388 cal
Calorimetria
Calor sensível
Quando um corpo “recebe” calor e, ao
mesmo tempo, a sua temperatura varia, o
calor é dito sensível.
Ex.: recipiente com água fria colocado no
fogo (a temperatura da água aumenta).
Equação fundamental da calorimetria:
Q = m c = m c (2 - 1) = C (2 - 1)
C = m c = Q/
Q = calor fornecido (cal)
m = massa da substância (g)
c = calor específico do corpo (cal / gºC)
= variação de temperatura (ºC)
C = capacidade térmica (cal/ºC)
Calorimetria
Calor latente
Quando um corpo “recebe” calor sem
que a sua temperatura varie, o calor é
dito latente.
Ex.: mudança do estado de agregação
(fusão, vaporização).
Q=mL
Q = calor fornecido (cal)
m = massa da substância (g)
L = calor específico latente (cal/g)
Lf = 80 cal/g (fusão do gelo)
Lv = 540 cal/g (vaporização
da água)
Calorimetria
Exemplo de aplicação 3
Um bloco de gelo de 400 g está a uma
temperatura de -20ºC. Fornece-se calor
ao gelo continuamente até que o mesmo
se transforme em vapor, a 120ºC.
a) Calcular o calor necessário para a
transformação citada. ( , Q)
b) Fazer um diagrama.
Dados:
calor específico do gelo c g = 0,5 cal / g .o C
calor latente de fusão do gelo L f = 80 cal / g
calor específico da água c a = 1 cal/g .o C
Solução
a)
Q = Q gelo + Q fusao
~ + Q água + Q vaporizaçao
~ + Q vapor
Q = mg c g ( f - i ) gelo + mL f + ma c a ( f - i ) água + mL v +
mvcv (f - i ) vapor
Q = 400.0,5.0 - (-20) + 400.80 + 400.1.(100 - 0) + 400.540 +
400.0,5.(120 - 100)
Solução
b)
(º C ) 4 kcal
120
vapor
216 kcal
100
vaporização
40 kcal
água
4 kcal 32 kcal
0
fusão Q (kcal)
-20 gelo
Calorimetria
Observações:
1. Para processos exclusivamente físicos
(sem reação química), a equação
calorimétrica assume a forma:
Qsensível + Qlatente = Q
2. Eventualmente, o calor Q “recebido” do
ambiente pode ser nulo.
Nesse caso (calorímetro ideal), temos,
para processos físicos:
Qsensível + Qlatente = 0
Calorimetria
Exemplo de aplicação 4
Um calorímetro de cobre (cCu = 0,095
cal/g°C) de massa 100 g contém 300 g de
água à temperatura inicial de 80°C.
Introduz-se, no calorímetro, um bloco de
ferro (cFe = 0,114 cal/g°C) à temperatura
de 5°C. Atinge-se a temperatura de
equilíbrio de 40°C.
Determinar a massa do bloco de ferro.
Calorimetria
Solução
calorímetro(cobre) água quente ferro
m 100 g m 300 g m? g
cal cal cal
ccu 0,095 c 1,0 c Al 0,114
gº C gº C gº C
i 80º C i 80 º C i 5º C
f 40º C f 40 º C f 40º C
Q m c m c f i
Qcalorímetro Qágua Q ferro 0
100.0,09540 80 300.1.40 80 m.0,11440 5 0
380 12000 3,99m 0
3,99m 12380
12380
m
3,99
m 3102,75 g
Calorimetria
Exemplo de aplicação 5
Um calorímetro de capacidade térmica
desprezível contém 500 g de água na
temperatura de 80ºC. Introduz-se no
interior do mesmo 200 g de gelo na
temperatura de -30ºC.
Pedem-se:
a) a temperatura de equilíbrio do sistema;
b) a massa de gelo a -30ºC a ser introduzida
no calorímetro para que, na situação de
equilíbrio, o calorímetro contenha
somente água a 0 ºC.
Dados:
calor específico da água: 1,0 cal/g. ºC
calor específico do gelo: 0,5 cal/g. ºC
calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g
Calorimetria
Solução
a)
água quente gelo fusão do gelo água fria do gelo
m 500 g m 200 g m 200 g m 200 g
cal cal cal cal
c 1,0 c Al 0,5 L f 80 c Al 1
gº C gºC g gº C
i 90 º C i 30 º C i 0º C
f ? f 0º C f ?
Q m c f i e Q m L
500.1 f 80 200.0,5.0 30 200.80 200.1 f 0 0
500 f 40000 3000 16000 200 f 0
700 f 21 0
21000
f
700
f 30 º C
Calorimetria
Solução
b)
água quente gelo fusão do gelo
m 500 g m? m?
cal cal cal
c 1,0 c Al 0,5 L f 80
gº C gºC g
i 80 º C i 30 º C
f 0º C f 0º C
Calorimetria
Um calorímetro de capacidade térmica C contém
100 g de água a 60ºC. Introduz-se na água um
corpo de metal a 100ºC, de calor específico
0,050 cal/gºC e massa 60 g. Em seguida,
adiciona-se ao sistema gelo a 0ºC (calor latente
L = 80 cal/g). Estabelecido o equilíbrio térmico, o
sistema contém 240 cm3 de água. Constata-se
que ainda há gelo no calorímetro. Despreze as
trocas de calor com o ambiente. A capacidade
térmica C do calorímetro vale:
a) C = 60,5 cal/ºC
b) C = 6000,0 cal/ºC
c) C = 300,0 cal/ºC
d) C = 4900,33 cal/ºC
e) C = 81,67 cal/ºC
Resposta
Mol
Mol é a quantidade de matéria contendo
tantas entidades elementares quantos
átomos existem em 12,000 g de carbono
12.
Número de Avogadro
Em um mol de qualquer substância,
existem NA = 6,023 . 1023 mol-1
Volume molar normal
Em um gás perfeito, em condições normais
de temperatura e pressão, um mol ocupa o
volume:
Vmn = 22,4136. 10-3 m3
Gases perfeitos
Constante de Clapeyron R
Pode ser calculada em qualquer estado
de um corpo de gás perfeito.
Ex. para n = 1 mol, p = 101325 Pa, V=
22,4136. 10-3 m3
J
R
pV 101325 x22,4136 x10 3 R 8,3143
nT R molK
1x273,15
Número de moles n
É o quociente entre o número de
moléculas N contidas no gás e o número
de Avogadro NA. E também pode ser
dado por meio do quociente entre a
massa m do gás e a massa N m
n
molecular M do gás. NA M
Gases perfeitos
Lei de Joule
“A energia interna de gás perfeito só varia
com a temperatura”.
U nCvT
U = energia interna do gás
n = número de mols
Cv = calor específico molar a volume
constante (constante em relação a
V ou T)
T = temperatura absoluta
Todos os gases que existem são
chamados de gases reais.
Quando extremamente rarefeitos, se
comportam como gases perfeitos.
Gases perfeitos
Equação de calor
A troca de calor com o meio externo é
calculada por: Q mc T n m m nM
M
Q (nM )c T C c M
Para processo isométrico ou a volume
constante: Q n C T
Cv = calor específico molar a volume
constante: Q n Cv T
Para processo isobárico ou a pressão
constante: Q n C p T
Cp = calor específico molar a pressão
constante
Relação de Mayer: C p Cv R
Gases perfeitos
Equação do trabalho
Em uma transformação lenta, o volume
sofre incremento diferencial dV (dV>0 em
expansão, dV<0 em compressão).
A posição posição
inicial final
dV
pistão pistão
GÁS dx
dV A. dx
W1, 2
V2
p dV
V1
2
p
2
v
v1 v2
Gases perfeitos
Exercício de aplicação 1
Um gás perfeito está com volume V1 e
submetido à pressão P1 e à temperatura
T1. Deseja-se aumentar sua pressão até P2
sem modificar o seu volume. O calor
específico do gás a volume constante é
CV = 3R/2. Determine o calor trocado com
o ambiente externo nesse processo.
Dados: N
V2 V1 5 103 m3 P2 8 105 P1 6 105
N
m2 m2
Solução:
3
Q1, 2 n C v (T2 T1 ) Q1, 2 n R (T2 T1 )
2
3
Q1, 2 n R (T2 T1 )
2
Gases perfeitos
Exercício de aplicação 1
p1V1 6.10 5. 5.10 3 3.10 3
p1 V1 n R T1 T1
nR nR nR
p 2V2 8.10 5. 5.10 3 4.10 3
p 2 V2 n R T2 T2
nR nR nR
3
Q1, 2 n R (T2 T1 )
2
3 4.10 3 3.10 3
Q1, 2 n R ( )
2 nR nR
3 1.10 3
Q1, 2 n R ( )
2 nR
Q1, 2 1,5. 1.10 3
Q1, 2 1500 J
Gases perfeitos
Exercício de aplicação 2
O diagrama anexo representa transformações
sofridas por um gás perfeito com um número
de moles n = 1 mol. Determine o trabalho
trocado com o ambiente externo nos
processos AB, ACB e ADB.
5
x 10
3.5
3
A C
2.5
2
P(N/m 2)
1.5
D B
1
0.5
0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
3
V(m )
Gases perfeitos
Exercício de aplicação 2
( B b) h
WAB Área trapézio
2
(3.10 1.10 ) (0,03 0,01) 4.10 5.0,02
5 5
WAB 4000 J
2 2
0
4 16
Resposta
Transformações termodinâmicas
Cada função p = p(V) corresponde a uma
transformação. As possibilidades de
transformações termodinâmicas são
infinitas.
Principais transformações termodinâmicas
Transformação isométrica:
É a transformação na qual o volume do
gás permanece constante.
V = constante e dV = 0
No diagrama (v,p), qualquer reta paralela ao
eixo da pressão é isométrica.
Primeira lei da termodinâmica
Transformação isométrica
U1 , 2 = Q1 , 2 0
Transformação isobárica
É a transformação na qual a pressão do
gás permanece constante (p = constante
e dp = 0).
No diagrama (V,p), qualquer reta paralela
ao eixo do volume é isobárica. W Área
1, 2
Primeira lei da termodinâmica
Transformação isobárica
Utilizando a 1ª lei da termodinâmica:
U1, 2 = Q1, 2 - W1, 2
V1 V1
Transformação isotérmica
É a transformação na qual a temperatura
permanece constante (T = cte, dT = 0). No
diagrama cartesiano (V,p), as isotermas
correspondem a hipérboles, pois pela
equação de Clapeyron, tem-se:
cte
pV nRT pV cte p
V
Primeira lei da termodinâmica
Transformação isotérmica
1ª lei da termodinâmica:
U1 , 2 = Q1 , 2 - W1 , 2
sendo U1 , 2 0 , então Q1 , 2 W1 , 2
Equação da energia interna:
U1, 2 n Cv (T2 T1 ) 0
Equação do trabalho e calor:
V
cteln V
cte V2 dV 2
W1, 2 p dV dV cte
V2 V2
V1 V1 V V1 V
V1
Transformação adiabática
Nesta transformação, o gás não troca
calor com o ambiente externo (Q = 0
e dQ = 0).
Equação da transformação adiabática
cte
Cp pV cte p
Cv V
expoente de Poisson
Cp e Cv são definidos pelo número de
átomos que compõem uma molécula de
gás. Para gases monoatômicos:
5 3
Cp R e Cv R
2 2
Para gases diatômicos: 7 5
Cp R e Cv R
2 2
Primeira lei da termodinâmica
Transformação adiabática
Diagrama cartesiano de uma
transformação adiabática: a área debaixo
da transformação corresponde, em valor
absoluto, ao trabalho trocado com o
meio ambiente.
Primeira lei da termodinâmica
Equação do calor: Q1 , 2 0
CARACTERÍSTICA
ISOTÉRMICA
ISOMÉTRICA
ISOBÁRICA
ADIABÁTICA
Primeira lei da termodinâmica
Transformações cíclicas
Na transformação cíclica, o estado final
do gás coincide com seu estado inicial.
A temperatura final é igual à temperatura
inicial.
A variação da energia interna do gás é
nula.
U ciclo 0
O trabalho no ciclo é igual ao calor no ciclo.
Pela primeira lei da termodinâmica, tem-se:
U ciclo Qciclo Wciclo U ciclo 0 Qciclo Wciclo
Primeira lei da termodinâmica
Exercício de aplicação 1
Um corpo de gás perfeito realiza o ciclo
esquematizado na figura. A
transformação CA é adiabática e TA vale
600 K. Determinar: a) os estados B e C
do gás; b) o calor, o trabalho e a variação
de energia interna em cada
transformação; c) o calor, o trabalho e a
variação de energia interna no ciclo.
p (atm)
A
2
C
B
V (1)
12 24
Primeira lei da termodinâmica
Exercício de aplicação 1
2.121,67 63,42
PC 1, 67
2. 0,63 atm PB
24 201,81
PV 2.12
PAVA n RTA nR A A 0,04 atm.l / K
TA 600
PAVA PCVC 2.12 0,3.24
TC 378 K
TA TC 600 TC
PAVA PBVB 2.12 0,63.12
TB 189 K
TA TB 600 TB
b) AB transformação isométrica
WAB 0
3 3
QAB nCV (TB TA ) n R (189 600) 0,04 (411) 24,66 atm.l
2 2
U AB QAB 24,66 atm.l
Primeira lei da termodinâmica
Exercício de aplicação 1
b) BC transformação isobárica
WBC PB (VC VB ) 0,63 (24 12) 7,56 atm.l
5 5
QBC nC p (TC TB ) n R (378 189) 0,04 (189) 18,9 atm.l
2 2
3 3
U BC nCV (TC TB ) n R (378 189) 0,04 (189) 11,34 atm.l
2 2
CA transformação adiabática
QCA 0
PV PV 2.12 0,63.24
WCA A A C C 13,25 atm.l
1 1 1,67
U CA WCA 13,254 atm.l
c) Ciclo U ciclo 0
Wciclo WAB WBC WCA Wciclo 0 7,56 13,25
Wciclo 5,69 atm.l
Qciclo Wciclo 5,69 atm.l
Interatividade
c) -2,406; -2,406; 0 A
6
d) 9,24; 6; 3,9 B (600 K)
3,9
CA isométrica:
WCA 0