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Unidade I

FUNDAMENTOS DA
TERMODINÂMICA

Prof. Dr. Francisco Xavier Sevegnani


Temperatura

Importância da temperatura - Áreas:


 Metalúrgica – produção de ligas
metálicas.
 Médica – esterilização de instrumentos.
 Ambiental – clima, aquecimento global.
 Nutricional – conservação de alimentos.
 Espacial – sobrevivência em outros
planetas.
Interação térmica: é a ação mútua entre
corpos em estados térmicos distintos
quando postos em presença um do outro.
Temperatura

Ex.: panela com água fria levada ao fogo.


Interação entre a chama e a água.
 Equilíbrio térmico – corpos em estados
térmicos diferentes quando colocados
em contato, em ambiente reservado,
após certo tempo, atingem o equilíbrio
térmico (mesma temperatura).
 Lei zero da termodinâmica
“Dois corpos em equilíbrio térmico com
um terceiro estão em equilíbrio
térmico entre si”.
Temperatura

Termômetros
 Termômetros são dispositivos mediante
os quais se determinam temperaturas.
 Substância termométrica (mercúrio, gás,
resistência elétrica, cor etc.) – exibe uma
propriedade física (variação do
comprimento, volume, resistência,
pressão etc.) que varia mensuravelmente
com o estado térmico.
 “Lei de correspondência” – dependência
funcional entre a propriedade física e a
temperatura.
Temperatura

Ex.: termômetro de gás a volume constante


 Substância termométrica: gás.
 Propriedade física: pressão do gás.
 Lei de correspondência: T  a  b  P
Temperatura

Principais escalas relativas de temperatura


 Escala Celsius (usada na maioria dos
países) – utiliza dois pontos de
referência:
 Ponto de fusão do gelo: 0ºC.
 Ponto de ebulição da água: 100 ºC.
 Escala Fahrenheit (usada nos EUA e
Reino Unido) – utiliza também dois
pontos de referência:
 Ponto de fusão do gelo: 32ºF.
 Ponto de ebulição da água: 212ºF.
Obs.: estas escalas não pertencem ao
Sistema Internacional de Unidades (SI).
Temperatura

Principal escala absoluta de temperatura


 William Thompson (Lord Kelvin), físico
escocês, em 1854, propôs a escala
absoluta Kelvin, usada no SI.
 Escala Kelvin – utiliza dois pontos de
referência:
 Zero absoluto: 0 K
 Ponto tríplice da água: 273,16 K
Temperatura

Ponto tríplice da água


Ponto fixo fundamental
 Coexistência de gelo, água e vapor de
água em equilíbrio.
 Estado físico caracterizado por pressão
4,58 (torr) e determinado estado térmico.
 Célula do ponto tríplice ou poço de
Giauque.
Temperatura

Temperaturas do ponto tríplice:


Escala Kelvin Escala Celsius Escala Fahrenheit
Ttr = 273,16 K tr = 0,0100 ºC tr = 32,02 ºF

 Pode-se construir um termômetro


usando-se somente um ponto fixo, que é
o ponto tríplice da água.
Temperatura

Termômetro a gás a volume constante:

 É o termômetro padrão.
 O gás termométrico é encerrado em um
bulbo.
 O volume é mantido constante
através do tubo flexível.
Temperatura

Termômetro a gás a volume constante


 A pressão p é medida com manômetro
de mercúrio através do desnível h.
p  p  d g h , sendo que:
atm

 p é a pressão do gás
 patm é a pressão atmosférica
 d é a densidade do mercúrio
 g é a aceleração da gravidade
 h é o desnível manométrico
A temperatura absoluta T é dada pela
equação: P
T  273,16  limm0 ( )
Ptr

 ptr: pressão do ponto tríplice.


Temperatura

Principais escalas termométricas


 Escalas relativas: Celsius e Fahrenheit
 Escala absoluta: Kelvin
Celsius Kelvin Fahrenheit
100 ºC 373,15K 212ºF Ponto de vapor

C K F

0,01 273,16 32,02 Ponto tríplice


0ºC 273,15 32 Ponto do gelo

-273,15 0K -459,67 Zero absoluto


Temperatura

 Equações de transformação
C O K  273,15 F  32
 
100  O 373,15  273,15 212  32

C K  273,15 F  32
 
100 100 180

C  K  273,15 ou K  C  273,15

C F  32 5
  C  ( F  32)
100 180 9
Temperatura

Exemplo de aplicação 1
 O ponto de solidificação do oxigênio é
-218 ºC. Determinar as correspondentes
temperaturas em Kelvin e Fahrenheit.
Solução:
C
5
F  32 
9
K  C  273,15
 218  F  32 
5
K  218  273,15 9
K  55,15 K
 218 *  F  32 
9
5
 392,4  F  32
F  360,4º F
Temperatura

Exemplo de aplicação 2
 Têm-se dois termômetros de mercúrio
graduados na escala Celsius, sendo um
exato e outro inexato. Quando o inexato
indica – 2,0 ºC o correto indica 0,0 ºC;
quando a leitura é 71ºC no errado, é 70ºC
no correto.
Pede-se:
a) Estabelecer a equação que dá a leitura
correta C em função da leitura errada X.
b) Determinar o estado térmico no qual
as leituras nos dois termômetros
são iguais.
Temperatura

Exemplo de aplicação 2
Solução
a) Admitamos que a leitura C varie
linearmente com a leitura X.
Semelhança de triângulos:
C X+2
=
70 73
70
 C = . (X + 2)
73

b) Condição C = X, portanto:
C X+2 X X+2
=  =  73 X  70 X  140
70 73 70 73
73 X  70 X  140  3 X  140
140
X=  X  46,67º X
3
Interatividade

Uma família brasileira foi passear na Disney


com uma criança de cinco anos. À noite, a
criança apresentou uma temperatura de
101,3 graus Fahrenheit. Pergunta-se: a
família deve preocupar-se com a saúde da
criança? Qual seria a correspondente
temperatura em graus Celsius?
a) Sim, a família deve preocupar-se, pois a
temperatura é de 39,5ºC.
b) Não, pois a temperatura é de 37,5ºC.
c) Sim, a família deve preocupar-se, pois a
temperatura é de 38,5ºC.
d) Não, pois a temperatura é de 37,0ºC.
e) Sim, a família deve preocupar-se
pois a temperatura é de 40ºC.
Resposta

 Resposta: letra “c”.


Calculando-se a temperatura pela fórmula:

C
5
F  32 
9
C  101,3  32 
5
9
C  69,3
5
9
C  38,5º C

A família deve procurar um médico, pois a


temperatura de 38,5ºC indica estado febril.
Calorimetria

 Definição de calor: calor é a energia que


passa de um corpo mais quente para
outro mais frio devido ao desnível
térmico entre eles.
trabalho
em trânsito
calor
Energia
energia cinética
contida
energia potencial
Calorimetria

Unidades de calor
 Caloria: cal
 Caloria é o calor que, conferido a um
grama de água a 14,5 ºC e sob pressão
normal, eleva a sua temperatura a
15,5 ºC.
Uma quilocaloria = kcal = 1000 calorias
 Joule: J
Unidade de calor no Sistema Internacional
(SI)
1,0000 cal = 4,1868 J
1,0000 J = 0,2388 cal
Calorimetria

Calor sensível
 Quando um corpo “recebe” calor e, ao
mesmo tempo, a sua temperatura varia, o
calor é dito sensível.
 Ex.: recipiente com água fria colocado no
fogo (a temperatura da água aumenta).
Equação fundamental da calorimetria:
Q = m c  = m c (2 - 1) = C (2 - 1)
C = m c = Q/
 Q = calor fornecido (cal)
 m = massa da substância (g)
 c = calor específico do corpo (cal / gºC)
  = variação de temperatura (ºC)
 C = capacidade térmica (cal/ºC)
Calorimetria

Calor latente
 Quando um corpo “recebe” calor sem
que a sua temperatura varie, o calor é
dito latente.
 Ex.: mudança do estado de agregação
(fusão, vaporização).
Q=mL
 Q = calor fornecido (cal)
 m = massa da substância (g)
 L = calor específico latente (cal/g)
 Lf = 80 cal/g (fusão do gelo)
 Lv = 540 cal/g (vaporização
da água)
Calorimetria

Exemplo de aplicação 3
 Um bloco de gelo de 400 g está a uma
temperatura de -20ºC. Fornece-se calor
ao gelo continuamente até que o mesmo
se transforme em vapor, a 120ºC.
a) Calcular o calor necessário para a
transformação citada. ( , Q)
b) Fazer um diagrama.
Dados:
 calor específico do gelo c g = 0,5 cal / g .o C
 calor latente de fusão do gelo L f = 80 cal / g
 calor específico da água c a = 1 cal/g .o C

 calor de vaporização da água Lv = 540 cal/g


o
 calor específico do vapor c v = 0,5 cal / g . C
Calorimetria

Solução
a)
Q = Q gelo + Q fusao
~ + Q água + Q vaporizaçao
~ + Q vapor

Q = mg c g ( f -  i ) gelo + mL f + ma c a ( f -  i ) água + mL v +
mvcv (f - i ) vapor
Q = 400.0,5.0 - (-20) + 400.80 + 400.1.(100 - 0) + 400.540 +
 400.0,5.(120 - 100)

Q = 4000 + 32000 + 40000 + 216000 + 4000


Q = 296000 cal = 296 kcal
Calorimetria

Solução
b)

 (º C ) 4 kcal
120
vapor
216 kcal
100
vaporização
40 kcal
água

4 kcal 32 kcal
0
fusão Q (kcal)
-20 gelo
Calorimetria

 Equação calorimétrica – a soma


algébrica dos calores sensíveis
(Qsensível) e latentes (Qlatente)
“recebidos” pelo calorímetro e pelos
corpos que ele encerra equivale ao calor
que o sistema “recebe” do ambiente (Q)
acrescido do calor de conversão interna
(Qc).
 Qsensível + Qlatente = Q + Qc
Calorimetria

Observações:
1. Para processos exclusivamente físicos
(sem reação química), a equação
calorimétrica assume a forma:
 Qsensível + Qlatente = Q
2. Eventualmente, o calor Q “recebido” do
ambiente pode ser nulo.
 Nesse caso (calorímetro ideal), temos,
para processos físicos:
 Qsensível + Qlatente = 0
Calorimetria

Exemplo de aplicação 4
 Um calorímetro de cobre (cCu = 0,095
cal/g°C) de massa 100 g contém 300 g de
água à temperatura inicial de 80°C.
Introduz-se, no calorímetro, um bloco de
ferro (cFe = 0,114 cal/g°C) à temperatura
de 5°C. Atinge-se a temperatura de
equilíbrio de 40°C.
 Determinar a massa do bloco de ferro.
Calorimetria

 Solução
calorímetro(cobre) água quente ferro
m  100 g m  300 g m? g
cal cal cal
ccu  0,095 c  1,0 c Al  0,114
gº C gº C gº C
 i  80º C  i  80 º C  i  5º C
 f  40º C  f  40 º C  f  40º C

Q  m c    m c  f  i 
Qcalorímetro  Qágua  Q ferro  0
100.0,09540  80  300.1.40  80  m.0,11440  5  0
 380  12000  3,99m  0
3,99m  12380
12380
m
3,99
m  3102,75 g
Calorimetria

Exemplo de aplicação 5
 Um calorímetro de capacidade térmica
desprezível contém 500 g de água na
temperatura de 80ºC. Introduz-se no
interior do mesmo 200 g de gelo na
temperatura de -30ºC.
Pedem-se:
a) a temperatura de equilíbrio do sistema;
b) a massa de gelo a -30ºC a ser introduzida
no calorímetro para que, na situação de
equilíbrio, o calorímetro contenha
somente água a 0 ºC.
Dados:
 calor específico da água: 1,0 cal/g. ºC
 calor específico do gelo: 0,5 cal/g. ºC
 calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g
Calorimetria

Solução
a)
água quente gelo fusão do gelo água fria do gelo
m  500 g m  200 g m  200 g m  200 g
cal cal cal cal
c  1,0 c Al  0,5 L f  80 c Al  1
gº C gºC g gº C
 i  90 º C  i  30 º C  i  0º C
f ?  f  0º C f ?
Q  m c  f  i  e Q  m L
500.1 f  80  200.0,5.0   30  200.80  200.1 f  0  0
500  f  40000  3000  16000  200  f  0
700  f  21  0
21000
f 
700
 f  30 º C
Calorimetria

Solução
b)
água quente gelo fusão do gelo
m  500 g m? m?
cal cal cal
c  1,0 c Al  0,5 L f  80
gº C gºC g
 i  80 º C i  30 º C
 f  0º C  f  0º C

5000.10  80  m.0,5.0   30  m.80  0


 40000  15m  m.80  0
95.m  40000
40000
m
95
m  421,05 g
Interatividade

Calorimetria
Um calorímetro de capacidade térmica C contém
100 g de água a 60ºC. Introduz-se na água um
corpo de metal a 100ºC, de calor específico
0,050 cal/gºC e massa 60 g. Em seguida,
adiciona-se ao sistema gelo a 0ºC (calor latente
L = 80 cal/g). Estabelecido o equilíbrio térmico, o
sistema contém 240 cm3 de água. Constata-se
que ainda há gelo no calorímetro. Despreze as
trocas de calor com o ambiente. A capacidade
térmica C do calorímetro vale:
a) C = 60,5 cal/ºC
b) C = 6000,0 cal/ºC
c) C = 300,0 cal/ºC
d) C = 4900,33 cal/ºC
e) C = 81,67 cal/ºC
Resposta

 Resposta: letra “e”.


Solução
 Tendo restado gelo, a temperatura de equilíbrio é 0 ºC.
O gelo que se fundiu tem massa igual a 240 - 100 = 140 g
água corpo(metal) fusão do gelo
calorímetro m  100 g m  60 g m  (240  100)
C  mc  ?
c 1
cal cal m  140 g
 i  60º C c  0,05
gº C gº C cal
f  0  i  60 º C L f  80
 i  100 º C g
 f  0º C  f  0º C
Q  m c  f  i   C  f  i  e QmL
C0  60  100.1.0  60  60.0,050 100   140.80  0
 60C  6000  300  11200  0
 60C  4900  0
 4900
C
 60
cal
C  81,67
ºC
Gases perfeitos

Mol
 Mol é a quantidade de matéria contendo
tantas entidades elementares quantos
átomos existem em 12,000 g de carbono
12.
Número de Avogadro
 Em um mol de qualquer substância,
existem NA = 6,023 . 1023 mol-1
Volume molar normal
Em um gás perfeito, em condições normais
de temperatura e pressão, um mol ocupa o
volume:
 Vmn = 22,4136. 10-3 m3
Gases perfeitos

 Gás perfeito – é o gás que segue a


equação de Clapeyron e a lei de Joule.
Equação de Clapeyron: pV = nRT
Sendo que, no sistema internacional SI:
 p é a pressão do gás (Pascal = Pa= N/m2)
 V é o volume do gás (m3)
 T é a temperatura absoluta (K)
 n é o número de mols (mol)
 R é a constante de Clapeyron
 R = 8,3143 (J/mol . K)
Gases perfeitos

Constante de Clapeyron R
 Pode ser calculada em qualquer estado
de um corpo de gás perfeito.
Ex. para n = 1 mol, p = 101325 Pa, V=
22,4136. 10-3 m3
J
R
pV 101325 x22,4136 x10 3 R  8,3143
nT R molK
1x273,15

Número de moles n
 É o quociente entre o número de
moléculas N contidas no gás e o número
de Avogadro NA. E também pode ser
dado por meio do quociente entre a
massa m do gás e a massa N m
n 
molecular M do gás. NA M
Gases perfeitos

Equação da energia interna


 Propriedades do gás perfeito
 As moléculas são partículas de volume
desprezível.
 Interagem somente durante uma eventual
colisão.
 Não há coesão molecular e energia
potencial interna.
 As colisões são perfeitamente elásticas.
A energia cinética antes da colisão é igual à
energia cinética após a colisão.
 O movimento das partículas é caótico.
 A somatória da energia cinética da
moléculas do gás perfeito
representa sua energia interna U,
que segue a lei de Joule.
Gases perfeitos

 Lei de Joule
“A energia interna de gás perfeito só varia
com a temperatura”.
U  nCvT
 U = energia interna do gás
 n = número de mols
 Cv = calor específico molar a volume
constante (constante em relação a
V ou T)
 T = temperatura absoluta
 Todos os gases que existem são
chamados de gases reais.
 Quando extremamente rarefeitos, se
comportam como gases perfeitos.
Gases perfeitos

Equação de calor
 A troca de calor com o meio externo é
calculada por: Q  mc T  n  m  m  nM
M
Q  (nM )c T  C  c M
 Para processo isométrico ou a volume
constante: Q  n C T
Cv = calor específico molar a volume
constante: Q  n Cv T
 Para processo isobárico ou a pressão
constante: Q  n C p T
Cp = calor específico molar a pressão
constante
 Relação de Mayer: C p  Cv  R
Gases perfeitos

Equação do trabalho
 Em uma transformação lenta, o volume
sofre incremento diferencial dV (dV>0 em
expansão, dV<0 em compressão).
A posição posição
inicial final

dV

pistão pistão

GÁS dx

Num deslocamento infinitesimal dx do


pistão, o trabalho do sistema sobre o
ambiente externo é:
dW  F . dx
Gases perfeitos

 F é a força resultante exercida pelas


moléculas do gás na superfície de área A.
 A pressão exercida pelo gás na superfície do
pistão é p = F/A, logo: F = p.A
dW  p. A. dx

O incremento de volume do gás é:

dV  A. dx

Portanto, o trabalho fica:


dW  p.dV
Gases perfeitos

O trabalho do sistema sobre o ambiente externo


desde o estado inicial (p1, V1) até o estado final
(p2 , V2) é dado por:

W1, 2  
V2
p dV
V1

 Para calcular o trabalho, é necessário


conhecer a função p = p(V).
Gases perfeitos

 Diagrama cartesiano (V, p)


 Trabalho é igual à área sob a curva em
valor absoluto.
 Na expansão, o trabalho é positivo.
 Na compressão, o trabalho é negativo.
v2
p
W = p.dV
1, 2
v1
p1 1

2
p
2 

v
v1 v2
Gases perfeitos

Trabalho do gás num processo cíclico:


 Negativo para ciclo anti-horário.
 Positivo para ciclo horário.
 Num ciclo, o trabalho será sempre em
valor absoluto, igual à área interna do
ciclo.

 Ciclo percorrido no sentido horário:


trabalho positivo.
Gases perfeitos

Exercício de aplicação 1
 Um gás perfeito está com volume V1 e
submetido à pressão P1 e à temperatura
T1. Deseja-se aumentar sua pressão até P2
sem modificar o seu volume. O calor
específico do gás a volume constante é
CV = 3R/2. Determine o calor trocado com
o ambiente externo nesse processo.
Dados: N
V2  V1  5  103 m3 P2  8  105 P1  6  105
N
m2 m2
Solução:
3
Q1, 2  n C v (T2  T1 )  Q1, 2  n R (T2  T1 )
2
3
Q1, 2  n R (T2  T1 )
2
Gases perfeitos

Exercício de aplicação 1
p1V1 6.10 5. 5.10 3 3.10 3
p1 V1  n R T1  T1   
nR nR nR
p 2V2 8.10 5. 5.10 3 4.10 3
p 2 V2  n R T2  T2   
nR nR nR
3
Q1, 2  n R (T2  T1 )
2
3 4.10 3 3.10 3
Q1, 2  n R (  )
2 nR nR
3 1.10 3
Q1, 2  n R ( )
2 nR
Q1, 2  1,5. 1.10 3
Q1, 2  1500 J
Gases perfeitos

Exercício de aplicação 2
 O diagrama anexo representa transformações
sofridas por um gás perfeito com um número
de moles n = 1 mol. Determine o trabalho
trocado com o ambiente externo nos
processos AB, ACB e ADB.
5
x 10
3.5

3
A C
2.5

2
P(N/m 2)

1.5

D B
1

0.5

0
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025 0.03 0.035 0.04
3
V(m )
Gases perfeitos

Exercício de aplicação 2
( B  b) h
WAB  Área trapézio 
2
(3.10  1.10 ) (0,03  0,01) 4.10 5.0,02
5 5
WAB    4000 J
2 2

WAC  Área retângulo  ladoxlado


WAC  3.10 5. (0,03  0,01)  6000 J
WCB  0 não há variação de volume
WACB  WAC  WCB
WACB  0  6000  6000 J

WDB  Área retângulo  ladoxlado


WDB  1.10 5. (0,03  0,01)  2000 J
WAD  0 não há variação de volume
WADB  WAD  WDB
WADB  0  2000  2000 J
Interatividade

Um corpo de gás perfeito com n mols sofre a


transformação exibida no diagrama abaixo. O
calor, o trabalho e a variação da energia interna na
transformação AB, em atm.litro, valem,
respectivamente:
 Dados: Cp = 5R/2, Cv = 3R/2, R = 0,082 atm.l/K
a) 140, 90, 50 P (atm)

b) 200, 60, 140 A (800 K) B


8
c) 210, 100, 110
d) 240, 96, 144
e) 84, 30, 54 V(l)

0
4 16
Resposta

 Resposta: letra “d”.


Solução
PAVA 8 x 4 atm.l
PAVA  n RTA  nR    0,04
TA 800 K

PAVA PBVB 8 x 4 8 x16


    TB  3200 K
TA TB 800 TB
5 5
QAB  nCp (TB  TA )  n R (3200  800)  0,04 2400  240 atm.l
2 2
WAB  PA (VB  VA )  8 (16  4)  96 atm.l
3 3
U AB  nCV (TB  TA )  n R (3200  800)  0,04 2400  144 atm.l
2 2
QAB  240 atm.l WAB  96 atm.l U AB  144 atm.l
Primeira lei da termodinâmica

 Primeira lei da termodinâmica: expressa o


princípio da conservação da energia.
 A diferença entre o calor e o trabalho que
um sistema troca com o ambiente externo
equivale à variação de sua energia interna.
ΔU1,2 = Q1,2 - W1,2
Em que:
ΔU1,2 variação da energia interna do sistema
Q1,2 calor recebido ou fornecido pelo
sistema
W1,2 trabalho realizado
Primeira lei da termodinâmica

Transformações termodinâmicas
 Cada função p = p(V) corresponde a uma
transformação. As possibilidades de
transformações termodinâmicas são
infinitas.
Principais transformações termodinâmicas
Transformação isométrica:
 É a transformação na qual o volume do
gás permanece constante.
V = constante e dV = 0
No diagrama (v,p), qualquer reta paralela ao
eixo da pressão é isométrica.
Primeira lei da termodinâmica

Transformação isométrica

 Equação do trabalho: W1, 2  0


 Equação do calor: Q1, 2  n Cv (T2  T1 )

 Equação da energia interna: U1, 2  n Cv (T2  T1 )

 1ª lei da termodinâmica:  U1, 2 = Q1, 2 - W1, 2

 U1 , 2 = Q1 , 2  0

P1V1  n RT1 P2V2  n RT2 V1  V2


Primeira lei da termodinâmica

Transformação isobárica
 É a transformação na qual a pressão do
gás permanece constante (p = constante
e dp = 0).
 No diagrama (V,p), qualquer reta paralela
ao eixo do volume é isobárica. W  Área
1, 2
Primeira lei da termodinâmica

Transformação isobárica
 Utilizando a 1ª lei da termodinâmica:
 U1, 2 = Q1, 2 - W1, 2

 Equação da energia interna: U1,2  n Cv (T2  T1 )


 Equação do trabalho:
W1, 2   p dV  p  dV  p (V2  V1 )
V2 V2

V1 V1

 Equação do calor: Q1, 2  n C p (T2  T1 )


Aplicando a equação de Clapeyron, tem-se:
V nR V V
pV  nRT    constante  1  2
T p T1 T2
Primeira lei da termodinâmica

Transformação isotérmica
É a transformação na qual a temperatura
permanece constante (T = cte, dT = 0). No
diagrama cartesiano (V,p), as isotermas
correspondem a hipérboles, pois pela
equação de Clapeyron, tem-se:
cte
pV  nRT  pV  cte  p 
V
Primeira lei da termodinâmica

Transformação isotérmica
1ª lei da termodinâmica:
 U1 , 2 = Q1 , 2 - W1 , 2
sendo  U1 , 2  0 , então Q1 , 2  W1 , 2
Equação da energia interna:
U1, 2  n Cv (T2  T1 )  0
Equação do trabalho e calor:
V
 cteln V 
cte V2 dV 2

W1, 2   p dV   dV  cte 
V2 V2

V1 V1 V V1 V
V1

W1, 2  cteln V2  ln V1   cte ln 2


V
V1
V2 V
W1, 2  p1V1 ln  p2V2 ln 2  Q1, 2 , p1V1  p2V2
V1 V1
Primeira lei da termodinâmica

Transformação adiabática
 Nesta transformação, o gás não troca
calor com o ambiente externo (Q = 0
e dQ = 0).
 Equação da transformação adiabática
cte

Cp pV   cte  p
Cv V
  expoente de Poisson
 Cp e Cv são definidos pelo número de
átomos que compõem uma molécula de
gás. Para gases monoatômicos:
5 3
Cp  R e Cv  R
2 2
 Para gases diatômicos: 7 5
Cp  R e Cv  R
2 2
Primeira lei da termodinâmica

Transformação adiabática
 Diagrama cartesiano de uma
transformação adiabática: a área debaixo
da transformação corresponde, em valor
absoluto, ao trabalho trocado com o
meio ambiente.
Primeira lei da termodinâmica

Utilizando a primeira lei da termodinâmica:


 U1 , 2 = Q1 , 2 - W1 , 2
 U1 , 2 = 0 - W1 , 2
 U1 , 2 = - W1 , 2
Equação da energia interna:
 U1 , 2 = n C v (T2  T1 )
Equação do trabalho:
V2 cte p2V2  p1V1
W1 , 2   p dV 
V2
dV W1 , 2 
V1 V1 V  1 

Equação do calor: Q1 , 2  0

Equação de Clapeyron e equação adiabática:


T1 V1 1  T2 V2  2
Primeira lei da termodinâmica
Equações da 1ª lei da
termodinâmica

CARACTERÍSTICA

ISOTÉRMICA

ISOMÉTRICA

ISOBÁRICA

ADIABÁTICA
Primeira lei da termodinâmica

Transformações cíclicas
 Na transformação cíclica, o estado final
do gás coincide com seu estado inicial.
 A temperatura final é igual à temperatura
inicial.
 A variação da energia interna do gás é
nula.
U ciclo  0
O trabalho no ciclo é igual ao calor no ciclo.
Pela primeira lei da termodinâmica, tem-se:
U ciclo  Qciclo  Wciclo  U ciclo  0  Qciclo  Wciclo
Primeira lei da termodinâmica

Exercício de aplicação 1
 Um corpo de gás perfeito realiza o ciclo
esquematizado na figura. A
transformação CA é adiabática e TA vale
600 K. Determinar: a) os estados B e C
do gás; b) o calor, o trabalho e a variação
de energia interna em cada
transformação; c) o calor, o trabalho e a
variação de energia interna no ciclo.
p (atm)

A
2

C
B
V (1)
12 24
Primeira lei da termodinâmica
Exercício de aplicação 1

a) PAVA  PCVC  2.121,67  pc .241,67

2.121,67 63,42
PC  1, 67
 2.  0,63 atm  PB
24 201,81
PV 2.12
PAVA  n RTA  nR A A   0,04 atm.l / K
TA 600
PAVA PCVC 2.12 0,3.24
    TC  378 K
TA TC 600 TC
PAVA PBVB 2.12 0,63.12
    TB  189 K
TA TB 600 TB

b) AB transformação isométrica
WAB  0
3 3
QAB  nCV (TB  TA )  n R (189  600)  0,04 (411)  24,66 atm.l
2 2
U AB  QAB  24,66 atm.l
Primeira lei da termodinâmica
Exercício de aplicação 1

b) BC transformação isobárica
WBC  PB (VC  VB )  0,63 (24  12)  7,56 atm.l
5 5
QBC  nC p (TC  TB )  n R (378  189)  0,04 (189)  18,9 atm.l
2 2
3 3
U BC  nCV (TC  TB )  n R (378  189)  0,04 (189)  11,34 atm.l
2 2

 CA transformação adiabática
QCA  0
PV PV 2.12  0,63.24
WCA  A A C C   13,25 atm.l
1  1  1,67
U CA  WCA  13,254 atm.l

c) Ciclo U ciclo  0
Wciclo  WAB  WBC  WCA  Wciclo  0  7,56  13,25
Wciclo  5,69 atm.l
Qciclo  Wciclo  5,69 atm.l
Interatividade

Um corpo de gás perfeito realiza o ciclo


termodinâmico conforme o diagrama
anexo. A transformação AB é isotérmica, e
a BC é adiabática. O trabalho, o calor e a
variação da energia interna, no ciclo, em
atm.l, valem, respectivamente:
a) 4,8; 1,5; 2,2 P (atm)
C (800 K)
b) -20,26; -20,26; 0 8

c) -2,406; -2,406; 0 A
6
d) 9,24; 6; 3,9 B (600 K)
3,9

e) 800; 600; 300 0


6 9,24
V(l)
Resposta

 Resposta: letra “c”.


Solução
 AB isotérmica:
VB 9,24
WAB  p AV A ln  6.6. ln  15,44 atm.l
VA 6
 BC adiabática:
pCVC  p BVB 8.6  3,9.9,24 48  36,036
WBC     17,85 atm.l
1  1  1,67  0,67

 CA isométrica:
WCA  0

WCiclo  WAB  WBC  WCA  15,44  17,85  0  2,406 atm.l

Qciclo  2,406 atm.l U ciclo  0 atm.l


ATÉ A PRÓXIMA

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