FUNDAMENTOS DA TERMODINÂMICA
Material Didático da Disciplina
Volume molar (v). É o volume total ocupado por uma unidade de mol, expresso em
unidades de [m3·mol-1].
(Eq. 1)
Volume específico (v’): É o volume total ocupado por uma unidade de massa; no SI possui
unidade de [m3·kg-1].
(Eq. 2)
(Eq. 3)
Força (F): Produto da massa por sua aceleração; no SI possui unidade de [N]. Pode-se
relacionar com a potência necessária para uma massa adquirir velocidade (𝑊̇ = F · c) ou ainda
com o trabalho necessário para efetuar um deslocamento (𝑊̇ = F · Δx).
(Eq. 4)
Pressão (P): Para um fluido em equilíbrio, consideramos a pressão como sendo a força
normal exercida por unidade de área; no SI possui unidade de [N·m-2 ou Pa]. A pressão
absoluta é a pressão exercida ou sofrida por uma massa (= pressão efetiva ou, manométrica)
acrescida da pressão atmosférica. Pabs = Pman + Patm
(Eq. 5)
Exemplo 1) Um astronauta pesa 730 N em Houston, onde a aceleração da gravidade (g) local
é 9,792 m·s-2. Qual a massa do astronauta e o seu peso na lua, onde g = 1,67 m·s-2?
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B. Sistemas Termodinâmicos
Sistema Isolado: Não é influenciado de forma alguma pelo exterior. Massa, calor,
trabalho e nenhuma outra forma de energia cruzam as fronteiras do sistema.
Sistema Fechado: Não entra nem sai massa, mas permite transferência de calor e das
outras formas de energias com a vizinhança.
Exemplo 4) Classifique os sistemas da Figura 1(a) e 1(b), em: isolado, fechado, aberto ou
adiabático.
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(Eq. 6)
(Eq. 7)
Para qualquer gás ideal, que sofre um processo qualquer da situação inicial (1) à
situação final (2), a relação entre os estados será dada por:
(Eq. 8)
Exemplo 5) Um gás ideal, com massa molar de 29,8 kg·mol-1, encontra-se confinado em um
recipiente de 5 m3, sujeito a pressão de 9,8·104 Pa e temperatura de 20°C. Estime o número
de mols contido no recipiente e o volume molar do gás.
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Líquido Saturado: É o líquido que está nas condições de Ts e Ps, ou seja, está prestes
a vaporizar.
Vapor Saturado: É o vapor que está nas condições de Ts e Ps, ou seja, que está prestes
a condensar.
Líquido Comprimido: É o líquido que se encontra na Ts, mas com pressão superior a
de saturação.
Vapor Superaquecido: Vapor que se encontra na pressão Ps, porém com temperatura
superior a de saturação.
(Eq. 9)
(Eq. 10)
(Eq. 11)
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𝑊 = − ∫ 𝐹. 𝑑𝑥 (Eq. 12)
Esta relação permite determinar o trabalho necessário para elevar um peso, esticar um
fio ou mover uma partícula carregada através de um campo magnético.
Existem várias maneiras pelas quais o trabalho pode ser realizado por ou sobre o sistema
(eixo rotativo, trabalho elétrico, movimento de fronteiras).
Através da relação com a pressão (P = F/A), isolando F e substituindo na Eq. 12, obtemos
uma outra forma muito usual para o cálculo do trabalho:
𝑊 = − ∫ 𝑃. 𝑑𝑉 (Eq. 13)
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O calor, assim como o trabalho, é uma forma de energia transitória, não podendo ser
acumulada. Não se pode dizer que um corpo contém calor, ele contém energia; só se pode
identificar o calor quando o mesmo atravessa as fronteiras do sistema. O calor que flui para
dentro de um sistema pode resultar num aumento da energia interna do sistema ou em
trabalho realizado pelo mesmo, entretanto após cruzar as fronteiras já não mais constitui
calor. Unidades de medida de calor: as mesmas de trabalho.
Calor Específico: Quantidade de calor que entra ou sai de uma unidade de massa ao
variar 1 grau de sua temperatura.
𝑑𝑄
𝑐= (Eq. 14)
𝑚. 𝑑𝑇
𝑑𝑄
𝐶= (Eq. 15)
𝑑𝑇
(Eq. 16)
(Eq. 17)
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*Note que para representar o volume total utilizamos somente “v” ou somente “V”.
Sabendo-se que:
𝑉𝑙
𝑣𝑙 = ⇒ 𝑉𝑙 =
𝑚𝑙
𝑉𝑣
𝑣𝑣 = ⇒ 𝑉𝑣 =
𝑚𝑣
Substituindo na equação anterior, fica-se com:
𝑉𝑙 + 𝑉𝑉 𝑣𝑙 . 𝑚𝑙 𝑣𝑣 . 𝑚𝑣
𝑣= = + = 𝑣𝑙 . 𝑈 + 𝑣𝑣 . 𝑋
𝑚𝑇 𝑚𝑇 𝑚𝑇
Analogamente:
(Eq. 21)
(Eq. 22)
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Um processo reversível para um sistema é aquele que tendo ocorrido, pode ser invertido
sem deixar vestígios no sistema e no meio. O processo para retomada das condições iniciais
deve percorrer o mesmo caminho. Todos os processos reais são irreversíveis.
Em um processo hipoteticamente reversível, não há perdas!!
Causas que tornam um processo irreversível ou, perdas:
Atrito,
Expansão não resistida,
Troca de calor com diferença finita de temperatura,
Misturas de duas substâncias diferentes,
Perdas de energia em circuitos elétricos,
Combustão.
Sendo:
𝑚. 𝑐 2
𝑊 = ∆𝐸𝑐 = ∆ ( ) (Eq. 23)
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Exemplo 10) Um recipiente com capacidade de 400 L, contém 2 kg de uma mistura de água
líquida e vapor em equilíbrio a 600 kPa. Calcule vl, ml, vv, mv.
Exemplo 11) Um vaso rígido contém vapor saturado de NH3 a 20°C, transfere-se calor para o
sistema até que a temperatura alcance 40°C. Qual a pressão final?
Exemplo 12) Encontre o título de uma mistura L+V onde vl é 0,0011 m3·kg-1 e vv é
0,00526 m3·kg-1 e a massa total mT é de 2 kg, ocupando um volume de 10 L. Expresse o título
em percentual.
Resposta: X = 93%
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Exemplo 13) Água escoa em uma queda d’água com 10 m de altura. Considere 1 kg de água
como o sistema e considere que o sistema não troque nenhuma forma de energia com a
vizinhança. Calcule:
a) Qual a energia potencial da água no topo da queda d’água em relação a sua base?
b) Qual é a energia cinética da água no instante imediatamente anterior ao seu choque com
a base da queda d’água? Qual a velocidade nesse instante?
c) Após a massa de 1 kg de água entrar no curso do rio a jusante da queda, que modificação
ocorreu em suas propriedades? Quanto se alterou desta propriedade?
Exemplo 14) Um gás encontra-se confinado em um cilindro por um embolo. Seu volume inicial
é de 0,10 m3. O equipamento encontra-se a uma pressão atmosférica padrão de 101,3 kPa.
Qual a variação na energia no equipamento quando o gás se expande para o dobro de seu
volume inicial? Admita que a taxa de transferência de calor entre o equipamento e o ar seja
muito lenta comparada à taxa no qual o processo ocorre.
Resposta: - 10,13 kJ
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𝐻= (Eq. 26)
∆𝐻 = (Eq. 27)
∆ℎ = (Eq. 28)
(Eq. 29)
Substituindo:
(Eq. 30)
(Eq. 31)
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Da definição de entalpia (Eq. 27) e sabendo que Δ significa diferença entre situação final
(2) e inicial (1):
∆𝐻 = (Eq. 33)
∆𝐻 = (Eq. 34)
Reescrevendo:
∆𝐻 = (Eq. 35)
∆ℎ = (Eq. 36)
𝑄1→2 − 𝑃. ∆𝑉 = ∆𝑈 𝑜𝑢 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒:
Comparando a Eq. 37 com a Eq. 35, concluímos que para um processo fechado à P
constante:
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Ou simplesmente:
∆𝑢 = 𝑐𝑣 . ∆𝑇 (Eq. 40)
Ou simplesmente:
∆ℎ = 𝑐𝑝 . ∆𝑇 (Eq. 42)
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Exemplo 16) Uma quantidade de 1 mol de ar a 1 bar de pressão e 298, 15 K, é comprimido até
5 bar e 298, 15 K, através de duas etapas mecanicamente reversíveis:
1ª etapa: resfriamento a pressão constante, seguido de:
2ª etapa: aquecimento a volume constante.
Calcule ∆𝐻, ∆𝑈, Q e W para cada trajetória, admitindo que o ar se comporte como um
gás ideal. Dados do ar: 𝑐𝑝 = 29,1 J·mol-1·K-1 ; 𝑐𝑣 = 20,78 J·mol-1·K-1 ; volume molar do ar a
298,15 K e 1 bar = 0,0248 m3·mol-1
Respostas:
Exemplo 17) Resolva o mesmo exemplo anterior (Exemplo 12) considerando que o processo
agora segue as seguintes etapas:
1ª etapa: aquecimento a volume constante, seguido de:
2ª etapa: resfriamento a pressão constante.
Calcule ∆𝐻, ∆𝑈, Q e W para cada trajetória, admitindo que o ar se comporte como um gás
ideal e utilizando os mesmo dados fornecidos.
Respostas:
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Sistemas abertos são caracterizados por possuírem correntes escoando, desta forma,
existirão quatro medidas de escoamento usuais:
Onde:
Exemplo 18) Calcular quanto pesa (em kg), 167 mols de carbono, sabendo que a massa
molecular do C é 12 g/mol.
Resposta: 2 kg
Exemplo 19) Calcular o número de átomos de He que existem dentro de um balão que pesa
100 g (descontando a massa do balão) preenchido com He puro. A massa molecular do He é
4 g/mol.
Para sistemas abertos, não existe mais a análise das situações inicial e final, mas sim
do pontos de entrada e saída. Para demonstrar, faremos uso de um volume de controle (vc),
delimitado por uma superfície de controle:
𝑚̇1 = 𝜌1 . 𝑐1 . 𝐴1
𝑚̇2 = 𝜌2 . 𝑐2 . 𝐴2
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Para que não haja acúmulo nem consumo de massa dentro do vc, as vazões mássicas
devem se igualar:
𝜌1 . 𝑐1 . 𝐴1 = 𝜌2 . 𝑐2 . 𝐴2
No sistema aberto, cada unidade de massa corrente carrega consigo uma energia total
nas formas de energia interna, potencial e cinética (u + 1/2 c2 + zg).
𝑄̇ + 𝑊̇ = (Eq. 43)
Onde:
𝑊𝑇 = 𝑊𝐹 + 𝑊𝐸 + 𝑊𝑃 + 𝑊 (Eq. 44)
𝑄̇ + 𝑊̇ + 𝑊̇𝐹 =
Substituindo o 𝑊̇𝐹 :
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𝑄̇ + 𝑊̇ = (Eq. 45)
𝑄̇ + 𝑊̇ = (Eq. 46)
Exemplo 21) Vapor d’água a 0,6 MPa e 200°C entra num bocal isolado termicamente com uma
velocidade de 50 m·s-1 e sai a 600 m·s-1 à pressão de 0,15 MPa. Determine no estado final, a
temperatura do vapor se estiver superaquecido ou o título, se estiver saturado.
Exemplo 22) A vazão em massa que alimenta uma turbina a vapor d’água é de 1,5 kg/s e o
calor transferido da turbina é 8,5 kW. Determine a potência fornecida pela turbina,
conhecendo-se os seguintes dados para o vapor d’água que entra e sai da turbina:
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Exemplo 23) O compressor centrífugo de uma turbina à gás recebe o ar ambiente (atmosfera)
onde a pressão é de 1 bar e a temperatura é de 300 K. Na saída do compressor a pressão é
4 bar, a temperatura é 480 K e a velocidade do ar é de 100 m·s-1. A vazão do ar é de 15 kg·s-1.
Determinar a potência necessária para acionar o compressor, sendo este isolado
termicamente.
Resposta: 2775 kW
Exemplo 24) Uma pessoa, em repouso, transfere cerca de 400 kJ/h de calor ao meio ambiente.
Suponha que a operação do sistema de ventilação de uma auditório que contém 100 pessoas
e apresenta volume interno de 1.500 m3, seja interrompido por problemas técnicos. Admita
que, inicialmente, a temperatura e a pressão do ar contido no auditório sejam iguais a 300 K
e 101,3 kPa. Supondo que todo o calor gerado pelas pessoas fosse absorvido pelo ar,
determine a taxa de aumento da temperatura do ar no auditório, em K/h, que seria detectada
após a falha no sistema de ventilação.
Dados: RAR = 0,287 kJ/(kg·K) ; cvAR = 0,7165 kJ/(kg·K) e ρAR = 1,29 kg/m3
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Nas regiões bifásicas (linhas no gráfico PT), uma das propriedades do sistema P, v ou T é
função de UMA das outras duas.
Ao contrário, nas regiões onde há uma única fase (regiões monofásicas nos gráficos P v
ou PT), uma equação de estado será resolvida para qualquer uma das três grandezas P, v ou
T, como uma função das outras DUAS. Para a região monofásica, se v for considerado uma
função de T e P, então v = f (T, P):
𝑑𝑣 = (Eq. 47)
I. Expansividade volumétrica: β =
𝑑𝑣
= (Eq. 48)
𝑣
Note que as isotermas para a fase líquida no lado esquerdo do diagrama P v são muito
𝜕𝑣 𝜕𝑣
inclinadas, logo 𝜕𝑃 e 𝜕𝑇 são pequenos, e β e κ também serão pequenos. Isto representa
líquidos pouco compressíveis, com variação desprezível no volume específico. Para líquidos,
β é quase sempre positivo (exceto para água entre 0 e 4°C) e κ é sempre positivo.
Obtendo:
𝑣2
𝑙𝑛 = (Eq. 49)
𝑣1
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Exemplo 25) Para acetona líquida a 20°C e 1 bar é dado: β =1,487·10-3 °C-1 , κ = 62·10-6 bar-1 e
v = 1,287 cm3·g-1. Determine:
𝜕𝑃
(a) O valor de (𝜕𝑇 ) a 20°C e 1 bar;
𝑣
(b) A pressão gerada no sistema pelo aquecimento à v constante, de 20°C e 1 bar até 30°C;
(c) A variação no volume (Δv) para uma variação de 20°C e 1 bar para 0°C e 10 bar.
𝑃𝑣 =
𝑃𝑣 =
Colocando a em evidência:
Onde a, B’ e C’ são constantes para uma dada temperatura e uma dada espécie química.
Em especial: a = R.T
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A série 𝑃 𝑣 = a (1 + B’P + C’P2 +...) é uma série infinita, mas o truncamento após dois ou
três termos fornece resultados satisfatórios.
Neste momento, introduz-se mais uma nova propriedade termodinâmica importante:
𝑷𝒗
III. Fator de compressibilidade: 𝒁 =
𝑹𝑻
𝑍= (Eq. 51)
Fazendo-se:
𝑍= (Eq. 52)
𝐵 𝐶
O termo ( 𝑣 ) surge em função das interações entre pares de moléculas; o termo (𝑣2 )
surge em função da interação entre três moléculas simultaneamente, e assim por diante.
Como as interações entre dois corpos são muito mais comuns do que as interações entre três
corpos e de três corpos muito mais comuns do que quatro e assim por diante, os termos
subsequentes da Eq. 52 tem contribuições cada vez mais desprezíveis no resultado final.
Uma forma mais comum dessa equação resulta da substituição de B’, ou seja, truncando
a equação em apenas dois termos:
𝑍= (Eq. 53)
𝑍= (Eq. 54)
Exemplo 26) Valores tabelados para os coeficientes do tipo Virial do vapor de isopropanol a
200°C são dados:
𝑐𝑚3 𝑐𝑚6
𝐵 = −388 𝑒 𝐶 = −26 000
𝑚𝑜𝑙 𝑚𝑜𝑙 2
Calcule v e Z para o vapor de isopropanol, a 200°C e 10 bar através:
a) Da equação do gás ideal;
b) Da equação do Virial truncada em dois termos;
c) Da equação do Virial truncada em três termos.
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𝑅𝑇 𝑎(𝑇)
𝑃= − (Eq. 56)
𝑣 − 𝑏 (𝑣 + 𝜖𝑏)(𝑣 + 𝜎𝑏)
Onde:
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Equação 𝛼(𝑇𝑟 ) 𝜎 𝜖 Ω Ψ
Van der Waals 1 0 0 0,125 0,4219
1⁄
Redlich-Kwong 𝑇𝑟 − 2 1 0 0,0866 0,4275
Soave-Redlich-Kwong * 1 0 0,0866 0,4275
Exemplo 27) As equações de estado são utilizadas para descrever o comportamento de gases
quando submetidos a transformações termodinâmicas. Uma equação bastante utilizada é a
equação de van der Waals:
𝑅𝑇 𝑎
𝑃= − 2
𝑣−𝑏 𝑣
Em relação à equação de van der Waals, identifique se as afirmativas são verdadeiras ou falsas.
Nas afirmativas falsas (se houver), circule o termo errado e escreva o termo correto.
( ) A equação descreve o comportamento de gases reais, desconsiderando as interações
moleculares.
( ) A equação procura quantificar os efeitos da não-idealidade dos gases com o uso de três
constantes diferentes que dependem da substância considerada.
( ) A constante “a” representa a força de atração entre as moléculas e quanto maior seu
valor, menor a pressão P resultante.
( ) A constante “b” leva em conta o volume ocupado por cada molécula e portanto, quanto
maior seu valor, maior a pressão P resultante.
( ) As equações de estado cúbicas podem apresentar até 3 raízes, exceto a equação de Van
der Waals, que apresenta apenas 2 raízes reais.
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W→Q Q→W
X
Desta observação, surgiram os enunciados da 2ª Lei.
“Uma máquina térmica recebe calor de uma fonte quente, transforma uma parte desse calor
em trabalho e cede uma parte restante para uma fonte fria.”
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O rendimento da máquina térmica é sempre < 100%, que está em acordo com o
enunciado de Planck-Kelvin.
Podemos reescrever a equação do rendimento, fazendo um balanço de todas as
energias que entram e saem do sistema, teremos:
𝜂= (Eq. 60)
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4.2 Entropia
Quando um processo não envolver trocas de calor (Q = 0), sua variação na entropia será
nula, e dizemos que o mesmo é um processo isoentrópico (além de adiabático).
Exemplo 29) Calcular a variação na entropia de 1 kg de água a 1 atm (0,10135 MPa) de pressão,
que ocorre durante o processo de vaporização a 100°C, a partir do estado líquido saturado.
Admitir que a água se encontra no estado de repouso, não havendo, desta maneira, influência
do atrito no cálculo da variação de entropia.
Dado: cL, água = 2256,685 kJ/kg (calor latente de vaporização da água)
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O ciclo assim constituído é denominado ciclo de Carnot, que é teórico, porque todos os
seus processos são reversíveis. Entretanto, a sua importância está na utilidade para resolução
de problemas reais.
∆𝑆 ∙ 𝑇 = 𝑄 (Eq. 62)
Podemos aplicar a relação ∆𝑆 ∙ 𝑇 = 𝑄, para o ciclo de Carnot, e desta forma, vemos que
a proporção entre os calores e temperatura é a mesma.
Logo temos que, o rendimento do ciclo de Carnot fica:
|𝑄𝐶𝐷 | 𝑇𝐶𝐷
𝜂𝐶 = 1 − =1− {T em Kelvin!} (Eq. 63)
𝑄𝐺𝑉 𝑇𝐺𝑉
Como não há trocas de calor nos processos 1→2 e 3→4, cancelamos os dois termos
respectivos da equação acima. Além disso, vemos que o decréscimo de entropia que ocorre
de 2→3 é igual em módulo ao acréscimo de 4→1. Desta forma, fica-se com:
3 1
𝑄 𝛿𝑄 𝛿𝑄 𝑄 1 3 1 1
∑ =∫ +∫ → ∑ = ∫ 𝑑𝑄 + ∫ 𝑑𝑄
𝑇 2 𝑇 4 𝑇 𝑇 𝑇 2 𝑇 4
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𝑄 1 1
∑ = 𝑄2→3 + 𝑄
𝑇 𝑇𝐶𝐷 𝑇𝐺𝑉 4→1
Substituindo:
𝑄 −|𝑄𝐶𝐷 | 𝑄𝐺𝑉 𝑄
∑ = + →∑ =0
𝑇 𝑇𝐶𝐷 𝑇𝐺𝑉 𝑇
Ao fazer este somatório, conclui-se que para um sistema reversível, como o de Carnot,
o somatório é nulo:
𝑄
∑ =0 (Eq. 65)
𝑇
E para sistemas irreversíveis (sistemas reais), teremos que:
𝑄
∑ <0
𝑇
Exemplo 29) Considere uma máquina térmica funcionando de acordo com o ciclo de Carnot,
que apresenta uma fase de vaporização e uma fase de condensação, nas pressões de 1 MPa e
10 kPa, respectivamente. Conhecendo-se a potência da turbina 𝑊̇ 𝑇 = 11,03 𝑀𝑊, determine:
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−|𝑄𝑞 | 𝑄𝑓
∆𝑆𝑞 = 𝑒 ∆𝑆𝑓 = (Eq. 67)
𝑇𝑞 𝑇𝑓
Onde 𝑄𝑞 é o calor que o corpo quente perde (negativo) e 𝑄𝑓 é o calor que (igual em
módulo) que o corpo frio ganha. Somando-se as duas parcelas, podemos calcular o ∆𝑆 total
do processo:
−|𝑄𝑞 | 𝑄𝑓
∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = + (Eq. 68)
𝑇𝑞 𝑇𝑓
Sabendo que |𝑄𝑞 | = |𝑄𝑓 | e supondo um valor genérico |𝑄| fica-se com:
−|𝑄| 𝑄
∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = +
𝑇𝑞 𝑇𝑓
|𝑄|(𝑇𝑞 − 𝑇𝑓 )
∆𝑆𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 =
𝑇𝑞 ∙ 𝑇𝑓
Como 𝑇𝑞 > 𝑇𝑓 , essa última equação, se aplicada para processo irreversível (real),
sempre resultará em um valor positivo:
∆𝑆𝑢𝑛𝑖𝑣𝑒𝑟𝑠𝑜 > 0 (Eq. 69)
Exemplo 30) Um molde de aço (cp = 0,5 kJ/kg.K) com 40 kg e uma temperatura de 450°C, é
resfriado por imersão em 150 kg de óleo (cp = 2,5 kJ/kg.K) a 250°C. Se não houver perdas
térmicas, qual será a variação de entropia (a) no molde? (b) no óleo? (c) no conjunto
óleo+molde?
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Exemplo 31) Um trocador de calor é constituído por dois tubos concêntricos, envolvidos por
um isolante térmico, que impede qualquer perda de calor para o ambiente. O tubo menor é
percorrido por vapor saturado, transferindo calor para a água que passa dentro do outro tubo.
A temperatura do vapor é de 179°C e a temperatura da água varia de 20 a 85°C. Conhecendo-
se a vazão de vapor igual a 1000 kg/h e admitindo-se que ocorre condensação total do vapor
e que este mantem-se na temperatura constante de 179°C durante o processo, calcular:
a) A capacidade de aquecimento de água do trocador de calor;
b) A variação de entropia da água e do vapor durante uma hora;
c) A variação de entropia do universo durante uma hora.
Essa equação permite calcular o trabalho realizado por uma máquina térmica em um
processo com trocas de calor entre dois reservatórios. O trabalho máximo é obtido quando a
máquina é reversível, em cujo caso, ∆𝑆 = 0, e a equação se reduz à segunda parcela do lado
direito, ou seja, o trabalho de uma máquina de Carnot.
A lei que rege a entropia não é de conservação como a da energia; a lei que rege a
entropia é de que a entropia TOTAL associada a qualquer processo tem que ser POSITIVA, com
um valor limite de zero para processos reversíveis.
Desta forma, escreve-se o balanço de entropia para o sistema e a sua vizinhança,
considerados em conjunto, incluindo-se um termo de geração de entropia para levar em conta
as irreversibilidades do processo.
A geração de entropia é então igual à soma de três termos: um para a diferença na
entropia entre as correntes de entrada e saída, um para a variação de entropia no interior do
volume de controle, e um para a variação de entropia na vizinhança. Se o processo é reversível
a soma desses três termos é nula, fazendo ΔS = 0. Se o processo é irreversível a soma gera
uma quantidade positiva, o termo de geração de entropia.
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𝑑(𝑚𝑠)𝑣𝑐 𝑄̇
∆(𝑠𝑚̇)𝑐𝑒 + − ∑ = 𝑆𝐺̇ ≥ 0 (Eq. 74)
𝑑𝑡 𝑇
O segundo termo da equação representa a geração de entropia para estado transiente.
Desta forma, se considerarmos um processo com escoamento em estado estacionário, a taxa
mássica a e taxa da entropia do fluido no volume de controle serão constantes e, portanto:
𝑑(𝑚𝑠)𝑣𝑐
= 0.
𝑑𝑡
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𝑄̇
∆(𝑠𝑚̇)𝑐𝑒 − ∑ = 𝑆𝐺̇ ≥ 0 (Eq. 75)
𝑇
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IENO, G.; NEGRO, L. Termodinâmica, 1ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.
SMITH, J. M.; VAN NESS, H.C.; ABBOTT, M.M. Introdução à Termodinâmica da Engenharia
Química, 7ª. ed. Rio de janeiro: LTC Editora S.A., 2007.
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