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REPÚBLICA DE ANGOLA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS RELIGIOSAS DE ANGOLA


ICRA REGIONAL-LUBANGO

MATERIAL DE APOIO DE FÍSICA 


 Mecânica dos Fluidos
 Termodinâmica

ESPECIALIDADE: MAT/FÍSICA 
10ª Classe

Prof. Mário Selombo, Msc.


CAP I- MECÂNICA DOS
FLUIDOS
MASSA VOLÚMICA 
PRESSÃO

𝑭
𝑷 = [ 𝑷𝒂 ]
𝑨
PRESSÃO HIDROSTÁTICA

Aplicando a 2ª Lei de Newton, atendendo que o líquido encontra-se em


repouso:
,
,
Atendendo a equação 1.2 () e que Fg=mg, logo:
,
Tendo em conta a expressão 1.1 ():

1.3,
Sendo , logo:
1.4
Esta expressão traduz a Lei Fundamental da Hidrostática, que pode ser enunciada
da seguinte maneira:
“Num líquido homogéneo, em equilíbrio hidrostático, a diferença
de pressão entre dois pontos A e B, no interior do líquido, depende
da massa volúmica do líquido e da diferença de nível entre esses
dois pontos”
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
No planeta Terra em qualquer parte de sua superfície os corpos estão envoltos em um fluido
gasoso, o ar.

A pressão atmosférica deve ser expressa em Pa. Mas outras unidades podem ser encontradas:
– Atmosfera (atm)
– Milímetros de mercúrio (mmHg) ou centímetros de mercúrio (cmHg)
– Metros de coluna de água (mca).

1 atm = 101325 Pa (105Pa) = 76cmHg= 760 mmHg


PRINCÍPIO DE STEVIN
O princípio de Stevin, que nos permite calcular a pressão em um líquido em
repouso, estando com sua superfície em contato com a atmosfera. Neste caso,
fazendo uma analogia, na equação 1.3, a pressão corresponde a pressão
exercida pelo ar atmosférico e denotamos .

1.5
VASOS COMUNICANTES. PARADOXO
HIDROSTÁTICO
A pressão ser a mesma no nível da comunicação entre os vasos de diferentes diâmetros.
Assim, vamos comparar a pressão em dois pontos (ponto A e ponto B), um ao lado do outro
no eixo horizontal, para um fluido ideal:

Se estamos falando de um fluido ideal então estamos assumindo que sua densidade é a
mesma ao longo de toda sua composição e, indo além, considerando uma mesma aceleração
gravitacional média para todo o sistema de fluido em analise, podemos concluir que:
Chegando assim a conclusão de que a altura da coluna de líquido (profundidade) acima de dois
pontos específicos de um mesmo líquido ideal deve ser a mesma para que eles tenham a mesma
pressão.

Experiência de Torriceli:
EQUILÍBRIO DE DOIS FLUIDOS IMISCÍVEIS
EM VASOS COMUNICANTES

(1.5)
(1.6)
TEOREMA DE PASCAL
“Qualquer pressão aplicada num fluido incompressível no interior de um recipiente será
transmitida integralmente para todos os pontos do fluido e também para as paredes do
respetivo recipiente que o contém”.

(1.7)
FORÇA DE IMPULSÃO

Pode-se dizer então que a força da impulsão exercida por um fluido sobre um corpo pode ser
calculada como:
(1.8)
(1.9)
onde é a massa específica do fluido e o volume do fluido deslocado, ocupado pelo corpo.
Se o peso do objeto for inferior à impulsão exercida pelo fluido, ele
flutuará, parcial ou completamente, acima da superfície;
Se o seu peso for igual à impulsão, o objeto ficará em equilíbrio
abaixo da superfície;
Se o seu peso for superior à impulsão, ele afundar-se-á.
ESTUDO DOS GASES
O vapor, quando colocado sob alta pressão ou diminuindo a
temperatura, volta ao estado líquido. Os gases, por sua vez, são
substâncias que, em condições normais, já estão no estado gasoso e,
para se liquefazer, é necessário ter aumento de pressão e temperatura
simultaneamente.
ÁTOMOS E MOLÉCULAS
ESTRUTURA APROXIMADA DO ÁTOMO
Número atómico (Z): indica o número de protões de um determinado átomo, escreve-se
em baixo e à esquerda do símbolo do átomo considerado:
 O núcleo do átomo de hidrogénio contem um protão:   1H;

 O núcleo do átomo de carbono contem seis protões:     6C.

Número de massa (A): indica a massa presente no núcleo do átomo, que resulta da soma
do número de protões (p) e o número de neutrões (n). Inscreve-se em cima e à esquerda do
símbolo do átomo considerado:
 O núcleo do átomo de hidrogénio só contem um protão: 11H;

 O núcleo do átomo de carbono tem seis protões e seis neutrões: 126C.


MASSA ATÔMICA
É determinada experimentalmente e ela corresponde à massa do átomo comparada com
um doze avos (1/12) da massa de um átomo de carbono 12, e a unidade adotada é o “u”
(unidade de massa atômica, 1,66.10-24 g).

Assim, quando dizemos que a massa atômica do oxigênio é 16 u, isso quer dizer que
sua massa é 16 vezes maior que 1/12 da massa do 12C.
Vamos considerar como exemplo a nossa conhecida molécula de água (H2O), a fórmula química
indica-nos que ela é constituída por dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio.

Sabendo que: MA(H) = 1,0 u e que MA(O)= 16,0 u

Então:

 MA(H2O) = 2 x A(H) + A(O)

 MA(H2O) = 2 x 1,0 u + 16,0 u

 M(H2O) = 18,0 u
MOL E NÚMERO DE
AVOGADRO
É uma unidade de medida utilizada para expressar a quantidade de matéria

microscópica, como átomos e moléculas, representada por n. Um mol contém


exatamente 6,02214076 × 1023 entidades elementares. Este número é chamado
de número de Avogadro NA.

Por convenção, a massa molar (M) dos elementos químicos é exactamente

igual a massa atómica, representado pela unidade de massa atómica (u) deles.
Por exemplo, a massa molar do Cálcio (Ca=40 u) é igual a 40 g/mol.
A quantidade de matéria (n) ou número de mol, é utilizada para calcular quantos
mols existem em uma determinada massa de algum elemento químico ou
substancia, usando a seguinte equação:

(1.10)
TEMPERATURA

 Permite avaliar o grau de agitação das moléculas do corpo.


 Conhecem-se três escalas principais de temperatura: Escala de Celsius, de Faharenheit e de
Kelvin.

(1.11)
VOLUME MOLAR NORMAL
Verifica-se experimentalmente que, nas condições normais de
temperatura e pressão (T0=273K, P0=1atm), a massa de um mol de
qualquer gás perfeito ocupa o mesmo volume V0= 22,4l, denominado
volume molar.
TEORIA CINÉTICA DOS GASES

A teoria Cinética dos gases foi sintetizada com o intuito de explicar as


propriedades e o comportamento interno dos gases. Podemos dizer
que Teoria Cinética dos Gases nos mostra a relação entre pressão,
volume, temperatura e número de moles. Essa relação é obtida a
partir de um modelo simples para os gases, que permite determinar a
relação entre grandezas macroscópicas a partir do estudo do movimento
de átomos e moléculas.
Altas temperaturas e baixas pressões, o
comportamento dos gases reais se assemelha
bastante ao dos gases ideais.
Dizemos que um gás sofre uma
transformação quando ele passa de
A pressão, o um estado para outro.
volume e a
temperatura,
são grandezas
que caracterizam
o estado de uma
massa de gás.
TRANSFORMAÇÃO
ISOTÉRMICA (LEI DE
BOYLE-MARIOTTE)
Estado 1 Estado 2
Transformação Isotérmica
() ()
 
Para uma dada massa de gás, sendo constante a sua
temperatura T, também é constante o correspondente produto
PV.

PV= K (1.12)
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA (PRIMEIRA
LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC)

Estado 1 Estado 2
Transformação Isobárica
(P) (P)
 

Para uma dada massa de gás, sendo constante a sua pressão


P, também é constante o correspondente quociente .

= K (1.13)
(1.14)
TRANSFORMAÇÃO ISOMÉTRICA OU ISOCÓRICA
(SEGUNDA LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC)

Estado 1 Estado 2
Transformação Isométrica
() ()
 

Para uma dada massa de gás, sendo constante seu volume V,


também é constante o correspondente quociente .

= KP=KT (1.15)
(1.16)
GASES PERFEITOS
 As moléculas do gás são pontos materiais- extremamente pequenas;

O número de moléculas é muito grande- Haverá muitos choques com as

paredes do recipiente e com outras moléculas;

 Agem forças apenas durante os choques- moléculas se movem com MRU;

Os choques são perfeitamente elásticos e de duração desprezível.


EQUAÇÃO GERAL DOS GASES
PERFEITOS
A equação geral dos gases perfeitos indica que, para uma dada massa de gás, a relação ,
permanece constante em cada estado nas transformações, quaisquer que elas sejam.

(1.17)
K não depende da pressão, do volume
ou da temperatura, sendo função da (1.18)
massa e da natureza do gás.
CONTANTE UNIVERSAL DOS GASES
PERFEITOS

P= P0=1atm=101300

T= T0=273K
(Para 1 mol)
V= V0=22,4L=0,0224m3
EQUAÇÃO DOS GASES PERFEITOS
(CLAPEYRON)

(1.20)

(1.21)
ENERGIA INTERNA DE UM GÁS PERFEITO
A energia cinética total das moléculas de um gás ideal é reprentada pela soma das
energias cinétias individuais de suas moléculas. Essa energia cinética molécular é
chamada de energia interna (U).

(1.22)

(1.23)
(1.24)
Velocidade quadrática média
PRESSÃO EXERCIDA POR UM GÁS
PERFEITO

(1.25)

()

(1.26)
()
(1.27)
A energia interna de um gás perfeiro é função exclusiva de sua massa e de sua temperatura
absoluta.

𝑷𝑽=𝒏𝑹𝑻
(1.29)
NÚMERO DE AVOGADRO E CONSTANTE DE
BOLTZMANN
(por molécula)

A contante de Boltzmann nos dá a energia exacta que


aumenta em um átomo ou molécula de um gás, se
aumentarmos a temperatura em um grau.
ENERGIA CINÉTICA MÉDIA POR MOLÉCULA
(1.30)
𝒎
𝒏=
𝑴
(1.29)

𝒎= 𝑵 ∙ 𝒎𝟎 𝒌

(1.30)
(1.34)
(1.35)
Esta relação nos permite concluir que a temperatura absoluta T é uma grandeza directamente proporcional à
energia cinética média por molécula .
Gás ideal

Gás Real
CAP II- TERMODINÂMICA
ESQUEMA DA EXPERIÊNCIA DE
JOULE

Medindo o aumento de temperatura


da água, Joule calculou a quantidade
de calor equivalente, em calorias,
para produzir o mesmo efeito, e
verificou que 4,186 J de energia
mecânica eram equivalentes a 1 cal de
calor.
SISTEMAS TERMODINÂMICOS
O gás é chamado então de sistema, e os corpos que o
cercam, e que com ele podem trocar energia,
constituem o meio exterior.
Variáveis estudadas:
Pressão (P): Medida com um manômetro;
Volume (V): Medido através de uma escala apropriada,
marcada no próprio recipiente;
Temperatura (T): Medida através da inserção de um
termómetro no gás.
TRABALHO REALIZADO POR
UM GÁS
 Quando fornecemos energia calorifica ao gás, parte
dela pode ser usada para aumentar a sua energia
interna; e se o gás se expandir, ele fornecerá parte
desta energia ao pistão, empurrando-o;
 Isso ocorre porque as moléculas do gás exercem
pressão nas paredes do recipiente que as contém,
através das forças que aplicam nessas paredes
durante as colisões. São essas forças que movem o
 A quantidade de energia que o gás cede ao pistão
pistão mecanicamente é medida pelo
trabalho das forças de pressão
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA (P CONSTANTE)
DE UM GÁS IDEAL.

O trabalho realizado pela força F durante a expansão do gás, a pressão constante


(simplificadamente denominado trabalho do gás), é dado por:

(2.1)

Atendendo a equação 1.2 (), a equação 2.1 fica:

(2.2)

Atendendo que (), substituindo na equação 2.2, obtemos:

(2.3)
A PRESSÃO P É CONSTANTE, O GRÁFICO
PV, FICA:
A área é sempre positiva,
mas o trabalho W pode ser
positivo ou negativo. Observando o gráfico, calculando a
área, obtemos: , ou seja ela coincide
numericamente com o trabalho da
força de pressão durante o
deslocamento do pistão. Esta é outra
maneira de determinar o trabalho em
uma transformação isobárica.
ENERGIA INTERNA NO CASO DE UM GÁS IDEAL

A variação de energia interna de um gás ideal () é:

𝟑
𝑼 𝒊𝒏 = 𝒏𝑹 𝑻 𝒊𝒏 .
𝟐

(2.4)
A energia interna de uma dada massa de gás ideal é função somente de sua
temperatura.
PRIMEIRA LEI DA
TERMODINÂMICA

A primeira lei da Termodinâmica constitui uma


aplicação do Princípio da Conservação da
Energia para sistemas termodinâmicos. Ele
apresenta um balanço da energia que entra no
sistema e dele sai, durante uma transformação.
ATT: A primeira Lei da Termodinâmica,
embora tenha sido introduzida para um gás
ideal, é valida para qualquer sistema.

Energia trocada com o


Energia trocada com o Variação da energia interna meio exterior na forma de
meio exterior na forma de do sistema. trabalho.
calor.
 

Q
∆𝑈 W
TRANSFORMAÇÃO ISOMÉTRICA (VOLUME
CONTANTE)

O gás está aprisionado As forças exercidas no pistão pelas moléculas do


em um cilindro, de gás não causam deslocamento e, portanto, não há
forma que o pistão variação de volume (), consequentemente não
não se pode mover. haverá trabalho (W=0)

Pela primera lei: , sendo W=0, temos:


(2.6) , como ()
(2.7)
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA (PRESSÃO
CONTANTE)
O gás recebe energia na forma de
calor (Q), mas cede energia ao A temperatura e a energia interna
meio exterior na forma de trabalho aumentam porque a quantidade de calor
(W). Uma parte aumenta a energia que o gás recebe é maior que a quantidade
interna do gás (pois ). de trabalho que ele cede ao meio exterior.

A primeira lei pode ser escrita de forma completa: , como (),


então:
(2.8)
TRANSFORMAÇÃO ISOTÉRMICA (TEMPERATURA
CONTANTE)
Embora não ocorra variação de
temperatura do gás, isto não quer O gás ideal, recebe calor do meio exterior e
dizer que em uma transformação devolve integralmente esta energia ao meio
isotérmica não haja troca de calor. exterior na forma de trabalho.

A primeira lei pode ser escrita de forma completa: , como (),


então:
(2.11)
TRANSFORMAÇÃO ADIABÁTICA (Q=0)

Como a transferência de calor é, em geral,


Uma transformação é chamada um processo bastante lento, se produzirmos
adiabática quando não ocorrem transformações muito rápidas, elas poderão
trocas de calor entre o gás ser consideradas adiabáticas, já que não
(sistema) e o meio exterior. haverá tempo suficiente para ocorrerem
trocas de calor.

A primeira lei pode ser escrita de forma completa: , como (), então:
(2.12)
Durante uma transformação adiabática, as pressões e os volumes ocupados pelo
gás guardam a seguinte relação:
(2.13)
Onde: (coeficiente de Poisson).
Assim podemos escrever:
(2.14)
Se pode também concluir numa transformação adiabática que:
= (2.15)

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