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ESTUDO DOS GASES

1. Os gases

a) Bulk: Nome dado à matéria em grossa, formada por um número grande de moléculas.

b) Compressão: É o ato de reduzir o volume de uma amostra de gás, devido ao espaço


livre presente entre as moléculas de gás.

O fato dos gases serem facilmente compressíveis e preencherem o espaço


disponível sugere que suas moléculas estão muito afastadas umas das outras e em
movimento aleatório constante.

c) Variáveis do estado: O estado físico da amostra de uma substância, sua condição


física, é definido por suas propriedades físicas. Duas amostras da mesma substância que
têm as mesmas propriedades físicas estão no mesmo estado. As variáveis necessárias
para especificar o estado de um sistema são a quantidade de substância (número de
mols) que ele contém, n, o volume que ele ocupa, V, a pressão, p, e a temperatura, T.

2. Pressão

A origem da força exercida por um gás é a sequência incessante de colisões das


moléculas com as paredes do recipiente. As colisões são tão numerosas que elas
exercem uma força efetivamente constante, que se manifesta como uma pressão
constante.

a) Definição: é a força exercida pelo gás dividida pela área, sobre a qual a força é
exercida. Sua unidade de pressão é Pascal (1kg.m -s-2 = 1 Pa).

Se dois gases estiverem em recipientes separados tendo uma parede móvel comum (um
“pistão”), o gás com a pressão mais alta tenderá a comprimir o gás (ou seja, reduzir o
volume do gás) com a pressão mais baixa. A pressão do gás que tem maior pressão
diminuirá à medida que ele se expande e a do outro gás aumentará à medida que ele é
comprimido. Os dois atingirão um estado em que as duas pressões são iguais e não há
mais tendência de a parede móvel se deslocar. Esta igualdade entre as pressões que são
exercidas sobre as duas faces da parede móvel corresponde a um estado de equilíbrio
mecânico entre os dois gases. A pressão de um gás é, portanto, uma indicação da
condição de ele estar em equilíbrio mecânico com outro gás, estando os dois gases
separados por uma parede móvel.
b) Barômetro: Equipamento que mede a pressão. O mais antogo é o equipamento
enventado por Torricelli, que consistia numa capsula com mercúrio preenchido em seu
interior, medindo a taxa de variação de altura correlacionada a pressão. Neste caso, se
faz P=dgh, onde d é a densidade do líquido e h a altura da lâmina de mercúrio.

A pressão de um gás, a força que o gás exerce dividida pela área em que ela se
aplica, surge do impacto de suas moléculas.

c) Temperatura: A pressão de um gás, porém, pode ser usada para se construir uma
escala de temperatura do gás perfeito que é independente da natureza do gás. A escala
do gás perfeito é idêntica à escala de temperatura termodinâmica. Na escala de
temperatura termodinâmica, as temperaturas são simbolizadas por T e normalmente
dadas em kelvins, (K; não ºK). As escalas de temperatura termodinâmica e Celsius estão
relacionadas pela expressão exata:

3. Lei dos gases

a) Lei de Boyle (Isoterma): Para uma quantidade fixa de gás a temperatura constante, o
volme é inversamente proporcional à sua pressão.

p1V1 = p2V2

b) Lei de Charles (Isóbara): O volume de uma quantidade fixa de gás sob pressão
constante varia linearmente com sua temperatura.
V1 / T1 = V2 / T2

c) Princípio de Avogrado: Nas mesmas condições de temperatura e pressão, um


determinado número de moléculas de gás ocupa o mesmo volume, independente de sua
identidade química.

V = n.Vm

Onde o volume molar de todos os gases é de cerca de 22 L∙mol - em 0°C e 1 atm (STP).

c) Lei dos Gases Ideiais: Sendo a quantidade e a temperatura constantes, PV é


constante. Se a pressão e a quantidade de gás são constantes, o volume é proporcional a
n. Logo:

pV = nRT

Onde R é a constate dos gases, sendo o seu valor universal. Sendo R = 8,314 J.K -.mol-
ou 0,082 L.atm.K-.mol-.

A lei dos gases ideias, pV=nRT, resume as relações entre pressão, volume,
temperatura e a quantidade de matéria de um gás ideal e é usada para avaliar o
efeito das mudanças nestas propriedades. Ela é um exemplo de lei-limite (válida
dentro de certos limites, neste caso quando p ----> 0).

O princípio de Avogadro é normalmente expresso na forma “volumes iguais de gases


diferentes nas mesmas condições de temperatura e pressão contêm o mesmo número de
moléculas”. O princípio de Avogadro deve ser considerado um princípio e não uma lei
(uma compilação de resultados experimentais), pois ele depende da validade de um
modelo, neste caso, da existência de moléculas.

Embora atualmente não existam dúvidas a respeito da existência de moléculas, ele ainda
é mais um princípio baseado em um modelo do que uma lei

d) Aplicação da lei dos gases ideias: Conhecida como a lei dos gases combinada, usa a
Lei dos Gases Ideais quando duas os mais variáveis são alteradas.

Exemplo: Em certo processo industrial, o nitrogênio é aquecido a 500 K num vaso


de volume constante. Se o gás entra no vaso a 100 atm e 300 K, qual a sua pressão
na temperatura de trabalho, se o seu comportamento for o de um gás perfeito? Que
temperatura teria a mesma amostra se a sua pressão fosse de 300 atm?
Resolução: Esperamos que a pressão final seja maior que a inicial devido ao aumento da
temperatura. A lei do gás perfeito na forma pV/nT = R implica que, se as condições
mudam entre dois conjuntos de valores, então, como pV/nT é igual a uma constante, os
dois conjuntos de valores estão relacionados pela “lei combinada dos gases”. Essa
expressão é facilmente reescrita de modo a exprimir a grandeza desconhecida (neste
caso p2 ) em função das grandezas conhecidas. O cancelamento do volume (pois V1 =
V2 ) e do número de mols (pois n1 = n2 ) em cada lado da expressão da lei combinada
dos gases leva a:

p1/T1 = p2/T2 .: p2 = (T2/T1) x p1 .: p2 = (500/300) x 100 .: p2 = 167 atm

Para descobrir a temperatura (T2) do sistema numa condição de pressão à 300 atm,
temos:

p1/T1 = p2/T2 .: T2 = (p2/p1) x T1 .: T2 = (300/100) x 300 .: T2 = 900 K

4. Volume molar e a densidade dos gases

a) Conições normais ambientes de temperatura e pressão (CNATP): Em 298,15 K e 1 bar,


as condiçoes usadas para relatar dados químicos, o volume molar de um gás idel é 24,79
L.mol-.
b) STP: Significa standard temperature and pressure, que traduzido significa temperatura
e pressão padrão. Neste caso, significa exatamente 0°C e 1 atm (valores exatos), as
condições que eram usadas para relatar os dados e que ainda são vistas em alguns
cálculos. Nas STP, o volume molar de um gás ideal é 22,41 L∙mol -.

A explicação molecular da lei de Boyle considera que, se uma amostra de gás for
comprimida à metade do seu volume, atingirão as paredes, num certo intervalo de
tempo, duas vezes mais moléculas do que antes da compressão. Como resultado, a
força média sobre as paredes dobra. Assim, quando o volume for reduzido à metade, a
pressão do gás fica duplicada e pV é uma constante.

A lei de Boyle se aplica a todos os gases, independentemente da sua natureza


química (desde que a pressão seja baixa), porque em pressões baixas as moléculas
estão tão afastadas umas das outras que não exercem influência entre si; logo, as
moléculas deslocam-se independentemente. A explicação molecular da lei de Charles
reside no fato de que a elevação da temperatura de um gás aumenta a velocidade
média das suas moléculas. As moléculas então colidem com as paredes com mais
frequência e também com maior impacto.

c) Densidade: A lei dos gases ideais também pode ser usada para estimar a densidade
ou a massa molar dos gases.

Exemplo: Um balão cheio tem volume de 10,0 L ao nível do mar, a 1 atm e 25ºC. Ao
subir até uma certa altitude, a pressão e a temperatura caem a 0,5 atm e -10ºC.
Calcule o número de moles de gás no balão e o volume na altitude final. Qual é a
razão entre as densidades do gás antes e depois da ascensão?

Resolução: Considerando que o número de moles de gás no balão não se altera e que o
gás se comporta idealmente, sabemos que pV/T = nR = constante:

Conferindo este valor, usando as condições em altitude para o cálculo:


Finalmente, para calcular a razão entre as densidades:

5. Mistura dos gases

O problema que aparece ao se tratar de uma mistura gasosa é o de determinar a


contribuição que cada componente da mistura traz para a pressão total da amostra. A
pressão parcial, p1 , de um gás J em uma mistura (qualquer gás, não apenas um gás
perfeito) é definida como:

Em que xJ é a fração molar do componente J, a quantidade de J expressa como uma


fração do número total de mols, n, da amostra:

a) Lei de Dalton: Quando todos os gases são perfeitos, a pressão parcial também é a
pressão que cada um dos gases exerceria se ocupasse, sozinho, na mesma temperatura
da mistura, o volume total da mistura. Este formulção empírica ajudou a fundamentar essa
lei, que diz:

A pressão exercida por uma mistura de gases é a soma das pressões que cada um
deles exerceria se ocupasse sozinho todo o recipiente.

Exemplo: A composição do ar seco em porcentagem ponderal (isto é, em massa),


ao nível do mar, é aproximadamente 75,5% de N 2 , 23,2% de O2 e 1,3% de Ar. Qual é
a pressão parcial de cada componente quando a pressão total é igual a l,20 atm?

Resolução: As quantidades de cada tipo de molécula presentes em 100 g de ar, em que


as massas de N2 , O2 e Ar são 75,5 g, 23,2 g e 1,3 g, respectivamente, são:
O total é de 3,45 mol. As frações molares são obtidas dividindo-se cada uma das
quantidades anteriores por 3,45 mol. A seguir, as pressões parciais são então obtidas
multiplicando-se a fração molar pela pressão total (1,20 atm):

pN2 = (2,69/3,45) x 1,2 = 0,936 atm


pO2 = (0,72/3,45) x 1,2 = 0,252 atm
pAr = (0,03/3,45) x 1,2 = 0,012 atm

As pressões parciais servem para descrever a composição de um gás úmido. Por


exemplo, a pressão parcial do ar úmido em seus pulmões é:

Em um recipiente fechado, que é uma boa aproximação para um pulmão, a água se


vaporiza até que sua pressão parcial alcance certo valor, chamado de pressão de vapor. A
pressão parcial da água na temperatura normal do corpo é 47 Torr. Em um dia típico, a
pressão total ao nível do mar é 760 Torr. Logo, a pressão nos seus pulmões devida a
todos os gases, exceto o vapor de água, é 760 - 47 Torr = 713 Torr.

6. Estequiometria dos gases em reações

O diagrama abaixo estende as estratégias de estequiometria de modo a incluir o volume


de um gás. O exercício resolvido em seguida nos mostra o cálculo da massa de uma
substância necessária para a reação com um dado volume de gás.

Exemplo: O dióxido de carbono gerado pelos tripulantes na atmosfera de


submarinos e espaçonaves deve ser removido do ar, e o oxigênio, recuperado.
Grupos de projetistas de submarinos investigaram o uso do superóxido de
potássio, KO2 , como purificador de ar, porque esse composto reage com o dióxido
de carbono e libera oxigênio.
Calcule a massa de KO2 necessária para a reação com 50. L de dióxido de carbono
em 25°C e 1,0 atm.

Resolução: O volume de 50 L nas condições normais corresponde a cerca de 2 mols de


CO2, e a estequiometria da equação indica que cerca de 4 mols de KO 2 seriam
necessários. Como a massa molar do KO 2 é de cerca de 70 g∙mol-1 , você pode suspeitar
que a resposta estará perto de 280 g.

Encontrando a relação estequiométrica entre CO 2 e KO2 obtida da equação química,


temos que:

Encontrando a massa molar de KO 2, temos que: [39,10 + 2(16)] g.mol -1 = 71,10 g.mol-
Convertendo o volume de CO2 em massa de KO2:

A resposta, 290 g, está próxima dos 280 g que antecipamos.

Nota:

O volume molar (na temperatura e pressão especificadas) é usado para converter a


quantidade de um reagente ou produto de uma reação química em um volume de
gás.

7. Teoria cinética dos gases

A lei dos gases ideais prevê como esses gases devem se comportar, mas não explica as
razões para este comportamento. A teoria cinética molecular oferece as bases teóricas
para compreender como os gases reagem a variações de pressão, volume ou
temperatura. Este modelo baseia-se nas seguintes hipóteses:

• Os gases são constituídos por um número elevado de partículas (moléculas ou átomos


individuais) de massa m que estão em movimento contínuo e aleatório.
• O volume efetivamente ocupado por estas partículas é desprezível, comparado ao
volume total no qual o gás está contido. Outra maneira de expressar este princípio é
considerar que os diâmetros das partículas são muito menores que a distância média
percorrida por elas entre duas colisões sucessivas.

• As interações intermoleculares (atrativas ou repulsivas) são desprezíveis.

• Os choques entre as moléculas ou com as paredes do recipiente são elásticos, ou seja,


não há dissipação de energia. A energia cinética média das moléculas não varia com o
tempo, se a temperatura permanecer constante.

• A energia cinética média das moléculas é proporcional à temperatura absolut

a) Difusão e efusão dos gases: A difusão é a dispersão gradual de uma substância em


outra substância (expansão dos perfumes e dos feromônios ). A efusão é a fuga de um
gás para o vácuo através de um orifício pequeno (gás está separado do vácuo por uma
barreira porosa), escapando por meio das abertura porque ocorrem mais “colisões” com o
orifício do lado de alta pressão do que do lado de baixa pressão e, consequentemente,
passam mais moléculas da região de alta pressão para a região de baixa pressão do que
na direção oposta.

b) Lei de Graham: A velocidade de efusão (em termos dos números ou das quantidades
de moléculas) é proporcional à velocidade média das moléculas do gás porque ela
determina a velocidade com que as moléculas se aproximam do furo. Se esta lei fosse
escrita para dois gases, A e B, com massas molares M A e MB e uma equação fosse então
dividida pela outra, as constantes de proporcionalidade se cancelariam e o resultado
seria:

Como os tempos necessários para que as mesmas quantidades (em números ou mols de
moléculas) das duas substâncias efundam por uma pequena abertura são inversamente
proporcionais às velocidades com que efundem, o tempo necessário para determinada
substância efundir através de um orifício é diretamente proporcional à raiz quadrada de
sua massa molar. Portanto, a seguinte expressão é equivalente à:
Como a velocidade de efusão é diretamente proporcional à velocidade média das
moléculas, pode-se deduzir que: A velocidade média das moléculas de um gás é
proporcional à raiz quadrada da temperatura. Como a velocidade média das moléculas de
um gás é proporcional à raiz quadrada da temperatura e inversamente proporcional à raiz
quadrada da massa molar, segue-se que:

c) Pressão e a velocidade das moléculas: A partir das poucas hipóteses do modelo


cinético, mostramos na Justificativa vista a seguir que a pressão e o volume de um gás
estão relacionados pela expressão abaixo.

na qual M = mNA é a massa molar das moléculas de massa m e v rvqm é a raiz quadrada da
média dos quadrados das velocidades, v, das moléculas:

Como uma molécula com a componente da velocidade v x pode cobrir uma distância vxΔt
sobre o eixo dos x, no intervalo de tempo Δt, todas as moléculas que estiverem até uma
distância vxΔt de uma parede, deslocando-se em sua direção, colidirão com essa parede.
Assim, se a parede tem área A, todas as partículas no volume A × v xΔt atingirão essa
parede (se estiverem se movimentando na sua direção). A densidade numérica das
partículas é dada por nNA/V, em que n é a quantidade total de moléculas no recipiente de
volume V e NA é o número de Avogadro. Portanto, o número de moléculas no volume
AvxΔt é (nNA/V) × AvxΔt.

Em um instante qualquer, a metade das moléculas está se deslocando para a direita e a


outra metade para a esquerda. Assim, o número médio de colisões com a parede no
intervalo de tempo Δt é dado por A variação total de momento no intervalo de tempo Δt é
igual ao produto desse número pela variação 2mvx:
A expressão resultante pode ser rearranjada após cancelar n:

Exemplo: As moléculas do ar colidem constantemente com o seu rosto. Com que


rapidez elas estão se movendo durante a colisão? Calcule a raiz quadrada da
velocidade quadrática média das moléculas de nitrogênio em 20°C.

Resolução: A temperatura é 293 K e a massa molar de N 2 é 28,02 g∙mol-1(que


corresponde a 2,802 3 1022 kg·mol -1). Aplicando a fórmula da velocidade das moléculas
de uma gás perfeito, teremos um resultado conforme o cáculo abaixo.

O modelo cinético dos gases é coerente com a lei dos gases ideais e produz uma
expressão para a raiz quadrada da velocidade quadrática média das moléculas. A
raiz quadrada da velocidade quadrática das moléculas de um gás é proporcional à
raiz quadrada da temperatura.

d) Distribuição das velocidades de Maxwell: Também é chamada de distribuição de


Maxwell- -Boltzmann em reconhecimento à contribuição teórica de Ludwig Boltzmann
para sua formulação. No entanto, em um gás real, as velocidades das moléculas
individuais cobrem um amplo intervalo e as colisões entre as moléculas
redistribuem continuamente essas velocidades entre as moléculas. É possível que,
antes de uma colisão, uma determinada molécula esteja se deslocando rapidamente e
que depois de uma colisão ela seja acelerada para uma velocidade ainda maior, sendo
diminuída em uma próxima colisão.

Podemos usar a distribuição de Maxwell–Boltzmann para o cálculo da velocidade média,


vmédia, das moléculas de um gás:
Podemos obter a velocidade mais provável, vmp, a partir da localização do pico da
distribuição:

As moléculas de todos os gases têm uma ampla faixa de velocidades. Quando a


temperatura cresce, a raiz quadrada da velocidade quadrática média e a faixa de
velocidades aumentam. A faixa de velocidades é descrita pela distribuição de
Maxwell.

8. Gases reais

Os gases comuns, que são chamados de gases reais, têm propriedades diferentes das
preditas pela lei dos gases ideais. Estas diferenças podem ser usadas para sugerir
modificações na descrição de um gás ideal de modo que sejam aplicadas em pressões
mais elevadas.

a) Fator de compressão (Z): a razão entre o volume molar do gás real e o volume molar
de um gás ideal nas mesmas condições. Os desvios do comportamento ideal estão
relacionados à existência de forças intermoleculares, isto é, atrações e repulsões entre
moléculas.

Os gases reais são formados por átomos ou moléculas sujeitos a atrações e


repulsões intermoleculares. As atrações têm um alcance maior do que as
repulsões. O fator de compressão é uma medida da intensidade e do tipo de forças
intermoleculares. Quando Z>1, as repulsões intermoleculares são dominantes e
quando Z<1, as atrações dominam.

b) Equação do virial: O comportamento dos gases reais que não obedecem à lei dos
gases ideiais preciso ser descrito matematicamente para permitir predições mais precisas.
Sendo assim, um procedimento utilizado para estender a lei dos gases ideais a gases
reais é expresso pela Equação do viriail. Os coeficientes B,C,...presentes nesta equação
são chamados de segundo coeficiente do virial, terceiro coeficiente do virial e assim
por diante.
Estes coeficientes dependem da temperatura e são determinados pelo ajuste dos dados
experimentais à equação vivirial.

c) Equação de van der Waals: Embora a equação do virial possa ser usada para a
obtenção de predições acuradas das propriedades de um gás real quando os coeficientes
do virial são conhecidos na temperatura de interesse, ela não é muito informativa sem
análises prévias muito complexas. Uma equação menos acurada, porém mais fácil de
interpretar, foi proposta pelo cientista holandês Johannes van der Waals. A equação é

Os parâmetros de van der Waals independentes da temperatura, a e b, são


característicos de cada gás e são determinados experimentalmente. O parâmetro a
representa o papel das atrações e, por isso, é relativamente grande para moléculas que
se atraem fortemente e para moléculas grandes com muitos elétrons.

d) A expressão Z em função de a e b: Para um gás ideal, a e b são iguais a zero e Z=1.


Quando a contribuição atrativa (a) é pequena, o segundo termo à direita pode ser
negligenciado. Quando a contribuição repulsiva (b) é considerável, o denominador no
primeiro termo é menor do que 1 e o primeiro termo é maior do que 1. O resultado é que
quando as repulsões dominam, Z>1. Por outro lado, quando a contribuição repulsiva é
pequena (b é pequeno) e a contribuição atrativa é grande (a é grande), o primeiro termo à
direita está perto de 1 e o segundo termo à direita o reduz significativamente. O resultado
é que as atrações dominam quando Z<1.

Exemplo: Alguns investigadores estão estudando as propriedades físicas de um


gás a ser usado como refrigerante em uma unidade de ar-condicionado. Como os
fluidos refrigerantes são usados em temperaturas baixas e pressões altas, eles não
podem ser tratados como gases ideais. Uma tabela de parâmetros de van der Waals
mostra que para certo refrigerante a=16,4 bar∙L 2 ∙mol-2 e b=8,4 x 10-2 L∙mol-1 . Estime
a pressão obtida quando 1,50 mol ocupa 5,00 L em 0°C.

Um gás ideal, nas mesmas condições, tem pressão igual a 6,81 bar, logo, a pressão
“real” (pelo menos a calculada com a equação de van der Waals) de 5,51 atm é
inferior, como antecipam.
ANEXO – EQUAÇÕES CHAVES

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