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TERMOMETRIA

1. DEFINIÇÃO DE TERMOMETRIA
Através do tato podemos distinguir um corpo quente de um frio, por meio dele podemos
colocar em ordem vários corpos, por exemplo, do mais frio para o mais quente.
Podemos verificar, entretanto, que essa avaliação não é exata para determinar a temperatura
de um corpo.
Isto é, um corpo pode parecer quente para a mão que estava a uma temperatura mais baixa e
frio para outra que permaneceu em temperatura mais elevada.
Investigando microscopicamente um corpo, observou-se que seu estado de aquecimento influi
no estado de agitação de suas partículas, tornando-se mais acentuado à medida que vai vicando
mais quente.

TEMPERATURA: medida do nível de agitação térmica das partículas ou medidas do


nível da energia térmica por partícula de um corpo ou sistema físico.

EQUILÍBRIO TÉRMICO

Quando dois corpos, A e B, com temperaturas θA e θB iguais estão em contato térmico, diz-se
que estão em equilíbrio térmico.

EQUILÍBRIO TÉRMICO: temperaturas iguais, isto é, mesmo nível de agitação térmica;


não significa mesma energia térmica.

Corpo A Corpo B
θA θB

θA = θB  A e B estão em equilíbrio térmico.

LEI ZERO DA TERMODINÂMICA:

Essa lei nos diz que:


Se dois corpos, A e B, estiverem em equilíbrio térmico com um terceiro corpo, C, então A e B também
estão em equilíbrio térmico entre si. Esta conclusão é conhecida como Princípio n° Zero da
Termodinâmica ou Lei zero da Termodinâmica.

A
A

C θA = θ B

B B

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TERMÔMETROS

Os aparelhos que permitem medir a temperatura de um corpo são chamados termômetros.


O termômetro mais comum é o de mercúrio contido num recipiente de vidro graduado que tem
um bulbo de paredes finas ligado a um tubo capilar.

Quando a temperatura do termômetro se eleva, o mercúrio expande-se e sobe pelo tubo


capilar.
A cada altura da coluna de mercúrio associa-se uma temperatura.
O estrangulamento no tubo capilar evita a descida do mercúrio, permitindo a leitura da
temperatura máxima atingida pelo termômetro.

EQUAÇÃO TERMOMÉTRICA

Podemos relacionar a temperatura de um corpo com a propriedade termométrica através da


função do 1° grau
T = aG + b
Em que:
a e b são constantes e a # 0.
G é a grandeza termométrica.
t é a temperatura.
Essa função é denominada equação termométrica.

Exemplo
Num termômetro de mercúrio a altura da coluna líquida é de 4cm e 29cm, quando a temperatura
assume os valores 0°C e 100°C, respectivamente.
a) Qual a equação termométrica desse termômetro na escala Celsius?
b) Qual a temperatura quando a coluna de mercúrio atingir a altura de 15 cm?

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EXERCÍCIOS

1. Quando bulbo de um termômetro de gás, a volume constante, está imerso no gelo fundente, a
pressão do gás é 51,3cm de Hg. Em presença de água em ebulição, sob pressão normal, a
pressão do gás passa a 70,3cm de Hg. Calcule a temperatura em 0C, quando a pressão do gás for
80cm de Hg.

2. A tabela ao lado apresenta resultado de duas leituras feitas por medidor de temperatura em 0F,
que relaciona a temperatura com a altura da coluna de mercúrio.

a) Determine a equação termométrica desse medidor.

b) Determine a temperatura quando a altura da coluna é 25c.

Leitura Temperatura (0F) Altura


1ª 10 unidades 5cm
2ª 90 unidades 45cm
3. Num laboratório de termometria, um técnico calibrou um termômetro de mercúrio de modo que a
medida da altura da coluna, sob pressão normal, era de 5cm, quando em equilíbrio com o gelo
fundente em água, e de 25cm, quando em contato com água em ebulição. Determine, em
centímetros, a altura da coluna do termômetro num ambiente de 250C.

4. O gráfico indica a temperatura em 0C e a altura da coluna de mercúrio registrada por um medidor


de temperatura. Determine a equação termométrica desse medidor.

t0C

30

6 h(cm)

ESCALAS TERMOMÉTRICAS

Uma escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos, onde cada


desses valores está associado a uma temperatura.

Para a graduação das escalas foram escolhidos, para pontos fixos, dois fenômenos que se
reproduzem sempre nas mesmas condições: a fusão do gelo e a ebulição da água, ambos sob
pressão normal.
1.° Ponto Fixo: corresponde à temperatura de fusão do gelo, chamado ponto do gelo.
2.° Ponto fio: corresponde a temperatura de ebulição da água, chamado ponto do vapor.

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RELAÇÕES ENTRE AS ESCALAS TERMOMÉTRICAS

Exemplo

Transformar 35 0C em 0F.
Resolução:

C F – 32 35 F – 32
5 9 5 9

F=95°F

EXERCÍCIOS

5. A temperatura em uma sala de aula é 25°C.


Qual será essa temperatura na escala Fahrenheit?

6. Sabendo que o nitrogênio líquido ferve a 77 K, determine sua temperatura de ebulição na escala
Celsius.

7. Uma pessoa está com a temperatura de 99,5°F. Determine sua temperatura na escala Celsius.

8. Ao medir a temperatura de um gás, verificou-se que a leitura era a mesma, tanto na escala
Celsius como na Fahrenheit.
Qual era essa temperatura?

9. Transformar 104°F para escala Celsius e Kelvin.

10. Certa escala termométrica A assinala 40°A e 100°A quando a escala Celsius assinala para essas
temperaturas os valores 10°C e 30°C, respectivamente. Calcule as temperaturas correspondentes
ao ponto do gelo e ao ponto de vapor na escala A.

11. (UNIMEP-SP) Numa das regiões mais frias do mundo, o termômetro indica -76 °F. Qual será o
valor dessa temperatura na escala Celsius?

12. Determine a temperatura da


questão anterior na escala Kelvin.

13. (ITA-SP) Ao tomar a temperatura de um paciente, um medico só dispunha de um termômetro


graduado em graus Fahrenheit. Para se precaver, ele fez antes alguns cálculos e marcou o
termômetro a temperatura correspondente a 42°C (temperatura critica do corpo humano). Em que
posição da escala do seu termômetro ele marcou essa temperatura?

14. (Belas Artes-SP) Numa escala termométrica X, a temperatura do gelo fundente corresponde a -
80°X e a da água em ebulição, a 120°X. Qual a temperatura absoluta que corresponde a 0°X?

15. Num termômetro graduado em °C ocorreu uma variação de 15 graus. Determine a variação
correspondente na escala:

a) Kelvin
b) Fahrenheit.

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16. (Cesgranrio) Dois termômetros, um Celsius e um Fahrenheit, são utilizados para medir a
temperatura de uma massa liqueda. Observa-se que o termômetro Celsius acusou um aumento
de temperatura de 45°C. Logo, de quanto foi o aumento no termômetro Fahrenheit?

17. Uma escala termométrica A criada por um aluno é tal que o ponto de fusão de gelo corresponde a
-20°A e o de ebulição da água corresponde a 30°A. Qual a temperatura Celsius em que as
escalas A e Celsius fornecem valores simétricos?

18. Uma temperatura na escala Fahrenheit é expressa por um numero que é triplo do correspondente
na escala Celsius. Determine essa temperatura em F°.

19. Determine a temperatura em °C, na qual o valor na escala Fahrenheit excede em 3 unidades o
dobro do valor na escala Celsius.

20. (Unesp –SP) Quando uma enfermeira coloca um termômetro clínico de mercúrio sob a língua de
um paciente, por exemplo, ela sempre aguarda algum tempo antes de fazer a sua leitura. Esse
intervalo de tempo é necessário:

a) para que o termômetro entre em equilíbrio térmico como o corpo do paciente.


b) para que o mercúrio, que é muito pesado, possa subir pelo tubo capilar.
c) para que o mercúrio passe pelo estrangulamento do tubo capilar.
d) devido à diferença entre os valores do calor específico do mercúrio e do corpo humano.
e) porque o coeficiente de dilatação do vidro é diferente do coeficiente de dilatação do mercúrio.

21. temperatura de um gás é de 127oC que, na escala absoluta, corresponde a:


a) 146 K
b) 200 K
c) 300 K
d) 400 K
e) 450 K

22. ACK-SP) Um viajante, ao desembarcar de um avião no aeroporto de Londres, verificou que a


temperatura indicada em termômetro era 14oF. A indicação dessa temperatura em um termômetro
graduado na escala Celsius é:
a) -5 oC
b) -10 oC
c) -15 oC
d) -20 oC
e) -25 oC

23 .(UECE) Uma estudante de enfermagem observa que a temperatura de certo paciente variou, num
período, de 5 oC. A variação corresponde na escala Fahrenheit será de:
a) 4 oF
b) 9 oF
c) 12 oF
d) 13 oF
e) 18 oF

24. (MACK-SP) Um pesquisador dispõe de um termômetro C, de alta precisão, calibrado na escala


Celsius, e um termômetro F, defeituoso, calibrado na escala Fahreinheit. Para o ponto de gelo, o
termômetro F assinala 30 oF e, quando o termômetro C indica 40 oC, o F indica 106 oF. O ponto de
vapor no termômetro F corresponde a:
a) 220 oF
b) 212 oF
c) 200 oF
d) 100 oF
e) 76 oF

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DILATAÇÃO TÉRMICA

Ao se elevar a temperatura de um corpo, geralmente há um aumento nas suas dimensões,


pois aumentando-se a agitação térmica, as moléculas irão distanciar-se uma das outras. Esse
fenômeno é conhecido como dilatação térmica.

DILATAÇÃO TÉRMI CA:


AUMENTO DE MAIORES DISTANCIAS AUMENTO DAS

TEMPERATURA ENTRE AS MOLÉCULAS DIMENSOES

O fenômeno inverso é conhecido como contração térmica. Quando se estuda, didaticamente,


a variação de uma única dimensão, estuda-se a dilatação linear; de duas dimensões, a dilatação
superficial e de três dimensões, a dilatação volumétrica.

DILATAÇÃO LINEAR

É aquela em que predomina a variação em uma única dimensão, ou seja, o comprimento.


Exemplo: dilatação em fios, cabos e barras.
Para estudarmos a dilatação linear, consideremos uma barra de comprimento inicial Li à
temperatura inicial ti.
Aumentando a temperatura da barra para tf seu comprimento passa a Lf

Em que ∆ L = Lf - Li é a variação de comprimento, isto é, a dilatação linear da barra, na


variação de temperatura ∆ t f – ti .
Experimentalmente, verificou-se que:
1) ∆ L é diretamente proporcional ao comprimento inicial Li.
2) ∆ L é diretamente proporcional à variação de temperatura ∆ t.
3) ∆ L depende do material que constitui a barra.

A partir dessas relações, podemos escrever:

∆ L = Li  ∆ t

Vê-se, em dias quentes, que os cabos de eletricidade das ruas “criam barrigas” maiores do
que em dias frios. Esse é um dos efeitos do fenômeno da dilatação térmica.

Para se evitar o rompimento de estruturas como as pontes metálicas, uma de suas


extremidades é apoiada sobre cilindros, permitindo que se desloquem na direção horizontal, quando
a temperatura se eleva.

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Baseando-se no que foi visto:
a) Por que há intervalos (vãos) entre os trilhos consecutivos de uma ferrovia?
b) Qual é a finalidade da utilização de ripas de madeira ou de asfalto, em calçadas de ruas,
quando pavimentadas com concreto (cimento)?
c) Por que uma xícara pode se rachar quando nela se coloca água muito quente?

A tabela que segue apresenta os valores médios dos coeficientes de dilatação linear de alguns
materiais sólidos.

Material C-1) Material C-1)

Cobre 17 x 10-6
Porcelana 3 x 10-6 Latão 19 x 10-6
Vidro pirex 3 x 10-6 Alumínio 22 x 10-6
Vidro comum 8 x 10-6 Zinco 26 x 10-6
Platina 9 x 10-6 Chumbo 27 x 10-6
Ferro 12 x 10-6

DILATAÇÃO SUPERFICIAL

É aquela em que predomina a variação em duas dimensões, ou seja, a área. Consideremos


uma placa de área inicial Ai à temperatura inicial ti. Aumentando a temperatura da placa para tf sua
área passa para Af .

A experiência mostra que ∆A é proporcional a Ai e ∆t; logo:

∆A = Ai  ∆t

Em que  é o coeficiente de dilatação superficial do material que constitui a placa.

EXERCÍCIOS:

31. Considere uma chapa de ferro, circular, de raio 10 cm, a 10oC. A chapa é aquecida até 210 oC. Se
o coeficiente de dilatação linear do ferro é 1,2 . 10-5 oC-1 calcule a variação da área nesse intervalo de
temperatura.

32. (OSEC-SP) Uma chapa metálica sofre um aumento de área de 0,06% ao ser aquecida de 100 oC.
Calcule o coeficiente de dilatação linear desse material, em oC-1.

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33. Uma chapa quadrada de ferro tem 1 metro de lado a 10 oC. Sabendo que Fe = 24.10-6oC, calcule
a área dessa placa num local cuja temperatura é de 30oC.

34. Uma chapa tem área de 2m 2 a 0oC. Aquecendo-a até 80oC sua área aumenta de 0,4cm 2. Calcule
o coeficiente de dilatação superficial do material que constitui a placa.

35. Um círculo de aço, homogêneo, de raio 10cm e coeficiente de dilatação linear 1,2 . 10 -5oC-1 tem
sua temperatura alterada de 10oC para 110oC. Calcule a dilatação superficial sofrida pelo círculo
nessa variaçào de temperatura. Adote  = 3,14.

36. Uma placa de aço tem um furo circular de 2cm 2 de área de área a 10oC. Determine a área do
orifício se a placa for aquecida a 1010oC, sabendo que o coeficiente de dilatação linear do aço é 11 .
10-6oC-1.

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA

A dilatação é denominada volumétrica quando ocorre variação das três dimensões de um


corpo: comprimento, largura e espessura.
Com o aumento da temperatura, o volume do cubo da figura sofre um aumento ∆ ∆V, tal que:

∆V = Vi ∆t Vi= Volume inicial

Vf = Volume Final
∆V = Variação de Volume (dilatação volumétrica)

DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS

Os sólidos possuem forma própria e volume definido, mas os líquidos têm somente volume
definido. Assim, o estudo da dilatação térmica dos líquidos é feita somente em relação à dilatação
volumétrica. Esta obedece a uma lei idêntica à dilatação volumétrica. Esta obedece a uma lei idêntica
à da dilatação volumétrica de um sólido, ou seja, a dilatação volumétrica (∆V) de um líquido é:
- diretamente proporcional ao volume inicial (V0) do líquido;
- e diretamente proporcional à variação de temperatura (∆T).
Como a dilatação depende do tipo de líquido, escrevemos:

∆ V = V0γ • ∆T

Nessa expressão,  representa o coeficiente de dilatação real do líquido, dado em oC-


A tabela a seguir apresenta o coeficiente de dilatação real de alguns líquidos:

Líquido  (oC-1) Líquido  (oC-1)


Água 1,3 . 104 Benzeno 10,6 . 104
Mercúrio 1,8 . 104 Álcool etílico 11,2 . 104
Glicerina 4,9 . 104 Acetona 14,9 . 104

Na prática, ao medir a dilatação de um líquido, observamos que ele se encontra dentro de um


recipiente sólido, que também sofre dilatação. Por isso, a nossa medição corresponde a um valor
aparente, menor do que o real.
Gravura 6

8
vreal
Vap . ..............
V0 ..........

T0 T T
(a) (b) (c)

(a) Líquido dentro de um recipiente à temperatura T0


(b) Conjunto aquecido à temperatura T>T0 : líquido e recipiente se dilatam.
(c) Dilatação do líquido, supondo-se que o recipiente não se dilate.

Verificamos, então, que a dilatação real de um líquido corresponde à dilatação aparente do líquido
acrescentada da dilatação volumétrica do recipiente:
∆ Vreal = ∆ Vaparente + ∆ Vrecipiente

De acordo com a lei da dilatação volumétrica, escrevemos:

V0 • ∆T = V0 ap •∆T +V0  rec •

Exercícios

37. Um posto de gasolina recebeu 2000 litros desse líquido a 30 oC. Quando vendeu, a temperatura
média da gasolina havia baixado para 20oC. Sendo 1,1 . 10-3 oC-1 o coeficiente de dilatação média da
gasolina, calcule o prejuízo do posto, em litros.

38. Um líquido é aquecido de 0oC a 50oC, verficando-se na escala do frasco de vidro que o volume
passa de 500cm3 para 525cm3. Sendo Yvidro = 1 . 10-5, detremine o coeficiente de dilatação real do
líquido.

39. Um recipiente de vidro tem a 0oC o volume interno de 800cm3 e está completamente
cheio de um certo líquido. Aquecendo-se o recipiente a 70 oC, há um extravassamento de
8,40cm3 do líquido. Sendo Yvidro = 3 . 10-5oC-1, calcule:
a) o coeficiente de dilatação volumétrica aparente do líquido.
b) c coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido.

40. Um vasilhame de alumínio em capacidade incial de 1L, contendo glicerina, é levado ao


fogo. Quando o sistema sofre uma variação de temperatura de 40 oC, a glicerina passa a
ocupar todo o volume disponível. Sabendo que o coeficiente de dilatação volumétrica do
alumínio é de 50 . 10 -6 oC-1 e o da glicerina é de 500 . 10 -6 oC-1, calcule o volume incial da
glicerina e expresse o resultado em 10-2 L com apenas 2 algarismos sgnificativos.

41. A massa específica do mercúrio é de 13,6g/cm 3 a 0oC, e seu coeficiente de dilatação


térmica volumétrica 18 . 10-5 oC-1. Calcule a massa específica do mercúrio a 111oC.

ANOMALIA DA ÁGUA

Em países onde os invernos são rigorosos, muitas pessoas deixam suas torneiras
gotejando para não permitir que a água continua no encanamento se congele, devido ao
pequeno fluxo, e os canos arrebentem. Do mesmo modo, nas encostas rochosas desses
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países, com a chegada do inverno, as águas que se infiltraram nas rachaduras congelam-se
e aumentam de voluma, provocando um desmoronamento.
(uma garrafa cheia de água dentro de um freezer se quebra quando congela, pois o gelo
ocupa um volume maior que a água.).

Em regra geral, ao se elevar a temperatura de uma substância, verifica-se uma dilatação


térmica.
Entretanto, a água, ao ser aquecida de 0oC a 4oC, contrai-se , constituindo-se uma
exceção ao caso geral. Esse fenômeno pode ser explicado da seguinte maneira:
No estado sólido, os átomos de oxigênio, que são muito eletronegativos, unem-se aos
átomos de hidrogênio através de uma ligação denominada ponte de hidrogênio. Em
conseqüência disso, entre as moléculas, forma-se grandes vazios, aumentando o volume
externo (aspecto macroscópico).
Quando a água é aquecida de 0oC a 4oC as pontes de hidrogênio rompem-se e as moléculas
passam a ocupar os vazios antes existentes, provocando, assim, uma contração. Portanto,
no intervalo de 0oC a 4oC, ocorre, excepcionalmente, uma diminuição no volume. Mas, de
4oC a 100oC, a água dilata-se normalmente.
Os digramas ilustram o comportamento do volume e da densidade em função da
temperatura.

A FÍSICA NO COTIDIANO

Em regiões de inverno rigoroso, quando a temperatura fica abaixo de 0 oC, os lagos e


rios congelam apenas na superfície. Isso ocorre porque o gelo, menos denso que a água,
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situa-se na superfície e funciona como isolante térmico, permitindo que a água abaixo
permaneça a 40C, portanto líquida e mais densa.

.
Outro exemplo de isolamento térmico verifica-se nos iglus, feitos com blocos de gelo, o que
possibilita um ambiente aquecido no seu interior para o conforto dos esquimós.

CALORIMETRIA

Energia térmica e calor


Sabemos que um corpo é constituído de partículas em constante movimentação. A
essa agitação das partículas se associa uma energia cinética média, que recebe o nome de
energia térmica. Quanto maior a temperatura de um corpo, maior a agitação de suas
partículas e, portanto, maior sua energia térmica.
Quando dois corpos, a temperaturas diferentes entre si, são colocados em contato, a
energia térmica transfere-se espontaneamente do corpo de maior temperatura para o de
menos temperatura. Essa energia térmica em trânsito, provocada por uma diferença de
temperatura, é denominada calor.

A quantidade de calor (Q) representa a quantidade de energia que é trocada entre


dois corpos em contato quando há diferença de temperatura entre eles.
Somente no século XIX o calor passou a ser entendido como uma forma de energia.
Antes disso, era relacionado à sua capacidade de elevar a temperatura da água, sendo
medido em caloria (cal),definida como:

Caloria é quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 1g de água de


14,5 C para 15,5oC.
o

Calor é a quantidade térmica e trânsito, entre dois corpos ou sistemas, decorrente


apenas da existência de uma diferença de temperatura entre eles.

No Sistema Internacional de unidades a unidade de quantidade de calor é joule (J).


A relação entre caloria e joule é:
1cal = 4,186J
Podemos utilizar também em múltiplo de caloria chamado quilocaloria.
1kcal = 1000cal

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Exercícios:

42. Quantas calorias uma massa de 500 gramas de água a 90 oC deve perder para que sua
temperatura passe a 200C?

43. Que quantidade de calor desprende um litro de água ao passar de 80oC para 15oC?

44. O gráfico representa o aquecimento de 100gr de uma substância.


a) qual o calor específico da substância?

b) qual a capacidade térmica da substância?


45. O gráfico representa a variação da temperatura de um corpo sólido, em função do tempo,
ao ser aquecido por uma fonte que libera energia a uma potencia constante de 150cal/min. A
massa do corpo é de 100g. determine o seu calor especifico, em cal/g •°C.

46.ç um aquecedor dissipa 800W de potencia utilizada totalmente para aquecer 1kg de água,
cuja temperatura inicial é de 20 /C. dado: 1 cal =4J.

a) Qual a energia absorvida pela água em 1 min?


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b) Quanto tempo deve funcionar o aquecedor atinja a temperatura de 100°C?

CALOR SENSÍVEL

No estudo do calor sensível necessário para produzir uma variação de temperatura


num corpo de massa m, observamos que a quantidade de calor (Q):
- é diretamente proporcional à massa m do corpo, para uma mesma variação de
temperatura;
- é diretamente proporcional à variação de temperatura, mantendo-se constante a massa m
do corpo.
- depende do tipo de material; uma mesma quantidade de calor, fornecida a dois corpos de
mesma massa, mas constituídos de materiais diferentes, provoca variações de temperaturas
diferentes.
Resumindo, podemos escrever:
Q = mc . ∆ T
A constante c é uma característica do material e recebe o nome de calor específico;
sua unidade usual é cal/g . oC. A tabela a seguir apresenta o calor específico de algumas
substâncias.

Substancia C (cal/g•°C) Substancia C (cal/g•°C)


Água 1,0 Gelo 0,55
Alumínio 0,22 Latão 0,094
Areia 0,20 Mercúrio 0,033
Cobre 0,093 Ouro 0,032
Chumbo 0,031 Prata 0,056
Estanho 0,055 Vapor (água) 0,48
Ferro 0,11 Vidro 0,20

C=

Observações:
1a) A água é uma das substâncias que apresentam maios calor específico.
2a) O calor específico depende do estado físico da substância . Exemplo: água, gelo e vapor
de água.
3a) Em nosso curso, o calor específico será considerado constante; na realidade, porém, ele
depende da temperatura e da pressão.

CAPACIDADE TÉRMICA DE UM CORPO.

É o quociente entre a quantidade de calor Q recebido ou cedido por um corpo e a


correspondente variação de temperatura ∆ t.

C= Q a C = mc c =
∆t
A unidade de capacidade térmica é cal/oC.
A capacidade térmica de um corpo representa a quantidade de calor necessária para
que a temperatura do corpo varie de 1oC.

Exercícios:

13
47. Transforme 20kcal em joule. Dado 1cal = 4,18J.

48. Transforme 8000J em caloria. Adote 1cal = 4,18J.

49. Qual a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 200 gramas de
cobre de 25oC para 70oC? O calor específico do cobre é igual a 0,093cal/g . oC

50. O calor específico do ferro é igual a 0,110cal/ g . oC, após ter cedido 500cal.

51. Sabendo que o calor específico do ferro é de aproximadamente 0,1cal/g . oC, calcule a
quantidade de calor para elevar de 15oC a temperatura de um pedaço de 80 gramas desse
material.

52. Um corpo de massa igual a 10Kg recebeu 20kcal, e sua temperatura passou de 50 oC
para 100oC.

53. Fornecendo-se uma energia de 91,98J a um bloco de 50 gramas de uma liga de


alumínio, sua temperatura varia de 20oC a 22oC. Determine o calor específico desse
material. Adote 1cal = 4,2J

54. Um bloco de alumínio com 600g de massa deve ser aquecido de 10 oC até 150oC. Sendo
de 0,22 cal/g . oC o calor específico do alumínio, calcule:

a) a quantidade de calor que o bloco deve receber;


b) a sua capacidade térmica.

55. Quantas calorias perderá a massa de dois quilogramas de água, quando sua temperatura
baixar de 50oC para 20oC?

56. (PUC-PR) Um corpo de massa 300g é aquecido através de uma fonte cuja potência é
constante e igual a 400 calorias por minuto. O gráfico ilustra a variação da temperatura num
determinado intervalo de tempo. Pede-se o calor específico da substância que constitui o
corpo.

57. Tem-se 1kg de um líquido a 20oC, cujo valor específico vale 0,4 cal/g . oC.
a) Que temperatura terá ao perder 2 kcal de calor?
b) Qual é o equivalente em água do líquido?

CALOR LATENTE

Verifica-se, experimentalmente, que a quantidade de calor latente (Q) recebida ou


cedida por um corpo para mudar de fase é diretamente proporcional à sua massa (m), ou
seja:
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Qm
Q = L• m ou Q=m•L

A constante de proporcionalidade (L) é o calor latente de mudança de fase da


substância que constitui o corpo.
O calor latente L = Q/m é uma grandeza característica da mudança de fase da
substância. Sua unidade usual é cal/g e, no SI, J/kg.
O número que define o calor latente corresponde à quantidade de calor que se deve fornecer
ou retirar de uma massa unitária de substância para fazê-la mudar de fase, sem alterar a
sua temperatura.
Os calores latentes de mudança de fase da substância água são:
Calor latente de fusão: LF = 80 cal/g
Calor latente de vaporização: Lv = 540 cal/g
Calor latente de solidificação: Ls = - 80 cal/g
Calor latente de condensação: Lc = - 540 cal/g

SINAL DE QUANTIDADE DE CALOR LATENTE


Os valores positivos dos calores latentes correspondem às mudanças de fase que
ocorrem com ganho de calor, como na fusão e vaporização; portanto:
Q > 0 os negativos correspondem a mudanças de fase que ocorrem com perda de calor,
como na solidificação e condensação, sendo Q < 0.

Observação
O esquema seguinte representa as mudanças de fase de uma substância:

Uma mudança de fase só ocorre em condições apropriadas de pressão e temperatura. A


fusão e a solidificação só ocorrem na temperatura de fusão ou Ponto de Fusão (P.F.).
A vaporização e a condensação, na temperatura de vaporização ou ponto de Ebulição (P.E.).

PRINCIPIO DA IGUALDADE DAS TROCAS DE CALOR

Quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados próximos
um do outro ou em contato, eles trocam calor entre si até atingir o equilíbrio térmico.
Se o sistema não trocar energia com o ambiente, isto é, for termicamente isolado,
teremos:
.

15
Note que a quantidade de calor cedida por A é igual, em valor absoluto, à quantidade
de calor recebida por B.
Se tivermos n corpos, teremos:
Q1+ Q2 + Q3 + ... + Qn = 0
A quantidade de calor recebida por uns é igual à quantidade de calor cedida por
outros.
Quando colocamos água quente em um recipiente, a água perde calor e o recipiente
ganha até que a água e o recipiente fiquem com a mesma temperatura, isto é, até que
atinjam o equilíbrio térmico.
Se não houvesse troca de calor com o ambiente, a quantidade de calor cedida pela
água deveria ser igual à quantidade de calor recebida pelo recipiente.
Havendo troca de calor com o ambiente, quantidade de calor cedida pela água é igual
à soma das quantidades de calor absorvidas pelo recipiente e pelo ambiente.
Os recipientes utilizados para estudar a troca de calor entre dois ou mais corpos são
denominados calorímetros.
Os calorímetros não permitem perdas de calor para o meio externo, isto é, são
recipientes termicamente isolados.

Exemplo 2:
Um calorímetro de capacidade térmica 8 cal/oC contém 120g de água a 15oC. Um
corpo de massa x gramas e temperatura 60 oC é colocado no interior do calorímetro .
Sabendo-se que o calor específico do corpo é de 0,22 cal/g . oC e que a temperatura de
equilíbrio térmico é de 21,6oC, calcular x.
Resolução:
Formando a tabela:

m c tf ti
Calorímetro 8 21,6 15
Água 120 1 21,6 15
Corpo X 0,22 21,6 60

Pelo princípio das trocas de calor, temos:

Qcalorímetro + Qágua + Qcorpo = 0


mc (tf –ti) + mc (tf + ti) + mc (tf – ti) = 0
8(21,6 -15) + 120 (21,6 -15) + 0,22x (21,6 – 60) = 0
52,8 + 792 – 8,448x = 0
- 8,448x = - 8,448
x = 100g

Resposta:
A massa do corpo é de 100g

Exercícios

53. Um calorímetro ideal contém 80g de água a 20 oC. Um corpo de 50g de massa a 100 oC é
colocado no interior do calorímetro. Sabendo que o calor específico da água é de 1cal/g . oC
e que o equilíbrio térmico ocorre a 30 oC, determine o calor específico da substância que
constitui o corpo.

54. Um calorímetro contém 90 oC de água à temperatura ambiente de 25 oC. Coloca-se em


seu interior um bloco de ferro de massa 100g e temperatura de 90 oC. Atingido o equilíbrio
16
térmico, o termômetro acusa 30oC. Sabendo que os calores específicos da água e do ferro
são, respectivamente, 1,00cal/g . oC, calcule a capacidade térmica calorímetro.

55. Um calorímetro de cobre tem massa de 200g e contém 680g de água, inicialmente a
20oC. Um corpo de alumínio tem massa de 500g e está inicialmente a100 oC. Introduz-se o
corpo de alumínio no calorímetro. Desprezando as trocas de calor com o ambiente, calcule a
temperatura do equilíbrio térmico. Dados ccu = 0,1 cal/g . oC e cA1 = 0,2 cal/g . oC.

56. Um calorímetro de capacidade térmica 14 cal/g oC contém 260 gramas de óleo a 25oC.
Colocando-se 200grams de chumbo à temperatura de 150oC no calorímetro, verifica-se que
a temperatura de 150oC no calorímetro, verifica-se que a temperatura de equilíbrio térmico é
de 30oC. Dado cóleo = 0,5cal/g . oC, calcule o calor específico do chumbo.

57. Duzentos gramas de água a 80 oC são misturados com cem gramas de água a 20 oC em
um recipiente. Se não houvesse troca de calor com o ambiente, a fonte quente forneceria x
calorias à fonte fria. Nas condições do experimento, a mistura perde o equivalente a 15% de
x. Qual é o valor da temperatura final da mistura?

CURVA DE AQUECIMENTO

Fornecendo-se, continuamente, calor a m gramas de qualquer substância, inicialmente


na fase sólida, ocorrerão no processo as seguintes etapas, pela ordem:
1a) Aquecimento na fase sólida, desde a temperatura inicial T 0 até a sua temperatura de
fusão P.F.
2a) Fusão da substância (na temperatura constante do seu P.F).
3a) Aquecimento na fase líquida, da temperatura de fusão P.F. até a sua temperatura de
vaporização (ebulição) P.E.
4a) Vaporização da substância (na temperatura constante do seu P.E.)
5a) Aquecimento na fase gasosa, da temperatura de vaporização P.E. até a temperatura
final T.
Essas etapas, colocadas em diagrama de temperatura de fusão de quantidade de
calor absorvida, correspondem à curva de aquecimento da substância.

Para se calcular as quantidades de calor absorvidas pela substância, deve-se levar


em conta os trechos em que há variação da temperatura (quantidade de calor sensível) ou
mudança de fase (quantidade de calor latente). Assim:

17
Exercícios resolvidos:

Tem-se uma massa de 200gramas de uma substância, inicialmente a -5 oC. Calcule a


quantidade total de calor que se deve fornecer para se atingir 90 oC. Esboce a curva de
aquecimento do processo
Dados de substância:
Ponto de fusão: PF = 5oC
Ponto de ebulição: = 80oC
Calor específico na fase sólida: cs = 2 cal/g . oC
Calor específico na fase líquida: cL = 0,8 cal/g . oC
Calor específico na fase gasosa: cv = 1,5 cal/g . oC
Calor latente de fusão: LF = 10 cal/g
Calor latente de vaporização: Lv = 25 cal/g

Resolução:
m = 200g
T0 = - 5oC
T = 90oC

Pelos dados do exercício, verifica-se que inicialmente a substância está na fase sólida (T 0
abaixo do P.F.) e no final do processo, na fase gasosa (T acima do P.E.). Assim, a
quantidade total de calor (Qt) será a soma das seguintes estapas:

Curva de aquecimento: pelos cálculos anteriores, têm-se:


Qs = 4kcal; QL = 2kcal; Qs’ = 12 kcal; QL’ = 5kcal; Qs” = 3kcal.

18
O diagrama representa trecho da curva de aquecimento de um corpo de 100g, onde o
patamar representa sua vaporização.
Determine:
a) o calor específico da substância no estado líquido;
b) o calor latente de vaporização da substância.

Exercícios:

58. Tem-se massa de 100 gramas de gelo inicialmente a – 20 oC. Calcule a quantidade total
de calor que se deve fornecer ao gelo para transformá-lo em 100 gramas de vapor de água a
120oC. Esboce a curva de aquecimento do processo.

Dados da substância água:


Ponto de fusão: P.F = 0oC
Ponto de ebulição: P.E. = 100oC
Calor específico do gelo: cg = 0,5 cal/g . oC
Calor específico da água: ca = 1 cal/g . oC
Calor específico do vapor: cv = 0,48 cal/g . oC
Calor latente da fusão do gelo: LF = 80 cal/g
Calor latente de vaporização da água: Lv = 540 cal/g

59. O diagrama representa trecho da curva de aquecimento de uma substância de 200


gramas, onde o patamar representa a fusão.
.
19
0(°C )

60

20

0 8 16 20 Q(kcal)

Determine:
a) o calor latente de fusão da substância;
b) o calor específico da substância no estdo líquido.

60. (UNI-RIO) O gráfico representa a variação da temperatura de um corpo em função da


quantidade de calor a ele fornecido. Sabendo-se que a massa do corpo é de 110g e que este
se econtra, inicialmente, na fase sólida, calcule:

a) o calor latente relativo à mudança de fase do corpo;


b) a capacidade térmica do corpo na fase sólida.
T(°C)

50

0 200 3500 Q(cal)

61. (Fuvest-SP) O gráfico representa a variação, com o tempo, da temperatura de um


sistema constituído por um pedaço de gelo de 500g a -10oC.
.

Temperatura (°C)

10

0 5 85 90 t(s)

-10

a) Descreva o estado físico do sistema entre os instantes 5 s e 85 s.


b) Se o calor específico do gelo é de 0,50 cal/g . oC, calcule a quantidade de calor
absorvida pelo gelo entre os instantes 0 e 5 s.

62. (Fatec-SP) O gráfico abaixo representa a variação da temperatura sofrida por


determinada massa de água contida num recipiente, em função do tempo, durante uma
experiência. Sabendo-se que a água absorve calor a uma razão constante de 1080 cal/min,
determine a massa de água contida no recipiente:
a) no início da experiência (t = 0)
b) no final da experiência (t = 20 min).
Dados: calor específico da água = 1 cal/g . oC; calor latente de vaporização da água = 540
cal/g.
20
Temperatura (°C)

100

75

50

25

0 5 10 15 20 Tempo (min)

DIAGRAMA DE ESTADO

Denomina-se diagrama de estado o gráfico da pressão em função da temperatura de


uma substância.
1o caso: substância que diminui de volume ao se fundir
2o caso: substância que aumenta de volume ao se fundir

Observe que, conforme a pressão e a temperatura da substância, ela pode se


apresentar nos estados: sólido, líquido ou gasoso.
Um ponto da curva de fusão representa as condições de existência dos estados sólido
e líquido; da mesma forma, um ponto da curva de vaporização representa as condições de
coexistência dos estados líquido e gasoso.
O ponto T chamado ponto triplo representa as condições de temperatura e pressão
para as quais os estados sólido, líquido e gasoso coexistem em equilíbrio.
Os gráficos mostram que podemos variar o estado físico de uma substância através
de variações de pressão, de temperatura ou de ambos.
Suponha, por exemplo, uma substância no estado A (PA, tA) da figura.

21
Essa substância, inicialmente no estado sólido, poderá passar ao estado líquido das
seguintes maneiras:
a) diminuindo-se a pressão (pApB), mantendo-se a temperatura constante (tA);
b) aumentando-se a temperatura (tAtC) e mantendo-se a pressão (pA);
c) aumentando-se a temperatura (tAtD) e diminuindo-se a pressão (pApD).

GÁS E VAPOR

A partir de uma determinada temperatura, característica de cada substancia,


denominada temperatura critica (tc), não pode mais ocorrer a vaporização e a condensação.
Isto é, para uma temperatura maior, que a temperatura critica, a substancia encontra-
se sempre no estado gasosos, qualquer que seja o valor da pressão.
O diagrama ilustra o exposto.

Através da temperatura critica podemos estabelecer a diferença entre gás e vapor.


Gás: é a substancia que, na fase gasosa, se encontra em temperatura superior à sua
temperatura critica e que não pode ser liquefeita por compressão isotérmica.
Vapor: é a substancia que, na fase gasosa, se encontra em temperatura abaixo de
sua temperatura critica e que pode ser liquefeita por compressão isotérmica.

PROPAGAÇÃO DO CALOR

22
É possível ter-se a sensação de que algo está quente mesmo que não haja contato
físico com os objetos. Por exemplo, ao aproximar a mão de uma vela acesa, ou de uma
panela que esteja sobre a chama de um fogão, ou ainda aproximando-se de uma fogueira,
pode-se sentir o calor mesmo sem tocá-las. Isso significa que o calor que emana desses
corpos a temperaturas mais elevadas pode se propagar de vários modos.

FLUXO DE CALOR

No aquecimento de um corpo, geralmente, usa-se uma fonte térmica potência


constante, isto é, a fonte fornece ao corpo uma quantidade de calor por unidade de tempo.
Assim, o fluxo de calor () que a fonte fornece de maneira constante é definido como sendo
o quociente entre a quantidade de calor (Q) que atravessa uma superfície (de área A) e o
respectivo intervalo de tempo (∆ t).

=Q
∆t

Unidades usuais: cal/s, cal/min, kcal/min, etc.


No SI, a unidade de fluxo de calor é o J/s, que corresponde à unidade de potência: W
(watt).

PROPAGAÇÃO DO CALOR

A lei geral a respeito da transmissão do calor afirma que:


O calor se propaga sempre no sentido da maior temperatura para a menor temperatura.
Esse trânsito de energia térmica pode ser processado de três modos diferentes,
conforme será estudado neste capítulo:
a) Condução térmica;
23
b) Convecção térmica;
c) Irradiação térmica.

CONDUÇÃO TÉRMICA

No processo de transmissão de calor denominado condução térmica é


imprescindível a existência de partículas, tais como átomos e moléculas, cujas vibrações são
afetadas durante o fenômeno.
CONDUÇÃO TÉRMICA: propagação de calor em que a energia térmica é transmitida de
partículas para partícula, mediante as colisões e alterações das agitações térmicas; ressalte-
se que não há somente transmissão de energia térmica.

Eis um modelo de visualização da condução térmica:

No esquema a seguir, ocorre a condução térmica da extremidade A para B:

Extremidade A de uma vareta de ferro sendo aquecida por uma chama.

CONVECÇÃO TÉRMICA
No processo de propagação de calor por convenção térmica, é necessário qua haja
o deslocamento de porções de matéria, isto é, a matéria deve fluir.
CONVECÇÃO TÉRMICA: transmissão de calor em que a energia térmica é propagada
mediante o transporte de matéria, havendo, portanto, deslocamento de partícula; logo, a
convecção é um fenômeno que só se processa em meios fluidos, ou seja, em líquidos e
gases.
A seguir, um modelo que visualiza a convecção térmica num líquido em aquecimento:

A porção inferior mais quente tem sua densidade


volumétrica diminuída, devido à dilatação; com isso, ela tende
a subir transportando a energia térmica. Ao mesmo tempo, a
porção superior mais fria desce, formando correntes
(representadas na figura) – são as denominadas correntes de
convecção.
As correntes de convecções gasosa ocorrem, por
exemplo, no interior da geladeira. O ar mais frio (próximo ao
congelador), mais denso, desce, enquanto o ar mais quente
(dos alimentos), menos denso, sobe.

24
Em regiões litorâneas, durante o dia sopram brisas marítimas e à noite, brisas terrestres
como esquematizam as figuras seguintes:

IRRADIAÇÃO TÉRMICA

Diferentemente dos dois processos de propagação de calor estudados nos segmentos


anteriores – condução e convecção – a irradiação térmica não necessita de meio material
para transmitir a energia térmica.
IRRADIAÇÃO TÉRMICA: propagação de calor em que a energia térmica é transmitida
através de ondas eletromagnéticas. A energia emitida por um corpo – ou energia radiante –
propaga-se pelo espaço (inclusive o vácuo) até atingir outros corpos.

A FÍSICA NO COTIDIANO

O brasileiro tem o costume de tomar o famoso cafezinho várias vezes ao dia. E, para
não ficar esquentando-o toda hora, utiliza a garrafa térmica, que o conserva bem quentinho
por bastante tempo.
A garrafa térmica foi idealizada por James Dewar, há um século aproximadamente.
Ela é constituída de modo a evitar os três
processos de transmissão de calor:
1. condução: evitada pelo vácuo e pela tampa
isolante;
2. convecção: evitada pelo vácuo;
3. irradiação: evitada pelas paredes espelhadas
que refletem as radiações, tanto de dentro para
fora como vice-versa.

O ESTUDO DOS GASES

Os gases são constituídos de pequenas partículas denominadas moléculas que se


movimentam desordenadamente em todas as direções sentidos.
O estado de um gás é caracterizado pelo valor de três grandezas físicas: o volume V,
a pressão p e a temperatura T, que são denominadas variáveis de estado de um gás.
O volume de um gás corresponde ao volume do recipiente que o contém; a pressão
de um gás é devida aos choques das suas moléculas contra as paredes do recipiente, e sua
temperatura mede o grau de agitação de suas moléculas.

25
Em geral, a variação de uma dessas variáveis de estado provoca alteração em pelo
menos uma das outras variáveis, apresentando o gás uma transformação e
conseqüentemente um estado diferente do inicial.

LEIS DAS TRANSFORMAÇÕES DOS GASES


Para simplificação do estudo dos gases adota-se um gás hipotético, o gás perfeito ou
ideal, que segue rigorosamente as leis dos gases e mantém-se sempre no estado gasoso.
Os gases reais apresentam um comportamento que mais se aproxima do gás perfeito quanto
maior for sua temperatura e menos sua pressão.
a) Lei de Boyle-Mariotte.
Esta lei rege as transformações isotérmicas de um gás, isto é, aquelas que se processam à
temperatura constante.
A lei de Boyle-Mariotte pode ser enunciada da seguinte forma:
À temperatura constante, a pressão de um gás é inversamente proporcinal ao seu
volume, ou seja, p . V = constante

Considere uma seringa de injeção mantida à temperatura constante, com seu bico
tapado, contendo um volume V1 de um gás sujeito a pressão p1. Se a pressão for dobrada,
pela lei de Boyle-Mariotte, o volume reduz-se à metade.

P1 . V1 = p2 . V2 p1V1 = 2 . p 1 . V1
2
A representação gráfica da pressão em função do volume é uma hipérbole chamada

isoterma.
Com o aumento de temperatura, o produto p . V torna-se mais alto e as isotermas se afastam
da origem dos eixos.

Exemplo:
O gráfico ilustra uma isoterma de uma certa quantidade de gás que é levaado do
estado A para o estado C. Determinar:
26
a) o volume do gás no estado B.
b) a pressão do gás no estado C.

Resolução:
a) Como no gráfico a curva representada é uma isoterma, trata-se de uma transformação
à temperatura constante.
PA = 8atm
Estudo A
VA = 4

PB =4atm
Estudo B
VB = ?

Pela lei de Boyle-Mariotte, temos:


PA . V A = p B . V B
Substituindo
8 . 4 = 4 . VB
VB = 8 litros

PC = ?
b) Estado C
VC = 16

Pela lei de Boyle-Mariotte, temos:


pA . VA = pC . VC

Substituindo
8 . 4 = pC . 16
pC = 2atm

Respostas:
a) VB = 8 litros. b) pC = 2atm.

27
LEI DE GAY-LUSSAC

Esta lei rege as transformações isobáricas de um gás, isto é, aquelas que se


processam sob pressão constante, e cujo enunciado pode ser:

À Suponha
pressão constante, o volume e a temperatura absoluta
umade um gás são diretamente
proporcionais, ou seja: V = constante.
T

móvel, sujeito a uma pressão constante p exercida pela atmosfera.

Com o aquecimento do sistema, as moléculas do gás de agitam mais rapidamente


aumentando o número de choques contra as paredes do recipiente, deslocando o êmbolo
móvel para cima até que haja um equilíbrio entre a pressão interna e externa agindo sobre o
êmbolo. Para a lei de Gay-Lussac:

A representação gráfica de uma transformação isobárica é uma reta:

LEI DE CHARLES

28
Esta lei diz respeito às transformações isocóricas ou isométricas, isto é, aquelas que
se processam a volume constante, cujo enunciado é o seguinte:

A volume constante a pressão de uma determinada massa de gás é diretamente


proporcional a sua temperatura absoluta, ou seja: p = constante
T

Desta maneira, aumentando a temperatura de um gás a volume constante, aumenta a


pressão que ele exerce, e diminuindo a temperatura, a pressão também diminui.
Teoricamente, ao cessar a agitação térmica das moléculas a pressão é nula, e atinge-se o
zero absoluto (- 273,15oC).
A representação gráfica da transformação isométrica é uma reta:

EQUAÇÃO GERAL DOS GASES PERFEITOS

Quando as três variáveis de estado de uma determinada massa de gás, pressão,


volume e temperatura, apresentarem variações, utiliza-se a equação geral dos gases que
engloba todas as transformações vistas anteriormente.

Exemplo 1
Certa massa de gás, sob pressão pA = 2,0 atmosferas, ocupa um volume V A = 3,0 litros à
temperatura de TA = 27oC.
Determinar:
a) o volume VB do gás, à temperatura TB = 500K, após sofrer uma transformação
isobárica.
b) A pressão pC do gás a sofrer, a volume constante, um abaixamento de temperatura
até TC = 250K.
c) A temperatura TD do gás, quando sua pressão triplicar (pD = 3 . pC) e seu volume
reduzir-se à metade (VD = VC/2).
Resolução:
a) VA = 3,0 L
PA = 2,0 atm
29
TA = 27oCTA = 273 + 27 = 300K

VB = ?
pB = pA = 2,0atm
TB = 500k
Como é a transformação isobárica, podemos aplicar a lei de Gay-Lussac:

Va = VB = 3,0 = VB
TA TB 300 500
VB = 5,0 litros

VB = 5,0 VC = VB = 5,0
PB = 2,0atm pc = ?
TB = 500K TC = 250K

Como é uma transformação isométrica podemos aplicar a lei de Charles:

Pela equação geral dos gases:

Respostas:
a) VB = 5,0L b) pC = 1,0atm c) TD = 375K.

Exemplo 2
Determinada massa de gás está num estado inicial definido por: p A = 4,0atm; VA = 12,0
litros e TA = 27oC.
Comprime-se o gás isometricamente até que a pressão se reduza à metade. Em
seguida, a temperatura do gás é aumentada até 127oC, à pressão constante.
a) Qual o volume final ocupado pela massa de gás?
b) Faça o gráfico que representa as transformações
sofridas pelo gás num diagrama da pressão em
função do volume.
Resolução:
30
a) 1a transformação – compressão isométrica:
pA = 4,0 atm.
VA = 12,0 L
TA = 27oC TA = 27 + 273 = 300K

.
Aplicando a lei de Boyle-Mariotte:
p A . V A = pB . V B
4,0 . 12 = 2,0 . VB
VB = 24,0 litros

2a transformação – expansão isobárica:


pB = 2,0atm
VB = 24,0 L
TB = 300K
PC = 2,0atm
VC = ?
TC = 127oCTC = 127 + 273 = 400K

Aplicando a lei de Gay-Lussac:

Respostas:
a) 32,0 litros. b) Vide resolução.

Exercícios:

63. Um recipiente contém 6,0 litros de gás sob pressão de 3,0 atmosferas. Sem alterar a
temperatura, qual o volume quando a pressão do gás for de 0,6atm?

64. Certa massa de gás sofre transformação do estado A para o estado B, conforme indica a
figura. Determine a temperatura TA.

31
65. Dentro de um botijão existe determinada massa de gás ocupando o volume de 5 litros a
300K e sob pressão de 6 atmosferas. O botijão é esfriado até 200K. Determine a pressão
final, supondo invariável o volume do botijão.

66. Considere uma massa de gás à temperatura de 0 oC, pressão de 4,0 atm e volume de 6
litros. A massa de gás é comprimida isotericamente até a pressão seja 2,0 atm. Em seguida,
a temperatura do gás é aumentada até 77 oC, numa transformação isobárica. Determine o
volume final da massa de gás.

67. Uma certa massa de gás, inicialmente no estado 1, é levada, por transformações
sucessivas, até o estado 3, conforme indica o diagrama. Determine:
a) T1 b) V1

68. Um gás perfeito a 27oC sofre uma expansão isométrica de A para B, caindo sua pressão
a 1/5 do valor inicial. Determine, para o estado B, o volume, a pressão e a temperatura do
gás.

69. Determinada massa de gás sofre as transformações indicadas no diagrama da pressão


em função do volume. Determine as temperaturas nos estados B e C.

32
70. (UFRJ) Um pneu de bicicleta é rapidamente inflado com ar até a pressão de 3,0 atm. No
final do processo, a temperatura do ar do pneu é de 50 oC, enquanto a temperatura ambiente
é de 20oC. Considere o volume do pneu constante e o ar nele contido como um gás ideal.
Calcule a pressão do ar no interior do pneu quando o equilíbrio térmico com o meio ambiente
for restabelecido.

71. (FAAP-SP) A 27oC, um gás ideal ocupa 500 cm3. Que volume ocupará a – 73oC, sendo a
transformação isobárica?

72. (FAAP-SP) Um gás, inicialmente a oC e a pressão atmosférica normal, deve ter seu
volume duplicado enquanto a pressão permanece a mesma. A que temperatura isso

ocorrerá?

73. (EEM-SP) Um gás perfeito sofre uma expansão, duplicando o seu volume, a pressão
constante, partindo do seguinte estado inicial: pressão p = 4,00 . 10 3 . Pa, volume V = 30,0
dm3 e temperatura T = 250K. Calcule a temperatura do gás no estado final. Desenhe as
curvas representativas da transformação nos diagramas pressão-volume, pressão-
temperatura e volume-temperatura.

74. (OSEC-SP) Volumes iguais de gases nas mesmas condições de temperatura e pressão:
a) contém o mesmo número de moléculas.
b) possuem a mesma densidade.
c) possuem a mesma massa.
d) possuem o mesmo potencial de ionização.
e) nenhuma resposta é correta.

75. (UEPG-PR) 2,56 . 103 g de oxigênio, cuja molécula grama é de 32,0g, ocupam 82,0 litros
de volume num recipiente à temperatura de -23 oC. Sendo dado R = 0,082 atm . L/mol . K, a
pressão no interior do recipiente terá um valor de:

a) 200,0 atm
b) 20,0 atm
c) 0,2 atm
d) 0,02 atm
e) n.d.a.

76. (Cesesp-PE) O volume molar de gás perfeito vale 22,4 litros à temperatura de 0 oC e
pressão de 1 atm. O volume do mesmo gás à temperatura de 27 oC e à pressão de 76 cmHg
será, em litros:

a) 25,4
33
b) 22,6
c) 24,6
d) 23,4
e) 26,2

77. (MACK-SP) Um gás perfeito a 27 oC tem volume de 2000 cm3 e pressão 0,9 atm.
Comprimindo isotericamente essa massa gasosa até que seu volume seja reduzido de 10%,
a sua pressão passa a ser:
a) 0,8 atm
b) 1,0 atm
c) 1,2 atm
d) 1,8 atm
e) 2,0 atm

78. (FEI-SP) O balão da figura contém um gás ideal à temperatura de 27 oC, ocupando um
volume de 2 L. Um tubo em forma de U, contendo mercúrio, tem um dos extremos conectado
ao balão e outro extremo aberto para o ar. Nestas condições, os pontos A e B estão em um
mesmo nível. Aquecendo-se o gás até 127oC, observa-se que a superfície livre do mercúrio
sobe 7 cm. Sabendo-se que a pressão atmosférica local é de 76 cmHg, qual é, em litros, o
volume aproximado do gás a 127oC?

a) 3,23
b) 3,05
c) 2,67
d) 2,25
e) 2,14

79. (PUC-SP) Sabe-se que um gás mantido num recipiente fechado exerce determinada
pressão, conseqüente ao choque das moléculas gasosas contra as paredes do recipiente. Se
diminuirmos o volume do recipiente e mantivermos constante a temperatura, a pressão do
gás:

a) aumentará.
b) diminuirá.
c) não sofrerá alteração.
d) dependendo do gás, aumentará ou diminuirá.
e) N.d.a.

80. (Unifenas-MG) Um gás perfeito, a uma pressão de 10 atm, ocupa um volume a 4 litros.
Ele sofre uma transformação isométrica e seu volume atinge 10 litros. A nova pressão
exercida pelo gás é de:

a) 4 atm
b) 25 atm
c) 100 atm
d) 10 atm
e) 250 atm

81. (MACK-SP) Num recipiente fechado e indeformável, temos 1 mol de oxigênio (M = 16g)
sob determinadas condições de temperatura e pressão. Introduzindo-se mais 80g de
oxigênio nesse recipiente e mantendo-se constante a temperatura, a pressão do gás:

a) reduz à metade da inicial


34
b) dobra
c) aumenta 5 vezes
d) aumenta 6 vezes
e) mantém-se constante

82. (UCS-RS) Uma certa massa gasosa ideal sofre uma transformação a volume constante,
conhecida como lei de Charles. Sua pressão inicial é de 1 atmosfera e sua temperatura
passa de 400K para 500K. A pressão da massa gasosa passa para:

a) 0,80 atm
b) 1,25 atm
c) 1,50 atm
d) 1,70 atm
e) 1,80 atm

83. (Fafeod-MG) Numa transformação isobárica, a temperatura absoluta de um gás ideal é


proporcional:

a) à sua massa
b) à sua densidade
c) à pressão exercida pelo gás
d) ao seu número de mols
e) ao volume ocupado pelo gás

84. (UCS-RS) Um recipiente de volume constante contém um gás perfeito à temperatura de


327oC. Se a temperatura passa ao valor de -73 oC, o quociente entre as pressões inicial e
final vale:

a) 3
b) 2
c) 1/3
d) 1/2
e) 1

EQUAÇÃO DE CLAPEYRON

Pressão (p), volume (V) e temperatura absoluta (T) são as variáveis de estado que
caracterizam o estado de um gás perfeito.
Qualquer equação que relacione pelo menos duas dessas três grandezas denomina-
se equação de estado de um gás.

A equação matemática que envolve as três variáveis, simultaneamente, é denominada


equação de Clapeyron:

P . V = n. R. T

Onde n é o número de mols do gás e R é a constante universal dos gases perfeitos.

Sendo n = m/M, pode-se escrever a equação de Clapeyron da seguinte maneira:

p.V = m . R. T
M
35
Atenção: A constante R não é uma característica particular de um gás; ela depende apenas
dos valores de pressão, volume e temperatura, seno igual para todos os gases ideais.
Valores usuais de R:

Exercícios

85. Uma certa massa de um gás perfeito ocupa o volume de 49,2 L sob pressão de 3,0 atm e
temperatura de 27oC. Sendo R = 0,082 atm . L / mol . K, determine:

a) o número de mols (n) do gás;


b) a massa do gás, sendo a molécula-grama M = 28g.

86. Determine o número de moléculas de um gás que ocupa o volume de 112 L em


condições normais de temperatura e pressão. (Dados R = 0,082 atm . L mol .K)

87. Um balão com volume de 2,0 L contém 16 g de oxigênio (M = 32g) sob pressão de 1,5
atm. Determine a temperatura, em graus centígrados, do oxigênio contido no balão,
supondo-o um gás perfeito. (Dados: R = 0,082 atm ; L/mol . K)

TERMODINÂMICA

É a parte da Física que estuda as transformações entre o calor e trabalho. Calor e


trabalho estão relacionados entre si por apresentarem em comum a mesma modalidade de
energia. Vejamos seus conceitos:
Calor: energia em trânsito de um corpo para outro em virtude da diferença de temperatura
existente entre eles.
Trabalho: energia em trânsito entre dois corpos devido à ação de uma força.
As transformações entre calor e trabalho serão estudadas em sistemas formados por
recipientes contendo em equilíbrio térmico uma determinada massa de gás perfeito.

ENERGIA INTERNA
A energia interna U de um sistema é a soma de todas as energias que ele armazena
dentro de si. Essa energia é a responsável pela agitação de seus átomos ou moléculas. A
energia interna de um sistema está diretamente associada à sua temperatura.
Quando um sistema recebe uma determinada quantidade Q de calor, sofre um
aumento ∆ U de sua energia interna e conseqüentemente um aumento ∆ t de temperatura.
Assim, se:

∆ t > 0 ∆U > 0 : energia interna aumenta


∆ t < 0  ∆ U < 0: energia intera diminui
∆ t = 0  ∆ U = 0 energia interna não varia

36
TRABALHO EM UM SISTEMA

Consideremos um gás contido num cilindro provido de êmbolo. Ao se expandir, o gás


exerce uma força no êmbolo que se desloca no sentido da força.
.

O trabalho dessa força é dado por:

.Numa expansão o gás realiza um trabalho positivo sobre o meio exterior. Numa
compressão o deslocamento do êmbolo tem sentido oposto ao da força que o gás exerce
sobre o êmbolo. O trabalho é resistente. Na compressão o meio externo realiza um trabalho
negativo sobre o gás.

Num diagrama pressão x volume, o trabalho realizado pela força que o gás exerce
sobre o êmbolo é numericamente igual à área sob a curva.

Exemplo
Em um processo à pressão constante de 2,0 .105 N/m2, um gás aumenta seu volume
de 8 . 10-6m3 para 13 . 10-6m3. Calcular o trabalho realizado pelo gás.
Resolução:
37
Dados:

Resposta:
O trabalho é de 1J.

Exercícios:

88. Determine o trabalho realizado pelo gás


ideal que sofre a transformação indicada na
figura. Justifique o sinal da resposta.

89. Um gás perfeito é levado de


um ponto A para um ponto C
passando pelo ponto B, conforme
mostra o gráfico.

a) Qual é o trabalho realizado pelo


gás na transformação AB?
b) Qual é o trabalho realizado pelo
gás na transformação BC?

90. (Fatec-SP) Certa massa gasosa


sofre a transformação AB indicada no
diagrama. O trabalho realizado pelo
gás na transformação AB é de:

a) 400J
b) 800J
c) 300J
d) 200J

38
91. Num processo à pressão
constante de 4,0 .105N/m2, um
gás aumenta seu volume, de
2m3 para 5m3. Determine o
trabalho realizado pelo gás..

92. Uma massa gasosa realiza a transformação de A para B indicada pela figura ao lado.
Calcule o trabalho realizado pelo gás.

ENERGIA INTERNA DE UM GÁS

Anteriormente estudamos as leis que regem as transformações gasosas do ponto de


vista macroscópico, ou seja, as relações entre pressão, volume e temperatura. Sabemos,
entretanto, que as partículas constituintes de um gás apresentam grande movimentação,
umas mais lentas outras mais rápidas. Podemos então associar a cada partícula em energia
cinética; em ação ao centro de massa do sistema, à soma das energias cinéticas de todas as
partículas damos o nome de energia térmica. A energia cinética de um gás é dada por:

EC = nRT (T em kelvins)

Ou seja, a energia cinética de um gás depende exclusivamente de sua temperatura


absoluta.
Além da energia térmica (energia cinética) do gás, temos também uma energia
potencial associada à configuração das partículas desse gás. Assim, a soma de energia
cinética com a potencial constitui a energia interna de um gás (U).
Nos processos termodinâmicos que envolvem realização de trabalho com o emprego
de gases torna-se importante conhecera variação de energia interna (∆ U) do sistema
gasoso.
Para o caso específico de um gás ideal e monoatômico, a variação de energia interna
corresponde somente à variação de energia cinética:

∆ U = ∆ EC = nR . ∆T

Concluímos que:
- se a temperatura aumenta, a energia interna aumenta, e ∆ U > 0;
- se a temperatura diminui, a energia interna diminui, e ∆ U < 0;
- se a temperatura é constante, a energia interna é constante, e ∆ U = 0.

39
Exercícios

93. Sabe-se que 3,0 mols de um gás ideal ocupam um volume de 0,20m 3 sob pressão de 2,0
.105 N/m2. Sendo R = 8,3J/mol . K, determine:
a) a energia cinética total das moléculas do gás;
b) a variação da energia cinética total das moléculas quando o gás sofre uma variação de
temperatura de 200oC.

94. Um gás ideal monoatômico sofre uma variação de temperatura de 100 oC. Determine a
variação na energia interna do gás, supondo n = 1,0 mol e R = 8,3 J/mol . K

95. Um recipiente fechado contém um gás ideal monoatômico à temperatura de 300K. O gás
é aquecido a volume constante e a temperatura final passa a 600K.
a) O que acontece com a energia cinética do gás?
b) O que acontece com a energia interna do gás?
c) Mantendo-se a temperatura constante em 600K, abre-se uma válvula, uma parte do gás
escapa e a pressão assume novamente o valor que possuía a 300K. Nessas condições, a
energia interna aumenta, diminui ou permanece constante? Justifique.

96. Realizam-se dois experimentos com um mesmo gás ideal e monoatômico, sempre
partindo das mesmas condições iniciais.
- No primeiro, o gás é expandido até duplicar o volume, mantendo-se a temperatura
constante.
- No segundo, duplica-se a pressão sobre o gás, mantendo-se o volume constante.
Compare a variação da energia interna do gás ao final dos dois experimentos.

PRIMEIRO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

De acordo com o princípio da Conversão da Energia, a energia não pode ser criada
nem destruída, mas somente transformada de uma espécie em outra. O primeiro princípio da
Termodinâmica estabelece uma equivalência entre o trabalho e o calor trocados entre um
sistema e seu meio exterior.
Consideremos um sistema recebendo uma certa quantidade de calor Q.

Parte desse calor foi utilizado para realizar um trabalho T e o restante provocou um
aumento na sua energia interna ∆ U.
A expressão
=Q-
representa analiticamente o primeiro princípio da termodinâmica cujo enunciado pode ser:
A variação da energia interna de um sistema é igual à diferença entre o calor e o
trabalho trocados pelo sistema com o meio exterior.

Para a aplicação do primeiro princípio da Termodinâmica devem-se respeitar as


seguintes convenções:
Q > 0: calor recebido pelo sistema
40
Q < 0: calor cedido pelo sistema
T> 0: volume do sistema aumenta
T < 0: volume do sistema diminui
∆ U > 0: temperatura do sistema aumenta
∆ U< 0: temperatura do sistema diminui

Exemplo:
Sobre um sistema realiza-se um trabalho de 3000J e, em consequencia, ele fornece
500cal ao meio exterior durante o mesmo intervalo de tempo. Determine a variação da
energia do sistema. Adote 1 cal = 4,2J.
Resolução:
Dados T = -3000J (trabalho realizado sobre o sistema: compressão)
Q = -500cal (calor cedido pelo sistema)
Q = -500 x 4,2 = -2100J
A variação da energia interna é dada por;
∆ U = Q – T  ∆ U = -2100 + 3000
∆ U = 900J

Resposta:
A variação da energia vale 900J.

TRANSFORMAÇÕES GASOSAS

As transformações gasosas com aplicação da Primeira Lei da Termodinâmica.

a) TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA: transformação a volume constante.

TRABALHO NUMA TRANSFORMAÇÃO ISOCÓRICA


Numa transformação isocórica, não há variação de volume. Portanto, o trabalho é
nulo.

P
p2 r

p1

Sendo Q = ∆U + , tem-se:


∆U=Q
Numa transformação isocórica, a variação da energia interna do sistema é igual à
quantidade de calor que o sistema troca com o meio externo.

Atenção: Numa transformação isocórica, quando o sistema recebe calor, a temperatura e a


pressão aumentam; quando o sistema perde calo, a temperatura e a pressão diminuem.

41
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA: transformação a pressão constante.

TRABALHO NUMA TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA:


Sendo a pressão constante, o trabalho realizado pelo sistema, ou sobre ele, é:

p1=p2
A

0 V1 V2 V

Expansão isobárica

∆ V > 0  ∆ T> 0  ∆ U >0  Q > 


Aumenta a temperatura e aumenta a energia interna

42
Compreensão isobárica

∆ V < 0 ∆ T < 0 ∆ U < 0  Q < 

TRANSFORMAÇÃO ISOMÉTRICA: transformação a temperatura constante.

P1 . V 1 = p 2 . V 2

Se a temperatura for constante:

∆T=0 ∆U=0

Aplicando-se a Primeira Lei da


Termodinâmica: Q = ∆ U + 
Q=
Isso significa que o sistema funciona como um
conversor de energia, isto é, recebe energia
em forma de calor e cede em forma de
trabalho ou, ao contrário, recebe trabalho e cede calor.

SEGUNDO PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

O segundo princípio da Termodinâmica estabelece as condições em que é possível a


transformação de calor em trabalho, completando, dessa forma, o primeiro princípio que trata
apenas da equivalência entre calor e trabalho.
A conversão de calor e energia mecânica é conseguida por meio de uma máquina
térmica. Como exemplo de máquina térmica podemos citar as turbinas a vapor, as turbinas a
querosene que impulsionam os aviões a jato, os motores de explosão que queima gasolina,
álcool, ou diesel, ou mesmo um reator termonuclear de uma usina atômica.
Basicamente, as máquinas térmicas funcionam seguindo um mesmo esquema.

A máquina térmica operando em ciclos retira uma determinada quantidade de calor da


fonte quente, transformando parte desse calor em trabalho. A parte restante é rejeitada à
fonte fria.

43
O trabalho realizado pela máquina térmica é igual à diferença entre calor recebido e o
calor rejeitado.
O rendimento de uma máquina térmica é igual à diferença entre o calor recebido e co
calor rejeitado.
O rendimento de uma máquina térmica é definido como a razão entre o trabalho que
dela pode ser aproveitado e a quantidade de calor recebido da fonte quente.

Como nem todo calor retirado da fonte quente é transformado em trabalho, o


rendimento de uma máquina nunca pode ser 100% ( = 1), daí o enunciado:
É impossível construir uma máquina térmica que, operando em ciclo, transforme em trabalho
todo o calor recebido de uma fonte.

Exemplo:
Um motor efetua 1.0 ciclos por segundo. Em cada ciclo, ele retira 600J de uma forma quente
e rejeita 400J a uma fonte fria. Determinar:
a) o trabalho realizado pelo motor em cada ciclo.
b) O rendimento de cada ciclo.
c) A potência do motor.
Resolução:
Dados: Q1 = 600J
Q2 = 400J
a)

b) Cálculo do rendimento

44
:A potência é dada por:

d) Respostas: a) 200J b) 33% c) 2000W

CICLO DE CARNOT

Uma máquina térmica, que opera segundo o ciclo de Carnot, é considerada ideal por
ter o maior rendimento entre as máquinas térmicas. Este ciclo idealizado por Carnot consiste
em duas transformações adiabáticas alternadas com duas transformações isotérmicas.
Graficamente, fica:

A B: expansão isotérmica: o sistema transforma o calor recebido da fonte quente e trabalho.
BC: expansão adiabática: o sistema, ao realizar trabalho, sofre um abaixamento de
temperatura T1 para T2.
CD: compressão isotérmica: o trabalho realizado sobre o sistema é convertido em calor, que
é transmitido à fonte fria.
DA: compressão adiabática: o trabalho realizado sobre o sistema produz um aumento de
temperatura de T2 para T1.
Em particular, para o ciclo de Carnot foi demonstrado que o rendimento máximo
depende exclusivamente das temperaturas absolutas das fontes quente e fria.
máx = 1 – temperatura absoluta da fonte fria

temperatura absoluta da fonte quente

máx = 1 –

45
Já que as quantidades de calor trocadas com as fontes são proporcionadas às

respectivas temperaturas absolutas, temos:

Exemplo
Calcular o rendimento de um máquina térmica que opera entre as temperaturas de
27 C e 327oC executando um ciclo de Carnot.
o

Resolução:
T2 = 27 + 273 = 300K
T1 = 327 + 273 = 600K

O rendimento de uma máquina térmica que executa o cliclo de Carnot é dado por:

=1–

 = 0,5 = 50%

Resposta:
O rendimento é de 50%.

Exemplo 2:
Uma máquina térmica de Carnot recebe uma fonte quente 1000cal por ciclo. Sendo as
temperaturas das fontes quente e fria, respectivamente, 127oC e 427oC, pede-se:
a) o rendimento da máquina
b) o trabalho, em joules, realizado pela máquina em cada ciclo.
c) a quantidade de calor, em joules, rejeitada para a fonte fria.
Usar 1 cal = 4,2 J

Resolução:
Dados: T1 = 427 + 273 = 700K
T2 = 127 +273 = 400K
Q1 = 1000 cal = 1000 . 4,2 = 4200J

a) o rendimento da máquina é dado por:

 = 1 – T2   = 1 – 400
T1 700

 = 0,43 = 43%

b) o trabalho realizado em cada ciclo:

c) a quantidade de calor rejeitada para a fonte fria é dada por:

46
Respostas:
a) 43% b) 1806J c) 2394J

ONDULATÓRIA

ONDAS
Vamos inicialmente obter o conceito de onda e introduzir alguns elementos a ele
relacionados.
Consideremos uma corda esticada na qual produzimos um abalo em uma das
extremidades.

Observemos que esse abalo se desloca ao longo da corda cujos pontos serão
perturbados à medida que forem por ele atingidos. A corda é meio de propagação do abalo.
De um modo geral, um abalo é uma perturbação causada no meio de propagação.
Assim, podemos conceituar:
“Onda é uma perturbação que se propaga”
Podemos citar outros exemplos de ondas:
 ondas na água: que surgem quando produzimos um abalo na superfície da
água;
 ondas sonoras: que se originam por uma perturbação numa material (sólido,
líquido ou gasoso);
 ondas eletromagnéticas (entre as quais se enquadra a luz): que são devidas às
perturbações em campos eletromagnéticos.
É importante observarmos que a onda transmite energia de um ponto para ponto do
meio de propagação. Assim, na corda, pontos que estavam em repouso são postos
em movimento quando atingidos pela onda, adquirindo energia cinética e potencial.
Essa transmissão de energia não envolve o transporte da matéria.
“A onda transmite energia sem transporte da matéria.”

ONDAS PERIÓDICAS
Se produzirmos abalos sucessivos e que se repetem em tempos iguais,
estabeleceremos na corda uma onda periódica. A propagação de um único abalo é
denominada pulso de onda.
Um caso importante a ser estudado é quando as ondas periódicas têm a forma de
uma senóide (ou cossenóide).

47
Após uma oscilação:

Na figura anterior, uma oscilação correspondente ao movimento da mão, que é fonte


das ondas, indo do ponto A ao B, do ponto B ao C e retornando ao ponto A.
Um ponto P da corda, atingido pela onda, oscila para cima e para baixo, da mesma
forma como oscila a mão. A altura y do ponto em relação à posição inicial dela, a cada
instante, é denominada elongação.
Após outra oscilação:

A elongação y, durante a oscilação do ponto, varia entre os valores +a e –a. O valor a


é denominado amplitude de onda.
Resumindo:
y: elongação;
a: amplitude;

Os pontos que, num dado instante, possuem elongação máxima


(+a) são chamados cristas. E os de elongação mínima (-a) são vales. Na figura anterior, C é
uma crista e V é um vale.

PERÍODO E FREQÜÊNCIA:
O tempo necessário para a realização de uma oscilação é o mesmo, tanto para
qualquer ponto atingido pela onda como para fonte de ondas.
“período é o tempo decorrido numa oscilação”
Assim, por exemplo, um período igual a 0,5s significa que a fonte gasta 0,5s para
executar uma oscilação. Poderíamos querer saber quantas oscilações são realizadas em 1s,
isto é, a freqüência. No exemplo, é imediato que a freqüência é de 2 oscilações por segundo.
“freqüência é o número de oscilações por unidade de tempo”
Chamado de T o período e de f a freqüência, vale que:
ou
ATENÇÃO:
Quando o período T estiver medido em s (segundos),a freqüência f estará em s -1 (oscilações
por segundos), que recebe o nome de Hz (hertz).
48
COMPRIMENTO DE ONDA:
Voltamos a observar a figura anterior, onde assinalamos a distância representada pela
letra grega  (lâmbda) e denominada comprimento de onda.
“Comprimento de onda () é a distância percorrida pela onda durante uma oscilação”

A figura acima também mostra que o comprimento de onda () é a distância entre
duas cristas consecutivas ou entre dois vales consecutivos.

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO:
Vamos calcular a velocidade V com que a onda se propaga.
Usemos a relação:
V = (distância percorrida)
(tempo)

Tomando como base uma oscilação, temos:


V = V =  . f
T ou

Onde:
 V: velocidade de propagação;
 F: freqüência;
 T: período.

Exemplos

1. A figura representa uma onda que se propaga numa corda, com velocidade de 2m/s.

49
Determine:
a) a amplitude da onda;
b) o comprimento de onda;
c) a freqüência e o período de oscilação.

Solução

a) a enlogação y varia entre +a e –a. Na figura dada notamos que:


a = 2 cm (amplitude)
b) analisando a figura, tiramos que:
 = 10m (comprimento de onda)
b) da expressão, V =  f  V , temos:

f = 2m/s  f= 0,2 Hz (freqüência)
10m
T = 1 T = 1  T = 5s (período)
f 0,2

2. Determine os comprimentos de onda para as ondas periódicas representadas nas


figuras:
a) onda cossenoidal;

a) Em 50cm:
+ + 2,5 .
2
Assim:
2,5 .  = 50cm

 = 50cm  =20cm


2,5

50
CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS
As ondas podem ser classificadas quanto:
 à natureza;
 às direções de propagação e de vibração;
 à dimensão;

QUANTO À NATUREZA
Quanto à natureza uma onda pode ser mecânica ou eletromagnética.
“Onda mecânica é aquela que necessita de um meio material para se propagar”
São exemplos de ondas mecânica: onda na corda, onda na água, onda sonora etc.
ATENÇÃO: O som não se propaga no vácuo pois, sendo uma onda mecânica, necessita de
um meio material (sólido, líquido ou gasoso) para sua propagação.

“Onda eletromagnética (por ser devida às variações em campos elétricos e magnéticos) é


aquela que se propaga em meios materiais e também no vácuo”

São exemplos de ondas eletromagnéticas: onda luminosa, raios X, raio “laser”, ondas de
rádio e de televisão etc.
ATENÇÃO: A luz é onda eletromagnética, logo, ela se propaga no vácuo e em meios
materiais.

QUANTO ÀS DIREÇÕES DE PROPAGAÇÃO E VIBRAÇÃO


Quanto a esse aspecto, destacam-se dois tipos importantes de ondas: a transversal e
a longitudinal.
“onda transversal é aquela cuja direção de propagação é perpendicular à direção de
vibração”
A onda numa corda é transversal pois, enquanto o seus pontos vibram para cima e
para baixo, ela se propaga ao longo da corda, conforme a figura.

ATENÇÃO: Verifica-se que todas as ondas eletromagnéticas são ondas transversais.


“Onda longitudinal é aquela cuja direção de propagação coincide com a direção de
vibração”

Comprimindo-se os aros de uma mola, estabelecemos uma onda de compressão ao


longo da mola, à medida que os aros vibram para frente e para trás. Essa onda é
longitudinal.

51
ATENÇÃO: O som, no ar, é uma onda longitudinal, pois ocorre com moléculas do ar um
comportamento semelhante aos aros da mola do exemplo anterior.
Quanto à dimensão, uma onda pode ser: unidimensional, bidimensional ou
tridimensional.
 a onda unidimensional se propaga ao longo de uma linha;
 a onda bidimensional se propaga num superfície;
 a onda tridimensional se propaga em todas as direções de uma região.
Exemplos
1. a onda na corda, ou na mola, é unidimensional;
2. a onda na superfície da água é bidimensional;
3. o som no ar é tridimensional.

ONDAS UNIDIMENSIONAIS

Analisemos agora a velocidade de propagação e certos fenômenos ondulatórios para


as ondas unidimensionais.

VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO:
Consideremos um meio unidimensional, como por exemplo, uma corda, onde se
propaga uma onda.

Seja , a densidade linear da corda, dada por:


=m
L
Onde m é a massa da corda e L é o seu comprimento. A velocidade de propagação V é dada
pela fómula de Taylor:

Onde F é a força de tração (que mantém a corda esticada). Podemos tirar as seguintes
conclusões da fórmula de Taylor:
 a onda se propaga com maior velocidade na corda de menor densidade linear;
 a onda se propaga com maior velocidade na corda mais tracionada.
Tomando duas cordas do mesmo material, a mais grossa possui maior densidade
linear.

Exemplo:
Um vibrador de freqüência 4,0Hz produz ondas numa corda de 1,0 kg de massa e
10m de comprimento. Sabendo-se que a força de tração na corda é 6,4N, determine:
a) a velocidade de propagação da onda;
b) o comprimento de onda.
Solução
a) a densidade linear  da corda é:
= m = 1,0kg = 0,10 kg/m
L 10m
Usando a fórmula de Taylor, obtemos a velocidade de propagação:

52
b) Usando a relação
V =  . f  = V, obtemos :
f

 = 8,0  2,0m
4,0

REFLEXÃO
Devemos considerar dois casos na reflexão de uma onda, pois a onda refletida poderá
estar invertida ou não, em relação à incidente.
REFLEXÃO COM INVERSÃO DE FASE: Consideremos uma onda que se propaga em
direção a uma extremidade fixa da corrida. Ao atingir essa extremidade, a onda incidente
sofrerá reflexão. A força que a corda recebe do suporte fixo determina uma onda refletida
invertida em relação à incidente.

REFLEXÃO SEM INVERSÃO DE FASE: Se a extremidade da corda estiver livre para


oscilar, a onda refletida não será invertida em relação à incidente.

ATENÇÃO
 se houver dissipação de energia, a energia da onda refletida será igual à da
incidente;
 a onda incidente e a refletida possuem a mesma velocidade, uma vez que
propagam-se no mesmo meio.

REFLEXÃO E REFRAÇÃO
Quando uma onda atinge a separação de dois meios unidimensionais distintos haverá
a formação de uma onda refletida e uma refratada. Iremos, a seguir, considerar dois casos.

53
ONDA INCIDENTE NO MEIO MENOS DENSO: Consideremos uma onda incidente se
propagando numa corda A e atingindo o ponto P (junção da corda A com uma corda B).
Onde: A < B
Se a densidade linear de A é menor que a de B (A < B), o ponto P equivale a uma

extremidade fixa e a onda refletida será invertida em relação à incidente.


ATENÇÃO: A onda refratada sempre ocorre sem inversão de fase.

ONDA INCIDENTE NO MEIO MAIS DENSO:


Consideremos as cordas A e B, do caso anterior, e uma onda incidente se propaga em B,
conforme figura.
Onde: A < B

O ponto P comporta-se agora como uma extremidade livre e a onda refletida não sofrerá
inversão de fase.
ATENÇÃO: Se não houver dissipação de energia, a soma das energias transportadas pelas
ondas refletida e refratada é igual à energia da onda incidente.
Pela fórmula de Taylor:

Podemos saber se a onda aumentou ou diminuiu a velocidade de propagação ao se refratar.


Assim:
 quando a onda passa da corda menos densa para a mais densa, a velocidade
diminui;
 quando a onda passa da corda mais densa para menos densa, a velocidade
aumenta.

ONDAS ESTACIONÁRIAS:
Consideremos duas ondas se propagando em sentidos opostos num meio
unidimensional, como, por exemplo, os dois pulsos de onda A e B, na corda representada a
seguir.

54
Chama-se interferência ao fenômeno resultante da superposição dos dois pulsos.
Cada ponto da corda sofrerá uma perturbação igual à soma algébrica das perturbações que
cada pulso produziria sozinho.

Após a interferência, cada pulso de onda se propaga independentemente do outro,


isto é, como se nada tivesse acontecido. Este é o princípio da independência das ondas,
como havíamos visto na óptica geométrica.

Podemos conceituar onda estacionária a partir do entendimento do fenômeno de


interferência.
“Onda estacionária é a resultante da interferência de duas ondas e que se propagam
em sentidos opostos.”
Sejam as ondas 1 e 2 da mesma freqüência e mesma amplitude, propagando-se no
meio unidimensional, a corda, por exemplo, em sentidos opostos.
Nesse instante, t = 0, a superposição dessas ondas resulta na corda horizontal.

No instante t = T , a onda 1 se desloca  para a direita e a onda 2, a mesma


4 4
distância para a esquerda.
A onda resultante da superposição é mostrada na figura seguinte.

55
No instante t = T , as ondas se deslocam de  em relação à figura anterior e a
2 4
superposição resulta:

56
E no instante t = T, a onda resultante volta a ter configuração como em t = 0.
Para percebermos como a corda vibra, vamos redesenhar sua configuração resultante nos
diversos instantes:

Esta é a onda estacionária. Vemos que os pontos da corda assinalados pela letra N
não vibram, pois sofrem interferência constantemente destrutiva. E os pontos assinalados
pela letra V vibram com amplitude máxima (2ª), pois sofrem interferência constantemente
construtiva.

Nó (N) é o ponto que não vibra.


Ventre (V) é o ponto que vibra com amplitude máxima.

OBSERVAÇÕES:
 A distância entre dois nós consecutivos, ou
dois ventres consecutivos, é igual a 2;
 Conseguimos obter uma onda estacionária
pela interferência da onda incidente numa
corda e a correspondente onda refletida.
 A onda estacionária não transmite energia de
ponto para a corda, pois a energia cinética e
potencial fica localizada entre nós. Devido a
isso a denominação de onda para a onda
estacionária é inadequada.

ONDAS BI E TRIDIMENSIONAIS
Analisaremos, agora, as ondas que se propagam em superfícies, como por exemplo
aquelas na superfície da água, as que se propagam em todas as direções de uma região,
como por exemplo o som emitido por uma campainha.

FRENTE DE ONDA E RAIO DE ONDA:


Alguns novos conceitos serão importantes para o estudo das ondas bi e
tridimensionais.
“Frente de onda é o conjunto de pontos atingidos pela perturbação, no instante de tempo
considerado”
Para indicar a direção e o sentido de propagação das ondas, usamos raios de onda.
“Raios de onda é trajetória descrita pelos pontos da frente de onda”

57
Os raios de onda são sempre perpendiculares às frentes de onda, em cada ponto
considerado.
Vejamos alguns exemplos:
1. Ondas circulares obtidas pela vibração de uma vareta perpendicular à água.

Todos os pontos da corda (com exceção dos nós) vibram com a mesma freqüência: f = 10
Hz.
Considerando a propagação individual de cada onda (a incidente e a refletida), teremos:
V=

2.Ondas retas obtidas pela vibração de uma haste reta paralela à água.

3.Ondas esféricas pela emissão de som ou de luz de uma fonte puntiforme.

58
As frentes de onda são esferas concêntricas à fonte F.
OBSERVAÇÃO: as grandes distâncias da fonte, pequenas regiões da frente da onda, podem
ser consideradas planas.

REFLEXÃO
Consideremos uma onda que, ao atingir uma
superfície S, retorna ao mesmo meio em que se
propagava.
Na figura, consideramos o raio de onda
incidente, o raio refletido, a reta normal à superfície
S no ponto de incidência, o ângulo de incidência i e
o de reflexão r, como foram definidos na óptica
geométrica. São válidas as duas leis de reflexão:
1a lei de reflexão: o raio incidente, o raio refletido e
a reta normal são coplanares.

2a lei de reflexão: o ângulo de incidência e o ângulo de reflexão possuem a mesma medida.

OBSERVAÇÃO: Na reflexão da onda, a freqüência, o comprimento de onda e a velocidade


de propagação, não variam. Contudo, a reflexão poderá ocorrer com inversão ou sem
inversão de fase: casos já analisados nas ondas unidimensionais.

Exemplos:
1. Uma fonte F produz uma onda circular que se
reflete no anteparo plano A. Desenhe a onda refletida em dois
instantes diferentes.

Solução:
Quando o anteparo é plano, podemos facilmente desenhar a
onda refletida, imaginando que ela é emitida por uma “fonte imagem” F’ simétrica de F, em
relação ao anteparo A (a validade desse procedimento é demonstrada da mesma forma que
fizemos na óptica geométrica, onde o objeto e a imagem são assimétricos em relação ao
espelho plano).

59
2. Ondas retas propagam-se com velocidade de 5m/s na superfície da água, incidindo sobre
um anteparo AB, conforme figura.

Sabe-se que a distância entre duas cristas consecutivas é de 20cm.


a) esquematize as ondas refletidas pelo anteparo AB;
b) determine a freqüência dessas ondas refletidas.

Solução:
a) no esquema usamos as leis da reflexão.

REFRAÇÃO

A refração ocorre quando a onda passa de um meio de propagação para outro,


modificando sua velocidade.
Consideremos uma superfície S, separadora de dois meios de propagação (1) e (2).

60
No meio (1), a onda possui comprimento de onda e se propaga com velocidade V1
e, no meio (2) o seu comprimento de onda é e a velocidade de propagação é V2. Na figura
foram assinalados os ângulos i e r, que são os ângulos de incidência e refração,
respectivamente.
ATENÇÃO: Os ângulos i e r são os ângulos entre os raios de onda e a normal ou são os
ângulos entre as frentes de onda e a superfície separadora S.
1a lei de refração: o raio de onda incidente, o raio refratado e a reta normal são coplanares.
2a lei de refração: é constante o quociente entre os senos dos ângulos de incidência e de
refração.
A 2a lei é conhecida como lei de Snell-Descartes e, matematicamente, pode ser escrita
como:
sen i = (constante)
sem r

Podemos demonstrar que para um par de meios, 1 e 2 a constante citada acima é a


razão entre as velocidades de propagação, V 1 e V2, da onda nesses meios. Assim,
escrevemos:
sen i = V1
sen r V2

É importante lembrar que embora a velocidade da onda se modifique, a freqüência


permanece constante, pois a freqüência da onda é sempre igual à freqüência da fonte que a
produziu.
Tendo em vista a expressão:
V = . f

Podemos escrever:
* no meio (1): V1 =  . f
* no meio (2): V2 = 2 . f

Dividindo-se as duas equações acima, membro a membro, obtemos:


V1 =  
V2  

Costuma-se, para as ondas eletromagnéticas, definir índice de refração relativo do


meio (2) em relação ao meio (1),
N2/n1 como sendo: n2 = V1
61
n 1 V2
Como fizemos na óptica geométrica.
Assim podemos escrever de um modo geral:
sen i = V1 = n2
sen r V2 n1
a freqüência f é constante.

OBSERVAÇÕES:
* Se a onda passar de um meio menos refringente para um meio mais refringente (n 2 > n1),
podemos concluir que:

ou seja: a velocidade, o comprimento de onda e o ângulo com a normal diminuem.


* Se a onda passar de um meio mais refringente para um meio menos refringente (n 2 < n1)
podemos concluir que:

ou seja: a velocidade, o comprimento de onda e o ângulo com o normal aumentam.

Exemplo:
Na figura seguinte, vemos frentes de ondas retas propagando-se na água de uma
cuba de ondas (recipiente utilizado em laboratório) e passando de uma região 1 de maior
profundidade para outra 2 de menor profundidade.

ONDAS SONORAS

Uma onda mecânica, dependendo de sua freqüência, poderá excitar nossos ouvidos,
ou seja, poderemos escutar a onda. Nessa situação, chamamos a onda de onda sonora ou
som audível.
A freqüência de uma onda sonora está compreendida no intervalo de 20Hz a
20.000Hz, aproximadamente.
Infra-som é a onda mecânica de freqüência menos que 20Hz.
Ultra-som é a onda mecânica de freqüência maior que 20.000 Hz.

62
Sabendo-se que v1 = 10cm/s e que a distância entre duas frentes consecutivas no
meio 1 vale 2,0 cm, determine:
a) a freqüência das ondas no meio 1 e no meio 2;
b) a velocidade das ondas no meio 2;
c) a distância entre duas frentes consecutivas no meio 2.

Solução
a) como já sabemos, a freqüência não se altera com a refração. Assim, podemos
calculá-la pela relação V =  . f em qualquer um dos dois meios. Vejamos nossos
dados:
v1 = 10 cm/s;  = 2,0cm

f = v1 = 10 f = 5,0Hz
 2,0

A distância entre duas frentes de onda consecutivas é o comprimento de onda.


b) utilizaremos a lei de Snell-Descartes para determinar a velocidade das ondas no meio 2;

c) para calcular a distância entre duas frentes consecutivas no meio 2 (, usaremos a
relação
v2 = 2 . f  7,5 =  . 5  = 1,5cm

infra-som som audível ultra som

20 Hz 20 000 Hz

63
VELOCIDADE DO SOM

A velocidade do som depende, entre outros fatores, do meio de propagação.


Verifica-se que a velocidade do som nos sólidos é maior que nos líquidos. E esta é
maior que a velocidade do som nos gases.

V > V > V
Som som som
Sólidos líquidos gases

Aproximadamente, a velocidade do som no ar é de 340 m/s e na água é de 1500m/s.

Exemplo:
Para determinar a profundidade do oceano num dado local, um barco emite um ultra-som e
recebe, 2 segundos após, o sinal refletido pelo fundo do oceano:

Adote a velocidade de 1500m/s do referido som na água e determine a profundidade H do


oceano nesse local.
Solução
O intervalo de tempo 2s corresponde ao tempo gasto pelo som para ir ao fundo do
oceano e depois retornar ao barco, ou seja, para percorrer uma distância igual a 2 . H
V = d  d= V . ∆t  2 . H = (1500 m/s) . (2s)  2 . H = 3000m 
∆t
H = 1500m

Sabendo-se que uma pessoa percebe o eco de usa própria voz somente se o intervalo
de tempo entre o som recebido diretamente e o som refletido pelo obstáculo for no mínimo
0,1s, determine a mínima distância x que a pessoa deve estar do obstáculo para que
perceba o eco.
Solução:
Após ser emitido, o som deverá ir ao obstáculo e retornar à pessoa num tempo
mínimo de 0,1s. Adotando 340m/s a velocidade do som no ar, temos:

64
V = d  d= V . ∆t  2 . x =
∆t
= (340 m/s) . (0.1s)  2. x = 34m  x= 17m

CORDAS SONORAS
Consideremos uma corda esticada e com suas duas extremidades fixas. Provocando
uma perturbação na corda, a onda transversal incidente a refletida nas extremidades darão
origem a uma estacionária na corda.
As vibrações da corda perturbarão o ar da região as seu redor, dando origem às
ondas sonoras que terão a mesma freqüência de oscilação dos pontos da corda.
As extremidades fixas da corda sempre serão nós. Entre elas haverá a formação de n
ventres. Haverá portanto diferentes modos de vibração ou diferentes modos de vibração ou
diferentes harmônicos. Na figura seguinte
apresentamos os cinco primeiros
harmônicos.

Podemos concluir da figura anterior,


que o comprimento L da corda e o
comprimento de onda  são tais que:
L = n . 
2
ou
= 2L
n
onde n é o número de ventres.
Considerando a velocidade de
propagação V das ondas na corda (que
deram origem à onda estacionária) e a
relação:
V = f  f = V

teremos que:
f= V f = n . V
2L 2L
n

Quando a corda vibra faz com que o


ar ao seu redor vibre também, com a mesma
freqüência; assim, a freqüência f é a vibração
dos pontos da corda e também é a
freqüência da onda sonora.

65
Pela expressão anterior, podemos determinar a freqüência para cada modo de
vibração.
Exemplos:
 n = 1 (1o harmônico ou som fundamental) f1 = V / 2L
 n = 2 (2o harmônico) f2 = 2 . V / 2L  f2 = 2 . f1
 n = 3 (3o harmônico) f3 = 3 . V / 2L  f3 = 3 . f1

Percebemos que se f1 é a freqüência so som fundamental, então a freqüência fn do


harmônico de ordem n é dada por:
fn = n . f 1
Exemplo
Uma corda de massa m = 240g e comprimento  = 1,2m está tracionada por uma força
F = 2,88x103N. A corda vibra no estado estacionário representado na figura.

Determine:
a) a freqüência da onda sonora emitida pela corda;
b) o comprimento da onda estacionária na corda;
c) o comprimento da onda sonora;
d) a freqüência do som se a corda vibrasse no modo fundamental.
Dado: (velocidade do som no ar) = 300m/s

Solução:
a) Vamos inicialmente, pela fórmula de Taylor, calcular a velocidade de propagação das
ondas na corda.

A freqüência da onda sonora é igual à de vibração da corda e é dada por:


f=n.V
2. L
Examinando a figura dada, tiramos que n = 3, pois se trata do 3o harmônico. Logo:
F = 3 . 120  f = 150Hz
2 . 1,2
66
b) Da expressão V = . F, temos que corda = V (corda)
F
corda = 120 corda = 0,80m
150

Ou poderíamos ter calculado pela expressão:  = 2 . L


N
Assim, teríamos:

 = 2 . 1,2 corda = 0,80 m


3

c) da expressão V = f, temos que: som = Vsom


f
som = 300 som = 2,0m
150

d) Sabemos que: fn = n . f1
Para n = 3, temos: f3 = 3 . f1  f1 = f3
3

Usando a resposta do item a, encontramos:


f1 = 150  f1 = 50Hz
3

TUBOS SONOROS:
Pela vibração da coluna de ar no interior de um tubo, podemos estabelecer uma onda
estacionária. Esta faz vibrar o ar que envolve o tubo, dando origem a uma onda sonora
(quando a freqüência estiver entre 20Hz e 20.000 Hz, aproximadamente).
Os tubos classificam-se em abertos ou fechados:
 tubo aberto: possui as duas extremidades abertas;
 tubo fechado: possui uma extremidade fechada e a
outra aberta.
Verifica-se que a extremidade fechada ocorre um nó e que
em aberta, um ventre.

As figuras seguintes ilustram diferentes modos de vibração em tubos abertos e fechados.

67
Onde n é o número de nós e L e o comprimento do tubo.

TUBOS ABERTOS
Observamos nas figuras anteriores (tubos abertos) que:
 n=1L=

 n = 2  L = 2.

 n = 3  L = 3.
Assim podemos generalizar:
L = n .  = 2 . L (tubo aberto).
2 n

E usando a expressão V = . F , concluímos que:


F = n . v (tubo aberto)
2L
onde f é a freqüência e V é a velocidade do som emitido pelo tubo.
Ainda podemos concluir que, se f 1 é a freqüência do som fundamental e f n é a
freqüência do harmônico de ordem n, valerá a relação:
Fn = n . f 1

TUBOS FECHADOS:

Pelas figuras anteriores (tubos fechados) temos:


 n = 1 L = / 4
 n = 2 L = 3.  / 4
 n = 3 L = 5.  / 4

Generalizando: L = (2n – 1) .  / 4 ou L (tubo fechado)


(2n – 1)

onde n é o número de nos e (2n – 1) é a ordem do harmônico.


Assim tiramos que a freqüência da onda sonora emitida é:
f = (2n – 1) . V
68
4L

Percebemos que para:


*n = 1  f = (2x1 -1) . V = . V (1o harmônico)
4L 4L

* n = 2  f (2x2-1) . V = 3 . V (3o harmônico)


4L 4L

*n = 3  f (2x3-1) . V = 5. V (5o harmônico)


4L 4L

Os tubos fechados só apresentam os harmônicos de ordem ímpar (2n -1)


Se f1 é a freqüência fundamental e f (2n-1) a freqüência do harmônico de ordem (2n-1),
então vale:
f(2n-1) = (2n-1) . f1

Exemplos:
1. Um tubo sonoro aberto mede 1,70m. Supondo a velocidade do som no ar igual a 340 m/s,
determine para o som fundamental emitido pelo tubo:
a) comprimento de onda;
b) a freqüência

Solução
a) o comprimento de onda num tubo aberto é dado por:  = 2L
n
Para o som fundamental: n = 1  = 2x1,70  = 3,40m
1
b) a freqüência é dada por: f = n . V
2L

Para n = 1 temos:
F1 = 1x 340  f1 = 100Hz
2x1,70
Ou poderíamos ter calculado usando a relação: V = f  f = V  340m/s 
3,40m
100Hz

2. Uma onda estacionária se forma num tubo


sonoro fechado, como ilustra a figura.
Admitindo ser de 340m/s a velocidade do som
no ar, determine para onda sonora emitida:
d) o comprimento de onda;
e) a ordem do harmônico;
f) a freqüência.

Solução:
a) podemos determinar o comprimento de onda
pelo simples exame da figura ou pela expressão: 
= 4L
(2n-1)

69
Onde: n = 2 (número de nós); L = 1,5m nó

 = 4x1,5  = 2,0m


(2x2-1)

ventre

b) nos tubos fechados a ordem do armônico é dada por: (2n-1) nó


Para n = 2 (número de nós 0, temos: (2x2-1) = 3
Portanto o som emitido é o 3o harmônico.

c) Usando: V =  . f  f = V

temos: f = 340m/s  f = 170Hz
2,0m
Poderíamos calcular a freqüência pela expressão:
f = (2n-1) . V
4L
assim teríamos:
f = (2x2-1) . 340 170Hz
(4x1,5)

EFEITO DOPPLER
O efeito Doppler ocorre quando há uma aproximação ou um afastamento entre o
observador e fonte sonora, fazendo com que a freqüência da onda sonora percebida pelo
observador seja diferente da freqüência real da onda emitida pela fonte.

Quando a fonte sonora (a sirene de um carro, por exemplo) se aproxima de um


observador parado, este recebe mais ondas do que receberia se a fonte estivesse parada.

70
Nessa situação, a freqüência percebida pelo observador (f 0) da figura é maior que a
freqüência do som emitido pela fonte (fF).
De modo inverso, se a fonte se afasta do observador imóvel, temos que f 0 é menor
que fF.
Se considerarmos agora a fonte sonora parada e o observador em movimento, temos
que, ao se aproximar da fonte sonora, o observador encontra uma maior quantidade de
ondas do que encontraria se estivesse parado; assim ele percebe uma freqüência (f 0) maior
que a freqüência do som emitido pela fonte fF.
Quando o observador se afastar da fonte, seus ouvidos receberão um número menor
de ondas, percebendo o som com freqüência menor.
Sabendo-se que o som de maior freqüência é mais agudo e som de menor freqüência
é mais grave, podemos concluir que, quando ocorre entre observador e a fonte sonora:
 aproximação  f0 > f o som percebido é mais agudo que o som emitido.
 Afastamento  f0 < f o som percebido é mais grave que o som emitido.
Podemos demonstrar que para qualquer caso, vale a seguinte relação:

onde:
f0: freqüência percebida pelo observador (freqüência aparente);
fF: freqüência emitida pela fonte (freqüência real);
V: velocidade da onda sonora;
Vo: velocidade do observador;
VF: velocidade da fonte.

ATENÇÃO:
Para escolher o sinal (+) ou (-) das velocidades V o e VF, devemos considerar como positivo o
sentido do observador para a fonte:

Uma fonte sonora emite continuamente um som de 396Hz. Admitindo a velocidade do som
no ar igual a 340m/s, determine a freqüência percebida por um observador nos seguintes
casos:
a) a pessoa está parada e a fonte também;
b) o observador encontra-se parado e a fonte se afasta dele com velocidade de 10m/s;
c) a fonte e o observador movem-se na mesma direção e em sentidos contrários,
aproximando-se um do outro, cada um a 10m/s.

Solução:
a) Como não existe movimento relativo entre a fonte e o observador, não haverá o efeito
Doppler. Assim, o observador perceberá uma freqüência igual à realmente emitida
pela fonte, ou seja:
71
fo = fF = 396 Hz

ÓPTICA GEOMÉTRICA

ONDAS

Genericamente define-se uma onda sendo uma perturbação que se propaga. Essa
definição exige basicamente um a fonte emissora e um receptor. O estudo da óptica se
preocupa com fenômenos que ocorrem com a luz. Inicialmente é importante definirmos o que
é luz. Para tanto vamos defini-la como sendo uma onda eletromagnética.
As ondas podem ser dividas, quanto a sua natureza, quanto à direção de perturbação
e quanto à direção de propagação:
Quanto a sua natureza: dividimos as ondas quanto a sua natureza em dois grupos:
Ondas mecânicas: são aquelas que exigem um meio material e elástico para se propagar.
Ex.: som, ondas a superfície da água, onda numa corda,...
Ondas eletromagnéticas: são aquelas que não exigem meio algum para se propagar, isto
é, são aquelas que podem se propagar também no vácuo. Ex.: Luz, ondas de rádio,
microondas, raio X,...
Quanto à direção de perturbação: também dividimos as ondas quanto à direção de
perturbação em dois grupos:
Ondas longitudinais: São aquelas que apresentam mesma direção de perturbação e
propagação: Ex.: Som, ondas em uma mola,...
Ondas transversais: São aquelas que apresentam direção de perturbação perpendicular à
direção de propagação: Ex.: ondas numa corda, Luz, qualquer onda eletromagnética,...
Quanto à direção de propagação:
Dividimos as ondas quanto à direção de propagação em três grupos:
Ondas unidimensionais: São aquelas que propagam-se em uma única direção. Ex.: ondas
de uma mola, ondas em uma corda,...
Ondas bidimensionais: São aquelas que propagam-se em duas dimensões. Ex.:ondas na
superfície da água,...
Ondas tridimensionais: São aquelas que propagam-se nas três dimensões. Ex.: ondas
sonoras, ondas luminosas, ondas eletromagnéticas,...
Para continuarmos com o estudo da luz é fundamental estabelecermos alguns
conceitos:
Fonte luminosa:
Podemos dividir os corpos luminosos e iluminados. Independente de admitirmos que os
corpos são divididos dessa forma, todos os corpos para serem vistos devem, de alguma
forma estar “emitindo” ou “refletindo”luz. Dizemos que todos os corpos são fontes luminosas.
Para diferenciá-los dizemos que, os corpos luminosos são chamados de fontes de luz
primária e os corpos iluminados são chamados de fontes de luz secundária.
Fonte de luz primária: Qualquer corpo que transforme algum tipo de energia em energia
luminosa, pode ser considerado uma fonte de luz primária.
Ex.: o fogo, o sol, um vaga-lume, uma vela acesa, uma lâmpada acesa,...

72
Fonte de luz secundária: Qualquer corpo que não tenha luz própria, isto é, que no escuro
não consiga ser vista. Para vermos uma fonte de luz secundária precisamos fazer com que
algum tipo de luz incida sobre a mesma. Só conseguimos observar uma fonte de luz
secundária por que ela reflete a luz que incide sobre ela.
Ex.: a lua, uma mesa, uma pessoa,...

Raio de Luz: Para facilitar o estudo da óptica geométrica vamos definir o conceito de raio de
luz. Dizemos que a luz propagasse através de raios representados graficamente por um
segmento de reta orientado. Uma raio de luz indica a direção e o sentido de propagação da
luz. Devemos entender por direção, a reta suporte por onde o raio passa e o sentido,
representado pela ponta da seta, como sendo para onde o raio se propaga. Observe que
uma direção pode apresentar sempre dois sentidos.

Quando vários raios de luz são representados dizemos que constituem um feixe de luz
ou um pincel de luz. Os feixes de luz podem apresentar-se basicamente de três formas:
Feixe de luz divergente: Quando os raios de luz divergem a partir da fonte emissora. Em
geral, essa é a forma mais comum de apresentação dos raios de luz. A grande maioria dos
objetos, fontes primárias e/ou secundárias, apresentam raios de luz de forma divergente. Ex.:
vela acessa ou apagada,

Sol, uma mesa,...

Feixe de luz convergente: Quando os raios de luz convergem para um ponto. Neste caso
necessitamos de um objeto que faça os raios sofrerem um desvio e seu caminho para
convergirem para um único ponto. É comum exemplificarmos raios convergentes utilizando
lentes convergentes interceptando raios de luz. Ex.: raios de luz sendo interceptados por
uma lente convergente.

73
Feixe de luz paralelo:
Quando os raios de luz são paralelos entre si. Esta é umas das poucas situações em que o
homem conseguiu superar a natureza. Para obtermos raios de luz paralelos entre si
precisamos utilizar uma laser, que nada mais é do que um conjunto de raios de luz
“colimados”, através de um processo eletromagnético. Para fontes de luz muito distantes,
podemos assumir os raios de luz que chegam a determinado objeto como sendo
praticamente paralelos entre si. Por exemplo, os raios de luz que são emitidos pelo Sol são
divergentes, porém os raios de luz que saem do Sol e chegam na Terra, são praticamente
paralelos entre si. Esse paralelismo é devido à grande distância existente entre o Sol e a
Terra.
Ex.: laser, raios de sol que chegam na Terra,...

Meios de propagação da luz:


A luz é uma onda eletromagnética. Toda onda eletromagnética não existe um meio de se
propagar, isto é, ela pode propagar-se também no vácuo. Apesar disso, a luz também se
propaga em outros meios. Esses meios são divididos em:

Meio transparente:
É aquele que permite a visualização nítida das imagens dos objetos através da passagem de
luz por eles. Ex.: ar, vidro transparente, água,...

Meio translúcido:
É aquele que permite a passagem da luz, mas não permite uma visualização nítida das
imagens dos objetos através dele. Ex.: papel manteiga, vidro canelado, vidro leitoso,...

Meio opaco: É aquele que não permite a passagem da luz. Ex.: madeira, parede de tijolos,
uma pessoa,...

PRINCÍPIOS DA ÓPTICA GEOMÉTRICA

Propagação retilínea da luz:


Em meio homogêneo e transparente a luz propaga-se sempre em linha reta.

Independência dos raios luminosos:


74
Os raios de luz de um feixe são independentes.

Reversibilidade dos raios luminosos:


O caminho da luz se modifica quando permutamos as posições da fonte e do observador.

APLICAÇÕES DOS PRINCÍPIOS DA ÓPTICA


Sombra:
A figura a seguir representa uma fonte puntiforme de luz F, um corpo opaco O e um
anteparo A.

Dizemos que uma fonte de luz é puntiforme quando o seu tamanho é desprezível em
relação às outras dimensões envolvidas, tais como o tamanho do corpo opaco e a distância
percorrida pela luz.
Observe a formação da sombra de O projetada no anteparo A; note que a sombra é
uma região com ausência de luz.
O princípio da propagação retilínea da luz é comprovado pelo fato as sombra
projetada ter a mesma forma do corpo opaco. Assim, se o corpo opaco O é retangular, a sua
sombra projetada no anteparo A será também retangular, como no exemplo da figura.
Para obtermos geometricamente a sombra projetada, basta traçarmos raios de luz a
partir da fonte de luz F e que tangenciem a periferia do corpo opaco O.
75
Sombra e penumbra
Agora, ao invés da fonte puntiforme de luz F, consideramos uma fonte extensa de luz
E, representada na figura seguinte.

Uma fonte de é extensa quando seu tamanho não é desprezível em relação às outras
dimensões envolvidas.
Além da sombra projetada no anteparo, observamos também a formação de
penumbra, que corresponde a uma região parcialmente iluminada.
É importante saber que a penumbra projetada, representada na figura, tem
intensidade luminosa que cresce à medida que essa penumbra se afasta da sombra e se
aproxima da região iluminada.
Para obtermos geometricamente a sombra e a penumbra projetadas no anteparo A,
traçamos raios de luz a partir das extremidades da fonte extensa de luz E, que tangenciam o
limite do corpo opaco O. A figura seguinte mostra esse procedimento numa vista lateral.

Câmara escura de orifício


Coloquemos um objeto luminoso, de extremidade A e B, diante de uma câmara de
paredes opacas dotadas de um pequeno orifício O. Raios de luz emitidos pelo objeto
atravessarão o orifício O e se projetarão no fundo da câmara, produzindo uma figura de
extremidades A’B’, semelhante ao objeto AB, conforme a figura seguinte.

76
A figura A’B’ é chamada de imagem e está numa posição invertida em relação ao
objeto AB.
A câmara escura de orifício representa o princípio de funcionamento de uma máquina
fotográfica.

Ângulo Visual

O ângulo visual (), sob o qual se observa um objeto, é delimitado pelos raios de luz
provenientes das extremidades o objeto e atingem os olhos do observador.
Percebemos facilmente que, quanto maior for a distância entre o observador e o
objeto, menor será o ângulo visual.
ATENÇÃO: O menor ângulo visual sob o qual a visão humana ainda percebe dois pontos
distintos (limite de acuidade visual) é da ordem de um minuto (1/60 grau).

Exemplo:
1. Um edifício de altura H projeta no solo uma sombra de 20m. No mesmo instante uma
pessoa toma uma haste vertical de 0,20m e nota que sua sombra mede 0,40m. Qual é a
altura H do edifício?
Solução
Os raios solares incidentes no prédio e na haste possuem a mesma inclinação, assim
podemos construir o esquema seguinte:

Os triângulos ABC e A’B’C’ são semelhantes, daí:


H = 0,20m
20m 0,40m

H = 10m

2. Uma câmara sanfonada escura de orifício produz uma imagem de 5,00cm de tamanho
quando o objeto o dista d do orifício da câmara.

Se o objeto for colocado a uma distância 2d do orifício da câmara e a largura L da


câmara for reduzida à metade, quanto medirá a imagem?
77
Solução:

Considerando a semelhança entre os triângulos ABC e A’B’C’, obtemos a equação da


câmara escura:
i= L
o d

Na situação inicial a equação da câmara escura, fica:


5cm = L
o d (I)

E, na situação final:
i = L/2 i = L

o 2d o 4d (II)

Dividindo-se as equações (I) e (II), membro a membro, obtemos:


5cm = 4
i
i = 1,25

Exercícios

97. Em uma determinada hora de um dia distância entre o pé de uma árvore, plantada em
terreno plano, e a sombra de seu ponto mais alto era de 3,6m. Neste mesmo instante, a
sombra de uma vareta, fixada verticalmente no solo, perto da árvore, media 45 cm de
comprimento. Sabendo-se que o comprimento da vareta era de 60cm, qual era a altura da
árvore?

98. Entre uma fonte pontual e uma tela, coloca-se um corpo opaco de forma quadrangular
cujo lado mede 20cm, paralelamente à tela, conforme a figura. Calcule a área da sombra
projetada na tela.

78
99. Do ponto A indicado na figura, um observado vê uma torre de 50m de altura sob um
ângulo de 45o. Calcule x.

100. Determine o comprimento da sombra da pessoa de altura 1,60m situada ao lado do


poste de luz indicado na figura.

101. Uma fonte de luz puntiforme projeta sobre a parede a sombra de um disco de 20mm de
diâmetro. A luz incide perpendicularmente sobre o disco e sobre a parede. A distância entre
a parede e o disco é três vezes maior do que entre a fonte de luz e o disco. Calcule a área da
sombra projetada.

102. Um poste da rede elétrica projeta no chão horizontal uma sombra de comprimento 9m.
Neste instante os raios solares encontram o chão, formando com ele um ângulo igual a 30 o.
Calcule a altura do poste.
79
103. Um agrimensor vê um morro segundo um ângulo visual de 30 o. Aproximando-se 40
metros do morro, observa-o sob um ângulo de 60o. Determine a altura H do morro.

PRINCIPAIS FENÔMENOS ÓPTICOS

No estudo da óptica existem diversos fenômenos que a física consegue explicar com
bastante segurança. Para os nossos estudos em óptica geométrica alguns deles são mais
úteis. Vamos discutir um pouco quatro desses fenômenos para aprofundá-lo mais adiante.

Reflexão especular da luz:


O fenômeno da reflexão tem a ver com o retorno de um raio de luz que atinge uma
superfície opaca. Quando um feixe de luz atinge uma superfície lisa e polida ele retorna ao
meio do qual é proveniente. Supondo que a superfície, além de lisa e polida também for
plana, e sendo os raios, do feixe incidente, paralelos entre si, os raios do feixe emergente,
isto é, os raios refletidos, serão, também, paralelos entre si.

Reflexão difusa da luz:


Quando um feixe de raios paralelos entre si incidem em uma superfície rugosa mas
opaca, os raios refletidos, isto é, o feixe emergente, retornam ao meio do qual são
provenientes, porém perdendo paralelismo entre si.

80
Refração da luz:
O fenômeno da refração está associado à passagem da luz de um meio para outro.
Para tanto é necessária a presença de dois meios transparentes ou translúcidos. Quando um
feixe de luz, de raios paralelos entre si, incide em uma superfície refratora, isto é, uma
superfície que separa dois meios que seja, homogêneos, individualmente, os raios
emergentes, isto é, os raios refratados, não perdem o paralelismo entre si.

Absorção da luz:
Quando um feixe de luz incide em uma superfície e não sofre reflexão e nem refração,
dizemos que ele foi absorvido pela superfície. O fenômeno da absorção está associado a
perda de energia da luz para a superfície.

Obs.: Nenhum desses fenômenos ocorre separadamente. Isto significa que não existem
superfícies completamente refletoras, nem especularmente, nem difusamente, bem como
não existem superfícies completamente refratoras, e também não existem superfícies
completamente absorventes. Em todas as situações podemos observar todos esses
fenômenos. O que ocorre é que em algumas situações um ou outro fenômeno se sobressai
em relação aos outros.

Leis de Reflexão
Qualquer que seja o tipo de reflexão que ocorra na superfície, seja ela especular ou
difusa, os raios, individualmente, sempre obedecem a duas leis básicas:
1a lei da reflexão:
“O raio incidente, o raio refletido e a linha normal à superfície refletora são coplanares”
Entende-se raio incidente (I) como raio proveniente de uma fonte luminosa que incide
na superfície. Como raio refletido (R) (também denominado emergente) como raio que
retorna ao meio de onde era proveniente após a incidência na superfície. E linha normal à
superfície (N), uma linha imaginária, que forma com a superfície, no ponto de incidência do
raio incidente, um ângulo de 90 o, isto é, perpendicular à superfície. Quando dizemos que
essas três linhas são coplanares, estamos afirmando que todas devem pertencer ao mesmo
plano (.

2a lei da reflexão

81
“O ângulo de incidência ((1) formado entre o raio incidente e a linha normal, é sempre
igual ao ângulo de reflexão (2), formado entre o raio refletido e a linha normal”.

Observe que podemos aplicar ambas as leis da reflexão para aplicar os dois tipos de
reflexão que vimos anteriormente. A mais óbvia é a reflexão especular, quando um feixe de
raios paralelos incidem numa superfície plana e polida retornam ao meio de onde vieram.

Quando trabalhamos com reflexão difusa também podemos aplicar, em cada ponto de
incidência, as mesmas duas leis da reflexão. Observe que, como a linha normal deve ser
perpendicular à superfície refletora, para ponto de incidência a linha normal apresentará uma
direção diferente.

Refração da Luz
1a lei da refração:
“o raio incidente, o raio refratado e a linha normal à superfície refratora são coplanares”
Entende-se raio incidente (I) como o raio proveniente de uma fonte luminosa que
incide na superfície. Como raio refratado (R) como o raio que atravessa a superfície
passando a propagar-se num segundo meio, diferente do anterior. E a linha normal à
superfície (N), uma linha imaginária, que forma com a superfície, no ponto de incidência do
raio incidente, um ângulo de 90 o, isto é, perpendicular à superfície. Quando dizemos que
essas três linhas são coplanares, estamos afirmando que todas devem pertencer ao mesmo
plano ()

82
Índice de refração
Antes de enunciarmos a 2a lei de refração é fundamental definirmos uma grandeza
muito importante para o estudo da óptica, o índice de refração de um material.
Quando a luz atravessa a superfície que separa dois meios ela passa a se propagar
de acordo com as características desse segundo meio. O índice de refração é uma relação
entre a velocidade da luz em um determinado meio e a velocidade da luz no vácuo (c) . Em
meios com índices de refração mais baixos (próximos a 1) a luz tem velocidade maior (ou
seja, próximo a velocidade da luz no vácuo). A relação matemática para o índice de refração
(n) é:

onde: c é a velocidade da luz no vácuo (c = 3x108 m/s); v é a velocidade da luz no meio;


De modo geral, a velocidade da luz nos meios materiais é menor que c; e assim, em
geral, teremos n > 1. Por extensão, definimos o índice de refração do vácuo, que
obviamente é igual a 1. Portanto, sendo n o índice de refração de um meio qualquer, temos:
n>1
A velocidade de propagação da luz no ar depende da freqüência da luz, já que o ar é
um meio material. Porém essa velocidade é quase igual a 1 para todas as cores. Ex: índice
de refração da luz violeta no ar = 1,0002957 e índice de refração da luz vermelha no ar =
1,0002914. Portanto, nas aplicações desde que não queiramos uma precisão muito grande,
adotaremos o índice de refração do ar como aproximadamente igual a 1:
A experiência mostra que, em cada meio material, a velocidade diminui com a
freqüência, isto é, quanto maior a freqüência, menor a velocidade.

Vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vazul > vanil > vvioleta
É comum confundirmos a refrigerância do meio com sua densidade. Em geral, quando
a densidade de um meio aumenta, seu índice de refração também aumenta, mais isso não é
regra, isto é, não podemos afirmar que um meio mais denso seja mais refrigente e vice-
versa. Variações de temperatura e pressão alteram a densidade de um meio provocando
alterações também no índice de refração desse meio. No caso dos sólidos, essa alteração é
pequena, mas para os líquidos, as variações de temperatura como as de pressão devem ser
consideradas.
A maioria dos índices de refração é menor que 2; uma exceção é o diamante, cujo
índice é aproximadamente 2,4. Para a luz amarela emitida pelo sólido, sua freqüência é f =
5090.1014 Hz e cujo comprimento de onda no vácuo é = 589 nm. Essa é a luz padrão para
apresentar os índices de refração.
Consideremos dois meios A e B, cujos índices de refração são nA ≠ nB.
Quando nA = nB, não há luz refletida e também não há mudança na direção da luz ao
mudar de meio; dizemos que há continuidade óptica. Quando temos um bastão de vidro
dentro de um recipiente contendo um líquido com o mesmo índice de refração do vidro, a
parte do bastão que está submersa, não refletindo a luz, fica “invisível”.
Assim como fizemos para o meio vácuo, escolhido como meio de referência, podemos
arbitrar qualquer outro meio como referência. Neste caso dizemos que o índice de refração
que surge é dito relativo.
Se o índice de refração de um meio A é nA e o índice de um meio B é nB, definimos:

Índice de refração do meio A em relação ao meio B  nAB = nA


nB
Índice de refração do meio B em relação ao meio A  nBA = nB
nA
Sendo vA e vB as velocidades da luz nos meios A e B, temos:
NAB = vB nBA = vA
vA vB
83
2a lei da refração:
A Segunda Lei da Refração foi descoberta experimentalmente pelo holandês
Willebrord Snell (1591 – 1626) e mais tarde deduzida por René Descartes (1596 – 1650), a
partir de sua teoria corpuscular da luz. Nos estados Unidos, ela é chamada de Lei de Snell e
na França, de lei de Descartes; no Brasil é costume chamá-la de Lei de Snell-Descartes.
“O produto do índice de refração do meio seno do ângulo formado pela linha normal e
do raio de luz existente. Neste meio é constante para qualquer meio”.
n1 . sen1 = n2 . sen2 Equação de Snell-Descartes

Exercícios:

104. Qual é a velocidade da luz em um diamante cujo índice de refração absoluto é 2,42?

105. A velocidade da luz amarela no benzeno é de 200.00km/s. Ache o índice de refração


absoluto do benzeno.

106. A velocidade da luz num meio A é de 200.000km/s, e num meio B 250.000km/s.


Calcule:
a) o índice de refração absoluto do meio A.
b) o índice de refração absoluto do meio B.
c) o índice de refração do meio A em relação ao meio B.

107. A figura mostra um raio de luz passando do meio A para o meio B. Dados n A = 1,2, nB =
1,6 e vA = 250.000km/s, calcule vB.
VA

A
B

VB
108. Um raio luminoso passa do meio A para o meio B conforme indica a figura. Sabendo
que nA = 1, nB = 3 e vA = 3 . 105 km/s, calcule:
a) o ângulo r.
b) o ângulo de desvio sofrido pelo raio incidente.
c) a velocidade da luz no meio B

60°
A
84
B
r

109. Um raio luminoso, propagando-se num meio A, incide sobre a superfície plana de
separação S, entre ele e um meio B. Sabendo que o índice de refração absoluto do meio A é
2, calcule o índice de refração absoluto do meio B.
S
A B
60°

30°

Dioptros planos:
Chamamos de dioptro plano quaisquer duas superfícies planas que separam dois ou
mais meios de índice de refração diferentes.
Posição da imagem em um dioptro plano
É comum olharmos para uma piscina cheia d’água e termos a impressão de que ela é
meio rasa do que na realidade ela o é. Essa impressão é atribuída à diferença entre os
índices de refração dos meios ar e água. Esse conjunto constitui-se em um dioptro plano.
Podemos encontrar a posição real e virtual da imagem em um dioptro plano através de uma
expressão matemática, desde que saibamos os valores dos índices de refração dos meios.
Essa relação independe se os raios vêm do meio mais ou menos refrigerante. Observe as

figuras que seguem e a expressão matemática associada à mesma.

p = posição real do objeto


p’= posição aparente do objeto (imagem)
nobservador = índice de refração do meio onde se encontra o observador
nobjeto = índice de refração do meio onde se encontra o objeto

p’ = nobservador
p nobjeto
Exercícios

110. Um avião sobrevoa a superfície do mar calmo a uma latitude x. Em certo instante um
mergulhador vê o avião, aparentemente a 200m da superfície da água. Sabendo que o índice
de refração absoluta da água do mar é 3/2, calcule x.

85
111. De um barco um observador que olha perpendicularmente para baixo vê um peixe que
parece situar-se a 60cm da superfície da água limpa e tranqüila de um lado. O índice de
refração absoluto da água é 4/3.
a) Qual a profundidade em que realmente o peixe se encontra?
b) Qual a elevação aparente do peixe?

112. Uma moeda está situada no fundo de um rio. Quando observada por uma pessoa
colocada na sua margem, a moeda sofre uma elevação aparente de 2m. Sabendo que o
índice de refração absoluto da água é 4/3, calcule:
a) a profundidade aparente da moeda.
b) a profundidade do rio.

Lâminas de faces paralelas


Quando as superfícies que separam dois meios diferentes são paralelas. Um raio de
luz que incida em uma das superfícies dessa lâmina formando um ângulo de incidência do
raio, do índice de refração dos meios e da espessura da lâmina.

Observando a figura podemos AC, isto é, é a hipotenusa dos dois triângulos. Podemos
então isolar a expressão e igualar as equações. O lado AB corresponde a espessura (e) da
lâmina e o lado CD corresponde ao desvio lateral (d) sofrido pelo raio incidente, isto é, a
distância linear do raio incidente em relação ao raio emergente, visto que eles são paralelos
entre si. Dessa forma teremos:
e = d ,
cos2 sen(2)

Isolando o desvio lateral ficamos com: d = e . sen(


cos2
Exercícios:

113. Um raio de luz monocromática incide, segundo um ângulo de 60 o com a normal, em


uma lâmina está imersa no ar e o índice de refração absoluto do material com que é
constituída é 3, determine o desvio lateral do raio de luz incidente.

86
114. Um raio de luz incide sobre uma lâmina de índice de refração absoluto 2 com ângulo
de incidência 45o. A lâmina está imersa no ar. Sabendo que o desvio lateral do raio incidente
é de 2,6 3 cm, calcule a espessura da lâmina. Dados sem 15o = 0,26 e cos 30o = ¾.

115. Para o esquema abaixo, calcule o valor de  para que o trajeto do raio de luz seja o
indicado.

Prisma óptico

Em óptica, denomina-se prisma óptico o sistema constituído por um corpo transparente,


dotado de duas faces planas, não paralelas, como vemos na figura ao lado. Vamos
representar o prisma a partir de sua secção reta, que hachuramos na figura anterior e que
destacamos na figura seguinte:

87
Nesta figura destacamos:
 Â: ângulo de abertura ou de refrigerância do prisma;
 n1 e n3 : índice de refração dos meios externos ao prisma;
 n2: índice de refração do prisma.
Normalmente, os meios externos ao prisma, de índices de refração n 1 e n3, são idênticos;
assim:
n1 = n3
Nessa situação, a figura seguinte representa a trajetória de um raio de luz através do prisma.

Na figura, temos:
 il: ângulo de incidência;
 rl: ângulo de refração na 1a face;
 r2: ângulo de incidência na 2a face;
 i2: ângulo de emergência;
 ângulo de desvio.
No triângulo PQR, usando a propriedade do ângulo externo ao triângulo, obtemos:
A = rl + r2
O ângulo de desvio sofrido pelo raio de luz ao atravessar o prisma é o ângulo entre a
direção do raio incidente e a do raio emergente.
No triângulo SQR, temos:
=x+y
onde: x = il - rl e y = i2 – r2
Assim:  = (il - rl) + (i2 – r2)
 = (il + i2) – (rl + r2)
 = il + i 2 – A

Desvio mínimo: o ângulo de desvio () atinge seu valo mínimo (m ) quando o ângulo de
incidência (i2) é igual ao ângulo de emergência (i 2); como decorrência, teremos r1
= r2, conforme a figura a seguir:
88
Fazendo il = i2 = i e rl = r2 = r teremos, nas condições de desvio mínimo:

 = il + i2 – A m = 2i – A
A = rl + r2  A = 2r

Exemplos

1. Um raio de luz monocromática incide perpendicularmente sobre uma das faces


de um prisma, cujo ângulo de abertura é de 30 o. Sendo o índice de refração do
prisma 3 e estando ele imerso no ar, determine:
a) a medida do ângulo de emergência;
b) o valor do desvio angular sofrido pelo raio.
Solução
esquematicamente, temos:

Usando que A = rl + r2, temos: 30o = 0 + r2  r2 = 30o

Aplicando a lei de Snell-Descartes na 2a face., n2 . sen r2 = nl . sen i2, temos:


3 . sen 30o = 1 . sem i2
3 . ½ = sen i2
Sen i2 = 3  i2 = 60o
2
a) o ângulo de desvio  é dado por:
 = il + i 2 – A

Sendo que:
Il = 0o (incidência normal);
89
i2 = 60o; A = 30o
temos:
 = 0o + 60o – 30o
 = 30o
2. O desvio mínimo sofrido por um raio de luz, ao atravessar um prisma de angulo de
abertura 90o, é de 30o. Sabendo que ele se encontra imerso no ar, determine o seu índice de
refração.
Solução:
Esquematicamente, temos:

onde:
il = i2 = i
rl = r 2 = r
Nas condições de desvio mínimo temos:
A = 2r  90o = 2r  r = 45o
e
m = 2i – A  30o = 2i – 90o  i = 60o

Aplicando a lei de Snell-Descartes, na 1a face


n1 . sen i = n2 . sen r, temos:
1 . sen60o = n2 = sen 45o
3 = n2 . 2n2 = 3
2 2 2

n2 = 6
2
n> 2  n>2 3
3 3

Dispersão da luz
A dispersão luminosa é um fenômeno que ocorre quando um feixe de luz
policromática incide na superfície de separação de dois meios, decompondo-se nas várias
cores que a constituem.
Se considerarmos um feixe de luz solar (luz branca) incidindo sobre a superfície de
uma lâmina de vidro perceberemos a decomposição da mesma, como é mostrado na figura:

90
A ocorrência desse fenômeno se explica devido ao fato de que, num mesmo meio,
cores diferentes correspondem a diferentes valores do índice de refração.
Assim, por exemplo, o vidro tem índices de refração diferentes para cada uma das
cores; dessa forma, embora o ângulo de incidência i seja o mesmo para todas elas, os
valores dos ângulos de refração r serão diferentes, donde ocorre a decomposição da luz.
Percebemos que como a luz vermelha se desvia menos do que a luz violeta, o índice
de refração do vidro para o vermelho será menor do que para o violeta.

Exercícios:

116. Um prisma de vidro tem índice de refração 2 e ângulo de abertura 75 o. Um raio de luz
monocromática, propagando-se no ar, incide numa das faces do prisma sob o ângulo de 45 o
com a normal. Determine:
a) o ângulo de refração na 1a face.
b) o desvio angular na 1a face.
c) o ângulo de incidência na 2a face.
d) o ângulo de refração na 2a face.
e) o desvio angular na 2a face.
f) o desvio angular total.

117. Um raio de luz incide, sob ângulo de 60o, numa das faces de um prisma de ângulo de
refrigerância 60o. O prisma está imerso no ar e tem índice de refração absoluto 3.
Determine:
a) o ângulo de emergência.
b) o desvio angular total.

118. O desvio mínimo sofrido por um raio de luz ao atravessar um prisma é 30 o. O ângulo de
abertura do prisma é de 90o e ele está imerso no ar. Determine:
a) o ângulo de incidência na 1a face.
b) o índice de refração do prisma.

91
ESPELHO PLANO

Espelho plano é a superfície plana e polida onde ocorre predominantemente a


reflexão da luz.

Imagem conjugada por um espelho plano.

Vamos considerar um ponto luminoso P diante de um espelho plano E. A luz


proveniente de P incide no espelho, sofrendo reflexão.
Nessa situação, os pontos conjugados pelo sistema óptico são:
P: POR (ponto objeto real)
P’: PIV (ponto imagem virtual).
De um ponto objeto real (P), o espelho conjuga um ponto imagem virtual (P’).
Observador recebe os raios de luz refletidos pelo espelho, cujos prolongamentos se
interceptam em P’. O observador enxerga, através do espelho, a imagem P’ conjugada do
objeto P.

Simetria entre o objeto e a imagem


Na figura anterior, percebemos que os triângulos PAB e P’AB são congruentes, assim
vale que:

O objeto e a imagem são simétricos em relação ao espelho plano, isto é, o objeto e a


imagem são eqüidistantes do espelho e pertencem à mesma reta perpendicular a ele.

Imagem de um objeto virtual


Podemos conseguir um ponto objeto virtual para o espelho, com auxílio de um outro
sistema óptico, como por exemplo de lente, conforme a figura seguinte.

O ponto P é, para o espelho, um ponto objeto virtual.


Assim, usando as leis da reflexão, vamos determinar a imagem do objeto virtual,
traçando os raios de luz refletidos pelo espelho.
92
P: POV (ponto objeto virtual);
P’: PIR (ponto imagem real).
De um ponto objeto virtual (P), o espelho conjuga um ponto imagem real (P’).
Assim, podemos concluir:
“O objeto e a imagem, num espelho plano, possuem naturezas opostas, ou seja, quando um
é real o outro é virtual.”

Imagem de um objeto extenso

A propriedade de simetria entre o objeto e a imagem nos ajuda muito a obtera imagem
de um objeto extenso, como a da figura.

Os pontos A’, B’ e C’ são as imagens dos pontos A. B e C, obtidas por simetria.


“Um objeto extenso e sua imagem possuem a mesma forma e tamanho, mas são
enantiomorfos entre si.”
Devido à simetria, o objeto extenso e sua imagem são iguais em forma e tamanho,
porém, são enantiomorfos entre si, querendo-se dizer com isso que o lado direito do objeto
corresponde ao esquerdo da imagem e vice-versa.
Assim, se diante de um espelho levantamos o braço direito, a imagem será uma
“pessoa” que levanta o braço esquerdo.
Observamos também que as imagens de palavras aparecem escritas de maneira
reversa. Por exemplo, a imagem da palavra VESTIBULAR é vista como: VESTIBULAR.

Exemplos:

1. Desenhe a trajetória do raio de luz, que parte do objeto puntiforme F, sofre reflexão no
espelho plano E atinge o observador O.

93
Solução:
Recebendo a luz refletida pelo espelho, o observador enxergará a imagem F’ simétrica
ao objeto F.

O observador tem a impressão de que a luz provém de F’. Mas na realidade a luz
provém de F, reflete no espelho e atinge o observador.

2. Um rapaz está sentado na cadeira de ma barbearia de frente para o espelho, tendo atrás
de si o barbeiro em pé. A distancia entre o rapaz e o espelho é D e entre o rapaz e o
barbeiro é d. Qual é a distância x (horizontal) entre o rapaz e a imagem do barbeiro?

E concluímos que: x = 2 . D + d

MOVIMENTO DO OBJETO
Quando um objeto se movimenta numa direção perpendicular ao espelho, com
velocidade V, a imagem se movimenta com velocidade – V.
De fato, para o objeto e imagem sejam sempre simétricos ao espelho, é necessário
que os deslocamentos destes sejam iguais e opostos.

94
Movimentos de translação do espelho
Vamos trabalhar o espelho de uma distância x, mantendo fixo o objeto. Ao
deslocamento sofrido pela imagem chamamos de y.

Da análise da figura resulta:


.
= 2m + y
= m+ x+ (m+) = 2 +2x
Mas = donde:
2m + y =2m +2x
Y = 2x

Quando o espelho se translada com velocidade V, numa direção perpendicular ao seu plano,
a imagem se movimenta com velocidade 2V.

Movimento de rotação do espelho


Quando um espelho plano gira um ângulo , em torno de um eixo C, contido em seu
plano, a imagem do objeto P gira um ângulo 2 , no mesmo sentido, sobre a circunferência
de centro em C e raio .
95
Se chamamos de E a velocidade angular do espelho e i a velocidade angular da
imagem, então vale:
i = 2E
Exemplos:
1. Um homem parado, olhando-se num espelho plano que se move contra ele, vê sua
imagem se aproximar com velocidade constante V. Qual a velocidade do espelho?
Solução:
Na translação do espelho, a velocidade da imagem é o dobro da do espelho. Assim, a
velocidade do espelho é
2. Uma pessoa corre, com velocidade de 2m/s, de encontro a uma parede espelhada.
Determine:
a) a velocidade da imagem.
b) a velocidade relativa de aproximação entre objeto e imagem.
Solução:
a) quando o objeto tem velocidade V, a imagem terá velocidade – V.
Assim a velocidade da imagem é:

Vi = -2m/s

A velocidade relativa de aproximação é, em módulo, igual


a: Vrelativa = 4m/s.

3. Um objeto P dista R de um espelho plano E, como mostra a


figura. Considere uma rotação de 45o do espelho, no sentido
indicado, em seu torno de um eixo contido em seu plano, que passa
pelo ponto O.

Determine:
a) o ângulo de giro da imagem;
b) a distância da imagem ao objeto

Solução:

96
a) a imagem P’, do objeto P, girará 2, quando o espelho girar , em torno de O, sobre
uma circunferência de raio = R.
.

O espelho gira  = 45o, a imagem P’ girará 90o, assumindo a configuração ao lado:


Ângulo de giro de imagem:
2 = 90o
b) a distância da imagem ao objeto é determinada a observando-se a figura ao lado: Pelo
teorema de Pitágoras, resulta:
=R 2

Associação de espelhos planos


Consideremos um objeto P colocado diante de dois espelhos
planos, E1 e E2, perpendiculares entre si.
Haverá formação de duas imagens por simples reflexão, ou
seja:

 luz de P sofre reflexão em E1, formando a imagem P1.

 luz de P sofre reflexão em E2, formando a imagem P2.

Haverá também, duas imagens formadas por dupla reflexão, ou


seja:
 luz de p sofre reflexão em E1 e
depois em E2 formando a imagem
P3.

Observe na figura que P3 é a imagem da


“imagem P1”.
 Luz de P sofre reflexão em E2 e
depois em E1, formando a imagem P4.

Observe na figura que P4 é a imagem da


“imagem P2”. Podemos observar que as
imagens P3 e P4, formadas por dupla
reflexão, coincidem no mesmo ponto.

97
Não haverá formação de mais imagens além dessas, pois, após duas reflexões
sucessivas, a luz abandona a associação de espelhos perpendiculares.
“A associação de dois espelhos planos perpendiculares entre si forma três imagens distintas
do objeto P.
Duas, P1 e P2, por simples reflexão. E uma, P3  P4, por dupla
reflexão”
Conforme a figura acima, o objeto P e as imagens
localizam-se sobre uma circunferência de centro O e raio
.

Atenção: Se o objeto P for extenso, as imagens P 1 e P2, por


simples reflexão, serão enantiomorfas ao objeto. E a imagem
P3..P4, por dupla reflexão, será idêntica ao objeto. De um modo geral, quando dois espelhos
formam um ângulo  entre suas faces refletoras, o número N de imagens do objeto P é dado
por:

ATENÇÃO:
Essa fórmula é valida para  divisor de 360o.
 Se 360o for par, a fórmula é válida para qualquer posição do objeto

 Se 360o for ímpar, a fórmula só é válida quando o objeto estiver

eqüidistante dos dois espelhos.

Observação: Se um objeto está localizado entre as faces refletoras de dois espelhos planos
e paralelos, haverá a formação de infinitas imagens, pois aí a luz sofrerá infinitas e
sucessivas reflexões entre os espelhos.
Contudo, conseguiremos apenas visualizar um número finto de imagens, devido à
perda de intensidade luminosa e diminuição do ângulo visual.

Exemplos:
R

1. Um objeto P está localizado entre dois espelhos


perpendiculares conforme a figura.
a) Localize, na figura, as imagens formadas; dando as
suas distâncias até o objeto.
b) Se o objeto fosse uma letra P, como seriam
visualizadas as respectivas imagens?

Solução:

98
a)

b) P1 e P2 são enantiomorfos ao objeto, então seriam visualizados como:


q
P3 é identica ao objeto: P

2. Uma pessoa está, com o braço direito levantado, diante de uma associação de
espelhos planos que formam uma ângulo diedro de 36o. Em relação às imagens
formadas, quantas estarão com o braço direito levantado? E com o esquerdo?
Solução:
O número total N de imagens formadas é:
N = 360o – 1

N = 360o -1 N = 9 imagens


36o
As duas primeiras imagens são enantiomorfas ao objeto, as duas seguintes são
idênticas; alternando-se desse modo, até se esgotar o número de imagens.
Assim, das 9 imagens, teremos:
2 imagens: enantiomorfas;
2 imagens: idênticas;
2 imagens: enantiomorfas;
2 imagens: idênticas;
1 imagem: enantiomorfa.

Portanto:
 4 imagens (idênticas ao objeto) com o braço direito levantado;
 5 imagens (enantiomorfas ao objeto) com o braço esquerdo levantado.

3. Um objeto P está entre dois espelhos planos e paralelos. E1 e E2, conforme a figura.

Sabendo-se que a distância entre os espelhos é d e que o objeto P dista a do espelho E 1,


determine a distância entre as duas primeiras imagens formadas (imagens formadas por
simples reflexão).
99
Solução:
Usando a propriedade de simetria o objeto e a imagem, podemos construir o esquema
seguinte:

Com base no esquema, a distância D entre as duas imagens P1 e P2 é:


D = a + a + (d-a) + (d-a)
D = 2.d

Exercícios:

119. Coloca-se um objeto entre dois espelhos planos que formam entre si um ângulo de 90 o.
Calcule o número de imagens formadas.

120. Ache o ângulo formado por dois espelhos planos angulares, sabendo que o número de
imagens formadas é igual a 9.

121. Dois espelhos planos formam entre si um certo ângulo. Calcule esse ângulo, sabendo
que, reduzindo-se 10o, o número de imagens produzidas pelo sistema de um dado objeto é
aumentado de 6.

122. Um diretor de cinema deseja obter uma cena com 15 bailarinas espanholas. Para tanto,
ele dispõe de 3 bailarinas e dois espelhos planos. Para obtenção de tal cena, os espelhos
planos devem ser dispostos formando entre si um ângulo Determine .

ESPELHOS ESFÉRICOS
Definição:
Denomina-se espelho esférico todas superfície refletora com a forma de uma calota esférica.
Se a face interna da calota é refletora, o espelho esférico é dito côncavo.

Se a face externa da calota é refletora, o espelho esférico é dito convexo.

100
Nomenclatura:
Consideremos o espelho esférico indicado na figura.

Os elementos principais do espelho são:


C = cento de curvatura
F = centro de curvatura
V = vértice
R = raio de curvatura
f = distância focal
 = ângulo de abertura do espelho.

RAIOS PARTICULARES
Se um raio de luz incidir paralelamente ao eixo principal, o raio refletido passa pelo
foco principal.

Se um raio de luz incidir no vértice do espelho, o raio refletido é simétrico em relação


ao eixo principal.

Se um raio de luz incidir passando pelo centro de curvatura, o raio é refletido sobre si
mesmo.

101
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DAS IMAGENS
As imagens fornecidas por um espelho esférico podem ser obtidas utilizando-se dois
dos três raios particulares.

102
Observe que as características da imagem A’B’ para o espelho côncavo dependem da
posição do objeto AB sobre o eixo principal.
Note também que a imagem do ponto B do objeto AB está localizada sobre o eixo
principal.
Quando o objeto e a imagem pertencem ao mesmo semi-plano (acima ou abaixo) do
eixo principal, diz-se que a imagem é direita em relação ao objeto. Caso contrário, diz-se que
é invertida em relação ao objeto.
A imagem é real quando é formada pelos próprios raios refletidos e virtuais quando
formada pelos prolongamentos dos raios refletidos.
Vejamos, agora, a construção da imagem por um espelho convexo.

Para o espelho convexo, a imagem de um objeto AB, colocado na frente do espelho, é


sempre virtual, menor e direita.

ESTUDO ANALÍTICO
a) Convenção de sinais (referencial de Gauss).
Consideramos dois eixos ortogonais, com origem na vértice do espelho.
Eixo das abscissas – origem: vértice do espelho
Direção: a do eixo principal
Sentido: contrário as da luz incidente
Eixo das ordenadas – origem: vértice do espelho
Direção: perpendicular ao eixo principal
Sentido: de baixo para cima.

b) Equação de Gauss e equação do aumento linear transversal


Consideramos o espelho da figura:

103
Em que:
p = distância do objeto ao vértice (abscissa do objeto).
p’= distância da imagem ao vértice (abscissa da imagem).
o = altura do objeto
i = altura da imagem
f = distância focal
R = raio de curvatura (R = 2f).
Por semelhança de triângulos podemos demonstrar que:
1= 1+ 1 A = i = -p’
f p p’ o p

equação de Gauss equação do aumento linear transversal (A)

Considerando sempre o objeto real (p > 0), nestas equações, temos;


espelho côncavo  f > 0
espelho côncavo  f < 0
imagem real  p’ > 0
imagem virtual  p’ < 0
imagem direita  i > 0
imagem invertida  i < 0

Exemplo 1.
A distância entre um objeto e a imagem que lhe cojuga um espelho côncavo é de 60cm. A
imagem projetada numa tela é quatro vezes maior que o objeto. Determinar o raio de
curvatura do espelho.

Resolução:
Somente imagens reais podem ser projetadas numa tela; logo o espelho é côncavo
com o objeto localizado entre C e F.

104
Resposta:
O raio de curvatura é igual a 32cm.
123. Seja um espelho esférico côncavo de 30cm de raio. Determine as características da
imagem formada de um objeto de 4cm de altura colocado a 10cm do espelho.

124. um objeto AB é colocado conforme a figura. Determine:


a) a abscissa da imagem.
b) o tamanho da imagem.

105
125. Um espelho côncavo fornece, de um objeto real situado a 40 cm do seu vértice, uma
imagem real situada a 20cm do vértice. Calcule:
a) a distância focal do espelho
b) o raio de curvatura do espelho.
c) o aumento linear transversal.

126. Uma menina está a 20cm de um espelho esférico côncavo e observa a imagem direta
do seu rosto duas vezes ampliada.
a) represente, esquematicamente, o espelho côncavo, o objeto e a imagem conjugada.
b) Determine a distância focal do espelho.

127. A distância entre um objeto e a imagem que lhe conjuga um espelho esférico côncavo é
de 60cm. A imagem é invertida e quatro vezes maior que o objeto.
a) Calcule a abscissa do objeto.
b) Determine o raio de curvatura do espelho.

128. Um objeto localizado a 150cm, em frente de um espelho convexo, forma imagem a


50cm atrás do espelho. Determine a distância focal desse espelho.

129. Deseja-se formar uma imagem real de um objeto sobre uma tela que dista 5m, através
de um espelho. A distância do objeto ao espelho deve ser igual a 15 cm e a altura do objeto
é de 2cm. Determine:
a) o tipo do espelho
b) o tamanho da imagem e se é direita ou invertida.

LENTES ESFÉRICAS
Uma lente esférica é a associação de dois dioptros, sendo que uma das superfícies de
separação é esférica e a outra é esférica plana.

Em geral, consideramos idênticos os meios 1 e 3 e os chamamos, impropriamente, de


meios externos à lente. Dessa maneira, o meio 2, delimitado pelas superfícies S 1 e S2, é
considerado como sendo a própria lente. A lente mais comum é aquela feita de vidro e
envolvida pelo ar.
Elementos geométricos:
A figura seguinte mostra os elementos geométricos característicos de uma lente:

onde:
106
 C1 e C2 são centros de curvatura das faces S1 e S2;
 R1 e R2 são os raios de curvatura das faces S1 e S2;
 Eixo óptico principal é a reta que passa por C1 e C2;
 V1 e V2 são vértices (intersecções do eixo principal com as faces S1 e S2);
 E= é a espessura da lente.
Observações:
 Uma lente é delgada quando a espessura e for desprezível em relação as raios
de curvatura.
 Quando a lente tiver uma face plana, o eixo principal pasa pelo centro da face
esférica e é perpendicular à face plana.

CLASSIFICAÇÃO DAS LENTES


Podemos classificar as lentes quando a dois aspectos; tipos de faces e
comportamento óptico.
Classificação quanto as faces: quanto as faces, temos seis tipos de lentes divididos em
dois grupos: as de bordos finos e as de bordos grossos.

Observação:
Os nomes das lentes segue a convenção de que podemos citar em primeiro lugar a face de
maior raio de curvatura.
Assim, os nomes das lente de bordos finos terminam com a palavra convexa. E os das
lentes de bordos grossos, com a palavra côncava.

Classificação quanto ao comportamento óptico: quanto ao comportamento óptico um


alente pode ser convergente ou divergente.
A lente é convergente se a luz, ao atravessá-la, sofre desvio nos raios no sentido de
aproximar suas direções. Em caso contrário, a lente será divergente.
Nas figuras seguintes, usamos a representação convencional para lentes delgadas
(convergente e divergente).

107
Para um pincel incidente de luz, constituído por raios paralelos, a lente convergente
associa um pincel emergente convergente e a lente divergente associa um pincel emergente
divergente.

Exemplos:
1. Classifique as lentes abaixo representadas, como sendo convergentes ou divergentes.

Solução:
Observando as figuras dadas, classificamos:
L1: convergente
L2: divergente
L3: divergente
L4: convergente

Comportamento óptico e índice de refração


Como vimos no exercício anterior, o comportamento óptico de uma lente depende,
além de sua forma, dos índices de refração da lente e do meio externo a ela.
O caso mais comum é a lente ser mais refringente do que o meio externo (lente de
vidro imersa no ar) e nesse caso podemos concluir que as lentes de bordos finos são
convergentes e as de bordo grossos são divergentes.
nL < nE
bordos finos: convergente
bordos grossos: divergente
onde:
nL: índice de refração da lente
nE: índice de refração do meio externo
108
Em caso contrário (lente menos refringente do que o meio externo), o comportamento
óptico é invertido em relação ao anterior.
nL > nE
bordos finos: divergente
bordos grossos: convergente

Foco imagem principal


Vamos considerar neste estudo, lentes delgadas e raios de luz dentro das condições de
Gauss, como vimos no estudo dos espelhos esféricos.

“Foco imagem principal (Fi) é o ponto imagem que a lente conjuga de um objeto impróprio,
definido por raios de luz paralelos ao eixo óptico principal”

.
Percebemos que a lente convergente possui foco imagem real e a lente divergente possui
foco imagem virtual.

Foco objeto principal


“Foco objeto principal (Fo) é o ponto objeto associado pela lente, a uma imagem imprópria,
definida por raios de luz paralelos ao eixo óptico principal”

109
Para a lente convergente, o foco objeto real e para o lente divergente, o foco objeto é
virtual.

Distância focal: como vimos uma lente possui dois focos principais: o foco objeto e o foco
imagem. Verifica-se que esses focos são simétricos em relação à lente delgada. A distância
focal f é a distância de um dos focos até a lente delgada.

Como os focos da lente convergente são reais e os focos da lente divergentes são
virtuais, convenciona-se que:
 a distância focal de uma lente convergente é positiva (f > O);
 a distância focal de uma lente divergente é negativa (f < O).

Raios notáveis de luz


Vamos descrever as trajetórias de alguns raios de luz, denominamos raios notáveis,
que serão úteis na determinação gráfica da imagem.
“Todo raio de luz que incide paralelamente ao eixo óptico principal da lente emerge numa
direção que passa pelo foco imagem principal”

Essa trajetória decorre da própria definição de foco imagem principal.


Na lente convergente, é o próprio raio de luz que passa pelo foco. Enquanto, na lente
divergente, são seus prolongamentos que passam pelo foco.
“Todo raio de luz que incide numa direção que passa pelo foco objeto principal emerge
paralelamente ao eixo óptico principal”.

110
Essa trajetória também é decorrente de definição de foco objeto.
“Todo raio de luz que incide no centro óptico da lente emerge sem sofrer desvio. Esse raio de
luz define o centro óptico da lente.”

Ponto antiprincipal é aquele que dista da lente o dobro da distância focal.

onde:
 Ao é o ponto antiprincipal objeto;
 Ai é o ponto antiprincipal imagem.
Teremos oportunidade de verificar essa propriedade quando fizermos a determinação
analítica da imagem.

Observação: na lente convergente, as pontos antiprincipais são reais e na lente divergente


são virtuais.

DETERMINAÇÃO GRÁFICA DA IMAGEM


De modo análogo ao que fizemos nos espelhos esféricos, vamos determinar
graficamente a imagem A’B’ de um pequeno objeto AB, disposto frontalmente diante de uma
lente delgada.
Em lente convergente
 objeto situado antes do ponto antiprincipal Ao.

A imagem A’B’ será: real, invertida e reduzida.


111
Este caso corresponde a imagem formada por uma câmara fotográfica (ou por uma
filmadora), devendo a imagem real recair sobre o filme.
 objeto em Ao.

A imagem A’B’ será na real, invertida e de mesmo tamanho.


 objeto entre Ao e Fo.

A imagem A’B’ é real, invertida e ampliada.

Este caso corresponde à imagem produzida por projetores, (tanto de “slides”como de filmes).

 objeto em Fo.

A imagem é imprópria.
 objeto entre Fo e O.

112
A imagem entre A’B’ é virtual, direta e ampliada. A lente de aumento, ou lupa, corresponde a
uma lente convergente utilizada nas condições da figura anterior.

Em lente divergente
Há apenas um caso a considerar.

Independentemente da posição do objeto real AB, a imagem conjugada A’B’ será virtual,
direta e reduzida.
Observando as construções que acabamos de fazer, podemos concluir:
 sempre que o objeto e a imagem tiverem naturezas opostas, um real e o outro virtual,
estarão localizados do mesmo lado da lente e a imagem será direta em relação ao
objeto;
 sempre que o objeto e a imagem tiverem mesma natureza, os dois reais ou os dois
virtuais, estarão localizados em lados opostos da lente e a imagem será invertida em
relação ao objeto.
 A lente divergente, para o objeto real, sempre conjuga uma imagem virtual, direta e
reduzida.

EQUAÇÃO DE HALLEY

113
A equação de Halley ou “fórmula dos fabricantes de lentes” relaciona a distância focal
f com raios de curvatura, R1 e R2 das faces da lente e, com índices de refração da lente (n L) e
do meio externo (nE).

onde:
nL é o índice de refração relativo da lente em relação ao meio externo.
nE

ATENÇÃO: Se uma das faces da lente for plana, o raio dessa face tende ao infinito e o termo
1/R tende a zero.
Neste caso a equação de Halley se reduz a:

onde R1 é o raio da face esférica.

Convenção de Sinais
Ao aplicarmos a equação de Halley, devemos estar atentos para a seguinte
convenção de sinais:
 Face convexa: R > 0;
 Face côncava: R < 0;
 Face plana: R    0;
 Lente convergente: f > 0 ;
 Lente divergente: f < 0.

Vergência de uma lente


A vergência de uma lente de distância focal f é, por definição:

Logo, vergência e distância focal são grandezas inversamente proporcionais.

114
Se a distância focal estiver em m (metros), a vergência estará em m -1 recebe o nome de
dioptria.

Observação: É de uso comum a palavra grau ao invés de dioptria. Por exemplo, uma “lente
de 5 graus” é uma lente cuja vergência vale 5 dioptrias, ou, abreviadamente 5 di.

Exemplo:
Uma lente convexo-côncava de índice de refração 1,5, imersa no ar, possui raios de
curvatura iguais a 30 cm e 20 cm.
Determine;
a) distância focal;
b) a vergência em dioptrias.

Solução:
a) lembrando que citamos, no nome da lente, a face de maior raio em primeiro lugar,
vem:
R1 = +30cm (convexa)
R2 = -20cm (côncava)
NL = 1,5 e nE = 1 (ar).

Substituindo na equação de Halley

a vergência é dada por V = 1


f
onde f = -120 cm = -1,2m
Assim, temos:

115
V = -1 V  – 0,83 di
1,2

Determinação analítica da imagem:


As equações que utilizaremos para a determinação da posição e tamanho da imagem
são análogas às utilizadas no estudo dos espelhos esféricos

Equação de conjugação de Gaus

1=1+1
f p p’

onde:
f: distância focal
p: abscissa do objeto
p’: abscissa da imagem

Para a aplicarmos a equação de Gauss, devemos observar a seguinte convenção de


sinais:
f > 0: lente convergente;
f < 0: lente divergente;
p >0: objeto real;
p < 0: objeto virtual;
p’> 0: imagem real;
p’< 0: imagem virtual.

Equação do aumento linear transversal


A = i = -p’
o p
onde:
A: aumento linear transversal;
i: altura da imagem;
o: altura do objeto.
Fazendo o > 0, temos:

 imagem direta: i > 0;


 imagem invertida: i < 0.

Exemplos

116
1. um objeto é colocado a 60 cm de uma lente divergente de distância focal 20cm.
Determine, analiticamente, as características da imagem.
Solução:
Do enunciado temos que:
p = +60 cm (objeto real)
f = -20 cm (lente divergente)
A partir da equação de conjugação, vem:
1 = 1 + 1  1 = 1 + 1
f p p’ -20 60 p’

1 = -1 – 1 = -3 -1 = -4
p’ 20 60 60 60

p’ = -60  p’= -15cm (imagem virtual)


4

Do aumento linear transversal, resulta:


i = -p’  i = -(-15) = 15
o p o 60 60

i=1
o 4 (imagem direta reduzida)

2.Objeto de 2,0 cm de altura está disposto frontalmete a 60cm de uma lente delgada de
vergência +2,5 di.
a) determine, graficamente, as características da imagem;
b) determine, analiticamente, a posição e o tamanho da imagem.
Solução
a) como foi dada a vergência, V = +2,5 di, podemos calcular a distância focal:
f = 1  f = 1  f = 0,4m  f = 40cm (lente covergente)
V 2,5

Assim podemos situar o objeto diante da lente de acordo com o enunciado.

A imagem é real, invertida e ampliada.


b) do enunciado, temos: p = 60cm.
E como calculamos: f = 40cm.
Na equação de Gauss,
1 + 1 = 1 , vem:
p p’ f’
1 + 1 = 1  1 = 1 - 1
60 p’ 40 p’ 40 60

117
1 = 3-2  1 = 1
p’ 120 p’ 120

p’ = 120cm

A imagem dista 120 cm da lente. Do enunciado, temos: o = 2cm. Aplicando a equação do


aumento linear transversal, i = -p’ , vem:
o p
i = - p’ , vem:
o p

i = -120  i = -2
2 60 2

i = - 4,0cm

A imagem é invertida e com tamanho de 4,0cm.

INSTRUMENTOS ÓPTICOS
São inúmeros os instrumentos que se valem dos fenômenos ópticos para melhorar
sensivelmente as condições de visualização de imagens. Basicamente podemos dividi-los
em “instrumentos de visão direta”, aqueles que produzem uma imagem virtual de tal forma
que podemos vê-la diretamente com o nosso olho, e “istrumento de projeção”, que são
aqueles que necessitam ser projetados em um anteparo para serem visualizados, pois
produzem uma imagem real dos objetos.
Instrumentos de visão direta
Lupa:
O instrumento óptico mais simples que podemos construir é a LUPA. É constituída
unicamente por uma lente de bordas finas com comportamento convergente. Nesta caso, o
objeto deve ser colocado entre o foco e o vértice da lente e sua imagem virtual será
visualizada diretamente de tamanho maior e direita.

Microscópio composto
O microscópio simples é formado por duas lentes convergentes denominadas de objetiva e
ocular. A objetiva, como nome sugere, é o lado do microscópio onde será colocado o olho do
observador. A lente da ocular deve ter um poder dióptrico menor que o da objetiva. Isto é, a
118
distância focal da ocular é bem maior que o da objetiva. A imagem formada pela objetiva
servirá como objetivo para ocular (Ocular com f da ordem de centímetros e a Objetiva com f
da ordem de milímetros). O objeto está colocado próximo à objetiva entre o centro de
curvatura da mesma e o seu foco principal. A imagem formada servirá como objeto para a
segunda lente e deverá estar localizada entre o foco da segunda lente e o vértice da mesma.
A imagem final formada neste instrumento é virtual, ampliada e invertida em relação ao
objeto principal. Observe o esquema que segue.

Existe uma relação matemática para determinar o aumento produzido por um


microscópio simples, basta aplicarmos o aumento produzido pela lente objetiva (A objetiva) pelo
aumento produzido pela lente ocular (Aocular).
Amicroscópio = Aobjetiva x Aocular
Luneta astronômica
Na luneta astronômica, o objeto que está sendo observado em geral está muito
distante, isto é, podemos considerá-lo no infinito.
Neste caso também utilizamos duas lentes. A objetiva com uma distância focal muito
maior que a da ocular. Na objetiva a distância focal tem ordem de grandeza do metro e a da
ocular tem ordem do centímetro. O poder dióptro neste caso é maior da ocular do que da
objetiva. A imagem final produzida é virtual, maior e invertida em relação ao objeto principal.
O esquema a seguir mostra como a imagem é formada.

Existe uma relação matemática para determinar o aumento produzido pela luneta,
também muitas vezes denominados de telescópio refrator. Esta equação é indicada pela
119
razão entre as distâncias focais da objetiva e da ocular. O sinal negativo indica que a
imagem produzida é invertida. Assim:
A = fobjetivo
focular
Instrumentos de projeção

Máquina fotográfica:
As máquinas fotográficas convencionais são, talvez, os instrumentos ópticos mais simples de
projeção. São constituídos de uma lente convergente (objetiva) um anteparo (filme). O
esquema que segue indica como funciona um equipamento deste tipo.

Projetor:
Os projetores de slides e de filmes, funcionam praticamente de forma contrária a das
máquinas fotográficas. Observe o esquema que segue.

Óptica da visão

O olho humano:
O olho humano, nosso órgão da visão, é um sistema óptico bastante complexo. Suas
principais estruturas são mostradas na figura que segue.

120
O olho representado acima é opticamente equivalente a uma máquina fotográfica.
Suas estruturas comuns, o cristalino, a córnea, o humor aquoso e o humor vítrio são os
responsáveis pela refração da luz e comportam-se como única lente convergente, que
produz do objeto observado uma imagem real, invertida e reduzida; que será nítida quando
recair sobre a retina.
A pupila tem por função regular a quantidade de luz penetra no olho, como diafragma
de uma máquina fotográfica.

Como imagem deve sempre recair sobre a retina, temos que: p’ = (constante).
Para isso, a distância focal f deve assumir um valor conveniente para cada posição p do
objeto.
De fato, a equação de Gauss:

constante

mostra que a distância focal f deve diminuir para posições do objeto mais próximas do olho.
“A variação da distância focal é feita através dos músculos ciliares”
Quando o objeto se aproxima do olho, os músculos ciliares comprimem o cristalino,
diminuindo o raio de curvatura de suas faces, ocasionando uma diminuição na distância
focal.
Ponto próximo: quanto mais o objeto se aproximar, maior será a compressão dos músculos
ciliares sobre o cristalino. Haverá então uma distância do objeto ao olho, para qual os
músculos ciliares estarão realizando a máxima compressão de que são capazes. Essa
posição do objeto é denominada ponto próximo e sua distância ao olho é a distância
mínimo de visão distinta.

121
“Ponto próximo (PP) é a posição do objeto mais próxima do olho, que ainda permite uma
visão nítica”.
Para um olho normal (olho emétrope) a distância do ponto próximo, d pp, ao olho é
aproximadamente 25cm. Se o objeto estiver a uma distância menor que a distância do ponto
próximo, a imagem deixará de ser nítida, pois não mais recairá sobre a retina.

Ponto Remoto: quanto mais objeto se afasta do olho, menor a compressão exercida pelos
músculos ciliares. A posição do objeto para qual os músculos ciliares estão relaxados é
denominada ponto remoto, cuja distância ao olho é a distância máxima de visão distinta.
“Ponto remoto (PR) é posição do objeto mais afastada do olho, que ainda permite uma visão
nítida”
Para o olho normal (olho emétrope) a distância do ponto remoto, d PR, ao olho é infinita.
Uma pessoa de visão normal enxerga uma paisagem, por exemplo, nitidamente, como se
fosse uma bela fotografia. Embora essa pessoa esteja sujeita ao limite de acuidade visual.

Zona de acomodação: zona de acomodação é a região que vai do ponto próximo ao ponto
remoto.
Para um objeto ser visualizado nitidamente, ele deverá estar na zona de acomodação.
A figura seguinte mostra essa região para um olho normal.

Defeitos da visão
Vamos agora estudar os mais comuns defeitos da visão.
Miopia: a deficiência de um olho míope está na visualização de objetos distantes. Ou seja, o
seu ponto remoto (PR) não está no infinito e sim a uma distância finita (d PR):

Isso ocorre, pelo fato da imagem do objeto distante (PO) recair aquém da retina:

Para corrigir esse defeito, devemos tornar o olho míope menos convergente. Para tanto,
associamos a ele uma lente divergente.

Podemos demonstrar que a distância focal da lente corretiva f c da miopia é igual, em


módulo, à distância do ponto remoto.
fc = - dPR
122
O sinal negativo na expressão anterior deve-se à convenção que atribui distância às lentes
divergentes.
Observação: O fato do ponto remoto (PR) do míope estar a uma distância finita, acarreta
uma diminuição da distância de seu ponto próximo (PP).
Hipermetropia: a deficiência de um olho hipermétrope estána visualização de objetos
próximos. Ou seja, o seu ponto próximo (PP) está mais afastado do que o do olho normal:

Onde: dPP > 25 cm.


No olho hipermétrope, a imagem de um objeto impróprio (PO) recai além da retina.

Para corrigir esse defeito devemos tornar o olho hipermétrope mais covergente,
associado a ele uma lente convergente.
A lente corretiva deverá, de um objeto colocado a 25 cm do olho, fornecer uma
imagem no ponto próximo (PP) do hipermétrope, ou seja, a uma distância d PP do olho.
Assim a distância focal da lente corretiva fc da hipermetropia é calculada através da
equação de Gauss:
1+ 1 = 1  1 - 1 = 1
p p’ f 25cm dPP fc

O sinal negativo na expressão anterior deve-se ao fato da imagem, fornecida pela lente
corretiva, ser virtual.
Presbiopia: a presbiopia ou “vista cansada” é um defeito da visão devido à perda de
flexibilidade dos músculos ciliares.
A correção da presbiopia é feita da mesma maneira que a da hipermetropia.
Astigmatismo: o astigmatismo é devido a uma perda de simetria do globo ocular. A
correção é feita com o uso de lentes cilíndricas.

Exemplos:

1. As lentes dos óculos de um míope são de “5 graus”. Qual é máxima distância de seus
olhos, sem óculos, que ele vê com imagem nítida?

Solução
Do enunciado tiramos que:
V = -5 di (lente divergente)
A distância focal será:

V = 1  f = 1 = 1  f = - 0,20m
123
f V -5

A lente corretiva da miopia, é tal que:


f = - dPR
- 0,20 = - dPR  dPR = 0,20 m
ou
dPR = 20cm.

Sem óculos, esse míope vê nitidamente até uma distância de 20 cm.

2. O ponto próximo de um indivíduo B valem, igualmente, 50cm. Indique o tipo e a vergência


das lentes corretoras para esses indivíduos.
Solução
O indivíduo A é hipermétrope ou presbíope. Assim:
1 - 1 = 1  1 - 1= 1
25 dPP fc 25 50 fc

Passando para metros:


1 - 1 = 1
0,25 0,50 f
4–2=V
V = 2di (convergente)

O indivíduo B é míope:
fc = -dPR
fc = -50 cm
fc = -50m
Assim, temos:
V= 1V=- 1 ,
f 0,50m

V = -2 di. (divergente)

BIBLIOGRAFIA:

BONJORNO, Regina Azenha. Et al. Física 2o grau: mecânica, eletricidade, termologia,


ondulatória, óptica gemométrica. São Paulo: FTD, 1998.

CARRON, Wilson; GUIMARÃES, Osvaldo. As faces da Física. São Paulo: Moderna, 1997.

FILHO, Aurélio Gonçalves; TOSCANO, Carlos. Física para o ensino médio. São Paulo:
Scipione, 2002.
124
HALILIDAY, Dawid; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Óptica e
Física Moderna. 6a ed. Vol 4. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

PARANÁ. Física. 4a edição. São Paulo: Ática, 2000.

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