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1. DEFINIÇÃO DE TERMOMETRIA
Através do tato podemos distinguir um corpo quente de um frio, por meio dele podemos
colocar em ordem vários corpos, por exemplo, do mais frio para o mais quente.
Podemos verificar, entretanto, que essa avaliação não é exata para determinar a temperatura
de um corpo.
Isto é, um corpo pode parecer quente para a mão que estava a uma temperatura mais baixa e
frio para outra que permaneceu em temperatura mais elevada.
Investigando microscopicamente um corpo, observou-se que seu estado de aquecimento influi
no estado de agitação de suas partículas, tornando-se mais acentuado à medida que vai vicando
mais quente.
EQUILÍBRIO TÉRMICO
Quando dois corpos, A e B, com temperaturas θA e θB iguais estão em contato térmico, diz-se
que estão em equilíbrio térmico.
Corpo A Corpo B
θA θB
A
A
C θA = θ B
B B
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TERMÔMETROS
EQUAÇÃO TERMOMÉTRICA
Exemplo
Num termômetro de mercúrio a altura da coluna líquida é de 4cm e 29cm, quando a temperatura
assume os valores 0°C e 100°C, respectivamente.
a) Qual a equação termométrica desse termômetro na escala Celsius?
b) Qual a temperatura quando a coluna de mercúrio atingir a altura de 15 cm?
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EXERCÍCIOS
1. Quando bulbo de um termômetro de gás, a volume constante, está imerso no gelo fundente, a
pressão do gás é 51,3cm de Hg. Em presença de água em ebulição, sob pressão normal, a
pressão do gás passa a 70,3cm de Hg. Calcule a temperatura em 0C, quando a pressão do gás for
80cm de Hg.
2. A tabela ao lado apresenta resultado de duas leituras feitas por medidor de temperatura em 0F,
que relaciona a temperatura com a altura da coluna de mercúrio.
t0C
30
6 h(cm)
ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Para a graduação das escalas foram escolhidos, para pontos fixos, dois fenômenos que se
reproduzem sempre nas mesmas condições: a fusão do gelo e a ebulição da água, ambos sob
pressão normal.
1.° Ponto Fixo: corresponde à temperatura de fusão do gelo, chamado ponto do gelo.
2.° Ponto fio: corresponde a temperatura de ebulição da água, chamado ponto do vapor.
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RELAÇÕES ENTRE AS ESCALAS TERMOMÉTRICAS
Exemplo
Transformar 35 0C em 0F.
Resolução:
C F – 32 35 F – 32
5 9 5 9
F=95°F
EXERCÍCIOS
6. Sabendo que o nitrogênio líquido ferve a 77 K, determine sua temperatura de ebulição na escala
Celsius.
7. Uma pessoa está com a temperatura de 99,5°F. Determine sua temperatura na escala Celsius.
8. Ao medir a temperatura de um gás, verificou-se que a leitura era a mesma, tanto na escala
Celsius como na Fahrenheit.
Qual era essa temperatura?
10. Certa escala termométrica A assinala 40°A e 100°A quando a escala Celsius assinala para essas
temperaturas os valores 10°C e 30°C, respectivamente. Calcule as temperaturas correspondentes
ao ponto do gelo e ao ponto de vapor na escala A.
11. (UNIMEP-SP) Numa das regiões mais frias do mundo, o termômetro indica -76 °F. Qual será o
valor dessa temperatura na escala Celsius?
14. (Belas Artes-SP) Numa escala termométrica X, a temperatura do gelo fundente corresponde a -
80°X e a da água em ebulição, a 120°X. Qual a temperatura absoluta que corresponde a 0°X?
15. Num termômetro graduado em °C ocorreu uma variação de 15 graus. Determine a variação
correspondente na escala:
a) Kelvin
b) Fahrenheit.
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16. (Cesgranrio) Dois termômetros, um Celsius e um Fahrenheit, são utilizados para medir a
temperatura de uma massa liqueda. Observa-se que o termômetro Celsius acusou um aumento
de temperatura de 45°C. Logo, de quanto foi o aumento no termômetro Fahrenheit?
17. Uma escala termométrica A criada por um aluno é tal que o ponto de fusão de gelo corresponde a
-20°A e o de ebulição da água corresponde a 30°A. Qual a temperatura Celsius em que as
escalas A e Celsius fornecem valores simétricos?
18. Uma temperatura na escala Fahrenheit é expressa por um numero que é triplo do correspondente
na escala Celsius. Determine essa temperatura em F°.
19. Determine a temperatura em °C, na qual o valor na escala Fahrenheit excede em 3 unidades o
dobro do valor na escala Celsius.
20. (Unesp –SP) Quando uma enfermeira coloca um termômetro clínico de mercúrio sob a língua de
um paciente, por exemplo, ela sempre aguarda algum tempo antes de fazer a sua leitura. Esse
intervalo de tempo é necessário:
23 .(UECE) Uma estudante de enfermagem observa que a temperatura de certo paciente variou, num
período, de 5 oC. A variação corresponde na escala Fahrenheit será de:
a) 4 oF
b) 9 oF
c) 12 oF
d) 13 oF
e) 18 oF
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DILATAÇÃO TÉRMICA
DILATAÇÃO LINEAR
∆ L = Li ∆ t
Vê-se, em dias quentes, que os cabos de eletricidade das ruas “criam barrigas” maiores do
que em dias frios. Esse é um dos efeitos do fenômeno da dilatação térmica.
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Baseando-se no que foi visto:
a) Por que há intervalos (vãos) entre os trilhos consecutivos de uma ferrovia?
b) Qual é a finalidade da utilização de ripas de madeira ou de asfalto, em calçadas de ruas,
quando pavimentadas com concreto (cimento)?
c) Por que uma xícara pode se rachar quando nela se coloca água muito quente?
A tabela que segue apresenta os valores médios dos coeficientes de dilatação linear de alguns
materiais sólidos.
Cobre 17 x 10-6
Porcelana 3 x 10-6 Latão 19 x 10-6
Vidro pirex 3 x 10-6 Alumínio 22 x 10-6
Vidro comum 8 x 10-6 Zinco 26 x 10-6
Platina 9 x 10-6 Chumbo 27 x 10-6
Ferro 12 x 10-6
DILATAÇÃO SUPERFICIAL
∆A = Ai ∆t
EXERCÍCIOS:
31. Considere uma chapa de ferro, circular, de raio 10 cm, a 10oC. A chapa é aquecida até 210 oC. Se
o coeficiente de dilatação linear do ferro é 1,2 . 10-5 oC-1 calcule a variação da área nesse intervalo de
temperatura.
32. (OSEC-SP) Uma chapa metálica sofre um aumento de área de 0,06% ao ser aquecida de 100 oC.
Calcule o coeficiente de dilatação linear desse material, em oC-1.
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33. Uma chapa quadrada de ferro tem 1 metro de lado a 10 oC. Sabendo que Fe = 24.10-6oC, calcule
a área dessa placa num local cuja temperatura é de 30oC.
34. Uma chapa tem área de 2m 2 a 0oC. Aquecendo-a até 80oC sua área aumenta de 0,4cm 2. Calcule
o coeficiente de dilatação superficial do material que constitui a placa.
35. Um círculo de aço, homogêneo, de raio 10cm e coeficiente de dilatação linear 1,2 . 10 -5oC-1 tem
sua temperatura alterada de 10oC para 110oC. Calcule a dilatação superficial sofrida pelo círculo
nessa variaçào de temperatura. Adote = 3,14.
36. Uma placa de aço tem um furo circular de 2cm 2 de área de área a 10oC. Determine a área do
orifício se a placa for aquecida a 1010oC, sabendo que o coeficiente de dilatação linear do aço é 11 .
10-6oC-1.
DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Vf = Volume Final
∆V = Variação de Volume (dilatação volumétrica)
Os sólidos possuem forma própria e volume definido, mas os líquidos têm somente volume
definido. Assim, o estudo da dilatação térmica dos líquidos é feita somente em relação à dilatação
volumétrica. Esta obedece a uma lei idêntica à dilatação volumétrica. Esta obedece a uma lei idêntica
à da dilatação volumétrica de um sólido, ou seja, a dilatação volumétrica (∆V) de um líquido é:
- diretamente proporcional ao volume inicial (V0) do líquido;
- e diretamente proporcional à variação de temperatura (∆T).
Como a dilatação depende do tipo de líquido, escrevemos:
∆ V = V0γ • ∆T
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vreal
Vap . ..............
V0 ..........
T0 T T
(a) (b) (c)
Verificamos, então, que a dilatação real de um líquido corresponde à dilatação aparente do líquido
acrescentada da dilatação volumétrica do recipiente:
∆ Vreal = ∆ Vaparente + ∆ Vrecipiente
Exercícios
37. Um posto de gasolina recebeu 2000 litros desse líquido a 30 oC. Quando vendeu, a temperatura
média da gasolina havia baixado para 20oC. Sendo 1,1 . 10-3 oC-1 o coeficiente de dilatação média da
gasolina, calcule o prejuízo do posto, em litros.
38. Um líquido é aquecido de 0oC a 50oC, verficando-se na escala do frasco de vidro que o volume
passa de 500cm3 para 525cm3. Sendo Yvidro = 1 . 10-5, detremine o coeficiente de dilatação real do
líquido.
39. Um recipiente de vidro tem a 0oC o volume interno de 800cm3 e está completamente
cheio de um certo líquido. Aquecendo-se o recipiente a 70 oC, há um extravassamento de
8,40cm3 do líquido. Sendo Yvidro = 3 . 10-5oC-1, calcule:
a) o coeficiente de dilatação volumétrica aparente do líquido.
b) c coeficiente de dilatação volumétrica real do líquido.
ANOMALIA DA ÁGUA
Em países onde os invernos são rigorosos, muitas pessoas deixam suas torneiras
gotejando para não permitir que a água continua no encanamento se congele, devido ao
pequeno fluxo, e os canos arrebentem. Do mesmo modo, nas encostas rochosas desses
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países, com a chegada do inverno, as águas que se infiltraram nas rachaduras congelam-se
e aumentam de voluma, provocando um desmoronamento.
(uma garrafa cheia de água dentro de um freezer se quebra quando congela, pois o gelo
ocupa um volume maior que a água.).
A FÍSICA NO COTIDIANO
.
Outro exemplo de isolamento térmico verifica-se nos iglus, feitos com blocos de gelo, o que
possibilita um ambiente aquecido no seu interior para o conforto dos esquimós.
CALORIMETRIA
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Exercícios:
42. Quantas calorias uma massa de 500 gramas de água a 90 oC deve perder para que sua
temperatura passe a 200C?
43. Que quantidade de calor desprende um litro de água ao passar de 80oC para 15oC?
46.ç um aquecedor dissipa 800W de potencia utilizada totalmente para aquecer 1kg de água,
cuja temperatura inicial é de 20 /C. dado: 1 cal =4J.
CALOR SENSÍVEL
C=
Observações:
1a) A água é uma das substâncias que apresentam maios calor específico.
2a) O calor específico depende do estado físico da substância . Exemplo: água, gelo e vapor
de água.
3a) Em nosso curso, o calor específico será considerado constante; na realidade, porém, ele
depende da temperatura e da pressão.
C= Q a C = mc c =
∆t
A unidade de capacidade térmica é cal/oC.
A capacidade térmica de um corpo representa a quantidade de calor necessária para
que a temperatura do corpo varie de 1oC.
Exercícios:
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47. Transforme 20kcal em joule. Dado 1cal = 4,18J.
49. Qual a quantidade de calor necessária para elevar a temperatura de 200 gramas de
cobre de 25oC para 70oC? O calor específico do cobre é igual a 0,093cal/g . oC
50. O calor específico do ferro é igual a 0,110cal/ g . oC, após ter cedido 500cal.
51. Sabendo que o calor específico do ferro é de aproximadamente 0,1cal/g . oC, calcule a
quantidade de calor para elevar de 15oC a temperatura de um pedaço de 80 gramas desse
material.
52. Um corpo de massa igual a 10Kg recebeu 20kcal, e sua temperatura passou de 50 oC
para 100oC.
54. Um bloco de alumínio com 600g de massa deve ser aquecido de 10 oC até 150oC. Sendo
de 0,22 cal/g . oC o calor específico do alumínio, calcule:
55. Quantas calorias perderá a massa de dois quilogramas de água, quando sua temperatura
baixar de 50oC para 20oC?
56. (PUC-PR) Um corpo de massa 300g é aquecido através de uma fonte cuja potência é
constante e igual a 400 calorias por minuto. O gráfico ilustra a variação da temperatura num
determinado intervalo de tempo. Pede-se o calor específico da substância que constitui o
corpo.
57. Tem-se 1kg de um líquido a 20oC, cujo valor específico vale 0,4 cal/g . oC.
a) Que temperatura terá ao perder 2 kcal de calor?
b) Qual é o equivalente em água do líquido?
CALOR LATENTE
Observação
O esquema seguinte representa as mudanças de fase de uma substância:
Quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados próximos
um do outro ou em contato, eles trocam calor entre si até atingir o equilíbrio térmico.
Se o sistema não trocar energia com o ambiente, isto é, for termicamente isolado,
teremos:
.
15
Note que a quantidade de calor cedida por A é igual, em valor absoluto, à quantidade
de calor recebida por B.
Se tivermos n corpos, teremos:
Q1+ Q2 + Q3 + ... + Qn = 0
A quantidade de calor recebida por uns é igual à quantidade de calor cedida por
outros.
Quando colocamos água quente em um recipiente, a água perde calor e o recipiente
ganha até que a água e o recipiente fiquem com a mesma temperatura, isto é, até que
atinjam o equilíbrio térmico.
Se não houvesse troca de calor com o ambiente, a quantidade de calor cedida pela
água deveria ser igual à quantidade de calor recebida pelo recipiente.
Havendo troca de calor com o ambiente, quantidade de calor cedida pela água é igual
à soma das quantidades de calor absorvidas pelo recipiente e pelo ambiente.
Os recipientes utilizados para estudar a troca de calor entre dois ou mais corpos são
denominados calorímetros.
Os calorímetros não permitem perdas de calor para o meio externo, isto é, são
recipientes termicamente isolados.
Exemplo 2:
Um calorímetro de capacidade térmica 8 cal/oC contém 120g de água a 15oC. Um
corpo de massa x gramas e temperatura 60 oC é colocado no interior do calorímetro .
Sabendo-se que o calor específico do corpo é de 0,22 cal/g . oC e que a temperatura de
equilíbrio térmico é de 21,6oC, calcular x.
Resolução:
Formando a tabela:
m c tf ti
Calorímetro 8 21,6 15
Água 120 1 21,6 15
Corpo X 0,22 21,6 60
Resposta:
A massa do corpo é de 100g
Exercícios
53. Um calorímetro ideal contém 80g de água a 20 oC. Um corpo de 50g de massa a 100 oC é
colocado no interior do calorímetro. Sabendo que o calor específico da água é de 1cal/g . oC
e que o equilíbrio térmico ocorre a 30 oC, determine o calor específico da substância que
constitui o corpo.
55. Um calorímetro de cobre tem massa de 200g e contém 680g de água, inicialmente a
20oC. Um corpo de alumínio tem massa de 500g e está inicialmente a100 oC. Introduz-se o
corpo de alumínio no calorímetro. Desprezando as trocas de calor com o ambiente, calcule a
temperatura do equilíbrio térmico. Dados ccu = 0,1 cal/g . oC e cA1 = 0,2 cal/g . oC.
56. Um calorímetro de capacidade térmica 14 cal/g oC contém 260 gramas de óleo a 25oC.
Colocando-se 200grams de chumbo à temperatura de 150oC no calorímetro, verifica-se que
a temperatura de 150oC no calorímetro, verifica-se que a temperatura de equilíbrio térmico é
de 30oC. Dado cóleo = 0,5cal/g . oC, calcule o calor específico do chumbo.
57. Duzentos gramas de água a 80 oC são misturados com cem gramas de água a 20 oC em
um recipiente. Se não houvesse troca de calor com o ambiente, a fonte quente forneceria x
calorias à fonte fria. Nas condições do experimento, a mistura perde o equivalente a 15% de
x. Qual é o valor da temperatura final da mistura?
CURVA DE AQUECIMENTO
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Exercícios resolvidos:
Resolução:
m = 200g
T0 = - 5oC
T = 90oC
Pelos dados do exercício, verifica-se que inicialmente a substância está na fase sólida (T 0
abaixo do P.F.) e no final do processo, na fase gasosa (T acima do P.E.). Assim, a
quantidade total de calor (Qt) será a soma das seguintes estapas:
18
O diagrama representa trecho da curva de aquecimento de um corpo de 100g, onde o
patamar representa sua vaporização.
Determine:
a) o calor específico da substância no estado líquido;
b) o calor latente de vaporização da substância.
Exercícios:
58. Tem-se massa de 100 gramas de gelo inicialmente a – 20 oC. Calcule a quantidade total
de calor que se deve fornecer ao gelo para transformá-lo em 100 gramas de vapor de água a
120oC. Esboce a curva de aquecimento do processo.
60
20
0 8 16 20 Q(kcal)
Determine:
a) o calor latente de fusão da substância;
b) o calor específico da substância no estdo líquido.
50
Temperatura (°C)
10
0 5 85 90 t(s)
-10
100
75
50
25
0 5 10 15 20 Tempo (min)
DIAGRAMA DE ESTADO
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Essa substância, inicialmente no estado sólido, poderá passar ao estado líquido das
seguintes maneiras:
a) diminuindo-se a pressão (pApB), mantendo-se a temperatura constante (tA);
b) aumentando-se a temperatura (tAtC) e mantendo-se a pressão (pA);
c) aumentando-se a temperatura (tAtD) e diminuindo-se a pressão (pApD).
GÁS E VAPOR
PROPAGAÇÃO DO CALOR
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É possível ter-se a sensação de que algo está quente mesmo que não haja contato
físico com os objetos. Por exemplo, ao aproximar a mão de uma vela acesa, ou de uma
panela que esteja sobre a chama de um fogão, ou ainda aproximando-se de uma fogueira,
pode-se sentir o calor mesmo sem tocá-las. Isso significa que o calor que emana desses
corpos a temperaturas mais elevadas pode se propagar de vários modos.
FLUXO DE CALOR
=Q
∆t
PROPAGAÇÃO DO CALOR
CONDUÇÃO TÉRMICA
CONVECÇÃO TÉRMICA
No processo de propagação de calor por convenção térmica, é necessário qua haja
o deslocamento de porções de matéria, isto é, a matéria deve fluir.
CONVECÇÃO TÉRMICA: transmissão de calor em que a energia térmica é propagada
mediante o transporte de matéria, havendo, portanto, deslocamento de partícula; logo, a
convecção é um fenômeno que só se processa em meios fluidos, ou seja, em líquidos e
gases.
A seguir, um modelo que visualiza a convecção térmica num líquido em aquecimento:
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Em regiões litorâneas, durante o dia sopram brisas marítimas e à noite, brisas terrestres
como esquematizam as figuras seguintes:
IRRADIAÇÃO TÉRMICA
A FÍSICA NO COTIDIANO
O brasileiro tem o costume de tomar o famoso cafezinho várias vezes ao dia. E, para
não ficar esquentando-o toda hora, utiliza a garrafa térmica, que o conserva bem quentinho
por bastante tempo.
A garrafa térmica foi idealizada por James Dewar, há um século aproximadamente.
Ela é constituída de modo a evitar os três
processos de transmissão de calor:
1. condução: evitada pelo vácuo e pela tampa
isolante;
2. convecção: evitada pelo vácuo;
3. irradiação: evitada pelas paredes espelhadas
que refletem as radiações, tanto de dentro para
fora como vice-versa.
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Em geral, a variação de uma dessas variáveis de estado provoca alteração em pelo
menos uma das outras variáveis, apresentando o gás uma transformação e
conseqüentemente um estado diferente do inicial.
Considere uma seringa de injeção mantida à temperatura constante, com seu bico
tapado, contendo um volume V1 de um gás sujeito a pressão p1. Se a pressão for dobrada,
pela lei de Boyle-Mariotte, o volume reduz-se à metade.
P1 . V1 = p2 . V2 p1V1 = 2 . p 1 . V1
2
A representação gráfica da pressão em função do volume é uma hipérbole chamada
isoterma.
Com o aumento de temperatura, o produto p . V torna-se mais alto e as isotermas se afastam
da origem dos eixos.
Exemplo:
O gráfico ilustra uma isoterma de uma certa quantidade de gás que é levaado do
estado A para o estado C. Determinar:
26
a) o volume do gás no estado B.
b) a pressão do gás no estado C.
Resolução:
a) Como no gráfico a curva representada é uma isoterma, trata-se de uma transformação
à temperatura constante.
PA = 8atm
Estudo A
VA = 4
PB =4atm
Estudo B
VB = ?
PC = ?
b) Estado C
VC = 16
Substituindo
8 . 4 = pC . 16
pC = 2atm
Respostas:
a) VB = 8 litros. b) pC = 2atm.
27
LEI DE GAY-LUSSAC
À Suponha
pressão constante, o volume e a temperatura absoluta
umade um gás são diretamente
proporcionais, ou seja: V = constante.
T
LEI DE CHARLES
28
Esta lei diz respeito às transformações isocóricas ou isométricas, isto é, aquelas que
se processam a volume constante, cujo enunciado é o seguinte:
Exemplo 1
Certa massa de gás, sob pressão pA = 2,0 atmosferas, ocupa um volume V A = 3,0 litros à
temperatura de TA = 27oC.
Determinar:
a) o volume VB do gás, à temperatura TB = 500K, após sofrer uma transformação
isobárica.
b) A pressão pC do gás a sofrer, a volume constante, um abaixamento de temperatura
até TC = 250K.
c) A temperatura TD do gás, quando sua pressão triplicar (pD = 3 . pC) e seu volume
reduzir-se à metade (VD = VC/2).
Resolução:
a) VA = 3,0 L
PA = 2,0 atm
29
TA = 27oCTA = 273 + 27 = 300K
VB = ?
pB = pA = 2,0atm
TB = 500k
Como é a transformação isobárica, podemos aplicar a lei de Gay-Lussac:
Va = VB = 3,0 = VB
TA TB 300 500
VB = 5,0 litros
VB = 5,0 VC = VB = 5,0
PB = 2,0atm pc = ?
TB = 500K TC = 250K
Respostas:
a) VB = 5,0L b) pC = 1,0atm c) TD = 375K.
Exemplo 2
Determinada massa de gás está num estado inicial definido por: p A = 4,0atm; VA = 12,0
litros e TA = 27oC.
Comprime-se o gás isometricamente até que a pressão se reduza à metade. Em
seguida, a temperatura do gás é aumentada até 127oC, à pressão constante.
a) Qual o volume final ocupado pela massa de gás?
b) Faça o gráfico que representa as transformações
sofridas pelo gás num diagrama da pressão em
função do volume.
Resolução:
30
a) 1a transformação – compressão isométrica:
pA = 4,0 atm.
VA = 12,0 L
TA = 27oC TA = 27 + 273 = 300K
.
Aplicando a lei de Boyle-Mariotte:
p A . V A = pB . V B
4,0 . 12 = 2,0 . VB
VB = 24,0 litros
Respostas:
a) 32,0 litros. b) Vide resolução.
Exercícios:
63. Um recipiente contém 6,0 litros de gás sob pressão de 3,0 atmosferas. Sem alterar a
temperatura, qual o volume quando a pressão do gás for de 0,6atm?
64. Certa massa de gás sofre transformação do estado A para o estado B, conforme indica a
figura. Determine a temperatura TA.
31
65. Dentro de um botijão existe determinada massa de gás ocupando o volume de 5 litros a
300K e sob pressão de 6 atmosferas. O botijão é esfriado até 200K. Determine a pressão
final, supondo invariável o volume do botijão.
66. Considere uma massa de gás à temperatura de 0 oC, pressão de 4,0 atm e volume de 6
litros. A massa de gás é comprimida isotericamente até a pressão seja 2,0 atm. Em seguida,
a temperatura do gás é aumentada até 77 oC, numa transformação isobárica. Determine o
volume final da massa de gás.
67. Uma certa massa de gás, inicialmente no estado 1, é levada, por transformações
sucessivas, até o estado 3, conforme indica o diagrama. Determine:
a) T1 b) V1
68. Um gás perfeito a 27oC sofre uma expansão isométrica de A para B, caindo sua pressão
a 1/5 do valor inicial. Determine, para o estado B, o volume, a pressão e a temperatura do
gás.
32
70. (UFRJ) Um pneu de bicicleta é rapidamente inflado com ar até a pressão de 3,0 atm. No
final do processo, a temperatura do ar do pneu é de 50 oC, enquanto a temperatura ambiente
é de 20oC. Considere o volume do pneu constante e o ar nele contido como um gás ideal.
Calcule a pressão do ar no interior do pneu quando o equilíbrio térmico com o meio ambiente
for restabelecido.
71. (FAAP-SP) A 27oC, um gás ideal ocupa 500 cm3. Que volume ocupará a – 73oC, sendo a
transformação isobárica?
72. (FAAP-SP) Um gás, inicialmente a oC e a pressão atmosférica normal, deve ter seu
volume duplicado enquanto a pressão permanece a mesma. A que temperatura isso
ocorrerá?
73. (EEM-SP) Um gás perfeito sofre uma expansão, duplicando o seu volume, a pressão
constante, partindo do seguinte estado inicial: pressão p = 4,00 . 10 3 . Pa, volume V = 30,0
dm3 e temperatura T = 250K. Calcule a temperatura do gás no estado final. Desenhe as
curvas representativas da transformação nos diagramas pressão-volume, pressão-
temperatura e volume-temperatura.
74. (OSEC-SP) Volumes iguais de gases nas mesmas condições de temperatura e pressão:
a) contém o mesmo número de moléculas.
b) possuem a mesma densidade.
c) possuem a mesma massa.
d) possuem o mesmo potencial de ionização.
e) nenhuma resposta é correta.
75. (UEPG-PR) 2,56 . 103 g de oxigênio, cuja molécula grama é de 32,0g, ocupam 82,0 litros
de volume num recipiente à temperatura de -23 oC. Sendo dado R = 0,082 atm . L/mol . K, a
pressão no interior do recipiente terá um valor de:
a) 200,0 atm
b) 20,0 atm
c) 0,2 atm
d) 0,02 atm
e) n.d.a.
76. (Cesesp-PE) O volume molar de gás perfeito vale 22,4 litros à temperatura de 0 oC e
pressão de 1 atm. O volume do mesmo gás à temperatura de 27 oC e à pressão de 76 cmHg
será, em litros:
a) 25,4
33
b) 22,6
c) 24,6
d) 23,4
e) 26,2
77. (MACK-SP) Um gás perfeito a 27 oC tem volume de 2000 cm3 e pressão 0,9 atm.
Comprimindo isotericamente essa massa gasosa até que seu volume seja reduzido de 10%,
a sua pressão passa a ser:
a) 0,8 atm
b) 1,0 atm
c) 1,2 atm
d) 1,8 atm
e) 2,0 atm
78. (FEI-SP) O balão da figura contém um gás ideal à temperatura de 27 oC, ocupando um
volume de 2 L. Um tubo em forma de U, contendo mercúrio, tem um dos extremos conectado
ao balão e outro extremo aberto para o ar. Nestas condições, os pontos A e B estão em um
mesmo nível. Aquecendo-se o gás até 127oC, observa-se que a superfície livre do mercúrio
sobe 7 cm. Sabendo-se que a pressão atmosférica local é de 76 cmHg, qual é, em litros, o
volume aproximado do gás a 127oC?
a) 3,23
b) 3,05
c) 2,67
d) 2,25
e) 2,14
79. (PUC-SP) Sabe-se que um gás mantido num recipiente fechado exerce determinada
pressão, conseqüente ao choque das moléculas gasosas contra as paredes do recipiente. Se
diminuirmos o volume do recipiente e mantivermos constante a temperatura, a pressão do
gás:
a) aumentará.
b) diminuirá.
c) não sofrerá alteração.
d) dependendo do gás, aumentará ou diminuirá.
e) N.d.a.
80. (Unifenas-MG) Um gás perfeito, a uma pressão de 10 atm, ocupa um volume a 4 litros.
Ele sofre uma transformação isométrica e seu volume atinge 10 litros. A nova pressão
exercida pelo gás é de:
a) 4 atm
b) 25 atm
c) 100 atm
d) 10 atm
e) 250 atm
81. (MACK-SP) Num recipiente fechado e indeformável, temos 1 mol de oxigênio (M = 16g)
sob determinadas condições de temperatura e pressão. Introduzindo-se mais 80g de
oxigênio nesse recipiente e mantendo-se constante a temperatura, a pressão do gás:
82. (UCS-RS) Uma certa massa gasosa ideal sofre uma transformação a volume constante,
conhecida como lei de Charles. Sua pressão inicial é de 1 atmosfera e sua temperatura
passa de 400K para 500K. A pressão da massa gasosa passa para:
a) 0,80 atm
b) 1,25 atm
c) 1,50 atm
d) 1,70 atm
e) 1,80 atm
a) à sua massa
b) à sua densidade
c) à pressão exercida pelo gás
d) ao seu número de mols
e) ao volume ocupado pelo gás
a) 3
b) 2
c) 1/3
d) 1/2
e) 1
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON
Pressão (p), volume (V) e temperatura absoluta (T) são as variáveis de estado que
caracterizam o estado de um gás perfeito.
Qualquer equação que relacione pelo menos duas dessas três grandezas denomina-
se equação de estado de um gás.
P . V = n. R. T
p.V = m . R. T
M
35
Atenção: A constante R não é uma característica particular de um gás; ela depende apenas
dos valores de pressão, volume e temperatura, seno igual para todos os gases ideais.
Valores usuais de R:
Exercícios
85. Uma certa massa de um gás perfeito ocupa o volume de 49,2 L sob pressão de 3,0 atm e
temperatura de 27oC. Sendo R = 0,082 atm . L / mol . K, determine:
87. Um balão com volume de 2,0 L contém 16 g de oxigênio (M = 32g) sob pressão de 1,5
atm. Determine a temperatura, em graus centígrados, do oxigênio contido no balão,
supondo-o um gás perfeito. (Dados: R = 0,082 atm ; L/mol . K)
TERMODINÂMICA
ENERGIA INTERNA
A energia interna U de um sistema é a soma de todas as energias que ele armazena
dentro de si. Essa energia é a responsável pela agitação de seus átomos ou moléculas. A
energia interna de um sistema está diretamente associada à sua temperatura.
Quando um sistema recebe uma determinada quantidade Q de calor, sofre um
aumento ∆ U de sua energia interna e conseqüentemente um aumento ∆ t de temperatura.
Assim, se:
36
TRABALHO EM UM SISTEMA
.Numa expansão o gás realiza um trabalho positivo sobre o meio exterior. Numa
compressão o deslocamento do êmbolo tem sentido oposto ao da força que o gás exerce
sobre o êmbolo. O trabalho é resistente. Na compressão o meio externo realiza um trabalho
negativo sobre o gás.
Num diagrama pressão x volume, o trabalho realizado pela força que o gás exerce
sobre o êmbolo é numericamente igual à área sob a curva.
Exemplo
Em um processo à pressão constante de 2,0 .105 N/m2, um gás aumenta seu volume
de 8 . 10-6m3 para 13 . 10-6m3. Calcular o trabalho realizado pelo gás.
Resolução:
37
Dados:
Resposta:
O trabalho é de 1J.
Exercícios:
a) 400J
b) 800J
c) 300J
d) 200J
38
91. Num processo à pressão
constante de 4,0 .105N/m2, um
gás aumenta seu volume, de
2m3 para 5m3. Determine o
trabalho realizado pelo gás..
92. Uma massa gasosa realiza a transformação de A para B indicada pela figura ao lado.
Calcule o trabalho realizado pelo gás.
EC = nRT (T em kelvins)
∆ U = ∆ EC = nR . ∆T
Concluímos que:
- se a temperatura aumenta, a energia interna aumenta, e ∆ U > 0;
- se a temperatura diminui, a energia interna diminui, e ∆ U < 0;
- se a temperatura é constante, a energia interna é constante, e ∆ U = 0.
39
Exercícios
93. Sabe-se que 3,0 mols de um gás ideal ocupam um volume de 0,20m 3 sob pressão de 2,0
.105 N/m2. Sendo R = 8,3J/mol . K, determine:
a) a energia cinética total das moléculas do gás;
b) a variação da energia cinética total das moléculas quando o gás sofre uma variação de
temperatura de 200oC.
94. Um gás ideal monoatômico sofre uma variação de temperatura de 100 oC. Determine a
variação na energia interna do gás, supondo n = 1,0 mol e R = 8,3 J/mol . K
95. Um recipiente fechado contém um gás ideal monoatômico à temperatura de 300K. O gás
é aquecido a volume constante e a temperatura final passa a 600K.
a) O que acontece com a energia cinética do gás?
b) O que acontece com a energia interna do gás?
c) Mantendo-se a temperatura constante em 600K, abre-se uma válvula, uma parte do gás
escapa e a pressão assume novamente o valor que possuía a 300K. Nessas condições, a
energia interna aumenta, diminui ou permanece constante? Justifique.
96. Realizam-se dois experimentos com um mesmo gás ideal e monoatômico, sempre
partindo das mesmas condições iniciais.
- No primeiro, o gás é expandido até duplicar o volume, mantendo-se a temperatura
constante.
- No segundo, duplica-se a pressão sobre o gás, mantendo-se o volume constante.
Compare a variação da energia interna do gás ao final dos dois experimentos.
De acordo com o princípio da Conversão da Energia, a energia não pode ser criada
nem destruída, mas somente transformada de uma espécie em outra. O primeiro princípio da
Termodinâmica estabelece uma equivalência entre o trabalho e o calor trocados entre um
sistema e seu meio exterior.
Consideremos um sistema recebendo uma certa quantidade de calor Q.
Parte desse calor foi utilizado para realizar um trabalho T e o restante provocou um
aumento na sua energia interna ∆ U.
A expressão
=Q-
representa analiticamente o primeiro princípio da termodinâmica cujo enunciado pode ser:
A variação da energia interna de um sistema é igual à diferença entre o calor e o
trabalho trocados pelo sistema com o meio exterior.
Exemplo:
Sobre um sistema realiza-se um trabalho de 3000J e, em consequencia, ele fornece
500cal ao meio exterior durante o mesmo intervalo de tempo. Determine a variação da
energia do sistema. Adote 1 cal = 4,2J.
Resolução:
Dados T = -3000J (trabalho realizado sobre o sistema: compressão)
Q = -500cal (calor cedido pelo sistema)
Q = -500 x 4,2 = -2100J
A variação da energia interna é dada por;
∆ U = Q – T ∆ U = -2100 + 3000
∆ U = 900J
Resposta:
A variação da energia vale 900J.
TRANSFORMAÇÕES GASOSAS
P
p2 r
p1
41
TRANSFORMAÇÃO ISOBÁRICA: transformação a pressão constante.
p1=p2
A
0 V1 V2 V
Expansão isobárica
42
Compreensão isobárica
P1 . V 1 = p 2 . V 2
∆T=0 ∆U=0
43
O trabalho realizado pela máquina térmica é igual à diferença entre calor recebido e o
calor rejeitado.
O rendimento de uma máquina térmica é igual à diferença entre o calor recebido e co
calor rejeitado.
O rendimento de uma máquina térmica é definido como a razão entre o trabalho que
dela pode ser aproveitado e a quantidade de calor recebido da fonte quente.
Exemplo:
Um motor efetua 1.0 ciclos por segundo. Em cada ciclo, ele retira 600J de uma forma quente
e rejeita 400J a uma fonte fria. Determinar:
a) o trabalho realizado pelo motor em cada ciclo.
b) O rendimento de cada ciclo.
c) A potência do motor.
Resolução:
Dados: Q1 = 600J
Q2 = 400J
a)
b) Cálculo do rendimento
44
:A potência é dada por:
CICLO DE CARNOT
Uma máquina térmica, que opera segundo o ciclo de Carnot, é considerada ideal por
ter o maior rendimento entre as máquinas térmicas. Este ciclo idealizado por Carnot consiste
em duas transformações adiabáticas alternadas com duas transformações isotérmicas.
Graficamente, fica:
A B: expansão isotérmica: o sistema transforma o calor recebido da fonte quente e trabalho.
BC: expansão adiabática: o sistema, ao realizar trabalho, sofre um abaixamento de
temperatura T1 para T2.
CD: compressão isotérmica: o trabalho realizado sobre o sistema é convertido em calor, que
é transmitido à fonte fria.
DA: compressão adiabática: o trabalho realizado sobre o sistema produz um aumento de
temperatura de T2 para T1.
Em particular, para o ciclo de Carnot foi demonstrado que o rendimento máximo
depende exclusivamente das temperaturas absolutas das fontes quente e fria.
máx = 1 – temperatura absoluta da fonte fria
máx = 1 –
45
Já que as quantidades de calor trocadas com as fontes são proporcionadas às
Exemplo
Calcular o rendimento de um máquina térmica que opera entre as temperaturas de
27 C e 327oC executando um ciclo de Carnot.
o
Resolução:
T2 = 27 + 273 = 300K
T1 = 327 + 273 = 600K
O rendimento de uma máquina térmica que executa o cliclo de Carnot é dado por:
=1–
= 0,5 = 50%
Resposta:
O rendimento é de 50%.
Exemplo 2:
Uma máquina térmica de Carnot recebe uma fonte quente 1000cal por ciclo. Sendo as
temperaturas das fontes quente e fria, respectivamente, 127oC e 427oC, pede-se:
a) o rendimento da máquina
b) o trabalho, em joules, realizado pela máquina em cada ciclo.
c) a quantidade de calor, em joules, rejeitada para a fonte fria.
Usar 1 cal = 4,2 J
Resolução:
Dados: T1 = 427 + 273 = 700K
T2 = 127 +273 = 400K
Q1 = 1000 cal = 1000 . 4,2 = 4200J
= 1 – T2 = 1 – 400
T1 700
= 0,43 = 43%
46
Respostas:
a) 43% b) 1806J c) 2394J
ONDULATÓRIA
ONDAS
Vamos inicialmente obter o conceito de onda e introduzir alguns elementos a ele
relacionados.
Consideremos uma corda esticada na qual produzimos um abalo em uma das
extremidades.
Observemos que esse abalo se desloca ao longo da corda cujos pontos serão
perturbados à medida que forem por ele atingidos. A corda é meio de propagação do abalo.
De um modo geral, um abalo é uma perturbação causada no meio de propagação.
Assim, podemos conceituar:
“Onda é uma perturbação que se propaga”
Podemos citar outros exemplos de ondas:
ondas na água: que surgem quando produzimos um abalo na superfície da
água;
ondas sonoras: que se originam por uma perturbação numa material (sólido,
líquido ou gasoso);
ondas eletromagnéticas (entre as quais se enquadra a luz): que são devidas às
perturbações em campos eletromagnéticos.
É importante observarmos que a onda transmite energia de um ponto para ponto do
meio de propagação. Assim, na corda, pontos que estavam em repouso são postos
em movimento quando atingidos pela onda, adquirindo energia cinética e potencial.
Essa transmissão de energia não envolve o transporte da matéria.
“A onda transmite energia sem transporte da matéria.”
ONDAS PERIÓDICAS
Se produzirmos abalos sucessivos e que se repetem em tempos iguais,
estabeleceremos na corda uma onda periódica. A propagação de um único abalo é
denominada pulso de onda.
Um caso importante a ser estudado é quando as ondas periódicas têm a forma de
uma senóide (ou cossenóide).
47
Após uma oscilação:
PERÍODO E FREQÜÊNCIA:
O tempo necessário para a realização de uma oscilação é o mesmo, tanto para
qualquer ponto atingido pela onda como para fonte de ondas.
“período é o tempo decorrido numa oscilação”
Assim, por exemplo, um período igual a 0,5s significa que a fonte gasta 0,5s para
executar uma oscilação. Poderíamos querer saber quantas oscilações são realizadas em 1s,
isto é, a freqüência. No exemplo, é imediato que a freqüência é de 2 oscilações por segundo.
“freqüência é o número de oscilações por unidade de tempo”
Chamado de T o período e de f a freqüência, vale que:
ou
ATENÇÃO:
Quando o período T estiver medido em s (segundos),a freqüência f estará em s -1 (oscilações
por segundos), que recebe o nome de Hz (hertz).
48
COMPRIMENTO DE ONDA:
Voltamos a observar a figura anterior, onde assinalamos a distância representada pela
letra grega (lâmbda) e denominada comprimento de onda.
“Comprimento de onda () é a distância percorrida pela onda durante uma oscilação”
A figura acima também mostra que o comprimento de onda () é a distância entre
duas cristas consecutivas ou entre dois vales consecutivos.
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO:
Vamos calcular a velocidade V com que a onda se propaga.
Usemos a relação:
V = (distância percorrida)
(tempo)
Onde:
V: velocidade de propagação;
F: freqüência;
T: período.
Exemplos
1. A figura representa uma onda que se propaga numa corda, com velocidade de 2m/s.
49
Determine:
a) a amplitude da onda;
b) o comprimento de onda;
c) a freqüência e o período de oscilação.
Solução
a) Em 50cm:
+ + 2,5 .
2
Assim:
2,5 . = 50cm
50
CLASSIFICAÇÃO DAS ONDAS
As ondas podem ser classificadas quanto:
à natureza;
às direções de propagação e de vibração;
à dimensão;
QUANTO À NATUREZA
Quanto à natureza uma onda pode ser mecânica ou eletromagnética.
“Onda mecânica é aquela que necessita de um meio material para se propagar”
São exemplos de ondas mecânica: onda na corda, onda na água, onda sonora etc.
ATENÇÃO: O som não se propaga no vácuo pois, sendo uma onda mecânica, necessita de
um meio material (sólido, líquido ou gasoso) para sua propagação.
São exemplos de ondas eletromagnéticas: onda luminosa, raios X, raio “laser”, ondas de
rádio e de televisão etc.
ATENÇÃO: A luz é onda eletromagnética, logo, ela se propaga no vácuo e em meios
materiais.
51
ATENÇÃO: O som, no ar, é uma onda longitudinal, pois ocorre com moléculas do ar um
comportamento semelhante aos aros da mola do exemplo anterior.
Quanto à dimensão, uma onda pode ser: unidimensional, bidimensional ou
tridimensional.
a onda unidimensional se propaga ao longo de uma linha;
a onda bidimensional se propaga num superfície;
a onda tridimensional se propaga em todas as direções de uma região.
Exemplos
1. a onda na corda, ou na mola, é unidimensional;
2. a onda na superfície da água é bidimensional;
3. o som no ar é tridimensional.
ONDAS UNIDIMENSIONAIS
VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO:
Consideremos um meio unidimensional, como por exemplo, uma corda, onde se
propaga uma onda.
Onde F é a força de tração (que mantém a corda esticada). Podemos tirar as seguintes
conclusões da fórmula de Taylor:
a onda se propaga com maior velocidade na corda de menor densidade linear;
a onda se propaga com maior velocidade na corda mais tracionada.
Tomando duas cordas do mesmo material, a mais grossa possui maior densidade
linear.
Exemplo:
Um vibrador de freqüência 4,0Hz produz ondas numa corda de 1,0 kg de massa e
10m de comprimento. Sabendo-se que a força de tração na corda é 6,4N, determine:
a) a velocidade de propagação da onda;
b) o comprimento de onda.
Solução
a) a densidade linear da corda é:
= m = 1,0kg = 0,10 kg/m
L 10m
Usando a fórmula de Taylor, obtemos a velocidade de propagação:
52
b) Usando a relação
V = . f = V, obtemos :
f
= 8,0 2,0m
4,0
REFLEXÃO
Devemos considerar dois casos na reflexão de uma onda, pois a onda refletida poderá
estar invertida ou não, em relação à incidente.
REFLEXÃO COM INVERSÃO DE FASE: Consideremos uma onda que se propaga em
direção a uma extremidade fixa da corrida. Ao atingir essa extremidade, a onda incidente
sofrerá reflexão. A força que a corda recebe do suporte fixo determina uma onda refletida
invertida em relação à incidente.
ATENÇÃO
se houver dissipação de energia, a energia da onda refletida será igual à da
incidente;
a onda incidente e a refletida possuem a mesma velocidade, uma vez que
propagam-se no mesmo meio.
REFLEXÃO E REFRAÇÃO
Quando uma onda atinge a separação de dois meios unidimensionais distintos haverá
a formação de uma onda refletida e uma refratada. Iremos, a seguir, considerar dois casos.
53
ONDA INCIDENTE NO MEIO MENOS DENSO: Consideremos uma onda incidente se
propagando numa corda A e atingindo o ponto P (junção da corda A com uma corda B).
Onde: A < B
Se a densidade linear de A é menor que a de B (A < B), o ponto P equivale a uma
O ponto P comporta-se agora como uma extremidade livre e a onda refletida não sofrerá
inversão de fase.
ATENÇÃO: Se não houver dissipação de energia, a soma das energias transportadas pelas
ondas refletida e refratada é igual à energia da onda incidente.
Pela fórmula de Taylor:
ONDAS ESTACIONÁRIAS:
Consideremos duas ondas se propagando em sentidos opostos num meio
unidimensional, como, por exemplo, os dois pulsos de onda A e B, na corda representada a
seguir.
54
Chama-se interferência ao fenômeno resultante da superposição dos dois pulsos.
Cada ponto da corda sofrerá uma perturbação igual à soma algébrica das perturbações que
cada pulso produziria sozinho.
55
No instante t = T , as ondas se deslocam de em relação à figura anterior e a
2 4
superposição resulta:
56
E no instante t = T, a onda resultante volta a ter configuração como em t = 0.
Para percebermos como a corda vibra, vamos redesenhar sua configuração resultante nos
diversos instantes:
Esta é a onda estacionária. Vemos que os pontos da corda assinalados pela letra N
não vibram, pois sofrem interferência constantemente destrutiva. E os pontos assinalados
pela letra V vibram com amplitude máxima (2ª), pois sofrem interferência constantemente
construtiva.
OBSERVAÇÕES:
A distância entre dois nós consecutivos, ou
dois ventres consecutivos, é igual a 2;
Conseguimos obter uma onda estacionária
pela interferência da onda incidente numa
corda e a correspondente onda refletida.
A onda estacionária não transmite energia de
ponto para a corda, pois a energia cinética e
potencial fica localizada entre nós. Devido a
isso a denominação de onda para a onda
estacionária é inadequada.
ONDAS BI E TRIDIMENSIONAIS
Analisaremos, agora, as ondas que se propagam em superfícies, como por exemplo
aquelas na superfície da água, as que se propagam em todas as direções de uma região,
como por exemplo o som emitido por uma campainha.
57
Os raios de onda são sempre perpendiculares às frentes de onda, em cada ponto
considerado.
Vejamos alguns exemplos:
1. Ondas circulares obtidas pela vibração de uma vareta perpendicular à água.
Todos os pontos da corda (com exceção dos nós) vibram com a mesma freqüência: f = 10
Hz.
Considerando a propagação individual de cada onda (a incidente e a refletida), teremos:
V=
2.Ondas retas obtidas pela vibração de uma haste reta paralela à água.
58
As frentes de onda são esferas concêntricas à fonte F.
OBSERVAÇÃO: as grandes distâncias da fonte, pequenas regiões da frente da onda, podem
ser consideradas planas.
REFLEXÃO
Consideremos uma onda que, ao atingir uma
superfície S, retorna ao mesmo meio em que se
propagava.
Na figura, consideramos o raio de onda
incidente, o raio refletido, a reta normal à superfície
S no ponto de incidência, o ângulo de incidência i e
o de reflexão r, como foram definidos na óptica
geométrica. São válidas as duas leis de reflexão:
1a lei de reflexão: o raio incidente, o raio refletido e
a reta normal são coplanares.
Exemplos:
1. Uma fonte F produz uma onda circular que se
reflete no anteparo plano A. Desenhe a onda refletida em dois
instantes diferentes.
Solução:
Quando o anteparo é plano, podemos facilmente desenhar a
onda refletida, imaginando que ela é emitida por uma “fonte imagem” F’ simétrica de F, em
relação ao anteparo A (a validade desse procedimento é demonstrada da mesma forma que
fizemos na óptica geométrica, onde o objeto e a imagem são assimétricos em relação ao
espelho plano).
59
2. Ondas retas propagam-se com velocidade de 5m/s na superfície da água, incidindo sobre
um anteparo AB, conforme figura.
Solução:
a) no esquema usamos as leis da reflexão.
REFRAÇÃO
60
No meio (1), a onda possui comprimento de onda e se propaga com velocidade V1
e, no meio (2) o seu comprimento de onda é e a velocidade de propagação é V2. Na figura
foram assinalados os ângulos i e r, que são os ângulos de incidência e refração,
respectivamente.
ATENÇÃO: Os ângulos i e r são os ângulos entre os raios de onda e a normal ou são os
ângulos entre as frentes de onda e a superfície separadora S.
1a lei de refração: o raio de onda incidente, o raio refratado e a reta normal são coplanares.
2a lei de refração: é constante o quociente entre os senos dos ângulos de incidência e de
refração.
A 2a lei é conhecida como lei de Snell-Descartes e, matematicamente, pode ser escrita
como:
sen i = (constante)
sem r
Podemos escrever:
* no meio (1): V1 = . f
* no meio (2): V2 = 2 . f
OBSERVAÇÕES:
* Se a onda passar de um meio menos refringente para um meio mais refringente (n 2 > n1),
podemos concluir que:
Exemplo:
Na figura seguinte, vemos frentes de ondas retas propagando-se na água de uma
cuba de ondas (recipiente utilizado em laboratório) e passando de uma região 1 de maior
profundidade para outra 2 de menor profundidade.
ONDAS SONORAS
Uma onda mecânica, dependendo de sua freqüência, poderá excitar nossos ouvidos,
ou seja, poderemos escutar a onda. Nessa situação, chamamos a onda de onda sonora ou
som audível.
A freqüência de uma onda sonora está compreendida no intervalo de 20Hz a
20.000Hz, aproximadamente.
Infra-som é a onda mecânica de freqüência menos que 20Hz.
Ultra-som é a onda mecânica de freqüência maior que 20.000 Hz.
62
Sabendo-se que v1 = 10cm/s e que a distância entre duas frentes consecutivas no
meio 1 vale 2,0 cm, determine:
a) a freqüência das ondas no meio 1 e no meio 2;
b) a velocidade das ondas no meio 2;
c) a distância entre duas frentes consecutivas no meio 2.
Solução
a) como já sabemos, a freqüência não se altera com a refração. Assim, podemos
calculá-la pela relação V = . f em qualquer um dos dois meios. Vejamos nossos
dados:
v1 = 10 cm/s; = 2,0cm
f = v1 = 10 f = 5,0Hz
2,0
c) para calcular a distância entre duas frentes consecutivas no meio 2 (, usaremos a
relação
v2 = 2 . f 7,5 = . 5 = 1,5cm
20 Hz 20 000 Hz
63
VELOCIDADE DO SOM
V > V > V
Som som som
Sólidos líquidos gases
Exemplo:
Para determinar a profundidade do oceano num dado local, um barco emite um ultra-som e
recebe, 2 segundos após, o sinal refletido pelo fundo do oceano:
Sabendo-se que uma pessoa percebe o eco de usa própria voz somente se o intervalo
de tempo entre o som recebido diretamente e o som refletido pelo obstáculo for no mínimo
0,1s, determine a mínima distância x que a pessoa deve estar do obstáculo para que
perceba o eco.
Solução:
Após ser emitido, o som deverá ir ao obstáculo e retornar à pessoa num tempo
mínimo de 0,1s. Adotando 340m/s a velocidade do som no ar, temos:
64
V = d d= V . ∆t 2 . x =
∆t
= (340 m/s) . (0.1s) 2. x = 34m x= 17m
CORDAS SONORAS
Consideremos uma corda esticada e com suas duas extremidades fixas. Provocando
uma perturbação na corda, a onda transversal incidente a refletida nas extremidades darão
origem a uma estacionária na corda.
As vibrações da corda perturbarão o ar da região as seu redor, dando origem às
ondas sonoras que terão a mesma freqüência de oscilação dos pontos da corda.
As extremidades fixas da corda sempre serão nós. Entre elas haverá a formação de n
ventres. Haverá portanto diferentes modos de vibração ou diferentes modos de vibração ou
diferentes harmônicos. Na figura seguinte
apresentamos os cinco primeiros
harmônicos.
teremos que:
f= V f = n . V
2L 2L
n
65
Pela expressão anterior, podemos determinar a freqüência para cada modo de
vibração.
Exemplos:
n = 1 (1o harmônico ou som fundamental) f1 = V / 2L
n = 2 (2o harmônico) f2 = 2 . V / 2L f2 = 2 . f1
n = 3 (3o harmônico) f3 = 3 . V / 2L f3 = 3 . f1
Determine:
a) a freqüência da onda sonora emitida pela corda;
b) o comprimento da onda estacionária na corda;
c) o comprimento da onda sonora;
d) a freqüência do som se a corda vibrasse no modo fundamental.
Dado: (velocidade do som no ar) = 300m/s
Solução:
a) Vamos inicialmente, pela fórmula de Taylor, calcular a velocidade de propagação das
ondas na corda.
d) Sabemos que: fn = n . f1
Para n = 3, temos: f3 = 3 . f1 f1 = f3
3
TUBOS SONOROS:
Pela vibração da coluna de ar no interior de um tubo, podemos estabelecer uma onda
estacionária. Esta faz vibrar o ar que envolve o tubo, dando origem a uma onda sonora
(quando a freqüência estiver entre 20Hz e 20.000 Hz, aproximadamente).
Os tubos classificam-se em abertos ou fechados:
tubo aberto: possui as duas extremidades abertas;
tubo fechado: possui uma extremidade fechada e a
outra aberta.
Verifica-se que a extremidade fechada ocorre um nó e que
em aberta, um ventre.
67
Onde n é o número de nós e L e o comprimento do tubo.
TUBOS ABERTOS
Observamos nas figuras anteriores (tubos abertos) que:
n=1L=
n = 2 L = 2.
n = 3 L = 3.
Assim podemos generalizar:
L = n . = 2 . L (tubo aberto).
2 n
TUBOS FECHADOS:
Exemplos:
1. Um tubo sonoro aberto mede 1,70m. Supondo a velocidade do som no ar igual a 340 m/s,
determine para o som fundamental emitido pelo tubo:
a) comprimento de onda;
b) a freqüência
Solução
a) o comprimento de onda num tubo aberto é dado por: = 2L
n
Para o som fundamental: n = 1 = 2x1,70 = 3,40m
1
b) a freqüência é dada por: f = n . V
2L
Para n = 1 temos:
F1 = 1x 340 f1 = 100Hz
2x1,70
Ou poderíamos ter calculado usando a relação: V = f f = V 340m/s
3,40m
100Hz
Solução:
a) podemos determinar o comprimento de onda
pelo simples exame da figura ou pela expressão:
= 4L
(2n-1)
69
Onde: n = 2 (número de nós); L = 1,5m nó
ventre
c) Usando: V = . f f = V
temos: f = 340m/s f = 170Hz
2,0m
Poderíamos calcular a freqüência pela expressão:
f = (2n-1) . V
4L
assim teríamos:
f = (2x2-1) . 340 170Hz
(4x1,5)
EFEITO DOPPLER
O efeito Doppler ocorre quando há uma aproximação ou um afastamento entre o
observador e fonte sonora, fazendo com que a freqüência da onda sonora percebida pelo
observador seja diferente da freqüência real da onda emitida pela fonte.
70
Nessa situação, a freqüência percebida pelo observador (f 0) da figura é maior que a
freqüência do som emitido pela fonte (fF).
De modo inverso, se a fonte se afasta do observador imóvel, temos que f 0 é menor
que fF.
Se considerarmos agora a fonte sonora parada e o observador em movimento, temos
que, ao se aproximar da fonte sonora, o observador encontra uma maior quantidade de
ondas do que encontraria se estivesse parado; assim ele percebe uma freqüência (f 0) maior
que a freqüência do som emitido pela fonte fF.
Quando o observador se afastar da fonte, seus ouvidos receberão um número menor
de ondas, percebendo o som com freqüência menor.
Sabendo-se que o som de maior freqüência é mais agudo e som de menor freqüência
é mais grave, podemos concluir que, quando ocorre entre observador e a fonte sonora:
aproximação f0 > f o som percebido é mais agudo que o som emitido.
Afastamento f0 < f o som percebido é mais grave que o som emitido.
Podemos demonstrar que para qualquer caso, vale a seguinte relação:
onde:
f0: freqüência percebida pelo observador (freqüência aparente);
fF: freqüência emitida pela fonte (freqüência real);
V: velocidade da onda sonora;
Vo: velocidade do observador;
VF: velocidade da fonte.
ATENÇÃO:
Para escolher o sinal (+) ou (-) das velocidades V o e VF, devemos considerar como positivo o
sentido do observador para a fonte:
Uma fonte sonora emite continuamente um som de 396Hz. Admitindo a velocidade do som
no ar igual a 340m/s, determine a freqüência percebida por um observador nos seguintes
casos:
a) a pessoa está parada e a fonte também;
b) o observador encontra-se parado e a fonte se afasta dele com velocidade de 10m/s;
c) a fonte e o observador movem-se na mesma direção e em sentidos contrários,
aproximando-se um do outro, cada um a 10m/s.
Solução:
a) Como não existe movimento relativo entre a fonte e o observador, não haverá o efeito
Doppler. Assim, o observador perceberá uma freqüência igual à realmente emitida
pela fonte, ou seja:
71
fo = fF = 396 Hz
ÓPTICA GEOMÉTRICA
ONDAS
Genericamente define-se uma onda sendo uma perturbação que se propaga. Essa
definição exige basicamente um a fonte emissora e um receptor. O estudo da óptica se
preocupa com fenômenos que ocorrem com a luz. Inicialmente é importante definirmos o que
é luz. Para tanto vamos defini-la como sendo uma onda eletromagnética.
As ondas podem ser dividas, quanto a sua natureza, quanto à direção de perturbação
e quanto à direção de propagação:
Quanto a sua natureza: dividimos as ondas quanto a sua natureza em dois grupos:
Ondas mecânicas: são aquelas que exigem um meio material e elástico para se propagar.
Ex.: som, ondas a superfície da água, onda numa corda,...
Ondas eletromagnéticas: são aquelas que não exigem meio algum para se propagar, isto
é, são aquelas que podem se propagar também no vácuo. Ex.: Luz, ondas de rádio,
microondas, raio X,...
Quanto à direção de perturbação: também dividimos as ondas quanto à direção de
perturbação em dois grupos:
Ondas longitudinais: São aquelas que apresentam mesma direção de perturbação e
propagação: Ex.: Som, ondas em uma mola,...
Ondas transversais: São aquelas que apresentam direção de perturbação perpendicular à
direção de propagação: Ex.: ondas numa corda, Luz, qualquer onda eletromagnética,...
Quanto à direção de propagação:
Dividimos as ondas quanto à direção de propagação em três grupos:
Ondas unidimensionais: São aquelas que propagam-se em uma única direção. Ex.: ondas
de uma mola, ondas em uma corda,...
Ondas bidimensionais: São aquelas que propagam-se em duas dimensões. Ex.:ondas na
superfície da água,...
Ondas tridimensionais: São aquelas que propagam-se nas três dimensões. Ex.: ondas
sonoras, ondas luminosas, ondas eletromagnéticas,...
Para continuarmos com o estudo da luz é fundamental estabelecermos alguns
conceitos:
Fonte luminosa:
Podemos dividir os corpos luminosos e iluminados. Independente de admitirmos que os
corpos são divididos dessa forma, todos os corpos para serem vistos devem, de alguma
forma estar “emitindo” ou “refletindo”luz. Dizemos que todos os corpos são fontes luminosas.
Para diferenciá-los dizemos que, os corpos luminosos são chamados de fontes de luz
primária e os corpos iluminados são chamados de fontes de luz secundária.
Fonte de luz primária: Qualquer corpo que transforme algum tipo de energia em energia
luminosa, pode ser considerado uma fonte de luz primária.
Ex.: o fogo, o sol, um vaga-lume, uma vela acesa, uma lâmpada acesa,...
72
Fonte de luz secundária: Qualquer corpo que não tenha luz própria, isto é, que no escuro
não consiga ser vista. Para vermos uma fonte de luz secundária precisamos fazer com que
algum tipo de luz incida sobre a mesma. Só conseguimos observar uma fonte de luz
secundária por que ela reflete a luz que incide sobre ela.
Ex.: a lua, uma mesa, uma pessoa,...
Raio de Luz: Para facilitar o estudo da óptica geométrica vamos definir o conceito de raio de
luz. Dizemos que a luz propagasse através de raios representados graficamente por um
segmento de reta orientado. Uma raio de luz indica a direção e o sentido de propagação da
luz. Devemos entender por direção, a reta suporte por onde o raio passa e o sentido,
representado pela ponta da seta, como sendo para onde o raio se propaga. Observe que
uma direção pode apresentar sempre dois sentidos.
Quando vários raios de luz são representados dizemos que constituem um feixe de luz
ou um pincel de luz. Os feixes de luz podem apresentar-se basicamente de três formas:
Feixe de luz divergente: Quando os raios de luz divergem a partir da fonte emissora. Em
geral, essa é a forma mais comum de apresentação dos raios de luz. A grande maioria dos
objetos, fontes primárias e/ou secundárias, apresentam raios de luz de forma divergente. Ex.:
vela acessa ou apagada,
Feixe de luz convergente: Quando os raios de luz convergem para um ponto. Neste caso
necessitamos de um objeto que faça os raios sofrerem um desvio e seu caminho para
convergirem para um único ponto. É comum exemplificarmos raios convergentes utilizando
lentes convergentes interceptando raios de luz. Ex.: raios de luz sendo interceptados por
uma lente convergente.
73
Feixe de luz paralelo:
Quando os raios de luz são paralelos entre si. Esta é umas das poucas situações em que o
homem conseguiu superar a natureza. Para obtermos raios de luz paralelos entre si
precisamos utilizar uma laser, que nada mais é do que um conjunto de raios de luz
“colimados”, através de um processo eletromagnético. Para fontes de luz muito distantes,
podemos assumir os raios de luz que chegam a determinado objeto como sendo
praticamente paralelos entre si. Por exemplo, os raios de luz que são emitidos pelo Sol são
divergentes, porém os raios de luz que saem do Sol e chegam na Terra, são praticamente
paralelos entre si. Esse paralelismo é devido à grande distância existente entre o Sol e a
Terra.
Ex.: laser, raios de sol que chegam na Terra,...
Meio transparente:
É aquele que permite a visualização nítida das imagens dos objetos através da passagem de
luz por eles. Ex.: ar, vidro transparente, água,...
Meio translúcido:
É aquele que permite a passagem da luz, mas não permite uma visualização nítida das
imagens dos objetos através dele. Ex.: papel manteiga, vidro canelado, vidro leitoso,...
Meio opaco: É aquele que não permite a passagem da luz. Ex.: madeira, parede de tijolos,
uma pessoa,...
Dizemos que uma fonte de luz é puntiforme quando o seu tamanho é desprezível em
relação às outras dimensões envolvidas, tais como o tamanho do corpo opaco e a distância
percorrida pela luz.
Observe a formação da sombra de O projetada no anteparo A; note que a sombra é
uma região com ausência de luz.
O princípio da propagação retilínea da luz é comprovado pelo fato as sombra
projetada ter a mesma forma do corpo opaco. Assim, se o corpo opaco O é retangular, a sua
sombra projetada no anteparo A será também retangular, como no exemplo da figura.
Para obtermos geometricamente a sombra projetada, basta traçarmos raios de luz a
partir da fonte de luz F e que tangenciem a periferia do corpo opaco O.
75
Sombra e penumbra
Agora, ao invés da fonte puntiforme de luz F, consideramos uma fonte extensa de luz
E, representada na figura seguinte.
Uma fonte de é extensa quando seu tamanho não é desprezível em relação às outras
dimensões envolvidas.
Além da sombra projetada no anteparo, observamos também a formação de
penumbra, que corresponde a uma região parcialmente iluminada.
É importante saber que a penumbra projetada, representada na figura, tem
intensidade luminosa que cresce à medida que essa penumbra se afasta da sombra e se
aproxima da região iluminada.
Para obtermos geometricamente a sombra e a penumbra projetadas no anteparo A,
traçamos raios de luz a partir das extremidades da fonte extensa de luz E, que tangenciam o
limite do corpo opaco O. A figura seguinte mostra esse procedimento numa vista lateral.
76
A figura A’B’ é chamada de imagem e está numa posição invertida em relação ao
objeto AB.
A câmara escura de orifício representa o princípio de funcionamento de uma máquina
fotográfica.
Ângulo Visual
O ângulo visual (), sob o qual se observa um objeto, é delimitado pelos raios de luz
provenientes das extremidades o objeto e atingem os olhos do observador.
Percebemos facilmente que, quanto maior for a distância entre o observador e o
objeto, menor será o ângulo visual.
ATENÇÃO: O menor ângulo visual sob o qual a visão humana ainda percebe dois pontos
distintos (limite de acuidade visual) é da ordem de um minuto (1/60 grau).
Exemplo:
1. Um edifício de altura H projeta no solo uma sombra de 20m. No mesmo instante uma
pessoa toma uma haste vertical de 0,20m e nota que sua sombra mede 0,40m. Qual é a
altura H do edifício?
Solução
Os raios solares incidentes no prédio e na haste possuem a mesma inclinação, assim
podemos construir o esquema seguinte:
H = 10m
2. Uma câmara sanfonada escura de orifício produz uma imagem de 5,00cm de tamanho
quando o objeto o dista d do orifício da câmara.
E, na situação final:
i = L/2 i = L
o 2d o 4d (II)
Exercícios
97. Em uma determinada hora de um dia distância entre o pé de uma árvore, plantada em
terreno plano, e a sombra de seu ponto mais alto era de 3,6m. Neste mesmo instante, a
sombra de uma vareta, fixada verticalmente no solo, perto da árvore, media 45 cm de
comprimento. Sabendo-se que o comprimento da vareta era de 60cm, qual era a altura da
árvore?
98. Entre uma fonte pontual e uma tela, coloca-se um corpo opaco de forma quadrangular
cujo lado mede 20cm, paralelamente à tela, conforme a figura. Calcule a área da sombra
projetada na tela.
78
99. Do ponto A indicado na figura, um observado vê uma torre de 50m de altura sob um
ângulo de 45o. Calcule x.
101. Uma fonte de luz puntiforme projeta sobre a parede a sombra de um disco de 20mm de
diâmetro. A luz incide perpendicularmente sobre o disco e sobre a parede. A distância entre
a parede e o disco é três vezes maior do que entre a fonte de luz e o disco. Calcule a área da
sombra projetada.
102. Um poste da rede elétrica projeta no chão horizontal uma sombra de comprimento 9m.
Neste instante os raios solares encontram o chão, formando com ele um ângulo igual a 30 o.
Calcule a altura do poste.
79
103. Um agrimensor vê um morro segundo um ângulo visual de 30 o. Aproximando-se 40
metros do morro, observa-o sob um ângulo de 60o. Determine a altura H do morro.
No estudo da óptica existem diversos fenômenos que a física consegue explicar com
bastante segurança. Para os nossos estudos em óptica geométrica alguns deles são mais
úteis. Vamos discutir um pouco quatro desses fenômenos para aprofundá-lo mais adiante.
80
Refração da luz:
O fenômeno da refração está associado à passagem da luz de um meio para outro.
Para tanto é necessária a presença de dois meios transparentes ou translúcidos. Quando um
feixe de luz, de raios paralelos entre si, incide em uma superfície refratora, isto é, uma
superfície que separa dois meios que seja, homogêneos, individualmente, os raios
emergentes, isto é, os raios refratados, não perdem o paralelismo entre si.
Absorção da luz:
Quando um feixe de luz incide em uma superfície e não sofre reflexão e nem refração,
dizemos que ele foi absorvido pela superfície. O fenômeno da absorção está associado a
perda de energia da luz para a superfície.
Obs.: Nenhum desses fenômenos ocorre separadamente. Isto significa que não existem
superfícies completamente refletoras, nem especularmente, nem difusamente, bem como
não existem superfícies completamente refratoras, e também não existem superfícies
completamente absorventes. Em todas as situações podemos observar todos esses
fenômenos. O que ocorre é que em algumas situações um ou outro fenômeno se sobressai
em relação aos outros.
Leis de Reflexão
Qualquer que seja o tipo de reflexão que ocorra na superfície, seja ela especular ou
difusa, os raios, individualmente, sempre obedecem a duas leis básicas:
1a lei da reflexão:
“O raio incidente, o raio refletido e a linha normal à superfície refletora são coplanares”
Entende-se raio incidente (I) como raio proveniente de uma fonte luminosa que incide
na superfície. Como raio refletido (R) (também denominado emergente) como raio que
retorna ao meio de onde era proveniente após a incidência na superfície. E linha normal à
superfície (N), uma linha imaginária, que forma com a superfície, no ponto de incidência do
raio incidente, um ângulo de 90 o, isto é, perpendicular à superfície. Quando dizemos que
essas três linhas são coplanares, estamos afirmando que todas devem pertencer ao mesmo
plano (.
2a lei da reflexão
81
“O ângulo de incidência ((1) formado entre o raio incidente e a linha normal, é sempre
igual ao ângulo de reflexão (2), formado entre o raio refletido e a linha normal”.
Observe que podemos aplicar ambas as leis da reflexão para aplicar os dois tipos de
reflexão que vimos anteriormente. A mais óbvia é a reflexão especular, quando um feixe de
raios paralelos incidem numa superfície plana e polida retornam ao meio de onde vieram.
Quando trabalhamos com reflexão difusa também podemos aplicar, em cada ponto de
incidência, as mesmas duas leis da reflexão. Observe que, como a linha normal deve ser
perpendicular à superfície refletora, para ponto de incidência a linha normal apresentará uma
direção diferente.
Refração da Luz
1a lei da refração:
“o raio incidente, o raio refratado e a linha normal à superfície refratora são coplanares”
Entende-se raio incidente (I) como o raio proveniente de uma fonte luminosa que
incide na superfície. Como raio refratado (R) como o raio que atravessa a superfície
passando a propagar-se num segundo meio, diferente do anterior. E a linha normal à
superfície (N), uma linha imaginária, que forma com a superfície, no ponto de incidência do
raio incidente, um ângulo de 90 o, isto é, perpendicular à superfície. Quando dizemos que
essas três linhas são coplanares, estamos afirmando que todas devem pertencer ao mesmo
plano ()
82
Índice de refração
Antes de enunciarmos a 2a lei de refração é fundamental definirmos uma grandeza
muito importante para o estudo da óptica, o índice de refração de um material.
Quando a luz atravessa a superfície que separa dois meios ela passa a se propagar
de acordo com as características desse segundo meio. O índice de refração é uma relação
entre a velocidade da luz em um determinado meio e a velocidade da luz no vácuo (c) . Em
meios com índices de refração mais baixos (próximos a 1) a luz tem velocidade maior (ou
seja, próximo a velocidade da luz no vácuo). A relação matemática para o índice de refração
(n) é:
Vvermelho > vlaranja > vamarelo > vverde > vazul > vanil > vvioleta
É comum confundirmos a refrigerância do meio com sua densidade. Em geral, quando
a densidade de um meio aumenta, seu índice de refração também aumenta, mais isso não é
regra, isto é, não podemos afirmar que um meio mais denso seja mais refrigente e vice-
versa. Variações de temperatura e pressão alteram a densidade de um meio provocando
alterações também no índice de refração desse meio. No caso dos sólidos, essa alteração é
pequena, mas para os líquidos, as variações de temperatura como as de pressão devem ser
consideradas.
A maioria dos índices de refração é menor que 2; uma exceção é o diamante, cujo
índice é aproximadamente 2,4. Para a luz amarela emitida pelo sólido, sua freqüência é f =
5090.1014 Hz e cujo comprimento de onda no vácuo é = 589 nm. Essa é a luz padrão para
apresentar os índices de refração.
Consideremos dois meios A e B, cujos índices de refração são nA ≠ nB.
Quando nA = nB, não há luz refletida e também não há mudança na direção da luz ao
mudar de meio; dizemos que há continuidade óptica. Quando temos um bastão de vidro
dentro de um recipiente contendo um líquido com o mesmo índice de refração do vidro, a
parte do bastão que está submersa, não refletindo a luz, fica “invisível”.
Assim como fizemos para o meio vácuo, escolhido como meio de referência, podemos
arbitrar qualquer outro meio como referência. Neste caso dizemos que o índice de refração
que surge é dito relativo.
Se o índice de refração de um meio A é nA e o índice de um meio B é nB, definimos:
Exercícios:
104. Qual é a velocidade da luz em um diamante cujo índice de refração absoluto é 2,42?
107. A figura mostra um raio de luz passando do meio A para o meio B. Dados n A = 1,2, nB =
1,6 e vA = 250.000km/s, calcule vB.
VA
A
B
VB
108. Um raio luminoso passa do meio A para o meio B conforme indica a figura. Sabendo
que nA = 1, nB = 3 e vA = 3 . 105 km/s, calcule:
a) o ângulo r.
b) o ângulo de desvio sofrido pelo raio incidente.
c) a velocidade da luz no meio B
60°
A
84
B
r
109. Um raio luminoso, propagando-se num meio A, incide sobre a superfície plana de
separação S, entre ele e um meio B. Sabendo que o índice de refração absoluto do meio A é
2, calcule o índice de refração absoluto do meio B.
S
A B
60°
30°
Dioptros planos:
Chamamos de dioptro plano quaisquer duas superfícies planas que separam dois ou
mais meios de índice de refração diferentes.
Posição da imagem em um dioptro plano
É comum olharmos para uma piscina cheia d’água e termos a impressão de que ela é
meio rasa do que na realidade ela o é. Essa impressão é atribuída à diferença entre os
índices de refração dos meios ar e água. Esse conjunto constitui-se em um dioptro plano.
Podemos encontrar a posição real e virtual da imagem em um dioptro plano através de uma
expressão matemática, desde que saibamos os valores dos índices de refração dos meios.
Essa relação independe se os raios vêm do meio mais ou menos refrigerante. Observe as
p’ = nobservador
p nobjeto
Exercícios
110. Um avião sobrevoa a superfície do mar calmo a uma latitude x. Em certo instante um
mergulhador vê o avião, aparentemente a 200m da superfície da água. Sabendo que o índice
de refração absoluta da água do mar é 3/2, calcule x.
85
111. De um barco um observador que olha perpendicularmente para baixo vê um peixe que
parece situar-se a 60cm da superfície da água limpa e tranqüila de um lado. O índice de
refração absoluto da água é 4/3.
a) Qual a profundidade em que realmente o peixe se encontra?
b) Qual a elevação aparente do peixe?
112. Uma moeda está situada no fundo de um rio. Quando observada por uma pessoa
colocada na sua margem, a moeda sofre uma elevação aparente de 2m. Sabendo que o
índice de refração absoluto da água é 4/3, calcule:
a) a profundidade aparente da moeda.
b) a profundidade do rio.
Observando a figura podemos AC, isto é, é a hipotenusa dos dois triângulos. Podemos
então isolar a expressão e igualar as equações. O lado AB corresponde a espessura (e) da
lâmina e o lado CD corresponde ao desvio lateral (d) sofrido pelo raio incidente, isto é, a
distância linear do raio incidente em relação ao raio emergente, visto que eles são paralelos
entre si. Dessa forma teremos:
e = d ,
cos2 sen(2)
86
114. Um raio de luz incide sobre uma lâmina de índice de refração absoluto 2 com ângulo
de incidência 45o. A lâmina está imersa no ar. Sabendo que o desvio lateral do raio incidente
é de 2,6 3 cm, calcule a espessura da lâmina. Dados sem 15o = 0,26 e cos 30o = ¾.
115. Para o esquema abaixo, calcule o valor de para que o trajeto do raio de luz seja o
indicado.
Prisma óptico
87
Nesta figura destacamos:
Â: ângulo de abertura ou de refrigerância do prisma;
n1 e n3 : índice de refração dos meios externos ao prisma;
n2: índice de refração do prisma.
Normalmente, os meios externos ao prisma, de índices de refração n 1 e n3, são idênticos;
assim:
n1 = n3
Nessa situação, a figura seguinte representa a trajetória de um raio de luz através do prisma.
Na figura, temos:
il: ângulo de incidência;
rl: ângulo de refração na 1a face;
r2: ângulo de incidência na 2a face;
i2: ângulo de emergência;
ângulo de desvio.
No triângulo PQR, usando a propriedade do ângulo externo ao triângulo, obtemos:
A = rl + r2
O ângulo de desvio sofrido pelo raio de luz ao atravessar o prisma é o ângulo entre a
direção do raio incidente e a do raio emergente.
No triângulo SQR, temos:
=x+y
onde: x = il - rl e y = i2 – r2
Assim: = (il - rl) + (i2 – r2)
= (il + i2) – (rl + r2)
= il + i 2 – A
Desvio mínimo: o ângulo de desvio () atinge seu valo mínimo (m ) quando o ângulo de
incidência (i2) é igual ao ângulo de emergência (i 2); como decorrência, teremos r1
= r2, conforme a figura a seguir:
88
Fazendo il = i2 = i e rl = r2 = r teremos, nas condições de desvio mínimo:
= il + i2 – A m = 2i – A
A = rl + r2 A = 2r
Exemplos
Sendo que:
Il = 0o (incidência normal);
89
i2 = 60o; A = 30o
temos:
= 0o + 60o – 30o
= 30o
2. O desvio mínimo sofrido por um raio de luz, ao atravessar um prisma de angulo de
abertura 90o, é de 30o. Sabendo que ele se encontra imerso no ar, determine o seu índice de
refração.
Solução:
Esquematicamente, temos:
onde:
il = i2 = i
rl = r 2 = r
Nas condições de desvio mínimo temos:
A = 2r 90o = 2r r = 45o
e
m = 2i – A 30o = 2i – 90o i = 60o
n2 = 6
2
n> 2 n>2 3
3 3
Dispersão da luz
A dispersão luminosa é um fenômeno que ocorre quando um feixe de luz
policromática incide na superfície de separação de dois meios, decompondo-se nas várias
cores que a constituem.
Se considerarmos um feixe de luz solar (luz branca) incidindo sobre a superfície de
uma lâmina de vidro perceberemos a decomposição da mesma, como é mostrado na figura:
90
A ocorrência desse fenômeno se explica devido ao fato de que, num mesmo meio,
cores diferentes correspondem a diferentes valores do índice de refração.
Assim, por exemplo, o vidro tem índices de refração diferentes para cada uma das
cores; dessa forma, embora o ângulo de incidência i seja o mesmo para todas elas, os
valores dos ângulos de refração r serão diferentes, donde ocorre a decomposição da luz.
Percebemos que como a luz vermelha se desvia menos do que a luz violeta, o índice
de refração do vidro para o vermelho será menor do que para o violeta.
Exercícios:
116. Um prisma de vidro tem índice de refração 2 e ângulo de abertura 75 o. Um raio de luz
monocromática, propagando-se no ar, incide numa das faces do prisma sob o ângulo de 45 o
com a normal. Determine:
a) o ângulo de refração na 1a face.
b) o desvio angular na 1a face.
c) o ângulo de incidência na 2a face.
d) o ângulo de refração na 2a face.
e) o desvio angular na 2a face.
f) o desvio angular total.
117. Um raio de luz incide, sob ângulo de 60o, numa das faces de um prisma de ângulo de
refrigerância 60o. O prisma está imerso no ar e tem índice de refração absoluto 3.
Determine:
a) o ângulo de emergência.
b) o desvio angular total.
118. O desvio mínimo sofrido por um raio de luz ao atravessar um prisma é 30 o. O ângulo de
abertura do prisma é de 90o e ele está imerso no ar. Determine:
a) o ângulo de incidência na 1a face.
b) o índice de refração do prisma.
91
ESPELHO PLANO
A propriedade de simetria entre o objeto e a imagem nos ajuda muito a obtera imagem
de um objeto extenso, como a da figura.
Exemplos:
1. Desenhe a trajetória do raio de luz, que parte do objeto puntiforme F, sofre reflexão no
espelho plano E atinge o observador O.
93
Solução:
Recebendo a luz refletida pelo espelho, o observador enxergará a imagem F’ simétrica
ao objeto F.
O observador tem a impressão de que a luz provém de F’. Mas na realidade a luz
provém de F, reflete no espelho e atinge o observador.
2. Um rapaz está sentado na cadeira de ma barbearia de frente para o espelho, tendo atrás
de si o barbeiro em pé. A distancia entre o rapaz e o espelho é D e entre o rapaz e o
barbeiro é d. Qual é a distância x (horizontal) entre o rapaz e a imagem do barbeiro?
E concluímos que: x = 2 . D + d
MOVIMENTO DO OBJETO
Quando um objeto se movimenta numa direção perpendicular ao espelho, com
velocidade V, a imagem se movimenta com velocidade – V.
De fato, para o objeto e imagem sejam sempre simétricos ao espelho, é necessário
que os deslocamentos destes sejam iguais e opostos.
94
Movimentos de translação do espelho
Vamos trabalhar o espelho de uma distância x, mantendo fixo o objeto. Ao
deslocamento sofrido pela imagem chamamos de y.
Quando o espelho se translada com velocidade V, numa direção perpendicular ao seu plano,
a imagem se movimenta com velocidade 2V.
Vi = -2m/s
Determine:
a) o ângulo de giro da imagem;
b) a distância da imagem ao objeto
Solução:
96
a) a imagem P’, do objeto P, girará 2, quando o espelho girar , em torno de O, sobre
uma circunferência de raio = R.
.
97
Não haverá formação de mais imagens além dessas, pois, após duas reflexões
sucessivas, a luz abandona a associação de espelhos perpendiculares.
“A associação de dois espelhos planos perpendiculares entre si forma três imagens distintas
do objeto P.
Duas, P1 e P2, por simples reflexão. E uma, P3 P4, por dupla
reflexão”
Conforme a figura acima, o objeto P e as imagens
localizam-se sobre uma circunferência de centro O e raio
.
ATENÇÃO:
Essa fórmula é valida para divisor de 360o.
Se 360o for par, a fórmula é válida para qualquer posição do objeto
Se 360o for ímpar, a fórmula só é válida quando o objeto estiver
eqüidistante dos dois espelhos.
Observação: Se um objeto está localizado entre as faces refletoras de dois espelhos planos
e paralelos, haverá a formação de infinitas imagens, pois aí a luz sofrerá infinitas e
sucessivas reflexões entre os espelhos.
Contudo, conseguiremos apenas visualizar um número finto de imagens, devido à
perda de intensidade luminosa e diminuição do ângulo visual.
Exemplos:
R
Solução:
98
a)
2. Uma pessoa está, com o braço direito levantado, diante de uma associação de
espelhos planos que formam uma ângulo diedro de 36o. Em relação às imagens
formadas, quantas estarão com o braço direito levantado? E com o esquerdo?
Solução:
O número total N de imagens formadas é:
N = 360o – 1
Portanto:
4 imagens (idênticas ao objeto) com o braço direito levantado;
5 imagens (enantiomorfas ao objeto) com o braço esquerdo levantado.
3. Um objeto P está entre dois espelhos planos e paralelos. E1 e E2, conforme a figura.
Exercícios:
119. Coloca-se um objeto entre dois espelhos planos que formam entre si um ângulo de 90 o.
Calcule o número de imagens formadas.
120. Ache o ângulo formado por dois espelhos planos angulares, sabendo que o número de
imagens formadas é igual a 9.
121. Dois espelhos planos formam entre si um certo ângulo. Calcule esse ângulo, sabendo
que, reduzindo-se 10o, o número de imagens produzidas pelo sistema de um dado objeto é
aumentado de 6.
122. Um diretor de cinema deseja obter uma cena com 15 bailarinas espanholas. Para tanto,
ele dispõe de 3 bailarinas e dois espelhos planos. Para obtenção de tal cena, os espelhos
planos devem ser dispostos formando entre si um ângulo Determine .
ESPELHOS ESFÉRICOS
Definição:
Denomina-se espelho esférico todas superfície refletora com a forma de uma calota esférica.
Se a face interna da calota é refletora, o espelho esférico é dito côncavo.
100
Nomenclatura:
Consideremos o espelho esférico indicado na figura.
RAIOS PARTICULARES
Se um raio de luz incidir paralelamente ao eixo principal, o raio refletido passa pelo
foco principal.
Se um raio de luz incidir passando pelo centro de curvatura, o raio é refletido sobre si
mesmo.
101
CONSTRUÇÃO GEOMÉTRICA DAS IMAGENS
As imagens fornecidas por um espelho esférico podem ser obtidas utilizando-se dois
dos três raios particulares.
102
Observe que as características da imagem A’B’ para o espelho côncavo dependem da
posição do objeto AB sobre o eixo principal.
Note também que a imagem do ponto B do objeto AB está localizada sobre o eixo
principal.
Quando o objeto e a imagem pertencem ao mesmo semi-plano (acima ou abaixo) do
eixo principal, diz-se que a imagem é direita em relação ao objeto. Caso contrário, diz-se que
é invertida em relação ao objeto.
A imagem é real quando é formada pelos próprios raios refletidos e virtuais quando
formada pelos prolongamentos dos raios refletidos.
Vejamos, agora, a construção da imagem por um espelho convexo.
ESTUDO ANALÍTICO
a) Convenção de sinais (referencial de Gauss).
Consideramos dois eixos ortogonais, com origem na vértice do espelho.
Eixo das abscissas – origem: vértice do espelho
Direção: a do eixo principal
Sentido: contrário as da luz incidente
Eixo das ordenadas – origem: vértice do espelho
Direção: perpendicular ao eixo principal
Sentido: de baixo para cima.
103
Em que:
p = distância do objeto ao vértice (abscissa do objeto).
p’= distância da imagem ao vértice (abscissa da imagem).
o = altura do objeto
i = altura da imagem
f = distância focal
R = raio de curvatura (R = 2f).
Por semelhança de triângulos podemos demonstrar que:
1= 1+ 1 A = i = -p’
f p p’ o p
Exemplo 1.
A distância entre um objeto e a imagem que lhe cojuga um espelho côncavo é de 60cm. A
imagem projetada numa tela é quatro vezes maior que o objeto. Determinar o raio de
curvatura do espelho.
Resolução:
Somente imagens reais podem ser projetadas numa tela; logo o espelho é côncavo
com o objeto localizado entre C e F.
104
Resposta:
O raio de curvatura é igual a 32cm.
123. Seja um espelho esférico côncavo de 30cm de raio. Determine as características da
imagem formada de um objeto de 4cm de altura colocado a 10cm do espelho.
105
125. Um espelho côncavo fornece, de um objeto real situado a 40 cm do seu vértice, uma
imagem real situada a 20cm do vértice. Calcule:
a) a distância focal do espelho
b) o raio de curvatura do espelho.
c) o aumento linear transversal.
126. Uma menina está a 20cm de um espelho esférico côncavo e observa a imagem direta
do seu rosto duas vezes ampliada.
a) represente, esquematicamente, o espelho côncavo, o objeto e a imagem conjugada.
b) Determine a distância focal do espelho.
127. A distância entre um objeto e a imagem que lhe conjuga um espelho esférico côncavo é
de 60cm. A imagem é invertida e quatro vezes maior que o objeto.
a) Calcule a abscissa do objeto.
b) Determine o raio de curvatura do espelho.
129. Deseja-se formar uma imagem real de um objeto sobre uma tela que dista 5m, através
de um espelho. A distância do objeto ao espelho deve ser igual a 15 cm e a altura do objeto
é de 2cm. Determine:
a) o tipo do espelho
b) o tamanho da imagem e se é direita ou invertida.
LENTES ESFÉRICAS
Uma lente esférica é a associação de dois dioptros, sendo que uma das superfícies de
separação é esférica e a outra é esférica plana.
onde:
106
C1 e C2 são centros de curvatura das faces S1 e S2;
R1 e R2 são os raios de curvatura das faces S1 e S2;
Eixo óptico principal é a reta que passa por C1 e C2;
V1 e V2 são vértices (intersecções do eixo principal com as faces S1 e S2);
E= é a espessura da lente.
Observações:
Uma lente é delgada quando a espessura e for desprezível em relação as raios
de curvatura.
Quando a lente tiver uma face plana, o eixo principal pasa pelo centro da face
esférica e é perpendicular à face plana.
Observação:
Os nomes das lentes segue a convenção de que podemos citar em primeiro lugar a face de
maior raio de curvatura.
Assim, os nomes das lente de bordos finos terminam com a palavra convexa. E os das
lentes de bordos grossos, com a palavra côncava.
107
Para um pincel incidente de luz, constituído por raios paralelos, a lente convergente
associa um pincel emergente convergente e a lente divergente associa um pincel emergente
divergente.
Exemplos:
1. Classifique as lentes abaixo representadas, como sendo convergentes ou divergentes.
Solução:
Observando as figuras dadas, classificamos:
L1: convergente
L2: divergente
L3: divergente
L4: convergente
“Foco imagem principal (Fi) é o ponto imagem que a lente conjuga de um objeto impróprio,
definido por raios de luz paralelos ao eixo óptico principal”
.
Percebemos que a lente convergente possui foco imagem real e a lente divergente possui
foco imagem virtual.
109
Para a lente convergente, o foco objeto real e para o lente divergente, o foco objeto é
virtual.
Distância focal: como vimos uma lente possui dois focos principais: o foco objeto e o foco
imagem. Verifica-se que esses focos são simétricos em relação à lente delgada. A distância
focal f é a distância de um dos focos até a lente delgada.
Como os focos da lente convergente são reais e os focos da lente divergentes são
virtuais, convenciona-se que:
a distância focal de uma lente convergente é positiva (f > O);
a distância focal de uma lente divergente é negativa (f < O).
110
Essa trajetória também é decorrente de definição de foco objeto.
“Todo raio de luz que incide no centro óptico da lente emerge sem sofrer desvio. Esse raio de
luz define o centro óptico da lente.”
onde:
Ao é o ponto antiprincipal objeto;
Ai é o ponto antiprincipal imagem.
Teremos oportunidade de verificar essa propriedade quando fizermos a determinação
analítica da imagem.
Este caso corresponde à imagem produzida por projetores, (tanto de “slides”como de filmes).
objeto em Fo.
A imagem é imprópria.
objeto entre Fo e O.
112
A imagem entre A’B’ é virtual, direta e ampliada. A lente de aumento, ou lupa, corresponde a
uma lente convergente utilizada nas condições da figura anterior.
Em lente divergente
Há apenas um caso a considerar.
Independentemente da posição do objeto real AB, a imagem conjugada A’B’ será virtual,
direta e reduzida.
Observando as construções que acabamos de fazer, podemos concluir:
sempre que o objeto e a imagem tiverem naturezas opostas, um real e o outro virtual,
estarão localizados do mesmo lado da lente e a imagem será direta em relação ao
objeto;
sempre que o objeto e a imagem tiverem mesma natureza, os dois reais ou os dois
virtuais, estarão localizados em lados opostos da lente e a imagem será invertida em
relação ao objeto.
A lente divergente, para o objeto real, sempre conjuga uma imagem virtual, direta e
reduzida.
EQUAÇÃO DE HALLEY
113
A equação de Halley ou “fórmula dos fabricantes de lentes” relaciona a distância focal
f com raios de curvatura, R1 e R2 das faces da lente e, com índices de refração da lente (n L) e
do meio externo (nE).
onde:
nL é o índice de refração relativo da lente em relação ao meio externo.
nE
ATENÇÃO: Se uma das faces da lente for plana, o raio dessa face tende ao infinito e o termo
1/R tende a zero.
Neste caso a equação de Halley se reduz a:
Convenção de Sinais
Ao aplicarmos a equação de Halley, devemos estar atentos para a seguinte
convenção de sinais:
Face convexa: R > 0;
Face côncava: R < 0;
Face plana: R 0;
Lente convergente: f > 0 ;
Lente divergente: f < 0.
114
Se a distância focal estiver em m (metros), a vergência estará em m -1 recebe o nome de
dioptria.
Observação: É de uso comum a palavra grau ao invés de dioptria. Por exemplo, uma “lente
de 5 graus” é uma lente cuja vergência vale 5 dioptrias, ou, abreviadamente 5 di.
Exemplo:
Uma lente convexo-côncava de índice de refração 1,5, imersa no ar, possui raios de
curvatura iguais a 30 cm e 20 cm.
Determine;
a) distância focal;
b) a vergência em dioptrias.
Solução:
a) lembrando que citamos, no nome da lente, a face de maior raio em primeiro lugar,
vem:
R1 = +30cm (convexa)
R2 = -20cm (côncava)
NL = 1,5 e nE = 1 (ar).
115
V = -1 V – 0,83 di
1,2
1=1+1
f p p’
onde:
f: distância focal
p: abscissa do objeto
p’: abscissa da imagem
Exemplos
116
1. um objeto é colocado a 60 cm de uma lente divergente de distância focal 20cm.
Determine, analiticamente, as características da imagem.
Solução:
Do enunciado temos que:
p = +60 cm (objeto real)
f = -20 cm (lente divergente)
A partir da equação de conjugação, vem:
1 = 1 + 1 1 = 1 + 1
f p p’ -20 60 p’
1 = -1 – 1 = -3 -1 = -4
p’ 20 60 60 60
i=1
o 4 (imagem direta reduzida)
2.Objeto de 2,0 cm de altura está disposto frontalmete a 60cm de uma lente delgada de
vergência +2,5 di.
a) determine, graficamente, as características da imagem;
b) determine, analiticamente, a posição e o tamanho da imagem.
Solução
a) como foi dada a vergência, V = +2,5 di, podemos calcular a distância focal:
f = 1 f = 1 f = 0,4m f = 40cm (lente covergente)
V 2,5
117
1 = 3-2 1 = 1
p’ 120 p’ 120
p’ = 120cm
i = -120 i = -2
2 60 2
i = - 4,0cm
INSTRUMENTOS ÓPTICOS
São inúmeros os instrumentos que se valem dos fenômenos ópticos para melhorar
sensivelmente as condições de visualização de imagens. Basicamente podemos dividi-los
em “instrumentos de visão direta”, aqueles que produzem uma imagem virtual de tal forma
que podemos vê-la diretamente com o nosso olho, e “istrumento de projeção”, que são
aqueles que necessitam ser projetados em um anteparo para serem visualizados, pois
produzem uma imagem real dos objetos.
Instrumentos de visão direta
Lupa:
O instrumento óptico mais simples que podemos construir é a LUPA. É constituída
unicamente por uma lente de bordas finas com comportamento convergente. Nesta caso, o
objeto deve ser colocado entre o foco e o vértice da lente e sua imagem virtual será
visualizada diretamente de tamanho maior e direita.
Microscópio composto
O microscópio simples é formado por duas lentes convergentes denominadas de objetiva e
ocular. A objetiva, como nome sugere, é o lado do microscópio onde será colocado o olho do
observador. A lente da ocular deve ter um poder dióptrico menor que o da objetiva. Isto é, a
118
distância focal da ocular é bem maior que o da objetiva. A imagem formada pela objetiva
servirá como objetivo para ocular (Ocular com f da ordem de centímetros e a Objetiva com f
da ordem de milímetros). O objeto está colocado próximo à objetiva entre o centro de
curvatura da mesma e o seu foco principal. A imagem formada servirá como objeto para a
segunda lente e deverá estar localizada entre o foco da segunda lente e o vértice da mesma.
A imagem final formada neste instrumento é virtual, ampliada e invertida em relação ao
objeto principal. Observe o esquema que segue.
Existe uma relação matemática para determinar o aumento produzido pela luneta,
também muitas vezes denominados de telescópio refrator. Esta equação é indicada pela
119
razão entre as distâncias focais da objetiva e da ocular. O sinal negativo indica que a
imagem produzida é invertida. Assim:
A = fobjetivo
focular
Instrumentos de projeção
Máquina fotográfica:
As máquinas fotográficas convencionais são, talvez, os instrumentos ópticos mais simples de
projeção. São constituídos de uma lente convergente (objetiva) um anteparo (filme). O
esquema que segue indica como funciona um equipamento deste tipo.
Projetor:
Os projetores de slides e de filmes, funcionam praticamente de forma contrária a das
máquinas fotográficas. Observe o esquema que segue.
Óptica da visão
O olho humano:
O olho humano, nosso órgão da visão, é um sistema óptico bastante complexo. Suas
principais estruturas são mostradas na figura que segue.
120
O olho representado acima é opticamente equivalente a uma máquina fotográfica.
Suas estruturas comuns, o cristalino, a córnea, o humor aquoso e o humor vítrio são os
responsáveis pela refração da luz e comportam-se como única lente convergente, que
produz do objeto observado uma imagem real, invertida e reduzida; que será nítida quando
recair sobre a retina.
A pupila tem por função regular a quantidade de luz penetra no olho, como diafragma
de uma máquina fotográfica.
Como imagem deve sempre recair sobre a retina, temos que: p’ = (constante).
Para isso, a distância focal f deve assumir um valor conveniente para cada posição p do
objeto.
De fato, a equação de Gauss:
constante
mostra que a distância focal f deve diminuir para posições do objeto mais próximas do olho.
“A variação da distância focal é feita através dos músculos ciliares”
Quando o objeto se aproxima do olho, os músculos ciliares comprimem o cristalino,
diminuindo o raio de curvatura de suas faces, ocasionando uma diminuição na distância
focal.
Ponto próximo: quanto mais o objeto se aproximar, maior será a compressão dos músculos
ciliares sobre o cristalino. Haverá então uma distância do objeto ao olho, para qual os
músculos ciliares estarão realizando a máxima compressão de que são capazes. Essa
posição do objeto é denominada ponto próximo e sua distância ao olho é a distância
mínimo de visão distinta.
121
“Ponto próximo (PP) é a posição do objeto mais próxima do olho, que ainda permite uma
visão nítica”.
Para um olho normal (olho emétrope) a distância do ponto próximo, d pp, ao olho é
aproximadamente 25cm. Se o objeto estiver a uma distância menor que a distância do ponto
próximo, a imagem deixará de ser nítida, pois não mais recairá sobre a retina.
Ponto Remoto: quanto mais objeto se afasta do olho, menor a compressão exercida pelos
músculos ciliares. A posição do objeto para qual os músculos ciliares estão relaxados é
denominada ponto remoto, cuja distância ao olho é a distância máxima de visão distinta.
“Ponto remoto (PR) é posição do objeto mais afastada do olho, que ainda permite uma visão
nítida”
Para o olho normal (olho emétrope) a distância do ponto remoto, d PR, ao olho é infinita.
Uma pessoa de visão normal enxerga uma paisagem, por exemplo, nitidamente, como se
fosse uma bela fotografia. Embora essa pessoa esteja sujeita ao limite de acuidade visual.
Zona de acomodação: zona de acomodação é a região que vai do ponto próximo ao ponto
remoto.
Para um objeto ser visualizado nitidamente, ele deverá estar na zona de acomodação.
A figura seguinte mostra essa região para um olho normal.
Defeitos da visão
Vamos agora estudar os mais comuns defeitos da visão.
Miopia: a deficiência de um olho míope está na visualização de objetos distantes. Ou seja, o
seu ponto remoto (PR) não está no infinito e sim a uma distância finita (d PR):
Isso ocorre, pelo fato da imagem do objeto distante (PO) recair aquém da retina:
Para corrigir esse defeito, devemos tornar o olho míope menos convergente. Para tanto,
associamos a ele uma lente divergente.
Para corrigir esse defeito devemos tornar o olho hipermétrope mais covergente,
associado a ele uma lente convergente.
A lente corretiva deverá, de um objeto colocado a 25 cm do olho, fornecer uma
imagem no ponto próximo (PP) do hipermétrope, ou seja, a uma distância d PP do olho.
Assim a distância focal da lente corretiva fc da hipermetropia é calculada através da
equação de Gauss:
1+ 1 = 1 1 - 1 = 1
p p’ f 25cm dPP fc
O sinal negativo na expressão anterior deve-se ao fato da imagem, fornecida pela lente
corretiva, ser virtual.
Presbiopia: a presbiopia ou “vista cansada” é um defeito da visão devido à perda de
flexibilidade dos músculos ciliares.
A correção da presbiopia é feita da mesma maneira que a da hipermetropia.
Astigmatismo: o astigmatismo é devido a uma perda de simetria do globo ocular. A
correção é feita com o uso de lentes cilíndricas.
Exemplos:
1. As lentes dos óculos de um míope são de “5 graus”. Qual é máxima distância de seus
olhos, sem óculos, que ele vê com imagem nítida?
Solução
Do enunciado tiramos que:
V = -5 di (lente divergente)
A distância focal será:
V = 1 f = 1 = 1 f = - 0,20m
123
f V -5
O indivíduo B é míope:
fc = -dPR
fc = -50 cm
fc = -50m
Assim, temos:
V= 1V=- 1 ,
f 0,50m
V = -2 di. (divergente)
BIBLIOGRAFIA:
CARRON, Wilson; GUIMARÃES, Osvaldo. As faces da Física. São Paulo: Moderna, 1997.
FILHO, Aurélio Gonçalves; TOSCANO, Carlos. Física para o ensino médio. São Paulo:
Scipione, 2002.
124
HALILIDAY, Dawid; RESNICK, Robert; WALKER, Jearl. Fundamentos de Física: Óptica e
Física Moderna. 6a ed. Vol 4. Rio de Janeiro: LTC, 2003.
125