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CONCEITOS
FUNDAMENTAIS
1
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1. Mol
Assim, os valores de massa atômica e massa molecular que se encontram tabelados na literatura
são referentes à massa de um mol (ou 6,023 x 1023) de átomos ou moléculas. É óbvio que esses
valores vão diferir de átomo para átomo e molécula para molécula.
Outra relação importante é que a massa molecular de um determinado composto pode ser
determinada somando-se as massas atômicas dos átomos que o compõem.
Para tomar contato com essas tabelas, serão resolvidos alguns exemplos.
_________________________
Exemplo: Determinar as massas moleculares dos seguintes compostos: Fe2O3, SiO2, Al2O3, CaO,
MgO, MnO e Fe0,95 O..
Resolver de duas maneiras: Tomando diretamente o valor da tabela e somando as
massas atômicas dos elementos que compõem a molécula.
- SiO2:
Diretamente da tabela, página 49: 60,09
(Observação: a sílica, SiO2, se apresenta sob três formas: quartzo, cristobalita e tridimita, sendo
que a massa molecular é idêntica para todas elas).
Soma: P . A . Si + 2 . P . A . O = 28,09 + 3 x 16 = 60,09
- Al2O3:
Tabela: página 12: 101,95
Soma: 2 x P . A . Al + 3 x P . A . O = 2 x 26,98 + 3 x 16 = 101,96
- CaO:
Tabela: página 20: 56,08
Soma: P . A . Ca + P . A . O = 40,08 + 16 = 56,08
- MgO:
Tabela: página 36: 40,32
Soma: P . A . Mg + P . A . O = 24,32 + 16 = 40,32
- MnO:
Tabela: página 38: 70,94
Soma: P . A . Mn + P . A . O = 54,94 + 16 = 70,94
- Fe0,95 O:
Tabela: página 29: 68,89
Soma: 0,95 P . A . Fe + P . A . O = 0,95 x 55,85 + 16 = 69,06
(Observação: O Fe0,95 O é um composto não estequiométrico; ou seja, não existe uma proporção
bem definida entre os átomos de ferro e oxigênio. É comum também se adotar a seguinte notação:
FeO1,05 e denominar esse composto de wustita. A proporção de Fe e o O varia com a temperatura
e pode ter determinada em um diagrama de equilíbrio Fe-O).
_________________________
4
massa (g)
Número de moles = ----------------------------------------------
massa atômica ou molecular (g/mol)
O número determinado acima também pode ser denominado átomos grama ou molécula-grama.
____________________________
Exemplo: Calcular o número de moles contido em uma tonelada dos seguintes compostos: Fe2O3,
SiO2, Al2O3, CaO, MgO e MnO.
- Fe2O3:
10 6 g
n Fe2O3 = = 6.261,74moles
159,7g / mol
- SiO2:
10 6 g
n SiO 2 = = 16.641,70moles
60,09g / mol
- Al2O3:
10 6 g
n Al2O3 = = 9.807,77moles
101,96g / mol
- CaO:
5
10 6 g
n CaO = = 17.831,67 moles
56,08g / mol
- MgO:
10 6 g
n MgO = = 24.801,59moles
40,32g / mol
- MnO:
Link para Arquivo Cálculo do Número
10 6 g
n MnO = = 14.096, 42moles de Mols - Composto
70,94g / mol
_________________________
Exemplo: a) Calcular o número de moles de Fe, C, Si, Mn e P, contido em uma tonelada de ferro
gusa com a seguinte composição:
Fe = 94,5% C = 4,5% Si = 0,6% Mn = 0,3% P = 0,1%
b) Calcular o número de moles de CaO, SiO2, Al2O3, MgO contido em 180 kg de uma escória
com composição abaixo:
CaO = 40,92% SiO2 = 43,08 Al2O3 = 8,21% MgO = 7,79%
Solução: a) Os números de moles de cada elemento são determinados pela relação entre sua
massa e as massas atômicas.
94,5 × 106
nFe = = 16.920,32moles
100 x55,85
0,3 × 106
n Mn = = 54,61moles
4,5 × 106 100 × 54,94
nC = = 3.750moles
100 x12
0,1× 10 6
nP = = 32, 29moles
0,6 × 106 100 × 30,97
nSi = = 213,60moles
100 × 28,09
40,92 × 180 × 10 3
n CaO = = 1313, 41moles
100 × 56,08
43,08 × 180 × 10 3
n SiO 2 = = 1290, 46moles
100 × 60,09
8,21 × 180 × 10 3
n Al 2O3 = = 144,94moles
100 × 101,96
7,79 × 180 × 10 3
n MgO = = 347,77moles
100 × 40,32
Link para Arquivo Cálculo do
Número de Mols - Escória
_________________________
Exemplo: Calcular o número de moles contido em uma tonelada dos seguintes gases: O2, N2,
H2O, CO, CO2.
10 6 g
n O2 = = 31, 250moles
32g / mol
10 6 g
n N2 = = 35.714,29moles
28g / mol
10 6 g
n H 2O = = 55.555,56moles
18g / mol
10 6 g
n CO 2 = = 22.727, 27moles
44g / mol
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Todos os cálculos de número de moles efetuados até agora envolveram a massa do elemento ou
composto, cujo número de moles se desejava avaliar. Esse tipo de cálculo é adequado para
compostos ou elementos sólidos ou líquidos, que são facilmente pesados. Entretanto, para gases
não é usual ter-se a massa (como no exemplo anterior). Normalmente, a quantidade de um gás é
medida em termos de volume. Desse modo, torna-se importante desenvolver uma maneira de
calcular o número de moles de um gás a partir de seu volume. Para tal é necessário conhecer a lei
do gás ideal.
Entretanto, para os gases a equação de estado é a mesma. Isso é devido ao fato de que no estado
gasoso, as moléculas são essencialmente independentes umas das outras e que por isso a natureza
das moléculas individuais não afeta o comportamento do gás como um todo. Essa independência
caracteriza o chamado gás ideal e ela é real para gases a baixas pressões e altas temperaturas (que
é normalmente o caso da metalurgia). A baixas temperaturas e altas pressões começam a ocorrer
desvios do comportamento ideal.
PV = nRT
onde:
P = pressão (atmosferas)
V = volume do gás (litros)
n = número de moles do gás
R = constante universal dos gases = 0,082054 atm . 1 . K-1 . mol-1
T = temperatura (K)
A equação acima é chamada equação do gás ideal. Observa-se que ela é uma expressão genérica
que independe do gás considerado.
A equação do gás ideal ainda mostra que o volume do gás depende da pressão e da temperatura.
Desse modo quando se fornece o volume do gás é fundamental especificar as condições em que
ele foi medido.
O volume de um gás medido nas condições normais é normalmente precedido pela letra “N”.
Assim 1 Nm3 significa 1 m3 de gás medido nas condições de 1 atm e 0ºC.
_________________________
Exemplo: Calcular o volume ocupado por um mol de gás nas condições normais.
9
Pode-se usar o volume acima para calcular o número de moles contido em um dado volume de
gás.
Link para Arquivo Lei do Gás Ideal
_________________________
1000 × 1000
n O2 = = 44.641,38moles
22,4
Outra maneira de calcular esse número de moles é usando diretamente a equação do gás ideal:
_________________________
Exemplo: Calcular o número de moles de N2 contido em 1000 m3 desse gás, medido a 1,2 atm de
pressão e 100ºC.
10
P ⋅ VN 2 1, 2 × 1000 × 1000
nN 2 = = = 39.207,82moles
R ⋅T 0,082054 × 373 Link para Arquivo Lei do Gás Ideal
_________________________
Um ponto importante que deve ser destacado é que volumes iguais de gases, medidos nas
mesmas condições, contém o mesmo número de moles.
Até agora lidou-se apenas com gases puros, entretanto, é bastante comum ter-se misturas de
gases, como o ar, por exemplo.
O estado ou a condição de uma mistura de vários gases depende não apenas da pressão, volume e
temperatura, mas também da composição da mistura. Consequentemente, deve-se desenvolver
um método para expressar essa composição.
Uma das maneiras de expressar a concentração é através da fração molar. As frações molares, xi,
são obtidas dividindo cada um dos números de moles pelo número total de moles de todas as
substâncias presentes.
nt = n1 + n2 + n3 + ...........
assim:
xi = ni / nt
x1 + x2 + x3 + ...... = 1
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Em virtude dessa relação, a composição da mistura é descrita quando as frações molares de todas
as substâncias menos uma é especificada.
Para gases, a fração molar se relaciona com a porcentagem em volume da seguinte maneira:
xi = %i / 100
Para mistura de gases, a lei dos gases ideais é correta na seguinte forma:
PV = nt . RT
onde:
nt = número total de moles de todos os gases no volume V.
Para simplificar, o estado de uma mistura gasosa será descrito em termos dos estados de gases
puros não misturados. Será considerada, então, uma mistura de três gases descrita pelos números
de moles n1, n2 e n3, num recipiente de volume V à temperatura T. Se nT = n1 + n2 + n3, então a
pressão exercida pela mistura é dada por:
RT
P = nt ⋅
V
Define-se a pressão parcial de um gás numa mistura como a pressão que o gás exerceria se
sozinho ocupasse o volume V, na temperatura T. Então as pressões parciais P1, P2 e P3 são dadas
por:
RT RT RT
P1 = n1 P2 = n2 P3 = n3
V V V
RT
P1 + P2 + P3 = nt =P
V
ou seja, a pressão total exercida por uma mistura gasosa é igual à soma das pressões parciais dos
constituintes.
As pressões parciais são relacionadas de modo simples com as frações molares dos gases. Tem-
se:
Pi = xi . P
_________________________
% O2 = 21
% N2 = 79
Assim:
x O 2 = 21/100 = 0,21
x N 2 = 79/100 = 0,79
Consequentemente:
PN 2 ⋅ V 0,79 × 1000
nN 2 = = = 35,267 moles
R ⋅T 0,082054 × 273
Link para Arquivo Fração Molar
_________________________
Solução: Inicialmente, determina-se o número de moles de vapor d’água. Como foi dada a sua
massa, tem-se:
25g 25
n H 2O = = = 1,389moles
P ⋅ M ⋅ H 2 O 18
RT 0,082054 × 273
PH 2O = n H 2O ⋅ = 1,389 × = 0,0311atm
V 1000
mas:
PO 2 + PN 2 + PH 2O = 1atm
Logo:
PO2 21
=
PN 2 79
Finalmente:
0,7654 × 1000
nN 2 = = 34,171moles
0,082054 × 273
_________________________
O volume parcial de um gás numa mistura é definido como o volume que o gás ocuparia se
estivesse sozinho num recipiente à temperatura e pressão P. Assim, para a mistura de três gases:
RT RT RT
V1 = n 1 V2 = n 2 V3 = n 3
P P P
RT
V1 + V2 + V3 = n t =V
P
15
Vi = xi . V
Finalmente, deve-se dizer que o conceito de volume parcial é puramente matemático e não tem
significado físico.
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Exemplo: Repetir o exemplo anterior usando os conceitos de volume parcial e volume molar.
Solução: O número de moles de H2O é calculado da mesma forma que foi feita no exemplo
anterior:
25
n H 2O = = 1,389moles
18
Assim, obtém-se:
VO 2 21
=
VN 2 79
Obtém-se:
16
VO2 203,47
nO2 = = = 9,083moles
VO2 22, 4
VN 2 765, 43
nN 2 = = = 34,171moles
VN 2 22, 4
As expressões obtidas até agora permitem que se formule uma relação genérica para cálculo do
número de moles de um gás contido num dado volume. Tem-se:
( )
n i = V Nm 3 × 1000 ×
(%i ) × 1
100 22,4
onde:
ni = número de moles do gás “i”;
V = volume de gás (Nm3);
%i = teor do gás “i” na mistura.
Os processos metalúrgicos, de um modo geral, sempre envolvem reações químicas. Desse modo,
é importante saber lidar com as quantidades envolvidas nessas reações.
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Agora será utilizada a definição de mol para abordar alguns problemas simples relativos à
reações químicas. Para tal, será escolhida uma reação química de grande importância na
metalurgia: a reação de queima do carbono com oxigênio produzindo monóxido de carbono,
representada abaixo:
1
C (s ) + O 2(g ) = CO (g )
2
As letras minúsculas entre parênteses, abaixo dos símbolos químicos dos elementos ou
compostos, representam as fases em que eles se encontram:
s: sólido
l: líquido
g: gás
A equação para a reação química pode ser interpretada da seguinte maneira: 1 mol de carbono
sólido combina-se com meio mol de oxigênio gasoso para produzir 1 mol de monóxido de
carbono gasoso. Um ponto importante nessas equações é que o número de moles de cada
elemento deve ser igual em ambos os lados do sinal de igualdade.
_________________________
1 × 1000g
nC = = 83,33moles
12g / mol
1
n O2 = ⋅ nC
2
n CO = n C
Assim, tem-se:
83,33
n O2 = = 41,67 moles
2
Se o oxigênio acima estivesse contido no ar, o volume de ar poderia ser calculado, lembrando-se
que o ar seco a porcentagem de O2 é de 21%. Assim:
100 100
Var seco = VO2 × = 0,933 × = 4, 443Nm 3
21 21
19
21 1
n O 2 = 1000 × 1000 × × = 9375 moles
100 22,4
A massa de carbono é calculada multiplicando seu número de moles pela massa atômica. Assim:
_________________________
Por essa reação, 1 mol de carbono reage com 1 mol de O2, formando 1 mol de CO2.
20
Exemplo: Calcular o volume de ar necessário para reagir com 1 kg de carbono, sabendo-se que
70% do carbono vai formar CO e 30% vai formar CO2.
1000
n C = 1× = 83,33 moles
12
n CO 58,33
O2 =
n CO = = 29,17 moles
C
2 2
O2 = n C
n CO = 25 moles
2 CO 2
= n CO
O 2 + n O 2 = 29,17 + 25,0 = 54,17 moles
CO 2
n Ototal
2
e o volume de ar seco é:
100
Var = 1,213 × = 5,776 Nm 3
21
_________________________
Deseja-se produzir uma tonelada de ferro através da reação acima. Calcular o volume de CO
consumido no processo e a massa de Fe2O3 a ser utilizada.
Solução: Interpretando a reação, observa-se que 1 mol de Fe2O3 reage com 3 moles de CO,
produzindo 2 moles de Fe e 3 moles de CO2.
Determina-se, inicialmente o número de moles de Fe a ser produzido:
1 × 10 6 g
n Fe = = 17.905,1 moles
55,85g / mol
3
n CO = ⋅ n Fe = 26.857,65 moles
2
Logo, o volume de CO é:
22
1 1
n Fe 2O3 = ⋅ n Fe = × 17.905,1 = 8952,55 moles
2 2
_________________________
Solução: Pela observação da equação acima, tem-se: 1 mol de sílica reage com 2 moles de
carbono, produzindo um mol de silício e dois moles de CO.
Avalia-se o número de moles de SiO2:
1 × 10 6 g 1 × 10 6
n SiO 2 = = = 16.641,70 moles
P ⋅ M ⋅ SiO 2 60,09
A massa de carbono é:
e sua massa:
_________________________
O balanço de massa para qualquer processo metalúrgico está baseado na seguinte expressão: a
matéria não pode ser criada ou destruída em um dado sistema. Matematicamente, essa expressão
pode ser colocada da seguinte forma:
Nessa figura observa-se que houve períodos onde ocorreu uma acumulação positiva de K2O
(entradas superam as saídas) e períodos onde a acumulação foi negativa (saídas maiores que as
entradas). No caso do enxofre, durante o tempo estudado o acúmulo foi sempre positivo. Apesar
disso, a tendência a longo prazo é de que as acumulações sejam nulas, de tal modo que se possa
igualar as entradas e saídas de massa.
As principais causas de erro que impedem o fechamento exato de um balanço de massa são:
- erros de pesagem;
- erros de análise química: amostragem e equipamentos.
Devido a esses erros, um balanço de massas nunca fecha exatamente.
Não é raro atribuir a culpa de desvios de controle de processos a tipos de modelos matemáticos
utilizados, quando na verdade qualquer que seja o modelo ele nada mais fará que propagar os
erros já existentes nas informações fornecidas. Desse modo, é de extrema importância minimizar
os erros de pesagem e análise química. Através da técnica de simulação de Monte Carlo é
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possível detectar quais os erros que causam as maiores variações na qualidade do produto. Com
isso, pode-se focalizar a atenção nesses erros, buscando reduzi-los.
_________________________
Exemplo: Um gás natural analisando 85%CH4, 10%C2H6, 4,5%N2 e 0,5%CO2 é queimado com
ar seco. A análise ORSAT (base seca) do gás produto da combustão é 9,8%CO2,
3,8%O2 e 86,4%N2. Calcular:
a) Nm3 gás natural/Nm3 de gás produto (base seca)
b) Nm3 de ar usado/Nm3 de gás natural
c) Composição do gás produto, em base úmida.
1 × 1000 85
n CH 4 = × = 37,95 moles
22,4 100
1 × 1000 10
n C2 H 6 = × = 4,46 moles
22,4 100
1 × 1000 4,5
n N2 = × = 2,01 moles
22,4 100
1 × 1000 0,5
n CO 2 = × = 0,22 moles
22,4 100
Esse número de moles de carbono é igual ao número de moles de carbono no gás produto. O
número de moles de C no gás produto é igual ao número de moles de CO2 nesse gás. Assim:
n C = n CO2 =
( )
V Nm 3 × 1000 9,8
× = 4,38 ⋅ V
22,4 100
Para determinar o volume de ar usado, pode-se desenvolver um balanço de nitrogênio. Para esse
balanço, tem-se a seguinte equação:
n arN 2 =
( )
Var Nm 3 × 1000 79
× = 35,268 ⋅ Var
22,4 100
No gás produto:
27
Assim tem-se:
Logo:
Daí:
11,70 Nm3 de ar usado/Nm3 de gás natural
Esse volume poderia ter sido calculado também a partir de um balanço de oxigênio. Nesse caso
ter-se-ia:
n O 2 = n CO 2 = 0,22 moles
No ar, obtém-se:
( )
V Nm 3 × 1000 21
O2 =
n ar × = 9,375 × Var
22,4 100
n H 2O
n produto
O2 = n O2 + n CO 2 +
2
Assim:
nH 2O = 2 ⋅ nCH 4 + 3 ⋅ nC 2 H 6 = 2 × 37,95 + 3 × 4,46 = 89,28 moles
Logo:
89,28
n produto
O2 = 18,237 + 47,031 + = 109,908 moles
2
De posse dos resultados obtidos, pode-se calcular a composição do gás produto (base úmida).
n H 2O = 89,28 moles
n N 2 = 414,643 moles
n O2 = 18,237 moles
CO2 = 8,27%
H2O = 15,68%
N2 =72,85%
O2 = 3,20%
_________________________
Exemplo: Um dado combustível tem a seguinte análise:
1000 82
n C = 1× × = 68,33 moles
12 100
30
1000 14
n H2 = 1× × = 70 moles
2 100
1000 4
n O2 = 1 × × = 1, 25 moles
32 100
n H2 70
n estequiomé
O2
trico
ar = n C + − n O2 = 68,33 + − 1,25 = 102,08 moles
2 2
100 100
n ar = n ar
O2 × = 112, 29 × = 534,71 moles
21 21
Logo, consome-se 11,98 Nm3 de ar para cada kg de combustível. Os gases produto serão: CO2,
H2O, N2 e O2. Desse modo, tem-se:
n CO 2 = n C = 68,33 moles
n H 2O = n H 2 = 70 moles
79 79
nN 2 = nar × = 534,71 × = 422,42 moles
100 100
n O 2 = n ar
O2 − n O2
estequiomé trico
= 112, 29 − 102,08 = 10,21 moles
_________________________
32
Exemplo: Em um reator carrega-se carbono em 1600 kg de Fe2O3. Injeta-se também 1600 Nm3
de ar seco. Qual a massa de carbono carregada, supondo que todo o óxido de ferro é
reduzido a ferro metálico e que 65% do carbono é oxidado a CO e o restante a CO2?
3 3
n O2 = ⋅ n Fe2O3 = × 10.018,79 = 15.028,19 moles
2 2
2 – Contido no ar
1600 × 1000 21
O2 =
n ar × = 15.000 moles
22,4 100
nOtotal
2
= 15.028,19 + 15.000 = 30.028,19 moles
33
M × 1000 M × 1000
nC = = = 83,33 ⋅ M
P⋅A ⋅C 12
O número de moles de CO é:
e o de CO2:
n CO 2 = 0,35 ⋅ n C = 29,17 ⋅ M
1 1
n O2 = n CO 2 + n CO2 = × 54,16 ⋅ M + 29,17 ⋅ M = 56, 25M
2 2
_________________________
Exemplo: Em um reator injeta-se 1.250 Nm³ de Ar com 18g de umidade e deseja-se produzir uma
liga com a seguinte composição:
Fe = 94,5% C = 4,5% Si = 0,6%
Sabendo-se que o gás gerado possui as seguintes relações:
34
_________________________
A seguir serão resolvidos dois exemplos de balanço de massa, aplicados a processos industriais:
fabricação de gusa em alto-forno e fabricação de aço no conversor L.D.
A aplicação de balanços de massa a processos industriais pode ter várias finalidades. Dentre elas
pode-se citar:
- cálculo da carga a ser usada num dado processo. Como, por exemplo, cálculo de carga para o
alto-forno;
- cálculo do consumo de insumos: determinação do volume de oxigênio a ser usado na fabricação
de aço pelo processo L . D;
- determinação de períodos de acumulação positiva ou negativa de determinados compostos.
Exemplo: álcalis no alto-forno.
O alto-forno é uma estrutura vertical cilíndrica de chapa de aço, revestido com tijolos refratários
refrigerados à água. O corpo do alto-forno é composto pela cuba, pelo ventre, pela rampa e o
cadinho, que é o fundo do alto-forno. A cuba, o ventre e a rampa geralmente são revestidas com
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Silo
Tubo de Coleta
Transportador
de Carga Cone Inferior
Cuba
Gás Alto-Forno
Ventre
Rampa
Furo de Exaustão
Escória
Ventaneiras
Furo de Carro Torpedo
Carro de Escória
Corrida
O equacionamento a ser desenvolvido no exemplo a seguir foi feito de modo a permitir a sua
utilização no cálculo de carga para alto-fornos empregando programação linear.
_________________________
Exemplo: A tabela a seguir mostra as matérias primas disponíveis para utilização em um alto-
forno. As matérias primas de 1 a 3 são diferentes tipos de minério de ferro, a de
número 4 é calcário, 5 é dolomita, 6 é quartzo, 7 é bauxita, e 8 é o minério de
manganês. O número 9 correspondente as cinzas do carvão vegetal.
36
Faz-se uma carga com as seguintes massas das diversas matérias primas:
Sabendo-se que:
- teor de carbono no gusa: 4,5%
- teor de silício no gusa: 0,6%
- teor de FeO na escória: 1,5%
- teor de MnO na escória: 1,0%
- massa de cinzas do carvão vegetal: 30,0 kg/t . gusa
Calcular:
- massa e composição de gusa e escória;
- basicidades binária e quaternária da escória.
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Solução: Antes de se iniciar os cálculos, deve-se estabelecer as suposições a serem feitas. São
elas:
- o CaO, MgO e Al2O3 se incorporam integralmente a escória;
- o P todo incorporado ao gusa;
- o Fe, Mn e Si se distribuem entre o gusa e escória (para onde vão nas formas de FeO, MnO e
SiO2, respectivamente).
9
Massa de CaO na carga = ∑ Mi ⋅ (%CaO )i / 100
i =1
onde:
Mi = massa da matéria prima “i” (kg/t . gusa);
(%CaO)i = teor de CaO na matéria prima “i”.
Assim:
reduzida
nSiO 2
= nSigusa = 213,60 moles
e:
reduzida
massa de SiO2 reduzida = n SiO 2
× P ⋅ M ⋅ SiO 2 = 213,60 × 60,09 = 12835,17g = 12,84kg
Finalmente:
m FeO + m MnO
× 100 = (%FeO + %MnO )escória = 2,50
m escória
39
(m CaO + m Al 2O3 + m MgO + m SiO 2 ) (73,87 + 14,81 + 14,07 + 77,77 ) = 185,15kg / t.gusa
m escória = =
2,5 (1 − 0,025)
1 −
100
E a composição da escória é:
73,87
%CaO = × 100 = 39,90
185,15
14,81
%Al 2 O 3 = × 100 = 8,00
185,15
14,07
%MgO = × 100 = 7,60
185,15
77,77
%SiO 2 = × 100 = 42,0
185,15
%Fe = 1,5
%MnO = 1,0
Determina-se agora a composição do gusa. Inicialmente, tem-se o balanço de ferro, dado pela
expressão a seguir:
Massa de ferro na carga = massa de Fe no gusa + massa de Fe na escória (na forma de FeO)
Tem-se:
40
9
(%Fe )i
massa de ferro na carga = ∑ Mi 100
= 947,35kg / t.gusa
i =1
9
(%Mn )i
massa de Mn na carga = ∑ Mi 100
= 4,43kg / t.gusa
i =1
massa de Mn na escória =
m escória ×
(%MnO ) × P ⋅ A ⋅ Mn
= 185,15 ×
1,0 54,94
× = 1,43kg / t.gusa
100 P ⋅ M ⋅ MnO 100 70,94
e daí:
massa de Mn no gusa = 4,43 – 1,43 = 3,00 kg/t . gusa
Mas:
9
(%P )i
Massa de P na carga = ∑ Mi 100
= 0,81kg / t.gusa
i =1
41
945,19
%Fe = × 100 = 94,52
1000
3,0
%Mn = × 100 = 0,3
1000
0,81
%P = × 100 = 0,08
1000
%Si = 0,6
%C = 4,5
%CaO 39,9
- basicidade binária = = = 0,95
%SiO 2 42,0
_________________________
A principal função do conversor L.D. é descarburar o ferro-gusa usando gás oxigênio puro. Em
um conversor L.D. com sopro pela “boca”, o oxigênio puro é soprado, através da lança, como um
jato de alta velocidade contra a superfície do gusa, possibilitando sua penetração no banho de
metal. Sob essas condições, o oxigênio reage diretamente com o carbono do gusa produzindo
monóxido de carbono. Esse reator pode refinar 200t de gusa com 4,3% de carbono para 0,04%
em aproximadamente 20 minutos. A figura 3 mostra uma vista de uma aciaria LD e as diferentes
configurações do convertedor.
Gás O2 puro
Silo de Matéria-Prima
Lança
Gás Inerte
Panela Panela de Gás CO2
de Aço Escória Gás O2 puro e fluxante
_________________________
Exemplo: A tabela abaixo mostra as matérias primas disponíveis para fabricação do aço e suas
respectivas análises químicas.
Sabendo-se que:
- 10 kg de Fe são projetados para fora do conversor L. D.;
- o carbono é oxidado a CO e CO2, na seguinte proporção: 80% CO e 20% CO2;
- a massa de cal a ser adicionada é determinada pela seguinte relação:
Calcular:
- a massa de CaO a ser adicionada;
- a massa e a composição da escória obtida;
- volume de oxigênio necessário ao processo.
Solução: Inicialmente, determina-se a massa de CaO a ser carregada. Para tal, avalia-se as
massas de Si e P carregadas no conversor.
Tem-se:
3
(%Si )i
m Si = ∑ M i
i =1 100
onde:
- Mi = massa de cada matéria prima kg/t . aço
- (%Si) = teor de silício em cada matéria prima.
Para se calcular a massa e a composição da escória deve-se lembrar que ela será composta pelos
seguintes óxidos; CaO, SiO 2, MnO, FeO e P2O5. Na determinação das massas desse óxidos na
escória, deve-se fazer balanços de massa para os seguintes elementos: Si, Mn, Fe e P.
Observando-se a composição do aço obtido, pode-se estabelecer o seguinte balanço para o silício:
Massa de silício na carga = massa de silício na escória (na forma de SiO 2).
Logo, tem-se:
P ⋅ M ⋅ SiO 2 60,09
m SiO 2 = m Si ⋅ = 9,147 × = 19,567kg
P ⋅ A ⋅ Si 28,09
Logo, obtém-se:
(%Mn )i
m cMn
arg a
= ∑ Mi = 10,22kg / t ⋅ aço
100
(%Mn )aço
Mn = m aço (kg ) ×
m aço = 4,5kg / t ⋅ aço
100
Por diferença;
m escória
Mn = m cMn
arg a
− m aço
Mn = 10, 22 − 4,5 = 5,72 kg / t.aço
P ⋅ M ⋅ MnO 70,94
m MnO = m escória × = 5,72 × = 7,386kg / t.aço
P ⋅ A ⋅ Mn
Mn
54,94
47
3
(%Fe )i
m cFearg a = ∑ M i = 1036,879kg / t ⋅ aço
i =1 100
(%Fe )aço
Fe = m aço ( kg ) ×
m aço = 994,3kg / t ⋅ aço
100
m projeção
Fe = 10kg / t ⋅ aço
m escória
Fe = m cFearg a − m aço
Fe − m Fe
projeção
= 32,579kg / t ⋅ aço
P ⋅ M ⋅ FeO 71,85
m FeO = m escória × = 32,579 × = 41,913kg / t ⋅ aço
P ⋅ A ⋅ Fe
Fe
55,85
Obtém-se:
48
(%P )aço
P = m aço (kg ) ×
m aço = 0,3kg / t ⋅ aço
100
Logo:
m escória
P = 0,856kg / t ⋅ aço
P ⋅ M ⋅ P2 O 5 141,94
m P2O5 = m escória × = 0,856 × = 1,962kg / t ⋅ aço
2⋅P⋅A⋅P 2 × 30,97
P
A massa de escória é:
e sua composição:
CaO = 48,81% MnO = 5,34% P2O5 = 1,42%
SiO2 = 14,14% FeO = 30,29%
Inicialmente, calcula-se o oxigênio consumido nas reações com o carbono. Tem-se o seguinte
balanço para o carbono:
C = 0,9 kg / t ⋅ aço
m aço
Por diferença:
m Oxidado
C = 44,698kg / t ⋅ aço
C = nC
n CO × 0,8 = 2979,86 moles
oxidado
n CO
C
2
= n oxidado
C × 0,2 = 744,97 moles
E o número de moles de O2 consumido nessas reações é:
50
1 CO
n CO 2 = ⋅ n C + n CO
C
2
= 2234,90 moles
2
escória
m Si × 1000 9,147 × 1000
oxidado
n Si = = = 325,63 moles
28,09 28,09
O 2 = n Si
n Si = 325,63 moles
oxidado
1 oxidado 104,11
O2 =
n Mn ⋅ n Mn = = 52,06 moles
2 2
1 oxidado 1
O2 =
n Fe ⋅ n Fe = × 583,33 = 291,67 moles
2 2
5 oxidado 5
n PO2 = ⋅nP = × 27,64 = 34,55 moles
4 4
n Ototal
2
= n CO2 + n Si
O2 + n O2 + n O2 + n O2 = 2938,81 moles
Mn Fe P
VO2 = n Ototal
2
× 22, 4 = 65.829,34 N1 = 65,83Nm 3 / t ⋅ aço
52
EXERCÍCIOS
Obter os valores por consulta direta aos “Dados Termodinâmicos para Metalurgistas” e pela soma
dos pesos atômicos dos elementos.
2. Calcular o número de moles dos compostos acima, contido em uma tonelada de cada um
desses materiais.
3. Calcular o número de moles de oxigênio (O2), nitrogênio (N2) e vapor d’água (H2O) contido
em 1 kg desses gases.
4. Calcular o número de moles de Fe, C, Si, Mn, P e S contido em uma tonelada dos seguintes
materiais:
- ferro-gusa: Fe = 94,34% C = 4,3% Si = 0,52%
Mn = 0,70% P = 0,102% S = 0,038%
5. Calcular o número de moles de CaO, SiO 2, Al2O3, MgO, MnO, FeO e P2O5 contido em 300
kg das seguintes escórias:
- escória de alto-forno: CaO = 41,84% SiO2 = 36,39%
Al2O3 = 13,56% MgO = 6,21%
MnO = 0,8% FeO = 1,20%
53
7. Calcular o número de moles de oxigênio contido em 1000 m3 desse gás, medidos a 25ºC e 1
atmosfera de pressão.
10. Quantos quilos de oxigênio são necessários para oxidar 100 kg de Fe a FeO? Qual é o valor
correspondente em Nm3 de oxigênio?
11. Quantos Nm3 de ar são necessários para queimar 10kg de carbono a CO2?
12. Injeta-se 1 Nm3 de ar com 20g de umidade em um reator. Ocorrem as seguintes reações:
C(s) + ½ O2(g) = CO(g)
H2O(g) + C(s) = H2(g) + CO(g)
17. Calcular o volume de gás na saída da zona de combustão de um alto-forno como função das
seguintes informações:
E – enriquecimento do ar (%);
MO – massa de óleo combustível injetado (kg/t . gusa);
(%C)0 – porcentagem de carbono no óleo;
(%H)0 – porcentagem de hidrogênio no óleo.
Lembrar que:
- os gases que saem da zona de combustão são: CO, H2 e N2
- um enriquecimento do ar em 1% equivale a elevar o teor de O2 no ar seco para 22% e reduzir o
de nitrogênio para 78%
- o óleo combustível sofre craqueamento, decompondo-se em carbono e hidrogênio (H2).