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Tópicos em Ensino de Físico-Química

Prof. Dr. Francisco Avelino

PRÁTICA 2: DETERMINAÇÃO DO CALOR DE SOLUÇÃO

1. Introdução
A dissolução de um sal em água pode liberar ou absorver calor, constituindo
portanto, um processo exotérmico ou endotérmico, respectivamente. Denomina-se calor
integral de solução ou calor de solução, o calor envolvido na dissolução de um mol de
soluto em n1 mols de solvente. Esse parâmetro é de fundamental importância em
termoquímica.
Para realizar tal medida, utiliza-se os princípios de calorimetria, através da
utilização de um recipiente termicamente isolado (calorímetro), uma massa conhecida de
água (mH2O) e uma massa conhecida de sal (ms). Após a adição do sal à água, ocorrerá
uma variação de temperatura (ΔT), a qual será medida por um termômetro, de forma que:
Q = CΔT (Eq. I)
onde: C é a capacidade calorífica do calorímetro com a solução e Q é o calor fornecido
para a dissolução pelo sistema.
Considerando que temos um sistema à pressão constante, pode-se atribuir ΔH como
sendo o calor de solução do sal, ou seja, a entalpia da reação:
KNO3(s) + nH2O(l)  KNO3(aq) (Eq. II)
Logo, a quantidade de calor Q será dada por:
Q = - ms/Ms x ΔHm (Eq. III)
ou
Q = - ns x ΔHm (Eq. IV)
onde: ms, Ms e ns são, respectivamente, a massa, a massa molecular e o número de mols
dissolvidos do sal.
Observação: Note que, a partir da análise da Eq. IV, se Q < 0, logo, ΔHm > 0,
indicando que a dissolução do sal ocorre com absorção de calor.
Igualando as Eqs. I e IV, temos que:
ΔHm = - C/ns x ΔT (Eq. V)
De forma geral, a entalpia de solução depende da concentração da solução, que
por sua vez, depende do número de mols envolvidos no processo.

2. Objetivos específicos da prática


- Determinar o calor de solução de um sal através do método calorimétrico.

3. Metodologia experimental
Parte 1: Determinação da capacidade calorífica do calorímetro.
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- Coloque 140 mL de água no calorímetro e anote a temperatura inicial (T 2, temperatura


ambiente) e em seguida adicione 20 mL de água gelada (T 1);
- Sendo a temperatura final de equilíbrio, Tf, C é calculado pela seguinte equação:
- Ccal(Tf – T2) = mH2OcH2O(Tf – T1)
onde: c é o calor específico da água, o qual tem valor de 1 cal/g °C.
Parte 2: Determinação do calor de solução do sal KNO 3.
- Pese 2,3 g de nitrato de potássio (MM = 101,1 g/mol), seco e pulverizado. Anote o
valor obtido;
- Adicione 160 gramas (160 mL) de água ao calorímetro e anote a temperatura (T’ 1);
- Transfira o sal para a água, usando o funil de entrada. Faça-o o mais rápido possível;
- Agite constante e suavemente o calorímetro, anote, em intervalos de 30 s, a temperatura
mostrada no termômetro, até que tenha sido atingido o mínimo (T’ 2) e permanecido
constante;
Parte 3: Determinação do calor de solução de sais de nitrato.
- Repita as mesmas etapas mostradas na Parte 2 para outros sais de nitrato (a serem
definidos pelo professor).
4. Pós-laboratório
a) Plote um gráfico de temperatura vs tempo no Origin ou Excel, mostrando como
calculou ΔT na parte 1 do experimento. Mostre os cálculos feitos para o cálculo da
capacidade calorífica do calorímetro (Ccal). Apresente os valores feitos em duplicata.
b) Plote um gráfico de temperatura vs tempo no Origin ou Excel, mostrando como
calculou ΔT na parte 2 do experimento. Mostre os cálculos feitos para o cálculo do calor
de solução do KNO3. Apresente os valores feitos em duplicata.
c) Plote um gráfico de temperatura vs tempo no Origin ou Excel, mostrando como
calculou ΔT na parte 3 do experimento. Mostre os cálculos feitos para o cálculo dos
calores de solução dos sais. Apresente os valores feitos em duplicata.
d) Utilize dados termodinâmicos disponíveis na referência abaixo para calcular a energia
de livre de Gibbs de solução envolvida na dissolução dos sais utilizados na prática.
SILVA, L. A.; MARTINS, C. R.; ANDRADE, J. B. DE. POR QUE TODOS OS NITRATOS SÃO SOLÚVEIS? Luciana Almeida
Silva, Cláudia Rocha Martins e Jailson Bittencourt de Andrade*. Quimica Nova, v. 27, n. 6, p. 1016–1020, 2004.

e) Utilize a mesma referência como base de apoio para explicar as diferenças obtidas entre
os valores de ΔHsol e ΔGsol dos sais usados na prática.

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