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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Campus Jequié

Departamento de Ciências e Tecnologias - DCT


Disciplina: Físico-Química II
Docente: Rodrigo Albuquerque

Determinação da capacidade
calorífica de um calorímetro

Discentes:
Acassio Pacheco De Souza
Anderson da Silva Melo
Jackson dos Santos Ferreira

Jequié – Bahia

Maio, 2022
1.0 INTRODUÇÃO

A termoquímica estuda as transferências de calor associadas às reações


químicas ou às mudanças no estado físico das substâncias. Calor de reação é o
nome dado à quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química
ou mudança de estado. Para medi-lo, utiliza-se um equipamento denominado de
calorímetro. (KOTZ et al, 2010)

Um processo exotérmico é aquele no qual calor é liberado pelo sistema


(reação química) para o ambiente. Por exemplo, a queima de um pedaço de
carvão. Processos endotérmicos são aqueles nos quais o sistema absorve calor
do ambiente. Por exemplo, a fusão do gelo é um processo endotérmico.
(RUSSELL, 1994)

Calorimetria é a parte da físico-química que estuda as trocas de energia


entre corpos ou sistemas quando essas trocas se dão na forma de calor. Calor
significa uma transferência de energia térmica de um sistema para outro, ou seja:
podemos dizer que um corpo recebe calor, mas não que ele possui calor.

O calor, liberado ou absorvido por uma reação química, à pressão


constante é definido como a variação de entalpia do sistema, ΔH, sendo positivo
para os processos endotérmicos e negativo para os exotérmicos.

O calor é a energia térmica que flui de um corpo para outro em virtude da


diferença de temperatura entre eles. Pode ser adicionado ou removido de uma
substância. É medido em calorias ou joules (1 Cal=4,18 J).

Capacidade térmica (C) é a capacidade de um corpo de mudar sua


temperatura ao receber ou liberar calor. Ela é dada como a razão entre a
quantidade de calor e a variação de temperatura: c=QT, onde C é a capacidade
térmica do corpo (cal/ ºC). Q é quantidade de calor trocada pelo corpo e ΔT é a
variação de temperatura do corpo.

Calor específico (c) é a capacidade específica de uma substância de


mudar sua temperatura ao receber ou liberar calor para cada massa unitária que
esta vier a se incluir. Isto quer dizer que a Capacidade Térmica de um corpo é
dada pelo Calor Específico da substância que o compõe e sua massa.
O calor específico é definido como c=Cm=QmT, onde C é a capacidade
térmica do material, m é a massa do material, Q é o calor trocado e ΔT é a
variação de temperatura do corpo.

2.0 OBJETIVOS

O objetivo dessa prática é correlacionar a teoria com a prática sobre o


assunto termodinâmica;

Determinar a capacidade calorífica de um frasco térmico;

Quantificar o calor de uma reação de neutralização.

3.0 MATERIAIS

Frasco térmico (Caixa de isopor)

Termômetro com escala decimal

Provetas

Béqueres

Solução de ácido nítrico 3,0 mol/L

Solução de hidróxido de sódio 1,0 mol/L

4.0 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

1. Foi colocado no frasco térmico 250 mL da solução de hidróxido de sódio 1,0


mol/L. Leu-se e anotou a temperatura. Esse procedimento foi realizado em
duplicata.

2. Colocou-se no frasco térmico 250 mL da solução de ácido clorídrico 1,0 mol/L.


Leu-se e anotou a temperatura. Esse procedimento foi realizado em duplicata

3. Logo após, foi adicionado 250 mL de NaOH no frasco térmico e transferiu, o mais
rápido possível, a solução do ácido para o frasco térmico onde se encontrava a
solução da base, fechou e leu imediatamente a temperatura. Esse procedimento
foi realizado em duplicata
4. Foi colocado no frasco térmico 250 mL de água a temperatura ambiente. Leu-se
e anotou a temperatura. Esse procedimento foi realizado em triplicata

5. Foi colocado no frasco térmico 250 mL de água quente. Leu-se e anotou a


temperatura. Esse procedimento foi realizado em triplicata.

6. Em seguida, foi adicionado 250 mL água quente no frasco térmico e transferiu,


o mais rápido possível, a água fria para o frasco térmico onde se encontrava a
água quente, fechou e leu imediatamente a temperatura. Esse procedimento foi
realizado em triplicata.

5.0 RESULTADOS

5.1CAPACIDADE CALORÍFICA DO CALORÍMETRO

Água 1 Água 2 Água 3

Frio 28,2 29,1 28,2

Quente 92,0 94,0 91,0

Equilíbrio 54,5 55,7 55,7


Ccal 106,46 109,96 70,91 cal/g ºC
*Todas as temperaturas em grau celsius.

O calorímetro troca calor com o sistema sob investigação em seu interior. Logo
o cálculo para a capacidade calorífica do calorímetro, em outras palavras é a
calibração do calorímetro, para as próximas determinações (ΔHn).
O processo de calibração consiste em misturar no interior do calorímetro,
soluções conhecidas de água fria e água quente (massa da solução e
temperatura das soluções conhecidas).
No cálculo da capacidade calorífica do calorímetro (Ccal), considera-se que o
calor ganho pelas 250,0 mL de água fria em termos absolutos, é igual ao calor
perdido (ou ganhado) pelo calorímetro mais os 250,0 mL de água quente (Q
cedido da água quente + Q absorvido da água fria + Q absorvido do calorímetro
= 0).
Ccal = -[m(aq) x c(aq)(T(eq)-T(aq)) + m(af) x c(af)(T(eq) - T(af))]/(T(eq) - T(af))
Onde: m(aq) = massa da solução de água quente; c(aq) = capacidade calorífica
específica da água quente; c(af)=c(aq); T(eq)= temperatura do equilíbrio; T(aq) =
temperatura da solução de água quente; T(af) = temperatura da solução de água
fria.
5.2 CALOR DE NEUTRALIZAÇÃO

Soluções 1 2

NaOH 30,0 29,0

HNO3 28,1 27,3

Equilíbrio 35,8 34,1


ΔHn -3930,46 cal/g -3463,43 cal/g
*Todas as temperaturas em grau celsius.

Observa-se que em uma reação de neutralização, (a pressão constante) ocorre


uma variação da entalpia, sendo, ΔHºn= -13700 cal/mol, para a formação de 1
mol de água na CNTP a partir de uma reação de neutralização entre um ácido
forte e uma base forte (independente da natureza dos constituintes do ácido ou
base). A entalpia de uma reação de neutralização pode ser denominada também
como calor de neutralização (q(reação)).
Sendo assim, a reação pode ser visualizada apenas do ponto de vista da
neutralização do íon hidrônio.
H+ + OH- → H2O ΔHºn= -13700 cal/mol

ΔHn=-[ma x ca (Tf-Ta) + mb x cb(Tf-Tb)+Ccal(Tf-Tb)


Onde: ma= massa da solução ácida; ca= capacidade calorífica específica da
água (1,0 cal/g ºC); mb= massa da solução alcalina; cb = ca; Tf= temperatura
final; Ta= temperatura da solução ácida; Tb= temperatura da solução alcalina;
Ccal = capacidade calorífica do calorímetro.

6.0 CONCLUSÃO

A partir da análise dos dados, vemos que o fundamento teórico é coerente com
a prática, e que pouco varia com o observado teoricamente. Podemos ainda
destacar os principais fatores que afetam as medições, acometendo erros às
medidas, sendo elas: falta de homogeneidade da temperatura do sistema
(lentidão na troca de calor) e o mau isolamento térmico (perda de calor para o
meio externo). Logo podemos observar que, apesar da presença dos erros que
constituem o experimento, as observações sobre a capacidade calorífica do
calorímetro (Ccal) e calor da reação ( q(reação) = ΔHn), são satisfatórias, e
apresentam similaridade com os dados teóricos fornecidos.
7.0 ANEXOS

7.1 Capacidade calorífica do calorímetro (Ccal)Ccal = -[m(aq) x c(aq)(T(eq)-T(aq)) +


m(af) x c(af)(T(eq)-T(af))]/(T(eq)-T(af))
Onde: m(aq) = massa da solução de água quente; c(aq) = capacidade calorífica
específica da água quente; c(af)=c(aq); T(eq)= temperatura do equilíbrio; T(aq) =
temperatura da solução de água quente; T(af) = temperatura da solução de água
fria.

1º experimento:
Ccal = -[250,0 cal/gºC(54,5ºC-92,0ºC) +250,0 cal/gºC(54,5ºC-28,2ºC)]/(54,5ºC-
28,2ºC)
1ºCcal=106,46 cal/g ºC

2º experimento
Ccal = -[250,0 cal/gºC(55,7ºC-94,0ºC) + 250,0 cal/gºC(55,7ºC-29,1ºC)]/(55,7ºC-
29,1ºC)
2ºCcal=109,96 cal/g ºC

3º experimento
Ccal = -[250,0 cal/gºC(55,7ºC-91,0ºC) +250,0 cal/gºC(55,7ºC-28,2ºC)]/(55,7ºC-
28,2ºC)
3ºCcal=70,91 cal/g ºC
Capacidade calorífica média
Ccal Média= 1ºCcal +2ºCcal+3ºCcal/3
Ccal média= (106,46 + 109,96 + 70,91)/3
Ccal média=95,77 cal/g ºC

7.2 Calor de neutralização


ΔHn (Entalpia de neutralização)
ΔHºn= -13700cal/mol
0,75 mol de h+ + 0,25 mol de -OH = 0,25 mol de H2O formado
1 mol de H2O – -13700cal
0,25 mol de H2O – X
X= -3425cal (teórico(ΔHnt))
ΔHn=q(da reação)
ΔHn=-[ma x ca (Tf-Ta) + mb x cb(Tf-Tb)+Ccal(Tf-Tb)
Onde: ma= massa da solução ácida; ca= capacidade calorífica específica da
água (1,0 cal/g ºC); mb= massa da solução alcalina; cb= ca; Tf= temperatura
final; Ta= temperatura da solução ácida; Tb= temperatura da solução alcalina;
Ccal= capacidade calorífica do calorímetro.
1º experimento
ΔH1n=-[250,0 cal/gºC (35,8ºC-28,1ºC) + 250,0 cal/gºC(35,8ºC-30,0ºC)+95,77
cal/g ºC(35,8ºC-30,0ºC)
ΔHn1= -3930,46 cal/g
%Erro= [(ΔHn1 - (ΔHnt))/ΔHnt] x 100
%Erro= [(-3930,46 cal/g - (-3425 cal)/-3425 cal] x 100
%Erro= 14,76%
2º experimento
ΔH2n= -[250,0 cal/gºC (34,1ºC-27,3ºC) + 250,0cal/gºC (34,1ºC-29,0ºC)+95,77
cal/g ºC(34,1ºC-29,0ºC)
ΔHn2= -3463,43 cal/g
ΔHnM= (-3930,46 cal/g -3463,43 cal/g)/2
ΔHnM= -3696,94 cal/g
%Erro= [(ΔHn2-(ΔHnt))/ΔHnt] x 100
%Erro= [(-3463,43 cal/g - (-3425 cal)/-3425 cal] x 100
%Erro= 1,12%
8.0 Referências

KOTZ, J.C.; TREICHEL, P.M.; WEAVER, G.C. Química Geral e Reações


Químicas, 6ª ed., Cengage Learning Edições Ltda: São Paulo, 2010. Itens. 6.5
a 6.8, pgs. 217 a 230.

RUSSELL, J.B. Química Geral, Vol. 1, 2ª ed., Pearson Education do Brasil Ltda:
São Paulo, 1994. Itens. 3.3 a 3.4, pgs. 121 a 132.

CASTELLAN, Gilbert William. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro:


Livros Técnicos e Científicos, 2010.

DE MIRANDA-PINTO, Clotilde Otília Barbosa; DE SOUZA, Eward. Manual de


trabalhos práticos de físico-Química. Editora Universidade de Minas Gerais,
2006. Itens. 3.0 a 3.4, pgs. 47 a 58.

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