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COLÉGIO ESTADUAL MANOEL BANDEIRA

APOSTILA DE FÍSICA
Material de Apoio

TERMODINÂMICA
F U N DAM E N T O S D E

FÍSICA
TERMODINÂMICA
MATERIAL DE APOIO
Professor Fagner Silva

CONTATO
E-MAIL: FAGNER.43490000@PROF.EDUCA.RJ.GOV.BR
Termologia

A termologia é o ramo da Física que estuda os fenômenos relativos ao


aquecimento, resfriamento ou mudanças no estado de agregação em
corpos quando recebem ou cedem energia.

Se nossa impressão sensorial não é um bom método para analisarmos


o estado térmico, o que fazer?

Existem algumas características em objetos que se alteram quando


aquecemos ou resfriamos os mesmos. São exemplos disso o volume
(que tende a aumentar com o aquecimento, na maioria das vezes), a
pressão de um gás e o brilho de um objeto incandescente. Chamamos
essas características de variáveis macroscópicas. Ao corpo utilizado
para observarmos as variações dessas grandezas, chamaremos de
termômetro. O termômetro mais comum em nossa experiência diária é
o termômetro de mercúrio, que utiliza a substância citada como
substância termométrica, pois este é líquido em condições ambientes,
o que nos permite avaliar o volume ocupado por ele.

Na extremidade inferior dele existe um reservatório chamado bulbo.


No interior da haste, um vaso mito fino, chamado capilar. Quando
aquecido, o volume de mercúrio aumenta, fazendo com que a altura da
coluna de mercúrio cresça. Essa altura é o que chamamos de grandeza
termométrica, ou seja, aquilo que será utilizado nas medições.
Escalas Termométricas

Para facilitar nossas medições, podemos criar uma escala numérica


que permita comparar estados térmicos através da leitura dessa escala,
ao invés de olharmos diretamente para a altura da coluna de mercúrio.
Essa escala é chamada de escala termométrica. Essa escala possui
valores arbitrários, o que significa que um mesmo estado térmico pode
ser representado por valores diferentes em diferentes escalas. Por
simplicidade, podemos criar essas escalas através da estipulação de
dois valores de referência, chamados de pontos fixos. Pela facilidade de
obtenção prática, os pontos fixos mais conhecidos são os estados de
gelo fundente e de água em ebulição, chamados de ponto de gelo (Pg) -
temperatura na qual gelo e água no estado líquido coexistem em
pressão normal - e ponto de vapor (Pv) - temperatura na qual água no
estado líquido e no estado gasoso coexistem em pressão normal.

Escalas Relativas – Celsius e Fahrenheit

De todas as escalas de temperatura criadas ao longo da história, duas


foram e ainda são muito utilizadas e adotadas como padrão pelos
países.

Escala Celsius

Criada pelo sueco Anders Celsius (1701-1744). Utiliza como pontos fixos
os valores de 0ºC para o ponto de gelo e 100ºC para o ponto de vapor
(na verdade, Celsius estabelece o contrário. Mais tarde, o biólogo sueco
Carl von Linné inverte esses valores, dando a característica à escala
que conhecemos hoje). Essa escala é chamada de escala centígrada,
pois possui 100 unidades entre os pontos de vapor e gelo.
Escala Fahrenheit

Criada pelo alemão Daniel Fahrenheit (1644-1710). Utiliza como pontos


fixos os valores de 32ºF para o ponto de gelo e 212ºF para o ponto de
vapor (na verdade, Fahrenheit cria a escala utilizando como pontos
fixos uma mistura de gelo, sal e álcool para o 0ºF e a temperatura do
corpo humano para o 100ºF.).

Escala Absoluta – Kelvin

Ao analisar o comportamento da pressão de gases em função da sua


temperatura, Willian Thomson, posteriormente condecorado Lorde
Kelvin, concluiu que existia uma temperatura mínima para sistemas
físicos, onde a pressão dos gases deveria se anular. Essa temperatura
vale -273,15 ºC. Por simplicidade, aproximaremos para -273 ºC,
temperatura que ficou conhecida como ZERO ABSOLUTO, recebendo o
valor de 0 K (zero Kelvin). A escala Kelvin tem variação de temperatura
idêntica à escala Celsius. Assim, a relação entre as duas escalas vale:
T(K) = θ(ºC) + 273

Conversão entre as escalas


A expressão abaixo relaciona essa correlação entre as três escalas
termométricas.

Calirimetria

Calorimetria é a parte da física que estuda os fenômenos relacionados


as trocas de energia térmica. Essa energia em trânsito é chamada de
calor e ocorre devido a diferença de temperatura entre os corpos.
O termo calorimetria, é formada por duas palavras: “calor” e “metro”.
Do latim, “calor” representa a qualidade do que é quente, e “metro”, do
grego, significa medida.

Calor x Temperatura

CALOR é definido como energia cinética total dos átomos e moléculas


que compõem uma substância.

TEMPERATURA é uma medida da energia cinética média das


moléculas ou átomos individuais.

Calor

O calor representa a energia transferida de um corpo para um outro,


em função unicamente da diferença de temperatura entre eles.

Esse transporte de energia, na forma de calor, sempre ocorre do corpo


de maior temperatura para o corpo de menor temperatura.
Estando os corpos isolados termicamente do exterior, essa
transferência irá ocorrer até atingirem o equilíbrio térmico
(temperaturas iguais).

Vale ainda ressaltar que um corpo não possui calor, ele possui energia
interna. Portanto, só faz sentido falar em calor quando essa energia
está sendo transmitida.

A transferência de energia, na forma de calor, quando produz no corpo


uma mudança na sua temperatura é chamado de calor sensível.
Quando gera uma mudança no seu estado físico é chamado de calor
latente.

A grandeza que define essa energia térmica em trânsito é chamada de


quantidade de calor (Q). No Sistema Internacional (SI), a unidade de
quantidade de calor é o joule (J).

Contudo, na prática, usa-se também uma unidade chamada de caloria


(cal). Essas unidades possuem a seguinte relação:

1 cal = 4,1868 J

Equação Fundamental da Calorimetria

A quantidade de calor sensível recebida ou cedida por um corpo pode


ser calculada através da seguinte fórmula:

Q = m . c . ΔT
Sendo:
Q: quantidade de calor sensível (J ou cal)
m: massa do corpo (kg ou g)
c: calor específico (J/kg.ºC ou cal/g.ºC)
ΔT: variação de temperatura (ºC), ou seja, a temperatura final menos a
temperatura inicial
Calor específico e capacidade térmica

O calor específico (c) é a constante de proporcionalidade da equação


fundamental da calorimetria. Seu valor depende diretamente da
substância que constitui o corpo, ou seja, do material o qual é feito.
Exemplo: o calor específico do ferro é igual a 0,11 cal/g.ºC, já o calor
específico da água (líquida) é 1 cal/g.ºC.

Podemos ainda definir uma outra grandeza chamada capacidade


térmica. Seu valor está relacionado ao corpo, levando em consideração
a sua massa e a substância de que é feito.

Podemos calcular a capacidade térmica de um corpo, através da


seguinte fórmula:
C = m.c
Sendo,
C: capacidade térmica (J/ºC ou cal/ºC)
m: massa (kg ou g)
c: calor específico (J/kg.ºC ou cal/g.ºC)

Exemplo

Em uma panela foram colocados 1,5 kg de água em temperatura


ambiente (20 ºC). Ao ser aquecida, sua temperatura passa para 85 ºC.
Considerando que o calor específico da água é de 1 cal/g ºC, calcule:

a) a quantidade de calor recebida pela água para atingir essa


temperatura

b) a capacidade térmica dessa porção de água


Solução

a) Para encontrar o valor da quantidade de calor, devemos substituir


todos os valores informados na equação fundamental da calorimetria.
Contudo, devemos ter uma atenção especial com as unidades. No caso,
a massa de água foi informada em quilograma, como a unidade do
calor específico está em cal/g ºC, iremos transformar essa unidade
para grama.
m = 1,5 kg = 1500 g
ΔT = 85 - 20 = 65 ºC
c = 1 cal/g ºC
Q = 1500 . 1 . 65
Q = 97 500 cal = 97,5 kcal

b) O valor da capacidade térmica é encontrado substituindo os valores


da massa da água e o seu calor específico. Mais uma vez, iremos usar o
valor da massa em gramas.

C = 1. 1500 = 1500 cal/ ºC

Mudança de Estado

Podemos ainda calcular a quantidade de calor recebida ou cedida por


um corpo que gerou uma mudança em seu estado físico.
Para tal, devemos assinalar que durante o período em que um corpo
está mudando de fase, sua temperatura é constante.
Assim, o cálculo da quantidade de calor latente é feito usando-se a
seguinte fórmula:
Q = m.L
Sendo:
Q: quantidade de calor (J ou cal)
m: massa (kg ou g)
L: calor latente (J/kg ou cal/g)
Exemplo

Qual a quantidade de calor necessária para que um bloco de 600 kg de


gelo, a 0 ºC, se transforme em água nessa mesma temperatura.
Considere que o calor latente de fusão do gelo é de 80 cal/g.

Solução

Para calcular a quantidade de calor latente, substitui-se os valores


dados na fórmula. Não esquecendo de transformar as unidades,
quando necessário:

m = 600 kg = 600 000 g


L = 80 cal/g ºC
Q = 600 000 . 80 = 48 000 000 cal = 48 000 kcal
Exercícios

1. A preocupação com o efeito estufa tem sido cada vez mais notada. Em
alguns dias do verão de 2009, a temperatura na cidade de São Paulo
chegou a atingir 34 ºC. O valor dessa temperatura em escala Kelvin é:

a) - 307,15
b) 239,15
c) 273,15
d) 1,91
e) 307,15

2. (ITA) O verão de 1994 foi particularmente quente nos Estados


Unidos da América. A diferença entre a máxima temperatura do verão e
a mínima do inverno anterior foi de 60ºC. Qual o valor dessa diferença
na escala Fahrenheit?

a) 33ºF
b) 60ºF
c) 92ºF
d) 108ºF
e) 140ºF

3. Uma barra de ferro de massa de 4kg é exposta a uma fonte de calor e


tem sua temperatura aumentada de 30 ºC para 150 ºC. Sendo o calor
específico do ferro c = 0,119 c/g.ºC, a quantidade de calor recebida pela
barra é aproximadamente:

a) 45 kcal
b) 57,1 kcal
c) 100 kcal
d) 12,2 kcal
e) 250,5 kcal
4. (MACKENZIE) Uma fonte calorífica fornece calor continuamente, à
razão de 150 cal/s, a uma determinada massa de água. Se a
temperatura da água aumenta de 20ºC para 60ºC em 4 minutos, sendo
o calor especifico sensível da água 1,0 cal/gºC, pode-se concluir que a
massa de água aquecida, em gramas, é:
a) 500
b) 600
c) 700
d) 800
e) 900

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