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Adaptado do professor
Tópico 5: Temperatura, Dilatação Térmica e Calor-Teoria Hans S. Santos
Termômetros
As substâncias em geral dilatam-se (aumentam de volume)
quando sofrem aumento de temperatura. Assim, uma barra de
ferro, por exemplo, aumenta de comprimento quando colocada no
fogo. Do mesmo modo, o volume de gás contido num balão
elástico aumenta quando cresce a temperatura. A coluna de
mercúrio contida num tubo sofre o mesmo efeito e aumenta de
altura.
A propriedade que os corpos apresentam de mudar de Fórmulas de Conversão
volume, quando se modifica a temperatura, pode ser usada para Podemos estabelecer as seguintes relações de conversão:
medir temperaturas. Os termômetros de mercúrio, muito comuns
TC TF − 32
em laboratórios, clínicas médicas e mesmo em casa, funcionam
baseados na dilatação do mercúrio. Digamos, por exemplo, que TK = TC + 273 e =
precisamos medir a temperatura da água de um copo. Colocamos
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o termômetro dentro dele e aguardamos alguns minutos para que
a água e o termômetro entrem em equilíbrio térmico. A variação Dilatação Térmica
de temperatura, para mais ou para menos, sofrida pelo mercúrio A experiência mostra que os sólidos, ao sofrerem um
vai fazer com que seu volume varie, para mais ou para menos. aquecimento, se dilatam e, ao serem resfriados, se contraem. A
Com isso, ele sobe ou desce na escala de temperaturas, indicando dilatação ou a contração ocorre em três dimensões: comprimento,
o valor correto da temperatura. largura e espessura.
ΔV = V - V0
ΔV = γ.V0. ΔT
V = V0 (1+ γ .ΔT)
ΔV = variação do volume
γ = coeficiente de dilatação volumétrica (º C -1 )
ΔT = variação da temperatura (º C) A quantidade de calor necessária Q para produzir uma
mudança de fase chama-se calor latente
Relação entre os Coeficientes
QL = mL
= =
1 2 3 onde:
Calorimetria QL =calor latente (cal, J)
A calorimetria é a parte da física que estuda os fenômenos m = massa (g, kg)
decorrentes da transferência dessa forma de energia chamada L = coeficiente de calor latente (cal/g, J/kg)
calor.
Calor Calor Sensível
Quando são colocados em contato dois ou mais corpos que se É a quantidade de calor recebida ou cedida por um corpo ao
encontram em diferentes temperaturas, observa-se que, após um sofrer uma variação de temperatura, sem que haja mudança de
certo intervalo de tempo, todos atingem uma temperatura fase.
intermediária entre as temperaturas iniciais. Durante esse Consideremos um corpo de massa m à temperatura inicial Ti.
processo, ocorre uma transferência de energia térmica dos corpos Fornecendo-se uma quantidade de calor Q a esse corpo, suponha
de maior temperatura para os de menor temperatura. Essa energia que sua temperatura aumente até Tf.
térmica em trânsito denomina-se calor.
Unidades de Quantidade de Calor
Caloria (cal) é a quantidade de calor necessária para aumentar a
temperatura de 1g de água de 14,5°C a 15,5°C, sob pressão
normal.
No SI, a unidade de quantidade de calor é o Joule (J) A experiência mostra que a quantidade de calor QS é
A relação entre a caloria e o Joule é: 1cal = 4,186J
proporcional à massa m e à variação de temperatura (Tf – Ti).
Calor Específico Logo, se o calor específico do material for constante:
É a quantidade de calor, característica de cada substância,
necessária para que 1g de substância sofra variação de QS = mc(Tf − Ti ) ou QS = mcT
temperatura de 1°C.
O calor especifico do ferro é aproximadamente 0,11cal/g.°C, onde:
isto é, 1g de ferro necessita de 0,11cal para elevar sua temperatura QS =calor sensível (cal, J)
de 1°C. m = massa (g, kg)
c = calor específico da substância (cal/g º C, J/kgK));
Coeficiente de Calor Latente
As substâncias possuem valores fixos de quantidade de calor T = Tf − Ti = variação de temperatura (º C, K)
que 1g da substância precisa ganhar ou perder para mudar de um
estado físico para outro. Essa quantidade de calor é denominada Observações:
de coeficiente de calor latente e é indicada pela letra L (cal/g). 1. Se Tf > Ti o corpo recebe calor, isto é, Q > 0; se Tf < Ti o corpo
cede calor, isto é, Q < 0.
Calor Latente 2. O produto m.c é a capacidade térmica C (unidade: cal/ºC) do
A mudança de temperatura de uma substância é corpo.
acompanhada por uma série de modificações físicas. Denomina- Q mcT
C= →C = → C = mc
se fase de uma substância o seu estado, que pode ser sólido,
T T
líquido ou gasoso.
Na realidade o calor específico de todos materiais varia de
alguma forma com a temperatura e com a pressão e quando essa
variação não puder ser desprezada devemos usar:
Tf
dQ = mcdT e Q = m cdT
Ti
2
Quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são Quando a seção reta não é uniforme, ou quando o estado
colocados próximos um do outro ou em contato, eles trocam calor estacionário não foi atingido, a temperatura não varia
entre si até atingir o equilíbrio térmico. Se o sistema não trocar necessariamente de modo uniforme, ao longo da direção do fluxo.
energia com o ambiente, isto é, se for termicamente isolado, Se x for a coordenada medida ao longo da trajetória do fluxo, dx
teremos: será a espessura da camada e A, a seção reta perpendicular à
trajetória. A, temos:
dT
H = −kA
dx
QA < 0 (cede calor) e QB > 0 (recebe calor)
QA + QB = 0 em que a variação de temperatura por unidade de comprimento
Note que a quantidade de calor cedida por A é igual, em valor dT/dx é chamada de gradiente de temperatura.
absoluto, à quantidade de calor recebida por B.
Se tivermos n corpos, teremos: Convecção
Podemos observar o fenômeno da convecção no
Q1 + Q2 + Q3 +...+Qn = 0 funcionamento de uma geladeira. Existe um motivo para que o
A quantidade de calor recebida por uns é igual à quantidade congelador esteja sempre na parte superior da geladeira.
de calor cedida pelos outros.
Os recipientes utilizados para estudar a troca de calor entre
dois ou mais corpos são denominados calorímetros. Os
calorímetros não permitem perdas de calor para o meio externo,
isto é, são recipientes termicamente isolados.
Condução
Experimente pegar uma vareta metálica e aquecer uma de
suas extremidades na chama de uma vela. Após algum tempo, a O congelador esfria o ar, que se torna mais denso e tende a
extremidade que você segura também estará quente. Isso acontece descer. Enquanto desce, ele retira calor dos alimentos que
porque o calor se propaga através da vareta e atinge sua mão. Esse encontra. Nesse tempo, o ar quente das partes inferiores da
processo de propagação do calor através das moléculas do meio é geladeira tende a subir. Em contato com o congelador, ele esfria
chamado de condução. e o processo continua.
Podemos então dizer que a convecção é o processo de
transmissão de calor através do deslocamento de massas de
fluidos (líquidos ou gases).
Nos radiadores de automóveis também temos um exemplo de
convecção. A água quente do motor, por ser menos densa, tende
Os materiais em geral apresentam diferentes
a subir para o radiador, onde esfriará. Voltando ao motor, já mais
condutibilidades, ou seja, alguns conduzem mais calor que outros.
fria, ela resfriará o motor, se aquecerá e o processo terá
Os metais costumam ser bons condutores de calor, enquanto o
seguimento.
isopor, a lã de vidro, a borracha, o amianto e a madeira são maus
condutores; podemos até dizer que são isolantes térmicos (não
conduzem calor). As paredes das geladeiras são forradas com lã Irradiação
de vidro para evitar que entre calor dentro delas. As paredes dos O calor do Sol percorre milhões de quilômetros até chegar à
fornos também são forradas com lã de vidro, só que para evitar Terra. Essa propagação não se dá por condução nem por
que o calor saia. convecção. Nesse trajeto, o calor se propaga no vazio por
Os agasalhos que usamos no inverno também são feitos de irradiação, isto é, através de ondas.
isolantes térmicos, como a lã. Assim, o calor produzido pelo nosso Podemos perceber a irradiação em outras situações. Você
corpo não escapa para a atmosfera, e nos sentimos aquecidos. No sente o calor que vem de uma fogueira acesa, mesmo não
deserto, ao contrário do que se imagina, devem ser usadas grossas encostando nela.
roupas de lã. Isso impede que o forte calor fique em contato com
a pele.