PROPÓSITO
Para se prevenir contra um incêndio, é essencial que um engenheiro de segurança conheça os
fundamentos de fogo e incêndio. Para tal, é necessário ter pleno conhecimento dos equipamentos
extintores e das tecnologias aplicadas no combate a incêndio.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
MÓDULO 4
MÓDULO 1
LIGANDO OS PONTOS
Uma empresa denominada JD serviços prediais, atuando no Nordeste do Brasil, está dando início a um
processo com treinamentos sobre os princípios de incêndio e o combate a incêndios. Entre os temas
abordados estão: fogo, combustível, comburente e calor. No curso, também são mostradas as
técnicas mais usuais de extinção do fogo, tais como: resfriamento e abafamento. A ementa do curso
básico contempla os meios de propagação de calor: convecção, condução e irradiação. Com esses
temas abordados e um programa bem ajustado, a equipe de saúde e segurança implementou o
treinamento e contou com a participação de todos os membros da empresa.
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Logo, os funcionários do setor utilizaram uma das técnicas de extinção do fogo estudada no curso
ministrado pela equipe de segurança da instituição: eles fizeram a técnica do abafamento com a
utilização do extintor de pó químico seco. O princípio de incêndio foi controlado, sem grandes danos
para a empresa.
Relatada a situação e entendida a tomada de ação da equipe do setor, fica evidenciada a importância de
um treinamento teórico e prático, mostrando as principais técnicas de extinção do fogo.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) Ventilação do ambiente.
C) Dispersão do combustível.
D) Retirada do comburente.
E) Isolamento do local.
GABARITO
A retirada de comburente consiste em impedir que haja contato do oxigênio com o fogo. Então, sem
comburente, não há como o fogo se manter aceso, e daí ele se apaga.
O calor é o responsável pela ignição. Sendo assim, se o calor atingir o depósito, a sua temperatura
aumentará e os gases se dilatarão. Como estão confinados, haverá uma explosão dos botijões.
RESPOSTA
Apesar da distância, o calor pode se propagar por convecção até o local onde as pessoas estão presas e,
dependendo da temperatura atingida, pode haver danos às vias aéreas das pessoas, por respirarem esse ar
aquecido.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
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CONCEITO DE FOGO
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O calor produzido pelo fogo em uma aconchegante lareira ou na força violenta de um alto-forno, capaz
de fundir o mais duro dos metais, está presente na vida do homem, atendendo a necessidades
específicas. Quando a utilização do fogo ocorre sem precauções ou segurança, pode acontecer o
fenômeno chamado de incêndio, que estudaremos em nosso conteúdo.
Como a existência de um incêndio está relacionada à presença de fogo, nosso estudo se inicia com a
compreensão do fogo, seus componentes, fenômenos e as inteirações. O controle e a extinção de um
incêndio requerem que os assuntos, como a natureza física e química do fogo, os dados sobre as fontes
de calor, a composição e a característica dos combustíveis e as condições necessárias para a
combustão sejam entendidos e relacionados entre si.
ATENÇÃO
Embora os termos fogo, incêndio, queima e combustão sejam comumente tratados como sinônimos,
precisamos entender que seus conceitos divergem e, ainda que alguns deles configurem parte de um
processo, é importante conhecer e saber diferenciar as terminologias.
A humanidade incorporou o fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao longo do tempo, foi
estabelecendo melhores formas de controlá-lo e de lidar com ele, de maneira a comprometer cada vez
menos sua integridade. Com isso, foram inseridas tarefas como o aquecimento de alimentos, objetos e
ambientes, a iluminação de locais, a incineração de resíduos e dejetos, entre outras atividades que, em
algum momento da história ou até hoje, utilizaram ou utilizam o fogo.
SÓLIDO
Os elementos combustíveis em estado sólido podem ser a madeira, o tecido, papel etc.
LÍQUIDO
No estado líquido, temos álcool, éter, benzeno etc., que são caracterizados como voláteis por seus
atributos; os não voláteis desprendem gases inflamáveis em temperaturas mais elevadas do que a do
ambiente, como a graxa, o óleo etc.
GASOSO
COMBURENTE
O comburente é o elemento que ativa o fogo e dá vida às chamas. O elemento mais comum é o
oxigênio, encontrado na atmosfera em uma proporção de 21%, sendo 78% de nitrogênio e 1% de outros
gases.
CALOR
Por fim, temos o calor, que é o elemento que fornece a energia da ativação necessária para iniciar a
reação entre o combustível e o comburente, mantendo e propagando a combustão.
Temos, então, o chamado triângulo do fogo, composto por combustível, comburente e calor. Sem
um ou mais desses elementos, não pode haver fogo.
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Triângulo do fogo.
Importante considerar que após, iniciarem a combustão, os combustíveis geram mais calor. Esse calor
provoca o desprendimento de mais gases e vapores combustíveis, desenvolvendo uma transformação
em cadeia, que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra.
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Tetraedro do fogo.
PROPAGAÇÃO DO CALOR
O equilíbrio térmico de qualquer ambiente pressupõe a transferência de calor entre objetos de maior
para os de menor temperatura e, para que isso aconteça, o mais frio dos objetos deverá absorver calor
até que esteja com a mesma quantidade de energia do outro. Essa transferência de energia ocorre por:
CONVECÇÃO
A convecção ocorre pelo movimento ascendente das massas de fluidos (gases ou líquidos), devido à
diferença de densidade no mesmo fluido.
CONDUÇÃO
A condução de calor ocorre nos sólidos e é feita molécula a molécula de um corpo contínuo. Como
exemplo, podemos citar uma barra de ferro aquecida em uma das extremidades.
IRRADIAÇÃO
A irradiação é a propagação do calor por ondas de energia que se deslocam através do espaço.
PONTOS DE TEMPERATURA
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O sentido do tato do ser humano é uma espécie de sensor de temperatura, uma vez que conseguimos
distinguir o que é quente daquilo que é frio. Entretanto, não conseguimos mensurar a temperatura,
porque ela é a medida da agitação molecular média.
Então, quando vemos um termômetro de rua marcando 35°C, isso quer dizer que as moléculas da
atmosfera ao redor apresentam uma temperatura média de 35°C. Bem, mas estamos falando de fogo.
RESPOSTA
A resposta é sim! E podemos ter três chamas, uma ao lado da outra, cada uma com uma temperatura
diferente, pois sua temperatura depende do combustível e do comburente que sustentam esse fogo.
PONTO DE FULGOR
É a temperatura mínima em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que,
na presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem. No entanto, nessa temperatura, a chama
não se manterá, caso seja retirada a fonte de calor.
PONTO DE COMBUSTÃO
É a temperatura em que um combustível desprende vapores em quantidade suficiente para que, na
presença de uma fonte externa de calor, eles se inflamem e se mantenham inflamando, mesmo na
retirada da fonte externa de calor.
PONTO DE IGNIÇÃO
A tabela a seguir mostra os pontos de fulgor e de ignição de alguns componentes químicos conhecidos
e muito utilizados pela sociedade.
FASES DO INCÊNDIO
Agora, vamos conhecer as fases do incêndio e suas respectivas características.
FASE INICIAL
Fogo produz vapor-d’água (H2O), dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO) e outros
gases.
QUEIMA LIVRE
A elevação das temperaturas dos locais mais altos, pela concentração de gases quentes, pode
provocar a ignição de combustíveis lá situados.
QUEIMA LENTA
Devido ao aumento de pressão interna, os gases saem por todas as aberturas em forma de
lufadas.
A presença de calor intenso faz com que os combustíveis liberem vapores combustíveis
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA EM RELAÇÃO AO FOGO:
C) Uma reação física denominada combustão que produz calor ou calor e luz.
D) Uma reação química denominada combustão que produz calor ou calor e luz.
GABARITO
O fogo é uma reação química que depende do calor, comburente e combustível. Quando há fogo,
dizemos que o combustível está em combustão.
Para haver fogo, é necessário haver calor, combustível e comburente, por exemplo, fósforo (fonte de
calor), gasolina e oxigênio.
MÓDULO 2
LIGANDO OS PONTOS
Na empresa Hm serviços prediais, que é uma corporação com atuação na construção civil, o seu
departamento de Segurança do Trabalho realizou diversas palestras e orientações sobre prevenção de
incêndios para todos os trabalhadores, incluindo a alta administração, mostrando as classificações dos
incêndios e de seus combustíveis.
100% dos funcionários, diretores, fornecedores e demais envolvidos no dia a dia dessa empresa foram
corretamente orientados, sempre com a participação ativa da equipe de brigada de emergência e da
CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
Após esses procedimentos, foram realizados dois simulados técnicos. Tudo como deve ser feito. A
empresa cumpriu todos os protocolos.
Ocorre que, em determinado dia, o alarme soou como evento verdadeiro, visto o aparecimento de um
princípio de incêndio do tipo A, no almoxarifado, e do tipo C, no escritório, e a empresa toda estava
ciente de como proceder.
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Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) A
B) B
C) C
D) D
E) H
1. Considere que na empresa Hm serviços prediais houve um incêndio que atingiu materiais de
fácil combustão. Você é um especialista em fogo e incêndio que conseguiu sair do prédio a
tempo, e pode auxiliar o Corpo de Bombeiros a apagar esse incêndio. Para isso, você vai
informar ao chefe da operação o tipo de incêndio que está ocorrendo na empresa. Então, você
informa ao chefe da operação que o incêndio é do tipo?
Incêndios Classe A são aqueles que ocorrem em superfícies planas e/ou tendo como combustíveis
materiais de fácil inflamabilidade, como madeiras secas, lixos, papéis, borrachas etc.
2. Para o estabelecimento de energia elétrica na Hm serviços prediais, foi necessário montar uma
subestação elétrica, contendo dois transformadores. No início do expediente, foi constatado que
teve início a um incêndio em uma das redes elétricas de alta tensão da subestação. Para poder
atuar contra o incêndio, você indicou que seus agentes usassem:
A norma regulamentadora 23 (NR 23) identifica as classes de incêndio para que possamos atuar de
forma correta, especialmente nos procedimentos preventivos contra incêndios e explosões. Os incêndios
são classificados em quatro classes, ou seja, A, B, C e D. A Classe C é relacionada aos incêndios
envolvendo toda linha de materiais energizados, e um dos extintores Classe C utiliza gás carbônico.
A característica do tipo de incêndio Classe D é fogo em elementos pirofóricos. Os principais combustíveis são
magnésio, zircônio, titânio etc. A medida de controle adequada é a de abafamento. O extintor é o pó químico
especial.
Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e profundidade e deixam resíduos. Ex.:
madeira, papel, papelão, tecidos etc.
CLASSE B
Incêndios envolvendo materiais que queimam em superfície e não deixam resíduos. Ex.: gasolina, éter,
nafta, álcool etc.
CLASSE C
Incêndios envolvendo toda linha de materiais energizados. Ex.: motores, equipamentos elétricos etc.
CLASSE D
Incêndios envolvendo materiais pirofóricos (metais que queimam). Ex.: magnésio, zircônio, titânio etc.
EXTINÇÃO DO FOGO
Agora que já conhecemos o mecanismo chamado de triângulo do fogo, fica bem mais simples
entendermos as metodologias para sua correta extinção. Para isso, basta eliminarmos um dos
elementos essenciais para sua existência, ou seja, o calor, o comburente ou o combustível.
Vamos ampliar nossas abordagens para o entendimento da extinção do fogo, exatamente com a
eliminação de um de seus componentes. Vejamos:
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ATENÇÃO
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SISTEMA HIDRÁULICO
Nesse sistema, a água sob pressão age no material incendiado.
EXTINTORES
São aparelhos que servem para extinguir instantaneamente os princípios de incêndio. De modo geral,
são constituídos de um recipiente de metal com o agente extintor.
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HIDRANTES
São dispositivos existentes em redes hidráulicas, que facilitam o combate ao fogo. São facilmente
identificáveis pela porta vermelha com um visor, localizados perto de escadas e elevadores. São
constituídos por: reservatório que pode ser elevado ou subterrâneo, canalização, mangueiras, esguichos
e abrigos.
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EXTINTORES
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Os tipos de extintores são:
Extintor de espuma química – A espuma química (formada por bolhas e CO2) é produzida,
juntando-se soluções aquosas de ácido sulfúrico (ou sulfato de alumínio) e bicarbonato de sódio
(com alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10. Aplicado em
incêndios tipos A e B.
Extintor a Halon – Composto por halogênios (flúor, cloro, bromo e iodo), é indicado para incêndios
das classes A, B e C. Utilizado em equipamentos elétricos por apagar incêndios sem deixar
resíduos.
ATENÇÃO
Todo extintor deverá possuir o selo da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que registra a
data de vencimento do teste hidrostático (é um procedimento estabelecido pela norma da ABNT NBR
12962/2016, que determina que todos os extintores devem ser testados a cada cinco anos) e de recarga
do equipamento.
ORIENTAÇÕES DA NR 23 SOBRE OS EXTINTORES
Agora que já vimos os tipos de extintores, vamos entender algumas orientações da Norma
Regulamentadora 23 sobre os extintores.
As exigências quanto à área a ser coberta por uma unidade extintora e quanto à capacidade extintora
estão na NR 23 da Portaria 3.214, bem como exige o Corpo de Bombeiros e as companhias de seguro.
Existem exigências do Corpo de Bombeiros e das companhias de seguro que são mais complexas.
A Norma Regulamentadora 23 da Portaria nº 3.214, bem como a ABNT firmam a sinalização e a altura
máxima em que devem ser colocados os extintores, visando facilitar sua localização e identificação.
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NORMA REGULAMENTADORA 23
de fácil visualização.
de fácil acesso.
onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o seu acesso.
23.17.2 Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por
uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas.
23.17.3 - Deverá ser pintada de vermelho uma larga área do piso embaixo do extintor, a qual não
poderá ser obstruída por forma nenhuma. Essa área deverá ser no mínimo de 1,00m x 1,00m (um
metro x um metro).
23.17.4 - Os extintores não deverão ter sua parte superior a mais de 1,60m (um metro e sessenta
centímetros) acima do piso. Os baldes não deverão ter seus rebordos a menos de 0,60m
(sessenta centímetros) nem a mais de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso.
23.17.5 Os extintores não deverão ser localizados nas paredes das escadas.
23.17.6 Os extintores sobre rodas deverão ter garantido sempre o livre acesso a qualquer ponto de
fábrica.
Devido à importância da utilização dos extintores em emergências, é fundamental saber distinguir suas
operações. No quadro a seguir, fazemos a relação de qual extintor devemos utilizar em cada material
combustível, e como ele deve ser usado, para obtermos sucesso na ação de combate ao incêndio.
Materiais
Classes de Incêndio Medidas de Controle Extintores
Combustíveis
Classe A: Fogo em
materiais de fácil
Resfriamento: Retirada do
combustão, com a Tecidos,
calor, isto é, baixar a
propriedade de madeiras, Água,
temperatura para que fique
queima em sua papéis, fibras espuma.
menor do que a temperatura
superfície e etc.
de ignição.
profundidade, e que
deixam resíduos.
Motores, Gás
Classe C: Fogo em transformadores, Abafamento: Utilizar agente carbônico,
equipamentos quadros de extintor que não conduz pó químico
elétricos energizados. distribuição, fios eletricidade. seco e
sob tensão etc. Halon.
Abafamento: Retirada do
comburente pelo uso de pós
especiais que formam
Magnésio,
Classe D: Fogo em camadas protetoras, Pó químico
zircônio, titânio
elementos pirofóricos. impedindo continuação das especial.
etc.
chamas. A limalha de ferro
fundido presta ao combate
deste tipo de fogo.
Outra informação que é fundamental para obter sucesso na utilização de um extintor de incêndio é sobre
a sua área de cobertura, a classe de ocupação e qual deve ser a distância máxima percorrida pelo
colaborador até a unidade extintora.
A área de cobertura significa que, ao acionar o extintor, sua área de atuação será os valores indicados
na tabela a seguir. A classe de ocupação indica se o incêndio é de Classe A, B ou C. A distância
máxima a ser percorrida é a distância máxima que uma pessoa deve estar de um extintor.
O quadro da NR 23, a seguir, mostra a quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os
extintores de incêndio, que devemos ter nos ambientes. Podemos observar que, se há um extintor na
unidade extintora, ele deve ter capacidade mínima de 10 litros de espuma; se a unidade extintora tiver
dois extintores, cada extintor deve ter a capacidade mínima de 5 litros de espuma.
10 litros
1
Espuma
5 litros 2
Água pressurizada ou 1
10 litros
água gás 2
6 quilos
1
4 quilos
2
1 quilo 4
4 quilos
1
1 quilo 3
Quadro: Quantidade mínima em litros dos elementos que compõem os extintores de incêndio.
Extraído de: NR 23
AÇÃO EXTINTORA – APLICADAS EM INCÊNDIOS DA
CLASSE TIPO D
Vimos que a Classe D corresponde aos incêndios envolvendo materiais pirofóricos. Agora, vamos
conhecer as ações extintoras aplicadas em incêndios da Classe tipo D.
As técnicas a seguir mostram os processos de ação e reação, após o uso da unidade extintora de pó
químico sobre o fogo.
ABAFAMENTO
O calor das chamas promoverá a decomposição térmica do pó químico, liberando dióxido de carbono e
vapor-d’água, que ocuparão o lugar do comburente no ambiente.
RESFRIAMENTO
Para sua decomposição, o pó químico absorverá parte do calor liberado pela combustão.
Dada como a principal propriedade extintora do pó químico, ocorre pela interferência que ele exerce na
concentração de íons, provenientes da reação em cadeia, presentes na combustão, diminuindo o poder
de reação com o comburente e extinguindo as chamas.
A nuvem produzida pela aplicação do pó químico torna opaco o ambiente nas proximidades do incêndio
e dificulta a irradiação do calor.
MANGUEIRAS
Sabemos que, para que o combate a incêndio seja eficiente, é necessária a utilização de equipamentos
adequados para as diversas operações. Agora, conheceremos a mangueira, os tipos e a sua aplicação.
As mangueiras são equipamentos que possuem como função a condução de água sob pressão. Elas
têm um duto de borracha flexível com encapamento com uma lona e com fibras sintéticas em sua
estrutura, para suportar as altas pressões e as variações dos ambientes nas operações de combate.
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As condições adequadas para uso das mangueiras levam em consideração o ambiente apropriado, a
pressão máxima da água ao passar por elas e a resistência à abrasão (resistência ao atrito).
TIPO 1
TIPO 2
TIPO 3
Utilizada na área industrial, possuindo maior resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa.
TIPO 5
Utilizada na área industrial, possuindo alta resistência à abrasão, com pressão máxima de 1370kpa.
O quadro da NBR 11861 traz uma correlação entre os tipos de mangueiras, sua utilização, as
características (tipo de utilização), as pressões máximas de trabalho (pressão máxima de água que
pode passar pela mangueira sem causar danos a ela, nem acidentes aos manuseadores) e o
revestimento da mangueira (o tipo de revestimento: têxtil, polimérico, metálico etc.).
Pressão
Fase Utilização Característica de Revestimento
trabalho
Indústrias e
Corpo de Utilização 1370kPa
2 Um reforço têxtil
Bombeiros Contínua (14kgf/cm2)
Militar
Área Naval e
Corpo de Resistência à 1470kpa Dois reforços têxteis
3
Bombeiros abrasão (15kgf/cm2) sobrepostos
Militar
SAIBA MAIS
O manual dos bombeiros de Góias contém informações importantes sobre os cuidados durante a
utilização e acondicionamento referentes às mangueiras.
UTILIZAÇÃO
(GOIÁS, 2016)
ACONDICIONAMENTO
“As mangueiras de combate a incêndio devem ser inspecionadas a cada 06 (seis) meses e devem
ser submetidas à manutenção a cada 12 (doze) meses. [...] O acondicionamento das mangueiras
deve ser feito de acordo sua utilização:
Em ziguezague deitada: deve ser apoiada sobre um de seus vincos e pode ser conectada a
outras mangueiras para a formação de linhas de mangueira prontas para o emprego;
Em espiral: A partir de uma de suas extremidades, a mangueira é enrolada sobre ela própria,
o uso deste tipo de acondicionamento é exclusivo para estoque ou mangueiras que não
requeiram utilização imediata;
(GOIÁS, 2016)
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O resultado das tecnologias aplicadas ao combate a incêndios pode ser visto desde a criação de
agentes químicos para supressão de incêndio até a criação de robôs que combatem o fogo,
minimizando a exposição humana e diminuindo os riscos à vida.
ROBÔ COLOSSUS
O robô Colossus é um drone terrestre de 500 quilos, tem capacidade de disparar jatos de água de 1,60
metros e uma autonomia de 8 horas de funcionamento. Teve atuação no incêndio da Catedral de Notre-
Dame. Ele foi posto em ação por causa da fragilidade da estrutura após a elevada intensidade das
chamas, logo, o robô atuou sem colocar em risco a vida dos bombeiros humanos e a dos funcionários
do museu, na operação.
UNIDROID
Esse robô possui em sua composição uma esteira de tração constituída de aço, tendo a capacidade de
resistir a temperaturas mais elevadas do que 600 graus Celsius. Nele, é acoplado um canhão com
capacidade de disparo de oito mil litros por minuto e seu funcionamento é por controle remoto.
TECNOLOGIA DAFO
Essa tecnologia está sendo aplicada em veículos elétricos e híbridos, tendo atuação na prevenção de
sinistros nos dispositivos das baterias dos carros elétricos e híbridos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Robô Colossus
B) Unidroid
C) Tecnologia Dafo
D) Robô para detecção de incêndios florestais
GABARITO
1. Uma empresa teve um princípio de incêndio em uma de suas salas, que contém muito papel
empilhado, além de um carpete. A sala tem 60m², e o carpete está em chamas, atingindo as pilhas
de papel. Diante disso, a melhor maneira de combater tal incêndio é:
O incêndio existente é o de Classe A, logo, água e espumas são os elementos recomendados pela NR
23 para combate a esse tipo de incêndio. Outro ponto é que a água, ao se espalhar, passa a cobrir uma
boa área, resfriando o local e diminuindo a ação do fogo, pouco a pouco.
2. Está ocorrendo um incêndio em uma igreja. Você não sabe qual tipo de material há no interior
dela e, por isso, não consegue classificar o tipo de incêndio, mas sabe que podem estar
ocorrendo todos os tipos, exceto o tipo D. Entre os recursos destacados a seguir, qual a melhor
escolha para combate rápido ao incêndio neste local?
O robô Unidroid pode entrar no recinto sem colocar em risco a vida humana, uma vez que não há o
conhecimento da estrutura da igreja após o incêndio, nem se sabe a causa do incêndio. Por ser operado
por controle remoto, ele pode dar a informação visual da situação no interior do recinto, o que facilita a
decisão humana, e como ele pode disparar oito mil litros por segundo, de qualquer fluido utilizado para
apagar incêndio, ele é mais bem recomendado do que o robô Colossus, que utiliza somente água.
MÓDULO 3
LIGANDO OS PONTOS
VOCÊ SABE QUAL A CARGA HORARIA MÍNIMA DO TREINO DA
CIPA? CONSEGUIRIA IDENTIFICAR QUAL A NORMA
REGULAMENTADORA QUE TRATA DE COMBATE A INCÊNDIO?
PARA ENTENDERMOS OS CONCEITOS ENVOLVIDOS, TOMANDO
POR BASE UMA SITUAÇÃO PRÁTICA, VAMOS ANALISAR O CASE
DE UMA INDÚSTRIA DO RAMO DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Em uma empresa do ramo da construção civil, o gerente de segurança ocupacional convoca sua equipe
para a realização de um plano de treinamentos para a preparação contra um eventual sinistro na área
de combate a incêndio. Esse treinamento tem uma carga horária teórica e prática.
Na sua parte prática, a ementa é a seguinte: atendimento pré-hospitalar; análise das vítimas; noções de
tratamento em ferimentos; identificação e tratamento em fraturas e queimaduras; transporte de vítimas.
O engenheiro também criou uma pauta com 20 horas de treinamento, em que apresentou toda a NR 5 e
ensinou técnicas de evacuação de edificações em caso de incêndio.
Outro ponto que o engenheiro pautou foi a NR 23, pois ela apresenta uma norma específica de combate
a incêndio, apresentando noções do uso dos equipamentos, complementações das noções de
evacuação, tipos de sistemas de alarmes e seus usos corretos e, por fim, como detectar uma saída de
emergência.
A equipe também usou como base do treinamento a norma técnica 17/2019 que possui noções de
brigada de incêndio. Foi abordado o passo a passo de como lidar em emergências.
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Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) 15 horas
B) 20 horas
C) 30 horas
D) 8 horas
E) 25 horas
A) A área não deve ser evacuada; a brigada domina todas as técnicas de combate ao fogo.
C) A brigada tem todos os recursos e domina todas as técnicas de combate ao fogo. Portanto, não deve
ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros.
D) Antes do início do combate ao incêndio, deve-se manter ligada a força elétrica da edificação.
E) Quando o Corpo de Bombeiros chegar, não há a necessidade de lhes fornecer qualquer informação,
pois eles sabem como fazer e não precisam de explicações adicionais.
GABARITO
1. Com base no caso estudado, qual deve ser a carga horária mínima do treinamento da CIPA,
escolhida pelo engenheiro?
Ao ouvir o alarme, é necessário abandonar o local, buscando áreas seguras e abertas. Em seguida,
deve-se acionar o Corpo de Bombeiros, ou outro tipo de ajuda externa. Para que não haja mais riscos, o
corte da energia da edificação é necessário. Se houver feridos, há a necessidade da realização de
primeiros socorros e, se possível, iniciar o combate contra o fogo, com os equipamentos adequados, até
que seja possível recepcionar o Corpo de Bombeiros e deixá-los a par de toda a situação.
Segundo a NR 23, que trata de combate a incêndio mostra em seus subitens 23.3, 23.4, 23.5, as principais
características das aberturas são:
“23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou
sinais luminosos, indicando a direção da saída”.
“23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho”.
“23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil
abertura do interior do estabelecimento”.
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Vamos abordar uma teoria fundamental para o sucesso quando o assunto é combate a incêndios: a
capacitação e o envolvimento de todos. Combater princípios de incêndios pode parecer um assunto
simples à primeira vista. Porém, quando verificamos a quantidade de variáveis existentes, constatamos
a importância de uma base teórica fundamentada e de treinamentos constantes.
DICA
Equivocam-se aqueles que acreditam que apenas os membros das brigadas internas de uma empresa é
que deverão se envolver com esse assunto. Todos os colaboradores, incluindo clientes, fornecedores,
terceiros e, especialmente, os membros da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), devem
realizar periodicamente treinamentos e suas respectivas revisões, incluindo os simulados que podem
envolver o sistema público de cada localidade do Corpo de Bombeiros.
TREINAMENTO DE COMBATE A INCÊNDIOS
Imagem: Shutterstock.com
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Nesse sentido, é fundamental destacar que todos em uma organização são responsáveis pela sua
própria segurança e dos demais. O fogo não determina quem deverá ser responsável por eliminá-lo,
logo, a conscientização em geral deve ser fundamental para o pleno sucesso da operação.
ATENÇÃO
A NR 5 determina que todos os membros titulares e suplentes, indicados ou eleitos, devem realizar um
treinamento de, no mínimo, 20 horas e, entre os temas, combate a incêndios e explosões deverão ser
abordados.
O treinamento de combate a incêndios também é indicado por aqueles que agirão como líderes em caso
de emergência e que ficarão responsáveis pelo contato com o Corpo de Bombeiros e com a
disseminação de informações importantes, como onde estão os extintores de incêndio, os hidrantes,
quais são as saídas de emergência e o correto ponto de encontro.
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Em determinado dia, posterior aos treinamentos, teóricos e práticos, o alarme soou de forma inesperada
e sem acionamento por parte de qualquer pessoa. Alguns trabalhadores seguiram corretamente para o
ponto de encontro, mas outros ficaram gritando, outros retornaram para pegar pertences, e mais tantos
(especialmente do setor administrativo) continuaram trabalhando como se nada tivesse ocorrido.
Dentro do cenário acima abordado, muito comum de ocorrer nas empresas, chegamos às seguintes
conclusões sobre o simulado:
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Jamais os trabalhadores, ou qualquer outra pessoa, poderão retornar ao seu ambiente de trabalho para
pegar seus pertences. Lembre-se de que o mais importante é a sua segurança e a dos demais, e não os
objetos pessoais. Por mais importantes que eles sejam, não são mais valiosos do que a vida.
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Os simulados ou uma situação como o incidente acima relatado, ou seja, o alarme soando sem ter sido
acionado por qualquer colaborador, devem ser tratados como verdadeiros, visto que, quando ocorre um
evento real, todos devem estar plenamente preparados.
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A segurança no ambiente de trabalho não acontece apenas com manutenções preventivas, trabalhos
ergométricos e distribuição de EPIs. A segurança também se dá em caso de acidente extremo, como o
incêndio de uma edificação; por isso, é essencial para um engenheiro de Segurança do Trabalho
conhecer a NR 23, a fim de garantir a segurança de todos, em uma situação extrema como a de um
incêndio.
ALTERAÇÃO DA NR 23
“23.2. Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo
que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em
caso de emergência”.
“23.3. As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de
placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída”.
“23.4. Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de
trabalho”.
“23.5. As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que
permitam fácil abertura do interior do estabelecimento.”
Esse tópico mostra a relação da NR 5 com os treinamentos que envolvem as atividades de combate a
incêndio. A descrição dos treinamentos presentes na norma, apresenta informações tais como: quem
são os participantes, qual o período para a realização, qual o programa, a carga horaria máxima e a
carga diária dos treinamentos. É apontada também a necessidade da criação de ata, entre outros
pontos. A norma também aborda sobre o papel da CIPA e informa que o treinamento poderá ser
ministrado pelos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho
(SESMT).
estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem como dos riscos originados do
processo produtivo; metodologia de investigação e análise de acidentes e doenças do
trabalho; noções sobre acidentes e doenças do trabalho decorrentes de exposição
5.33 aos riscos existentes na empresa; noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida - AIDS, e medidas de prevenção; noções sobre as legislações trabalhista e
previdenciária relativas à segurança e saúde no trabalho; princípios gerais de higiene
do trabalho e de medidas de controle dos riscos; organização da CIPA e outros
assuntos necessários ao exercício das atribuições da Comissão.
O treinamento terá carga horária de vinte horas, distribuídas em no máximo oito horas
5.34
diárias e será realizado durante o expediente normal da empresa.
A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado, inclusive quanto à entidade
5.36 ou profissional que o ministrará, constando sua manifestação em ata, cabendo à
empresa escolher a entidade ou profissional que ministrará o treinamento.
QUADRO I
Para saber mais, pesquise na internet por ‘Quadro I – Dimensionamento de CIPA – NR 5’.
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Vimos que a capacitação e o envolvimento de todos é essencial para o sucesso no combate a incêndios.
ATENÇÃO
Todos os funcionários da empresa devem estar preparados para atuar em caso de incêndio. Desse
modo, um treinamento constante deverá ser dado aos funcionários da empresa, utilizando-se os
mesmos procedimentos do treinamento da brigada de incêndio.
Agora, vamos ver algumas orientações a serem seguidas em caso de incêndio em uma empresa:
A brigada não tem todos os recursos e não domina todas as técnicas de combate ao fogo.
Portanto, deve ser chamado imediatamente o Corpo de Bombeiros.
Antes de se dar combate ao incêndio, deve ser desligada a entrada de força a emergência.
Quando o Corpo de Bombeiros chegar, é preciso explicar qual o tipo de fogo (classes “A”, “B”, “C”
ou “D”) e orientar os soldados do fogo sobre a área do incêndio.
Os equipamentos elétricos que não puderem ser desligados, mesmo em caso de incêndio,
deverão possuir circuito elétrico independente e placa indicadora próxima aos seus dispositivos de
combate.
Todo incêndio, seja ele pequeno ou grande é considerado uma situação de emergência. A Instrução
Técnica 17/2019 foi criada para lidar com essas situações de emergência, diante disso, vamos estudá-
la, para podermos conhecer como devemos agir em relação a elas:
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IDENTIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO:
Observação do que está ocorrendo, buscando compreender onde surgiu o incêndio, para traçar a
melhor rota de fuga e/ou início ao combate do incêndio.
ALARME/ABANDONO DE ÁREA:
Ao ouvir o alarme, organizar o abandono da área de forma segura e buscar as ferramentas adequadas
para combate ao incêndio, além do material de primeiros socorros.
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Ligar para os bombeiros e tentar conseguir ajuda externa, para facilitar a abertura das saídas de
emergência.
CORTE DE ENERGIA:
Cortar a energia para evitar novos focos de incêndio, e o início de uma possível outra classe de
Incêndio, caso o incêndio não seja de origem elétrica.
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PRIMEIROS SOCORROS:
Prestar primeiros socorros a quem necessitar de ajuda, de acordo com o treinamento recebido.
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Recepcionar os agentes dos bombeiros e buscar informar a real condição, tais como: local de origem do
incêndio, a classe do incêndio, se há pessoas na edificação, o tempo decorrido do incêndio etc.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Plano de fuga.
E) Saída de incêndio.
GABARITO
1. Marque a seguir a única ação que deve ser realizada pelos participantes durante um simulado
de combate a incêndios em uma empresa.
A NR 23 no item 23.4. diz que “Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa
durante a jornada de trabalho”.
LIGANDO OS PONTOS
Um engenheiro de Segurança do Trabalho foi à empresa HM construções para uma palestra com o
intuito de mostrar a importância de responder a alguns questionamentos sobre os sistemas de proteção
passiva e compartimentação das edificações.
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Após a primeira etapa focada nas compartimentações, o palestrante entrou na segunda parte do
treinamento, em que destacou os elementos preventivos de incêndio, como os sistemas de proteção
passiva, citando os elementos corta-fogo, que têm por características boa resistência, estanqueidade,
isolamento térmico – informou que um exemplo são as portas corta-fogo –, falou também dos elementos
para-fogo e que eles não possuem isolamento térmico. E comentou sobre as proteções passivas que
ajudam o sistema estrutural e a compartimentação a resistir aos efeitos do fogo.
Como o engenheiro entende que treinamentos e conscientizações permanentes são fundamentais para
um bom resultado, ele finalizou a palestra mostrando os procedimentos para situações de emergência
em prédios:
Quando tiver em lugar com muita fumaça, mantenha-se abaixado e usando uma toalha molhada.
Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?
A) 0,45m.
B) 1,0m.
C) 1,5m.
D) 2,5m.
E) 0,9m.
A) 4m.
B) 2m.
C) 5m.
D) 10m.
E) 15m.
GABARITO
Segundo a Instrução Técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é E, pois está em conformidade com o
subitem 5.2.6.
Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, a alternativa correta é B, pois está em conformidade com o
subitem 5.2.5.
3. COM BASE NA ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO QUE
ENVOLVE A EMPRESA HM CONSTRUÇÕES, QUAL A
TOMADA DE DECISÃO DO PROJETISTA PARA MONTAR UM
SISTEMA DE PROTEÇÃO PASSIVA?
RESPOSTA
Segundo a Instrução técnica 09/2019 – SP, para montar um sistema de proteção passiva são necessárias as
composições dos elementos corta-fogo que possuem resistência, estanqueidade e isolamento térmico, como
também a instalação dos elementos para-chamas, que possuem resistências, estanqueidade, mas que não
possuem isolamento térmico.
Por fim, sistemas de compartimentação de ambientes, tais como as portas corta-fogo, paredes que
resistem a duas horas corta-fogo, sistemas firestop (é uma proteção passiva contra incêndios e têm
como função a vedação de todas as passagens e vãos em paredes) e shafts (abertura vertical na
alvenaria) para passar material elétricos e hidráulicos e lajes.
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Representação de um shaft elétrico.
Basicamente, o objetivo da proteção passiva é confinar o potencial destrutivo de um fogo, sem combatê-
lo ativamente, mas limitando avanço das chamas, calor, fumaça e/ou gases quentes em uma edificação.
Tudo isso contribuirá positivamente para uma evacuação mais segura, menos vítimas fatais e feridos,
um combate mais efetivo e maior preservação do patrimônio.
ATENÇÃO
Em proteção passiva contra o fogo, nem sempre o conceito é de TRRF (tempo requerido de resistência
ao fogo), existe o conceito de reação ao fogo por exemplo, em que se busca avaliar o comportamento
de determinado material quando exposto ao fogo.
PROTEÇÃO PASSIVA
Para pleno entendimento quanto aos sistemas de proteção passiva, é fundamental que saibamos
algumas definições.
ELEMENTO CORTA-FOGO É AQUELE QUE APRESENTA,
POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES
PROPRIEDADES:
(NPT Nº 09/2014)
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Porta corta-fogo
ELEMENTO PARA-CHAMAS É AQUELE QUE APRESENTA,
POR UM PERÍODO DETERMINADO, AS SEGUINTES
PROPRIEDADES:
(NPT Nº 09/2014)
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Envidraçamentos à prova de fogo.
COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL
Agora, estudaremos os principais elementos divisores da edificação nas orientações verticais e
horizontais, como paredes e portas corta-fogo, aplicações dos vedadores de fogo, as distâncias das
fachadas para uma melhor concepção no combate às chamas.
Dispositivo que pode ser fixo ou móvel, que atua vedando aberturas em
Vedadores
planos horizontais ou verticais. Isso faz com que a propagação do incêndio
corta-fogo
seja retardada.
Registros
Registros que, em caso de incêndio, cortam a passagem de gás
corta-fogo
automaticamente.
(dampers)
Selos corta- São utilizados para isolar lajes, paredes, frestas, portas etc., por onde o fogo
fogo pode se propagar.
Cortina Uma cortina de vidro que é fabricada para resistir por quatro horas a um
corta-fogo incêndio que apresente chamas de no máximo 1100°C.
Afastamento
horizontal É o espaçamento horizontal dado entre um ambiente e outro, para instalação
entre de paredes corta-fogo ou portas corta-fogo.
aberturas
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Para podermos preparar uma edificação para um incêndio, é necessário, durante sua construção, impor
a presença de algumas características.
Veremos agora as principais características das construções, como as paredes e suas propriedades
corta-fogo, critérios das coberturas combustíveis, e os detalhes de aplicações das telhas combustíveis e
translucidas.
A parede de compartimentação deve ter a propriedade corta-fogo, sendo construída entre o piso e o teto
devidamente vinculada à estrutura do edifício, com reforços estruturais adequados.
Se as telhas combustíveis, translúcidas ou não, estiverem distanciados pelo menos 2 metros da parede
de compartimentação, não há necessidade de estender a parede 1,0 m acima do telhado.
Para realizar a instalação de uma parede corta-fogo, é necessário inserir um espaçamento horizontal,
que são aberturas na mesma fachada. A Instrução Técnica n° 09/2019 explica com detalhes os
requisitos para construção dessas aberturas:
A distância mencionada no item anterior pode ser substituída por um prolongamento da parede de
compartimentação, externo à edificação, com extensão mínima de 0,90m.
A tabela a seguir mostra como são projetadas as aberturas para evacuação das edificações em caso de
incêndio. Na primeira linha, por exemplo, vemos que, se a frente da edificação tiver aberturas, como
portas, em que uma dessas portas ocupa uma área referente a 20% de toda a área da parede da
entrada da edificação, as portas devem estar separadas em uma distância máxima (d) de 4 metros.
De 21 a 30(%) 5 metros
De 31 a 40(%) 6 metros
De 41 a 50(%) 7 metros
De 51 a 60(%) 8 metros
De 61 a 70(%) 9 metros
O referido artigo, especificamente no inciso IV, dispõe sobre a proteção contra incêndio em geral e as
medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes,
construção de paredes corta-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil
circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização.
As saídas de emergência têm seus principais critérios, como: locais, número mínimo de saídas, largura
mínima, sentido de abertura, medidas alternativas quando não há saídas de emergências, sinalização,
descrição dos pisos e escadas das saídas, riscos, entre outros pontos. Essas características ajudam a
concepção das edificações em relação aos dispositivos de saídas de emergência e são abordadas na
NR 23 em seus subitens. Vamos conhecer alguns a seguir.
Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que
aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná-los com rapidez e segurança, em caso
de emergência.
A largura mínima das aberturas de saída deverá ser de 1,20m (um metro e vinte centímetros).
O sentido de abertura da porta não poderá ser para o interior do local de trabalho.
As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas
ou sinais luminosos, indicando a direção da saída.
As saídas devem ser dispostas de tal forma que, entre elas e qualquer local de trabalho, não se
tenha de percorrer distância maior que 15,00m (quinze metros) nas de risco grande e 30,00m
(trinta metros) nas de risco médio ou pequeno.
As saídas e as vias de circulação não devem comportar escadas nem degraus; as passagens
serão bem iluminadas.
Os pisos, de níveis diferentes, deverão ter rampas que os contornem suavemente e, neste caso,
deverá ser colocado um "aviso" no início da rampa, no sentido do da descida.
RISCOS
O risco pequeno é o risco cuja carga de incêndio é de até 300MJ/m². Pode ocorrer em
alojamentos, dormitórios coletivos, banheiros etc.
O risco médio é o risco cuja carga de incêndio se dá entre 300MJ/m² e 120MJ/m². Pode
ocorrer em cinemas, teatros, casas de show, casas, apartamentos etc.
O risco grande é o risco cuja carga de incêndio se dá acima de 1200MJ/m². Essa carga de
incêndio poder ocorrer em locais como postos de gasolina, livrarias, bibliotecas, bancos,
refinarias etc.
GRANDES DESASTRES NO BRASIL
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Os acidentes ocorridos no Brasil, como nos edifícios Andraus e Joelma nos anos 1980, ou mesmo na
Boate Kiss, que tanto impactaram famílias e a sociedade em geral, não teriam ocorrido se as medidas
legais e aplicáveis tivessem seguido os corretos procedimentos de prevenção e combate a incêndios e
explosões.
Para finalizar o nosso estudo, vamos conhecer os acidentes ocorridos no Edifício Joelma, Edifício
Andraus e Boate Kiss.
EDIFÍCIO JOELMA
O Edifício Joelma, localizado na avenida paulista na grande São Paulo foi inaugurado em 1971.
O incêndio teve início no 12º andar do edifício e, em aproximadamente 3 horas, as chamas tinham se
alastrado e destruído 14 andares, ocasionando aproximadamente 187 óbitos e 300 feridos.
A análise da engenharia constatou que o sistema construtivo do prédio era de concreto armado, mas o
que ajudou na rápida proliferação das chamas foram os utensílios que estavam dentro do prédio, tais
como: móveis de madeira, carpetes, cortinas, além dos botijões de gás de cozinha (GLP), com seus
efeitos destruidores.
EDIFÍCIO ANDRAUS
Um luminoso de propaganda, instalado na marquise do edifício Andraus, foi o foco inicial do incêndio do
edifício, localizado no distrito da República, esquina da avenida São João com a rua Pedro Américo em
São Paulo, em 1972.
Fazendo uma análise rápida, a edificação possuía um heliporto, além de várias lojas de vendas de
utensílios, como também empresas como Petrobras e corretoras de seguro. O incêndio teve início às 16
horas e perdurou até as 21 horas. Essa catástrofe teve início por causa de um curto-circuito nas placas
de propaganda, problema que aconteceu por falta de manutenção, ou seja, mais uma falha humana que
ocasionou perdas humanas e financeiras. A intensidade e a velocidade de propagação das chamas
eram tão grandes que levou 15 minutos para o fogo consumir seis andares.
BOATE KISS
A boate Kiss está localizada na Rua dos Andradas 1925, no centro de Santa Maria, Rio Grande do Sul.
O incêndio começou por uma falha humana, o vocalista da banda que se apresentava, acendeu um
sinalizador, apontou-o para o teto e o disparou, o que resultou em uma reação catastrófica com muitas
chamas. Esse acidente ocasionou 235 óbitos. A boate tinha em seu público vários estudantes dos níveis
superior e médio. Por causa do número de mortes e pela forma que ocorreu, tomou proporções
mundiais, virando notícia negativa nos jornais brasileiros e internacionais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Usina de Chernobyl.
B) Acidente em Bopal.
D) Acidente em Seveso.
E) Edifício Andraus.
A) 6 metros
B) 4 metros
C) 5 metros
D) 10 metros
E) 15 metros
GABARITO
1. O Brasil tem, historicamente, vários registros de incêndios de grandes proporções com perdas
de vidas humanas. Marque a seguir, a opção que retrata um lamentável acidente ocorrido no
Brasil.
Além do incêndio no Edifício Andraus, temos exemplos extremamente negativos nesse contexto, como o
Edifício Andorinhas, o Edifício Joelma, a Boate Kiss, entre outros. Todos esses acidentes deixam-nos a
lição de que poderiam ter sido evitados.
2. Com relação aos sistemas construtivos levando em conta a porcentagem de abertura das
fachadas, uma fachada entre 21 e 30%, qual a distância de compartimento em metros?
De acordo com a tabela da Instrução Técnica nº 09/2019, de São Paulo, para uma porcentagem de 21 a
30%, a distância entre os compartimentos será de 5 metros.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que o fogo é essencial para a sobrevivência do ser humano. Abordamos o conceito do triângulo
do fogo, as classes de incêndio, os métodos de extinção, os extintores e suas tipologias.
Falamos da necessidade de se entender a magnitude do fogo e os riscos que ele pode causar, seja em
nossas residências, em áreas de produção, ou mesmo em qualquer local em que se esteja presente.
Abordamos as melhores práticas preventivas e preditivas de utilizar corretamente o fogo, com as
orientações sobre as melhores práticas de segurança.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BRASIL. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978. Aprova as normas regulamentadoras que
consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora
nº 05 (NR-5): Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA. Brasília: Ministério da Economia
1978b.
CAMILO JÚNIOR, A. B. Manual de prevenção e combate a incêndios. São Paulo: Senac, 1998.
NBR 13434 – Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico - Formas, Dimensões e cores.
CONTEUDISTA
Hermerson Martins de Lima