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LIVRO DIGITAL

EXTINTORES
DE INCÊNDIO
PRINCÍPIOS E
DIMENSIONAMENTO

ANO 2021 CIFLAME ENGENHARIA

ENG.ª KAMILLA TAVARES


EXTINTORES
DE INCÊNDIO

KAMILLA TAVARES
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 3

Olá Amigo (a)!

Nesse livro vamos estudar sobre os Extintores de


Incêndio. Espero que esse material possa fazer total
diferença pra você que vai realizar seu projeto. Antes de
começarmos os estudos, gostaria de lembrar que tudo o
que irão aprender está descrito nas Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, sendo
assim esse livro deve ser lido em paralelo com elas. A
Instrução Técnica que trata a respeito dos extintores é a
de número 16. Logo abaixo deixo o link do site do Corpo
de Bombeiros para a consulta. Espero que tire excelente
proveito de tudo que for aprender nesse livro. Link:
https://www.bombeiros.mg.gov.br/legisscip

Bons Estudos!

Kamilla Tavares
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 4

SUMÁRIO

Capítulo 1
Fogo - Incêndios no Brasil, 8
Triângulo do Fogo, 14
Tetraedro do Fogo, 15
Apagando o Fogo, 16
Agentes Extintores, 20
Classe de Incêndio, 24
Capacidade Extintora, 27
Tipos de Extintores, 32
Manutenção e Recarga, 37
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 5

SUMÁRIO

Capítulo 2
Dimensionamento, 39
Conclusão, 48
CAPÍTULO 1
FOGO
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 7

CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES

Nesse livro por muitas vezes irei me referir ao Projeto de


Segurança contra Incêndio e Pânico apenas como Projeto de
Incêndio ou Projeto, para facilitar a compreensão. Também às
Instruções Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas
Gerais irei me referir apenas como IT e o número
correspondente à Instrução Técnica, como exemplo IT08. Às
Normas Brasileiras, Aprovadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) irei usar o termo NBR ou NBR's.
Tudo isso para ajudar na assimilação do conhecimento.
Para as demais terminologias a Instrução Técnica nº 2 pode
ser consultada. Abaixo deixo o link do site do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais para acesso a Legislação.

https://www.bombeiros.mg.gov.br/legisscip
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 8

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

Incêndio Edifícil Andraus - Fevereiro de 1972


O fogo começou no 2º andar e após aproximadamente em
15 minutos, já havia consumido pelo menos 6 andares do
prédio. A origem do fogo foi um curto-circuito.
Resultado da Tragédia: 16 mortos e mais de 330 feridos.

Figura 1 - Edifícil Andraus


Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/ha-48-anos-o-
edificio-andraus-pegava-fogo-dois-anos-antes-do-acidente-joelma.phtml
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 9

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

Incêndio Edifícil Joelma - 1º de Fevereiro de 1974


O primeiro alarme foi dado às 9:00H da manhã no 12º andar
e após aproximadamente, 20 minutos, nos 25 andares da
edificação, já existia um grande incêndio incontrolável. A
origem do fogo foi por um pane elétrico nas instalações de ar
condicionado, curto-circuito.
Resultado da Tragédia: 187 mortos e mais de 300 feridos.

Figura 2 - Edifícil Joelma


Fonte: https://pt.wikipedia.org
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 10

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

Incêndio Edifícil Andorinha - 17 de Fevereiro de 1986


O fogo começou às 13h50 e mesmo com intervenção do
Corpo de Bombeiros, após 3 horas, o fogo já havia
consumido 5 andares do prédio. A origem do fogo foi por um
pane elétrico nas instalações de ar condicionado.
Resultado da Tragédia: 21 mortos e mais de 50 feridos.

Figura 3 - Edifícil Andorinha


Fonte: https://imagesvisions.blogspot.com/2016/02/o-incendio-do-edificio-
andorinhas.html
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 11

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

Nesse memorial dos incêndios foram relatados apenas três,


dos maiores incêndios do Brasil. O objetivo desse relato
nesse livro é encontrar pontos em comum entre os incêndios,
e com apenas três deles já podemos destacar quais são são
eles.
1º - Mês de Fevereiro
Não, o mês de fevereiro não é mal assombrado, o fato em
comum nesse mês é que o calor é intenso e o uso de
equipamentos elétricos como ventilador e ar-condicionado,
são frequentes.
2º - Pouco tempo para o alastramento do fogo
Não é de conhecimento de todos que o fogo em apenas 5
minutos pode causar muito estrago, portanto é muito
importante se observar em quão pouco tempo o incêndio de
alastrou nesses episódios. Isso nos faz pensar cada vez mais
em prevenção ao invés de remediação, pois o tempo em um
incêndio é crucial.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 12

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

3º - Pane elétrica
É um ponto comum também nesses três incêndios, a origem
do fogo ser causada por curto-circuito. Essa é uma das
maiores causas de incêndios no mundo. Mais uma vez nos faz
pensar em prevenção, pois não vivemos sem energia elétrica
e essas instalações estão presentes em todos os lugares de
uma cidade.
4º - Falta de Prevenção
Não está detalhado nos relatos que as edificações não
possuíam sistema de prevenção, mas elas não possuíam, esse
foi também um fator em comum de grande peso, pois com
apenas um extintor utilizado na hora certa, o foco do fogo
poderia ter sido extinguido.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 13

FOGO - INCÊNDIOS NO BRASIL

Análise
Após essa comparação entre os pontos em comum nos
incêndios citados, as principais conclusões que serão
importantes nesse livro são que:
O sistema de prevenção é essencial e o tempo de
alastramento do fogo é muito curto exigindo assim, ação
imediata.
Diante disso vamos entender como podemos utilizar o
extintor de Incêndio e em que momento ele deve ser
utilizado.

Figura 4 - Extintor de Incêndio


PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 14

TRIÂNGULO DO FOGO

O que é necessário para que haja fogo?


O fogo é uma reação química e precisa de basicamente três
elementos (chamo dos três C's):
Calor, Combustível e Comburente

Figura 5 - Triângulo do Fogo

Quando temos esses três elementos interagindo entre si


temos o fogo. Essa interação dos elementos, chamamos de
reação em cadeia. Daí surge o tetraedro do fogo.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 15

TETRAEDRO DO FOGO

A teoria do fogo considerava três elementos básicos


necessários para iniciar o fogo, mais recentemente um quarto
elemento também passou a ser considerado como essencial
para a combustão, a reação em cadeia. Vamos entender
esses elementos:
Combustível: É o elemento que o fogo vai consumir. Ex.
Madeira, papel, plástico, etc. Podem ser classificados como
combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos.
Comburente: É o elemento oxidante, que regula a intensidade
da chama. O oxigênio presente no ar é a maior fonte de
comburente que temos prontamente disponível.
Calor: O calor é fonte de energia. É o elemento que inicia o
fogo e permite que ele se propague.
Reação em cadeia: Combustível, comburente e calor
isoladamente não produzem fogo, mas, interagindo entre si,
realizam a reação em cadeia que gera a combustão.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 16

APAGANDO O FOGO

Para extinguir o fogo precisamos quebrar o a reação química,


ou seja o triângulo do fogo. Vamos agora entender como
podemos fazer isso.

Resfriamento:
A primeira coisa que vem a mente quando pensamos em
apagar o fago é ÁGUA. Sim, essa é uma das maneiras eficazes
de se extinguir fogo, é como se retirássemos do triângulo a
fonte de Calor e assim a reação é quebrada.

Figura 6 - Extinção por resfriamento


Fonte: CTISM
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 17

APAGANDO O FOGO

Abafamento:
Outra forma de apagar o fogo é por meio do abafamento.
Dessa vez iremos retirar do triângulo o comburente, que na
maioria dos casos é o oxigênio do ar.

Figura 7 - Extinção por abafamento


Fonte: CTISM
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 18

APAGANDO O FOGO

Isolamento:
Quando não podemos resfriar, nem abafar, há ainda outra
possibilidade para extinção do fogo, essa forma consiste em
isolar o material combustível, retirar do local onde está
acontecendo o sinistro. Porém essa técnica é pouco utilizada
pois a radiação de calor dependendo do tamanho do incêndio
pode ser muito grande, dificultando assim a ação de retirar
esse material.

Figura 8 - Extinção por Isolamento


Fonte: CTISM
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 19

APAGANDO O FOGO

Essa são as três formas que temos de extinguir um incêndio,


note que se quebrarmos o triângulo o fogo simplesmente
apaga. É importante entender isso para também compreender
como age os agentes extintores no foco do fogo. Nesse
próximo capítulo iremos conhecer quais são esses agentes e
em quais extintores estão presentes.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 20

AGENTES EXTINTORES

Água como agente extintor

Como vimos no capítulo anterior, não é somente água que


apaga o fogo, temos outros agentes que utilizamos para essa
função. E por que não utilizamos somente água? A resposta é
simples, porque temos que considerar que classe de incêndio
vamos apagar.
Um exemplo para compreensão:
Aconteceu um curto circuito na sala de TV, iniciou-se um
pequeno fogo na fiação, você com medo vai lá e joga água, o
que acha que pode acontecer? Pode acontecer um acidente
maior, já que a água conduz energia elétrica e isso pode
resultar em grande prejuízo à vida pelo choque elétrico. Nesse
exemplo a água não é o agente extintor ideal, pois temos uma
classe de incêndio tipo C, ou seja, quando o fogo acontece em
materiais ou equipamentos energizados. As classes de incêndio
são definidas assim, pelo tipo de material que está envolvido no
incêndio. Mais adiante vamos entender essas classes.
Extintores de água são adequados para classe A.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 21

AGENTES EXTINTORES

Espuma como agente extintor

Já vimos que a água extingue o fogo pelo resfriamento. A


espuma por sua vez, extingue pelo abafamento e também
pelo resfriamento. Extintores a base de espuma não podem
ser utilizados na classe C de incêndio pois a água presente na
sua composição conduz energia elétrica. Extintores portáteis
de espuma estão em desuso, mas quando o risco de incêndio
envolve o risco de grandes quantidades de líquidos
inflamáveis, e a necessidade de grandes quantidades de
agentes extintores, o sistema automático de espuma têm sido
amplamente utilizado e indicado. Esse sistema é utilizado em
indústrias químicas, navios petroleiros e outros.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 22

AGENTES EXTINTORES

Gás Carbônico como agente extintor

O extintor de CO2 - Gás Carbônico, apaga o fogo por


abafamento e resfriamento, o efeito é que ele expulsa o
oxigênio e assim quebra o triângulo do fogo. Na superfície do
material ele age eliminando parte do calor e assim também
tem a propriedade de resfriar o material combustível. Esse
extintor atende a Classe B e C de incêndio.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 23

AGENTES EXTINTORES

Pó químico como agente extintor

Os extintores a base de pó, são os extintores de pó químico


BC e os extintores de pó ACB. Como o próprio nome diz o de
pó químico BC atende as Classes B e C de incêndio, já o de pó
ABC, atende as três classes, inclusive a classe A. Esses
extintores apagam o fogo pelo abafamento e assim como o
extintor de CO2 ele afasta o oxigênio quebrando então a
tríade, a desvantagem dele para o de CO2 é que ele deixa
resíduos de pó no material acometido pelo fogo, já o de CO2
não deixa resíduo, podendo assim ter uma melhor
recuperação do material queimado.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 24

CLASSE DE INCÊNDIO

Os incêndios são classificados de acordo com os materiais


neles envolvidos. Essa classificação é feita para determinar o
agente extintor adequado para o tipo de incêndio específico.
Hoje são consideradas 5 classes de incêndio, sendo elas:

Classe A - Incêndio envolvendo combustíveis sólidos comuns,


como papel, madeira, pano e borracha. É caracterizado pelas
cinzas e brasas que deixam como resíduos e por queimar
razão do seu volume, isto é, a queima se dá na superfície e
profundidade. Incêndio da classe A necessita de resfriamento
para a sua extinção, isto é, do uso de água, a fim de reduzir a
temperatura do material em combustão, abaixo do seu ponto
de ignição.

Classe B - Incêndio envolvendo líquidos inflamáveis, graxas e


gases combustíveis. É caracterizado por não deixar resíduos e
queimar apenas na superfície exposta e não em
profundidade.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 25

CLASSE DE INCÊNDIO

Necessita para a sua extinção do abafamento ou da


interrupção (quebra) da reação em cadeia. No caso de líquido
muito aquecido, é necessário o resfriamento.

Classe C - Incêndio envolvendo equipamentos energizados. É


caracterizado pelo risco de vida que oferece. Para a sua
extinção necessita de agente extintor que não conduza a
corrente elétrica e utilize o princípio de abafamento ou da
interrupção (quebra) da reação em cadeia.

Classe D - Incêndio envolvendo metais combustíveis, como


magnésio, titânio, alumínio, zircônio, sódio, potássio e lítio.
Para a sua extinção necessita de agente extintor de pó
químico especial recomendado para o tipo de material em
que deverá ser combatido o fogo, pois o material pode sofrer
reação dependendo do caso.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 26

CLASSE DE INCÊNDIO

Classe K - Incêndio envolvendo óleos e gorduras, animais e


vegetais, utilizados na cocção de alimentos. Ainda não são
comercializados no Brasil extintores específicos para a classe
K, sendo assim segundo a instrução técnica 16, enquanto não
houver Norma Brasileira especificando a fabricação e o uso
de extintores para classe K, poderá ser adotado extintor
compatível da classe B.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 27

CAPACIDADE EXTINTORA

O que é?
A capacidade extintora aparece na prática como se fosse uma
configuração do extintor, existem extintores que são 2A:20BC
e outros 4A:40BC uns apenas 2A, ou 20:BC por exemplo.
Essa "configuração" vem descrita no rótulo do extintor, como
na figura abaixo.

Figura 9 - Extintor de Água Pressurizada


Fonte: Autor
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 28

CAPACIDADE EXTINTORA

Essa configuração indica o grau de eficiência do extintor, ou


seja, o tamanho do fogo que ele é capaz de vencer. As letras
indicam a classe de incêndio e o número indica a capacidade
daquele extintor para a classe correspondente.

No exemplo acima temos um extintor tipo ABC, pois atende


as três classes e a capacidade de cada classe é o número que
antecede a letra. Temos então um extintor com 2 de
capacidade para a classe A, 20 de capacidade para a classe B,
e 1 de capacidade para a classe C de incêndio.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 29

CAPACIDADE EXTINTORA

Essas capacidades foram medidas em laboratório e significa


que um extintor 2A apaga cerca de 78 unidades de madeira
pinho do paraná distribuídas conforme figura abaixo.

Figura 10 - Ensaio capacidade extintora


Fonte: Autor
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 30

CAPACIDADE EXTINTORA

Para a classe B de incêndio o ensaio envolve outro material,


um líquido inflamável, e assim é identificada também a
capacidade do extintor, a medida que ele apaga um
determinado tamanho de fogo. Para entender um pouco mais
sobre esses ensaios acesse o endereço eletrônico:
https://www.youtube.com/watch?v=6FJRf0TleAU, do meu
canal no YouTube e entenda como é realizado esse teste da
capacidade dos extintores.

Por que preciso entender sobre capacidade extintora?


É preciso compreender a capacidade extintora, pra poder
realizar o dimensionamento correto do extintor, que é de
acordo com a classe principal de incêndio e do risco da
edificação. A instrução Técnica que trata sobre os extintores é
a IT 16 do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 31

CAPACIDADE EXTINTORA

Por fim, é ainda preciso esclarecer que os extintores devem


seguir as diretrizes da ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). A tabela 1 da IT16 descreve as capacidades
mínimas dos extintores portáteis e sobre rodas.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 32

TIPOS DE EXTINTORES

Extintor de água
O extintor portátil de água pressurizada combate o fogo pelo
resfriamento. Cada extintor contém 10L de água e pesa
aproximadamente 15kg. É o extintor usado apenas para
combater a classe A de incêndio, tem capacidade 2A, para o
combate a princípio do fogo. Ele não pode ser utilizado em
líquidos inflamáveis e nem em equipamentos elétricos. Seu
alcance de jato é de aproximadamente 11 metros e o tempo
de uso 60 segundos.

Figura 11 - Extintor de água pressurizada


Fonte: internet
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 33

TIPOS DE EXTINTORES
Pó ABC
O extintor portátil de pó ABC que tem por base o fosfato
monoamônico combate o fogo pelo abafamento. Esses
extintores existem hoje no mercado com capacidades
variadas, como por exemplo 2A:20BC, 3A:20BC, 4A:40BC e
etc. É largamente utilizado na Europa, EUA, Austrália, Nova
Zelândia, Ásia e América Latina. Por combater as três
classificações hoje é o mais utilizado e obrigatório ter pelo
menos um em cada pavimento da edificação. Seu alcance de
jato é de aproximadamente 5 metros e o tempo de uso varia
do tamanho do extintor, 15 segundos para extintor de 4 kg e
25 segundos para extintor de 12 kg.

Figura 12 - Extintor Tri classe pó ABC


Fonte: internet

PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 34

TIPOS DE EXTINTORES
Pó químico BC
O extintor portátil de pó BC como o próprio nome sugere,
atende apenas as classes B e C de incêndio. Esses extintores
assim com os de pó ABC, contém capacidades variadas, como
por exemplo 20BC e 40BC. É utilizado principalmente para
combater fogo de pane elétrica ou equipamentos que
utilizam líquidos combustíveis, como o carro por exemplo; por
esse motivo já foi muito utilizado em garagens, porém o
extintor de pó ABC vem substituindo seu uso gradualmente.
Seu alcance de jato é de aproximadamente 5 metros e o
tempo de uso varia do tamanho do extintor, 15 segundos
para extintor de 4 kg e 25 segundos para extintor de 12 kg.

Figura 13 - Extintor pó químico BC


Fonte: internet

PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 35

TIPOS DE EXTINTORES
Extintor de CO2
O extintor portátil de CO2 atende as classes B e C de
incêndio. Esses extintores assim com os de pó BC, são
utilizados principalmente para combater fogo de pane
elétrica ou equipamentos que utilizam líquidos combustíveis,
a sua vantagem em relação ao de pó químico BC é que ele
não gera resíduo, sendo assim, há probabilidade de uma
recuperação maior de um equipamento acometido pelo fogo,
por exemplo. Esse extintor possui uma característica física
que o faz ser reconhecido facilmente, que é seu bico difusor.
Seu alcance de jato é de aproximadamente 2,5 metros e o
tempo de uso 25 segundos.

Figura 14 - Extintor CO2


Fonte: internet

PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 36

TIPOS DE EXTINTORES

Esses são os principais extintores utilizados e comercializados


hoje no Brasil. Existem outros tipos, porém iremos abordar
somente estes que são os que geralmente utilizamos. O mais
utilizado de todos é o de pó ACB, por oferecer uma segurança
maior, pelo fato de atender as três principais classes. Existem
também os extintores sobre rodas, estes são extintores com
uma capacidade extintora maior e consequentemente sua
carga também é bem maior, seu peso total ultrapassa 20 kg e
eles são montados sobre rodas para facilitar o transporte,
podem chegar a capacidades de até 55 kg. Segundo a IT16 os
extintores sobre rodas são utilizados em postos de
combustíveis, helipontos, subestações elétricas e outros
locais onde há manipulação e/ou armazenamento de
explosivos, inflamáveis ou combustíveis cujos reservatórios
não sejam enterrados e ainda quando houver exigência por
outra Instrução Técnica ou NBR complementar.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 37

MANUTENÇÃO E RECARGA

O extintor portátil sendo ele de qualquer agente, deve ter


manutenção. Esse serviço envolve procedimentos de
desmontagem do equipamento, substituição de
componentes defeituosos, teste hidrostático (quando
requerido) e recarga por exemplo. A manutenção é
geralmente realizada anualmente, mas deve-se sempre
observar no rótulo do extintor as informações com as datas
em que eles devem sofrer a manutenção. Na figura abaixo é
possível ver essas informações no rótulo de um extintor de
água.

Figura 15 - Extintor água


Fonte: Autor

PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 38

MANUTENÇÃO

Algumas observações também devem ser avaliadas, como


por exemplo, se o extintor está devidamente carregado. caso
ele esteja, seu ponteiro estará indicando a parte verde do
manômetro. Caso não esteja, este deve ser levado à
manutenção mesmo se esta estiver dentro da validade.
Existem três níveis de manutenção, por isso é sempre
importante avaliar as datas em que estas serão realizadas.

Figura 16- Extintor água


Fonte: Autor

CAPÍTULO 2
DIMENSIONA
MENTO
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 40

DIMENSIONAMENTO

Para dimensionar os extintores é preciso observar a IT16 e


avaliar as questões do projeto. A norma inicia relatando que
cada pavimento da edificação deve possuir pelo menos uma
unidade de extintor tipo pó ACB que atenda a distância
máxima a ser percorrida e a capacidade requerida. Outra
alternativa que a norma trás é de serem colocados dois tipos
de extintores, um da classe A, no caso comumente o de água
e outro para classe BC, desde que atendam a distância
máxima a ser percorrida e capacidade requerida. Esse é o
primeiro ponto, saber que teremos que adotar as três classes
em cada pavimento. A distância máxima a ser percorrida
como retrata a instrução, é a distância entre o operador e o
extintor, ou seja, não é a distância entre equipamentos, mas a
distância que uma pessoa vai percorrer até alcançar um
extintor de incêndio, dentro da área que ele protege.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 41

DIMENSIONAMENTO

No exemplo a seguir temos uma edificação comercial, um


restaurante, com cozinha no fundo e uma escada com acesso
a outros pavimentos com outras ocupações independentes
do restaurante. Observe o layout desse pavimento e como
vamos dimensionar os extintores para essa área.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 42

DIMENSIONAMENTO

A edificação possui uma carga de incêndio média, com risco


predominante para o incêndios classe A e K. Para a classe K
não temos extintores específicos comercializados no Brasil,
sendo assim utilizaremos extintores para classe B. Avaliando
as tabelas 4 e 5 da IT16 a capacidade requerida é de 3A:40B
para risco médio. Sendo assim nesse projeto iremos usar
extintores pó ABC 3A:40BC. A distância máxima a ser
percorrida para classe A é de 20m, para classe B, 15m, para
uma segurança maior utilizaremos a menor distância, que é a
da classe B, de 15 metros. Sendo assim já definimos a
"configuração" do extintor (3A:40BC) e a distância máxima a
ser percorrida pelo operador que é 15m.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 43

DIMENSIONAMENTO

Iniciamos o dimensionamento, adotando o que a instrução


nos orienta no item 5.2.2.9 onde retrata que deve haver, no
mínimo, um extintor de incêndio não distante mais de 5
(cinco) m da porta de acesso da entrada principal da
edificação.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 44

DIMENSIONAMENTO

Fazendo uma simulação do caminho do operador no autocad,


conseguimos definir a área que este extintor protege. Na
figura abaixo é possível ver essa área. O extintor do
restaurante protege a área do restaurante, e o extintor que
se encontra na caixa de escadas, protege além da caixa de
escadas e garagem, cujo tem acesso.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 45

DIMENSIONAMENTO

Observando a figura anterior podemos perceber que bastaria


mais um extintor próximo a cozinha para proteger o restante
da área. Porém sempre em meus projetos eu considero o
layout da edificação quando vou dimensionar os
equipamentos, nesse caso se trata de um restaurante, onde
vai dispor de muitas mesas e cadeiras, isso é um dificultador
para o operador na hora de caminhar em direção ao extintor.
Portanto, nesse caso, irei usar um extintor a mais, no meio do
restaurante. Assim temos uma edificação mais segura,
adotando uma medida simples.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 46

DIMENSIONAMENTO

Observe a figura a seguir e veja como ficou dimensionado os


extintores. No total temos 4 extintores para esse pavimento.
Somente 3 atenderiam, porém optei por agregar uma
segurança a mais, por se tratar também de um local de
reunião de público.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 47

DIMENSIONAMENTO

É sempre importante avaliar o projeto pra ver se o extintor


em determinado local não vai causar transtorno, é preciso
avaliar a existência de janelas, pilares, e outros elementos que
irão impedir a instalação do extintor naquele local.
Lembrando também que cada edificação é única e devemos
observar e estudar como ela funciona, assim respeitando as
normas e o bom senso chegaremos as melhores opções.
Todas as orientações estão descritas na Instrução Técnica 16,
e talvez no seu projeto, o dimensionamento vai ter que
observar outros tópicos da IT, então, tudo deve ser avaliado e
esse livro de forma alguma substitui as instruções do Corpo
de Bombeiros, pelo contrário, as informações contidas nele,
foram extraída das normas.
PROJETO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO 48

CONCLUSÃO
Aqui terminamos nosso conteúdo, espero que esse material
possa trazer um esclarecimento a respeito do Sistema de
Proteção por Extintores de Incêndio. Esse livro foi extraído
principalmente da Instrução Técnica de nº 16 do Corpo de
Bombeiros Militar de Minas Gerais, sendo assim deixo claro que
ele não substitui a norma, e esta deve ser analisada
independente desse conteúdo. Sendo assim aqui encerramos
esse capítulo. Agradeço a todos os meus alunos do Curso de
Elaboração de projetos e também a você que adquiriu esse
conteúdo. Desejo desde já muito sucesso e dedicação.

Meu muito obrigado e até mais!

Kamilla Tavares
REFERÊNCIAS
AITA, José Carlos; PEIXOTO, Nirvan; Prevenção e Combate a
Sinistros. Santa Maria : Universidade Federal de Santa Maria,
Colégio Técnico Industrial de Santa Maria ; Rede e-Tec Brasil,
2012.

______.CBMMG. Instrução Técnica 16. Sistema de proteção por


extintor de incêndio, 3ª ed. 2020.

AVENTURAS NA HISTÓRIA. Disponível em:


<https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias>. Acesso em: 01
de out. 2021.

WIKIPEDIA. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org>. Acesso em:


01 de out. 2021.

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