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PLANO DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PPCI) EM UM PRÉDIO

RESIDENCIAL NO MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BA

Anderson Sampaio dos Santos¹, Suzane Machado Pires Caires²,


1
Engenheiro Eletricista (Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR) / Vitória da Conquista / Bahia / Brasil),
² Engenheira Eletricista (Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR) / Vitória da Conquista / Bahia / Brasil).
Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho da Unigrad de Vitória da Conquista-BA.

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo fazer um estudo de caso em um prédio no
município de Vitória da Conquista – BA propondo identificar, analisar e propor uma revisão
no plano de proteção de contra incêndio (PPRA), levando em consideração toda a estrutura
existente e as normas existentes, bem como as medidas de proteção e os procedimentos
necessários para a elaboração de um PPCI (Programa de Proteção e Combate ao Incêndio)
previstos segundo as normas técnicas. Para a realização deste estudo buscando alcançar os
objetivos relatados, foi utilizada uma pesquisa básica que consiste em um estudo de caso, que
visa estudar um caso ou sistema em particular, objetivando compreender o funcionamento ou
evolução destes. Teve o caráter descritivo, ou seja, descreveu todas as características Plano de
Prevenção Contra Incêndio. Além disso, é uma pesquisa de caráter qualitativo, pois o estudo
se remete à revisão bibliográfica, sem a utilização de medidas quantitativas e objetivas do
fenômeno. Conclui-se que no estudo de caso mostrado, ficou comprovado que para um
planejamento eficaz de um programa de proteção e combate a incêndio, devem ser utilizadas
as normas e todos os seus parâmetros para cada situação em si, sendo analisadas isoladamente
as necessidades de proteção em cada situação proposta, onde no estudo de caso o evidente foi
o uso de determinadas diretrizes para a projeção devida da situação.

Palavras-chave: Fogo. Incêndio. Qualidade de Projeto. Segurança contra incêndio.

ABSTRACT: FIRE PROTECTION PLAN (PPCI) IN A RESIDENTIAL BUILDING IN


MUNICIPALITY VITÓRIA DA CONQUISTA –BA. This paper aims to make a case study
in a building in Vitória da Conquista city - BA proposing to identify, analyze and propose a
revised security plan to fire (PPRA), taking into account all the existing structure and
standards, as well as the security measures and procedures necessary for the preparation of a
PPCI (protection Program and Fire Fighting) provided in accordance with the technical
standards. For this study seeking to achieve the goals reported, basic research was used
consisting of a case study, which aims to study a case or system in particular, in order to
understand the operation or development of these. We had the descriptive character, that is, all
described Prevention Plan features Fire. Moreover, it is a qualitative research because the
study refers to the literature review, without the use of quantitative and objective measures of
the phenomenon. We conclude that in the shown case study, it was proved that for effective
planning of a protection program and firefighting should be used standards and all its
parameters for each situation itself, and separately analyze the protection needs in each
situation proposed, where the case study was the apparent use of specific guidelines for proper
projection of the situation.

Keywords: Fire. Fire. Project quality. Fire safety.


1 INTRODUÇÃO

O incêndio tem-se registros desde os primórdios do desenvolvimento das sociedades,


a sua evolução. A sua evolução caminha junto ao crescimento econômico. As cidades tornam-
se campos de experimentação de tecnologias novas e de formas de apropriação dos espaços,
devido ao contínuo processo de desenvolvimento tecnológico e urbano (BONITES, 2007).
No meio de prejuízos causados por fenômenos como terremotos, furacões, erupções
vulcânicas, enchentes e dentre muitas outra, é possível dizer que o incêndio assola a todos
independentemente de condições geográficas, econômicas ou políticas, o incêndio na maioria
das vezes tem efeitos catastróficos, levando a danos irreparáveis e causando grandes perdas.
Infelizmente a proteção do patrimônio é determinada normalmente como uma ordem
de interesses econômicos e vem sendo priorizada. O negligenciamento a proteção da vida
humana não pode ser admitido em qualquer hipótese. Levando em consideração o que foi
dito, Neto (1995) nos relata que dentro do universo de Segurança Contra Incêndios em
Edificações Urbanas, existem dois aspectos que assumem um destaque especial: 1 - A
proteção da vida humana e 2 - A proteção dos bens (patrimônio).
Faz-se necessário que em cada empreendimento, seja residencial ou comercial,
possua um programa próprio de combate a incêndio e que o mesmo seja elaborado de acordo
as características desses locais e levando em consideração os indicativos das normas
apropriadas.
Portanto este trabalho é de suma importância para o município de Vitória da
Conquista – BA, já que o mesmo tem como temática a prevenção de incêndios residenciais no
município. O presente trabalho tem como foco principal a proposta de adoção do Plano de
Combate a Incêndio em um prédio residencial localizado em um bairro nobre no município,
sendo este plano elaborado de acordo as necessidades do empreendimento.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 FOGO
Segundo Poubel (2015) o fogo é resultado de uma reação química de oxidação no
qual ocorre o desprendimento de luz e calor. Podendo ainda afirmar que o fogo é a parte
visível de uma combustão. O fogo pode se apresentar fisicamente de duas maneiras diferente,
como chama ou como brasas, nas quais podem aparecer de forma isolada ou em conjunto.
Para que ocorra essa combustão é necessário que exista no mínimo dois elementos
que reajam entre si, assim como uma dada circunstancia que favoreça a reação.

Figura1 – Triângulo do fogo

Fonte: NETO (1995, p. 29)

Combustível – elemento que serve de campo de propagação do fogo. Podem ser


líquidos, sólidos ou gasosos (papel, madeira, gases, óleo).
Comburente – este elemento é o responsável por ativar e intensificar o fogo, tendo o
oxigênio como um dos mais comuns comburentes.
Calor – é o elemento responsável por dar início ao fogo, que mantém e incentiva a
propagação.

Fica afastada, portanto,a ideia instintiva de que só há fogo onde existe


continuidadeda chama original do incêndio. Pela transmissão do calorvários focos
podem surgir em pontosdiferentes da edificação.Em suma, toda vez que os
combustíveis, em presença dooxigênio, encontram calor, e somente calor,
transmitido porirradiação (de um prédio em chamas para outro); por convecção(por
meio de fumaça oriunda de outros pavimentos) oucondução (aquecimento de
esquadrias), em quantidadesuficiente para combustão, haverá a chama.Desta forma,
se a fumaça gerada por um incêndio no 4ºandar de um EAS for conduzida através
das escadas ou fossode elevadores até o 10º andar, encontrando condições
favoráveis,poderá gerar um novo foco de incêndio. Não será necessária
acontinuidade física da chama nem a proximidade dospavimentos. O calor, por
convecção, se suficientemente intenso,gerará novas chamas em todos os andares em
que o triângulodo fogo for fechado (NETO, 1995, p. 30).

Em edificações verticalizadas e muito próximas, Neto (1995) ainda afirma que segue
o mesmo raciocínio, que o incêndio pode ser transmitido de um pra outro sem que os mesmo
estejam ligados por elementos concretos, pois o calor que é gerado em um edifício em
chamas, poderá ser o suficiente para que se feche o triangulo através da irradiação, nos
estofado ou cortinas do edifício vizinho com uma distância a mais de dez metros.
2.2 INCÊNDIO

O incêndio pode ser descrito como a propagação rápida e violenta do fogo, levando a
danos materiais ou perda de vidas humanas, quando o mesmo foge do controle do homem.
Poubel (2015) ainda afirma que para ocorrer um aprimoramento no estudo e técnicas de
extinção de incêndios, foi necessário classificações para os incêndios quanto à proporção e
quanto ao combustível.

Quanto à proporção é a classificação que leva em conta a sua dimensão, intensidade,


e os meios empregados para extinção, são eles:
 Princípio de incêndio – considerado um evento de mínimas proporções que
requer para sua extinção um ou mais aparelhos extintores portáteis.
 Pequeno incêndio – este evento não apresenta risco imediato de propagação, e
pode ser extinto com facilidade. Para sua extinção é necessário pessoal como
bombeiros militares ou bombeiro profissional civil e material especializados.
 Médio incêndio – Apresenta um grande risco de propagação. Devido a sua
intensidade para sua extinção é necessário um socorro básico de incêndio (Corpo
de bombeiros).
 Grande incêndio – risco elevadíssimo de propagação e grande área atingida.
Para sua extinção é necessário mais de um socorro básico.
 Incêndios extraordinários – são eventos ocasionados por fenômenos da natureza
ou por bombardeiros.

Quanto ao combustível necessita determinar com precisão a classe do combustível


envolvido para que se possam determinar quais técnicas de combates deveram ser
empregadas, assim como, qual agente extintor e forma de emprego correta para utilizar. São
elas:
 Classe A – Materiais de fácil combustão, com a propriedade de queimarem sua
superfície e profundidade, deixando resíduos sólidos após a sua queima (cinzas).
 Classe B – Materiais que são considerados como combustíveis ou inflamáveis
que queimam somente em sua superfície e não deixam resíduos. São eles o
álcool, gasolina, etc.
 Classe C – Incêndios que ocorrem em equipamentos elétricos energizados.
Depois que os equipamentos são desenergizados, pode ser combatido por outro
tipo de classe, usualmente o da “classe A”.
 Classe D – São os que ocorrem em metais pirofóricos, como: alumínio,
magnésio, potássio, etc.

2.3 CONTEXTO HISTÓRICO BRASILEIRO

Historicamente é possível identificar inúmeros acidentes envolvendo incêndios em


prédios residenciais, causando importantes prejuízos financeiros e elevadas perdas humanas.
E ainda assim a sociedade não produziu uma política de proteção contra incêndios (FREIRE,
2009).
Em 1970 no estado de São Paulo ocorreram dois incêndios de grandes proporções
(Edifício Andraus e no Edifício Joelma) como mostra a tabela 1, ocasionando uma
repercussão internacional, fazendo com que a área de segurança contra incêndio ganhasse
impulso no país (ONO, 2007).

Tabela 1 - Principais incêndios ocorridos em edifícios altos na cidade de São Paulo.


Data do Edifício Número de Andares Vítimas
Incêndio pavimentos atingidos Fatais
13/01/1969 Grande Avenida 23 5º ao 18º 0
24/02/1972 Andraus 31 1º ao 19º 16
01/02/1974 Joelma 25 12º ao 25º 179
04/09/1978 Conjunto Nacional 26 1º ao 9º 0
09/04/1980 Secretaria da Fazenda 22 13º ao 14º 0
14/02/1981 Grande Avenida 23 1º ao 19º 17
03/06/1983 Scarpa 17 12º ao 13º 0
21/05/1987 Torres da CESP 21 e 17 Todos 2
Fonte: Ono (2007, p. 99)

A partir desses incidentes as autoridades e acadêmicos se sensibilizaram, resultando


numa extensiva compilação e sistematização de informações sobre segurança contra incêndios
na FAUUSP, pelo professor Teodoro Rosso e na criação do Laboratório de Ensaios de Fogo
no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo em 1976. Muitas das
normas e leis criadas a partir destes incidentes persistem até hoje, seguidas de diversas outras
com o intuito de evitar a deflagração e o surgimento do incêndio.
Inevitavelmente, pode-se falar que todo o ciclo de desastres que envolveram o
incêndiogerou ferramentas para a evolução da segurança contra incêndio como uma
necessidadeintrínseca aos espaços construídos. Haja vista as normas estabelecidas
no Brasil, comoas normas brasileiras ABNT NBR 9077:1993, ABNT NBR
14323:1999 e ABNT NBR14432:2001. Ainda assim, se percebe um maior
desenvolvimento nas tecnologias deengenharia que na arquitetura, tornando o
projeto arquitetônico uma ferramenta aindainsipiente na produção de espaços que
garantam, por si só, a segurança contra o fogo (BONITES, 2007, p.10).

É importante ressaltar que o projeto arquitetônico interfere tanto na segurança física


das vias de circulação horizontal e vertical, equipamentos mobiliários que compõe o interior
dos edifícios, assim como nos sistemas construtivos adotados para a fachada dos edifícios e
materiais e produtos de acabamento e revestimento. Ono (2007) afirma que as medidas
citadas tratam-se de medidas de proteção passiva contra incêndio, nas quais são aquelas que
se encontram incorporadas à construção da edificação e que possuem e mantêm suas
características quando se encontra em uma situação de incêndio. Já as medidas denominadas
como “proteção ativa”, são acionadas manualmente ou automaticamente, quando ocorre uma
situação de emergência, normalmente são constituídas de instalações elétricas prediais
(hidrantes, sistemas de chuveiros automáticos, e elétricas e hidráulicas, como detectores e
alarmes de incêndio).
É de extrema importância que se faça uma composição entre as medidas normativas
e a concepção do projeto arquitetônico, para que o fator segurança seja potencializado nas
edificações ocorrendo assim a proteção estrutural, de bens e na salvaguarda de vidas, quando
aliados aos aspectos habitáveis. Só assim a arquitetura de segurança contra incêndio atuara
como medida passiva, o que irá uma possível recuperação da edificação, segurança dos bens e
a integridade das pessoas.

2.4 PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO (PPCI)

De acordo com Freire (2009), entendesse por Plano de prevenção contra incêndio
(PPCI) um tipo de programa quem tem como objetivo restringir a probabilidade de incêndio,
ou seja, reduzindo os danos materiais, minimizando a propagação do fogo e protegendo a vida
dos ocupantes de edificações.
O PPCI é um conjunto de documentos que compõe um processo de prevenção contra
incêndio.
2.5 DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE TRABALHO

Para a realização deste estudo buscando alcançar os objetivos relatados, foi utilizada
a seguinte metodologia:
Quanto à natureza trata-se de uma pesquisa básica que consiste em um estudo de caso, que
visa estudar um caso ou sistema em particular, objetivando compreender o funcionamento ou
evolução destes.
Quanto aos objetivos foram de caráter descritivo, ou seja, irá descrever todas as características
Plano de Prevenção Contra Incêndio. Além disso, terá o enfoque no método exploratório, em
que será observado e analisado por meio de estudos teóricos científicos e revisões
bibliográficas (teses de doutorado, teses de mestrados, artigos, periódicos).
Tipo de pesquisa quanto a abordagem a pesquisa a ser apresentada tem caráter qualitativo,
pois o estudo se remete à revisão bibliográfica, sem a utilização de medidas quantitativas e
objetivas do fenômeno.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O estudo de caso trata-se de um prédio residencial com área total de 703m² e 11m de
altura, três pavimentos sendo quatro apartamentos por andar, exceto o térreo que possui dois,
e um terraço para lazer.
A Figura 2 mostra uma parte da tabela C.1 – Cargas de incêndio específicas por
ocupação disponível no anexo C normativo da norma NBR 14276:2006, os valores
encontrados são equivalentes à medida em metro quadrado da edificação.
Levando em consideração o empreendimento que é de uso residencial e sua
descrição é de apartamentos, se enquadra na divisão A-2 cuja carga de incêndio é de 300
MJ/m², sendo o grau de risco baixo. Assim, para formular o PPCI – Plano de Prevenção
Contra Incêndio, é necessário consultar o Decreto municipal, como a cidade não possui,
utiliza-se o da capital como base, então de acordo o Decreto Municipal de Salvador Nº 23.252
de 18 de Setembro de 2012 no artigo 7º do capítulo III que classifica as edificações, a
representada no estudo de caso se enquadra no parâmetro de edificações com altura inferior a
12m (doze metros) e área construída igual ou inferior a 750m² (setecentos e cinquenta metros
quadrados), do grupo B e todas divisões, deverá ser feito o plano de acordo a Tabela I da
NBR 9077 que está transposta no decreto.
De acordo a tabela, o enquadramento para segurança contra incêndio e pânico, exige
que os dispositivos de proteção contra incêndio e pânico sejam:
 Extintores
 Saídas de Emergência
 Sinalização de Segurança
 Iluminação de Emergência
 Central de Gás

Figura 2: Parte da Tabela C.1 – Cargas de incêndio específicas por ocupação

Fonte: Anexo C (Normativo) Da NBR 14276 / 2006

Segundo as definições disponíveis na norma NBR 12693, a edificação em estudo se


caracteriza como risco baixo por possuir a carga de incêndio específica ate 300 MJ/m². Por se
tratar de edifício residencial que possui equipamentos dos mais diversos, então o ideal é
utilizar extintor de classe ABC, até para evitar erros por parte dos moradores em questões de
pânico e usar um extintor classe B (que serve para combater gases inflamáveis) em materiais
elétricos por exemplo. Ainda de acordo a norma para cada pavimento, devem ficar expostas
em local visível com sua alça em altura máxima de 1,60m do chão, duas unidades extintoras
de pó ABC, cuja capacidade extintora deve ser de no mínimo 2A:20B:C de 4kg

3.1 EXTINTORES

No prédio em questão estão disposto 01 extintor por andar do tipo ABC, a norma
responsável para o dimensionamento de extintores quanto ao tipo de edificação é a NBR
12693/2010. A partir dessa norma tem-se as funcionalidades dos extintores portáteis a fim de
estabelecer as condições exigíveis a execução do projeto e posteriormente a instalação desses
sistemas de proteção tendo como base o uso desses extintores.
Considerando as questões de localização dos extintores manuais, a adequação é:
- A distância máxima para o alcance do operador que deverá ser de 20m;
- A posição da alça de manuseio não deve exceder 1,60m do piso acabado;
- A base do extintor deve ficar na distância de no mínimo 0,10m do piso acabado;

A Figura 3 exemplifica essas considerações do posicionamento dos extintores portáteis.

Figura 3: Dimensões para instalação dos extintores.

Fonte: Adaptado da Norma NBR 12693 / 2010

No prédio em questão os extintores atendem a NBR 12693/2010 tópico 7.2.1 no qual


diz respeito a capacidade extintora e distribuição para o risco de classe A baixo. Sendo os
extintores de capacidade extintora 2-A atendendo a capacidade mínima e distância máxima a
ser percorrida de 25 m sendo essa atendendo com margem de segurança. O único problema
foi no andar térreo no qual a uma obstrução dentro do perímetro mínimo permitido, como
mostra a figura 4.
Figura 4: Extintor térreo

Fonte: Os autores

3.2 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

A norma responsável pelo dimensionamento das saídas de emergência é a NBR 9077


/ 2001 que substituiu a anterior de 1993. Essa norma descreve as sinalizações e rotas de fugas,
procurando garantir que a população dos edifícios que a utilizarem, possam abandonar o local
em caso de incêndio com total proteção além de visar garantir o fácil acesso de bombeiros
para o combate aos focos de incêndio e retirada da população com total segurança.
Essa norma indica que para qualquer caso as larguras mínimas das saídas de
emergência devem ser de 1,10m para duas unidades de passagem e de 0,55m para as
ocupações em geral.
Como trata-se de um prédio com 03 pavimentos com apenas 04 apartamento por
andar e 02 no térreo, sendo a saída de fácil acesso através de escadas que levam ao hall de
entrada que irá dá acesso as vias públicas, como mostra a Figura 5.
Figura 5: Hall de Entrada e garagem.

Fonte: Os autores

3.3 SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Para o dimensionamento dessas sinalizações, deve-se levar em consideração as


normas NBR 13434 – 1 / 2004 e a NBR 13434 – 2 / 2004. Essas normas descrevem como
proceder ao instalar as placas de sinalização, indicando as cores, dimensões e distâncias
mínimas e máximas em cada local para ficarem sempre visíveis ao indivíduo.
O dimensionamento das placas deve ser de acordo os valores indicados na Tabela 1
da Norma NBR 13434 – 2 / 2004, adotando a distância máxima de visualização de 10m,
sendo as placas redondas (para proibição) com diâmetro de 252mm, as triangulares (para
alerta) com 340mm de largura, as quadradas (orientação, salvamento e equipamentos) com
224mm de lado e as retangulares (orientação, salvamento e equipamentos) com 158mm de
altura e o dobro para largura.
A Figura 6 indica as dimensões das placas de sinalização que é mostrada na Tabela 1
da Norma NBR 13434 – 2 / 2004.
Figura 6: Dimensões das placas de sinalização

Fonte: Norma NBR 13434 – 2 / 2004

Em caso de edifícios residenciais, algumas placas de sinalização necessárias, foram


exemplificadas na Tabela 2, de acordo forma e tipo, com sua devida indicação para a
necessidade.

Tabela 2: Placas de sinalização de emergência usuais em edifícios residenciais (adaptada da norma NBR 13434 –
2 / 2004)

CÓDI DIMENSION SINALI


SÍMBOLO SIGNIFICADO FORMA ECOR APLICAÇÃO LETRA
GO AMENTO ZAÇÃO

SÍMBOLO: CIRCULAR TODO LOCAL ONDE O D= 303 MM ______ PROIBIÇ


PROIBIDO FUNDO: BRANCA FUMO ÃO
1 FUMAR PICTOGRAMA: PRETA POSSA AUMENTAR O
FAIXA CIRCULAR E RISCO
BARRA DE INCÊNDIO
DIAMETRAL:
VERMELHAS
2 SIMBOLO : CIRCULAR TODOLOCAL ONDE A D= 303 MM ______ PROIBIÇ
PROIBIDOPRO FUNDO : BRANCA UTILIZAÇÃO DA CHAMA ÃO
DUZIR CHAMA PICTORAMA: PRETA PODE AUMENTAR O RISCO
FAIXA CIRCULAR E DE INCÊNDIO.
BARRA DIAMETRAL: (PRÓXIMO A CASA DE GÁS,
VERMELHAS POR EXEMPLO)

SIMBOLO : PRÓXIMOAS INSTALAÇÕES


CUIDADO, TRIANGULAR ELÉTRICAS QUE
3 RISCODE FUNDO : AMARELA OFERECEM RISCO DE
CHOQUE PICTORAMA: PRETA CHOQUE. (QUADRO DE
______
ELÉTRICO FAIXA TRIANGULAR: DISTRIBUIÇÃO DE
PRETA ENERGIA)

L= 408 MM
ALERTA
SIMBOLO :
CUIDADO,
TRIANGULAR
RISCO DE PRÓXIMO A LOCAIS ONDE
FUNDO : AMARELA
4 EXPOSIÇÃO A
PICTORAMA: PRETA
HOUVER PRESENÇA DE ______
PRODUTOS PRODUTOS TÓXICOS
FAIXA TRIANGULAR:
TÓXICOS
PRETA

INDICAÇÃO DOSENTIDO
(ESQUERDA OU DIREITA)
DE UMA SAÍDA DE ORIENT
EMERGÊNCIA, AÇÃOE
5 ESPECIALMENTE PARA
190 MM ______
SALVA
SER FIXADO EM COLUNAS MENTO
.DIMENSÕES MÍNIMAS :
L=1,5H

SIMBOLO : INDICAÇÃO DOSENTIDO


RETANGULAR (ESQUERDA OU DIREITA) ORIENT
FUNDO : VERDE DE UMA SAÍDA DE AÇÃOE
6 PICTORAMA: EMERGÊNCIA
190 MM ______
SALVA
FOTOLUMINESCENTE DIMENSÕES MÍNIMAS : MENTO
L=2,0 H
SAIDA DE
EMERGÊNCIA

INDICAÇÃODE UMA SAÍDA


ORIENT
DE EMERGÊNCIA A SER
AÇÃOE
7 AFIXADA ACIMA DA 190 MM ______
SALVA
PORTA PARA INDICAR O
MENTO
SEU ACESSO.

SIMBOLO : INDICAÇÃODA SAÍDA DE


RETANGULAR EMERGÊNCIA, UTILIZADA ORIENT
FUNDO : VERDE COMO AÇÃOE
8 MENSAGEM "SAÍDA" E COMPLEMENTAÇÃO DO
190 MM 100 MM
SALVA
PICTOGRAMA: PICTOGRAMA MENTO
FOTOLUMINESCENTE FOTOLUMINESCENTE

SIMBOLO : QUADRADO
FUNDO : VERMELHA INDICAÇÃODE EQUIPA
EXTINTOR DE
9 INCÊNDIO
PICTOGRAMA: LOCALIZAÇÃO DE L =268 MM ______ MENTO
FOTOLUMINESCENTE EXTINTORES S

COMANDOMA SIMBOLO : QUADRADO PONTO DE ACIONAMENTO L =268 mm ______ EQUIPA


9 NUAL DE FUNDO : VERMELHA DE ALARME DE INCÊNDIO . MENTO
ALARME PICTOGRAMA: S
FOTOLUMINESCENTE
SINALIZAÇÃO
DE SOLO FUNDO:
USADO PARA INDICAR A
PARA VERMELHO
LOCALIZAÇÃO DOS
EQUIPAMENT (0,70 M X
EQUIPAMENTOS DE
10 OS DE ________
COMBATE A INCÊNDIO E
0,70 M) ___ ___
COMBATE A BORDA:
ALARME, PARA EVITAR A
INCÊNDIO AMARELA
SUA OBSTRUÇÃO
(HIDRANTES E (L=0,15 M)
EXTINTORES)

Fonte: Adaptado da Norma NBR 13434 – 2 / 2004

Foi observado que o prédio não possui sinalização de emergência o que poderia
dificultar a saída do mesmo em caso de incêndio.

3.4 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Para o planejamento de iluminação de emergência de determinado empreendimento,


faz-se necessário consultar a norma especifica ao assunto, cuja normativa é NBR 10898 /
1999.
É importante que sejam considerados os tipos de sistemas que essa normativa aceita,
tais como o conjunto de blocos autônomos (instalação fixa), sistema centralizado com
baterias, sistema centralizado com grupo motogerador, equipamentos portáteis com a
alimentação compatível com o tempo de funcionamento garantido, sistema de iluminação fixa
por elementos químicos sem geração de calor e atuado a distância, sistemas fluorescentes à
base de acumulação de energia de luz ou ativados por energia elétrica externa, sendo este
último sistema o mais utilizado, pois trata-se de luminárias com bateria que carrega na energia
elétrica, na falta da energia o sistema ativa o consumo através da bateria, ativando assim as
luminárias.
Para a utilização das luminárias além de obedecer às normas pertinentes, devem
obedecer aos requisitos mínimos como resistência ao calor e ausência de ofuscamento.
A Tabela 3 mostra os níveis para a intensidade máxima a fim de evitar o
ofuscamento quando as luminárias acenderem.

Tabela 3: Intensidade máxima para evitar o ofuscamento


Altura do ponto de luz em Intensidade máxima do Iluminância ao nível
relação ao nível do piso ponto de luz do piso
m² Cd cd/m²
2,0 100 25
2,5 400 64
3,0 900 100
3,5 1600 131
4,0 2500 156
4,5 3500 173
5,0 5000 200
Fonte: Normativa NBR 10898 / 1999

Os valores indicados na tabela devem ser analisados de acordo a altura do


empreendimento, e respeitando também os possíveis obstáculos que possam bloquear a
iluminação.
Foi observado que o prédio não atende neste quesito da norma, não possuindo
sinalizações de emergência.

3.5 CENTRAL DE GÁS

A norma NBR 13523 / 1995 é a responsável pelas condições de armazenamento de


gás liquefeito de petróleo em centrais prediais de GLP. Nessa norma são mostradas as
condições gerais para armazenamento, algumas delas são: O GLP não pode ser canalizado em
fase líquida no interior das edificações, as tubulações devem ser identificadas através de
pintura, sendo a cor amarela para centrais com recipientes transportáveis, a cor branca com as
conexões em amarelo para fase gasosa e por fim na cor branca com as conexões em laranja
para a fase líquida.
Existem condições específicas indicadas na norma para a questão das centrais com
recipientes transportáveis, para isso deve seguir uma regra de acordo o peso em quilograma
(kg) do gás, a fim de saber o afastamento em metros (m).
Na Figura 6 é mostrada uma tabela que relaciona o peso (kg) do GLP com o
afastamento (m) que deverá seguir de um recipiente para outro.
Segundo a norma, é recomendado que essas centrais sejam localizadas na parte
exterior do empreendimento e que também sejam inspecionadas através das normas de
segurança e combate a incêndio, como forma de prevenção a possíveis danos, sendo
sinalizada com placas chamativas indicando perigo e que possua extintor de incêndio próximo
ao local.
Figura 6: Afastamento de recipientes transportáveis de GLP

Fonte: Norma NBR 13523 / 1995

Neste quesito como mostra a Figura 8 foi observado que atende todas as
especificações da norma tais como:
 Afastamento de recipiente pois só existe 01 no local.
 Recipiente possui cor branca com as conexões amarelas para fase gasosa.
 Está localizada na parte exterior do empreendimento próximo a porta de saída
(garagem).
 Está devidamente sinalizado.

Figura 8: Sinalização da central de gás

Fonte: Os autores
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo evidenciou os principais pontos para o planejamento de um


programa de proteção e combate a incêndio (PPCI). Teve como objetivo central uma análise
do programa de combate a incêndio em um edifício localizado em um bairro nobre no
município de Vitória da Conquista – BA e propor uma revisão no PPCI adotado nesse prédio
para que se possa ter uma melhor compreensão de todo processo envolvido na sua
implantação, assim como, contribuir para a prevenção de incêndio no prédio em questão.
Nessa análise foram observados também alguns itens que se encontram em
desacordo com a norma. De acorda com avaliação dos itens o extintor de incêndio que tem
sua demarcação mínima obstruída, pode ser facilmente corrigido por meio de sinalização no
solo, para que área exigida mínima no seja obstruída.
É possível concluir nesse estudo de caso que a maior dificuldade encontrada é a falta
de iluminação de emergência e sinalização de emergência, pois são itens de preservação a
vida e são de suma importância e que devem ser levados em consideração.
Por fim de acordo com as normas existentes e explanadas no artigo, foi observado
que o prédio possui apenas itens básicos no seu PPCI, apenas os que são exigidos pelos
corpos de bombeiros.
Com o estudo de caso mostrado, ficou comprovado que para um planejamento eficaz
de um programa de proteção e combate a incêndio, devem ser utilizadas as normas e todos os
seus parâmetros para cada situação em si, sendo analisadas isoladamente as necessidades de
proteção em cada situação proposta, onde no estudo de caso o evidente foi o uso de
determinadas diretrizes para a projeção devida da situação.
REFERÊNCIAS

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Estruturado em Aço. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal
de Minas Gerais. Minas Gerais, 2007.

DUARTE, D., LEITE, M. S., PONTES, R. Gerenciamentos dos Riscos de Incêndios.


Artigo (Programa de Pós Graduação em Engenharia da Produção) – Universidade Federal de
Pernambuco. Recife, S.D.
FREIRE, C. D. R. Projeto de Proteção Contra Incêndio (PPCI) de um Prédio Residencial
no Centro de Porto Alegre. Dissertação (Monografia do curso de Engenharia de Segurança
do Trabalho) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2009.

JÚNIOR, I. A. Análises de Risco de Incêndio em Espaços Urbanos Uma Abordagem no


Bairro do Recife. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) – Universidade
Federal de Pernambuco - Recife, 2002.

NETO, M. A. L. Condições de Segurança Contra Incêndios. Série Saúde e Tecnologia


(Texto de Apoio a Programação Física dos Estabelecimento Assistenciais de Saúde). Brasília,
1995.

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Normas Brasileiras. NBR 13434 – 2 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico.


Parte 2: Símbolos e suas formas, dimensões e cores. 2004

Normas Brasileiras. NBR 13434-1 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico. Parte
1: Princípios de projeto. 2004

Normas Brasileiras. NBR 13523 Central predial de gás liquefeito de petróleo. 1995

Normas Brasileiras. NBR 14276 Brigada de incêndio – requisitos. 2006

Normas Brasileiras. NBR 9077 Saídas de emergência em edifícios. 2001


ONO, R. Parâmetros para garantia da qualidade do projeto de Segurança Contra
Incêndio em Edifícios Altos. Artigo – Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente
Construído, 2007.

ONO, R. Proteção do Patrimônio Histórico-cultural Contra Incêndios em Edificações de


Interesse de Preservação. Artigo – FAUSP. Rio de Janeiro, 2004.

POUBEL, M. M. Proteção Contra Incêndios e Explosões (1º Módulo). Especialização em


Segurança do Trabalho T-3. UNIGRAD. Vitória da Conquista, 2015.

SILVA, V. P., FILHO, H. S. Índice de Segurança Contra Incêndio para Edificações.


Artigo – Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, 2007.
ANEXOS

Anexo A: Tabela C.1 – Cargas de incêndio específicas por ocupação


Anexo B: Tabelas de Sinalização – NBR 13474 - 2

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