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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


PRÓ-REITORIA (...)
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS, DA TERRA E ENGENHARIAS – ICETE
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

INSTALAÇÕES HIDRÁULICAS DE COMBATE E


PREVENÇÃO A INCÊNDIO

Barra do Piraí, 2017


1. INTRODUÇÃO

Inicialmente, o fogo intimidou o homem devido à falta de controle, porém


mais tarde se tornou um elemento essencial ao desenvolvimento tecnológico.
Na pré-história, o homem começou a dominá-lo e a utilizar o fogo para as mais
variadas atividades, dando seu primeiro passo em direção às grandes
conquistas, desenvolvendo também práticas de prevenção e combate a
incêndios. Atualmente, passado milhares de anos, o fogo continua como uma
ferramenta poderosa em nosso cotidiano. Entretanto, de tempos em tempos,
normalmente por descuido, ainda age como agente destrutivo de bens
materiais e de vidas, passando a ser chamando de incêndio (BAGETTI, 2015;
GOMES, 2014; BECKER, 2014).
Visando se proteger, ao longo dos anos uma série de medidas foram
sendo adotadas, juntamente com o desenvolvimento de novos equipamentos e
novas legislações com constantes atualizações, tornando-as casa vez mais
exigentes. Infelizmente, o início da preocupação com relação à segurança nas
edificações em geral deu-se após grandes incêndios em prédios, como o das
Lojas Americanas (1973) e das Lojas Renner (1976) em Porto Alegre, dos
edifícios Andraus (1972) e Joelma (1974) em São Paulo e, mais recentemente,
na Boate Kiss (2013) em Santa Maria, que causaram inúmeras perdas de vidas
humanas, patrimônios e materiais (GOMES, 2014; BECKER, 2014). Indústrias
e instalações já existentes estão tendo que investir para cumprir e atender as
exigências, já quando se trata de uma nova construção, os projetos de
proteção e combate a incêndio devem ser considerados e tratados com a
mesma atenção dos demais projetos da construção, buscando atender todas
as normas e recomendações necessárias (BAGETTI, 2015).
Para cada tipo de edificação existe uma proteção mínima recomendada,
tudo depende do tipo de construção ou instalação, e qual será a ocupação e
utilização do ambiente, muitas vezes essa proteção é mal projetada, pois
dependendo do tipo de proteção necessária o custo se torna elevado, e os
proprietários acabam por não investir na proteção adequada. Vale a pena
ressaltar a importância da manutenção do sistema de combate a incêndio, pois
não adianta existir um sistema instalado, bem dimensionado, e na hora que for
necessário a utilização do mesmo, ele não atuar de forma eficiente (BAGETTI,
2015).
Tem-se atualmente uma enorme quantidade e variedade de normas e
leis que devem ser cumpridas, tanto em nível federal como estadual e mesmo
municipal, sobre os mais variados tipos de edificações, que detalham todos os
equipamentos necessários, condutas no momento do incêndio, manutenção,
bem como cuidados especiais já na elaboração de projetos e construção. E é
nesse momento que entra a nossa contribuição para a sociedade como
profissionais, quando se assume a responsabilidade de organizar todo o
Projeto de Prevenção e Combate à Incêndio (PPCI), com toda a sua
abrangência, buscando ao máximo prevenir qualquer incidente e, no caso do
mesmo ocorrer, minimizar as perdas materiais e evitar as humanas (GOMES,
2014).
No entanto, vale salientar que a consciência da importância da
prevenção de incêndios não deve ser apenas dos profissionais ligados à área,
como arquitetos, engenheiros, bombeiros e profissionais da saúde, mas ser
inerente a todos, sendo vitais campanhas com ênfase em conhecimentos
básicos (os riscos do fogo, os perigos de brincadeiras com fogos de artifícios e
balões, riscos elétricos, riscos dos produtos químicos domésticos, entre outros)
e treinamento básico (uso correto de extintores, mangotinhos, formas de
propagação do fogo, procedimento de emergência, rotas de fuga, etc.)
(GOMES, 2014).
O presente trabalho teve como objetivo estudar as instalações
hidráulicas preventivas de combate a incêndio.
2. DEFINIÇÃO DE FOGO

O fogo é o resultado de uma reação química, denominada combustão,


que se caracteriza pelo desprendimento de luz e calor. Essa reação de
combustão só acontece se houver a presença simultânea de três elementos
essenciais, em suas devidas proporções: combustível, calor e um comburente

(oxigênio do ar). Esses elementos formam a clássica figura do Triângulo do


Fogo (Figura 1).
Figura 1: Triângulo do Fogo

a) Combustível

É o elemento que, ao mesmo tempo em que alimenta o fogo, serve de


campo de propagação para o mesmo. São todas e quaisquer substâncias
sólidas, líquidas ou gasosas que, após atingir uma temperatura de ignição,
combinem quimicamente com outra, gerando uma reação exotérmica,
liberando calor e luminosidade. Os materiais orgânicos são todos combustíveis.
Já os inorgânicos apenas alguns. A combustibilidade de um corpo depende de
sua maior ou menor facilidade de combinação com o oxigênio, sob ação do
calor.

b) Comburente

Trata-se do oxigênio existente no ar atmosférico. É o elemento ativador


do fogo, que dá vida às chamas e intensifica a combustão, tanto que em
ambientes pobres em oxigênio o fogo não tem chamas e em ambientes ricos
em oxigênio as chamas são intensas, brilhantes e de altas temperaturas.
Normalmente, o oxigênio está presente no ar a uma concentração de 21%.
Quando esta concentração é inferior a 15%, não haverá combustão.

c) Calor

É o elemento que serve para dar início ao fogo, para mantê-lo e


incentivar sua propagação. Pode ser resultado da ação da luz solar, queda de
meteoros, raios, curtos-circuitos em redes elétricas ou mesmo de descuidos
humanos, como pontas de cigarros, aparelhos aquecedores, velas acesas,
fósforos, etc.

Essa representação mais famosa do fogo pelo triângulo nada mais é do


que uma representação didática. Na realidade, existe ainda um quarto
elemento, sem o qual o fogo não se mantém: a reação química em cadeia.
Portanto, uma representação mais adequada é a do Quadrado ou Quadrilátero

Figura 2: Quadrado ou Quadrilátero do Fogo


do Fogo (Figura 2).

d) Reação Química em Cadeira

É do que a transferência de energia de uma molécula em combustão


para outra intacta. Os combustíveis, após entrarem na fase de combustão,
geram mais calor. Esse calor vai gerar o desprendimento de mais gases
combustíveis que, novamente, combinados com o oxigênio do ar, darão
continuidade à reação de combustão. Deste modo, tem-se uma reação em
cadeia, com uma transformação gerando outra transformação [5].

2.1. Métodos de Extinção do Fogo


Como citado anteriormente, a condição imprescindível para ocorrer o
surgimento do fogo é a união dos elementos combustível, oxigênio e calor. A
extinção se dá quando se elimina um desses elementos ou se interrompe o
processo de reação química em cadeia, impedindo que o fogo continue. Têm-
se quatro métodos básicos de extinção.

2.1.1. RESFRIAMENTO

Consiste em retirar ou diminuir o calor do material incendiado, até o


ponto em que não libere mais vapores que reajam com o oxigênio, impedindo o
avanço do fogo. É o processo mais usado. Exemplo: uso de água .
[5,7]

2.1.2. ABAFAMENTO

Consiste em impedir ou diminuir o contato do oxigênio com o material


combustível. Não havendo concentração suficiente de comburente no ar para
reagir (concentração de O2 < 15%) não haverá fogo. Exemplos: cobertura total
do corpo em chamas, fechamento hermético do local, emprego de areia, terra,
etc. Como exceções, existem materiais que possuem oxigênio em sua
composição, como os peróxidos orgânicos e a pólvora .
[5, 7]

2.1.3. ISOLAMENTO

Consiste na retirada, diminuição ou interrupção do material (combustível)


não atingido pelo fogo, com suficiente margem de segurança, para fora do
campo de propagação do fogo. Exemplos: interrupção de vazamento de um
liquido combustível, realização de aceiro em incêndios florestais, retirada
manual do material, fechamento de válvula de gás, etc [5, 7]
.

2.1.4. INTERRUPÇÃO DA REAÇÃO QUÍMICA EM CADEIA

Consiste em utilizar determinadas substâncias que têm a propriedade de


reagir com algum dos produtos intermediários da reação de combustão,
evitando que esta se complete totalmente. Pode-se impedir que materiais
combustíveis e comburentes se combinem colocando-se materiais mais
reativos e menos exotérmicos na queima. Exemplos: bicarbonato de sódio,
bicarbonato de potássio, etc.

2.2. Conceitos de Incêndio

Pela NBR 13860, tem-se que: “incêndio é o fogo fora de controle”. Pela
Internacional ISO 8421-1, tem-se que: “incêndio é a combustão rápida
disseminando-se de forma descontrolada no tempo e espaço”.
Sabe-se que sempre será um dever dos profissionais da engenharia
prevenir e lutar contra aquilo que ameaça bens materiais e vidas.
Como resultado da queima de combustíveis, o incêndio produz:

a) gases;
b) chamas;
c) calor;
d) fumaça.

Todas estas substâncias são altamente prejudiciais e ameaçadoras da


saúde humana, podendo provocar queimaduras, irritação nos olhos e lesões ao
aparelho respiratório decorrente dos gases liberados (monóxido de carbono,
amoníaco, etc.) [5].

2.2.1. MÉTODOS DE PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO

A proteção contra incêndio junta prevenção, combate a incêndio,


salvamento e proteção. A prevenção de incêndio é a ciência que estuda todas
as medidas planejadas antes de ocorrer um incêndio, com vistas a evitar ou
minimizar os efeitos deste.
Existem dois métodos de proteção contra incêndio, são eles: proteção
passiva e proteção ativa.

2.2.1.1. Proteção Passiva


É a que faz parte do projeto. É implantada durante a construção da
edificação, tendo como objetivo a propagação do fogo e reduzir as
consequências do incêndio.
A proteção passiva apresenta como itens principais o controle de
propagação do fogo por compartimentação, controle de ventilação, proteção da
estrutura através do comportamento dos materiais em relação ao fogo.

2.2.1.2. Proteção Ativa

É aquela que permite detectar e combater fogo, e exige manutenção e


conservação. Bem como treinamento de pessoas.
As instalações hidráulicas se encaixam como medidas de proteção ativa,
também chamadas de medidas de combate, agindo através de sistemas e
equipamentos que devem ser acionados e operados, de forma manual ou
automática, para combater o foco de fogo, com o objetivo de extingui-lo ou, em
último caso, mantê-lo sob controle até sua auto-extinção.

2.2.2. CLASSES DE INCÊNDIO

Através do artigo 82 do Código de Segurança contra Incêndio e Pânico


do Rio de Janeiro, a norma NR 23 da Portaria nº 3214 do Ministério do
Trabalho e a Circular nº 6, de março de 1992, do Instituto de Resseguros do
Brasil, a natureza do fogo segue uma divisão em quatro classes

2.2.2.1. Classe “A”

Fogo em combustíveis sólidos como, por exemplo, madeiras, papel,


tecido, borracha, etc. É caracterizado pelas cinzas e brasas que deixa como
resíduos, sendo que a queima acontece na superfície e em profundidade. O
melhor método de extinção é o resfriamento, sendo os agentes extintores que
podem ser usados são a água e PQS.

2.2.2.2. Classe “B”

Fogo em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis, como, por


exemplo, gasolina, óleo, querosene, GLP, etc. É caracterizado por não deixar
resíduos e queimar apenas na superfície exposta. O melhor método de
extinção é por abafamento, sendo os agentes extintores que podem ser usados
são a espuma e o PQS. Não se deve usar a água.

2.2.2.3. Classe “C”

Fogo em materiais e equipamentos energizados, como, por exemplo,


motores, transformadores, geradores, etc. É caracterizado pelo risco de vida
que oferece, sendo importante nunca usar extintor de água. O melhor método
de extinção é por interrupção da reação em cadeia ou por abafamento, com o
uso de extintores de PQS e CO 2. O extintor de CO2 é o mais indicado por não
deixar resíduos que danifiquem os equipamentos.

2.2.2.4. Classe “D”

Fogo em metais combustíveis, como, por exemplo, magnésio, selênio,


antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio e zircônio,
etc. É caracterizado pela queima em altas temperaturas e por reagir com
agentes extintores comuns, principalmente se contem água. O melhor método
de extinção é por abafamento, com o uso de extintores de pó químico seco
especial (PQSE) [5, 7].

Existem algumas classes especiais adotadas por normas internacionais


e pouco conhecidas ainda no Brasil:

2.2.2.5. Classe “K”

Fogo envolvendo óleo vegetal e gordura animal, tanto no estado sólido


ou liquido, tendo como exemplo de ambientes as cozinhas comerciais ou
industriais. O melhor método de extinção é por abafamento e também nunca se
deve usar água. Esta classe possui agente extintor especial para sua classe,
com alto custo.

2.2.2.6. Classe “E”


Fogo envolvendo material radioativo e químico em grandes proporções,
sendo necessário equipamentos e equipes altamente treinadas [5].

3. LEGISLAÇÕES DE COMBATE A INCÊNDIO

Para elaboração dos projetos de prevenção e combate a incêndio,


devem-se seguir normas, leis, padrões e recomendações, então a será citado
algumas que são de extrema importância para ser ter um bom resultado e uma
garantia de proteção.
Pode-se observar uma hierarquia, que ao mesmo tempo representa o
crescente grau de detalhamento e especificidade das regras de
dimensionamento dos vários sistemas componentes dos PPCIs:

 1º Constituição Federal
 2º Constituição Estadual;
 3º Lei Estadual;
 4º Decretos Estaduais;
 5º Normas citadas pelo Decreto;
 6º Leis e Decretos Municipais;
 7º Portarias, Instruções Técnicas e Pareceres do Corpo de Bombeiros.

Código de Obras é o conjunto de leis municipais que controla o uso do


solo urbano. Dentro do Código de Obras, estão inclusos artigos detalhando
procedimentos e normas a serem seguidos para elaboração de Projetos de
Prevenção e Combate a Incêndio (PPCIs) e também o cumprimento das leis
municipais e estaduais para aprovação dos mesmos.
3.1. Legislações Aplicáveis para Instalações Hidráulicas de Combate a

Incêndio para Barra do Piraí-RJ

3.1.1. NBR 13714 - SISTEMAS DE HIDRANTES E DE MANGOTINHOS

PARA COMBATE A INCÊNDIO

O objetivo desta Norma fixa as condições mínimas exigíveis para


dimensionamento, instalação, manutenção, aceitação e manuseio, bem como
as características, dos componentes de sistemas de hidrantes e de
mangotinhos para uso exclusivo de combate a incêndio.

3.1.2. NBR 10897 - PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIO POR CHUVEIRO

AUTOMÁTICO

O objetivo desta Norma fixa as condições mínimas exigíveis para


projeto, cálculo e instalação de sistemas hidráulicos de proteção contra
incêndio, por chuveiros automáticos para edificações, bem como determina as
dimensões e adequação dos abastecimentos de água para o suprimento
exclusivo destes sistemas.

3.1.3. DECRETO Nº 897, DE 21 DE SETEMBRO DE 1976

Código que regulamenta o Decreto-lei nº 247, de 21-7-75, e fixa os


requisitos exigíveis nas edificações e no exercício de atividades, estabelecendo
normas de Segurança Contra Incêndio e Pânico, no Estado do Rio de Janeiro,
levando em consideração a proteção das pessoas e dos seus bens.

3.1.4. DECRETO-LEI Nº 247, DE 21 DE JULHO DE 1975

Compete ao Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro, o estudo,


o planejamento, a fiscalização e a execução das normas que disciplinam a
segurança das pessoas e dos seus bens, contra incêndio e pânico em todo o
Estado do Rio de Janeiro, na forma do disposto neste Decreto-Lei e em sua
regulamentação.
3.1.5. CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES DE BARRA DO PIRAÍ

Estabelece parâmetros para aprovação de projetos e concessão de


licença para qualquer construção, reconstrução, reforma, modificação,
ampliação ou demolição, de obras de qualquer natureza em todo o município.

3.1.6. DEMAIS LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS

 NBR 10898 - Sistemas de Iluminação de Emergência;


 NBR 11742 - Porta Corta-fogo para Saída de Emergência;
 NBR 12615 - Sistema de Combate a Incêndio por Espuma.
 NBR 12692 - Inspeção, Manutenção e Recarga em Extintores de
Incêndio;
 NBR 12693 - Sistemas de Proteção por Extintores de Incêndio;
 NBR 13434: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico -
Formas, Dimensões e cores;
 NBR 13435: Sinalização de Segurança contra Incêndio e Pânico;
 NBR 13437: Símbolos Gráficos para Sinalização contra Incêndio e
Pânico;
 NBR 13523 - Instalações Prediais de Gás Liquefeito de Petróleo;
 NBR 13932- Instalações Internas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) -
Projeto e Execução;
 NBR 14039 - Instalações Elétricas de Alta Tensão
 NBR 14276: Programa de brigada de incêndio;
 NBR 14349: União para mangueira de incêndio - Requisitos e métodos
de ensaio;
 NBR 5410 - Sistema Elétrico.
 NBR 5419 - Sistema de Proteção Contra Descangas Atmosférias (Pára-
raios.)
 NBR 9077 - Saídas de Emergência em Edificações;
 NBR 9441 - Sistemas de Detecção e Alarme de Incêndio;
 NR 23, da Portaria 3214 do Ministério do Trabalho: Proteção Contra
Incêndio para Locais de Trabalho;
 DECRETO Nº 35.671 DE 09 DE JUNHO DE 2004;
 LEI N° 938, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1985;
 LEI N° 1.535, DE 26 DE SETEMBRO DE 1989;
 Lei Nº 1866, de 08 de Outubro de 1991;
 RESOLUÇÃO SEDEC N° 279, DE 11 DE JANEIRO DE 2005;
 RESOLUÇÃO Nº 109, DE 21 DE JANEIRO DE 1993;
 RESOLUÇÃO Nº 125, DE 29 DE JUNHO DE 1993;
 RESOLUÇÃO Nº 135, DE 16 DE SETEMBRO DE 1993;
 RESOLUÇÃO Nº 148, DE 25 DE MAIO DE 1994;
 RESOLUÇÃO SEDEC Nº 180, DE 16 DE MARÇO DE 1999;
 RESOLUÇÃO SEDEC Nº 278, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2004;
 RESOLUÇÃO SEDEC N° 284, DE 25 DE ABRIL DE 2005.

3.2. Enquadramento Legal

3.2.1. CÓDIGO DE OBRAS MUNICIPAL DE BARRA DO PIRAÍ

Um dos critérios para se considerar uma obra concluída é atender as


exigências do Corpo de Bombeiros relativas às medidas de segurança contra
incêndio.
A expedição do Habite-se só ocorre após vistoria, cujo requerimento
deverá vir acompanhado do Certificado de Aprovação com liberação das
instalações hidráulicas e elétricas, do sistema contra incêndio e pânico, nos
casos enquadrados em lei, fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar do
Estado do Rio de Janeiro.
As edificações deverão ser dotadas de instalações preventivas contra
incêndio nos casos previstos no Decreto nº 897, de 21/09/1976. Que
regulamenta o Decreto-Lei nº 247, de 17/07/1975 que dispõe sobre segurança
contra incêndio e pânico.

3.2.2. DECRETO Nº 897, DE 21 DE SETEMBRO DE 1976

a) Classificação das Edificações

Quanto à determinação de medidas de segurança contra incêndio e


pânico, as edificações serão assim classificadas:
 Residencial
o Privativa (Unifamiliar e multifamiliar)
o Coletiva (pensionatos, asilos, internatos e congêneres)
o Transitória (hotéis, motéis e congêneres)
 Comercial (mercantil e escritório)
 Industrial
 Mista (residencial e comercial);
 Pública (quartéis, ministérios, embaixadas, tribunais, consulados
e congêneres);
 Escolar;
 Hospitalar e Laboratorial;
 Garagem (edifícios, galpões e terminais rodoviários);
 De Reunião de Público (cinemas, teatros, igrejas, auditórios,
salões de exposição, estádios, boates, clubes, circos, centros de
convenções, restaurantes e congêneres);
 De Usos Especiais Diversos (depósitos de explosivos, de
munições e de inflamáveis, arquivos, museus e similares).

b) Dispositivos

Com a classificação das edificações, são definidos os dispositivos


necessários para combate a incêndio. Destacamos na tabela a seguir, as
instalações hidráulicas necessárias conforme o Decreto:

Tabela 1: Dispositivos Hidráulicos de Combate a Incêndio (Decreto nº 897)

Edificações Isenta Hidrantes ou Hidrantes +


Mangotinhos Chuveiros
Automáticos
Residenciais Máximo 3 pavimentos Máximo 3 Pavimentos e Altura superior a 30 m.
Privativas e área total construída área superior a 900 m ; 2

Unifamiliares e inferior 900 m2; 4 pavimentos ou mais;


Multifamiliares
Residenciais Máximo 2 pavimentos Máximo 2 pavimentos e Altura superior a 12 m.
Transitórias e e área total construída área total construída
Coletivas; inferior a 900 m2; superior a 900 m2;
Hospitalares e Mais de 2 pavimentos e
Laboratoriais altura inferior a 12 m;
Mistas, Máximo 2 pavimentos Máximo 2 pavimentos e Altura superior a 30 m.
Públicas, e área total construída área total construída
Comerciais, inferior a 900 m ;
2
superior a 900 m2;
Industriais e Todas de 3 pavimentos;
Escolares 4 ou mais pavimentos e
altura inferior a 30 m;
Garagens, Área total construída Área total construída
Edifícios, inferior a 1500 m ; 2
igual ou superior a 1500
Galpões e m2;
Terminais
Rodoviários

O terminal rodoviário com 2 ou mais pavimentos e as edificações de


reunião de público e de usos especais diversos, possui exigências mais
específicas, detalhadas no Decreto.
Os agrupamentos de edificações residências unifamiliares e as vilas com
número de lotes ou casas superior a 6, será exigida a colocação de hidrantes
urbanos.
Seguindo essas especificações, o Decreto apresenta parâmetros e
medidas dimensionais para todo o sistema que deverá ser adotado na
edificação.
Nas etapas a seguir, iremos conhecer cada dispositivo de instalação
hidráulica, bem como o seu enquadramento legal para dimensionamento.
4. PPCI

O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e pode ser


elaborado apenas por profissionais habilitados (Engenheiros Civis e
Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros, mediante
vistorias e concessão de alvarás, sendo exigido por órgãos públicos para
qualquer imóvel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas. É
obrigatório para todas as edificações existentes, mesmo aquelas que se
encontram em situação de construção ou reforma (naquelas que possuírem
ampliação de área superior a 10% da sua área total).
Os principais objetivos do Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio
devem ser a proteção da vida humana, a proteção do patrimônio e, por último,
a continuidade do processo produtivo.
A elaboração do PPCI de uma edificação deve ser focada em duas
premissas básicas:

a) evitar o início do fogo;


b) havendo a ocorrência de foco de fogo, devem ser previstos meios
apropriados para confinar o fogo no seu local de origem, permitir
a desocupação da edificação com segurança e rapidez e facilitar
o acesso e o combate ao fogo de forma rápida e eficaz.
O PPCI deve ser entregue ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado
para análise e aprovação. Este consiste em memoriais, laudos com suas
respectivas ARTs (Anotação de Responsabilidade Técnica) e plantas com os
detalhamentos dos sistemas citados, usando simbologia padrão.
Deixando de analisar a importância da segurança contra incêndio pelo
ponto de vista mais vital, que é o da proteção de vidas humanas, pode-se
concluir facilmente que a elaboração de um PPCI correto, seguro e dentro da
legislação também possui alta vantagem econômica, tanto para o setor público
quanto para o setor privado.
O custo de um incêndio supera e muito o custo da elaboração,
instalação e fiscalização do PPCI de uma edificação e, felizmente, a sociedade
vem se dando conta disso.
Nada mais fácil, importante e eficiente do que planejar a Prevenção de
Incêndio no momento em que a edificação está sendo projetada. A segurança
contra incêndio nas edificações começa com um bom projeto arquitetônico. A
concepção das áreas de circulação, a especificação adequada dos materiais
de acabamento e revestimento e o posicionamento de portas e janelas podem
facilitar – ou impedir – o fogo de começar e se propagar.
O dimensionamento de muitas partes de uma edificação vai depender
também das normas de incêndio. Desta forma, vãos e orientações de paredes,
portas, corredores, número de saídas, instalações hidráulicas, elétricas, tipo de
laje, material de pisos, tetos, entre outros, terão que absorver determinadas
condições de segurança. Mesmo no caso de edificações existentes, é dever do
profissional da engenharia e/ou arquitetura fazer levantamento do imóvel e, se
necessário, fazer as modificações.

4.1. Instalações Hidráulicas de Combate a Incêndio

A água é a substância mais usada como agente extintor de incêndios e é


muito efetiva porque tem capacidade de agir por resfriamento e abafamento.
Para se aplicada sobre o fogo sob a forma de jatos aspersores, utiliza-se
instalações hidráulicas para combate a incêndios com diversos equipamentos
especializados, móveis ou fixos.
Os equipamentos móveis são constituídos por extintores de incêndio.
Os sistemas fixos são constituídos por redes de canalizações fixadas
nas edificações, tendo como elementos de aspersão da água sobre o fogo os
hidrantes, mangotinhos, chuveiros automáticos e projetores. Eles podem ser
divididos em sistemas sob comando e sistemas automáticos.
A seguir, veremos detalhadamente as características de cada um deles.

5. SISTEMAS SOB COMANDO

Os sistemas sob comando são pontos localizados estrategicamente,


pois os mesmos são alimentados por uma rede hidráulica pressurizada, a
ativação do sistema é feita manualmente por uma válvula, também é
necessário mangueiras de incêndio para poder chegar próximo ao foco do
incêndio e direcionar a água.
Existem dois sistemas sob comando, o mangotinho que é mais utilizado
em prédios residenciais, e os hidrantes, mais utilizado em indústrias. O sistema
de hidrantes e mangotinhos é formado por uma rede de canalizações fixas,
com o objetivo de deslocar a água da fonte de suprimento até os pontos
estrategicamente determinados para suprir de água os demais acessórios de
combate.
Os pontos do sistema sob comando são abastecidos por água
automaticamente com a simples abertura de um hidrante ou mangotinho em
qualquer ponto de instalação, por gravidade e/ou com bombas de reforço a
partir de um reservatório superior ou de um reservatório inferior através de um
sistema de bombas de incêndio.

5.1. Terminologia

Segundo a NBR 13714, define-se os seguintes conceitos:


a) Bomba principal: bomba hidráulica centrífuga destinada a

recalcar água para os sistemas de combate a incêndio.

b) Bomba de pressurização (Jockey): bomba hidráulica centrífuga

destinada a manter o sistema pressurizado em uma faixa

preestabelecida.

c) Bomba de reforço: bomba hidráulica centrífuga destinada a

fornecer água aos hidrantes ou mangotinhos mais desfavoráveis

hidraulicamente, quando estes não puderem ser abastecidos

somente pelo reservatório elevado.

d) Dispositivo de recalque: dispositivo para uso do Corpo de

Bombeiros, que permite o recalque de água para o sistema,

podendo ser dentro da propriedade quando o acesso do Corpo de

Bombeiros estiver garantido.

e) Esguicho: dispositivo adaptado na extremidade das mangueiras,

destinado a dar forma, direção e controle ao jato, podendo ser do

tipo regulável (neblina ou compacto) ou de jato compacto.

f) Reserva técnica de incêndio: volume mínimo de água destinado

exclusivamente ao combate a incêndio.

g) Sistema de hidrantes ou de mangotinhos: Sistema de combate

a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de incêndio

(quando necessário), rede de tubulação, hidrantes ou

mangotinhos e outros acessórios.

5.2. Constituintes do Sistema


5.2.1. ABASTECIMENTO POR RESERVATÓRIO SUPERIOR OU

ELEVADO

A instalação sob comando abastecida por reservatório superior utiliza o


dispositivo de bombeamento da instalação de abastecimento do prédio, em
alguns casos é necessária à utilização de bombas de reforço. O sistema é
constituído basicamente de:

a) reservatório superior;
b) barrilete de incêndio;
c) válvula de retenção e de gaveta;
d) dispositivo de acionamento das bombas;
e) sistema de bombas, se necessário;
f) colunas de incêndio;
g) abrigos ou caixas de incêndio;
h) sistema de alarmes.
i) hidrante de passeio ou recalque.

5.2.2. ABASTECIMENTO POR RESERVATÓRIO INFERIOR

A instalação sob comando abastecida por reservatório inferior deverá


utilizar dispositivo de bombeamento próprio. O sistema é constituído
basicamente de:

a) reservatório inferior;
b) válvula de retenção e de gaveta;
c) sistema de bombas;
d) linha de controle das bombas;
e) colunas de incêndio;
f) abrigos ou caixas de incêndio;
g) sistema de alarmes.
h) hidrante de passeio ou recalque.

5.2.3. RESERVA DE INCÊNDIO


Seu volume será calculado em função da vazão necessária na ponta dos
esguichos e do tempo de funcionamento simultâneo dos dois esguichos mais
desfavoráveis.
A função da reserva de incêndio é de dar o primeiro combate ao foco de
incêndio para extingui-lo ou controla-lo até a chegada dos bombeiros, ter uma
reserva técnica de incêndio maior que o mínimo preconizado pela norma, não
acarreta uma proteção maior, porque existem outros fatores que são
importantes como: ter uma instalação bem projetada e executada; fazer
inspeções, testes e manutenções periódicas; ter brigada de incêndio ou
pessoas treinadas para operar imediatamente o sistema na ocasião de um
princípio de incêndio.

5.2.4. SISTEMA DE BOMBEAMENTO

Quando o abastecimento de hidrantes for feito por bomba de incêndio,


esta deverá possuir pelo menos uma bomba elétrica ou de combustão interna e
deverá abastecer o sistema exclusivamente. As bombas de incêndio devem ser
instaladas, preferencialmente, em condição de sucção positiva. Esta condição
é obtida quando a linha do eixo da bomba se situa abaixo do nível do fundo do
reservatório. Admite-se que a linha do centro do eixo da bomba se situe 2 m
acima do nível do fundo do reservatório, ou a 1/3 da capacidade efetiva deste,
escolhendo o valor que for menor. Acima disto, é considerada sucção negativa.
Se o motor da bomba for elétrico, este deve possuir rede independente
da instalação do prédio, ou ter sua alimentação executada de forma que possa
fazer o desligamento da instalação geral, sem interromper o seu
funcionamento.
Quando for instalado motor de combustão interna para a bomba de
hidrantes, deverá o mesmo funcionar, continuamente, a plena carga durante
seis horas.
Quando for necessário manter a rede do sistema de hidrantes ou
mangotinhos devidamente pressurizada em uma faixa preestabelecida e, para
compensar pequenas perdas de pressão, deve ser instalada uma bomba de
pressurização (JOCKEY), com vazão máxima de 20 L/min.
Quando houver necessidade de fornecer água aos hidrantes e
mangotinhos mais desfavoráveis hidraulicamente, quando estes não puderem
ser abastecidos somente pelo reservatório elevado, pode-se utilizar uma
bomba hidráulica centrífuga, chamada de bomba de reforço.

5.2.5. TUBULAÇÃO

Conjunto de tubos, conexões e acessórios destinados a conduzir a água,


desde a reserva de incêndio até os hidrantes. Devem ser feitos de material
resistente ao calor. Os materiais termoplásticos devem ser usados somente
enterrados e fora da edificação. As tubulações mais usadas são as de aço e
cobre. A tubulação do sistema não deve ter diâmetro nominal inferior a DN65 (2
½”). Toda a tubulação deve ser pintada da cor vermelha e os acessórios de cor
amarela (registros e válvulas).

5.2.6. HIDRANTE

É o ponto de tomada de água no qual há uma (simples) ou duas (duplo)


saídas, contendo válvulas angulares com seus respectivos adaptadores,
tampões, mangueiras de incêndio e demais acessórios.
Os hidrantes poderão ser externos ou internos, de coluna ou de parede
(interior do abrigo). Deverão ter conexões de engate rápido, com diâmetros
iguais aos adotados pelo Corpo de Bombeiros.
As válvulas dos hidrantes devem ser do tipo globo angulares de
diâmetro DN65 (2 ½”), Poderá ser utilizada, para os hidrantes, válvula angular
com diâmetro DN40 (1½") para sistemas que utilizem mangueiras de 40 mm,
desde que comprovado seu desempenho para esta aplicação, enquanto que as
válvulas para mangotinhos devem ser do tipo abertura rápida, de passagem
plena e diâmetro mínimo DN25 (1”).
Todos os pontos de hidrantes devem receber sinalizações que permitam
sua rápida localização e não podem, de maneira alguma, ficar obstruídos ou
comprometer a fuga dos ocupantes. Devem ser localizados nas proximidades
das portas externas e/ou acessos à área a ser protegida, a não mais de 5 m,
em posições centrais nas áreas protegidas, fora das escadas ou antecâmaras
de fumaça e de 1,0 m a 1,5 m do piso.
No caso dos hidrantes externos, quando afastados de, no mínimo, 15 m
ou 1,5 vezes a altura da parede externa da edificação a ser protegida, poderão
ser utilizados até 60 m de mangueira (preferencialmente em lances de 15 m),
desde que devidamente dimensionados hidraulicamente. Recomenda-se que
sejam utilizadas mangueiras de 65 mm de diâmetro para redução da perda de
carga do sistema e o último lance de 40 mm para facilitar seu manuseio. A
sinalização do solo só será obrigatória nos locais destinados à fabricação,
depósito e movimentação de mercadorias.

Figura 3: Esquema da Instalação de Hidrantes

5.2.7. ABRIGO DE MANGUEIRA

Compartimento (cor vermelha) embutido ou aparente, dotado de porta,


destinado a armazenar mangueiras, esguichos e outros equipamentos, capaz
de proteger contra as intempéries e danos diversos.
Figura 4: Esquema das Instalações dos Hidrantes

5.2.8. ESGUICHO

É o dispositivo adaptado na extremidade da mangueira, destinado a dar


forma, direção e controle ao jato de água. Atualmente, permite-se apenas a
utilização de esguichos do tipo reguláveis. O alcance do jato compacto
produzido por qualquer sistema não deve ser inferior a 8 m, medido da saída
do esguicho ao ponto de queda do jato.

5.2.9. MANGUEIRA

Equipamento constituído essencialmente de um duto flexível dotada de


uniões tipo engate rápido. As mangueiras mais utilizadas possuem
comprimento de 15, 20 ou 30m. Elas sempre devem ser guardadas nos abrigos
na forma aduchada ou em zig-zag, nunca enroladas. Isto é muito importante no
tempo de reação ao incêndio.

5.2.10. REGISTRO DE RECALQUE


O sistema deve ser dotado de um registro de recalque (também
chamado de hidrante de recalque), que consiste no prolongamento da
tubulação, com diâmetro mínimo de 63mm até a entrada principal da
edificação. Quando estiver no passeio, deve estar enterrado em caixa de
alvenaria, com tampa articulada e requadro em ferro fundido, pintada em
vermelho, com a palavra “Incêndio” gravada, nas dimensões de 0,40x0,60m,
afastada 0,50m da guia do passeio. É recomendável que no interior a caixa
haja em dreno para escoamento da água. Também pode ser instalado na
fachada da edificação ou em muro de divisa.
O importante é garantir a aproximação de viatura do Corpo de
Bombeiros para que eles realizem o recalque da água sem problemas.

5.3. Tipos de Sistemas Sob Comando

5.3.1. SISTEMA DE MANGOTINHOS (TIPO 1)

É constituído por tomadas de incêndio nas quais há uma (simples)

Figura 5: Registro de Recalque


saída, contendo válvula de abertura rápida, de passagem plena,
permanentemente acoplada nela uma mangueira semi-rígida, esguicho
regulável e demais acessórios (Figura 6).

Figura 6: Sistema Tipo 1 - Mangotinho com Ponto de Tomada para Mangueira de 40 mm


5.3.2. SISTEMA DE HIDRANTES (TIPOS 2 E 3)

É constituído por tomadas de incêndio nas quais há uma (simples) ou


duas (duplo) saídas de água. São formadas por válvulas angulares com seus
respectivos adaptadores, tampões, mangueiras de incêndio e acessórios
(Figura 7).

Figura 7: Sistema Tipo 2 - Hidrante Duplo com Mangueira Semirrígida Acoplada

Tabela 2: Tipos de Sistemas (NBR 13714)

Tipo Esguicho Mangueiras Saídas Vazão


Diâmetro Comprimento (L/min)
Nominal (mm) Máximo (m)
1 Regulável 25 ou 32 30 1 80 ou 100
2 Jato Compacto ϕ 16 mm 40 30 2 300
ou Regulável
3 Jato Compacto ϕ 25 mm 65 30 2 900
ou Regulável

A aplicabilidade destes sistemas é para edificações com área construída


superior a 750 m2 e/ou altura superior a 12 m.
Para cada ponto de hidrante ou mangotinho, são obrigatórios os
materiais descritos na tabela abaixo:

Tabela 3:Materiaispara Cada Hidrante Simples ou Mangotinho (NBR 13714)

Materiais Tipos de Sistemas


1 2 3
Abrigo(s) Sim Sim Sim
Mangueiras de Incêndio Não Sim Sim
Duas chaves para hidrantes, engate Não Sim Sim
rápido
Esguicho(s) Sim Sim Sim
Mangueira semi-rígida Sim Sim Não

A escolha do sistema depende da “Classe de Ocupação” da edificação,


conforme vimos no Enquadramento Legal.

5.4. Dimensionamento das Instalações

Para o dimensionamento, deve ser considerado o uso simultâneo dos


dois jatos de água mais desfavoráveis hidraulicamente, para qualquer tipo de
sistema especificado.
O local mais desfavorável hidraulicamente deve ser aquele que
proporciona menor pressão dinâmica no esguicho.
O sistema deve ser dimensionado de modo que as pressões dinâmicas
nas entradas dos esguichos, não ultrapassem o dobro daquela obtida no
esguicho mais desfavorável.
Recomenda-se que o sistema seja dimensionado de forma que a
pressão máxima de trabalho não ultrapasse 1000 kPa (100 mca).

5.4.1. ENQUADRAMENTO LEGAL – NBR 13714

Primeiramente, deve-se definir a Classificação da Ocupação da


edificação, que definirá a aplicabilidade dos diferentes sistemas de Hidrante e
de Mangotinhos.
É feita pela seguinte tabela:

Tabela 4: Classificação dos Edifícios e Aplicabilidade dos Sistemas (Adaptado da NBR


13714)

Grupo Ocupação/Uso Sistema Divisão Descrição

A Residencial 1 A-1 Habitações Multifamiliares

B-1 Hotéis e Assemelhados


B Serviços de Hospedagem 1
B-2 Hotéis Residenciais

C Comercial Varejista 2 C-1 Comércio em geral, de


pequeno, médio e grande portes

C-2 Centros Comerciais

Serviços Profissionais, Locais para prestação de


D 1 -
pessoais e Técnicos serviços

Educacional e Cultura Escolas em geral


E 1 -
Física

Locais onde há objetos de valor


F-1
inestimável

F-2 Templos e auditórios


1
F-3 Centros esportivos

F-4 Clubes sociais


Locais de Reunião de
F
Público F-5 Locais para refeições

Estações e terminais de
F-6
passageiros

2 Locais para produção e


F-7
apresentação de artes cênicas

F-8 Locais para pesquisa e consulta

Garagens com ou sem: acesso


de público, abastecimento de
G Serviços automotivos 2 -
combustível, serviços de
manutenção e reparo

Serviços de saúde e Hospitais em geral


H 1 -
institucionais

I Industrial, atacadista e 2 Locais onde as atividades


depósitos I-1 exercidas e os materiais
Baixo utilizados e/ou depositados
Risco apresentam baixo potencial de
incêndio

I-2 Locais onde as atividades


Médio exercidas e os materiais
Risco utilizados e/ou depositados
apresentam médio potencial de
incêndio. Depósitos sem
conteúdo específico

Locais onde há alto risco de


I-3 Alto incêndio pela existência de
3
Risco quantidade suficiente de
materiais perigosos

Após a definição do sistema necessário, deve-se seguir as definições


próprias de esguichos, mangueiras, saídas, vazões e materiais que deverão
ser utilizadas nas instalações.
As edificações estabelecidas para serem protegidas por sistemas do tipo
1, podem ser opcionalmente protegidas por um sistema alternativo de hidrantes
com as seguintes características:
a) Mangueiras com φ = 40 mm
b) Esguichos de jato compacto de 13 mm ou regulável
c) Vazão mínima de 130 l/min no esguicho mais desfavorável
hidraulicamente, considerando o funcionamento simultâneo dos
hidrantes mais desfavoráveis hidraulicamente, conforme especificados a
seguir:
 01 hidrante quando instalado 01 hidrante
 02 hidrantes quando instalados de 01 a 04 hidrantes
 03 hidrantes quando instalados 05 ou 06 hidrantes
 04 hidrantes quando instalados mais de 06 hidrantes
d) A reserva técnica de incêndio deve ser determinada considerando o
funcionamento simultâneo dos hidrantes especificados e por um tempo
mínimo de 60 min.

5.4.2. CÁLCULO DA PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO

O cálculo hidráulico das tubulações deve ser executado por métodos


adequados para este fim, sendo que os resultados alcançados têm que
satisfazer a uma das seguintes equações apresentadas a seguir:
a) Colebrook (“fórmula universal”)
L v2
h f =f
D2g
onde:
hf = perda de carga, (mca);
f = fator de atrito;
L = comprimento virtual da tubulação, (m);
D = diâmetro interno, (m);
v = velocidade do fluido, (m/s); g é a aceleração da gravidade, (m/s²).

b) Hazen Williams:
1,85 −1,85 −4,87 5
J=605× Q ×C ×d ×10
onde:
J = perda de carga por atrito, (kPa/m);
Q = vazão, (L/min);
C = fator de Hazen-Williams;
d = diâmetro interno do tubo, (mm).

O fator de C de Hazen-Williams representa a rugosidade da tubulação e


é definido, segundo a NBR 13714, conforme a tabela a seguir:

Tabela 5: Fator "C" de Hazen Willians (NBR 13714)

Tipo de Tubo Fator “C”


Ferro fundido ou dúctil sem revestimento interno 100
Aço preto (sistema de tubo seco) 100
Aço preto (sistema de tubo molhado) 120
Galvanizado 120
Plástico 150
Ferro fundido ou dúctil com revestimento interno de cimento 140
Cobre 150
Nota: os valores do fator “C” de Hazen Williams são válidos para tubos novos

O cálculo hidráulico deve levar em consideração todas as perdas de


cargas que teremos na instalação e, para tanto, faz-se necessário conhecer o
trajeto de toda a tubulação, bem como, seus desvios (curvas, ângulos). Além
deste trajeto, nos cálculos hidráulicos devem ser consideradas as perdas de
cargas localizadas em cada componente, tais como: válvulas de gaveta ou
esfera, válvulas de globo, válvulas angulares e válvulas de retenção (de pé e
crivo, horizontal ou vertical).
A perda total de carga na instalação, portanto, será obtida pela seguinte
expressão:
hp t=( l n+l e ) × J
onde:
hpt = perda de carga total em todo o trecho em estudo, (mca);
ln = somatório de todos os segmentos retos de canalização do trecho,
(m);
le = somatório dos comprimentos equivalentes de todas as
singularidades do trecho, (m);
J = perda de carga unitária, (mca/m).

Para determinar o valor de le temos as seguintes tabelas:

Tabela 6: Equivalência em metros de canalização reta das perdas de carga localizadas em conexões, bocais e
válvulas

Diâmetro Nominal, mm (pol)


Tipo Material 15 20 25 32 40 50 65 75 100 125 150
(1/2) (3/4) (1) (1¼) (1½) (2) (2½) (3) (4) (5) (6)
Cobre 1,1 1,2 1,5 2,0 3,2 3,4 3,7 3,9 4,3 - -
90°
Aço 0,5 0,7 0,8 1,1 1,3 1,7 2,0 2,5 3,4 4,2 4,9
Joelho

Cobre 0,4 0,5 0,7 1,0 1,3 1,5 1,7 1,8 1,9 - -
45°
Aço 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,8 0,9 1,2 1,5 1,9 2,3

Cobre 0,4 0,5 0,6 0,7 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 - -
90°
Aço 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1,0 1,3 1,6 2,1 2,5
Curva

Cobre 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 - -
45°
Aço 0,2 0,2 0,2 0,3 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,9 1,1

Cobre 0,7 0,8 0,9 1,5 2,2 2,3 2,4 2,5 2,6 - -
Passagem direta
Aço 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,3 1,6 2,1 2,7 3,4

Cobre 2,3 2,4 3,1 4,6 7,3 7,6 7,8 8,0 8,3 - -
Saída Lateral
Aço 1,0 1,4 1,7 2,3 2,8 3,5 4,3 5,2 6,7 8,4 10,0

Bucha ou luva de Cobre - 0,3 0,2 0,2 0,4 0,7 0,8 0,9 1,0 - -
C redução Aço - 0,3 0,2 0,2 0,4 0,6 0,7 0,8 0,9 1,1 1,2

O
N
E
X
Õ
E
S
Cobre 0,3 0,4 0,5 0,6 1,0 1,5 1,6 2,0 2,2 - -
Normal
canalização
Entrada de

Aço 0,2 0,2 0,3 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1 1,6 2,0 2,5
BOCAIS

Cobre 0,9 1,0 1,2 1,8 2,3 2,8 3,3 3,7 4,0 - -
Borda
Aço 0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2 4,0 5,0

Cobre 0,8 0,9 1,3 1,4 3,2 3,3 3,5 3,7 3,9 - -
Saída de Canalização
Aço 0,4 0,5 0,7 0,9 1,0 1,5 1,9 2,2 3,2 4,0 5,0

Cobre 0,1 0,2 0,3 0,4 0,7 0,8 0,9 0,9 1,0 - -
Gaveta ou esfera (aberta)
Aço 0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,4 0,4 0,5 0,7 0,9 1,1

Cobre 11,1 11,4 15,0 22,0 35,8 37,9 38,0 40,0 42,3 - -
Globo (aberta)
Aço 4,9 6,7 8,2 11,3 13,4 17,4 21,0 26,0 34,0 43,0 54,0

Cobre 5,9 6,1 8,4 10,5 17,0 18,5 19,0 20,0 22,1 - -
Angular (aberta)
VÁLVULAS

Aço 2,6 3,6 4,6 5,6 6,7 8,5 10,0 13,0 17,0 21,0 26,0

De pé com crivo Cobre 8,1 9,5 13,3 15,5 18,3 23,7 25,0 26,8 28,6 - -

Aço 3,6 5,6 7,3 10,0 11,6 14,0 17,0 20,0 23,0 30,0 39,0
Retenção

Horizontal (tipo Cobre 2,5 2,7 3,8 4,9 6,8 7,1 8,2 9,3 10,4 - -

leve) Aço 1,1 1,6 2,1 2,7 3,2 4,2 5,2 6,3 8,4 10,4 12,5

Vertical (tipo Cobre 3,6 4,1 5,8 7,4 9,1 10,8 12,5 14,2 16,0 - -

pesado) Aço 1,6 2,4 3,2 4,0 4,8 6,4 8,1 9,7 12,9 16,1

5.4.3. CÁLCULO DA PERDA DE CARGA NAS MANGUEIRAS

Também faz parte do cálculo hidráulico do sistema o cálculo das perdas


de cargas ocasionadas nas mangueiras dos hidrantes, sendo que o princípio é
o mesmo adotado para tubulações, ou seja, deve ser estabelecida a perda de
carga unitária e posteriormente a perda de carga total na mangueira, conforme
as equações a seguir:
1,85
0,00114 ×Q
J mang = 4,87
d
onde:
Jmang = perda de carga unitária na mangueira/mangotinho, (mca/m);
Q = vazão da mangueira, (m3/s);
d = diâmetro interno da mangueira, (m).

Conhecendo-se o valor da perda de carga unitária, obtêm-se a perda de


carga na mangueira do hidrante mediante a seguinte equação:
hp mang =J mang ×l mang
onde:
hpmang = perda de carga total na mangueira, (mca);
Jmang = perda de carga unitária, (mca/m);
lmang = comprimento da mangueira, (m).

5.4.4. CÁLCULO DA PERDA DE CARGA NO ESGUICHOS

Outro componente do cálculo hidráulico, é o esguicho da água, quando


da utilização do hidrante, ocasionando perdas de cargas proporcionais ao
diâmetro deste esguicho.
Para tanto, temos:
0,0083× Qesg2
hp esg=
d esg4
onde:
hpesg = perda de carga no esguicho, (mca);
Qesg = vazão do esguicho, (m3/s);
desg = diâmetro do esguicho, (m).

5.4.5. CÁLCULO DA PERDA DE CARGA TOTAL

Conhecendo-se as perdas de carga nas tubulações (sucção e recalque),


bem como as perdas de carga nas mangueiras e nos esguichos, determina-se
a perda de carga total pela expressão:
hm t =hm s +hm r +hp mang +hp esg
onde:
hmt = altura manométrica total, (mca);
hms = altura manométrica total de sucção, (mca);
hmr = altura manométrica total de recalque, (mca);
hpmang = perda de carga nas mangueiras, (mca);
hpesg = perda de carga nos esguichos, (mca).
Obs.: nos valores de hms e de hmr devem ser descontados os desníveis
naturais da tubulação.

5.4.6. CÁLCULO DA VELOCIDADE DE RECALQUE

A NBR 13714 estabelece que a velocidade da água de recalque não


seja um valor superior a 5 m/s, tendo em vista que o manuseio das mangueiras
fica comprometido com velocidades superiores a esse valor.
Portanto, a velocidade de recalque é calculada pela equação:
Q recalque
v recalque=
Atub recalque
onde:
vrecalque = velocidade da água de recalque, (m/s);
Qrecalque = vazão total de recalque (dois hidrantes), (m3/s);
Atub recalque = área da tubulação de recalque, (m2).

Quando o valor calculado aproxima-se muito de 5 m/s ou ultrapassa-o, a


NBR 13714 recomenda o aumento do diâmetro da tubulação de recalque, o
que produzirá a redução da velocidade.

5.4.7. CÁLCULO DA VELOCIDADE NO TUBO DE SUCÇÃO

A velocidade da água no tubo de sucção das bombas de incêndio não


deve ser superior a 4 m/s e deve ser calculada pela equação:

Q
v=
A
onde
v = velocidade da água (m/s);
Q = vazão de água (m3/s);
A = área interna da tubulação (m2).
Para qualquer sistema, o volume mínimo de água da reserva de
incêndio deve ser determinado conforme indicado:

V =Q× t
onde:
Q = vazão de duas saídas do tipo sistema aplicado, conforme Tabela 1,
(L/min);
t = tempo, 60 min para sistemas dos tipos 1 e 2, e de 30 min para sistema do
tipo 3, (min);
V = volume da reserva, (L).

Não deve ser admitida a alimentação de outros sistemas de proteção


contra incêndio, sob comando ou automáticos, através da interligação das
tubulações, exceto para os sistemas tipo 1, que podem estar interligados a
sistemas de chuveiros automáticos, desde que devidamente dimensionados.
Quando for feita a opção de se usar sistema de hidrantes com vazão de
130 L/min no lugar de sistema de mangotinhos, tipo 1, deve-se usar os
volumes de reserva técnica de incêndio preconizados pela legislação local ou
de acordo com a NBR 13714, considerando o funcionamento simultâneo dos
hidrantes mais desfavoráveis por um tempo mínimo de 60 min.

5.5. Exemplo de Dimensionamento de Sistema de Hidrantes

A seguir, iremos realizar um exemplo de dimensionamento para


instalação de hidrantes em uma Usina Termelétrica.

5.5.1. CROQUI DAS INSTALAÇÕES


Figura 8:Croqui das Tubulações e Hidrantes

De acordo com o tipo de uso da instalação, no caso uma Usina


Termelétrica, temos uma proteção I-2, logo, teremos um sistema de hidrantes
com as seguintes características:

a) Mangueiras com diâmetro 40 mm;


b) Comprimento das mangueiras de 30 m;
c) Esguicho de 16 mm compacto ou regulável;
d) Duas saídas por hidrantes;
e) Vazão de 300 L/min em cada saída do hidrante.

O dimensionamento considerará a pior situação, ou seja, o sistema


deverá atender o hidrante mais desfavorável, isto é, aquele que está mais
distante do reservatório.
Pelo croqui do local, o hidrante mais desfavorável é o de número 3.
Como o sistema deverá ter capacidade de atendimento dos dois
hidrantes mais desfavoráveis, observando o traçado da tubulação, dividiremos
o dimensionamento nos seguintes pontos.

5.5.2. PERDA DE CARGA NO ESGUICHO DO HIDRANTE MAIS

DESFAVORÁVEL

Para uma vazão de 300 L/min ou 0,005 m 3/s no esguicho, com um


esguicho de 16 mm, temos a seguinte perda de carga:
2
0,0083× Q esg
hp esg= 2
d esg

0,0083× 0,005esg2
hp esg=
0,016esg2
hp esg=3,166 mca

5.5.3. PERDA DE CARGA NA MANGUEIRA DO HIDRANTE MAIS

DESFAVORÁVEL

Para uma vazão de 300 L/min ou 0,005 m 3/s na mangueira, com uma
mangueira de 40 mm, temos a seguinte perda de carga unitária na mangueira:
1,85
0,00114 ×Q
J mang = 4,87
d
0,00114 ×0,005 1,85
J mang =
0,0404,87
J mang =0,405478 mca/m

Para uma mangueira de 30 m, temos a seguinte perda de carga:


hp mang =J mang ×l mang
hp mang =0,405478× 30
hp mang =12,16 mca

5.5.4. PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE RECALQUE NO

TRECHO COMPREENDIDO ENTRE O PONTO A E O HIDRANTE

Como tubulação de recalque, utilizaremos a canalização de ferro


fundido, com 100 mm de diâmetro.
Para o trecho A-H3, temos a seguinte situação:

a) Comprimento reto (linear): 58 m;


b) Comprimento equivalente: para tubos de aço de 100 mm e
considerando que neste trecho teremos um joelho de 90° e uma
bucha de redução, obtemos um comprimento equivalente de 4,3
m.

Para a vazão de 600 L/min ou 0,01 m3/s, uma vez que o hidrante possui
duas saídas e cada uma deve ter vazão de 300 L/min, considerando um
diâmetro de 100 mm e obtendo o fator C de Hazen-Willians do ferro fundido, a
perda unitária neste trecho é de:
1,85
10,65 ×Q
J=
C 1,85 × d 4,87
1,85
10,65 ×0,01
J=
140 1,85 × 0,14,87
J=0,016866 mca /m

Com o valor unitário da perda de carga, e com o comprimento total do


segmento, temos a perda de carga no trecho A-H3:
hp t A− H 3=( l n +l e ) × J
hp t A− H 3=( 58+ 4,3 ) × 0,016866
hp t A− H 3=1,05 mca
5.5.5. PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE RECALQUE NO

TRECHO COMPREENDIDO ENTRE O PONTO A E A BOMBA DE

RECALQUE

Considerando que o sistema deve ser capaz de atender dois hidrantes


simultaneamente, ambos na pior condição, no ponto A teremos a vazão de dois
hidrantes, com quatro saídas operando simultaneamente. Logo, teremos uma
vazão de 1200 L/min no ponto A ou 0,02 m3/s.
Para este trecho, temos a seguinte situação:

a) Comprimento reto linear: 105 m


b) Comprimento equivalente: 29,6 m
 3 joelhos de 90°: 3 x 3,4 = 10,2 m
 1 curva 45°: 0,7 m
 2 tê com saída direta: 2 x 2,1 = 4,2 m
 1 válvula de retenção vertical: 12,9 m
 1 redução excêntrica saída bomba: 0,9 m
 1 válvula de gaveta: 0,7 m

Portanto ln + le = 134,6 m

Para a vazão de 1200 L/min ou 0,02 m3/s, considerando um diâmetro de


100 mm e obtendo o fator C de Hazen-Willians do ferro fundido, a perda de
carga unitária neste trecho é de:
1,85
10,65 ×Q
J= 1,85 4,87
C ×d
10,65 ×0,021,85
J=
140 1,85 × 0,14,87
J=0,060802mca/m

Com o valor unitário da perda de carga e com o comprimento total do


segmento, temos a perda de carga no trecho A-Bomba:
hp t A− Bomba=( l n +l e ) × J
hp t A− Bomba=( 105+29,6 ) × 0,060802
hp t A− Bomba=8,18 mca

5.5.6. PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE SUCÇÃO

Por recomendação dos fabricantes de bombas, utiliza-se na sucção uma


tubulação com diâmetro imediatamente superior ao de recalque, logo, como no
recalque utilizamos tubulações de 100 mm, para a sucção utilizaremos tubos
de 125 mm de diâmetro.
Para a sucção, temos a seguinte equação:

a) Comprimento linear: 3,0 m;


b) Comprimento equivalente: 35,3 m
 1 válvula de pé e crivo: 30,0 m;
 1 joelho 90°: 4,2 m;
 1 redução excêntrica entrada da bomba: 1,1 m.

Portanto, ln + le = 38,3 m.
Para a vazão de 1200 L/min ou 0,02 m3/s, considerando um diâmetro de
125 mm e obtendo o fator C de Hazen-Willians do ferro fundido, a perda de
carga unitária neste trecho é de:

10,65 ×Q1,85
J=
C 1,85 × d 4,87
1,85
10,65× 0,02
J= 1,85 4,87
140 ×0,125
J=0,02051mca/m

Com o valor unitário da perda de carga e com o comprimento total do


segmento, temos a perda de carga no trecho de sucção:

hp t Sucção = ( l n+l e ) × J
hp t Sucção= (3,0+ 35,3 ) × 0,02051
hp t Sucção=0,78 mca

5.5.7. PERDA DE CARGA NA TUBULAÇÃO DE RECALQUE NO

TRECHO COMPREENDIDO ENTRE O PONTO H3 E OS

REGISTROS DO HIDRANTE

Este trecho é compreendido entre a tubulação de 100 mm e os registros


de gaveta, onde serão conectadas as mangueiras. Neste trecho será utilizada
uma tubulação de 65 mm. A vazão neste ponto será de 600 L/min ou 0,01 m 3/s.
Para este trecho temos a seguinte situação:

a) Comprimento linear: 2,0 m;


b) Comprimento equivalente: 5,4 m
 1 redução excêntrica: 0,7 m;
 1 tê de saída lateral: 4,3 m;
 1 válvula de gaveta: 0,4 m.

Portanto, ln + le = 7,4 m.
Para a vazão de 600 L/min ou 0,01 m 3/s, considerando um diâmetro de 65 mm
e obtendo o fator C de Hazen-Willians do ferro fundido, a perda de carga
unitária neste trecho é de:

10,65 ×Q1,85
J=
C 1,85 × d 4,87
10,65× 0,011,85
J=
1401,85 ×0,065 4,87
J=0,13744 mca/m

Com o valor unitário da perda de carga e com o comprimento total do


segmento, temos a perda de carga no trecho da coluna do hidrante, H-
Registro:

hp t H − Reg=( l n +l e ) × J +hg sucção


hp t H − Reg=( 2,0+5,4 ) ×0,137444+1,5
hp t H − Reg=2,52 mca

Para dois hidrantes:

hp t H− Reg=5,03 mca

5.5.8. ALTURA MANOMÉTRICA TOTAL

Com os valores calculados até o momento, podemos determinar a altura


manométrica total do sistema, que será:

hp t total=hpt esg +hpt mang +hp t A −H 3 +hpt A−Bomba + hpt Sucção+ hp H −Reg
hp t total=3,17+12,16+1,05+ 8,18+0,78+5,03
hp t total=30,37 mca

5.5.9. CÁLCULO DA VELOCIDADE DE RECALQUE

Para se calcular a velocidade de recalque, usamos as seguintes


equações:

Qrecalque
v recalque=
Atub recalque

2
π ×d tub recalque
Atub recalque =
4
2
π ×0,10
Atub recalque =
4
2
Atub recalque =0,007854 m

0,02
v recalque=
0,007854
v recalque=2,55 m/ s<5,0 m/s ,logo , valor aceitável

5.5.10. CÁLCULO DA RESERVA TÉCNICA DE INCÊNDIO


Conforme estabelece a NBR 13714, a reserva técnica de incêndio deve
ser capaz de atender a duas saídas de hidrantes funcionando simultaneamente
durante o período de 60 minutos.

V res técnica =Qduas saídas ×60


V res técnica=2× 300 ×60
3
V res técnica =36000 L=36 m

6. SISTEMAS AUTOMÁTICOS

Como o nome já diz, são sistemas que funcionam automaticamente,


atuando no combate do incêndio e ativados pelo calor do fogo, também podem
ser divididos em dois sistemas, sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) e
sistema de projetores (bicos nebulizadores de média e alta pressão).
O sistema é constituído por uma rede de água pressurizada e os
sprinklers são distribuídos uniformemente sobre todas as áreas a serem
protegidas, os chuveiros automáticos possuem uma ampola de vidro contendo
um líquido altamente expansível e sensível ao calor ou um fusível de liga
metálica que rompem quando atinge determinada temperatura, liberando a
passagem da água que por sua vez irá manter a pressão com o auxílio de uma
moto bomba. Para a definição do tipo de sprinkler a ser utilizado, deve-se ficar
atento a algumas características que definem a capacidade de controlar ou
extinguir o fogo, conforme a Associação Nacional de Proteção Contra Incêndio
(NFPA):

a) Sensibilidade térmica: é a medida de rapidez com que o elemento


térmico opera, ou o índice de tempo de resposta (RTI);
b) Classificação da temperatura: temperatura em que o vidro ou o fusível
irá romper;
c) Fator K: Determina tamanho ou forma de orifício, características do
deflector, classificação de pressão e sensibilidade térmica.
d) Orientação de instalação: São orientações descritas na norma, que
auxilia na definição do tipo de sprinkler a ser utilizado;
e) Característica de distribuição da água: Definição de como a agua
será lançada no ambiente.
f) Projetores: O sistema é muito parecido com o sistema de sprinklers,
porém os projetores de água quando acionados geram uma neblina
muito fina, devido ao jato de agua sair em alta velocidade e possuir
internamente um filtro, o mesmo é utilizado para combater incêndios
específicos em óleos, líquidos inflamáveis, atua pelo princípio de
resfriamento, e é indicado também para combater incêndio em
equipamento elétrico, pois o jato de água sai em alta velocidade, se
transformando em partículas e não permitem a passagem de corrente
elétrica.
6.1. Classificação dos Sistemas de Chuveiros Automáticos

6.1.1. SISTEMA DE TUBO MOLHADO


Rede de tubulação fixa, com água sob pressão, em cujos ramais são
instalados os chuveiros automáticos; o sistema é controlado na entrada, por
uma válvula que soa automaticamente um alarme, na abertura de chuveiros
atuados por um incêndio. Os chuveiros desempenham o papel simultâneo de
detectar e combater o fogo. Nesse sistema a água somente é descarregada
pelos chuveiros acionados pelo fogo.

6.1.2. SISTEMA DE TUBO SECO

Rede de tubulação fixa seca, mantida sob pressão de ar comprimido ou


nitrogênio, em cujos ramais são instalados os chuveiros automáticos. Estes, ao
serem acionados pelo fogo, liberam o ar, fazendo abrir, automaticamente, uma
válvula de tubo seco, instalada na entrada do sistema. Esta válvula permite a
entrada de água na tubulação, a qual deve fluir pelos chuveiros acionados.
Esse sistema é aplicado em regiões sujeitas a temperaturas de congelamento
da água.

6.1.3. SISTEMA DE AÇÃO PRÉVIA

Rede de tubulação seca, contendo ar que pode ser ou não sob pressão,
em cujos ramais são instalados os chuveiros automáticos, como no sistema de
tubo molhado. Na mesma área protegida pelo sistema, é instalado um sistema
de detecção de calor, de operação mais sensível, ligado a uma válvula
instalada na entrada da rede de tubulação. A atuação de quaisquer dos
detectores (incêndio), provoca automaticamente a abertura da válvula especial.
Esta permite a entrada da água na rede, que é descarregada através dos
chuveiros. A ação prévia do sistema de detecção faz soar simultânea e
automaticamente um alarme, antes da abertura de quaisquer dos chuveiros
automáticos.

6.1.4. SISTEMA DILÚVIO

Rede de tubulação seca, em cujos ramais são instalados chuveiros


abertos. Na área protegida pelos chuveiros, é instalado um sistema de
detecção de calor, ligado a uma válvula-dilúvio instalada na entrada da
tubulação. A atuação de quaisquer dos detectores, motivada por um princípio
de incêndio, ou ainda a ação manual de um controle remoto, provoca a
abertura da válvula-dilúvio. Esta permite a entrada da água na rede, que é
descarregada através de todos os chuveiros abertos. Automática e
simultaneamente, soa um alarme de incêndio. Em casos especiais, o
acionamento da válvula-dilúvio pode ser feito através de um sistema de
detecção de gases específicos.

6.1.5. SISTEMA COMBINADO DE TUBO SECO E AÇÃO PRÉVIA

Rede de tubulação seca, contendo ar comprimido, em cujos ramais são


instalados os chuveiros. Na área do sistema de chuveiros, é instalado um
sistema de detecção de calor, de operação mais sensível, ligado a uma válvula
de tubo seco na entrada da tubulação. A atuação dos detectores provoca,
simultaneamente, a abertura da válvula de tubo seco sem que ocorra a perda
da pressão do ar comprimido contido na rede dos chuveiros. O sistema de
detecção provoca a abertura de válvulas de alívio de ar, nos extremos das
tubulações de chuveiros, o que facilita o enchimento com água da tubulação,
procedendo, à abertura dos chuveiros automáticos.

6.2. Partes do Sistema

6.2.1. ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A determinação da capacidade de suprimento adequada de água


necessária ao sistema está intimamente relacionada com a capacidade de
resfriamento da descarga de água dos chuveiros ser maior que a liberação de
calor gerado pelo fogo, que é demonstrado através de experimentos.
Todo sistema de chuveiros deve possuir pelo menos um abastecimento
de água exclusivo e de operação automática, com capacidade suficiente para
atender adequadamente a demanda do sistema.
O abastecimento de água necessário para um sistema de chuveiros
automáticos pode ser suprido pelas seguintes fontes:

 reservatório elevado;
 reservatório com fundo elevado ou com fundo ao nível do solo,
semienterrado ou subterrâneo, piscinas, açudes, represas, rios,
lagos e lagoas com uma ou mais bombas de incêndio, em que o
ponto de tomada de sucção da bomba de incêndio para esse tipo
de reservatório, deve ser localizado ao fundo deste reservatório
para garantir uma capacidade efetiva;
 tanque de pressão.

O suprimento de água para um sistema de chuveiros ainda pode ser


simples ou duplo, de acordo com alguns requisitos estipulados como tipo de
ocupação, volume, vazão e pressão.

6.2.2. SISTEMA DE PRESSURIZAÇÃO

Para garantir ao sistema vazão e pressão adequada para um pleno


funcionamento do sistema, é preciso agregar um dispositivo de pressurização
denominado de conjunto motobomba.
As bombas para o sistema de chuveiros automáticos devem ser
adequadamente dimensionadas para total eficiência do sistema.
Elas devem ser diretamente acopladas, por meio de luva elástica ou
diesel, sem interposição de correias ou correntes. Também devem possuir
dispositivo para partida automática pela queda de pressão hidráulica na rede
de sistema de chuveiros.
Deve ser introduzido um dispositivo que após a partida do motor, o
desligamento só possa ser efetuado por controle manual.
Para evitar a operação indevida da bomba principal, deve ser instalada
uma outra bomba de pressurização (JOCKEY), para compensar pequenos e
eventuais vazamentos na canalização, numa faixa preestabelecida para
garantir uma pressão hidráulica de supervisão na rede do sistema de chuveiros
automáticos. As bombas devem ser dos tipos:

 centrífuga horizontal de sucção frontal;


 centrífuga horizontal de carcaça bipartida;
 centrífuga e/ou turbina vertical.
6.2.3. VÁLVULA DE GOVERNO E ALARME E RESPECTIVA REDE DE

ALIMENTAÇÃO

É composta por uma rede de tubulações que interligam a fonte de


abastecimento à válvula de governo e alarme (VGA).
Na verdade, a válvula de governo e alarme para o sistema de tubo
molhado é uma válvula de retenção com uma série de orifícios roscados para
ligação de dispositivos de controle e alarme, que são:

 válvula de drenagem de 1 ½” ou 2”, para esvaziar o sistema e

reabastecer os chuveiros atingidos pelo fogo;

 manômetros, a montante e a jusante do obturador, o superior deve

marear uma pressão igual ou maior ao inferior;

 linha de alarme para ligar o pressostato e o alarme hidromecânico (com

câmara de retardo, quando necessário).

Quando o acionamento de um ou mais chuveiros face ao incêndio, a


pressão na rede de distribuição diminui, consequentemente a pressão da água
de alimentação abaixo do obturador por diferencial de pressão, impele-o para
cima, fornecendo água para o sistema e provocando a abertura da válvula
auxiliar, dando passagem a água para o circuito de alarme, para acionamento
do mesmo.

6.2.4. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO

O sistema de distribuição é outro elemento do sistema maior e é


composto por uma rede de tubulações que liga VGA aos chuveiros
automáticos. Este sistema é demonstrado no desenho a seguir:
Figura 9: Esquema de Tubulações do Sistema Automático

Essa rede de tubulações possui nomes especiais para cada parte que a
compõe, sendo estes:

a) Ramais
São ramificações onde os chuveiros automáticos são instalados
diretamente ou utilizando-se tubos horizontais com 60 cm de comprimento
máximo.
Os ramais podem ser classificados quanto a sua posição em relação ao
subgeral e a alimentação.

b) Subgerais
São tubulações que interligam a geral aos ramais, ou seja, destinadas a
alimentar os ramais.

c) Geral
São tubulações que interligam a subida principal a subgeral, ou seja,
alimentam as subgerais.
d) Subidas e descidas
São tubulações verticais, de subidas ou descidas, conforme o sentido de
circulação da água. Estas tubulações fazem as ligações entre as redes de
chuveiros dos diversos níveis ou pavimentos, as ligações das subgerais com os
ramais, ou ainda as dos chuveiros individuais com os ramais quando a subida
ou descida excede 30 cm de comprimento.

e) Subida principal
É tubulação que liga a rede de suprimento dos abastecimentos de água
com as tubulações gerais e onde é instalada a válvula de governo e alarme
(VGA) que controla e indica a operação do sistema.

6.2.5. CHUVEIROS

Os chuveiros (sprinklers) constituem-se de dispositivos termo sensíveis


projetados para reagir a uma temperatura pré-determinada, liberando de forma
automática uma descarga de água de forma e quantidade adequada, sobre
uma área predestinada ou apropriada.
Estes dispositivos estão interligados nos ramais em intervalos
apropriados, que nos primeiros sinais de um incêndio, são acionados
distribuindo água pulverizada sobre o mesmo, extinguindo-o totalmente ou
limitando sua propagação.
Os chuveiros devem atender aos requisitos estabelecidos nas normas
NBR 6125 e NBR 6135.
Os chuveiros podem ser de dois tipos, quanto a operação:

a) Chuveiros abertos
São aqueles que não possuem elemento termo sensível ou qualquer
outro tipo de elemento que obstrua a passagem da água. Portanto, são
empregados nos sistemas dilúvio e destinados à proteção de ocupações de
risco extraordinário e risco pesado.
b) Chuveiros automáticos
São providos de um mecanismos comandado por um elemento termo
sensível (bulbo de vidro, solda eutética, etc) que os mantém hermeticamente
fechados. Automaticamente entram em funcionamento pela ação do calor de
um incêndio.

 Chuveiros com elemento termo sensível tipo solda eutética:


Este tipo de chuveiro automático opera a partir do derretimento de uma
liga de metal com ponto de fusão preestabelecido. Entende-se por solda
eutética como sendo o resultado da liga (mistura) de dois ou mais metais que
têm o ponto de fusão mais baixo possível. Normalmente são utilizados para
confecção da liga metais como estanho, chumbo, cádmio e bismuto, pois
possuem pontos de fusão bem definidos.

 Chuveiros com elemento termo sensível tipo ampola:


Este tipo de chuveiro automático possui como elemento termo sensível
uma ampola de vidro especial que contém um líquido e uma bolha de ar
comprimida e absorvida pelo líquido aumentando rapidamente a pressão e,
consequentemente, rompendo o bulbo, ao qual faz com que libere a válvula ou
o tampão.

Dentre as partes que compõem o chuveiro existe uma peça denominada


de defletor que desempenha um papel importante no funcionamento do
sistema. Quando a água é lançada contra o defletor, este a converte em spray
e distribui na área destinada a cobrir e proteger.
Quanto à forma de distribuição da água, também podem ser
classificados na seguinte maneira:
a) chuveiro padrão;
b) chuveiro tipo antigo;
c) chuveiro lateral.

Os chuveiros automáticos podem ser ainda classificados quanto a


posição de instalação do defletor. Quanto a posição do defletor os chuveiros
podem ser assim classificados em:
a) para cima (up right);
b) pendente (pendent);
c) lateral (sidewall).

6.3. Dimensionamento do Sistema de Chuveiros Automáticos

6.3.1. CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS DAS OCUPAÇÕES

A classificação de risco quanto a ocupação tem como objetivo principal a


proteção da edificação em relação a quantidade de carga de incêndio, ao risco
de inflamação dos materiais ou produtos contidos e as características de
ocupação (uso) no ambiente através de um número adequado de chuveiros
(spinklers). Para efeito de dimensionamento do sistema, a classificação de
riscos é utilizada para determinação da área a ser protegida.
Quando não for encontrada a ocupação correspondente a um
determinado risco, deve-se fazer uma classificação por analogia.
A classificação dos riscos das ocupações de acordo com a norma NBR
1135 é aplicada somente às instalações de chuveiros automáticos e seus
abastecimentos de água, apresenta-se da seguinte forma.

6.3.1.1. Ocupação de Risco Leve

Correspondente as ocupações isoladas onde o volume e/ou


combustibilidade do conteúdo (carga de incêndio) são baixas, tais como:

a) edifícios residenciais;
b) escolares (salas de aula);
c) escritórios (incluindo Centro de Processamento de Dados);
d) hospitais;
e) hotéis e motéis;
f) e outros.
6.3.1.2. Ocupação de Risco Ordinário

Compreendem as ocupações isoladas onde o volume e/o a


combustibilidade do conteúdo são médios e subdividem-se em três grupos:
a) Grupo I
Ocupações ou partes das ocupações isoladas comerciais ou industriais,
onde a combustibilidade do conteúdo é baixa, a quantidade de combustíveis é
moderada, a altura dos estoques não excede a 2,4 m, e finalmente, em caso de
incêndio a liberação moderada de calor é esperada, tais como:

 fabricação de abrasivos e esmeris;


 fabricação de bebidas não-alcóolicas;
 montagem caldeiras;
 cromação e galvanoplastia;
 fabricação de eletrônicos;
 e outros.

b) Grupo II
Ocupações ou parte das ocupações isoladas, comerciais ou industriais,
onde a combustibilidade do conteúdo é moderada a 3,7 m, e finalmente, em
caso de incêndio a liberação moderada de calor é esperada, tais como:

 fabricação de acumuladores;
 local de revenda de carvão e coque;
 confecções;
 curtumes e artigos de couro;
 destilarias de bebidas alcóolicas;
 e outros.

c) Grupo III
Ocupações ou parte das ocupações isoladas, comerciais ou industriais,
onde a combustibilidade dos conteúdos é alta e, em caso de incêndio, a alta
velocidade de desenvolvimento de calor é esperada, tais como:
 refinaria de açúcar;
 fabricação de artefatos de papel;
 montagem de aviões (excluindo hangares);
 fabricação de colas não-inflamáveis;
 artigos de cortiças;
 fabricação sem inflamáveis de cosméticos;
 e outros.

6.3.1.3. Ocupação de Risco Extraordinário

Compreendem isoladas onde o volume e a combustibilidade do


conteúdo são altos e possibilitam incêndio de rápido desenvolvimento e a alta
velocidade de liberação de calor e subdividem-se em dois grupos:

a) Grupo I
Ocupações ou partes das ocupações isoladas, onde empregam-se
líquidos inflamáveis e/ou combustíveis de moderada a substancial quantidade,
tais como:

 fabricação de colas inflamáveis;


 artigos e fabricação de espumas de borracha;
 áreas de utilização de fluidos hidráulicos combustíveis;
 fabricação de fogos de artifício;
 fabricação de fósforos;
 e outros.

b) Grupo II
Ocupações ou parte das ocupações isoladas, onde empregam-se
líquidos inflamáveis e/ou combustíveis de moderada a substancial quantidade,
tais como:

 usina de asfalto;
 área de enchimento de gases de isqueiros;
 líquidos inflamáveis;
 fabricação de nitrocelulose;
 limpeza, banhos e decapagem com solventes;
 e outros.

6.3.1.4. Ocupação de Risco Pesado

Compreendem as ocupações ou parte das ocupações isoladas,


comerciais ou industriais, onde se armazenam líquidos inflamáveis ou
combustíveis, produtos de alta combustibilidade, como: borracha, papel e
papelão, espumas celulares ou materiais comuns e alturas superiores às
previstas nas ocupações de risco ordinário.

6.3.2. FONTE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA

A capacidade efetiva dos reservatórios deve ser calculada em função do


tempo mínimo de duração de funcionamento do sistema de chuveiros para
cada classe de risco de ocupação, conforme a tabela a seguir. Nessa tabela
também serão obtidos os valores de pressão e vazão que serão utilizados
posteriormente no passo a passo do dimensionamento.

Tabela 7: Requisitos de abastecimento d'água para sistemas de chuveiros automáticos

Pressões e vazões mínimas na Tempo mínimo de


válvula de alarme e/ou chave operação para
Classificação dos
detectora de fluxo d’água determinar a
Riscos
Pressões (kPa) Vazões (L/min) capacidade efetiva
(min)
Risco Leve 110 1000 30
Risco ordinário 110 1800 60
(Grupo I)
Risco ordinário 110 2600 60
(Grupo II)
Risco ordinário 250 4500 60
(Grupo III)
Risco extraordinário 350 6000 60
Notas:
a) Nas pressões acima é adicionada a pressão estática entre a válvula alarme e/ou chave
detectora de fluxo d’água e o chuveiro mais elevado;
b) Nas vazões acima, não estão incluídas vazões de hidrantes ou mangotinhos;
c) Nos sistema de chuveiros dimensionados por cálculo hidráulico total, as pressões
acima são substituídas pelas pressões resultantes do cálculo.

6.3.3. VÁLVULA DE GOVERNO E ALARME E RESPECTIVA REDE DE

ALIMENTAÇÃO

A tabela a seguir descreve a área máxima de um pavimento para cada


classe de risco de ocupação controlada por um jogo de válvulas.

Tabela 8: Áreas máximas de um pavimento para cada classe risco de ocupação

Risco de Ocupação Área máxima (m2)


Leve 5000
Ordinário 5000
Extraordinário 3000
Pesado 4000

6.3.4. CHUVEIROS AUTOMÁTICOS

Classificação das temperaturas e codificações das cores dos chuveiros


automáticos:

Tabela 9: Temperatura e codificações das cores dos chuveiros com elemento termo
sensível tipo ampola

Temperatura Temperatura Classificação da Cor do líquido


máxima no recomendada temperatura de da ampola
telhado (°C) do chuveiro (°C) funcionamento
do chuveiro
38 57 Ordinária Laranja
49 68 Ordinária Vermelha
60 79 Intermediária Amarela
74 93 Intermediária Verde
121 141 Alta Azul
152 182 Muito Alta Roxa
175/238 204/260 Extra Alta Preta

Tabela 10: Temperaturas e codificações de cores dos chuveiros com elemento termo
sensível tipo solda eutética

Temperatura Temperatura Classificação da Cor dos braços


máxima no recomendada temperatura de do corpo do
telhado (°C) do chuveiro (°C) funcionamento chuveiro
do chuveiro
38 57 a 77 Ordinária Incolor
66 79 a 107 Intermediária Branca
107 121 a 149 Alta Azul
149 163 a 191 Muito Alta Vermelha
191 204 a 246 Extra Alta Verde
246 260 a 302 Altíssima Laranja
329 343 Altíssima Laranja

6.3.5. MÉTODOS DE DIMENSIONAMENTO

Os métodos de dimensionamento de sistemas de chuveiros automáticos


podem ser realizados por tabela, por cálculo hidráulico e pelo conjugado de
ambos. Cabe ressaltar que o melhor método é o realizado por cálculo
hidráulico, pois serve para todas as situações e não causa super
dimensionamento e é restrito aos riscos leve, ordinário e extraordinário.

6.3.5.1. Dimensionamento por Tabela

Sistema de chuveiros automáticos dimensionados por tabela são


aqueles cujos os diâmetros nominais das tubulações são estabelecidos com
base em tabelas definidas em normas, em função de cada classe de risco de
ocupação.
Devem ser atendidas as tabelas e recomendações a seguir:
Tabela 11: Ocupação de Risco Leve

Quantidade máxima Quantidade máxima


Diâmetro nominal
de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 02 02
32 03 03
40 05 05
50 10 12
65 30 40
80 60 65
100 Nota a) Nota a)

Tabela 12: Tubos

Quantidade máxima Quantidade máxima


Diâmetro nominal
de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 02 02
32 04 04
40 07 07
50 15 18
65 50 65
80 Nota c) Nota c)
100 Nota c) Nota c)

Tabela 13:Ocupações de risco ordinário

Diâmetro nominal Quantidade máxima Quantidade máxima


de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 02 02
32 03 03
40 05 05
50 10 12
65 20 25
80 40 45
100 100 115
150 275 300
200 Notas a), b) Notas a), b)

Tabela 14: Tubos

Quantidade máxima Quantidade máxima


Diâmetro nominal
de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 02 02
32 03 03
40 05 05
50 10 12
65 15 20
80 30 35
100 100 115
150 275 300
200 Notas a), b) Notas a), b)
Notas
a) Cada jogo de válvulas deve controlar no máximo uma área de 5000 m 2 de pavimento.
Forros falsos, áreas de mezaninos, jiraus, plataformas de equipamentos, etc. não são
computados como pavimentos, desde que não ocupem, na sua somatória, mais de
60% da área total do pavimento.
b) Quando existirem em um pavimento áreas únicas acima de 1000 m 2, este passa a ser
considerado como ocupação de risco ordinário (grupo I).
c) Quando a quantidade acumulativa de chuveiros, acima de um forro falso, exceder 50
ou 65 (conforme tubo de aço ou cobre), o diâmetro nominal das tubulações passa a ser
segundo a Tabela 11, adotando-se a quantidade de chuveiros de nível mais crítico.
d) O número de chuveiros em um mesmo ramal não deve exceder 8, com as exceções
seguintes:
 podem ser instalados nove chuveiros em um mesmo ramal, desde que os dois
últimos tubos deste ramal sejam, respectivamente, de 25 mm e 32 mm de
diâmetro nominal, seguindo-se os demais tubos com os diâmetros atendendo
às quantidades de chuveiros conforme a Tabela 11;
 podem ser instalados até dez chuveiros em um mesmo ramal, desde que os
dois últimos tubos deste ramal sejam, respectivamente, de 25 mm e 32 mm de
diâmetro nominal, e os dez chuveiros sejam alimentados por um tubo de 63,5
mm de diâmetro nominal, seguindo-se os demais tubos com os diâmetros
nominais atendendo às quantidades de chuveiros conforme a Tabela 11;
 quando são instalados chuveiros acima e abaixo de um forro falso, alimentados
por um mesmo ramal, o número de chuveiros acima do forro falso não deve
exceder 8, assim como o abaixo do forro falso. Para estabelecer os diâmetros
nominais das tubulações, aplica-se a Tabela 12.

Tabela 15: Tubos

Quantidade máxima Quantidade máxima


Diâmetro nominal
de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 02 02
32 04 04
40 07 07
50 15 18
65 30 40
80 60 65
100 100 115
150 275 300
200 Notas a), b) Notas a), b)
Notas:
a) Um único jogo de válvulas de 200 mm de diâmetro nominal pode controlar, no máximo,
uma área de 5000 m2 de pavimento. Forros falsos, áreas de mezaninos, jiraus,
plataformas de equipamentos, etc. não são computados como pavimentos, desde que
não ocupem, na sua somatória, mais de 60% da área total do pavimento. No caso de
dispositivos de materiais armazenados em pilhas sólidas, em “paletes” ou em “porta-
paletes”, com uma altura acima de 3,70 m, a ocupação passa a ser considerada como
risco pesado.
b) Um único jogo de válvulas de 200 mm de diâmetro nominal pode controlar áreas de
ocupação de risco ordinário e risco extraordinário, desde que as áreas de risco
extraordinário não excedam 3000 m2 e a somatória das áreas, 5000 m2.
c) O número de chuveiros em um mesmo ramal não deve exceder 8, com as exceções
seguintes:
 podem ser instalados nove chuveiros em um mesmo ramal, desde que os dois
últimos tubos deste ramal sejam, respectivamente, de 25 mm e 32 mm de
diâmetro nominal, seguindo-se os demais tubos com os diâmetros nominais
atendendo às quantidades de chuveiros conforme as Tabelas 13 e 14;
 podem ser instalados até dez chuveiros em um mesmo ramal, desde que os
dois últimos tubos deste ramal sejam, respectivamente, de 25 mm e 32 mm de
diâmetro nominal e os dez chuveiros sejam alimentados por um tubo de 65 mm
de diâmetro nominal, seguindo-se os demais tubos com os diâmetros nominais
atendendo às quantidades de chuveiros conforme as Tabelas 13 e 14.

Tabela 15:Ocupações de risco extraordinário

Quantidade máxima Quantidade máxima


Diâmetro nominal
de chuveiros – Tubo de chuveiros – Tubo
(mm)
de aço de cobre
25 01 01
32 02 02
40 05 05
50 08 08
65 15 20
80 27 30
100 55 65
150 150 170
200 Notas a), b) Notas a), b)
Notas:
a) Um único jogo de válvulas de 200 mm de diâmetro nominal pode controlar, no máximo,
uma área de 3000 m2 de pavimento. Forros falsos, áreas de mezaninos, jiraus,
plataformas de equipamentos, etc. não são computados como pavimentos, desde que
não ocupem, na sua somatória, mais de 60% da área total do pavimento.
b) Um único jogo de válvulas de 200 mm de diâmetro nominal pode controlar áreas de
ocupação de risco ordinário e risco extraordinário, desde que as áreas de risco
extraordinário não excedam 3000 m2 e a somatória das áreas, 5000 m2.
c) O número de chuveiros alimentados por um único ramal não deve exceder 6

A seguir, são mostrados os passos sequenciais para o método de


dimensionamento por tabela.

 Passo 1: Especificação da Norma.


Para se determinar o método de dimensionamento por tabela é preciso
especificar o tipo de Norma a ser seguido. No Brasil, deve-se utilizar as normas
da ABNT.

 Passo 2: Enquadramento da edificação à classe de


risco de ocupação.
O passo seguinte à especificação da Norma, é fazer o enquadramento
do tipo de edificação em relação a classe de risco de ocupação.

 Passo 3: Determinação da área máxima de cobertura


por chuveiros.
A área máxima de cobertura por chuveiros é estabelecida em função do
risco de ocupação da edificação.

 Passo 4: Determinação da distância máxima entre


ramais e entre chuveiros nos ramais.
Para determinar esses parâmetros deve-se consultar a tabela a seguir:

Tabela 16: Distâncias entre ramais e entre chuveiros nos ramais

Distâncias máximas entre ramais e


Classe de risco de ocupação
entre chuveiros nos ramais (m)
Leve 4,6
Ordinário 4,6
Extraordinário 3,7
Pesado 3,7

Observações:
a) Para áreas com no máximo 75m 2 a distância entre a parede e o
chuveiro pode ser de até 2,70 m, para risco leve desde que seja
respeitada a área máxima de cobertura permitida por chuveiro.
b) Deve ser de 1,80 m a distância mínima entre chuveiros para não
permitir que um chuveiro, quando acionado, retarde a ação do
adjacente. Caso não seja possível cumprir tal distância mínima,
deve ser utilizado um anteparo, entre os chuveiros, constituído de
material não-combustível.

 Passo 5: Determinação da área do pavimento.


A determinação da área do pavimento é importante para a definição do
layout do sistema.

 Passo 6: Determinação do espaçamento entre os


chuveiros e entre os ramais.
Para espaçamento entre os chuveiros e entre os ramais deve ser levado.
Em consideração a área máxima de cobertura por chuveiro, a distância máxima
entre ramais e entre chuveiros e ramais, como também a área do pavimento.

 Passo 7: Determinação da área de cobertura por


chuveiro.

Para determinar a área coberta por um chuveiro, deve-se aplicar a


seguinte fórmula:

Área de cobertura = C x L

Onde:
C = a distância entre chuveiros ao longo dos ramais ou o dobro da
distância da parede até o último chuveiro, adotando-se sempre o maior.
L = a distância entre os ramais ou o dobro da distância da parede até o
último ramal, adotando-se sempre o maior.

Esse procedimento, é mostrado através da ilustração da figura logo


abaixo.

Figura 10: Procedimento de determinação da área de cobertura

Lembre-se de conferir as limitações de área máxima de cobertura por


chuveiros de acordo com a classe de risco de ocupação.

 Passo 8: Determinação da quantidade máxima de


chuveiros na canalização.
A quantidade máxima de chuveiros na tubulação é determinada através
da utilização de uma tabela que relaciona esse valor em função do tipo de
material que é constituída a canalização e do seu diâmetro nominal. Essas
tabelas são as que foram apresentadas acima.

 Passo 9: Determinação do layout do sistema.


A partir desse ponto já é possível projetar o layout do sistema de
chuveiros automáticos, que servirá para determinar os outros parâmetros
restantes para a finalização do projeto.

 Passo 10: Determinação da vazão.


A vazão mínima é estabelecida através da tabela – tempo de duração de
funcionamento do sistema de chuveiros para cada classe do risco de ocupação
– que relaciona a vazão mínima em função da classe de risco de ocupação.

 Passo 11: Determinação da pressão.


A pressão mínima requerida para sistema até a válvula de governo e
alarme é obtida, também, a partir da tabela – tempo de duração de
funcionamento do sistema de chuveiros para cada classe do risco de ocupação
– que expressa a vazão em L/min. Esse valor é somado ao desnível entre o
chuveiro mais desfavorável e a VGA, e a pressão entre a VGA e a bomba,
fornecendo assim, a pressão requerida na bomba.

 Passo 12: Determinação da capacidade da bomba:


De posse dos valores finais de pressão e vazão nominais pode-se
estabelecer a capacidade e o tipo de bomba para o sistema sendo que a
bomba deve apresentar algumas características específicas como a pressão
máxima sem vazão, de 40% acima da pressão nominal e pressão mínima de
65% da pressão nominal, quando a vazão for igual a 150% da vazão nominal.
 Passo 13: Determinação da capacidade do
reservatório:
Através da vazão final pode-se determinar a capacidade do reservatório
que é destinado a reserva técnica de incêndio, através da multiplicação do
valor da vazão pelo intervalo de tempo mínimo de funcionamento do sistema
Essa fórmula é expressa da seguinte maneira:

VR = VF x TM

Onde:
VR = volume do reservatório, em L;
VF = vazão final, em L/min;
TM = tempo mínimo de funcionamento, em min, expresso na Tabela 7.

6.3.5.2. Exemplo de Dimensionamento por Tabela

Realizar o dimensionamento de um sistema de chuveiros automáticos


para um edifício de 11 pavimentos, com classe de risco de ocupação Ordinário
Grupo II, e com as características apresentadas de acordo com a figura logo
abaixo:

Figura 11: Croqui da área

 Passo 1:
Norma escolhida: ABNT.

 Passo 2:
Enquadramento do risco: Ordinário Grupo II

 Passo 3:
Determinação da área máxima de cobertura por chuveiros: 12m 2

 Passo 4:
Determinação da distância máxima entre ramais e entre chuveiros e
ramais: 4,6 m.

 Passo 5:
Determinação da área do pavimento: 44 x 74 = 3256 m 2

 Passo 6:
O espaçamento entre os chuveiros e entre os ramais:
ramais = 3,70 m
chuveiros = 3,20 m

 Passo 7:
A determinação da área de cobertura é o produto dos valores do
espaçamento entre os chuveiros e entre os ramais:
3,20 x 3,70 = 11,84 = 12,00 m2

 Passo 8:
Determinação da quantidade máxima de chuveiros na canalização em
função do diâmetro: de acordo com as tabelas do início do capítulo (tubulação
escolhida: de aço) que é exemplificada através do layout mostrado no passo 9.

 Passo 9:
Determinação do layout do sistema: ramais centrais com alimentação
lateral, de acordo com a figura abaixo.

Figura 12: Layout do sistema

 Passo 10:
Determinação da vazão: de acordo com a tabela é 2600 L/min.

 Passo 11:
Determinação da pressão na VGA: de acordo com a tabela é 110 kPa.
desnível do chuveiro a VGA = 37 = 370 kPa
pressão requerida. na VGA = 110 + 370 = 480 kPa
pressão requerida na Bomba - P(VGA) + J(VGA/Bomba)
J(VGA/Bomba) = 150 kPa (adotado)
pressão requerida na Bomba = 480 + 150 = 630 kPa
 Passo 12:
Determinação das características da Bomba:
Pressão nominal = 630 kPa
Vazão nominal = 2600 I/min

 Passo 13:
Determinação da capacidade do reservatório:
O tempo de funcionamento de acordo com a tabela é de 60
minutos.
Volume total = 2600 x 60 = 156.000 litros.
Dimensões do reservatório = 6 x 6 x 4,4 = 158 m³

6.3.5.3. Dimensionamento por cálculo hidráulico

O dimensionamento por cálculo hidráulico para sistemas de chuveiros


automáticos, consiste na determinação dos diâmetros nominais das tubulações
através de cálculos de perda de carga, na qual visa atingir uma densidade
específica, distribuída de forma uniforme, numa área de aplicação de chuveiros
operando simultaneamente, e de maneira a atender às características de
pressão e vazão.
Para efeito de cálculo hidráulico o diâmetro nominal mínimo para
tubulações de aço é 25 mm e para tubulações de cobre é de 20 mm. Para o
perfeito dimensionamento de sistemas de chuveiros automáticos por cálculo
hidráulico são necessárias as informações básicas a seguir:

a) densidade, em mm/min;
b) área de aplicação, em m2;
c) demanda adicional para hidrantes (caso seja necessário); e
d) dados sobre abastecimento de água.

Para a elaboração do cálculo hidráulico os seguintes passos sequenciais


devem ser adotados:
 Passos de 1 a 7: Seguem o mesmo procedimento do
dimensionamento por tabela.
 Passo 8: Determinação da área de operação
(aplicação):
A área de aplicação, consiste em uma área de forma retangular que
corresponde a área hidráulica mais desfavorável em relação ao jogo de
válvulas do sistema. A determinação desse parâmetro é obtida em um gráfico
que estabelece a área de aplicação e a densidade em função da classe de
risco de ocupação o gráfico é apresentado a seguir:

Figura 13: Área de aplicação

 Passo 9: Determinação da densidade


A densidade corresponde a uma descarga preestabelecida por m 2 na
área
de aplicação em função da classe de risco de ocupação é obtida a partir do
rebatimento da área de aplicação pela classe de risco de ocupação no gráfico
acima.
 Passo 10: Determinação do número de chuveiros da
área de operação
O cálculo para determinar a quantidade de chuveiros dentro da área de
aplicação, deve ser o seguinte:

Área de Aplicação
Área de Cobertura de Chuveiro

Observação:
Em caso de resultado com número fracionário de chuveiros, arredonda-
se para mais, para adoção de um número inteiro de chuveiros.

 Passo 11: Determinação do lado maior da área de


operação
A determinação da dimensão do lado maior do retângulo, que seja
paralelo aos ramais deve ser igual a 1,2 vez a raiz quadrada da área de
aplicação.

 Passo 12: Determinação do número de chuveiros do


lado maior da área de operação
Para se efetuar esse cálculo deve-se dividir o valor da dimensão do lado
maior do retângulo encontrado pelo espaçamento entre os chuveiros.

 Passo 13: Cálculo da vazão e pressão no chuveiro mais


desfavorável
De posse de todos esses dados deve-se estabelecer a vazão mínima
requerida para o chuveiro mais desfavorável. Para se obter a vazão usa-se o
seguinte procedimento:
Para o primeiro chuveiro mais desfavorável:

Q = (densidade requerida).( área por chuveiro)

onde:
Q = vazão, em dm3/min.
Do segundo em diante, usa a seguinte expressão:

Q=KxP

onde:
Q= vazão em L/min
K= fator "K"
P= pressão em bar

A vazão mínima requerida no chuveiro mais desfavorável é calculada


através da expressão

P = (Q/K)2

Onde:
P = a pressão requerida em bar,
Q = a vazão requerida no primeiro chuveiro em L/min ( ou dm3
/mim);
K = o coeficiente de descarga dos chuveiros utilizados

Para a determinação do coeficiente "K ", existe uma tabela que


especifica valores desse coeficiente em função do diâmetro nominal do
chuveiro. Esta tabela é apresentada a seguir:

Tabela 17: Diâmetro nominal do chuveiro, fator "k" para cálculo da vazão e
característica das roscas
Diâmetro Orifício do chuveiro Diâmetro
nominal do Diâmetro nominal e
Fator “K”
chuveiro Tipo tipo de
(mm) (pol)
(mm) rosca (mm)
10 Pequeno 11 7/16” 57-5% 10 BSPT
15 Médio 12,7 1/2" 80-5% 15 BSPT
20 Grande 13,5 17/32” 115-5% 20 BSPT
A pressão mínima no chuveiro deve ser de 50 kPa

Cálculo da perda de carga


Calcula-se a perda de carga na tubulação do trecho entre o primeiro
chuveiro mais desfavorável e o segundo mais desfavorável, em seguida,
calcular a vazão e a pressão no segundo chuveiro e novamente a perda de
carga no trecho entre o segundo e o terceiro chuveiros. Essa sequência deve
ser repetida até cobrir todos os chuveiros da área de aplicação, só então , é
que se calcula a perda de carga até a bomba, sem considerar os demais
chuveiros. Cabe ressaltar que é imprescindível manter o equilíbrio em cada nó
através do balanceamento de pressão uma vez que não pode coexistir duas
pressões diferentes no mesmo ponto.
Para o cálculo das perdas de carga por atrito, aplica-se a fórmula de
Hazen-Williams, já apresentada.

 Passo 14: Cálculo da vazão e pressão no segundo


chuveiro mais desfavorável
Igual ao passo 13.

 Passo 15: Cálculo da vazão e pressão no terceiro


chuveiro mais desfavorável
Igual ao passo 13.

Nota:
Esses passos se repetem até se calcular todos os chuveiros da área de
operação.

 Passo 16: Determinação da capacidade da


bomba
De posse dos valores finais de pressão e vazão nominais pode-se
estabelecer a capacidade e o tipo de bomba para o sistema, sendo que a
bomba deve apresentar características especificas como a pressão
máxima ,sem vazão, de 40% acima da pressão nominal e pressão mínima de
65% da pressão nominal quando a vazão for igual a 150% da vazão nominal.
 Passo 17: Determinação da capacidade do reservatório
Através da vazão final. pode-se determinar a capacidade do reservatório
que é destinado a reserva técnica de incêndio, através da multiplicação do
valor da vazão pelo intervalo de tempo mínimo de funcionamento do sistema
Essa fórmula é expressa da seguinte maneira:

VR = VF x TM

Onde:
VR=volume do reservatório, em L;
VF=vazão final, em L/min;
TM=tempo mínimo de funcionamento, em min.

6.3.5.4. Exemplo de Dimensionamento por Cálculo Hidráulico

Utilizaremos os dados referentes ao exemplo do dimensionamento por


tabela.

 Passo 1:
Norma escolhida: ABNT.

 Passo 2:
Enquadramento do risco: Ordinário Grupo II

 Passo 3:
A área máxima de cobertura por chuveiros: 12 m2

 Passo 4:
A distância máxima entre ramais e entre chuveiros e ramais 4,6 m.

 Passo 5:
A área do pavimento é: 44 x 74 = 3256 m²
 Passo 6:
O espaçamento entre os chuveiros e entre os ramais:
ramais = 3,20 m
chuveiros = 3,70 m

 Passo 7:
A área de cobertura por chuveiro é obtida do produto das distâncias
entre:
ramais = 3,20 m
chuveiros 3,70 m
3,20 x 3,70 11,84 = 12,00 m2

 Passo 8:
A área de operação é 140 m2 (adotada)

 Passo 9:
A densidade da área de operação é de 7,8 de acordo com o gráfico.

 Passo 10:
A quantidade de chuveiros dentro da área de operação é:

140
número de chuveiros= =11,82 →12
11,84

 Passo 11:
O lado maior da área de operação é:

lado maior = 1,2 x 140 =14,20m

 Passo 12:
A quantidade de chuveiros do lado maior da área de operação é:

14,20
número de chuveiros do lado maior= =4,43→ 5
3,20
Figura 14: Número de chuveiros na área de operação

 Passo 13:
A vazão e a pressão no chuveiro mais desfavorável é:

diâmetro nominal do chuveiro = 15 mm


fator K = 80
vazão Q1 = 7,8 x 11,84 = 92,35 dm3/min
pressão P1=¿

 Passo 14:
A vazão e a pressão no segundo chuveiro mais desfavorável:
calcula-se a perda de carga no trecho entre o primeiro e o segundo
chuveiros mais desfavoráveis através da fórmula de Hazen-Williams:

1,85 5
92,35 × 10
J=6,05× =0,058 ¯¿ / m¿
1201,85 ×25 4,87

perda de carga no trecho = 0,058 x 3,20 = 0,1866 bar


P2 = P1 + perda de carga no trecho 1-2 = 1,33 + 0,1866 = 1,517 bar
Q2=K √ P2=80 × √ 1,517=98,53 dm / min
3
 Passo 15:
A vazão e a pressão no terceiro chuveiro
vazão acumulada = 98,53 + 92,35 = 190,88
calcula-se a perda de carga no trecho 2-3

190,881,85 ×105
J=6,05× =0,2222 ¯¿ /m ¿
1201,85 ×25 4,87

perda de carga no trecho 2-3 = 0,2222 x 3,20 = 0,7110 bar


P3 = P2 + perda de carga no trecho 2-3 = 1,517 + 0,7110 = 2,228 bar
Q3=K √ P3=80 √ 2,228=119,41 dm 3 /min

Este processo deve ser repetido sucessivamente até a determinação


das pressões e vazões de todos os 12 chuveiros pertencentes a área de
operação do projeto.

Figura 15: Representação gráfica da área de operação com a numeração dos

 Passo 16:
Determinação da capacidade da bomba:
pressão no ponto C (PC) = 4,711 bar
vazão no ponto C = 1434,59 dm3/min
pressão requerida na VGA = pressão requerida no ponto C + perda de
carga entre o ponto C e a VGA + desnível entre o ponto C e a VGA.
desnível do ponto C-VGA = 3,7 bar
perda de carga do ponto C até a VGA = ?
comprimento da canalização = 64,75 + 37,0 = 101,75 m
comprimento equivalente do cotovelo = 2,1 m

Figura 16: Esquema do ponto C

Cálculo da perda de carga do ponto C até a VGA:


1434,591,85 … ×105
J=6,05× =0,044 ¯¿ / m¿
1201,85 ×754,87
J=0,044 × ( 101,75+2,1 )=4,57 ¯¿

Pressão requerida na VGA

PVGA = PC + J(C-VGA) + desnível-VGA


PVGA = 49711 + 4,57 + 3,7 = 12,89 bar

Uma vez que a norma brasileira estabelece que os sistemas devem ser
calculados para uma pressão máxima de 12 bar, deveremos adotar o seguinte
procedimento:
Aumentar o diâmetro da canalização principal e a do subgeral (a partir
do ponto C) para 100 mm.
Novo comprimento equivalente do cotovelo de 100 mm = 3,1 m

1,85 5
1434,59 … ×10
J=6,05× 1,85 4,87
=0,0108 ¯¿ /m ¿
120 ×100

Cálculo da perda de carga do ponto C até a VGA


J=0,0108× ( 101,75+3,1 )=1,13 ¯
¿
Pressão requerida na VGA
PVGA = PC + J(C-VGA) + desnívelC-VGA
PVGA = 4,711 + 1,13 + 3,7 = 9,54 bar

Pressão requerida na bomba (Pb)

Pb = PVGA + J(VGA-bomba)
J(VGA-bomba) = 1,5 bar (adotado)
Pb = 9,54 + 1,5 = 11,04 bar

Características da bomba:

Pressão nominal = 11,04 bar


Vazão nominal = 1434,59 I/min

 Passo 17:
A capacidade do reservatório:

tempo mínimo de funcionamento = 60 min


volume total = 1434,59 x 60 = 86075 L
dimensões do reservatório = 5 x 5 x 3,5 = 87,5 m3
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como se pode constatar, a prevenção e combate a incêndio nas


edificações não só abrange a atuação dos profissionais de Engenharia e
Arquitetura no dimensionamento dos sistemas, mas também precisa contar
com o comprometimento e constante aperfeiçoamento dos órgãos públicos de
fiscalização e normatização, e, principalmente, com o interesse e participação
da sociedade em geral, a fim de garantir a preservação de vidas.
Para que a participação da sociedade seja efetiva, é vital o
conhecimento básico das características do fogo e o comportamento do
incêndio, bem como o manuseio básico dos equipamentos de segurança.
Através da pesquisa bibliográfica realizada, pode-se concluir que existe
limitação da literatura especifica de combate à incêndio, o que torna mais difícil
a busca de novos conhecimentos e também a tarefa de projetar.
Embora a legislação vigente já procure se adequar às novas
necessidades de prevenção e combate a incêndios, o mesmo não ocorre com
o ensino nos cursos de formação, deixando ainda mais distante os
conhecimentos e a necessidade.
Esses fatores ressaltam a importância da realização desse trabalho.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BAGETTI, R. Dimensionamento de uma Rede Hidráulica de Combate a


Incêndio. 2015, 41 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Mecânica)
– Faculdade Horizontina, Horizontina, 2015.

BECKER, S. C. Dimensionamento de Sistemas Hidráulicos de Combate


a Incêndio. 2005, 141 f. Monografia de Especialização (Engenharia de
Segurança do Trabalho) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria-
RS, 2005.

GOMES, T. Projeto de Prevenção e Combate à Incêndio. 2014, 94 f.


Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Civil) – Universidade de Santa
Maria, Santa Maria-RS, 2014.

STOCKMANN, F. B. Projeto de Prevenção de Incêndio e Pânico em uma


Recicladora de Tintas em Foz do Iguaçu – Paraná. 2012, 65 f. Monografia de
Especialização (Engenharia de Segurança do Trabalho) – Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Medianeira, 2012.

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