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PÂNICO
RESUMO
No presente estudo trata sobre o plano de prevenção e combate ao incêndio nas edificações em
geral. Apresentando as normas e os procedimentos de controle e prevenção contra incêndios, as
classes de incêndio, sobre os principais equipamentos de proteção e a importância desses
equipamentos para salvar vidas e reduzir as perdas e danos materiais. A metodologia utilizada
neste estudo foi executada com base nas normas de prevenção contra incêndio requerido pela
Legislação atual do Estado do Rio Grande do Sul. O resultado a burocracia envolvendo a
aprovação e análise do projeto PPCI para ser aprovado.
1. INTRODUÇÃO
Conforme Brentano (2007, p. 89), o homem sempre irá conviver com o fogo, e para que esta
ferramenta não deixe de ser usada ela deve ser controlada e estudada. Visto isso, é preciso estudar
comportamento do fogo controlado e não controlado, assim como, o comportamento humano, e das
edificações, sob a situação de incêndio.
Contudo, ressaltar a importância da prevenção de incêndios não deve ser apenas dos
profissionais ligados a prevenção, como engenheiros, bombeiros, arquitetos, tecnólogos em
segurança do trabalho e profissionais da saúde, porém enfatizar em conhecimento básico para a
1Acadêmicos:
2 Tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC4365SEG) – Prática do Módulo I - 12/07/22
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população em geral e treinamento (como uso dos extintores, mangotinhos, propagação do fogo,
primeiros socorros, rotas de fugas, etc.)
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Calor (Agente Ígneo): Elemento que inicia a combustão, a mantém, e incentiva a sua
propagação. É a forma de energia que eleva a temperatura. O calor é gerado da
transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Da ação da luz solar,
raios, pontas de cigarros, curto- circuitos de aparelhos eletrônicos e até mesmo de descuidos
humanos.
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Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/fogo/
Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/propagacao-de-calor/
Condução: a transferência de calor de molécula para outra molécula, para que haja
transmissão por condução é necessário um intermediário sólido, liquido ou gasoso que
encaminhe calor. Porém, os combustíveis líquidos não são bons condutores de calor por
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condução. Um exemplo de condução, quando uma barra de ferro se aproxima de uma fonte
de calor.
Fonte: brasilescolauol.com.br
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conducao-termica.htm
Irradiação: Transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do
ar e do vácuo. Um corpo aquecido emite ondas de energia calorífica em linhas retas e em
todas as direções, que são absorvidas pelos corpos que são expostos. A intensidade com que
os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximas ou mais
afastados do calor. Por exemplo, acender uma fogueira para deixar aquecer o ambiente.
Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/irradiacao-termica/
espaço para que outro volume de água mais denso ocupe o seu lugar para ser aquecido e,
assim, sucessivamente, enquanto o ar frio toma nos níveis mais baixos.
Figura 6: Convecção
Fonte: brasilescolauol.com.br
Link: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/processo-propagacao-calor.htm
INCÊNDIO
Conforme a NBR 13860, fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e
luz. O fogo é uma reação química exotérmica, denominada de combustão. É uma reação de
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oxidação rápida de material combustível e têm como resultado a liberação de calor, luz, fumaça e de
subprodutos da combustão. Pela própria NBR 13860, entende que: “incêndio é o fogo fora de
controle”.
Segundo a Resolução Técnica nº 02 (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL, 2014a, p. 15) apud Castro (2015), o incêndio e definido como “[...] o fogo
sem controle, intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.”. O
entendimento sobre o incêndio, como acontecem e sua evolução, é fundamental para qualquer
projeto e definição das medidas de proteção contra incêndio. Neste item são abordados de forma
geral os principais aspectos sobre os incêndios.
2.3.1 Principais Causas de Incêndio
Segundo (FERIGOLO, 1977), os incêndios podem ter origem devido a três causas
distintas. Causas naturais não dependem da vontade da humanidade, mas sim, da
natureza. Exemplos: produtos químicos, combustão espontânea, raios, calor solar, etc. Causas
acidentais são incêndios que acontecem em consequência de negligência, imprudência ou
imperícia. Causas criminosas nestes casos, o sinistro envolve ação do homem, ou seja, intenção de
causar o incêndio. Exemplos: queima de arquivo, crimes dolosos, fraudes, etc.
o material combustível existente no local. Este fenômeno é conhecido por “flashover” (combustão
súbita generalizada. Já no terceiro e último estágio todos os materiais combustíveis estarão em
combustão e a temperatura ambiente poderá atingir valores acima de 1100°C. Desnecessário
afirmar que, neste ponto, o incêndio está fora de controle e não é possível o acesso ao foco, sendo o
combate indireto (MARCIA COSTA, 2018) apud REIS (20018).
Ainda existe mais uma classe pouco conhecida no Brasil, mas já adotada em normas internacionais.
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Existem duas novas Leis muito importantes no Estado do Rio Grande do Sul, aprovadas
pela Assembleia Legislativa Estadual, a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013,
e a seguinte Lei Complementar nº 14.555, de 02 de julho de 2014, ambas aprovadas por pressão,
tanto popular quanto dos órgãos fiscalizadores e de Engenharia, após o incidente na Boate Kiss.
Também cabe justificar a Lei Estadual nº 10.987, de 11 de agosto de 1997, que estabelece normas
sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios, dispões sobre a destinação da taxa de
serviços especiais não emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras providências.
A definição usada pela ABNT, “norma técnica é um documento, determinado para um uso
comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando
à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.” Esse organismo reconhecido é a
própria ABNT e nessas normas técnicas entram as NBRs, que podem ser meras recomendações
feitas pela ABNT com base em estudos e testes em laboratórios, bem como o conhecimento ao
longo do tempo pelos profissionais em cada área, porém, quando são mencionadas pelo poder
público em Decretos, Leis ou Portarias, torna-se obrigatório o seu cumprimento. Há um infinito
número de NBRs, principalmente na área da Engenharia Civil, sendo vital sua consulta,
especialmente na área de Prevenção e Combate a Incêndio, devido às constantes atualizações.
PPCI
O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e pode ser elaborado apenas por
profissionais habilitados (Engenheiros Civis e Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo Corpo de
Bombeiros, através de vistorias e concessão de alvarás, sendo exigido por órgãos públicos para
qualquer imóvel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas. É obrigatório para todas as
edificações existentes, mesmo aquelas que se encontram em situação de construção ou reforma
(naquelas que possuírem ampliação de área superior a 10% da sua área total)
A Lei utiliza como critérios de classificação altura, área total construída, ocupação e uso,
capacidade de lotação e carga de incêndio (novidade na Legislação Estadual) e a NBR 9077.
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Suas recomendações devem ser seguidas, sendo ela mencionada por Decretos Estaduais para a
classificação da “Classe de Ocupação”, temos as classes A,B,C,D,E, F, G,H ,I e J. Cada uma dessas
representa um tipo de ocupação, conforme a Tabela 1. Pela grande extensão das tabelas de
classificação em função de “Classe de Ocupação” apenas partes das mesmas serão destacadas neste
trabalho.
Classificação das edificações quanto à altura é um fator importante no correto
dimensionamento do PPCI, pois com edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os
sistemas adequados para cada empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR
9077/2001.
Tabela 2- Classificação das edificações quanto à altura.
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Carga de incêndio consiste na soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela
combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou
edificação, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos. Essa carga será
importante para classificar a “Classe de Risco” da edificação e também para dimensionamento de
sistemas de combate a incêndio.
Classificação das edificações quanto às suas características construtivas que tipo de tijolos foi
usado, cimento, madeira, ferro. As edificações podem apresentar maior ou menor facilidade para a
propagação do fogo, segundo as suas concepções arquitetônicas e estruturais e os materiais
utilizados. As edificações são classificadas quanto às suas características construtivas como de
acordo com a Tabela 4 da NBR 9077/2001.
Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.
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Para edificações cuja área não ultrapassa 750m² e seu risco de incêndio é pequeno ou médio, como
é o caso da edificação em questão, usa-se o Plano Simplificado de Prevenção e Proteção contra
incêndio, o qual exige-se o dimensionamento dos itens.
O Estado do Rio Grande do Sul descreve uma legislação própria perante outros estados. A lei que
está em vigor é a Lei Complementar n° 14.376, de 26 de dezembro de 2013, a Lei Kiss, nome este
dado devido ao acidente que ocorreu no mês de janeiro do mesmo ano na boate Kiss, na cidade de
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Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, conforme já mencionado no capítulo anterior. Foram
verificadas na atual lei algumas mudanças significativas perante as leis anteriores.
Dentre as principais modificações, cita-se a classificação das edificações e áreas de risco, que
atualmente deve ser realizada quanto à ocupação, à altura, à carga de incêndio e também quanto à
área construída. Todas estas classificações podem ser encontradas em tabelas específicas na Lei
Complementar 14.376/13. Esta lei foi atualizada em 22 de setembro de 2016, com a Lei
Complementar n° 14.924.
O artigo 2º desta lei, estabelece os objetivos da mesma, que são os seguintes (13): I - preservar e
proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio; II - estabelecer
um conjunto de medidas eficientes de prevenção contra incêndio; III - dificultar a propagação do
incêndio, preservando a vida, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio; IV - proporcionar
meios de controle e extinção do incêndio; V - dar condições de acesso para as operações do Corpo
de Bombeiros Militar do Estado Rio Grande do Sul – CBMRS –; VI - proporcionar a continuidade
dos serviços nas edificações e áreas de risco de incêndio; VII - definir as responsabilidades e
competências de legislar em âmbito estadual, respeitando as dos demais entes federados; VIII -
estabelecer as responsabilidades dos órgão competentes pelo licenciamento, prevenção e
fiscalização contra incêndios e sinistros decorrentes; IX - definir as vistorias, os licenciamentos e as
fiscalizações às edificações e áreas de risco de incêndio; X - determinar as sanções nos casos de
descumprimentos desta Lei Complementar. Ainda no artigo 4º, especifica-se o seguinte: As
edificações e áreas de risco de incêndio deverão possuir Alvará de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio – APPCI –, expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul – CBMRS.
Desde a publicação da Lei Complementar n° 14.376/2013 até a sua atualização através da lei n°
14.924/2016, houve muitas complicações e desencontros quanto à análise e vistoria dos PPCIs. Fato
este é devido à transição da lei e a falta de preparo quanto ao entendimento desta nova legislação
pelos responsáveis habilitados para a devida aprovação do plano de prevenção contra incêndio. A
precária instrução para o desenvolvimento dos PPCIs dos profissionais habilitados criaram algumas
dificuldades relevantes ocasionando retrabalhos e assim gerando demoras demasiadas quanto à
aprovação dos PPCIs junto aos Corpos de Bombeiros do Estado. Excetuadas as Leis já
mencionadas, utilizou-se também para a elaboração deste trabalho, as seguintes normas:
NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios.
NBR 12.693/2013 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio.
NBR 10898/1999 – Sistema de iluminação de emergência
De acordo com a NBR 12962 (1998), o exame periódico dos extintores deve ser realizado por
profissional habilitado, com a finalidade de verificar se o aparelho permanece em condições
originais de operação e sua classe extintora, Em relação a manutenção, é verificar suas condições
originais de funcionamento que deve manter suas condições originais de operação.São constituídos
por nível 01, nível 02 e nível 03. A manutenção do primeiro nível é realizada no próprio local por
um profissional, o segundo nível por uma empresa autorizada em manutenção e o nível 03 a revisão
total que deve ser executada conforme norma brasileira pertinente. A recarga deve ser realizada
com as condições de preservação e manuseio do agente extintor recomendadas pelo fabricante.
RESULTADO
Quanto mais claros forem os treinamentos, melhores serão a retenção e a automação dos
procedimentos necessários à prevenção de incêndios. Algumas edificações, tais como edifícios
altos, grandes depósitos, centros de compras, instalações industriais e tantas outras necessitam de
projetos diferenciados, pois envolvem grandes riscos, sendo que essas construções não têm
obedecido a todas as exigências.
Por fim, pode-se citar, como um grande problema, a enorme burocracia envolvendo a aprovação e
análise do projeto PPCI ser aprovado. Este é um problema latente no Brasil, em todas as áreas.
Conclusão
Deixando de analisar a importância da segurança contra incêndio pelo ponto de vista mais vital, que
é o da proteção de vidas humanas, pode-se concluir facilmente que a elaboração de um PPCI
correto, seguro e dentro da legislação também possui alta vantagem econômica. Não há uma
legislação unificada e isto acaba por dificultar e deixar muitas brechas para interpretações, o que
termina levando a erros e maiores riscos, por obrigar os profissionais da área a estar constante
estado de estudo e aprendizados sobre a legislação.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077/01; Saídas de
Emergências em Edifícios Rio de Janeiro, 2001.
BRENTANO, T., Instalações Hidráulicas de Combate a incêndios Telmo Brentano Porto Alegre.
EDIPUCRS. 2004.
Decreto nº 38.273, de 09 de março de 1998: altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios,
aprovadas pelo Decreto nº 37.380, de 29 de abril de 1997. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, 1998.
Estado do Rio Grande do Sul. Decreto Nº 37.380, de 28 de abril de 1997: aprova as normas técnicas
de prevenção de incêndios e determina outras providências. Porto Alegre, Governo do Estado do
Rio Grande do Sul, 1997.
Decreto nº 38.273, de 09 de março de 1998: altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios,
aprovadas pelo Decreto nº 37.380, de 29 de abril de 1997. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, 1998.
EUZEBIO, Sandro Cunha. PPCI Fácil: Manual completo de Prevenção de Incêndios. Pelotas, RS
2011.
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