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PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIO E

PÂNICO

Andresa Bandeira Soares de Souza¹


Elisiane dos Santos de Abreu
Felipe Forte²

RESUMO
No presente estudo trata sobre o plano de prevenção e combate ao incêndio nas edificações em
geral. Apresentando as normas e os procedimentos de controle e prevenção contra incêndios, as
classes de incêndio, sobre os principais equipamentos de proteção e a importância desses
equipamentos para salvar vidas e reduzir as perdas e danos materiais. A metodologia utilizada
neste estudo foi executada com base nas normas de prevenção contra incêndio requerido pela
Legislação atual do Estado do Rio Grande do Sul. O resultado a burocracia envolvendo a
aprovação e análise do projeto  PPCI para ser aprovado.

Palavras - chaves: Projeto. Segurança. Incêndio

1. INTRODUÇÃO

No momento em que a humanidade descobriu o fogo, percebeu que é um elemento


fundamental para sua sobrevivência, sendo a primeira energia natural utilizada de forma intencional
pelo homem. Por conseguinte, é considerado como uma das mais importantes descobertas na
história da evolução humana. O incêndio que ocorreu na cidade de Roma, levando quase destruição total da
cidade, na época do Império Romano, levando o Imperador Nero a criar, logo em seguida, algumas regras contra
incêndio.

Conforme Brentano (2007, p. 89), o homem sempre irá conviver com o fogo, e para que esta
ferramenta não deixe de ser usada ela deve ser controlada e estudada. Visto isso, é preciso estudar
comportamento do fogo controlado e não controlado, assim como, o comportamento humano, e das
edificações, sob a situação de incêndio.

O efetivo controle e extinção de um incêndio requerem um entendimento da natureza química


e física do fogo. Isso inclui informações sobre fintes de calor, composição e características dos
combustíveis e as condições necessárias para a combustão.

As medidas de combate ao fogo foram adotadas, com o desenvolvimento da evolução dos


equipamentos, técnicas e até mesmo com novas legislações sendo atualizadas. Tristemente,
ocorreram muitas mortes para as leis de prevenções contra incêndio para serem criadas e, mesmo
depois de criadas as leis demoraram muito tempo pra serem cumpridas. No qual temos o exemplo
do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, fez os órgãos fiscalizadores, organizar novas Leis
Complementares do Estado do Rio Grande do Sul.

Contudo, ressaltar a importância da prevenção de incêndios não deve ser apenas dos
profissionais ligados a prevenção, como engenheiros, bombeiros, arquitetos, tecnólogos em
segurança do trabalho e profissionais da saúde, porém enfatizar em conhecimento básico para a

1Acadêmicos:
2 Tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC4365SEG) – Prática do Módulo I - 12/07/22
2

população em geral e treinamento (como uso dos extintores, mangotinhos, propagação do fogo,
primeiros socorros, rotas de fugas, etc.)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Conceito Básico do Fogo

O fogo é uma reação química denominada combustão (oxidação), que se caracteriza


pela liberação de luz, calor, fumaça e gases. Essa reação de combustão acontece se houver a
presença de três elementos essenciais em suas devidas proporções: combustível, calor e comburente
(oxigênio do ar). Esses elementos formam o clássico Triângulo do Fogo.

Figura 1: Triângulo do Fogo.

Fonte: Manual de Prevenção Contra Incêndios (1986)

 Combustível (Agente Redutor): Substância que alimenta o fogo e serve de propagação da


combustão. O combustível pode se encontrar nos estados líquido (gasolina, querosene e
álcool), sólido (ferro, cobre, bronze) e gasoso (metano, etano. Dióxido de carbono). A
velocidade da queima de um combustível depende de sua capacidade de combinar com
oxigênio a ação do calor gerando uma reação exotérmica, liberando calor e luminosidade.

 Comburente (Agente Oxidante): Elemento que possibilita vida as chamas a combustão e


uma concentração de 21% oxigênio no ambiente. Em ambientes pobres de oxigênio se
apresenta 8% oxigênio, não haverá combustão completa é as chamas serão fracas.

 Calor (Agente Ígneo): Elemento que inicia a combustão, a mantém, e incentiva a sua
propagação. É a forma de energia que eleva a temperatura. O calor é gerado da
transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Da ação da luz solar,
raios, pontas de cigarros, curto- circuitos de aparelhos eletrônicos e até mesmo de descuidos
humanos.
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Ainda tem algumas fontes de consultas que apresentam elementos essenciais: O


combustível, oxigênio, o calor e a reação em cadeia representado pelo ‘Tetraedro do Fogo’’.

Figura 2: Tetraedro do Fogo

Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/fogo/

Em conclusão, a reação em cadeia é o elemento essencial ao fogo através da condução de


energia de uma molécula em combustão para outra molécula de partículas menores, gerando o fogo
sucessivamente, até que todo material esteja em combustão (BRENTANO, 2007 apud CASTRO,
2015).

2.1.2 As Formas de transmissão do Calor

O calor pode se propagar através do ar atmosférico, e por três maneiras: condução,


radiação e convecção. Segundo Silva (2010, p. 14), a transmissão de calor originada em uma região
de temperatura mais elevada de um material sólido, com destino a uma de região de baixa
temperatura.

Figura 3: Propagação do fogo

Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/propagacao-de-calor/

 Condução: a transferência de calor de molécula para outra molécula, para que haja
transmissão por condução é necessário um intermediário sólido, liquido ou gasoso que
encaminhe calor. Porém, os combustíveis líquidos não são bons condutores de calor por
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condução. Um exemplo de condução, quando uma barra de ferro se aproxima de uma fonte
de calor.

Figura 4: Condução Térmica

Fonte: brasilescolauol.com.br
https://brasilescola.uol.com.br/fisica/conducao-termica.htm

 Irradiação: Transmissão de calor por ondas de energia calorífica que se deslocam através do
ar e do vácuo. Um corpo aquecido emite ondas de energia calorífica em linhas retas e em
todas as direções, que são absorvidas pelos corpos que são expostos. A intensidade com que
os corpos são atingidos aumenta ou diminui à medida que estão mais próximas ou mais
afastados do calor. Por exemplo, acender uma fogueira para deixar aquecer o ambiente.

Figura 5: Irradiação térmica

Fonte: todamateria.com.br
https://www.todamateria.com.br/irradiacao-termica/

 Convecção: Processo de transferência que se faz através da circulação de meio transmissor:


gás ou líquido. Quando a água é aquecida num recipiente de vidro, pode- se observar um
movimento. Dentro do próprio líquido, de baixo para cima. À medida que a água é aquecida,
ela se expande e fica densa (mais leve) provocando um movimento para cima, deixando
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espaço para que outro volume de água mais denso ocupe o seu lugar para ser aquecido e,
assim, sucessivamente, enquanto o ar frio toma nos níveis mais baixos.

Figura 6: Convecção

Fonte: brasilescolauol.com.br
Link: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/processo-propagacao-calor.htm

2.2.2 Métodos de Extinção do Fogo

Conforme mencionado anteriormente, a condição vital para haver a manifestação do


fogo é a fusão dos elementos combustível, oxigênio e calor. A extinção se faz quando se
subtrai um desses elementos ou se interrompe o processo de reação química em cadeia,
impossibilitando que o fogo avance. Têm-se quatro métodos básicos de extinção:
resfriamento, abafamento, isolamento do material e a quebra da reação em cadeia.

 Resfriamento: É o método de extinção mais simples na sua realização, pois consiste na


retirada ou interrupção do campo de propagação do fogo, no material ainda atingido pelo
incêndio. Exemplo: uso de água.

 Abafamento: Controle do comburente com o material de combustível. O método de extinção


mais difícil, pois a não ser em pequenos incêndios, que podem ser abafados com tampa de
vasilhas, necessita-se de aparelhos e produtos específicos para sua obtenção. Conforme já
vimos anteriormente, quando a concentração for inferior a 8%, não haverá combustão
completa.

 Isolamento: A retirada de material ou controle do combustível é o método de extinção mais


simples na sua realização, pois é executado com a força física, não exige aparelhos
especializados; consiste na retirada ou interrupção do campo de propagação do fogo, no
material ainda não atingido pelo incêndio. Como exemplo da extinção o fechamento da
válvula ou interrupção de vazamento de combustível líquido ou gasoso do método de
extinção através da retirada de material.

INCÊNDIO
Conforme a NBR 13860, fogo é o processo de combustão caracterizado pela emissão de calor e
luz. O fogo é uma reação química exotérmica, denominada de combustão. É uma reação de
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oxidação rápida de material combustível e têm como resultado a liberação de calor, luz, fumaça e de
subprodutos da combustão. Pela própria NBR 13860, entende que: “incêndio é o fogo fora de
controle”.
Segundo a Resolução Técnica nº 02 (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO
RIO GRANDE DO SUL, 2014a, p. 15) apud Castro (2015), o incêndio e definido como “[...] o fogo
sem controle, intenso, o qual causa danos e prejuízos à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio.”. O
entendimento sobre o incêndio, como acontecem e sua evolução, é fundamental para qualquer
projeto e definição das medidas de proteção contra incêndio. Neste item são abordados de forma
geral os principais aspectos sobre os incêndios.
2.3.1 Principais Causas de Incêndio

Segundo (FERIGOLO, 1977), os incêndios podem ter origem devido a três causas
distintas. Causas naturais não dependem da vontade da humanidade, mas sim, da
natureza. Exemplos: produtos químicos, combustão espontânea, raios, calor solar, etc. Causas
acidentais são incêndios que acontecem em consequência de negligência, imprudência ou
imperícia. Causas criminosas nestes casos, o sinistro envolve ação do homem, ou seja, intenção de
causar o incêndio. Exemplos: queima de arquivo, crimes dolosos, fraudes, etc.

2.3.2 Evolução do Incêndio

O incêndio inicia-se numa partícula bem pequena e seu crescimento dependerá da


quantidade de material existente no ambiente. O padrão da evolução do incêndio se
identifica com o aumento da temperatura, como citado no gráfico 1.

Gráfico 1 - Curva de evolução do incêndio celulósico


Fonte: Seito (2008)

Os incêndios ocorrem em três estágios diferentes. Nessas fases de desenvolvimento do


sinistro se usa ferramentas adequadas para cada. No primeiro estágio ou pré-ignição é a etapa de
mais fácil controle, visto que o calor e a fumaça como ainda são reduzidos, facilita a aproximação
para o combate. Esta fase se divide em duas, abrasamento e chamejamento. A característica do
abrasamento é a falta de chamas, pouca produção do calor e pela pouca liberação de fumaça. No
chamejamento já surge as chamas e aumento da liberação de fumaça. No segundo estágio ou
crescimento do incêndio o fogo se propaga para os materiais adjacentes e teto, e a temperatura da
camada superior de fumaça atinge 600ºC. Já nessa fase há o súbito espalhamento das chamas a todo
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o material combustível existente no local. Este fenômeno é conhecido por “flashover” (combustão
súbita generalizada. Já no terceiro e último estágio todos os materiais combustíveis estarão em
combustão e a temperatura ambiente poderá atingir valores acima de 1100°C. Desnecessário
afirmar que, neste ponto, o incêndio está fora de controle e não é possível o acesso ao foco, sendo o
combate indireto (MARCIA COSTA, 2018) apud REIS (20018).

2.3.3 Classes de incêndios

Segundo a classificação elaborada pela NFPA - Associação Nacional de Proteção a


Incêndios/EUA, e adotada pelas seguintes instituições: IFSTA - Associação Internacional para o
Treinamento de Bombeiros/EUA; ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR; e
Corpos de Bombeiros/BR. Os incêndios são classificados conforme os materiais neles existentes,
bem como a situação em que se encontram. Essa classificação determina as cincos classes de
incêndios e a necessidade do agente extintor adequado.

 Classe A: Fogo em materiais combustíveis sólidos, que queimam em superfície e


profundidade através do processo de pirólise, deixando resíduos;
 Classe B: Fogo em líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, plásticos que se
liquefazem por ação do calor e queimam somente em superfície e não deixam resíduos;
 Classe C: Fogo em equipamentos e instalações elétricas energizados. Ex.:Televisão,
computador, rádio e etc.;
 Classe D: Fogo em metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio,
potássio e lítio;
 Classe K: Fogo em óleos e gorduras, animais e vegetais utilizados na cocção de alimentos

Ainda existe mais uma classe pouco conhecida no Brasil, mas já adotada em normas internacionais.

 Classe E: fogo em materiais radioativos e químicos em grandes proporções, necessitando de


equipamentos e equipes com treinamento específico.

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3. METODOLOGIA

O trabalho proposto consiste em uma revisão bibliográfica acerca do tema “Projeto de


Prevenção e Combate à Incêndio", e foi elaborado com base em artigos, livros e resenhas de
diversos autores, bem como consultas à normas, leis e decretos.

Buscamos através da metodologia descritiva qualitativa, conceitos acerca do PPCI (Plano de


Prevenção Contra Incêndio) e a diferença entre fogo e incêndio e abordamos de forma sucinta
exemplos de incêndios de grandes proporções no Brasil e suas consequências na legislação e
implantação de novas regras nas empresas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Existem duas novas Leis muito importantes no Estado do Rio Grande do Sul, aprovadas
pela Assembleia Legislativa Estadual, a Lei Complementar nº 14.376, de 26 de dezembro de 2013,
e a seguinte Lei Complementar nº 14.555, de 02 de julho de 2014, ambas aprovadas por pressão,
tanto popular quanto dos órgãos fiscalizadores e de Engenharia, após o incidente na Boate Kiss.
Também cabe justificar a Lei Estadual nº 10.987, de 11 de agosto de 1997, que estabelece normas
sobre sistemas de prevenção e proteção contra incêndios, dispões sobre a destinação da taxa de
serviços especiais não emergenciais do Corpo de Bombeiros e dá outras providências.

A definição usada pela ABNT, “norma técnica é um documento, determinado para um uso
comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando
à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto.” Esse organismo reconhecido é a
própria ABNT e nessas normas técnicas entram as NBRs, que podem ser meras recomendações
feitas pela ABNT com base em estudos e testes em laboratórios, bem como o conhecimento ao
longo do tempo pelos profissionais em cada área, porém, quando são mencionadas pelo poder
público em Decretos, Leis ou Portarias, torna-se obrigatório o seu cumprimento. Há um infinito
número de NBRs, principalmente na área da Engenharia Civil, sendo vital sua consulta,
especialmente na área de Prevenção e Combate a Incêndio, devido às constantes atualizações.

Existem as Portarias e Instruções Técnicas, emitidas pelo Corpo de Bombeiros da Brigada


Militar, destinadas à padronização de procedimentos e definições de questões em que a Legislação é
vaga. O Corpo de Bombeiros é o órgão que planeja, estuda, analisa, aprova, vistoria e fiscaliza as
instalações e equipamentos de prevenção e proteção contra incêndio em todos território do Estado.
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Existem as Portarias e Instruções Técnicas, emitidas pelo Corpo de Bombeiros da Brigada


Militar, destinadas à padronização de procedimentos e definição de questões em que a Legislação é
Para a compreensão no estudo de PPCI, existe uma hierarquia que representa o grau de
detalhamento e especificidade das regras dos vários sistemas componentes dos PCCIs
(EUZEBIO, 2011, p. 19):
- 1º Constituição Federal;
- 2º Constituição Estadual;
- 3º Lei Estadual;
- 4º Decretos Estaduais;
- 5º Normas citadas pelo Decreto;
- 6º Leis e Decretos Municipais;
- 7º Portarias, Instruções Técnicas e Pareceres do Corpo de Bombeiros.

PPCI

O PPCI é o Projeto de Prevenção e Combate a Incêndio e pode ser elaborado apenas por
profissionais habilitados (Engenheiros Civis e Arquitetos), fiscalizado e aprovado pelo Corpo de
Bombeiros, através de vistorias e concessão de alvarás, sendo exigido por órgãos públicos para
qualquer imóvel, a fim de proporcionar maior segurança às pessoas. É obrigatório para todas as
edificações existentes, mesmo aquelas que se encontram em situação de construção ou reforma
(naquelas que possuírem ampliação de área superior a 10% da sua área total)
A Lei utiliza como critérios de classificação altura, área total construída, ocupação e uso,
capacidade de lotação e carga de incêndio (novidade na Legislação Estadual) e a NBR 9077.
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Tabela 1- Classificação das edificações quanto à sua ocupação

Fonte: NBR 9077/2001

Suas recomendações devem ser seguidas, sendo ela mencionada por Decretos Estaduais para a
classificação da “Classe de Ocupação”, temos as classes A,B,C,D,E, F, G,H ,I e J. Cada uma dessas
representa um tipo de ocupação, conforme a Tabela 1. Pela grande extensão das tabelas de
classificação em função de “Classe de Ocupação” apenas partes das mesmas serão destacadas neste
trabalho.
Classificação das edificações quanto à altura é um fator importante no correto
dimensionamento do PPCI, pois com edificações cada vez mais altas, precisamos verificar os
sistemas adequados para cada empreendimento. Para tal classificação utilizamos a Tabela 2 da NBR
9077/2001.
Tabela 2- Classificação das edificações quanto à altura.
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Fonte: NBR 9077/2001

Carga de incêndio consiste na soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela
combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou
edificação, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos. Essa carga será
importante para classificar a “Classe de Risco” da edificação e também para dimensionamento de
sistemas de combate a incêndio.

Tabela 3 – Classificação das edificações a sua carga de incêndio

Fonte: NBR 9077/2001

Classificação das edificações quanto às suas características construtivas que tipo de tijolos foi
usado, cimento, madeira, ferro. As edificações podem apresentar maior ou menor facilidade para a
propagação do fogo, segundo as suas concepções arquitetônicas e estruturais e os materiais
utilizados. As edificações são classificadas quanto às suas características construtivas como de
acordo com a Tabela 4 da NBR 9077/2001.
Tabela 4 - Classificação das edificações quanto às suas características construtivas.
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Fonte: NBR 9077/2001

Classificação da edificação quanto a sua área ou dimensões em planta A área do pavimento ou de


toda a edificação é um parâmetro determinante para a escolha do tipo de proteção contra o fogo a
ser utilizado. As edificações são classificadas em dois grandes grupos, para todas as ocupações com
área inferior ou igual a 750 m² ou superior a 750 m².
As edificações são classificadas quanto às suas dimensões em planta de acordo com a Tabela 3 da
NBR 9077/2001, Tabela 5 se encontra nesse trabalho.

Tabela 5 - Classificação das edificações quanto a sua dimensão em planta

Fonte: NBR 9077/2001

Para edificações cuja área não ultrapassa 750m² e seu risco de incêndio é pequeno ou médio, como
é o caso da edificação em questão, usa-se o Plano Simplificado de Prevenção e Proteção contra
incêndio, o qual exige-se o dimensionamento dos itens. 
O Estado do Rio Grande do Sul descreve uma legislação própria perante outros estados. A lei que
está em vigor é a Lei Complementar n° 14.376, de 26 de dezembro de 2013, a Lei Kiss, nome este
dado devido ao acidente que ocorreu no mês de janeiro do mesmo ano na boate Kiss, na cidade de
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Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, conforme já mencionado no capítulo anterior. Foram
verificadas na atual lei algumas mudanças significativas perante as leis anteriores.
Dentre as principais modificações, cita-se a classificação das edificações e áreas de risco, que
atualmente deve ser realizada quanto à ocupação, à altura, à carga de incêndio e também quanto à
área construída. Todas estas classificações podem ser encontradas em tabelas específicas na Lei
Complementar 14.376/13. Esta lei foi atualizada em 22 de setembro de 2016, com a Lei
Complementar n° 14.924.
O artigo 2º desta lei, estabelece os objetivos da mesma, que são os seguintes (13): I - preservar e
proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio; II - estabelecer
um conjunto de medidas eficientes de prevenção contra incêndio; III - dificultar a propagação do
incêndio, preservando a vida, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio; IV - proporcionar
meios de controle e extinção do incêndio; V - dar condições de acesso para as operações do Corpo
de Bombeiros Militar do Estado Rio Grande do Sul – CBMRS –; VI - proporcionar a continuidade
dos serviços nas edificações e áreas de risco de incêndio; VII - definir as responsabilidades e
competências de legislar em âmbito estadual, respeitando as dos demais entes federados; VIII -
estabelecer as responsabilidades dos órgão competentes pelo licenciamento, prevenção e
fiscalização contra incêndios e sinistros decorrentes; IX - definir as vistorias, os licenciamentos e as
fiscalizações às edificações e áreas de risco de incêndio; X - determinar as sanções nos casos de
descumprimentos desta Lei Complementar. Ainda no artigo 4º, especifica-se o seguinte: As
edificações e áreas de risco de incêndio deverão possuir Alvará de Prevenção e Proteção Contra
Incêndio – APPCI –, expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul – CBMRS.
Desde a publicação da Lei Complementar n° 14.376/2013 até a sua atualização através da lei n°
14.924/2016, houve muitas complicações e desencontros quanto à análise e vistoria dos PPCIs. Fato
este é devido à transição da lei e a falta de preparo quanto ao entendimento desta nova legislação
pelos responsáveis habilitados para a devida aprovação do plano de prevenção contra incêndio. A
precária instrução para o desenvolvimento dos PPCIs dos profissionais habilitados criaram algumas
dificuldades relevantes ocasionando retrabalhos e assim gerando demoras demasiadas quanto à
aprovação dos PPCIs junto aos Corpos de Bombeiros do Estado. Excetuadas as Leis já
mencionadas, utilizou-se também para a elaboração deste trabalho, as seguintes normas:
NBR 9077/2001 – Saídas de emergência em edifícios.
NBR 12.693/2013 - Sistemas de proteção por extintores de incêndio.
NBR 10898/1999 – Sistema de iluminação de emergência

INSPENÇÃO, MANUTENÇÃO E RECARGA DOS EXTINTORES


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De acordo com a NBR 12962 (1998), o exame periódico dos extintores deve ser realizado por
profissional habilitado, com a finalidade de verificar se o aparelho permanece em condições
originais de operação e sua classe extintora, Em relação a manutenção, é verificar suas condições
originais de funcionamento que deve manter suas condições originais de operação.São constituídos
por nível 01, nível 02 e nível 03. A manutenção do primeiro nível é realizada no próprio local por
um profissional, o segundo nível por uma empresa autorizada em manutenção e o nível 03 a revisão
total que deve ser executada conforme norma brasileira pertinente. A recarga deve ser realizada
com as condições de preservação e manuseio do agente extintor recomendadas pelo fabricante.

ORIENTAÇÃO SOBRE AS SAÍDAS DE EMERGÊNCIA


Segundo ABNT NBRS (1997), as saídas de emergências devem ser dimensionadas em função da
população no local que possibilita a evacuação imediata de pessoas em situação de emergências.
Ela é uma rota de fuga para os ocupantes e permite também o acesso de brigadas de emergência e
corpo de bombeiros. Tipos de saídas de emergências pode ser de caminho contínuo, composto por
escadas, portas, passagens externas e rampas.
A sinalização de segurança é fundamental para indicar a presença da sinalização das saídas de
emergências. O sistema de iluminação de emergência viabiliza a evacuação de segurança do local,
orienta a direção a ser tomada pelos ocupantes do local.
O “Memorial” fornecido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, em seu site
oficial, seguindo a Instrução Normativa 001.1/2014, que fornece instruções normativas de
prevenção e proteção contra incêndio provisórias para aplicação da Lei Complementar nº 14.376, de
26 de dezembro de 2013. No mesmo memorial, também devem ser fornecidos os dados do
Responsável (Engenheiro Civil ou Arquiteto), juntamente com seu número de registro no respectivo
órgão de representação de classe. É necessário também informar a área construída da edificação
(em m²) e sua altura (em m). A altura pode ser medida de duas maneiras (NBR 9077/2001): Altura
descendente: medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível de descarga, sob a
projeção do paramento externo da parede do prédio, ao ponto mais alto do piso do último
pavimento, não considerando pavimentos superiores destinados exclusivamente a casas de
máquinas, caixas d’água e outros. Altura ascendente: medida em metros entre o ponto que
caracteriza a saída ao nível da descarga, sob a projeção do paramento externo da parede da
edificação, ao ponto mais baixo do nível do piso do pavimento mais baixo da edificação (subsolo).
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RESULTADO
Quanto mais claros forem os treinamentos, melhores serão a retenção e a automação dos
procedimentos necessários à prevenção de incêndios. Algumas edificações, tais como edifícios
altos, grandes depósitos, centros de compras, instalações industriais e tantas outras necessitam de
projetos diferenciados, pois envolvem grandes riscos, sendo que essas construções não têm
obedecido a todas as exigências.
Por fim, pode-se citar, como um grande problema, a enorme burocracia envolvendo a aprovação e
análise do projeto  PPCI ser aprovado. Este é um problema latente no Brasil, em todas as áreas.

Conclusão

Deixando de analisar a importância da segurança contra incêndio pelo ponto de vista mais vital, que
é o da proteção de vidas humanas, pode-se concluir facilmente que a elaboração de um PPCI
correto, seguro e dentro da legislação também possui alta vantagem econômica. Não há uma
legislação unificada e isto acaba por dificultar e deixar muitas brechas para interpretações, o que
termina levando a erros e maiores riscos, por obrigar os profissionais da área a estar constante
estado de estudo e aprendizados sobre a legislação.

REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 9077/01; Saídas de
Emergências em Edifícios Rio de Janeiro, 2001.
BRENTANO, T., Instalações Hidráulicas de Combate a incêndios Telmo Brentano Porto Alegre.
EDIPUCRS. 2004.
Decreto nº 38.273, de 09 de março de 1998: altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios,
aprovadas pelo Decreto nº 37.380, de 29 de abril de 1997. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, 1998.
Estado do Rio Grande do Sul. Decreto Nº 37.380, de 28 de abril de 1997: aprova as normas técnicas
de prevenção de incêndios e determina outras providências. Porto Alegre, Governo do Estado do
Rio Grande do Sul, 1997.
Decreto nº 38.273, de 09 de março de 1998: altera as Normas Técnicas de Prevenção de Incêndios,
aprovadas pelo Decreto nº 37.380, de 29 de abril de 1997. Porto Alegre, Governo do Estado do Rio
Grande do Sul, 1998.
EUZEBIO, Sandro Cunha. PPCI Fácil: Manual completo de Prevenção de Incêndios. Pelotas, RS
2011.
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FERIGOLO, Francisco Celestino. Prevenção de incêndio. Porto Alegre: Sulina, 1977.


Lei Complementar n° 14.555, de 02 de julho de 2014: altera a Lei Complementar n.º 14.376, de 26
de dezembro de 2013, que estabelece normas sobre segurança, prevenção e proteção contra
incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul e dá outras
providências. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2014.
NBR 10898/13: Sistema de Iluminação de emergência. Rio de Janeiro, 2013.
.NBR 12693/13: Sistemas de Proteção por extintor de Incêndio. Rio de Janeiro, 2013.
Resolução Técnica CBMRS nº 02 - Terminologia Aplicada a Segurança Contra Incêndio.
RESOLUÇÃO TÉCNICA CBMRS: Nº. 05 - Processo de Segurança Contra Incêndio: Plano
Simplificado de prevenção e Proteção Contra Incêndio - PSPCI /2016.
REIS, Vitor Guilherme Dos. Sistemas De Proteção e Combate a Incêndio De um Prédio Comercial
na Cidade De Uberlândia – MG/ 2018.
SEITO, Alexandre Itiu et al. A Segurança Contra Incêndio no Brasil São Paulo: Projeto Edt.,2008.

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