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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SUMÁRIO

1. PREVENÇÃO COMBATE INCÊNDIO .......................... 3

2. LEGISLAÇÃO CONTRA INCÊNDIO .......................... 78

3. PRIMEIROS SOCORROS ......................................... 119

4. SALVAMENTO .......................................................... 202

5. RELAÇÕS HUMANAS .............................................. 228

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1. PREVENÇÃO COMBATE INCÊNDIO

HISTÓRICO DO FOGO

Escritos científicos informam que o homem aprendeu a fazer o fogo há


cerca de 500.000 anos, quando ainda vagava pelas florestas na forma de
Homo Erectus, o ancestral do homem moderno. Pesquisadores como o Dr.
DREK WALTON na universidade de McMaster em Ontário refuta essa tese
tradicional. De acordo com suas descobertas, num sítio arqueológico do
Quênia, os ancestrais humanos teriam aprendido a fazer fogo muito antes
cerca de 1,4 milhões de anos atrás.

O fogo representa incontestavelmente a primeira aquisição tecnológica


da humanidade, marca um ponto decisivo na evolução da inteligência humana.
Quando os nossos ancestrais fizeram o primeiro fogo pelo seu estado
primitivo houve uma casualidade. Será que o ancestral humano quando atritava
uma pedra sobre a outra fez gerar calor e a folha seca da árvore ali existente
entrou em combustão formando chamas? O fogo para o homem primitivo
tratava-se de uma força misteriosa e indomável, uma entidade mitológica, um
Deus; depois foi usado para aquecer suas cavernas, afugentar animais ferozes
e cozinhar seus alimentos.

Acreditamos que o primeiro incêndio de causa não natural interrompeu-


se quando ocorreu a primeira formação de chamas provocada pelo homem.
Tendo havido uma casualidade no surgimento do fogo, portanto, visto
algo misterioso, o homem sentiu medo e não manteve o fogo sob controle.

A própria história da química começa com o fogo. Procurando explicar a


origem da matéria Anaxímenes (585-528 a. C.), admitiu que eram 4 os
elementos da matéria: o ar, o fogo, a terra e água.

Em 1777, Lavoisier (1743-1794 d.C ), químico francês derrubou a teoria


de Flogisto que dizia que substância combustível é constituída de dois
elementos: o Hogito, que na combustão se desprende com produção de luz e
calor, e o incombustível que é resíduo da combustão, mostrando que a
combustão é uma reação de combinação de uma substância com o oxigênio,
em condição de temperatura adequada, processando-se em geral de forma
rápida, capaz de manter-se por si.

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TEORIA DO FOGO

Introdução
O efetivo controle e extinção do incêndio requerem um entendimento da
natureza química e física do fogo. Isso inclui Informações sobre fontes de calor,
composição e características e as condições necessárias para combustão.

O que é fogo
O fogo é uma reação química das mais elementares, chamada
combustão ou queima entre três elementos: combustível, comburente e
fonte de calor
Definição: Fogo é um fenômeno químico, denominado combustão, que
ocorre com a produção de luz e calor.
Triângulo Do Fogo: Para facilidade de compreensão, o FOGO é
representado simbolicamente por um triângulo, ao qual denominamos
“TRIÂNGULO DO FOGO”.

A existência do fogo está condicionada à presença desses três


elementos em condições favoráveis.
Durante a reação, isto é, durante a QUEIMA, há desprendimento do
CALOR e LUZ, continuamente.

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TETRAEDRO DO FOGO
Modernamente, foi acrescentado ao triângulo do fogo mais um elemento,
a reação em cadeia formando assim, o tetraedro ou quadrado do fogo. Os
combustíveis após Iniciar a combustão geram mais calor liberando mais gases
ou vapores combustíveis, sendo que os átomos livres são os responsáveis pela
liberação de toda a energia necessária para a reação em cadeia,
demonstrados nas figuras abaixo o tetraedo e o quadrado do fogo.

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INCÊNDIO
Quando sob controle, o fogo é sempre de extrema necessidade, no
entanto, quando foge do controle do homem transforma-se num agente de
grande poder destruidor - O INCÊNDIO.

Definição de incêndio
Fogo que foge do controle do homem queimando aquilo que ele não é
destinado a queimar.

Elementos essenciais do fogo


São eles: combustível, comburente, calor e reação em cadeia.

Combustível
É toda substância capaz de queimar e alimentar a combustão, sendo o
elemento que serve de campo de propagação do fogo.
Os combustíveis dividem-se em três grupos; de acordo com o estado
físico em que se apresentam, podem ser sólidos, líquidos ou gasosos.

a) Combustíveis sólidos
A maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e, então,
reagem como oxigênio. Exemplos: madeira, papel, plástico, ferro, etc.
Os combustíveis sólidos possuem forma e volume definido e queimam
em superfície e em profundidade; quanto maior a superfície exposta, mais
rápido será o aquecimento do material e, consequentemente, o processo de
combustão.
Como exemplo: uma barra de aço exigirá muito calor para queimar, mas
se transformada em palha de aço, queimará com facilidade. Assim sendo,
quanto maior a fragmentação do material, maior será a velocidade da
combustão.

b) Combustíveis líquidos
Tem algumas propriedades físicas que dificultam a extinção do calor,
aumentando o perigo. Os líquidos assumem a forma do recipiente que os
contém, é importante notar também que a maioria dos líquidos inflamáveis são
mais leve que a água, e portanto, flutuam sobre esta.
Outra propriedade a ser considerada é a sua volatilidade, que é a
facilidade com que os líquidos inflamáveis liberam vapores, também é de
grande Importância, porque quanto mais volátil for o líquido, maior a
possibilidade de haver fogo ou mesmo explosão.

c) Combustíveis gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo. rapidamente, a ocupar
todo o recipiente que está envolvido.
Os combustíveis gasosos são armazenados em recipientes sob pressão.
Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e dissipar-se, mas
se o peso do gás é maior que do ar, o gás permanece próximo ao solo e
caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno.

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Comburente ou oxigênio
É o elemento que possibilita vida às chamas e intensifica a combustão, o
mais comum na natureza é o oxigênio, encontrado na atmosfera a 21%.
A atmosfera é composta por 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1%
de outros gases.

O AR

Calor ou agente ígneo:


Calor é uma forma de energia que eleva a temperatura, gerada da
transformação de outra energia, através de processo físico ou químico. Pode
ser descrito como uma condição da matéria em movimento, isto é,
movimentação ou vibração das moléculas que compõem a matéria.

Reação em cadeia
A reação em cadeia torna a queima auto-
sustentável. O calor irradiado da chama
atinge o combustível e este é decomposto em
partículas menores, que se combinam com o
oxigênio e queimam, irradiando outra vez
calor para o combustível, formando um
circulo constante.

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PONTOS CRÍTICOS DE TEMPERATURA OU PONTOS DE COMBUSTÃO

Sabemos que é necessário unir três elementos para que o FOGO


apareça, entretanto, por vezes, esses três elementos estão presentes e o
FOGO não ocorre, porque a quantidade de calor é insuficiente para queimar o
COMBUSTÍVEL.
Para exemplificar melhor, imaginemos uma frigideira com óleo
combustível sobre a chama de um fogão. O óleo começará aquecer e a
desprender vapores (gases); se deixarmos por algum tempo, observaremos
que um dado momento o referido combustível se incendiará sem que haja
contato com a chama externa. Para que o óleo aquecido lentamente comece a
queimar, ele passou por três pontos de aquecimento que chamaremos de
PONTO DE FULGOR, PONTO DE COMBUSTÃO, PONTO DE IGNIÇÃO.

Ponto de fulgor
Também chamado de flashpoint, é atingido quando os vapores liberados
pelo material combustível sólido ou líquido entram em ignição em contato com
uma fonte externa de calor, porém ao retirá-la, as chamas não se mantêm. Isso
ocorre, porque a quantidade de vapores combustíveis liberada é muito
pequena.

Ponto de combustão ou inflamação


É a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases),
que se tomarem contato com uma chama queimará, ate que acabe o
combustível.

Ponto de Ignição
É a temperatura na qual um combustível desprende vapores (gases) que
com o simples contato com oxigênio existente no ar queima até que o
combustível acabe.
Os gases entram em combustão espontaneamente, independente de
uma fonte externa de calor

PROPAGAÇÃO DO FOGO
O calor é um dos principais causadores do alastramento de um fogo. Ele
pode, caso não seja impedido, ser transmitido até mesmo a grandes distâncias,
das seguintes formas: Irradiação, Condução, Convecção.

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Irradiação
É a transmissão de calor através de raios e ondas que ocorrem em
espaços vazios. Um exemplo diário deste fenômeno é o calor do sol (fonte)
irradiado através do espaço até a terra (corpo); e como o caso do sol, existem
inúmeras outras formas de irradiação que poderiam contribuir para a
propagação do fogo.

Condução
É transmissão do calor que ocorre de uma fonte para um corpo, através
de um material que seja um bom condutor de calor. Se pegarmos um pedaço
de ferro e segurarmos um dos pontos com a mão e colocarmos a outra ponta
em contato com uma fonte de calor, vamos perceber após alguns segundos,
que todo o ferro está quente, indo aquecer consequentemente a nossa mão, e
se ao invés de nossa mão, tivesse tendo contato com outro combustível
qualquer, este iria queimar.

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Convecção
É a transmissão do calor através do ar e dos líquidos; ocorre devido ao
fato de o ar como os líquidos podem ser aquecidos quando em contato com o
fogo. O ar quente sempre sobe e leva consigo o calor que poderá entrar em
contato com o combustível e propagar o fogo.

FASES DO FOGO

Se o fogo ocorrer em área ocupada por pessoas, há grandes chances de


que o fogo seja descoberto no início e a situação resolvida. Mas se ocorrer
quando a edificação estiver deserta e fechada, o fogo continuará crescendo até
ganhar grandes proporções. Essa situação pode ser controlada com a
aplicação dos procedimentos básicos de ventilação.

O incêndio pode ser melhor entendido se estudarmos seus três estágios


de desenvolvimento.

Fase Inicial
Nesta primeira fase, o oxigênio contido no ar não está significativamente
reduzido e o fogo está produzindo vapor d’água (H2O), dióxido de carbono
(CO2), monóxido de carbono (CO) e outros gases. Grande parte do calor está
sendo consumido no aquecimento dos combustíveis, e a temperatura do
ambiente, neste estágio está ainda pouco acima do normal. O calor está sendo
gerado e evoluirá com o aumento do fogo.

 Temperatura
existente a 38º
 Produção de gases
inflamáveis
 Oxigênio a 20% no
ar

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Queima livre
Durante esta fase, o ar, rico em oxigênio, é arrastado para dentro do
ambiente pelo efeito da convecção, isto é, o ar quente “sobe” e sai do
ambiente. Isto força a entrada de ar fresco pelas aberturas nos pontos mais
baixos do ambiente.
Os gases aquecidos espalham-se preenchendo o ambiente e, de cima
para baixo, forçam o ar frio a permanecer junto ao solo; eventualmente,
causam a ignição dos combustíveis nos níveis mais altos do ambiente. Este ar
aquecido é uma das razões pelas quais os bombeiros devem se manter
abaixados e usar o equipamento de proteção respiratória. Uma inspiração
desse ar superaquecido pode queimar os pulmões. Neste momento, a
temperatura nas regiões superiores (nível do teto) pode exceder 700ºC.

 Gases aquecidos
preenchem a parte mais
alta do ambiente
 Manter-se abaixado
para evitar danos
“Flashover” provocados pelo calor
Na fase da queima livre, o fogo aquece gradualmente todos os
combustíveis do ambiente. Quando determinados combustíveis atingem seu
ponto de ignição, simultaneamente, haverá uma queima instantânea e
concomitante desses produtos, o que poderá provocar uma explosão
ambiental, ficando toda a área envolvida pelas chamas. Esse fenômeno é
conhecido como “Flashover”.

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Queima Lenta
Como nas fases anteriores, o
fogo continua a consumir
oxigênio, até atingir um ponto
onde o comburente é
insuficiente para sustentar a
combustão. Nesta fase, as
chamas podem deixar de existir
se não houver ar suficiente
para mantê-las (na faixa de 8%
a 0% de oxigênio). O fogo é
normalmente reduzido a
brasas, o ambiente torna-se completamente ocupado por fumaça densa e os
gases se expandem. Devido à pressão interna ser maior que a externa, os
gases saem por todas as fendas em forma de lufadas, que podem ser
observadas em todos os pontos do ambiente. E esse calor intenso reduz os
combustíveis a seus componentes básicos, liberando, assim, vapores
combustíveis.

“Backdraft”
A combustão é definida como oxidação, que é uma reação química na
qual o oxigênio combina-se com outros elementos.
O carbono é um elemento naturalmente abundante, presente, entre
outros materiais, com na madeira. Quando a madeira queima, o carbono
combina com o oxigênio para formar dióxido de carbono (CO2), ou monóxido
de carbono (CO). Quando o oxigênio é encontrado em quantidades menores, o
carbono livre (C) é liberado, o que pode ser notado na cor preta da fumaça.
Na fase de queima lenta em um incêndio, a combustão é incompleta
porque não há oxigênio suficiente para sustentar o fogo. Contudo, o calor da
queima livre permanece, e as partículas de carbono não queimadas (bem como
outros gases inflamáveis, produtos da combustão) estão prontas para
incendiar-se rapidamente assim que o oxigênio for suficiente. Na presença de
oxigênio, esse ambiente explodirá. A essa explosão chamamos “Backdraff”.
A ventilação adequada permite que a fumaça e os gases combustíveis
superaquecidos sejam retirados do ambiente. Ventilação inadequada suprirá
abundante e perigosamente o local com o elemento que faltava (oxigênio).
provocando uma explosão ambiental.
As condições a seguir podem indicar uma situação de “Backdraft”.
 fumaça sob pressão, num ambiente fechado;
 fumaça escura, tornando-se densa, mudando de cor (cinza e amarelada)
e saindo do ambiente em forma de lufadas;
 calor excessivo (nota-se pela temperatura na porta);
 pequenas chamas ou inexistência destas;
 resíduos da fumaça impregnando o vidro das janelas;
 pouco ruído;
 movimento de ar para o interior do ambiente quando alguma abertura é
feita (em alguns casos ouve-se o ar assoviando ao passar pelas frestas).

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FORMAS DE COMBUSTÃO
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em:
completa, incompleta, espontânea e explosão.
Dois elementos são preponderantes na velocidade da combustão: o
comburente e o combustível. O calor entra no processo para decompor o
combustível. A velocidade da combustão variará de acordo com a porcentagem
do oxigênio no ambiente e as características físicas e químicas do combustível.

Combustão completa
É aquela em que a queima produz calor e chamas e se processa em
ambiente rico em oxigênio.

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Combustão incompleta
É aquela em que a queima produz calor e pouca ou nenhuma chama, e
se processa em ambiente pobre em oxigênio.

Combustão espontânea
É o que ocorre, por exemplo, quando do armazenamento de certos
vegetais que, pela ação de bactérias, fermentam. A fermentação produz calor e
libera gases que podem incendiar. Alguns materiais entram em combustão sem
fonte externa de calor (materiais com baixo ponto de ignição); outros entram
em combustão à temperatura ambiente (20º C), como o fósforo branco. Ocorre
também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a
combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar
combustão.
Por exemplo: água + sódio.

PRODUTOS DA COMBUSTÃO
Os materiais combustíveis ao entrarem em combustão viva têm como
resultado os seguintes produtos:
 fumaça
 calor
 vapor d’água
 carvão
 cinza.

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CLASSIFICAÇÃO DO INCÊNDIO QUANTO À PROPORÇÃO

Principio de Incêndio
São incêndios na sua fase inicial, ou seja, a explosão propriamente dita.
Nesta fase o uso de um extintor será suficiente para o combate. Exemplos de
princípios de incêndio:
 fogo em uma lixeira de escritório
 fogo em um sofá
 fogo em um televisor, etc.

Pequeno Incêndio
São incêndios em sua fase de evolução. Em termos de espaço físico,
podemos calcular como um fogo que lavra em um cômodo residencial (sala,
quarto, cozinha, etc). Uma equipe de Bombeiro Particular, bem treinada,
poderá debelar um incêndio pequeno com uma linha de mangueiras do
preventivo fixo da edificação.

Médios Incêndios
São incêndios que alcançaram proporções que, para serem debelados,
necessitam de um socorro organizado de bombeiros.(Viaturas operacionais do
CBMDF ABI , ABT , ABS , URSA , UTE , APM , AEM , ASE , ARF,ABPE AR).

Grandes Incêndios
São incêndios que alcançaram grandes proporções, onde se necessitam
de medidas severas para o seu combate e controle. Exemplos: os incêndios
nos edifícios Joelma, Andraus, Grande Avenida, Andorinhas, etc.

Incêndios extraordinários
São incêndios causados por fenômenos naturais (vulcões, terremotos
etc).

CLASSES DE INCÊNDIO
Os incêndios são classificados de acordo com os materiais com eles
envolvidos, bem como a situação como se encontram; essa classificação é
feita para determinar o agente extintor adequado para o tipo de incêndio
específico.
Para facilitar a maneira de se combater os incêndios, vamos dividi-los
em quatro classes:

Classe “A” - combustíveis sólidos


Classe ”B” - combustíveis líquidos
Classe “C” - equipamentos energizados; e
Classe “D” - materiais pirofóricos.
Classe “K” - fogo em óleo e gordura em cozinhas.

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DEFINIÇÕES
Classe “A” – incêndios envolvendo combustíveis sólidos comuns, como
papel, madeira, pano, borracha:
O incêndio em classe “A” como o da madeira, atinge em superfície e
profundidade.

Classe “B” – incêndio envolvendo combustíveis líquidos inflamáveis


graxas e gases combustíveis.
É caracterizado por não deixar resíduos e queimar apenas na superfície
exposta e não em profundidade.

Classe “C” - incêndio envolvendo materiais energizados.

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Classe “D” - incêndio envolvendo materiais combustíveis pirofóricos


(magnésio, selênio, antimônio, lítio, potássio, alumínio fragmentado, zinco,
titânio, sódio, zircônio).É caracterizado pela queima em altas temperaturas e
por reagir com agentes extintores comuns, principalmente os que contém água.

Classe k - Classificação do fogo em óleo e gordura em cozinhas.

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MÉTODOS DE EXTINÇÃO

Métodos de extinção do fogo

Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou


mais dos elementos essenciais que provocam o fogo.

Retirada do material
É a forma mais simples de se extinguir um incêndio.
Baseia-se na retirada do material combustível,
ainda não atingido, da área de propagação do fogo,
interrompendo a alimentação da combustão.
Método também denominado isolamento, corte ou
remoção do suprimento do combustível Ex:
fechamento de válvula ou interrupção de
vazamento de combustível líquido ou gasoso,
retirada de materiais combustíveis do ambiente em
chamas, realização de aceiro, etc.

Resfriamento ou Controle do Calor


É o método mais utilizado. Consiste em diminuir
a temperatura do material combustível que está
queimando. diminuindo, conseqüentemente, a
liberação de gases ou vapores inflamáveis. A
água é o agente extintor mais usado, por ter
grande capacidade de absorver calor e ser
facilmente encontrado na natureza. A redução da
temperatura está ligada à quantidade e à forma
de aplicação da água (jatos), de modo que ela
absorva mais calor que o incêndio é capaz de
produzir. É inútil o emprego de água onde
queimam combustíveis com baixo ponto de
combustão (menos de 20ºC), pois a água resfria
até a temperatura ambiente e o material
continuará produzindo gases combustíveis.

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Abafamento
Consiste em diminuir ou impedir o contato do
oxigênio com o material combustível. Não
havendo comburente para reagir com o
combustível, não haverá fogo. Com exceção
estão os materiais que têm oxigênio em sua
composição e queimam sem necessidade do
oxigênio do ar, como os peróxidos orgânicos
e ofósforo branco.

Conforme já vimos anteriormente, a diminuição do oxigênio em contato


com o combustível vai tornando a combustão mais lenta, até a concentração de
oxigênio chegar próxima de 8%, onde não haverá mais combustão. Colocar
uma tampa sobre um recipiente contendo álcool em chamas, ou colocar um
copo voltado de boca para baixo sobre uma vela acesa, são duas experiências
práticas que mostram que o fogo se apagará tão logo se esgote o oxigênio em
contato com o combustível.
Pode-se abafar o fogo com uso de materiais diversos, como areia, terra,
cobertores, vapor d’água, espumas, pós, gases especiais etc.

Quebra da reação em cadeia


Certos agentes extintores, quando
lançados sobre o fogo, sofrem
ação do calor, reagindo sobre a
área das chamas, interrompendo
assim a “reação em cadeia”
(extinção química). Isso ocorre
porque o oxigênio comburente
deixa de reagir com os gases
combustíveis. Essa reação só
ocorre quando há chamas.

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AGENTES EXTINTORES

Agentes extintores são substâncias que, devido às suas características,


quando lançados sobre um fogo o extinguem.
São inúmeros os agentes extintores existentes, porém os mais comuns são:
Água
Espuma (mecânica ou química)
Gás carbônico (CO2)
Pó químico seco (PQS)

Água (H2O)
O mais comum e muito usado por ser encontrado em abundância. Age
por resfriamento, quando aplicado sob a forma do jato sólido ou neblina nos
incêndios de Classe A; é difícil extinguir o fogo em líquidos inflamáveis com
água por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de energia elétrica, o
que a torna extremamente perigosa nos incêndios de Classe C.
Aparelho que carrega em seu Interior o agente extintor Água
Para que a água (agente extintor) seja expulsa do recipiente (Aparelho
Extintor de Incêndio) é necessário a presença de uma pressão interna, que
será conseguida com a ajuda de um gás propelente não combustível (CO2,
Nitrogênio, etc.)

Gás Propelente

Água

Pressão Injetada *Pressurizado

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Espuma
Existem dois tipos: química e mecânica.
A espuma química é produzida juntando-se soluções aquosas de sulfato
de alumínio e bicarbonato de sódio (com alcaçuz ou saponina como
estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1 para 10.
A espuma mecânica é produzida pelo batimento mecânico de água com
extrato proteínico, uma espécie de sabão líquido concentrado. Sua razão de
expansão é de 1 para 6. A espuma mecânica de alta expansão chega a 1 para
1000.
Tanto a espuma química como a mecânica têm dupla ação. Agem por
resfriamento, devido a água e por abafamento, devido a própria espuma.
Portanto são úteis nos incêndios de Classe A e B.

Água, Bicarbornado
de Sódio e Alcaçus

Água e Sulfato de Alumínio

Não devem ser empregadas em incêndios de Classe C porque contêm água.

Gás carbônico (CO2)


Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade.
Pesa cerca de 1,5 vezes mais do que o ar atmosférico e é armazenado,
sob a pressão de 850 libras, em tubos de aço.
Quando aplicado sobre os incêndios, age por abafamento, suprimindo e
isolando o oxigênio do ar.
É eficiente nos incêndio de Classes C pode ser utilizado nos de Classe B
e não dá bons resultados nos de Classe A.

Corpo Pressurizado

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Pó químico (PQS)
O pó químico comum é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio.
micropulverizado e 5% de estearato de potássio, de magnésio e outros, para
melhorar sua fluidez e torná-lo repelente à umidade e ao empedramento. Age
por abafamento e, segundo teorias mais modernas, age por interrupção da
reação em cadeia de combustão, motivo pelo qual é o agente mais eficiente
para incêndios de Classe B.
Não conduz eletricidade e pode ser usado em fogo de Classe C.
Contudo, deve-se evitá-lo em equipamentos eletrônicos onde, aliás, o CO2 é
mais indicado. Não dá bons resultados nos incêndios de Classe A.

Pressão Injetada Pressurizado

Pó químico ABC - Tri classe


O pó químico ABC é fabricado a base de Fosfato Monoamônico, com
grande capacidade extintora.
Age por abafamento e interrupção da reação em cadeia de combustão,
sendo um dos agentes mais eficientes para incêndios das Classes A, B e C.

Gás halotron - Tri classe


Agente limpo tri-classe ABC, veio para substituir o Halon 1211, onde não
foi ambientalmente aceito por prejudicar a camada de ozônio.
O Gás HaIotron é fabricado a base de HCFC 123 onde foi
ambientalmente aceito pelos órgãos ambientais, além da sua grande
capacidade extintora.

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APARELHOS EXTINTORES

São equipamentos destinados a combater o incêndio na sua fase inicial.


Os extintores de incêndio são aparelhos, que carregam em seu interior,
um dos tipos de agente extintor citado anteriormente, que deverá ser usado em
princípios de incêndio.
O aparelho extintor receberá sempre o nome do agente extintor que
transporta e deverá ser construído conforme as normas da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas). Poderá ser:

Portátil - Quando seu peso total for igual ou inferior a 25kg, e operado
por uma unica pessoa;

Carreta ou sobre rodas - quando seu peso total passar de 25kg, ou sua
operação exigir mais de uma pessoa. Após instalado, um extintor nunca poderá
ser removido, a não ser quando para uso em combate ao fogo, recarga, teste
ou instrução: estar sempre sinalizado e seu acesso desobstruído.

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O êxito da extinção dependerá:


 da escolha correta do extintor a ser usado;
 não perder tempo para iniciar o combate ao fogo;
 da habilidade do manuseio do extintor;
 da manutenção e revisão periódica do aparelho.
Hipóteses que justificam a retirada do extintor do local:
 uso para instruções;
 para extinção de incêndio;
 para manutenção ou recarga.

Extintores Portáteis Instalação


Os extintores portáteis podem ser localizados interna ou externamente à
área de risco a ser protegida.
Quando os extintores forem fixados em paredes ou colunas, os suportes
devem resistir a três vezes a massa total do extintor.

Os extintores deverão ser fixados de maneira que nenhuma de suas


partes fique acima de 1,60 m do piso, podendo em alguns casos ser instalado
sobre suportes, desde que a parte inferior esteja a 0,2 m do piso e que não
fiquem obstruídos e que a visibilidade não fique prejudicada.
Os extintores não devem ficar em contato direto com o piso e serem
instalados de maneira que:
a) não haja a menor probabilidade do fogo bloquear o seu acesso;
b) seja visível, para que todos os usuários fiquem familiarizados com sua
localização;
c) permaneça protegido contra intempéries e danos físicos em potencial;
d) não fique instalado em escada;
e) nos riscos constituídos por armazéns ou depósitos em que haja trabalho,
a não ser operações de carga e descarga, é permitida a colocação de
extintores em grupos e próximo às portas de entrada e/ ou saída;
f) não fiquem obstruídas por pilhas de mercadorias, matérias-primas ou
qualquer outro material;
g) Esteja junto ao acesso dos riscos;
h) sua remoção não seja dificultada por suporte, base, abrigo, etc;

DIMENSIONAMENTO
O sistema de proteção deve ser dimensionado considerando- se:

a) classe ocupacional de riscos;


b) área de proteção;
c) distância máxima a ser percorrida;
d) natureza do fogo a ser extinto;
e) agente extintor a ser utilizado.

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CLASSES OCUPACIONAIS DE RISCO


De acordo com a natureza de suas ocupações, os riscos isolados
constantes da Tarifa Seguro Incêndio do Brasil (T.S.I.B.), são classificados em
três classes:
a) Classes A (risco pequeno) excluídos os depósitos, que devem ser
considerados como Classe B
b) Classes B (risco médio) inclusive os depósitos de classes de ocupação
c) Classes C (risco grande)

Área de proteção do extintor de acordo com a classe Ocupacional de


risco:
Uma unidade extintora protege uma área máxima de
a) Risco A : 270m2
b) Risco B: 135m2
c) Risco C: 90m2

Distância máxima a percorrer do acordo com a classe ocupacional de


risco:
a) Risco A: 20m
b) Risco B: 15m
c) Risco C: 10m

Unidade extintora
Constitui uma unidade extintora um aparelho extintor portátil contendo
a carga especificada na tabela abaixo:
Agente extintor Carga
Água 10 litros
Gás Carbônico (CO2) 06 quilos
Pó químico (PQS) 06 quilos
É considerada como uma unidade padrão convencionada para um
determinado agente extintor.

25
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Condições especificas
O estabelecimento, mesmo dotado de outros sistemas de prevenção,
será provido de preventivos por extintores; tais aparelhos devem ser
apropriados à classe de incêndio a extinguir.

SINALIZAÇÃO
Os locais destinados aos extintores devem ser sinalizados por uma seta
indicativa na cor vermelha com bordas amarelas e a denominação do agente
extintor acima dos extintores. Nas indústrias, depósitos, galpões, oficinas e
similares, nos locais onde os extintores forem colocados estes serão
sinalizados no piso por quadrado de 70x70 pintado na cor vermelha e borda de
15cm pintada de amarelo a inscrição em negrito “PROIBIDO DEPOSITAR
MATERIAL”.
Nos extintores localizados em colunas pilares ou similar a sinalização
deve aparecer em todo contorno da coluna, de modo a facilitar a visualização
do aparelho.

Os extintores deverão ser sinalizados a uma altura de 1,80m. Sua parte superior não poderá
ultrapassar a 1,60m acima do piso. Não se deve instalar extintores em escadas.

TIPOS DE APARELHOS EXTINTORES PORTÁTEIS (PRESSURIZADOS E


PRESSÃO INJETADA) Extintor de água (pressurizado)

Características
Capacidade 10 litros
Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndio Classe “A”
Alcance do jato 10 metros
Tipo de jato Contínuo
Distância de uso 04m a 08m
Funcionamento: A pressão interna expele a a
água quando o gatilho é acionado
OBS.: Jamais utilizar em incêndio na Classe “C”
e “B”

26
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cuidados a serem observador no uso de extintores de água


 Não tentar reparar defeitos nos extintores, encaminha-los a uma firma
especializada
 Não recolocar o extintor no suporte sem antes recarregá-lo
 Não utilizar em equipamentos elétricos com energia elétrica

Extintor der espuma mecânica (pressurizado)

Características
Capacidade 10 litros (água e LGE)
Unidade extintora 10 litros
Aplicação Incêndio Classe “A” e “B”
Alcance do jato 05 metros
Tipo de jato Contínuo
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: Quando é feita a inversão do
aparelho extintor a uma reação química dos
elementos existentes expelindo, a espuma de
imediato.
OBS.: Jamais utilizar em incêndio na Classe “C”

Cuidados a serem observados no uso de extintores de espuma química:

 Não inverter o extintor fora do local de uso


 Não usa-lo em instalações elétricas com energia ligada
 Não dirigir o jato diretamente sobre o líquido em chamas, pois haverá
risco de espalhar o fogo
 Se após a inversão para o uso o aparelho não funcionar, abandone-o em
local afastado, pois o aparelho defeituoso ou entupido apresentam risco de
explosão
 Não tente reparar defeitos dos aparelhos, encaminhe-os a uma oficina
especializada
 Não recoloque o aparelho no seu local costumeiro, sem antes carrega-lo

27
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Extintor de pó químico seco (pressurizado)

Características
Capacidade 1, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 kg
Unidade extintora 6 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B”
e “C”, Classe “D” utiliza
pó químico seco especial
Alcance do jato 05 metros
Tipo de jato intermitente
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido
quando o gatilho é acionado.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe
“A” e risco de danificar materiais Classe “C”.

Cuidados a serem observados no uso de extintores de pó químicos seco


(PQS)

 Não tentar reparar os aparelhos defeituosos, encaminhe-os a uma firma


especializada
 Não recolocar o aparelho no seu local costumeiro sem antes recarregá-
lo

28
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Extintor de pó químico seco (pressão injetada)

Características
Capacidade 4, 6, 8, 10 e 12 kg
Unidade extintora 6 kg
Incêndio Classe “A” , “B”
Aplicação e “C”. Classe “D” utiliza
pó químico seco especial
Alcance médio do jato 05 metros
Tipo de jato intermitente
Distância de uso 02m a 04m
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há
um cilindro de gás comprimido acoplado. Este ao
ser aberto, pressuriza o extintor, expelindo o pó
quando o gatilho é acionado.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe
“A” e risco de danificar materiais Classe “C”.

Extintor de gás carbônico CO2

Características
Capacidade 1, 2, 4, e 6 kg
Unidade extintora 6kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e
“C”.
Alcance do jato 2,5 metros
Tipo de jato Contínuo com movimentos
de varredura
Distância de uso 01m a 02m
Funcionamento: O gás é armazenado sob
pressão e liberado quando acionado o gatilho.
OBS.: Considerar o risco de reignição na Classe
“A” .

Funcionamento:
1º Remover o pino de segurança
2º segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho de válvula com a
mão esquerda

29
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cuidados a serem observados no uso de extintores de CO2

 Não tentar reparar aparelhos defeituosos, encaminhe-os à uma firma


especializada
 Não recolocar no suporte os aparelhos usados, sem antes recarregá-los
 Não conservar os extintores de gás carbônico (CO2) em locais de
temperatura elevada (acima de 40ºC)

Extintor de gás halotron

Características
Capacidade 2, 3 kg a 3,5 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” , “B” e
“C”.
Alcance do jato 4 metros
Tipo de jato Contínuo com movimentos
de varredura
Distância de uso 2m a 4m
Funcionamento: O gás é armazenado sob
pressão e liberado quando acionado o gatilho.

 Agente limpo “tri-classe ABC”


 Substituto do Halon 1211
 Ambientalmente aceito
 Gás Halotron I – Tri-classe base: HCFC 123

Extintor de pó ABC

Características
Capacidade 1,2,4,6, 9 kg
Aplicação Incêndio Classe “A” ,“B” e
“C”.
Alcance do jato 4 metros
Tipo de jato Intermitente
Distância de uso 2m a 4m
Funcionamento: O pó sob pressão é expelido
quando o gatilho é acionado.

Pó ABC – Tri-classe
Base: Fosfato Monoamônico

30
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

APARELHOS EXTINTORES SOBRE RODAS


Carreta de água
Características
Capacidade 75 a 150 litros
Aplicação Incêndio Classe “A”
Alcance do jato 13 metros
Tempo de descarga 180 segundos
75 litros
Funcionamento: Acoplado ao corpo da carreta
há um cilindro de gás comprimido que, quando
aberto, pressuriza-o, expelindo a água após
acionado o gatilho.

Carreta de espuma mecânica


Características
Capacidade 75 a 150 litros
Aplicação Incêndio Classe “A” e “B”
Alcance do jato 7,5 metros
Tempo de descarga 75 litros 180 segundos
Funcionamento: Há um cilindro de gás comprimido acoplado
ao corpo do extintor, que, sendo aberto, pressuriza-o,
expelindo a mistura de água e LGE, quando acionado o
gatilho. No esguicho lançador é adicionado ar à pré-mistura,
ocorrendo batimento, formando espuma.

Carreta de pó químico seco


Características
Capacidade 20 a 100 kg
Aplicação Incêndio Classe
“B” e “C”
Alcance do jato 3 metros
Tempo de descarga 20 kg 120 segundos
Funcionamento: Junto ao corpo do extintor há
um cilindro de gás comprimido que, ao ser
aberto, pressuriza-o, expelindo o pó quando
acionado o gatilho.

Carreta de gás carbônico


Características
Capacidade 25 a 50 kg
Aplicação Incêndio Classe “B” e “C”
Alcance do jato 3 metros
Tempo de descarga 60 segundos
para 25 kg
Funcionamento: O gás carbônico sob pressão é liberado quando acionado
o gatilho.

31
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Operação
Para extintores pressurizados
1. Levar o extintor ao local do fogo;
2. Colocar-se a uma distância segura;
3. Retirar o pino de segurança;
4. Empunhar a mangueira;
5. Acionar o gatilho, aplicando o jato na base do fogo. Em líquido inflamável,
dirigir o jato em anteparo ou indiretamente de forma a evitar a agitação.
Para extintores com pressão injetada (com ampola externa)
1. Levar o extintor ao local do fogo;
2. Colocar-se a uma distância segura;
3. Abrir o registro da ampola;
4. Aplicar o jato na base do fogo. Em líquido inflamável. dirigir o jato em
anteparo ou diretamente de forma, a evitar a agitação do líquido;
5. Manter um filme sobre o líquido inflamável após a aplicação, evitando. desta
forme, a reigniçâo.

QUADRO RESUMO DO USO DOS APARELHOS EXTINTORES


APARELHO EXTINTOR
CLASSE ÁGUA PQS CO2 ESPUMA
DE Distância de Distância de Distância de Distância de
INCÊNDIO uso: 4 a 8 m uso: uso: 1 a 2 m uso: 4 a 8 m
Jato contínuo 2a4m Jato contínuo Jato contínuo
Jato Varredura
intermitente
Forma de leque
A *
Combustíveis Sim Sim Sim Sim
sólidos Resfriamento Abafamento
comuns e abafamento secund.
neblina Resfria
B
líquidos Não Sim Sim Sim
e gases Abafamento
combustíveis
C **
Elétricos Não Sim Sim Não
energizados abafamento
D
Ligas Não Sim Não Não
metálicas Especial
Metais
pirofóricos
* Risco de reignição ** Corrosivo
Lembre-se: Aparelho extintor portátil é para uso em princípio de
incêndio.

32
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO DOS APARELHOS EXTINTORES


A manutenção começa com o exame periódico e completo dos
extintores e termina com a correção dos problemas encontrados, visando um
funcionamento seguro e eficiente.
É realizada através de inspeções, onde são verificados: localização,
acesso, visibilidade, rótulo de identificação, lacre e selo da ABNT, peso, danos
físicos, obstrução no bico ou na mangueira, peças soltas ou quebradas e
pressão nos manômetros.
Manômetro
 Aparelho indicador de pressão;
 Nos aparelhos extintores pressurizados de ÁGUA, PÓS, ESPUMA e
HALON indicam se há pressão para uso;
 VERMELHO – PRESSÃO ABAIXO DO NORMAL. Deve ser enviado
para manutenção a fim de ser recarregado;
 VERDE – PRESSÃO NORMAL. Ideal para uso;
 BRANCO/AMARELO – EXCESSO DE PRESSÃO. Porém pode ser
usado.

Teste hidrostático

Teste no qual o cilindro do aparelho extintor é submetido a uma pressão


pré-determinada a fim de comprovar e garantir a sua integridade física.
O TESTE HIDROSTÁTICO é realizado OBRIGATORIAMENTE a cada
05 anos de uso do aparelho; o teste é executado por empresa especializada,
devendo gravar no cilindro, o ano da realização.

33
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Extintor Co2

Modelos 4 e 6 Kg – CO2
Especificações Técnicas

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 PINO-TRAVA
2 ALÇA DA TRAVA
3 PARAFUSO DE FIXAÇÃO
4 ARRUELA
5 GATILHO
6 PORCA
7 MIOLO
8 O’RING DO MIOLO
9 O ‘RING DO PINO DE DESCOMPRESSÃO
10 SELO LACRE COM TIMBRE
11 PINO DE DESCARGA
12 VEDAÇÃO
13 PORTA-VEDAÇÃO
14 MOLA CO2
15 ARRUELA DO MIOLO
16 REBITE DE FIXAÇÃO
17 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
18 CORPO DA VÁLVULA
19 QUEBRA-JATO 4 KG
QUEBRA-JATO 6 KG
20 LINGÜETA DE FIXAÇÃO
21 BUJÃO DE SEGURANÇA
22 ARRUELA DE SEGURANÇA
23 DISCO DE SEGURANÇA
24 CILINDRO CO2 4 KG
CILINDRO CO2 6 KG
25 SIFÃO 4 KG
SIFÃO 6 KG
26 MANGUEIRA
27 PUNHO
28 HASTE DE FIXAÇÃO
29 DIFUSOR
30 DECALQUE P/CO2 4 KG
DECALQUE P/CO2 6 KG

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o
extintor de incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no
local adequado e de fácil,acesso, que não tenha sido violado e que não
apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça seu funcionamento.

34
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa


inspeção:
1. O extintor está limpo e bem conservado?
2. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
3. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?
4. O lacre de inviolabilidade está intacto ou faltando?
5. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
6. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou
amassamento de qualquer natureza?
7. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a
especificação?
8. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de
extintor?
9. Aperte o conjunto da mangueira rosqueando-a na válvula (a mesma não
deverá permitir sua retirada com a mão)
10. O difusor contém trincas ou algum tipo de obstrução?
11. As rodas das carretas estão girando livres e bem encaixadas ao eixo?
(somente para modelo CO2 10kg)
12. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por
uma capa plástica ou abrigo próprio?
13. O peso do extintor completo (inclusive o conjunto da mangueira)
corresponde ao peso indicado na válvula, com uma tolerância de carga em -
10% (menos dez por cento)?
Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor deverá
ser imediatamente submetido à manutenção, podendo ainda indicar a
necessidade da realização de recarga ou ensaio hidrostático, exceto quanto
aos itens 1 e 8.

Atenção!
Os extintores de CO2 contêm gás carbônico inerte a alta pressão.
Durante a operação de descarga do gás, segure firme o conjunto da mangueira
pelo punho do difusor acione o gatilho , o gás CO2 é congelante e pode causar
queimadura na pele. Por isso escolha um local que seja amplo e arejado além
de vazio. E nunca dirija o jato a objeto, pessoas ou animais. Durante a
descarga poderá ocorrer condensação ao longo da mangueira.

Nunca descarregue o extintor de CO2 em locais fechados ou sem ventilação!

O gás CO2 é ASFIXIANTE!

Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do
agente extintor

35
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.
a) Cilindro
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de
descapagem química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio
hidrostático
 Gravar segundo item 1 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 18,9 Mpa, não devendo
apresentar deformação permanente superior a 10%
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 11.716

EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 MANÔMETRO – BOURDON
MANÔMETRO - ESPIRAL
2 REBITE DO GATILHO
3 SELO LACRE COM TIMBRE
4 GATILHO
5 PINO-TRAVA
6 ALÇA DA TRAVA
7 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
8 CORPO DA VÁLVULA
9 O ‘RING DA VÁLVULA
10 O’RING DO CONJUNTO VEDAÇÃO
11 PINO DE DESCARGA
12 ARRUELA DO CONJ. VEDAÇÃO
13 -VEDAÇÃO
14 MOLA M30 PÓ QUÍMICO
15 PORCA
16 CILINDRO
17 SIFÃO P6
18 SAIA PLÁSTICA
19 DECALQUE P6 BC-Y50
DECALQUE P6 BC-Y95
DECALQUE P6 ABC-40
20 CONJUNTO MANGUEIRA

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o
extintor de incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no
local adequado e de fácil,acesso, que não tenha sido violado e que não
apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça seu funcionamento.

36
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa


inspeção:
1. O extintor está limpo e bem conservado?
2. O ponteiro indicador de pressão está na faixa de operação (área verde)?
1. A capacidade da carga e garantia está dentro do prazo?
2. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?
3. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
4. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
5. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou
amassamento de qualquer natureza?
6. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a
especificação?
7. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de
extintor?
8. Aperte o conjunto da mangueira rosqueando-a na válvula (a mesma não
deverá permitir sua retirada com a mão).
9. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por
uma capa plástica ou abrigo próprio?
Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor deverá
ser imediatamente submetido à manutenção.

Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do
agente extintor específico e pressurização com nitrogênio.

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.
a) Recipiente
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de
descapagem química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio
hidrostático
 Gravar segundo item 5.4 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 2,5 Mpa (25,5 Kgfcm2)
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 10.721
b) Conjunto mangueira
 Fazer ensaios hidrostáticos durante 1 minuto a pressão de 2,9 Mpa
 Assegurar que internamente não fiquem resíduos dos fluidos de ensaio

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA – AP, Modelo AP-10 litros

ITEM DESCRIMINAÇÃO
1 MANÔMETRO – BOURDON
MANÔMETRO - ESPIRAL
2 REBITE DO GATILHO
3 SELO LACRE COM TIMBRE
4 GATILHO
5 PINO-TRAVA
6 ALÇA DA TRAVA
7 CABO / ALÇA DE TRANSPORTE
8 CORPO DA VÁLVULA
9 O ‘RING DA VÁLVULA
10 O’RING DO CONJUNTO VEDAÇÃO
11 PINO DE DESCARGA
12 ARRUELA DO CONJ. VEDAÇÃO
13 -VEDAÇÃO
14 MOLA M30 ÁGUA
15 PORCA DE FIXAÇÃO
16 CILINDRO
17 SIFÃO ÁGUA/ESPUMA
18 DECALQUE AGUA
19 CONJUNTO MANGUEIRA

INSPEÇÃO
Consiste em uma verificação cuidadosa por pessoa habilitada de que o
extintor de incêndio está em condições de uso, com sua carga completa, no
local adequado e de fácil,acesso, que não tenha sido violado e que não
apresente danos físicos ou qualquer condição que impeça seu funcionamento.

Relação obrigatória de itens a serem verificados periodicamente numa


inspeção:
1. O extintor está limpo e bem conservado?
2. O ponteiro indicador de pressão está na faixa de operação (área verde)?
3. A validade da carga e garantia está dentro do prazo?
4. A data da validade do ensaio hidrostático está dentro do prazo?
5. O selo de validade da carga e garantia está dentro do prazo?
6. O orifício de saída (descarga) está desobstruído?
7. O recipiente do extintor está afetado por corrosão, batida ou
amassamento de qualquer natureza?
8. As condições de acesso e sinalização do extintor estão conforme a
especificação?
9. O quadro de instrução está legível e adequado ao tipo e modelo de
extintor?
10. Verifique se a mangueira está bem fixada à válvula (a mesma não
deverá permitir sua retirada com a mão)
11. Está colocado em ambiente inofensivo ou necessita ser protegido por
uma capa plástica ou abrigo próprio?

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Nota: Havendo alguma irregularidade nas verificações acima, o extintor


deverá ser imediatamente submetido à manutenção, podendo ainda indicar a
necessidade da realização de recarga ou ensaio hidrostático, exceto quanto
aos itens 1 e 8.
.
Recarga
Consiste no enchimento do extintor de incêndio com carga nominal do
agente extintor específico e pressurização com nitrogênio.

Ensaio (teste hidrostático)


Deve ser realizado a cada 5 anos.
c) Recipiente
 Todo cilindro deve ter sua pintura removida através do método de
descapagem química ou mecânica, antes de ser submetido ao ensaio
hidrostático
 Gravar segundo item 5.4 da NBR 13.485
 Testar durante 1 minuto a pressão de 2,5 Mpa (25,5 Kgfcm2)
 Pintar externamente, atendendo os requisitos normativos da NBR 10.715
d) Conjunto mangueira
 Fazer ensaios hidrostáticos durante 1 minuto a pressão de 2,0 Mpa
 Assegurar que internamente não fiquem resíduos dos fluidos de ensaio

EXTINTORES

Observações e dicas

1. O extintor de espuma química, que recentemente saiu do mercado,


tinha alguns inconvenientes que certamente contribuíram para sua eliminação
os quais são:
a) Por trata-se de produto químico (prejudicial à saúde);
b) Por falta de controle no cilindro (agente extintor);
c) Meio de transporte (fácil reação);
d) Prejudicial ao ambiente (odor);
e) Difícil manuseio (funciona de cabeça para baixo);
f) Única saída (bico fácil de entupir).

2. Extintor de pressurização indireta (pressurizável)


É aquele cilindro que tem na parte externa afixado uma ampola, que
também é conhecida como recipiente, podendo para efeito de melhor
entendimento e identificação, ser ainda chamada de “filhote”. Neste caso, o
agente extintor está dentro do cilindro, e o agente expelente “gás” está fora
dentro da ampola ou “filhote”.

39
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

3. Extintor de pressurização direta (pressurizado)


É aquele cilindro que tem no seu interior o agente extintor junto com o
agente expelente (gás), não necessitando do filhote.
Nota: O gás aconselhável em ambos os casos, é o nitrogênio ou CO2, sendo
que nos extintores tipo PQS, o nitrogênio é o ideal.
4. Existem somente 02 (dois) tipos de cilindros de extintores? Os de baixa
pressão e os de alta pressão, sendo o CO2 (gás carbônico) o único extintor de
alta pressão, todos os demais são de baixa.
5. Para se distinguir o extintor de alta pressão do extintor de baixa pressão,
basta observar no cilindro: o cilindro de alta pressão não tem nenhuma solda,
costura ou emenda, é o único que possui o difusor (espalhador) e o punho na
extremidade da mangueira; outra característica é o peso, em média um cilindro
de CO2 de 06kg, tem o peso final acima de 15kg.
6. Ao contrário do extintor de alta pressão CO2, todos os demais extintores são
de baixa pressão, aceitando solda e emendas.
7. Perda de pressão do extintor pressurizado (pressurização direta), se dá
quando houver qualquer problema nas peças que compõem o conjunto de
válvula, os oring de vedação (anéis de borracha) pino de descarga e a pêra
(carrapeta), peças que podem estar sujas, amassadas, cortadas, ressecadas e
ainda com defeito de fabricação.
8. Todo e qualquer cilindro de alta pressão, em sua válvula a inscrição de PV
(peso vazio) e PC (peso cheio), o que podemos afirmar que nenhuma Brigada
de Incêndio pode deixar de ter uma balança, único instrumento de trabalho que
vai permitir efetuar a pesagem do cilindro para conferir o peso do “agente
extintor”.
9. É comum alguns Bombeiros Particulares se expressarem mal quanto ao
extintor de pressurização direta (pressurizado), ou seja, um determinado
extintor foi carregado, pressurizado, colocando a trava de segurança do gatilho,
o lacre de inviolabilidade, entretanto, mesmo sem ninguém quebrar o lacre e
puxar a trava de segurança, foi constatado que no manômetro, o ponteiro
estava marcando no campo vermelho, o que significa que o extintor está sem
condições de uso. A frase ERRADAMENTE pronunciada por grande parte dos
Bombeiros Particulares é que o extintor está vazio, o CORRETO seria dizer
que o extintor está despressurizado.

40
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

NOÇÕES DE VENTILAÇÃO
É aplicada no combate a incêndio. É a remoção e dispersão sistemática
de fumaça, gases e vapores quentes de uns locais confinados, proporcionando
a troca dos produtos da combustão por ar fresco, facilitando, assim, a ação dos
bombeiros no ambiente sinistrado. Neste Manual, chamaremos de produto da
combustão a fumaça, os gases e os vapores quentes. São tipos de ventilação:
natural e forçada.

Vantagens da ventilação
Os grandes objetivos de uma Brigada de Incêndio são: atingir o local
sinistrado no menor tempo possível; resgatar vítimas presas; localizar focos de
incêndio; aplicar os agentes extintores adequados, minimizando os danos
causados pelo fogo, pela água e pelos produtos da combustão. Durante o
combate, a ventilação é um auxílio imprescindível na execução destes
objetivos. Quando, para auxiliar no controle de incêndio, é feita ventilação
adequada, uma série de vantagens é obtida, tais como: visualização do foco,
retirada do calor e retirada dos produtos tóxicos da combustão.

Visualização do foco
A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão
que impedem a visualização..
Tendo uma boa visualização o bombeiro:
1. Entra no ambiente em segurança;
2. Localiza vitimas
3. Extingue o fogo com maior rapidez, sem causar danos pelo excesso de água
aplicada no local.

Retirada do calor
A ventilação adequada retira os produtos da combustão que são os
responsáveis pela propagação do calor (através da convecção). Eliminando
com isto grande quantidade de calor do ambiente.
Com a retirada do calor, o bombeiro:
1. Tem maior possibilidade de entrar no ambiente;
2. Diminui a propagação do incêndio;
3. Evita o “backdrafl e o “flashover”;
4. Evita maior dano à edificação;
5. Evita maiores riscos a possíveis vítimas;
6. Retirada dos Produtos Tóxicos da Combustão.
7. A ventilação adequada retira do ambiente os produtos da combustão
que são os responsáveis pela maioria das mortes em incêndio.
8. Com a retirada dos produtos tóxicos, o bombeiro:
9. Tem maior possibilidade de encontrar vitimas com vida
10. Elimina os estragos provocados pela fuligem

41
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Problemas da ventilação inadequada


 Grande volume de fumaça com elevação da temperatura,
proporcionando propagação mais rápida do incêndio;
 Dificuldade no controle da situação;
 Problemas na execução das operações de salvamento e combate a
incêndio;
 Aumento dos riscos de explosão ambiental, em virtude do maior volume
de fumaça e alta temperatura;
 Danos produzidos pela ação do calor, da fumaça e do emprego de água.

Técnica de ventilação
A decisão de ventilar e a escolha do tipo de ventilação a ser feita no
local do sinistro competem ao Comandante da Operação, cabendo ao pessoal
a execução correta. Deverão, sempre que possível, utilizar o fluxo natural de
ar, ou seja, deve-se observar o princípio da convecção e a direção do vento.

Ventilação natural horizontal


A maneira correta de se fazer ventilação natural horizontal em uma
edificação é usar duas aberturas em desnível, em paredes opostas, isto é,
uma, o mais alto possível, e a outra, o mais baixo possível. As aberturas devem
estar dispostas conforme a direção do vento.
A abertura mais baixa será para a entrada de ar fresco e limpo, e a
abertura mais alta será para a saída dos produtos da combustão.
Procede-se à ventilação natural horizontal da seguinte maneira:
 Abre-se o ponto mais alto da parede para saída dos produtos de
combustão (janelas, por exemplo);
 Abre-se, lentamente, o ponto mais baixo para entrada do ar fresco.;
 O ar fresco tem temperatura menor que os produtos da combustão e
deposita-se nas partes mais baixas do ambiente, expulsando os produtos da
combustão, cuja tendência é permanecer nas partes mais altas;
 Observa-se o ambiente até a visualização das chamas.
 O bombeiro poderá usar a porta para a entrada do ar. Porém, é
importante que esta seja aberta lentamente, e que não provoque maior
abertura para a entrada do ar que para a saída dos produtos da combustão
(resolve-se este problema abrindo a porta parcialmente).
 A ventilação natural horizontal utiliza-se da convecção e direção do
vento.

Ventilação natural vertical


Este tipo de ventilação está baseado no princípio da convecção.
Primeiramente, deve ser feita abertura no teto, para permitir que os
produtos da combustão sigam seu caminho natural, subindo
perpendicularmente ao foco de incêndio. Outra abertura deve ser feita para
permitir a entrada do ar fresco no ambiente. Uma porta é a abertura ideal, pois
pode ser aberta parcialmente, permitindo que o ar fresco entre no ambiente,
porém, não em quantidade suficiente para provocar uma explosão ambiental. A
entrada do ar poderá ser controlada conforme a necessidade.
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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Abertura em telhado
Sempre que possível, o Bombeiro Particular deve utilizar as aberturas já
existentes na edificação, como clarabóias, dutos, portinholas, etc.
Se for necessário fazer abertura no telhado, o bombeiro deve saber de
que material ele é feito, para escolher adequadamente as ferramentas de
serviço. Normalmente para isso basta uma rápida verificação.
Fazer a abertura em telhados é um serviço extremamente perigoso. Por
isso, entre outras medidas de segurança, deve-se sempre utilizar um cabo
guia, ancorando-o a um ponto firme, para evitar uma queda do brigadista no
ambiente em chamas.
Surpresas desagradáveis podem ocorrer ao se abrir um telhado, tais
como labaredas e produtos da combustão em direção ao Bombeiro Particular.
Por este motivo, é essencial que o Bombeiro Particular utilize o EPI
necessário, seja armada linha de proteção para sua segurança e trabalhe
sobre escada de gancho.
Deve-se procurar efetuar uma abertura larga e retangular ou quadrada, o
que simplifica futuros reparos. Uma abertura larga é melhor que várias
pequenas. O tamanho da abertura é determinado pelo Chefe da Brigada.
(nunca menor que 1m²).

Ventilação forçada

Em alguns locais, o bombeiro não encontra condições de realizar a


ventilação natural (porque não há fluxo de ar, este é insuficiente para ventilar o
ambiente ou existem obstruções difíceis de remover, como lajes, etc). Nesses
ambientes, há necessidade da execução de ventilação forçada, que se realiza
através de exaustores ou jatos d’água.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CONCEITOS IMPORTANTES

Mangueiras – São tubos de borracha, revestidos por duplo nylon, tendo


em suas extremidades duas juntas de união Storz, cuja finalidade é a de
canalizar água para o ponto desejado. Temos as mesmas nos seguintes
diâmetros: 1 , 1 ½ , 2 ½ e 4 polegadas.

Esguichos agulheta – Para serviços comuns, tais como lavagens de


pista, baldeação, etc. Erradamente é muito utilizado nos preventivos fixos,
porque este tipo de esguicho só produz um tipo de jato d’água: o sólido. O
referido esguicho compõe-se de base, tronco, ápice ou requinte.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Esguicho regulável – É um dos esguichos mais utilizados, tendo em


vista a versatilidade do mesmo e o seu fácil manejo; para se mudar de tipo de
jato basta girar a sua extremidade para a esquerda e para fechar girar para a
direita. Produz três tipos de jato: neblina, jato compacto oco e jato compacto.

Chave de mangueira – É uma peça de metal de forma variada, usada


pelo Bombeiro para se atarrachar ou se desatarrachar juntas Storz.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Redução – É uma peça de metal de diâmetro diferentes, usada para se reduzir


uma saída maior em menor diâmetro.

Ralo com válvula de retenção - É uma peça metálica com tela para
proteger a bomba: quando tenha que aspirar água de lugares onde haja
detritos, a válvula tem a função de manter a coluna d’água, fato importante e
necessário para a realização da sucção da água de um manancial, onde haja
desnível entre a bomba e a água deste mesmo manancial.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Exaustor – Aparelho utilizado para retirada de fumaça ou gases tóxicos


em locais onde esteja ocorrendo sinistro.

Linha – É a mangueira ou série de mangueiras, que conduz a água do


Aparelho Divisor ao esguicho, tomando a denominação de 1ª, 2ª e 3ª linha da
direita para a esquerda; quando ligada à boca de expulsão da viatura, hidrante
ou preventivo, denomina-se linha direta.

Ligação – É a mangueira ou série de mangueiras que conduz a água da


boca de expulsão da viatura, hidrante ou outro manancial ao Aparelho Divisor.

Transportar – É a operação pela qual a mangueira é transportada,


sendo introduzidos os dedos à altura do terceiro aspiral, aproximadamente. Os
braços do bombeiro devem ficar estendidos naturalmente.

Desenrolar – É a operação pela qual se desenrola a mangueira de 1 ½”;


a mão direta do bombeiro segura firmemente, as juntas Storz, na posição
superior, enquanto a mão esquerda segura a parte inferior da mangueira, que
será arremessada aos rés do chão. No caso da mangueira 2 ½”, deposita-se
esta ao solo e prende-se a junta Storz, que está na parte externa, sob o pé
direito, enquanto a junta Storz interna é segura com as duas mãos. Faz-se
então um movimento brusco e simultâneo no sentido frontal e superior.

Enrolar – É a operação que para ser efetuada, a mangueira deve estar


totalmente estendida em linha reta sob o solo. Uma das juntas Storz deve ser
conduzida sobre a extensão da mangueira, até a distância de
aproximadamente 30 a 50 centímetros.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Estender – É a operação pela qual se determina que a mangueira só


pode ser estendida através das juntas Storz. Quando as juntas estão
conectadas, o bombeiro deve segurar a mangueira de forma que as juntas
fiquem à altura da caixa torácica do homem.
Guarnecer – É a forma pela qual evita-se que a junta Storz seja
arrastada no solo, ou sofra impacto. Portanto, basta que se pise na mangueira.
Pronta a Ligação/Linha – é a voz emitida, no sentido de configurar a
condição adequada em que se encontra a Ligação ou Linha para a execução
da missão. Essa voz deve ser alta e em bom tom e a uma distância mínima de
04 (quatro) metros do interlocutor, no caso condutos da viatura e auxiliar da
guarnição (AG), respectivamente.
Posição de combate / Chefe de linha / Ajudante de linha – É a
operação pela qual o chefe de linha e o ajudante ficam com as pernas em
posição de base, à distância de aproximadamente 01 (um) metro de um para o
outro, em lados opostos da mangueira.
Conexão esguicho / junta – É a técnica pela qual utiliza-se apenas um
homem nesta operação.
Bomba desarmar – É o conjunto de operações que se processa de
modo inverso ao estabelecimento.
Perigo iminente – É a comunicação efetuada pela qual a guarnição
deve abandonar o local imediatamente.

SISTEMAS DE PREVENTIVOS FIXOS

Canalização de preventivos e registros de passeio.


A rede hidráulica das caixas de preventivos consiste numa canalização
vertical de 2 ½” de diâmetro, pintada de vermelho, partindo do barrilete de 4” de
diâmetro (quando existir mais de uma caixa d’água superior), dotado de válvula
de retenção e registro, que interliga as demais caixas superiores se for o caso,
deixando uma caixa de incêndio por pavimento, terminando a coluna em um
registro de passeio de 2 ½” de diâmetro (Storz), colocado no máximo a dois
metros e meio do meio fio mais próximo, em local de fácil acesso para uso e
manobras de viaturas. Este dispositivo tem as seguintes medidas: 50 cm de
largura, 50 cm de comprimento por 40 cm de profundidade, com a inscrição
“INCÊNDIO” na tampa. O número canalizações preventivas corresponde ao
número de caixas d’água superiores.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Barrilete
Tubulação de 4” de diâmetro, pintada na cor vermelha, que serve de
interligador entre as caixas d’água superiores para que estas permaneçam com
seus níveis d’água equivalentes.
Esta canalização deve correr toda extensão da cobertura, estar aparente
e ser dotada de válvula de retenção junto à saída para a canalização de
preventivos. No caso de haver apenas uma caixa d’água superior, a utilização
do barrilete torna-se desnecessária.

Caixas de incêndio e seus respectivos equipamentos


As caixas de incêndio são equipadas com mangueiras de fibra sintética
pura POLIÉSTER de 1 ½” ou 2 ½” de diâmetro, revestida de borracha
internamente, esguicho e registro.
São pintadas em vermelho com a inscrição “INCÊNDIO” em sua tampa e
deverão ficar totalmente desobstruídas, isto é, o acesso às mesmas deverá ser
o mais fácil possível, não sendo tolerado, de nenhuma forma, a presença de
móveis, divisórias, etc., que venham a dificultar as suas utilizações. O detalhe
do enrolamento de suas mangueiras deve ser duramente observado, evitando-
se lançar mão do método “caracol’ visando evitar o acontecimento de
transtornos no momento em que se deseja utilizá-las.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Caixa d’água subterrânea


Sua capacidade será de acordo com a necessidade da edificação e
possuir um conjunto de bombas de recalque correspondente, devidamente
aprovado pelo Corpo de Bombeiros este poderá ser o único tipo de reservatório
na edificação. Igualmente ao número de caixas d’água superiores, o número de
DEPUCB será correspondente à quantidade de caixas d’água subterrânea.

Caixa d’água superior


Será construída em concreto armado na parte superior da edificação,
constituindo-se no manancial ideal para alimentar o sistema de proteção por
hidrante. Quando utilizado para abastecer o sistema de proteção por hidrantes
de parede, o mesmo reservatório destinado ao consumo normal da edificação,
terá a sua reserva técnica de incêndio assegurada por diferença de nível entre
as duas saídas: a de consumo normal numa posição superior, assegurando a
reserva técnica e a de alimentação do sistema de proteção por hidrantes do
fundo do reservatório.

A reserva técnica de incêndio será de acordo com a tabela abaixo.


Para edificações até 2500m²

CLASSE VOLUME DE ÁGUA VOLUME DE ÁGUA


OCUPACIONAL DE ATÉ 04 HIDRANTES ACRESCIDO POR
RISCO HIDRANTE EXCEDENTE
A (risco pequeno) 5.000 litros 500 litros
B (risco médio) 10.000 litros 1.000 litros
C (risco grande) 20.000 litros 1.500 litros

Dispositivo de emergência para uso do corpo de bombeiros (DEPUCB)


Canalização de aço galvanizado de 2 ½” de diâmetro, com ralo e válvula
de retenção (para formar coluna d’água), partindo do fundo da caixa
subterrânea com terminal de rosca externa padrão Corpo de Bombeiros,
munido de tampão na horizontal a 60 cm de altura em relação ao plano (nível)
de registro de passeio. O dispositivo serve como manancial para abastecer as
viaturas de combate a incêndio do CBMDF, através de sucção. A altura
compreendida entre o fundo da caixa d’água subterrânea e o terminal de rosca
externa não poderá ser superior a 7 metros.

Cores das canalizações em uma edificação


Cor Tipo de canalização
Azul / Verde Água potável
Preto Esgoto
Cinza Fiação elétrica
Amarelo / alaranjado GLP
Vermelho Água para combate a incêndio

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CHUVEIROS AUTOMÁTICOS (SPRINKLERS)

O sistema fixo de combate a incêndio automático (sprinkler), tem


demonstrado, através dos tempos, ser um dos meios mais eficientes na
extinção de incêndio, porque conforme a ampola pré-determinada para a área
a ser protegida, consegue normalmente o seu acionamento no princípio do
incêndio.
O objetivo de um sistema de sprinkler é extinguir um incêndio na sua
fase inicial, rápida e automaticamente, antes que tenha tempo suficiente de se
alastrar e causar um estrago maior.
O sistema de proteção através de chuveiros automáticos, consiste em
uma rede integrada de tubulações, dotada de dispositivos especiais que
automaticamente, descarregam água sobre o foco de incêndio, em quantidade
suficiente para extingui-lo. Este sistema de proteção é dotado de alarme que é
acionado automaticamente assim que o mesmo entra em funcionamento, para
alertar a segurança do estabelecimento e os ocupantes do próprio edifício.
Os projetos e a instalação dos sprinklers deverão ser executados de
acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
e/ou aceitas pelo instituto de resseguros do Brasil, sendo que os projetos de
instalação dos sprinklers somente poderão ser executados depois de
apresentados ao serviço de engenharia do Corpo de Bombeiros.

Funcionamento
O mecanismo de operação dos sprinklers, tipo bulbo ocorre através da
dilatação do líquido detector sob a ação do calor; ao atingir sua temperatura
nominal, o bulbo rompe-se e libera o selo de vedação do orifício.
O sprinklers tipo solda são acionados através de uma liga fusível que se
funde ao atingir a sua temperatura nominal. A estrutura de funcionamento do
sistema compõe-se basicamente de:
 Abastecimento de água;
 Válvulas de governe e alarme;
 Rede de distribuição;
 Chuveiros automáticos (ampolas de sprinklers)

Abastecimento do sistema de chuveiros automáticos


É vital para qualquer sistema hidráulico dispor de abastecimento
confiável de água, com pressão e vazão adequadas. O abastecimento de água
para o sistema de chuveiros automáticos é fornecido:
 Por gravidade (através de reservatórios elevados);
 Por bombas de recalque;
 Por tanques de pressão.
Normalmente o sistema possui somente uma fonte de abastecimento, o
abastecimento por gravidade, isto é, através do reservatório elevado, é o
sistema mais confiável e que exige menos manutenção.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Na impossibilidade de se utilizar abastecimento por gravidade, o sistema


deverá ser abastecido por bombas de recalque. As bombas de recalque devem
dispor de uma fonte de energia confiável, e o reservatório de água atender à
demanda necessária. As bombas para alimentação do sistema devem ser
centrífugas e acionadas automaticamente por motor elétrico ou a diesel.
A partir do acionamento do sistema, num tempo não superior a 30
segundos, a bomba e o alarme (sonoro e/ou visual) deverão funcionar. As
ligações elétricas da bomba devem ser independentes da instalação elétrica da
edificação e, se houver gerador elétrico de emergência, este deverá ser ligado
à bomba. No caso de bomba a diesel, o conjunto (inclusive o tanque de
combustível) deve ser instalado em local protegido por chuveiros automáticos.
O abastecimento por tanque de pressão poderá ser utilizado com fonte
única de abastecimento fornecido pelo reservatório elevado ou pelas bombas
de recalque. Trata-se de um recipiente contendo grande quantidade de água
(10m³ a 25m³) e permanentemente pressurizado. Com a abertura do chuveiro,
a água é descarregada devido à pressão existente no interior do tanque.
O tanque deverá possuir alarmes do nível de água e pressão
(manômetros), com possibilidade automática de reabastecimento de água
(bomba) e ar (compressor). A água não deve ultrapassar 2/3 da capacidade do
tanque.

Tipos de chuveiros automáticos


Quanto à descarga de água, os chuveiros automáticos se classificam
em:
 Chuveiros do tipo convencional: são aqueles cujo defletor é desenhado
para permitir que uma parte da água seja projetada para cima, contra o teto, e
a outra para baixo, adquirindo forma aproximadamente esférica;
 Chuveiros do tipo spray: são aqueles cujo defletor é desenhado para que
a água seja projetada para baixo, adotando forma esférica;
 Chuveiros do tipo lateral: são aqueles desenhados para distribuir água
de maneira que quase a totalidade da mesma seja aspergida para frente e para
os lados, em forma de esfera, com uma parede, atrás do chuveiro;
 Chuveiros do tipo especial: são aqueles projetados, por razões estéticas,
para serem embutidos ou estarem rentes ao forro falso. ESTE TIPO DE
CHUVEIRO SOMENTE PODERÁ SER INSTALADO NA POSIÇÃO
PENDENTE;
 Chuveiros de média velocidade: dotados ou não de elementos termo-
sensível, são fabricados com defletor para vários ângulos de descarga, fazendo
com que a água seja lançada em forma de cone;
 Chuveiros de alta velocidade: são fabricados sem elemento termo-
sensível aberto) e seu orifício de descarga ê dotado de um dispositivo interno
cuja função é provocar turbulência na água nebulizando e lançando-a,
extremamente pulverizada na forma de cone.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

No Brasil, existem basicamente 4 tipos de sistemas de chuveiros


automáticos:
 Sistema de tubo molhado;
 Sistema de tubo seco;
 Sistema tubo dilúvio.
 Sistema de ação prévia
OBS.: Para proteção em pequenas aberturas sobre telhados ou para
prevenção de riscos especiais, pode-se instalar “cortina d’água”.

Sistema de tubo molhado


Compreende uma rede de tubulação permanentemente cheia de água
sob pressão, em cujos ramais os chuveiros são instalados.
Os chuveiros automáticos desempenham o papel de detectores de
incêndio, só descarregando água quando acionados pelo calor do incêndio. É o
tipo de sistema mais utilizado no Brasil.
Quando um ou mais chuveiros são abertos, o fluxo de água faz com que
a válvula se abra, permitindo a passagem da água da fonte de abastecimento.
Simultaneamente, um alarme é acionado, indicando que o sistema está em
funcionamento.

Sistema de tubo seco


Compreende uma rede de tubulação permanentemente seca, mantida
sob pressão (de ar comprimido ou nitrogênio), em cujos ramais são instalados
os chuveiros. Estes, ao serem acionados pelo calor do incêndio, liberam o ar
comprimido (ou nitrogênio) fazendo abrir automaticamente uma válvula
instalada na entrada do sistema (válvula de cano seco), permitindo a entrada
de água na tubulação. Este sistema é o mais indicado para as regiões
extremamente frias, sujeitas à temperatura de congelamento da água, ou locais
refrigerados (como frigoríficos).

Sistema do tubo dilúvio


Compreende uma rede de tubulações secas, em cujos ramais são
instalados chuveiros do tipo aberto (sem elemento termo-sensível). Na mesma
área dos chuveiros é instalado um sistema de detectores, ligados à uma
válvula do tipo dilúvio, existente na entrada do sistema. A atuação de quaisquer
detectores, ou então a ação manual de comando a distância, provoca a
abertura da válvula, permitindo a entrada da água na rede descarregada
através de todos os chuveiros, e, simultaneamente, fazendo soar o alarme de
incêndio. Este tipo de sistema é normalmente utilizado na proteção de
hangares (galpões para aeronaves).

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cor do líquido na ampola dos Spriklers

Cor do líquido Classificação do Temperatura que não deverá ser


na ampola sprinkler excedida onde o sprinkler está
recomendado localizado
ºC ºC
Laranja 57 38
Vermelha 68 49
Amarelo 79 60
Verde 93 74
Azul 141 121
Violeta 182 160
Preto 227 204

DETECTORES DE INCÊNDIO

As principais características pelas quais se distinguem um incêndio é a


irradiação de calor, chama, fumaça, etc., apresentando cada uma delas
características bastante diversas. Principalmente por esse fato, torna-se difícil a
fabricação de um detector de incêndio de aplicação geral, pois a perfeita
proteção de uma determinada instalação ou um objeto somente será possível
após a realização de cuidadoso estudo de todos os aspectos a serem
considerados.
Os tipos de detectores usualmente instalados nas empresas, indústrias,
são os seguintes:

Detector térmico
É um dispositivo que detecta temperatura normalmente alta ou quando a
mesma tem um grau de aumento anormalmente elevado.

Detector à temperatura fixa


É um dispositivo que reage quando o seu elemento operante fica
aquecido até um nível pré-determinado.
Quando este tipo de detector estiver operando, a temperatura ambiente
será sempre mais alta do que a temperatura de operação do dispositivo.
Chama-se “retardo-térmico” a diferença entre a temperatura de operação
do dispositivo e a temperatura ambiente.
Podemos citar como elemento sensível à temperatura fixa:

54
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Bimetálico – é um elemento sensível que encerra metais, cujos os


coeficientes de expansão térmica são diferentes, apresenta como resultado um
efeito de deflexão numa direção, se for aquecido, em direção oposta, se for
refrigerado.
Condutividade elétrica – um elemento sensitivo que inclui um resistor
elétrico, cuja resistência varia de acordo com a variação de temperatura;
Expansão de líquidos – consiste num líquido sensível, capaz de
notável expansão de volume ao ser exposto a elevadas temperaturas;
Liga fusível – um elemento sensitivo, de composição especial de metal,
que se funde rapidamente a uma temperatura pré-determinada.
Detector termovelocímetro
É um dispositivo que responde quando a temperatura aumentar numa
proporção acima de uma taxa preestabelecida.

Detector de compensação de grau


É um dispositivo que responde quando a temperatura do meio ambiente
em torno do dispositivo alcança um determinado nível, não importando a razão
do aumento da temperatura.
Um exemplo típico é um detector “Spot-Type” com uma carcaça tubular
de um metal que tende a se expandir no comprimento quando aquecido, e um
mecanismo associado de contato que se fecha num determinado ponto de
alongamento.

Detector de fumaça
Estes detectores são usados em locais onde se possa contar desde o
início do fogo o aparecimento da fumaça. O detector da câmara ionizada
apresenta bons resultados, pois é um equipamento muito sensível,
respondendo não somente quando há fumaça visível, mas também quando há
gases perdidos de combustão invisível. Os detectores óticos de fumaça não
atuam em caso de gases e vapores, mas somente quando houver partículas de
fumaça visíveis, partículas de pós, etc.

Detectores de chama
Detectores infravermelhos e ultravioletas
Esses detectores devem ser usados em locais onde houver a
possibilidade de se contar com o aparecimento de labaredas logo no estágio
inicial do incêndio. Por exemplo, em casos de líquidos ou gases inflamáveis.
Eles respondem tanto à parte visível quanto à parte invisível da radiação
resultante de um incêndio. A fim de se evitar que sejam dados alarmes falsos o
detector de chamas infravermelho, se for do tipo modulado, dará seqüências
pré-determinadas, enquanto que um outro tipo de detector responderá à
radiação ultravioleta existente nas chamas.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CENTRAL DE ALARMES DE INCÊNDIO

O Sistema de Alarme de Incêndio consiste em um conjunto de


elementos planejadamente dispostos e adequadamente interligados, que
fornecem informações de princípios de incêndio, através de indicações sonoras
e visuais, sendo, portanto, uma das formas de proteção da vida e da
propriedade que integram o sistema de prevenção e proteção contra incêndio
das edificações.
Uma vez acionado o Sistema de Alarme, manualmente ou
automaticamente em uma edificação, este meio de alerta tem dupla função,
que é a provocar e desencadeamento do “abandono” da edificação ou parte
dela, bem como de acionar o sistema de segurança da edificação (Brigada de
Incêndio) para as providências de iniciar o combate ao incêndio e chamar o
Corpo de Bombeiros local.
Os termos Alarmes e Detecção possuem, na prática, o mesmo
significado, pois indica a percepção de algo, diferenciando pelo fato de o termo
“alarme” ter relação com perigo.
Os “sistemas de alarme” e os “sistemas de detecção” têm por
finalidade dar aviso de ocorrência de incêndio, sendo que o “alarme” se
constitui num sinal de aviso e a “detecção” na captação de fenômenos físico-
químicos da combustão transformados em um sinal.
A expressão sistema de alarme deverá ter sempre o significado de
equipamentos destinados a dar um aviso sonoro e/ou luminoso da ocorrência
acionados manual e automaticamente pela ação de detectores capazes de
captar fenômenos físico-químicos da combustão.
Os Sistemas de alarme ou detecção, quanto ao recebimento do aviso,
poderão ser:
Localizado: quando o sinal é perceptível apenas no local onde está
instalada a central;
Setorizado: quando o sinal é retransmitido e se torna perceptível a
todos onde está instalada a central;
Geral: quando o sinal é retransmitido e se torna perceptível a todo os
pontos da edificação.

Um Sistema de Alarme de Incêndio é composto de:


1) Central: equipamento que se destina a processar os sinais
provenientes dos circuitos de detecção, converte-los em indicações adequadas
e comandar e controlar os demais componentes do sistema;
2) Painel repetidor: equipamento que se destina a sinalizar de forma
visual e/ou sonora, no local desejado, ocorrências detectadas pelo sistema;
3) Detector automático: dispositivo que se destina a operar, quando
influenciado por determinados fenômenos físicos ou químicos, que procedem
ou acompanham um princípio de incêndio, podendo ser do tipo:

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

a. Detector automático de temperatura: é acionado automaticamente


quando a temperatura ambiente ou gradiente da temperatura ultrapassam um
valor pré-determinado;
b. Detector automático de fumaça: é acionado quando ocorrer a presença
de partículas e/ou gases, visíveis ou não, produtos de combustão;
c. Detector automático de chama: é acionado em resposta a uma radiação
visível ou não, resultante de um princípio de incêndio.
4) Acionador manual: dispositivo que se destina a transmitir a
informação de um princípio de incêndio, quando acionado pelo elemento
humano;
5) Indicador: dispositivo que sinaliza sonora ou visualmente qualquer
ocorrência relacionada ao sistema de detecção de alarme de incêndio,
podendo ser do tipo:
a. Indicador sonoro: destina-se a emitir sinais acústicos;
b. Indicador visual: destina-se a emitir sinais visuais.
6) Circuito de detecção: circuito no qual estão instalados os detectores
automáticos, acionadores manuais ou qualquer outro tipo de sensores
pertencentes ao sistema;
7) Circuito de alarme: circuito no qual estão instalados os indicadores.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

COMO DEVE PROCEDER O BOMBEIRO PARA INSPECIONAR UM


SISTEMA DE ALARME

Procedimentos

1. Verificar se as baterias do sistema estão em local ventilado e


seguro:
 Se está sobre suporte;
 Se tem fiações aparentes desprotegidas;
 Se tem os terminais com acúmulos de resíduos
 Se possui o nível de água ideal;
 Se há presença de objetos estranhos no local que podem danificar ou
obstruir o acesso ao sistema (Ex> materiais de limpeza, etc.).

2. Verificar na central de alarme:


a) Interruptor de acionamento geral.
É o ponto de teste de acionamento do sinalizador sonoro, bastando aciona-lo
manualmente para detonar o sistema.
Deve ser acionado com a chave geral de eletricidade de consumo do prédio
desligada, para se comprovar que está conectado à bateria.
b) Led’s indicador visual (através de pequena lâmpada) indicativo das botoeiras
estão identificados;
Se a central possui em cada led’s a identificação do setor e/ou pavimento onde
está instalada a bateria (ponto de acionamento do sistema de alarme);
c) Se existe pessoa habilitada e que permanece junto à central, com
capacidade para identificar os sinais e tomar as providencias cabíveis;
d) Verificar o grau de instrução específico para quem permanece junto à
central.

3. Verificar se os acionadores estão distribuídos na edificação


Geralmente estes acionadores encontram-se instaladas próximos à entradas e
aos demais sistemas (hidrantes) quando for do tipo manual e estando
distribuídos pelo teto, quando forem de acionamentos automáticos (detectores).

4. Verificar se os acionadores estão sinalizados


A sinalização geralmente está impressa no próprio acionador com os
seguintes dizeres: “SISTEMA DE ALARME”, “EM CASO DE EMERGÊNCIA –
QUEBRE O VIDRO”. Quando se tratar de acionador manual, não é usual
serem sinalizados os acionadores automáticos, pois estes independem da ação
humana.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

5. Fazer o teste

5.1 Para acionador manual:


a) Desmontando o acionador: soltar o vidro através da retirada dos parafusos
da caixinha com a chave de fenda, evitando-se a quebra do vidro
b) Disparado a sirene no pavimento: quando for setorizado. Ex.: determinados
setores
c) Disparado a sirene na edificação: quando for geral. Ex: para toda a
edificação.
d) Disparado a sirene somente no local onde está localizada a central. Ex:
hospitais (nos postos de enfermagem)
e) Resetando o aviso na central: acionando o ponto de teste na Central de
Alarme

5.2 Para o acionador automático


a) Provocar através de calor chama ou fumaça o acionamento do ponto de
detecção.

6. Avaliar o grau de conhecimento dos usuários, síndicos, etc., para com


o sistema.

7. É importante e necessário que antes de qualquer teste no sistema de


alarme, todos os integrantes da edificação sejam avisados e/ou alertados para
se evitar o pânico geral ou possível acidente. O aviso deve ser antes do início
do teste, bem como ao final do mesmo, quando do encerramento, para que
tenham ciência de que o período de teste já teve fim.

Conclusão
O Sistema de Alarme ou Detecção, instalado em uma edificação, como o
meio de alerta, visa quando acionado, manualmente ou automaticamente,
desencadear o “Abandono da edificação” por parte de seus ocupantes, bem
como acionar o Sistema de Segurança (Brigada de Incêndio), para os
procedimentos de iniciar o combate ao incêndio e chamar o Corpo de
Bombeiros local.
O Sistema de Alarme ou Detecção tem por finalidade, dar aviso de
ocorrência de incêndio, através de sinal sonoro e/ou luminoso, podendo ser do
tipo localizado, setorizado ou geral.
Os principais componentes do Sistema de Alarme são: central de
controle, acionadores manuais, painel repetidor, detectores automáticos
(detector de temperatura, de fumaça e de chama), indicadores (sonoro e
visual), circuito de detecção, circuito de alarme, fonte de alimentação.
É essencial que o Sistema de Alarme ou Detecção esteja sempre em
perfeitas condições de funcionamento, o que demanda um planejamento eficaz
de manutenção periódica por parte dos responsáveis pela segurança contra
incêndio da edificação.

59
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Os Procedimentos Operacionais Padrão para o sistema de iluminação
de emergências deverão ser aplicados nas inspeções de edificações que
possuam este sistema de proteção contra incêndios.

Definições
Alimentação normal: alimentação elétrica fornecida pela rede geral.
Autonomia do sistema: tempo mínimo exigido para a iluminação de
emergência assegurar os níveis de iluminação.
Blocos autônomos: são aparelhos de iluminação de emergência
compostos por fonte de energia (bateria), lâmpadas e sistema carregador, em
um mesmo invólucro, ligado diretamente à rede geral de energia elétrica.
Condutores: conjunto de fios e cabos, bem como seus terminais,
destinados a transmitir energia entre as diversas partes do sistema de
iluminação de emergência.
Estado de flutuação: estado que mantém a corrente de manutenção de
bateria.
Estado de vigília do sistema: estado no qual a fonte de energia está em
carga, pronta para intervir no caso de interrupção da alimentação de energia da
rede geral.
Estado de funcionamento do sistema: estado no qual a fonte de energia
alimenta, efetivamente, a iluminação de emergência.
Estado de repouso do sistema: estado no qual a fonte de energia está
em recarga, não podendo estar em estado de vigília ou de funcionamento.
Fonte de energia: dispositivo destinado a fornecer energia elétrica ao
sistema de iluminação de emergência em qualquer hipótese de falha ou
ausência de energia da rede geral.
Fluxo luminoso nominal: fluxo luminoso após cinco minutos de
funcionamento do sistema de iluminação de emergência.
Fluxo luminoso residual: fluxo luminoso que é medido após 1 (uma) hora
de funcionamento do sistema de iluminação de emergência.

60
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Grupo motor-gerador: sistema de iluminação de emergência composto


por um gerador que é acionado por um motor a explosão que alimentará vários
pontos de luz de uma mesma edificação.
Iluminação auxiliar: iluminação destinada a permitir a continuação do
trabalho, em caso de interrupção do sistema normal de iluminação.
Iluminação de ambiente ou de aclaramento: iluminação necessária e
suficiente para a evacuação segura do local em caso de emergência.
Iluminação de balizamento ou de sinalização: iluminação com símbolos
que indica a rota de saída em caso de emergência.
Lugar visível: parte(s) da edificação, vizinha à porta ou passagem
obrigatória normal das pessoas que utilizam o edifício ou instalação e
facilmente vista por qualquer usuário.
Ponto de luz: dispositivo constituído de lâmpada, invólucro e outros
componentes que tem a função de promover o aclaramento e/ou sinalização do
ambiente.
Recarga automática: atuação de determinadas dispositivos de
fornecimento de energia elétrica à bateria, todas as vezes que o nível de carga
desta esteja abaixo do seu valor nominal.
Rede de alimentação: conjunto de condutores, dutos e demais
equipamentos empregados na transmissão de energia do sistema, inclusive
sua proteção.
Rede geral: sistema(s) de fornecimento de energia elétrica ao edifício
quando do seu uso normal.
Sistema de iluminação de emergência: conjunto de componentes e
equipamentos que, em funcionamento, proporciona a iluminação suficiente e
adequada para permitir a saída fácil e segura do público para o exterior, no
caso de interrupção da alimentação normal; como também proporciona a
execução das manobras de interesse da segurança e intervenção de socorro e
garante a continuação do trabalho naqueles locais onde não possa haver
interrupção de iluminação.
Sistema carregador: dispositivo que efetua a recarga automática da
fonte de energia.
Sistema centralizado de baterias (acumuladores): sistema de iluminação
de emergência composto por uma central com sistema carregador e dispositivo
de teste e fonte de energia (acumuladores), que irá alimentar vários pontos de
luz em uma mesma edificação.
Tempo de duração nominal do fornecimento: Tempo que determina a
capacidade da fonte de energia.
Tempo de comutação: intervalo de tempo entre a interrupção da
alimentação normal e o funcionamento plano da iluminação de emergência.
Tensão de corte da fonte da energia: tensão mínima permitida da
descarga sem causar danos irreversíveis à mesma.
Lux: unidade de medida da quantidade de luz que incide sobre uma
superfície.
Lúmen: unidade de fluxo luminoso.
Candeia: unidade de intensidade luminosa.

61
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Inspeção em sistemas de iluminação de emergência

A inspeção em sistemas de iluminação de emergência visa verificar se


os mesmos estão em perfeitas condições de funcionamento e que possam
cumprir a sua finalidade por ocasião de uma emergência, onde a alimentação
normal de energia elétrica da edificação venha a ser interrompida.
A seguir, estão listados os itens comuns aos três sistemas de iluminação
de emergência (grupo moto-gerador, por central de baterias e por blocos
autônomos), que deverão ser verificados por ocasião da inspeção.
Para a tubulação e fiação: devem ser exclusivas para o sistema e
quando aparentes deverão ser metálicas. A norma, como exceção, permite que
os eletrodutos para os sistemas de iluminação de emergência sejam também
usados para os sistemas de detecção e alarme de incêndio.
Quanto às luminárias: deverão ser em número suficiente para garantir a
fuga dos usuários.
A distribuição das luminárias é feita de acordo com o tipo de sistema
escolhido pelo projetista. As luminárias de balizamento deverão ser instaladas
a uma altura de 2,29m a 1,50m do piso e deverão estar distanciadas no
máximo, 15m umas das outras.
As luminárias de aclaramento deverão estar distanciadas umas das
outras de, no máximo, quatro vezes a altura em que estiverem instaladas em
relação ao piso.
Deverão oferecer quantidade de luz suficiente para que uma pessoa
possa utilizar as rotas de fuga. O nível de iluminação mínimo exigido é de 5 lux
em locais com desníveis, tais como: escadas, portas com altura inferior a
2,10m e obstáculos, e de 3 lux em locais planos tais como: corredores, halls e
locais de refúgio.
Na falta de aparelho medidor do fluxo luminoso (luxímetro), este poderá
ser deduzido em função do número do tipo e da potência das lâmpadas usadas
(vide Tabela 1).
As luminárias deverão resistir ao calor produzido pelas lâmpadas, isto é,
deverão resistir a uma temperatura de 70ºC durante uma hora sem apresentar
deformação ou amolecimento.
Se forem opacas não podem diminuir muito sua intensidade, de forma a
interferir no seu desempenho e fornecerem níveis de iluminamento inferiores
aos especificados em norma.
Os sistemas de iluminação de emergência deverão possuir uma
autonomia mínima de uma hora, sem apresentarem diminuição de intensidade
de iluminação nesse período.
Aconselha-se ao responsável pela execução da inspeção que, ao chegar
à edificação, localize a fonte de energia do sistema e acione-o para conferir o
seu tempo de autonomia.

62
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sequência de procedimentos para inspeção em blocos autônomos


Para a inspeção em blocos autônomos, verificar:

Quantidade e distribuição: verificar quantos blocos de iluminação


existem e se estão distribuídos de maneira a indicar, de forma inequívoca, a
rota de fuga.
O nível de iluminação: se os pontos instalados fornecem iluminação
suficiente para que as pessoas possam utilizar a rota de fuga com segurança.
O material constituinte: verificar se o material que constitui a luminária
não apresenta sinais de amolecimento após algum tempo ligado.
O tipo de luminária: se a luz das lâmpadas não ofusca a visão daqueles
que utilizam a rota de fuga e, se for opaca, não deve diminuir o fluxo luminoso
abaixo daquele necessário para a fuga.
Teste: escolha alguns blocos e teste-os com um dispositivo próprio que
deverá estar assinalado no invólucro externo, caso não exista, retire o pino da
tomada, conste esta situação de seu relatório. O tempo de comutação não
deverá ser superior a 5 segundos.
Autonomia: os blocos deverão ter autonomia mínima de 1 hora de
funcionamento.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

Definições

Antecâmara – recintos que abrange a caixa de escada, com ventilação


garantida por janela ou dutos.
Duto de entrada de ar – duto que conduz ar puro (coletado ao nível
inferior da edificação) às escadas, antecâmaras ou acessos, mantendo-os
ventilados e livres de fumaça, em caso de incêndio.
Escada de emergência – escada integrante de uma rota de saída, que
por sua estrutura na edificação, permite condições seguras de saída,
protegendo a integridade física dos ocupantes. O seu tipo é definido conforme
características da edificação como: altura, ocupação, área de risco, podendo
ser: escada comum, escada enclausurada, escada enclausurada à prova de
fumaça e escada à prova de fumaça pressurizada.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Procedimentos
Caminho contínuo, devidamente protegido, a ser percorrido pelo usuário,
em caso de sinistro, de qualquer ponto da edificação até atingir a via pública ou
espaço aberto protegido do incêndio, permitindo ainda fácil acesso de auxílio
externo para o combate ao fogo e a retirada da população.

Rotas de saída
As rotas de saídas constituídas por portas, corredores, halls, escadas,
passagens externas, rampas ou outros dispositivos de saída devem estar
totalmente desobstruídas e livres de obstáculos.
Caso as rotas estejam impedidas, deverão ser providenciadas as
desobstruções e aberturas das portas.
As escadas de emergência devem servir todos os pavimentos,
terminando obrigatoriamente no piso de descarga, não podendo ter
comunicação direta com outro lance na mesma prumada. Caso isto exista,
deverá haver bombeiros que orientem e rota de saída segura.
O piso das rotas de saída deve ser de material antiderrapante.
A largura das saídas e escada é determinada em função do número de
pessoas que por elas devam transitar, sendo que, deve ser, no mínimo, de
1,10m para ocupações em geral e 2,20m para hospitais e casas de saúde, para
facilitar a passagem de macas.

Sinalização
A sinalização das rotas de saída permite indicar o caminho a ser seguido
pela população para um local externo e seguro da edificação.
Cada acesso e cada pavimento deverá apresentar indicações de saída e
o número do pavimento.
Na falta dessas indicações, providenciar orientadores, situados em
locais estratégicos, que auxiliem as pessoas no abandono da edificação.

Sinalização de emergência

64
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sinalização de equipamentos de combate a incêndios

Corrimão

Corrimão é uma barra, cano ou peça similar, com superfície lisa,


arredondada, contínuo, localizada junto às paredes ou guardas de escadas,
rampas ou passagens, para as pessoas nelas se apoiarem ou subir, descer ou
deslocar.
O corrimão deve ser contínuo, sem obstruções em seu corpo, sem
arestas vivas, com as extremidades voltadas para a parede e bem fixadas.
Os corrimãos devem estar situados em ambos os lados da escada a
uma altura entre 80 e 92 cm acima do nível do piso.
Na falta dessas condições, a população deve ser orientada e auxiliada
pelos bombeiros durante a operação de abandono da edificação, nesse caso, a
atenção e cuidado devem ser redobrados.

65
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Guarda-corpo
Toda saída de emergência deve ser protegida de ambos os lados por
paredes ou guarda-corpos contínuos, sempre que houver desnível superior a
19 cm para evitar quedas.
A altura das guardas deve ser, no mínimo, de 1,10m em áreas internas e
1,30m em áreas externas; na falta de condições, deve-se providenciar
balizamento com cabos, fitas ou barreiras, minimizando os riscos de queda.

Portas
As portas das rotas de saída devem abrir sempre no sentido de saída.
A largura ou vão livre das portas é dimensionada conforme Norma,
baseando-se sempre pelo número estimado de pessoas existentes na
edificação. A largura mínima de uma porta é de 80 cm.
As portas devem estar sempre destrancadas e desobstruídas.
Nos locais considerados de reunião pública com capacidade acima de
200 pessoas, as portas da rota de saída devem ser dotadas de barra
antipânico, dispositivo que facilita a abertura, mantendo a porta trancada pelo
lado externo

Porta corta-fogo
A porta corta-fogo (PCF) é o conjunto constituído de porta propriamente
dita, batente e os acessórios que impede ou retarda a propagação do fogo,
calor e gases de um ambiente para outro.
As PCF e as portas destinadas as saídas de emergência devem
permanecer fechadas. Porém, destrancadas. Em casos especiais, poderão ser
trancadas, porém devem sempre abrir, no sentido da saída, sem o uso de
chaves ou ferramentas.
O bombeiro deverá adotar medidas para o fechamento das PCF e
abertura das portas de emergências que estiverem trancadas.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Rampa
É obrigatório o uso de rampas, principalmente em hospitais, pronto-
socorros, casas de saúde e locais onde pessoas requerem cuidados especiais
por limitações físicas ou mentais.
Deve-se dar prioridade de saída às pessoas que estiverem em macas.

Iluminação de emergência
Sistema de iluminação de emergência é o conjunto de componentes e
equipamentos que, em funcionamento, proporciona a iluminação suficiente e
adequada para permitir a saída fácil e segura do público para o exterior, no
caso de interrupção da alimentação normal da rede elétrica.
Na ausência ou falta destas condições, o bombeiro não deve se
preocupar em verificar o sistema ou os seus defeitos a fim de evitar perda de
tempo. Para suprir essa deficiência, é necessário providenciar a iluminação das
rotas de escape com equipamentos disponíveis (lanternas, holofotes, etc.).

Ventilação
As escadas e os acessos poderão ter janelas de ventilação colocadas
junto ao teto. As antecâmaras deverão ser ventiladas por dutos de entrada e
saída de ar. A abertura do duto de saída de ar está localiza junto ao teto e a do
duto de entrada de ar junto ao piso.
Em caso de obstrução das janelas ou aberturas dos dutos, deverá ser
providenciada a sua desobstrução.

Conclusão
A evacuação de pessoas de uma edificação sinistrada se constitui uma
das mais importantes tarefas no atendimento de uma ocorrência. Todo o
sucesso da operação depende do trabalho integrado dos bombeiros
particulares e ocupantes, principalmente se a edificação possuir condições
precárias de sinalização e rotas de saída.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS –


SPDA

O que é o raio?
O raio – um fenômeno da natureza, aleatório e imprevisível, é como se
fosse um curto circuito entre a nuvem e a terra. Existem raios entre nuvens e
intranuvem, porém somente os raios entre nuvem / terra nos interessam pois
são esses que podem causar danos materiais ou matar pessoas.

O que é um pára-raios?
Um pára-raios é um SPDA sistema de proteção contra descargas
atmosféricas que tem como objetivo encaminhar a energia do raio, desde o
ponto que ele atinge a edificação ate o aterramento, o mais rápido e mais
seguro possível, ao contrário do que o nome dele sugere; o SPDA não para o
raio, não atrai raios e nem evita que o raio caia.

O que um SPDA protege?


Um SPDA protege o patrimônio (edificação) e as pessoas que estão
dentro da edificação que é protegida.

O SPDA protege equipamentos eletroeletrônicos?


Não. O SPDA não tem como proteger os equipamentos, pois quando
estes são ligados na rede elétrica ou telefônica, eles estão plugados numa rede
de fios externos à edificação que pode levar o raio para dentro da edificação.

Como proteger os equipamentos eletrônicos?


Os equipamentos eletroeletrônicos podem ser protegidos por protetores
eletrônicos (supressores de surtos), as vezes popularmente chamado de forma
equivocada de “filtros de linha”. Eles são instalados nos quadros de energia e
telefonia e perto dos equipamentos eletrônicos que se deseja proteger.

Qual o alcance da proteção de um SPDA?


De modo geral os SPDA (s são dimensionados para proteger edificações
de forma individual e a proteção fica restrita à edificação em questão. Não
existem SPDA’S com grandes áreas de proteção. Assim a proteção de áreas
descobertas tornam-se economicamente inviável. Na norma Nbr 5419 existe
uma tabela definindo as proteções em função do nível de proteção.

68
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Quantos tipos de SPDA existem?


Existem basicamente 2 tipos de SPDA. O primeiro consiste no
lançamento de cabos horizontais sobre a edificação, denominado “gaiola de
faraday” e o segundo são hastes

Árvores atraem raios?


Arvores não atraem raios, apenas por serem a estrutura mais alta nas
redondezas de onde o raio decidiu cair, torna-se o ponto com mais
probabilidade de ser atingido, encurtando assim a distância entre a nuvem e o
solo.
O para-raios (SPDA) atrai o raio?
Não. Se o SPDA atraísse o raio. Não seria nada sensato instalar um,
pois uma vez que não é 100% eficiente, a instalação de um SPDA iria
aumentar o seu risco.
O prédio vizinho ao meu e mais alto, estou protegido?
Provavelmente não. O fato do vizinho ter pára-raios não garante que
você esteja protegido, uma vez que o pára-raios foi dimensionado para
proteger o prédio do vizinho e não o seu.
Porque o SPDA não é 100% eficiente?
Porque nenhum equipamento de segurança é 100% eficiente e também
por ser um fenômeno aleatório. A sua eficiência e medida em função do nível
de proteção adotado de acordo com a norma.
Uma edificação pode ser atingida duas vezes?
Sim. Existem diversos registros de edificações que foram atingidas mais
de uma vez no mesmo local em datas diferentes.

69
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

RESUMO DOS PREVENTIVOS FIXOS DE UMA EDIFICAÇÃO

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO – GLP

Conceito

Gás liquefeito de petróleo (GLP)


O gás de cozinha é combustível formado pela mistura de
hidrocarbonetos com três ou quatro átomos de carbono (propano 50% e butano
50%), extraídos do petróleo, podendo apresentar-se em mistura entre si e com
pequenas frações de outros hidrocarbonetos. Ele tem a característica de ficar
sempre em estado líquido quando submetido a uma certa pressão, sendo por
isto, chamado de gás liquefeito de petróleo (GLP).
De fácil combustão, o GLP é inodoro, mas, por motivo de segurança,
uma substância do grupo MERCAPTAN é adicionada ainda nas refinarias. Ela
produz o cheiro característico percebido quando há algum vazamento de gás.
O GLP não é corrosivo, poluente e nem tóxico, mas se inalado em
grande quantidade produz efeito anestésico.

Gás natural
Gás inflamável e combustível, mais leve que o ar, composto
principalmente de metano com uma quantidade menor de etano, propano e
butano, tem os mesmos usos do GLP. Possui risco de explosão por combustão
e incêndio quando escapa para o ambiente. Após vários testes constatou-se
que os vazamentos de gás natural não estão expostos a explosões a céu
aberto.

Ventilação
Técnica para substituir uma atmosfera saturada de GLP por outra
concentração abaixo do limite de inflamabilidade, evitando assim, o risco de
explosão e permitindo o acesso das linhas a posições efetivas para a extinção
do incêndio.

Características dos gases derivados de petróleo


Na pressão atmosférica, a temperatura de ebulição do GLP é de –30ºC;
em estado gasoso é mais pesado que o ar: 1m3 de GLP pesa 2,2kg. Com isso,
em eventuais vazamentos, acumula-se a partir do chão, expulsa o oxigênio e
preenche o ambiente. Em estado líquido o GLP é mais leve que a água,
pesando 0,54 kg por litro.

Estado Gasoso Estado Líquido

1 m3 de ar = 1,22kg 1 litro de água = 1 kg


1 m3 de GLP = 2,2kg 1 litro de GLP = 0,54kg

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Vantagens do GLP
Comparado a outros combustíveis, o GLP apresenta vantagens técnicas
e econômicas, associando a superioridade dos gases na hora da queima com a
facilidade de transporte e armazenamento dos líquidos. Como gás, sua mistura
com o ar é mais simples e completo, o que permite uma combustão limpa, não
poluente e de maior rendimento. Liquefeito, sob suave pressão na temperatura
ambiente, pode ser armazenado e transportado com facilidade, inclusive em
grandes quantidades.
O rendimento do GLP e seu poder calorífico também são
comparativamente mais elevados.

Recipientes transportáveis
São os recipientes com capacidade até 0,25 m³, que podem ser
transportados manualmente ou por qualquer outro meio, não estando incluídos
nesta classificação, os recipientes utilizados como tanque de combustível de
veículos automotores.
Recipientes estacionários – recipientes fixos, com capacidade superior a
0,25 m³.
A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende
do uso que se pretende dar ao GLP. Os diferentes conjuntos técnicos são
definidos por normas técnicas e de seguranças, que orientam tanto a
fabricação de seus componentes como sua instalação.
Os botijões são fabricados com chapas de aço, capazes de suportar
altas pressões e segundo normas técnicas de segurança da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O gás dentro dos botijões encontra-se
no estado líquido e no de vapor. Do volume do botijão, 85% de gás em estado
líquido e 15% em fase de vapor, o que constitui um espaço de segurança que
evita uma pressão elevada dentro do botijão.

Tipos de recipientes transportáveis

A escolha do tipo de recipiente e da estrutura das instalações depende


do uso que se pretende dar ao GLP.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

P-2
As botijas de 2 kg (P-2) foram concebidas para operar sem regulador de
pressão. São indicados para fogareiros de acampamentos, lampiões a gás e
maçaricos para pequenas soldagens. A válvula da saída de gás é acionada por
uma mola que retorna automaticamente quando da desconexão.

P-13
Os botijões de 13 kg (P-13) são os recipientes de gás mais populares do
país.
São usados basicamente para cozinhar, tanto nas residências como em
bares e lanchonetes de pequeno porte. A válvula de saída de gás também é
acionada por uma mola, que retorna automaticamente quando da desconexão,
mas neste caso existe uma válvula de segurança, o pluge-fusível. Ele é
fabricado com uma liga metálica de bismuto que derrete quando a temperatura
ambiente atinge 78ºC.

P-45 e P-90

Os botijões de 45 e 90 kg (P-45 e P-90) são indicados para as


instalações centralizadas de gás que permitem maior versatilidade no uso do
GLP. Servem tanto para abastecer forno e fogão como para o aquecimento de
água e ambiente, refrigeração e iluminação. O P-45 é utilizado em residências,
condomínios, restaurantes, lavanderias e indústrias ou para consumidores
institucionais, como hospitais ou escolas. Os botijões de 90 kg são empregados
pelo mesmo tipo de consumidores, mas de maior porte. A válvula de passagem
de gás nesses dois tipos de vasilhame é a de fechamento manual. Eles
também são equipados com uma válvula de segurança que libera a passagem
do gás sempre que houver um grande aumento de pressão no interior do
recipiente devido ao aquecimento do ambiente (aproximadamente 78ºC).

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Baterias
São centrais de estocagem de GLP com quatro ou mais recipientes de
45 ou 90 kg interligados e conectados a um coletor central. A ligação entre os
vasilhames e o coletor é feita através do pig-tail, uma peça de borracha
sintética especial (Buna-N), resistente ao GLP, com terminais em latão. Os
coletores, que conduzem o gás dos botijões, têm uma estrutura modular, o que
permite a montagem de baterias de tamanhos. Em cada módulo do coletor,
exceto o central, existe uma válvula de retenção, que impede a saída do gás
para fora do módulo. O Regulador de Pressão reduz a pressão do gás que se
encontra dentro dos botijões para os níveis necessários aos aparelhos de
queima. Também controla a vazão do gás, mantendo-a constante e nos níveis
adequados ao funcionamento dos aparelhos.

Existem basicamente três tipos de reguladores, que se diferenciam pela


relação entre a pressão de entrada e a de saída. O regulador de 1º estágio
reduz a pressão do vasilhame para uma pressão intermediária; o de 2º estágio
completa essa redução até os níveis necessários ao funcionamento dos
aparelhos. Nas baterias residenciais com P-45 e P-90 costumam-se usar
reguladores de estágio único, que fazem a redução direta da pressão no
interior dos vasilhames para a dos aparelhos de queima.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CUIDADOS ESPECIAIS

Nunca instale um botijão com a mangueira passando por detrás do


fogão e nem deite o botijão.

Nunca agrida a integridade física do cilindro

Não mexa e nem deixe ninguém mexer de forma bruta com os


cilindros, bater no casco, forçar os registros com barras ou instrumentos
inadequados ou mesmo jogar objetos que podem causar uma explosão.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

TESTE DE VAZAMENTO

Para verificar se há algum vazamento após a extinção do fogo, Passe


uma esponja com água e sabão sobre a conexão do cone-borboleta com a
válvula. Se ainda houver vazamento, surgirão bolhas; orientar ao usuário que o
sabão só serve para verificar vazamentos e não para vedá-lo.

76
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

77
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

2. LEGISLAÇÃO CONTRA INCÊNDIO


GOVERNO DO DISTRITO FEDERALREGULAMENTO DE
SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO DO DISTRITO FEDERAL

Decreto n.º 21361, de 20 de Julho de 2000 Aprova o Regulamento de


Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito Federal e dá outras
providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que
lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal,
decreta:
Art. 1º - Fica aprovado o Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico
do Distrito Federal, que com este baixa:
Art.2 - O regulamento de que trata o artigo 1º deste decreto estabelece os
requisitos mínimos exigíveis nas edificações e no exercício das atividades
pertinentes à matéria de que trata e fixa critérios para o estabelecimento de
Normas Técnicas de Segurança Contra Incêndio e Pânico, no território do
Distrito Federal, com vista à proteção das pessoas e dos bens públicos e
privados.
Art.3 - No caso em que as edificações ou atividades, pelas suas
temporalidades ou concepções peculiares, o exigirem, o Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal poderá, além dos quesitos constantes deste
Regulamento, determinar outras medidas que, a seu critério técnico, julgar
necessárias ou convenientes à prevenção contra incêndio e pânico.
Art.4 - Ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, por intermédio de seu
órgão próprio, compete estudar, elaborar normas técnicas, analisar, planejar,
fiscalizar e fazer cumprir as atividades atinentes à segurança contra incêndio e
pânico, bem como, realizar vistorias e emitir pareceres técnicos com possíveis
conseqüências de penalidades por infração ao Regulamento, na forma da
legislação específica.
Art.5 - A execução do disposto neste decreto e regulamento é de competência
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Art.6 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 7º - Revogam-se Decreto n.º 11.258, de 16 de setembro de 1988 e demais
disposições nem contrário.
ANEXO I
REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
DO DISTRITO FEDERAL

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º - O Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito


Federal tem por finalidade estabelecer requisitos para garantir condições
mínimas de segurança aplicáveis no âmbito do Distrito Federal.
Parágrafo Único – O Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do
Distrito Federal será adiante denominado RSIP-DF.

78
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CAPÍTULO II
DAS DEFINIÇÕES

Art. 2º - Para fins de aplicação do RSIP-DF são adotadas as definições a seguir


descritas.
I - AGENTE FISCALIZADOR: Integrante do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, identificado e credenciado, imbuído da função de vistoriar
edificações, atividades e quaisquer documentos relacionados com a segurança
contra incêndio e pânico.
II – ALTURA DA EDIFICAÇÃO: Distância compreendida entre o ponto que
caracteriza a saída situada no nível de descarga do prédio (soleira) e o ponto
mais alto do piso do último pavimento superior.
III – ÁREA TOTAL DE CONSTRUÇÃO: Somatório das áreas de construção de
todos os pavimentos de uma edificação, inclusive das áreas desconsideradas
para cálculo da taxa máxima de construção ou coeficiente de aproveitamento.
IV – CHUVEIRO AUTOMÁTICO: Peça dotada de dispositivo sensível a
elevação de temperatura e destinado a espargir água sobre um incêndio.
V– ELEVADOR DE EMERGÊNCIA: Equipamento dotado de energia elétrica
independente da energia geral da edificação, com comando específico,
instalado em local próprio, com antecâmara, permitindo o acesso e sua
utilização em casos de emergência, nos diversos andares de uma edificação.
VI- GASES ESPECIAIS: Gases que atuam como agentes extintores,
interferindo em qualquer componente do processo de combustão, cessando-o.
VII– HIDRANTE EXTERNO: Hidrante localizado externamente à edificação.
VIII– HIDRANTE DE PAREDE: Ponto de tomada d’água provido de registro de
manobra e união tipo engate rápido
IX – HIDRANTE URBANO: Dispositivo instalado na rede pública de distribuição
de água, localizado no logradouro público, destinado ao suprimento de água
para as viaturas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e
Companhia de Água e Esgoto de Brasília – CAESB.
X–REAÇÃO EM CADEIA: Seqüência de reações onde um ou mais produtos de
uma reação anterior é reagente das outras reações subsequentes.
XI – SAÍDA DE EMERGÊNCIA OU VIA DE ESCAPE: Caminho contínuo,
devidamente protegido, constituído por corredores, escadas, rampas, portas ou
outros dispositivos, a ser percorrido pelos ocupantes da edificação ou do local,
em caso de incêndio ou emergência, de qualquer ponto da área interna até a
área externa, segura, em conecção com logradouro público.
XII – SISTEMA DE ALARME: Dispositivo sonoro e visual destinado a produzir
sinais de alerta aos ocupantes de um local, por ocasião de uma emergência
qualquer, podendo ser automático ou manual.
XIII – SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME: Dispositivo dotado de sensores,
destinados a avisar a uma estação central e/ou aos ocupantes de um local que
em determinada parte deste, existe foco de incêndio.
XIV–SISTEMA FIXO DE ÁGUA NEBULIZADA: Sistema de tubulação fixa
conectada à fonte confiável de água, bico com nebulizador, válvula de alívio,
instrumento e dispositivo de comando, sinalização, destinado a proteção contra
incêndio por meio de nebulização de água.

79
.

H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

XV– SISTEMA FIXO DE PÓ QUÍMICO SECO: Sistema fixo e automático de


combate a incêndio que utiliza o pó químico seco como agente extintor.
XVI - SISTEMA FIXO DE GÁS CARBÔNICO: Sistema com instalação fixa
destinado a extinguir princípio de incêndio por abafamento através de descarga
de CO2.
XVII– SISTEMA DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA: Sistema automático que
tem por finalidade a iluminação do ambiente, sempre que houver interrupção
de suprimento de energia elétrica da edificação, para facilitar a saída ou
evacuação segura de pessoas do local.
XVIII–SUPERVISOR DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO:
Pessoa habilitada para dirigir e orientar tecnicamente toda área de Segurança
Contra Incêndio e Pânico nas edificações.
XIX – VISTORIA: Diligência efetuada com a finalidade de verificar as condições
de Segurança Contra Incêndio e Pânico de uma edificação ou local.

CAPÍTULO III
DA CLASSIFICAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES

Art. 3º - Para efeito deste Regulamento, as edificações são assim classificadas,


conforme suas destinações:
I – De Concentração de Público
Auditório
Autódromo
Biblioteca
Boate
Cartódromo
Casa de Jogos
Cinema
Circo
Conjunto Comercial / Shopping
Danceteria
Estádio
Ginásio
Templos Religiosos
Local de Exposição
Parque de Diversões
Restaurante, Bar e/ou Lanchonete
Sala de Reunião
Salões Diversos
Teatro
II – Terminais de Passageiros
a) Aeroporto
b) Estação Metroviária
c) Estação Ferroviária
d) Estação Rodoviária

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

III – De permanência Transitória


a) Alojamento
b) Hotel
c) Motel
d) Pensionato
e) Pousada
f) Sauna
IV – Institucionais Coletivas
a) Asilo
b) Creche
c) Instituição de Reabilitação de Deficientes Físicos e/ou Mentais
d) Internato
e) Presídio
V – Residenciais Privativas
a) Unifamiliar
b) Multifamiliar
VI – Escolares
VII – Comerciais
a) Lojas
b) Posto de Combustíveis
c) Posto de Revenda de Gás Liquefeito de Petróleo - GLP
d) Supermercado
VIII – Hospitalares
IX – De Prestação de Serviços
a) Agência Bancária
b) Oficina
c) Posto de Lavagem e Lubrificação
X – Industriais
XI – Escritórios
XII – Clínicas
XIII – Laboratórios
XIV – Estúdios
XV – Estacionamentos
a) Garagens
b) Hangares
XVI – Depósitos
a) De Produtos Perigosos
b) Outros Depósitos
XVII – Mistas
§ 1º - As Edificações Mistas são aquelas que possuem mais de uma
destinação.
§ 2º - As Edificações não mencionadas no presente artigo serão classificadas
por, similaridade pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
Art. 4º - As Vegetações e Outros Locais de Risco terão classificação
diferenciada das Edificações.

81
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Art. 5º - Para efeito deste Regulamento, as vegetações terão a seguinte


classificação:
I – Área de Proteção Ambiental – APA
II – Reflorestamento
III – Vegetação em Geral

CAPÍTULO IV
DA CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS, DOS INCÊNDIOS E DOS PROCESSOS
DE EXTINÇÃO

Art. 6º - Para efeito deste Regulamento, os Riscos de Incêndio são


classificados em relação a classe de Ocupação na Tarifa de Seguro Incêndio
do Brasil, do Instituto de Resseguros do Brasil – IRB e, conforme Norma
Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
§ 1º - Os Riscos serão classificados por similaridades para os casos omissos
na referida tarifa e serão considerados pelo risco mais alto quando a
destinação do local não for determinada.
§ 2º - Os Riscos serão considerados isolados quando forem atendidos os
afastamentos e isolamentos entre edificações, cujos requisitos são
estabelecidos em Norma Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal.
Art. 7º - Para efeito deste Regulamento, os incêndios são classificados
segundo a natureza dos materiais combustíveis, da seguinte forma:
I – Incêndio Classe A – Incêndios em materiais sólidos comuns, tais como
madeira, papel, tecido, plásticos e similares;
II – Incêndio Classe B – Incêndios em líquidos e gases combustíveis e
inflamáveis, tais como gasolina, álcool, óleo, solventes, GLP, e ainda, cera,
graxas e similares;
III – Incêndio Classe C – Incêndios em instalações e equipamentos eletro-
eletrônicos energizados, tais como motores aparelhos elétricos e eletrônicos e
similares; e
IV – Incêndio Classe D – Incêndios em metais como o sódio, titânio, urânio,
magnésio, potássio, e outros materiais que exijam processos especiais de
extinção.
Art. 8º - Para efeito deste Regulamento, os Processos de Extinção de Incêndio
são classificados da seguinte forma:
I – Resfriamento – Caracteriza-se pela retirada do calor do processo de
combustão;
II – Abafamento – Caracteriza-se pela retirada ou isolamento do comburente,
geralmente o oxigênio, do processo de combustão;
III – Retirada do Material – Caracteriza-se pela retirada do material combustível
do processo de combustão.
IV – Extinção Química – Caracteriza-se pela quebra da reação em cadeia.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CAPÍTULO V
DAS PROTEÇÕES CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO

Art. 9º - As proteções Contra Incêndio e Pânico são classificadas em dois


grupos, da maneira a seguir discriminada:
I – PASSIVAS
a) Meios de prevenção contra incêndio e pânico:
- Correto dimensionamento e isolamento das instalações elétricas;
- Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA);
- Sinalização de segurança;
- Sistema de iluminação de emergência;
- Uso adequado de fontes de ignição;
- Uso adequado de produtos perigosos.
b) Meios de controle do crescimento e da propagação do incêndio e pânico:
- Controle de quantidade de materiais combustíveis incorporados aos
elementos construtivos;
- Controle das características de reação ao fogo dos materiais incorporados
aos elementos construtivos;
- Compartimentação horizontal e vertical;
- Resistência ao fogo de elementos decorativos e de acabamentos;
- Isolamentos;
- Afastamentos;
- Aceiros;
- Limitação do uso de materiais que emitam produtos nocivos sob a ação do
calor ou fogo;
- Controle da fumaça e dos produtos da combustão.
c) Meios de detecção e alarme:
- Sistema de alarme;
- Sistema de detecção de incêndio;
- Sistema de comunicação de emergência;
- Sistema de observação / vigilância.
d) Meios de Escape:
- Provisão de vias de escape;
- Saídas de emergência;
- Aparelhos especiais para escape;
- Elevador de emergência.
e) Meios de acesso e facilidade para operação de socorro:
- Vias de acesso;
- Acesso à edificação;
- Dispositivos de fixação de cabos para resgate e salvamento;
- Hidrantes urbanos;
- Mananciais;
- Provisão de meios de acesso dos equipamentos de combate às proximidades
do edifício sinistrado.

83
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

f) Meios de proteção contra colapso estrutural:


- Correto dimensionamento das estruturas;
- Resistência ao fogo dos elementos estruturais;
- Revestimento de estruturas metálicas.
g) Meios de administração da proteção contra incêndio e pânico:
- Supervisor de segurança contra incêndio e Pânico;
- Corpo de Bombeiros Particular- (Brigada de incêndio).
II – ATIVAS
a) Meios de extinção de incêndio:
- Sistema de proteção por extintores de incêndio;
- Sistema de proteção por hidrantes;
- Sistema de chuveiros automáticos, comumente denominados sprinklers;
- Sistema fixo de espuma;
- Sistema fixo de gás carbônico (CO2);
- Sistema fixo de Pó Químico Seco;
- Sistema fixo de água nebulizada;
- Sistema fixo de gases especiais;
- Abafadores;
- Bombas costais.
Parágrafo Único – Admitir-se-á, ainda outros Meios de Proteção não
classificados no presente artigo, desde que devidamente reconhecidos pelo
Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
Art. 10 - A Proteção Contra Incêndio e Pânico será especificada através de
Normas Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal,
homologadas pelo Conselho do Sistema de Engenharia de Segurança Contra
Incêndio e Pânico e sancionadas através de Portarias do Comandante Geral da
Corporação, publicadas no Diário Oficial do Distrito Federal.

CAPÍTULO VI
DAS EXIGÊNCIAS BÁSICAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E
PÂNICO

Art. 11 – O presente Regulamento não se aplica às edificações residenciais


privativas unifamiliares.
Art. 12 – As Áreas de Proteção Ambiental (APA) e as áreas de reflorestamento
deverão ser dotadas de aceiros em todo o seu perímetro externo e possuir vias
internas de acesso.
Art. 13 – Em todos os locais onde haja a presença de materiais radioativos,
explosivos e outros produtos perigosos, deverão ser adotadas as medidas de
proteção específicas estabelecidas em Normas Técnicas do Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CAPÍTULO VII
DOS CANTEIROS DE OBRAS

Art. 14 – O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal poderá realizar, de


acordo com Norma Técnica Específica, vistorias inopinadas em canteiros de
obras, de forma a garantir as condições mínimas de segurança contra incêndio
e pânico no local.
CAPÍTULO VIII
DAS INSTRUÇÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Art. 15 – Na falta de Especificações Técnicas do Corpo de Bombeiros Militar do


Distrito Federal e nos casos omissos, deverão ser adotadas as Normas dos
Órgãos Oficiais e, se necessário, as Normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT ou outras reconhecidas pelo Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal.
Parágrafo Único – No caso de inexistência de Normas Nacionais atinentes a
determinado assunto, poderão ser utilizadas Normas Internacionais, desde que
autorizadas pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, através do
Conselho do Sistema de Engenharia Contra Incêndio e Pânico.

CAPÍTULO IX
DOS PROJETOS

Art. 16 – Os projetos de instalação contra incêndio e pânico serão


apresentados ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal para análise e
aprovação, obedecendo ao disposto em Norma Técnica específica.
§ 1º - A Consulta Prévia, para análise e aprovação de projetos, deverá ser
realizada junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, devendo ser
apresentado o estudo preliminar e os dados necessários à análise.
§ 2º - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal expedirá documento
referente à Consulta Prévia, contendo as exigências básicas de segurança
contra incêndio e pânico, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis.
§ 3º - O prazo máximo para análise e aprovação dos projetos será de 15
(quinze) dias úteis, podendo ser prorrogado por igual período nos casos mais
complexos, sendo comunicado ao interessado.
§ 4º - A análise de projeto tem por objetivo conferir se os parâmetros básicos
de segurança contra incêndio e pânico estão sendo obedecidos, sendo de
inteira responsabilidade do autor do projeto e do responsável técnico pela
execução da obra, os danos advindos do descumprimento das Normas
Técnicas do CBMDF.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

CAPÍTULO X
DA INSTALAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS SISTEMAS

Art. 17 - A instalação dos Sistemas de Proteção Contra Incêndio e Pânico


deverá ser feita por profissionais ou empresas credenciadas junto ao CBMDF.
Art. 18 – A Manutenção e Conservação dos Sistemas de Proteção Contra
Incêndio e Pânico serão de responsabilidade do proprietário ou do usuário,
devendo ser contratados profissionais ou empresas, devidamente credenciados
pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, para execução desse
serviço.
Parágrafo Único – O serviço de Manutenção e Conservação será realizado de
acordo com o estabelecido em Normas Técnicas específicas.

CAPÍTULO XI
DA FISCALIZAÇÃO

Art. 19 – Para garantir o cumprimento das condições de segurança contra


incêndio e pânico, bem como do presente Regulamento, o Corpo de Bombeiros
Militar do Distrito Federal fiscalizará, através de seus Agentes Fiscalizadores,
todo e qualquer empreendimento ou atividade no âmbito do Distrito Federal,
orientando e aplicando as sanções previstas em Lei específica, quando
necessário.
Parágrafo Único - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal
estabelecerá, através de
Normas Técnicas, a periodicidade para realização de vistorias nos diversos
tipos de edificações e locais de risco, considerando a destinação e as suas
características.
Art.20 – Realizada a vistoria, o Agente Fiscalizador registrará a situação
encontrada e emitirá Notificação, Parecer ou Relatório Técnico, onde constará,
caso necessário, as exigências e respectivos prazos para o cumprimento.

CAPÍTULO XII
DAS PENALIDADES E SUAS MODALIDADES

Art. 21 – Para o cumprimento das disposições constantes em Normas Técnicas


do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, a Instituição deverá fiscalizar
todo e qualquer imóvel e estabelecimento existente no Distrito Federal e
quando necessário expedir notificação, aplicar multa, interditar, apreender
equipamentos ou embargar obras, na forma prevista em lei especifica.
§ 1º - A Notificação será aplicada para os casos que configurarem infração,
mas que não apresentam riscos iminentes à vida.
§ 2º - A apreensão será aplicada quando o material apresentar risco iminente
para a segurança contra incêndio e pânico, devido às suas características ou
procedência.
§ 3º - A Interdição será aplicada quando ocorrer o risco iminente de incêndio e
pânico, e quando as exigências do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal não forem cumpridas, mesmo após a aplicação de outras penalidades.

86
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Após interditado o local, a desinterdição só poderá ocorrer mediante


autorização do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.
§ 4º - O Embargo será aplicado nos casos de necessidade de paralisação de
obras ou serviços que apresentarem risco grave e iminente de incêndio e
pânico.
Art. 22 – Caberá ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal estabelecer
os procedimentos necessários à aplicação das penalidades previstas na Lei
especifica, através de Normas Técnicas.

CAPÍTULO XIII
DAS PRESCRIÇÕES DIVERSAS

Art. 23 – O presente Regulamento aplica-se a edificações novas, além de servir


como exemplo de situação ideal, que deve ser buscada em adaptações de
edificações em uso, consideradas suas devidas limitações.
§ 1º - Nos casos em que a adoção dos Meios de Proteção Contra Incêndio e
Pânico prejudiquem, comprovadamente, as condições estruturais da
edificação, as exigências constantes em Normas Técnicas do CBMDF, poderão
ser dispensadas ou substituídas, desde que sejam garantidos os recursos
básicos de segurança das pessoas, a critério do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal.
§ 2º - O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, quando solicitado ou
inopinadamente, fará as exigências específicas para as edificações existentes
ou licenciadas antes da vigência deste Regulamento, considerando as
condições em que se encontram e as possibilidades de adequação.
§ 3º - Os Meios de Proteção de fácil execução deverão ser adotados de
imediato, devendo constar das exigências do Corpo de Bombeiros Militar do
Distrito Federal, por ocasião de vistorias.
Art. 24 – O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal poderá, além do
previsto neste Regulamento, adotar outras medidas que se fizerem necessárias
para a proteção da incolumidade pública.
Art. 25 – Para efeito deste Regulamento, as competências atribuídas ao Corpo
de Bombeiros Militar do Distrito Federal serão exercidas pela Diretoria de
Serviços Técnicos do CBMDF.
Art. 26 – Os casos omissos a este Regulamento serão solucionados pelo
Conselho do Sistema de Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico
do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, mediante homologação do
Comandante-Geral da Instituição.

Brasília, 20 de julho de 2000 112º da Republica e 41º de Brasília


JOAQUIM DOMINGOS RORIZ

87
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 11.901, DE 12 DE JANEIRO DE 2009.

Dispõe sobre a profissão de Bombeiro Civil e dá


Mensagem de veto
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O exercício da profissão de Bombeiro Civil reger-se-á pelo disposto


nesta Lei.

Art. 2o Considera-se Bombeiro Civil aquele que, habilitado nos termos desta
Lei, exerça, em caráter habitual, função remunerada e exclusiva de prevenção
e combate a incêndio, como empregado contratado diretamente por empresas
privadas ou públicas, sociedades de economia mista, ou empresas
especializadas em prestação de serviços de prevenção e combate a incêndio.

§ 1o (VETADO)

§ 2o No atendimento a sinistros em que atuem, em conjunto, os Bombeiros


Civis e o Corpo de Bombeiros Militar, a coordenação e a direção das ações
caberão, com exclusividade e em qualquer hipótese, à corporação militar.

Art. 3o (VETADO)

Art. 4o As funções de Bombeiro Civil são assim classificadas:

I - Bombeiro Civil, nível básico, combatente direto ou não do fogo;

II - Bombeiro Civil Líder, o formado como técnico em prevenção e combate a


incêndio, em nível de ensino médio, comandante de guarnição em seu horário
de trabalho;

III - Bombeiro Civil Mestre, o formado em engenharia com especialização em


prevenção e combate a incêndio, responsável pelo Departamento de
Prevenção e Combate a Incêndio.

Art. 5o A jornada do Bombeiro Civil é de 12 (doze) horas de trabalho por 36


(trinta e seis) horas de descanso, num total de 36 (trinta e seis) horas
semanais.

88
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Art. 6o É assegurado ao Bombeiro Civil:

I - uniforme especial a expensas do empregador;

II - seguro de vida em grupo, estipulado pelo empregador;

III - adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) do salário mensal sem
os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros
da empresa;

IV - o direito à reciclagem periódica.

Art. 7o (VETADO)

Art. 8o As empresas especializadas e os cursos de formação de Bombeiro Civil,


bem como os cursos técnicos de segundo grau de prevenção e combate a
incêndio que infringirem as disposições desta Lei, ficarão sujeitos às seguintes
penalidades:

I - advertência;

II - (VETADO)

III - proibição temporária de funcionamento;

IV - cancelamento da autorização e registro para funcionar.

Art. 9o As empresas e demais entidades que se utilizem do serviço de


Bombeiro Civil poderão firmar convênios com os Corpos de Bombeiros
Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, para assistência
técnica a seus profissionais.

Art. 10. (VETADO)

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de janeiro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Tarso Genro
Carlos Lupi
João Bernardo de Azevedo Bringel
José Antonio Dias Toffoli

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.1.2009

89
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

GOVERNO DO DISTRITO DEDERAL

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

PORTARIA N° 016 - CBMDF, DE 28 DE FEVEREIRO DE 2011.

Aprova a Norma Técnica N° 007/2011-CBMDF, Brigada de Incêndio no âmbito


do Distrito Federal.

O COMANDANTE-GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO


DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o Art. 7°, incisos
III, V e VI do Decreto n° 7.163, de 29 abr. 2010, que regulamenta o art. 10-B,
inciso I, da Lei n° 8.255, de 20 nov. 1991, que dispõe sobre a Organização
Básica do CBMDF e considerando a proposta apresentada pelo Chefe do
Departamento de Segurança Contra Incêndio, resolve:

Art. 1° - Aprovar e colocar em vigor a NORMA TECNICA N° 007/2011-CBMDF,


na forma do anexo a presente Portaria.
Art. 2° - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 3° - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Norma
Técnica n° 007/2008 - CBMDF, publicada em 21 de outubro de 2008.
Brasília - DF, em 28 de fevereiro de 2011.
155° do CBMDF e 51° de Brasília.

MÁRCIO DE SOUZA MATOS - CEL QOBM/Comb.

Comandante-Geral

ANEXO DA PORTARIA N° 016/2011

NORMA TECNICA Nº 007/2011-CBMDF Brigada de Incêndio

Sumário:

1. Objetivo.
2. Referências.
3. Definições e abreviaturas.
4. Condições gerais.
5. Condições específicas.
6. Análise de projeto.
7. Vistoria.
8. Anexos:

90
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Anexos:
A - Dimensionamento da Brigada de Incêndio em edificações.
B - Dimensionamento da Brigada de Incêndio em eventos.
C - Currículo básico dos cursos de formação de Brigadista Particular.
D - Currículo básico para treinamento e orientação do Brigadista Voluntário.
E - Currículo básico de capacitação continuada da Brigadista Particular.
F - Currículo básico dos cursos de formação do Chefe de Brigada Particular.
G - Currículo básico de capacitação continuada do Chefe de Brigada Particular.
H - Conjunto de Primeiros Socorros.
I - Proposta de Fluxograma de procedimentos de emergência.
J - Modelo de Plano de Prevenção Contra Incêndio.
K - Modelo de relatório de atividades da Brigada de Incêndio – Edificações.
L - Modelo de relatório de atividades da Brigada de Incêndio – Eventos.
M - Formação de Brigada Particular Campo de Treinamento

1. Objetivo
1.1 Fixar os critérios de dimensionamento, atribuições, formação e
atuação das Brigadas de Incêndio em edificação e eventos no Distrito Federal.

2. Documentos complementares:
2.1. Lei n° 2747, de 20 de julho de 2001 - Define as infrações e
penalidades a serem aplicadas no caso de descumprimento das normas
referentes a segurança contra incêndio e pânico no âmbito do Distrito Federal;
2.2. Decreto n° 23154, de 09 de agosto de 2002 - Regulamenta a Lei n°
2747 de 20 de julho de 2001;
2.3. Decreto n° 21361, de 20 de julho de 2000 - Aprova o Regulamento
de Segurança contra Incêndio e Pânico do Distrito Federal;
2.4. Decreto n° 23.015, de 11 de junho de 2002 - Altera os artigos 16, 17
e 23, do Anexo I, do Decreto n° 21.361, de 20 de julho de 2000, que aprova o
Regulamento de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Distrito Federal -
RSIP e dá outras providências;
2.5. Norma Técnica n° 001/2002-CBMDF - Exigências de sistemas de
proteção contra incêndio e pânico das edificações do Distrito Federal;
2.6. Norma Técnica n° 002/2009-CBMDF - Classificação das edificações
de acordo com os riscos;
2.7. Norma Técnica n° 006/2010-CBMDF - Emissão de certificado de
credenciamento;
2.8. Norma Técnica n° 009/2002-CBMDF - Atividades Eventuais;
2.9. NR 04 do Ministério do Trabalho - SESMT.
2.10 Programa de Brigada de incêndio.

3. Definições e abreviaturas
Para efeitos desta norma são adotadas as seguintes definições:
3.1. Agente Fiscalizador: Militar da ativa do CBMDF, portador da
Credencial de Agente Fiscalizador, habilitado a realizar fiscalizações, bem
como aplicar as penalidades previstas nesta Norma, na Lei n.° 2.747/01 e nos
Decretos 21.361/00 e 23.154/02;

91
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

3.2. Brigada de Incêndio: Grupo organizado de pessoas (supervisor de


brigada, chefe de brigada e brigadistas particulares e voluntários) treinados e
capacitados para atuarem na segurança contra incêndio e pânico dentro de
uma edificação ou área preestabelecida;
3.3. Brigadista Particular: pessoa credenciada junto a CBMDF
responsável por executar ações de prevenção e de emergência,
exclusivamente no local onde atue a Brigada de Incêndio, com dedicação
exclusiva as atribuições inerentes a sua função, sendo considerado um sistema
de segurança Contra incêndio e pânico;
3.4. Brigadista Voluntário: pessoa pertencente ao quadro de funcionários
da edificação (condomínio, sociedade empresária, indústria, Órgão público,
etc.) treinada para atuar em casos de emergência, exclusivamente no seu local
de trabalho, sendo considerado um sistema de segurança contra incêndio e
pânico;
3.5. CBMDF: Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal;
3.6. Chefe de Brigada: Responsável por coordenar orientar e atuar nas
ações de emergência na edificação onde a Brigada de Incêndio atue, além de
auxiliar o supervisor nas ações de prevenção contra incêndio e pânico;
3.7. Certificado de Credenciamento (CRD): Documento expedido pela
CBMDF, que habilita empresas e profissionais a prestarem serviços relativos à
segurança contra incêndio e pânico no Distrito Federal, em função da
especialização comprovada e aprovada na Seção de Credenciamento do
CBMDF;
3.8. DESEG: Departamento de Segurança Contra Incêndio;
3.9. Diretoria de Vistorias;
3.10. Supervisor de Brigada: Responsável pela organização, estrutura,
coordenação, treinamento, elaboração dos relatórios, PPCI e supervisão das
atividades da Brigada de Incêndio;
3.11. Conjunto de Primeiros Socorros: Materiais utilizados pela Brigada
de Incêndio para o atendimento as vitimas de pequenos acidentes com o fim de
manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até
que recebam assistência médica especializada;
3.12. Equipamento de Proteção Individual - EPI: Equipamento destinado
a manutenção da integridade física do usuário contra agressão de agentes
físicos, químicos ou biológicos;
3.13. Exercício simulado: Exercício prático realizado periodicamente
para manter a Brigada de Incêndio e os ocupantes da edificação em condições
de enfrentar uma situação real de emergência. Sendo denominado exercício
simulado total quando abrange todo o conjunto da área de atuação da Brigada
de Incêndio, ou exercício simulado parcial quando abrange apenas uma parte
da área de atuação;
3.14. Inspeção: Exame efetuado por pessoal habilitado, que se realiza
nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico, com a finalidade de
verificar se este permanece em condições originais de operação;

92
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

3.15. PPCI - Plano de Prevenção contra Incêndio e Pânico: Documento


que detalha o conjunto de ações e recursos internos e externos ao local,
permitindo controlar a situação em caso de emergência. Detalha o
planejamento das ações de prevenção e abandono em caso de emergência e
pânico (treinamentos, palestras, simulados, etc.);
3.16. População fixa: aquela que permanece regularmente na edificação,
considerando-se o turno de trabalho e a natureza da ocupação, bem como os
profissionais terceirizados nestas condições.

4. Condições gerais
4.1. As edificações que se enquadrarem nos requisitos desta Norma
deverão dispor de Brigada de Incêndio própria ou contratar prestadora de
serviço de Brigada de Incêndio;
4.2. Os eventos em que haja concentração de publico (festas, shows,
feiras etc), deverão dispor de Brigada de Incêndio, própria ou contratada;
4.3. Dimensionamento da Brigada de Incêndio;
4.3.1. A Brigada de Incêndio das edificações é dimensionada conforme o
previsto no Anexo A, levando-se em conta a população fixa e o risco de
incêndio;
4.3.2. A Brigada de Incêndio dos eventos é dimensionada conforme o
estabelecido no Anexo B, levando-se em conta o público estimado para o
evento e o disposto na Norma Técnica nº 009/2002 – CBMDF ou outra que vier
a substituí-la;
4.3.3. O CBMDF pode aumentar ou reduzir o número dos componentes
da Brigada de Incêndio para as edificações e eventos, mediante avaliação
técnica do risco de incêndio e as condições especificas do caso concreto.
4.4. Formação e Capacitação da Brigada de Incêndio;
4.4.1. Podem exercer a função de Supervisor de Brigada de Incêndio os
profissionais com pós-graduação na área de Segurança contra Incêndio e
Pânico ou que possuírem registro Geral no posto de Oficial, expedido pelos
Corpos de Bombeiros de qualquer unidade da federação, desde que não
estejam na ativa;
4.4.1.2 O Supervisor de Brigada de Incêndio deve ser credenciado junto
ao CBMDF, nos termos da Norma Técnica n° 006/2010 – CBMDF, ou outra que
vier a substituí-la;
4.4.2 Podem exercer a função de Chefe de Brigada de Incêndio, os
profissionais com formação técnica com especialização em prevenção de
incêndio e combate a incêndios, salvamento e primeiros socorros, em cursos
com carga horária superior a 1000 horas/aula, no conjunto destas disciplinas,
comprovada por meio de certificação expedida por instituição de ensino
credenciada junto ao Ministério da Educação e Cultura – MEC, Empresas
Formadoras de Brigadista Particular credenciadas ao CBMDF, Conselhos
Regionais, além de experiência mínima de (05) cinco anos
Comprovada em Carteira de Trabalho, ou que possuírem registro geral
expedido pelos Corpos de Bombeiros de qualquer unidade da federação,
desde que não estejam na ativa.

93
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.4.3 O Chefe da Brigada de Incêndio deve possuir certificado de


conclusão de ensino médio. Também deve possuir o credenciamento de
Brigadista Particular;
4.4.3.1 O Chefe de Brigada de Incêndio deve possuir o Credenciamento
de Brigadista Particular, previsto nos termos na Norma Técnica 006/2010-
CBMDF ou outra que vier a substituí-la, exceto os profissionais que possuírem
registro Geral expedido pelos Corpos de Bombeiros de qualquer estado da
Federação desde que não estejam na Ativa;
4.4.4 Podem exercer a função de Brigadista Particular os profissionais
com formação e especialização em prevenção e combate a incêndios,
salvamento e primeiros socorros, em cursos com carga horária superior a 150
horas/aula, no conjunto destas disciplinas, conforme anexo C, ou que
possuírem registro geral expedido pelos Corpos de Bombeiros de qualquer
estado da Federação desde que não estejam na ativa.
4.4.4.1 O Brigadista Particular deve possuir certificado de conclusão do
ensino fundamental. Sua formação deve estar vinculada a uma Empresa
Formadora de Brigadista Particular credenciada junto ao CBMDF, nos termos
da Norma Técnica n° 006/2010-CBMDF ou outra que vier a substituí-la.
4.4.5 Podem exercer a função de Brigadista Voluntário as pessoas
pertencentes ao quadro de funcionários de uma edificação, possuidoras de
treinamento e de orientação dos Brigadistas Particulares da edificação,
conforme currículo definido no anexo D;
4.4.6 Os Chefes de Brigada e os Brigadistas deverão estar fisicamente
aptos ao desempenho das atribuições da Brigada de Incêndio, descritas no
item 4.6.
4.5. Localização e recursos das Brigadas de Incêndio;
4.5.1. A Brigada de Incêndio deve dispor de equipamentos de proteção
individual (EPI’s) e comunicação necessários ao desenvolvimento das suas
atividades.
4.5.1.1. São equipamentos necessários ao funcionamento da Brigada de
Incêndio: luvas, capacetes, lanternas, aparelhos de comunicação via rádio e ou
telefone móvel, conjunto de primeiros socorros (Anexo H) e outros EPI,
considerando os riscos específicos das edificações e eventos, especificados
pelo CBMDF ou pelo Supervisor da Brigada de Incêndio;
4.5.2 A Brigada de Incêndio deve dispor de sala em local de fácil acesso,
junto a central de detecção e alarme de incêndio, dispondo de rota de fuga,
com distância máxima a percorrer de 25m de área segura, conforme projeto
aprovado junto a DIEAP/CBMDF;
4.5.3 Deve ser informado, por meio de placas nos acessos, corredores e
locais de circulação das edificações, sobre a existência da Brigada de Incêndio,
a forma de contato e a localização da sala da Brigada de Incêndio, na forma
das NBR 13434 parte 1, 2 e 3.
4.6. Atribuições da Brigada de Incêndio;
4.6.1. O Brigadista de Particular deverá treinar e orientar os Brigadistas
Voluntários da edificação, conforme previsto no anexo D;
4.6.2. O Supervisor da Brigada de Incêndio é o responsável técnico
pelas atividades da Brigada.

94
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.6.1.1 O Supervisor da Brigada de Incêndio deve elaborar o PPCI


avaliando os riscos de incêndio específicos das edificações à exceção dos
eventos classificados como atividade eventual que possuem legislação
especifica;
4.6.1.2 Ao Supervisor da Brigada de Incêndio cabe planejar e gerenciar
as atribuições da Brigada, definidas no item 4.6.
4.6.1.3 O Chefe da Brigada de Incêndio é o responsável por fazer a
Brigada executar as suas atribuições definidas nesta norma e no PPCI;
4.6.2 Ao Chefe da Brigada cabe executar o PPCI;
4.6.3 Os Brigadistas particulares devem executar exclusivamente as
atribuições da Brigada de Incêndio previsto nesta norma e no PPCI;
4.6.3.1 Fora do horário de funcionamento das atividades desenvolvidas
na edificação é permitida a permanência mínima de 02 (dois) Brigadistas
Particulares no local;
4.6.4 Os Brigadistas Voluntários selecionados na população fixa da
edificação executam as atividades previstas no PPCI;
4.6.5 A Brigada de Incêndio tem por atribuição executar ações de
prevenção e emergência nas edificações e executar ações de emergência em
eventos que estimulem a concentração de publico;
4.6.5.1 As ações de prevenção são as atribuições fundamentais da
Brigada de Incêndio nas edificações.
4.6.1 São ações de prevenção:
4.6.6.1 Elaborar, implementar e propor alterações, quando necessário,
ao PPCI Plano de Prevenção contra Incêndio e Pânico;
4.6.6.2 Fazer rondas periódicas nos ambientes do local de atuação;
4.6.6.3 Identificar os riscos de incêndio e pânico existentes no local da
atuação;
4.6.6.4 Definir os procedimentos para a população em caso de sinistros
e exercícios simulados;
4.6.6.5 Treinar a população para o abandono da edificação quanto aos
procedimentos a serem adotados em caso de emergência, por meio de
exercícios simulados, palestras, estágios, cursos etc.
4.6.6.6 Inspecionar periodicamente os sistema de proteção contra
incêndio e pânico, em espacial as saídas de emergência, bem como solicitar da
área responsável manutenção dos sistemas preventivos que estiverem inoperantes;
4.6.6.7 Conhecer o funcionamento e saber operar os sistemas de
proteção contra incêndio e pânico existentes no local da atuação;
4.6.6.8 Elaborar relatório das atividades prestadas apontando as
irregularidades encontradas nos sistemas de proteção contra incêndio e
pânico, riscos identificados, emergências atendidas, exercícios simulados,
treinamentos e etc;
4.6.7 São ações de emergência:
4.6.7.1 Identificação da situação de emergência;
4.6.7.2 Auxiliar no abandono da população da edificação adotando as
técnicas de abandono de área;
4.6.7.3 Acionar imediatamente o CBMDF, independentemente de análise
de situação;

95
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.6.7.4 Verificar a transmissão do alarme aos ocupantes;


4.6.7.5 Combater os incêndios em sua fase inicial, de forma que possam
ser controlados por meio de extintores ou mangueiras de incêndio da própria
edificação e onde não haja a necessidade de uso de equipamentos de
proteção individuais específicos (equipamentos autônomos de proteção
respiratória, capas de aproximação etc);
4.6.7.6 Atuar no controle de pânico;
4.6.7.7 Prestar os primeiros socorros a feridos;
4.6.7.8 Realizar a retirada de materiais para reduzir as perdas
patrimoniais devido a sinistros;
4.6.7.9 Interromper o fornecimento de energia elétrica e gás liquefeito de
petróleo quando da ocorrência de sinistro;
4.6.7.10 Estar sempre em condições de auxiliar o CBMDF, por ocasião
de sua chegada, no sentido de fornecer dados gerais sobre o evento bem
como, promover o rápido e fácil acesso aos dispositivos de segurança e ao
PPCI.
4.7. Exercícios simulados.
4.7.1. Os exercícios simulados devem ser realizados no mínimo
anualmente, na edificação com a participação de toda a população;
4.7.2. O exercício simulado objetiva treinar a Brigada de Incêndio em
suas atribuições e a população para o abandono seguro da edificação;
4.7.3. O exercício simulado permite avaliar a Brigada de Incêndio e a
condição de segurança contra incêndio e pânico da edificação devendo ser
elaborado relatório, pelo supervisor da Brigada de Incêndio, contendo no
mínimo:
a) Dia e Horário do evento;
b) Tempo gasto no abandono;
c) Tempo gasto no retorno;
d) Tempo gasto no atendimento de primeiros socorros;
e) Desempenho da Brigada de Incêndio:
e.1) Grau de conhecimento do PPCI;
e.2) Eficiência na utilização dos sistemas de proteção;
e.3) Condição física para desempenho das atribuições;
e.4) Controle emocional;
e.5) Liderança e condução da população ao local seguro;
e.6) Cooperação com o Corpo de Bombeiros, Policia, Defesa Civil, etc.
f) Comportamento da população;
g) Tempo de chegada do Corpo de Bombeiros;
h) Falhas dos sistemas de proteção e outros equipamentos;
i) Dificuldades para abandono da edificação;
j) Falhas operacionais da Brigada de Incêndio;
k) 0utros identificados pela Brigada de Incêndio;
l) Executar Plano de Auxílio mútuo – PAM.
4.8 Plano de Prevenção contra incêndio e pânico – PPCI.
4.8.1 Toda edificação ou complexo de edificações que tenha
obrigatoriedade de instalar Brigada de Incêndio deverá possuir PPCI
atualizado. Segue modelo de PPCI como Anexo H;

96
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.8.2 O responsável pela elaboração, implementação, gerenciamento e


coordenação do PPCI para a edificação é o supervisor da Brigada de Incêndio,
o qual deve enviar cópia ao Diretor do Departamento de Segurança Contra
Incêndio e Pânico no prazo de 30 (trinta) dias úteis a partir do inicio das
atividades da Brigada de Incêndio na edificação ou complexo de edificações,
sujeito a sanções previstas na Lei nº 2747 de 20 de junho de 2001, em caso de
descumprimento;
4.8.2.1 O Departamento de Segurança Contra Incêndio deve avaliar o
PPCI verificando a pertinência e relevância das informações apresentadas com
base na legislação vigente, propondo alterações, se for o caso;
4.8.2.2 O Supervisor da Brigada de Incêndio após submeter o PPCI a
avaliação do Departamento de Segurança Contra Incêndio deve encaminhar
cópia deste ao quartel do Corpo de Bombeiros da área para conhecimento e
atuação conjunta em simulados;
4.8.3 O PPCI deverá ser encaminhado pelo Comandante do Quartel do
Corpo de Bombeiros da área após ser avaliado e aprovado pelo Departamento
de Segurança Contra incêndio e pânico num prazo máximo de 5 (cinco) dias
úteis;
4.8.3.1 O PPCI deverá está sempre disponível para eventuais consultas
e/ou ações inopinadas do CBMDF, com a equipe de Brigadistas Particulares
e/ou Brigadistas Voluntários que estiverem se serviço;
4.8.4 As edificações que não tenham obrigatoriedade de possuir
supervisor da Brigada de Incêndio em tempo integral ou parcial devem
contratá-lo para, no mínimo, elaborarem o PPCI;
4.8.5 O PPCI deve ser apresentado em material impresso e de acordo
com NBR 14.100/1998 – Proteção Contra Incêndio – símbolos gráficos para
projeto.
4.8.6 O PPCI deve conter, no mínimo:
4.8.6.1 Dados da edificação (endereço, destinação, área total
construída, altura, população fixa e flutuante e quartel de bombeiros mais
próximo);
4.8.6.2 Dados da prestadora do serviço de Brigada de Incêndio, se for o
caso (razão social, nome fantasia, CNPJ, endereço, telefone, n° CRD);
4.8.6.3 Composição da Brigada de Incêndio (nome e CPF do supervisor
e do chefe da brigada, quantidade total e por turno de brigadistas particulares e
voluntários, turnos de serviço);
4.8.6.4 Recursos disponíveis (sistemas de proteção contra incêndio e
pânico da edificação, meios de comunicação, equipamentos de proteção e
outros materiais).
4.8.6.5 Sistemas contra incêndio e pânico, descrevendo o sistema,
instalações, operação, quantidade de equipamentos, manutenção em cada
pavimento (ver Art. 9º do Regulamento de Segurança Contra Incêndio – Dec.
21361/2000;

97
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.8.6.6 Procedimentos em situação de emergência para cada situação


de risco identificada, conforme destinação da edificação, definindo claramente
os procedimentos e as responsabilidades de cada membro da Brigada de
Incêndio sobre as ações de emergência a serem adotadas em cada caso, bem
como as técnicas de abandono de área utilizadas em caso de abandono da
edificação;
4.8.6.7 Ações de prevenção (rotinas de trabalho, atribuições dos
membros da brigada, itens a serem inspecionados nos sistemas de proteção
contra incêndio e pânico, palestras, cursos e programas de treinamento da
população e dos membros da brigada e execução de exercícios simulados);
4.8.6.8 Plantas e croquis indicando as fontes de risco com círculos
vermelhos e as rotas de fuga com setas verdes em cada pavimento, localizar a
sala da brigada, os pontos de formação e os principais sistemas de proteção
(extintores, hidrantes, registro de recalque, RTI, central de alarme, acionadores
manuais, VGA dos chuveiros automáticos, Central de GLP etc), apresentando
planta de situação contendo a edificação, o Quartel de Corpo de Bombeiros
mais próximo e indicando as vias de acesso e os hidrantes urbanos mais
próximos.
4.8.6.9 Proposta de fluxograma dos procedimentos de emergência da
Brigada de Incêndio segue como Anexo I.
4.9 Relatório das atividades prestadas.
4.9.1 A Brigada de Incêndio deve elaborar relatório das atividades
executadas, disponibilizando-o em seus locais de atuação, para fiscalização do
CBMDF;
4.9.2 O responsável pela elaboração do relatório das atividades
prestadas é o Supervisor da brigada ou Chefe da Brigada, conforme o
dimensionamento previsto no Anexo A;
4.9.3 O relatório das atividades prestadas mensalmente por Brigadas de
Incêndio em edificações deve conter: os sistemas de proteção contra incêndio
e pânico, inspecionados, as irregularidades encontradas e as manutenções
requeridas e realizadas nos sistemas, os riscos identificados, as emergências
atendidas, os exercícios simulados, os treinamentos, as palestras e outras
atividades que julgar pertinentes, conforme modelo do Anexo K.
4.9.4 O relatório das atividades prestadas por Brigadas de Incêndio em
eventos deve conter o nome e o endereço dos eventos atendidos, as
irregularidades encontradas nos sistemas de proteção contra incêndio e pânico
do local, os riscos identificados, as emergências atendidas e os recursos
disponíveis, conforme modelo do Anexo L.
4.10 Do uniforme da Brigada de Incêndio.
4.10.1 Os Brigadistas Voluntários são dispensados do uso de uniforme,
sendo identificados no crachá funcional. O uso do colete com inscrição
“Brigadista Voluntário” e opcional, mas caso faça uso do mesmo, este deverá
ser submetido à apreciação e aprovação da Seção de Credenciamento –
SECRE/DIVIS, conforme consta no item 4.10 e demais subitens desta Norma
Técnica.

98
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4.10.2 Os Brigadistas Particulares desenvolverão suas atividades


uniformizados, a fim de serem facilmente identificados;
4.10.3 O uniforme dos Brigadistas Particulares é de uso exclusivo no
local de serviço, sendo vedado o uso para deslocamentos em vias publicas ou
em atividade particular;
4.10.4 O uniforme do Brigadista Particular deverá ser diferente em
padrões de cores, formato, acabamento, bolsos, pregas, reforço, costuras e
acessórios dos uniformes usados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito
Federal e por outras forcas militares ou policiais, no âmbito federal, estadual,
distrital ou municipal.
4.10.5 Os uniformes dos Brigadistas Particulares utilizados nas Brigadas
de Incêndio próprias ou pelas prestadoras de serviço de Brigada de Incêndio
devem ser distintos entre si;
4.10.6 O uniforme do Brigadista Particular deverá conter somente:
a) Razão social ou nome de fantasia da empresa;
b) O logotipo da prestadora de serviço, se for o caso;
c) Plaqueta de identificação (crachá) do Brigadista Particular, autenticada pela
empresa, com validade de 06(seis) meses, constando o nome e fotografia
colorida em tamanho 3x4;
d) Descrição “Brigadista” na parte posterior do uniforme;
e) Identificação do local onde presta serviço a fim de facilitar a ação do agente
fiscalizador do Corpo de Bombeiros, bem como evitar qualquer equivoco por
parte da sociedade e autoridades do DF, por possível semelhança com os
uniformes do Corpo de Bombeiros Militar.
4.10.7 Não será permitida a fixação de quaisquer brevês, insígnias,
medalhas ou congêneres no uniforme do Brigadista Particular;
4.10.8 O uniforme do Brigadista Particular deve ser aprovado e
registrado na Seção de Credenciamento – SECRE/ DIVIS antes de sua
utilização, mediante a apresentação de:
a) Memorial ou projeto do uniforme;
b) Fotografias do uniforme (frontal, posterior e lateral);
c) Uniforme confeccionado em tecido.
4.10.9 Poderão ser solicitadas declarações de diversos Órgãos quanto a
não similaridade com seus uniformes;
4.10.10 A edificação com Brigada de Incêndio própria ou a prestadora de
serviço deve fornecer o uniforme ao Brigadista Particular.

5. Condições Específicas
5.1 0 atual uniforme de cor amarela dos brigadistas particulares está
proibido por ser sua confecção, linhas, formas, proteções e outras
características idênticas ao uniforme previsto no Regulamento de Uniforme do
CBMDF;
5.2 As áreas militares ficam isentas das exigências desta Norma ficando
os Comandantes de OM responsáveis pelo treinamento de seus militares no
combate ao princípio de incêndio;
5.3 Os casos omissos nesta norma serão solucionados pelo Conselho
do Sistema de Engenharia de Segurança contra Incêndio e Pânico do CBMDF;

99
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

5.4 Ficam revogadas as disposições em contrário, em especial a Norma


Técnica n° 007/2008-CBMDF;
5.5 As edificações com destinação multifamiliar ficam isentas da
obrigatoriedade de Brigadista Particular, porém, os funcionários do condomínio
devem estar aptos a combater um princípio de incêndio e orientados a acionar
o CBMDF;
5.6 Avaliação de conhecimento do Brigadista Particular.
5.6.1 O CBMDF poderá avaliar os profissionais da Brigada de Incêndio
de empresa credenciada ao DIVIS/DESEG/ CBMDF a qualquer tempo, com
provas de conhecimento teórico e prático;
5.6.2 A avaliação de conhecimento deverá ser aplicada nos profissionais
das Brigadas de Incêndio já credenciadas;
5.6.3 As avaliações teóricas serão de caráter objetivo ou subjetivo, ou
ambos a critério do CBMDF;
5.6.4 A prova prática e teórica quando julgada necessária, será aplicada
no local da prestação de serviço ou nas instalações do CBMDF;
5.6.5 A convocação das avaliações se dará por meio de comunicação,
cuja forma seja devidamente registrada e comprovada pelo CBMDF;
5.6.6 O credenciado que não atender a (02) duas convocações para
avaliação, sem justa causa, terá seu credenciamento suspenso;
5.6.7 O credenciado que não atender a (03) três convocações ou
for reprovado na 3ª avaliação consecutiva será descredenciado;
5.6.8 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado, a empresa
prestadora ou formadora será notificada;
5.6.9 Os Brigadistas particulares ou proponentes que não forem
aprovados em suas avaliações deverão comparecer ao DESEG/ CBMDF no
prazo de (30) trinta dias, afim de agendarem uma 2ª avaliação de
conhecimento;
5.6.10 O intervalo entre a avaliação de um mesmo profissional não
poderá ser inferior a (15) quinze dias e superior a (60) sessenta dias.

6 Análise de Projeto
6.6 A análise do projeto da Brigada de Incêndio consiste na verificação
da correta aplicação dos parâmetros técnicos para o dimensionamento e
uniforme da Brigada de Incêndio e do PPCI, previstos nesta Norma.

7 Vistoria
7.1 O CBMDF realizará vistorias inopinadas ou a pedido nas Brigadas de
Incêndio, por intermédio de seus agentes fiscalizadores, para averiguação do
cumprimento da presente norma.
7.2 Nas vistorias das brigadas de incêndio devem ser verificados os
seguintes itens:
7.2.1 Apresentação da relação nominal dos brigadistas e seus
certificados de formação e credenciamento junto ao CBMDF, no caso de
Brigada de Incêndio própria;
7.2.2 Apresentação do CRD da prestadora de serviços em caso de
Brigada de Incêndio contratada;

100
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

7.2.3 Dimensionamento da Brigada de Incêndio, conforme o previsto no


item 4.3 e no Anexo A;
7.2.4 Disponibilidade e instalação dos recursos para funcionamento da
brigada de incêndio, conforme previsto no item 4.5;
7.2.5 Apresentação do PPCI, conforme previsto no item 4.8;
7.2.6 Apresentação dos relatórios de serviços prestados e exercícios
simulados, conforme previsto respectivamente nos itens 4.7 e 4.9;
7.2.7 Uniforme dos brigadistas particulares, conforme previsto no item
4.10.
7.3 O CBMDF poderá avaliar a qualquer tempo os Brigadistas Particular
e Voluntário, com provas de conhecimento prático e teórico.
7.3.1 As avaliações teóricas serão de caráter objetivo, ou subjetivo, ou
de ambos a critério do CBMDF.
7.4 A avaliação do Brigadista Particular será feita mediante 20
perguntas.
7.4.1 O Brigadista Particular deve acertar no mínimo 15 das 20
perguntas realizadas;
7.4.2 Serão avaliados no mínimo dois Brigadistas Particulares mediante
sorteio ou todos os brigadistas da edificação, a critério do CBMDF;
7.4.3 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado será
determinada a reciclagem dos brigadistas particulares.
7.5 A avaliação do Brigadista Voluntário será feita mediante 15
perguntas de caráter objetivo, ou subjetivo, ou de ambos a critério do CBMDF.
7.5.1 O Brigadista Voluntário deve acertar no mínimo 10 das 15
perguntas realizadas;
7.5.2 Serão avaliados 5 % dos brigadistas voluntários, mediante sorteio,
ou todos os brigadistas da edificação, a critério do CBMDF;
7.5.3 Caso algum avaliado não atinja o índice estipulado poderá ser
determinada o treinamento e orientação aos Brigadistas voluntários conforme
currículo do Anexo D;
7.5.4 A prova prática, quando julgada necessária, será aplicada no local
da prestação do serviço ou nas instalações do CBMDF.
7.6 Todos os dados solicitados pelos agentes fiscalizadores devem estar
atualizados e disponíveis as brigadas contra incêndio nos locais de prestação
de serviço de Brigada de Incêndio.
8 Do Certificado

8.1 No Certificado do Brigadista Particular deve constar os seguintes


dados:
a) Nome completo do concludente com Nº da carteira de identidade - RG;
b) Carga horária com o nome do instrutor;
c) Período de treinamento;
d) Supervisor: Nome, habilitação RG (Militar) e Nº da Carteira de Identidade
profissional
e) Citar que o certificado está em conformidade com a Norma Técnica vigente;
f) Campo para homologação do CBMDF e para capacitação continuada no
próprio Certificado.

101
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

9 Atualização – Capacitação continuada


9.1 A capacitação continuada do Chefe de Brigada, Brigadista Particular
deve ser realizada a cada 24 (vinte e quatro) meses.

10 Da capacitação continuada do Chefe de Brigada de Incêndio


10.1 O Chefe da Brigada Particular dever realizar a capacitação
continuada, conforme anexo G;
10.2 O Brigadista Particular deve realizar a capacitação continuada,
conforme anexo E.

11. Campo de Treinamento


11.1. O Campo de Treinamento deve seguir o previsto no anexo M desta
Norma

______________________CBMDF______________________
Norma Técnica nº 007/2011 — CBMDF — Brigada de Incêndio, aprovada pelo
Conselho do Sistema de Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico
do CBMDF, em 21 de setembro de 2010.

ANEXO A
Dimensionamento da Brigada de Incêndio em edificações

102
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO C
Currículo Básico dos Cursos de Formação Brigadista Particular

103
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO C - continuação
Currículo Básico do Curso de Formação Brigadista Particular

104
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

105
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO F
Currículo básico de formação do Chefe de Brigada Particular

106
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO F – Continuação
Currículo básico de formação do Chefe de Brigada Particular

107
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO G
Currículo básico de Capacitação Continuada de Chefe de Brigada Particular

108
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

109
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO H
Conjunto de primeiros socorros

Conjunto contendo, no mínimo:

1. 100 (cem) unidades de compressas de gaze 08 (oito) dobras (7,50cm x


7,50cm)
2. 05 (cinco) unidades de compressas de gaze esterilizadas (10 cm x 15 cm),
3. 10 (dez) unidades de ataduras de crepe (20 cm de largura),
4. 05 (cinco) unidades de plástico protetor de queimaduras e eviscerações
(01m x 01m) esterilizado,
5. 04 (quatro) frascos de soro fisiológico de 250 ml (duzentos e cinquenta
mililitros),
6. 01 (uma) unidade de fita adesiva (crepe),
7. 03 (três) unidades de talas moldáveis grandes (86 cm x 10 cm x 02 cm),
8. 03 (três) unidades de talas moldáveis medias (63 cm x 09 cm x 02 cm),
9. 03 (três) unidades de talas moldáveis pequenas (30 cm x 08 cm x 02 cm),
10. 01 (uma) prancha longa de madeira ou material de similar resistência (190
cm x 45 cm),
11. 05 (cinco) unidades de bandagens triangulares (142 cm x 100 cm x 100cm),
12. 01 (um) ressuscitador manual (ambu) ou mascara de ressuscitarão para
ventilação artificial,
13. 01 (um) colar cervical de cada tamanho padronizado (grande, médio e
pequeno),
14. 01 (uma) tesoura de ponta romba e equipamentos de proteção individual
para o socorrista (Óculos de segurança, mascara semi-facial e luvas de
procedimento.

110
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO I
Proposta de Fluxograma de procedimentos de emergência

111
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO J
MODELO DO PLANO DE PREVENÇÃO CONTRA INCÊNDIO

112
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO K
RELATORIO DE ATIVIDADES PRESTADAS - EDIFICAÇÕES

Período: de______I_______I_______a_______I_______I_______

113
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO L
RELATÓRIO DE ATIVIDADES PRESTADAS - EVENTOS

114
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Anexo M
FORMAÇÃO DE BRIGADA PARTICULAR
CAMPO DE TREINAMENTO
CAMPO DE TREINAMENTO - ECI
1.1 Adquirir extintores portáteis de incêndio (água, Pó químico B/C e
CO²), com a utilização de dois agentes extintores de cada tipo por participante.
Deve ainda disponibilizar um extintor de espuma mecânica, um de pó ABC
para e um extintor sobre rodas (qualquer agente extintor) para demonstração
de uso;
1.2 Instalar sistema de hidrantes de parede e de coluna [simulador que
possua um jato sólido d’água que atinja uma distância mínima de 10m (dez
metros), com o esguicho na posição horizontal a 1m (um metro) de altura];

Simuladores
1.3 Instalar 03 (três) simuladores com formas diversas e dimensões
variadas entre si, para capacidade extintora acima de 20B e com
características de cada uma das classes de incêndio A, B e C;
1.4 Instalar para utilização da rede de hidrantes, quantidade mínima de
quatro simuladores com formas diversas, níveis desiguais em relação ao piso e
dimensões variadas entre si, para capacidade extintora acima de 20B,
permitindo a utilização de linha adutora com diâmetro de 63 mm, no mínimo,
duas linhas de mangueiras com diâmetro de 38 mm e esguichos reguláveis;

Instalações
1.5 Instalar casa de fumaça com dimensões mínimas de 30 m², com
divisões internas que permitam a formação de no mínimo quatro ambientes
interligados entre si, com acesso por escada e níveis desiguais em relação ao
piso, com uma porta de entrada e uma porta de saída com abertura no sentido
“de fuga”, com dispositivo de abertura antipânico e acessos para casos de
emergência;

Combustível
1.6 Adquirir óleo diesel, gasolina, querosene ou álcool etílico, na forma
pura, tolerando-se mistura entre estes produtos para favorecer a ignição;

Distância de segurança
1.7 Mínimo de 3m de distância para cada 1 m² de área total de fogo.
Segurança ao usuário
1.8 Adquirir EPI para proteção da cabeça, dos olhos, do tronco, dos
membros superiores e inferiores do corpo todo;
1.9 O campo de treinamento deve possuir um socorrista;
1.10 O campo de treinamento deve possuir dois auxiliares do instrutor;
1.11 Adquirir luvas de raspa de couro para a escola de formação de
brigada particular;
1.12 Adquirir capacete para a escola de formação de brigada particular;
1.13 Adquirir equipamento de proteção individual conforme legislação
em vigor.

115
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA O SOCORRISTA DO CAMPO DE


TREINAMENTO
1.14 Adquirir equipamento de proteção individual (EPI) do socorrista:
óculos de segurança, máscara semifacial e luvas de procedimento;
1.15 Adquirir 3 unidades de talas moldáveis grandes (86 cm x 10 cm x 2
cm), 3 unidades de talas moldáveis médias (63 cm x 9 cm x 2 cm) e 3 unidades
de talas moldáveis pequenas (30 cm x 8 cm x 2 cm);
1.16 Adquirir 100 unidades de compressas de gaze 8 dobras (7,5 cm x
7,5 cm) e 5 unidades de compressas de gaze esterilizadas (10 cm x 15 cm);
1.17 Adquirir 10 unidades de ataduras de crepe (20 cm de largura);
1.18 Adquirir 5 unidades de plástico protetor de queimaduras e
eviscerações (1m x 1m), esterilizado;
1.19 Adquirir 4 frascos de soro fisiológico de 250 ml;
1.20 Adquirir 1 unidade de fita adesiva (crepe);
1.21 Adquirir 1 prancha longa de madeira ou de similar resistência (190
cm x 45 cm);
1.22 Adquirir 5 unidades de bandagens triangulares ( 142 cm x 100 cm x
100 cm);
1.23 Adquirir 1 ressuscitador manual (ambu) ou máscara de
ressuscitação para ventilação artificial;
1.24 Adquirir 1 colar cervical de cada tamanho padronizado: grande,
médio e pequeno;
1.25 Adquirir 1 tesoura de ponta romba;

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA O CAMPO DE TREINAMENTO

1.26 Adquirir mangueiras de incêndio para a escola formadora de


brigada particular;
1.27 Adquirir esguicho regulável para a escola formadora de brigada
particular;
1.28 Adquirir esguicho agulheta para a escola formadora de brigada
particular;

Documentação
1.29 Apresentar ficha atualizada dos alunos da escola formadora de
brigada particular;
1.30 Apresentar controle de diplomas emitidos pela escola formadora de
brigada particular;
1.31 Apresentar CRD e Alvarás de funcionamento expostos e
atualizados da escola formadora de brigada particular;
1.32 Apresentar cronograma de aulas da escola formadora de brigada
particular;
1.33 Apresentar plano de aula da escola formadora de brigada particular;
1.34 Apresentar ficha atualizada de instrutores da escola formadora de
brigada particular;

116
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

1.35 Apresentar ficha atualizada do supervisor da escola formadora de


brigada particular;
1.36 Apresentar o arquivo de avaliações da escola formadora de brigada
particular;

CAMPO DE TREINAMENTO

1.37 Instalar extintores para treinamento;


1.38 Instalar hidrante de parede com dois ramais;
1.39 Instalar casa de fumaça com 15m²;
1.40 Instalar distância de segurança;
1.41 Distância mínima necessária para garantir a segurança das
pessoas e das instalações, normalmente contada;
1.42 A escola formadora de brigada particular deve possuir esguicho
regulável (1 ½ e 2 ½);
1.43 A escola formadora de brigada particular deve possuir esguicho
agulheta (1 ½ e 2 ½);
1.44 A escola formadora de brigada particular deve possuir ficha
atualizada dos alunos;
1.45 A escola formadora de brigada particular deve possuir controle de
diplomas emitidos;
1.46 A escola formadora de brigada particular deve possuir CRD
(Credenciamento para formação de brigada particular) e alvará de
funcionamento expostos e atuais;
1.47 A escola formadora de brigada particular deve possuir ficha
atualizada dos alunos.

PUBLICADA NO BG Nº 043 DE 02 DE MARÇO DE 2011 E NO DODF Nº 51,


DE 16 DE MARÇO DE 2001, SEÇÃO 01, PÁG. 11

117
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

118
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

3. PRIMEIROS SOCORROS
PRIMEIROS SOCORROS
São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico
coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as suas
funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba
assistência médica especializada.

O SOCORRISTA
A pessoa tecnicamente capacitada e habilitada para, com segurança,
avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao socorrista
prestar o adequado socorro pré-hospitalar e transportar o paciente sem agravar
as lesões já existentes (definição do Manual para instrutores de atendimento
pré-hospitalar básico - OFDA/USAID).

ATRIBUTOS DO SOCORRISTA
As principais atribuições inerentes à função do socorrista são:
a) ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento
necessário;
b) aprender a controlar suas emoções,
c) ser paciente com as ações anormais ou exageradas daqueles que estão sob
situação de estresse; e
d) ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente.

RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA
A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa
que exerce uma arte ou profissão, ou seja, a de responder perante a justiça
pelos atos prejudiciais resultantes de suas atividades, diante do exposto, o
socorrista poderá ser processado e responsabilizado se for constatada
imperícia, imprudência e/ou negligência em seus atos:

119
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

FORMAS DE CONSENTIMENTO
Implícito é o consentimento dado para atender uma vítima quando ela está
gravemente ferida, desorientada ou inconsciente, ou ainda é menor de 18 anos
e não pode tomar decisão sozinha.
“legislação infere que a vítima daria o consentimento”
Explicito é o consentimento dado pelo paciente, familiar ou representante legal
para a prestação do socorro.

OMISSÃO DE SOCORRO
Art. 135 - deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem
risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou
ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses
casos, o socorro da autoridade pública.

URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Urgência estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. o
tempo gasto em que a vítima é encontrada e o seu transporte para hospital
deve ser o mais curto possível.
Exemplo: dores abdominais agudas e cólicas.
Emergência conduta imediata: estado grave, que necessita de atendimento
médico embora não seja necessariamente urgente.
Exemplo: parada cardiorrespiratória

SINAL, SINTOMA
Sinal: é a informação obtida a partir da observação da vítima.
Sintoma: é informação a partir de uma relato da vítima.

ATENDIMENTO PRÉ / INTRA - HOSPITALAR


Pré-hospitalar: é o atendimento emergencial em ambiente extra-hospitalar
significa fora do hospital.
Intra-hospitalar tratamento feito parcialmente dentro de uma unidade
hospitalar.

PROCEDIMENTOS INVASIVOS/ NÃO INVASIVOS


Invasivos são os que rompem as barreiras naturais ou que penetram em
cavidades do corpo, abrindo uma porta ou acesso para o meio interno, como as
punções venosas, cateterismo vesical, oro-gástrico e algumas cirurgias.
Não invasivos são aqueles que não envolvem instrumentos que rompem a
pele ou que penetram fisicamente no corpo sendo considerados não-invasivos.

120
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

BIOSSEGURANÇA
É o conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias,
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPIs)


São equipamentos destinados à proteção da integridade física do
socorrista durante a realização de atividades nas quais possam existir riscos
potênciais à sua pessoa.
 Luvas de látex descartáveis.
 Máscaras de proteção facial.
 Óculos de proteção.

EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA EPC’s


Trata-se de todo dispositivo ou sistema de âmbito coletivo, destinado à
preservação da integridade física e da saúde dos trabalhadores, assim como a
de terceiros.

TIPOS DE EMERGÊNCIA
TRAUMA E CLÍNICO
Trauma: é a injúria do corpo provocada por agentes externos.
Exemplo: acidentes com veículos, quedas, acidentes por arma branca ...

Clínicas: seriam aquelas que não tiveram nenhum fator externo que levasse a
ela.
Exemplo: doenças infecciosas graves, infartos, embolias pulmonares, avc,
hipertensão etc...

121
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Objetivos:

Ao final desta lição você deverá ser capaz de:

1. Identificar as partes do corpo entre si, usando a terminologia topográfica.


2. Definir os aspectos importantes das camadas do tecido epitelial.
3. Descrever as características e funções dos músculos voluntários e
involuntários.
4. Descrever as características e funções do sistema esquelético.
5. Citar os principais órgãos que formam o sistema respiratório e suas
funções.
6. Enumerar os componentes do sistema cardiovascular e suas funções.
7. Descrever as estruturas e funções do sistema geniturinário.
8. Enumerar os componentes do sistema nervoso e suas funções.

122
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Anatomia: Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a


relação entre seus órgãos, bem como a disposição destes.

Fisiologia: Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos


seres vivos.

Posição anatômica: É a posição padronizada de descrição do organismo,


empregando-se os termos de posição e direção.

O corpo humano deverá estar em:

 Posição ortostática;

 Face voltada para frente;

 Olhar dirigido para o horizonte;

 Membros superiores estendidos ao longo do tronco;

 Palmas voltadas para frente;

 Membros inferiores unidos.

Planos anatômicos

Plano mediano: direito e esquerdo.


Plano transversal: superior e inferior.
Plano frontal: anterior (ventral) e posterior (dorsal).

123
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

DIVISÕES DO CORPO HUMANO

 Cabeça;

 Pescoço;

 Tronco;

 Membros.

Nos membros empregam-se termos especiais de posição:

 Proximal: situado mais próximo à raiz do membro.


 Médio: situado entre proximal e distal.
 Distal: situado mais distante à raiz do membro.

QUADRANTES ABDOMINAIS

124
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Descrição dos termos especiais das seguintes lesões:

Lesão 1: Tórax anterior superior direito;


Lesão 2: Quadrante abdominal inferior esquerdo;
Lesão 3: Membro superior esquerdo no terço distal do braço;
Lesão 4: Membro inferior direito no terço proximal mediano da coxa;
Lesão 5: Membro inferior esquerdo no terço proximal lateral da perna na região;
Lesão 6: Região posterior do pescoço;
Lesão 7: Dorso da mão esquerda;
Lesão 8: Membro inferior esquerdo no terço distal posterior da perna;
Lesão 9: Nádega superior esquerda;
Lesão 10: Quadrante superior esquerdo do abdômen

125
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA TEGUMENTAR

Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um


revestimento protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa
da temperatura corporal, além de cumprir outras funções.

Pele

Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge


aproximadamente 2m2, apresentando espessura variável (1 a 4mm) conforme a
região. A distensibilidade é outra das características da pele que também varia
de região para região.

Funções:

 Proteção;
 Regulação da temperatura;
 Excreção;
 Produção de vitamina D.

Camadas da pele:

Epiderme:
Camada mais superficial da pele.

Derme:
Camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea.

SISTEMA MUSCULAR

Músculos
É o conjunto de várias fibras musculares,
formados por um tecido especial, especializado na
contração e relaxamento.

Funções:
 Assegurar a dinâmica.
 Tornar possível o movimento.
 Manter unidas as peças ósseas, determinando a
postura do esqueleto.
 Estática do corpo humano.

126
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA ESQUELÉTICO

É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de


articulações, para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções,
sendo composto de 206 ossos.

Funções:

 Proteção dos órgãos e tecidos.


 Sustentação e conformação do corpo.
 Armazenamento de minerais essenciais.
 Inserção de músculos.
 Permitir a realização de movimentos.
 Conferir rigidez e resistência ao corpo.
 Produção de certas células sanguíneas.

Ossos: Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em


constante transformação.

Divisão anatômica do esqueleto

O esqueleto subdivide-se em duas partes


Esqueleto axial e Apendicular

127
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas:

CINTURA ESCAPULAR
CLAVICULA E ESCÁPULA

CINTURA PÉLVICA
ILIO, ISQUIO E PUBIS

128
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Crânio:
Conjunto de ossos que formam o esqueleto da cabeça, constituído pelo
crânio cerebral e crânio facial.

 Crânio Cerebral: composto por 08 ossos largos e irregulares que se


fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.

 Crânio Facial: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua
forma.

Coluna vertebral:
Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras, dividida em cinco
regiões:

1. Coluna cervical (pescoço): composta


de 07 vértebras;

2. Coluna torácica (parte superior do


dorso): composta de 12 vértebras;

3. Coluna lombar (parte inferior do


dorso): composta de 05 vértebras;

4. Coluna sacral (parte da pelve):


composta de 05 vértebras;

5. Coluna coccígea (cóccix ou cauda):


composta de 04 vértebras.

129
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA RESPIRATÓRIO

É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a


eliminação de dióxido de carbono produzido na respiração interna.

Função: Conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-versa,


promovendo a troca gasosa, como também filtrar, pré-aquecer e umedecer o ar
inspirado.

Respiração: Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do


oxigênio e a expulsão do gás carbônico pelos seres vivos.

O sistema respiratório é composto pelos seguintes órgãos:

 Nariz, Boca, Faringe , Laringe , Traquéia, Brônquios, Pulmões, Pleura


Músculos da respiração

130
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA CARDIOVASCULAR

É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos


denominado artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias.

Tem como principal função, fornecer aos tecidos:

 Oxigênio;
 Substâncias nutritivas;
 Hormônios;
 Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os
órgãos responsáveis por sua eliminação;
 Termo regulação do organismo.

Sangue

O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte


líquida), glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e
plaquetas.

Composição do sangue

 Plasma: transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos.


Também leva os produtos de degradação para os órgãos excretores;
 Glóbulos vermelhos: fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio;
 Glóbulos brancos: atuam na defesa do organismo contra as infecções;
 Plaquetas: são essenciais para a formação de coágulos sanguíneos,
necessários para estancar o sangramento.

O coração

É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma


bomba contrátil e propulsora do sangue.

Camadas musculares do coração

As paredes do coração são formadas por três camadas:

 Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca.


 Endocárdio: camada de revestimento interno.
 Epicárdio: camada de revestimento externo.

131
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cavidades cardíacas

São quatro: dois átrios (cavidades superiores) e dois ventrículos


(cavidades inferiores).

- Átrio direito: desembocam as veias cavas superior e inferior.


Comunica-se com o ventrículo direito através da valva tricúspide (possui três
cúspides).
- Ventrículo direito: chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio
direito, que posteriormente é expulso para a artéria pulmonar.
- Átrio esquerdo: desembocam as veias pulmonares direita e esquerda.
Comunica-se com o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou mitral
(possui dois cúspides).
- Ventrículo esquerdo: chega sangue oxigenado proveniente do átrio
esquerdo, que posteriormente é expulso para todo o corpo através da artéria
aorta.

Aorta
Veia cava superior
Artéria pulmonar
Átrio direito
Veia pulmonar
Veia cava Átrio esquerdo
Inferior

Ventrículo direito Ventrículo esquerdo

Miocárdio

Movimentos cardíacos

Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua


movimentos de contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades,
que se chamam sístole e diástole.

- Sístole: É o período de contração dos ventrículos, para expulsar o


sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta.
- Diástole: É o período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao
de contração dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os
ventrículos.
132
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Pulso

É o reflexo do batimento cardíaco palpável nos locais onde as artérias


calibrosas estão posicionadas próximas da pele e sobre um plano duro.

Os pulsos mais palpáveis são:

 Pulso carotídeo;
 Pulso radial;
 Pulso femoral;
 Pulso dorsal do pé ou tibial posterior.

Vasos sanguíneos

São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular,


constituída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez
menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares.

 Artérias: vasos sanguíneos que saem do coração levando sangue para o


corpo.
 Veias: vasos sanguíneos que chegam ao coração trazendo sangue do
corpo.

133
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Circulação sanguínea

A circulação sanguínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral,


é dupla:
- Circulação pulmonar = pequena circulação.
- Circulação sistêmica = grande circulação.

Percurso da circulação pulmonar:

- Coração (ventrículo direito) – pulmões – coração (átrio esquerdo).

Percurso da circulação sistêmica:


- Coração (ventrículo esquerdo) – tecidos do corpo – coração (átrio
direito), passando pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do
corpo.

Esquema da circulação sanguínea

O sangue arterial (rico em O2) deixa o ventrículo esquerdo através da


artéria aorta (circulação sistêmica). As artérias tornam-se gradualmente mais
finas (arteríolas), até que o sangue circule através de delgados capilares. Os
capilares são vasos de calibre diminuto, como fios de cabelo, onde as
hemácias podem entrar em íntimo contato com as células do organismo
(ocorrendo o metabolismo celular: troca de nutrientes e O2 por produtos de
degradação e CO2). O sangue (rico em CO2) passa dos capilares para
pequenas veias (vênulas) que se unem e tornam-se maiores, à medida que se
aproximam do coração. Elas levam o sangue através da veia cava (inferior e
superior) para o átrio direito, impulsionando-o para o ventrículo direito, que o
bombeia através da artéria pulmonar para os pulmões (circulação pulmonar),
onde volta a passar através de um sistema capilar (ocorrendo a hematose:
troca de CO2 por O2). Retorna então pela veia pulmonar desembocando no
átrio esquerdo, que por sua vez é impulsionado para o ventrículo esquerdo
(iniciando a circulação sistêmica), completando o circuito. O sistema é
completamente fechado, com dois conjuntos de capilares conectando arteríolas
e vênulas nos pulmões e nos tecidos do restante do organismo.

134
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA GENITURINÁRIO

São os aparelhos genitais (masculino e


feminino) e urinário, discutidos juntos por seus
vários órgãos e canais se desenvolverem
embriologicamente a partir dos mesmos
precursores e, desta forma, possuírem várias
estruturas em comum.
Sistema urinário
As atividades orgânicas resultam na
decomposição de proteínas, lipídios e
carboidratos, acompanhados da liberação de
energia e formação de produtos que devem ser
eliminados para o meio exterior. A urina é um
dos veículos de excreção com que conta o
organismo. Assim, o sistema urinário
compreende os órgãos responsáveis pela
formação da urina, os rins, e outros, a eles
associados, destinados à eliminação da urina:
ureteres, bexiga urinária e uretra.

Sistema genital masculino

Uretra: A uretra masculina é um canal comum


para a micção e para a ejaculação, com cerca
de 20 cm de comprimento.

Próstata: Situada inferiormente à bexiga e


atravessada em toda sua extensão pela
uretra.
Os líquidos produzidos na próstata e
nas vesículas seminais se misturam durante o
coito, impedindo através dos mecanismos
especiais do sistema nervoso, a passagem de
urina para a uretra. Apenas líquido seminal
líquido prostático e espermatozóides
passam do pênis para a vagina durante a
ejaculação.

Pênis: Órgão da cópula é normalmente flácido, mas quando seus tecidos


lacunares se enchem de sangue, apresenta-se túrgido, com sensível aumento
de volume e torna-se rígido, ao que se dá a denominação ereção.

Escroto: Envoltório externo que envolve e protege os testículos e propicia uma


temperatura favorável ao processo de formação dos espermatozoides.

135
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sistema genital feminino

Órgãos genitais internos


Ovário: Produzem os gametas femininos ou óvulos ao final da
puberdade; produzem também hormônios, os quais controlam o
desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e atuam sobre o útero
nos mecanismos de implantação do óvulo fecundado e início do
desenvolvimento do embrião.

Tubas uterinas: Transportam os óvulos que romperam a superfície do


ovário para a cavidade do útero. Por elas passam, em direção oposta, os
espermatozoides, e a fecundação ocorre habitualmente dentro da tuba.

Útero: Estrutura muscular na qual o feto se desenvolve.


Órgãos genitais externos

Vagina: É o órgão de cópula feminino. A cavidade uterina e a vagina


constituem no conjunto, o canal do parto, através do qual o feto passa no
momento do nascimento.

Monte púbico: É uma elevação mediana, constituída principalmente de


tecido adiposo. Apresenta pêlos espessos após a puberdade, com distribuição
característica.

136
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SISTEMA DIGESTÓRIO

Para que o organismo se mantenha vivo e funcionaste é necessário que


ele receba um suprimento constante de material nutritivo. Muitos dos alimentos
ingeridos pelo animal precisam ser tornados solúveis e sofrer modificações
químicas para que sejam absorvidos e assimilados, nisto consistindo a
digestão. Os órgãos que, no conjunto, compreendem o sistema digestório são
especificamente adaptados para que estas exigências sejam cumpridas.
Assim, suas funções são as de preensão, mastigação, deglutição,
digestão e absorção dos alimentos e a expulsão dos resíduos, eliminado sob a
forma de fezes. ]

SISTEMA NERVOSO

Sistema responsável pelo controle e coordenação das funções de todos


os sistemas do organismo, e ainda, ao receber estímulos aplicados à superfície
do corpo (frio, calor, dor, etc.) é capaz de interpretá-los e desencadear,
eventualmente, respostas adequadas a estes estímulos. Assim, muitas funções
do sistema nervoso dependem da vontade (caminhar, por exemplo, é um ato
voluntário) e muitas outras ocorrem sem que delas tenhamos consciência (a
secreção da saliva, por exemplo, ocorre independente de nossa vontade).

Função:
Colher informações do meio externo e interno e transformá las em estímulos;
Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo.

137
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Meninges

O encéfalo e a medula
espinhal são envolvidos e
protegidos por lâminas (ou
membranas) de tecido
conjuntivo chamadas, em
conjunto, de meninges. Estas
lâminas são, de fora para
dentro: a dura-máter, a
aracnóide e a pia-máter.

Medula espinhal
Continuação direta do encéfalo localizada dentro do canal vertebral. A
medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e
retransmissão de impulsos motores. Todos os centros nervosos importantes
do encéfalo são conectados através de longos feixes diretamente aos
órgãos ou músculos que controlam. Estes feixes se unem formando a medula
espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso
periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de
impulsos elétricos.
Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da
primeira ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se
nervos espinhais que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada
à cauda equina.

138
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE

Objetivos:

Ao final desta lição você deverá ser capaz de:

1. Citar as 5 fases da avaliação geral de um paciente;


2. Listar 3 fontes rápidas de informação no local da cena;
3. Diferenciar a avaliação dirigida para trauma e a avaliação dirigida para
emergência clínica;
4. Classificar corretamente o paciente de acordo com a escala CPE;
5. Enumerar 4 sinais vitais observados numa vítima;
6. Citar a sequência correta dos passos da avaliação geral do paciente.

139
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE


A avaliação do paciente é um conjunto de procedimentos orientados
para identificação e correção imediata de possíveis doenças ou traumas, por
meio de entrevista, aferição dos sinais vitais, exame físico, a fim de determinar
as ações a serem empreendidas.
A ordem da avaliação depende da natureza do problema (trauma ou
emergência clínica / consciente ou inconsciente).
Em um atendimento de uma emergência clínica investigue a possibilidade de
um trauma e vice-versa.

As fases da avaliação do paciente compreendem:

 Avaliação da cena;
 Avaliação inicial;
 Exame físico localizado e anamnese;
 Exame físico detalhado;
 Avaliação continuada.

Avaliação da cena

Rápida avaliação dos diferentes fatores que estão relacionados à


emergência, importante para que o Socorrista possa decidir sobre as ações
que irá empreender.

A avaliação da cena inclui:

 Usar o EPI (Biossegurança);


 Verificar se a cena está segura para o socorrista, para as vítimas e para
os demais presentes;
 Mecanismo da lesão ou natureza da doença;
 Quantidade de vítimas;
 Recursos adicionais que serão necessários.

Ao chegar à cena, coletar informações observando o local, ouvir os


familiares e testemunhas.
A aparência do local do incidente cria uma impressão que influencia toda
a avaliação do socorrista. A cena pode fornecer informações a respeito do
mecanismo do trauma, da situação e do nível de segurança.

140
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Ao avaliar a cena o socorrista deve responder os seguintes


questionamentos:

 Qual a situação? – Determinar o que aconteceu (trauma/clínico), qual


foi o mecanismo do trauma, quais as prováveis lesões nas vítimas, etc.

 Quais os riscos potenciais? – Quais os riscos no local, como poderão


evoluir.

 Quais as medidas a empreender? – Determinar o que fazer, e verificar


a necessidade de recursos adicionais.

Avaliação inicial

Parte da avaliação do paciente que tem por finalidade identificar e


corrigir imediatamente as situações de risco de morte, relacionadas às vias
aéreas, respiração e circulação.

A avaliação da cena e do paciente é constante.

As etapas da avaliação inicial compreendem avaliar:

I - Estado geral do paciente;


II - Nível de resposta do paciente;
III - Vias aéreas e respiração;
IV – Circulação;
V - Necessidade de transporte do paciente.

I Estado geral do paciente:

Implica no que vemos em relação ao paciente desde nossa chegada na


cena; incluem detalhes como: estado respiratório, circulatório e neurológico do
paciente, etc. Dessa impressão geral pode depender nossa decisão de
transporte.

Ao abordar o paciente, o socorrista deverá se apresentar:

 Mencionar seu nome;


 Indicar que é uma pessoa treinada em Primeiros Socorros;
 Solicitar consentimento.

141
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

II Nível de resposta do paciente:

O nível de resposta do paciente é avaliado com a ajuda do método AVDI, que


significa.

A _______________, o paciente interage com o meio;

V _______________, o paciente pode parecer inconsciente, mas responde a


um estímulo verbal;

D _______________, caso não responde ao estímulo verbal, utiliza-se o


estímulo doloroso.

I _______________, se não responde aos estímulos verbal e doloroso, então


o paciente está inconsciente.

Para um paciente consciente é importante saber se o mesmo está


Lúcido e Orientado em Tempo, Espaço e Pessoa. (LOTEP). Pacientes não
lúcidos de desorientados serão classificados como críticos.
Se o paciente está inconsciente em decúbito ventral, o Socorrista
necessitará colocá-lo em decúbito dorsal, para fazer a avaliação. Caso suspeite
de trauma, movimente-o de acordo com a técnica apropriada.

III Vias aéreas:

Para abrir as vias aéreas utilize a manobra de Empurre Mandibular, em


casos de trauma, estabilizando a cabeça e o pescoço. Em caso de emergência
clínica utilize a manobra de Inclinação da Cabeça-Elevação do Queixo.
O primeiro passo no tratamento das vias aéreas deve ser uma rápida
inspeção visual da orofaringe. Corpos estranhos, como pedaços de alimentos,
dentes quebrados e sangue, podem ser encontrados dentro da boca de um
traumatizado. Os Socorristas devem usar luvas para retirar este material da
boca do paciente.

Manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo

 Deitar o paciente em decúbito dorsal e posicione-se na lateral do


paciente, na altura dos ombros e cabeça.
 Coloque os dedos indicador, médio e anular apoiados na mandíbula;
com a outra mão posicionada na testa do paciente, incline a cabeça para trás.

142
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Manobra de empurre mandibular

 Colocar o paciente em decúbito dorsal e se posicione de joelho acima de


sua cabeça.
 Colocar as mãos com dedos afastados em cada lado da cabeça do
paciente.
 Levantar a mandíbula com os dedos indicadores e médios enquanto
mantém os polegares apoiados na altura dos zigomáticos, de maneira que os
cotovelos se mantenham sempre apoiados.

IV Circulação:

Verifique o pulso carotídeo até 10 segundos. Caso não haja pulso, ATUE
IMEDIATAMENTE.

Verifique se existe hemorragia externa: em caso positivo, contenha-a;


isto pode ser o primeiro passo a ser feito em alguns casos.
Verifique o pulso periférico - a presença do pulso periférico palpável
também fornece uma estimativa grosseira da pressão arterial. Se o pulso
periférico não for palpável em uma extremidade não lesada, o paciente
provavelmente entrou na fase descompensada do choque.
Caso disponha de oxímetro de pulso, empregue-o durante essa fase,
avaliando a real necessidade de oxigênio e frequência do pulso.

V Necessidade de transporte do paciente:

As condições para estabelecer a prioridade do transporte ou continuar


na cena avaliando o paciente dentro da ambulância, incluem: inconsciência,
consciente, mas não alerta, dificuldade respiratória, hemorragia severa ou
choque, mau aspecto geral, parto complicado, dor no peito ou qualquer dor
aguda.

Classifique o paciente na escala CPE, para determinar o tempo de


permanência na cena de acordo com a gravidade das lesões ou doenças.

CPE – É formado pelas iniciais das palavras crítico, potencialmente instável


e estável.
C – Parada respiratória ou cardiorrespiratória; inconsciência; consciente, mas
não alerta; dificuldade respiratória; hemorragia severa não controlável ou
choque; mau aspecto geral; parto complicado; dor no peito ou qualquer dor
aguda.
P – Lesões isoladas importantes.
E – Lesões menores – mecanismo da lesão não importante.

143
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Paciente C – necessitam de transporte imediato, sempre que possível,


permanecer na cena por um tempo máximo de 5 minutos.
Paciente P e E – Continuar na cena avaliando o paciente dentro da
ambulância. O ideal é concluir a avaliação em no máximo de 12 a 15 minutos.

VI Colar cervical e oxigênio


Após a decisão de transporte, a equipe de Socorrista deverá aplicar o
colar cervical adequado, e se necessário, ministrar oxigênio suplementar. Para
isso, o Socorrista deve: avaliar a região do pescoço, ouvidos, nariz, boca e
mandíbula do paciente, mensurar e aplicar o colar cervical e administrar
oxigênio por meio de uma máscara facial com reservatório.

Exame físico localizado e anamnese

É feito _____________ de haver detectado e corrigido qualquer


problema na avaliação inicial é realizado de acordo com a queixa principal do
paciente com o objetivo de descobrir e tratar lesões específicas ou problemas
pela doença do paciente. Utilizando se de uma lanterna avalie o ouvido do
paciente verificando parte externa, interna e região retro auricular em busca de
sangramento, saída de líquido cefalorraquidiano e equimose antes da
aplicação do colar cervical. Inclui obter o histórico do paciente e a avaliação
dos sinais vitais.

Anamnese – tem por finalidade obter o histórico do paciente: O ideal é


obter a informação diretamente do paciente, caso não seja possível, de quem
presenciou a emergência (familiares ou testemunhas).
Para ajudar a seguirmos uma sequência para obter o histórico do
paciente, emprega-se um método mnemônico usando a palavra SAMPLE:

S - Sinais e sintomas

A - Alergias

M - Medicação

P - Pertinente história médica passada

L - Líquidos e última alimentação


E - Eventos relacionados à doença ou trauma

144
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

No caso de dor, utiliza-se palavra ALICIA:


A: Aparição
L: Localização
I: Intensidade
C: Cronologia
I: Incremento (evolução)
A: Alívio

I - Guia para realizar a anamnese

 Como ocorreu?
 Há quanto tempo está sentindo?
 O que ocorreu antes de sentir-se mal?
 Apresenta algum problema médico atual?
 Está tomando medicamentos?
 É alérgico a algo?
 Quando foi a última refeição? etc.

II - Sinais vitais

São quatro: Pulso, Respiração, Temperatura relativa da pele e Pressão


Arterial.

Pulso:
É o reflexo das contrações cardíacas (sístole), pode ser percebida pela
palpação de uma artéria posicionada próxima a pele e sobre uma estrutura
óssea.

145
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Aferição do pulso
Colocar o dedo indicador e médio da mão mais hábil, sobre o lugar onde
passa a artéria, exercendo leve pressão, conte os batimentos cardíacos
(pulsações). Em pacientes com emergências clínicas aferir o pulso durante um
minuto completo e nos casos de trauma aferir o pulso durante 30 segundos e
multiplicá-lo por dois.

Valores Normais da Pulso


ADULTO 60 a 100 BATIMENTOS POR MINUTO (BPM)
CRIANÇA 70 a 110 BATIMENTOS POR MINUTO (BPM)
LACTENTE 120 a 160 BATIMENTOS POR MINUTO (BPM)

Respiração
Absorção do oxigênio e exalação do gás carbônico.
Na respiração deve-se observar a inspiração e a expiração do paciente
(ventilação). Recomenda-se avaliar as respirações como se estivesse aferindo
o pulso. Em pacientes com emergências clínicas verificar as ventilações
durante um minuto, e nos casos de trauma verificar durante 30 segundos e
multiplicar por dois.

Valores Normais do Respiração


ADULTO 12 a 20 RESPIRAÇÕES POR MINUTO (RPM)
CRIANÇA 20 a 30 RESPIRAÇÕES POR MINUTO (RPM)
LACTENTE 30 a 50 RESPIRAÇÕES POR MINUTO (RPM)

Pressão arterial
É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as
paredes internas das artérias. A pressão é verificada em dois níveis, a PA
sistólica e a diastólica.
A sistólica é a pressão máxima em que a artéria está sujeita durante a
contração do coração (sístole), a diastólica é a pressão remanescente no
interior do sistema arterial quando o coração fica relaxado (diástole).

146
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Aferição da pressão arterial

1. Colocar o estetoscópio em volta do pescoço, posicionar o paciente


sentado ou deitado e remover as vestes do braço que for utilizar para aferir a
PA. Posicionar o braço do paciente para que fique no mesmo nível do coração.
2. Escolher um manguito de tamanho adequado e envolvê-lo na parte
superior do braço do paciente, dois e meio centímetros acima da prega do
cotovelo. O centro do manguito deve ser colocado sobre a artéria braquial.
3. Usando seu dedo indicador e dedo médio, apalpar a artéria braquial
acima da prega do cotovelo a fim de determinar o local para posicionar o
diafragma do estetoscópio.
4. Colocar a extremidade final do estetoscópio (olivas) em seus ouvidos e
posicionar o diafragma do estetoscópio sobre o pulso da artéria braquial.
5. Fechar a válvula e inflar o manguito. Enquanto isto, aferir o pulso radial
com os dedos indicador e médio. Continuar inflando o manguito até 30 mmHg,
além do ponto onde o pulso radial se tornou imperceptível.
6. Abrir lentamente a válvula para que a pressão do aparelho seja liberada.
A pressão deverá cair numa velocidade de três a cinco mmHg por segundo.
7. Escutar atenciosamente e anotar o valor indicado no manômetro, no
momento do primeiro som (esta é a PA sistólica).
8. Deixar que o manguito continue esvaziando. Escutar e anotar o
momento do desaparecimento do som (esta é a PA diastólica). Retirar todo ar
do manguito (recomendamos manter o esfigmomamômetro no mesmo lugar
para facilitar uma nova aferição).
9. Registrar o horário, a extremidade utilizada para realizar a aferição, a
posição do paciente (deitado ou sentado) e a PA observada.

SISTOLICA 140 a 90 mmhg


ADULTO DIASTÓLICA 90 a 60 mmhg
SISTOLICA110 a 90 mmhg
CRIANÇA DIASTÓLICA 74 a 54 mmhg
SISTOLICA 90 a 70 mmhg
LACTENTE DIASTÓLICA 70 a 50 mmhg

147
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Temperatura:

É a diferença entre o calor produzido e o calor perdido pelo corpo


humano.

Valor normal : 36,0 °C á 37,2°C com variações 0,3° ás 0,6° da média.


É recomendável o uso de um termômetro tipo fita, lembrando que ele
deve ser limpo antes e depois do uso. Na ausência da fita, estima-se a
temperatura aplicando o dorso da mão sobre a pele do paciente.
Com relação à coloração, a pele poderá estar:
- pálida,
- ruborizada
- cianótica.
Observação: nas pessoas negras, a cianose poderá ser notada nos
lábios, ao redor da fossas nasais e nas unhas.

Exame físico detalhado

É o exame realizado da cabeça aos pés, deve ser realizado em cerca de


2 a 3 minutos. Em pacientes que sofreram pequenos acidentes não há
necessidade de se fazer um exame completo. Nos pacientes que sofreram
lesões graves deve-se priorizar o exame primário e transporte com mais
detalhe conforme o tempo permitir. Sempre que possível, o exame será feito
durante o transporte do paciente ao hospital. Devendo-se procurar: Ferimentos,
Deformações, Dor e Sangramentos. Durante o exame deve-se: Observar
(aspecto, coloração, movimentos, etc.), Comparar (simetria), Palpar (com
ambas as mãos e com firmeza), Identificar ruídos e odores incomuns. Não
realizar palpação em lesões evidentes.

Ao realizar o exame físico detalhado o socorrista deverá:


1. Verificar a cabeça (couro cabeludo) e a testa;
2. Verificar a face do paciente. Inspecionar os olhos e pálpebras,
3. Inspecionar os ombros bilateralmente (clavícula e escápula);
4. Inspecionar esterno e a região anterior e lateral do tórax;
5. Inspecionar os quatro quadrantes abdominais separadamente;
6. Avaliar a simetria e dor na região pélvica comprimindo-a levemente para
dentro;
7. Avaliar a região genital;
8. Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a
presença de pulso distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a
sensibilidade;
9. Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a
presença de pulso distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a
sensibilidade; 10. Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região
dorsal.

148
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Avaliação continuada

Ao realizar a avaliação continuada, no deslocamento ao hospital ou com


o paciente na cena dentro da ambulância, repita a avaliação inicial, reavalie os
sinais vitais e verifique qualquer tratamento dado para assegurar-se que segue
sendo efetivo. Lembre-se que o paciente pode melhorar piorar ou seguir
estável.

A avaliação deve ser realizada conforme escala CPE.


 Crítico – reavaliar conforme protocolo local. (Após manobras de RCP e
para outros casos a cada 5 min.)
 Potencialmente instável – reavaliar a cada 15 minutos.
 Estável – reavaliar a cada 15 minutos.
Lembre a importância de registrar todas as informações obtidas.

OBSERVAÇÕES:
Comunicações
O socorrista terá de prestar todas as informações pertinentes ao médico
do hospital ao entregar o paciente, assim como ir informando à sua Central de
comunicações, de acordo com o protocolo local.
Documentação
Preencher os relatórios requeridos nos formulários adequados.
AVALIAÇÃO GERAL DO PACIENTE LISTA DE CHECAGEM

149
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Nome:______________________________________Data:___/_______201_
GUIA DE EXECUÇÃO OBSERVAÇÕES
Avaliação da Cena
• Segurança da cena
• EPI’s
• Recurso Adicional
Avaliação Inicial
• Impressão Geral (Trauma ou Emergência Clínica)
• Nível de consciência (AVDI) (LOTEP)
• A: Abrir as vias aéreas sem comprometer a região cervical
• B: Avaliar a respiração (SÓ NO VISUAL)
• C: Avaliar a circulação (presença de pulso carotídeo) e Controle de
Hemorragias
• Decidir pelo Transporte (CPE)
• Aplicar adequadamente o colar cervical com inspeção e mensuração
• Administrar oxigênio suplementar com inspeção da face
Exame Localizado e Anamnese
TRAUMA CLÍNICO
• Exame Localizado • Anamnese (Entrevista)
• Sinais Vitais • Exame Localizado
• Anamnese (Entrevista) • Sinais Vitais
Exame Físico Detalhado
• Inspecionar e apalpar a cabeça (fronte, crânio, orelhas e olhos)
• Inspecionar e apalpar os ombros, clavículas
• Inspecionar e apalpar o tórax
• Inspecionar e apalpar o abdômen em 4 quadrantes
• Inspecionar e apalpar a região pélvica e genitália
• Inspecionar e apalpar os membros inferiores (avaliar: PPSM)
• Inspecionar e apalpar os membros superiores (avaliar: PPSM)
Estabilização e Transporte
• Realizar adequadamente o rolamento, avaliando região dorsal
• Fixar o paciente na prancha com tirantes e estabilizadores
• Realizar a elevação da prancha na técnica com 4 socorristas

Avaliação Continuada
• Reavaliar pacientes Críticos de PCR e PR a cada 2 minutos (ciclo)
• Demais pacientes Críticos a cada 5 minutos
• Reavaliar pacientes Potencialmente instáveis e Estáveis a cada 15 minutos
TENTATIVAS APTO
1 2 3 SIM NÃO

__________________ ________________
Assinatura do Avaliado Assinatura do Avaliador

150
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SUPORTE BÁSICO DE VIDA

Objetivos:

Ao final desta lição o aluno deverá ser capaz de:

1. Definir parada respiratória e cardiorrespiratória;


2. Nomear as técnicas de ventilação de resgate.
3. Conhecer os passos de uma RCP;
4. Executar as manobras de RCP em adultos, crianças e lactentes;
5. Utilizar os equipamentos e acessórios utilizados na reanimação
cardiopulmonar;
6. Citar as principais causas de obstrução das vias aéreas;
7. Descrever os passos da desobstrução das vias aéreas em adulto,
criança e lactente.

151
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

SUPORTE BÁSICO DE VIDA


O Suporte Básico de Vida (SBV) é uma sequência de ações que tem por
finalidade restabelecer as funções do sistema respiratório e/ou circulatório.
Essas ações, realizadas durante os primeiros minutos de uma
emergência, são cruciais para a sobrevivência do paciente, sendo elas as
seguintes:
- Reconhecimento rápido do infarto de miocárdio e do acidente vascular
cerebral e medidas para prevenir ou corrigir a parada respiratória e/ou
circulatória.
- Ação rápida diante de qualquer vítima que perde a consciência subitamente.
- Desfibrilação de fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular com
um DEA.
- Reconhecimento e tratamento de obstrução das vias aéreas por corpos
estranhos (OVACE).
Observação: a sequência de SBV inclui, ao CAB da vida, o "D" de
desfibrilação.

CAB

1. Avaliação da capacidade de resposta da vítima (AVDI) e pedido de ajuda


(acionar equipe de socorro);
2. Manutenção das condições circulatórias – ênfase nas compressões –
AHA 2015 (C);
3. Reconhecimento rápido de alterações nas vias aéreas e o seu
tratamento (A);
4. Tratamento das condições respiratórias inadequadas (B);
5. Acesso precoce ao DEA;

Em SBV considerar:
 Recém-nascido/neonato: do nascimento até 28 dias de vida;
 Lactente: de 28 dias até 1 ano de idade;
 Criança: a partir de 1 ano a 8 anos de idade;
 Adulto: a partir da puberdade.

152
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Avaliando a capacidade de resposta do paciente (AVDI)


A está Alerta?
V responde ao estímulo Verbal?
D reage ao estímulo de Dor?
I/N Inconsciente, Não responde ou não reage?

Uma vez verificada a inconsciência da vítima através da técnica do


AVDI, observa-se a respiração; se está normal, anormal ou ausente. Nos casos
em que a vítima esteja inconsciente, porém respirando normalmente e
apresentando pulso carotídeo palpável, os procedimentos realizados serão os
mesmos observados na Avaliação do paciente, e o transporte deverá ser feito
em até 5 minutos, conforme a escala CPE (estes procedimentos são
abordados na Avaliação do paciente).

Se o socorrista verificar que a vítima não responde e não estiver


respirando ou apresentar respiração anormal (GASPING agônico), deve-se
verificar o pulso.
OBS: o tempo máximo para verificação de pulso aqui é de 10 seg.
Na ausência de pulso iniciar a RCP.
Caso a vítima ainda apresente pulso carotídeo palpável, o procedimento
a ser realizado será o de reanimação pulmonar, sem a necessidade de se
executar compressões torácicas.

PARADA RESPIRATÓRIA
Supressão súbita dos movimentos respiratórios que poderá ser
acompanhada de parada cardíaca.
Paciente irresponsivo ao estímulo, com respiração agônica ou ausente,
com pulso central palpável.
O fluxo sanguíneo cerebral inadequado, choque ou parada cardíaca
pode afetar gravemente o centro respiratório. a respiração detém-se poucos
segundos após o coração deixar de bater.
Nesses casos, a vítima pode apresentar uma parada respiratória
completa ou realizar esforços respiratórios ineficazes (respirações"agônicas").

CAUSAS:
 Hemorragia
 Estado de choque
 Uso de drogas
 Choques elétricos
 Ovace

SINAIS E SINTOMAS
 Inconsciência
 Cianose
 Ausência de movimentos respiratórios ou gasping
 Hipóxia e anóxia

153
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

TRATAMENTO
REANIMAÇÃO PULMONAR (VENTILAÇÃO ARTIFICIAL)
A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para
restabelecer, artificialmente, a função normal dos pulmões.
O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. dos 21% inalados, uns 5% são
utilizados pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade
suficiente para suprir as necessidades da pessoa na vida diária.

CONDUTA
 Checar responsividade
 Se não responsivo e respiração ausente ou gasping
 Acionar sem (DEA)
 Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e
seca
 Solicitar ajuda (DEA)

ABORDAGEM ESPECIFICA:
Deverá ser realizada uma ventilação artificial:
Adulto: Uma ventilação a cada 5 ou 6 segundos (10 a 12 ventilações de
resgate por minuto).
Criança e Lactente: Uma ventilação a cada 3 ou 5 segundos (12 a 20
ventilações de resgate por minuto).
Este procedimento deve ser realizado por 2 minutos contínuos, ou seja,
de 24 a 40 ventilações antes de se reavaliar a vítima.

No caso da vítima, além de não apresentar respiração (ou caso não seja
está adequada - Gasping), também não apresentar pulso carotídeo palpável,
configura-se uma situação de Parada Cardiorrespiratória.

As diretrizes da AHA em 2015, preconizam a realização de 30


compressões torácicas por 2 ventilações de resgate.

 OBS: GASPING é um termo utilizado em SBV para denominar


respirações não eficazes ou eficientes. São tentativas de inspiração e/ou
expiração realizadas pela vítima, que não correspondem a ventilações
adequadas, não proporcionam oxigenação apropriada.

154
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Abertura de vias aéreas


Se as vias aéreas estiverem comprometidas, terão que ser abertas
usando técnicas manuais:

Para vítimas de trauma:


 Empurre mandibular

Para pacientes em casos clínicos:


 Inclinação da cabeça com elevação do queixo (clínico).

Uma vez permeabilizadas as vias aéreas, temos condições de ventilar o


paciente.

Técnicas de ventilação de resgate


As técnicas a utilizar são:
 Boca a boca;
 Boca a boca e nariz;
 Boca a máscara RCP;
 Bolsa de Ventilação Manual (BVM).

Técnica de ventilação boca a boca


1. Abrir a via aérea com o método correspondente ao tipo de emergência –
trauma ou clínico, e pinçar as narinas do paciente com a mão que segura a
cabeça.
2. Inspirar normalmente.
3. Cobrir com a própria boca a boca do paciente e assoprar o ar inalado,
atentando para a correta vedação dos lábios da vítima pelos lábios do
socorrista, a fim de que não escape o ar.
4. Permitir que o ar do paciente saia de seus pulmões. Caso a respiração
espontânea não se inicie, deve-se continuar ventilando, observando os
movimentos do tórax do paciente, verificando a saída do ar.

155
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Técnica de ventilação boca a boca e nariz


1. Utilizada em lactentes e crianças.
2. A frequência ideal para crianças e lactentes é uma ventilação a cada 3
ou 5 segundos.
3. Nesta técnica deve-se cumprir com os mesmos passos da técnica de
ventilação boca a boca. No caso de crianças e lactentes a boca do socorrista
deve envolver boca e nariz da vítima, para que seja possível uma melhor
vedação, evitando que o ar escape.

Técnica de ventilação boca - máscara para a RCP


1. Abrir a via aérea com o método correspondente ao tipo de emergência –
trauma ou clínico, colocar a ápice da máscara sobre o nariz e a base entre o
queixo e o lábio inferior do paciente e segurá-la firmemente, vedando bem a
fim de que não escape o ar.
2. Inspirar normalmente e ventilar por um segundo pela abertura do tubo
dentro da via aérea do paciente até ver que o peito deste se eleve.
3. Permitir que o ar do paciente saia de seus pulmões. Caso a respiração
espontânea não se inicie, deve-se continuar ventilando, observando os
movimentos do tórax do paciente, verificando a saída do ar.

Técnica de ventilação com o uso de bolsa de ventilação manual (BVM)


Esta técnica é realizada utilizando-se a Bolsa de Ventilação Manual
(BVM) sobre o nariz e boca do paciente na intenção de vedá-los enquanto se
oferta o Oxigênio. Pode ser realizada por um, ou dois socorristas. Para dominar
esta técnica é necessária a prática.
1. Posicione o paciente corretamente (decúbito dorsal);
2. Posicione-se próximo à cabeça do paciente;
3. Coloque a máscara do reanimador sobre a face do paciente, com a base
entre a protuberância do queixo e o lábio inferior e o ápice voltado para o nariz;
4. Faça a vedação com o polegar mantido na porção superior da máscara
e o indicador na porção inferior, comprimindo-a de maneira firme para se obter
boa vedação em toda sua borda (pegada em “C”),
5. Coloque os demais dedos ao longo da mandíbula inclinando a cabeça
do paciente (adulto), a fim de manter as vias aéreas abertas. Em lactente, deve
se utilizar apenas o dedo médio sobre a mandíbula, mantendo a cabeça em
posição neutra;
6. Comprima, com a outra mão, a bolsa principal do reanimador de forma
ritmada, uma vez a cada 5 -6 segundos (10 a 12 ventilações de resgate por
minuto) no socorro de adultos; e uma ventilação a cada 3 ou 5 segundos (12 a
20 ventilações de resgate por minuto) no socorro de lactentes e crianças;
7. Observe, durante cada ventilação, a expansão torácica. Caso esteja
ausente ou insuficiente, reavalie todos os procedimentos adotados;
8. Após 2 minutos de reanimação, avalie o pulso. Caso o pulso esteja
ausente, inicie a RCP.

156
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Quando qualquer uma das técnicas de ventilação for realizada e o objetivo não
for alcançado, não ocorrendo a ventilação do paciente, verifique a possibilidade
da ocorrência de uma OVACE (Obstrução das Vias Aéreas por Corpo
Estranho), cuja técnica de atendimento será explicada adiante.

Riscos e complicações da ventilação de resgate

 Infecções:
 Lesões e intoxicações:
 Lesões da coluna cervical:
 Distensão gástrica:

As infecções respiratórias e certas condições crônicas (asma, por


exemplo) podem causar inflamação dos tecidos ou espasmo muscular que
pode obstruir a via aérea.

PARADA CARDÍACA

É o cessar da atividade mecânica do coração. É um diagnóstico clínico


confirmado pela falta de resposta a estímulos, ausência de pulso detectável e
apnéia (ou respirações agônicas).

CAUSAS:
 Choque circulatório
 Choque séptico
 Traumas
 Doenças cardiovasculares
 Afogamentos

SINAIS E SINTOMAS:
 Inconciência
 Ausência de pulsação e de movimentos respiratórios (carotídeo/braquial)
 Dilatação das pupilas (midriase)
 Palidez
 Cianose

OBS: NOS POUCOS SEGUNDOS DE CONSCIÊNCIA, O PACIENTE


SENTIRÁ DORES NO PEITO, FALTA DE AR, PALPITAÇÃO, SUORES
FRIOS, TONTEIRA, VISÃOTURVA, ETC.

157
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

TRATAMENTO:
CADEIA DE SOBREVIVENCIA 2015 AHA

Se o paciente estiver em parada cardíaca, você deverá:


01- Encontrar o ponto de compressões da RCP

Localização para compressões torácicas

Adulto: Centro do peito, entre os mamilos


Criança: Mesmo modo do adulto.
Lactente: Imediatamente abaixo da linha dos mamilos.

02- Posicionar corretamente suas mãos para realizar as compressões:


 Adulto: posicione a base de uma das mãos no ponto de compressão da
RCP (centro do peito entre os mamilos). A outra mão deverá sobrepor a
primeira, de modo que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a
outra e seus dedos não devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem
ficar estendidos ou entrelaçados.

158
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

 Criança: faça as compressões com a base de uma das mãos,


posicionada sobre o ponto de compressão da RCP (centro do peito entre os
mamilos).

 Lactente: faça as compressões com a ponta de dois dedos,


posicionados sobre o ponto de compressão da RCP (imediatamente abaixo da
linha dos mamilos).

03- Promover as compressões torácicas externas:

Diretrizes da AHA 2015 para a RCP

Velocidade das compressões torácicas – Mínimo 100 / 120 Maximo.;


A RCP com compressões e ventilações permanece o método ideal
de manutenção do fluxo sanguíneo até a chegada do socorro
especializado;

Profundidade da compressão

 ADULTO: Mínimo 2 polegadas (5cm), máximo (6 cm) não exceder.


 CRIANÇA: Mínimo 1/3 diametro tórax cerca 2 polegadas (5cm).
 LACTENTE: Mínimo 1/3 diametro do tórax equivale 1,5 polegadas(4cm).

159
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

COMPRESSÕES EFETIVAS

Repetições:
 No adulto, 1 ou 2 socorristas - 30X2;
 Na criança e lactente, 1 socorrista - 30X2;
 Na criança e lactente, 2 socorristas profissionais de saúde - 15X2.
 Permitir retorno total do tórax entre as compressões;
 Alternar os socorristas que aplicam as compressões a cada 2
minutos;
 Minimizar interrupções nas compressões torácicas;
 Tentar limitar as interrupções a menos de 10 segundos;
 Aplicar e usar o DEA/DAE assim que ele estiver disponível. Minimizar as
interrupções nas compressões torácicas antes e após o choque;
 Reiniciar a RCP começando pelas compressões imediatamente após
cada choque.
As compressões torácicas eficazes são essenciais para promover o fluxo
sanguíneo. O socorrista deve fazer compressões rápidas e forçadas, na
frequência de 100 por minuto, permitindo que o toráx retorne após cada
compressão. a compressão deverá ser realizada com uma pressão suficiente
para gerar pulso.

OBSERVAÇÃO:

Iniciando e terminando a técnica de RCP

 A RCP SÓ PÁRA QUANDO:


 Sucesso nas manobras (responsividade)
 Chegar o sem
 SocorrIsta estiver completamente esgotado
 A RCP NÃO É REALIZADA QUANDO:
 Carbonização
 Decaptação
 Evidente estado de decomposição (rigor mortis, livor mortis)
 Esmagamento extenso

160
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE)


A obstrução das vias aéreas classifica-se em sinais de obstrução leve e
obstrução grave. A obstrução grave é uma emergência que causará a morte
em minutos, se não for tratada. Uma vítima inconsciente pode desenvolver uma
obstrução das vias aéreas por causas intrínsecas (língua), que é o motivo mais
frequente de obstrução das vias aéreas superiores na vítima inconsciente, ou
extrínsecas (corpos estranhos).

(OVACE) causas de obstrução das vias aéreas superiores:


 Obstrução pela língua;
 Obstrução pela epiglote;
 Obstrução por corpos estranhos;
 Obstrução por danos ao tecido;
 Obstrução por enfermidade.

Tipos de obstrução (Parcial ou total):


A obstrução pode ser PARCIAL quando a passagem de ar está
diminuída; ou TOTAL, quando não há passagem de ar.

Reconhecendo uma OVACE


Quando não há passagem de ar, o paciente é incapaz de falar ou
respirar, o paciente apresentará sinais de angústia, agarrando o pescoço. Não
há sons respiratórios, mostrará um esforço para respirar, podendo, a depender
do tempo transcorrido desde o início da obstrução, apresentar coloração
azulada da pele (cianose) e ansiedade.

Técnica – paciente adulto


Obstrução grave em paciente responsivo - executar a manobra de
heimlich:

Esta manobra foi descrita pela primeira vez pelo médico henry
heimlich em 1974 que induz uma tosse artificial, que vai expelir o objeto
da traqueia da vítima.

Técnica
 Posicionar-se por trás do paciente, com seus braços à altura da crista
ilíaca;
 Posicionar uma das mãos fechada, com a face do polegar encostada na
parede abdominal, entre apêndice xifóide e a cicatriz umbilical;
 Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprimir o abdome em
movimentos rápidos, direcionados para dentro e pra cima (em j);
 Repetir a manobra até a desobstrução ou o paciente tornar-se não
responsivo.
 Obs: em pacientes obesas e gestantes no último trimestre, realize as
compressões sobre o esterno (linha intermamilar) e não sobre o abdome.

161
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Obstrução grave em paciente irresponsivo:

 Posicionar o paciente em decúbito dorsal em uma superfície rígida;


 Diante de irresponsividade e ausência de respiração com pulso,
executar compressões torácicas com objetivo de remoção do corpo estranho;
 Abrir vias aéreas, visualizar a cavidade oral e remover o corpo estranho,
se visível e alcançável (com dedos ou pinça);
 Se nada encontrado, realizar 1 insuflação e se o ar não passar ou o
tórax não expandir, reposicionar a cabeça e insuflar novamente; e
 Considerar o transporte imediato mantendo as manobras básicas de
desobstrução.

Técnica – paciente criança


Serão adotados os mesmos passos para o atendimento de um paciente
adulto, observando-se os seguintes itens:
1. Posicionar-se de forma que possa envolva a cintura do paciente com
seus braços, a posição comumente é usada com um joelho apoiado;
2. As manobras deverão ser realizadas com menos vigor que no adulto,
considere a estrutura anatômica da criança.

Técnica – paciente lactente


 Inspecionar cavidade oral, se visível e alcançável retirar o objeto com o
dedo mínimo;
 Caso contrário, realizar 5 golpes (tapas) no dorso (entre as escápulas)
tapas moderados, e cinco compressões torácicas, 1 cm abaixo da linha inter
mamilar;
 Continuar o procedimento até a saída do objeto ou até a inconsciência.

Obstrução grave em paciente irresponsivo:
 Iniciar com 30 compressões torácicas;
 Abrir via aérea com inclinação da cabeça e elevação do mento;
 Observar cavidade oral, retirar o objeto se visível e alcançável com o
dedo mínimo;
 Proceder com 1 ventilação de resgate, observando o tórax, se o tórax
não expandir reposicionar a via aérea, certificar-se de estar empregando a
técnica corretamente, realizar mais uma vez 1 ventilação de resgate com
unidade ventilatória, se mesmo assim o tórax não expandir considerar
obstrução devias aéreas;
 Repetir a sequência até a saída do objeto ou a passagem do ar;
 Após a saída do corpo estranho, continuar a avaliação primária e
oferecer oxigênio suplementar com máscara facial, ou ventilar com dispositivo
bolsa válvula-máscara, caso haja necessidade, de acordo com a avaliação
primária;
OBS: A Varredura digital para limpeza da cavidade oral somente
deverá ser realizada com a observação do objeto e se for possível retirá-
lo.

162
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

HEMORRAGIA E CHOQUE

Objetivos:

Ao final desta lição você deverá ser capaz de:

1. Enumerar 5 sinais ou sintomas indicativos de uma hemorragia;


2. Citar e demonstrar 3 diferentes técnicas para controlar hemorragias
externas;
3. Descrever passo a passo o tratamento merecido por uma vítima de
choque.

163
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Hemorragia
É o extravasamento de sangue dos vasos sanguíneos ou das cavidades
do coração por causas traumáticas ou clínicas.

Classificação clínica

Hemorragia externa: Ocorre devido a ferimentos abertos.

Sinais e sintomas de hemorragias externas


 Agitação;
 Palidez;
 Sudorese;
 Pele fria;
 Pulso acelerado e fraco (acima de 100 bpm);
 Hipotensão;
 Sede;
 Fraqueza;
 Alteração do nível de consciência;
Estado de choque.

Hemorragia interna: Ocorre quando há lesões internas (ferimentos e/ou


fraturas) e o sangue se acumula em cavidades ou nos tecidos do organismo.
Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar choque
e levar a vítima à morte.

Sinais e sintomas de hemorragia interna


São os mesmos encontrados na hemorragia externa, e, ainda:
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________

Classificação anatômica
Arterial: quando o vaso atingido é uma artéria, caracteriza-se por
hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo; a perda de
sangue é rápida e abundante.
Venosa: quando o vaso atingido é uma veia, caracteriza-se por
hemorragia na qual o sangue sai de forma contínua, na cor vermelho escuro,
podendo ser abundante.
Capilar: quando o vaso atingido é um capilar, o sangue escoa
lentamente, normalmente numa cor menos viva que o sangue arterial.

164
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Técnicas utilizadas no controle das hemorragias


1. Pressão direta sobre o ferimento
2. Elevação do membro;
3. Compressão dos pontos arteriais;
Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e
hemorragia em vaso arterial de grande calibre, devemos empregar a
combinação das técnicas de hemostasia.

Tratamento pré-hospitalar:
 Avalie nível de consciência;
 Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
 Monitore a respiração e a circulação;
 Exponha o local do ferimento;
 Efetue hemostasia;
 Afrouxe roupas;
 Aqueça o paciente;
 Não dar nada de comer ou beber;
 Ministre oxigênio suplementar;
 Transporte o paciente imediatamente para o hospital.
O primeiro passo a ser empregado em hemorragias visíveis é o
emprego da técnica de pressão direta.

Estado de choque
É uma reação do organismo a uma condição na qual o sistema
circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do corpo.
Uma das funções do sistema circulatório é distribuir sangue com oxigênio e
nutrientes.
Quando isso, por qualquer motivo, deixa de acontecer e essa condição não for
revertida, ocorre o que denominamos estado de choque.

Tipos de choque:

Choque hipovolêmico: é causado pela redução acentuada do volume


circulante no organismo, devido à perda de sangue (também chamado de
choque hemorrágico), plasma (queimaduras, contusões e lesões traumáticas)
ou líquido (desidratação provocada por vômito ou diarreia).

Choque cardiogênico: é causado pela deficiência do coração em


bombear o sangue em quantidades adequadas para todo o organismo.

Choque distributivo: é causado pela vasodilatação ou vasoconstrição.


A diferença acentuada no calibre dos vasos sanguíneos provoca uma
circulação deficiente. As alterações no calibre dos vasos sanguíneos podem
ser provocadas por problemas no sistema nervoso central, reações alérgicas
em geral e infecções diversas.

165
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sinais e sintomas gerais do choque


________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

Tratamento pré-hospitalar do estado de choque:

 Avalie nível de consciência;


 Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal);
 Abra as VA estabilizando a coluna cervical;
 Avalie a respiração e a circulação;
 Efetue as técnicas de contenção de hemorragia;
 Afrouxe roupas;
 Estabilize a temperatura do paciente (cobrir com manta térmica);
 Não dar nada de comer ou beber;
 Elevar os MMII (caso haja fraturas, elevar após posicioná-la sobre uma
maca rígida, exceto se houver suspeita de TCE).
 Imobilize fraturas;
 Ministre oxigênio suplementar;
 Transporte o paciente imediatamente para o hospital.

166
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

FERIMENTOS

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Descrever a aplicação de curativos e bandagens em ferimentos


simulados;
2. Descrever os procedimentos gerais para tratar ferimentos abertos e
fechados;
3. Descrever o atendimento de feridas no abdômen e na genitália;
4. Descrever o uso apropriado de curativos compressivos e oclusivos nas
seguintes situações simuladas:
• Ferimento em membros;
• Ferimento na cabeça e pescoço;
• Objeto encravado;
• Olho protuso.

167
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES

São lesões traumáticas da pele e/ou tecidos subjacentes, em razão da


força de ação de um agente externo.

Classificação dos ferimentos

Ferimento fechado: A lesão ocorre abaixo da pele, porém não existe perda da
continuidade na superfície, ou seja, a pele continua intacta.

Sinais e sintomas de ferimentos fechados


 Dor ou contração;
 Edema;
 Equimoses;
 Hematomas;
 Respiração rápida e superficial;
 Abdome protegido;
 Abdome sensível ou rígido.

Tratamento de ferimentos fechados


Estes ferimentos podem variar desde lesões abaixo da pele, até lesões
severas em órgãos internos. Basicamente o tratamento pré-hospitalar consiste
em avaliar o acidentado; identificar, tratar a lesão e prevenir o choque.

Cuide de feridas fechadas como se houvesse hemorragia


interna, prevenindo o choque.

Imobilizações de possíveis fraturas, luxações e entorses


associadas auxiliam na hemostasia.

Ferimento aberto: é aquele onde existe uma perda de continuidade da


superfície cutânea. Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes
moles, os mais comuns são:

 Abrasões ou Escoriações;
 Ferimentos Incisos;
 Ferimentos Lacerantes ou Lacerações;
 Ferimentos Perfurantes ou Penetrantes;
 Avulsões;
 Eviscerações.





168


 H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Abrasões ou escoriações (perda da epiderme/arranhões)


É a perda de parte da camada externa da pele, por atrito em uma
superfície áspera. Geralmente causa muita dor e/ou ardência e pode haver
sangramento a partir dos capilares lesados. A contaminação da ferida tende a
ser o mais sério problema encontrado.

Ferimentos incisos
São lesões de bordas regulares produzidas por objetos cortantes, como
lâminas de barbear, facas e vidros quebrados, que podem causar
sangramentos variáveis e danos a tecidos profundos, como tendões, músculos
e nervos.

Lacerações
São lesões de bordas irregulares, produzidas por objetos rombos, onde
o tecido ao longo da extremidade da ferida é rasgado, produzindo
extremidades ásperas.

Ferimentos penetrantes ou perfurantes
São lesões que avançam através da pele e danificam os tecidos em uma
linha transversal. Podem ser provocados por objetos pontiagudos e armas de
fogo. Uma ferida penetrante pode ser perfurante, quando há um ponto de
entrada e outro de saída. Nesses ferimentos considerar lesões em órgãos
internos.

Avulsões
São lesões que envolvem rasgos ou arrancamentos de uma grande
parte da pele.

Evisceração abdominal
Lesão na qual a musculatura do abdômen é rompida em decorrência de
violento impacto ou lesão de objeto penetrante ou cortante, expondo o interior
da região abdominal à contaminação, ou exteriorizando vísceras.

Tratamento de um ferimento aberto


 Proteção individual do socorrista (EPI);
 Expor o local do ferimento (se necessário, corte as vestes);
 Recolocar a pele ainda presa sobre o ferimento, retirando excesso de
sujidades;
 Cobrir o ferimento com um curativo estéril para controlar sangramentos e
prevenir contaminação;
 Mantenha o paciente em repouso e tranquilize-o;
 Tratar o choque.
OBS: Um curativo já colocado, não deve ser removido, mesmo no caso
de não haver ocorrido a hemostasia. A remoção poderá intensificar a
hemorragia.
OBS: NO APH, EM GERAL, não devemos lavar os ferimentos abertos.
169
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Tratamentos específicos de acordo com o local do ferimento.

No couro cabeludo

 Controlar a hemorragia com pressão direta (não puntiforme);


 Suspeitar de lesão adicional na cabeça ou pescoço;
 Não aplicar pressão se existir a possibilidade de fratura no crânio;
 Não lavar.

Ferimentos na face
 Revisar a boca procurando corpos estranhos ou sangue coagulado;
 Manter as vias aéreas permeáveis;
 Se houver objeto penetrante nas bochechas, retirar (empurrando de
dentro para fora) e cobrir com gaze interna e externamente;
 Se necessário, transportar o paciente lateralizado para drenar o sangue
da boca;
 Ter cuidado se houver lesão associada de pescoço. Manter posição
neutra da cabeça.

Ferimentos nos olhos
Não comprimir diretamente sobre os olhos;
 Tampar os dois olhos;
 Cobrir o globo ocular lesado com curativo úmido de compressas de gaze
e esparadrapo;
 Estabilizar objeto encravado e olho protuso.

Hemorragia nasal
 Se houver saída de líquido cefalorraquidiano, não ocluir o nariz;
 Comprimir a base da narina com o dedo contra o maxilar, colocando
uma compressa entre o lábio superior e a gengiva;
 Manter o paciente calmo, sentado e ligeiramente inclinado para frente;
 NÃO ocluir as narinas. Caso haja saída de líquido claro pode indicar
possível fratura do crânio;
 NÃO tentar remover objetos que observe dentro do nariz.

OBS: Em caso sangramento nasal decorrente de crise Hipertensiva, a


contenção não deve ser feita de imediato.

Lesões no ouvido e orelhas


 Não tentar remover objetos cravados;
 Não tamponar a saída de sangue ou líquor;
 Aplicar gaze externamente (frouxa e em grande quantidade) e fixar com
esparadrapo.

170
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Ferimentos no pescoço
 Aplicar pressão direta com a mão para cessar hemorragias;
 Aplicar curativo sem comprimir ambos os lados do pescoço;
 Manter posição neutra da cabeça.

Ferimentos no tórax
Aplicar curativo oclusivo e/ou de três pontos;

Ferimentos abdominais abertos


 Não recolocar nenhum órgão eviscerado para dentro do abdômen;
 Cobrir os órgãos eviscerados com compressas úmidas e envolver com
plástico ou material similar, fixando o curativo;
 Não lavar órgãos eviscerados;
 Estabilize objetos encravados;
 Transporte com as pernas fletidas. Ou posição mais cômoda para o
paciente.

Ferimentos na genitália
 Controlar sangramento com pressão direta;
 Não remover objetos encravados;

FERIMENTOS EM TECIDOS MOLES

171
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

TRAUMA EM OSSOS

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Definir o conceito de fratura, luxação e entorse e enumerar quatro sinais


ou sintomas que identificam tais lesões;
2. Citar duas razões para a imobilização provisória;
3. Descrever os passos para imobilizar fraturas em extremidades
superiores, inferiores e pelve.

Conceituação geral de fratura, luxação e entorse

Fratura
Ruptura total ou parcial de um osso.

Classes de fraturas

 Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades


ósseas;

 Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe


uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele.

172
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sinais e sintomas de fraturas

 Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num


local que não possui articulação;
 Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor;
 Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero,
produzido pelo atrito das extremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal
intencionalmente, porque aumenta a dor e pode provocar lesões;
 Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é
acompanhada de um certo inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e
as hemorragias. A alteração de cor poderá demorar várias horas para
aparecer;
 Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das
extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-
se ou o faz com dificuldade e dor intensa;
 Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos
podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento.

Luxação: É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação


fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si.

Sinais e sintomas da luxação

 Deformidade: mais acentuada na articulação luxada;


 Edema;
 Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação;
 Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos
articulares.

Entorse: É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau


normal de amplitude.

Sinais e sintomas de entorses

 São similares a das fraturas e luxações. Sendo que nas entorses os


ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo
movimento brusco.

Razões para a imobilização provisória

 Evitar a dor;
 Prevenir ou minimizar: lesões futuras de músculos, nervos e vasos
sanguíneos;
 Manter a perfusão no membro;
 Auxiliar a hemostasia.

173
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Tratamento pré-hospitalar (regras gerais de imobilização):

1. Informar o que planeja fazer;


2. Expor o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que
houver suspeita de fratura, entorse ou luxação;
3. Controlar hemorragias e cobrir feridas. Não empurrar fragmentos ósseos
para dentro do ferimento, nem tentar removê-los. Usar curativos estéreis;
4. Observar o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão;
5. Reunir e preparar todo o material de imobilização (usar se possível, talas
acolchoadas);
6. Imobilizar. Usar tensão suave para que o local fraturado possa ser
colocado na tala. Movimentar o mínimo possível. Imobilizar todo o osso
fraturado, uma articulação acima e abaixo. Advertir que em alguns casos, a
extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada;
7. Revisar a presença de pulso e a função nervosa. Assegurar-se que a
imobilização está adequada e não restringe a circulação;
8. Prevenir ou tratar o choque.
Na maioria das vezes, é impossível sabermos sem o uso do raio-X, se o
paciente é verdadeiramente portador de uma fratura, entorse ou luxação.
No entanto, até ser provado o contrário, devemos sempre tratá-lo como se
fosse portador de fratura.

Materiais de imobilização

 Talas rígidas;
 Talas moldáveis;
 Talas infláveis;
 Talas de tração;
 Colares cervicais;
 Colete de imobilização dorsal;
 Macas rígidas;
 Bandagens triangulares;
 Ataduras;

174
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

MANIPULAÇÃO E TRANSPORTE DE ACIDENTADOS

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Enumerar 3 diferentes formas de manipulação de um paciente;


2. Executar corretamente a técnica de imobilização e transporte de um
paciente, utilizando pranchas longas e;
3. Executar corretamente a técnica de retirada de capacete.

Manipulação justificada de um paciente a fim de evitar mal maior.

175
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Técnicas de manipulação

- Rolamento de 90º
- Rolamento de 180º
- Elevação a cavaleiro
- Retirada de capacete

Rolamento de 90º
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este
se encontrar em decúbito dorsal.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar n.º 1 deverá posicionar-se atrás da cabeça do paciente, com


os joelhos apoiados no chão para melhor estabilidade, segurando firmemente
as laterais de sua cabeça, mantendo o alinhamento da coluna vertebral;

2. O auxiliar n.º 2 deverá posicionar a prancha do lado oposto ao


rolamento, junto ao paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do paciente,
do lado que for efetuado o rolamento, acima da cabeça do paciente, e o outro
cruzado ao tórax;

3. O chefe e o auxiliar n.º 2, posicionam-se na altura do tórax e cintura


pélvica, respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente
do lado oposto ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no
ombro e a outra na lateral da cintura pélvica. O auxiliar n.º 2 posiciona uma
mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho;

4. O auxiliar n.º1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o


sinal de positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo
movimentar o paciente em monobloco;

5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis


lesões, após a avaliação e juntamente com o auxiliar n.º 2, posiciona a prancha
o mais próximo possível do paciente;

6. O auxiliar n.º 1, após posicionar corretamente a prancha, efetua


novamente a contagem para execução do posicionamento do paciente sobre a
mesma, observando a necessidade de reposicionamento do paciente;

7. O chefe e o auxiliar n.º 2 efetuam a fixação da cabeça do paciente, a fim


de evitar movimentos laterais, com o uso de apoiadores. Após a fixação da
cabeça, o paciente é fixado à prancha com o uso de 3 tirantes ao longo do
corpo.

176
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Rolamento de 180º

Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando este


encontrar-se em decúbito ventral.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar n.º 1 deverá posicionar-se atrás da cabeça do paciente, com


um dos joelhos apoiados no chão no mesmo alinhamento da coluna vertebral
do paciente para melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua
cabeça, indicando o lado apropriado para o rolamento (para onde a nuca
estiver apontando ou lado menos lesionado), mantendo o alinhamento da
coluna vertebral;

2. O auxiliar n.º 2 deverá posicionar a prancha do mesmo lado do


rolamento, próxima ao paciente, enquanto o chefe posiciona o braço do
paciente, do lado que for efetuado o rolamento, acima da cabeça do paciente, e
o outro ao longo do corpo;

3. O chefe e o auxiliar n.º 2, posicionam-se na altura do tórax e cintura


pélvica, respectivamente, apoiando suas mãos ao longo do corpo do paciente
do lado oposto ao que estão posicionados. O chefe posiciona uma mão no
ombro e a outra na lateral da cintura pélvica. O auxiliar n.º 2 posiciona uma
mão na coxa e a outra logo abaixo do joelho;

4. O auxiliar n.º 1 pergunta aos demais se estão prontos, após receber o


sinal de positivo (OK), efetua a contagem para execução do rolamento devendo
movimentar o paciente em monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a
contagem para a finalização do rolamento sobre a prancha, observando a
necessidade de reposicionamento do paciente;

5. O chefe e o auxiliar n.º 2 efetuam a colocação do colar cervical


adequado, em seguida, efetuam também a fixação da cabeça do paciente, a
fim de evitar movimentos laterais, com o uso de apoiadores, fixando-o à
prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo.

177
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Elevação a cavaleiro
Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha, quando
houver impossibilidade de executar rolamento.

 Durante a sua execução, o socorrista deverá agir cautelosamente


para não produzir novas lesões ou agravar as já existentes.

Técnica para sua execução

1. O chefe e os auxiliares n.º 1 e 2, posicionam-se ao longo do corpo do


paciente, de forma que o mesmo fique entre suas pernas (posição a cavaleiro);
2. O chefe ficará na altura da cintura escapular e posicionará as mãos de
ambos os lados do ombro do paciente, mantendo os polegares apoiados na
região occipital e os demais dedos na altura dos músculos trapézio;
3. O auxiliar n.º 1 ficará na altura da cintura pélvica do paciente e
posicionará as mãos de ambos os lados segurando firmemente a pelve do
paciente;
4. O auxiliar n.º 2 ficará na altura das pernas do paciente, abaixo dos
joelhos, e posicionará as mãos nas panturrilhas, segurando firmemente;
5. O auxiliar n.º 3 posicionará a prancha próxima ao paciente,
preferencialmente na altura da cabeça do mesmo;
6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos, após receber o sinal de
positivo (OK), efetua a contagem para execução da elevação, devendo
movimentar o paciente em monobloco;
7. O auxiliar n.º 3, uma vez elevado o paciente, deverá posicionar
adequadamente a prancha rente ao solo no sentido crânio-caudal;
8. O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetuará nova
contagem para posicionar o paciente em monobloco sobre a mesma;
9. O auxiliar n.º 3 irá estabilizar a cabeça do paciente, liberando o chefe
para que este, juntamente com o auxiliar n.º 1, efetuem a fixação da cabeça do
paciente, a fim de evitar movimentos laterais, com o uso de apoiadores,
fixando-o à prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo.

178
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Retirada de capacete
Técnica empregada para retirada de capacete, a fim de facilitar a
avaliação e tratamento de possíveis lesões que o paciente possa apresentar.

Técnica para sua execução

1. O auxiliar n.º 1 estabilizará a cabeça do paciente, apoiando


simultaneamente o capacete e a mandíbula, tencionando-a levemente para
posicioná-la anatomicamente;
2. O chefe irá liberar as jugulares do capacete, e em seguida apoiará com
uma das mãos a nuca do paciente, abrangendo a maior superfície possível,
atentando para o apoio do antebraço ao solo; com a outra mão apoiará a
mandíbula do paciente, a fim de estabilizar a coluna cervical;
3. O auxiliar n.º 1, após o sinal de OK do chefe, procederá a retirada do
capacete, liberando primeiramente a região occipital do paciente, e
posteriormente a face; após a completa retirada, estabilizará a cabeça do
paciente apoiando-a ao solo.

179
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Técnicas de transporte

Arrastamento com cobertor:


Técnica pela qual a vítima é removida por 1 socorrista. O cobertor deve
ser arrumado de forma a proteger e suportar a cabeça e o pescoço da vítima;

Arrastamento pelas roupas:


Uma pessoa é suficiente para arrastar a vítima. Usado quando não há
cobertor disponível ou em acidentes no meio de vias com trânsito fluindo;

Arrastamento de bombeiro:
Essa técnica possui a desvantagem de não oferecer suporte para a
cabeça e pescoço; porém, se não houver outro método disponível, permite que
uma só pessoa remova a vítima. Muito usado em ambientes com fumaça;

Transporte pelos membros:


Dois socorristas transportam a vítima, segurando-a pelos braços e
pernas;

Transporte com cadeira:


A vítima é posicionada deitada e debaixo dela, dois socorristas colocam
uma cadeira. O transporte é feito com os socorristas posicionados lateralmente
e a vítima na posição sentada. Muito usado na remoção de vítimas do interior
de edifícios;

Levantamento com 4 socorristas:


Levantamento da vítima direto do solo, sem lesão na coluna. Com o
Posicionamento de 4 socorristas em fila no lado da vítima;

Remoção emergencial:
Usada nas situações de risco iminente. Um socorrista remove a vítima
utilizando o método da “Chave de Rauteck”.

Técnica de instalação de colar cervical (paciente deitado):


- Socorrista n.º 1 (líder) posiciona-se atrás da cabeça do paciente, (com
ambos os joelhos apoiados no chão), mantendo distância de 1 palmo. Com
ambas as mãos protegidas por luvas, seguram lateralmente a cabeça do
paciente, imobilizando-a e mantendo-a alinhada com a coluna;
- 2º socorrista posiciona-se ao lado do paciente e mensura o tamanho
adequado do colar cervical (a lateral do colar dever ter a medida compreendida
entre o final da orelha e o músculo trapézio). Se possível, use a régua de cores
para facilitar a medição;
- Remova colares e brincos do paciente;
- Posicione o colar aberto por detrás da nuca, apoie à frente do colar
abaixo da mandíbula do paciente, ajuste-o firmemente sem movimentar a
cabeça e feche o velcro de fixação do colar;

180
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

QUEIMADURAS

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Classificar as queimaduras de acordo com sua profundidade e extensão;


2. Explicar a regra dos nove para determinar a porcentagem da superfície
corporal queimada;
3. Descrever o tratamento pré-hospitalar para uma vítima com queimadura
térmica, química ou elétrica;

181
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Queimaduras

Queimadura é uma lesão produzida nos tecidos de revestimento do


organismo e causada por agentes térmicos, produtos químicos, eletricidade,
radiação, etc.
As queimaduras podem lesar a pele, os músculos, os vasos sanguíneos, os
nervos e os ossos.

Causas

 Térmicas – por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes) e por frio
(objetos congelados, gelo).
 Químicas – inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e
álcalis.
 Elétricas – materiais energizados e descargas atmosféricas.
 Substâncias radioativas – materiais radioativos e raios ultravioletas
(incluindo a luz solar), etc.

Classificação, sinais e sintomas

De acordo com sua profundidade, as queimaduras classificam-se em


graus, de primeiro a terceiro.

 Queimadura de 1º Grau – Atinge somente a epiderme (camada mais


superficial da pele). Caracteriza-se por dor local e vermelhidão da área
atingida.
 Queimadura de 2º Grau – Atinge a epiderme e a derme. Caracteriza-se
por muita dor, vermelhidão e formação de bolhas.
 Queimadura de 3º Grau – Atinge todas as camadas (tecidos) de
revestimento do corpo, incluindo o tecido gorduroso, os músculos, vasos e
nervos, podendo chegar até os ossos. É a mais grave quanto à profundidade
da lesão. Caracteriza-se por pouca dor, devido à destruição das terminações
nervosas da sensibilidade, pele seca, dura e escurecida ou esbranquiçada.

 Em uma queimadura de 3º grau a vítima geralmente queixa-se de dor nas


bordas da lesão, onde a queimadura é de 2º ou 1º grau.

182
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

De acordo com sua extensão

De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens


através da regra dos nove que permitem estimar a superfície corporal total
queimada (SCTQ). Neste caso, analisamos somente o percentual da área
corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus).
A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas
equivalem a 9% cada uma, e a última (região genital) equivalem a 1%,
conforme segue:

REGIÃO CORPORAL ADULTO CRIANÇA / LACTENTE


CABEÇA, PESCOÇO 9% 18%
MMSS 9% CADA 9% CADA
TRONCO ANTERIOR 18% 18%
TRONCO POSTERIOR 18% 18%
MMII 18% CADA 14% CADA
GENITAL 1% INCLUIDO NOS MMII
TOTAL 100% 100%

183
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Gravidade das queimaduras

A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes


aspectos:

 Grau da queimadura;
 Percentagem da SCTQ;
 Localização da queimadura;
 Complicações que a acompanham;
 Idade da vítima;
 Enfermidades anteriores da vítima.

Queimaduras menores

São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo,


sem comprometimento de áreas críticas como; o sistema respiratório, a face,
as mãos e pés, os genitais e as nádegas.

Queimaduras maiores

Qualquer queimadura que envolva toda a área corporal ou áreas críticas.

Exemplos:

 Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório


ou por outras lesões do tipo fraturas.
 Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais
ou nádegas.
 Queimaduras que atinjam todo o corpo.

Tratamento pré-hospitalar para cada caso

Queimaduras menores (por causas térmicas ou radiação)

 Expor o local da lesão e resfriar a área queimada com água


fria ou usar água corrente por vários minutos para resfriar o local. O
melhor é submergir a área queimada;
 Cobrir o ferimento com um curativo úmido solto (estéril);
 Retirar anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos, etc;
 Conduzir a vítima e transmitir calma.

184
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Queimaduras maiores (causas térmicas ou por irradiação)

 Inicialmente deter o processo da lesão (se for fogo na roupa, usar a


técnica do PARE, DEITE e ROLE);
 Avaliar a vítima e manter as VA permeáveis, observando a frequência e
qualidade da respiração;
 Não se deve retirar os tecidos aderidos à pele, deve-se apenas recortar
as partes soltas sobre as áreas queimadas;
 Cobrir toda a área queimada;
 Usar curativo estéril;
 Não obstruir a boca e o nariz;
 Não aplicar nenhum creme ou pomada;
 Providenciar cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-
os com curativo estéril úmido;
 Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos
estéreis;
 Prevenir o choque e transportar.

Queimaduras químicas

 Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas


antes de iniciar a lavação;
 Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15
minutos. Usar EPIs apropriados;
 Cubra com curativo estéril toda a área de lesão;
 Previna o choque e transporte;
 Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico;
 Se a lesão for nos olhos, lave-os bem (mínimo 15 minutos) com água
corrente e depois cobrir com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo
a cada 5 minutos.

Queimaduras elétricas

Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são:


parada respiratória ou cardiorrespiratória, dano no SNC e lesões em órgãos
internos.

 Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética


local;
 Realize a avaliação inicial e se necessário iniciar manobras de
reanimação;
 Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de
entrada e um de saída da fonte de energia);
 Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas;
 Previna o choque e conduzir com monitoramento constante ao hospital.

185
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

Infarto agudo do miocárdio - Insuficiência cardíaca congestiva - Acidente


vascular cerebral - hipertensão

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Definir emergência clínica;


2. Definir Infarto Agudo do Miocárdio, citar os sinais e sintomas e descrever
o tratamento pré-hospitalar;
3. Definir Insuficiência Cardíaca Congestiva, citar os sinais e sintomas e
descrever o tratamento pré-hospitalar;
4. Definir Acidente Vascular Cerebral (AVC), citar os sinais e sintomas e
descrever o tratamento pré-hospitalar;
5. Definir Hipertensão, citar os sinais e sintomas e descrever o tratamento
pré-hospitalar.

186
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Emergência clínica

Estado crítico provocado por uma ampla variedade de doenças cuja


causa não inclui violência sobre a vítima.

 Se uma vítima sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos, assuma


que esta tem uma emergência clínica.

As emergências clínicas cardiovasculares mais comuns são:

 Infarto agudo do miocárdio;


 Insuficiência cardíaca congestiva;
 Acidente vascular cerebral, e;
 Hipertensão

 Uma emergência clínica poderá produzir um trauma e ficar mascarada.

Ex: Um paciente com AVC perde a consciência, sofre uma queda de nível e é
lesionado.

 Um trauma poderá produzir uma emergência clínica.

Ex: O estresse de um acidente automobilístico poderá produzir um IAM ou


AVC.

 Uma freqüência de pulso superior a 120 bpm ou menor de 60 bpm indica


uma possível emergência clínica em uma vítima adulta.

 Uma freqüência respiratória maior que 24 vpm ou menor que 08 vpm,


indica uma possível emergência clínica em uma vítima adulta.

187
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Emergências clínicas cardiovasculares

Infarto agudo do miocárdio:

Quando uma área do músculo cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e


Oxigênio por um período prolongado (geralmente, mais de 20 ou 30 minutos) e
o músculo começa a morrer.

Sinais e sintomas:

 Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para braços


e mandíbula, com duração superior a 30 minutos;
 Náuseas;
 Dificuldade respiratória;
 Sudorese;
 Fraqueza;
 Parada cardíaca.

Se qualquer um destes sinais ou sintomas estiver presente, assuma que o


paciente está sofrendo um IAM.

Tratamento pré-hospitalar:

1. Coloque a vítima em posição de repouso que permita uma respiração


mais confortável. Muitos se sentem mais confortáveis na posição semi-sentada.
2. Administre oxigênio suplementar.
3. Afrouxe roupas apertadas.
4. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
5. Monitore os sinais vitais.
6. Promova suporte emocional.
7. Transporte o paciente.

Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente privada de


suprimento sanguíneo, está ocorrendo uma ANGINA DE PEITO, onde os
sinais, sintomas e tratamento pré-hospitalar são os mesmos apresentados em
um IAM.
A dor é produzida ou agravada pelo exercício, e aliviada pelo repouso
(aproximadamente após 10 minutos) ou medicamentos.
O paciente consciente de sua condição, geralmente toma medicamento para
aliviar a dor. O socorrista deve orientá-lo a tomar a medicação conforme
prescrição médica.

188
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Insuficiência cardíaca congestiva

Circulação insuficiente por falha no bombeamento do coração. Quando o


coração não bombeia efetivamente, o sangue procedente dos pulmões pode
acumular-se na circulação pulmonar, isto produz saída de líquidos dos vasos
sanguíneos. Este líquido ocupa os alvéolos, dificultando a troca de ar.

Sinais e sintomas:

 Respiração ofegante e ruidosa, insuficiência respiratória;


 Ansiedade e agitação;
 Edema no tornozelo;
 Edema no abdômen;
 Veias do pescoço distendidas;
 Cianose;
 O paciente insiste em ficar sentado ou de pé.

 Na insuficiência cardíaca não é frequente que a vítima apresente dor


torácica

Tratamento pré-hospitalar:

1. Mantenha as vias aéreas permeáveis.


2. Mantenha o paciente em posição de repouso, de modo a permitir uma
respiração mais confortável.
3. Administre oxigênio suplementar.
4. Promova suporte emocional.
5. Transporte o paciente.

Acidente vascular cerebral (AVC)

Dano do tecido cerebral produzido por falha na irrigação sanguínea.

Causas:

1. Isquemia cerebral:

 Causada quando um trombo ou êmbolo obstrui uma artéria cerebral,


impedindo que o sangue oxigenado nutra a porção correspondente do cérebro.

2. Hemorragia cerebral:

 Causada quando uma artéria rompe-se deixando a área do cérebro sem


nutrição. O sangue que sai do vaso rompido aumenta a pressão intracraniana
pressionando o cérebro e interferindo em suas funções.
189
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Sinais e sintomas

Variam muito dependendo da localização do dano. Incluem:

 Cefaléia, que pode ser o único sintoma;


 Alteração no nível de consciência;
 Formigamento ou paralisia das extremidades e/ou face;
 Dificuldade para falar e/ou respirar;
 Alteração visual;
 Convulsão;
 Pupilas desiguais;
 Perda do controle urinário ou intestinal.

 O risco de um AVC aumenta com a idade.

Escala pré-hospitalar para AVC de cincinnati

Muitos sinais de AVC podem ser vagos ou ignorados pelo paciente,


como socorrista você poderá identificar um AVC, através da Escala pré-
hospitalar para AVC de Cincinnati, que consiste na avaliação de três sinais
físicos importantes.

Queda facial
Este sinal fica mais evidente quando o socorrista pede para o paciente
sorrir ou mostrar os dentes. Se um dos lados da face estiver caído ou não se
mover tão bem quanto o outro.

190
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Debilidade nos braços


Isto se torna muito evidente, se o paciente estender os braços para
frente por 10 segundos, com os olhos fechados. Se um braço pender para
baixo ou não puder se movimentar, isto pode indicar um AVC.

Fala anormal.
Quando o paciente pronuncia frases ininteligíveis; é incapaz de falar ou
a fala sai arrastada.
Peça para que o paciente diga “o rato roeu a roupa do rei de Roma”, ou
outra frase similar.

Tratamento pré-hospitalar:

1. Mantenha vias aéreas permeáveis e esteja preparado para ventilar ou


realizar manobras de RCP, se necessário.
2. Administre oxigênio suplementar.
3. Mantenha o paciente em repouso.
4. Proteja áreas paralisadas ao movimentá-las.
5. Promova suporte emocional.
8 Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
6. Não dê nada por via oral.
7. Monitoramento constante.
8. Previna o choque.
9. Transporte o paciente.

191
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Hipertensão

É uma condição na qual a pressão arterial encontra-se acima dos níveis


considerados saudáveis a pessoa. A hipertensão é uma doença que impõe
uma sobrecarga às funções do sistema cardiovascular.
A maior incidência da hipertensão é verificada entre mulheres da raça
negra, fumantes, na faixa etária entre 30 e 50 anos.
Embora a incidência seja mais elevada no sexo feminino, a tolerância
nas mulheres é maior que nos homens.

Classificação:

 Primária – quando a pressão diastólica é superior a 90mmHg e não


existem outras causas.
 Secundária – quando acompanha outras patologias distintas como as
do comprometimento renal e arteriosclerose.

Valores normais:
 Diástole 60 a 90mmHg
 Sístole 100 a 150mmHg
Sinais e sintomas
 Cefaléia;
 Náuseas;
 Ansiedade;
 Zumbido nos ouvidos;
 Alteração visual;
 Hemorragia nasal;
 PA diastólica acima de 90mmHg;
 Formigamento na face e extremidades.

Tratamento pré-hospitalar

1. Mantenha a via aérea permeável.


2. Coloque o paciente em posição sentada ou semi-sentada.
3. Mantenha o paciente em repouso.
4. Promova o suporte emocional.
5. Oriente para que tome a medicação habitual.
6. Transporte o paciente.

192
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Definir Insuficiência Respiratória;


2. Citar os sinais e sintomas de Insuficiência Respiratória;
3. Descrever o tratamento pré-hospitalar e citar três causas de Insuficiência
Respiratória;

193
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Insuficiências respiratórias:

São aquelas que se referem a problemas respiratórios, cuja


manifestação principal é a dispnéia.

 Dispnéia: Dificuldade para respirar. Caracteriza-se por respirações


superficiais e rápidas, sensação de falta de ar, podendo causar cianose.

Sinais e sintomas:

 Dispnéia;
 Sons atípicos durante a respiração (estertores, sibilos, roncos);
 Pulso alterado;
 Cianose;
 Agitação;
 Tosse;
 Respiração alterada.

Causas mais frequentes

Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC):


Constitui importante grupo de doenças crônicas, compreendendo a
asma brônquica, bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Caracteriza-se por
uma dificuldade respiratória e troca insuficiente de O e CO nos pulmões.
Embora seja uma enfermidade crônica, pode apresentar-se de forma aguda.

Asma brônquica:
Enfermidade das vias respiratórias, em que predomina a dificuldade na
expiração.

Bronquite:
Inflamação dos brônquios.

Enfisema:
Enfermidade onde ocorre a perda da elasticidade pulmonar, tendo como
principal causa o fumo.

Hiper - reatividade do sistema respiratório:


A inalação de fumaça e gases muito quentes (incêndio), podem
desencadear problemas respiratórios agudos ou até parada respiratória. Outra
causa comum é a inalação de gases irritantes ou corrosivos. A combustão de
muitos produtos químicos, como os plásticos exalam gases altamente tóxicos
para o homem.

194
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Hiperventilação:
Aumento da troca respiratória caracterizada por respirações rápidas e
profundas. Suas causas podem ser:
Alterações metabólicas, diabetes (cetoacidose diabética, queda do pH
sanguíneo devido à má perfusão tecidual), ansiedade e outros.
Nestas situações o socorrista deverá tranquilizar o paciente e fazê-lo
respirar utilizando um saco de papel ou plástico durante alguns minutos, para
que ocorra o equilíbrio entre os níveis de O² e CO².

 Se a respiração é rápida e superficial, e não melhora com as medidas


explicadas acima, assuma que o problema é mais sério que uma simples
hiperventilação.

Manifestações respiratórias agudas do choque anafilático:

O choque anafilático é uma reação alérgica severa que põe em perigo a


vida. Entre os sinais ou sintomas mais frequentes temos a urticária, edema de
face, lábios e pescoço. Pode manifestar-se também edema na língua e/ou na
glote, fazendo com que obstruam as vias aéreas.

Tratamento pré-hospitalar:

1. Remova o paciente para uma área arejada, se a causa é inalação de


gases ou fumaça.
2. Mantenha as vias aéreas permeáveis.
3. Assegure-se que o problema não é uma OVACE.
4. Administre oxigênio suplementar.
5. Promova suporte emocional.
6. Coloque o paciente em posição semi-sentada ou sentada.
7. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C).
8. Previna o choque.
9. Transporte o paciente.

 As reações aos gases tóxicos ou demais gases podem aparecer


imediatamente ou horas depois da inalação.

195
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

EMERGÊNCIAS CLÍNICAS DIVERSAS

Diabetes, convulsão e abdome agudo

Objetivos:

Ao final desta lição você será capaz de:

1. Definir Diabetes;
2. Enumerar os sinais e sintomas, e descrever o tratamento pré-hospitalar
em pacientes com hiperglicemia e com choque insulínico.
3. Descrever o tratamento pré-hospitalar de um paciente com convulsão;
4. Enumerar os sinais e sintomas e descrever o tratamento pré-hospitalar
do abdome agudo.

196
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Diabetes

Diabetes é uma doença crônica degenerativa que surge como uma


disfunção metabólica originada pelo comprometimento na produção e/ou
utilização da insulina que tem como principal função à regulação do
metabolismo da glicose em todos os tecidos, com exceção do cérebro.

Efeitos da deficiência ou excesso de insulina:

Quando a produção de insulina insuficiente:


Acumula-se no sangue um excesso de glicose, que pode gradualmente
ocasionar o coma diabético (hiperglicemia).

Quando a quantidade de insulina é excessiva:


Rapidamente esgota-se a glicose do sangue, ocorrendo o
comprometimento do sistema nervoso central, que utilizam como fonte de
energia, quase exclusiva a glicose, podendo conduzir ao choque insulínico.
(Hipoglicemia)

Sinais e sintomas: (hiperglicemia)


 Sede;
 Dificuldade respiratória;
 Pulso rápido e fraco;
 Hálito acetônico;
 Pele quente e seca (desidratada);
 Astenia;
 Alteração do nível de consciência. (Pode levar ao coma não pela
elevação no nível de glicose no sangue, mas pela acidez).

 O socorrista deverá fazer uma boa entrevista, para averiguar se o paciente


é diabético, se está em tratamento, se recebeu insulina ou se alimentou.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Mantenha o paciente repouso.
2. Transporte o paciente.

Sinais e sintomas: (hipoglicemia)


 Respiração normal ou superficial;
 Pele pálida e úmida, frequentemente sudorese fria;
 Pulso rápido e forte;
 Hálito sem odor característico;
 Cefaléia e náuseas;
 Desmaio, convulsões, desorientação ou coma.

197
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Tratamento pré-hospitalar:

1. Mantenha o paciente em repouso.


2. Mantenha vias aéreas abertas e fique prevenido para ocorrências de
vômito.
3. Se o paciente estiver consciente, dê açúcar ou líquido açucarado, mas
se não estiver totalmente consciente, não dê nada por via oral.
4. Previna o choque.
5. Transporte o paciente.

Convulsão

Contração muscular brusca e involuntária, podendo ser tônicas, clônicas


ou tônico-clônicas.
Em algumas crises é comum o paciente morder a língua, e apresentar
dificuldade respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose.
Após a crise o paciente apresenta-se confuso durante 1 minuto ou mais,
ficando muito fatigado e adormecido horas depois.

Manifestações

 Tônica - São prolongadas e imobilizam os membros atingidos.

 Clônica – Resultam de uma série de contrações rápidas e rítmicas.

 Tônico-clônica – A imobilização da parte atingida é interrompida por


contrações clônicas.

Causas:

 Intoxicações;
 Doenças neurológicas;
 Traumatismo Crânio-encefálico;
 Febre;
 Doenças infecciosas (meningite, tétano).

Epilepsia

Doença convulsiva crônica, caracteriza-se pela atividade excessiva


descontrolada tanto de uma parte como de todo sistema nervoso central.

Grande mal
Caracterizado por convulsões generalizadas, chamadas tônico-clônicas,
durando de alguns segundos até 3 a 4 minutos.

198
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Pequeno mal
Caracteriza-se pela perda total ou parcial da consciência, geralmente
pelo período de 3 a 30 segundos, durante os quais o paciente apresenta várias
contrações musculares em forma de abalos, geralmente na região da cabeça,
especialmente o piscar dos olhos.

Epilepsia focal
É também chamado de epilepsia Jacksoniana ou crise psicomotora que
pode causar um curto período de amnésia, uma irritabilidade anormal,
desconforto ou medo.

Convulsão febril
Ocorrem somente em algumas crianças menores de 5 anos,
desencadeadas durante hipertermias. É rara entre 2 a 6 meses e não ocorre
abaixo dos 2 meses. É importante lembrar que poderá repetir-se. Sempre
requer atenção médica.

Traumatismo craniano
Os traumatismos crânio-encefálicos podem produzir convulsões no
momento do trauma ou horas após o evento, por desenvolvimento de
hematomas ou edema cerebral.
 É muito importante uma boa entrevista para averiguar antecedentes de
traumas na cabeça ou quedas.

Sinais e sintomas de uma crise convulsiva:


1. Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se;
2. Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras
vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes;
3. Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões,
há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal;
4. Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência
lentamente. Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio.

Tratamento pré-hospitalar das convulsões:

 Não introduzir nada na boca do paciente.

1. Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque


com golpes em objetos dispostos ao seu redor.
2. Afrouxe bem as roupas apertadas.
3. Proteja a cabeça do paciente.
4. Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar.
5. Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-
o que deverá receber auxílio médico.
6. Transporte o paciente.

199
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Convulsões por febre (em crianças)


Baixe a temperatura com banhos ou aplicação de compressas frias e
transporte para o hospital.

Abdômen agudo:
Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a
várias condições clínicas ou problemas específicos do abdômen.

Causas:
 Apendicite;
 Úlceras;
 Doença hepática;
 Obstrução intestinal;
 Inflamação da vesícula;
 Problemas ginecológicos.

Sinais e sintomas do abdome agudo:


 Dor abdominal;
 Dor retro-abdominal (nas costas);
 Náuseas e vômitos;
 Ansiedade;
 Pulso rápido.

Tratamento pré-hospitalar:
1. Não dê nada por via oral.
2. Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de
vômito.
3. Previna o estado de choque.
4. Mantenha o paciente em repouso na posição em que melhor se adapte.
5. Promova suporte emocional.
6. Transporte o paciente.

200
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

201
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

4. SALVAMENTO
SALVAMENTO EM ELEVADOR

O Elevador é um conjunto de equipamentos com acionamento


eletromecânico ou hidráulico, destinado a realizar transporte vertical de
passageiros ou cargas entre os pavimentos de uma edificação. Consistem
basicamente de uma cabine suspensa por meio de cabos de aço que correm
sobre uma polia de tração adequada e sobre trilhos acionada por um motor. Na
outra extremidade, cabos de aço que sustentam um contrapeso.

O acionamento deste conjunto é comandado por um sistema de controle


que proporciona o deslocamento da cabine no sentido de subida, descida e as
paradas realizadas pela mesma nos andares pré-determinados. Esses
comandos poderão ser realizados pela parte externa que são os pavimentos e
pelo interior da cabine.
Nas operações de salvamento envolvendo elevadores, normalmente são
encontrados equipamentos dos seguintes tipos:
- Elevadores de carga
- Elevadores para garagens automobilísticas
- Monta-cargas
- Elevadores de maca (nos hospitais)
- Elevadores de maca (nos hospitais)
- Elevadores residenciais
- Elevadores panorâmicos e de passageiros

202
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

PARTES DO ELEVADOR

De modo geral pode-se dividir um elevador em seis partes, sendo elas:

• Casa de máquinas é o nome dado ao local aonde normalmente são


instalados os equipamentos de tração e o quadro de força que aciona o
elevador:

• Cabine é o nome dado ao compartimento onde é transportada a carga;


• Contrapeso é uma parte fundamental do sistema e permite que a carga
na cabina seja transportada parcialmente balanceada utilizando menos energia
na operação;
• Caixa ou caixa de corrida é o nome dado ao local no interior do qual a
cabina se desloca:

203
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

• Patamar ou pavimento é nome dado ao local através do qual a carga


entra na cabina:

• Poço é o nome do local onde ficam instalados dispositivos de


segurança (para-choques) para proteção de limite de percurso do elevador:

PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

A cabine, montada sobre uma plataforma através de uma armação de


aço constituída por duas longarinas fixadas em cabeçotes, recebe o nome de
carro.
O contrapeso consiste em uma armação metálica formadas por duas
longarinas e dois cabeçotes onde são fixados os pesos, no qual tem peso
total igual ao peso da cabine, acrescido de metade de sua capacidade
nominal de carga. Assim, o motor puxará um desequilíbrio máximo de 50%
da capacidade nominal da carga, que ocorrerá quando a cabine transportar sua
capacidade máxima de carga nominal ou quando estiver totalmente vazia.
Além do freio nominal acoplado ao motor do elevador, o mesmo também
é dotado de um freio de segurança, fixado na armação do carro ou do
contrapeso, destinado a pará-los de maneira progressiva ou instantânea,
prendendo-os às guias quando este for acionado por um limitador de
velocidade.
204
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

O limitador de velocidade é um dispositivo de segurança montado no


piso da casa de máquinas junto ao motor acionador, que é constituído
basicamente de uma polia, um cabo de aço e um interruptor. Quando a
velocidade do carro atinge um limite preestabelecido o limitador aciona
mecanicamente o freio de segurança e desliga o motor. O limite de
velocidade é pré-estabelecido de acordo com cada máquina e também da sua
capacidade de carga (passageiros) que vai influenciar em cima do percurso
existente, (quantidade de pavimentos existentes em cada edificação).

Procedimentos operacionais
Causas Prováveis De Retenção

- Interrupção de fornecimentos de energias


- Excessos de carga
- Defeito do freio
- Defeito do regulador de velocidade
- Defeito no comando elétrico
- Desgastes das sapatas e dos cursores

Procedimentos Táticos

Após ter sido acionado para atender a uma ocorrência envolvendo


elevador, o chefe de guarnição, já no local, inicia a fase de reconhecimento
observando os seguintes dados:

Identificação da situação:

- Número de pavimentos da edificação;


- Localização da casa de máquinas;
- Marca do elevador;
- Empresa ou firma responsável pela manutenção do elevador;
- Situação do evento encontrado;
- Localização exata da cabine;
- Vítimas retidas no interior da cabine;
- Vítimas prensadas pelo contrapeso;
- Vítimas prensadas entre a cabine e o piso;
- Vítimas no interior do fosso, prensadas ou retidas.
- Número de componentes da guarnição envolvidos na operação;
- No mínimo 02 (dois) profissionais (Bombeiros Civis / Brigadistas).

Sobre as vítimas:

- Possíveis números de vítimas:


- Estado de consciência das vítimas;
- Forma de comunicação com as vítimas;
- Aproximação das mesmas.
205
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Outras informações:

- Possíveis ou causas concretas do acidente;


- Como e quando aconteceu.

Plano tático:

- Distribuição de funções entre os Bombeiros Civis / Brigadistas da


guarnição.
- Desenvolvimento da operação de resgate.
- Materiais que serão empregados dentro da operação.
-
De posse destas e outras informações, serão desenvolvidas técnicas de
salvamento que deverão obedecer a uma ordem quando se tratar de vítimas
retidas no interior da cabine.
- Simples abertura da porta do pavimento e porta da cabine.
- Nivelamento da cabine e posterior abertura de portas (pavimento e
cabine).
- Retirada das vítimas pelo alçapão ou pela porta de emergência superior
ou lateral.
O chefe / líder de guarnição deve inicialmente, localizar a casa de
máquinas e providenciar o desligamento da chave geral que alimenta o sistema
correspondente ao elevador. No caso de dúvidas, deve-se evacuar e desativar
os demais elevadores se existir e desligar todas as chaves.
Desenvolver a operação que se fizer necessário no momento.

Procedimentos gerais

- Desligar a energia que alimenta o sistema;


- Utilizar sempre materiais e equipamentos de iluminação no local;
- Solicitar sempre que possível, a empresa responsável pela manutenção
do sistema; - Solicitar sempre o supervisor de dia ao local, principalmente
quando a situação se tratar de um evento grave;
- Sempre isolar o local e sinalização adequada;
- Durante o desenvolvimento da operação, deixar sempre um socorrista
próximo ou dentro da cabine, junto às vítimas; com esse procedimento, tornar-
se-á difícil ocorrer o pânico entre as referidas vítimas;
- No caso de óbito já encontrado no local, solicitar a criminalística e
providenciar a integridade do local, isolando-o.
- Solicitar policiamento para o local.
- Após o término da operação, manter o sistema desligado, fechar e
manter isolado o local, informar ao síndico ou zelador que o equipamento só
poderá voltar a funcionar após manutenção adequada realizada pela empresa
responsável e devidamente autorizada.

206
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

 Esses são os locais onde o bombeiro Civil / Brigadista deve atuar:


- Casa de máquinas, que é o coração do sistema.
- Porta em pavimento, de vários modelos e, consequentemente,
possuindo vários tipos de chave.
- Porta de cabine e saídas de emergência.
- Ao se atender a ocorrências deste tipo, deve-se, como primeira
providência, desligar a chave geral de corrente elétrica do elevador acidentado.
Esta providência é prioritária e dá tranquilidade ao resgate, pois garante que
volta a volta da energia não fará qualquer acionamento da cabine.
Em seguida, o bombeiro civil / brigadista deve se dirigir ao andar em
que se supõe estar a cabine e, abrindo com chave apropriada a porta de
pavimento do andar imediatamente superior ou inferior, deve decidir por onde
tirar as pessoas presas. Porém, esta operação só pode ter início após o
desligamento da chave geral, garantindo que o carro não se movimentará.
Para melhor entrosamento entre os bombeiros que estão na casa de
máquinas e os que estão resgatando as vítimas, há necessidade de
comunicação via rádio portátil, pois em prédios muito altos a comunicação pela
voz torna-se difícil.
Existem vários tipos de portas de pavimento, bem como vários tipos de
chave para abri-las. A viatura deve possuir um jogo completo dessas chaves e
o bombeiro deve conhecê-las. Na sua falta, lembrar que o zelador do prédio
sempre dispõe de uma cópia.
Outro problema, bastante comum, é que, por desconhecimento, os
moradores do prédio contratam serviços de revestimento para as portas de
pavimento e, normalmente, os executantes desses serviços acabam cobrindo
os orifícios de destravamento das portas.
Lembre-se que esses orifícios ficam na parte superior, no centro ou os
cantos (dependendo do tipo de elevador).
Outro ponto bastante importante é que as portas de emergência
existentes nas cabines não são para sair, embora possam ser utilizadas para
isso. Sua finalidade principal é de garantir acesso aos socorristas. A maioria
delas possui trava por fora, isto é, só podem ser abertas por quem chega ao
teto ou na lateral do carro. Só se deve retirar as pessoas por elas quando se
dispõe de cinto de segurança, cabos fixos e cadeira de lona, previamente
colocados na vítima.
Não tirar as vítimas antes de desligar a chave geral. Embora a princípio,
o elevador fique imobilizado enquanto qualquer porta estiver aberta, isso nem
sempre acontece, e o excesso de confiança tem sido causa de graves
acidentes.
Por fim, lembrar que uma cabine de elevador não despenca em queda
livre, mesmo que todos os cabos de sustentação tenham se rompido. Isso
porque os elevadores possuem um freio de segurança, abaixo do assoalho, na
parte inferior do carro, que é acionado toda vez que eles excedem 25% da sua
velocidade máxima. Quando isso ocorre, garras especiais encunham a cabine
nos trilhos-guia dos elevadores.

207
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

A maioria das ocorrências em elevadores é para retirar pessoas presas


na cabine. Se não sofrerem qualquer mal súbito, estarão mais seguras dentro
do elevador, do que fora dele.
Portanto, o bombeiro deve acalmar as vítimas e dispor de todo o tempo
necessário para retirá-las com segurança. Ocorrências onde as vítimas estão
prensadas ou presas entre a cabine e a caixa de concreto (normalmente
conhecido com poço são de natureza grave e de difícil liberação).

Procedimentos específicos

Simples abertura da porta de pavimento e porta da cabine:


- A abertura da porta do andar (pavimento) se dá por meio do uso da
chave de abertura, própria para aquele modelo, que deverá ser solicitada junto
ao síndico, vigia ou zelador, nunca solicitar a abertura da porta da cabine
pelas vítimas que se encontram no interior da cabine. Poderá ser usada a
alavanca de fecho que fica na extremidade superior da porta, na direção da
trava (trinco).
- A porta da cabine destrava automaticamente quando o desnível máximo
for de aproximadamente de 15 cm em relação ao piso do andar (pavimento).
Bastando para tanto, empurrá-la no sentido de abertura.
- Se a porta da cabine oferecer resistência durante a abertura manual, o
chefe de guarnição deverá providenciar que dois bombeiros se desloquem para
o andar imediatamente acima para abrir a porta de pavimento e posteriormente
um deles passar para cima do teto da cabine com sua devida segurança e
acionar a alavanca de abertura da porta ou simplesmente puxar as correias do
motor.
- Após abrir a porta, determinar a evacuação da cabine e auxiliar as
vítimas que apresentarem problemas: gestantes, vítimas inconscientes,
deficientes físicos (não é uma doença e sim um estado físico, poderá ser
considerado como uma pessoa comum). Prioridades deverão ser dadas às
pessoas que estiverem em macas, padiolas e transportadas por outros meios.
- Deve-se durante todos os procedimentos, acalmar as vítimas e manter
sempre diálogo com as elas.

Observação: esta técnica poderá ser utilizada para um desnível máximo


da cabine em até 80 cm abaixo e 60 cm acima do piso do pavimento com
relação ao piso da cabine.

Nivelamento da cabine e posteriormente abertura de porta:


- Esta técnica deverá ser utilizada quando o desnível da cabine exceder
os limites de 80 cm e 60 cm conforme item anterior ou quando a porta do
elevador não puder ser aberta com o elevador desligado (porta com defeito).
- Inicialmente, o chefe de guarnição para o número de vítimas existentes
no interior da cabine, pois se o número de pessoas for inferior à metade da
capacidade nominal de carga, a cabine deverá estar mais leve que do
contrapeso, tornando assim o movimento da cabine mais fácil para cima (mais
fácil será descer o contrapeso).

208
-
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
-
-
- Caso o número de pessoas seja maior que a metade da capacidade
nominal de carga, a cabine estará mais pesada que o contrapeso, facilitando o
movimento de descida da mesma e consequentemente subir o contrapeso.
- Uma dupla de bombeiros deve se deslocar até a casa de máquinas,
munidos de ferramentas adequadas para atuarem na liberação do freio, nesta
altura o sistema elétrico já deverá se encontrar desligado.
- Deve-se atentar que alguns elevadores necessitam que as porcas que
fixam o sistema de freios sejam afrouxadas; nos elevadores mais modernos
basta a utilização de chaves tipo garfo ou até mesmo um pé de cabra,
normalmente existente na casa de máquinas, que deverá ser encaixada na
estrutura que fixa o disco de freio.
- Um bombeiro deve posicionar-se junto ao freio e o segundo junto à polia
e ambos, devidamente orientados, iniciam a operação de nivelamento da
cabine.
- A guarnição já sabedora do número de vítimas existente no interior da
cabine e da posição exata da mesma, fará os movimentos necessários para
nivelamento e serão informados e orientados quando isso ocorrer e cessarão
os movimentos.
- O bombeiro civil / brigadista responsável pela liberação do freio, força a
alavanca tornando livre os discos e o outro bombeiro, observando o sentido de
movimento dos cabos desloca a cabine para cima ou para baixo conforme o
que antes foi determinado.
Após o nivelamento da cabine, basta proceder a abertura de sua porta e
iniciar a evacuação ou a retirada de vítimas lá existentes.

Retirada de vítimas pelo alçapão

Esta técnica só deverá ser empregada quando não se for possível


efetuar a retirada das vítimas pelas portas de ligação (cabine e pavimento).
A maioria dos elevadores possui sobre sua cabine um alçapão (saída
de emergência) normalmente trancado por fora, que impede a sua abertura
pelo interior da cabine, evitando assim acidentes mais sérios.
- Deve-se procurar nivelar a cabine, o que facilita o acesso dos bombeiros
à parte superior, bem como a retirada das vítimas. É importante lembrar que
esses procedimentos só deverão ocorrer se por ventura as portas não se
moverem (abrirem).
- Estando a chave geral já desligada, uma dupla de bombeiros civis /
brigadistas toma posição na parte superior da cabine através do pavimento
superior, não se esquecendo do emprego da segurança individual. O alçapão é
aberto e um dos bombeiros passa para o interior da cabine. Para a retirada de
vítimas inconscientes ou feridas: trabalhando com amarrações próprias ou
macas para o resgate e as demais vítimas conscientes deverão sair por meio
de escada ou por uma simples cadeira introduzidas no interior da cabine.

209
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Retirada de vítimas pela porta de emergência lateral.

Alguns elevadores possuem portas laterais de emergência e isso


normalmente ocorre quando existem nas edificações, mais de um elevador.
Este procedimento só poderá ser utilizado quando não for possível retirar as
vítimas pelas vias normais de acesso ao elevador.
Uma observação importante: o elevador em pane deverá ter seu sistema
desativado (sistema elétrico) e se possível nivelado.
- O elevador ao lado deverá ser mantido posicionado junto ao que se
encontra em pane e sua porta mantida aberta.
- Faz-se então a abertura da porta de emergência lateral do elevador que
será utilizado no socorro e só após, abre-se a porta do elevador danificado. Se
a distância entre eles não permitir a passagem de vítimas de um elevador para
outro, pode-se improvisar uma passarela com uma prancha de madeira, uma
escada ou similar.
- Um dos socorristas passa para o elevador em pane e inicia e evacuação
das vítimas.

Vítimas prensadas pelo contrapeso.

Há registros de ocorrências de vítimas prensadas pelo contrapeso, em


portas de pavimentos e cabines, cabine e piso de pavimento etc. Normalmente,
trata-se de técnicos ou de pessoas envolvidas na manutenção dos elevadores
e ou pessoas envolvidas na limpeza da edificação. Em situações como estas, o
chefe de guarnição, deverá:
- Desligar a chave geral do elevador e observar atentamente qual será o
movimento do contrapeso (subindo ou descendo), para poder tomar uma
decisão de livrar a vítima de uma situação como essa. Nunca esquecer que o
contrapeso realiza seu movimento contrário ao da cabine.
- Realizar os movimentos com o contrapeso como se faz no nivelamento
da cabine, até que se perceba que a vítima esteja completamente livre.
- Caso não consiga ou não seja possível movimentar o contrapeso, deve-
se desconectá-lo de suas guias, afrouxando os parafusos que os fixam a estas
e afastá-lo da vítima, não esquecendo, portanto, de providenciar escoras
para que ele não venha a prendê-lo mais ainda, providenciando logo em
seguida, o atendimento adequado e o seu encaminhamento ao hospital.

Vítimas prensadas entre a cabine e o piso:

- O Chefe de guarnição, deve providenciar imediatamente a desativação


do sistema elétrico do elevador e verificar o grau de dificuldade da situação e
quanto a vítima se encontra prensada.
- Quando se tratar de um dos membros (principalmente um pé), deve-se
providenciar de imediato o escoramento de preferência sob tração (força
contrária) e verificar se uma simples tração será suficiente para o afastamento
desse membro prensado, caso contrário fazer uso de outros meios, tais como:
afrouxar o calçado, retirá-lo, uso de materiais lubrificantes etc.

210
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Vítima no interior do fosso:

Casos como esse são raros de acontecer, porém não impossíveis, pois
já são conhecidos alguns acidentes desta natureza, veja alguns
procedimentos:
- Desconectar (desligar), a chave geral que alimenta o sistema do
elevador e caso a vítima se encontre no fundo do fosso, abrir a porta do mais
próximo e de fácil acesso e procurar chegar até a vítima.
- Caso seja necessário, pode-se utilizar uma escada ou até mesmo cabos
para a penetração no fosso, numa situação como esta, deve-se sempre fazer
uso de uma maca para a retirada da vítima, pois na maioria dos casos a
mesma normalmente se encontra inconsciente e com possíveis fraturas pelo
corpo ou nos membros e a imobilização dos mesmos deverá ter prioridade
sobre qualquer outra atitude que venha a se tomar com relação à vítima,
atentando para não exercer nenhuma tração nos membros e nem tentar
colocá-los no lugar, pois poderá causar danos maiores aos já sofridos.
- Aplicar com devida cautela os primeiros socorros e encaminhar a vítima
a um hospital mais próximo.

Procedimento em caso de Incêndio

Grande número de elevadores possui dispositivos junto à portaria que,


quando acionado, faz com que os elevadores desçam para o pavimento
térreo, abram sua porta e lá permaneçam. Isso permite que, em caso de
incêndio, o elevador não seja mais utilizado e as pessoas que nele se
encontram, saiam em segurança.
Quando o elevador não dispõe deste sistema, o bombeiro pode chamar
o elevador par o térreo e colocar um obstáculo para manter as portas da
cabine e do pavimento abertas.

CONTROLE DE PÂNICO

Comportamento humano em incêndios.

Os meios de escape devem ser constituídos por rotas seguras que


proporcionem às pessoas escapar em caso de incêndio, de qualquer ponto de
edificação a um lugar seguro, fora da edificação, sem assistência exterior.
As rotas de fuga projetadas impropriamente, falhas nos sistemas de
comunicação e alarme, propagação de fumaça nos ambientes, bem como, a
movimentação de fumaça e gases quentes, penetração de fogo e fumaça têm
provocado perdas de vidas. Entre as soluções contra esses fatores estão o
sistema de iluminação de emergência eficiente e efetivo, sistemas de extinção
e de supressão do fogo e resistentes à penetração de fumaça, ventilação
natural para auxiliar na extração de gases e rotas de fuga desobstruídas,
protegidas e bem sinalizadas, localização e capacidade adequada para
promover pronta evacuação dos ambientes pelos ocupantes.

211
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

As edificações devem ser projetadas e construídas de modo a garantir a


proteção de vidas humanas contra os efeitos fatais oriundos do fogo. Entre
esses ricos encontramos as queimaduras (fatais ou não), asfixia,
envenenamento, contusões, irritações, cortes etc. Os efeitos secundários do
fogo ocorrem por falta de oxigênio, fumaça, gases nocivos, agressivos ou
tóxicos, pânico, colapsos matérias ou estruturais etc.
No incêndio do Edifício Joelma, as pessoas na rua improvisaram faixa
procurando acalmar as pessoas dentro do prédio, informando que o fogo havia
acabado e que não saltassem, encontrando morte certa, mesmo assim, várias
pularam.
A maioria dos especialistas em segurança contra incêndio não
recomenda o resgate aéreo como rota vitável em um edifício alto durante um
incêndio. O uso de helicópteros deve ocorrer em último caso e sob condições
muito específicas.
A cobertura dos prédios está sujeita a muitas variáveis em caso de
sinistro, como existência, ou não, de local para pouso de helicópteros e
embarque de pessoas, pois muitos prédios antigos possuem telhados na
cobertura, refletores, antenas, painéis, de propaganda, ocorrência de acessos
trancados para terraços, entre outros. Há ainda os efeitos do incêndio, por
meio de fumaça densa, calor excessivo e ventos fortes. Os helicópteros
necessitam de ventos ascendentes para se manter em vôos e o calor pode
torna o ar rarefeito, prejudicando a estabilidade desses veículos.
Muitas das ocorrências envolvendo incêndios abrangem meios de transporte,
como aeronaves, navios, trens, ônibus, submarinos, construções especiais,
como túneis plataformas marítimas. Cada uma dessas atividades deve
desenvolver o plano de contingência especifico para seu risco inerente.

PÂNICO.

As pessoas têm reações diferentes diante de situações adversas, em


caso de sinistro quando sentem ameaçadas em uma integridade física.
Em um incêndio, o comportamento mais frequente é a tensão nervosa ou
estresse, e não a reação de medo e que foge ao controle racional, ou seja, o
pânico. Normalmente, as pessoas demoram a reagir diante de uma situação de
incêndio, como se estivessem paralisadas nos primeiros minutos, não
acreditando que estejam sendo envolvidas numa situação de risco grave.
Um dos fatores cruciais é a informação disponível associada ao tempo,
pelo recebimento tardio do aviso de incêndio, quando as situações de fogo e
fumaça estão mais severas, para se busca uma resposta. O descobrimento
sobre a gravidade do incêndio, qual a direção a seguir, muitas vezes em
ambientes com fumaça, tende a gerar muita tensão nervosa.
Portanto, as situações que podem dificultar o controle emocional advêm da
demora da disponibilidade de informações sobre o que está acontecendo, qual
a severidade do evento, atraso na divulgação de um incêndio e como proceder
e dispo saídas protegidas.

212
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

COMPORTAMENTO DE ESCOLHA DE SAÍDAS DE EMERGÊNCIAS

Como enfatiza a ISO 6241 – Performance Standards in Building, as


edificações, no todo ou suas partes devem possuir elementos de segurança
para diminuir o risco do calor e fumaça para possibilitar condições de
evacuação de pessoas em tempo eficientes.
Quando há opções de escolha entre rotas de fuga, dentre os fatores que
influenciam a escolha das saídas de emergência, que podem estimular ou
intimidar pessoas que estão procurando escapar de um sinistro, estão a
fumaça, o calor e cheiro, características individuais como idade, dificuldade de
locomoção, parcial ou total, temporária ou permanente.
Outros tipos de exposições prováveis, além da perda de visibilidade e do
calor, que podem gerar condições perigosas, é a presença de produtos tóxicos
e irritantes, obscurecimento das rotas de fuga por fumaça e o colapso
estrutural.
Existe a tendência de as pessoas adotarem o percurso mais familiar
para a saída, que é entrada normal da edificação, do que uma saída de
emergência pouco familiar.

OPERAÇÕES EM AMBIENTES CONFINADOS

De acordo com a NR 33, espaço confinado é qualquer área ou ambiente


não projetado para ocupação humana contínua, que possua contaminantes ou
onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

213
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Responsabilidades

Com relação às responsabilidades envolvendo operações em ambientes


confinados:

Cabe ao Empregador:

a) Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta


norma;

b) Identificar os espaços confinados existentes no


estabelecimento;

c) Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

d) Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho


em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção,
administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de
forma a garantir permanentemente ambientes com condições
adequadas de trabalho;

e) Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores


sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e
salvamento em espaços confinados;

f) Garantir que o acesso ao espaço confinado somente


ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada
e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II;

g) Fornecer às empresas contratadas informações sobre


os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e
exigir a capacitação de seus trabalhadores;

h) Acompanhar a implementação das medidas de


segurança e saúde dos trabalhadores das empresas
contratadas provendo os meios e condições para que eles
possam atuar em conformidade com esta NR;

i) Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de


suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo
ao imediato abandono do local; e

j) Garantir informações atualizadas sobre os riscos e


medidas de controle antes de cada acesso aos espaços
confinados.

214
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cabe aos Trabalhadores:

a) Colaborar com a empresa no cumprimento desta NR;

b) Utilizar adequadamente os meios e equipamentos


fornecidos pela empresa;

c) Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as


situações de risco para sua segurança e saúde ou de
terceiros, que sejam do seu conhecimento; e

d) Cumprir os procedimentos e orientações recebidos nos


treinamentos com relação aos espaços confinados.

GESTÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE

A gestão de segurança e saúde deve ser planejada, programada,


implementada e avaliada, incluindo medidas técnicas de prevenção,
medidas administrativas e medidas pessoais e capacitação para trabalho
em espaços confinados.

Medidas técnicas de prevenção

a) Identificar, isolar e sinalizar os espaços confinados para evitar a entrada


de pessoas não autorizadas;

Medidas administrativas:

a) Manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive


dos desativados, e respectivos riscos;

b) Entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao Vigia cópia da


Permissão de Entrada e Trabalho;

215
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

PET:
A Permissão de Entrada e Trabalho é válida somente para cada entrada.
Os procedimentos para trabalho em espaços confinados e a Permissão
de Entrada e Trabalho devem ser avaliados no mínimo uma vez ao ano e
revisados sempre que houver alteração dos riscos, com a participação do
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT e da
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA.
Os procedimentos de entrada em espaços confinados devem ser
revistos quando da ocorrência de qualquer uma das circunstâncias abaixo:

a) Entrada não autorizada num espaço confinado;

b) Identificação de riscos não descritos na Permissão de Entrada e


Trabalho;

c) Acidente, incidente ou condição não prevista durante a entrada;

d) Qualquer mudança na atividade desenvolvida ou na configuração do


espaço confinado;

e) Solicitação do SESMT ou da CIPA; e

f) Identificação de condição de trabalho mais segura.

Medidas pessoais

Todo trabalhador designado para trabalhos em espaços confinados deve


ser submetido a exames médicos específicos para a função que irá
desempenhar, conforme estabelece a NR 07 - Programas de Controle Médico
de Saúde Ocupacional – PCMSO, incluindo os fatores de riscos psicossociais
com a emissão do respectivo Atestado de Saúde Ocupacional – ASO.
Capacitar todos os trabalhadores envolvidos, direta ou indiretamente
com os espaços confinados, sobre seus direitos, deveres, riscos e medidas de
controle.
O número de trabalhadores envolvidos na execução dos trabalhos em
espaços confinados deve ser determinado conforme a análise de risco.
É vedada a realização de qualquer trabalho em espaços confinados de
forma individual ou isolada.
Cabe ao empregador fornecer e garantir que todos os trabalhadores que
adentrarem em espaços confinados disponham de todos os equipamentos para
controle de riscos, previstos na Permissão de Entrada e Trabalho.
Em caso de existência de Atmosfera Imediatamente Perigosa à Vida ou
à Saúde – Atmosfera IPVS -, o espaço confinado somente pode ser adentrado
com a utilização de máscara autônoma de demanda com pressão positiva ou
com respirador de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para escape.

216
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Capacitação para trabalhos em espaços confinados

É vedada a designação para trabalhos em espaços confinados sem a


prévia capacitação do trabalhador.
O empregador deve desenvolver e implantar programas de capacitação
sempre que ocorrer qualquer das seguintes situações:

a) Mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho;

b) Algum evento que indique a necessidade de novo treinamento; e

c) Quando houver uma razão para acreditar que existam desvios na


utilização ou nos procedimentos de entrada nos espaços confinados ou que os
conhecimentos não sejam adequados.

Todos os trabalhadores autorizados e Vigias devem receber capacitação


periodicamente, a cada doze meses.
A capacitação deve ter carga horária mínima de dezesseis horas, ser
realizada dentro do horário de trabalho, com conteúdo programático de:

a) Definições;

b) Reconhecimento, avaliação e controle de riscos;

c) Funcionamento de equipamentos utilizados;

d) Procedimentos e utilização da Permissão de Entrada e Trabalho; e

e) Noções de resgate e primeiros socorros.

A capacitação dos Supervisores de Entrada deve ser realizada dentro do


horário de trabalho, com conteúdo programático estabelecido:

a) Identificação dos espaços confinados;

b) Critérios de indicação e uso de equipamentos para controle de riscos;

c) Conhecimentos sobre práticas seguras em espaços confinados;

d) Legislação de segurança e saúde no trabalho;

e) Programa de proteção respiratória;

f) Área classificada; e

g) Operações de salvamento.

217
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Emergência e salvamento

O empregador deve elaborar e implementar procedimentos de


emergência e resgate adequados aos espaços confinados incluindo, no
mínimo:

a) Descrição dos possíveis cenários de acidentes, obtidos a partir da


Análise de Riscos;

b) Descrição das medidas de salvamento e primeiros socorros a serem


executadas em caso de emergência;

c) Seleção e técnicas de utilização dos equipamentos de comunicação,


iluminação de emergência, busca, resgate, primeiros socorros e transporte de
vítimas;

d) Acionamento de equipe responsável, pública ou privada, pela execução


das medidas de resgate e primeiros socorros para cada serviço a ser
realizado;

e) Exercício simulado anual de salvamento nos possíveis cenários de


acidentes em espaços confinados.

O pessoal responsável pela execução das medidas de salvamento deve


possuir aptidão física e mental compatível com a atividade a desempenhar.
A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os
possíveis cenários de acidentes identificados na análise de risco.

Disposições gerais

O empregador deve garantir que os trabalhadores possam interromper


suas atividades e abandonar o local de trabalho, sempre que suspeitarem da
existência de risco grave e iminente para sua segurança e saúde ou a de
terceiros.
É vedada a entrada e a realização de qualquer trabalho em espaços
confinados sem a emissão da Permissão de Entrada e Trabalho.

ANEXO I – SINALIZAÇÃO
Sinalização para identificação de espaço confinado

218
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

ANEXO II - PERMISSÃO DE ENTRADA E TRABALHO – PET

219
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Operações de resgate

Uma vez que toda a preparação foi feita, o processo de remoção de


vítimas da instalação subterrânea deve começar. Essa fase de operação
envolve a entrada no local para o bom desempenho do sistema de salvamento
planejado.

- Contagem do pessoal:
Esse sistema garante que somente entre na instalação quem estiver
autorizado e equipado apropriadamente. Sua localização, seu moral e
conhecimento servem também para o controle do tempo de ar respirável (EPR)
com cilindro. Um profissional deve ser designado para controlar essas tarefas.

- Busca:
A menos que a localização da vítima seja óbvia, a guarnição de
socorristas deve proceder à busca na instalação subterrânea, a qual deve ser
sistemática e em sequência lógica. Algumas vezes, o progresso das pesquisas
é lento, mas as guarnições devem se manter juntas como um time e evitar
dispersões. Na busca por trechos ou áreas, um bombeiro deve ficar em
posição fixa enquanto os outros vasculham o local.
O profissional estacionário fica próximo à parede e mantém a
conversação e a atenção no caminho. Deve-se, de vez em quando, manter o
silêncio no sentido de ouvir ruídos, sons ou vozes.

Quando a vítima é encontrada, ela será


examinada pelo técnico em emergências
médicas. Se a vítima estiver consciente será
boa fonte de informação para o comandante
da operação. Se houver problema
respiratório, o oxigênio será ministrado, para
que o estado de choque e os efeitos
prolongados do calor ou frio sejam evitados.

Remoção da vítima:
Após estabilização e liberação da instalação
subterrânea, a vítima será envolta em
cobertores na maca ou passará por um
processo de descontaminação antes de seguir
para o pronto socorro. A remoção deve ser feita
em viatura de resgate que, após a remoção da
vítima, sofrerá descontaminação de seus
equipamentos e instrumentos.

220
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Resgate em espaço confinado

A humanidade dispõe de sofisticados meios de comunicação, fruto do


progresso tecnológico. Em muitos lugares, existem equipamentos para essa
finalidade, os quais se baseiam em sistemas de telefonia, rádios,
radiocomunicação em serviços aéreos, marítimos, televisão, redes de
computação etc.
Na maioria dos acidentes, o sistema elétrico de uma edificação ou de
veículos normalmente é afetado e o socorro em si não costuma usá-lo por
medida de segurança. Diante dessas situações, empregam-se métodos de
comunicação simples, que é uma solução rápida e segura para a obtenção de
retorno durante uma situação de emergência.
Podemos identificar alguns desses sinais empregados dentro do
sistema de comunicação:
- Sinais sonoros: podem ser empregadas sirenes das viaturas,
megafones, rádios e viva voz.
- Sinais visuais: podem ser empregadas lanternas, faróis, pontos de
referência, foguetes luminosos (matas).
- Sinais por toques: sistema empregado com cabo guia para orientação
durante buscas realizadas em ambientes confinados, sem visibilidade, de difícil
acesso e que torna impossível usar outros meios. Podemos exemplificar
com alguns princípios básicos, mais não os determinar, pois o sistema pode
mudar de atividade para atividade, Veja os exemplos:
- Um toque - atenção (parando, prosseguindo);
- Dois toques - encontrou alguma coisa;
- Três toques - retornando;
- Quatro toques - necessitando ajuda;
- Vários toques consecutivos - emergência.
A padronização das sinalizações pode mudar de acordo com a
organização que a utiliza, criando o seu próprio procedimento padrão.

221
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Equipe preparada com antecedência em situações emergenciais

A preparação antecipada da guarnição deve obedecer aos seguintes


procedimentos:
- Organize as equipes de trabalho a prepará-las para o sistema de
comunicação que será aplicado, visando empregar soluções práticas e
objetivas.
- Prepare os materiais e equipamentos para o sistema de comunicação.
- Estabeleça o sistema de comunicação, mesmo nas situações mais
precárias.
- Verifique, nos arredores, a existência de meios que possam auxiliar no
trabalho, a fim de usá-los como auxílio.

- Mantenha a calma e o discernimento para perceber a hora correta de


agir.

- Faça tudo para obter auxílio, mas, ao mesmo tempo, permaneça


receptivo às ajudas inesperadas e inusitadas.

- Procure identificar as pessoas que irão atuar dentro da área de ação.

- Obtenha sempre materiais de reserva, em qualquer situação.

Nunca descarte a possibilidade de acontecer o imprevisto, desse


momento em diante não faça coisa alguma por iniciativa precipitada, pois não é
necessária a pressa, será sempre melhor esperar um momento oportuno.

Doenças de transmissão hídrica São aquelas em que a água atua como


veículo do agente infeccioso. Os microrganismos patogênicos atingem a água
através dos excretos de pessoas ou dos de animais (esgoto) e são os
principais causadores de doenças. As vias de contágio dessas doenças são:
a) para coliformes fecais – a ingestão da água e o contato com mucosas dos
olhos, nariz, ouvidos, canal peniano, vaginal e retal;
b) para o vírus da hepatite A ou B e o cólera – a ingestão da água;
c) para o vírus da leptospirose – o simples contato da água com a pele; d)
para o tétano – o contato da água ou objetos contaminados com ferimentos na
pele.
É importante salientar que a profilaxia é decisiva para evitar contrair
muitas dessas doenças e não fica restrita à vacinação primária, tomada
quando criança, a qual não representa uma imunização permanente. Devem
ser tomados reforços, como, por exemplo, contra o tétano, a cada dez anos.
Definição de tática: é todo planejamento realizado dentro de uma
operação com o intuito de desenvolver técnicas adequadas ao evento.
Devemos também considerar a seguinte definição: é a disposição dos
materiais, equipamentos e pessoal dentro da operação que será desenvolvida.

222
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Nós e entrelaçamentos – generalidades

Um profissional habitual (prático) conhece, normalmente, uma série de


nós e entrelaçamentos, porém, para levar a termo a mais complexa manobra
de salvamento, necessita conhecer um pouco mais. Devemos fazer um
repasse geral de alguns nós, fazer algumas observações sobre suas
peculiaridades e o uso idôneo. Sabemos que existem mais nós que os já
citados no Manual Profissional dos Entrelaçamentos e que estes são mais do
que suficientes para superar qualquer eventualidade. Os nós recomendados
são os que demandam a experiência, e os mais praticados são os que devem
ser usados dentro de cada situação encontrada. Devemos levar em
consideração que é melhor saber poucos nós, porém com a convicção da sua
aplicabilidade, do que conhecer muitos e não saber aplicá-los, para tanto,
devem que ser praticados e só utilizar aqueles que estamos totalmente
familiarizados.
Um nó reduz a resistência nominal de uma corda em uma porcentagem
que varia segundo o nó aplicado. É importante levarmos em consideração que,
quando as cordas estão sob grandes cargas ou estão sob tensões constantes,
são consideradas fracas de resistência (perda de resistência = PR). Não
podemos relacionar, na íntegra, os fatores de resistência, já que ela resistência
varia em razão de diversos fatores. Qualquer nó que trabalhe corretamente e
dívida bem a tensão em toda massa da corda intervém em si mesmo, pois este
devendo estar bem confeccionado.
Deve-se prestar atenção em deixar as voltas paralelas e encaixadas no
corpo do nó. O mesmo nó tem em ocasiões iguais diferente aplicação, pois
mudamos a maneira (forma) de confeccioná-lo: entrelaçamos pelo seio e pelo
chicote. Quando entrelaçamos pelo seio, desprezamos as extremidades da
corda e elas, por sua vez, nem sempre terminam iguais; e quanto ao
entrelaçamos pelo chicote, ele começa e termina a sua confecção por uma das
extremidades, podendo até passar do seguimento da corda.
Entrelaçamento pelo seio e pelo chicote, respectivamente.

 Nós são entrelaçamentos realizados no seio ou na extremidade de uma


corda, com a finalidade de formar uma ou várias alças, assim como também de
fixá-la em um ponto adequado, seja provisório ou permanente. Outras
definições e características vão ser encontradas no Manual Profissional dos
Entrelaçamentos.

223
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

TIPOS DE NÓS

 Azelha (simples)
Serve para marcar um cabo pelo seio, ou também, utilizado na
confecção de uma alça pelo seio.

 Volta do fiel
Serve para prender um cabo, muito usado para fixação.

 Lais de guia de correr


Formado primeiramente por um lais de guia sendo que o restante do
chicote passa por dentro do mesmo, formando um nó próprio para correr.

 Direito
Serve para unir cabos de mesmo diâmetro. Tem qualidade de não
correr.

224
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

 Pescador simples.
Serve para unir cabos de mesmo diâmetro, recorre quando sem tração.

 Escota singela (simples)


Serve para unir cabos de bitolas diferentes, são largamente empregados
para agüentar temporariamente um cabo passado em um olhal.

 Catau.
Serve para reforçar um ponto fraco em um cabo encurtá-lo.

225
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

226
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

227
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

5. RELAÇÕS HUMANAS
RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
Relacionamento interpessoal é um conceito do âmbito da sociologia e
psicologia que significa uma relação entre duas ou mais pessoas. Este tipo
de relacionamento é marcado pelo contexto onde ele está inserido, podendo
ser um contexto familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade.
O relacionamento interpessoal implica uma relação social, ou seja, um
conjunto de normas comportamentais que orientam as interações entre
membros de uma sociedade. O conceito de relação social, da área da
sociologia, foi estudado e desenvolvido por Max Weber.
O conteúdo de um relacionamento interpessoal pode ser de vários níveis
e envolver diferentes sentimentos como o amor, compaixão, amizade, etc. Um
relacionamento deste tipo também pode ser marcado por características e
situações como competência, transações comerciais, inimizade, etc. Um
relacionamento pode ser determinado e alterado de acordo com um conflito
interpessoal, que surge de uma divergência entre dois ou mais indivíduos.
Por outro lado, o conceito de relacionamento intrapessoal é distinto mas
não menos importante. Este conceito remete para a aptidão de uma pessoa de
se relacionar com os seus próprios sentimentos e emoções e é de elevada
importância porque vai determinar como cada pessoa age quando é
confrontada com situações do dia-a-dia. Para ter um relacionamento
intrapessoal saudável, um indivíduo deve exercitar áreas como a
autoafirmação, automotivação, autodomínio e autoconhecimento.

Relacionamento interpessoal no trabalho


No contexto das organizações, o relacionamento interpessoal é de
extrema importância. Um relacionamento interpessoal positivo contribui para
um bom ambiente dentro da empresa, o que pode resultar em um aumento da
produtividade. No trabalho, esse relacionamento saudável entre duas ou mais
pessoas é alcançado quando as pessoas conhecem a si mesmas, quando são
capazes de se colocar no lugar dos outros (demonstram empatia), quando
expressam as suas opiniões de forma clara e direta sem ofender o outro
(assertividade), são cordiais e têm um sentido de ética.

LIDERANÇA
Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores
e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos.
A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se
destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É
um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e
passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.
Um líder é uma pessoa que dirige ou aglutina um grupo, podendo estar
inserido no contexto de indústria, no exército, etc. Existem vários tipos de líder,
que mudam em função das características do grupo (unidade de combate,
equipe de trabalho, grupo de adolescentes).

228
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

O líder tem a função de unir os elementos do grupo, para que juntos


possam alcançar os objetivos do grupo. A liderança está relacionada com
a motivação, porque um líder eficaz sabe como motivar os elementos do seu
grupo ou equipe.
Novas abordagens sobre o tema defendem que a liderança é um
comportamento que pode ser exercitado e aperfeiçoado. As habilidades de um
líder envolvem carisma, paciência, respeito, disciplina e, principalmente, a
capacidade de influenciar os subordinados.
A palavra liderança tem origem no termo em inglês leader, que significa
líder. Em inglês, liderança é traduzida para leadership. Ex: He is a good boss
because he has good leadership skills. / Ele é um bom chefe porque tem boa
capacidade de liderança.

TIPOS DE LIDERANÇA
Os três estilos clássicos de liderança, que definem a relação entre o líder
e os seus seguidores, são: Autocrática, Democrática e Liberal (ou Laissez-
faire).

Liderança autocrática: É um tipo de liderança autoritária, na qual o líder


impõe as suas ideias e decisões ao grupo. O líder não ouve a opinião do grupo.

Liderança democrática: O líder estimula a participação do grupo e


orienta as tarefas. É um tipo de liderança participativa, em que as decisões são
tomadas após debate e em conjunto.

Liderança liberal: Há liberdade e total confiança no grupo. As decisões


são delegadas e a participação do líder é limitada.

Liderança nas organizações


Em uma organização, a liderança é um tema de fundamental
importância, pois está relacionado com o sucesso ou o fracasso, com
conseguir ou não atingir os objetivos definidos. Principalmente no contexto
empresarial ou de uma organização, é importante saber fazer a distinção entre
líder e chefe.
Um chefe tem a autoridade para mandar e exigir obediência dos
elementos do grupo porque muitas vezes se considera superior a eles.
Um bom líder aponta a direção para o sucesso, exercendo disciplina,
paciência, compromisso, respeito e humildade

229
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

POSTURA E IMAGEM PROFISSIONAL

A imagem pessoal e a postura profissional tornaram-se aspectos que


contribuem para o sucesso em todas as áreas de trabalho. Investir na imagem
pessoal é uma estratégia vital para qualquer profissional que queira entrar e
permanecer no mercado de trabalho.
Atualmente, mais do que nunca os mercados de trabalho requerem que
os profissionais tenham uma atitude adequada ao nível interno e externo à
empresa. Para qualquer área de atuação, será o grande desafio do
profissional, saber comportar-se adequadamente e ter um comportamento
compatível com as regras e valores da empresa.
A prática de boas maneiras, tanto na vida pessoal como profissional,
representa uma vantagem para o sucesso, o que explica o grande interesse
pelo assunto por parte daqueles que desejam ser bem-sucedidos na vida. E
cultivar essa postura garante-lhe bons frutos.
As regras de boas maneiras não foram feitas para serem praticadas
somente em reuniões sociais. Elas têm de encontrar espaço propício também
no ambiente profissional e até mesmo pessoal. O respeito das pessoas deve
ser uma constante, pois somente através dele é que o trabalho coletivo pode
chegar a um bom termo.

 Já mais utilize gírias.


 Vícios de linguagem.
 Ajustar o volume e o tom da voz.
 Fale com educação, agradeça, peça licença, não interrompa os outros.
 Não fale mentiras.
 Fofocas não são jamais aceitas em qualquer ambiente de trabalho.
 Seja pontual.
 Atente-se as normas do ambiente.
 Evitar ao máximo o uso de qualquer tipo de aparelhos eletrônicos,
celulares, mp3, maquinas fotográficas e etc.
 O uniforme deve estar impecavelmente limpo.
 Higiene pessoal é fundamental (barba, cabelos e unhas cortadas) ‘homem’.
 Cabelos presos, maquiagem discreta, unhas cortadas, brincos pequenos
“mulher”.
 Proibido uso de anéis, pulseiras, cordões piercing “ambos os sexos”.
 Obedeça às regras da empresa, órgão, condomínio entre outros.

“Seja o melhor em tudo o que for fazer!”

230
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

LISTA DE ABREVIATURAS E GLOSSÁRIO


ABC, método - seqüência de operações feitas na ressuscitação
cardiopulmonar. A (airway), B (breathe) e C (circulate).
AIDS - síndrome da imuno deficiência adquirida.
APH - atendimento pré-hospitalar.
AVC - acidente vascular cerebral - oclusão ou lesão de uma artéria que irriga o
cérebro; chamado comumente, derrame.
AVDI - é um método de avaliação do nível de resposta do paciente.
Bpm - batimentos por minuto.
CPE - crítico, instável, potencialmente instável e estável.
CO2 - dióxido de carbono.
DEA - desfibrilador externo automático.
DEDI - abreviação que significa dor, edema, deformidade e impotência
funcional de uma parte do corpo.
DPOC - doença pulmonar obstrutiva crônica.
DST - doenças sexualmente transmissíveis.
EPI - equipamentos de proteção individual.
FV - fibrilação ventricular.
IAM - infarto agudo do miocárdio.
ICC - insuficiência cardíaca congestiva.
Kgf - quilograma/força.
mmHg - milímetros de mercúrio.
MMII - membros inferiores.
MMSS - membros superiores.
O2 - oxigênio.
OVACE - obstrução das vias aéreas por corpos estranhos.
QID - quadrante inferior direito.
QIE - quadrante inferior esquerdo.
QSD - quadrante superior direito.
QSE - quadrante superior esquerdo.
RCP - ressuscitação cardiopulmonar.
SBV - suporte básico de vida.
SCTQ - superfície corporal total queimada.
SEM - Sistema de Emergência Médica.
SNC - sistema nervoso central.
VA - vias aéreas.
Vpm - ventilações por minuto.

A.
Abandono - deixar um paciente com trauma ou doença antes do pessoal de
resgate chegar. Deixar o local sem dar informações sobre o paciente também é
considerado uma forma de abandono.
Abdome - região do corpo entre o diafragma e a pélvis.
Abdome agudo - inflamação na cavidade abdominal freqüentemente
produzindo dor súbita e intensa.

231
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Abdominal (cavidade) - cavidade anterior de corpo que se localiza entre o


diafragma e os ossos da pélvis. Aloja e protege os órgãos abdominais,
glândulas, vasos e nervos importantes.
Abdominal (quadrante) - as quatros zonas da parede abdominal anterior.
Essas zonas são usadas para referências rápidas, na localização de estruturas
de traumas e de dor.
Abdução - movimento de um membro afastando-se da linha média do corpo.
Abrasão - arranhão, escoriação.
Acidente com múltiplas vítimas - qualquer acidente, desastre ou emergência
que envolva mais de um paciente.
Afundamento do tórax - condição onde várias costelas estão fraturadas de tal
modo que a parede do tórax não consegue mover-se adequadamente durante
a respiração.
Agudo - refere a uma ocorrência repentina. Às vezes, o tema é usado para um
mal súbito.
Alérgico -qualquer substância que causa uma resposta alérgica.
Alvéolos - pequenas cavidades pulmonares tipo saco, onde ocorre uma troca
gasosa entre gases alveolares e o sangue capilar pulmonar.
Ambulância - veículo projetado especialmente para o transporte de pacientes
e cuidados de emergência. É provida de um compartimento para o motorista e
outro para o paciente, e transporta todos os equipamentos e materiais para o
resgate e atendimento pré-hospitalar.
Amnésia - perda de memória. Essa perda geralmente é de forma súbita.
Amputação - remoção cirúrgica ou traumática de uma parte do corpo. A
maioria das amputações são de extremidades ou de uma de suas partes.
Angina - dor no tórax próximo ao coração freqüentemente causada por um
suprimento insuficiente de sangue no coração.
Angústia respiratória ou insuficiência respiratória - qualquer dificuldade
para respirar. Às vezes, o problema é grave e requer cuidados de emergência.
Uma vez que tal situação tenha iniciado é difícil de predizer, a curto prazo, o
curso do problema.
Anterior - frente.
Anti-séptico - substância hipoalergênica e atóxica com ação letal e inibitória
do crescimento dos microorganismos.
Aorta - maior artéria do corpo que conduz sangue oxigenado para o
organismo.
Apnéia - parada da respiração.
Arritmia - falta de ritmo; irregularidade e desigualdade das contrações do
coração.
Artéria - cada um dos vasos que conduzem o sangue do coração a todas as
partes do corpo.
Artéria femural - artéria principal da extremidade inferior, localizada na parte
superior (coxa).
Arteríola - artéria muito pequena, de dimensões microscópicas.
Arteriosclerose - "endurecimento das artérias" causado pela deposição de
cálcio.
Articulação - junção natural de dois ou mais ossos.

232
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Asfixia - suspensão ou supressão da atividade respiratória e da circulação do


sangue.
Asma - condição em que ocorre uma constrição dos bronquíolos, causando
uma redução do fluxo de ar.
Aspiração - inalação de substâncias estranhas para os pulmões.
Asséptico - limpo, livre de partículas de contaminação. Não significa estéril.
Assistolia - quando o coração pára de bater. É a parada cardíaca.
Aterosclerose - aumento da espessura e perda de elasticidade das paredes
internas das artérias, acompanhados de formação de ateromas.
Átrio - câmara superior do coração.
Avulsão - extração violenta, arranco.

B
Bandagem - um dispositivo, como gaze ou atadura, que pode ser usado para
manter um curativo no lugar.
Bilateral - que existe em ambos os lados do corpo.
Bradicardia - condição anormal onde os batimentos cardíacos estão lentos.
Brônquio - a porção das vias aéreas que conecta a traquéia aos pulmões.
Bronquíolos - pequenas terminações que levam o ar do ambiente aos alvéolos
pulmonares e vice-versa.

C
Cãibras - condição provocada pela perda de fluidos e sais do corpo.
Usualmente ocorre em pessoas que trabalham em locais com calor excessivo e
com grande esforço muscular.
Canal inguinal - canal de passagem do escroto na cavidade pélvica que leva
vasos sanguíneos, nervos e o cordão do testículo.
Cânula - dispositivo que é colocado na boca ou nariz do paciente para ajudar a
manter as vias aéreas abertas.
Cânula de Guedel - dispositivo oral que ajuda a manter a língua afastada da
orofaringe, promovendo a abertura das vias aéreas.
Cânula nasofaríngea - sonda flexível que é lubrificada e inserida no nariz de
um paciente até o nível da nasofaringe (atrás da garganta) para permitir vias
aéreas superiores abertas.
Capilar - vaso sanguíneo microscópico no qual ocorre as trocas entre a
circulação sanguínea e os tecidos.
Cardíaco - que se refere ao coração.
Cateter - tubo flexível que é introduzido no corpo para permitir drenagens ou
infusões de fluidos.
Cavidade pélvica - parte baixa da cavidade abdominal, cercada pelos ossos
da pelve.
Cavidade pleural - espaço entre as duas membranas pleurais: parietal e
visceral.
Cavidade torácica - cavidade do corpo superior ao diafragma. Faz a proteção
do coração e pulmões.
Cefaléia - dor de cabeça, localizada ou difusa.
Cefálico - referente à cabeça.

233
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Cérvix - a parte inferior do útero onde começa a vagina.


Cetoacidose - condição de um diabético quando utiliza muita gordura,
tentando obter energia por falta de glicose disponível.
Cetônica - hálito de odor adocicado e amoniacal. É um sinal de coma
diabético.
Choque - reação do corpo em resposta a falência do sistema circulatório em
prover sangue adequadamente para todos os órgãos, tecidos e células.
Cianose - coloração azulada da pele e das mucosas, devido a baixa
oxigenação sanguínea.
Coágulo - uma formação composta de fibras e um emaranhado de células
sanguíneas que ajudam a parar a hemorragia de uma ferida.
Cóccix - osso mais baixo da coluna vertebral.
Coma - estado de completa inconsciência.
Compressão direta - pressão direta aplicada ao local do sangramento.
Convulsão - alteração no funcionamento do cérebro que causa contrações
descontroladas dos músculos.
Coronárias - artérias que irrigam o coração (miocárdio).
Corte - ferimento aberto com extremidades lisas (incisão) ou extremidades
irregulares (laceração).
Crânio-caudal -da cabeça aos pés.
Crepitação - um ruído que ocorre pelo atrito das partes fraturadas.
Crônico - Termo usado para significar muito tempo ou que ocorre com
freqüência.
Curativo - cobertura protetora, ajuda no controle de hemorragias e previne a
contaminação das feridas.
Curativo oclusivo - curativo fechado.

D
Delirium tremens - uma severa reação que ameaça a vida, relacionada à
abstinência de álcool do paciente. As mãos do paciente tremem, pode ocorrer
febre alta, alucinações, comportamentos incomuns e convulsões.
Derme - a segunda camada da pele. É rica em vasos sangüíneos e nervos,
encontra-se abaixo da epiderme.
Desfibrilação - aplicação de um choque elétrico no paciente numa tentativa de
restabelecer um ritmo normal espontâneo do coração.
Desfibrilador externo automatico (DEA) - um aparelho elétrico que pode
detectar batidas irregulares do coração (fibrilações) e dar um choque no tórax
do paciente.
Desmaio - ocorre quando o paciente tem uma perda temporária da
consciência, causada pela redução de sangue no cérebro.
Diabetes - doença causada pela produção inadequada de insulina.
Diafragma - músculo da respiração que separa a cavidade abdominal da
cavidade torácica.
Diástole - período durante o qual o coração recupera seu volume de repouso,
depois da contração; relaxamento cardíaco.
Diastólica - referente à diástole.
Dispnéia - dificuldade respiratória.

234
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Distal - longe de um ponto de referência.


Distendido - inflado, inchado, dilatado.
Distensão - ferimento no músculo causado pela hiperextensão.
Doença infecciosa - qualquer doença causada por agentes infecciosos
microbianos, tais como bactérias ou vírus.

E
Edema - inchaço devido ao acúmulo de líquidos nos tecidos.
Êmbolo - bolha de gás na circulação sangüínea.
Enfisema - doença crônica na qual os pulmões sofrem uma perda progressiva
da elasticidade.
Epiglote - saliência de cartilagem e outros tecidos que estão no topo da
laringe. Ela fecha as vias aéreas na hora da deglutição, desviando os sólidos e
líquidos para o esôfago.
Epilepsia - disfunção neurológica caracterizada por perda de consciência.
Epistaxe - sangramento nasal.
Equimose - descoloração da pele devido a uma hemorragia interna.
Tipicamente uma marca "preta e azul".
Escala de Coma de Glasgow - escala confiável para estimar rapidamente
gravidade da disfunção neurológica em pacientes com alteração da
consciência.
Escápula - osso do ombro.
Escoriação - ferimento aberto que lesa a camada superficial da pele.
Esfigmomanômetro - aparelho para verificar a pressão arterial.
Esôfago - tubo muscular que conduz o alimento da boca para o estômago.
Estabilização - imobilização feita em uma parte lesada do corpo, com o
objetivo de ajudar a reduzir os movimentos involuntários, minimizando a dor ou
espasmos musculares.
Estéril - livre de toda a forma de vida microbiana.
Estetoscópio - instrumento que amplia os sons.
Evisceração - termo aplicado a saída de algum órgão ou parte dele por uma
ferida aberta.
Exame pré-natal - acompanhamento médico realizado durante a gestação.
Expiração - soltar o ar, exalar.

F
Falanges - ossos dos dedos.
Faringe - garganta.
Fêmur - osso da coxa.
Feto - criança no estágio intra-uterino, com mais de 8 semanas.
Fibrilação - contrações sem coordenação das fibras musculares do coração.
Fibrilação ventricular - contrações totalmente desorganizadas dos
ventrículos.
Fibrina - material de proteína fibrosa responsável pelos coágulos de sangue.
Fíbula - osso lateral da perna.
Fletido – flexionado.
Flexão - movimento de ângulo de uma articulação.

235
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Formigamento - sensação de comichão ou agulhada, que surge


espontaneamente quando ocorre compressão dos vasos sanguíneos ou
nervos.
Fratura - quebra, rachadura, lasca de uma parte óssea.

G
Genitália - órgãos reprodutores externos.
Geniturinário - sistema genital e urinário.
Genopeitoral - ação de dobrar os joelhos unindo-os em direção ao tórax.
Glicose - açúcar simples, primeira fonte de energia para o corpo.

H
Hematoma - coleção de sangue abaixo da pele ou tecidos, geralmente
resultante de um trauma.
Hemorragia - perda de sangue causado por uma solução de continuidade em
vasos sanguíneos.
Hipoglicemia - falta de açúcar nos tecidos.
Hipotermia - esfriamento geral do corpo.
Hipovolemia - perda de sangue ou plasma pelo organismo.
Hipóxia - inadequado suprimento de oxigênio aos tecidos do corpo.

I
Imobilização - aplicação de um dispositivo que imobiliza uma extremidade
deformada, inchada e com dor.
Imobilizar - fixar ou restringir parte do corpo para reduzir ou eliminar o
movimento.
Infarto - morte de tecido devido à interrupção de fluxo sangüíneo.
Inflamação - presença de dor, calor, vermelhidão e inchaço de tecidos quando
há um processo infeccioso, irritativo ou traumático.
Inspiração - entrada de ar para os pulmões.
Insulina - hormônio produzido pelo pâncreas, que transporta o açúcar (glicose)
para as células do organismo.
Involução uterina - movimentação fisiológica de regressão do útero após o
parto.
Intravenoso - dentro da veia.
Isquemia - provisão de sangue diminuída para um órgão ou tecidos.

L
Lactente - criança menor de um ano.
Laringe - parte das vias aéreas entre a garganta e a traquéia.
Ligamento - tecido fibroso que liga as articulações aos ossos.
Luxação - deslocamento de uma extremidade de um osso em uma articulação.

M
Mandíbula - o osso do queixo.
Medial - linha vertical, central do corpo.
Meninges - membranas que revestem o cérebro e a medula.

236
H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Miocárdio - músculo cardíaco.


Mobilização - termo de uso geral para descrever qualquer procedimento
organizado para mover um doente ou uma pessoa ferida, de um local para
outro.
Movimento paradoxal torácico - quando um segmento da parede do tórax
move-se para a direção oposta ao restante. Está associado ao afundamento do
tórax.
Muco - humor viscoso e semitransparente que constitui a base de muitas
secreções; mucosidade.
Músculo intercostal - músculos que se localizam entre as costelas, ajudando
a aumentar o volume da cavidade do tórax.

P
Palpação - toque manual feito para sentir uma parte do corpo, tais como o
abdome ou o pulso radial.
Pâncreas - glândula localizada na parte posterior da porção superior da
cavidade abdominal, atrás do estômago. Produz insulina e sucos digestivos.
Parada cardíaca - quando o coração pára de bater.
Paralisia - perda completa ou parcial da habilidade para mover uma parte do
corpo. A sensibilidade da área também pode estar ausente.
Percentil - Valor mínimo de pressão arterial aceitável.
Perfusão capilar - fluxo de sangue pelos vasos capilares.
Períneo - região localizada entre os órgãos genitais externos e o ânus.
Peritônio - membrana que envolve e delimita a cavidade abdominal.
Permeáveis - desobstruídas; livres.
Pleura - dupla membrana que reveste a parede dos pulmões.
Pneumotórax - coleção de ar entre os espaços pleurais causada pela saída de
ar dos pulmões, pelas lesões da parede torácica ou dos pulmões.
Ponto de compressão na RCP - ponto do osso esterno encontrado
colocando-se dois dedos acima do apêndice xifóide (durante o RCP, são feitas
compressões, neste local, colocando-se a base de uma das mãos). Nas
crianças, as compressões são feitas com dois ou três dedos colocados
embaixo de uma linha imaginária desenhada entre os dois mamilos.
Posterior - atrás, costas.
Pressão arterial diastólica - a pressão sangüínea na parte interna das artérias
quando o coração está relaxado. Veja pressão arterial sistólica.
Pressão arterial sistólica - a pressão sangüínea na parede das artérias,
quando o coração está contraído. Veja pressão sangüínea diastólica.
Pressão intracraniana - pressão no interior do crânio, que pode variar em
virtude do acúmulo de líquidos nessa cavidade.
Pressão sangüínea - a pressão causada pelo sangue que força as paredes
dos vasos. Normalmente é medida a pressão do sangue nas artérias.
Priapismo - ereção peniana persistente associada a algum dano espinhal.
Protocolo - passos específicos a serem adotados em situações de
emergência, que são parte das diretrizes de um sistema de resgate,
direcionados para a segurança, avaliação, assistência, transporte e
transferência. Envolve toda avaliação do paciente e procedimentos.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

Pulmonar - que se refere aos pulmões.


Pulso - a expansão e contração alternada das paredes das artérias
combinadas com a ejeção de sangue pelo coração.
Pulso distal - um pulso medido no fim de uma extremidade. Normalmente
refere-se ao pulso radial nas extremidades superiores e o pulso pedioso para
as extremidades baixas. Ver pulso radial e pulso pedial.
Pulso pedial ou pedioso - pulso perceptível no "peito" do pé.
Pulso radial - pulso palpável no punho.

R
Rádio - osso lateral do antebraço.
Regra dos nove - sistema usado para calcular a superfície da pele que é
queimada. O corpo é dividido em doze regiões. Cada uma das onze regiões
equivale a 9% do corpo e a região genital 1%.
Respiração - ato de respirar. A troca de oxigênio e gás carbônico ocorre nos
pulmões.
Respiração artificial - manobra de forçar a entrada de ar ou oxigênio para o
pulmão de um paciente que não esteja respirando adequadamente ou com
dificuldade respiratória. Também chamado de ventilação artificial.
Respiração diafragmática - respirações fracas e rápidas com pequeno ou
nenhum movimento do tórax. Há um leve movimento do abdome. O esforço do
paciente para tomar fôlego utiliza apenas o músculo do diafragma.
Ressuscitação - qualquer manobra para restabelecer ou prover artificialmente
o funcionamento normal do coração ou pulmões.
Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) - conjunto de manobras sobre o
coração e o pulmão para, artificialmente, manter a respiração e a circulação.
Ressuscitação pulmonar - substituição artificial da função ventilatória do
paciente.

S
Sangramento arterial - perda de sangue por uma artéria. O fluxo geralmente é
rápido e jorra refletindo as batidas do coração.
Sangramento venoso - perda de sangue por uma veia, de cor vermelho
escuro.
SBV - suporte básico de vida.
Seguimento cefálico - relativo à cabeça.
Sibilo - som sibilante na respiração. É freqüentemente associado com a asma.
Na saída do ar dos sacos alveolares, a expiração é difícil.
Sinais vitais - sinais que auxiliam na avaliação das funções vitais do paciente.
Sistêmico - refere-se ao corpo todo.
Sístole - contração cardíaca simultânea para os dois ventrículos e átrios.
Sistólico - relativo à sístole.
Sudorese - secreção de suor; transpiração.

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H3 DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

T
Tala inflável - suporte de plástico inflável usado para a imobilização de
membros traumatizados.
Tala rígida - dispositivo duro feito de material com pequena flexibilidade (como
metal, plástico ou madeira) para imobilizar articulações e extremidades acima e
abaixo do local do dano.
Taquicardia - batida rápida do coração, normalmente mais que 100 batimentos
por minuto.
Tecidos moles - tecidos do corpo que compõem a pele, músculos, nervos,
vasos sanguíneos, tecidos gordurosos, células de revestimento que recobre
órgãos e glândulas.
Tipóia - bandagem triangular grande ou outro dispositivo de pano, que é
aplicado para imobilizar membros superiores com dor, inchaço e deformidades
devido a possíveis fraturas e luxações.
Tração - ação de puxar com suavidade um membro para estabilizar um osso
quebrado para sua imobilização.
Trauma - lesão causada por violência, choque ou pressão.
Triagem - método usado de classificação de pacientes segundo sua gravidade.
Trombose - formação de um coágulo em um vaso sanguíneo.

V
Vascular - referente aos vasos sanguíneos.
Veia - vasos sanguíneos que retornam sangue para o coração.
Ventilação - enchimento os pulmões de ar.
Ventral - parte da frente do corpo.
Ventrículo - é uma das duas câmaras inferiores do coração. Bombeiam
sangue do coração para os pulmões e para todo o corpo.
Vênula - porção mais fina das veias que começa no final do leito capilar e
retorna sangue para as veias maiores.
Vértebra - unidade óssea da coluna vertebral.
Vias aéreas - estruturas anatômicas onde ocorre a passagem de ar, que
entrou pelo nariz e boca, para efetuar troca gasosa em nível pulmonar.
Víscera - órgão interno.
Vulva - genitália externa feminina.

Z
Zigomático - osso da face, também chamado de zigoma.

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