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CENTRO DE ADESTRAMENTO ALMIRANTE MARQUES DE LEÃO

CURSO EXPEDITO DE CONTROLE DE AVARIAS PARA INSTALAÇÕES DE TERRA


SEMIPRESENCIAL
C-Exp-CAv-T-SP
CAv-T-SP I – FUNDAMENTOS DE COMBATE A INCÊNDIOS COM ÊNFASE ÀS
INSTALAÇÕES DE TERRA

UE 1 – NATUREZA DO FOGO - Aulas 1.1 a 1.4

Olá, aluno (a)! Tudo bem?


Estamos iniciando a UE 1 da Disciplina I do Curso
Expedito de Controle de Avarias em Instalações Terrestres
Semipresencial, e estudaremos alguns conceitos
fundamentais sobre a natureza do fogo.
Devemos lembrar que a humanidade incorporou o
fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao longo do
tempo, foi estabelecendo melhores formas de controlá-lo e
de lidar com ele de maneira a comprometer cada vez
menos sua integridade. Com isso, foram inseridas na
prática humana e aperfeiçoadas tarefas como o aquecimento de alimentos, objetos e
ambientes, a iluminação de locais, a incineração de resíduos e dejetos entre outras
atividades que, em algum momento da história ou até hoje, utilizaram ou utilizam o fogo.
No entanto, um dos desafios que ainda perduram é o pleno controle do fogo.
Equipamentos foram desenvolvidos e estratégias elaboradas para que se previna o
alastramento desenfreado das chamas, mas, eventualmente, elas fogem ao controle, e
este episódio chamamos de Incêndio. Vamos lá?!

Objetivos da Aprendizagem:
– Identificar o fenômeno da combustão;
– Relacionar noções elementares sobre a temperatura e a
transmissão de calor; e
– Descrever como acontece a eletricidade estática.

1.1 – COMBUSTÃO
Ao considerarmos uma fonte de calor como elemento capaz de alterar o
estado natural da matéria e a aproximarmos de uma substância qualquer,
verificaremos a ocorrência de uma reação química, caracterizada pelo aumento de
temperatura e liberação gradual de calor, o que fará com que as ligações estáveis
intermoleculares daquele corpo sejam quebradas transformando seu estado natural.
Essa alteração química da matéria decorre do nível de agitação de suas
moléculas em decorrência de seu aquecimento. O aumento da temperatura provoca a
ruptura de suas ligações, causando mudanças na sua estrutura molecular.
Tomemos como exemplo dessa modificação do estado natural da matéria a
queima do papel. O papel, quando aquecido, não libera moléculas de celulose em
forma de gases, mas sim outros gases, que se diferem e muito da constituição

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molecular primária do papel. Essas moléculas liberadas decorrentes do aquecimento são


muito menores, mais simples e, em sua grande maioria, instáveis, possuindo grande
capacidade de se combinar com outras moléculas, como as de oxigênio, por exemplo, para
buscar a estabilidade. A este processo de decomposição da matéria em decorrência de
seu aquecimento damos o nome de “pirólise”. A pirólise independe da presença de
chamas, sendo o aquecimento do material, sem contato direto com o fogo, o suficiente
para desencadear o processo de decomposição química e eliminação da queima.
A maior parte dos combustíveis sólidos e líquidos passa para o estado
gasoso antes de sua ignição.
A única diferença é que, ao contrário dos combustíveis sólidos, grande parte dos
combustíveis líquidos não sofre decomposição térmica (pirólise), mantendo as
características de suas moléculas. Sofrem apenas vaporização, e são esses vapores que
queimarão ao entrar em contato com uma fonte de calor.
Ocorre que para causar variação de temperatura suficiente para modificar o
estado físico ou químico da matéria, de forma a provocar a liberação de gases
combustíveis, necessitamos de uma fonte energética externa, à qual denominamos
energia de ativação.
Energia de ativação é a energia mínima para fazer com que os materiais
sólidos e líquidos a ela submetidos iniciem o processo de combustão. Ela vai variar de
acordo com a constituição do material.
À medida que os gases provenientes da pirólise do material, de sua vaporização, ou
até mesmo quando o próprio material em seu estado sólido (no caso de metais alcalinos,
por exemplo) se inflama, gerando luz (chama) e calor, obteremos a combustão.
É importantíssimo, neste ponto, saber distinguir a combustão de chama. Enquanto a
combustão é a reação química que libera energia térmica, na forma de luz (chama e
incandescência da brasa) e calor, a chama configura-se como uma das manifestações da
liberação de luz daquela reação.
Deste modo, a chama nada mais é do que a liberação de luz em decorrência dos
gases combustíveis em combustão.
Para que a combustão aconteça e se mantenha são necessários três
elementos, a saber:
 Combustível;
 Comburente; e
 Calor (Temperatura de Ignição).
Existe ainda uma reação química contínua entre o combustível e o comburente,
derivada do calor, responsável pela liberação de mais calor que mantém a combustão,
denominada reação em cadeia. A reação em cadeia não é um elemento do fogo, mas sim,
um processo que se vale do combustível, comburente e calor para dar sustentabilidade ao
processo de combustão.
A união entre esses três elementos, por meio da reação em cadeia, é
didaticamente representada pelo tetraedro do fogo (figura 1), que simboliza a
interdependência entre os sobreditos elementos para a manutenção da combustão.
Passemos ao estudo de cada um dos três elementos da combustão e da reação em
cadeia.

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Figura 1: Tetraedro do Fogo

DEFINIÇÃO: Combustão é definida como uma reação química de oxidação, na qual


uma substância combustível reage com o comburente, ativada pelo calor (elevação de
temperatura) com desprendimento de energia luminosa, calor e gases combustíveis.

 COMBURENTE
É todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de fazê-
lo entrar em combustão. O oxigênio é o comburente mais facilmente encontrado na
natureza. O oxigênio existe no ar atmosférico em uma quantidade aproximada de 21%.
Normalmente, não ocorre chama quando a concentração de oxigênio no ar é inferior
a 13%.

 COMBUSTÍVEL
É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão (madeira, papel,
pano, estopa, tinta, alguns metais etc). É o elemento que serve de campo de propagação
ao fogo. Dentre as diversas classificações que podemos atribuir aos combustíveis,
interessam ao nosso estudo as seguintes:

I – QUANTO AO ESTADO FÍSICO:


– sólidos (carvão, madeira, pólvora, etc.);
– líquidos (gasolina, álcool, éter, óleo de linhaça, etc.); e
– gasosos (metano, etano, etileno, butano, etc.).
a) Combustíveis Sólidos
A maioria dos combustíveis sólidos transforma-se em vapores e, então, reagem com
o oxigênio. Outros sólidos (ferro, parafina, cobre, bronze) primeiro transformam-se em
líquidos, e posteriormente em gases, para então se queimarem. Quanto maior a superfície
exposta, mais rápida será o aquecimento do material e, consequentemente, o processo de
combustão.
b) Combustíveis Líquidos
Os líquidos inflamáveis têm algumas propriedades físicas que dificultam a extinção
do calor, aumentando o perigo para os homens que combatem o fogo. Os líquidos
assumem a forma do recipiente que os contém. Se derramados, os líquidos tomam a forma
do piso, fluem se acumulam nas partes mais baixas e em locais de difícil acesso.
Tomando como base o peso da água, cujo litro pesa 1 quilograma, classificamos os
demais líquidos como mais leves ou mais pesados. É importante notar que a maioria dos
líquidos inflamáveis é mais leve que água e, portanto, flutuam sobre esta. Outra

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propriedade a ser considerada é a solubilidade do líquido, ou seja, sua capacidade de


misturar-se à água.
Os líquidos inflamáveis se caracterizam por se inflamar com grande rapidez e
facilidade, possuindo ponto de fulgor inferior a 37,8 ºC.
Os líquidos combustíveis não liberam vapores combustíveis em temperatura
ambiente, possuindo ponto de fulgor superior a 37,8 ºC. Necessitam ser aquecidos
para queimar.
c) Combustíveis Gasosos
Os gases não têm volume definido, tendendo, rapidamente, a ocupar todo o
recipiente em que estão contidos. Os combustíveis gasosos são armazenados em
recipientes, sob pressão. Se o peso do gás é menor que o do ar, o gás tende a subir e
dissipar-se. Mas, se o peso do gás é maior que o do ar, o gás permanece próximo ao solo
e caminha na direção do vento, obedecendo aos contornos do terreno.
Na combustão, como em todas as reações químicas, a proporção entre combustível e
comburente é estequiométrica. Os extremos da faixa de concentração, (faixa de
inflamabilidade) dentro da qual a combustão ocorre, são denominados “Limite Inferior de
Inflamabilidade – LII” e “Limite Superior de Inflamabilidade – LSI”. O LII é o percentual
mínimo de gás ou vapor que, quando misturado ao ar atmosférico, torna a mistura
susceptível à queima. Já o LSI é o percentual máximo de gás ou vapor que, da mesma
forma, torna a mistura susceptível à queima. Quanto mais próximo do ponto
estequiométrico, maior a velocidade de propagação das chamas.

Figura 2: LII e LSI

Este percentual de dissolução de combustível localizado entre o LSI e o LII é


denominado limite de inflamabilidade. Só ocorrerá a queima dos combustíveis se estiverem
dentro desta faixa, ou seja, dentro de uma mistura de inflamabilidade
adequada.
Esta mistura de inflamabilidade é percebida também na pirólise dos
combustíveis sólidos e vaporização dos combustíveis líquidos, em menor escala. Os
vapores e gases desprendidos dos referidos combustíveis necessitam se misturar ao ar
atmosférico com vistas a formar uma mistura adequada, que esteja dentro do limite de
inflamabilidade. Só então será possível que este material queime, quando em contato com
uma fonte de calor.
Os limites de inflamabilidade são afetados pela temperatura e pela pressão – O
aumento da temperatura “alarga” a faixa de inflamabilidade (diminui o LII e aumenta o LSI);
o aumento da pressão desloca para cima o limite superior de inflamabilidade e também o
ponto estequiométrico.

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Concentração
Combustíveis
Limite inferior Limite superior
Metano 1,4% 7,6%
Propano 5% 17%
Hidrogênio 4% 75%
Acetileno 2% 85%
Tabela 1 – Limites de Inflamabilidade

Para o gás queimar, há necessidade de que esteja em uma mistura ideal com o ar
atmosférico e, portanto, se estiver numa concentração fora de determinados limites, não
queimará. Cada gás, ou vapor tem seus limites próprios. Por exemplo, se num ambiente há
menos de 1,4% ou mais de 7,6% de vapor de gasolina, não haverá combustão, pois a
concentração de vapor de gasolina nesse local está fora do que se chama de mistura ideal,
ou limites de inflamabilidade; isto é, ou a concentração deste vapor é inferior ou é superior
aos limites de inflamabilidade.

II – QUANTO À VOLATILIDADE
a) Voláteis – são os combustíveis que, nas condições normais de temperatura e
pressão, desprendem vapores capazes de se inflamarem (álcool, éter, benzina, etc.). A
volatilidade é a facilidade com que os líquidos liberam vapores, e tem grande importância,
porque quanto mais volátil for o líquido, maior a possibilidade de haver fogo, ou mesmo
explosão. Chamamos de voláteis os líquidos que liberam vapores a temperaturas menores
que 20° C.
b) Não voláteis – são os combustíveis que desprendem vapores inflamáveis após
aquecimento acima da temperatura ambiente (óleo combustível, óleos lubrificantes, óleo
de linhaça, etc.), considerando as condições normais de pressão.

Observação:
– Perigos da Radiação Eletromagnética ao Combustível (HERF – High-Energy
Radio Frequency)
Uma mistura de vapor de combustível / ar acima do “Limite Mínimo Explosão” pode
ser inflamada quando um campo de rádio frequência de alta energia induz arco entre duas
superfícies de metal próximas. O incêndio causado por HERF é normalmente um risco nos
casos de combustíveis com baixos pontos de ignição. Podem ser citados como exemplo, o
risco decorrente de reabastecimento de gasolina em espaços abertos, ventilações de
combustíveis, entradas de combustíveis abertas ou combustíveis derramados em locais
em que transmissores de alta energia, como radares, estejam operando.
Precauções como o controle de emissões eletromagnéticas e a restrição de algumas
transmissões devem ser normatizadas em procedimentos de segurança específicos.

III – QUANTO À PRESENÇA DO COMBURENTE


a) Com comburente – combustível que possui em sua própria estrutura molecular o
comburente (pólvoras, cloratos, nitratos, celuloide e metais combustíveis, tais como: lítio,
zircônio, titânio, etc.), neste caso a combustão poderá ocorrer em atmosfera com
concentrações de oxigênio inferiores a 13%; e

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b) Sem comburente – não possui o comburente na sua estrutura molecular


(madeira, papel, tecidos, etc.), há necessidade de ser alimentado por uma fonte de
comburente.
A velocidade da queima de um combustível depende de sua capacidade de
combinar oxigênio sob a ação do calor e da sua fragmentação (área de contato com o
oxigênio).

 PROCESSOS DE QUEIMA
Como regra, os materiais combustíveis queimam no estado gasoso. Submetidos ao
calor, os sólidos e os líquidos combustíveis se transformam em gás para se inflamarem.
Como exceção e como casos raros, há o enxofre e os metais alcalinos (potássio, cálcio,
magnésio, etc.), que se queimam diretamente no estado sólido.

 INTENSIDADE DA COMBUSTÃO
É conhecido por intensidade da combustão o volume de chamas que se desprende
de um incêndio. Naturalmente, um palito de fósforo apresentará uma intensidade de
combustão muito menor do que uma pilha de lenha, devido à menor quantidade de
combustível. Além da quantidade de combustível, devemos, também, considerar a área
superficial do combustível, porque a concentração da mistura combustível e ar (oxigênio)
produzirão uma intensidade de combustão maior ou menor em função dessa mistura.
Assim, quanto maior a área superficial, maior será a concentração da mistura
ar/combustível e, em consequência, maior será a intensidade da combustão.
A concentração do comburente é outro fator que devemos considerar quando um
incêndio está ocorrendo com pequena intensidade num ambiente confinado (onde a
concentração de oxigênio já atingiu níveis reduzidos) e uma porta é bruscamente aberta.
Subitamente, sob o impacto do aumento da concentração de oxigênio ambiente, o fogo se
reanima e aumenta de intensidade. É o que chamamos de “backdraft”, como veremos mais
a frente.

 FORMAS DE COMBUSTÃO
As combustões podem ser classificadas conforme a sua velocidade em: completa,
incompleta, espontânea e explosão. Dois elementos são preponderantes na velocidade da
combustão: o comburente e o combustível; o calor entra no processo para decompor o
combustível. A velocidade da combustão variará de acordo com a porcentagem do
oxigênio no ambiente e as características físicas e químicas do combustível.
a) Combustão completa – É aquela em que a queima produz calor e chamas e se
processa em ambiente rico em oxigênio.
b) Combustão incompleta – É aquela em que a queima produz calor e pouca ou
nenhuma chama, e se processa em ambiente pobre em oxigênio.
c) Combustão espontânea – Certos materiais orgânicos, em determinadas
circunstâncias, podem, por si só, entrar em combustão. Entre as substâncias mais
suscetíveis de combustão espontânea destacam-se tecidos impregnados de óleo, os
vernizes, os pós metálicos, o sisal, a madeira e a serragem. Os materiais fibrosos tornam-
se particularmente perigosos quando impregnados com óleos animais ou vegetais. Embora

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seja um fenômeno pouco falado, a combustão espontânea é mais comum do que se


poderia pensar.
Ocorre também na mistura de determinadas substâncias químicas, quando a
combinação gera calor e libera gases em quantidade suficiente para iniciar combustão,
como, por exemplo, água e sódio.
d) Explosão – É a queima de gases (ou partículas sólidas), em altíssima velocidade,
em locais confinados, com grande liberação de energia e deslocamento de ar.
Combustíveis líquidos, acima da temperatura de fulgor, liberam gases que podem explodir
(num ambiente fechado) na presença de uma fonte de calor.

 PRODUTOS DA COMBUSTÃO
Quando duas substâncias reagem entre si, se transformam em outras substâncias.
Estes produtos finais resultantes da combustão, que dependerão do tipo do combustível,
normalmente são: Gás Carbônico (CO2, Monóxido de Carbono (CO), fuligem, cinzas,
vapor d’água, mais calor e energia luminosa).
Dependendo do combustível poderemos ter vários outros produtos, inclusive
tóxicos ou irritantes.

1.2 – A TEMPERATURA
Grandeza termodinâmica intensiva, comum a todos os corpos que estão em equilíbrio
térmico, que expressa a quantidade de calor existente num corpo ou no ambiente.
Temperatura de Ignição – é a temperatura necessária para que a reação química
ocorra entre o combustível e o comburente, produzindo gases capazes de entrarem em
combustão.
Ponto de Fulgor – é a temperatura mínima na qual um combustível desprende gases
suficientes para serem inflamados por uma fonte externa de calor, mas não em quantidade
suficiente para manter a combustão. A chama aparece, porém logo se extingue, não
mantendo a combustão.
Ponto de Combustão – é a temperatura do combustível, acima da qual ele
desprende gases em quantidade suficiente para serem inflamados por uma fonte externa
de calor e continuarem queimando, mesmo quando retirada esta fonte.
Ponto de Ignição – é a temperatura necessária para inflamar os gases que estejam
se desprendendo de um combustível, só com a presença do comburente.
Reação química em cadeia – A reação em cadeia torna a queima autossustentável.
O calor irradiado das chamas atinge o combustível e este é decomposto em partículas
menores, que se combina com o oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor para o
combustível, formando um ciclo constante. O fogo age em um corpo, decompondo-o em
partes cada vez menores.

1.3 – MÉTODOS DE TRANSMISSÃO DE CALOR


 Irradiação
É a transmissão de calor que se processa sem a necessidade de continuidade
molecular entre a fonte calorífica e o corpo que recebe calor. É a transmissão de calor que

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acompanha geralmente a emissão de luz. Ondas de calor irradiam em todas as direções, a


não ser se bloqueadas, e atingem os objetos, aquecendo-os. O caso típico de calor
radiante é o calor do Sol.

 Condução
É a transmissão de calor que se faz de molécula para molécula, por contato físico,
através de um movimento vibratório que as anima e permite a comunicação de uma para
outra.
As anteparas e pisos que limitam os compartimentos incendiados atingem
temperaturas que ultrapassam a de ignição da maioria dos materiais encontrados a bordo.
É por isto que, quando ocorre um incêndio em um compartimento, devem ser inspecionado
imediatamente os compartimentos adjacentes, principalmente os que ficam acima. Todo
material existente nesses compartimentos deve ser retirado ou afastado das anteparas, ao
mesmo tempo em que estas devem ser resfriadas, visto que a própria tinta que as reveste
se inflama com facilidade.

 Convecção
É o método de transmissão de calor característico dos líquidos e gases. Consiste na
formação de correntes ascendentes no seio da massa fluida, devido ao fenômeno da
dilatação e consequente perda de densidade da porção de fluido mais próximo da fonte
calorífica. Porções mais frias ocupam o lugar próximo à fonte calorífica, antes ocupada
pelas porções que subiram, formando-se assim o regime contínuo das correntes de
convecção.
Quanto ao aspecto da propagação de incêndios, a convecção pode ser responsável
pelo alastramento de incêndios a compartimentos bastante distantes do local de origem do
fogo. Em edifícios, este fenômeno se dá através dos poços dos elevadores ou vãos de
escadas, atingindo muitos andares acima de onde está ocorrendo o incêndio,
especialmente onde houver portas ou janelas abertas que permitam a passagem da coluna
ascendente de gases aquecidos. A legislação que rege a construção civil determina que as
escadas internas, de acesso aos pavimentos de um prédio, sejam isoladas por portas à
prova de fogo, de forma a evitar tais efeitos.

1.4 – ELETRICIDADE ESTÁTICA


Eletricidade estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo em relação a
outro, geralmente em relação à terra. Forma-se, na grande maioria dos casos, por atrito,
sendo praticamente impossível de ser eliminada. A providência que pode ser tomada é
impedir o seu acúmulo antes que atinja potenciais perigosos (capazes de fazer produzir
uma faísca), aterrando-se o equipamento a ela sujeito, isto é, ligando-se a carcaça do
equipamento à terra, por meio de um condutor. Quase todos os equipamentos estão
sujeitos a atrito e, portanto, à formação de eletricidade estática. A faísca da descarga
elétrica, somada à presença de combustíveis ou misturas explosivas nas proximidades,
poderá ocasionar uma combustão. Por isso, no transporte e manuseio de líquidos voláteis
deverão ser tomados cuidados específicos.

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Antigamente, os caminhões-tanque transportadores de líquidos inflamáveis levavam


correntes na parte traseira que, ao se arrastarem pelo chão, descarregavam a eletricidade
estática formada. Modernamente, não se usam mais tais correntes. Antes de ser iniciada a
faina de carga ou descarga do líquido, o chassi do caminhão é ligado à terra por um fio
metálico. As mangueiras que descarregam líquidos e gases combustíveis devem ser
dotados de bocal metálico que, por sua vez, deve ser conectado eletricamente ao tanque
receptor, antes de ser iniciada a descarga. Evita-se, assim, que a eletricidade estática
gerada pelo atrito do fluido com a mangueira possa originar uma centelha entre o bocal e o
tanque.

VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Olá, alunos (as)!!!


Agora chegou o momento de verificar se os objetivos foram alcançados.
Vamos tentar responder a essas perguntas abaixo? Vamos lá!

1) Cite o fenômeno da combustão;


2) Relacione as formas de transmissão de calor; e
3) Descreva como acontece a eletricidade estática.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. DIRETORIA GERAL DE MATERIAL DA MARINHA. DGMM – 0602 Normas
e procedimentos para prevenção, proteção e segurança contra incêndios em OM
terrestres. 1a rev. Rio de Janeiro, 2002.
________. Centro de Adestramento Almirante Marques de Leão. CAAML – 1202
Manual de Combate a Incêndio. 2ª rev. Niterói, 2017.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
Goiás. Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Fundamentos de Combate
a Incêndio, CBMGO, 1° Edição, 2016.
Distrito Federal. Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Manual Básico de
Combate a Incêndio, Modulo 1, CBMDF.

Verificação da aprendizagem - Respostas:

1) Reação química em cadeia na qual uma substância combustível reage com o comburente, ativada pelo
calor com desprendimento de energia luminosa, calor e gases da combustível.

2) Condução, condução e irradiação.

3) Acumulo de potencial elétrico causado pelo atrito.

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