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PREPARAÇÃO PARA O EXAME

ESCOLA DE AVIAÇÃO CONGONHAS


SANTOS

COMBATE AO FOGO
CFG

www.eaconsantos.com
EACON – SANTOS

COMBATE AO FOGO

I – Conceito

O fogo, provavelmente, foi descoberto pelo home das cavernas, que o


conhecera apenas como uma força misteriosa que lhe aquecia e
cozinhava sua comida.
Por muitos e muitos séculos o fogo continuou um mistério e, ainda na
idade média, os alquimistas o definiam como um elemento básico assim
como a terra, o ar e a água, considerados indivisíveis.
Na vida moderna, o fogo, ou melhor, a combustão, é uma necessidade
indiscutível, como sempre fora aos nossos antepassados, sendo usado
na alimentação, nos transportes, na produção de energia, enfim, torna-
se imprescindível desde o mais humilde dos lares ao mais amplo dos
complexos industriais.
A explicação exata do conceito “FOGO” é mais difícil do que parece. Só
na era moderna, após sucessivos estudos, é que se pôde defini-lo,
sendo que não se trata de forças misteriosas como queria acreditar o
homem primitivo, nem de elemento básico e indivisível como queriam os
alquimistas, mas sim de um fenômeno químico que se caracteriza pela
presença de LUZ e CALOR.

II – Definição

FOGO ou COMBUSTÃO é um processo de transformação química quando


materiais combustíveis e inflamáveis, combinados com um comburente
(geralmente oxigênio) e ativados por uma fonte calorífica, iniciam a
reação em cadeia, produzindo energia na forma de luz e calor.

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III – Elementos Essenciais ao Fogo

Sendo o fogo um processo químico, logo deveremos ter no mínimo dois


elementos que reajam entre si, bem como circunstâncias que favoreçam
tal relação.
A tais componentes chamaremos elementos essenciais ao fogo.
Inicialmente, dizia-se que para haver a combustão, três desses
elementos se faziam imprescindíveis:
combustível
calor
comburente

Denominamos este conjunto como TRIÂNGULO DO FOGO.


Recentemente, estudos mais aperfeiçoados chegaram à conclusão da
existência de um 4o elemento igualmente necessário ao processo de
combustão: reação em cadeia. Assim, didaticamente deixou-se de
representar o fogo por um triângulo equilátero, utilizando-se para tal um
TETRAEDRO.

a) Combustível
É o material que alimenta o fogo e serve de campo à sua
propagação. Com pequenas exceções, compreende todos os
materiais que possamos imaginar (papel, madeira, tecido, gasolina,
GLP – gás liqüefeito do petróleo, álcool, etc).

b) Comburente
É o elemento ativador do fogo, isto é, que lhe dá vida e intensifica o
fenômeno da combustão. O oxigênio (O2) é o principal dos
comburentes. Apenas em alguns casos a queima ocorre sem a sua
presença, como por exemplo, a queima de antimônio em atmosfera
de cloro.
Para que haja chamas, o ambiente precisará ter no mínimo 16% de
O2, lembrando que o ar atmosférico normal contém 21% deste gás.

c) Calor
É o elemento que serve para dar início à combustão, mantê-la e
incentivar sua propagação. Como vimos anteriormente, os
combustíveis necessitam ser transformados em gases para queimar
e, para tal, precisam obter temperatura que variam de um corpo
para outro. Assim a gasolina queima mais fácil que a madeira, pois
precisa de menos calor para se vaporizar.

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Aos diferentes estágios de temperaturas atingidos por um combustível,


daremos o nome de:
ponto de fulgor
ponto de combustão
ponto de ignição
Ponto de Fulgor (Flash Point)
É a temperatura mínima na qual um corpo combustível começa a
desprender gases ou vapores que se queimam em contato com uma
fonte externa de calor, não havendo, contudo constância na chama
devido aos gases não serem suficientes para tal (há o clarão e logo se
apaga).
• Ponto de Combustão (Fire Point)
É a temperatura mínima necessária para que um corpo emita vapores
(gases) em quantidade suficiente para que haja chama permanente,
quando em contato com o comburente e exposto a uma fonte externa
de calor.
• Ponto de Ignição (Ignition Temperature)
É a temperatura mínima em que os gases (vapores) desprendidos por
um corpo entram em combustão sem o auxílio de fonte externa de
calor. Somente a presença do comburente é o suficiente à combustão.
Para exemplificar tais pontos, consideremos um combustível qualquer
sendo aquecido lentamente dentro de um frasco.

Em resumo:
No momento em que, chegando-se uma chama externa aos
gases desprendidos pelo aquecimento em contato com o
oxigênio, um lampejo for emitido (acende e, em seguida,
apaga) teremos o ponto de fulgor;
No momento em que o combustível estiver gerando vapor em
quantidade suficiente, ao aproximarmos uma fonte externa de
calor o fogo se instala e permanecerá caracterizando o ponto de
combustão;
No momento em que os gases liberados pelo combustível
aquecido começarem a queimar por si só, isto é, sem o contato
de fonte externa de calor e simplesmente pela mistura com o
comburente, teremos o ponto de ignição.

Alguns combustíveis, normalmente os gases gerados por decomposição


orgânica (exemplo: metano), inflamam-se com o simples contato com o
oxigênio. Tal fenômeno recebe o nome de “ignição espontânea”.

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d) Reação em Cadeia
Os combustíveis, após iniciarem a combustão, geram mais calor, o
qual provocará o desprendimento de mais gases ou vapores,
desenvolvendo então uma transformação ou reação em cadeia, ou
seja, o produto de uma transformação gerando outra transformação.

IV – Diferentes Formas de Combustão

As combustões podem se classificar quanto à sua velocidade:

ativa
lenta
explosão
espontânea

Tal diferenciação deve-se principalmente à porcentagem de comburente


(oxigênio) contido no ambiente e, secundariamente, à divisão do
material combustível, pois quanto mais fracionado, mais superfície
estará exposta ao calor e, consequentemente, maior quantidade de
gases produzirá.
Exemplo: um cubo de madeira queimará com maior dificuldade do que
uma mesma massa da mesma madeira em forma de raspas ou
serragem.

a) Combustão Ativa
É aquela em que o fogo, além de produzir chama, isto é, luz. A razão
de tal fenômeno deve-se ao fato de que tal reação se processa em
ambiente rico em oxigênio.

b) Combustão Lenta
É aquela em que o fogo só produz calor, não apresentando chamas e,
geralmente, a reação se processa em ambientes pobres em oxigênio.

c) Explosão
É uma combustão rápida e que atinge altas temperaturas. Essa
reação se caracteriza por violenta dilatação de gases que,
consequentemente, exercem também violenta pressão às paredes
que os confinam.

d) Combustão Espontânea
Determinados materiais, geralmente de origem vegetal, tendem a
fermentar quando armazenados e, desta fermentação, resulta o calor
que se elevando gradativamente, faz o combustível atingir seu ponto

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de ignição (ex.: gás metano). De igual forma, determinados


produtos, quando em contato com outros, reagem quimicamente
gerando calor e, consequentemente, uma combustão (ex.: fósforo
branco em contato com o oxigênio).

V – Propagação do Fogo

O fogo se propaga por contato direto da chama sobre os materiais, pelo


deslocamento de partículas incandescentes que se desprendem de
outros materiais já em combustão, ou pela ação do calor (energia ou
movimento de moléculas de um corpo).
Este último processo de propagação do fogo e transmissão de calor pode
ocorrer por:

a) Condução
Quando se transmite de molécula a molécula, pelo simples contato
dos corpos (ex.: combustão em uma fogueira).

b) Convecção
Quando a transmissão é feita por meio de deslocamento de massa de
ar aquecido (mais leve que o ar comum), a qual se desloca do local
em chamas levando energia calorífica suficiente para que outros

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materiais combustíveis atinjam seus pontos de combustão (ex.:


chama no topo de chaminés).

c) Irradiação ou Radiação
Quando a transmissão de energia calorífica se dá por meio de ondas
através do espaço ou materiais (ex.: calor da energia solar).

VI – Métodos de Extinção do Fogo

Uma vez conhecidos os elementos essenciais do fogo, isto é, sabendo-se


que para comburente, calor e, em estudos mais recentes, a reação em
cadeia, podemos concluir que para a extinção de tal combustão deve-se
agir diretamente contra um destes elementos. A tais procedimentos
chamaremos MÉTODO DE EXTINÇÃO DO FOGO.

a) Retirada do Material
Método também conhecido como isolamento, remoção ou corte do
suprimento combustível. Tal processo consiste no controle de
combustível, isto é, na retirada, diminuição ou interrupção do campo
de propagação do fogo.

b) Resfriamento
Consiste no controle do calor, isto é, na diminuição da temperatura
até o ponto em que o material não queime ou emita gases
inflamáveis.

c) Abafamento
Consiste em evitar que o oxigênio (comburente) contido no ar se
misture com os gases emanados do combustível, tornando-o um
produto inflamável.

d) Extinção Química
Consiste na interrupção da reação em cadeia através de substâncias
cujas moléculas se desassociam pela ação do calor e se unem com
uma mistura inflamável (gás ou vapor mais comburente), formando
outra mistura não inflamável.

VII – Causas de Incêndio

Causa de incêndio é o fator determinante pelo qual um corpo entrou em


combustão, ocasionando um incêndio, ou ainda, as circunstâncias

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concorrentes à produção ou intensificação de uma combustão. Podem


ocorrer por processos químicos, mecânicos ou elétricos.
Para fins de estudo, as causas de incêndio e/ou explosões podem ser
classificadas em:

a) Causas Humanas
Causas culposas: devido à ação direta do homem por
omissão, imprudência, negligência, descuido, imperícia ou
ainda por irresponsabilidade.
Causas dolosas: devido à ação direta do homem que, por
motivos psicológicos ou materiais, podem provocar
voluntariamente um incêndio.

b) Causas Naturais
Provocadas por fenômenos naturais que se sobrepõem às
providências de prevenção adotadas pelo homem (ex.: terremoto,
descargas elétricas, etc).

c) Causas Acidentais
Decorrem de falhas ocasionais quando, embora o homem tenha se
prevenido, por fatores alheios à sua vontade, incêndios e explosões
acabam por ocorrer (ex.: choque de veículo contra uma aeronave em
abastecimento).

d) Energia Eletrostática
Principalmente em aviação, cuidados especiais devem ser adotados
em relação à eletricidade estática, a qual se manifesta como um
grande risco de explosões e ocorrência de incêndios.
Eletricidade estática é o acúmulo de potencial elétrico de um corpo
em relação a outro. É proveniente do aumento do potencial entre
dois corpos carregados com cargas contrárias, os quais ao atingirem
um potencial máximo provocarão uma descarga elétrica.
Tal energia forma-se por atrito e dificilmente poderá ser neutralizada,
o que só será possível através de perfeita aterragem do aparelho a
ela sujeito, isto é, pela condução da corrente fazendo-a dissipar-se
na terra.
O atrito de uma aeronave com o ar faz com que grande quantidade
de energia estática seja acumulada, produzindo cargas que, se
estiverem “isoladas” (sem terra), poderão saltar em forma de
centelha para um ponto aterrado. Em função disto, aviões quando
em operações de solo (ex.: abastecimento) deverão, prévia e
obrigatoriamente, serem aterrados.

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VIII – Classes de Incêndio

Para facilitar os estudos de prevenção e combate a incêndios,


convencionou-se adotar uma classificação em quatro tipos distintos: A,
B, C e D.

a) Classe A (Combustíveis Sólidos)


De uma maneira geral, queimam em superfície e profundidade,
deixando resíduos ao final do processo de queima. Exemplos:
madeira, papel, tecido, espuma, etc.

b) Classe B (Combustíveis Líquidos – Líquidos Inflamáveis)


Queimam somente em superfície, deixando poucos resíduos ao final
do processo de queima. Exemplos: gasolina, álcool, GLP (gás
liqüefeito do petróleo), etc.

c) Classe C (Materiais Energizados ou Elétricos)


São caracterizados pela presença de energia elétrica e oferecem
grande risco quando de sua extinção, cujo procedimento deverá ser
feito somente com agentes não condutores de corrente. Exemplo:
televisão, computador, gerador, etc.

d) Classe D (Metais Pirofóricos)


Inflamam-se em contato com outros produtos químicos, em geral o
próprio ar.
Por se tratar de incêndios especiais, exigem métodos específicos de
extinção, isto é, por extinção química ou por meio de agente extintor
que se funde em contato com o metal em combustão, formando uma
capa que o isole do comburente (método de abafamento), ou ainda,
por agente absorvedor de calor e não reativo com o metal
incendiado.
Exemplo: limalhas de ferro para o combate de incêndio em
magnésio.

IX – Agentes Extintores

Entende-se por agentes extintores certas substâncias químicas (sólidas,


líquidas ou gasosas) ou outros materiais que possam ser utilizados na
extinção de um incêndio, quer abafando, quer resfriando, quer

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interferindo na reação em cadeia, ou mesmo acumulando tais


processos, o que aliás, é o mais comum.
Baseando-se nos princípios que acabamos de ver, concluímos serem
inúmeros os agentes ou aparatos extintores do fogo. Os principais e
mais conhecidos são:
Água
Pó Químico Seco (PQS)
Gás Carbônico (CO2)
Compostos Halogenados

a) Água
É a substância mais difundida na natureza. É o agente extintor por
excelência. Age principalmente por resfriamento, ou seja, como
absorvedora do calor, podendo, também, agir por abafamento
segundo a maneira como for empregada (chuveiro ou neblina
aplicada através de equipamento apropriado – mangueira e esguicho
especial).
Na forma de jato sólido, resfria; na forma de chuveiro, resfria e
abafa; na forma de vapor ou neblina, age por abafamento somente.

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b) Pó Químico Seco (PQS)


São, na sua maioria, constituídos de bicarbonato de sódio, finalmente
pulverizado e especialmente tratado, para se tornar repelente à
água, perdendo dessa maneira sua higroscopicidade. Tem por
finalidade gerar uma nuvem que eliminará o oxigênio (comburente),
agindo, portanto, por abafamento. Além do bicarbonato de sódio,
outros produtos também, são utilizados, tais como: bicarbonato de
potássio, fosfato de amônia, sulfato de alumínio, etc. Existem pós
especiais para o combate em incêndios de metais perigosos (classe
D).

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c) Carbônico (CO2) Gás


Bióxido de carbono ou dióxido de carbono são outros nomes que se
dão a este agente extintor. É um gás mais pesado que o ar e, à
temperatura e pressão normais, é considerado inerte, sem cheiro,
sem cor e não condutor de corrente elétrica. Quando comprimido a
cerca de 60 atm (850 PSI), se liquefaz, permitindo assim ser
armazenado em cilindros. Não é um gás venenoso, mas, conforme a
quantidade contida no ambiente pode se tornar sufocante. Age por
abafamento, sendo secundado por uma ação auxiliar de resfriamento
por suas características de baixa temperatura.

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d) Compostos Halogenados
São produtos que tem na sua composição carbono mais flúor, cloro,
bromo ou iodo. O nome HALON provém da expressão inglesa de
HALogenated hydrocarbON (hidrocarbonetos halogenados). Vários
são os tipos de agentes halogenados existentes, embora os mais
conhecidos sejam:

HALON 1011 bromoclorometano (HC2 Br Cl);


HALON 1211 bromoclorodifluormetano (C Br Cl F2);
HALON 1202 dibromodifluormetano (C Br2 F2);
HALON 1301 bromotrifluormetano (C Br F2); e
HALON 2402 dibromotetrafluormetano (C Br F2 C Br F2).

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O sistema de nomenclatura dos HALONS foi idealizado por 5 dígitos,


onde os números de átomos existentes são respectivamente descritos
na seguinte ordem:
Carbono
Flúor
Cloro
Bromo
Iodo

Logo, HALON 1211 = C Br Cl F2 = bromocloridifluormetano (conhecido


como BCF).
Os HALONS são gases ou líquidos que vaporizam rapidamente em
contato com o fogo. Devido a este fato, após o uso, deixam poucos
resíduos corrosivos ou abrasivos. São maus condutores de corrente
elétrica e possuem alta densidade no seu estado líquido, o que permite
seu armazenamento em depósitos compactos. Quanto à forma como se
apresentam, podem ser líquidos vaporizantes ou gases liquefeitos,
ambos expelidos por propelente gasoso (ex.: nitrogênio). Atuam por
abafamento ou eliminação da reação em cadeia.

- Risco de Vida

A descarga do HALON para a extinção de um incêndio pode criar um


risco às pessoas devido ao próprio HALON, como também aos produtos
de sua decomposição resultante de exposições do agente ao fogo ou
superfícies aquecidas. A exposição ao agente natural é, em geral, de
menor efeito que a exposição aos produtos de sua decomposição,
entretanto, não se deve permitir a permanência de pessoal em local
confinado após a descarga de uma instalação fixa sem que estejam
devidamente defendidos por proteção respiratória (máscara full-face
com cilindro de oxigênio). Embora os vapores dos agentes halogenados
tenham baixa toxidade, os produtos de sua decomposição podem ser
perigosos e destacam-se entre eles: ácido bromídrico, ácido clorídico,
ácido fluorídrico, cloro, bromo, flúor, brometo de carbonila, etc.
Identifica-se a presença de tais substâncias tóxicas pelo cheiro acre por
eles exalados, mesmo que em concentração de algumas partes por
milhão.
Os halons mais utilizados na aviação são:
BFC (bromoclorodifluormetano ou HALON 1211); e
FREON 13 b-1 (bromotrifluormetano ou HALON 1301)

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X – Equipamentos Extintores

Considera-se aparelho extintor o equipamento destinado à extinção


imediata de princípios de incêndios quando ainda em sua fase inicial.
São feitos para utilização rápida e por essa razão a sua eficácia ficará
condicionada ao fácil acesso ao aparelho, ao perfeito serviço de
manutenção e ao conhecimento por parte do operador das técnicas de
extinção do fogo.
Quanto à forma de condução e utilização, podem ser divididos em
portáteis (permite ser usado por uma única pessoa) ou carretas
(extintores sobre rodas operadas por mais de uma pessoa).
Quanto ao princípio de funcionamento, podem ser químicos (por meio
de reação química entre produtos – ex.: água, PQS). Os extintores
pressurizados podem ser divididos em:
a. de pressão interna (pressurizados)
Já possuem o gás expelente dentro do recipiente,
misturado com o agente extintor ou, ainda, o próprio
agente extintor acha-se comprimido.
b. de pressão injetada (pressurizável)
Recebem o gás expelente somente no instante do uso,
através de um cilindro auxiliar que poderá estar
localizado do lado de fora ou dentro do próprio
recipiente.
O uso de determinado extintor dependerá da classe de incêndio,
portanto, o conveniente emprego dos diferentes extintores evitará que
seu operador se submeta a riscos desnecessários, tais como choques
elétricos, respingos de líquidos inflamáveis, etc.
Quanto a ação podem ser:
A – de ação DIRETA: vasilhas com água, café, chá, suco, etc.
B – de ação INDIRETA: equipamentos específicos para extinção
(extintores, mangueiras, etc.).

CLASSE
A B C D
(SÓLIDO) (LÍQUIDOS) (ELÉTRICOS) (PIROFÓRICOS)
EXTIN.
SIM NÃO Só se for NÃO NÃO Alimenta a
ÁGUA Resfriamento com neblina Conduz corrente combustão em
(Abafamento) elétrica oxigênio
Só tem ação SIM SIM Abafamento Alguns pós
PQS sobre as Abafamento não conduz especiais
chamas eletricidade somente
Só tem ação SIM SIM Abafa e Age somente em
CO2 sobre as Abafamento resfria superfície NÃO é
chamas NÃO conduz eficaz

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corrente elétrica
SIM Só tem SIM SIM SIM
ação sobre as Abafamento Abafamento Abafamento e
HALON
chamas NÃO conduz extinção química
corrente elétrica

XI – Sistemas de Combate a Incêndios em Aeronaves

Entende-se por sistemas de prevenção e combate a incêndios o


conjunto de meios com o qual se pode dar início à ação de extinção do
fogo quando da ocorrência de sinistros.
Nas aeronaves encontramos dois sistemas distintos, a saber:
Sistema FIXO
Sistema PORTÁTIL

a) Sistema Fixo
É constituído de detectores de fogo e superaquecimento, garrafas
extintoras para os motores, reatores, APU e garrafas para proteção
nos toaletes. O agente extintor utilizado é o FREON 13-b-1
(bromotrifluormetano ou HALON 1301).
Quanto ao acionamento dos extintores fixos, estes podem ser
manuais (motores e APU) e automáticos (toaletes). Os manuais
deverão ser acionados pelo Comandante (Cabine de comando) após
detectado o incêndio que será acusado por um conjunto de alarmes
áudio visuais localizados no painel de controle. Nos toaletes, os
sistemas fixos de extinção automaticamente em ação quando a
temperatura registrada no local atingir 170o F (aproximadamente
78,8o C).

LOCALIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS FIXOS

BOEING 737
Extintores para os motores Alojamento dos trens de pouso
principais (2 garrafas)
Extintores para APU Cone de cauda
Extintores para toaletes Sob os lavatórios

BOEING 727
Extintores para os motores Parte traseira, lado direito, na área
da escada (2 garrafas)
Extintores para APU Raiz da asa esquerda, parte traseira

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Extintores para toaletes Sob os lavatórios

AIRBUS A-300
Extintores para os motores Nos pulons (2 garrafas para cada
motor)
Extintores para APU Compartimento de acessórios, parte
traseira
Extintores para toaletes Compartimento dianteiro (protege
compartimento dianteiro e traseiro)
b) Sistema Portátil
É constituído de extintores manuais que variam de acordo com a
parte das aeronaves e que deverão ser utilizados em função do tipo
de princípio de incêndio a ser combatido.

TIPOS E RESPECTIVAS LOCALIZAÇÕES DO EQUIPAMENTO


PORTÁTIL

BOEING 737
1 de CO2 Na cabine de comando atrás da
cadeira do 1o Oficial
2 de BCF (HALON 1211) 1 no armário do vestíbulo traseiro
1 abaixo do painel dianteiro de
comissários
1 de água pressurizável No armário do vestíbulo traseiro

BOEING 727
1 de CO2 Atrás da cadeira do F/E (Flight)
2 de água pressurizável 1 no painel dianteiro de
comissários
1 abaixo do painel traseiro de
2 de BCF comissários
1 no primeiro gavetão do lado
esquerdo
1 abaixo do painel traseiro de
comissários

AIRBUS A-300
08 de BCF AIR TOTAL 1 na cabine de comando
(HALON 1211) 1 no compartimento eletrônico
6 na cabine de passageiros

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XII – Utilização dos Extintores de Bordo (Portáteis e Manuais)

ÁGUA
1o – Retirar o extintor da alça de fixação.
2o – Conduzi-lo pelo punho até as proximidades do fogo.
3o – Girar o punho no sentido horário (rompendo o lacre) até que
o mesmo encontre o batente, liberando o gatilho.
4o – Acionar o gatilho.
5o – Dirigir o jato de água para a base das chamas.

GÁS CARBÔNICO (CO2)


1o – Utilizar a máscara full-face acoplada à garrafa de oxigênio.
2o – Retirar o extintor da alça de fixação.
3o – Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo.
4o – Posicionar o tubo difusor, apontando-o para a base das
chamas.
5o – Apertar o gatilho, rompendo o lacre e disparando assim o
extintor.

PÓ QUÍMICO SECO (PQS)


1o – Utilizar máscara full-face acoplada à garrafa de oxigênio.
2o – Retirar o extintor da alça de fixação.
3o – Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo.
4o – Apontar para a base das chamas.
5o – Apertar o gatilho, rompendo o lacre e disparando assim o
extintor.

BROMOCLORODIFLUORMETANO (BCF)
1O – Utilizar máscara full-face acoplada à garrafa de oxigênio.
2o – Retirar o extintor da alça de fixação.
3o – Conduzi-lo pelo punho até a proximidade do fogo.
4o – Apontar para a base das chamas.
5o – Apertar o gatilho, rompendo o lacre e disparando assim o
extintor.

XIII – Combate ao Fogo

O combate ao fogo pode ser comparado a uma batalha militar na qual


deve-se ter em mente três frases fundamentais:
Preparação
Tática
Técnica

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PREPARAÇÃO
É levado a efeito antes do fogo se manifestar. Compreende os meios e
disposições preventivas contra incêndios. É, enfim, a prevenção contra
incêndios.

TÁTICA
Compreende o estudo do emprego adequado, no momento do fogo, de
todos os meios providenciados na preparação, conjugando-os de modo a
se obter o máximo de eficiência e seu emprego no mais curto tempo
possível.

TÉCNICA
Compreende a maneira como são usados acertadamente todos os meios
disponíveis. Este sistema deverá estar dividido em fases que obedecem
a um critério lógico de desenvolvimento. Poderão, porém, ocorrer ou
não (as diversas fases), dependendo das circunstâncias e fatores
peculiares a cada caso. Tal critério deverá, visando atuar de modo
eficiente, seguir ordenadamente:

1o – Análise da Situação
Análise feita por um líder frente a um incêndio ou qualquer
outra situação de emergência que o habilite a determinar as ações
a serem postas em prática no cumprimento de sua missão.

2o – Salvamento
Conjunto de operações necessárias à remoção de pessoas
em perigo, seja de local envolvido por incêndio ou de qualquer
outra situação de perigo.

3o – Isolamento
Conjunto de operações necessárias para impedir a
propagação de um incêndio.

4o – Confinamento
Conjunto de operações necessárias para impedir a
propagação de um incêndio, às partes não atingidas, dentro de
uma estrutura.

5o – Extinção
Conjunto de operações necessárias ao ataque e extinção do
foco ou focos principais de um incêndio.
6o – Rescaldo

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Conjunto de operações necessárias para completar a


extinção, impedir seu reinicio e colocar o local em condições de
segurança.

7o – Ventilação
Conjunto das operações necessárias para substituir,
mediante precauções adequadas, a atmosfera excessivamente
quente e com gases tóxicos de ambientes confinados, por ar
fresco.

8o – Proteção
Conjunto de operações necessárias para proteger o local
sinistrado e seus conteúdos contra os prejuízos causados pelo
fogo, calor irradiado, fumaça, água, etc.

XIV – Procedimentos a Bordo de uma Aeronave

A segurança da tripulação e passageiros em uma aeronave deve-se


primordialmente às ações previamente adotadas, visando eliminar ou
reduzir as possibilidades de ocorrência de sinistros, isto é, a prevenção,
bem como ao perfeito conhecimento por parte dos Comissários no que
tange a equipamentos de extinção e adequada aplicação tática no
desempenho do combate ao fogo.

Antes do embarque de passageiros deve ser efetuada a checagem dos


equipamentos de prevenção e combate a incêndios, verificando:

Localização adequada dos aparelhos.


Condições de uso dos extintores, certificando-se de sua
capacidade de pronta intervenção.

“Incêndio é fogo fora de controle”.


Corpo de Bombeiros

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