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PREVENÇÃO E COMBATE AO É o que alimenta o fogo, facilita sua
propagação e, com pequenas exceções,
FOGO compreende todos os materiais sólidos, líquido
e gasosos. A grande maioria dos combustíveis
1. INTRODUÇÃO sólidos e líquidos, serão transformados pela
ação do calor em gases, para que, ao se
Um dos maiores marcos da história da misturarem com o comburente (oxigênio),
humanidade foi, sem dúvida, o domínio do fogo tornam-se inflamáveis.
pelo homem. A partir daí, ele pode se aquecer,
cozinhar seus alimentos e também fundir o Comburente
metal para fabricar utensílios e máquinas,
tornando assim possível o desenvolvimento. É o elemento ativador do fogo. O oxigênio é o
Todavia, este mesmo fogo que constrói, pode principal dos comburentes. Para que haja combustão
destruir, inclusive vidas humanas. Ainda hoje, é necessário que o oxigênio contido no ar
quando o fogo ameaça, a reação do homem atmosférico esteja em concentração mínima de 16%
moderno é idêntica a do homem primitivo, ou (lembrando que o ar cont ém 21%). Abaixo
seja, fugir. Porém, o homem primitivo fugia por dest a concentração, at é chegar ao limite
desconhecer a natureza do fogo. Já o homem minimo de 8% não hav erá mais chamas e a
moderno, conhece as origens do fogo, sabe combustão de um corpo pode se mani sf estar
que se trata de um fenômeno químico e mais lenta. I nf erior a 8% não hav erá f orma
conhece também todas as maneiras de alguma de combust ão.
controla-lo e combate-lo. "
Todos sabemos, por observação ou Calor
experiência, que fugir é a atitude mais errada,
tendo em vista que: É o elemento que dá início ao f ogo , que o
mantém e amplia a propagação. Como v imos
o fogo sempre começa pequeno, exceção anteriormente, os combustív eis necessitam
às grandes explosões ser transf ormados em gases para queimar e,
o homem conhece a natureza do fogo e para tal, precisam obt er temperat uras que
possui equipamentos necessários para v ariam de um corpo para out ro. Daí a
combatê-lo. gasolina queima mais f ácil que a madeira,
poi s preci sa de menos calor para v aporizar.
2. CONCEITO
Reação em Cadeia
Fogo ou combustão é um processo de
transformação química, quando materiais Existe ainda um quart o el emento, a Reação
combustiveis e inflamáveis, combinados com um em Cadei a. Nest e pont o surge a Cad eia de
comburente (geralmente oxigênio), são ativados por Combu stão, produzindo seu próprio calor.
uma fonte calorifica e iniciam uma reação em Os combustív eis, após iniciarem a
cadeia, produzindo energia em forma de luz e calor. combustão geram mais calor, o qual
prov ocará o desprendimento de mais gases
ou v apores, desenv olv endo então, uma
transf ormação ou re ação em cadei a, ou
sej a, o pro dut o d e um a t ransf orm ação
geran do out r a t ran sf orm ação.
Concluímos assim, que o combustív el, o
calor e o comburent e compõem o que
chamamos de “Triângulo do Fogo” e a
3. ELEMENTOS ESSENCIAIS presença desses três elementos é o que
determina a combust ão.
Normalmente, para que haja combust ão, são
necessários três element os essenciai s.
Combustível
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alcançar 100°C, começa a se despender o vapor
d'água; continuando o aquecimento,
observaremos que a madeira começa a ficar
amarela, marrom e finalmente negra a partir dos
150°C. Se no momento em que começar a
enegrecer acendermos um fósforo na boca do
frasco, notaremos que os vapores se incendiarão
em contato com a chama, mas esta não se
sustentará. Neste momento foi atingido o Ponto de
Fulgor. Continuando, com o aumento do calor
4. PONTOS DE COMBUSTÃO veremos que os gases incendeiam-se em contato
com a fonte de calor externa e se mantém em
Combust ão é toda reação química que há chamas, então foi atingido seu Ponto de
entre uma subst ância qualquer (combustív el) Combustão. Continuando a aquecer o corpo,
e o oxigênio do ar (comburent e), na chegaremos a uma temperatura em que os gases
presença de uma f onte de calor. se incendiarão, somente ao contato com o
Ref erente às caract erí sticas f ísicas e oxigênio do ar, mesmo sem o concurso de
químicas, os dados que v eremos a seguir qualquer fonte externa de calor, neste momento foi
são de máxima importânci a para a atingido o Ponto de Ignição.
prev enção de incêndio, principalmente no
que se relaciona aos combustív eis.
É a temperatura mínima necessária para que um As combustões podem se classificar quanto à sua
corpo emita vapores em quantidade suficiente velocidade:
para que haja chama permanente, quando em
contato com o comburente e exposto a uma fonte Ativa
externa de calor. Lenta
Explosão
Ponto de Ignição (Ignition Temperature) Expontânea
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para molécula, pelo simples contato dos corpos (ex.
É aquela em que o fogo, além de produzir calor, combustão em uma fogueira).
produz chama, isto é, luz. A razão deste fenômeno
deve-se ao fato de que tal reação se processa em
ambiente rico em oxigênio(ex. fogueira).
Combustão Lenta
Explosão
Convecção
É uma combustão rápida e que atinge altas
Quando a transmissão é feita por meio de
temperaturas. Essa reação se caracteriza por
deslocamento de massa de ar aquecido (mais leve
violenta dilatação de gases que,
que o ar comum), a qual se desloca do local em
consequentemente, exercem também violenta
chamas levando energia calorífica suficiente para
pressão às paredes que os confinam (ex. gás de
que outros materiais combustíveis atinjam seus
cozinha, pó de serragem, farinha de cereais).
pontos de combustão (ex. chama no topo de
chaminés).
Irradiação - Radiação
6.TRANSMISSÃO DE CALOR
(PROPAGAÇÃO DO FOGO) 7. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
O fogo se propaga por contato direto da chama Para se extinguir um fogo, basta desfazer um dos
sobre os materiais, pelo deslocamento de partículas lados do triângulo, ou agir na reação. Para isso
incandescentes que se desprendem de outros existem quatro possibilidades básicas:
materiais já em combustão ou pela ação do calor
(energia ou movimento de moléculas de um corpo) Resfriamento;
Neste último processo de propagação do fogo, a Isolamento;
transmissão de calor pode ocorrer por: Abafamento;
Extinção quimica.
Condução
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É um dos métodos mais eficientes de extinção de
fogo, ou seja, quando baixamos a temperatura do
combustível até o ponto em que não existam mais
condições de desprendimento de gases ou vapores
quentes. A água, largamente usada no combate ao
fogo, é um dos mais eficientes agentes resfriantes.
Extinçáo Química
Consiste em evitar que o oxigênio contido no ar É o fator determinante pelo qual um corpo entrou em
atmosférico se misture com os gases emanados do combustão, ocasionando um incêndio, ou ainda, as
combustível, tomando-o um produto pouco circunstâncias concorrentes à produção ou
inflamável (ex. asfixia por meio de espuma ou pó intensificação de uma combustão. Podem ocorrer
químico). por processos químicos, mecânicos ou elétricos, e
podem ser classificadas em:
Causas Humanas
Energia Eletrostática
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São caracterizados pela presença de energia
elétrica e oferecem grande risco, quando de sua
Principalmente em aviação, cuidados especiais extinção, cujo procedimento poderá ser feito
devem ser adotados em relação à eletricidade somente com agentes não condutores de
estática, que se manifesta como um grande risco de eletricidade.Ex:televisão,computador, gerador,
explosões e ocorrência de incêndios. Eletricidade conectados à rede elétrica.
estática é o acumulo de potencial elétrico de um
corpo em relaçào a outro. É proveniente do aumento Classe D (Metais Pirofóricos)
da diferença de potencial entre dois corpos
carregados com cargas eletricas contrárias, os Inflamam-se em contato com outros produtos
quais, ao atingirem um potencial máximo, químicos, em geral o próprio ar. Por se tratar de
provocarão uma descarga elétrica. Tal energia incêndios especiais, exigem métodos específicos de
forma-se por atrito e dificilmente poderá ser extinção, isto é, por extinção química ou por meio de
neutralizada, o que só será possível através de agente extintor que se funde em contato com o
perfeita aterragem do aparelho a ela sujeito, isto é, metal em combustão, formando uma capa que o
pela condução da corrente elétrica para dissipação isole do comburente (método de abafamento), ou
na Terra. O atrito de uma aeronave com o ar, faz ainda, por agente absorvedor de calor e não reativo
com que grande quantidade de energia estática seja com o metal incendiado. Ex: limalhas de ferro para o
acumulada, produzindo cargas que, se estiverem combate de incêndios em magnésio.
“isoladas” (sem aterramento) poderão saltar em
forma de centelha para um ponto aterrado. Em
função disso, aviões quando em operações de solo 10. AGENTES EXTINTORES
(ex. abastecimento) deverão, antes de mais nada, e
obrigatoriamente, serem aterrados. Entende-se por agente extintor, certas
substâncias químicas (sólidas, líquidas ou
gasosas) ou outros materiais que possam ser
utilizados na extinção de um incêndio, quer
9. CLASSES DE FOGO abafando, resfriando, interferindo na reação em
cadeia ou mesmo acumulando tais processos, o
Convencionou-se, para fins de estudo e prevenção, que, aliás, é o mais comum. Baseando-se nos
uma classificação do fogo em quatro grupos princípios que vimos anteriormente, concluímos
distintos: serem inúmeros os agentes ou aparatos
extintores do fogo.
Classe A Os principais e mais conhecidos são:
Classe B
Classe C Água
Classe D Espuma
Pó Químico Sêco
Gás Carbônico
Classe A (Combustíveis Sólidos) Compostos Halogenados
De uma maneira geral, queimam em superficie e
profundidade, deixando resíduos ao final do
processo de queima. Ex : madeira. papel, tecido, Água
espuma.
É a substância mais difundida na natureza. É um
Classe B (Combustíveis Líquidos) agente extintor por excelência. Age principalmente
por resfriamento, ou seja, como absorvedora de
Queimam somente em superficie e não deixam calor, podendo também, agir por abafamento
resíduos após a queima. Ex: gasolina, álcool, GLP segundo a maneira como for empregada (chuveiro
(gás liquefeito de petróleo). ou neblina aplicada através de equipamento
apropriado - mangueira ou esguincho especial). Na
Classe C (Materiais Elétricos Energizados) forma de jato sólido, resfria; na forma de chuveiro,
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resfria e abafa; na forma de vapor ou neblina, age repelente à água, perdendo desta maneira sua
por abafamento somente. O extintor de H²O, tem um higroscopicidade. Tem por finalidade, gerar uma
alcance médio de 6 metros e sua duração é de nuvem que elimina o oxigênio (comburente), agindo
aproximadamente 30 segundos. portanto, por abafamento. Além do bicarbonato de
sódio, outros produtos também são utilizados, tais
como: bicarbonato de potássio, fosfato de amônia,
sulfato de alumínio, etc.
Existem pós especiais para o combate em incendios
de metais pirofóricos (Classe D). Quando usado em
áreas confinadas pode provocar dificuldade de
respiração (parcial) e de visibilidade, também tem
efeito corrosivo nos equipamentos elétricos a longo
prazo. O seu alcance médio é de 2 metros e sua
duração de aproximadamente 25 segundos.
Espuma
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Os
halons são gases ou líquidos que vaporizam
rapidamente em contato com o fogo, e devido a
este fato, após o uso, deixam poucos resíduos
Compostos Halogenados corrosivos ou abrasivos. São maus condutores de
corrente elétrica e possuem alta densidade no seu
São produtos que tem na sua composição Carbono estado líquido, o que permite seu armazenamento
mais o Fluor, Cloro, Bromo ou Iodo. O nome em depósitos compactos.
halon provém da expressão inglesa, de Quanto a forma como se apresentam, podem ser
Halogenated Hydrocarbon (Hidrocarbonetos liquidos vaporizantes ou gases liquefeitos, ambos
Halogenados). Vários são os tipos de agentes expelidos por propelente gasoso (nitrogênio).
halogenados existentes, embora os mais Atuam por abafamento ou interrupção da reação
conhecidos sejam: em cadeia. O seu alcance médio é de 2 metros e
sua duração aproximada de 8 segundos.
HALON1011 = Bromoclorometano (CH²BrC1)
HALON1211 = Bromoclorodifluornetano
(CBrC1F²)
HALON1202 = Dibromodifluorometano (CBr²F²)
HALON1301= Bromotrifluoremetano (CBrF³)
HALON2402 = Dibromotetrafluorometano
(CBrF²CBrF²)
EXTINTOR/ A B C D
CLASSE S ÓLIDO LÍQUIDO ELÉTRICO PIRO
FÓRICO
S im Sim Não Não
R e s f r i am e n t o Ab a f a me n t o Conduz A l im e n t a a
Àgu a R e s f r i a me n t o
c orrente c om b us t ã o
e l é t r ic a em O²
S im S im Não Não
A b a f am e n t o Ab a f a me n t o Conduz A l im e n t a a
Es pum a R e s f r i a me n t o
R e s f r i am e n t o c orrente c om b us t ã o
e l é t r ic a em O²
S im S im S im S im
P r i n cí p io d e Ab a f a me n t o A b a f am e n t A l g u ns pó s
P.Q.S. i n c ên d io em o e s p ec i ais
p e q u e n as
áreas
S im S im S im Não
P r i n cí p io d e Ab a f a me n t o A b a f am e n t
CO² i n c ên d io em R e s f r i a me n t o o
p e q u e n as R e s f r i am e n
áreas to
S im S im S im S im
A b a f am e n t o Ab a f a me n t o A b a f am e n t A b a f am e n t
HALON para fogo de o o
s u p e r f íc i e E xt i n ç ã o
q u ím ic a
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11. EQUIPAMENTOS EXTINTORES Sistema Fixo
É constituído de detectores de fogo e
Considera-se aparelho extintor todo superaquecimento, garrafas extintoras para os
equipamento destinado à extinção imediata de motores (localizadas no compartirnento do trem
princípios de incêndio, ou seja, ainda em sua de pouso principal), APU (localizado no cone de
fase inicial. São feitos para utilização rápida e, cauda) e garrafas para proteção nos toaletes
por essa razão, a sua eficácia ficará (localizado abaixo da pia, ao lado da lixeira) O
condicionada ao fácil acesso ao equipamento, ao agente extintor utilizado é o FREON 13-B-1
perfeito serviço de manutenção e ao (Bromotrifluornetano ou Halon 1301). Quanto ao
conhecimento por parte do operador das acionamento dos extintores fixos, estes podem
técnicas de extinção do fogo. ser manuais (motores e, APU) e automáticos
Quanto à forma de condução e utilização podem ser (toaletes). Os manuais deverão ser acionados
divididos em portáteis (permite ser usado por uma pelo Comandante, na Cabine de Comando, após
única pessoa) ou carretas (extintores sobre rodas detectado o incêndio que será acusado por um
operadas por mais de uma pessoa). conjunto de alarmes audiovisuais localizados no
Quanto ao principio de funcionamento,. podem ser painel do avião. Nos toaletes, os sistemas fixos
químicos (por meio de reação química entre de extinção entrarão automaticamente em ação
produtos – ex. espuma) ou pressurizados (requer um quando a temperatura no local atingir 174°F.
gás expelente para espulsão do agente extintor - ex
água, PQS, CO²)
Os extintores pressurizados podem ser divididos em:
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Tática
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previamente de máscara full-face, acoplada à
garrafa de oxigênio (ou CAF)e o par de luvas
de amianto, para a sua segurança;
Em fogo de origem elétrica, utilizar extintores
de CO², BCF ou PQS desde que este último
não seja na cabine de comando, pois danifica
os equipamentos e pre .judica a visibilidade;
Após debelado o incêndio, proceder a uma
eficaz ventilação na cabine, se a situação o
permitir;
Certificar-se de que o fogo e a fumaça não
deixaram vítimas, preparando-se, caso haja
necessidade, para a aplicação das técnicas de
primeiros socorros;
Estando a aeronave no solo e sendo
necessária a evacuação dos passageiros,
certificar-se de que as vias de fuga (portas e
janelas), estejam em condições seguras de
utilização e protegidas pelos homens do Corpo
de Bombeiros ou órgão responsável pela
segurança.
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saídas, e equipamentos de evacuação, se for esse
o caso.
O Comissário deverá estar alerta, desde o início do
vôo, até o final do mesmo, nunca subestimando
qualquer probabilidade de emergência. Uma
situação de emergência de fato é aquela em que o
perigo existe, e é imediato, como por exemplo: fogo
a bordo, despressurização,funcionamento
inadequado de componentes mecânicos do avião
que comprometam as condições de vôo, e muitas
outras.
Um pouso de emergência só é cogitado em casos
extremos, ou seja, quando não houver a menor
possibilidade de se alcançar uma infra-estrutura
aeroportuária, e pelos dados estatísticos
disponíveis, pode-se afirmar com toda a segurança,
que a possibilidade de um pouso de emergência no
mar é bastante remota.
Vários fatores podem determinar a necessidade de
um pouso de emergência, dentre estes citaríamos:
- fogo a bordo, incluindo os motores, se os
extintores não puderem ser acionados, ou
forem insuficientes;
- perda total da força elétrica;
- falta de combustível, inclusive por vazamento;
- perda da potência dos motores, aquém do
PROCEDIMENTOS DE limite para a aeronave se manter em vôo;
EMERGÊNCIA - sabotagem.
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Empresas, visa a utilização desses equipamentos, segurança, se o aviso de "proibido fumar" está
em situações previstas e imprevistas, quando a sendo obedecido, e se as mesas estão fechadas
segurança for afetada. Faz parte das atribuições do e travadas.
Comissário, o cheque pré-vôo de todos esses itens, - Galleys: tanto nos pousos e decolagens como
com relação a existência a bordo, localização, durante as turbulências, os materiais soltos
equipamento caso seja necessário, antes do início deverão estar devidamente acomodados, e os
do vôo. Este cheque é obrigatório, não devendo em compartimentos fechados e travados.
hipótese nenhuma ser deixado para depois. - As escorregadeiras, deverão estar conectadas,
Os equipamentos de emergência estão localizados para ficarem, em condições de uso, antes de
em locais de fácil acesso e sempre próximos às cada decolagem, bem como ser desconectadas
estações de comissários e saídas da aeronave. após o pouso e o estacionamento da aeronave.
O Comissário deverá estar consciente que as
operações de pouso e decolagens são, sem dúvida, Existe a obrigatoriedade também de se fazer a
as situações que oferecem maior risco, e onde demonstração do uso das máscaras de oxigênio
normalmente ocorre grande parte dos para o caso de despressurização na aeronave, além
acidentes.Assim sendo, sempre que sentarem em da demonstração das saídas de emergência.
suas estações para uma decolagem ou pouso Esta demonstração deverá ser efetuada sempre
deverão fazê-lo com postura adequada, e cientes da durante o taxi, antes da decolagem. Em caso de
sua importância e responsabilidade. No início do vôos que atravessem o oceano, a demonstração
vôo, ao assumirem a posição para a decolagem, os para o uso dos coletes salva-vidas e assentos
comissários deverão estabelecer as atitudes de cada flutuantes, igualmente deverá ser feita. Durante o
um (quem faz o que) em caso de emergência. vôo, toda vez que se acenderem os sinais
O Briefing deverá ser efetuado pelo Chefe de Equipe luminosos de usar cintos, os comissários deverão
junto ao seu grupo, exatamente para direcionar as fazer o "speech" informando aos passageiros desta
tarefas de cada um numa possível situação de obrigatoriedade, bem como policiar o cumprimento
emergência. desta norma de segurança.
Nesta ocasião, é também oportuno repassar O Chefe de Equipe e o Comandante deverão ser
mentalmente todos os procedimentos de comunicados de que a cabine, assim como a área
emergência, referentes a operação das portas, de responsabilidade de cada Comissário, estão
escorregadeiras, e de evacuação, permanecendo O.K. para o pouso ou decolagem. Os Comissários
atentos e prontos para entrar em ação(revisão de 30 deverão também verificar o cumprimento da
segundos). proibição de fumar nos toaletes das aeronaves.
Ao entrar no avião, o Comissário já poderá ir Quando do embarque de passageiros e
exercitando sua atenção para o aspecto da acomodação dos mesmos no avião, o Comissário
segurança, observando o estado estrutural das deve estar atento para os seguintes aspectos:
janelas da cabine de passageiros (bolhas, - Crianças, cegos, deficientes, gravidas, obesos,
rachaduras, etc...), enquanto caminha para ocupar o etc... não poderão sentar-se nas fileiras de
seu lugar na aeronave, bem como observar os poltronas das janelas de emergência, para não
passageiros para identificar aqueles que numa atrapalharem uma possível evacuação de
situação de emergência, poderão se transformar em emergência;
um problema a mais (grávidas, crianças, deficientes - O número de máscaras de oxigênio é sempre
físicos, cegos, bêbados, etc...). de uma a mais para cada conjunto de
É importante também memorizar onde estão poltronas; estar então atentos para que não
sentados os tripulantes extras, sejam ou não da tomem lugar nos assentos pessoas em
mesma Empresa, assim como estar atento para a quantidade maior que o número de máscaras
existência a bordo de militares, ou desportistas, pois existentes (casais com filhos);
estas pessoas, devido ao seu preparo ou - A bagagem deverá estar acomodada nos locais
condicionamento físico, poderão ser de bastante adequados, que são os bins;
utilidade para nos auxiliar, numa situação de - Não permitir bagagem solta na cabine, nos
emergência. corredores, ou entre as poltronas, pois
Antes de cada decolagem ou pouso, é dever dos igualmente atrapalharão muito, caso uma
comissários: evacuação seja necessária;
- Checar poltronas (encostos na vertical), verificar
se todos estão usando devidamente os cintos de
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- Não permitir a colocação de bagagem junto aos Se permitirmos que tal estágio se instale, teremos
painéis de renovação de ar e sobre com absoluta certeza falhado em nossos propósitos,
equipamentos de emergência; e o passo seguinte poderá ser a comprometimento
- Por último verificar se as saídas de emergência de todas as ações até ali executadas, expondo a
estão desobstruídas. sérios riscos os procedimentos de emergência,
podendo inclusive conduzir a um desfecho
DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE PÂNICO A dramático, o qual poderia ter sido evitado.
BORDO DE UM AVIÃO O descontrole coletivo, o PÂNICO, minam toda a
lógica racional, a anarquia se instala, e nesta
Conforme tivemos oportunidade de observar no desintegração coletiva mais nada poderemos fazer,
capítulo anterior, a razão de nossa presença a corremos o risco inclusive de ser vítimas em maior
bordo é, manter o clima de cordialidade e equilíbrio escala deste comportament o, do que do fator
na cabine de passageiros, e atuar de maneira incidental que levou a ele.
eficiente na ocorrência de alguma anormalidade. É imperativo portanto que desde o primeiro instante
Para isto somos treinados, e espera-se que cada tenhamos o controle da situação em nossas mãos,
um de nós, além do conhecimento de todos os através de atitudes que demonstrem conhecimentos,
recursos de emergência existentes a bordo de ações seguras, não permitindo que o fator
(equipamentos, localização, finalidade, manuseio, emocional agrave a ocorrência. A histería deve
restrições, etc... ), saiba também como atuar com o ser combatida e evitada por qualquer meio, mesmo
que de mais importante existe em nosso trabalho, o através da força, se outros recursos não surtirem
passageiro. efeito.
Na eventualidade de algum incidente ou acidente, O descontrole emocional da passageiro é altamente
provavelmente irá se instalar no grupo de negativo, porém, caso ocorra com um dos
passageiros, um comportamento que tenderá a tripulantes, logicamente é algo muito mais grave, e
fugir ao controle dos tripulantes. Este quadro, se como tal deverá ser contornado de imediato,
instalado, irá prejudicar o nosso trabalho de devendo-se partir logo para a resolução do
maneira tal, que nosso objetivo primeiro é evitar problema.
que esta desintegração do controle aconteça. Estes são apenas tópicos de um assunto que
É prudente então que tenhamos pelo menos permite análises bem mais profundas, mas para nós
algumas noções de como este processo se inicia, e certamente é o que basta, visto que a ocorrência de
também de como se desenvolve. situações de emergência é rara, como frisamos
O fator incidental desencadeante foge ao nosso anteriormente, e as regras básicas de
controle, pois evidentemente existem situações comportamento, estão contidas neste comentário.
inesperadas, mas f e l i z m e n t e raras que
rompem a rotina de nosso trabalho, e para as quais
devemos estar absolutamente alertas.
O “receio de voar” é algo que faz parte. em maior ou
menor grau, da natureza humana, e as vezes em
pequeno incidente faz com que seja “detonado” todo
um mecanismo iniciado por este receio, que passa a
ter um papel preponderante.
O segundo elo da seqüência é a ansiedade coletiva,
a inquietação geral, que poderá conduzir todo grupo
a ter reações medo de difícil controle.
Passada esta fase, teremos como conseqüência o
estado de angustia coletiva, hipersugestionabilidade,
o fantasioso passa a se integrar ao real, conduzindo
o grupo a uma atitude de defesa, que na maioria das
vezes não corresponde ao comportamento lógico
para aquela situação.
O grupo poderá ter reações impulsivas, que
contagiarão todos ao redor, conduzindo
imediatamente ao PÂNICO, e nesta situação pouca
ou nenhuma atenção será dada a nossa situação.
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Estamos sujeitos a estouros de pneus, princípios
EMERGÊNCIAS - QUANDO / ONDE?: de incêndio, colisões, etc... Nesta ocasião os
passageiros devem permanecer sentados com os
cintos de segurança afivelados, obedecendo aos
avisos de não fumar. Os Comissários nesta fase do
vôo executarão as tarefas relacionadas a
segurança (demonstrações de recursos de
emergência, cheques de cabine, etc...), e após a
conclusão destas atividades ocuparão seus
assentos, ficando atentos a qualquer eventual
anormalidade.
DECOLAGENS E POUSOS:
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Caso seja observado qualquer formação de vapor desobstruída e livres de objetos soltos, como
de combustível a bordo, providencie para que o carrinhos, trolleys, bagagens, térmicas e demais
reabastecimento seja imediatamente interrompido, objetos utilizados no serviço de bordo. Esses
comunicando o fato ao comandante. objetos estarão devidamente travados e guardados,
durante decolagens, pousos, e também durante
PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA QUANTO A turbulências. Todo o sistema elétrico das galleys,
PRESENÇA DE PESSOAS NA GALLEY: deve permanecer desligado durante todas
decolagens ou pousos.
Esta é uma situação muito comum, ou seja, a
presença de pessoas (tripulantes ou não) na área SUPERVISÃO PERIÓDICA DE SEGURANÇA
da galley, que vão para este local para descansar,
fumar, conversar, "esticar as pernas", etc... Após a conclusão do serviço de bordo, uma das
formando as vezes um grupo numeroso, que atividades mais importantes dos Comissários,
contraria as normas de segurança. relacionada com a segurança, é a ronda que cada
A maioria das aeronaves possui máscaras de Comissário, deverá executar na cabine de
oxigênio do sistema fixo, em número compatível passageiros, não só para prevenir que passageiros
com o de Comissários que irão ocupar aquela área. adormeçam com seus cigarros acesos, mas
A possibilidade de uma despressurização deve também para evitar que os passageiros venham a
sempre ser considerada, e neste caso a situação adormecer sem estar com seus cintos de
pode ser complicada ainda mais, na eventualidade segurança afivelados (uma turbulência imprevista
de existirem muitas pessoas ocupando este poderá ocasionar ferimentos nesta situação).
espaço, para as quais evidentemente não haverão Outro objetivo da ronda, especialmente em vôos
máscaras em número suficiente, ocasionando internacionais, é evitar que passageiros (adultos e
sérios transtornos. crianças) deitem-se no assoalho da aeronave (entre
Por isso, a melhor conduta é nunca permitir as poltronas), pois além do risco a que se expõem
aglomerações nas galleys, que além de no caso de turbulência, numa despressurização
prejudicarem o andamento dos serviços podem com o passageiro nesta posição não alcança a
agravar uma situação que poderia ser contornada máscara de oxigênio, e, além disso, algum
de maneira mais simples. Os meios para evitar que ocupante da aeronave ao deslocar-se pela mesma,
este fato venha ocorrer vão depender do bom poderá literalmente pisar naquele que estiver
senso e da sutileza de cada um de nós, o deitado no chão, podendo provocar ferimentos
importante é estarmos sempre atentos e procurar sérios, principalmente em crianças.
manter as galleys em ordem e o mais Outro aspecto para o qual o Comissário deverá
desobstruídas possível. estar atento, é com relação ao passageiro que
Com relação as galleys vale lembrar sempre, que embarca transportando Baby Confort; se houver
estas áreas são consideradas de extrema condição de manter o mesmo devidamente fixado à
importância, não somente por abrigarem, na poltrona através de cintos de segurança, não há
maioria das vezes, parte dos equipamentos de restrições, no entanto, se isto não for possível, ou
emergência, mas também por tratar-se de áreas de se o passageiro quiser simplesmente deixar o Baby
evacuação, em virtude das portas existentes. Em Confort solto sobre a poltrona ou no assoalho,
nome da segurança, deve permanecer nestas deverá ser alertado com relação aos riscos a que a
áreas, pessoal habilitado (Comissários) durante as criança estará exposta, e evidentemente será
decolagens e pousos, permitindo assim, numa orientado para manter a criança no colo, ou tentar
possível evacuação de emergência, a rápida fixar o Baby Confort de maneira segura.
abertura da porta, acionamento da escorregadeira,
e imediata coordenação da evacuação através
daquela saída. EMBARQUE/DESEMBARQUE COM UM DOS
Mesmo que haja poltronas de passageiros MOTORES EM FUNCIONAMENTO:
desocupadas próximas às galleys, o Comissário
deverá ocupar o seu assento. Após o pouso e estacionamento da aeronave,
Todas as cortinas da galley devem estar presas normalmente os motores são desligados. Muitas
durante as decolagens e pousos para não vezes, pela ausência de fonte externa no aeroporto
atrapalharem uma eventual emergência, bem como em questão, pane de APU, pane no dispositivo de
a área de acesso as portas, que deverá estar partida, ou outra razão qualquer, um dos motores é
16
mantido ligado. Nesta condição, o motor que checar se a previsão é de turbulência forte, por qual
permanece em funcionamento será sempre o que período de tempo é estimada, para que possa tomar
estiver no lado oposto ao embarque/desembarque, uma decisão consciente e adequada quanto ao
para evitar qualquer risco. procedimento dos Comissários na cabine de
No entanto devemos, ficar atentos porque para passageiros.
embarcar ou desembarcar as bagagens e cargas, o Observem que carrinhos ou trolleys no meio do
processo será invertido, pois as portas dos porões corredor, transportando materiais tais como garrafas,
de carga ficam do lado contrário ao das portas copos, latas. jarras muitas vezes com água ou café
principais, e algum passageiro retardatário, quer quente, podem machucar com gravidade uma ou
descendo ou subindo no avião, poderá se expor a mais pessoas.
sérios danos. Resumindo, quando acender o aviso de "USAR
Isso se deve ao fato de que a turbina em CINTOS" a qualquer momento do vôo, evidenciando
funcionamento apresenta uma área de sucção a a impossibilidade de se dar continuidade normal ao
frente, e outra zona de perigo de gás de serviço de bordo devido as más condições
escapamento atrás que, dependendo da aeronave, meteorológicas existentes na rota (segundo as
se estende por uma área bastante ampla. informações da cabine de comando), visando a
segurança dos passageiros e também da tripulação,
ALIJAMENTO DE COMBUSTÍVEL: as seguintes precauções deverão ser tomadas:
Quando este procedimento tiver a necessidade de - Speech aos passageiros solicitando que os
ser efetuado, os Comissários serão previamente avisos sejam obedecidos;
avisados, para que possam preparar a cabine. Esta - Os trolleys existentes nos corredores deverão
preparação consistirá em desligar todo o sistema ser recolhidos e travados, bem como o material
elétrico das galleys, proibir o uso de cigarro na solto nas galleys;
cabine de passageiros, não permitir o uso de - Os Comissários deverão sentar em suas
interruptores que produzam faíscas ao serem posições (as mesmas ocupadas para decolagem
acionados, assim como desligar as luzes, se para tal e pousos), usando os cintos de segurança.não
forem orientados. sendo possível, ocupar o lugar livre mais
próximo, e colocar o cinto de segurança;
TURBULÊNCIA - Aguardar que o aviso se apague.
Ao atravessarmos uma zona de turbulência, os Havendo tempo suficiente, além das medidas acima,
Comissários serão avisados com antecedência pelo após o speech, efetuar o Check de cabine (inclusive
Comandante da aeronave, que dispõe de radar toaletes) para garantir o atendimento a solicitação
meteorológico, e na maioria das vezes pode prever (instruindo adultos para que segurem os colos).
esta condição, bem como a intensidade da mesma. No caso do sinal permanecer aceso sem que haja
Existem as chamadas turbulências de céu claro, turbulência, entrar em contato com a cabine de
impossíveis de serem detectadas com antecedência, comando através do interfone (Chefe de Equipe)
e para as quais devemos estar sempre alertas. para obter informações que o orientem quanto ao
Impedir a aglomeração de passageiros em qualquer procedimento a ser adotado na cabine de
parte da aeronave, é boa norma para se prevenir passageiros, levando em consideração em primeiro
danos maiores, caso uma turbulência de céu claro plano a segurança de todos que ocupam a referida
se apresente; aliás evitar esta aglomeração é cabine.
sempre desejável, em qualquer tipo de situação,
principalmente ante a possibilidade de turbulência. FUMAÇA, VAPORES E GASES TÓXICOS NA
Durante turbulência, todos os compartimentos das CABINE
galleys deverão estar fechados e travados, e o aviso
de usar cintos de segurança deve ser obedecido. O aparecimento destas condições à bordo de
Muitos passageiros, e mesmo tripulantes, já aeronaves em vôo será sempre grave, diante das
sofreram traumas físicos violentos por limitações de nossas POSSÍVEIS ações.
permanecerem de pé, andando pela cabine, A fumaça densa prejudica não só os órgãos da
enquanto os avisos de usar cintos estavam acesos. respiração, que ficará seriamente comprometida,
O Chefe de Equipe deverá consultar sempre o como praticamente impedirá a visualização da área
Comandante diante desta situação, procurando onde ocorrer.
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Os gases de uma maneira geral, como sabemos, ar ambiente, não sendo portanto adequadas
tem a característica de ocuparem uniformemente para estas ocasiões.
todo o compartimento no qual se encerram. A Em linhas gerais, nossa conduta diz respeito mais a
nocividade dos gases depende daquilo que cada um prevenção, para que não surjam situações deste
individualmente poderá ocasionar, e estas tipo.Na situação já instalada, procurar proteção aos
conseqüências vão desde a impossibilidade de órgãos de visão e respiração, executando
respirar até lesões cutâneas, da indução a mal estar paralelamente as orientações prescritas pela
e vômitos, ao risco de explosão da cabine. cabine de comando.
No caso de fumaça e vapores tóxicos, sabemos que
estas substâncias tendem a ocupar as camadas FUMO A BORDO
mais altas dentro da cabine (o ar frio fica embaixo), e
portanto até que possamos lançar mão das garrafas O passageiro fumando, e principalmente aquele
de oxigênio, deveremos nos abaixar, se possível nos passageiros que viaja de avião muito raramente
deslocarmos rente ao chão, cobrindo nariz e boca provavelmente não entenderá o porque de tantas
com panos umedecidos. Para os gases a situação é proibições com relação ao uso do cigarro; proibe-se
mais perigosa, visto que ocupam integralmente o o fumo durante as decolagens, pousos, nos
ambiente. toaletes, nos corredores das aeronaves, nas áreas
Diante do acima exposto é fácil deduzir a reservadas a não fumantes,. durante o
importância de se efetuar a abertura das saídas de embarque/desembarque, durante o
ar antes do início do vôo, assim como manter os reabastecimento, e também durante a utilização
painéis de renovação de ar absolutamente dos sistemas de oxigênio.
desobstruídos. Num pouso de emergência, a aeronave poderá
As ações na cabine de comando, para a remoção sofrer danos materiais de monta, inclusive com
de fumaça, vapores e gases, serão as seguintes: ruptura dos tanques de combustível e conseqüente
- Elevar a altitude da cabine para 10.000 pés, de derramamento do mesmo; imagine o que
forma a provocar a rápida renovação do ar e aconteceria nesta situação se houvesse um ou
diminuir a concentração de oxigênio da cabine. mais cigarros acesos. A grande maioria dos
- Se persistir o problema, prosseguir acidentes aeronáuticos se dá nas áreas próximas
despressurizando e iniciar descida de aos aeroportos (cerca de 75% a 80%), ou seja,
emergência (Ex.: 10.000 pés) durante decolagens ou pousos, daí a proibição.
- Paralelamente se houver indício de fogo ou Nos toaletes, por serem área nas quais a vigilância
fumaça gerada por equipamento elétrico, constante não pode ser por nós efetuada, em
efetuar pesquisa e desativação sistemática das função dos serviços de bordo, e porque existem lá
barras do sistema elétrico até localizar a origem depósito de papéis (toalha, higiênico), além de
do problema. possuir lixeiras onde são jogados papeis com
- Se a fumaça for proveniente do sistema de ar resíduos de maquilagem, e outras substâncias
condicionado, será feita a inflamáveis, o fumo também é proibido, e na
desativação/isolamento sistemático dos medida do possível, devemos exercer esta
componentes dos sistemas pneumáticos e de fiscalização.
ar condicionado da aeronave. O passageiro antes de colocar o cigarro no
Se instruído para tal pelo comandante, deveremos cinzeiro, deverá apagá-lo. Não é permitido o ato de
abrir as portas, para proporcionar ventilação ao fumar nos corredores da aeronave porque ao
ambiente. deslocar-se, o passageiro poderá deixar cair
É importante frisar que no caso de executar a fagulhas ou pontas incandescentes do seu cigarro,
ventilação, seja pela abertura das saídas de ar, que ao caírem no carpete, ou assento de alguma
seja pela abertura de fumaça de incêndio, cuidado poltrona, causará um princípio de incêndio.
especial deverá ser tomado se o problema for Portanto bastante atenção a obediência desta
proveniente de fumaça de incêndio, pois a rápida norma, para evitar aborrecimentos.
entrada de oxigênio poderá levar a explosão do No solo a proibição se deve a razões óbvias: em
recinto. Quanto a utilização das garrafas portáteis toda escala a aeronave é reabastecida, e mesmo
de oxigênio, as equipadas com máscaras com as portas abertas, estas são pequenas para
oronasais, bem como as máscaras do sistema fixo, dar uma vazão imediata aos gases combustíveis
que são também oronasais, misturam o oxigênio ao que eventualmente adentram no avião.
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Quando estamos fornecendo oxigênio a um transformação sempre muito simples, de saídas
passageiro, a restrição se deve principalmente ao de emergência
fato de que o mesmo recebe oxigênio misturado ao - Aquelas que são exclusivamente saídas de
ar da cabine, e portanto receberá fumaça de cigarro emergência, sendo utilizadas somente para esta
juntamente com oxigênio, além disso, a função.
concentração de oxigênio no local aumenta. Não Estas duas espécies de saídas de emergência
devemos nos esquecer que este gás é altamente podem se apresentar sob a forma de portas e
inflamável, e em caso de vazamento da garrafa, até janelas, e são operadas tanto interna quanto
mesmo uma explosão é possível. externamente.
Além do exposto, para as Empresas Aéreas o fumo Em caso de acidente, qualquer ruptura da fuselagem
a bordo não é nada interessante, pois diminui a que permita a passagem de uma pessoa deve ser
vida útil dos componentes dos sistemas de devidamente avaliada antes de ser utilizada como
pressurização, de ventilação, estofamentos, etc., saída.
exigindo manutenção e troca desses componentes Antes da abertura de qualquer saída, numa
num tempo bem mais curto. situação de pouso de emergência, o Comissário
deverá certificar-se de que a área extema se
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA encontra livre, que não haja fogo na área da saída
(as chamas invadindo a cabine consumiriam
rapidamente o oxigênio disponível),ou arestas
metálicas, e no caso de pouso no mar, verificar se a
saída não se encontra submersa, isto é, abaixo da
linha d'água. Esta verificação poderá ser facilmente
executada porque ao efetuar o pouso a aeronave
estará totalmente despressurizada, e como a
vedação de borracha que existe nas portas foi
projetada para impedir a saída da pressão (de
dentro para fora), neste momento ficará sem função,
cedendo à pressão da água, que fluirá então pelas
frestas da porta indicando que a saída está
submersa. Em pouso no mar, os tripulantes técnicos
Entende-se por saída de emergência, toda e deverão abandonar a aeronave através das saídas
qualquer abertura por onde possam passar com da cabine principal, pois estas estão equipadas com
relativa facilidade uma ou mais pessoas que se botes, ou escorregadeiras-barco, embora as janelas
encontrem bloqueadas em determinado espaço da cabine de comando funcionem como saídas de
fechado numa situação de acidente. emergência (uma de cada lado). Estas janelas, só
Nas aeronaves existem sempre, e propositalmente, serão utilizadas no pouso de emergência em terra,
determinadas aberturas que se destinam quando por uma razão qualquer os tripulantes
especialmente a satisfazer a situação mencionada. técnicos não puderem se utilizar das saídas da
Estas aberturas são designadas por SAÍDAS DE cabine de passageiros.
EMERGÊNCIA. Dependendo do tipo do avião, na eventualidade de
As SAÍDAS consideradas de EMERGÊNCIA são um pouso no mar, obedecendo a regra de só
aquelas pelas quais se pode evacuar os ocupantes acionar as saídas que não estiverem submersas, a
de uma aeronave com o máximo de rapidez e prioridade poderá ser a de abandonar a aeronave
segurança, numa situação de EMERGÊNCIA. através das janelas sobre as asas, ou através das
As SAÍDAS de EMERGÊNCIA, assim homologadas, portas de emergência, isto dependerá das
devem estar providas de equipamentos auxiliares de seguintes características: se o avião for equipado
evacuação. com escorregadeiras-barco nas portas,
Existem nos aviões, duas espécies de saídas de evidentemente a evacuação será efetuada pelas
emergência: portas de emergência, porque essas possuem
- As que exercem função dupla, isto é, servem de equipamentos de flutuação coletivo.
entrada/saída de passageiros, tripulantes ou Se a aeronave não possuir esse equipamento, as
materiais e, simultaneamente, quando saídas preferenciais serão as janelas sobre as
necessário e após a execução de uma asas, pois normalmente a asa ficará acima da linha
d'água, sendo inclusive equipadas com cordas (em
19
algumas aeronaves) que servirão de corrimão, As portas por serem maiores, e por estarem
enquanto se aguarda a inflação do bote salva- equipadas com escorregadeiras(SLIDES), são
vidas. As escorregadeiras comuns, servem como aquelas saídas por onde teremos o maior fluxo de
equipamento auxiliar de flutuação, onde poderemos abandono com toda a certeza.
colocar amarrados, principalmente mantimentos e
outros itens de interesse na situação. EQUIPAMENTOS AUXILIARES DE EVACUAÇÃO
DAS PORTAS
PORTAS
1- PUXE A ALAVANCA
2- ENGRENE
3 e 4- GIRE 180° NO SENTIDO NARIZ-CAUDA
Todas as portas das aeronaves, quer para
embarque/desembarque de passageiros, quer de
serviço, são homologadas como SAÍDAS DE
EMERGÊNCIA.
Estão localizadas em ambos os lados da cabine de
passageiros de modo que, em caso de
emergência, facilitem a evacuação.
Possuem sistemas próprios de operação para
situações normais ou de emergência. As portas
podem ser operadas interna ou externamente, tanto
em situação normal quanto em emergência.
20
operando a saída. Puxando-se este punho, a
ecoregadeira inflará (manualmente).
Se não ocorrer a inflação da escorregadeira, e na
impossibilidade de redirecionar os passageiros para
as demais SAÍDAS OPERANTES, deve-se utilizá-la
como escorregadeira NÃO inflável.
As escorregadeiras-barco estão equipadas com todo
material necessário para sobrevivência no mar.
JANELAS DE EMERGÊNCIA
21
fluxo de saída. As janelas de emergência sobre as
asas apresentam ainda uma série de restrições, que
devem ser ponderadas antes de sua utilização, pois
é nas asas que se encontram os tanques de
combustível, na maioria dos aviões os motores ou
turbinas também estão localizadas nas asas, além
do que, num pouso forçado na terra ou no mar, os
flapes poderão se danificar, transformando-se em
um amontoado de ferros retorcidos e cortantes,
impedindo o abandono da aeronave por aquelas
saídas.
22
EQUIPAMENTOS DE FLUTUAÇÃO
ASSENTOS FLUTUANTES
COLETES SALVA-VIDA
23
os passageiros devem ser orientados para levá-los ESCORREGADEIRAS-BOTE
consigo para fora da aeronave.
EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA
BOTES SALVA-VIDAS
- RESCUE 99
- LOCATOR
MODELO RESCUE 99
24
do mesmo por uma fita adesiva porosa, solúvel em
água. Quando for colocado na água, a fita se
dissolve, liberando a antena automaticamente e
deixando-a posicionada para a transmissão de
sinais.
O momento propício para o acionamento é
imediatamente após a evacuação e afastamento. A
sinalização com o rádio transmissor é
PRIORITÁRIA.
Quando colocado em água salgada, começa a
transmitir em 5 segundos; em água doce 5 minutos.
Para se interromper a transmissão, basta colocá-lo
na posição horizontal.
Uma vez retirado da água, e depois que sua bateria
tiver secado, não voltará a transmitir.
O modelo RESCUE 99 vem acondicionado em um
MODELO LOCATOR
invólucro de plástico transparente, hermeticamente
fechado.
OPERAÇÃO:
- Abrir o invólucro plástico:
- Liberar a tira de amarração e fixá-la ao bote, ou
as margens de algum curso de água.
- Jogar o rádio transmissor na água.
FICHA TÉCNICA DOS RÁDIOS
MODELO LOCATOR TRANSMISSORES DE EMERGÊNCIA
25
Verificar se os pares de luvas de Amianto São amplificadores portáteis de som. Alguns são
encontram-se em seus devidos lugares, e em alimentados por pilhas comuns, outros por pilhas
ordem. Usar sempre as duas luvas. secas.
Os megafones ampliam a voz do operador para
orientação dirigida, caso seja impossível a utilização
do sistema normal de comunicação. Alguns
megafones são também providos de um alarme
sonoro para ser usado como sinalizador. Para
acioná-lo, basta retirar o pino de seu orifício e ele
passará a emitir um sinal que se propaga a grande
distância.
Após um pouso de emergência, caso o grupo tenha
saído para reconhecimento da área e se perca, não
conseguindo retomar ao ponto onde se encontram
os demais sobreviventes, estes poderão acionar o
alarme, possibilitando aos perdidos orientarem-se
MACHADINHA pelo sinal, facilitando o retorno dos mesmos ao
ponto de partida.
A machadinha é um equipamento auxiliar no
combate ao fogo. OPERAÇÃO:
Possui um lado cortante e outro perfurante e seu - Pressionar o gatilho ou botão, mantendo-o
cabo é revestido de borracha isolante (isolamento pressionado enquanto se fala.
até cerca de de 20.000 volts). - Nos megafones sem controle de volume, manter
No combate ao fogo, a machadinha pode ser os lábios em contato com o microfone. O volume
utilizada para cortar fios energizados, romper e de saída depende da intensidade da voz.
remover painéis e facilitar a remoção de objetos - Não colocar a mão sobre o microfone.
com altas temperaturas. Num pouso de - Falar devagar e compassadamente, USANDO
emergência, ocorrendo deslocamento de partes TERMINOLOGIA QUE OS PASSAGEIROS
internas da aeronave, a machadinha pode ser POSSAM ENTENDER.
utilizada para desobstruir a área de acesso a
alguma saída ou remover pessoas presas aos CHEQUE PRÉ-VÔO:
destroços. - Pressionar o gatilho ou botão, Se o megafone
Em todas as aeronaves comerciais, a machadinha é emitir um som de microfonia, isso significa que
um equipamento fixo da cabine de comando. está com suas pilhas carregadas.
- Verificar se o megafone está devidamente
CHEQUE PRÉ-VÔO fixado.
MEGAFONES
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SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÉNIO PARA 1.800 psi a 70°F (21,1°C), contém 11 pés cúbicos
PASSAGEIROS de oxigênio com a pressão padrão ao nível do mar.
Ao regulador de demanda está conectada a
máscara "FULL-FACE", que fornece oxigênio
100%, sob demanda. A garrafa possui também um
adaptador que permite que seja usada uma
máscara do tipo ORO NASAL.
VERIFICAÇÃO DE CHECK-LIST:
- Pressão (manômetro FULL)
- Duas máscaras acondicionadas em invólucros
plásticos hermeticamente fechados.
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poltronas na cabine de comando, acondicionados
em invólucros plásticos individuais.
VERIFICAÇÃO DE CHECK-LIST
Verificar em existencia, e em ordem.
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FUNCIONAMENTO Verifique se o manômetro está na "FAIXA VERDE"
e se o anel com o pino de segurança está frenado.
1 - Gire o cabo no sentido horário o máximo que
puder (para perfurar a cápsula de CO2 contida OPERAÇÃO
dentro do punho e pressurizar o extintor). 1 - Retire o anel com o pino de segurança;
2 - Aponte para base do fogo, segure na posição 2 - Segure o extintor pelo punho, com uma mão e
vertical e aperte o gatilho. aperte o gatilho com o polegar;
3 - Dirija o jato para a base do fogo a uma distância
de dois metros aproximadamente;
4 - Efetue movimentos de varredura lateral, de
modo a controlar e apagar o incêndio.
VERIFICAÇÃO DO CHECK-LIST
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POLTRONAS E CINTOS DE SEGURANÇA PARA
PASSAGEIROS EXTENSÕES DE CINTOS DE SEGURANÇA
As poltronas para passageiros são equipadas com Em todas as aeronaves há EXTENSÕES de cintos
cintos de segurança, deve-se recomendar aos de segurança para serem usados em conexão com
passageiros que mantenham seus cintos de os cintos das poltronas, caso necessário. É
segurança sempre afivelados enquanto estiverem importante verificar a presença a bordo, e os
sentados. Sempre que houver adulto segurando um terminais das EXTENSÕES, que devem ser do tipo
passageiro "colo", o cinto deverá ser ajustado "macho e fêmea", para que possam ser conectados
somente no adulto; a criança deverá estar segura ao cinto da poltrona.
pelo adulto.
Em caso de turbulência, a responsabilidade de ligar É DE RESPONSABILIDADE DOS COMISSÁRIOS
o aviso luminoso de "ATAR CINTOS" é da cabine de CHECAR EM POUSOS E DECOLAGENS, TODAS
comando, mas, sempre que isto ocorrer, o Chefe de AS POLTRONAS NA POSIÇÃO VERTICAL, BEM
Equipe deverá consultar o Comandante sobre a COMO TODOS OS CINTOS DE SEGURANÇA
intensidade da turbulência, tempo previsto de CORRETAMENTE AFIVELADOS.
duração etc... É de vital importância que os
passageiros sejam informados sobre as alterações
que ocorram no que diz respeito a sua segurança e
conforto.
Sempre que houver a iminência de uma turbulência,
o Chefe de Equipe, após receber informação da
cabine de comando, deverá comunicar o fato aos
passageiros. Tão logo seja feito o anúncio, os
POLTRONAS E CINTOS DE SEGURANÇA PARA
Comissários deverão verificar se todos os
COMISSÁRIO
passageiros estão com os cintos de segurança
devidamente afivelados, e todo o material da galley
As poltronas para Comissários se encontram
está seguro, e, em seguida ocuparão as respectivas
próximas as saídas de emergência da aeronave.
estações e afivelarão os seus cintos de segurança,
Os assentos são retráteis e os cintos de segurança
permanecendo sentados até uma contra-ordem.
são de cintura e de ombro.
No cheque pré-vôo o Comissário deverá verificar o
Sob cada conjunto de poltronas há uma barra de
bom funcionamento do assento (retração), e do
retenção com a finalidade de, caso haja uma
cinto de segurança.
desaceleração, manter seguros os volumes que
estão sob as poltronas.
Se ao pousar, houver um impacto maior com a pista
ou, ao tentar decolar, ocorrer uma rejeição de
decolagem (aborto de decolagem, ou RTO), com o
impacto, os passageiros poderão sofrer fraturas na
coluna caso estejam com suas poltronas reclinadas,
devido ao "efeito chicote". Para evitar tal
possibilidade, as normas de segurança requerem
que todas as poltronas estejam na posição
VERTICAL, durante decolagens e pousos.
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As luzes externas de emergência estão colocadas
junto a cada saída, iluminando o local onde ficará a
ponta da escorregadeira, e área central da
aeronave.
COMUNICAÇÃO INTER-TRIPULAÇÃO
31
outra situação. Um passageiro satisfeito passa a ser
É função do Chefe de Equipe obter junto a cabine um componente a mais, que poderá vir a auxiliar o
de comando informações sobre o andamento do grupo de Comissários numa eventual situação de
vôo. emergência.
Sempre que houver necessidade de informar a As chamadas provenientes dos toaletes servem
equipe sobre alguma ocorrência ou anormalidade, o como alerta aos Comissários caso algum usuário
Chefe de Equipe a comunicará a todos os necessite de atendimento, por razões diversas. Se a
Comissários ou aos Supervisores de Cabine, e porta do toalete estiver trancada, deve-se questionar
estes por sua vez aos demais Comissários. o ocupante sobre o que está acontecendo. Caso não
O atendimento à cabine de comando poderá ser haja resposta, o Comissário deverá abrir a porta pelo
feito através do interfone ou pessoalmente. Este lado externo.
atendimento deve ser imediato, permanecendo-se
na cabine de comando o mínimo de tempo EQUIPAMENTOS DE COMUNICAÇÃO
necessário.
Passenger Address (P.A.) - Normalmente utilizado
COMUNICAÇÃO TRIPULAÇÃO/PASSAGEIROS para os Anúncios de Bordo (Speech). Deverá ser
utilizado em casos de emergência para a
Quando for necessário algum comunicado aos comunicação aos passageiros, ou o preparo da
passageiros, o Comissário deve: cabine para pousos de emergência, desde que não
- Fazer uso do P.A.(passenger address), ou na falte corrente elétrica. É constituído de microfones
falha do sistema, utilizar o megafone; localizados na cabine de comando, um em cada
- Identificar-se ao falar; estação de Comissários, e alto-falantes distribuído
- Fazer o anúncio em voz clara e por toda a cabine de passageiros e toaletes.
compassadamente. Os microfones geralmente são do tipo "aperte para
falar"(push to talk), sendo que os microfones dos
Todas as recomendações acima devem ser Comissários sobrepõem o sistema de música e o
seguidas com rigor, pois o anúncio de bordo reflete, da cabine de comando sobrepõe o do Comissário.
aos olhos do passageiro, o estado emocional. não Existe um sistema de comunicação interna entre os
só de quem faz, mas de toda a tripulação da tripulantes, constituído por interfones, onde
aeronave. É através dele que são transmitidas, igualmente devemos apertar um botão que existe
dentre outras informações, os procedimentos de no corpo do mesmo para falar ou ouvir.
segurança. Em caso de falha no sistema P.A., contamos a
Imagens por vezes falam mais do que palavras. bordo com megafones, que deverão ainda ser
Portanto, independentemente da situação, é de vital usados, para organizar trabalhos, para
importância não deixar transparecer preocupação, comunicação e orientação em pouso na selva, para
para que os passageiros não tirem conclusões comunicação entre um bote e outro em pouso no
errôneas sobre o que está acontecendo. É mar, e para alertar a posição de um grupo durante
importante informar ao passageiro quaisquer caminhada. Geralmente estão colocados próximos
mudanças que ocorram (atraso, turbulência, as saídas de emergência, e funcionam a pilha..
suspensão de serviço de bordo, mudança de EX.: PAINEL DIANTEIRO DO COMISSÁRIO DE
intinerário, etc...) Deve-se lembrar que uma VÔO
satisfação ao passageiro virá acalmá-lo, evitando
tumultos e possível clima de apreensão Uma
comunicação ao passageiro, sempre que for feita,
deverá ter o objetivo de orientá-lo, esclarecendo de
maneira calma, pausada e acima de tudo
profissional, o que estiver acontecendo.
O Comissário deverá estar atento tanto as
chamadas de tripulantes, como as de passageiros, É
importante atendê-las de imediato, pois apesar de
não ser o mais freqüente, naquele momento o
passageiro poderá estar necessitando de
atendimento de urgência (passando mal), ou ter
detectado fumaça, fogo, ou, ainda, por qualquer
32
EX.: PAINEL TRASEIRO DO COMISSÁRIO DE
VÔO O mais sério risco que os ocupantes de uma
aeronave em grandes altitudes enfrentam é o de
uma despressurização de cabine, produzida pela
ruptura de uma janela, de uma porta ou de um
colapso do sistema.
Não confundir DESPRESSURIZAÇÃO EXPLOSIVA
(em que a perda de pressão é instantânea - menos
de 1 segundo), com DESPRESSURIZAÇAO
RÁPIDA (perda de pressão mais lenta que a
explosiva - mais ou menos 10 segundos).
Os fatores que interferem na velocidade da perda de
CHAMADA DE COMISSÁRIO PARA COMISSÁRIO
pressão da cabine são:
- Diferencial de pressão (quando maior for
Uma chamada de Comissário para Comissário é a diferença entre a altitude da cabine e altitude
feita apertando-se o switch "ATTENDANT" em real da aeronave, maiores e mais rápidos serão
qualquer painel de Comissários. Acenderá no teto os efeitos da despressurização).
dianteiro e traseiro uma luz rosa e se ouvirão dois - Diâmetro do orifício por onde ocorre a
toques de campainha através do P.A., As lâmpadas saída da pressão (a velocidade da perda
permanecem acesas até que o switch "RESET" seja de pressão é proporcional ao orifício por
pressionado em qualquer dos painéis de onde a mesma escapa).
Comissários. Estes podem conversar entre si pelo
interfone, pressionando o switch "aperte para falar". Sabendo-se que o organismo humano também tem
pressão, deve-se estar ciente dos efeitos que
SISTEMA DE CHAMADA DOS PASSAGEIROS
acompanham uma rápida perda de pressão:
- Saída brusca do ar dos pulmões, parecendo por
Um switch de chamada de Comissários está instantes, que os mesmos aumentam de
localizado em cada P.S.U.(passenger service unit). tamanho no interior do tórax. O ar sai
Para chamar o Comissário, o passageiro aperta o violentamente pela boca e nariz.
switch de chamada, deste modo, a lâmpada azul no - Momentânea sensação de ofuscamento ou de
teto dianteiro ou traseiro que estiver mais próxima da confusão que cessa rapidamente.
chamada acenderá junto com o toque de uma - A brusca queda de temperatura e pressão
campainha no sistema P.A. produz uma intensa neblina dentro da cabine
As chamadas são canceladas apertando-se o switch (condensação), também de rápida duração.
do P.S.U. de onde se originou a chamada. No caso de uma descompressão rápida, o
organismo ainda sofre alguns efeitos fisiológicos:
SISTEMA DE CHAMADA DOS LAVATÓRIOS - Possível presença de dores devido à expansão
dos gases contidos nas cavidades orgânicas.
Uma chamada de passageiro proveniente do - Sintomas de aeroembolismo.
lavatório acenderá uma luz âmbar no rebaixamento - Sintomas de hipóxia, se o equipamento com
do teto mais próximo lavatório. Um toque de oxigénio suplementar não for imediatamente
campainha será ouvido. A luz permanecerá acesa usado.
até que seja resetada no lavatório de onde se
originou a chamada. Quando ocorre uma despressurização, a
providência a ser tomada a nível técnico, é uma só:
DESCER
Durante a descida, providenciar, com a máxima
urgência, a utilização do SISTEMA FIXO DE
OXIGÉNIO.
Feita a constatação da despressurização pelos
tripulantes da cabine de comando, a aeronave
descerá num ângulo acentuado até atingir uma
DESPRESSURIZAÇÃO altitude de segurança onde todos poderão respirar
sem o auxílio do oxigênio do sistema fixo.
33
Sabe-se que o organismo sofre muito quando há UNIDADE DE SERVIÇO DE PASSAGEIROS
variações bruscas de temperatura e pressão, mas é (P.S.U.)
bom lembrar que as limitações variam de acordo
com cada um, dependendo das atividades físicas e Os P.S.U.'s são instalados sobre cada conjunto de
das condições particulares. três poltronas, contendo luzes de leitura, saída de
Os Comissários serão os primeiros a sofrer os ar dirigida, 4 (quatro) máscaras de oxigênio, avisos
efeitos, por estarem desenvolvendo uma atividade de atar cintos e não fumar e um switch de chamada
física, quando é maior o consumo de oxigênio. de Comissário. A cada dois P.S.U., há um auto-
Em altitudes mais elevadas, o tempo útil de lucidez falante instalado.
(TUL) é muito curto, e pode ser definido como o
tempo em que alguém pode fazer alguma coisa por COMPARTIMENTO ACIMA DOS ASSENTOS DE
si mesmo, tal como ajustar corretamente a máscara COMISSÁRIOS (A.S.U.)
de oxigênio.
A tolerância pessoal à hipóxia varia Estes compartimentos estão instalados acima das
consideravelmente. estações de Comissários, contendo 2 (duas)
Em fumantes, a existência de monóxido de carbono máscaras de oxigênio.
nos pulmões reduz significativamente o oxigénio
disponível para os tecidos do corpo.
Álcool no organismo mesmo consumido com COMPARTIMENTO NO TETO DOS TOALETES
antecedência de 18 horas, atua sobre as cédulas e (L.S.U.)
interfere na assimilação do oxigênio.
A fadiga diminui a tolerância pessoal. O indivíduo Estes compartimentos possuem 2 (duas) máscaras
em boas condições físicas tem uma tolerância bem de oxigênio, auto-falante e saída de ar dirigida.
maior à altitude do que um indivíduo sedentário.
Durante o período de tensão, o consumo de
oxigênio de pessoas não atléticas é também muito
grande.
O procedimento de descida da aeronave numa
despressurização, é muito rápida e num grau
elevado de inclinação, não permitindo andar pela
cabine durante o processo. A primeira atitude
deverá ser então, PEGAR A MÁSCARA DO
SISTEMA FIXO MAIS PRÓXIMA, e a seguir, na
medida do possível auxiliar aos passageiros que
estejam próximos a sua área, travando trolleys ou
outros materiais que no momento da
despressurização estivessem soltos na cabine.
Em cada toalete, caso ocorra uma
despressurização com alguém em um toalete
acompanhando uma criança, duas máscaras cairão
do comprimento do teto, possibilitando assim, o
atendimento simultâneo a ambos.
Passageiros "colo" deverão ser acomodados
somente onde existam máscaras do Sistema Fixo
de Oxigênio em quantidade superior ao número de
poltronas.
Os ACOMPANHANTES de crianças, idosos e
portadores de deficiências deverão ser orientados
para fixarem primeiro a sua própria máscara,
depois socorrer ao outro.
Deve-se evitar aglomerações nas áreas das AÇÕES PÓS-DESPRESSURIZAÇÃO
galleys, em função do número limitado de máscaras
do sistema fixo de oxigênio nesta áreas. Assim que a aeronave atingir uma altitude em que se
possa respirar sem auxílio das máscaras do sistema
34
fixo de oxigênio, ou nivelar acima da altitude de
segurança, caso alguém ainda necessite de oxigênio
suplementar, pode-se lançar mão dos cilindros
portáteis de oxigênio. Walk-around procedure.
PROCEDIMENTOS DE EVACUAÇÃO
35
"SENTA - SENTA -FIQUEM SENTADOS". ALTA e sempre acompanhados por gestos
(mímica).
Ao mesmo tempo, o Comissário deve gesticular Quando a aeronave tiver parado, orientar os
fazendo a mímica correspondente a fim de manter passageiros comandando: "SOLTEM OS CINTOS
os passageiros sentados, continuando a gritar os E SAIAM, VENHAM PARA CÁ" ou "SOLTEM OS
comandos, até a parada total da aeronave. CINTOS, CORRAM PARA MIM".
A seguir, sempre atendendo as orientações da Ao chegarem a porta orientar: "SALTE" ou "PULA".
cabine de comando, avaliar a situação e verificar se Após o abandono, afastar todos os sobreviventes a
existe ou não a necessidade de evacuar a uma distância segura (no mínimo 100 metros).
aeronave.
No caso de uma emergência IMPREVISTA, os POUSO EM EMERGÊNCIA PREPARADO
passos serão os seguintes:
Ao se evidenciar a necessidade de um pouso de
TOMADA DE DECISÃO emergência, diversos procedimentos devem ser
efetuados antes, durante e após o pouso.
- Observar;
- Julgar; ANTES DO POUSO
- Decidir e atuar.
O comandante, chamará o Chefe de Equipe para um
COMANDO (DECISÃO) DE EVACUAÇÃO briefing, comunicando o tempo disponível, o tipo de
emergência, a situação, áreas restritas e outras
- É de competência do Comandante da instruções gerais.
aeronave; O Chefe de Equipe, por sua vez, deverá transmitir
- Qualquer membro da tripulação técnica, na aos Supervisores, ou diretamente a todos os
incapacidade do comandante. Comissários, as instruções necessárias.
- Chefe de Equipe; 1 - Natureza da emergência;
- Qualquer Comissário. 2 -Tempo disponível para a preparação da cabine;
3 - Local do pouso;
Esta decisão deverá ser tomada pelo Chefe de 4 -Zona da aeronave provavelmente mais atingida,
Equipe, ou qualquer outro Comissário/a, quando havendo impacto;
houver incapacidade do Comandante ou do Co- 5 - Quem irá informar a situação aos passageiros;
Piloto para fazê-lo, ou sempre que se verificar real 6 - Sinal convencional para assumir a posição de
impossibilidade de permanência a bordo. Neste impacto.
caso, a evacuação é EVIDENTE.
As situações mencionadas a seguir, quando no Após serem informados da situação, os Comissários
máximo de sua gravidade, justificam uma deverão posicionar-se ao longo da cabine, pois no
evacuação evidente: momento em que a situação de emergência for
comunicada aos passageiros, os Comissários terão
- Pouso em superfície líquida, ou que termine na condições de, estando assim posicionados, controlar
água (mar, rio, etc...) possíveis manifestações.
- Fogo incontrolável com grande produção de A princípio, a comunicação de um pouso de
fumaça (dentro ou fora da aeronave) emergência é feita pelo Comandante. Caso transfira
- Danos estruturais extensos; este encargo ao Chefe de Equipe, este utilizará o
- Grande vazamento de combustível (sendo anúncio especifico, que deverá ser lido com voz
possível a visualização) clara e calma.
Num caso de pouca iluminação, a voz de comando
A evacuação só deverá se iniciar após a parada ajudará na orientação dos passageiros em direção
total da aeronave e a verificação da área externa as saídas de emergência. Lembrar-se também, que
da saída. esta situação poderá gerar pânico e nervosismo em
Orientar a evacuação com RAPIDEZ e RÍTMO. todos.O fato de se falar em voz alta (VOZ DE
Utilizar o maior número possível de saídas. COMANDO), fará com que as pessoas não pensem
Os comandos dirigidos aos passageiros devem ser em outra coisa que não obedecer as ordens dadas,
CLAROS, OBJETIVOS, POSITIVOS, EM VOZ atuando no subconsciente e induzindo-os a sua
execução.
36
APÓS TEREM SIDO EFETUADOS OS
PREPARAÇÃO DOS PASSAGEIROS PROCEDIMENTOS ANTERIORES
O Chefe de Equipe fará o anúncio aos passageiros, - Informar ao Chefe de Equipe (e este ao
e os demais Comissários farão a verificação do que comandante) quando passageiros e cabine
estiver sendo solicitado: estiverem preparados.
- Os equipamentos que prioritariamente deverão
- Remover óculos, objetos pontiagudos e sapatos ser levados para fora da aeronave e a quem
de salto alto; cabe a responsabilidade sobre rádio
- Colocar o encosto das poltronas na posição transmissor de emergência, caixas de
vertical; primeiros socorros, conjuntos de sobrevivência,
- Afivelar cintos de segurança. megafone, etc.
- Demonstrar a maneira correta para assumir a - Os tripulantes e/ou passageiros que serão
posição de impacto; responsáveis pela abertura das saídas de
- Combinar com os passageiros o comando para emergência e os tripulantes que coordenarão o
assumir a posição de impacto. fluxo de evacuação.
- Repassar mentalmente os procedimentos e
Havendo tempo disponível, os Comissários deverão: abertura das saídas de emergência, operações
- Relocar passageiros especiais (deficientes alternativas e procedimentos de evacuação.
físicos, gravidas, idosos, menores - Permanecer até o momento de assumir suas
desacompanhados, etc.) posições nas estações para o pouso, em locais
- Selecionar passageiros capazes, onde possam ser vistos pelos passageiros,
preferencialmente tripulantes extras, militares e procurando aparentar calma e confiança.
desportistas para que possam auxiliar na Lembrar que um único comissário pode levar
evacuação. toda a aeronave ao pânico.
- Instruir os passageiros capazes sobre a - Ao posicionar-se me sua estação, os
operação das saídas e os procedimentos de Comissários deverão afivelar adequadamente
evacuação. os cintos de segurança e, na iminência do
- Preparar todo o material necessário para uma pouso, assumir a posição de impacto para
situação pós-acidente. comissários.
- Retirar todo o material solto nas galleys, A evacuação só se inicia quando o AVIÃO ESTIVAR
colocando-o nos toaletes e trancar suas portas. IMOBILIZADO
- Verificar as travas de segurança de todos os
compartimentos (principalmente de trolleys). DECISÃO DE EVACUAÇÃO TOMADA
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- AVALIE em toda situação e oriente a evacuação TEMPO DE EVACUAÇÃO
com RAPIDEZ e RITMO
- TEMPO DE EVACUAÇÃO - o menor possível - Tempo padrão: 90 segundos.
90 segundos Esse tempo foi considerado depois de testes
- Toda tripulação deve estar SEMPRE nas suas realizados em órgãos internacionais.
estações de emergência Coeficiente de Evacuação
- Utilize o maior número possível de saídas Número de ocupantes de uma aeronave que
- Seja contra toda e qualquer espécie de possam sair por uma saída operativa obedecendo o
obstrução tempo padrão de 90 segundos.
As ordens transmitidas aos passageiros devem ser: SE - TIPO I- Escorregadeira inflável - 50 a 55 pax -
- Claras 90 segundos
- Precisas SE - TIPO II- Escorregadeira não inflável - 30 a 40
- Objetivas pax - 90 segundos
- Enérgicas SE - TIPO III- Janelas sobre a asa - 20 a 30 pax - 90
- Positivas segundos
SE - TIPO IV- Escotilhas - 15 a 20 pax - 90
USE A MÍMICA segundos (Ex.: Jumbo)
SE - CLASSE A- Escorregadeira inflável dupla 90 a
Em caso de necessidade, use de todo e qualquer 100 pax - 90 segundos(Ex:Jumbo, MD11)
recurso, por exemplo, para atingir outra saída, ande
por cima das poltronas.
As ordens dadas aos passageiros devem ser
transmitidas na AFIRMATIVA (nunca use a palavra
NÃO, pois pode confundir).
Lembre-se que os passageiros deverão visualizá-lo
com facilidade faça tudo que julgar necessária para
que o identifiquem.
ATENÇÃO
As situações apresentadas a seguir podem surgir
isoladas ou simultaneamente em uma evacuação e,
consequentemente, irão atrapalhar a mesma. Para
evitar o fator surpresa, estamos chamando a
atenção para as mesmas.
- Má atitude do avião;
- Decisão de evacuação tardia;
- Fumaça e gases tóxicos;
- Má visibilidade dentro ou fora da cabine;
- Grande número de acidentados;
- Condições atmosféricas adversas;
- Grande número de saídas inoperantes;
- Inobservãncia das regras de evacuação; POSIÇÕES DE IMPACTO
- Desatenção durante pousos/decolagens;
- Obstrução de qualquer espécie; O objetivo da posição de impacto é reduzir o efeito
- Não afastamento dos passageiros para uma do impacto secundário do corpo com o interior da
zona de segurança; aeronave, ou seja, protegê-lo contra os objetos
- Aglomeração de pessoas junto as saídas; existentes na área, nos quais se possa colidir no
- Pânico generalizado. momento do impacto.
De acordo com estudos efetuados, a posição de
EVACUAÇÃO impacto adequada a cada ocupante da aeronave
depende de diversos fatores, tais como as condições
Compreende o abandono dos ocupantes de uma de colisão (direção, velocidade, violência do impacto,
aeronave em uma situação anormal. etc.), a configuração do interior, o desenho e
38
resistência das poltronas, bem como as Os cintos de segurança das poltronas de
características físicas dos ocupantes da mesma. passageiros são instalados de forma a proporcionar
Obviamente, com tantos fatores envolvidos, é resistência efetiva, com uma possibilidade muito
impossível se eleger uma única posição de impacto pequena de se deslocarem para o abdomem. A
que abranja todos os casos. Entretanto, é possível, fivela do cinto de segurança geralmente está
apontar alguns princípios que permitam selecionar a colocada de maneira que fique ao lado de uma
posição mais adequada a cada caso, com base em criança pequena quando ajustado, reduzindo o risco
fatores pré-determinados. de ferimentos. Como nos adultos, o cinto deve ser
O impacto secundário pode ser reduzido ao se colocado no baixo ventre logo acima das pemas. Se
posicionar o corpo (ou parte dele), o mais próximo não for possível ajustá-lo de forma que fique sem
possível do anteparo com o qual ele deverá ter folga, travesseiros e mantas deverão ser colocados
contato após o impacto. O chamado efeito chicote, por trás da criança para criar volume, ajustando
movimento provocado sobre o corpo por uma assim o cinto de segurança.
desaceleração, pode ser reduzido, desde que os É importante que crianças pequenas se inclinem
ocupantes tenham seus corpos posicionados na para a frente, sobre o cinto, e coloquem suas
direção em que, provavelmente, serão impelidos (por cabeças encostadas no próprio assento, entre as
inércia) após o impacto. pemas (para reduzir o efeito secundário do impacto).
O cinto de segurança deve ser posicionado nos As crianças que estiverem no colo de adultos,
ossos da bacia, só devendo ser ajustado após o devem ser seguras deitadas de maneira que seja
ocupante ter encostado totalmente o tronco no possível sustentar tanto a cabeça quanto o tronco. O
encosto da sua poltrona.Quanto mais justo estiver o adulto deve inclinar-se para a frente, sobre o cinto
cinto de segurança, maior será a resistência à de maneira que a criança fique no espaço criado
desaceleração. entre seu tronco e suas pemas. Ambos os braços
Os pés do ocupante devem estar apoiados devem envolver a criança, para proporcionar o
firmemente no assoalho, um pouco a frente da parte máximo possível de segurança
anterior do assento da poltrona. As pernas não Lembramos sempre que um adulto e uma criança
devem ser posicionadas sob o assento da poltrona à não devem jamais dividir um mesmo cinto de
frente, pois poderiam ser quebradas durante o segurança, pois o adulto pode esmagar a criança
impacto, devido ao efeito alavanca que se formaria contra o mesmo.
ao chocarem-se contra a referida poltrona.
COLOS
39
sobre a pelve, isto é possível devido a elevação do deverá estar apoiada firmemente contra o cabeçote
assento. a poltrona, e os braços deverão estar cruzados
A gestante deverá fazer o apoio na poltrona da sobre o peito, para proteção dos órgãos vitais
frente, ou em uma antepara da aeronave. presentes o tórax.
PORTA EMPERRADA
40
Depois do desembarque dos passageiros, cheque Mesmo estando o mar em condições normais,
as cabines e abandone a aeronave pela saída poderão haver ondas de mais de três metros que
operativa que estiver mais próxima. poderão provocar impactos de violência
desconhecida na aeronave.
NORMAS PARA EVACUAÇÃO Estudos de prováveis pousos no mar mostraram
considerável divergência entre os tempos de
Permaneça ao lado da porta, entre o assento do flutuação das aeronaves (tempo entre o toque da
Comissário e a divisória, segurando na alça auxiliar. aeronave na água e sua submersão). Algumas
Mantenha em observação os passageiros até ter flutuaram durante poucos minutos, outras chegaram
certeza que todos estejam direcionados e orientados a flutuar por mais de uma hora. O risco em se
para abandonarem a aeronave. estabelecer, arbitrariamente, o tempo de flutuação
As escorregadeiras-barco são de pista dupla, então de uma aeronave é, portanto, muito grande: deve-
oriente os passageiros a saltarem de dois em dois, se, então, iniciar a evacuação imediatamente, no
sem diminuir o fluxo de evacuação. Intruir: menor prazo possível, após a parada completa da
"FORMEM DUAS FILAS!". aeronave.
Não permita que os passageiros escorreguem pela Após o pouso, a transferência dos ocupantes da
parte central (parte divisória das pistas) da aeronave para os slides-botes ou botes é o que há
escorregadeira. Oriente os passageiros para de mais urgente. Esta é provavelmente, a fase mais
saltarem na posição sentado, mantendo o corpo crítica de um pouso no mar. Seu sucesso depende
inclinado para a frente, a fim de deslizarem com muito do treinamento, do condicionamento e da
segurança. liderança dos Tripulantes, além de outros fatores.
Como a soleira da porta é bastante alta, e o ângulo Quando a aeronave estiver equipada com bote,
da escorregadeira-barco é acentuado, é importante antes de serem jogados na água, deverão ser
que se tenha ajudantes ao pé do mesmo, a fim de amarrados em punhos auxiliares das portas ou em
auxiliarem os demais passageiros. outro local, para que não se perca o bote.
Durante a evacuação, para se evitar ferimentos ao Quando for o caso, jogar o bote fora da aeronave, a
saltar pela escorregadeira ou escorregadeira-barco, favor do vento, prestando atenção para arestas
é importante: metálicas, destroços e áreas cobertas de
- Manter a posição sentado com o corpo inclinado combustível.
para a frente; Os coletes salva-vidas deverão ser inflados somente
- Manter os braços estendidos para a frente ou ao se abandonar a aeronave, na área da soleira das
cruzados sobre o peito; portas ou sobre a asa.
- Os dedos dos pés devem ser mantidos para Quando cessar o ruído dos aspiradores (venturis) do
cima. slide-bote ou bote, comandar a abordagem através
do comando: "Inflem os coletes! Entrem no barco
POUSO DE EMERGÊNCIA NA ÁGUA "Inflate your life vest! Board the raft".
O embarque nos equipamentos de flutuação (botes,
Na preparação dos passageiros, os Comissários slides-botes) deverá ser direto, pois quanto menor o
deverão, previamente, instruí-los sobre a operação contato com a água, melhor, visto que nisto interfere
dos assentos flutuantes e/ou coletes salva-vidas, não somente a temperatura da água ( a
orientado-os da seguinte formação: sobrevivência de uma pessoa em água a 3 graus
- Assentos flutuantes - retirá-los após a ordem centígrados não ultrapassa a cinco minutos), mas
"Soltem os cintos e saiam"; também o estado físico e emocional dos
- Coletes salva-vidas - vesti-tos em seus assentos sobreviventes.
e inflá-los somente ao abandonar a aeronave. Se o embarque direto (ideal) não for possível, deve-
se desconectar o slide-bote (cabo de separação),
Os Comissários deverão, também auxiliar na mantendo o mesmo o mais próximo possível da
colocação de coletes em crianças e deficientes, bem porta, gritando para os passageiros: "Inflem os
como, se houver tempo, nos demais passageiros. coletes ! Pulem para o bote! Inflate your life vest !
Ao ser dada a ordem de evacuação "Soltem os Jump to the raft!".
Cintos e Saiam" "Release your seat belts and get Os passageiros deficientes físicos devem ser os
out", comandar 'Venham por aqui" "Come this way", últimos a serem evacuados, ou pelo menos, não
usando todos os idiomas conhecidos pelo tripulante. terão prioridade.
41
Ao abandonar a aeronave, os tripulantes impossibilidade deste, qualificar um passageiro
responsáveis por radiofaróis, caixas de primeiros com a finalidade de abrir as saídas após o pouso
socorros, conjuntos de sobrevivência, megafones, (orientando não somente sobre a operação das
etc., devem providenciar a retirada dos mesmos e saídas, mas também orientando quanto as
levá-los consigo para fora da aeronave. restrições), alertando que só poderão ser
Os tripulantes, ao abandonarem a aeronave, devem abertas após a parada total do avião e se não
se certificar de que não tenha ficado ninguém para estiverem submersas.
trás. - Se os botes salva-vida forem do tipo de
Resumindo, os procedimentos para pouso no mar lançamento manual, deverão ser retirados de
serão os seguintes: seus alojamentos e levados para as
- Manter a ordem na cabine: um único proximidades das saídas de emergência
passageiros histérico é suficiente para apropriadas e amarrados devidamente, para não
contaminar um grande número de pessoas e se deslocarem por ocasião do impacto. O maior
consequentemente provocar o pânico. Deve ser cuidado a ser observado durante o manuseio é
acalmado de qualquer maneira; não puxar acidentalmente o punho de inflação,
- Distribuir travesseiros, mantas, etc., e instruir os ainda dentro do avião. Caso isto aconteça, o
passageiros a colocar itens na frente do rosto ao bote deverá ser esvaziado, e, não sendo
assumirem a posição de impacto. possível, deverá ser furado e esvaziado.
- Mostrar aos passageiros a posição de impacto. - O comandante do avião sempre que possível
Avisá-los que a ordem para assumirem a deverá comunicar pessoalmente, através dos
posição será dada pelo comandante através dos alto-falantes, a presença de aviões, navios, etc.,
alto-falantes, ou piscando as luzes "ATAR para tranqüilizar os passageiros.
CINTOS / NÃO FUMAR", um minuto antes do - Os Comissários e demais Tripulantes não
pouso. deverão descuidar da própria segurança por
- Os passageiros deverão conservar seus ocasião do pouso, pois são indispensáveis para
agasalhos ou roupas de frio. coordenar toda a operação de abandono, e de
- Afrouxar os colarinhos e retirar todos os objetos sobrevivência.
pessoais que possam causar qualquer tipo de - Deverão estar sentados em seus lugares, com o
contusão, guardando-os nos bolsões das cinto de segurança devidamente afivelado.
poltronas. - O Chefe de Equipe deverá efetuar um '"speech"
- Todos os ocupantes deverão retirar os sapatos, com as últimas recomendações e indicações das
conservando porém as meias, para evitar saídas a serem utilizadas; dará "OK" de cabine
perfurações o danos aos botes ou slide-botes. ao comandante e ocupará seu lugar para o
- Todos os objetos soltos (que não caibam dentro pouso.
dos bins), deverão ser recolhidos e guardados
dentro dos toaletes. ABANDONO DO AVIÃO
- Pessoas idosas o com deficiências físicas,
deverão ser acomodados ao lado de pessoas - Não abrir as janelas ou portas submersas.
mais jovens e fisicamente capazes de auxiliá- - Orientar os passageiros para as saída mais
los, nunca ao lado das saídas de emergência. apropriadas às circunstâncias.
- Sentar os apavorados ao lado dos bem- - Só em extrema necessidade (avião afundando
humorados. rapidamente, risco de explosão, etc.). os
- As crianças deverão permanecer junto aos pais. ocupantes deverão saltar na água, utilizando
Quando desacompanhadas, deve-se designar todas as saídas disponíveis. Como regra todos
um tripulante extra, caso exista algum a bordo, e devem sair do avião enxutos, isto é,
na impossibilidade deste, designar um diretamente do avião para os botes.
passageiro, orientando-o para cuidar das - Os riscos de pular na água são os seguintes:
mesmas durante o abandono da aeronave. Não perda de vidas por afogamento, ou por não
deverão estar ao lado das saídas de alcançarem os botes; frio; exaustão; choque,
emergência. etc., além do risco de pneumonia para os
- Durante o pouso de emergência as saídas ocupantes do bote que estiverem vestindo
deverão ser guarnecidas por tripulantes. roupas molhadas, especialmente a noite ou em
Somente na impossibilidade desta medida, clima frio.
designar um tripulante extra, e, na
42
No entanto se a situação obrigar a saltar na água, - O último a abandonar a aeronave deverá ser
sem permitir a utilização dos botes salva-vidas, um tripulante, após certificar-se que todos
todos deverão abandonar a aeronave inflando seus deixaram a aeronave (check de abandono).
coletes a medida que forem saindo, afastando-se o
mais rapidamente possível, e dentro da água
permanecendo juntos, num só grupo, o que entre RESUMO DE PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM
outras coisas, auxiliará a localização dos SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
sobreviventes e o resgate dos mesmos.
- O primeiro a embarcar num bote salva-vidas FOGO DENTRO DA AERONAVE
deverá ser o Tripulante responsável pelo
mesmo, a fim de coordenar a entrada dos DURANTE O VÔO
demais ocupantes, evitando atropelos ou que
um passageiro salte sobre o outro, - Combater o fogo, usando todos os recursos
dispersando-os a medida em que forem disponíveis (extintores, CAF"S, machadinha,
entrando. etc...);
- Os botes não deverão encostar nas partes - Informar ao comandante;
danificadas do avião. - Manter o controle sobre os passageiros,
- Em hipótese alguma amarrar os botes as acalmando-os para evitar o pânico;
cordas de escape do avião; estas cordas são - Afastar os passageiros da área atingida;
muito resistentes e não arrebentarão se o avião - Sendo o fogo de origem elétrica, desligar os
afundar, arrastando ou arrebentando os botes. disjuntores correspondentes da área.
- A medida que os botes ou slides-botes forem
completando a lotação, deverão ser separados APÓS APAGAR O FOGO
da aeronave, afastados e amarrados uns aos
outros. - Faça o rescaldo para evitar a reignição do fogo;
- Se os passageiros forem evacuados sobre as - Mantenha a área sob vigilância até o término do
asas, deverá ser estendida a corda de vôo.
segurança existente em algumas aeronaves,
pois é extremamente difícil permanecer em COM A AERONAVE NO SOLO
cima de uma asa molhada com o avião
balançando. Todos deverão estar com os - Combater o fogo (usando todos os recursos
coletes inflados. disponíveis);
- Os tripulantes da cabine de comando também - Informar imediatamente a cabine de comando;
deverão abandonar a aeronave pelas saídas de - Manter o controle sobre os passageiros,
emergência guarnecidas pôr slides-bote ou acalmando-os para evitar o pânico;
botes. Só em extrema emergência deverão - Sendo o fogo de origem elétrica, desligar os
saltar na água através das janelas do cockpit e disjuntores correspondentes da área em
nadar até os botes. questão;
- Se houver necessidade de os passageiros - Efetuar o procedimento que for mais adequado
saltarem na água, os mesmos deverão ser (desembarque, evacuação de emergência ou
agrupados ao redor dos botes, segurando-se outro), de acordo com a cabine de comando;
nas cordas apropriadas, para então - Só iniciar o abandono após a parada total da
embarcarem ordenadamente pela estação de aeronave.
embarque.
- Se por uma circunstância qualquer um FOGO NA ÁREA EXTERNA
passageiro não conseguir agarrar-se ao bote e
for levado pelo vento ou pelas ondas, DURANTE O VÔO
dificilmente conseguirá alcançar o bote a nado;
deve-se então jogar a corda com anel de - Se for o caso, informar a cabine de comando via
salvamento ao mesmo, ou então, um bom interfone;
nadador, preso a uma corda, nadar até ele e - Manter o controle sobre os passageiros,
trazê-lo para o bote. acalmando-os para evitar o pânico;
43
- Durante todo o vôo, manter a cabine de O indicador de fluxo na mangueira (êmbolo na cor
comando informada sobre a situação da cabine verde) se desloca para baixo ao ser empurrado pelo
de passageiros. oxigênio;
Ao obstruir a saída da máscara o reservatório de
COM A AERONAVE NO SOLO plástico inflará.
Lembramos que o oxigênio formará gotículas na
- Se for o caso, informar a cabine de comando via mangueira que são perfeitamente visíveis e também
interfone; dão indicação que o oxigênio está fluindo.
- Manter sob controle o grupo de passageiros,
para evitar o pânico; COMPORTAMENTO ANORMAL DE
- Aguardar instruções; PASSAGEIROS
- Se necessário, efetuar o desembarque, ou o
abandono da aeronave, só iniciar o abandono Havendo comportamento anormal de algum
após a parada total da aeronave. passageiro, e este comportamento ameaçar a
segurança de vôo.
DESPRESSURIZAÇÃO - Tente por todos os meios conter o passageiro;
- Informe a cabine de comando;
- Colocar a máscara de oxigênio mais próxima (do - Peça o auxílio de outros comissários, ou
sistema fixo), e sentar-se onde for possível mesmo passageiros, a fim de evitar que o
(poltrona. braço de poltrona, etc...); passageiro se machuque, ou venha a machucar
- Havendo carrinho, trolley nos corredores, travá- alguém, comprometendo desta forma a
los entre as poltronas; segurança de vôo;
- O Comissário que estiver mais próximo a um - Se o comportamento anormal não comprometer
dos microfones do sistema P.A., deverá alertar a segurança de vôo, tratá-lo como for o mais
aos passageiros que apaguem os cigarros e conveniente no momento; ignorando-o, sendo
apanhem a máscara mais próxima; simpático, persuadindo-o, etc...
- Quando possível, auxiliar os passageiros as
máscaras de oxigénio poderão ser removidas; SEQÜESTRO
- Após a descida até um nível onde seja possível
respirar sem o auxílio as máscaras, prestar Todos os tripulantes devem levar em consideração
atendimento aos passageiros que necessitem de que os momentos iniciais do seqüestro são os mais
seu auxílio, usando, se for o caso, os cilindros perigosos, pois os seqüestradores com certeza
portáteis de oxigênio; estarão nervosos e inseguros. A conduta dos
- Avise a cabine de comando sobre a situação na tripulantes deve ser a de agir com bastante calma,
cabine de passageiros; e na medida do possível, se dedicar as tarefas da
- Após a despressurização, lembre-se que o nível aeronave e transmitir segurança. As primeiras 3
de oxigênio na cabine estará muito alto, é horas são as mais difíceis.
importante fazer speech aos passageiros Manter, tanto quanto possível, a normalidade do
orientando para que não fumem até que se vôo para os passageiros, executando o serviço de
apaguem os avisos luminosos correspondentes. bordo, evitando porém o oferecimento de bebidas
alcoólicas.
Ao ser acionado o sistema fixo de oxigênio, é normal Estabelecer diálogo com os seqüestradores através
desprender do Gerador Químico um forte cheiro de de um membro da tripulação, para facilitar um bom
queimado, em função do mesmo atingir a relacionamento com os mesmos. Evitar discussões,
temperatura de aproximadamente 285° Celsius. sobretudo com relação a política ou a credibilidade
O fluxo do sistema fixo é de 4 litros/minutos lembre- de seus objetivos. Abordar temas como a
se que este fluxo é o suficiente para os ocupantes segurança da aeronave, o bem-estar dos
da aeronave nesta situação, porém não é forte o passageiros e tripulantes e a preocupação com
suficiente para que seu ruído possa ser ouvido seus dependentes.
durante a despressurização. Para evitar dúvidas, Procurar determinar o número de seqüestradores,
lembramos aqui três maneiras para checar se o pois algum ou alguns deles pode não ter feito sua
oxigênio esta ou não fluindo. presença conhecida, assim como conhecer a
quantidade de armas.
44
Todo esforço deve ser feito para transmitir estas
informações e quaisquer detalhes que identifiquem
as pessoas e o instrumento de ameaça às
autoridades.
ATENÇÃO
45
em estatísticas, mas sim, pensar em uma eventual l) Descubra se nas proximidades há animais ou
situação da qual terá que saber agir com segurança plantas comestíveis;
considerando que muitas vidas dependerão de m) Inicie um diário;
suas atitudes e que você poderá ser a "chave" de n) Mantenha-se junto à aeronave, a não ser que
todo o salvamento. tenha certeza de que se encontre a pouca distância
(a pé) de socorro;
PRINCÍPIOS GERAIS DE SOBREVIVÊNCIA o) Só abandone o local do acidente, após ter
esperado durante vários dias e estiver convencido
Uma vez no solo, após um pouso forçado na selva, da pouca probabilidade de socorro e quando contar
procure proceder inicialmente, da seguinte maneira: com equipamento necessário à viagem,
46
duas latas contendo, respectivamente, óleo de
lubrificação e água. Durante o dia utilize fumaça, à
noite, uma chama.
Para produzir fumaça negra empregue óleo ou
pedaços de borracha; para fazer fumaça branca
ponha no fogo folhas verdes, musgo ou
pequenas quantidades de água. Desarrume o
máximo possível o local onde se encontra,
tomando seu aspecto pouco natural.
balançando a asa.
DE NOITE
47
Fazendo SINAIS VERDES com um lâmpada de alegria ou, de um modo geral, por descontrole
ou com pirotécnico. nervoso, quando perceber que foi avistado ou
quando a "equipe de salvamento" chegar. Trate,
MENSAGEM RECEBIDA E NÃO ENTENDIDA sim, de cooperar com ela, isto no interesse tanto
seu quanto no da "equipe". Não se exponha a
a aeronave deverá indicar que os sinais riscos que possam resultar em ferimento ou de
foram recebidos e não entendidos por: qualquer modo dificultar o salvamento. Será mais
fácil salvá-lo inteiro do que em pedaços! Se o seu
salvamento for por helicóptero, observe como será
o procedimento de içá-lo.
DE NOITE
48
Escolha para acampamento um local em ponto
elevado, o mais afastado possível de charcos e
pântanos.
Se decidir permanecer junto à aeronave, utilize-a
como abrigo. Vede a entrada aos mosquitos,
cobrindo as aberturas com tecidos. Improvise, para
dormir, redes de lona ou camas com folhas, ramos
de capim, com camadas de folhas de palmeiras ou
outras folhas que sejam largas.
ÁGUA
ABRIGOS
a) Encontrando-se um curso de água, estabeleça a
sua localização em relação ao avião. Possuirá
Em qualquer área poderá ser improvisado um abrigo assim, uma fonte suficiente de água e, que mais
com partes da aeronave com o equipamento de tarde poderá auxiliá-lo com a diretriz que o conduzirá
emergência ou com materiais naturais que encontrar de volta à civilização.
no local do acidente e proximidades. b) Em terrenos rochosos procure nascentes e
Não acampe em terreno de inclinação muito infiltrações.
pronunciada ou em área onde houver perigo de c) Se você não encontrar um regato, ou um rio
avalanches, inundações, queda de rochas, ou em procure:
local demasiadamente exposto aos ventos. 1-Cavar em solo arenoso, às margens de correntes
Não construa abrigos debaixo de grandes árvores ou ou lagos lamacentos, numa distância da margem
de árvores com galhos secos. Não durma nem arme que pode variar de 30 cm a 2 metros.
abrigo debaixo de coqueiro. 2-Cave até 1,5m de profundidade.
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d) Obtêm-se água de algumas plantas que pode ser
bebida sem necessidade de tratamento:
1-Cocos, cipós, cactos, hastes de bambus e
gravatás.
ALIMENTAÇÃO
50
também empregar o processo do descamisamento
1) O ALIMENTO SILVESTRE - Você deve aprender (nesse processo, perde-se a pele da ave).
a superar sua aversão a certos e determinados Das vísceras das aves, pode-se aproveitar o
alimentos. Com poucas exceções, todos ao animais coração, o fígado e os rins que poderão ser
são comestíveis quando recém abatidos. ingeridos crus.
Uma vez abatida uma caça, deve-se proceder à
Não coma sapos. As diferenças entre sapo e rã são: esfola (tirar o couro). Feito isso, abre-se o animal
pela linha do peito, tendo o cuidado de não
sapo tem pele em crostas; perfurar a bexiga ou a vesícula biliar.
sapo é mais claro; Nenhuma parte das vísceras deverá ser aproveitada.
sapo tem duas mossas entre a cabeça e as
patas dianteiras;
a rã tem a perna mais escura e esguia; PARA FAZER OS CORTES PRELIMINARES
refúgio costumeiro da rã é a água. SIGA A LINHA TRACEJADA.
51
3) ALIMENTO VEGETAL - As plantas são mais
comuns do que os animais, e são poucas as plantas
silvestres que produzem efeito mortal quando
ingeridas em quantidade diminuta.
4) ALIMENTOS ANIMAIS
a) Linha e anzol;
b) Arpão de ponta dupla, feita de bambu.
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a) Que tenha pele espinhosa ou lisa, mas somente para purificar água (pela fervura). Não faça
os que tiverem escamas de revestimento, fogueiras muito grandes. As pequenas exigem
b) Antes de cozinhá-los. menos combustível, são mais fáceis de controlar
e seu calor pode ser concentrado.
b) Nós de bambu:
Os nós de bambu constituem boas vasilhas,
aquecendo-as até carbonizarem parcialmente.
c) Cozimento sob o fogo: LENTES: A chama poderá ser obtida faz endo-
Uma vez aberto o buraco, que deverá ser raso, se incidir os raios solares sobre a isca
forre o mesmo com folhas e plantas ou então através das lentes de binóculos, máquinas
envolva o alimento nas folhas, antes de colocá- f otográficas ou lentes de óculos.
los no fundo do buraco. Cubra o buraco com uma
camada de terra ou areia e acenda o fogo bem
em cima dessa camada.
53
e/ou sangue, causando inflamações e
infecções graves;
54
faca, água, alimentos, espelhos de sinalização,
óculos para Sol (se houver), relógio, fio metálico
ou corda - estais para armar abrigos.
Deixe uma notificação na aeronave, por escrito;
deixe também, um sinal que seja visível do ar,
indicando a direção seguida.
Retire da aeronave, se possível, a bússola
magnética. Não se esqueça de remover os imãs de
compensação da bússola. Procure seguir sempre a
caminho mais fácil e mais seguro, mesmo que seja
mais longo. Os deslocamentos devem ser lentos.
Poupe suas forças contornando obstáculos. Não lute
com os cerrados e capoeiras, cortando o mato com o
facão, é preferível contorná-los. Não tente vencê-los
pela força. Não suba em linha reta o aclive, quando
este for muito inclinado, procure subir em
ziguezague, a fim de poupar energia. As correntes
de água e as picadas abertas pelos animais são as
estradas do sertão. OS INDÍGENAS
Mantenha um ritmo de marcha. Caminhe durante 3 h
e descanse 1h.Inicie as marchas pela manhã.
Procure acampar antes do anoitecer. Às 17:00h, na a) deixe que os indígenas aproximem de você para
selva, já começa a escurecer. Portanto já a partir das início dos entendimentos,
15:00 h, procure encontrar um local para acampar. b) peça auxílio, não exija;
Em caso de tempestade ou nevoeiro, acampe logo e c) não mostre armas;
espere que a visibilidade se torne novamente d) não faça movimentos súbitos;
normal, e que as condições de tempo se tornem e) não aja precipitadamente; chegando perto de uma
melhores antes de prosseguir viagem. Assinale todo aldeia, pare e sente-se;
o caminho percorrido e a rumo seguido. Faça setas f) respeite os costumes e usos locais;
nas árvores, e em pequenas pedras, quebre galhos, g) nunca deixe de remunerar, de uma forma ou de
amarre pedaços de panos e modifique a paisagem outra, os bens, coisas e gêneros que deles receber;
natural. Evite acampar nas margens de rios ou h) deixe em paz as mulheres dos índios;
riachos. Prefira pequenas elevações, a mais de 100 i) não faça perguntas que não possam ser
metros de um curso de água. Não acampe junto de respondidas por SIM ou NÃO.
árvores mortas e nem debaixo de galhos secos.
Acenda uma fogueira junto de seu acampamento.
Viaje pelos rios somente à luz do dia. Não atravesse MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO E
águas pantanosas; contorne-as. PROCEDIMENTOS EM MATAS
MACAS: COMO REMOVER FERIDO GRAVE NÃO
SUSPEITO de FRATURA de COLUNA VERTEBRAL DESLOCAMENTO EM MATAS
ou BACIA, em DECÚBITO DORSAL (deitado de
costas), O indivíduo ou grupo de indivíduos, realizando buscas ou
utilizar uma das macas: aventurando-se ao ver-se isolado na selva e tendo
necessidade de sobreviver tenderá; naturalmente, a
movimentar-se em uma direção qualquer em busca de
salvação. Será normal esta precipitação, mas totalmente
errada pois muitos já perderam a vida por terem deixado
dominar pela ânsia de salva-se, andando a esmo e entrando
fatalmente, em pânico.
GENERALIDADES
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A densidade da vegetação torna a selva "toda igual", Sempre que for feita a leitura da bússola, deve-
nela não haverá, pontos de referência nítidos. se certificar que a mesma não está sob
Mesmo aqueles que já possuem alguma experiência influência de alguma força magnética externa
não confiam muito em possíveis referências, porque (imã, ferro, aparelho elétrico).
tudo se modifica, se confunde devido a repetição
contínua e monótona da floresta fechada; os
incontáveis obstáculos constantemente causarão
desequilíbrios e quedas, tornando a visada
permanente sobre determinado ponto difícil; a
necessidade de saber onde pisar ou colocar as
mãos desviara, por certo, a direção do raio visual; e,
finalmente, a própria densidade da vegetação só
permitirá que se veja até a distância de 15 ou 20
metros à frente, quando muito.
À noite nada se vê, nem a própria mão a um palmo
dos olhos. O luar, quando houver, poderá atenuar
um pouco essa escuridão sem contudo entusiasmar
o deslocamento noturno. O copado fechado das
árvores não permitirá que se observe o Sol ou o céu,
a não ser que se esteja em uma clareira, o que,
UMA BÚSSOLA NUNCA DIZ O LUGAR ONDE SE
ainda assim, não significará que se possa
ESTÁ E SIM O LUGAR PARA ONDE SE VAI.
efetivamente observá-los de dia ou de noite pois
haverá constantemente a possibilidade de céu
nublado.
BÚSSOLA DA AERONAVE
Por tudo isso, os processos de orientação na selva
sofrerão severas restrições e, por já constarem de
outros manuais, serão aqui apresentados em geral. Poderá ser utilizado retirando-se os magnetos
compensadores que vêm acoplados á ela.
PROCESSOS DE ORIENTAÇÃO
ORIENTAÇÃO POR RELÓGIO
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tirar a média a concluir: 100 metros na
selva serão percorridos por "p" passos;
ORIENTAÇÃO PELO SOL a esse número de "p" somar p/3 (um terço);
concluir, finalmente: 100 metros na selva
Para orientação pelo Sol, estende-se o braço direito serão percorridos por p + p/3 passos, essa
para o nascente (Leste) à esquerda tem-se Oeste; margem de segurança, p/3 compensará os
à frente o Norte e às costas o Sul. erros provenientes de incidentes comum
nos deslocamentos através da selva,
pequenos desvios, terrenos elevados e uma
série de outros.
OBSERVAÇÕES
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Estando este parado, aquele se deslocará referência. Efetua-se o desvio necessário, chega-
até ele e o fará dar um novo lance à frente, se, ao ponto e a marcha é reiniciada. Entretanto,
na direção do azimute de marcha, o processo raramente terá aplicação prática
repetindo as operações anteriores. Será quando se tratar de obstáculos de grandes
portanto, uma navegação por lances; dimensões, pois o mais difícil na selva será
encontrar aquele ponto nítido.
HOMEM-PONTO - não será mais que um Por isso, quando se sair de um ponto em busca de
comando do homem-bússola; enquanto ele outro, não esquecer, de deixá-lo antes, muito bem
se deslocar, irá usando o facão para abrir marcado para facilitar o retorno em caso de
picada e melhorar a visibilidade para os insucesso.
que vêm a retaguarda;
DESVIO DE UM OBSTÁCULO
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CARACTERÍSTICAS:
ANIMAIS PEÇONHENTOS
a) Surucucus ou surucutinga (pertencem
ao gênero Lachesis). São cobras grandes
atingindo até 2 metros de comprimento e
I - OFIDISMO habitam ás florestas virgens, densas e
sombrias, as margens dos rios. Tem cor
1-CONCEITO amarelada com losangos castanhos
Considera-se como OFIDISMO, o conjunto de escuros. É a pior serpente venenosa das
acidentes causados por picadas de cobras. Américas.
2-GENERALIDADES
No mundo existem, atualmente, cerca de 6.000
espécies de serpentes. Destas, apenas 640 podem
ser encontradas na América do Sul e, 110 espécies
no Brasil. De qualquer forma, esses animais ainda
causam, em nosso país a proximidade 30.000
acidentes ofídicos por ano, dos quais resultam, em
média, 5.000 mortes.
4.1 - Crotalidae
Gênero Lachesis - surucucus (veneno
laquésico) c) Urutus (pertencem ao gênero Bothrops). São
Gênero Crotalus - cascavéis (veneno crotálico) cobras grossas, muito bem desenhadas, por isso
Gênero Bothrops - urutus, jararacas, chamada de cotiaras (termo indígena que significa
jararacuçus, caiçaras (veneno bothrópico). cobra pintada). Vivem nas margens dos rios,
córregos e banhados, entre pedras e pedaços de
4.2 - Elapidae madeiras. Quando está enfurecida dá botes em
Gênero Micrurus - corais - anéis no corpo todas as direções.
(veneno micrúrico)
Gênero Leptomicrurus - corais verdadeiras d) Caiçaras (pertencem ao gênero Bothrops).
(veneno micrúrico) - sem anéis no corpo. Distinguem-se por ter um aspecto aveludado.
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Possui um veneno altamente necrosante. Daí o seu - Quando perseguidas - Fogem quando
nome indígena que significa "o que queima". tomam atitude de perseguidas.
ataque, enrodilhando-se
e) Jararacas (pertencem ao gênero Bothrops).
Possuem cor acizentada com desenhos marrons. -Hábitos noturnos -Hábitos diurnos
São as mais encontradas em todo o Brasil. Podem predominantemente predominantemente
atingir até um metro de comprimento. Não se
encontram, nas árvores nem na água. Dormem -Movimentos vagarosos - Movimentos rápidos
durante o dia e por isso são chamadas de
"dormideiras". - Ovoviparas (dão a luz - Oviporas (põem ovos
filhotes vivos) para chocar)
Obs.:JARARACAS VERDES - Vivem nas árvores.
JARARACUÇU - Vivem nos alagados, nos
lagos e margens de rios. Nadam bem e podem
atingir até dois metros e meio de comprimento
60
Picadas de cobras não venenosas - duas linhas
ou mais de escoriações muito sangrentas, ou
muito dolorosas, com pequeno edema.
ATENÇÃO:
Todo acidente provocado por picada de cobra
C - Picada por jararaca venenosa exige a aplicação do soro
específico, na quantidade adequada e no
1. Dor local intensa e persistente; tempo ideal. Deve ser ministrado quantidade
2. Área atingida apresenta volumoso endema para neutralizar 100 mg de veneno.
(inchação, eritema - vermelhidão), equimose Levar se possível, a cobra para ser
(manchas arroxeadas), flictenas (bolhas) e identificada, o que facilitará a escolha do
pequenos pontos de hemorragia; tratamento.
3. Urina vermelha (sanguinolenta). No caso de acidente causado por cobra não
identificada, ou na falta de soro específico,
usar o SORO ANTIOFÍDICO POLIVALENTE.
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O TRATAMENTO SINTOMÁTICO a) Sintomas
Que deve completar os já citados cuidados nos
caso anteriores, constará de: 1. dor repentina, intensa, que se irradia,
2. mal estar geral,indefinível;
REPOUSO ABSOLUTO; 3. dormência, após o período dolorido;
AQUECIMENTO DO DOENTE; 4. edema (inchação) local;
UTILIZAÇÃO DE ANALGÉSICO; 5. sudorese (transpiração abundante);
6. traquicardia inicial, braquicardia final;
CURATIVOS LOCAIS;
7. calafrios, náuseas e vômitos;
TRANSFUSÕES DE SANGUE, SE POSSÍVEL E
8. sensação de cansaço e sonolência;
QUANDO NECESSÁRIO (principalmente, nos
9. dificuldade respiratória, inconsciência e morte,
caos atingidos pelo veneno botrópico);
nos casos graves.
O QUE NÃO SE DEVE FAZER EM CASO DE b) Procedimento
OFIDISMO VENENOSO
AGITAR O CORPO DO ACIDENTADO; 1. manter a pessoa em repouso
USAR BEBIDAS ALCOÓLICAS; 2. aplicar compressas de água quente no local do
INGERIR QUEROSENE; ferimento
INGERIR REMÉDIOS CASEIROS; 3. administrar uma medicação contra dor,
APLICAR AMONÍACO, OU LIMÃO NAS analgésicos;
LESÕES CUTÁNEAS; 4. remover imediatamente a pessoa para o hospital
PRESCREVER REMÉDIOS PARA BAIXA A mais próximo.
TEMPERATURA.
II - ESCORPIANISMO ATENÇÃO
A aplicação do soro antiescorpiônico deve ser
1 CONCEITO: iniciada o mais cedo possível, principalmente se a
vítima for uma criança.
ESCORPIANISMO é o conjunto de acidentes Não se dispondo do soro antiescorpiônico, poderá
causados por picadas de escorpiões. aplicar o soro antiaracnídio polivalente.
III - ARACNEISMO
1 - CONCEITO:
A picada do escorpião não é, geralmente, um
acidente grave num adulto sadio, embora possa ser Considera-se como Aracneismo, o conjunto de
fatal em crianças e em pessoas idosas, podendo o acidentes causados por picadas de aranhas.
animal picar mais de uma vez.
62
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE ARANHAS
VENENOSAS NO BRASIL
(De modo geral, qualquer aranha maior que um grão
de milho, deve ser evitada.)
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perturbações visuais, e até cegueira; O TRATAMENTO DO ARANEISMO
retenção da urina; NECROSANTE
coriza e sialorréia;
queda da temperatura corporal; • Aplicação de SORO ANTILICÓSICO ao redor da
pulso rápido; região atingida, na dose de 5 cm 3 para adultos e de
parada cardíaca e morte (geralmente em 10 a 15 cm3 para crianças;
crianças). • Analgésicos;
•Curativos locais, anti-sépticos e cicatrizantes.
O TRATAMENTO DO ARACNEISMO
NEUROTÓXICO
FENÔMENOS NECROSANTES
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nada valerão. Centenas de casos provaram que
aqueles que sobreviveram tiveram a firme
determinação e o desejo de sobreviver, e nunca
perderam as esperanças ou se deixaram dominar
pelo medo.
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avião ou navio, a fim de não perder a ocasião de COMO UTILIZAR A PRÓPRIA CALÇA PARA
ser localizado, pois é tarefa das mais difíceis FLUTUAR
localizar barcos em alto mar;
p) Não entregar a leigos, o manuseio dos
sinalizadores;
q) Os ocupantes dos barcos deverão manter seus
coletes inflados, Criancinhas deverão ser atadas a
um dos seus pais, a fim de garantir a sobrevivência
caso o barco vire;
r) Um dos ocupantes de cada barco, de preferência
o vigia, deverá permanecer atado ao barco por uma
corda de, pelo menos, três metros, a fim de servir
com o âncora caso o barco vire;
s) Proteja bússolas, relógios, fósforos contra
umidade;
t) Proteja-se contra os raios solares, por meio de
toldo, de vestes, óculos e de cera protetora de
lábios;
u) Avalie a quantidade de água disponível, levando
em conta que em média um náufrago necessita de
meio litro de água por dia.
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corantes de marcação - deverão ser usados
somente durante o dia e, quando forem ouvidos
SINALIZAÇÃO ruídos de aeronaves. Quando não estiverem em
uso, deverão ser mantidos embrulhados e
Poderá ser feita por meio de:
protegidos da umidade;
espelho apropriado ou improvisado;
pedidos de socorro por rádio, nos horários
internacionais de silêncio (dos 15 aos 18, e dos CORANTE MARCADOR DE ÁGUA
45 aos 48 minutos depoisde cada hora cheia);
Artifícios pirotécnicos:
O corante marcador de água é um saco de pano
Sinais de fumaça, durante o dia;
contendo um produto químico que reage com a
Sinais de luz vermelha, durante a noite; evite
água, alterando seu PH. Produz uma mancha verde
que esse material provoque fogo à bordo;
(clara ou escura) que permanece ativa durante
aproximadamente três horas. É um sinalizador para
o uso diurno, sendo que sua eficácia aumenta em
dias ensolarados.
OPERAÇÃO
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OBTENÇÃO DE ÁGUA
redução de alimentação;
conserve o seu corpo bem protegido tanto do
Sol como do seu reflexo na superfície das
águas;
mantendo as roupas molhadas ou úmidas, com
água do mar, nos dias quentes. Não exagere
esta prática nos dias quentes quando não COMO PESCAR EM PLENO MAR
dispuser de um toldo protetor;
sempre que puder fique quieto e procure cochilar Em princípio utilizando-se dos apetrechos de pesca
um pouco. que existem no bote. Entretanto, se não mais
existirem, deve-se proceder da seguinte maneira,
Utilização de água das chuvas, que deverão ser como alternativa:
coletadas em vasilhas disponíveis, ou no toldo, ou
em um receptáculo feito com lona. Pode-se ingeri-Ia Improvise um anzol com alfinetes, clips, pregos
pura, ou misturada com um pouco de água do mar. de sapatos e canivetes. Esses anzóis devem ser
Sempre que chover, beba água o quanto o seu pequenos e a linha de pescar muito leve;
estômago conter, sem que se sinta mal. Beber Improvise a linha de pescar, utilizando-se de
devagar, para não vomitar. cordão de sapatos ou fio da própria roupa;
Não tendo o aparelho destilador e nem contando Improvise um arpão amarrando uma faca a um
com água da chuva, utiliza-se dessalgantes. remo;
Obs.: Se você NÃO dispuser de água, não coma. Utilize tudo que possa funcionar como uma
pequena rede;
Empregue um facho de luz (de lanterna ou
OBTENÇÃO DE ALIMENTOS reflexo dos raios da luz num espelho) á noite,
fazendo-o incidir sobre a água. A luz atrairá os
Não possuindo mais rações ou quando forem elas peixes e muitos deles irão pular dentro do bote.
muito reduzidas, deve-se procurar o alimento Capturando o peixe, mate-o com uma pancada
marinho, representando, principalmente, pelos na cabeça antes de trazê-lo a bordo.
peixes. Por outro lado, não se deverá comer: Quando pescar, amarre a extremidade do fio ao
bote.
Mariscos pertencentes a colônias onde existem Procure pescar peixes pequenos que servirão de
moluscos mortos, quase mortos ou mal isca.
cheirosos. Mais raramente poderá obter alimentos,
Não coma mariscos e ostras agarrados a caso capturando aves marinhas por anzóis com isca.
de navios ou qualquer objeto metálico, pois, os Todas as aves constituem alimento em
mesmos provocam intoxicação violentíssimas. potencial. Muitas aves serão atraídas pelo bote,
Medusas, águas-vivas, caravelas, cobra do mar como pouso ou descanso
e holoturias.
Vísceras ou ovos de qualquer peixe Neste caso, trate de agarrá-las logo que tenham
desconhecido. fechado as asas. Essas aves fornecerão:
Baiacus lisos ou de espinhos(TEM CORPO
ARREDONDADO COM PELE DURA, BOCA Carne, a ser comida crua mesmo;
PEQUENA, COMO BICO DE PAPAGAIO) Penas, para utilização como iscas para peixe;
Sangue, que poderá ser bebido.
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ANIMAIS MARINHOS PERIGOSOS MEDUSA
OURIÇO E ANÉMONA
BARRACUDA
Os espinho de algumas espécies e de ouriços
provocam ferimentos dolorosos. Algumas
Numerosos são os casos de ataques a banhistas por
barracudas. Nadam em pequenos cardumes e suas espécies possuem espinhos dentados,
tomando-se necessário extraí-los
mordidas, assim como as da moreia causam lesões
cirurgicamente. Nos casos menos graves, os
graves.
espinhos de natureza calcária e silicosa,
podem ser dissolvidos pela aplicação de
amoníaco, álcool ou sumos cítricos (gotas de
limão).
As anêmonas, assim como as medusas,
expelem uma secreção urticante, que produz
irritação. Evitar tocá-las com a pele
ARRAIA desprotegida.
CARACOL VENENOSO
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cegueira, e as vezes a morte num espaço de
até quatro horas. Na dúvida o melhor a fazer é
evitar tocar em caracóis, principalmente se
estiverem vivos.
TUBARÕES
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Procure desembarcar a sotavento (ao lado oposto Os moluscos agarrados a cascos de navios ou
do vento). objetos metálicos não devem ser comidos,
Poderá navegar ao longo da costa à procura de uma Lembre-se que a prioridade não é a obtenção
praia onde possa desembarcar e onde a do alimento, mas de água.
arrebentação seja mais suave.
71
6. Distúrbios Mentais - A sensação de medo é 1. aproximar-se da pessoa pelas costas,
normal em homens que se encontram em situação segurá-la e mantê-la com a cabeça fora
de perigo. CORAGEM! A PERCEPÇÃO DE d'água;
MIRAGENS NÃO SIGNIFICA QUE VOCÊ ESTA
SOFRENDO DE DISTÚRBIOS MENTAIS.
INTERMAÇÃO
a ) SINAIS E SINTOMAS
1. dor de cabeça e náuseas;
2. palidez acentuada;
3. Quando estiver fora d'água, colocar
3. sudorese (transpiração excessiva);
a pessoa em decúbito dorsal
4. pulso rápido e fraco;
(deitada de costas), com a cabeça
5. temperatura do corpo normal;
mais baixa que o corpo;
6. câimbra no abdome ou nas pernas;
4. Insistir na respiração boca-a-boca,
7. inconsciência.
se necessário;
6. Se a pessoa apresentar ausência
b) PROCEDIMENTO
de
1. mover a pessoa para lugar fresco e arejado, e
pulso e pupilas dilatadas, executar a
retirar-lhe a roupa;
massagem cardíaca externa;
2. mantê-la deitada, com a cabeça mais baixa que
7. Friccionar vigorosamente os braços
o resto do corpo;
e as pernas do afogado,
3. em caso de parada respiratória, iniciar a
estimulando a circulação;
respiração de socorro boca-a-boca-
8. Remover imediatamente a pessoa
4. procurar um médico imediatamente.
para o serviço de salvamento ou
para o hospital mais próximo.
AFOGAMENTO
FATORES ADVERSOS AO SOBREVIVENTE
É a asfixia provocadas pela imersão prolongada do
organismo em um meio líquido. FATORES SUBJETIVOS
a ) SINAIS E SINTOMAS PÂNICO
1. agitação;
2. dificuldade respiratória;
3. inconsciência; O pânico, normalmente toma conta da pessoa no
4. parada respiratória; momento do acidente, ou mais tarde, já na
5. parada cardíaca. embarcação.
Pode, entretanto, ser controlado e até mesmo
b) PROCEDIMENTO dominado, quando se está preparado para
enfrentar situações de emergência; o conhecimento
72
de procedimentos e um razoável adestramento fará CONGELAMENTO
com que se desenvolva o autocontrole.
O congelamento se manifesta principalmente no
SOLIDÃO rosto, orelhas, pés e mãos, levando à ulceração das
partes atingidas, podendo inclusive gangrenar os
A solidão é o prelúdio do tédio no barco salva-vidas. locais levando à amputação, e ameaçando
A pessoa, inicialmente, acredita que em pouco seriamente a vida humana.
tempo será resgatada, e caso isso não aconteça, Ao menor sinal de congelamento (cianose ou
começa a se deixar abater, principalmente quando dormência) deve-se aquecer gradativamente as
dá conta da sua situação e da vastidão do mar que a partes. Em hipótese alguma FRICCIONAR ou
cerca. MASSAGEAR as PARTES ATINGIDAS. O melhor é
A solidão necessita ser combatida através de uma colocar as partes enregelado sob as axilas.
ocupação. A pesca, o cuidado com os feridos, a
confecção de um diário, o cuidado com a higiene e
com o barco salva-vidas são excelentes exemplos
de combate à solidão. Deve-se evitar combate a
solidão com a conversa, pois esta provoca sede. QUEIMADURAS
73
2.sudorese (transpiração abundante) na testa e nas
palmas das mãos;
3. face pálida, com expressão de sofrimento;
4. sensação de frio, chegando, às vezes, a tremores; CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA
5. náuseas e vômito;
6. respiração curta, rápida e irregular; Todas as aeronaves que realizarem vóos
7. perturbação visual; prolongados sobre a água levarão os seguintes
8. pulso rápido e fraco; equipamentos:
9. inconsciência total ou parcial. • quando a aeronave estiver a uma distância maior
do que 50 milhas marítimas da costa deverá levar
c) PROCEDIMENTO colete salva-vidas ou equipamento semelhante
1. realizar uma inspeção rápida na pessoa socorrida; individual para cada pessoa a bordo colocado em
2. combater, contornar a causa do estado de posição acessível de seu assento.
choque, se possível - por exemplo: controlar a
hemorragia, etc.
3. conservar a pessoa deitada; EQUIPAMENTOS DE SOBREVIVÊNCIA
4. afrouxar-lhe a roupa;
5. retirar da boca, se necessário, secreção, É o equipamento utilizado por sobreviventes de
dentadura, goma de mascar, ou qualquer outro acidente aéreo, como auxiliar no provimento de sua
objeto; subsistência e na comunicação com as unidades
6. em caso de parada respiratória, iniciar a SAR de modo a facilitar e concorrer para sua
respiração de socorro boca-a-boca; sobrevivência.
7. em caso de ausência de pulso e dilatação das
pupilas, executar a massagem cardíaca externa,
associada à respiração boca-a-boca;
8. caso ocorra vômito, virar a cabeça da pessoa para
o lado; EQUIPAMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS
9. levantar as pernas da pessoa, caso não haja
fratura;
É o equipamento utilizado por sobreviventes de
acidentes aéreos, no tratamento de emergência e
cuidados com a saúde de modo a concorrer para
sus sobrevivência.
74
03 caixas de fósforos, total de 150 palitos prolongada)
01 pedra para fazer fogo 8 Antidesidratante Comp 100
9 Baton incolor Um 1
01 frasco de 100 ml contendo repelente para (frio/sol)
insetos 10 Descongestionante Bisnaga 1
01 manual de Sobrevivência na Seiva (M.M.A.-81) nasal
01 espelho de Sinalização (circular, de metal) 11 Descongestionante Bisnaga 1
01 apito plástico de ouvido
12 Descongestionante Comp 20
10 analgésicos (Novalgina) da garganta
06 sacos plásticos com água (115 ml) 13 Estimulante Bisnaga 1
01 foguete pirotécnico (baquelite) respiratório
01 corante marcador de água 14 Atadura de Rolo 6
algodão de 10 cm
50 pacotes de açúcar com 06 g cada
15 Atadura de crepon Rolo 6
50 pacotes de sal com 01 g cada de 6 cm
01 faca de sobrevivência na selva contendo: 16 Band-aid ou similar Uma 2
01 bússola dissociável (pode ser removida do cx c/ 30 un
cabo) 17 Alfinete de Um 12
segurança
01 chumbinho para pesca 18 Esparadrapo de 2 Carretel 2
01 anzol (um pequeno e um médio) cm
01 rolo de nylon (mais ou menos 1,5 m) 19 Tesoura reta de Uma 1
ponta redonda
01 agulha (tipo para costura) 20 Gase esterelizada Caixa 1
01 alfinete (tipo fralda) de 1 metro
01 cabo de aço (mais ou menos 10 cm) 21 Pomada para Bisnaga 2
01 lanterna com bateria ativada a base de água. queimadura
22 Pomada para Bisnaga 1
medicação ocular
23 Sedativo Comp 10
75
Uma faca;
Uma Bíblia.
76
SOBREVIVÊNCIA NO GELO coagulante para o acionamento dos rádiofaróis de
emergência (Beacon) modelo RESCUE 99.
INTRODUÇÃO
77
Para a cobertura da trincheira pode-se utilizar
toldos, escorregadeiras, pedaços da fuselagem ou FOGO
blocos de neve formando um "V" invertido.
Os únicos combustíveis inflamáveis numa
sobrevivência no gelo são os provenientes da
própria aeronave (querosene e óleos) e as gorduras
de origem animal.
Para promover fogo em gordura de origem animal,
deve-se depositá-la em recipientes (jarras, baldes de
gelo, etc), utilizando um pavio para acendê-la: A
CAVERNA DE NEVE chama proveniente da queima deste combustível é
muito brilhante e pode ser avistada a grandes
É cômoda, porém de difícil construção. Apresenta distâncias.
maior possibilidade de intoxicação por monóxido de
carbono (proveniente da fonte de calor) do que a ÁGUA
trincheira.
Há duas maneiras de se obter água numa
sobrevivência no gelo:
ALIMENTO
IGLU
Executando-se todo alimento que estiver disponível
Na eventualidade de uma sobrevivência prolongada no interior da aeronave, e que deverá ser retirado,
no gelo, deve-se buscar um abrigo de construção nas regiões polares a alimentação se limitará aos
mais sólida, como por exemplo, o iglu. alimentos de origens animal: focas, leões marinhos,
Para sua confecção são necessários blocos de gelo aves, peixes e demais animais marinhos, sendo que,
com medida aproximada de 50cmX30cmX30cm. provavelmente as focas serão a principal fonte.
Somente em último caso se deve ingerir carne de
pinguins, pois muito comumente está contaminada
por vermes.
Nos casos de regiões continentais geladas
(Cordilheiras, por exemplo); cuja localização é
afastada do mar, a alimentação pode se basear,
além das mantimentos encontrados na aeronave,
nos animais de caça e possíveis roedores.
CUIDADOS NO GELO
78
envenenamento dos sobreviventes no abrigo, deve-
se manter uma ventilação adequada em seu interior. Não há adaptação natural da visão aos reflexos
solares na neve no gelo e na água.
CONGELAMENTO Os raios solares infravermelhos provocam fadiga
ótica e dor intensa. Deve-se proteger os olhos
Os congelamentos a nível epitelial podem ser, (utilizando óculos, vendas ou abrigando-se em
basicamente, classificados em três grupos, a saber: lugares pouco iluminados) ao primeiro sinal de dor
ocular.
1°grau: ARREPIOS - Não são perigosos. Servem
como primeiro sinal. AÇÃO DOS VENTOS
2°grau: FLICTEMAS (OU BOLHAS) - indicam
um processo de queimadura nos tecidos. O corpo humano queima energia para manter sua
3°grau: NECROSE - gangrenas ou manchas temperatura. Em regiões geladas este gasto
escuras na pele indicam, uma diminuição muito energético é aumentado; o vento aumenta ainda
grande do fluxo sangüíneo para a região. mais a perda de calor, e consequentemente a
Qualquer sensação de amortecimento ou sensação de frio ao dispersar as camadas de ar
anestesiamento (dormência), deve ser encarado "aquecido" existentes entre a roupa e a pele. Esta
com o prenúncio de congelamento. O frio intenso dispersão é proporcional à velocidade do vento.
também pode ocasionar o estado de choque e Para se reduzir este problema, os sobreviventes
perda da razão, devido ao estreitamento dos devem se proteger do vento, valendo-se de
vasos sangüíneos pela hipotermia, ficando anteparos (a aeronave, os abrigos, etc.) ou
indivíduo em estado letárgico. Deve o qualquer meio de minimizar a ação eólica.
sobrevivente, neste caso ser tratado à base de
banhos de imersão iniciando-se o tratamento GRETAS (OU FENDAS)
com água fria e, aos poucos, aquecendo-a
(tratamento muito difícil de ser executado sob São fendas encobertas de neve e se constituem em
condições encontradas na sobrevivência). perigo potencial para quem caminha sobre o gelo.
IMPORTANTE: O congelamento nunca deverá ser Sua formação se deve a acomodação, de camadas
tratado através de fricção. Desta maneira ao invés de neve e gelo em trechos de relevo irregular.
de apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima Os deslocamentos somente deverão acontecer
teria sua situação agravada. quando todos os elementos estiverem amarrados
O congelamento inicial da face pode ser tratado entre si e, o primeiro homem (homem-guia), for
colocando-se as mãos quentes sobre a mesma. O capaz de vistoriar o solo com um bastão (ou
congelamento dos dedos pode ser resolvido similar) e detectar as gretas existentes.
colocando-se as mãos sob as axilas ou dentro das
calças.
Caso haja um princípio de congelamento dos pés, o
melhor a fazer, é colocá-los dentro das vestimentas
de outro sobrevivente, caso não disponha e meios
mais apropriados, como os descritos anteriormente.
Quando se estiver desenvolvendo esforços físicos,
deve-se evitar ao máximo a transpiração, pois
quando cessar a atividade, o suor, se congelará
rapidamente, causando hipotermia. Por esta razão
deve-se retirar paulatinamente as peças de roupa de
modo a não manter a temperatura do corpo
excessivamente alta. Ao se retirar uma peça de
roupa deve-se cuidar para que seja bem protegida
para não ficar úmida ou molhada.
Encerrando-se a atividade física, as peças devem
ser revestidas gradualmente, de modo a manter-se a
temperatura normal do corpo.
CEGUEIRA
79
SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO A necessidade da ingestão de água no deserto é de
duas a três vezes maior do que na selva, sendo essa
INTRODUÇÃO maior preocupação do sobrevivente.
Ao encontrar plantas deve-se cavar ao redor ou em
Em quase todos as continentes (com exceção da suas proximidades e, provavelmente surgirá água.
Europa) há extensas regiões que tem como Geralmente, sempre que se encontra água,
característica a aridez do solo, quase completa encontramos plantas comestíveis.
Pode-se procurar água, também, nas curvas de
ausência de chuvas e temperatura muito quente
leitos secos de rios ou em áreas baixas. A areia,
durante o dia e bastante fria à noite.
A maior de todas as faixas de terras áridas do além de indicar a presença de água, apresenta
mundo estende-se desde o norte da África, uma vegetação mais abundante.
passando pela região do Golfo Pérsico, até a Ásia Pode-se e deve-se, também construir um destilador
Centra. Nela se incluem os desertos do Saara, da solar ao descrito no Manual de Sobrevivência na
Arábia e de Gobi. Além desses, existem outros Selva.
desertos de menor extensão, como os de Kalahari Alguns vegetais, como os cactos, são revestidos de
(África Meridional), Sind (Índia), Tarin (China), Vitória camadas impermeáveis que impedem a evaporação
e o Grande Deserto de Areia (Austrália), Atacama da água acumulada.
(América do Sul) e as vastas zonas áridas situadas
ao sul da Serra Nevada, na América do Norte.
ALIMENTO
As dificuldades de sobrevivência em áreas
desérticas baseiam-se, principalmente, na obtenção
de água e na resistência às temperaturas ALIMENTO DE ORIGEM VEGETAL
extremamente altas destas regiões.
Sobreviver nestas áreas está além dos limites do A ausência do homem em regiões desérticas diminui
saber, requer força de vontade e determinação as chances de se encontrar vegetais conhecidos.
extremas. A vegetação dos desertos, quando existe, é do tipo
O homem, no decorrer da evolução, dominou e herbáceo e de vida curta.
desenvolveu várias regiões do planeta, mas ainda Durante o período seco (que, as vezes dura vários
não conseguiu dominar a evolução natural dos anos), os vegetais permanecem em estado de
desertos. latência (como se estivessem mortos) e sobrevivem
No deserto, os procedimentos relativas a: graças às extensas raízes capazes de captar a
ORIENTAÇÃO BÁSICA, AÇÕES IMEDIATAS E umidade das camadas profundas do solo. Portanto,
SUBSEQUENTES, FOGO e SINALIZAÇÃO são ao se encontrar um vegetal que pareça estar seco,
idêntico os de uma sobrevivência na selva. deve-se cavar e buscar suas raízes, que
Entretanto, há diferenças quanto a: ABRIGO, ÁGUA provavelmente, servirão como fonte de alimento.
e ALIMENTO. As partes das plantas que, por ventura, sejam
encontradas acima do solo, tais como flores, frutas
ABRIGO brotos novos e sementes de cascas serão melhores
fontes de alimento.
No deserto, a construção de um abrigo protegerá os Em pleno deserto pode-se encontrar sementes de
sobreviventes, do calor e dos raios do Sol durante o gramíneas, favos ou grãos de arbustos. Os favos e
dia e, do frio à noite. os grãos freqüentemente são espinhoso e amargos,
A aeronave serve como abrigo à noite; no entanto, e podem se tornar comestíveis se ficarem imersos
não é o abrigo ideal durante o dia, devido à elevada em água por tempo prolongado, devendo esta ser ou
temperatura encontrada na maioria dos desertos. não utilizada de acordo com a quantidade de que se
Pode-se improvisar um abrigo utilizando partes da dispõe.
aeronave (fuselagem, escorregadeiras, barcos, etc.), O cacto bojudo, nativo das Américas do Sul e do
ou ainda, cavando sob pedras a fim de se obter Norte, é encontrado em quantidades nos desertos
sombra durante a maior parte do dia. do Norte da África, Oriente e Austrália e seus frutos
são comestíveis.
ÁGUA É importante lembrar que alimentos desconhecidos
de origem vegetal que sejam do tipo CAL (cabeludo -
amargo - leitoso) não devem ser ingeridos.
80
ALIMENTOS DE ORIGEM ANIMAL
CUIDADOS NO DESERTO
81
AERÓSTATOS: são chamados "mais leves que o
ar". Elevam-se segundo o Princípio de Arquimedes,
que diz, basicamente, que todo corpo mergulhado
num fluido sofre um esforço de baixo para cima.
Os principais aeróstatos são os BALÕES E
DIRIGÍVEIS.
1.1 - I - Aerodinâmica
82
ASA PARASSOL: fixada acima da fuselagem,
presa por montantes, (suportes).
83
NERVURAS: dão o formato à asa.
Podem ser VERDADEIRAS (do bordo de ataque ao
bordo de fuga), FALSAS (apenas no bordo de
ataque) ou DE COMPRESSÃO (localizadas
próximas ao trem de pouso).
84
A parte do trem de pouso que, normalmente, está
TREM DE POUSO: é o órgão que serve para localizado sob as asas, é chamada TREM
amortecimento do pouso ou deslocamento no solo, PRINCIPAL e a outra parte é a RODA DIRECIONAL.
água ou neve. Quando esta RODA está localizada à FRENTE do
Os aviões podem pousar ou decolar em superfícies TREM PRINCIPAL, este avião é classificado como
sólidas (LITOPLANO), líquidas (HIDROPLANO) ou TRICICLO. Quando a RODA DIRECIONAL está
em ambas (ANFÍBIO). atrás do TREM PRINCIPAL, é chamado
Os aviões possuem um sistema que permite o CONVENCIONAL.
recolhimento do trem de pouso para redução do
atrito com o ar. Devido a isto, podem ser
chamados:
85
FUSELAGEM: é a parte destinada à acomodação
dos passageiros, tripulação e carga. Tem formato As superfícies de comando do avião são partes
cilíndrico e serve, também, para fixação de asas, móveis destinadas a dar ao piloto o controle de
empenagem e motores (se for o caso). vôo. Permitem que o avião suba, incline, faça
Sendo a fuselagem destinada à acomodação de curvas, etc. As superfícies de comando dividem-se
pessoas, esta é classificada de acordo com o em dois grupos:
número de lugares. Como segue:
PRIMÁRIAS: AILERON, PROFUNDOR E LEME DE
MONOPLACE: apenas um lugar. DIREÇÃO.
BIPLACE : dois lugares.
TRIPLACE : três lugares. SECUNDÁRIAS: COMPENSADORES. Destinam-
MULTIPLACE:quatro ou mais lugares (aviões de se a aliviar a pressão dos comandos de vôo
pequeno porte). (quando houver mudança na atitude do avião, ex.:
CABINE : compartimento das aeronaves vôo em subida) ou reduzir tendências de vôo.
comerciais, destinado à acomodação dos Podem ser fixos, comandáveis ou automáticos.
passageiros. Os compensadores estão instalados nas suas
respectivas superfícies primárias.
A estrutura de uma fuselagem pode ter as
seguintes nomenclaturas:
1.2 - DEFINIÇÕES
1.2.I - AEROFÓLIO
86
De acordo com a utilização, pode-se construir
aerofólios com PERFIS SIMÉTRICOS OU
ASSIMÉTRICOS.
1.2. IV - DIEDRO
87
o bordo de ataque "para trás". Este efeito é
denominado ENFLECHAMENTO.
Portanto, o ENFLECHAMENTO é o ângulo formado
entre o bordo de ataque e o eixo transversal do
avião.
Este ângulo é utilizado em aeronaves a jato, para
que possam desenvolver maior velocidade.
Quando o bordo de ataque está a 900 com a
fuselagem, tem-se ENFLECHAMENTO NEUTRO, e
quando está "para trás", tem se
ENFLECHAMENTO POSITIVO.
88
Os aerofólios foram criados tendo por base o Tubo
de Venturi. Normalmente, os aerofólios (no caso, as
asas) têm a curvatura do extradorso maior que a do
intradorso, formando um perfil assimétrico. Com isto,
o ar no extradorso sofre um estreitamento como no
tubo de Venturi, onde as paredes são formadas pela
asa e pelo ar que não se altera, como mostra a
figura a seguir.
89
extradorso e o intradorso, por isso, diz-se que é DENSIDADE DO AR, ÁREA DE ASA,
aplicada no CENTRO DE PRESSÃO. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO, ÂNGULO
O ARRASTO é contrário à trajetória do avião. É a DE ATAQUE
força que aparece devido à resistência do ar à
passagem do avião. Os três primeiros, ao serem aumentados,
aumentam tanto a sustentação quanto o arrasto.
O Ângulo de Ataque é o ângulo formado entre a
corda da asa e a trajetória (ou vento relativo) do
avião. É um ângulo muito importante, porque
quanto maior, maior a velocidade do ar no
extradorso, causando maior diferença de pressão
(aumentando a Sustentação). O Arrasto também
aumenta, pois a área de impacto contra o ar será
maior. Devido a este aumento de Arrasto, a
velocidade do avião deverá diminuir. Portanto, o
Um outro dado que deve ser conhecido é o VENTO ângulo de ataque está diretamente ligado às fases
RELATIVO. O VENTO RELATIVO é o nome que se do vôo, dependendo da velocidade que o piloto
dá à passagem do ar em tomo do corpo. É chamado deve manter.
RELATIVO, porque, em relação aos que estão
dentro do avião têm-se a impressão que o ar "passa"
pelo avião, mas na verdade, é o avião que "passa"
pelo ar.
Para sentir o vento RELATIVO, basta pôr a mão
para fora num carro em movimento. Sentir-se-á a
resistência do ar tentando puxar a mão para trás.
O VENTO RELATIVO tem, em relação à trajetória do
avião:
90
A força que se equilibra com o ARRASTO é a
TRAÇÃO, que é a força produzida pelos motores
do avião.
Quando o ARRASTO e a TRAÇÃO, estiverem
iguais, o avião estará mantendo Velocidade
Constante.
Conclui-se, então, que há quatro forças que agem
no vôo reto e horizontal:
- SUSTENTAÇÃO
- ARRASTO
- TRAÇÃO
- PESO
O Ângulo Crítico também é chamado:
- FLAPES
91
1.3. III - ESTABILIDADE DAS AERONAVES
92
Quando um Aileron sobe, a asa onde ele está,
1.4 - EIXOS DE REFERÊNCIA OU EQUILÍBRIO desce. Quando um Aileron sobe, o outro desce.
93
LEME DE DIREÇÃO: produz o movimento para a
esquerda ou direita, chamado GUINADA. O avião
gira em tomo do Eixo Vertical. Para acionar-se o
Leme de Direção, o piloto utiliza os PEDAIS
Quando o Leme de Direção está para a esquerda, o
avião vai para esquerda, e vice-versa.
94
1.6 - GRUPO MOTOPROPULSOR - TIPOS E
UTILIZAÇÃO
95
um fluxo de ar frio (que não foi queimado) e um
fluxo de ar quente (ar queimado).
O motor que mantém as características dos
primeiros motores à jato é chamado TURBO-JATO
e não é mais utilizado na aviação comercial, pois
possui alto consumo e alto nível de ruído, apesar
de ser mais potente.
96
O sistema REVERSO é utilizado por aviões a jato e somatória de todos os momentos dará o peso total
a maioria dos Turbo-Hélices. da aeronave.
No caso dos motores à jato, quando o REVERSO é
acionado na cabine de comando, duas "conchas MOMENTO: é o produto da Força aplicada pelo
defletoras" impedem que o ar saia pelo bocal de Braço (distância do ponto de aplicação da força ao
descarga, fazendo com que o ar seja mandado para ponto de equilíbrio).
a frente. Nos Turbo-Hélices, as pás das hélices,
mudam de posição, através de um comando
acionado pelo piloto, que faz a hélice funcionar como
"ventilador" (enviando ar para a frente)
97
- Cálculo da posição do CG. em relação do CG. em
Linha reta que une o bordo de ataque ao bordo de relação à CMA. (%):
fuga e onde se localiza o Centro de Pressão (CP.); Para efetuar este cálculo, deve subtrair a estação
ponto de aplicação das forças aerodinâmicas (RA). inicial, da estação em que localiza o CG.
Existe uma relação entre a posição do CG. e do
Centro de Pressão, para estudo do balanceamento.
Deverá então ser estudada a variação do CG.
(dentro do Envelope Aerodinâmico) em relação a
CMA.; para isto, deve-se conhecer:
- Cálculo da porcentagem de penetração:
LINHA DATUM (DATUM LINE) - Linha ou plano de
referência imaginário, à partir do qual, são contadas
as estações, para fins de balanceamento da
aeronave; também chamada estação zero. Este
plano é determinado pelo fabricante da aeronave e,
pode se localizar em qualquer ponto do eixo
longitudinal. Conclusão: Diz-se que o CG. encontra-se a 25% da
CMA., conforme figura. Se os limites do CG. forem,
ESTAÇÃO (STA) - É a distância ou braço, em neste exemplo, 10% e 35% da CMA., o avião
polegadas ou centímetros medidos à partir da linha estará bem balanceado (CG. dentro dos Limites).
Datum.
98
(Maximum Take-Off Weight - MTOW) 1.1 - PRINCÍPIOS BÁSICOS E FUNCIONAMENTO
É o peso máximo estrutural de decolagem, limitado DOS SISTEMAS DE PRESSURIZAÇÃO,
pelas condições da pista, tais como comprimento, VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO
resistência do piso e a influência dos fatores
meteorológicos do momento (vento, temperatura do Estes sistemas funcionam através de ar "sangrado"
ar e pressão atmosférica). (retirado) dos motores ou da APU.
A APU - "AUXILIAR POWER UNIT" - é um motor
2) PESO MÁXIMO DE POUSO - PMP instalado no cone de cauda da aeronave, que supre
(Maximum Landing Weight - MLW) dois tipos de energia: elétrica e pneumática. Esta
É o peso máximo estrutural de pouso, reduzido unidade auxiliar de força tem seus controles na
para as condições da pista no aeroporto de destino, cabine de comando. A APU funciona no solo,
Este peso é facilmente obtido no gráfico de decolagens e pousos, e em vôo como fonte
performance de pouso do avião e não poderá ser alternativa.
maior que o PMEP(peso máximo estrutural de OBS.: No solo, com os reatores parados, podemos
pouso). perceber seu funcionamento pela energia elétrica
existente (iluminação da cabine) e ar condicionado.
3) PESO MÁXIMO DE TÁXI - PMT Através do ar sangrado da APU, é possível se dar a
(Maximum Taxi Weight - MTW) partida nos motores.
É o peso máximo com o qual uma aeronave poderá
iniciar o Táxi, ou seja, sair dos calços e manobrar
até a cabeceira da pista, sem perigos de danos à
sua estrutura. Este peso é estrutural e determinado
pelo fabricante.O PMT é normalmente maior que o
PMD; portanto, a diferença entre esses pesos é o
combustível que deverá ser queimado durante o
Táxi, de forma que no momento da decolagem o
peso do avião não ultrapasse o PMD.
99
OBS.: O comissário deverá alertar os passageiros
no sentido de que essas saídas (grades) não sejam
obstruídas com bagagem de mão (pacotes,
maletas, etc.).
Os controles e indicadores de Temperatura estão
localizados na cabine de comando.
100
NAVEGAÇÃO AÉREA
b) Navegação Estimada
101
Neste processo a condução da aeronave vale-se do
uso da indicações de três instrumentos de bordo:
bússola, velocímetros e relógio, considerando-se a
direção e distância voadas a partir de um ponto de
referência conhecido. Este método é o básico de
todos os outros mais sofisticados e objeto principal
do nosso curso.
102
CÍRCULO MENOR: é aquele cujo plano imaginário
não passa pelo centro da Terra e não a divide em
duas partes iguais.
103
RESPOSTA: Como o antimeridiano está com uma
diferença de longitude de 180°, teremos:
0
180 - 015° E = 165° W
104
ORIENTAÇÃO é a maneira pela qual um observador estará o N (Norte), à direita o E (Leste), às costas o S
determina o sentido de posição de um lugar. São (Sul) e à esquerda o W (Oeste).
vários os meios pelos quais uma pessoa pode se
orientar. É necessário, entretanto, que tenha
conhecimento dos pontos cardeais, colaterais e sub-
colaterais.
PONTOS CARDEAIS:
PONTOS SUB-COLATERAIS:
NORNORDESTE (NNE)
ESTENORDESTE (ENE)
ESTESUDESTE (ESE)
SUSUDESTE (SSE)
SUSUDOESTE (SSW)
OESTESUDOESTE (WSW)
OESTENOROESTE (WNW)
NORNOROESTE (NNW)
105
Ex.:
106
Independentemente de muitas forças de atração Terra. Dois tipos básicos de bússolas estão em uso
natural, existem na Terra dois pontos de maior na atualidade: bússola magnética e bússola
acúmulo de atração: um no Hemisfério Norte e outro giroscópica.
no Hemisfério Sul. São chamados de pólos A bússola magnética utiliza as linhas de força do
magnéticos da Terra e não coincidem com os pólos campo magnético terrestre como referência. Mesmo
verdadeiros ou geográficos. que o campo magnético da Terra seja distorcido pela
presença de outros campos magnéticos locais, ele é a
CAMPO MAGNÉTICO:Os pólos magnéticos referência direcional mais usada.
exercem atração entre si, formando um campo de A medida da direção é feita por uma observação direta
força. O campo magnético dá origem aos meridianos da posição de uma agulha magnética que gira
magnéticos, que são linhas irregulares, impossíveis livremente em torno de um eixo sobre um cartão
de serem traçadas numa carta. graduado. As bússolas utilizadas na aviação, possuem
um visor, com uma "linha de fé", que corresponde a
posição do eixo longitudinal do avião.
107
Para velocidade, a unidade mais utilizada é NÓ (Kt). O
Kt equivale a 1 NM/h, ou seja se um avião voa a uma
velocidade de 300 Kt, significa que percorre 300 NM
em uma hora.
ESCALA DE CARTAS
As bússolas giroscópicas são largamente usadas na A carta aeronáutica representa uma parte da superfície
aviação e são hoje as substitutas das bússolas terrestre. Para isto, tivemos que reduzir as dimensões
magnéticas. Pela sua complexidade e por não serem de uma área para colocá-la numa folha de papel de
objetivo deste curso, não serão abordadas. dimensão reduzida. Esta redução será representada
pelo que chamamos de escala. Temos dois tipos de
escala :
ESCALA GRÁFICA
108
instrumento destinado a medir tempo. O navegador para a Terra completar 360° em tomo do Sol
necessitará constantemente deste instrumento e completar-se-iam 365 dias solares civis com duração
precisamos, portanto, conhecer particularidades deste constante. É o intervalo de tempo no nosso relógio.
ente físico. Para isto, estudaremos os movimentos
relativos que a Terra executa, pois o tempo está HORA UNIVERSAL COORDENADA - UTC
relacionado a eles. (UNIVERSAL TIME COORDINATED)
ROTAÇÃO : é o movimento realizado pela Terra em É a hora civil computada no Meridiano de Greenwich,
tomo do eixo polar, na direção OESTE para LESTE, e válida para qualquer ponto da superfície terrestre,
com velocidade constante. intemacionalmente usada na aviação. Também
conhecida como hora Z (Zulu , em fonia) ,
TRANSLAÇÃO ou REVOLUÇÃO : é o movimento expressando- se sempre em Horas e Minutos
realizado pela Terra em torno do Sol ao longo de uma acompanhadas da letra Z. Exemplo: 18:00 Z , 09:30 Z
órbita elíptica e com velocidade variável, sendo que o Sabemos que, quando é dia num dos hemisférios
Sol ocupa um dos focos desta elipse. terrestres, é noite no outro. Concluímos, portanto, que
Sabemos que o tempo é determinado pela rotação da a medida do tempo difere em cada ponto da
Terra. Como esta se faz numa razão de 360° em 24 superfície terrestre.
horas, obtemos uma velocidade angular de : Seria um grande incoveniente, se em cada lugar da
terra houvesse uma hora diferente. Numa viagem
dentro de um País como o Brasil, teríamos que alterar
o relógio constantemente, caso se deslocasse no
sentido Leste - Oeste ou vice-versa.
Para evitar a confusão de horários, a terra foi dividida
em 24 fusos horários ou zonas de hora, cada um com
15° de longitude, diferindo uma da outra em 1 hora.
Com estas considerações, podemos agora definir Todos os lugares situados num mesmo fuso, terão o
algumas unidades de tempo: mesmo horário.
Naturalmente, se o limite de um fuso corta uma
DIA SIDERAL cidade em duas partes, é necessário desviar esse
limite de forma a cidade ficar contida num só fuso,
Corresponde ao intervalo de tempo decorrido entre para se evitar transtornos.
duas passagens consecutivas de uma estrela sobre o Por convenção internacional, denominamos os fusos
mesmo Meridiano de um observador na Terra. Para horários com letras do alfabeto, tomando como base
completar um Dia Sideral a Terra rotaciona o meridiano de Greenwich, cuja letra é Z.
aproximadamente 360° em 23 horas, 56 minutos e 4
segundos.
109
HORAS e MINUTOS entre o meridiano considerado
e a Hora de Greenwich (UTC) . Para determinarmos
a HORA LOCAL (HLO), continuamos com a nossa
divisão.
110
meridiano 180° e no antimeridiano (oposto do
observador), 090°W, neste exemplo.
METEOROLOGIA
INTRODUÇÃO
ATMOSFERA TERRESTRE
COMPOSIÇÃO
111
que provoca a evaporação das águas, dos mares e ótima condutora de eletricidade. Aí começa a
rios do globo terrestre. filtragem seletiva da radiação solar, pois a ionosfera
A capacidade máxima de um volume de ar de absorve a radiação gama, os raio-X e ultravioletas.
conter vapor d'água é de 4%, nesta condição diz-se Acima da ionosfera está a camada extema da
que o ar se encontra SATURADO. atmosfera, a EXOSFERA, extremamente rarefeita
O AR SECO é MAIS DENSO que o AR ÚMIDO, com limites não definidos.
devido ao peso molecular do Nitrogênio (N²=28g) e
Oxigênio (O²=32g) ser maior que o peso molecular
do vapor d'água (H²0=18g).
CAMADAS
112
- Altura - distância vertical que separa um ponto no O gradiente térmico determina a variação de
espaço da superfície do solo; temperatura, que pode ser na horizontal ou vertical.
O gradiente térmico horizontal se refere a latitudes;
- Nível - qualquer superfície paralela à superfície do quando se vai em direção aos pólos as
mar; temperaturas geralmente irão diminuindo e quando
se vai em direção ao equador as temperaturas
- Pressão ao nível do mar - 1013,25 HPA geralmente irão aumentando.
(hectopascal) ou 29,92in Hg (polegadas de O gradiente térmico vertical é o mais importante.
mercúrio) ; Há uma diminuição média de 2°C a cada 1000ft ou
0,65°C/100m que é denominado gradiente térmico
0
- Temperatura do nível do mar - 15°C ou 59 F; normal ou positivo.
Pode ocorrer uma inversão de temperatura devido
- Gradiente vertical térmico - 0,65°C/100m ou 2° ao fenômeno conhecido como EFEITO ESTUFA
C/1000ft; que é a absorção da radiação solar pela
nebulosidade ocasionando um aumento de
- Velocidade do som ao nível do mar - 340 m/s temperatura em altitude, ao invés de decréscimo.
ou 660 Kt;
PROPAGAÇÃO DO CALOR
CALOR
CALOR: (ou energia térmica): é uma forma de Quanto a propagação do calor podemos dizer que
energia que indica o estado de agitação das se processa de 4 formas:
moléculas de um corpo.
a) RADIAÇÃO - Processo de transferência de calor
TEMPERATURA: é a medida da velocidade média a distância, sem o contato entre os corpos, em
destas moléculas. meios rarefeitos.
113
Nos centros meteorológicos são traçadas linhas de
2 em 2 hectopascais(hPa par) que unem pressões
iguais ao nível médio do mar denominadas
ISÓBARAS.
Existem centros de Altas pressões e Baixas
pressões.
O instrumento utilizado para medir a pressão
Atmosférica é chamado BARÔMETRO.
c) CONVECÇÃO - Processo de transferência de
calor por agitação das moléculas, modificando sua
posição, produzindo correntes na vertical.
VENTOS
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
114
VERDADEIRO, e em relação ao NORTE
MAGNÉTICO para efeito de POUSOS e
DECOLAGENS. A velocidade do vento é dada em
nós (Kt), que representa uma milha náutica (NM)
percorrida na unidade de tempo (hora).
O caráter do vento é a sua regularidade de fluxo.
Ele pode variar ou não em direção e/ou velocidade:
são as rajadas de vento.
Os ventos são informados por meio de
anemômetros, que simultaneamente indicam
direção e velocidade. Geralmente ficam instalados
em estações meteorológicas ou em torres de Quando ocorre a evaporação, a água permanece
controle em aeroportos. algum tempo na atmosfera no estado gasoso,
Existem ainda ventos que sofrem EFEITO DE podendo, entretanto, condensar ou sublimar sob a
FRICÇÃO até 600m de altura. Surgem então os forma de gotas d'água ou cristais de gelo, formando
ventos de superfície de até 100m de altura que são nuvens ou nevoeiros e as névoas.
bastante irregulares em direção e velocidade Retorna mais tarde à superfície sob a forma de
devido a irregularidade da superfície. precipitação líquida (chuvas, chuvisco) ou sólida
(neve, granizo, saraiva), constituindo a circulação
contínua da água entre a superfície e a atmosfera,
processo este chamado de ciclo hidrológico.
115
- (Superfície terrestre até 18 KM
UMIDADE RELATIVA: é a relação da quantidade aproximadamente)
de vapor de água realmente presente no ar, pela a - Cumulus (CU);
quantidade máxima desse vapor que o ar pode - Torre de Cumulus (TCU);
conter a uma dada temperatura, expressa em - Cumulonimbus (CB).
porcentagem. Por exemplo, quando o ar contém
todo o vapor de água possível a uma dada ASPECTOS BÁSICOS DAS NUVENS
temperatura, é dito que umidade relativa é de
100%. Quando ele contém somente a metade da As nuvens se apresentam sob três aspectos básicos:
quantidade máxima tem uma umidade relativa de aspecto estratificado, aspecto cumuliforme e aspecto
50%. cirriforme.
A umidade relativa do ar é medida através de
HIGRÔMETROS. a) ASPECTO ESTRATIFORME - nuvens de
camadas contínuas, com grande expansão
horizontal e pouca espessura. Ex.: STRATUS
NUVENS (ST).
As nuvens são ótimas indicadoras de tempo. Para o b) ASPECTO CUMULIFORME - nuvens que
piloto, o conhecimento dos tipos de nuvens será útil surgem em camadas descontínuas, formadas
para a visualização das condições de tempo. por blocos isolados. Apresentam grande
A água, ao evaporar-se para a atmosfera, tende a expansão vertical em relação à horizontal. Ex.:
saturar. Esta saturação é controlada pela presença CUMULUS (CU).
de partículas microscópicas (núcleos,
higroscópicos, sais, poluição, etc...) em suspensão c) Aspecto CIRRIFORME - indicam ventos fortes
no ar. O vapor d'água condensa em torno dessas em altitude. Ex: CIRRUS (CI).
partículas formando gotículas ou cristais, que serão
componentes na formação das nuvens ou
nevoeiros.
ESTRUTURA FÍSICA
116
e) EFEITO DINÂMICO - o resfriamento é
semelhante ao efeito orográfico, porém o ar
quente é levantado pelo movimento de massas
de ar. Este processo ocorre associado aos
sistemas frontais.
TIPOS DE NEVOEIROS:
117
superfície, causando grandes irregularidades
NEVOEIRO DE RADIAÇÃO: é formado pela em seu movimento. É comum à tarde, no verão,
radiação terrestre, em noite de céu claro, ventos com vento moderado, sobre as grandes
fracos e umidade relativa elevada. cidades.
118
trovoadas. A nebulosidade presente é do tipo
cumuliforme.
FRENTES
MASSAS DE AR
119
Uma oclusão será FRIA quando após ocorrer a
superposição das duas frentes, a frente fria
permanecer em contato com a superfície.
As condições atmosféricas serão as mesmas de
uma frente fria.
120
espalham-se nas direções dos ventos Apesar de sua fuselagem funcionar como um para-
predominantes, formando, vistas de lado, um raios, uma aeronave pode ser atingida por
aspecto de bigorna de ferreiro. As bases dianteiras relâmpagos, e os impactos ocorrem com maior
se tomam mais baixas e os relâmpagos começam a freqüência na faixa de temperatura entre 09°C e -
ocorrer. No interior da nuvem, há intensa 10°C.
turbulência com o equilíbrio entre as correntes Os relâmpagos verticais sempre predominam na
ascendentes e descendentes. A precipitação é dianteira das trovoadas, enquanto que os horizontais
severa. predominam na traseira.
TIPOS DE TROVOADAS
c) TROVOADAS DINÂMICAS: são as trovoadas 3. GEADA: são cristais de gelo, formados por
frontais. As de frentes frias são as mais intensas sublimação, quando o vapor d'água entra em
e mais ativas. contato com a fuselagem muito fria. É formado
também pela radiação terrestre.
Associadas a trovoadas encontraremos ventos fortes
de rajadas, que são perigosos às operações de
pouso e decolagem.
O granizo é formado por cristais de gelo, sendo
atirado em todas as direções. Pode ser identificado
durante o dia pela coloração verde na trovoada.
Os relâmpagos são grandes descargas elétricas que
ocorrem em todos os pontos de uma trovoada. MEDICINA DE AVIAÇÃO
121
1. A ATMOSFERA TERRESTRE As várias camadas sobrepostas da atmosfera
exercem uma pressão sobre todos os corpos
Para que se entenda a Medicina de Aviação, é colocados na Terra, chamada pressão barométrica
necessário que tenhamos conhecimentos básicos ou pressão atmosférica, que ao nível médio do mar
sobre o ambiente onde ocorrem os vôos: a (NMM) é a 760 mm Hg e corresponde a 1 Atm. ou
atmosfera. 1013.2 milibares. A medida que se ganha altitude a
A atmosfera é a camada gasosa que envolve a Terra pressão atmosférica cai.
e a acompanha em todos os movimentos ao redor Considerando-se a pressão atmosférica como um
do Sol. Não se sabe precisamente onde a atmosfera total, entende-se que seu peso corresponde ao da
termina, visto que sua última camada, a exosfera, soma de cada uma das parcelas dos gases que a
não tem limite definido. compõem. Assim sendo, a pressão atmosférica é a
A atmosfera é dividida em camadas a saber: a soma da pressão parcial de cada gás
troposfera, a camada mais próxima da Terra, que,
até 10.000 pés de altitude é chamada de biosfera
Seu limite superior chega a 19 km, no equador. É a 2. OSCILAÇÃO DA PRESSÃO PARCIAL DO
zona de grandes turbulências. Depois vêm a OXIGÊNIO
tropopausa, que tem de 3 a 5 km de espessura.
Segue-se a estratosfera com a altura de até 70 km. Altura em Valor da PP de
Depois a ionosfera, que atinge até 500 km de altura. Pés Atmosfera Oxigênio
Por último temos a exosfera, cujo limite superior está 30.000 226,6 mm Hg 47,2 mm Hg
em torno de 1.000 km. A partir daí vem a 19.000 364,0 mm Hg 76,1 mm Hg
magnetosfera, ou espaço interplanetário, que se 4.000 656,3 mm Hg 137,3 mm Hg
estende até 100.000 km e finalmente o infinito. É na 1.000 732,0 mm Hg 153,3 mm Hg
ionosfera que se refletem as ondas curtas, médias e NMM 760,0 mm Hg 159,6 mm Hg
longas emitidas pelas estações de rádio.
Atualmente, o limite da atmosfera é considerado de
35 000 km da superfície terrestre. Aí a força 3. PRESSURIZAÇÃO
centrífuga se torna superior à da gravidade.
É a manutenção da pressão da cabine de uma
aeronave compatível com a altitude fisiológica do ser
humano. A pressurização da cabine permite que os
tripulantes e passageiros voando em um jato a
34.000 pés de altitude (aproximadamente 10.200m),
onde as condições atmosféricas são totalmente
hostis, impossibilitando a vida humana, desfrutem de
um ambiente semelhante ao da superfície terrestre.
Até a descoberta das cabines pressurizadas (1943),
os vôos comerciais não podiam ser feitos acima de
12.000 pés. Hoje os aviões à jato vão até 42.000 pés
e os supersônicos até 65.000 pés. Em qualquer um
dos casos, no entanto, a cabine da aeronave deve
estar pressurizada a uma altitude correspondente à
no máximo 8.000 pés. Habitualmente, essa
pressurização gira em torno de 6.000 a 7.500 pés.
122
- Os objetos leves sobem para o teto e as
pessoas ouvem um sopro no local por onde a
pressão escapa.
- Resfriamento brusco da cabine devido a
acentuada queda da temperatura, com a
formação de uma intensa neblina de rápida
duração.
- Momentânea sensação de ofuscamento e
confusão mental.
- Saída brusca do ar dos pulmões, exalado
violentamente pelo nariz e pela boca, trazendo a
sensação de um súbito aumento dos pulmões
dentro do tórax.
- Dificuldade de articular as palavras e de ouvir os
sons, devido a rarefação do ar.
- Hipóxia severa, caso o equipamento de oxigênio
não venha a ser usado de imediato.
- Aeroembolismo severo.
- Aerobaropatias.
123
Do nível do mar até 8.000 pés onde a pressão sedentária. Durante o período de tensão (stress), o
atmosférica é de 564,4 mmHg e a pressão parcial de consumo de oxigênio das pessoas não atléticas é
oxigênio é de 118,1mmHg, não há alterações também muito grande. Por outro lado, uma pessoa
orgânicas significativas. Essa é a altitude em que é mediana em boas condições fisicas, irá se recuperar
pressurizada a cabine dos aviões. Essa faixa da rapidamente da hipóxia, assim que for suprido de
atmosfera, do nível do mar até 8.000 pés é a oxigênio. Tal pessoa, mesmo nos limiares da
chamada zona de reações orgânicas normais ou consciência, poderá em 20 ou 30 segundos
zona indiferente. A partir daí até 10.000 ou 12.000 recuperar totalmente suas faculdades mentais.
pés, sem oxigênio e em repouso, a pessoa começa
a ter taquicardia (aceleração dos batimentos Tempo Útil de Lucidez (TUL)
cardíacos), taquisfigmia (aceleração do pulso) e
taquipnéia (aceleração dos movirnentos A respiração celular na presença de oxigênio é
respiratórios). Em atividade, as manifestações são chamada de aeróbica. Na ausência de oxigênio não
mais intensas. há combustão e nem respiração aeróbica. E, sem
É a tentativa do organismo para impedir que as respiração, o ser humano não sobrevive mais que 5
células fiquem carentes de oxigênio quando se minutos, no nível do mar.
inspira ar rarefeito. É a chamada zona de reações Com a altitude, esse tempo vai se reduzindo cada
orgânicas compensada. vez mais. Por meio de testes realizados em câmaras
De 10 000 ou 12 000 até 24 000 pés, o organismo de descompressão, estabeleceu-se o tempo
não consegue mais compensar a baixa pressão aproximado em que, na altitude e, sem oxigênio, a
parcial do oxigênio no ar rarefeito da altitude. pessoa conserva a lucidez. É o Tempo Útil de
Começam a aparecer, então, os sintomas e sinais de Lucidez (TUL), que pode ser definido como: "o
hipóxia hipobárica. É a zona de reações orgânicas tempo em que alguém pode fazer algunra coisa por
descompensadas. E quanto maior for a altitude, mais si mesma, tal como ajustar corretamente a máscara
sérios os problemas se não se dispuser de oxigênio de oxigênio". É também chamado de Tempo Útil de
adicional. Consciência (TUC).
A 10 000 ou 12 000 pés, a pessoa começa a A diminuição do Tempo Útil de Lucidez (TUL) deve-
bocejar, ter inquietação, cefaléia (dor de cabeça) e se a um problema de hipóxia hipobárica. Sabe-se
vertigens leves. Entre 12 000 e 14.000 pés, passa a que em fumantes, a existência de monóxido de
ter lassidão e em menos de 15 minutos altera-se a carbono nos pulmões, reduz significativamente o
capacidade de avaliar corretamente a situação. oxigênio disponível para os tecidos do corpo. O
Entre 14.000 e 16.000 pés, intensifica-se mesmo ocorre com o álcool no organismo, que
rapidamente a lassidão e de acordo com o mesmo consumido com antecedência de 18 horas,
temperamento do indivíduo, pode surgir euforia, se a atua sobre as células e interfere na assimilação do
pessoa for extrovertida, ou depressão, se taciturna. oxigênio.
Também dependendo do temperamento, essa Com efeito, durante o vôo, multiplica-se por 2 ou 3 o
lassidão poderá ser substituída por inquietação, efeito de cada drinque ingerido.
irritabilidade, belicosidade ou hilaridade. Começam a De acordo com as várias experiências realizadas,
surgir alteração da visão (hemianopsia), alterações foram obtidos os seguintes resultados para o TUL.
da audição, como deixar de ouvir o ruído do motor e
leves desmaios. A capacidade de julgamento torna-
se muito limitada. Surgem tremores finos das TUL/TUC
extremidades, com incoordenação e sensação de ALTITUDE EM PÉS
fadiga. De 16.000 a 20.000 pés, acentuam-se os 22.000 ft 05 a 10 mim
problemas acima descritos e surgem alterações da 25.000 ft 03 a 05 mim
olfação e gustação. Se não houver correção do
30.000 ft 01 a 02 mim
suprimento de oxigênio ao organismo, ocorre
35.000 ft 30 a 60 seg
convulsão, coma e dependendo do tempo de
exposição, sobrevem a morte. Geralmente isso 40.000 ft 15 a 20 seg
ocorre em tomo de 24.000 pés, ocasião em que a 45.000 ft 09 a 15 seg
hipóxia hipobárica hipóxica passa a ser anóxica.
A fadiga diminui a tolerância pessoal à hipóxia. Uma Vale ressaltar que esses valores são médios, uma
pessoa em boas condições físicas tem uma vez que a tolerância pessoal à hipóxia varia
tolerância bem maior à altura do que outra do tipo consideravelmente entre os seres humanos.
124
Aeroembolismo
Tipos de Hipóxia
Também chamada de Aerobaropatia plasmática é a
A queda da pressão atmosférica nas grandes formação de bolhas de nitrogênio em vários
altitudes determina uma: departarnentos do organismo, fato que ocorre em
altitudes aproximadas de 30.000 pés, em cabine não
Queda da pressão parcial de oxigênio no ar pressurizada. Algumas pessoas apresentam o
atmosférico (Hipóxia atmosférica ou hipobárica); problema em altitudes mais baixas.
Queda da pressão parcial de oxigênio alveolar O Nitrogênio é um gás praticamente inerte
(Hipóxia alveolar), encontrado na atmosfera na proporção aproximada
Redução da quantidade de oxigênio no sangue de 78%. Existe em grande quantidade dissolvido no
arterial (Hipoxemia, hipóxia anêmica ou sangue e nos tecidos e é eliminado lentamente
hipêmica); através da membrana alvéolo-capilar. Com a queda
Redução da quantidade de oxigênio nos tecidos da pressão a partir de 30.000 pés, gás dissolvido
orgânicos (Hipoxistia), nos tecidos e no sangue se desprende e forma
Inadequação da nutrição celular por Hipoxia bolhas gasosas que provocarão sintomas de
(Hipoxicítia), gravidade variável. Entre estes sintomas estão:
Desintegração celular, como ocorre na malária, desconforto e dores articulares e musculares
por exemplo (Bends). De início fracas aumentam de intensidade,
chegando a se tomar lancinantes. Sensação de calor
6. HIPERVENTILAÇÃO EM VÔO ou de frio, formiganento e prurido (coceira) intenso e
placas de urticária, em todo o corpo. Dor de cabeça
O medo ou eventual estado de ansiedade em (cefaléia) intensa, distúrbios visuais, tontura,
relação ao vôo poderá levar um passageiro a dormências, paralisias, perda da coordenação
aumentar sua frequência respiratória (hiperpnéia) e motora, coma e morte. A gravidade dos sintomas
como consequência, um aumento anormal do depende do tempo de exposição ao Aeroembolismo.
volume de ar inspirado: a chamada hiperventilação. O Aeroembolismo é uma ocorrência rara, só
Nessa situação diminui a taxa de gás carbônico encontrada em emergências causadas pela ruptura
(hipocapnia ou hipocarbia). O passageiro pode sentir de uma janela ou porta da cabine pressurizada. E,
sufocação, sonolência, delírio, formigamento das juntamente com a hipóxia, são os fatores que mais
extremidades e frio. Poderá reagir de uma forma que impedem e tornam difícil a sobrevivência do homem
provocará maior hiperventilação. As reações nas grandes altitudes.
poderão, eventualmente, resultar em uma O oxigênio por máscara serve para prevenir a
descoordenação motora, desorientação e espasmos hipóxia, mas não dissolve as bolhas de nitrogênio.
musculares. Se a situação persistir, ele perde a
consciência em virtude da hipóxia e da hipocapnia.
Os primeiros sintomas da hiperventilação e da
hipóxia são semelhantes e além do mais, podem
ocorrer simultaneamente. Os sintomas de
hiperventilação cessam poucos minutos depois que
o ritmo da respiração voltar a ser controlado
conscientemente. A formação do dióxido de carbono
no corpo pode ser acelerada se a pessoa inspirar e
expirar controladamente dentro de um saco de papel
colocado sobre a boca e o nariz.
7. DISBARISMOS
125
capacidade auditiva (hipoacustia) e zumbido no
As Aerobaropatias cavitárias resultam das ouvido.
oscilações da pressão atmosférica exercida sobre os Se a pressão negativa dentro do ouvido chegar a
gases contidos nos órgãos cavitários do organismo 60mmHg, temos que recorrer à Manobra de
humano (seios paranasais, ouvido médio, estômago, Valsalva, que consiste em fechar as narinas e a
intestinos etc.). Os gases então contidos nessas boca e expirar fortemente. Essa manobra faz com
cavidades quando dilatados, poderão provocar até que o ar forçado penetre no ouvido médio através da
ruptura dos tecidos vizinhos, se a pressão for muito trompa antes colabada, promovendo a equalização
elevada. das pressões nos dois lados do tímpano.
lsso caracteriza o quadro clínico das Aeroharopatias Qualquer processo como resfriado comum,
cavitárias, que são: amigdalites, faringites, vegetação adenóides, pólipo
nasal ou outro problema qualquer que dificulte a
Aerootobaropatia permeabilidade da Trompa de Eustáquio, prejudica a
equalização entre o ouvido médio externo. Atingindo
De todas as cavidades, a de equalização mais difícil a pressão dentro do ouvido médio 80mmHg, a
é o ouvido médio. Em virtude da pressão diminuir pessoa poderá ter dor de ouvido, náuseas e
durante a subida de uma aeronave (fase de vertigens, em virtude da repercussão sobre o
pressurização), o ar contido no ouvido médio dilata- labirinto. Se a pressão atingir 100mmHg, haverá
se aumentando a pressão interna. Com isso, ocorre, ruptura do tímpano. A Manobra de Valsalva tem
o abaulamento dos tímpanos para fora e seus riscos, pois poderá ocasionar a contaminação
repuxamento da cadeia de ossinhos. Se a pressão do ouvido médio agentes patógenos do nasofaringe,
interna atingir 3 a 5mmHg, a pessoa tem a sensação determinando o surgimento das aerotites médias ou
desagradável de ensurdecimento. Uma deglutição otites média barotraumáticas.
feita, automaticamente corrige a situação. Se a Os tripulantes portadores dos problemas
pressão chegar a 15mmHg, o ar força sua passagem supracitados não devem voar.
através da Trompa de Eustáquio, a pessoa ouve um Caso uma criança de colo chore durante a
estalido e tem a sensação de que a situação se decolagem ou o pouso da aeronave, há muita
normalizou. chance dela estar com dor de ouvido. Recomenda-
Diferentes posições do tímpano com a mudança da se, então, que lhe seja oferecida a mamadeira.
pressão atmosférica. Na figura da esquerda, com o
avião em terra; na do meio, durante a subida e na Aerosinusobaropatia
última, durante a descida da aeronave.
Localizados nos ossos maxilares e frontal
encontramos cavidades ventiladas conhecidas como
seios (sinus palavra latina que significa cavidade),
são os seios paranasais. Estas cavidades são
revestidas internamente por uma mucosa chamada
“mucosa dos seios”.
Em qualquer estado patológico que resulte em
congestão das mucosas ou no entupimento dos
orifícios de drenagem dos seios, como nos casos de
Durante o vôo de cruzeiro, a pressão do ouvido resfriados, sinusite, estados alérgicos e etc, surge
médio deve estar equalizada com a pressão da imediatamente a dor, devido a impossibilidade das
cabine da aeronave. pressões interna e externa se igualarem. Se o seio
Por ocasião da descida da aeronave (fase de atingido for o frontal, a dor será sobre os olhos,
despressurização) como preparatìvo para o pouso, a idêntica a uma cefaléia frontal. Se for o maxilar, a
membrana timpânica se abaula para dentro, as dor será abaixo dos olhos, muitas vezes simulando
paredes da trompa de Eustáquio colabam e uma dor de dente.
dobra da mucosa, como se fosse uma válvula, fecha A dor causada pela aerosinusobaropatia, embora
sua abertura na nasofaringe. Se a diminuição da pareça com a dor da sinusite comum pode adquirir
pressão dentro do ouvido médio atingir 30 mmHg, a caráter muito mais severo e grave, principalmente
pessoa tem dor de ouvido (otalgia), ou diminuição da nas bruscas alterações de pressão provocadas por
ascensões e descidas bruscas da aeronave. Essa
situação poderá ser resolvida com a equalização das
126
pressões, que pode ser tentada através da O último tipo de aerodilatação a ser discutido é o da
deglutição, pelo ato de abrir a boca ou mesmo aeroodontalgia. É a dor de dente causada pela
soprar fortemente com a boca e nariz fechados dilatação de uma bolha de ar existente junto à raiz
(Manobra de Valsalva). do dente, isto é, no alvéolo dentário. Só existirá essa
bolha se houver problemas de inflamação no canal
Aerogastrobaropatia/Aeroenterobaropatia do dente.
As altitudes onde ocorrern as aeroodontalgias
Outras cavidades do organismo que contêm ar são variam de 10 000 a 15 000 pés, podendo a dor
as do tubo digestivo. Existe ar no estomago, tornar-se mais severa ou não com o aumento da
formando uma bolha no fundo do órgão, proveniente altitude. A descida normalmente alivia os sintomas e
da aerofagia, inalação de fumaça e da fala, a altitude em que a dor cede corresponde àquela em
resultante dos processos fermentativos do próprio que a mesma começou.
estômago. Também encontramos ar nos intestinos As causas mais comuns, de aeroodontalgia são
delgado e grosso, resultante dos processos cáries profundas que atingem a polpa dental,
fermentativos e putrefativos da ação da flora degeneração pulpar ou ainda a presença de
intestinal. Na altitude, o ar do aparelho digestivo abscesso dento-alveolar.
também se dilata, ocasionando cólicas abdominais, De um modo geral, o melhor remédio para esses
às vezes intensas e com grande desconforto. Esse casos é a prevenção através de uma boa
ar do estômago pode ser expelido pela eructação e higienização, controle da dieta e retornos periódicos
o dos intestinos pelos flatos. ao dentista para manutenção.
8. RUÍDOS E VIBRAÇÕES
127
O movimento do fluxo do ar sobre a asa e o Com isso os aeronautas estão expostos, durante o
turbilhonamento formado em sua ponta e nas dos vôo, a um ar bastante seco principalmente em vôos
flaps forma o chamado ruído aerodinâmico. de longa distância. Dentro da cabine pressurizada
A intensidade dos sons e ruídos é medida em de um avião, o ar é seco e refrigerado. Nos Boeing
decibéis e a frequência em ciclos por segundos ou 727, 737, e no DC-10, a umidade relativa do ar
Hertz. O ouvido humano é capaz de ouvir sons que chega a ser de 13 a 14%. No Boeing 767, o ar chega
estão numa faixa de percepção que vai de 18 a a ser ainda mais seco. Isso se deve aos
12.000Hz. Abaixo de 18Hz estão os infra-sons e equipamentos eletrônicos que necessitam funcionar
acima de 12.000Hz os ultra-sons. A faixa mais em ar seco e frio, como proteção para os mesmos.
utilizada pelo homem está entre 500 e o 6.000Hz. O Mas, a principal razão pela qual as aeronaves voam
limiar de conforto auditivo para o ouvido humano com ar tão seco no seu interior, é para evitar a
está em 85dB. Ainda quanto à intensidade dos sons, condensação de vapor d'água, que formaria uma
num domicilio sossegado alcança 40dB; numa névoa dentro da cabine pressurizada, em virtude da
conversação 70dB; numa cidade com grande temperatura ambiente ser baixa.
tráfego, 90dB; no interior da cabine de um A baixa umidade do ar ambiente determina no
quadrimotor a pistão, 110dB; e na cabine dos jatos decurso de algumas horas, perda de água pela
modernos já foram conseguidos níveis de 85dB. respiração excessiva, causando desidratação e
Os ruídos e vibrações transmitem-se através da ressecamento das mucosas do nariz, boca e
fuselagem da aeronave e do ar, penetrando no conjuntiva bulbar (globo ocular). Isso é mais
organismo através dos nossos pés e dos assentos prejudicial nos indivíduos que tem as mucosas muito
das poltronas, se propagando a todo o corpo. sensíveis e nos alérgicos, podendo causar
Exposições prolongadas e repetidas às vibrações conjuntivites, ulcerações da córnea e sangramento
podem causar repercussão sobre a audição, nasal. Ocorre também a eliminação de uma urina
diminuição da acuidade visual, sobre o sistema concentrada, com aglutinação de cristais,
neuromuscular e circulatório. Os ruídos também são aumentando a probabilidade da formação de
fatores estressantes do vôo, levando também o cálculos renais . Para minimizar esses problemas, as
organismo à fadiga aérea. Causam ainda as seguintes medidas profiláticas poderão ser tomadas:
seguintes perturbações orgânicas e psíquicas:
lngestão diária de dois litros e meio de líquidos
lrritabilidade, predisposição a fadiga prematura e (água, leite ou suco de frutas).
redução do rendimento de trabalho, com a Durante o vôo, beber água em maior
exposição contínua a ruídos com intensidade quantidade.
superior a 40dB Usar creme hidratante, principalmente nas
Perturbações auditivas, com exposição partes do corpo não cobertas pelas vestes.
demorada a ruídos com intensidade superior a Usar colírio do tipo lágrima, com frequência,
90dB. durante o vôo e de preferência nessas ocasiões,
Trauma acústico grave, com a exposição a usar óculos em vez de lentes de contato.
ruídos constantes com intensidade superior a Respirar, por alguns minutos, através de um
120dB. lenço umedecido com água.
Dor de cabeça, náuseas, nervosismo e Pingar nas narinas, durante o vôo, substâncias
transtornos menstruais, pela atuação de sons que sejam capazes de umedecer a mucosa
super-sônicos inaudíveis. nasal, como Sorine, por exemplo.
128
originárias de uma fonte radioativa. Dentre estas, luminosidade, porque se tomam mais intensas as
temos os raios cósmicos (um trilionésimo de radiações solares e a atuação dos raios cósmicos,
milímetro), capazes de atravessar todos os corpos e que surgem logo abaixo de 35.000pés, para
objetos existentes na superfície da Terra. desaparecerem logo acima.
Outros tipos de radiações ionizantes provém de Durante o vôo, sobre o organismo humano os efeitos
explosões da superficie do Sol. São formadas por da baixa temperatura e do excesso de luminosidade,
raios gama e por raios Roëgten (Raios-X). Pode são os seguintes:
haver, ainda, radiações oriundas de explosões
atômicas feitas pelo homem nas altas camadas da Desconforto, entorpecimento, geladuras e até
atmosfera ou mesmo na superfície terrestre. choque, pela acentuada queda da temperatura
A maior parte dessas radiações ionizantes é retida e nas altas altitudes.
desintegrada pela atmosfera de modo que, em Ofuscamento, consequência a um excesso de
condições normais, só chegam até nós obviamente, luminosidade em altas cotas.
doses de radiações compatíveis com a vida. Sempre
há, contudo, pequena deposição de partículas 12.ALTERAÇÕES DO RITMO CIRCADlANO
radioativas na água em que bebemos, e nos ( Jet Lag )
vegetais que comemos, assim como no pasto dos
animais de cuja carme e leite nos alimentamos. O organisrno dos seres vivos obedece a ritmos que
As radiações ionizantes tem o poder de causar são, em parte, controlados por uma função cerebral
alterações celulares no organismo humano. Tudo vai chamada de “relógio biológico" e em parte, por
depender da exposição, dosagem e grandeza da fatores ambientais como umidade do ar, pressão
absorção. Se muito intensas, poderão causar danos atmosférica e luminosidade.
á medula óssea e a outros órgãos formadores das Existe o ritmo no mundo vegetal, que faz com que, a
células do sangue, ao fígado, rins e ao sistema cada determinado período, a planta floresça e
nervoso. depois frutifique. Existe o ritmo reprodutivo dos
Existem no entanto, profissionais que trabalham com animais, que varia com cada espécie. No ser
materiais radioativos ou próximos a estes e para isso humano, a ovulação da mulher ocorre a cada 28 ou
tem que estar protegidos adequadamentre. São 30 dias.
pessoas que trabalham em indústrias de Há também os ritmos que se processam dentro do
radioisótopos, médicos e operadores de Raios-X, período de 24 horas, os chamadas ciclos ou "ritmos
técnicos em radares e etc.. Para estes, a Comissão circadianos", do latim circa diem (cerca de um dia).
Internacional de Proteção Radiológica fixou a dose Esses são a vigília, o sono, a temperatura, os níveis
máxima que podem receber em 30 dias, que é de hormonais, a secreção do suco digestivo, o hábito
115,6 mR/hora. Na aviação comercial, a absorção de intestinal e a capacidade de crítica.
radioatividade por tripulantes e passageiros é a Temos ainda os ritmos que ocorrem num tempo
mesma do pessoal que está em terra. Nos aviões inferior a 24 horas, são os chamados "ritmos
supersônicos, censores de neutrons transformam a infradianos", tais como os batimentos cardiacos e os
energia radioativa em luminosa (branca, amarela ou movimentos respiratórios.
vermelha) alertando o comandante, que Para os nossos estudos, interessam as alterações
imediatamente baixa o avião. do ritmo circadiano. Esses ciclos sofrem sérias
alterações quando o organismo, em uma viagem
aérea, ultrapassa quatro ou mais fusos horários para
o leste ou para o oeste, ocasião em que o indivíduo
força seu organismo a mudar de repente, e assim,
11. OSCILAÇÕES DA TEMPERATURA E de uma hora para outra o horário de seu relógio
LUMINOSIDADE biológico.
O corpo humano, submetido a um novo regime de
Há uma progressiva queda da temperatura com o luz e escuridão, continua ainda funcionando, em
aumento da altitude, na razão de 2°C para cada parte, como antes da mudança de fuso. Como
1000pés. Essa queda de temperatura é causada consequência, surgem os distúrbios solares, tais
pela diminuição do reflexo calórico da superfície como sensação de peso, lentidão dos movimentos,
terrestre e pela queda progressiva da pressão sono, do criticismo, desconcentração, depressão, e
atmosférica com o aumento da altitude. até do ciclo menstrual das comissárias.
Concomitantemente, há um aumento do grau de
129
Modernamente tenta-se minimizar os disturbios do vez que eles não queimam os catabólitos das
JetLag através do uso de comprimidos de células.
melatonina sintética, tomados antes do início do vôo.
Enquanto isso, pilotos e comissários utilizam-se dos Crônica
recursos já conhecidos. Nas viagens com breve
estada, continuam a fazer tudo de acordo com os Quando alcança seu maior grau, se chama estafa. É
horários do seu ponto de partida, regulando seus decorrente da não observação dos períodos de
repousos e refeições como se não houvessem repouso após cada episódio agudo de fadiga. É a
mudado de fuso. Caso necessitem passar mais de repetição de quadros de fadiga aguda que leva a
uma semana fora de casa, a primeira medida é fadiga crônica. Nesses casos, o tripulante apresenta:
alterar o horário do relógio biológico desde o irritabilidade, insônia, astenia e, muitas vezes,
momento da decolagem, agindo a partir daí, de ptesiofobia (medo de voar). Nos casos mais graves,
acordo com o fuso horário do local de destino. chega a apresentar graus mais intensos de neurose,
Deste modo, o organismo começa a se habituar às de ansiedade e de neurose fóbica, o que certamente
novas condições que irá encontrar. Quando alterado, o incapacitará para o vôo.
o ritmo circadiano volta à normalidade dentro de Assim sendo, é fácil deduzir o grau de importância
aproximadamente 48 horas. que se reveste a fadiga aérea, tendo em vista a
repercussão não só sobre os tripulantes, como
13. FATORES ESTRESSANTES DO VÕO também à segurança do vôo.
Desse modo, o tripulante necessita para o bom
Os principais fatores estressantes do vôo são: desempenho de suas funções durante um võo, não
hipóxia, disbarismo, ruídos e vibrações, baixa só de satisfatórias condições de trabalho, como estar
umidade do ar, radiações, alterações do ciclo bem consigo mesmo, com seus familiares e
circadiano, oscilações de temperatura e companheiros de equipe, devendo também não se
luminosidade e a tensão emocional. descuidar da observância das medidas preventivas
dos vários fatores estressantes do vôo.
14. FADIGA AÉREA Além dos fatores estressantes que ocorrem durante
o vôo, constituem também causas de fadiga aérea
A fadiga consiste no acúmulo de resíduos para o aeronauta os seguintes:
metabólicos nas células, após um período de
atividade laborativa. Por exemplo, após um exercício Uso de bebidas alcoólicas
físico (musculação), o ácido Iatíco está presente nos Uso imoderado de fumo
tecidos musculares, ocasionando dores. Uso de excitantes do SNC
Durante o vôo, o tripulante está sujeito não só à A hipermotividade
fadiga física, decorrente das atividades motoras A constituição orgânica astênica
realizadas no seu trabalho, bem como a fadiga Preocupação com dificuldades financeiras
mental decorrente da atenção, da concentração e Os desasjustes familiares
das decisões que devem ser tomadas no
Os desasjustes sociais
desempenho de sua profissão.
A fadiga aérea pode ser aguda ou crônica.
A fadiga aérea, portanto, poderá se refletir
diretamente sobre a conduta profissional do
Aguda
aeronauta ocasionando:
Após a jomada de trabalho, a pessoa sente-se
Decréscimo na execução de tarefas continuadas
cansada fisicamente e com o limiar de atenção,
concentração e capacidade de decisão um pouco Omissão de serviços menores
mais baixo. Displicência e falta de precisão no caráter
Isso ocorre devido ao acúmulo de catabólitos pessoal ou no trabalho de equipe
(resíduos) nas células que diminui os reflexos, Necessidade de maior estimulo para produzir a
retardando o tempo de resposta aos estímulos. Um mesma reação
período de sono fisiológico é capaz de reverter Maior frequência de faltas no serviço.
totalmente essa situação. É contra-indicado a
indução do sono com medicamentos hipnóticos, uma
130
O aeronauta vitima de fadiga aérea, poderá psíquico e sensorial. Ocasionado pelos movimentos
apresentar os seguintes efeitos sobre seu organismo complexos do avião durante o vôo, tais como:
evidenciados pelos sintomas que se seguem: acelerações e desacelerações lineares (decolagem e
pouso), ascendentes e descendentes e aceleração
Subjetivos: angular e centrífuga (curvas realizadas pelo avião).
Todavia, nem todas as pessoas apresentam enjôo a
Inicialmente: dor de cabeça (cefaléia) perda de bordo. E as que manifestam esse quadro, são as
apetite (anorexia) e astenia suscetíveis (vagotônicas), com uma predisposição
Tardiamente: pertubações visuais e auditivas, constitucional, ou ainda, devido, por exemplo, a uma
dores precordiais e palpitações, ardor à micção, reação emocional do tipo medo de voar ou
prisão de ventre, dores nas extremidades, ptesiofobia (do grego ptésis, vôo, e fobos, medo).
insônia, queda da habilidade individual baixa Essas pessoas, com facilidade apresentam náuseas,
capacidade de concentração e desinteresse pela palidez da pele, prisão de ventre, instabilidade
atividade sexual. cardiovascular e hipotensão arterial. Tendem à
salivação abundante, à fadiga fácil, à depressão,
Objetivos: vertigens e sonolência.
Além das reações vagotônicas, também pode causar
Inicialmente: tremores, abuso do álcool e do o Mal do Ar a hiperexcitabilidade do labirinto, a
fumo, interesse aumentado pela atividade hiperexcitabilidade oculomotora, os estímulos táteis,
sexual, irritabilidade, sarcasmo, ansiedade, o deslocamento de vísceras, massas sanguíneas e o
preocupação evidente e inconformidade. estímulo olfativo.
Tardiamente: ptesiofobia (medo de voar), Inicialmente, o passageiro apresenta palidez da pele
confusão mental, depressão, queda do interesse e sudorese (atuação do nervo simpático), em
pela profissão, diminuição na eficiência do seguida ocorre hipotensão, hipotermia, náuseas e
serviço de bordo, redução da atenção, falhas de vômitos (atuação do nervo vago ou parassimpático).
memória, má apresentação pessoal, espasmos Concomitantemenle há excitabilidade do labirinto, o
ou “ticks faciais”, emagrecimento e que dificulta saber qual a causa primária do enjôo.
incompatibilidade com os familiares e Poderá ocorrer, ainda, cefaléia, vertigem,
companheiros. sonolência, micções frequentes e alteração do ritmo
cardíaco.
Tendo em vista esse estado de coisas, o aeronauta Face no exposto, as seguintes medidas de
poderá ter séria repercussão no seu desempenho atendimento a um passageiro com enjôo a bordo
profissional em vista de: poderão ser realizadas pelo CMS.
131
de ação vagotônica. O cinto de segurança bem Hoje em dia, em decorrência do avanço tecnológico
ajustado oferece uma sensação de segurança e da aeroespecialização, as aerobaropatias somente
reduzindo os deslocamentos das vísceras. ocorrerão em consequência das seguintes
Procurar distrair e tranquilizar o passageiro, defïciências:
mostrando-lhe a segurança do vôo, ocupar sua
atenção com jogos, revistas, pois estando o Endoutrinamento inadequado dos tripulantes
passageiro concentrado em algo, tende a sentir Inadequação do serviço de bordo
menos enjôo. Nem todas as pessoas podem ler Deficiência do funcionamento da cabine
à bordo, pois podem vir a enjoar. pressurizada
Impropriedade no uso do equipamento
16. REDUÇÃO DAS INFLUÊNCIAS ADVERSAS suplementar de oxigênio
AO VÕO
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Conceito de:
Anatomia (Anatome = Dissecação, corte)
- Dissecação das diversas partes do corpo humano para o estudo de sua estrutura. Estuda macro
e microscopicamente a constituição e desenvolvimento dos seres vivos.
Célula – Unidade básica dos seres vivos quanto à forma, estrutura e função.
Tecido – Conjunto de células com forma e funções semelhantes.
Órgão – Conjunto de tecido relacionado a uma função comum.
Sistema e Aparelhos – Conjunto de órgãos com uma função comum.
Organismo – Conjunto de aparelhos e sistemas funcionando ossociadamente em busca da homeostase
do organismo.
No processo de evolução dos animais, foi desenvolvido um sistema de controle que permite a
coordenação das diversas funções do corpo. No homem esse sistema atingiu o máximo do seu
desenvolvimento, recebendo informações de todo o corpo, transmitindo ordens para o seu funcionamento
e lhe conferindo a capacidade de pensamento.
A medula espinhal e o encéfalo, envolvidos pela coluna vertebral e a caixa craniana
respectivamente, constituem o sistema nervoso central. Este sistema fornece fibras nervosas para todo o
corpo. A medula espinhal se estende da base do crânio a região sacra, até o cóccix. A medula é, dito de
uma forma simples, uma via condutora de estímulos e respostas. Tais respostas podem partir o encéfalo
ou dela mesma, como é o caso dos reflexos simples. A medula tem, entre suas funções as de controle da
micção, defecação, respiração e locomoção.
O encéfalo é, na verdade, uma massa integrada, única e grande, mas que pode ser dividida para
fins descritivos, em seis partes principais: Buldo Raquidiano, Protuberância anular, Cerebelo,
Mesencéfalo, Diencéfalo e Telencéfalo. O encéfalo pesa cerca de 1.360kg no homem adulto e é maior na
132
espécie humana, em proporção ao tamanho do corpo, do que em qualquer outra das espécies de
animais.
Medula Espinhal
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Partes do encéfalo Alguns dados Funções
Segmento mais inferior do Controle de funções vitais como a
encéfalo, é uma dilatação da medula atividade cardíaca, gastrintestinal,
Bulbo raquidiano ( ou medula espinhal. respiração.
ablonga) Tem pouco mais de 2,5 cm de Transmite impulsos sensoriais e motores
comprimento. Parte vital do para centros superiores e inferiores.
encéfalo, uma lesão pode ser fatal. Controlam mecanismo como os de espirro,
tosse, ato de engolir e o vômito.
Localizada logo acima e adiante Condução de fibras ascendentes e
do bulbo raquidiano. Conhecida, descendentes.
Protuberância anular também, como ponte de Varólio. Juntamente com o bulbo, regula a
circulação, respiração e locomoção.
4. APARELHO DIGESTIVO
É formado por um conjunto de órgãos destinados a realizar a digestão dos alimentos e absorção de
nutrientes provenientes destes alimentos e que são: boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos (delgado e
grosso), anus e glândulas anexas (salivares fígado e pâncreas). A digestão consiste em um serie de
transformações mecânicas e químicas que sofre o alimento, sendo reduzido a frações progressivamente
menores a fim de poderem ser absorvidas.
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1- Boca: Cavidade localizada na face. Apresenta anexo: dentes, língua, glândula salivares. Os dentes são
estruturas implantadas aos ossos malares, com a função de trituração dos alimentos. A Língua é um
órgão musculoso localizado no assoalho da boca, de controle voluntário, que tem como função :misturar
os alimentos com a saliva (insalivação), gustação, fonação e degetição. Glândulas Salivares são anexas
da cavidade oral onde despejam a secreção (saliva) que vai se misturar com os alimentos, lubrificando-os
e iniciando a sua digestão.
2- Faringe: Conjunto muscular situado após a cavidade bucal. Comunica-se com as fossas nasais através
de dois orifícios chamados coanas, com a cavidade bucal pelo istmo da garganta e inferiormente com o
esôfago e traquéia.
3- Esôfago: Órgão tubular de 25 cm de comprimento que se estende da faringe até o estômago descendo
quase perpendicularmente e penetrando no tórax pela frente da coluna vertebral. Situa-se atrás da
traquéia, caminha por trás do coração e entre os pulmões e depois de haver atravessado o tórax, atinge o
abdômen e se liga ao estomago. E um órgão de condução de alimentos sem função de digestão ou
absorção.
4- Estomago: É uma dilatação do tubo digestivo, interposta entre o esôfago e o intestino, situada na região
superior do abdômen, abaixo do diafragma. Superiormente comunica-se com o esôfago e inferiormente
com o intestino.
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5- Intestino: E a maior parte do aparelho digestivo, sendo um longo tubo situado no abdômen e dobrado
varias vezes sobre si mesmo. subdividido em:
Intestino Delgado: Duodeno, Jejuno e Íleo.
Intestino Grosso: Ceco. Cólon, Reto e Anus.
6- Glândulas Anexas:
Salivares: Já descritas juntamente com a boca.
Fígado: É a maior glândula do corpo humano e esta situada abaixo do diafragma, a direita do estomago,
recobrindo-o em parte.
Vesículas: É um órgão ovóide cuja função é excretar e armazenar a bile produzida pelo fígado.
Pâncreas: Esta situada atrás do estomago, estende-se do duodeno ao baço. É percorrido por um ducto
chamado Wirsung, que conduz a sua secreção ao duodeno, secreção essa denominada suco
pancreático. Além do suco pancreático o pâncreas secreta insulina, importante hormônio que regula a
taxa de glicose, sendo lançada
diretamente na corrente sanguínea porção endócrina do pâncreas. A deficiência de insulina causa a
diabete mellitus. Glucacon que, atua no fígado na quebra do glicogênio em glicose.
5.APARELHO RESPIRATÓRIO
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Existe um continuo intercâmbio de gases entre o organismo e o meio externo. O homem e os animais
superiores têm um aparelho especial com este propósito, denominado aparelho respiratório, formadas
pelas vias aéreas superiores e pulmões.
Respiração
Função
- Trocas gasosas
- Produção de sons (vocalização)
- Auxilio na compressão abdominal (micção, defecação, perto).
- Reflexos de auto-limpeza (tosse e espiro)
Anatomia do S.R
Órgãos: a)nariz
b) faringe
c) laringe
d) traquéia
e) pulmões
a) Nariz: Projeção da face cuja cavidade é dividida por um septo, e desemboca na faringe. É revestido
internamente por um epitélio muito vascularizado, com pêlos e que secreta um muco que captura
partículas trazidas pelo ar.
b) Faringe: Órgão comum ao aparelho digestivo e respiratório. Limita-se inferiormente com a laringe, pela
glote (orifício de passagem do ar) que se fecha durante a deglutição por meio de uma tampa, a epiglote.
c) Laringe: (caixa vocal): Forma a entrada da traquéia, tem como função impedir a entrada de alimento ou
líquido para a traquéia durante a deglutição, além de produzir vibrações somoras.
d) Traquéia: É um canal com cerca de 10 cm de comprimento, sustentada por uma série de cartilagem, que
leva o ar aos pulmões. Dividem-se inferiormente em dois ramos, os brônquios. Os brônquios penetram
nos pulmões através de uma abertura, o hilo pulmonar, e ramificam-se inúmeras vezes formando os
bronquíolos. Os bronquíolos terminam-se em sacos membranosos,os alvéolos pulmonares.
e) Pulmões: São dois órgãos situados pelos mediastinos. O pulmão direito é maior e formado por três
lobos.O pulmão esquerdo é formado por dois lobos e possui a impressão cardíaca.Os pulmões são
cobertos por uma membrana serosa dupla, as pleuras (visceral e parietal).As pleuras servem para
lubrificar os pulmões e ajustar na criação de uma pressão respiratória.
137
Fisiologia do sistema respiratório
Fenômenos mecânicos-Compreendem os movimentos da caixa toráxica que permitem a ventilação
pulmonar.
Fases: Inspiração: Expansão do tórax que permite a entrada de ar nos pulmões. Ocorre por contração dos
músculos intercostais e diafragma.
Expiração: Retorno da caixa toráxica as dimensões do ar dos pulmões. Ocorre pelo relaxamento dos
músculos intercostais e diafragma.
Funções Químicas: Compreendem as trocas gasosas entre os capilares sanguíneos pulmonares o sangue
venoso (rico em CO2) proveniente do corpo libera o ar alveolar o CO2 combinado com a hemoglobina
(hemácias) e dissolvendo no plasma. Concomitantemente, o O2 presente no ar alveolar passa para o
sangue, combinando-se com a hemoglobina (hemácias).Agora o sangue arterial (rico em O2) pode ser
levado dos pulmões para oxigenar os demais tecidos do corpo.Estas trocas gasosas acontecem por difusão
passiva, tanto dos alvéolos para o sangue, quanto do sangue para os tecidos.
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6.SISTEMA CIRCULATÓRIO.
-Constituido de :
A) Coração.
B) Vasos.
C) Sangue.
A.1) Válvulas Cardíacas: O átrio direito comunica-se com o ventrículo direito através da válvula tricúspede e o
átrio esquerdo com o ventrículo esquerdo através da válvula BICÚSPEDE ou MITRAL.As válvulas cardíacas
tem a função de impedir o retorno de sangue para os átrios.O lado direito do coração é preenchido por
SANGUE VENOSO ( recebe),rico em CO2 e o lado esquerdo é preenchido (recebe) SANGUE ARTERIAL,rico
em O2.
B) Vasos.
ARTÉRIAS: São vasos que partem dos ventrículos e conduzem o sangue para as diversas partes do
organismo.Conduzem SANGUE ARTERIAL ( excerção das artérias pulmonares ).
VEIAS: São vasos que chegam aos átrios trazendo sangue as diversas partes do corpo,conduzem sangue
venoso ( excerção de veias pulmonares).
CAPILARES SANGUINEOS: Vasos extremamente finos formados pelas ramificações das veias ( capilares
venosos). Irrigam as células fornecendo nutrientes,sais minerais,hormônios,gases, etc.
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CORAÇÃO ARTÉRIAS
VEIAS CAPILARES
140
Principais Vasos do Coração.
VEIA CAVA SUPERIOR: Trás ao coração o sangue venoso proveniente da cabeça e memebros
superiores.
VEIA CAVA INFERIOR: Trás ao coração o sangue venoso proveniente do abdômen e membros
inferiores.
ARTÉRIA PULMONAR: Parte do V.D. e leva sangue venoso para os pulmões.Bifurca-se em ARTÉRIA
DIREITA E ESQUERDA.
C) No Átrio Esquerdo (A.E.): Veias Pulmonares trazem do coração o sangue arterial proveniente dos
pulmões.
D) No Ventrículo esquerdo ( VE ): Artéria Aorta: Parte do V.E. conduzindo sangue arterial para todo o
organismo.Possui 3 ramificações na sua porção ascendente: as ARTÉRIAS
BRANQUIOCEFÁLICAS,CARÓTIDA COMUM ESQUERDA e SUBULÁVIA ESQUERDA ( irrigam a
cabeça e membros superiores ).Após,faz uma curva para a esquerda e torna-se descendente passando
por trás do coração indo irrigar a parte inferior do corpo através das suas ramificações.
141
FISIOLOGIA DO CORAÇÃO.
A) Ciclo Cardíaco: Fase de relaxamento (DIÁSTOLE) seguida por uma fase de contração (SÍSTOLE).
B) Pressão Arterial: Em cada sístole a pressão sanguínea sobe para cerca de 120 mmHg, e em cada diástole
a pressão diminui para cerca de 80 mmHg.
C) Modificação da Freqüência Cardíaca.
BRADICARDIA: Diminuição da freqüência (batimento).
TAQUICARDIA: Aumento da freqüência (batimento).
7. SISTEMA URINÁRIO.
É o sistema responsável pela eliminação dos produtos dos metabolismos e produtos químicos não essenciais
dissolvidos em água ( URINA). Compõe o Sistema excretos juntamente com a pele e os pulmões.Tem por
funções eliminação de RESTOS do METABOLISMO CELULAR (filtração do sangue).Regulação da
composição dos líquidos corpóreos ( equilíbrio hídrico,iônico e ácido-base).
Componentes: RINS,URETERES,BEXIGA,URETRA.
142
RINS: São dois órgãos de cor vermelho-escuro,situados próximos a parede posterior da cavidade abdominal
na região lombar.Cada rim tem cerca de 12 cm de comprimento e forma semelhante a um grão de feijão. A
sua superfície côncava constitui o HILO RENAL e por ele entra a artéria renal e saem a veia renal e o ureter.
O rim é constituído de 2 porções, o CORTEX (periférico) que contém tufos de capilares sanguíneos e túbulos
contorcidos, e a MEDULA ( central) que é composta por uma série de massas triangulares,chamadas de
PIRÂMIDES RENAIS e separadas por COLUNAS RENAIS. Os ápices das pirâmides chamam-se PAPILAS e
cada papila projeta para dentro de uma pequena depressão,chamada CÁLICE MENOR. Vários cálices
menores se unem para formar um CÁLICE MAIOR.Os cálices maiores reúnem-se formando a PELVE RENAL
que coleta urina e a conduz ao ureter.
143
URETERES: São dois longos canais que transformarem a urina da pelve renal para a bexiga urinária. A urina
se movimenta através dos ureteres por ondas paristálticas.
BEXIGA URINÁRIA: Órgão único,localizado na região abdominal e com capacidade de distenção.É nela que a
urina fica acumulada aguardando a sua expulsão do corpo.
URETRA: Canal que drena a urina da bexiga para o exterior do corpo.É revestida por dois grupos musculares, o
ESFÍNCTER URETRAL EXTERNO ( musculatura estriada).É mais curta no sexo feminino (4 cm ) do que no
sexo masculino (20 cm) e neste último serve tanto ao sistema urinário quanto ao reprodutor.
8. APARELHO VISUA
144
Diagrama esquemático do olho humano.
O olho humano tem diâmetro antero-posterior de aproximadamente 24,15 milímetros, diâmetros horizontal e
vertical ao nível do equador de aproximadamente 23,48 milímetros, circunferência ao equador de 75
milímetros, pesa 7,5 gramas e tem volume de 6,5cc.
O globo ocular recebe este nome por ter a forma de um globo, que por sua vez fica acondicionado dentro de
uma cavidade ÓSSEA protegido pelas PÁLPEBRAS. Possui em seu exterior sei MÚSCULOS que são
responsáveis pelos movimentos oculares, e também três camadas concêntricas aderidas entre si com a
função de VISÃO,NUTRIÇÃO e proteção. A camada externa é constituída pela CORNÉAe a ESCLERA e
serve para proteção. A camada média ou vascular é formada pela ÍRIS, CORÓIDE, o CÓRIO ou UVEA, e o
corpo ciliar a parte VASCULAR. A camada interna é constituída pela retina que é a parte nervosa.
145
Anatomia do olho humano.
Existe ainda o HUMOR AQUOSOque é um líquido incolor e que existe entre a córnea e o CRISTALINO. O
HUMOR VÍTREO é uma substância gelatinosa que preenche todo o espaço interno do globo ocular também
entre a córnea e o cristalino. Tudo isso funciona para manter a forma ESFÉRICA do olho.
O cristalino é uma espécie de lente que fica dentro de nossos olhos. Está situado atrás da PUPILA e orienta
a passagem da luz até a retina. A retina é composta de células nervosas que leva a imagem através do
NERVO ÓPTICO para que o CÉREBRO as interprete.
Não importa se o cristalino fica mais delgado ou espesso, estas mudanças ocorrem de modo a desviar a
passagem dos raios luminosos na direção da mancha amarela. À medida que os objetos ficam mais
próximos o cristalino fica mais espesso, e para objetos a distância fica mais delgado a isso chamamos de
acomodação visual.
9.APARELHO AUDITIVO
O ouvido ou orelha humana normal pode distinguir cerca de 400.000 sons diferentes, alguns fracos o
suficiente para mover a MEMBRANA TIMPÂNICA tão pouco quanto um décimo da molécula de hidrogênio.
O ouvido humano registra sons que vão dese 20 Hz (Hertz) até 20000 Hz.
Um exemplo dessa propriedade é que uma pessoa pode ouvir desde o som de um mosquito numa tarde
silenciosa de verão ou de um avião a jato que aparece a voar no céu. Aqui estão dois sons diferentes tanto
em intensidade como em características, que o sentido da audição humano pode reconhecer e rotular.
A audição funciona da seguinte maneira: o som propaga-se produzindo ondas sonoras que se deslocam
até atingir a orelha. O mecanismo da audição transforma estas ondas em sinais elétricos que transmite
como mensagens, através do nervo auditivo para o nosso cérebro que as interpreta.
O aparelho auditivo humano é dividido em três partes cada uma com suas funções próprias sendo as três
indispensáveis para o bom funcionamento da audição: OUVIDO EXTERNO ou ORELHA, OUVIDO MÉDIO
e OUVIDO INTERNO.
146
147
PRIMEIROS SOCORROS E HIGIENE
1. CONCEITO
2. URGÊNCIAS
Com base nesta classificação, o Socorrista poderá priorizar o atendimento, tendo sempre em
mente as três situações mais críticas que exigem um pronto atendimento, que são:
Parada cardíaca
Parada respiratória
Hemorragias
Antianginoso (Isordil, 1 vd – 24
Isocord 5 mg) comp
Antiemético e 1 cx – 20
Antinauseante (Plasil, comp
Dramin)
Antiespamódico 1 cx – 20
(Buscopan, Atroveran, comp
Baralgin)
Antitérmico e Analgésico 1 cx – 20
(Novalgina, Magnopirol) comp
Antidiarreico (Imosec, 1 cx – 12
Lomotil) comp
Medicação ocular (colírios 1 vd – 10 ml
Moura Brasil, Lerin e
Lácrima)
Descongestionante nasal 1 vd – 10 ml
(Afrin, Sorine, Suspirin)
Analgésico para o ouvido 1 vd – 10 ml
(Otomicina, Otoxyldase)
Antiácido 10 unid
Band-aid 06 unid
Para podermos utilizar com segurança os Kits de Primeiros Socorro, devemos conhecer
algo sobre os parâmetros clínicos, como se segue:
4. PARÃMETROS CLÍNICOS
O fluxo sanguíneo vindo do coração através de um sistema de vasos arteriais, encontra uma
resistência, que para vencê-la, requer determinada força. A essa resistência denominamos de
pressão ou tensão arterial. O grau de tensão depende:
Temperatura
Pulso é a ondulação exercida pela expansão das artérias seguindo as contrações oriundas do
coração. O pulso é um dos mais utilizados métodos de informação a cerca das condições de
um doente.
O pulso pode ser verificado mais facilmente, nas artérias radiais e carótidas, bem como nas
femurais, pediosas e faciais
Homem. 60 a 70 BPM
Mulher: 65 a 80 BPM
Criança 120 a 125 BPM
Lactente 125 a 160 BPM
Respiração
Frequência:
Homem: 15 a 20 por minuto (distensão abdominal)
Mulher 18 a 20 por minuto (distensão torácica)
Criança 20 a 25 por minuto
Lactente 30 a 40 por minuto
5. TRAUMATOLOGIA
Ataduras
Entre outras utilidades, as ataduras são empregadas para fixar curativos onde o uso de
esparadrapo toma-se difícil pela mobilidade da região (presença de pelos e secreções).
Aplicação de Ataduras:
A atadura deve ser aplicada de modo a não afrouxar, nem comprimir em demasia;
Enfaixamento deve ser feito com a articulação na posição que será mantida depois.
Enfaixamento não deve trazer desconforto ao paciente;
A tensão aplicada sobre a faixa deve ser suficiente para distender sua malha até próximo
do seu limite de elasticidade;
O enfaixamento deve ser iniciado sempre da região distal para a proximal; ,
Nas mãos e pés, o enfaixamento deve estender-se exatamente até ao nível da cabeça dos
metacarpianos e metatarsianos, respectivamente, com a mesma tensão e o mesmo
número de voltas aplicadas no restante do membro, deixando as extremidades livres;
Nas articulações a faixa deve ser aplicada assumindo a forma de um "8";
As saliências ósseas e os pontos em que os nervos periféricos tornam-se superficiais
devem ser protegidos com algodão ortopédico.
6. TRAUMATISMOS FECHADOS
Contusão
E uma lesão superficial do corpo sem laceração da pele, produzida por um impacto. Nem
sempre uma contusão é simples. Ela pode complicar-se ao provocar uma lesão interna em um
órgão vital.
Sintomas:
Dor localizada no ponto de incidência do agente traumático contundente;
Equimose (coloração anormal da pele na região atingida);
Edema - derrame seroso (acumulo anormal de líquido no espaço intersticial extracelular
provocado pela lesão)
Tratamento
Aplicação de frio (gelo) no local, sempre protegendo a pele com um pano ou uma camada
de vaselina;
lmobilização com faixa de crepe;
Repouso da área atingida; e
Administração de analgésico.
Distorções ou Entorsas
Sintomas:
Dor intensa que aumenta com a manipulação ou palpação da região;
Impotência funcional por contratura muscular,
Equimose;
Edema.
Tratamento
Aplicação de frio intenso (gelo) no local, com a devida proteção da pele;
Imobilização com faixa de crepe, cornpressivo;
Repouso da articulação atingida;
Administração de analgésico.
Luxação
É uma lesão que, devido um movimento anormal, compromete peças ósseas que se articulam,
ocorrendo a perda da relação entre as mesmas (Fig. 1) A única luxação que os comissários
poderão tentar reduzir (botar no lugar) é a da mandíbula
Sintomas
Dor intensa, com sensação de estalo;
Impotência funcional devido a perda do contato articular e a contratura muscular
Equimose;
Edema;
Deformidade;
Diferença de comprimento do membro lesado.
Tratamento
Aplicação de frio intenso (gelo) no local atingido;
Imobilização da articulação luxada com talas rígidas, sem tentar melhorar a deformidade
existente;
Administração de analgésico.
Fraturas
Tipos de Fraturas:
Fechada ou Simples: Quando não há comunicação entre o foco de fratura e o meio
ambiente, permanecendo, portanto, a pele integra.
Completa: Quando os fragmentos ósseos se destacam nitidamente. , .
Incompleta: Quando apenas uma das corticais do osso é rompida. É também chamada de
subperiostal ou "em galho verde". São muito comuns nas crianças até os 10 anos de idade,
onde os ossos são flexíveis e elásticos como um galho verde.
Incompleta: quando apenas uma das corticais do osso é rompida. É também chamada de
subperiostal ou “em galho verde”. São muito comuns nas crianças até os 10 anos de idade,
onde os ossos são flexíveis e elásticos como um galho verde.
Cominutiva: Quando se formam mais de dois fragmentos ósseos.
Expostas: Quando há comunicação entre o foco de fratura e o meio externo, sendo a pele
lesada. É fundamental para essa classificação, que os ossos fraturados estejam expostos.
Sintomas
Dor intensa;
Edema;
Impotência funcional;
Diferença no comprimento do membro lesado;
Desalinhamento ósseo;
Movimento anormal.
Tratamento
Imobilização da fratura com talas rígidas, atingindo a articulação acima e abaixo da
fratura;
Evitar mover ou manipular o local afetado pois pode haver risco de lesão de um vaso
ou um nervo;
Nunca tentar fazer a redução da fratura.
7. FRATURA DO CRÂNIO
Uma vítima de fratura do crânio requer cuidadosa observação visto tratar-se, quase sempre, de
uma lesão grave que dependendo da intensidade do traumatismo, poderá apresentar:
Sintomas
Perda da consciência que poderá ser imediata ou tardia;
Cefalgia (dor de cabeça intensa);
Vômitos, com frequência em jato;
Confusão mental;
Hemorragia pelos ouvidos e boca.
Tratamento
Verificar estado geral, choque, respiração, hemorragias e extensão das lesões;
Escolha do decúbito; ou seja, que posição colocar o acidentado;
Curativo sobre os ferimentos (capacete com faixa de crepe se for o caso);
Não administrar liquidos ou medicamentos.
Várias são as causas que poderão provocar uma fratura da coluna vertebral. Entre elas
podemos citar as quedas de costas, de pé, movimentos bruscos com a cabeça, muito comum
em acidentes automobilísticos (lesão em chicote), bem como um movimento excessivo de
flexão ou extensão da coluna. Ao encontrarmos um PAX caído e deitado de costas, não
devemos levantá-lo, a menos que o mesmo consiga mover os membros, incluindo mãos e pés.
Se houver impossibilidade para realizar esses movimentos, a coluna vertebral poderá estar
fraturada, e muito provável com lesão neurológica.
Sintomas:
Dor na região cervical, dorsal ou lombar, com irradiação para os membros;
Sensação parestésica (formigamento) nos membros superiores ou inferiores;
Hipoestesia ou anestesia (diminuição ou ausência de dor) no tronco, a partir do
ponto onde ocorreu a fratura da vértebra;
Impossibilidade de fazer movimentos voluntários com os membros superiores e/ou
inferiores.
Tratamento
Transportar cuidadosamente o acidentado;
Colocá-lo sobre uma maca dura em decúbito dorsal;
• Não fletir a cabeça;
• Deslocá-lo somente após haver colocado
apoio (coxins) sob as curvaturas das
regiões cervical, lombar e sob os joelhos,
para evitar a retificação da coluna;
• Não administrar medicamentos ou
alimentos.
9. TRAUMATISMOS ABERTOS
Ferimento
Tipos de Ferimentos
De acordo com o trajeto percorrido pelo objeto traumático, os ferimentos podem ser:
Deve-se tomar muito cuidado para que não infeccionem. A limpeza é importante, pois além de
evitar as infecções, ajuda a cicatrização.
Conduta:
Lavagem das mãos com água e sabão (antes e depois do curativo). Limpar o ferimento
com água limpa e sabão comum. Aplicar um antisséptico.
Proteger o ferimento com gaze ou pano limpo, fixando-o. Observe se há sangramento.
Mude o curativo mantendo-o limpo. Certifique-se se a vitima é vacinada contra o Tétano.
Conduta:
• Hemostasia: Fazer cessar ou estancar o sangramento;
• Antissepsia: Limpeza cuidadosa da lesão com água e sabão comum, raspar os pelos da
região se necessário (tricotomia), e aplicar antisséptico;
• Curativo: Tentar aproximar as bordas do ferimento com pontos falsos, e cobri-lo com gaze
esterilizada;
• Imobilização: Usar faixa de crepe se necessário. Em caso de dor, administrar analgésico.
12. HEMORRAGIAS
Arterial: O sangue provém de uma artéria lesada, flui em jatos intemitentes, tem uma
coloração vermelho vivo (rutilante) e com aspecto espumoso.
Venosa: O sangue provém de uma veia lesada. Sai continuamente e apresenta coloração
vermelho escuro.
Capilar: Quando o sangue provém de vasos de pequeno calibre. Geralmente tendem a
coagulação espontânea.
Externas: São hemorragias facilmente identificadas, pois o sangue sai diretamente do
ferimento ou através das cavidades naturais do organismo para o meio externo.
Internas: São hemorragias que ocorrem no interior do organismo. O sangue não se
exterioriza, ficando coletado no abdome, tórax, caixa craniana, pelve, etc.
Medidas Gerais: Quando a hemorragia não para por si mesma, deve-se deitar o paciente e
elevar a parte ferida do membro lesado, se não houver fratura.
Medidas Expecíficas: Pode-se utilizar a compressão ou o garroteamento para fazer cessar
uma hemorragia. Na hemostasia por compressão, o socorrista comprime diretamente o
foco hemorrágico com uma gaze ou faz um curativo compressivo. Pode também comprimir
a principal artéria da região de encontro a um osso longe do local do ferimento. E a
compressão indireta ou à distância.
Garroteamento: Essa medida pode ser realizada por garrote ou torniquete. É empregada
em ferimentos graves dos membros quando todas as outras tentativas não surtiram o efeito
desejado e onde o risco de vida está presente. O garrote deve ser colocado sempre entre o
ferimento e o coração. Quando se utiliza o garrote com o auxílio de um pedaço de madeira
para apertar e afrouxá-lo, estamos fazendo um torniquete. Tanto um como o outro deve ser
mantido apertado durante 15 minutos e afrouxado por 30 segundos (marcar o horário do
torniquete). Nunca usar arame, cabo, barbante ou outro material muito fino para fazer
garrote ou torniquete. Nos casos de hemorragia interna, o PAX deve ser mantido em
repouso em decúbito dorsal e com a cabeça mais baixa que o resto do corpo, (exceto se
houver ferimentos na cabeça, suspeita de fratura do crânio ou derrame cerebral, ocasião
em que a cabeça deve ser mantida elevada). Não se deve dar bebidas alcoólicas em
nenhuma hipótese. Tampouco, dar líquidos à vitima inconsciente ou semiconsciente ou
quando houver suspeita de lesão do abdome.
Tipos da Lesões
Lesões Superficiais: São aquelas em que apenas o couro cabeludo é lesado. Apesar de
sangrar bastante, não traz maior complicação, visto que não existe lesão neurológica. O
acidentado mantém-se consciente, sem maiores sintomas.
Lesões Ósseas: São aquelas em que ocorre à altura do crânio conforme visto, podendo,
nesses casos, ocorrer a formação de hematomas intracranianos, extradural e subdural.
Lesões Encefálicas: Onde o sistema nervoso central (cérebro) é atingido, com graves
repercussões em todo o organismo. Na maioria das vezes, estas duas últimas lesões estão
associadas.
Tratamento:
A preocupação imediata é a manutenção das funções vitais; a respiração, o pulso e a pressão
artenal.
Lesões Superficíais: Fazer o tratamento das fendas, lembrando sempre que o couro
cabeludo sangra muito, podendo ser necessário aplicação de um capacete compressivo
com atadura de crepe.
Lesões Crânio-Encefálicas: Fazer o tratamento das feridas com extremo cuidado,
protegendo as lesões com gaze esterilizada, e se necessário, aplicar capacete com faixa
de crepe, sem compressão excessiva. Caso o paciente esteja consciente, mantê-lo
sentado ou semi-sentado. Se estiver inconsciente, o decúbito preferido é o ventral, com a
cabeça lateralizada. Não administrar medicamentos ou alimentos, umedecer a boca da
vitima com gaze embebida em água.
14. TRAUMATISMOS PARTICULARES DA FACE
A simples inspeção da face do acidentado pode nos mostrar a maioria das lesões aí
localizadas. Podemos visualizar a existência de hematomas, edemas, deslocamentos,
afundamentos ou saliências ósseas. Devemos palpar delicadamente as regiões suspeitas e
fazer cuidadosa limpeza da cavidade oral, evitando-se asfixia. Devemos ainda verificar:
Lesões Oculares
Tratamento:
Nunca utilizar os antissépticos convencionais no olho afetado (iodo, mertiolate e mercúrio
cromo);
Lavar abundantemente o olho com água limpa;
Nunca tentar remover corpos estranhos;
Não permitir que a vítima esfregue o olho afetado;
Fazer curativo oclusivo
Lesões Nasais
Nas lesões não sangrantes, pode-se aplicar gelo sobre o nariz para reduzir o edema e diminuir
a dor.
Nas lesões sangrantes, hiperextender a cabeça do acidentado e fazer compressão digital na
asa do nariz lesada contra o septo nasal por 2 a 3 minutos. Se essa manobra não surtir efeito,
fazer tamponamento com gaze embebida em água oxigenada.
Lesões Bucais
Deve-se, antes de tudo, proceder a limpeza da cavidade oral. Nas lesões de menor gravidade,
o sangamento tende a estancar espontaneamente. Não administrar alimentos.
Lesões Mandibularas
Fratura da Mandíbula: Deve ser feita a imobilização através de atadura de crepe, passando
sob a mandíbula e elevando-a contra o maxilar superior, mantendo os dentes cerrados.
Luxação da Articulação Têmporo-Mandibular (ATM): É a queda do queixo. É o único tipo
de Iuxação que o CMS poderá tentar reduzir (colocar no lugar) e o que deve ser feito
prontamente.
Técnica:
Colocar o PAX sentado, com a cabeça estendida;
Proteger os polegares com gase e colocá-los sobre os dentes molares inferiores;
Apoiar os outros dedos no ângulo da mandíbula,
Fazer pressão para baixo e para trás,
Repetir essa manobra três a quatro vezes até conseguir a redução;
Imobilizar a mandíbula contra o maxilar superior, como no caso anterior.
As causas mais frequentes de lesões nesta região são as quedas de cabeça para baixo,
acidentes automobilísticos, de motocicleta, etc , podendo ocorrer:
Percebe-se esta ocorrência pela formação de um volumoso hematoma na região e pelo estado
de choque que poderá se estabelecer precocemente. Pode ocorrer dificuldade respiratória por
compressão da traquéia. Para amenizar o quadro, fazer compressão digital sobre o vaso
lesado
Traumatismo Toráxicos
Conforme sabemos, o ar é inspirado para dentro dos pulmões graças à pressão negativa
criada pelo diafragma e pela caixa toráxica Se um ferimento coloca em comunicação
permanente a parte interna (cavidade pleural) com a parte externa (atmosfera), este
mecanismo de inspiração é seriamente comprometido, passando o ar também a penetrar pelo
orifício causado pelo ferimento, determinando o colabamento do pulmão do lado afetado.
Tipos de Lesões
Externas:
São ferimentos que atingem a pele e o tecido subcutâneo do tórax.
Nas lesões de costelas, o principal sintoma é a dor que piora com os movimentos respiratórios.
Algumas vezes, há formação de edema ou hematoma local. O tratamento consiste no
enfaixamento do tórax, visando diminuir a amplitude dos movimentos respiratórios. Administrar
analgésico.
Nas lesões pulmonares a dor também é um sintoma importante. Ela é intensa, em pontadas,
referindo o PAX ser semelhante a uma facada. Piora com os movimentos respiratórios e com a
tosse. Quando se palpa a região afetada há exacerbação da dor. Pode ocorrer as seguintes
complicações:
O abdome, sitio de várias lesões traumáticas em um acidente, não apresenta arcabouço ósseo,
o que o torna mais vulnerável a esses traumatismos. Os principais são:
Contusão Abdominal
Quando não ocorre solução de continuidade (ferimento) da parede abdominal. Geralmente são
produzidos por pancadas e em muitos casos, embora não haja aparentemente lesão externa
grave, poderá ocorrer lesões internas como a ruptura de uma víscera
Ferimentos Abdominais
Sinais e sintomas
Dor abdominal intensa, a princípio localizada, mas que precocemente se torna difusa.
Vômitos podem ser precoces ou tardias, de constituição alimentar, mucoso, biliar, fecalóide
ou mesmo fecal. Estes dois últimos indicam maior gravidade e duração do caso;
Distenção abdominal, acentuado aumento do volume do abdome, como ocorre nos casos
em que houve lesão de uma víscera ôca como o estômago ou intestinos;
Choque que pode se estabelecer por dois mecanismos: neurogênico e hemorrágico,
Víscera abdominal pode ocorrer a exposição de uma víscera abdominal através do
ferimento;
Febre para o que deve ser feito o controle da temperatura axilar ou retal.
Tratamento:
Nas lesões superficiais, tratar os ferimentos com os cuidados de uma boa assepsia;
Nas lesões profundas, manter o PAX em jejum (sem ingerir qualquer tipo de alimento ou
líquidos).
Se houver exteriorização de alguma víscera, não tente recolocá-la na cavidade abdominal.
Fazer cuidadosa limpeza local com soro fisiológico ou água limpa, evitando manipular as
vísceras. Recobrir a lesão com gaze esterilizada umedecida em soro fisiológico ou água limpa
e se possível, aquecida.
Não tentar retirar corpos estranhos encravados no abdome.
17. POLITRAUMATIZADO
É o indivíduo que sofreu várias lesões traumáticas em vários segmentos do corpo. São
quadros clínicos graves em que o risco de vida está sempre presente. Ante a um quadro dessa
natureza, um exame cuidadoso e orientado da vitima, nos dará importantes dados sobre o seu
estado, a saber:
Tratamento
Manter a permeabilidade das vias aéreas;
Promover o estancamento das hemorragias (hemostasia);
Imobilização provisória das fraturas;
Tratamento das feridas através de curativos;
Transporte do politraumatizado deve obedecer os seguintes critérios: nos casos de
traumatismo crânio-encefálico com o PAX consciente, deverá ser mantido em posição
sentado ou semi-sentado. Se estiver inconsciente, deverá ser mantido em decúbito ventral
com a cabeça lateralizada.
Nos casos de traumatismo toráxico com o paciente consciente, deverá ser mantido sentado
ou semi-sentado. Se estiver inconsciente, deverá ser mantido em decúbito dorsal com a
cabeça em hiperextensão e lateralizada.
Quando se tratar de traumatismo da coluna vertebral, o paciente deverá ser mantido
rigorosamente em decúbito dorsal e com apoio de todas as curvaturas naturais da coluna
com coxins e dois suportes laterais para a cabeça.
18. CHOQUE
Tratamento
Hemostasia, anti-sepsia, bandagem (curativo)
Administração de analgésico para combater a dor, que, por si só, pode causar o choque
Correção das deficiências orgânicas do acidentado, como combater a desidratação.
Queimaduras
São lesões tissulares (teciduais) ocasionadas quase sempre por um agente térmico; o calor,
água e outros líquidos em alta temperatura e o vapor. Existem também queimaduras
provocadas por substâncias químicas, por radiações solares ou por diversas substâncias
radioativas; pela eletricidade, e por seres vivos de origem vegetal ou animal (água viva).
Classificação:
As queimaduras são classificadas de acordo com sua profundidade nos tecidos lesados, como
segue:
É importante frisar que a gravidade de uma queimadura, não é determinada pela sua
profundidade nos tecidos orgânicos, mas sim, pela extensão da área corporal atingida. Para se
avaliar a extensão de pele comprometida, utiliza-se a " Regra dos Nove".
Os indivíduos com mais de 15% de área corporal queimada, são considerados grandes
queimados, correndo, portanto, sério risco de vida.
Cabeça 09%
Membro Superior D 09%
Membro Superior E 09%
Tronco-frente 18%
Tronco-trás 18%
Coxa D 09%
Coxa E 09%
Perna D 09%
Perna E 09%
Pescoço 01%
Períneo 01%
Sinais e sintomas
Queimaduras de 1° grau: Caracteriza-se pela surgimento do eritema (vermelhidão) e calor
no local afetado
Queimaduras de 2° grau: Caracteriza-se pela presença de vermelhidão e de bolhas d'água
(flictemas), geradas pela saída de plasma sangüíneo, provocado pelo calor;
Queimaduras de 3° grau: Caracteriza-se pela destruição dos tecidos, com a formação de
escaras amareladas ou enegrecidas, ou mesmo fendas.
Insolação
Profilaxia:
Evitar a exposição prolongada ao sol principalmente depois das 10:00 horas;
Iniciar a temporada de verão com curtas exposições ao sol aumentando progressivamente;
Ingerir bastante líquidos.
Intermação
Em nosso meio ocorre principalmente entre os lactentes (crianças abaixo de 1 ano de idade),
mantidos em quartos mal ventilados e superaquecidos pelo sol. Nessas condições, o
organismo não consegue perder calor para o meio ambiente, causando as manifestações da
intermação.
Quadro Clínico
Casos benignos:
Cefaléia (dor de cabeça);
Vertigens;
Fadiga;
Anorexia (perda do apetite);
Insônia;
Estado sub-febril.
Casos graves:
Desidratação
Cefaléia violenta
Vertigens
Rigidez da nuca;
Febre elevadíssima;
Vômitos;
Delírios;
Convulsão;
Morte.
Tratamento
Combate à Hipertermia
Remover a vítima para um local fresco e arejado;
Valer-se de meios físicos (gelo sobre a cabeça, envoltórios úmidos em todo o corpo), e
meios químicos (antitérmicos).
Hidratação
Oferecer bastante líquido á vitima;
Em casos graves, hidratação endovenosa (EV).
21. ENVENENAMENTO
Veneno é qualquer substância que, quando ingerida, inalada, absorvida, aplicada à pele ou
desenvolvida no próprio organismo, produz lesão.
Objetivo do Tratamento
Venenos Ingeridos
Venenos Corrosivos
Para os ácidos
Dar leite ou leite de magnésia; clara de ovos batidas (quatro claras para 1 litro d'água),
suspensão de farinha de trigo ou maizena (4 colheres de sopa para 1 litro d'água), Não
faça lavagem gástrica;
Não provoque vômitos;
Encaminhar para um socorro hospitalar.
Para as bases
Dar leite, suco de frutas ou vinagre diluído em água;
Não faça lavagem gástrica;
Não provoque vômitos;
Encaminhar para um socorro hospitalar.
Venenos inalados
Nos olhos
Manifestações
Lacrimejamento;
Ardência;
Dor local;
Irritação ocular (vermelhidão);
Inflamação.
Conduta
Lave imediatamente o olho afetado com bastante água fria de modo contínuo e lento por 2
a 3 minutos;
Solicite à vitima para pestanejar ou manter o olho fechado para que a própria lágrima
locomova o corpo estranho para o canto do olho e tente retirá-lo com um cotonete ou gaze;
No caso de corpo perfurante ou encravado no globo ocular, pedir à vitima para não
esfregar o olho. Não tente retirá-lo. Faça um curativo oclusivo e encaminhe ao médico.
No nariz
Nos ouvidos
Na garganta
Acalmar a vítima;
Solicite à vítima para tossir;
Tente remover o corpo estranho introduzindo o indicador junto às paredes da boca para
conseguir abordar o objeto por trás e assim trazê-lo para fora;
Quando se tratar de criança, coloque-a de cabeça para baixo e bata nas costas entre as
omoplatas;
Tente a manobra de Heimlich, posicionando-se por trás da vítima, contornando sua cintura
com os braços. Fechar uma das mãos superpondo-a à outra no punho na altura do
epigástrio da vítima e aplicar forte e rápida compressão. Repetir várias vezes se
necessário.
Caso não seja possível removê-lo, faça uma traqueostomia. Melhor seria dizer-se
laringostomia.
23. INFARTO
É a necrose (morte) do músculo cardíaco (miocárdio), que ocorre como complicação de uma
deficiência ou ausência da circulação sanguínea no mesmo. Resulta, portanto, de uma
obstrução de algum ramo das artérias coronárias que levam o sangue ao próprio coração.
Sinais e sintomas
Dor forte, constritiva, intensa e duradoura localizada na região anterior do tórax, que pode
irradiar-se para os membros superiores, principalmente para o esquerdo, base do pescoço
e epigástrio. É uma dor constante que não se modifica com a respiração ou posição,
tampouco com o emprego de vaso dilatador coronariano. Sua duração vai de 30 minutos a
várias horas;
Midríase;
Sudorese intensa;
Dispnéia;
Agitação;
Aparência de sofrimento;
Pulso fino e acelerado;
Pode ocorrer confusão mental, desmaio, fraqueza e febre.
Tratamento
Afrouxar as vestes e manter o paciente em posição confortável e em repouso absoluto;
Administrar analgésico;
Administrar tranquilizante
Administrar vaso dilatador coronariano;
Administrar oxigênio se houver dispnéia, cianose, tosse ou sibilos; e
Encaminhar urgentemente ao hospital
Angina do peito
A Angina do Peito é um problema cardíaco caracterizado pelo aparecimento brusco de uma dor
toráxica produzida por irrigação sanguínea insuficiente e momentânea do miocárdio.
Diferentemente do infarto, na angina do peito não há lesão do músculo cardíaco; e tem como
fatores desencadeantes: refeições pesadas, esforço físico, o fumo, o frio intenso, ansiedade e
etc.
Sinais e sintomas
São semelhantes aos do infarto do miocárdio, dele diferindo pelo tempo e duração da dor,
em geral, de 3 a 10 minutos. Isto é muito importante, porque se durar menos de 1 minuto,
pode-se descartar a hipótese de angina do peito. Porém, se durar mais de 10 minutos,
deve-se interpretar como manifestação de infarto.
Tratamento
É o mesmo para o infarto agudo do miocárdio, sem administração de tranqüilizante.
24. URGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
Hipóxias
Hipóxia Hipóxica
Tratamento
Manter o PAX sentado ou semi-sentado;
Afrouxar as vestes, arejando-o;
Desobstruir as vias aéreas;
Administrar oxigênio.
Tratamento
Administração de oxigênio por máscara sob pressão;
Transfusão de sangue (em hospitais);
Combater a carência protéica (tratamento médico).
Tratamento
Combater a causa do distúrbio circulatório (tratamento médico).
Hipóxia Histotóxica
E devida à inabilidade das células teciduais para utilizar o oxigênio transportado pelas
hemácias em virtude da presença de tóxicos nas células. Ocorre nos envenenamentos por
cianetos, no alcoolismo agudo, intoxicação pela nicotina e cocaína.
Tratamento
Administrar antídoto específico para cianetos;
Combater o alcoolismo;
Remoção urgente para o hospital.
Asma Brônquica
A Asma Brônquica é uma doença caracterizada por recorrentes episódios de obstrução das
vias aéreas que pelo menos, nos estágios iniciais, são reversíveis. Resulta de obstrução
bronquiobronquiolar difusa e reversível, decorrente de constrição dos músculos lisos
brônquicos, edema e inflamação da mucosa brônquica e o acumulo de secreções dentro da luz
dos brônquios, dificultando a passagem do ar.
O ataque asmático, geralmente se inicia de modo súbito, com chiados, tosse, expectoração de
muco transparente e viscoso e dispnéia, sobretudo expiratória.
Tratamento
Manter o PAX sentado ou semi-sentado;
Administração abundante de líquidos
Administração de oxigênio;
Admimstração de broncodilatadores
Afogamento
O afogamento deve-se a uma série de fenômenos que tem lugar no organismo devido a sua
total imersão na água durante um tempo mais ou menos prolongado. A morte pode sobrevir por
asfixia ou como consequência dos problemas gerados pela água no organismo.
A asfixia, portanto, só é responsável pela morte em 10% dos casos de pessoas afogadas, nas
quais ocorre, enquanto estão submersas, um laringoespasmo reflexo. Nos outros casos, a
morte deve-se à entrada maciça de água nos pulmões. Existem dois tipos de afogados, a
saber:
Afogado Cianótico: É o indivíduo que apresenta uma forma de asfixia pela entrada maciça
de água nos pulmões. Quando retirado da água, apresenta-se com o pulso fino, respiração
superficial e irregular, jugulares túrgidas, e cianótico (arroxeado). Há necessidade de se
remover a água.
Afogado Pálido: Ocorre quando não há asfixia pela água, mas sim devido a um
laringoespasmo reflexo, ou uma parada respiratória.
Tratamento do quase-afogamento
Em ambos os casos:
Rápida remoção da vítima da água;
Desobstruir as vias aéreas, retirando corpos estranhos e limpando as secreções;
Aplicar a respiração boca a boca ou através de aparelho;
Aplicar massagem cardíaca externa, se necessário,
Tão logo quanto possível, administração suplementar de oxigênio,
Transportar a vítima para um hospital.
Não devemos retardar a ventilação por tentativas de remover líquidos dos pulmões. Um bom
nadador pode iniciar a respiração boca a boca ou boca-nariz ao mesmo tempo em que domina
a água ou mesmo quando posto de pé, em água rasa. Para a remoção da água das vias
aéreas usa-se a seguinte técnica
Pode ocorrer devido a uma parada cardíaca, com posterior parada respiratória ou vice-versa.
Porém, freqüentemente, a ocorrência é simultânea e a falência cardíaca leva a uma falência
pulmonar ou vice-versa. Tem como causas:
Sinais e sintomas
Correspondem aos sinais de alterações cardíacas ou respiratórias, predominando aqueles
da patologia causadora da parada cárdio-respiratória.
Tratamento
Deve-se proceder imediatamente a reanimação da vitima, conforme mostra a figura a
seguir.
Técnica da Respiração Artificial
Aplicadas simultaneamente
Se forem feitas por dois Socorristas, devem seguir o ritmo de 5 massagens cardíacas externas
(MCE) para cada 1 respiração artificial (RA);
Se forem feitas por um único Socorrista, deve seguir o rítmo de 15 massagens cardíacas
externas (MCE) para cada 2 respirações artificiais (RA).
26. ALCOOLISMO
É o beber excessivo que afeta adversamente a saúde do indivíduo, prejudicando sua função
social ou ambos.
A dependência do álcool caracteriza-se pela tolerância e pela dependência física.
A tolerância ocorre quando o indivíduo consome quantidades progressivamente maiores de
álcool, a fim de induzir alterações nos estados afetivos ou no seu comportamento, obtido
anteriormente com doses menores.
Já a dependência física do álcool é observada pelo aparecimento dos sintomas e sinais de
abstinência após a interrupção da bebida, tais como: tremores das extremidades, delírios,
alucinações, distúrbios convulsivos etc.
Tratamento
Suspensão imediata do consumo de bebida alcoólica;
Manter o PAX sentado com a poltrona reclinada;
Oferecer café forte e doce;
Se o PAX dormir, manter a cabeça lateralizada;
Aplicação de glicose EV (somente médico);
A melhor conduta seria a prevenção, através da redução ou mesmo abolição do consumo
de bebidas alcoólicas a bordo.
27. ATAQUES
Três são os tipos de ataques mais comuns, que poderão surpreender um CMS durante um
vôo. Estes são:
Vertigem
É uma sensação em que a vítima parece girar em torno dos objetos que a rodeiam ou os
objetos que a cercam é que parecem girar em torno dela (sempre no plano horizontal). Pode-se
também sentir, em vez da sensação giratória, um deslocamento lateral, como se estivesse
caindo para um dos lados. Esses sintomas podem ainda ser acompanhados de náuseas e
vômitos. A vítima, porém, jamais perde a consciência.
Os enjôos de viagem (cinetoses) são catalogados como estados vertiginosos e caracterizam-se
por sempre virem acompanhados de palidez da pele, discreta sudorese, náuseas e vômitos.
Durante a crise, nada deverá ser ministrado por via oral, pois a vítima vomitará o ingerido.
Tratamento
Colocar a vitima deitada, em decúbito dorsal;
Passar uma venda sobre os olhos e manter a cabeça sem travesseiro;
Não fazer movimentos bruscos, principalmente com a cabeça;
Manter a vítima arejada, com as vestes frouxas.
Desmaios ou Lipotimia
A vitima acometida de desmaio tem a impressão que vai perder o contato com o ambiente que
a cerca. A visão escurece, a pele toma-se pálida e com sudorese. Há sensação de mal-estar
geral, acompanhado ou não de sensação de náuseas e vômitos. A mente fica embotada,
dificultando o diálago com quem o socorre. Não sendo prontamente atendido, pode
subitamente perder a consciência. No entanto, essa perda da consciência é momentânea.
Tratamento
Estando o quase-desmaiado sentado, abaixar sua cabeça e pedir para fazer esforço para
erguê-la (ocasião em que o socorrista impede que isso aconteça fazendo pressão com sua
mão sobre o occipital da vítima).
Obtém-se o mesmo efeito fazendo com que a vitima fique sentada e abaixe a cabeça o
mais que puder colocando-a entre os joelhos,
A cabeça abaixada faz com que haja maior irrigação cerebral às custas da gravidade.
Convulsões
A convulsão, palavra originária do latim e quer dizer "sacudir", "agitar", caracteriza-se por
entrarem os músculos em contrações. Os músculos contraem-se, erijecem, mas logo em
seguida relaxam-se. Como isso acontece em pequenos espaços de tempo, os músculos
parecem tremer.
A Epilepsia é uma doença caracterizada, em sua forma típica, por ataques convulsivos com
perda temporária da consciência e/ou da memória. A convulsão se instala, na maioria das
vezes, subitamente. Em certas ocasiões, a vitima percebe alguns sinais (auras) antes de se
instalar a crise, como dor de cabeça, tonteiras, náuseas ou odores estranhos. O ataque dura
alguns minutos, podendo haver a eliminação involuntária de urina e fezes. Há também
eliminação de muco (baba) espesso, pela boca, devido ao excesso de salivação. Não há risco
de contágio visto que, a Epilepsia, não é doença infecto-contagiosa. Terminada a crise a vtima
pode entrar em sono e ao acordar, nada saber sobre o acontecido.
Tratamento
Afrouxar as vestes do PAX
Proteger a vítima contra objetos traumatizantes (pontas de móveis, quina de paredes), que
possam vir a causar lesões, deixando a crise exaurir-se, cessar;
Colocar entre os dentes um pano macio, para evitar que as arcadas dentárias se choquem
violentamente, provocando a quebra de dentes ou ferimentos na língua.
28. DESIDRATAÇÃO
Diz-se da perda de água do organismo, motivada por variadas causas, tais como: vômitos
repetidos, diarréia abundante, sudorese intensa, hemorragias graves, queimaduras, etc.
O primeiro socorro consiste em suspender imediatamente a alimentação e administrar água ou
soro caseiro em colheradas, repetidamente. A fórmula do soro caseiro é: 1 litro de água filtrada
+ 2 colheres de sopa de açúcar + 1 colher de chá de sal.
29. DIARRÉIA
Tratamento
Hidratação por via oral;
Dieta sem gorduras, com pouco condimento (tempero), assim como, evitar alimentos como
laranja, mamão, ameixas etc.
Administrar antidiarréico.
Eliminação da Placenta.
Na maioria das vezes ocorre cerca de dez a vinte minutos após a expulsão do feto. Este
fenômeno verifica-se espontâneamente. A placenta não deve ser puxada para fora.
Atendimento ao Parto
Sendo inevitável o parto, o socorrista deve rapidamente orientar-se quanto à idade da
gestação, à muItiparidade ou não e a duração do trabalho de parto da gestante. Em seguida:
COMPLEMENTO
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
CLASSIFICAÇÃO:
Doenças epidêmicas:
AIDS
DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis)
GRIPE
DIFTERIA
TÉTANO
COQUELUCHE
POLIOMIELITE
VARÍOLA
SARAMPO
FEBRE TIFÓIDE
HANSENIASE
TUBERCULOSE
HEPATITE A, B, C, D, E
MENINGITE MENINGOCÓCICA
Doenças endêmicas:
MALÁRIA
DOENÇA DE CHAGAS
FEBRE AMARELA
ESQUITOSSOMOSE
DENGUE
DOENÇAS DE CHAGAS: encontrado em todo o território Americano desde o Sul dos EUA até
sul da Argentina e Chile.
BRASIL: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, encontrado em zonas rurais, em
casas de pau-a-pique e não rebocadas e cobertas de Sapé.
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
CÓLERA
Infecção intestinal grave, caracterizada por diarréia insidiosa, aquosa, profusa e incoercível,
vômitos, desidratação súbita e choque hipovolêmico. A morte pode vir em horas, após o início
da doença.
Período de incubação: é curta em média três dias. Podendo variar de um a cinco dias.
Quadro clínico: o vibrião tem ação tóxica, provoca no organismo, náuseas, vômito, cólica
abdominal com diarréia profunda, cerca de 150 evacuações por dia.
TRATAMENTO:
Soroterapia para hidratação;
Uso de antibioticoterapia (tetraciclina);
Profilaxia: cloração das águas e/ou fervura das águas, proteger os doentes do contato das
moscas, proteger os alimentos contra as moscas, evitar alimentos crus, investigar os casos
de aparição no grupo.
DOENÇAS DE CHAGAS
Infecção parasitária causada pelo protozoário Trypanossoma cruzi, transmitida pelo homem e
outros animais por insetos hematófagos da família Triatominae. No Brasil os insetos recebem o
nome de chupão, bicudo barbeiro e outros.
A infecção ocorre geralmente à NOITE, com a saída do inseto para se alimentar.
Fonte de infecção: o homem doente ou ainda animais domésticos (como cão e gato) ou
silvetres (como tatu e gambá).
Modo de transmissão: ao picar, o inseto contamina o local da picada pelas fezes, e quando o
indivíduo coça o local, ocorre a infecção.
Quadro clínico:
Aguda–febre, anorexia e mal-estar que podem desaparecer em algumas semanas.
Crônica–o indivíduo apresenta alterações viscerais (cardíacas ou digestivas)
Digestiva: o indivíduo pode apresentar dor epigástrica, dificuldade de engolir, soluços, tosse e
sufocação noturna devido à regurgitação.
TRATAMENTO:
Tratamento é feito a base de Benzonidazol (1 comp. 100 mg) via oral durante 15 dias
(após, 5 mg por 45 dias)
Profilaxia: isolamento desnecessário
Substituir casa de barro e pau-a-pique por casa de tijolos, rebocadas, uso de telas e
mosquiteiros.
Educação sanitária.
ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA
Esquisotossomose mansônica é uma parasitose sistêmica causada pelo Schistossoma
mansoni, endêmica no Brasil e predominantemente no Nordeste.
Quadro clínico:
Prurido e erupções cultâneas pápulo-eritematosa;
Cefaléia, anorexia, mal-estar, astenia, tosse e diarréia;
Febre e calafrios, sudorese e diarréia;
Na fase crônica: apresenta filamentos sangüíneos nas fezes e diarréia com dores
abdominais.
TRATAMENTO:
MALÁRIA
Malária é uma doença parasitária aguda, também conhecida como impaludismo, maleita, febre
dos pântanos, febre das selvas, terçã benigna, terçã maligna;
Caracterizada por acessos febris intermitentes com intervalos de 24 a 72h, acompanhada de
anemia, esplenomegalia e hepatomegalia.
TRATAMENTO
Vacina preventiva
Medicamentos: Cloroquina, quinina, amodiaquina e outros.
Combater o transmissor;
Uso de mosquiteiros nas camas;
Isolamento: precauções com líquidos corpóreos;
Repouso da vítima;
Controle dos sinais vitais (em estados febris).
TUBERCULOSE
Doença infecciosa crônica que constitui um sério problema de saúde pública no mundo. A
distribuição é universal.
O bacilo da Tuberculose instala-se nos pulmões, mas pode localizar-se em locais como ossos,
área genital, rins, intestinos e outros.
Quadro clínico: após a instalação da doença (bacilo de Koch nos pulmões) instala-se a
relação bacilo-hospedeiro e a partir daí a Tuberculose infecção e a Tuberculose doença.
Tuberculose infecção: ocorre quando o indivíduo foi contaminado, mas não desenvolve a
doença devido a sua imunidade ser maior, sendo que o organismo é capaz de se defender.
TRATAMENTO:
O tratamento é peça chave no controle da tuberculose, garantindo quebra do elo de
transmissão. O atual tratamento baseia-se na antibióticoterapia de curta duração (seis meses a
dois anos)
Profilaxia: vacina preventiva pelo BCG;
Isolamento respiratório;
Uso de máscara no tratamento;
Lavar as mãos sempre que tocar na vítima.
DOENÇAS EPIDÊMICAS: FONTE
AIDS – fontes: saliva(não é comprovado), sangue, secreção vaginal e esperma
DST – doença sexualmente transmissíveis: todos os fluídos corpóreos
Gripe – saliva
Difteria –
Tétano – bactérias (terra, ferroso), bacilo anaeróbico
Febre tifóide – água, alimentos, marisco contaminados com salmonela
Tuberculose – espirro ou tosse, saliva
Lepra ou hanseniáse – bacilo micobactéria da lepra
Hepatite A – água e alimentos contaminados
Hepatites B, C, D, E,F e G (todos os fluidos corpóreos e utensílios de contato)
Meningite Meningocócica – doença bacteriana (Cepas tipo A, B, C) Gonococo que se
estabelece na faringe e fossas nasais (cefaléia, rigidez na nuca e vômitos).
Raiva – cães, morcegos, raposas. Ataca o sistema nevoso (morte por descompensação
cardíaca e respiratória)
Tifo – carrapatos, conseqüência, febre e calafrios
ANIMAIS PEÇONHENTOS
TIPOS:
1° - AGLIFODONTES
2° - OPSTOGLIFODONTES
3° - PROTEROGLIFODONTE
4° - SOLENOTODONTES
SIGNIFICADO:
A = Ausêcia, falta
GLIFO = sulco, canaleta
DONTE = dente
OPSTO = posterior, atrás
PROTERO = ANTERIOR, na frente
SOLENO = canal no sentido tubular
ANATOFÍDIOS
1° AGLIFODONTES-AGLYPHA: Grupo de ofídios, caracterizados pela falta de dentes
acanalados ou tubulados, ausência de secreção venenosa.
2°OPSTOGLIFODONTES-OPSTOGLYPHA: Ofídios providos de um ou mais pares de presas
ou dentes sulcados, inoculadores de peçonha, situados na parte posterior do maxilar superior.
TANATOFÍDIOS
3°PROTEROGLIFODONTE-PROTEROGLYPHA: Ofídios com um ou mais pares de presas ou
dentes inoculadores de peçonha, curtos, eretos, sulcados ou caniculados, situados na porção
anterior dos maxilares superiores.
4°SOLENODONTES-SOLENOGLYPHA: ofídios cujos dentes apresentam um canal interno e a
glândula de peçonha ligada ao canal dentário, presas articuláveis.
CROTALÍNEAS
Bothrops: 32 variedades, responsáveis por 90% dos acidente, distribuídas por todo
território nacional.
Crotalus: 6 variedades, distribuídas entre as regiões secas e campos abertos.
Lachesis: 2 variedades, distribuídas nas florestas tropicais da Amazônia e Mata Atlântica.
Micrurus: 31 variedades, distribuídas por todo o Brasil, são causas dos mais graves
acidentes.
JARARACA (Bothrops) - Possui foceta loreal ou lacrimal, tendo a extremidade da cauda com
escamas normais e cor geralmente parda. Nomes populares: Caiçara, Jararacuçu, Urutu,
Jararaca de rabo branco, Cotiara, Cruzeira, etc... É responsável por 90% dos acidentes,
algumas espécies são mais agressivas, encontram-se geralmente em locais úmidos.
CORAL VERDADEIRA (Micrurus) - Não possui foceta loreal. Atenção: Ausência de foceta
loreal é característica de não venenosa. As corais são exceção. Coloração em anéis
vermelhos, pretos, brancos e amarelos. Nomes populares: Coral, Coral verdadeira, Ibiboboca,
etc. É responsável por 1% dos acidentes, principalmente devido as pequenas dimensões de
boca, e por ser encontrada em tocas - hábitos subterrâneos. Essas serpentes não são
agressivas.
CASCAVEL - Crotalus: Quase não se vê o sinal da picada. Algumas horas após o acidente,
observa-se a dificuldade que a vítima apresenta para abrir os olhos, acompanhados de queixa
de visão dupla, ver os objetos duplicados, a vítima fica com cara de bêbada. Outro sinal de
envenenamento por Cascavel é o escurecimento da urina após 6 à 12 horas da picada,
caracterizada pela urina cor de coca-cola.
Não fazer torniquete.
CORAL VERDADEIRA - Micrurus: Pequena reação no local da picada poucas horas após o
acidente aparece visão dupla, associada a queda das pálpebras, outro sinal do
envenenamento é a falta de ar, em poucas horas causa morte da vítima.
PRIMEIROS SOCORROS
TRATAMENTO
Soroterapia
Bothrops - Soro antibotropico
Lachesis - Soro antilaquético
Crotalus - Soro anticrotálico
Micrurus - Soro antielapídico
O Tityus serralatus (amarelo) é menos freqüente encontrado em nossa região e seu veneno é
mais potente que o marrom escuro.
Sintomatologia: Dor local imediata, muito intensa e irradiada.
Evidencia-se o ponto único da picada ou não, podendo picar mais de uma vez.
PRIMEIROS SOCORROS
TRATAMENTO
ALTERAÇÃO DE CONDUTA
Este é um tema bem atual, ocupando os meios de comunicação diariamente, no momento em,
que este manual está sendo escrito, a cocaína e seus derivados ("CRACK") dominam o cenário
internacional. Mas existem muitas outras drogas consumidas em todo mundo como a
maconha, o haxixe, o LSD, o ópio, etc. Tem havido uma mudança no perfil de viciados que
antes pertencia a grupos sociais e etários bem definidos e agora tende a uma universalização.
Artigos recentes em revistas renomadas denunciam o consumo de cocaína por executivos de
alto padrão, até mesmo durante a atividade profissional.
O estudo das drogas e respectivas alterações é muito complexo e de utilidade discutível para
um manual de primeiros socorros.
as drogas determinam uma variedade enorme de alterações de comportamente, desde um
simples ESTADO de sedação até manifestações de extrema agitação como delírio,
alucinação, atitudes anti-sociais, comportamento auto-destrutivo e violento.
a interação de álcool e droga potencializam os distúrbios de comportamento e podem levar
a vítima ao óbito, geralmente por parada respiratória.
Dependendo da legislação de cada país, o consumo de drogas é considerado ato
criminoso e que deve determinar o pouso da aeronave com acionamento da autoridade
policial.
De forma geral, a TRIPULAÇÃO deve ter em mente que a presença de um indivíduo
drogado a bordo compromete potencialmente a segurança do vôo, devendo ser tomadas
as medidas cabíveis de acordo com o manual de procedimentos.
INTRODUÇÃO
O alcoolismo é uma das principais toxicomanias que acometem a sociedade há vários séculos.
Pode ser agudo ou crônico, sendo que o primeiro mais interessa ao socorrista.
O CMRO deve conhecer bem os sinais de alcoolismo agudo devido a alta freqüência com que
ocorre nas viagens aéreas, cada vez mais longas e com um número cada vez maior da
passageiros. Várias razões levam o passageiro a ingerir quantidades grandes de álcool em
uma viagem aérea medo, ansiedade, monotonia, desejo de consumir algo que é devido pelo
pagamento da tarifa e o próprio alcoolismo crônico. De uma maneira o "display" do serviço de
bordo estimula o consumo, tema este que talvez merecesse maior estudo pelas autoridades
competentes.
O tempo de aparecimento dos sintomas varia com o tipo de bebida, dose, predisposição
individual, velocidade de ingestão e presença de alcoolismo crônico. Este último tende a ser
mais resistente.
Existe indivíduos portadores de determinadas doenças (uma delas é próprio alcoolismo
crônico) que se embriagam na primeira dose.
incoordenação muscular
náuseas e vômitos
taquisfigmia
dilatação da púpila
distúrbios de comportamento (euforia, depressão, atitudes antisociais, comportamento
"pegajoso" e etc.)
distúrbios da consciência (sonolência até o coma)
hipotermia com ou sem sudorese
convulsão
retenção ou incontinência de fezes ou urina
PROCEDIMENTOS
HIGIÊNE E SAÚDE
PRINCÍPIOS DE SAÚDE
HIGIENE PESSOAL: Um dos fatores importantes para a higiene pessoal está no banho diário,
asseio corporal, banheira ou ducha.
APARÊNCIA: A ética profissional é fator único. Manter uma boa performace de conduta e
integridade pessoal, propiciam uma posição satisfatória dentro do setor de trabalho, juntamente
com a higiene pessoal.
HIGIENE BUCAL: O uso do fumo e álcool recebe atenção especial no que diz respeito a
higiene bucal, com o uso de escovação diária e de produtos de higiene.
O hálito agradável torna o trato pessoal satisfatório, enquanto que o mau hálito é lamentável.
DESCANSO: Esta oportunidade deve ser bem aproveitada. Minutos de um cochilo, em local
apropriado, recupera o bem-estar e o sono perdido de uma noite perturbada, fator relevante
para enfrentar o restante do turno de trabalho.
SONO: O sono tranqüilo passa por três estágios: Sono Leve, Intermediário e Sono Profundo.
Horas: 4, 6, 8 e 12 horas.
A insônia causa irritabilidade, esquecimento, tensão e mau desempenho das funções de
trabalho. Causas: Depressão e Ansiedade.
ALIMENTAÇÃO: uma boa alimentação não está na quantidade e sim na qualidade dos
alimentos, volume consumido e cuidados que vão desde condicionamento até a lavagem
correta dos alimentos.
Álcool, fumo e tóxicos: Realizar comentários.(em grupo)
REVISÕES
1 - INTRODUÇÃO:
2 - HISTÓRICO
A necessidade de se equacionar essas dificuldades fez com que vários países começassem
a se reunir, após o fim da Primeira Guerra, quando aumentou o interesse pelo avião.
No período 1914 - 1918 o desenvolvimento da aviação sofreu uma intensificação o que foi
acelerado durante e após a Segunda Grande Guerra. Já se vislumbrava, então, o uso
internacional do avião como meio de relacionamento em tempo de paz. O pensamento da
nações voltou-se para a regulamentação do seu emprego nesse campo.
Iniciava-se, portanto, em 1919 o processo de internacionalização, cujo primeiro objetivo era
alcançar uma solução para o problema de caracterização da natureza jurídica do espaço
aéreo.
Com relação a essa natureza jurídica do espaço aéreo duas principais correntes se
destacavam:
2.1 - Inspiração Inglesa : Defendia o princípio da soberania do Estado com relação ao espaço
aéreo sobrejacente a seu território.
c) - Teoria das Zonas de Ar Territorial : Previa a divisão do espaço em zonas. Numa primeira
faixa definida de ar territorial o Estado exerceria total soberania, enquanto que nas faixas de
ar superiores de circulação seria totalmente livre.
3 - CONFERÊNCIAS E CONVENÇÕES
Com o objetivo de, estudar os problemas técnicos, políticos, e econômicos relacionados com
o Transporte Aéreo Internacional, e de se estabelecer normas que os regulassem criaram-se
organismos internacionais e realizaram-se conferências e convenções das quais as mais
importantes são:
Objetivos:
Aspecto Técnico: Teve como objetivo assegurar um transporte ordenado, eficiente e seguro;
tal objetivo foi plenamente alcançado.
f) Assegurar que os direitos dos Estados Contratantes sejam plenamente respeitados, e que
todo Estado Contratante tenha uma oportunidade e eqüitativa de operar Empresas Aéreas
Intemacionais;
A diferença fundamental entre a OACI e as instituições que a precederam, é que ela foi
criada para funcionar permanentemente mantendo uma vigília diária sobre os problemas
relacionados ao Transporte Aéreo Internacional.
3.5.2 -ANEXOS
Outro apêndice relevante é o que trata dos projetos dos Anexos Técnicos onde ficam
definidas as Normas Técnicas em geral que foram padronizadas para disciplinar o exercício
do transporte aéreo;
Com o estudo permanente dos problemas de aviação civil na OACI, outros anexos foram
sendo criados permitindo uma atualização e padronização constante das matérias.
Atualmente existem dezoito Anexos Técnicos à Convenção que são os seguintes:
Anexo 02 – Regras do Ar
Anexo 08 – Aeronavegabilidade
Anexo 09 – Facilitação
Anexo 14 – Aeroportos
Toda matéria recomendada pela Convenção de Aviação Civil Internacional deve ser
cumprida pelos Estados signatários.
a) Conselho:
É um dos órgãos permanentes, composto de 33 membros ou Estados, representados por
seus delegados, que dirigem a Organização à nível político. São eleitos a cada três anos
obedecendo a critérios como o de importância na aviação civil mundial e representatividade
regional.
b) Assembléia:
É constituída por todos os Estados Contratantes que se reúnem a cada três anos e,
extraordinariamente em qualquer época, por convocação do conselho. É o poder máximo da
organização, analisar o trabalho realizado no período anterior e planejar as atividades para o
triénio seguinte.
c) Órgãos Técnicos:
Comissão de Navegação Aérea - trata de questões técnicas do interesse da Aviação Civil;
Comitê de Transporte Aéreo - trata de questões que têm reflexos nos interesses comerciais
das empresas aéreas;
Comitê de Ajuda Coletiva para os Serviços de Navegação Aérea - visa apoiar os Estados
mais carentes na melhoria de seus serviços de apoio à aviação civil;
Comitê de Finanças - planeja e controla os gastos da Organização que depende da
contribuição dos Estados;
Comitê sobre Interferência Ilícita na Aviação Civil Internacional e suas Instalações e Serviços
- desenvolve métodos para melhorar a segurança contra atos que ponham em risco a
aviação civil;
Comitê Jurídico - Estuda e Desenvolve novos instrumentos jurídicos do interesse dos
Estados contratantes, bem como do aperfeiçoamento dos instrumentos já existentes.
Esses órgãos técnicos trabalham de modo intermitente e são compostos com representantes
dos Estados que se mantêm em ligação com seus correspondentes que operam na estrutura
do Secretariado.
e) Escritórios Regionais - Fora da sede, a OACI dispõe de sete escritórios regionais junto as
seguintes regiões; África Central/Ocidental (em Dakar); África Oriental/Região Sul (em
Nairobi); Oriente Médio (no Cairo); Europa (em Paris); Ásia e Pacífico (em Bangcoc);
América do Norte e Caribe ( na cidade do México) e América do Sul (em Lima).
f) Comissões Regionais de Aviação Civil - Cujo objetivo é estabelecer a ligação atuante entre
a OACI e os Estados de cada Região considerada; são em número de quatro, foram criadas
por iniciativa dos próprios Estados e mantém com a OACI um relacionamento elevado
mesmo sem ter vínculo hierárquico. Estão localizadas na Europa, África, América do Sul e
Oriente Médio.
A OACI tem status de "Agência Especializada" da ONU, e é mantida tão somente pela
contribuição de seus Estados membros. Tem sua sede em Montreal, Canadá.
O Brasil tem feito parte do primeiro Grupo do Conselho desde a criação da OACI, em 1944.
Sua eleição pelos demais refere à aviação civil. É extremamente atuante e mantém uma
delegação permanente, cujo Delegado serve de elo entre a OACI e o governo brasileiro.
A história da IATA pode ser resumida em duas fases. A primeira inicia-se com a criação da
"Associação Internacional de Tráfego Aéreo", por doze empresas exclusivamente européias
que reuniram-se em Haia, no ano de 1919.
A velha "IATA" sería uma reunião de empresas livres que dela se interessassem. Não
pretenderia o monopólio dos serviços oferecidos, nem dividiria os continentes ou hemisférios
em aéreas de influência. Em última análise seria um instrumento de cooperação para
organizar o tráfego aéreo internacional.
Já na primeira década contava com 23 empresas, todas européias. Na segunda década se
desenvolveu ainda mais, contando com empresas da Ásia, África e América. Com o início da
Segunda Grande Guerra teve seu escritório central oficialmente fechado.
Após o término da guerra, com a Conferência de Chicago, os representantes das empresas
aéreas compreenderam que paralelamente à criação da OACI, teriam que fazer ressurgir a
sua Associação. Desta forma, as empresas se reuniram e verificaram haver a necessidade
de coordenar, de forma multilateral, sem redução de sua competência e personalidade,
certos aspectos de interesse mútuo.
Em abril de 1945, na cidade de Havana, Cuba, foi oficialmente criada a IATA, com sua
denominação atual.
Atualmente conta com mais de 150 membros, que são empresas representando mais de 100
bandeiras. Qualifica-se a si própria como um "entidade privada internacional neutra", sem fins
lucrativos, e sua manutenção baseia-se nas quotas pagas pelas empresas.
Enquanto a OACI é uma entidade pública, a IATA é uma entidade privada.
A IATA tem como objetivo principal assegurar transportes aéreos rápidos, cômodos, seguros
e eficientes, econômicos, tanto para as empresas como para o público. A IATA tomou-se o
meio, através do qual, as empresas de Transporte Aéreo articulam suas rotas e métodos
comerciais numa rede única de serviço público mundial, não obstante as diferenças de
idioma, moeda, legislação e sistema de medidas.
4.2.2 -ATIVIDADES
A IATA através dos seus diversos setores desenvolve, dentre outras, as seguintes atividades
que merecem citação especial:
A IATA é estruturada em seu mais alto nível pelo Comitê Executivo, eleito para um mandato
de três anos e integrado por Presidentes de 21 Empresas Aéreas.
Há, também, os denominados Comitês Permanentes, que são:
- Jurídico;
- Financeiro;
- Comercial, ou de Tráfego;
- Operativo, ou Técnico.
- Área 1 - Américas;
É organizada com base voluntária não exclusiva e democrática. As empresas que exploram
serviços aéreos internacionais são consideradas membros ativos, e as empresas de serviços
domésticos são admitidas como membros associados.
Ela não se ajusta ao conceito de cartel, uma vez que suas decisões, notadamente as mais
importantes (relacionadas com tarifas), tem que ser aprovadas pelos govemos das empresas
interessadas.
A algum tempo atrás, com a retirada do apoio à IATA e suas políticas, pelo govemo dos EUA,
o que ocasionou a saída das empresas americanas, houve um enfraquecimento importante
do órgão.
Essa política americana recebeu a denominação de "deregulation".
Muitos ajustes foram feitos na IATA que, gradativamente, está voltando a ocupar sua posição
no transporte aéreo.
Mesmo assim, não será como antes, uma vez que os govemos passaram a interferir
pesadamente na atividade, devido aos anos em que praticamente a IATA ficou ausente.
Finalmente, conclui-se que a IATA busca defender o interesse econômico de seus
associados, principalmente no que se refere ao disciplinamento tarifário íntemacional. Como
é composta por empresas voluntariamente associadas, estas se "auto-fiscalizam", evitando
se prejudicarem mutuamente. As faltosas sofrem as sanções impostas pelas outras.
A IATA superou seu pioneirismo, anterior à Segunda Grande Guerra, e contribui muito para:
- Estimular o comércio aéreo, estudando os problemas a ele relacionados;
- Cooperar com a OACI, tanto do ponto de vista técnico, como do ponto de vista
econômico.
"Deregulation":
A partir de 1978 os EUA resolveram deixar que todos os aspectos relativos a aviação
comercial fossem regulados pelo mercado. Tal filosofia, boa para países com grande
retaguarda para suportar uma competição livre, se mostrou bastante prejudicial para outras
empresas. Não obstante essa problemática, vários países da Europa estão aderindo à essa
filosofia.
Evolução Tecnológica:
A evolução tecnológica dos equipamentos provoca necessariamente uma modificação nos
acordos.
Com o aparecimento de motores mais silenciosos, foram criadas restrições ao ruído e em
conseqüência, em alguns países certos aviões foram proibidos de operar comercialmente. A
mudança para novas aeronaves com capacidades e velocidades diferentes das anteriores,
também causam problemas nas negociações.
Essas dificuldades serão maiores se apenas uma das partes fizer a substituição dos
equipamentos.
Restrições da Capacidade:
As capacidades estabelecidas pelos acordos, são estipuladas em função do tipo de
equipamento e em função da rota a ser voada. Quando uma das partes usa equipamento
maior vai oferecer maior número de assentos que a outra.
Para eqüivaler a oferta a CERNAI tem por norma limitar a capacidade dos aviões das
empresas estrangeiras, em um determinado número de assentos, em função do tipo de
aeronave utilizado por empresa brasileira que opera na mesma rota.
Para perfeito entendimento do assunto seguem explicações sucintas das Liberdades do Ar.
Segunda Liberdade: Privilégio de realizar um pouso técnico em outro país, sem embarque ou
desembarque de passageiros, mala postal ou carga.
OBS.: O exercício das duas primeiras Liberdades é realizada sem a exploração de direitos
comerciais. A terceira e quarta, chamadas de Fundamentais se constituem no objetivo
principal do relacionamento aeronáutico entre dois países.
Finalmente, a quinta e sexta são Liberdades Acessórias, ou seja, serão adotadas de comum
acordo, se trouxerem benefício para ambos os países envolvidos.
7 -TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS
As atividades de "Transporte Aéreo Internacional" são muito dinâmicas e como tal, tendem a
se modificar com muita rapidez.
Duas áreas influem diretamente na atividade, a externa e interna.
Na área externa, principalmente a criação da Comunidade Econômica Européia, o Acordo
Geral de Tarifas (GATT), "Majors" de Empresas Européias (tendência em formarem blocos
de empresas), "Majors" de Empresas Americanas , Deregulation, etc.
8-CONCLUSÃO
I - O PODER AEROESPACIAL
O transporte aéreo atua como fator de alavancamento econômico das mais remotas regiões
do País, sendo considerado uma atividade imprescindível ao processo de mobilização
nacional e sobretudo um instrumento inestimável à vigilância e a integração do território
nacional.
Com o domínio dos ares pelo homem e com o desenvolvimento tecnológico sem precedentes
surgiu a Doutrina do Poder Aeroespacial, que pode ser considerada como "a projeção do
Poder Nacional resultante da capacidade aeronáutica e espacial de que dispõe a nação para
controlar e utilizar o espaço aéreo com propósitos definidos".
São considerados como componentes do Poder Aeroespacial:
II - O MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
Em 12 de Setembro de 1969 pelo Decreto n° 65.144 foi instituído o Sistema de Aviação Civil,
do Ministério da Aeronáutica com a finalidade de organizar as atividades necessárias ao
funcionamento e ao desenvolvimento da Aviação Civil, fonte de sua reserva mobilizável.
O Sistema de Aviação Civil constitui uma extensa e complexa gama de atividades e serviços,
que compreendem e interligam as organizações de controle governamental, a indústria
aeronáutica, empresas aéreas, o aerodesporto, toda a infra-estrutura de apoio
compartilhadas pelas Aviações Civil e Militar e a formação de recursos altamente
especializados.
A criação do Sistema de Aviação Civil teve como objetivo primordial proporcionar ao
Ministério da Aeronáutica uma ferramenta adequada para melhor orientar, coordenar e
controlar esta grande e diversificada atividade que corresponde à Aviação Civil.
Na realidade, o Sistema existe na prática, desde a criação do próprio Ministério da
Aeronáutica, porém, foi formalmente constituído, regulamentado e esquematizado em 1969,
tendo como embasamento legal a reforma administrativa implantada em 1967, que resultou
na atual definição.
OBS:
TASA- Órgão equivalente ao DEPV
SUREG - Órgão equivalente ao SRPV
GTA- Órgão equivalente ao DPV
COMAR – Comando regional do Ar: são em numero de sete, sendo responsáveis pelos
assuntos locais das suas regiões. Pricipais finalidades: Autorização para construção de
Aeródromo e Registro de Aeródromo.
COMAR 1 – BELÉM
COMAR 2 – RECIFE
COMAR 3 – RIO DE JANEIRO
COMAR 4 – SÃO PAULO
COMAR 5 – PORTO ALEGRE
COMAR 6 – BRASÍLIA
COMAR 7 – MANAUS
CTA - Centro Técnico Aeroespacial: desempenha um papel relevante no Sistema de Aviação
Civil. Dentre as suas múltiplas atividades encontram-se a homologação de equipamentos
aeronáuticos, o controle e a homologação da fabricação de peças e equipamentos e a
formação de técnicos e engenheiros com destino à Aviação Civil.
MET - (Meteorology)
Serviço de Meteorologia Aeronáutica
COM - (Comunnication)
Serviço de Telecomunicações Aeronáuticas
IPV - Instituto de Proteção ao Vôo: localizado em São José dos Campos, é o responsável
pela formação e aperfeiçoamento do pessoal técnico voltado para area de proteção ao vôo.
Os serviços de tráfego aéreo serão prestados em todo o território brasileiro, incluindo águas
territoriais e jurisdicionais, bem como o espaço aéreo que superpõe ao ano mar, que tiver
sido objeto de acordos internacionais. Serviço de Tráfego Aéreo é um termo genérico que se
aplica aos Serviços de Controle de Tráfego Aéreo, de Informação de Vôo, de Alerta e de
Assessoramento de Tráfego Aéreo.
Serviço de Controle de Tráfego Aéreo: tem como finalidade prevenir colisões entre aeronave
e entre estar e obstáculos na área de manobras e acelerar e manter ordenado o fluxo de
tráfego aéreo. Compreende o serviço de Controle de Área, Serviço de Controle de
Aproximação e Serviço de Controle de Aeródromo.
Serviço de Alerta: tem como objetivo notificar órgãos apropriados a respeito de aeronaves
que necessitam de ajuda de busca e salvamento.
Estrutura:
Subdepartamento de Operações
(SOP):
Subdepartamento Técnico
(STE):
São orgãos regionais que tem por atribuições executar diretamente ou assegurar a execução
das atividades relacionadas com a Aviação Civil, dentro de sua área de jurisdição.
Essas atividades são conduzidas pelo Chefe do SERAC, estabelecendo ligações com
os demais órgãos públicos ou privados, de modo a assegurar a coordenação das
atividades voltadas para a Aviação Civil da área.
Dispõe de três Divisões:
As Divisões Técnica (DT) e de Operações (DO) que põe em prática e controlam as normas
técnicas provenientes dos Subdepartamentos do DAC e de uma Divisão Administrativa (DA)
para apoio ao funcionamento do SERAC e às Seções de Aviação Civil (SAC).
A SAC, diretamente subordinada ao chefe do SERAC, tem por atribuição básica o trato dos
assuntos relacionados com a fiscalização da Aviação Civil no aeroporto onde for
estabelecida.
Esta fiscalização é levada a efeito em conjunto com os demais órgãos de fiscalização que
atuam no aeroporto (Receita Federal, Polícia Federal, Juizado de Menores, Saúde dos
Portos e INFRAERO) e dentro dos limites de sua competência.
Tem por objetivo o processamento, a arrecadação e a cobrança das tarifas dos serviços
prestados pela infra-estrutura aeronáutica
VIII – ANAC
- Navegação Aérea;
- Aeronaves;
- Serviços Aéreos;
- Contrato de Transporte Aéreo;
- Responsabilidade Civil do Transporte Aéreo;
- Tripulações;
- Tráfego Aéreo;
- Infra-Estrutura Aeronáutica;
- Infrações e Providências Administrativas.
a- As aeronaves militares;
c- As aeronaves de outra espécie, quando em alto mar ou região que não pertença a
qualquer outro estado.
Obs: Salvo na hipótese de estar a serviço do Estado, ( item "a" ) a aeronave privada estará
sujeita às Leis do Estado onde se encontre.
O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de seu território
e mar territorial, e submetem-se as normas e fiscalização do Ministério da Aeronáutica as
atividades da navegação aérea, tráfego aéreo, infra-estrutura aeronáutica, aeronaves,
tripulação e os serviços direta ou indiretamente relacionados ao vôo.
Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma aeronave poderá transportar
explosivos, munições, armas de fogo, material bélico, equipamento destinado a levantamento
aerototogramétrico ou de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou substâncias
consideradas perigosas para a segurança pública, da própria aeronave ou de seus
ocupantes.
3 - O SISTEMA AEROPORTUÁRIO
3.1 - AERÓDROMOS
O sistema aeroportuário é constituído pelo conjunto de aeródromos brasileiros, com todas as
pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de estacionamento de aeronave, terminal de carga
aérea, terminal de passageiros e as respectivas facilidades.
São consideradas facilidades: o balizamento diurno e noturno, a iluminação do pátio, serviço
contra-incêndio especializado, serviço de remoção de emergência médica, área de pré-
embarque, climatização, ônibus, sistema de esteiras para despacho de bagagem, carrinhos
para passageiros, pontes de embarque, sistema de ascenso-descenso de passageiros por
escadas rolantes, orientação por circuito fechado de televisão, sistema semiautomático
anunciador de mensagens, sistema de som, sistema informativo de vôo, climatização geral,
locais destinados a serviços públicos, locais destinados a apoio comercial, serviço médico,
serviço de salvamento aquático especializado e outras, cuja implantação seja autorizada ou
determinada pela autoridade aeronáutica.
Aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves e
classificam-se em civis e militares.
Aeródromo civil é destinado ao uso de aeronaves civis.
Aeródromo militar é destinado ao uso de aeronaves militares.
3.2 - AEROPORTOS
4. COMPOSIÇÃO DA TRIPULAÇÃO
4.1 - TRIPULAÇÃO
5-AERONAVES
Aeronave é todo aparelho, manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no espaço
aéreo, mediante reações aerodinâmicas apto a transportar pessoas ou coisas.
Os serviços de transporte aéreo público internacional podem ser realizados por empresas
nacionais ou estrangeiras e a exploração desses serviços estará sujeito aos Tratados ou
Acordos Bilaterais vigentes. O governo brasileiro designará as empresas brasileiras, para os
serviços de transporte internacional.
- Multa;
- Suspensão,
- Cassação;
- Detenção, Interdição ou apreensão da aeronave;
- Intervenção nas empresas concessionárias.
8.1 -GENERALIDADES
A autoridade aeronáutica poderá requisitar o auxílio da força policial para obter a detenção dos
presumidos infratores ou da aeronave que ponha em perigo a segurança pública, pessoas ou
coisas, nos limites do que dispõe este Código.
8.2 - AS INFRAÇÕES
Art. 299 - Será aplicada multa de até 1.000 (um mil) valores de referência, ou da suspensão
ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação, concessão, autorização,
permissão ou homologação expedidos segundo as regras deste Código, nos seguintes casos:
Art. 302 - A muita será aplicada pela prática das seguintes infrações:
d) utilizar ou empregar aeronave sem os documentos exigidos ou sem que estes estejam em
vigor,
g) utilizar ou empregar aeronave com inobservância das normas de tráfego aéreo, emanadas
da autoridade aeronáutica;
i) lançar objetos ou substância sem licenças da autoridade aeronáutica, salvo que esta haja
sido revalidada;
o) realizar vôo com peso de decolagem ou número de passageiros acima dos máximos
estabelecidos;
s) realizar vôo por instrumentos com aeronave não homologada para esse tipo de operação;
u) realizar vôo solo para treinamento de navegação sendo aluno ainda não-habilitado para
tal:
v) operar aeronave com plano de vôo visual, quando as condições meteorológicos estiverem
abaixo dos mínimos previstos para esse tipo de operação;
p) exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de horas de trabalho ou de vôo;
b) permitir a composição de tripulação por aeronauta sem habilitação ou que, habilitado, não
esteja com a documentação regular;
e) explorar qualquer modalidade de serviço aéreo para a qual não esteja devidamente
autorizada;
I) deixar de transportar passageiro com bilhete marcado ou com reserva confirmada ou, de
qualquer forma, descumprír o contrato de transporte;
I- se voar no espaço aéreo brasileiro com infração das convenções ou atos internacionais, ou
das autorizações para tal fim;
IV- para verificação de sua carga no caso de restrição legal (art. 21) ou de porte proi bido de
equipamento (parágrafo único do art. 21);
SEGURANÇA DE VÔO
1. A ATUAÇÃO DA OACI
2.1 - SIPAER
Originalmente, pensava-se que alguns acidentes eram inevitáveis. Mais tarde, porém, ao se
estabelecer a relação entre os fatores contribuintes para determinado acidente e seus
respectivos efeitos, descobriu-se que, verdadeiramente, nenhum acidente ocorre por
fatalidade, os acidentes resultam de uma seqüência de acontecimentos que se originam
sempre de eficiências atribuídas a três fatores básicos: fatores humanos, fatores materiais e
fatores operacionais.
Uma vez identificados e analisados todos os fatores que colaboram para a ocorrência de
acidentes, pode-se constatar que existem e estão disponíveis medidas adequadas à
neutralização de tais fatores. Dessa forma, pode-se concluir que, para cada ação ou omissão
que possa contribuir para um acidente, há uma providência de cunho profissional, técnico ou
educacional que, uma vez adotada, anulará os efeitos dessa ação ou omissão.
Mesmo para os fenômenos imprevisíveis da natureza que podem se converter em fatores
contribuintes para acidentes, há medidas preventivas adequadas que, quando adotadas,
evitarão conseqüências danosas. Assim embora alguns tipos de acidente de natureza mais
complexa requeiram trabalhos de prevenção mais intensos, mais demorados, conclui-se que
todos os acidentes podem ser evitados. Para lograr isso, basta que sejam desenvolvidas, por
pessoal adequadamente qualificado, tarefas eficazes de prevenção de acidentes
aeronáuticos dirigidas a dois dos três elementos abrangidos pela atividade aérea: o homem e
a máquina.
A prevenção de acidentes, por sua natureza, não produz os efeitos desejados senão sob a
forma de mobilização geral. Para alcançar seus objetivos, todos, sem distinção, tem que se
integrar em um esforço global e, ao mesmo tempo, consciertizar-se de que a segurança deve
ser algo inerente e integrante a tudo o que fazem. Logo, a segurança de se integrar todas as
tarefas desenvolvidas em aviação e ser sempre encarada do ponto de vista profissional.
As menores ações do dia-a-dia devem se cercar de um grau adequado de segurança. A
segurança coletiva é, sem dúvida, o somatório da individual e somente através de um
programa educativo bem dirigido lograr-se-á elevar os índices de segurança individual,
elevando, em decorrência, a coletiva.
A prevenção de acidentes aeronáuticos é responsabilidade de todas as pessoas físicas e
jurídicas envolvidas com a fabricação manutenção, operação e circulação de aeronaves, bem
como as atividades de apoio da infra-estrutura aeronáutica em território brasileiro.
Não existe elemento ou função dentro da atividade aérea que não seja importante para a
segurança de vôo.
Todas as pessoas, por mais simples que sejam suas atribuições, devem estar conscientes de
que seu desempenho é fundamental para a prevenção de acidentes. Um erro ou omissão de
alguém que faz a limpeza de uma aeronave ou de um elemento de área de carga, por
exemplo, poderá ser um dos elos da cadeia de eventos que leva a um acidente.
Todos devem saber que são importantes na prevenção de acidentes.
Ao analisar esta frase, verifica-se que, se quiser ter segurança, todos deverão desenvolver
um esforço contínuo, pois a atividade é essencialmente dinâmica, não permitindo interromper
o nível de alerta.
Já se foi visto que a busca de segurança é algo quase que instintivo, comum a todo o ser
normal; observou-se também que todo elemento deve ser conscientizado de sua importância
para a prevenção de acidentes e que, logicamente, não adianta apenas saber, se não houver
ação.
Para se chegar, porém, à meta pretendida, mais rápida e facilmente, é imprescindível que
haja cooperação, que todos se unam em tomo de um ideal comum.
k) Se é verdade que nada é perfeito, também é verdade que tudo pode ser melhorado.
Esta máxima indica que deve existir sempre a preocupação em aprimorar o que se realiza e,
principalmente, acreditar que isto é possível, tendo sempre buscar-se a perfeição.
É comum escutar pessoas ligadas à atividade aérea dizerem "Estamos tranqüilos; há muito
tempo não temos um acidente". Isto, realmente, é um motivo de orgulho, porém, deve-se ter
em mente que é muito mais difícil manter do que atingir determinados objetivos.
Manter o "zero acidente", com certeza, exigirá muito mais dedicação e esforço do que os
empreendimentos para atingi-los.
Não se deve ficar satisfeito com bons índices: existe a obrigação de melhorar sempre estes
índices.
OSV - Oficial de Segurança de Vôo - Oficial de Força Armada ou Força Auxiliar Brasileiras
que conclui o Curso de Segurança de Vôo, com Cartão SIPAER válido. É designado pelo
Comandante da Unidade Aérea para o desempenho das atividades de prevenção e
investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos.
ASV - Agente de Segurança de Vôo. Pessoa não militar das Forças Armadas ou Forças
Auxiliares Brasileiras que conclui o curso de Segurança de Vôo, com Cartão SIPAER válido.
É designado pela empresa para exercer as funções específicas de prevenção e de
investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos.
3 - ACIDENTE AERONÁUTICO
Conceito:
É toda ocorrência relacionada com a operação de uma aeronave, ocorrida entre o período
em que uma pessoa nela embarca com a intenção de realizar um vôo, até o momento em
que todas as pessoas tenham dela desembarcado e, durante o qual, pelo menos uma das
situação abaixo ocorra:
a) estar na aeronave;
b) estar em contato direto com qualquer parte da aeronave, incluindo aquelas que delas
tenham se desprendido; ou
c) Sofra exposição direta ou sopro de hélice, motor ou escapamento de jato, ou as suas
consequências;
Nota: Exceção será feita, quando as lesões resultarem de causas naturais, forem auto ou por
terceiros infligidos ou forem causadas a clandestinos escondidos fora das áreas destinadas a
passageiros ou a tripulantes.
2 - A aeronave sofra dano ou falha estrutural que:
4 - INCIDENTE AERONÁUTICO
Havendo intenção de vôo, é uma ocorrência anormal que não um acidente, associada à
operação de uma aeronave, que afete ou pudesse ter afetado a segurança. São classificados
como incidentes, entre outros, e desde que não implique em outras conseqüências:
- Falha do motor, incluindo sua substituição, quando o dano limitou-se ao motor, suas
carenagens e acessórios;
- Falha da hélice, danos a pontas de asas, antenas, pneus, freios, pequenos furos ou
amassados e acessórios;
- Alarme de fogo real ou falso, ou ainda princípios de incêndio;
- Pouso não intencional em local não previsto ou inadequado;
- Vazamento de combustível, lubrificante e outros fluídos;
- Falha nas comunicações rádio, auxílio ou equipamento de navegação, quando voando
por instrumento e quando julgados necessários;
- Cavalo-de-pau e outras perdas de controle no solo.
5 - FATORES CONTRIBUINTES
Fator Humano: relaciona-se com a influência do elemento humano sob o ponto de vista
Fisiológico e Psicológico.
Fator Material: analisa a ocorrência considerando a máquina do ponto de vista da
engenharia.
Fator Operacional: analisa o desempenho do ser humano nas atividades relacionadas com o
vôo.
6 - RELATÓRIOS
b. Ficha de dados sobre Incidente: é um formulário que contém dados esclarecedores das
circunstâncias de incidente do tipo colisão com pássaros de tráfego aéreo e de falha do
motor.
d. Relatório Preliminar (RP): documento formal que contém, de forma simplificada, informações
detalhadas sobre um acidente aeronáutico (Reservado).
7 - RESPONSABILIDADES
- comunicar o acidente ou incidente à organização do MAer mais próxima e pelo meio mais
rápido disponível;
- prestar todas as informações, em forma de declaração, dados ou documentação,
solicitadas nos processos de investigação;
- providenciar a guarda da aeronave acidentada ou seus destroços, dos bens nela
transportados e de terceiros na superfície, até que possa ser feita sua remoção visando a
sua segurança e preservação dos indícios;
- comunicar diretamente aos familiares das vitimas e ao público a ocorrência do acidente.
- transportar os sobreviventes.
- transportar os restos mortais decorrentes do acidente,
- prover treinamentos aos tripulantes, quanto á ação pós-acidente, até a chegada da equipe
de salvamento;
- divulgar a todos os outros operadores de equipamento e similar os fatos significativos e os
ensinamentos decorrentes da investigação;
- a remoção da aeronave, seus destroços, partes ou coisas por ela transportada, após a
liberação pelo pessoal credenciado.
Obs: Nenhuma aeronave acidentada, seus destroços ou coisas por ela transportada
poderá ser removida sem a liberação do pessoal credenciado, exceto para efeitos de
salvar vidas, restaurar a segurança da operação ou preservar a propriedade de
terceiros
RESPONSABILIDADE DA INVESTIGAÇÃO
8 - TÉCNICAS DE PREVENÇÃO
Siglas de Regulamentos
AIS Serviço de Informação
Aeronáutica
AITAL Associação Internacional de
Transporte Aéreo Latino-
Americano
ASV Agente de Segurança de Vôo
ATC Controle de Tráfego Aéreo
ATS Serviço de Tráfego Aéreo
ATZ Zona Tráfego de Aeródromo
CBAER Código Brasileiro Aeronáutico
CCF Certificado de Capacidade Física
CELMA Companhia Eletromêcanica
CEMAL Centro de Medicina Aeroespacial
CENIPA Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos
CERNAI Comissão de Estudos Relativos a
Navegação Aérea Internacional
CHT Certificado de Habilitação Técnica
CIAA Comissão de Investigação de
Acidentes Aeronáuticos
CINA Comissão Internacional de
Navegação Aérea
CINDACTA Centro Integrado de Defesa Aérea
e Controle de Tráfego Aéreo
CLAC Comissão Latino Americana de
Aviação Civil
CNPAA Comite Nacional de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos
COM Serviço de Telecomunicações
Aeronáuticas
COMAR Comando Aéreo Regional
COMARA Comissão de Aeroportos da
Região Amazônica
CTA Centro Técnico Aeroespacial
CTR Zona de Controle
DA Divisão Administrativa
DAC Departamento de Aviação Civil
DEPV Diretoria de Eletrônica e Proteção
ao Vôo
DIPAA Divisão de Investigação e
Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos
DIRENG Diretoria de Engenharia da
Aeronáuticos
DIRSA Diretoria de Saúde de Aeronáutica
DO Divisão de Operações
DPAA Divisão de Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos
DPV Destacamento de Proteção ao
Vôo
DT Divisão Técnica
EC Elemento Credenciado
EMBRAER Empresa Brasileira de
Aeronáutica
FIR Região de Controle de Vôo
FIS Serviço de Informação de Vôo
GTA Grupamento TASA
IAC Instituto de Aviação Civil
IATA International Air Transport
Association
INFRAERO Empresa Brasileira de Infra
Estrutura Aeroportuária
MAER Ministério da Aeronáutica
MET Serviço de Meteorologia
Aeronáutica
OACI Organização de Aviação Civil
Internacional
ONU Organização das Nações Unidas
OSV Oficial de Segurança do Vôo
RAB Registro Aeronáutico Brasileiro
RBHA Regulamento de Homologação
Aeronáutica
RCEA Região de Controle do Espaço
Aéreo
RDA Região de Defesa Aérea
RELIAA Relatório de Investigação de
Acidente Aeronáutico
RELIN Relatório de Incidente
RELPER Relatório de Perigo
RP Relatório Preliminar
SAC Seção de Aviação Civil
SAR Search and Rescue (Serviço de
Busca e Salvamento)
SINCOFAC Sistema Integrado de Controle e
Fiscalização de Aviação Civil
SIPAA Seção de Investigação e
Prevenção de Acidentes
Aeronaúticos
SIPAER Sistema de Investigação e
Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos
SISCEAB Sistema de Controle do Espaço
Aéreo Brasileiro
SOP Subdepartamento de Operações
SPAA Seção de Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos
SPL Subdepartamento de
Palnejamento
SRPV Serviço Regional de Proteção ao
Vôo
STE Subdepartamento Técnico
SUCOTAP Sistema de Cobrança de Tarifas
Aeroportuárias
SUREG Superintendencia Regional
TASA Telecomunicações Aeronáuticas
S/A
TMA Área de Controle Terminal
LEI Nº 7.183, DE 05 DE ABRIL
DE 1984.
Regula o exercício da profissão de aeronauta e
dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
SEÇÃO I
Do Aeronauta e da sua Classificação
Art 1º - O exercício da profissão de aeronauta regulado pela presente Lei.
Art 2º - Aeronauta é o profissional habilitado pelo Ministério da Aeronáutica, que
exerce atividade a bordo de aeronave civil nacional, mediante contrato de
trabalho.
Parágrafo único - Considera-se também aeronauta, para os efeitos desta Lei,
quem exerce atividade a bordo de aeronave estrangeira, em virtude de contrato de
trabalho regido pelas leis brasileiras.
Art 3º - Ressalvados os casos previstos no Código Brasileiro do Ar, a profissão de
aeronauta é privativa de brasileiros.
Parágrafo único - As empresas brasileiras que operam em linhas internacionais
poderão utilizar comissários estrangeiros, desde que o número destes não exceda
a 1/3 (um terço.) dos comissários existentes a bordo da aeronave.
Art 4º - O aeronauta no exercício de função especifica a bordo de aeronave, de
acordo com as prerrogativas da licença de que é titular, tem a designação de
tripulante.
Art 5º - O aeronauta de empresa de transporte aéreo regular que se deslocar, a
serviço desta, sem exercer a bordo de aeronave tem a designação de tripulante
extra.
Parágrafo único O aeronauta de empresa de transporte aéreo não regular ou
serviço especializado tem a designação de tripulante extra somente quando se
deslocar em aeronave da empresa, a serviço desta.
Art 6º - São tripulantes:
a) - COMANDANTE: piloto responsável pela operação e segurança da aeronave -
exerce a autoridade que a legislação aeronáutica lhe atribui;
b) - CO-PILOTO: piloto que auxilia o comandante na operação da aeronave;
c) - MECÂNICO DE VÔO: auxiliar do comandante, encarregado da operação e
controle de sistemas diversos conforme especificação dos manuais técnicos da
aeronave;
d) - NAVEGADOR: auxiliar do comandante, encarregado da navegação da
aeronave quando a rota e o equipamento o exigirem, a critério do órgão
competente do Ministério da Aeronáutica;
e) - RADIOPERADOR DE VÔO: auxiliar do comandante, encarregado do serviço
de radiocomunicações nos casos previstos pelo órgão competente do Ministério
da Aeronáutica; e
f) - COMISSÁRIO: é o auxiliar do comandante, encarregado do cumprimento das
normas relativas à segurança e atendimento dos passageiros a bordo e da guarda
de bagagens, documentos, valores e malas postais que lhe tenham sido confiados
pelo comandante.
§ 1º - A guarda dos valores fica condicionada à existência de local apropriado e
seguro na aeronave, sendo responsabilidade do empregador atestar a segurança
do local.
§ 2º - A guarda de cargas e malas postais em terra somente será confiada ao
comissário quando no local inexistir serviço próprio para essa finalidade.
Art 7º - Consideram-se também tripulantes, para os efeitos desta lei, os
operadores de equipamentos especiais instalados em aeronaves homologadas
para serviços aéreos especializados, devidamente autorizados pelo Ministério da
Aeronáutica.
SEÇÃO II
Das Tripulações
Art 8º - Tripulação é o conjunto de tripulantes que exercem função a bordo de
aeronave.
Art 9º - Uma tripulação poderá ser: mínima, simples, composta e de revezamento.
Art 10 - Tripulação mínima é a determinada na forma da certificação de tipo de
aeronave e a constante do seu manual de operação, homologada pelo órgão
competente do Ministério da Aeronáutica, sendo permitida sua utilização em vôos:
locais de instrução, de experiência, de vistoria e de traslado.
Art 11 - Tripulação simples é a constituída basicamente de uma tripulação mínima
acrescida, quando for o caso, dos tripulantes necessários à realização do vôo.
Art 12 - Tripulação composta é a constituída, basicamente de uma tripulação
simples, acrescida de um piloto qualificado a nível de piloto em comando, um
mecânico de vôo, quando o equipamento assim o exigir, e no mínimo de 25%
(vinte e cinco por cento) do número de comissários.
Parágrafo único - Aos tripulantes acrescidos à tripulação simples serão
asseguradas, pelo empregador, poltronas reclináveis.
Art 13 - Tripulação de revezamento é a constituída basicamente de uma tripulação
simples, acrescida de mais um piloto qualificado a nível de piloto em comando um
co-piloto, um mecânico de vôo, quando o equipamento assim o e exigir, e de 50%
(cinqüenta por cento) do número de comissários.
Parágrafo único - Aos pilotos e mecânicos de vôo acrescidos à tripulação simples
serão asseguradas pelo empregador, acomodações para o descanso horizontal e
para os comissários, número de assentos reclináveis igual à metade do seu
número com aproximação para o inteiro superior.
Art 14 - O órgão competente do Ministério da Aeronáutica, considerando o
interesse da segurança de vôo, as características da rota e do vôo, e a
programação a ser cumprida, poderá determinar a composição da tripulação ou as
modificações que se tornarem necessárias.
Art 15 - As tripulações compostas ou de revezamento só poderão ser empregadas
em vôos internacionais e nas seguintes hipóteses:
a) - mediante programação;
b) - para atender a atrasos ocasionados por condições meteorológicas ou por
trabalhos de manutenção; e
c) - em situações excepcionais, mediante autorização do Ministério da
Aeronáutica.
Parágrafo único - Uma tripulação composta poderá ser utilizada em vôos
domésticos para atender a atrasos ocasionados por condições meteorológicas
desfavoráveis ou por trabalhos de manutenção.
Art 16 - Um tipo de tripulação só poderá ser transformado na origem do vôo e até
o limite de 3 (três) horas, contadas a partir da apresentação da tripulação
previamente escalada.
Parágrafo único - A contagem de tempo para limite da jornada será a partir da
hora da apresentação da tripulação original ou do tripulante de reforço,
considerando o que ocorrer primeiro.
CAPíTULO II
DO REGIME DE TRABALHO
SEÇÃO I
Da Escala de Serviço
Art 17 - A determinação para a prestação de serviço dos aeronautas, respeitados
os períodos de folgas e repousos regulamentares, será feita:
a) - por intermédio de escala especial ou de convocação, para realização de
cursos, exames relacionados com o adestramento e verificação de proficiência
técnica;
b) - por intermédio de escala, no mínimo semanal, divulgada com antecedência
mínima de 2 (dois) dias para a primeira semana de cada mês e 7 (sete) dias para
as semanas subseqüentes, para os vôos de horário, serviços de reserva, sobre
aviso e folga; e
c) - mediante convocação, por necessidade de serviço.
Art 18 - A escala deverá observar, como princípio, a utilização do aeronauta em
regime de rodízio e em turnos compatíveis com a higiene e segurança do trabalho.
Art 19 - É de responsabilidade do aeronauta manter em dia seus certificados de
habilitação técnica e de capacidade física estabelecidos na legislação em vigor,
cabendo-lhe informar ao serviço de escala, com antecedência de 30 (trinta) dias,
as respectivas datas de vencimento, a fim de que lhe seja possibilitada a
execução dos respectivos exames.
SEÇÃO II
Da Jornada de Trabalho
Art 20 - Jornada é a duração do trabalho do aeronauta, contada entre a hora da
apresentação no local de trabalho e hora em que o mesmo e encerrado.
§ 1º - A jornada na base domiciliar será contada a partir da hora de apresentação
do aeronauta no local de trabalho.
§ 2º - Fora da base domiciliar, a jornada será contada a partir da hora de
apresentação do aeronauta no local estabelecido pelo empregador.
§ 3º - Nas hipóteses previstas nos parágrafos anteriores, a apresentação no
aeroporto não deverá ser inferior a 30 (trinta) minutos da hora prevista para o
início do vôo.
§ 4º - A jornada será considerada encerrada 30 (trinta) minutos após a parada final
dos motores.
Art 21 - A duração da jornada de trabalho do aeronauta será de:
a) - 11 (onze) horas, se integrante de uma tripulação mínima ou simples;
b) - 14 (quatorze) horas, se integrante de uma tripulação composta; e
c) - 20 (vinte) horas, se integrante de uma tripulação de revezamento.
§ 1º - Nos vôos de empresa de táxi aéreo, de serviços especializados, de
transporte aéreo regional ou em vôos internacionais regionais de empresas de
transporte aéreo regular realizados por tripulação simples, se houver interrupção
programada da viagem por mais 4 (quatro) horas consecutivas, e for
proporcionado pelo empregador acomodações adequadas para repouso dos
tripulantes, a jornada terá duração acrescida da metade do tempo de interrupção,
mantendo-se inalterado os limites prescritos na alínea " a " do art. 29 desta Lei.
§ 2º - Nas operações com helicópteros a jornada poderá ter a duração acrescida
de até 1 (uma) hora para atender, exclusivamente a trabalhos de manutenção.
Art 22 - Os limites da jornada de trabalho poderão ser ampliados de 60 (sessenta)
minutos, a critério exclusivo do comandante da aeronave e nos seguintes casos:
a) - inexistência, em local de escala regular, de acomodações apropriadas para o
repouso da tripulação e dos passageiros;
b) - espera demasiadamente longa, em local de espera regular intermediária,
ocasionada por condições meteorológicas desfavoráveis ou por trabalho de
manutenção; e
c) - por imperiosa necessidade.
§ 1º - Qualquer ampliação dos limites das horas de trabalho deverá ser
comunicado pelo comandante ao empregador, 24 (vinte e quatro) horas após a
viagem, o qual, no prazo de 15 (quinze) dias, a submeterá à apreciação do
Ministério da Aeronáutica.
§ 2º - Para as tripulações simples, o trabalho noturno não excederá de 10 (dez)
horas.
§ 3º - Para as tripulações simples nos horários mistos, assim entendidos os que
abrangem períodos diurnos e noturnos, a hora de trabalho noturno será
computada como de 52 (cinqüenta e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
Art 23 - A duração do trabalho do aeronauta, computados os tempos de vôo, de
serviço em terra durante a viagem, de reserva e de 1/3 (um terço) do sobreaviso,
assim como o tempo do deslocamento, como tripulante extra, para assumir vôo ou
retornar à base após o vôo e os tempos de adestramento em simulador, não
excederá a 60 (sessenta) horas semanais e 176 (cento e setenta e seis) horas
mensais.
§ 1º - O limite semanal estabelecido neste artigo não se aplica ao aeronauta que
estiver sob o regime estabelecido no art. 24 desta Lei.
SEÇÃO III
Do Sobreaviso e Reserva
Art 25 - Sobreaviso é o período de tempo não excedente a 12 (doze) horas, em
que o aeronauta permanece em local de sua escolha, à disposição do
empregador, devendo apresentar-se no aeroporto ou outro local determinado, até
90 (noventa) minutos após receber comunicação para o início de nova tarefa.
§ 1º - O número de sobreavisos que o aeronauta poderá concorrer não deverá
exceder a 2 (dois) semanais ou 8 (oito) mensais.
§ 2º - O número de sobreavisos estabelecidos no parágrafo anterior não se aplica
aos aeronautas de empresas de táxi aéreo ou serviço especializado.
Art 26 - Reserva é o período de tempo em que o aeronauta permanece, por
determinação do empregador, em local de trabalho à sua disposição.
§ 1º - O período de reserva para aeronautas de empresas de transporte aéreo
regular não excederá de 6 (seis) horas.
§ 2º - O período de reserva para aeronautas de empresas de táxi aéreo ou de
serviços especializados não excederá de 10 (dez) horas.
§ 3º - Prevista a reserva, por prazo superior a 3 (três) horas, o empregador deverá
assegurar ao aeronauta acomodações adequadas para o seu descanso.
SEÇÃO IV
Das Viagens
Art 27 - Viagem é o trabalho realizado pelo tripulante, contado desde a saída de
sua base até o regresso à mesma.
§ 1º - Uma viagem pode compreender uma ou mais jornadas.
§ 2º - É facultado ao empregador fazer com que o tripulante cumpra uma
combinação de vôos, passando por sua base, sem ser dispensado do serviço,
desde que obedeça à programação prévia, observadas as limitações
estabelecidas nesta Lei.
§ 3º - Pode o empregador exigir do tripulante uma complementação de vôo para
atender à realização ou à conclusão de serviços inadiáveis, sem trazer prejuízo da
sua programação subseqüente, respeitadas as demais disposições desta Lei.
SEÇÃO V
Dos Limites de Vôo e de Pouso
Art 28 - Denomina-se "hora de vôo" ou "tempo de vôo" o período compreendido
entre o início do deslocamento, quando se tratar de aeronave de asa fixa, ou entre
a "partida" dos motores, quando se tratar de aeronave de asa rotativa, em ambos
os casos para fins de decolagem até o momento em que respectivamente, se
imobiliza ou se efetua o "corte" dos motores, ao término do vôo (calço-a-calço).
Art 29 - Os limites de vôo e pousos permitidos para uma jornada serão os
seguintes:
a) - 9 (nove) horas e 30 (trinta) minutos de vôo e 5 (cinco) pousos, na hipótese de
integrante de tripulação mínima ou simples;
b) - 12 (doze) horas de vôo e 6 (seis) pousos, na hipótese de integrante de
tripulação composta;
c) - 15 (quinze) horas de vôo e 4 (quatro) pousos, na hipótese de integrante de
tripulação de revezamento; e
d) - 8 (oito) horas sem limite de pousos, na hipótese de integrante de tripulação de
helicópteros.
§ 1º - O número de pousos na hipótese da alínea " a " deste artigo, poderá ser
estendido a 6 (seis) horas, a critério do empregador; neste caso o repouso que
precede a jornada deverá ser aumentado de 1 (uma) hora.
§ 2º - Em caso de desvio para alternativa, é permitido o acréscimo de mais 1 (um)
pouso aos limites estabelecidos nas alíneas " a ", " b " e " c " deste artigo.
§ 3º - As empresas de transporte aéreo regional que operam com aeronaves
convencionais e turbo hélice poderão acrescentar mais 4 (quatro) pousos, aos
limites estabelecidos neste artigo.
§ 4º - Os limites de pousos estabelecidos nas alíneas " a ", " b " e " c " deste
artigo, não serão aplicados às empresas de táxi aéreo e de serviços
especializados.
§ 5º - O Ministério da Aeronáutica, tendo em vista as peculiaridades dos diferentes
tipos de operação, poderá reduzir os limites estabelecidos na alínea " d " deste
artigo.
Art 30 - Os limites de tempo de vôo do tripulante não poderão exceder em cada
mês, trimestre ou ano, respectivamente:
a) em aviões convencionais: 100 - 270 - 1000 horas;
b) em aviões turbo hélice: 100 - 255 - 935 horas;
c) em aviões à jato: 85 - 230 - 850 horas; e
d) em helicópteros: 90 - 260 - 960 horas.
§ 1º - Quando o aeronauta tripular diferentes tipos de aeronave será observado o
menor limite.
§ 2º - Os limites de tempo de vôo para aeronautas de empresas de transporte
aéreo regular, em espaço inferior a 30 (trinta) dias serão proporcionais ao limite
mensal mais 10 (dez) horas.
Art 31 - As horas realizadas como tripulante extra serão computadas para os
limites de jornada, semanais e mensais de trabalho, não sendo as mesmas
consideradas para os limites de horas de vôo previstos no art. 30 desta Lei.
SEÇÃO VI
Dos Períodos de Repouso
Art 32 - Repouso é o espaço de tempo ininterrupto após uma jornada, em que o
tripulante fica desobrigado da prestação de qualquer serviço.
Art 33 - São assegurados ao tripulante, fora de sua base domiciliar, acomodações
para seu repouso, transporte ou ressarcimento deste, entre o aeroporto e o local
de repouso e vice-versa.
§ 1º - O previsto neste artigo não será aplicado ao aeronauta de empresas de táxi
aéreo ou de serviços especializados quando o custeio do transporte e
hospedagem, ou somente esta, for por elas ressarcido.
§ 2º - Quando não houver disponibilidade de transporte ao término da jornada, o
período de repouso será computado a partir da colocação do mesmo à disposição
da tripulação.
Art 34 - O repouso terá a duração diretamente relacionada ao tempo da jornada
anterior, observando-se os seguintes limites:
a) - 12 (doze) horas de repouso, após jornada de até 12 (doze) horas;
b) - 16 (dezesseis) horas de repouso, após jornada de mais de 12 (doze) horas e
até 15 (quinze) horas; e
c) - 24 (vinte e quatro) horas de repouso após jornada de mais de 15 (quinze)
horas.
Art 35 - Quando ocorrer o cruzamento de três ou mais fusos horários em um dos
sentidos da viagem, o tripulante terá, na sua base domiciliar, o repouso acrescido
de 2 (duas) horas por fuso cruzado.
Art 36 - Ocorrendo o regresso de viagem de uma tripulação simples entre 23:00
(vinte e três) e 06:00 (seis) horas, tendo havido pelo menos 3 (três) horas de
jornada, o tripulante não poderá ser escalado para trabalho dentro desse espaço
de tempo no período noturno subseqüente.
SEÇÃO VII
Da Folga Periódica
Art 37 - Folga é o período de tempo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas
consecutivas em que o aeronauta, em sua base contratual, sem prejuízo de
remuneração, está desobrigado de qualquer atividade relacionada com seu
trabalho.
§ 1º - A folga deverá ocorrer, no máximo, após o 6º (sexto) período consecutivo de
até 24 (vinte e quatro) horas à disposição do empregador, contado a partir da sua
apresentação, observados os limites estabelecidos nos arts. 21 e 34 desta Lei.
§ 2º - No caso de vôos internacionais de longo curso, que não tenham sido
previamente programados, o limite previsto no parágrafo anterior, poderá ser
ampliado de 24 (vinte e quatro) horas, ficando o empregador obrigado a conceder
ao tripulante mais 48 (quarenta e oito) horas de folga além das previstas no art. 34
desta Lei.
§ 3º - A folga do tripulante que estiver sob o regime estabelecido no art. 24 desta
Lei será igual ao período despendido no local da operação, menos 2 (dois) dias.
Art 38 - O número de folgas não será inferior a 8 (oito) períodos de 24 (vinte é
quatro) horas por mês.
§ 1º - Do número de folgas estipulado neste artigo, serão concedidos dois
períodos consecutivos de 24 (vinte e quatro) horas devendo pelo menos um
destes incluir um sábado ou um domingo.
§ 2º - A folga só terá início após a conclusão do repouso da jornada.
Art 39 - Quando o tripulante for designado para curso fora da base, sua folga
poderá ser gozada nesse local, devendo a empresa assegurar, no regresso, uma
licença remunerada de 1 (um) dia para cada 15 (quinze) dias fora da base.
Parágrafo único - A Iicença remunerada não deverá coincidir com sábado,
domingo ou feriado, se a permanência do tripulante fora da base for superior a 30
(trinta) dias.
CAPíTULO III
DA REMUNERAÇÃO E DAS CONCESSÕES
SEÇÃO I
Da Remuneração
Art 40 - Ressalvada a liberdade contratual, a remuneração do aeronauta
corresponderá à soma das quantias por ele percebidas da empresa.
Parágrafo único - Não se consideram integrantes da remuneração as importâncias
pagas pela empresa a título de ajudas de custo, assim como as diárias de
hospedagem, alimentação e transporte.
Art 41 - A remuneração da hora de vôo noturno, assim como as horas de vôo
como tripulante extra, será calculada na forma da legislação em vigor, observados
os acordos e condições contratuais.
§ 1º - Considera-se vôo noturno o realizado entre o pôr e o nascer do sol.
§ 2º - A hora de vôo noturno para efeito de remuneração é contada à razão de
52’30" (cinqüenta e dois minutos e trinta segundos).
Art 42 - As frações de hora serão computadas para efeito de remuneração.
SEÇÃO II
Da Alimentação
Art 43 - Durante a viagem, o tripulante terá direito a alimentação, em terra ou em
vôo, de acordo com as instruções técnicas dos Ministérios do Trabalho e da
Aeronáutica.
§ 1º - A alimentação assegurada ao tripulante deverá:
a) - quando em terra, ter a duração mínima de 45’ (quarenta e cinco minutos) e a
máxima de 60’ (sessenta minutos); e
b) - quando em vôo, ser servida com intervalos máximos de 4 (quatro) horas.
§ 2º - Para tripulante de helicópteros a alimentação será servida em terra ou a
bordo de unidades marítimas, com duração de 60’ (sessenta minutos), período
este que não será computado na jornada de trabalho.
§ 3º - Nos vôos realizados no período de 22:00 (vinte e duas) às 06:00 (seis)
horas, deverá ser servida uma refeição se a duração do vôo for igual ou superior a
3 (três) horas.
Art 44 - É assegurada alimentação ao aeronauta na situação de reserva ou em
cumprimento de uma programação de treinamento entre 12:00 (doze) e 14:00
(quatorze) horas, e entre 19:00 (dezenove) e 21:00 (vinte e uma) horas, com
duração de 60’ (sessenta minutos).
§ 1º - Os intervalos para alimentação não serão computados na duração da
jornada de trabalho.
§ 2º - Os intervalos para alimentação de que trata este artigo não serão
observados, na hipótese de programação de treinamento em simulador.
SEÇÃO III
Da Assistência Médica
Art 45 - Ao aeronauta em serviço fora da base contratual, a empresa deverá
assegurar assistência médica em casos de urgência, bem como remoção por via
aérea, de retorno à base ou ao local de tratamento.
SEÇÃO IV
Do Uniforme
Art 46 - O aeronauta receberá gratuitamente da empresa, quando não forem de
uso comum, as peças de uniforme e os equipamentos exigidos para o exercício de
sua atividade profissional, estabelecidos por ato da autoridade competente.
SEÇÃO V
Das Férias
Art 47 - As férias anuais do aeronauta serão de 30 (trinta) dias.
Art 48 - A concessão de férias será participada ao aeronauta, por escrito, com a
antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo o empregado assinar a
respectiva notificação.
Art 49 - A empresa manterá atualizado um quadro de concessão de férias,
devendo existir um rodízio entre os tripulantes do mesmo equipamento quando
houver concessão nos meses de janeiro, fevereiro, julho e dezembro.
Art 50 - Ressalvados os casos de rescisão de contrato, as férias não poderão se
converter em abono pecuniário.
CAPíTULO IV
DAS TRANSFERÊNCIAS
Art 51 - Para efeito de transferência, provisória ou permanente, considera-se base
do aeronauta a localidade onde o mesmo está obrigado a prestar serviços e na
qual deverá ter domicílio.
§ 1º - Entende-se como:
a) - transferência provisória o deslocamento do aeronauta de sua base, por
período mínimo de 30 (trinta) dias e não superior a 120 (cento e vinte) dias, para
prestação de serviços temporários, sem mudança de domicílio, à qual retorna tão
logo cesse a incumbência que lhe foi cometida; e.
b) - transferência permanente, o deslocamento do aeronauta de sua base, por
período superior a 120 (cento e vinte) dias, com mudança de domicílio.
§ 2º - Após cada transferência provisória o aeronauta deverá permanecer na sua
base pelo menos 180 (cento e oitenta) dias.
§ 3º - O interstício entre transferências permanentes será de 2 (dois) anos.
§ 4º - Na transferência provisória serão assegurados ao aeronauta acomodações,
alimentação e transporte a serviço e, ainda, transporte aéreo de ida e volta, e no
regresso uma licença remunerada de 2 (dois) dias para o primeiro mês, mais 1
(um) dia para cada mês ou fração subseqüente, sendo que no mínimo 2 (dois)
dias não deverão coincidir com o sábado, domingo ou feriado.
§ 5º - Na transferência permanente serão assegurados ao aeronauta pela
empresa:
a) - uma ajuda de custo, para fazer face às despesas de instalação na nova base,
não inferior a quatro vezes o valor do salário mensal, calculado o salário variável
por sua taxa atual multiplicada pela média do correspondente trabalho, em horas
ou quilômetros de vôo, nos últimos 12 (doze) meses;
b) - o transporte aéreo para si e seus dependentes;
c) - a translação da respectiva bagagem; e
d) - uma dispensa de qualquer atividade relacionada com o trabalho pelo período
de 8 (oito) dias, a ser fixado por sua opção, com aviso prévio de 8 (oito) dias, à
empresa, dentro dos 60 (sessenta) dias seguintes à sua chegada a nova base.
§ 6º Na forma que dispuser o regulamento desta Lei, poderá ser a transferência
provisória transformada em transferência permanente.
Art 52 - O aeronauta deverá ser notificado pelo empregador com a antecedência
mínima de 60 (sessenta) dias na transferência permanente e 15 (quinze) dias na
provisória.
CAPíTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art 53 - Além dos casos previstos nesta Lei, as responsabilidades do aeronauta
são definidas no Código Brasileiro do Ar, nas leis e regulamentos em vigor e no
que decorrer do contrato de trabalho, acordos e convenções internacionais.
Art 54 - Os tripulantes das aeronaves das categorias administrativa e privada de
indústria e comércio ficam equiparados, para os efeitos desta Lei, aos de
aeronaves empregadas em serviços de táxi aéreo.
Art 55 - Os Ministros de Estado do Trabalho e da Aeronáutica expedirão as
instruções que se tornarem necessárias à execução desta Lei.
Art 56 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art 57 - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 05 de abril de 1984; 163º da Independência e 96º da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Délio Jardim Mattos
Murillo Macêdo
Art. 3º. - O aeronauta terá designação de tripulante quando no exercício de função específica a
bordo de aeronave, de acordo com as prerrogativas da licença de que é titular e dos
certificados exigidos pelo Departamento de Aviação Civil para o desempenho da função a
bordo.
§ 1º - É considerado tripulante, para os efeitos desta Portaria, o Inspetor de Aviação Civil -
INSPAC - quando no exercício de missão a bordo de aeronave.
§ 2º - Caberá ao Inspetor de Aviação Civil - INSPAC - o exercício das atividades de fiscalização
previstas no artigo 197 do código Brasileiro de Aeronáutica, e não comporá tripulação quando
em missão a bordo de aeronave.
Art. 5º. - Compete ao Ministério da Aeronáutica a fiscalização das normas de proteção ao vôo e
de tráfego aéreo contidas na Lei n.º 7.183 , de 05 de abril de 1984, incluindo-se aquelas
relacionadas à segurança de vôo.
início
índice geral
Art. 10 - O comandante será designado pelo proprietário ou explorador da aeronave e será seu
preposto durante a viagem.
§ Único - O comandante poderá delegar as suas atribuições a outro membro da tripulação, à
exceção daquelas que se relacionem com a segurança de vôo.
Art. 13 - As decisões tomadas pelo comandante durante o período de tempo de viagem serão
registradas no Diário de Bordo e, concluída a viagem, imediatamente comunicadas ao
proprietário ou explorador para as providências cabíveis.
§ Único - É da responsabilidade do operador ou proprietário, nos termos estabelecidos nos
regulamentos de segurança de vôo, comunicar formalmente ao Departamento de Aviação Civil
ou órgãos subordinados, as ocorrências registradas no Diário de Bordo que se constituam em
acidente, incidente, crime, bem como as informações previstas no Código Brasileiro da
Aeronáutica e Legislação complementar.
Art. 20 - Uma tripulação só poderá operar aeronave de terceiros quando o serviço de transporte
aéreo destes não se constituir em atividade essencial.
§ Único - A situação prevista no caput deste artigo deverá ser devidamente comprovada junto à
autoridade aeronáutica competente.
início
índice geral
Art. 24 - O registro da jornada de trabalho dos tripulantes de empresas de transporte aéreo não
regular e de aeronaves privadas far-se-á través da papeleta individual de horário de serviço
externo.
§ 1º - A papeleta individual de horário de serviço externo a que se refere o caput deste artigo
será fornecida mensalmente ao aeronauta pelo empregador que nela fará constar, diariamente,
as anotações de início e término da jornada, intervalos para alimentação - quando prestando
serviços em terra - interrupções programadas da viagem e folgas.
§ 2º - A papeleta individual de horário de serviço externo deverá conter, obrigatoriamente, o
nome da empresa, CGC, endereço, nome do empregador, função do aeronauta, e deverá ser
assinada e datada pelo empregador, e por ele arquivada, por um período de 24 (vinte e quatro)
meses, para os efeitos de fiscalização. *
Art. 29 - Os limites de vôo e pousos permitidos para uma jornada de trabalho são os seguintes:
9 (nove) horas e 30 (trinta) minutos de vôo e 5 (cinco) pousos, na hipótese de integrante de
tripulação mínima ou simples;
12 (doze) horas de vôo e 6 (seis) pousos, na hipótese de integrante de tripulação composta;
15 (quinze) horas de vôo e 4 (quatro) pousos na hipótese de integrante de tripulação de
revezamento;
8 (oito) horas sem limite de pousos, na hipótese de integrante de tripulação de helicópteros.
§ 1º - Na hipótese do item I deste artigo o sexto pouso só será permitido:
A critério do empregador quando programado para atender necessidade de serviço, e neste
caso, o repouso que precede a jornada deverá ser aumentado de 1 (uma) hora;
Ou em caso de desvio para pouso alternativo.
§ 2º - Será ainda permitido o acréscimo de mais um pouso em caso de desvio para alternativa
aos limites estabelecidos nos itens II e deste III artigo.
Art. 30 - Repouso é o espaço de tempo ininterrupto após uma jornada, em que o tripulante fica
desobrigado da prestação de qualquer serviço.
Art. 33 - Folga o período de tempo não inferior a 24 (vinte e quatro) horas consecutivas em que
o aeronauta, em sua base contratual, sem prejuízo da remuneração, está desobrigado de
qualquer atividade relacionada com seu trabalho.
§ Único - A folga deverá ocorrer, no máximo, após o 6º (sexto) período consecutivo de até 24
(vinte e quatro) horas à disposição do empregador, contado a partir da sua apresentação,
observados os limites da duração da jornada de trabalho e do repouso.
Art. 34 - O número de folgas não será inferior a 8 (oito) períodos de 24 (vinte e quatro) horas
por mês, observada a conclusão do repouso da jornada.
§ 1º - Do número de folgas estipuladas neste artigo, serão concedidos dois períodos
consecutivos de 24 (vinte e quatro) horas cada um, devendo pelo menos um deles abranger
um sábado ou um domingo integralmente.
§ 2º - Quando o tripulante concorrer parcialmente à escala de serviço do mês aplicar-se-á a
proporcionalidade do número de dias trabalhados ao número de folgas a serem concedidas.
Art. 39 - As férias anuais do aeronauta serão de 30 (trinta) dias consecutivos, vedada qualquer
redução neste limite.
§ Único - A concessão de férias será participada ao aeronauta, por escrito, com a antecedência
mínima de 30 (trinta) dias, devendo o empregado assinar a respectiva notificação.
TÍTULO I
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
II - as aeronaves de outra espécie, quando em alto mar ou região que não pertença a
qualquer Estado.
Art. 4° Os atos que, originados de aeronave, produzirem efeito no Brasil, regem-se por
suas leis, ainda que iniciados no território estrangeiro.
Parágrafo único. Quando pelo menos uma das aeronaves envolvidas for brasileira, aplica-
se a lei do Brasil à assistência, salvamento e abalroamento ocorridos em região não submetida
a qualquer Estado.
Art. 10. Não terão eficácia no Brasil, em matéria de transporte aéreo, quaisquer
disposições de direito estrangeiro, cláusulas constantes de contrato, bilhete de passagem,
conhecimento e outros documentos que:
TÍTULO II
DO ESPAÇO AÉREO E SEU USO PARA FINS AERONÁUTICOS
CAPÍTULO I
DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO
Art. 11. O Brasil exerce completa e exclusiva soberania sobre o espaço aéreo acima de
seu território e mar territorial.
Art. 12. Ressalvadas as atribuições específicas, fixadas em lei, submetem-se às normas
(artigo 1º, § 3º), orientação, coordenação, controle e fiscalização do Ministério da Aeronáutica:
I - a navegação aérea;
II - o tráfego aéreo;
IV - a aeronave;
V - a tripulação;
Art. 13. Poderá a autoridade aeronáutica deter a aeronave em vôo no espaço aéreo
(artigo 18) ou em pouso no território brasileiro (artigos 303 a 311), quando, em caso de
flagrante desrespeito às normas de direito aeronáutico (artigos 1° e 12), de tráfego aéreo
(artigos 14, 16, § 3°, 17), ou às condições estabelecidas nas respectivas autorizações (artigos
14, §§ 1°, 3° e 4°, 15, §§ 1° e 2°, 19, parágrafo único, 21, 22), coloque em risco a segurança da
navegação aérea ou de tráfego aéreo, a ordem pública, a paz interna ou externa.
CAPÍTULO II
DO TRÁFEGO AÉREO
§ 4° A utilização do espaço aéreo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita às normas
e condições estabelecidas, assim como às tarifas de uso das comunicações e dos auxílios à
navegação aérea em rota (artigo 23).
Art. 15. Por questão de segurança da navegação aérea ou por interesse público, é
facultado fixar zonas em que se proíbe ou restringe o tráfego aéreo, estabelecer rotas de
entrada ou saída, suspender total ou parcialmente o tráfego, assim como o uso de determinada
aeronave, ou a realização de certos serviços aéreos.
§ 1° A prática de esportes aéreos tais como balonismo, volovelismo, asas voadoras e
similares, assim como os vôos de treinamento, far-se-ão em áreas delimitadas pela autoridade
aeronáutica.
§ 2° A falta de garantia autoriza o seqüestro da aeronave e a sua retenção até que aquela
se efetive.
Art. 17. É proibido efetuar, com qualquer aeronave, vôos de acrobacia ou evolução que
possam constituir perigo para os ocupantes do aparelho, para o tráfego aéreo, para instalações
ou pessoas na superfície.
Art. 18. O Comandante de aeronave que receber de órgão controlador de vôo ordem para
pousar deverá dirigir-se, imediatamente, para o aeródromo que lhe for indicado e nele efetuar o
pouso.
Art. 19. Salvo motivo de força maior, as aeronaves só poderão decolar ou pousar em
aeródromo cujas características comportarem suas operações.
Parágrafo único. Os pousos e decolagens deverão ser executados, de acordo com
procedimentos estabelecidos, visando à segurança do tráfego, das instalações aeroportuárias
e vizinhas, bem como a segurança e bem-estar da população que, de alguma forma, possa ser
atingida pelas operações.
Art. 20. Salvo permissão especial, nenhuma aeronave poderá voar no espaço aéreo
brasileiro, aterrissar no território subjacente ou dele decolar, a não ser que tenha:
Art. 21. Salvo com autorização especial de órgão competente, nenhuma aeronave poderá
transportar explosivos, munições, arma de fogo, material bélico, equipamento destinado a
levantamento aerofotogramétrico ou de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou
substâncias consideradas perigosas para a segurança pública, da própria aeronave ou de seus
ocupantes.
CAPÍTULO III
ENTRADA E SAÍDA DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO
Art. 22. Toda aeronave proveniente do exterior fará, respectivamente, o primeiro pouso ou
a última decolagem em aeroporto internacional.
CAPÍTULO II
DO SISTEMA AEROPORTUÁRIO
SEÇÃO I
DOS AERÓDROMOS
Art. 30. Nenhum aeródromo civil poderá ser utilizado sem estar devidamente cadastrado.
Art. 32. Os aeroportos e heliportos serão classificados por ato administrativo que fixará as
características de cada classe.
Art. 37. Os aeródromos públicos poderão ser usados por quaisquer aeronaves, sem
distinção de propriedade ou nacionalidade, mediante o ônus da utilização, salvo se, por motivo
operacional ou de segurança, houver restrição de uso por determinados tipos de aeronaves ou
serviços aéreos.
TÍTULO IV
DAS AERONAVES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 106. Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-
se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou
coisas.
CAPÍTULO II
DA NACIONALIDADE, MATRÍCULA E AERONAVEGABILIDADE
SEÇÃO I
DA NACIONALIDADE E MATRÍCULA
Art. 109. O Registro Aeronáutico Brasileiro, no ato da inscrição, após a vistoria técnica,
atribuirá as marcas de nacionalidade e matrícula, identificadoras da aeronave.
Art. 110. A matrícula de aeronave já matriculada em outro Estado pode ser efetuada pelo
novo adquirente, mediante a comprovação da transferência da propriedade; ou pelo
explorador, mediante o expresso consentimento do titular do domínio.
TÍTULO V
DA TRIPULAÇÃO
CAPÍTULO I
DA COMPOSIÇÃO DA TRIPULAÇÃO
Art. 156. São tripulantes as pessoas devidamente habilitadas que exercem função a bordo
de aeronaves.
§ 2° A função não remunerada, a bordo de aeronave de serviço aéreo privado (artigo 177)
pode ser exercida por tripulantes habilitados, independente de sua nacionalidade.
Art. 157. Desde que assegurada a admissão de tripulantes brasileiros em serviços aéreos
públicos de determinado país, deve-se promover acordo bilateral de reciprocidade.
Art. 158. A juízo da autoridade aeronáutica poderão ser admitidos como tripulantes, em
caráter provisório, instrutores estrangeiros, na falta de tripulantes brasileiros.
Parágrafo único. O prazo do contrato de instrutores estrangeiros, de que trata este artigo,
não poderá exceder de 6 (seis) meses.
CAPÍTULO II
DAS LICENÇAS E CERTIFICADOS
Art. 161. Será regulada pela legislação brasileira a validade da licença e o certificado de
habilitação técnica de estrangeiros, quando inexistir convenção ou ato internacional vigente no
Brasil e no Estado que os houver expedido.
Art. 163. Sempre que o titular de licença apresentar indício comprometedor de sua aptidão
técnica ou das condições físicas estabelecidas na regulamentação específica, poderá ser
submetido a novos exames técnicos ou de capacidade física, ainda que válidos estejam os
respectivos certificados.
Parágrafo único. Do resultado dos exames acima especificados caberá recurso dos
interessados à Comissão técnica especializada ou à junta médica.
Art. 164. Qualquer dos certificados de que tratam os artigos anteriores poderá ser cassado
pela autoridade aeronáutica se comprovado, em processo administrativo ou em exame de
saúde, que o respectivo titular não possui idoneidade profissional ou não está capacitado para
o exercício das funções especificadas em sua licença.
CAPÍTULO III
DO COMANDANTE DE AERONAVE
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação, designado
pelo proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a viagem.
II - limites de vôo;
IV - fornecimento de alimentos.
Art. 167. O Comandante exerce autoridade inerente à função desde o momento em que
se apresenta para o vôo até o momento em que entrega a aeronave, concluída a viagem.
Parágrafo único. No caso de pouso forçado, a autoridade do Comandante persiste até que
as autoridades competentes assumam a responsabilidade pela aeronave, pessoas e coisas
transportadas.
Art. 168 Durante o período de tempo previsto no artigo 167, o Comandante exerce
autoridade sobre as pessoas e coisas que se encontrem a bordo da aeronave e poderá:
I - desembarcar qualquer delas, desde que comprometa a boa ordem, a disciplina, ponha
em risco a segurança da aeronave ou das pessoas e bens a bordo;
III - alijar a carga ou parte dela, quando indispensável à segurança de vôo (artigo 16, § 3º).
Art. 169. Poderá o Comandante, sob sua responsabilidade, adiar ou suspender a partida
da aeronave, quando julgar indispensável à segurança do vôo.
Art. 170. O Comandante poderá delegar a outro membro da tripulação as atribuições que
lhe competem, menos as que se relacionem com a segurança do vôo.
Art. 171. As decisões tomadas pelo Comandante na forma dos artigos 167, 168, 169 e
215, parágrafo único, inclusive em caso de alijamento (artigo 16, § 3°), serão registradas no
Diário de Bordo e, concluída a viagem, imediatamente comunicadas à autoridade aeronáutica.
Parágrafo único. No caso de estar a carga sujeita a controle aduaneiro, será o alijamento
comunicado à autoridade fazendária mais próxima.
Art. 172. O Diário de Bordo, além de mencionar as marcas de nacionalidade e matrícula,
os nomes do proprietário e do explorador, deverá indicar para cada vôo a data, natureza do
vôo (privado aéreo, transporte aéreo regular ou não regular), os nomes dos tripulantes, lugar e
hora da saída e da chegada, incidentes e observações, inclusive sobre infra-estrutura de
proteção ao vôo que forem de interesse da segurança em geral.
Parágrafo único. O Diário de Bordo referido no caput deste artigo deverá estar assinado
pelo piloto Comandante, que é o responsável pelas anotações, aí também incluídos os totais
de tempos de vôo e de jornada.
TÍTULO VI
DOS SERVIÇOS AÉREOS
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
Art. 174. Os serviços aéreos compreendem os serviços aéreos privados (artigos 177 a
179) e os serviços aéreos públicos (artigos 180 a 221).
Art. 176. O transporte aéreo de mala postal poderá ser feito, com igualdade de tratamento,
por todas as empresas de transporte aéreo regular, em suas linhas, atendendo às
conveniências de horário, ou mediante fretamento especial.
CAPÍTULO II
SERVIÇOS AÉREOS PRIVADOS
Art. 177. Os serviços aéreos privados são os realizados, sem remuneração, em benefício
do próprio operador (artigo 123, II) compreendendo as atividades aéreas:
I - de recreio ou desportivas;
§ 2° As aeronaves de que trata este artigo não poderão efetuar serviços aéreos de
transporte público (artigo 267, § 2°).
Art. 179. As pessoas físicas ou jurídicas que, em seu único e exclusivo benefício, se
dediquem à formação ou adestramento de seu pessoal técnico, poderão fazê-lo mediante a
anuência da autoridade aeronáutica.
CAPÍTULO III
SERVIÇOS AÉREOS PÚBLICOS
SEÇÃO I
DA CONCESSÃO OU AUTORIZAÇÃO PARA OS SERVIÇOS AÉREOS PÚBLICOS
Art. 181. A concessão somente será dada à pessoa jurídica brasileira que tiver:
I - sede no Brasil;
II - pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital com direito a voto, pertencente a brasileiros,
prevalecendo essa limitação nos eventuais aumentos do capital social;
§ 2° Pode ser admitida a emissão de ações preferenciais até o limite de 2/3 (dois terços)
do total das ações emitidas, não prevalecendo as restrições não previstas neste Código.
§ 3° A transferência a estrangeiro das ações com direito a voto, que estejam incluídas na
margem de 1/5 (um quinto) do capital a que se refere o item II deste artigo, depende de
aprovação da autoridade aeronáutica.
§ 4° Desde que a soma final de ações em poder de estrangeiros não ultrapasse o limite de
1/5 (um quinto) do capital, poderão as pessoas estrangeiras, naturais ou jurídicas, adquirir
ações do aumento de capital.
CAPÍTULO V
DO TRANSPORTE AÉREO REGULAR
SEÇÃO I
DO TRANSPORTE AÉREO REGULAR INTERNACIONAL
Art. 203. Os serviços de transporte aéreo público internacional podem ser realizados por
empresas nacionais ou estrangeiras.
§ 2° A designação de que trata este artigo far-se-á com o objetivo de assegurar o melhor
rendimento econômico no mercado internacional, estimular o turismo receptivo, contribuir para
o maior intercâmbio político, econômico e cultural.
Art. 205. Para operar no Brasil, a empresa estrangeira de transporte aéreo deverá:
III - obter autorização para operar os serviços aéreos (artigos 212 e 213).
Art. 206. O pedido de autorização para funcionamento no País será instruído com os
seguintes documentos:
III - relação de acionistas ou detentores de seu capital, com a indicação, quando houver,
do nome, profissão e domicílio de cada um e número de ações ou quotas de participação,
conforme a natureza da sociedade;
Art. 208. As empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no País são obrigadas a ter
permanentemente representante no Brasil, com plenos poderes para tratar de quaisquer
assuntos e resolvê-los definitivamente, inclusive para o efeito de ser demandado e receber
citações iniciais pela empresa.
Art. 209. Qualquer alteração que a empresa estrangeira fizer em seu estatuto ou atos
constitutivos dependerá de aprovação do Governo Federal para produzir efeitos no Brasil.
Art. 210. A autorização à empresa estrangeira para funcionar no Brasil, de que trata o
artigo 206, poderá ser cassada:
I - em caso de falência;
Art. 212. A empresa estrangeira, designada pelo governo de seu país e autorizada a
funcionar no Brasil, deverá obter a autorização para iniciar, em caráter definitivo, os serviços
aéreos internacionais, apresentando à autoridade aeronáutica:
b) as tarifas que pretende aplicar entre pontos de escala no Brasil e as demais escalas de
seu serviço no exterior;
Art. 213. Toda modificação que envolva equipamento, horário, freqüência e escalas no
Território Nacional, bem assim a suspensão provisória ou definitiva dos serviços e o
restabelecimento de escalas autorizadas, dependerá de autorização da autoridade aeronáutica,
se não for estabelecido de modo diferente em Acordo Bilateral.
Art. 214. As empresas estrangeiras de transporte aéreo que não operem no Brasil não
poderão funcionar no Território Nacional ou nele manter agência, sucursal, filial, gerência,
representação ou escritório, salvo se possuírem autorização para a venda de bilhete de
passagem ou de carga, concedida por autoridade competente.
§ 1° A autorização de que trata este artigo estará sujeita às normas e condições que
forem estabelecidas pelo Ministério da Aeronáutica.
§ 2° Não será outorgada autorização a empresa cujo país de origem não assegure
reciprocidade de tratamento às congêneres brasileiras.
SEÇÃO II
DO TRANSPORTE DOMÉSTICO
Art. 215. Considera-se doméstico e é regido por este Código, todo transporte em que os
pontos de partida, intermediários e de destino estejam situados em Território Nacional.
Parágrafo único. O transporte não perderá esse caráter se, por motivo de força maior, a
aeronave fizer escala em território estrangeiro, estando, porém, em território brasileiro os seus
pontos de partida e destino.
Art. 216. Os serviços aéreos de transporte público doméstico são reservados às pessoas
jurídicas brasileiras.
CAPÍTULO VI
DOS SERVIÇOS DE TRANSPORTE AÉREO NÃO REGULAR
Art. 217. Para a prestação de serviços aéreos não regulares de transporte de passageiro,
carga ou mala postal, é necessária autorização de funcionamento do Poder Executivo, a qual
será intransferível, podendo estender-se por período de 5 (cinco) anos, renovável por igual
prazo.
TÍTULO VII
DO CONTRATO DE TRANSPORTE AÉREO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Parágrafo único. O empresário, como transportador, pode ser pessoa física ou jurídica,
proprietário ou explorador da aeronave.
CAPÍTULO II
DO CONTRATO DE TRANSPORTE DE PASSAGEIRO
SEÇÃO I
DO BILHETE DE PASSAGEM
Art. 228. O bilhete de passagem terá a validade de 1 (um) ano, a partir da data de sua
emissão.
Art. 230. Em caso de atraso da partida por mais de 4 (quatro) horas, o transportador
providenciará o embarque do passageiro, em vôo que ofereça serviço equivalente para o
mesmo destino, se houver, ou restituirá, de imediato, se o passageiro o preferir, o valor do
bilhete de passagem.
Art. 231. Quando o transporte sofrer interrupção ou atraso em aeroporto de escala por
período superior a 4 (quatro) horas, qualquer que seja o motivo, o passageiro poderá optar
pelo endosso do bilhete de passagem ou pela imediata devolução do preço.
I - multa;
Art. 290. A autoridade aeronáutica poderá requisitar o auxílio policial da força para
obter a detenção dos presumíveis infratores ou da aeronave que ponha em perigo a segurança
pública, pessoas ou coisas, nos limites do que dispõe este Código.
Art. 295. A multa será imposta de acordo com a gravidade da infração, podendo ser
acrescida da suspensão de qualquer dos certificados ou da autorização ou permissão.
Art. 296. A suspensão será aplicada para período não superior a 180 (cento e oitenta)
dias, podendo ser prorrogada uma vez por igual período.
Art. 298. A empresa estrangeira de transporte aéreo que opere no País será sujeita à
multa e, na hipótese de reincidência, à suspensão ou cassação da autorização de
funcionamento no caso de não atender:
CAPÍTULO III
DAS INFRAÇÕES
Art. 299. Será aplicada multa de (VETADO) ate 1.000 (mil) valores de referência, ou de
suspensão ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação, concessão,
autorização, permissão ou homologação expedidos segundo as regras deste Código, nos
seguintes casos:
Art. 302. A multa será aplicada pela prática das seguintes infrações:
d) utilizar ou empregar aeronave sem os documentos exigidos ou sem que estes estejam
em vigor;
i) manter aeronave estrangeira em Território Nacional sem autorização ou sem que esta
haja sido revalidada;
s) realizar vôo por instrumentos com aeronave não homologada para esse tipo de
operação;
u) realizar vôo solo para treinamento de navegação sendo aluno ainda não habilitado para
tal;
p) exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de horas de trabalho ou de vôo;
ALFABETO FONÉTICO
INTRODUÇÃO
- Em 1802 na Inglaterra foi limitado o trabalho do menor até 12 anos em 12 horas diárias.
- Em 1841 a França regulamentou a jornada de trabalho para o menor de 8 a 12 anos de idade
em 08 horas e para o menor acima de 12 anos em 12 horas diárias.
- Em 1848 foi regulamentado na França a jornada de trabalho para todos os empregados em
12 horas diárias.
- Em 1891 foi publicada a encíclica RERUM NOVARUM onde a igreja Católica defendia a
propriedade privada, a dignidade do trabalho com salário justo para a constituição do capital,
e o entendimento entre as classes com a intervenção do poder público.
- Com a guerra mundial de 1914/18 o trabalhador e todas as grandes massas operárias
tomaram a linha de frente na produção industrial, com grandes destaques para a mulher. Os
governos adotaram novas políticas administrativas e os problemas do trabalho passaram a
ser considerados, e aumentou o prestígio dos movimentos trabalhistas.
- No Brasil, a escravidão durou 3 séculos. Durante o período colonial a economia era
representada pela agricultura e mineração.
- A liberdade do trabalho veio com a Constituição Imperial de 1824.
- A constituição de 1891, já Republicana, não tratou do relacionamento trabalhista, o estado
ficava ausente.
- Em 1930, com a revolução em que o vencedor foi o partido de Getúlio Vargas, foram dados
os primeiros passos para o aparecimento do direito trabalhista com a criação do Ministério do
Trabalho, lei dos 2/3, regulamentação do trabalho da mulher, férias anuais, juntas de
conciliação e julgamento, criação dos institutos de aposentadoria e previsão para os
acidentes trabalhistas.
- Em 1934 foi criada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT.
EMPREGADO
“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador sob dependência deste e mediante salário” (art. 3 da CLT)
Estão na Lei os requisitos para que se caracterize o empregado:
a) prestação de serviço por pessoa física: apenas a pessoa física pode ser empregado. Ao
contrário do empregador que pode ser pessoa física ou jurídica;
a) pessoal: somente o empregado contratado pode prestar o serviço, não podendo ser
substituído;
b) oneroso: isto é, remunerado;
c) contínuo: isto é, não pode ter caráter esporádico ou eventual;
d) subordinado: isto é, sob dependência jurídica do empregador;
Empregado possui deveres quando inicia seu vínculo empregatício com o empregador:
EMPREGADOR
a) segurança: garantir vida, saúde, integridade física e moral do empregado e seu bom
desempenho funcional;
b) não discriminação: não poderá discriminar por sexo, nacionalidade, cor, religião, etc.
Direito do Trabalho
Greve e "Lodc-Ouf"
Entre tantos conflitos entre empregados e empregadores, com certeza greve é a manifestação
que mais causa divergências de opinião entre a sociedade. O termo "greve— se originou de um
ponto de uma reunião em uma praça de Paris denominada "Place de Greve—. A constituição de
1891, nada falam sobre as greves mas a Constituição de 1937, dizia que a greve e "lock-out"
eram recursos anti-sociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores
interesses da nação. Hoje, a greve é uma conquista, um direito do trabalhador.
O "lock-out" é a paralisação determinada pelo próprio patrão.
Anotações
A empresa que contrata um funcionário é obrigada a fazer na carteira de trabalho o registro das
condições do contrato de trabalho. Para isso, não pode demorar mais do que 48 horas após
admitir o empregado.
TIPOS DE CONTRATOS
- Contrato de Experiência - Não poderá exceder de 90 dias (pode ser prorrogado apenas 1
vez, respeitando o limite máximo de 90 dias).
Esse tipo de contrato tem a finalidade de permitir tanto ao empregado como o empregador que
se conhecerem durante certo tempo. Contém termo final.
Tudo na vida do homem tem um fim inclusive a própria vida. Assim, o contrato de trabalho
também se finda de várias formas.
a) acordo entre ambos: as partes de comum acordo resolvem extinguir o contrato de trabalho:
b) o pedido de demissão: é a vontade do empregado que solicita sua demissão, por ter
encontrado melhor emprego ou por qualquer outro motivo. Deverá sempre haver a devida
homologação quando o empregado tiver mais de um ano de serviço, sendo que este ato se
prática nos Sindicatos ou da Delegacia Regional do Trabalho.
Quando for despedido, receberá o que tiver direito, seja em que época for. O empregado
despedido emotivamente, sem justa causa, terá direito a receber os valores relativos aos
depósitos recolhidos no banco depositário do FGTS, com acréscimo de 40% (quarenta por
cento), a título de multa imposta ao empregador.
A justa se constitui na infração grave de uma das partes de forma voluntária, provocando a
rescisão contratual. A falta para constituir uma justa causa deve ser grave, isto é, impedir a
continuação do emprego, pois a despedida é a punição maior que pode ser aplicada pelo
empregador. Do mesmo modo, a gravidade do empregador pode ensejar uma rescisão indireta.
EMPREGADO
Segundo o disposto no artigo n.° 483 da CLT, o empregado poderá considerar rescindido o
contrato e pleitear a devida indenização quando:
a) Exigência de serviços superiores as suas forças, e proibidas por lei ou contrário aos bons
costumes ou alheios ao contrato.
O empregado não pode ser obrigado a prestar serviços superiores as suas forças, isto é, não
pode exigir sacrifício físico empregado. Não pode o empregador obrigar o assalariado a prestar
serviços contrários aos bons costumes e proibidos por Lei. Os bons costumes é o normal da
coletividade, o qual varia no tempo e no espaço.
c) Correr perigo manifesto de mal considerável O empregado não é obrigado a correr risco de
vida para continuar prestando o serviço, bem como se sujeitar a perigo manifesto de mal
considerável. A Lei fala em perigo manifesto, isto é, evidente. Não define o que se deve entender
por perigo manifesto: compete ao Juiz verificar, em cada caso, se ocorreu ou não a falta grave.
e) Praticar o empregador ou seu proposto contra empregado ou pessoas de sua família ato
lesivo da honra e da boa fama
É uma falta que pode ser praticada pelo empregador ou por alguém que faie em seu nome, não
apenas em relação ao empregado, mas também às pessoas de sua família.
g) Redução do trabalho, quando este for peça ou tarefa, de forma a reduzir sensivelmente a
importância do salário.
O empregado recebe de acordo com a produção. Não pode o empregador reduzir sua tarefa de
tal forma a afetar seus ganhos mensais.
EMPREGADOR
Segundo o artigo n.° 482 da CLT, poderá o empregador demitir o empregado, por justa causa,
quando ocorrer:
b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: são faltas que importam numa violação de
conduta por parte do empregado. A incontinência de conduta se refere a atos excessivos do
empregado, geralmente de ordem sexual, os quais impedem o prosseguimento da relação de
emprego. O mau procedimento revela um modo inadequado de comportamento do qual decorre
a incontinência de conduta:
Segundo o artigo n.° 482 da CLT, poderá o empregador demitir o empregado, por justa causa,
quando ocorrer:
b) Incontinência de conduta ou mau procedimento: são faltas que importam numa violação de
conduta por parte do empregado. A incontinência de conduta se refere a atos excessivos do
empregado, geralmente de ordem sexual, os quais impedem o prosseguimento da relação de
emprego. O mau procedimento revela um modo inadequado de comportamento do qual decorre
a incontinência de conduta:
f) Embriaguez habitual no serviço: ocorre sempre que o empregado agir de forma habitual
neste sentido, não se deve confundir embriaguez habitual com o hábito de beber;
k) Ato lesivo da honra e boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador ou
seus superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa ou de outrem: esta falta pode ser
praticada fora do local de trabalho. A lei fala em superiores hierárquicos, estes são os chefes e
encarregados de serviço, os quais são não podem ser ofendidos em qualquer lugar;
I) Prática constante de jogos de azar: o jogo é prejudicial a moral do empregado, desde que
constante e em se tratando de jogo de azar. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, entende-se
por jogos de azar, aqueles em que o ganho ou a perda, dependem mais da sorte que do cálculo,
ou somente da sorte.
Vejamos agora, as conseqüências da despedida, isto é, quando ocorrer por justa causa.
Primeiramente, registre-se que deve ser imediata, isto é, logo que conhecida do patrão
e grave.
- indenização;
- aviso prévio;
- 13° Salário proporcional; e
- férias proporcionais;
- FGTS, fica impedido de movimentar os depósitos:
- Seguro desemprego.
AVISO-PRÉVIO
O aviso-prévio demonstra a bilateralidade do contrato de trabalho. Qualquer das partes que
pretenda a rescisão do contrato de trabalho deverá avisar a outra com antecedência mínima de
30 (trinta) dias. O fundamento da necessidade de ser o outro contratante avisado de que o
contrato por prazo indeterminado será rescindido, consiste, para o empregado, no fato de
precisar arranjar outro emprego, e para o empregador, em não poder a empresa ficar desfalcada
da mão-de-obra. Caso o empregado não dê aviso-prévio ao empregador, este tem o direito de
descontar os salários do prazo respectivo. O empregado durante o aviso-prévio, em se tratando
de rescisão provocada pelo empregador, terá sua jornada reduzida em duas horas, sem prejuízo
do salário integral. Esta redução se justifica para que o trabalhador possa procurar novo
emprego. Durante este período de aviso-prévio, tudo permanecerá inalterado em direitos,
deveres e obrigações.
FÉRIAS
Podemos entender por férias o direito do empregado em interromper o trabalho por iniciativa do
empregador, durante um período variável a cada ano, sem perda da remuneração. As férias são
um direito do trabalhador. São irrenunciáveis, ou seja, não pode ser objeto de transação. Após
um período de 12 (doze) meses, adquire o empregado o direito as férias. Quanto ao período
aquisitivo, devemos entender aquele tempo que antecede as férias, ainda não completo. Por
férias vencidas, devemos entender aquele período completo após os doze meses.
Poderá o empregado transformar apenas 1/3 de suas férias em dinheiro, o que de forma comum
e popular se chama — vender as férias -.
FGTS
For criado pela Lei n.° 5107/66. Inicialmente dando origem a um sistema alternativo, de acordo
com o qual, segundo a opção do empregado, a garantia de seu tempo de serviço se daria ou pela
indenização ou através de depósitos do Fundo de Garantia.
Estes depósitos efetuados somente pelo empregador, em conta bancária especial no nome do
empregado, corresponde a 8% (oito por cento) da remuneração mensal do mesmo.
A Constituição de 1988 fez desaparecer o sistema alternativo entre indenização e fundo de
garantia, tomando-se o único direito do empregador. As pessoas que já possuíam estabilidade,
assim permaneceram ante o DIREITO ADQUIRIDO.
DOS SAQUES
• Art. 35. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:
I- despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e por força maior,
0 0
comprovada com o pagamento dos valores de que tratam os §§ 1° e 2 Do art. 9 ;
c) o valor de cada parcela a ser movimentada não exceda a oitenta por cento do montante da
prestação;
a) conte o mutuário com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS, na mesma
empresa ou empresas diferentes; e
b) seja a operação financiada pelo SFH ou, se realizada fora do Sistema, preencha os requisitos
para ser por ele financiada;
VIII- quando permanecer três anos ininterruptos, a partir de 14 de maio de 1990, sem crédito
de depósitos;
IX- extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos
pela Lei n.°. 6.019, de 1974; e
FALTAS
Falta é aquele momento em que o empregado deixa de comparecer ao trabalho para exercer
as suas funções. As faltas consideradas justificadas, estão catalogadas no art. N 131 da CLT.
Não será considerada falta ao serviço, a ausência do empregado:
- Durante o afastamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou aborto
não criminoso, pelo tempo que a Lei regulamenta;
- Por motivo de acidente de trabalho ou incapacidade que propicie concessão de auxílio
doença pela Previdência Social,
- Aquela que justificada pela empresa, entendendose como tal a que não tiver determinado o
desconto do correspondente salário;
- Durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de prisão
preventiva;
-
- Quando for impronunciado ou absolvido ,
- Nos dias em que não tenha havido serviço.
REMUNERAÇÃO E SALÁRIO
Devemos entender por REMUNERAÇÃO a totalidade dos valores que o empregado recebe em
decorrência do trabalho e o SALÁRIO seria o ordenado. O salário, assim como comissões,
gratificações, gorjetas e os adicionais. então integrados à remuneração. O salário é irredutível,
pois é o meio do qual o empregado se sustenta e também a seus dependentes, de modo que a
Lei deve assegurar que o empregado receba integralmente seu salário. Os únicos descontos
são os permitidos por Lei. Também o pagamento dos salários deverá ser em moeda corrente,
pois não é possível o pagamento por meio de vales ou promissórias, a fim de que o empregado
possa. imediatamente, usar o dinheiro para atender suas necessidades.
SALÁRIO-MiNIMO
SALÁRIO-FAMÍLIA
O salário-família foi instituído pela Lei n.° 4266 de 3 de Outubro de 1963, devendo ser pago por
filho menor, de qualquer condição, até 14 anos de idade, inclusive no mês em que ele completa
a idade limite. A Lei limitou a idade, visto que o menor poderá começar a trabalhar deste dia
em diante. A Empresa é mera intermediária, porque a Previdência reembolsa os pagamentos
feitos. Para receber-se o salário-família, é necessário apresentar prova de filiação.
É princípio pacífico no Direito do Trabalho que a todo trabalhador de igual valor corresponderá
salário igual, sem distinção de sexo, cor, etc. A Constituição de 1934 dizia que "' proibição de
diferença de salário, para um mesmo trabalho por motivo de sexo, cor e estado civil -.
Assim percebemos que, sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao
mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade.
O primeiro requisito é o trabalho de igual valor. Este se configura quando for feito com a
mesma produtividade e com a mesma perfeição técnica, por pessoas entre as quais não haja
diferença superior a dois anos. O segundo requisito é a identidade das funções, sendo que
aqui deve ser verificada a natureza do serviço prestado.
JORNADA DE TRABALHO
Durante muitos séculos os trabalhadores lutaram para que fosse limitada a jornada de trabalho,
pois eram obrigados pelos patrões a trabalhar durante muitas horas, não dispondo de tempo para
o resto de suas atividades, como lazer e descanso. Então a Lei veio ao encontro destes
trabalhadores, fixando a jornada máxima de trabalho em 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e
quatro horas semanais) para a generalidade dos trabalhadores. As horas de trabalho superiores
aos limites acima serão consideradas extraordinárias. Devemos entender por jornada de trabalho
o período em que o empregado executa a prestação dos serviços contratados. Deve haver um
intervalo de 11 (onze) horas, entre duas jornadas de trabalho diário. Na mesma jornada deve
haver um intervalo de 15 (quinze) minutos, se for mais de 4 (quatro) horas e até (seis) horas a
sua duração; um intervalo de 1 (uma) a 2 (duas) horas, se a duração for superior a 6 (seis) horas.
O empregado só poderá trabalhar além de sua jornada normal de trabalho, duas horas a mais
por dia, o que chamamos de hora-extra.
A jornada que ultrapassar as duas horas a mais de trabalho, deverá ser precedida de uma
comunicação, por escrito, da empresa ao DRT (Delegacia Regional do Trabalho).
A Constituição Federal, no inc. XVIII do artigo 7°, confere licença à gestante, sem prejuízo do
emprego, com duração de cento e vinte dias.
E, no inc. XIX, assegura licença paternidade, nos termos fixados em Lei. Até que a Lei venha
disciplinálos, o prazo será de cinco dias, conforme parágrafo 1 ° do artigo n.° 10 das disposições
transitórias.
TRABALHO DO MENOR
Pela atual Constituição, somente é permitido o trabalho para os menores com mais de quatorze
anos, salvo nos casos de menores aprendizes, que podem trabalhar a partir dos doze anos de
idade.
Até os dezoito anos, depende de autorização do pai ou responsável para trabalhar. Depois dessa
idade, pode contratar o trabalho diretamente.
É proibido o trabalho de menores em: serviços noturnos, locais insalubres, perigosos ou
prejudiciais à sua moralidade, trabalho em ruas, praças e logradouros, públicos, salvo prévia
autorização do Juiz de Menores.
Não pode cumprir horas extras, contratuais. Para os casos de força maior, sua jornada não
poderá ir além de doze horas, sendo necessário observar o intervalo de quinze minutos, antes do
início da jornada suplementar, comunicar o fato à DRT (Delegacia Regional do Trabalho), dentro
de quarenta e oito horas e ter atestado médico oficial. Fará jaús a adicional idêntico aos adultos
(50%).
Pode assinar o recibo do salário, mas não pode afirmar a rescisão do contrato de trabalho, sem
assistência do responsável legal.
TRABALHO DA MULHER
TRABALHADOR DOMÉSTICO
a) Salário mínimo;
b) Irredutibilidade do salário
c) 13° salário;
d) repouso remunerado;
e) férias anuais remuneradas, com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
f) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de cento e vinte dias;
h) aposentadoria:
O trabalho noturno é contrário a natureza, pois o homem normalmente dorme de noite e trabalha
de dia, de modo que é justo que, quem trabalha de noite receba uma remuneração maior.
Além deste adicional, existe a chamada hora noturna que tem 52 minutos e 30 segundos, de
conformidade com a Lei. A Lei define o trabalho noturno como 0 sendo realizado das 22:00 às
05:00 horas. Seu valor é de 20% (vinte por cento) do salário base.
Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, sem
prejuízo da remuneração. O direito ao repouso semanal remunerado e nos feriados está previsto
no inciso XV do art. 7 da Constituição Federal. Os empregados que prestaram serviços aos
domingos, terão direito a uma folga compensatória semanal; quanto ao trabalho nos feriados,
dará direito a folga remuneratórìa ou pagamento da remuneração em dobro.
GORJETAS
São quantias pagas, voluntária ou compulsoriamente, por terceiros, que se utilizam de serviços
prestados por empregados. Exemplo: nos restaurantes. A gorjeta é aquela que depende da
vontade da pessoa que está se utilizando do serviço.
COMISSÕES E PORCENTAGENS
GRATIFICAÇÕES
São quantias pagas pelo empregador, em regra a título de prêmio ou incentivo ao empregado.
Antigamente, constituíam simples lìberalidades; hoje constituem modalidades de remuneração,
quando habituais. O décimo terceiro é uma gratificação natalina obrigatória.
ADICIONAL DE TRANSFERENCIA
HORAS-EXTRAS
São permitidas nos seguintes casos:
- acordo de prorrogação;
- sistema de compensação;
- motivo de força maior que as exija;
- conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto;
- para recuperação de horas de paralisação por causas acidentais ou de força maior. Seu valor
corresponde a no mínimo 50% (cinqüenta por cento) do normal, de acordo com a
Constituição Federal vigente.
ABONO
Somente integram a remuneração quando ultrapassam o valor de 50% (cinqüenta por cento) do
salário pago.
INSALUBRIDADE
PERICULOSIDADE
Este adicional é devido a todo trabalhador que exerce sua atividade em ambientes perigosos,
ou seja, aquele que tenha contato permanente com explosivo, energia elétrica, inflamáveis ou
radiações ionizadas. Ele também integra a remuneração e seu valor é de 30% (trinta por cento)
sobre o normal. A Lei proíbe o recebimento de dois adicionais, devendo o funcionário receber
sempre o maior, que no caso será o de periculosidade.
DIREITO PREVIDENCIARIO
ASPECTOS HISTÓRICOS
O problema da Previdência Social sempre preocupou, não apenas aos trabalhadores, mas ao
próprio estado. Apesar da importância do problema, no Brasil, apenas em 24 de Janeiro de
1923, surgiu o Decreto Legislativo número 4682 que institui as caixas de aposentadoria e
pensões par aos ferroviários, foi a chamada Lei Eloy Chaves. Alguns decretos esparsos
cuidaram da Previdência após a tentativa de criação de um órgão para cada empresa. Os
Institutos de Previdência funcionavam dentro de suas possibilidades, até que finalmente foram
unificados, em 21 de Novembro de 1966.
FINALIDADE DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Previdência Social tem por fim assegurar aos seus beneficiários meios indispensáveis de
manutenção, por motivo de idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, prisão ou morte
daqueles de quem dependiam economicamente, bem como a prestação de serviços que visem
à proteção de sua saúde e concorram para o seu bem estar. A própria Lei, demonstra a
finalidade da PREVIDÊNCIA. Há dois tipos de beneficiários da Previdência: os segurados e os
seus dependentes. Segurados são os empregados e trabalhares avulsos, de acordo com a
definição legal. A Saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL
A assistência social é a política que provê o atendimento das necessidades básicas, traduzidas
em proteção à família, maternidade, infância, adolescência, velhice e a pessoa portadora de
deficiência, independentemente de contribuição à Seguridade Social.
ÓRGÃOS DA PREVIDÊNCIA
CUSTEIO DA PREVIDÊNCIA
A Previdência Social tem seu custeio de forma tripaRide. Contribuem empregado, empregador
e a União através de taxas próprias. Custeio significa ato ou efeito de custear.
AUXÍLIO DOENÇA
O auxílio-doença será devido ao acidentado que fica incapacidade para o seu trabalho por
mais de 15 dias consecutivos. Na primeira quinzena, quem arca com este custo é o
empregador.
ACIDENTES DE TRABALHO
Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda
pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que causa morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou
temporário.
Considera-se acidente de trabalho:
a) doença degenerativa;
I) O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído
diretamente para a morte do segurado, perda ou redução da sua capacidade para o trabalho ou
produzido lesão que exija atenção médica para sua recuperação.
II) O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário de trabalho, em conseqüência de:
b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o
trabalho;
c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiado por esta, dentro de
seus planos para melhor capacitação da mão-deobra. independentemente do meio de locomoção
utilizado, inclusive veículo de propríedade do empregado;
d) No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o
meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado.
a) empregados;
NOTA DO AUTOR
Em função da nova Lei do concubinato, talvez o tempo para que o companheiro ou companheira
sejam declarados dependentes, diminua.
II) a pessoa designada, do sexo masculino, só sendo menor de 18 anos ou maior de 60 anos
ou inválida;
IV) irmão de qualquer condição menor de 18 anos ou inválido e a irmã solteira de qualquer
condição menor de 21 ou inválida;
c) menor que se ache sob sua tutela e não possua bens suficientes para o seu próprio sustento e
educação.
BENEFÍCIOS
a) auxílio-doença;
f) salário-família;
h) pecúlio.
a) pensão;
b) auxílio-reclusão;
c) auxílio-funeral,
d) pecúlio.
b) assistência complementar;
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO
O salário contribuição corresponde ao que o empregado, o empregador ou os avulsos e
autônomos recolhem mensalmente. Para os primeiros, é considerada remuneração mensal.
Para o autônomo, o salário-base, fixado pela PREVIDÊNCIA.
SALÁRIO BASE
Existem profissionais cujos ganhos são difíceis de serem apurados, tais como médicos,
advogados, etc. Então, a PREVIDÊNCIA fixa um salário base para que esta categoria possa
contribuir.
SALÁRIO DECLARADO
É aquele pelo qual contribuem os segurados desempregados ou que deixaram de exercer
atividade vinculada à PREVIDÊNCIA Social, mas não querem perder a qualidade de
segurados.
SALÁRIO DE BENEFÍCIO
A aposentadoria por idade será devida ao segurado que, cumprida a carência exigida,
completar 65 (sessenta e cinco) de idade, se for homem, ou 60 (sessenta) se for mulher,
reduzidos para 60 e 55 anos de idade para os trabalhadores rurais, respectivamente homens e
mulheres.
APOSENTADORIA ESPECIAL
"É considerado aeronauta, para os efeitos do presente decreto-lei, aquele que, habilitado pelo
Ministério da Aeronáutica, exerce função remunerada a bordo de aeronave civil nacional. ”
" A aposentadoria especial do aeronauta, prevista no parágrafo segundo da Lei n.°. 3807, de 26
de agosto de 1960, será concedida ao segurado que, contanto no mínimo 45 (quarenta e cinco)
anos de idade, e tenha completado 25 (vinte e cinco) anos de serviço”.
" O Aeronauta que voluntariamente se afasta do vôo por período superior a 2 (dois) anos
consecutivos perde o direito a aposentadoria especial”.
Para recebimento do auxílio doença, o aeronauta deverá ser declarado incapaz para o vôo,
quando tiver qualquer lesão ou perturbação de função que o impossibilite ao exercício de sua
atividade habitual em vôo. Esta verificação e a cessação da incapacidade, serão declaradas
pela Diretoria de Saúde dá Aeronáutica, após exame médico do segurado por junta médica, da
qual fará parte, obrigatoriamente, um médico da Previdência Social.
ART. SEXTO - São direitos sociais a educação, saúde, trabalho, Jazer, segurança. Previdência
Social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
ART. SÉTIMO - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhora de sua condição social:
I) relação de emprego protegido contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
Lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
IV) salário-mínimo, fixado por Lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e as de sua família com moradia, alimentação, higiene,
transporte e Previdência Social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder
aquisitivo, sendo vedado sua vinculação para qualquer fim;
VII) Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que recebem remuneração
variável;
VIII) Décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
XIII) Duração de trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais,
facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
XIV) Jornada de seis hora para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo
negociação coletiva;
XVII) Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o normal;
XVIII) Licença a gestante sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte
dias:
XX) Proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da
Lei;
XXI) Aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da
Lei:
XXII} Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança
XXIII) Adicional dos riscos inerentes ao trabalho. por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIV) Aposentadoria:
XXV) Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até os seis anos de idade
em creches e pré-escolas:
XXVIII) Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a
que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa:
XXIX) Ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato;
XXXII) Proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII) Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menor de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz;
CUSTEIO
Os empregados em geral, inclusive domésticos e avulsos, contribuirão com 7,77%, 8,77% ou
9,77% de seu salário de contribuição, até o limite de dez salários-de-contribuição: