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COMISSÁRIO

DE
VÔO

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ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.

ÍNDICE GERAL APOSTILA COMISSÁRIO DE VOO

DISCIPLINA SIGLA BLOCO PÁGINAS

SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL SAC II A-1-/A-19-

REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL RAC II B-1-/B-15-

REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO AERONAUTA RPA II C-1-/C-30-

SEGURANÇA DE VOO SVO II D-1-/D-15-

CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES AER IV E-1-/E-26-

NAVEGAÇÃO AÉREA NAV IV F-1-/F-21-

METEOROLOGIA MET IV G-1-/G-15-

ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DE COMISSÁRIO DE


VOO AFI III H-1-/H-40-

PRIMEIROS SOCORROS NA AVIAÇÃO CIVIL PSS III I-1-/I-50-

EMERGÊNCIAS A BORDO EME I J-1-/J-50-

SOBREVIVÊNCIAS SBV I K-1-/K-42-

FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO CIVIL FHU II L-1-/L-12-

Rua Tuiutí, 1431- 1º andar - Tatuapé - São Paulo Tel: (11) 2295-7525 - Whats: (11) 9.9557-2102
BLOCO II – SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL - SAC

1 - INTRODUÇÃO: caracterização da natureza jurídica do espaço


aéreo.
O transporte aéreo internacional é uma
extraordinária mola que impulsiona o progresso Com relação a essa natureza jurídica do espaço
e assegura o entendimento e a aproximação aéreo duas principais correntes se destacavam:
entre nações e povos, graças às características
de rapidez e segurança que proporciona. 2.1 - Inspiração Inglesa: Defendia o princípio da
soberania do Estado com relação ao espaço
Não é difícil imaginar o grau de dificuldade para aéreo sobrejacente a seu território.
uma aeronave comercial, cumprindo uma linha
2.2- Formação Francesa: Favorável à livre
aérea internacional com escalas em diversos
circulação de aeronaves no espaço aéreo.
países, em que a tripulação tivesse que
estabelecer comunicações nos diversos idiomas, Dessas correntes surgiram quatro principais
utilizar grande variedade de auxílios à teorias:
navegação e cartas aeronáuticas sem nenhuma
padronização e cumprir exigências a) - Teoria da Liberdade Restrita do Espaço
alfandegárias, de imigração e saúde, adequadas Aéreo: Defendia a premissa de que a soberania
diferentemente de acordo com a decisão de cada do espaço aéreo resultava da capacidade do
país. Estado de ocupá-lo, submetê-lo ou transformá-
lo.
Neste caso o transporte aéreo internacional se
tornaria impraticável e com nível de segurança b) - Teoria da Liberdade do Espaço Aéreo:
sofrível. Defendia o princípio da liberdade absoluta de
navegação aérea, sem restrição por parte do
Estado.
2 - HISTÓRICO c) - Teoria das Zonas de Ar Territorial: Previa a
A necessidade de se equacionar essas divisão do espaço em zonas. Numa primeira
dificuldades fez com que vários países faixa definida de ar territorial o Estado exerceria
começassem a se reunir, após o fim da primeira total soberania, enquanto que nas faixas de ar
superiores de circulação seria totalmente livre.
guerra, quando aumentou o interesse pelo avião.

No período 1914-1918 o desenvolvimento da d) - Teoria da Soberania: Defendia a extensão


aviação sofreu uma intensificação o que foi da soberania do Estado a toda faixa atmosférica
sobrejacentes ao mesmo, caracterizando uma
acelerado durante e após a segunda grande
verdadeira projeção do poder do Estado.
guerra. Já se vislumbrava, então, o uso
internacional do avião como meio de
relacionamento em tempo de paz. O pensamento
da nações voltou-se para a regulamentação do 3 - CONFERÊNCIAS E CONVENÇÕES
seu emprego nesse campo.
Com o objetivo de, estudar os problemas
Iniciava-se, portanto, em 1919 o processo de técnicos, políticos, e econômicos relacionados
internacionalização, cujo primeiro objetivo era com o transporte aéreo internacional, e de se
alcançar uma solução para o problema de estabelecer normas que os regulassem criaram-
se organismos internacionais e realizaram-se
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conferências e convenções das quais as mais aéreos e dos usuários do transporte aéreo
importantes são: internacional; - Estabelecimento de regras
uniformes relativas à responsabilidade civil,
incluindo limite máximo de responsabilidade
dos transportadores aéreos no que se refere aos
passageiros em caso de morte ou lesão por
acidente, ou em caso de atrasos de viagens; -
Estabelecimento de base rígida e segura para a
reparação de danos pessoais; - Criação de
uniformidade no que diz respeito a documentos
de transporte (bilhete de passagem, nota de
bagagem, conhecimento aéreo).
3.1- CONVENÇÃO DE PARIS: A unificação da legislação relativa à
Realizada em 1919, abordou a regulamentação responsabilidade civil das transportadoras
da navegação aérea e teve como resultado mais aéreas, conseguida nesta Convenção, entrou em
importante a criação da Comissão Internacional vigor em 1933, é a base do sistema utilizado
de Navegação Aérea (CINA) que é considerada atualmente e tem provado ser aceitável tanto
o embrião da atual Organização de Aviação para países desenvolvidos como para os em via
Civil Internacional (OACI). de desenvolvimento, independente de seus
regimes políticos, sociais e econômicos.

3.2- CONFERÊNCIA IBERO-AMERICANA


DE NAVEGAÇÃO AÉREA: Realizada em 3.5- CONVENÇÃO DE CHICAGO:
1926 na cidade de Madri-Espanha. Convenção de Chicago ou "Conferência
Internacional de Aviação Civil, foi realizada de
01 de Nov. a 07 de Dez. 1944 com a presença de
54 países e deu grande passo no sentido da
3.3- CONVENÇÃO DE HAVANA: Realizada
normatização da navegação aérea internacional.
em 1928, tratou principalmente dos Direitos
Comerciais Aéreos.

3.6 - CONVENÇÃO DE MONTREAL foi


criada em 1999 para unificar as regras
3.4- CONVENÇÃO DE VARSÓVIA:
internacionais acerca do transporte aéreo de
Realizada em 1929, procurou disciplinar a
passageiros, bagagens e cargas. O Brasil,
responsabilidade do transportador por danos
signatário da aludida convenção, ratificou tal
ocasionados, bem como, a forma dos
norma internacional por meio do Decreto
documentos de transporte, unificando regras,
Legislativo n.º 59/2006, promulgado pelo
bilhetes e conhecimentos aéreos.
Decreto n.º 5.910/2006.
Objetivos:
Os 96 artigos da Convenção de Chicago
- Estabelecimento de regras uniformes quanto estabeleceram as prerrogativas e restrições a
aos direitos e obrigações dos transportadores todos os Estados contratantes e dispuseram
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sobre a adoção de normas internacionais e disciplinam a exploração comercial através da


práticas recomendadas que viriam a troca de direitos entre os Estados.
regulamentar a navegação aérea, aconselharam a
Nesta conferência, ficou estabelecida, que se
implantação de instalações de navegação e
sugeriram a facilitação do transporte aéreo dissolvia a Comissão Internacional de
através da redução de formalidades de alfândega Navegação Aérea (CINA), criada pela
e imigração. Convenção de Paris de 1919, e que, até então,
era o órgão aeronáutico internacional mais
A convenção aceitou o princípio de que cada importante, responsável pela elaboração das
Estado teria soberania total e exclusiva sobre o normas jurídicas.
espaço aéreo de seu território e previu que
nenhum serviço aéreo regular internacional Instituiu-se então, através da Convenção de
Chicago, uma nova Entidade, com os mesmos
poderia operar sobre o território de um Estado-
poderes, denominada ORGANIZAÇÃO DE
membro sem consentimento prévio. Assim
AVIAÇÃO CIVIL INTERNACIONAL - OACI.
consagrou-se a Teoria da Soberania Exclusiva e
absoluta dos Estados sobre o espaço aéreo
sobrejacente ao seu território cujos conceitos
permanecem até a atualidade.

Nesta Convenção procurou-se obter acordos


recíprocos em escala mundial, mas só se
conseguiu obter sucesso no que diz respeito a
garantia em escala mundial das duas primeiras
liberdades do ar, ou seja, de Sobrevoo e Escala
Técnica. Houve a confrontação de duas A Organização de Aviação Civil Internacional é
correntes antagônicas, quanto ao problema da uma instituição intergovernamental, podendo
concorrência no transporte aéreo internacional. dela fazer parte todos os Estados membros da
Uma delas queria a livre concorrência e a outra Organização da Nações Unidas (O.N.U.).
a divisão de tráfego em cotas, distribuídas aos
diversos países, tal divergência foi tão profunda A OACI é um organismo internacional no qual
que não foi alcançado integralmente o objetivo se fazem representar os governos de 124 países,
de adoção de código completo de navegação e inclusive o Brasil.
transporte aéreo.

A Convenção de Chicago destacou-se por dois


3.5.1 - OBJETOS DA OACI (artigo 44 da
aspectos:
OACI)
Aspecto Técnico: Teve como objetivo assegurar
a) Assegurar o desenvolvimento seguro e
um transporte ordenado, eficiente e seguro; tal
ordenado da aviação civil internacional no
objetivo foi plenamente alcançado.
mundo, comercial e privada com condições para
Aspecto Econômico: Bastante complexo e todos os membros;
problemático, só conseguiu harmonia mediante
a celebração de acordos bilaterais que

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b) Incentivar o desenvolvimento técnico da Aéreo Internacional; os projetos de Anexos


aeronáutica e de sua operação para fins Técnicos à Convenção de Aviação Civil
pacíficos; Internacional.

c) Estimular o desenvolvimento de aerovias, Desses apêndices à ata final, a Convenção de


aeroportos e facilidades à navegação aérea na Aviação Civil Internacional é o mais
Aviação Civil Internacional; importante; suas disposições regem o
funcionamento da aviação civil.
d) Satisfazer às necessidades dos povos do
mundo relativas as transporte aéreo seguro,
regular, eficiente e econômico;
3.5.2 -ANEXOS
e) Evitar o desperdício de recursos econômicos
causados por competição ruinosa; Outro apêndice relevante é o que trata dos
projetos dos Anexos Técnicos onde ficam
f) Assegurar que os direitos dos Estados definidos as Normas Técnicas em geral que
Contratantes sejam plenamente respeitados, e foram padronizadas para disciplinar o exercício
que todo Estado Contratante tenha uma do transporte aéreo;
oportunidade e equitativa de operar Empresas
Aéreas Internacionais; Com o estudo permanente dos problemas de
aviação civil na OACI outros anexos foram
g) Evitar a discriminação entre os Estados sendo criados permitindo uma atualização e
Contratantes; padronização constante das matérias.

h) Contribuir para a segurança dos voos na Atualmente temos 19 Anexos Técnicos à


Navegação Aérea internacional; Convenção que são os seguintes:

i) Fomentar de modo geral o desenvolvimento Anexo 01 - Licença de Pessoal


de todos os aspectos da Aeronáutica Civil
Anexo 02 - Regras do Ar
Internacional.
Anexo 03 - Serviço Meteorológico para a
A diferença fundamental entre a OACI e as
Navegação Aérea internacional
instituições que a precederam, é que eia foi
criada para funcionar permanentemente Anexo 04 - Cartas Aeronáuticas
mantendo uma vigília diária sobre os problemas
relacionados ao Transporte Aéreo Internacional. Anexo 05 -Unidades de Medida a serem usadas
nas Operações no Ar e em Terra.
Ao término dos trabalhos em Chicago, e a
despeito de todas as dificuldades e controvérsias Anexo 06 - Operações de Aeronaves:
existentes, foi assinada, pelos países
Parte I - Transporte Aéreo Comercial
participantes, uma ata final contendo doze
resoluções e os seguintes apêndices: Parte II - Aviação Geral Internacional
- O acordo provisório de Aviação Civil Parte I II -operações Internacionais-
Internacional; - A Convenção de Aviação Civil Helicópteros
Internacional; o Acordo de Serviço de Trânsito

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Anexo 07 - Marcas de Nacionalidade e de demais, através de uma listagem que, é sempre


Matrícula de Aeronaves atualizada e que fica descrita no próprio texto
final de cada anexo.
Anexo 08 - Aeronavegabilidade

Anexo 09 - Facilitação
3.5.3 - ESTRUTURA DA OACI
Anexo 10 - Telecomunicações Aeronáuticas:
a) Conselho:- É um dos órgãos permanentes,
Volume I Parte I - Equipamentos e Sistemas
composto de 36 membros ou Estados,
Parte II - Rádio Frequências representados por seus delegados, que dirigem a
Organização à nível político. São eleitos a cada
Volume II - Procedimentos das Comunicações três anos obedecendo a critérios como o de
importância na aviação civil mundial e
Anexo 11 - Serviços de Tráfego Aéreo
representatividade regional.
Anexo 12 - Busca e Salvamento
b) Assembléia:- É constituída por todos os
Anexo 13 - Investigação de Acidentes de Estados Contratantes que se reúnem a cada três
Aeronaves anos e, extraordinariamente em qualquer época,
por convocação do conselho. É o poder máximo
Anexo 14 - Aeroportos da organização, analisar o trabalho realizado no
período anterior e planejar as atividades para o
Anexo 15 - Informações Aeronáuticas
triénio seguinte.
Anexo 16 - Proteção ao Meio Ambiente
c) Secretariado - É o órgão executivo
Volume I - Ruído de Aeronaves permanente da Organização e a ele está
vinculado o Corpo de Funcionários da OACI. O
Volume II - Emissão de Motores de Aeronaves Secretariado está estruturado de forma
Anexo 17 - Segurança - Proteção da Aviação departamental nos assim chamados Bureaux,
Civil Internacional contra Atos de Interferência que são os seguintes: Navegação Aérea,
Ilícita Transporte Aéreo, Jurídico, Assistência
Técnica/Administração e Serviços.
Anexo 18 - Transporte, com segurança, de
Materiais Perigosos, por via aérea. d) Órgãos Técnicos

Anexo 19 – Gerenciamento de Segurança Comissão de Navegação Aérea - trata de


Operacional questões técnicas do interesse da Aviação Civil;

Toda matéria recomendada pela Convenção de Comitê de Transporte Aéreo - trata de questões
Aviação Civil Internacional deve ser cumprida que têm reflexos nos interesses comerciais das
pelos Estados signatários. empresas aéreas;

Os Estados que por motivos de discordância de Comitê de Ajuda Coletiva para os Serviços de
legislação interna ou de aspectos técnicos não Navegação Aérea - visa apoiar os Estados mais
possam cumpri-la, devem apresentar as carentes na melhoria de seus serviços de apoio à
diferenças que são levadas ao conhecimento das aviação civil;
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Comitê de Finanças - planeja e controla os 4.0 – CLAC - COMISSÃO LATINO


gastos da Organização que depende da AMERICANA DE AVIAÇÃO CIVIL
contribuição dos Estados;

Comitê sobre Interferência Ilícita na Aviação


Civil Internacional e suas Instalações e Serviços
- desenvolve métodos para melhorar a segurança
contra atos que ponham em risco a aviação civil;

Comitê Jurídico - Estuda e Desenvolve de novos


instrumentos jurídicos do interesse dos Estados
contratantes, bem como do aperfeiçoamento dos Criada na Cidade do México em Dezembro de
instrumentos já existentes. 1973, é um organismo permanente, de caráter
consultivo, cujas conclusões, recomendações e
Esses órgãos técnicos trabalham de modo resoluções ficam sujeitas à aprovação de cada
intermitente e são compostos com um dos governos signatários.
representantes dos Estados que se mantêm em
ligação com seus correspondentes que operam Seu objetivo principal é a cooperação das
na estrutura do Secretariado. atividades de Aviação Civil na América Latina.

e) Escritórios Regionais - Fora da sede, a OACI A CLAC tem o seu escritório na cidade de Lima
dispõe de sete escritórios regionais junto as no Peru.
seguintes regiões; África Central/Ocidental (em
Dakar); África Oriental/Região Sul (em
Nairobi); Oriente Médio (no Cairo); Europa (em 5.0 - ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DE
Paris); Ásia e Pacífico (em Bangcoc); América TRANSPORTE AÉREO (INTERNATIONAL
do Norte e Caribe (na cidade do México) e AIR TRANSPORT ASSOCIATION) - IATA
América do Sul (em Lima).

A OACI tem "status " de Agência


Especializada" da ONU e é mantida tão somente
pela contribuição de seus Estados membros.
Tem sua sede em Montreal - Canadá.

O Brasil tem feito parte o primeiro Grupo do


Conselho desde a criação da OACI, em 1944.
Sua eleição pelos demais refere à aviação civil. Em abril (1945), na cidade de Havana (Cuba),
É extremamente atuante e mantém uma foi oficialmente criada a IATA, com sua
delegação permanente, cujo Delegado serve de denominação atual. Qualifica-se a si própria
elo entre a OACI e o governo brasileiro. como um "entidade privada internacional
neutra", sem fins lucrativos e sua manutenção
baseia-se nas quotas pagas pelas empresas.

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Objetivos da IATA A IATA realiza a coordenação do Transporte


Aéreo Mundial, adotando um sistema de divisão
a) Assegurar transportes aéreos rápidos, por áreas:
cômodos, seguros e eficientes, econômicos,
tanto para as empresas como para o público. - Área 1 - Américas;

b) Criar meios necessários para a colaboração - Área 2 - Europa, África e Oriente Médio;
entre as empresas de transporte aéreo,
- Área 3 - Ásia e Oceania.
encontrando soluções para os problemas que
ultrapassam as possibilidades de qualquer
empresa agindo isoladamente
6 - ASSOCIAÇÃO LATINO-AMERICANO E
c) Atuar perante os governos como agente na CARIBENHA DE TRANSPORTE AÉREO –
negociação de acordos internacionais sobre ALTA
tarifas, rotas e métodos comerciais

d) Cooperar com a OACI e com outras


organizações intemacionais

MEMBROS ATIVOS: As empresas aéreas que


exploram serviço aéreo internacional

MEMBROS ASSOCIADOS: as empresas


aéreas de transporte doméstico
A ALTA destina-se ao cumprimento dos
mesmos objetivos da IATA com relação às
5.1 - ESTRUTURA DA IATA empresas de transporte aéreo latino-americana e
caribenha.
A IATA é estruturada em seu mais alto nível
Sua importância se deve a possibilidade de
pelo Comitê Executivo, eleito para um mandato
discussão e solução de problemas típicos das
de três anos e integrado por Presidentes de 21
empresas de transporte sediadas em sua área
Empresas Aéreas. Há também os denominados
geográfica.
Comitês Permanentes, que são integrados por
membros das Empresas Aéreas filiadas a IATA Foi criada (em abril de 1980), na cidade de
e por elementos do Secretariado da Bogotá, com a finalidade precípua de tratar de
Organização. São eles: problemas do transporte aéreo, das tarifas aéreas
e de seu cumprimento, apoiando as empresas
a) Jurídico
coligadas, inclusive nos direitos de tráfego a que
b) Financeiro fazem jus, congregando-as e coordenando-as os
esforços de seus membros no sentido de facilitar
c) Comercial ou de Tráfego a solução de problemas. Com sede no Panamá,
d) Operativo ou Técnico a ALTA é uma associação privada sem fins
lucrativos a serviço da indústria aérea, cujo
objetivo fundamental é desenvolver uma

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aviação mais segura, eficiente e sustentável na INFORMAL mediante autorização informal de


região. uma das partes sem qualquer comprometimento
da outra.
A OACI e a CLAC são entidades públicas
compostas pelos Governos dos países
signatários;
LIBERDADES DO AR
• A IATA e a ALTA são entidades privadas
compostas pelas Empresas associadas. 1º Liberdade – privilégio de sobrevoar outro
país
7 - CERNAI – COMISSÃO DE ESTUDOS
RELATIVOS À NAVEGAÇÃO AÉREA 2º Liberdade – privilégio de pousar para fins
não comerciais em outro país (pouso técnico).
INTERNACIONAL

A criação da CERNAI foi uma consequência 3º Liberdade – privilégio de desembarcar


passageiros, mala postal e carga embarcada no
natural a adesão do Brasil à Convenção de
território do país de nacionalidade de aeronave.
Chicago. É um órgão de assessoramento do
Ministro da Aeronáutica, que tem por finalidade 4º Liberdade – privilégio de embarcar
estudar, planejar, orientar e coordenar os passageiros, mala postal e carga destinada ao
assuntos relativos a aviação civil internacional. território do país de nacionalidade da aeronave.
A CERNAI foi criada em 20 de outubro de
1949, pelo Decreto nº 27.353, diretamente 5º Liberdade – privilégio de embarcar
subordinada ao Ministro da Aeronáutica. passageiros, mala postal e carga no território de
países diferentes do da bandeira da aeronave,
A CERNAI é um órgão eminentemente político seguindo uma rota razoavelmente direta.
de assessoramento do Ministro da Aeronáutica,
que tem por finalidade estudar, planejar, orientar 6º Liberdade – privilégio da empresa brasileira
e coordenar os assuntos relativos à Aviação designada para transportar passageiros, mala
Civil Internacional. postal e carga entre dois países com pouso
intermediário no Brasil.
A incumbência da CERNAI é dar apoio
contínuo e permanente a delegação brasileira 7° Direito de transportar tráfego de um Estado
junto a OACI para um terceiro sem passar pelo território do
Estado de bandeira da aeronave.

8° Direito de transportar tráfego entre dois


RELACIONAMENTO AERONÁUTICO pontos do território de um Estado diferente do
INTERNACIONAL da bandeira da aeronave. (Cabotagem)
O relacionamento aeronáutico entre 2 países, 9° Direito de transportar tráfego inteiramente
pode ser conceituado como: dentro de um terceiro Estado.
FORMAL: mediante a assinatura de um As duas primeiras liberdades são chamadas
Memorando de Entendimento ou de Acordo de "liberdades técnicas". As terceira e quarta
Serviço Aéreo entre as partes liberdades são conhecidas como "tráfego
fundamental", pois dizem respeito ao tráfego
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de passageiros e carga exclusivamente entre civil e militar, utilizando-se a mesma


as duas Partes Contratantes. A quinta infraestrutura e dispondo maior eficiência,
liberdade é chamada "tráfego acessório", pois segurança e economia.
é outorgada no âmbito de uma operação de
tráfego fundamental. Atual COMAER (Comando da Aeronáutica
– 1999) Ligado ao Ministério da Defesa
Órgão Máximo da Aviação (Civil e Militar),
no Brasil.
SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL
BRASILEIRO Cabe, ainda, ao Ministério da Aeronáutica:

1 – PODER AEROESPACIAL - Propor a organização e as providências para o


reaparelhamento e o adestramento da Força
Com o domínio dos ares pelo homem e com o Aérea Brasileira, inclusive de elementos para
desenvolvimento tecnológico sem precedentes integrar forças combinadas ou conjuntas;
surgiu a Doutrina do Poder Aeroespacial, que
pode ser considerada como "a projeção do Poder - Orientar, coordenar e controlar as atividades
Nacional resultante da capacidade aeronáutica e de Aviação Civil, tanto comerciais, como
espacial de que dispõe a nação para controlar e privadas e desportivas;
utilizar o espaço aéreo com propósitos
definidos". - Estabelecer, equipare operar, diretamente ou
mediante autorização ou concessão, a
São considerados como componentes do Poder infraestrutura, inclusive os serviços de apoio
Aeroespacial: necessários à navegação aérea; e

- A Aviação Militar (Força Aérea Brasileira) e - Orientar, incentivar e realizar pesquisas e


A Aviação Civil; desenvolvimento de interesse da Aeronáutica.

- A Infra Estrutura Aeronáutica;

- O Complexo Científico Tecnológico 2.1 - Estrutura Básica do MAER


Aeroespacial;
Possui 3 grandes Comandos e 3
- A Indústria Aeroespacial. (EMBRAER, ITA) departamentos

Comando Geral do Ar - COMGAR: com a


finalidade de garantir a Soberania do Espaço
Aéreo Brasileiro, patrulha do mar territorial e
fronteiras

Comando Geral de Apoio - COMGAP: a cargo


da logística da Força, com divisões específicas
2 – MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA para a manutenção, material bélico, aeronáutico,
de engenharia, eletrônico e segurança de vôo.
Em 20 de janeiro de 1941, com o Decreto Lei n°
2.961 criou-se o Ministério da Aeronáutica com
o objetivo de aglutinar as atividades da aviação

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Comando Geral do Pessoal - COMGEP: a compartilhadas pelas aviações civil e militar e a


cargo do pessoal da Força, documentação, saúde formação de recursos altamente especializados.
e segurança.
O Sistema de Aviação Civil é composto pelo
Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento seu Órgão Central, o Departamento de Aviação
- DEPED: a cargo das atividades de pesquisa e Civl (DAC) e todos os órgãos e elementos da
desenvolvimento, através do Centro Técnico estrutura básica do Ministério da Aeronáutica.
Aeroespacial - CTA. O Instituto Tecnológico de
Aeronáutica, parte do CTA, oferece cursos de
graduação e pós-graduação em Engenharia ESTRUTURA BÁSICA DO DAC
Aeronáutica, Eletrônica, Mecânica,
Infraestrutura Aeronáutica e de Computação. Subdepartamento de Planejamento (SPL)

Departamento de Aviação Civil – DAC/ANAC - Planejar toda a Aviação Civil. Tem por
órgão regulador da Aviação Civil no Brasil. atribuições o trato dos assuntos relacionados
com serviços aéreos, estatísticas, assuntos
Departamento de Ensino - DEPENS: econômicos – financeiros, suplementação
Encontram-se a Academia da Força Aérea tarifária, carga aérea; autorização de serviços de
Brasileira - AFA (a qual forma oficiais transporte aéreo não regular, táxi aéreo e
aviadores, de intendência e de infantaria da serviços aéreos especializados. Elabora o
FAB), a Escola de Especialista da Aeronáutica - planejamento integrado das atividades da
EEAR (forma sargentos especialistas) e Escola aviação civil, objetivando o melhor
Preparatória de Cadetes do Ar – EPCAR (a qual aproveitamento de seu potencial.
dá instrução militar a futuros oficiais da FAB,
graduados em cursos superiores em outras Subdepartamento de Operações (SOP)
instituições de ensino superior).
- Tem por atribuições o trato dos assuntos
relacionados com o controle do tráfego aéreo
civil no País, assuntos referentes as infrações ao
3 – Sistema de Aviação Civil – SAC CBAer, multas, investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos.
Em 12 de Setembro de 1969 pelo Decreto n°
65.144 foi instituído o Sistema de Aviação Subdepartamento Técnico (STE)
Civil, do Ministério da Aeronáutica com a
finalidade de organizar as atividades necessárias - Homologação e controle de empresas de
ao funcionamento e ao desenvolvimento da manutenção e reparos de aeronaves;
Aviação Civil.
- elaboração de normas e programas relativos à
O Sistema de Aviação Civil constitui uma fiscalização e controle de aeronaves civis;
extensa e complexa gama de atividades e
- emissão de Certificados de Matrícula e de
serviços, que compreendem e interligam as
Aeronavegabilidade das aeronaves;
organizações de controle governamental, a
indústria aeronáutica, empresas aéreas, o aero - capacidade profissional – controle períodico da
desporto, toda a infraestrutura de apoio qualificação técnica do pessoal aeronauta e
aeroviário - Habilitação Técnica - C.H.T.;
A - 10 -
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- regulamento Brasileiro de Homologação SERAC 7 – MAO - MANAUS


Aeronáutica (RBHA);

- registro Aeronauta Brasileiro (RAB); -


Aerodesporto. SAC – SEÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL

Subdepartamento de Infraestrutura (SIE) A SAC, diretamente subordinada ao chefe do


SERAC, tem por atribuição básica o trato dos
- Trata dos assuntos relacionados com Tarifas assuntos relacionados com a fiscalização da
da Infraestrutura Aeronáutica, Infraestrutura Aviação Civil no aeroporto onde for
Aeroportuária, programas e projetos. estabelecida.

Cada subdepartamento do DAC tem seu Esta fiscalização é levada a efeito em conjunto
próprio INSPAC (Inspetor de Aviação Civil) com os demais órgãos de fiscalização que atuam
que é um funcionário civil ou militar, ligado ao no aeroporto (Receita Federai, Polícia Federal,
DAC e suas atribuições são definidas pelo Juizado de Menores, Saúde dos Portos e
próprio Diretor do DAC e suas atribuições são: INFRAERO) e dentro dos limites de sua
competência.
 Inspecionar, Fiscalizar, Incentivar e
Apoiar as atividades das mesmas;
 Atuar a bordo dos aviões ou nas IAC – INSTITUTO DE AVIAÇÃO CIVIL
dependências das empresas em terra
O Instituto de Aviação Civil (IAC), criado em
ORGÃOS EXECUTIVOS
junho de 1986, é a organização do Ministério da
Aeronáutica diretamente subordinada ao
Departamento de Aviação Civil que tem pôr
SERAC - SERVIÇOS REGIONAIS DE finalidade coordenar as atividades referentes à
AVIAÇÃO CIVIL instrução profissional e os estudos e pesquisas
relativos ao transporte aéreo e à infra-estrutura
O SERAC é uma Organização do Ministério da
aeroportuária, no âmbito do Sistema de Aviação
Aeronáutica, subordinada técnica e
Civil.
operacionalmente ao DAC e
administrativamente ao Comando Aéreo O DAC (Departamento de Aviação Civil) foi
Regional (COMAR) em cuja área de jurisdição um departamento integrante da estrutura
estiver situado. administrativa do COMAER até 2005;
SERAC 1 – BEL – BELÉM Tinha por objetivos estudar, planejar,
SERAC 2 – REC – RECIFE orientar, controlar e apoiar as atividades da
aviação civil pública e privada;
SERAC 3 – RIO – RIO DE JANEIRO
Foi substituído em 2005, com a criação da
SERAC 4 – SÃO – SÃO PAULO Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC)
pela Lei nº11.182, com sede em Brasília.
SERAC 5 – POA – PORTO ALEGRE
ORGÃOS INTERVENIENTES E ELOS
SERAC 6 – BSB – BRASÍLIA EXECUTIVOS DO SAC
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BLOCO II – SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL - SAC

Identificam-se como órgãos intervenientes e TASA - Telecomunicações Aeronáuticas S/A:


elos executivos do Sistema de Aviação Civil: Empresa vinculada ao Ministério da
Aeronáutica que tem a finalidade de explorar
A Aviação Geral: com suas aeronaves de comercialmente as atividades de Proteção ao
pequeno porte, em permanente cobertura do Vôo.
imenso território nacional.
CTA - Centro Técnico Aeroespacial:
As Entidades Aerodesportivas: com os desempenha um papel relevante no Sistema de
aeroclubes e escolas, voltados para a formação Aviação Civil. Dentre as suas múltiplas
profissional e o aerodesporto. atividades encontram-se a homologação de
As Empresas de Transporte Aéreo: devem ser equipamentos aeronáuticos, o controle e a
consideradas não simplesmente como homologação da fabricação de peças e
transportadoras de pessoas e coisas, mas sim equipamentos e a formação de técnicos e
como fator de intercâmbio nacional, marcando a engenheiros com destino à Aviação Civil.
presença de nossa bandeira no exterior.
DIRSA - Diretoria de Saúde de Aeronáutica:
As Empresas de Serviços Aéreos realiza, através do CEMAL - Centro de
Especializados: atendendo às necessidades Medicina Aeroespacial, a seleção e o controle
existentes na agroindústria, prospecção mineral, médico periódico do pessoal aeronavegante.
aviação executiva táxi aéreo, treinamento e
DIRENG - Diretoria de Engenharia da
adestramento de pessoal.
Aeronáutica: Organização do Ministério da
As Empresas de Manutenção: espalhadas por Aeronáutica que participa diretamente do
todo o Brasil, apoiando a atividade aeronáutica. Sistema de Aviação Civil, através dos Serviços
Regionais de Engenharia (SERENG), na
Indústria Aeronáutica: tendo como expoente a implantação e na manutenção da infra-estrutura
EMBRAER, empresa construtora de aviões que aeroportuária.
tem se firmado no restrito mercado
internacional, mercê do alto padrão de DEPV- Diretoria de Eletrônica e Proteção ao
tecnologia empregada na construção e na Vôo:
fabricação de suas aeronaves. Organização responsável pela instalação,
Os Departamentos Aeroviários dos Estados: operação e manutenção de órgãos e rede de
paulatinamente, vêm assumindo suas atribuições equipamentos para controle de tráfego aéreo e
no desenvolvimento da infra-estrutura comunicações; estabelecimentos de regras e
aeroportuária procedimentos de tráfego aéreo, instrução e
treinamento de pessoal especializado.
COMARA - Comissão de Aeroportos da
Região Amazônica: SRPV - Serviço Regional de Proteção ao Vôo:
atuam à nível regional e são diretamente
CELMA - Companhia Eletromecânica: subordinados a DEPV, que exercem suas
especializada em revisão de motores e atividades dentro da área de jurisdição do
fabricação de componentes de aviação, respectivo Comando Aéreo Regional -
recentemente privatizada. COMAR.

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SISTEMA INTEGRADO DE CONTROLE E É importante ressaltar que “Não Estão” no


FISCALIZAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL campo de atuação da ANAC as atividades de
(SICONFAC): subordinado ao IAC, e tem por investigação de acidentes aeronáuticos e o
objetivos: controle do espaço aéreo, que ficam a cargo,
respectivamente, do Centro de Investigação e
- Controlar e fiscalizar as atividades dos Prevenção de Acidentes (CENIPA) e do
aeronautas e operação das aeronaves civis; Departamento de Controle do Espaço Aéreo
- Gerar dados necessários ao processamento e a (DECEA).
arrecadação das tarifas aeroportuárias e de uso www.anac.gov.br
das comunicações e dos auxílios à navegação
aérea em rota

ATRIBUIÇÕES E COMPETÊNCIAS

Agencia Nacional de Aviação Civil – ANAC  Representar o Brasil junto a organismos


internacionais de aviação e negociar
acordos e tratados sobre transporte aéreo
internacional.
 Emitir regras sobre segurança em área
aeroportuária e a bordo de aeronaves civis.
 Conceder, permitir ou autorizar a
exploração de serviços aéreos e de
infraestrutura aeroportuária.
A ANAC, é o órgão central do sistema, que foi  Estabelecer o regime tarifário da
instituída em 2005, mas começou a atuar em exploração da infraestrutura aeroportuária.
2006 substituindo o Departamento de Aviação  Administrar o Registro Aeronáutico
Brasileiro (RAB).
Civil (DAC). É uma autarquia federal de regime
especial, caracterizada por independência  Homologar, registrar e cadastrar os
aeródromos.
administrativa, autonomia financeira, ausência
 Emitir certificados de aeronavegabilidade
de subordinação hierárquica e mandato fixo de
atestando aeronaves, produtos e processos
seus dirigentes, que atuam em regime de aeronáuticos e oficinas de manutenção.
colegiado. (5 Diretores sendo 4 Diretores e 1
 Fiscalizar serviços aéreos e aeronaves
Diretor Presidente) e está vinculada ao civis.
Ministério da Infraestrutura.  Certificar licenças e habilitações dos
profissionais de aviação civil.
A Lei de criação da ANAC (Lei 11.182)
 Autorizar, regular e fiscalizar atividades de
estabelece que cabe a agência regular e
aeroclubes e escolas e cursos de aviação
fiscalizar as atividades de aviação civil e de civil.
infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Para
 Reprimir infrações às normas do setor,
tal, o órgão deve observar e implementar as inclusive quanto aos direitos dos usuários,
orientações, diretrizes e políticas estabelecidas aplicando as sanções cabíveis.
pelo governo federal, adotando as medidas
necessárias ao atendimento do interesse público
e ao desenvolvimento da aviação.
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ESTRUTURA DA ANAC  Recursos humanos.

SAF - Superintendência de Administração e SAS - Superintendência de Acompanhamento


Finanças de Serviços Aéreos

SAS - Superintendência de Acompanhamento  Serviços Aéreos Públicos (prestados


de Serviços Aéreos pelas empresas aéreas)
 Direitos e Deveres dos Usuários
SAR - Superintendência de
Aeronavegabilidade  Concessão para exploração dos Serviços
Aéreos Públicos
SGP - Superintendência de Gestão de Pessoas
 Autorização para Operar, no Brasil,
SIA - Superintendência de Infraestrutura solicitada por empresas estrangeira de
Aeroportuária transporte aéreo

SRI - Superintendência de Relações  Fiscalizar a prestação de Serviços


Internacionais Aéreos Públicos
 Acompanhar indicadores sobre os
SPO - Superintendência de Padrões
serviços aéreos público e satisfação dos
Operacionais
usuários
SRA - Superintendência de Regulação SAR - Superintendência de
Econômica de Aeroportos Aeronavegabilidade
STI - Superintendência de Tecnologia da  Certificação de novos projetos;
Informação
 Certificação de empresa fabricante;
SPI - Superintendência de Planejamento
 Certificação de empresa de manutenção;
Institucional
 Certificação de modificação de projeto;
SPL – Superintendência de Pessoal da
Aviação Civil  Emissão de diretrizes de
aeronavegabilidade;
 Habilitação de pessoal de manutenção;
SAF - Superintendência de Administração e  Administrar o Registro Aeronáutico
Finanças Brasileiro – RAB. (Matrícula da
aeronave)
 Orçamento;
SGP - Superintendência de Gestão de Pessoas
 Finanças;
 Contabilidade;  Capacitação e desenvolvimento de
recursos humanos;
 Contratos
 Promover o desenvolvimento e
 Compras coordenar a execução de programas de
 PagamentoS ensino e treinamento pessoal

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 Propor diretrizes para a formação e o  Manter contato com organismos


treinamento de pessoal destinado à nacionais e internacionais de aviação
aviação civil civil.
 Planos curriculares e Manuais de cursos. SPO - Superintendência de Padrões
Operacionais
SIA - Superintendência de Infraestrutura
Aeroportuária  Segurança operacional de aeronaves
 Aeroportos;  Transporte de cargas perigosas
 Homologar, registrar e emitir certificado  Certificar, emitir, suspender, revogar ou
operacional de aeródromos; cancelar certificados, atestados,
aprovações, autorizações, licenças de
 Analisar e aprovar os processos de
tripulantes e pessoal de terra e
construção, reforma, modernização e a
certificados de habilitação técnica e de
ampliação de aeródromos;
capacidade física e mental
 Fiscalizar a instalação e o
 Reconhecer a certificação estrangeira
funcionamento de qualquer serviço de
infraestrutura aeronáutica e  Emitir, suspender, revogar e cancelar
aeroportuária, assim como de serviços certificado de empresa de transporte
auxiliares bem como terminais de carga aéreo, de escolas de aviação civil, de
aérea. centros de instrução de aviação civil, de
treinamento e de Aeroclubes.
 Segurança contra atos de Interferência
Ilícita  SRA - Superintendência de Regulação
Econômica de Aeroportos
SRI - Superintendência de Relações
Internacionais  Proposta de outorga de autorização e
concessão para exploração de
 Elaborar relatórios e emitir pareceres aeródromos civis públicos;
sobre acordos, tratados, convenções e
outros atos relativos ao transporte aéreo  Fiscalização da exploração de
internacional, celebrados ou a serem infraestrutura aeroportuária;
celebrados com outros países ou  Estabelecimento de regime de tarifas
organizações internacionais; aeroportuárias;
 Realizar estudos, propor normas e  Monitorar a prestação dos serviços de
promover a implementação das normas e infraestrutura aeroportuária;
recomendações internacionais de aviação
civil;  Gerir os contratos de concessão de
infraestrutura aeroportuária; (ex:
 Promover, junto aos órgãos competentes, GRUAIRPORT)
o cumprimento dos atos internacionais
sobre aviação civil ratificados pela  Elaborar estudos sobre regulação
República Federativa do Brasil; econômica de infraestrutura
aeroportuária;

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STI - Superintendência de Tecnologia da  Processos de certificação da vigilância


Informação continuada de simuladores de voo para
treinamento de tripulantes;
 Administração dos recursos de
tecnologia da informação para a  Padrões operacionais e proficiência
sistematização e disponibilização de linguística para pilotos;
informações gerenciais, visando dar  Avaliação de médicos e clínicas
suporte ao processo decisório da credenciadas,
Agência;
 Centros de treinamentos e
 Coordenar, supervisionar, acompanhar, simuladores de voo.
controlar e avaliar a execução das
atividades relacionadas com a  Responsável por processos de
infraestrutura de tecnologia da certificação de centros de instrução
informação, desenvolvimento de AVSEC e de organizações especializadas
projetos e sistemas de informação, em treinamento OE-SESCINC;
segurança da informação e inovação  Formação e habilitação de pessoal
tecnológica no âmbito da Agência; autorizado para manutenção de
SPI - Superintendência de Planejamento aeronaves;
Institucional

 Fortalecimento institucional da Agência; UNIDADES REGIONAIS


 Cumprimento das políticas, metas e
projetos estabelecidos;
 Coordenar, orientar e supervisionar o
processo de planejamento estratégico da
Agência;
 Propor a elaboração de políticas e Além da sede e seu anexo próximo ao
diretrizes estratégicas de atuação da aeroporto, localizados em Brasília (DF), a
Agência; ANAC possui Representações Regionais no Rio
de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e São José dos
 Promover a articulação institucional,
Campos (SP). A Agência está presente também
fomentando a capacidade do pensamento
estratégico, bem como da mensuração, nos principais aeroportos brasileiros, por meio
avaliação e divulgação de resultados da de 22 Núcleos Regionais de Aviação Civil
Agência; (NURAC).

 SPL - Superintendência de Pessoal da ANAC RJ: Avenida Presidente Vargas, 850 -


Aviação Civil Centro Rio de Janeiro - RJ - CEP 20.071/001 –
Telefone Geral: (21) 3501-5000/5985
 Regulação das organizações de instrução;
(Recepção)
 Licença de pessoal, CMA e CHT
ANAC SJC: Rua Laurent Martins 209 - Jardim
Esplanada, São José dos Campos (SP) – CEP:

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12242-431 – Telefone: (12) 3203-6600 / Fax.:


(12) 3203-6801

ANAC SP: Rua Renascença 112, Vila


Congonhas - São Paulo/SP – CEP 04612-
010 – Telefone Geral: (11) 3636-8600
(Recepção)

NÚCLEOS REGIONAIS DE AVIAÇÃO


CIVIL - NURAC

A ANAC atua nos principais aeroportos


brasileiros por meio dos Núcleos Regionais de
Aviação Civil – NURAC. Os Núcleos Regionais
realizam atividades diferenciadas, como SECRETARIA DE AVIAÇÃO CIVIL – PR
prestação de serviços a aeronautas e
proprietários de aeronaves, agendamento e
realização de provas, atualização de seguros e
licença de estação. Os inspetores de aviação
civil (INSPAC) que atuam nos NURAC
também são responsáveis por fiscalizações de
rampa (operacional), de aeronavegabilidade
e da prestação dos serviços oferecidos pelas A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da
empresas aéreas. República (SAC-PR) foi criada pela Medida
Provisória Número 527 de 18 de março de 2011
e é subordinada ao Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil e dentre outras
atribuições:
Dos 22 NURAC existentes, 15 contam com
atendimento presencial para passageiros que  Políticas públicas de aviação civil e
desejem obter informações a respeito da infraestrutura aeroportuária para o
legislação de aviação civil e/ou reclamar a desenvolvimento da Aviação Civil.
respeito dos serviços prestados pelas empresas  Propor ao Presidente da República a
aéreas*. Esse atendimento é disponibilizado nos declaração de utilidade pública, para fins
aeroportos de Brasília (DF), Congonhas (SP), de desapropriação ou instituição de
Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Galeão (RJ), servidão administrativa, dos bens
Santos Dumont (RJ), Confins (BH), Salvador necessários à construção, manutenção e
(BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Porto Alegre expansão da infraestrutura aeronáutica e
(RS), Curitiba (PR), Cuiabá (MT), Manaus aeroportuária;
(AM) e Natal (RN).

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BLOCO II – SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL - SAC

 Coordenar os órgãos e entidades do supervisionar técnica e operacionalmente as


sistema de aviação civil, em articulação organizações, subordinadas ou não,
com o Ministério da Defesa, no que encarregadas das atividades relacionadas ao
couber; SISCEAB
 Em 12 de maio de 2016 foi extinta, Realiza o controle e a defesa do espaço
devida a reforma ministerial feita pelo
aéreo brasileiro através dos Centros Integrados
então Presidente interino Michel
de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo –
Temer, logo após a sua posse.
CINDACTA, localizados em:
www.aviacaocivil.gov.br
CINDACTA 1 – BRASILIA - DF

CINDACTA 2 – CURITIBA – PR
DECEA – DEPARTAMENTO DE
CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO CINDACTA 3 – RECIFE – PE
BRASILEIRO CINDACTA 4 – MANAUS - AM

O DECEA (Departamento de Controle do


Espaço Aéreo) é a organização responsável pelo
controle do espaço aéreo brasileiro, provedora
dos serviços de navegação aérea que viabilizam
os voos e a ordenação dos fluxos de tráfego
aéreo no País. Subordinado ao Comando da
Aeronáutica, o DECEA é o órgão gestor do
Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro O Departamento de Controle do Espaço
(SISCEAB) e compete planejar, gerenciar e Aéreo (DECEA) é uma organização do
controlar as atividades relacionadas à segurança Comando da Aeronáutica (COMAER), criada
da navegação aérea, ao controle do espaço pelo Decreto n° 3.954, de 5 de outubro de 2001,
aéreo, às telecomunicações aeronáuticas e à que tem por finalidade planejar, gerenciar e
tecnologia da informação. controlar as atividades relacionadas com o
controle do espaço aéreo, com a proteção ao
Como órgão central do Sistema de voo, com o serviço de busca e salvamento e com
Controle do Espaço Aéreo Brasileiro as telecomunicações do Comando da
(SISCEAB), compete ao DECEA planejar e Aeronáutica.
aprovar a implementação de órgãos,
equipamentos e sistemas; bem como controlar e

A - 18 -
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BLOCO II – SISTEMA DE AVIAÇÃO CIVIL - SAC

DCTA – DEPARTAMENTO DE CIENCIA


E TECNOLOGIA AEROESPACIAL

www.cta.br

Como Elo Executivo do SAC, ligado ao


COMAER é um complexo de institutos e
organizações que dentre suas múltiplas
atividades, encontram-se a homologação da
fabricação de peças e equipamentos e a
formação de técnicos e engenheiros com destino
à Aviação Civil;

O DCTA localiza-se em São José dos Campos-


SP e trabalha em coordenação com a SAR -
Superintendência de Aeronavegabilidade.

INFRAERO – EMPRESA BRASILEIRA DE


INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIA

A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura


Aeroportuária) é uma empresa pública nacional
vinculada ao Ministério da Infraestrutura. É
uma das três maiores operadoras

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BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

CÓDIGO BRASILEIRO DE AERONÁUTICA (LEI N° 7.565 DE 19 DE DEZEMBRO DE 1986)

1- INTRODUÇÃO Exemplos de Legislação Complementar

O Direito Aeronáutico surgiu da necessidade de  RBHA 63


se regulamentar o emprego do avião como meio  RBAC 67
de transporte, principalmente após a Primeira  RBAC 121
Grande Guerra Mundial.  Portaria 676/GC-5/2000 da ANAC

§ 2º Este código, se aplica às aeronaves nacionais


No Brasil a legislação básica do Direito e estrangeiras, em todo o território nacional,
Aeronáutico está consubstanciada no Código assim como, no exterior, até onde for admitida a
Brasileiro de Aeronáutica CBA, Lei n° 7.565 de sua extraterritorialidade.
19 de Dezembro de 1986.

Neste documento estão contidas as normas


aplicáveis às matérias de natureza aeronáutica,
tais como:

 Navegação Aérea

 Aeronaves

 Serviços Aéreos

 Contrato de Transporte Aéreo

 Responsabilidade Civil do Transporte


Aéreo
§ 3º A Legislação complementar é formada pela
 Tripulações
regulamentação prevista neste código, pelas Leis
 Tráfego Aéreo especiais, decretos e normas sobre matéria
aeronáutica (IAC, NOSER).
 Infraestrutura Aeronáutica

 Infrações e Providencias
Administrativas. 1.1AUTORIDADES AERONÁUTICAS
COMPETENTES
Art. 1º O Direito Aeronáutico é também regulado
pelos Tratados, Convenções e Atos Art. 2º Para os efeitos de códigos consideram-se
Internacionais de que o Brasil seja signatário e autoridades aeronáuticas competentes as do
por Legislação complementar. Ministério da Aeronáutica, conforme as
atribuições definidas nos respectivos
regulamentos.

B-1-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

Cenário atual das Autoridades Aeronáuticas no 2- O ESPAÇO AÉREO E O SEU USO


Brasil PARA FINS AERONÁUTICOS

Art. 11. O Brasil exerce completa e exclusiva


soberania sobre o espaço aéreo acima de seu
território e mar territorial

O mar territorial brasileiro compreende


uma faixa de doze milhas marítimas de
largura, medidas a partir da linha de
baixa-mar do litoral continental e insular,
tal como indicada nas cartas náuticas de
grande escala, reconhecidas oficialmente
no Brasil.

O CBA se aplica a nacionais e estrangeiros,


em todo o território nacional, assim como,
no exterior, até onde for admitida a sua
extraterritorialidade.
Art. 3º O Direito Internacional Privado considera Extraterritorialidade é a possibilidade de
situadas no Território do Estado de sua uma lei produzir efeitos fora do território de
nacionalidade. seu país, por força de convenções e acordos
 As aeronaves militares, bem como as de reciprocidade.
aeronaves civis de propriedade ou a
serviço do Estado ou por este diretamente
utilizado. Aplicações da extraterritorialidade:

 As aeronaves de outra espécie, quando a) Aeronaves na extraterritorialidade não se


em alto mar ou região que não pertença a sujeitam à fiscalização da alfândega ou da
qualquer outro estado. polícia brasileira, nem sequestro ou penhora.

As aeronaves privadas estão sujeitas à lei do b) Qualquer delito, ato ou fato ocorrido a
Estado onde se encontre, SALVO SE bordo, será julgado pelas autoridades
ESTIVEREM A SERVIÇO DO ESTADO! competentes e segundo as leis do Estado de
matrícula da aeronave.
Art. 4° Os atos que, originados de aeronave,
produzirem efeito no Brasil, regem-se por suas c) As aeronaves militares ou públicas
leis, ainda que iniciados no território estrangeiro. estrangeiras e seus tripulantes gozam de
prerrogativas e imunidades.
Art. 5° Os atos que, provenientes da aeronave,
tiverem início no Território Nacional, regem-se
pelas leis brasileiras, respeitadas as leis do Estado
em que produzirem efeito.

B-2-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

3- TRÁFEGO AÉREO E A UTILIZAÇÃO uso das comunicações e dos auxílios à navegação


DO ESPAÇO AÉREO aérea em rota.

A entrada no espaço aéreo brasileiro ou o pouso, § 5° Estão isentas das tarifas previstas no
no território subjacente, de aeronave estrangeira parágrafo anterior as aeronaves pertencentes aos
está condicionada à autorização prévia do aeroclubes.
Estado-Maior da Aeronáutica (AVOEM) ou da
Agência Nacional de Aviação Civil (AVANAC). Art. 15. Por questão de segurança da navegação
aérea ou por interesse público, é facultado fixar
Art. 13 Poderá a autoridade aeronáutica deter a zonas em que se proíbe ou restringe o tráfego
aeronave em voo no espaço aéreo (art. 18) ou em aéreo, estabelecer rotas de entrada ou saída,
pouso no território brasileiro (Art. 303 a 311), suspender total ou parcialmente o tráfego, assim
quando em caso de flagrante desrespeito às como o uso de determinada aeronave, ou a
normas de direito aeronáutico (Art. 1º e 12, de realização de certos serviços aéreos.
tráfego aéreo (Art. 14, 16 §3º, 17), ou às
§ 1º A prática de esportes aéreos tais como
condições estabelecidas nas respectivas
balonismo, volovelismo, asa voadoras e
autorizações( Art. 14§§ 1º, 3º, e 4º, 15, §§1 e 2º,
similares, assim como os voos de treinamento,
19°, parágrafos único, 21,22), coloque em risco a
far-se-ão em áreas delimitadas pela autoridade
segurança da navegação aérea ou de tráfego
aeronáutica.
aéreo, a ordem pública, a paz interna ou externa.
Art. 16. Ninguém poderá opor-se, em razão de
Art. 14. No tráfego de aeronaves no espaço aéreo
propriedade na superfície, ao sobrevoo de
brasileiro observam-se as disposições
aeronave, sempre que este se realize de acordo
estabelecidas nos Tratados, Convenções e Atos
com as normas vigentes.
internacionais de que o Brasil seja parte, neste
Código e na legislação complementar. § 1º No caso de pouso de emergência ou forçado,
o proprietário ou possuidor do solo não poderá se
§ 1º Nenhuma aeronave militar ou civil a serviço
opor à retirada ou partida da aeronave, desde que
de Estado estrangeiro e por este diretamente
lhe seja dada garantia de reparação do dano.
utilizada poderá sem autorização, voar no espaço
aéreo brasileiro ou aterrissar no território § 2º A falta de garantia autoriza o sequestro da
subjacente. aeronave e sua retenção até que aquela se efetive.

§ 2º É livre o tráfego de aeronave dedicada a § 3º O lançamento de coisas, de bordo de


serviços aéreos privados, mediante informações aeronave, dependerá de permissão prévia da
prévias sobre o voo planejado. autoridade aeronáutica, salvo caso de
emergência.
§ 3º A entrada e o tráfego, no espaço aéreo
brasileiro, de aeronave dedicada a serviços Art. 17. É proibido efetuar, com qualquer
aéreos públicos, dependem de autorização, ainda aeronave, voos de acrobata ou evolução que
que previstos em acordo bilateral. possam constituir perigo para os ocupantes do
aparelho, para o tráfego aéreo, para instalações
§ 4º A utilização do espaço aéreo brasileiro, por
ou pessoas na superfície.
qualquer aeronave, fica sujeita às normas e
condições estabelecidas, assim como às tarifas de
B-3-
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BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

Art. 18. O Comandante de aeronave que receber necessários à segurança do vôo, pouso e
do órgão controlador de voo ordem para pousar decolagem;
deverá dirigir-se, imediatamente, para o
- Tripulação habilitada, licenciada e portadora
aeródromo que lhe for indicado e nele efetuar o
pouso. No caso de manifesta inobservância da dos respectivos certificados, do Diário de Bordo
ordem recebida, a autoridade aeronáutica poderá da lista de passageiros, manifesto de carga ou
requisitar os meios necessários para interceptar relação de mala postal que, eventualmente,
ou deter a aeronave. transportar.

§ 1° Se razões técnicas, a critério do Art. 21. Salvo com autorização especial de órgão
Comandante, impedirem de fazê-lo no competente, nenhuma aeronave poderá
aeródromo indicado, deverá ser solicitada ao transportar explosivos, munições, armas de fogo,
material bélico, equipamento destinado a
órgão controlador a determinação de aeródromo levantamento aerofotogramétrico ou de
alternativo que ofereça melhores condições de prospecção, ou ainda quaisquer outros objetos ou
segurança. substâncias consideradas perigosas para a
segurança pública, da própria aeronave ou de
§ 2° No caso de manifesta inobservância da seus ocupantes.
ordem recebida, a autoridade aeronáutica poderá
requisitar os meios necessários para interceptar Parágrafo único. O porte de aparelhos
ou deter a aeronave. fotográficos, cinematográficos, eletrônicos ou
nucleares, a bordo de aeronave, poderá ser
§ 3° Na hipótese do parágrafo anterior, efetuado impedido quando a segurança da navegação
o pouso, será autuada a tripulação e apreendida a aérea ou o interesse público assim o exigir.
aeronave (arts. 13 e 303 a 311).

§ 4° A autoridade aeronáutica que, excedendo


suas atribuições e sem motivos relevantes, 3.1 – ENTRADA E SAÍDA DO ESPAÇO
expedir a ordem de que trata o caput deste artigo, AÉREO BRASILEIRO
responderá pelo excesso cometido, sendo-lhe
Art. 22. Toda aeronave proveniente do exterior
aplicada a pena de suspensão por prazo que
variará de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias, fará, respectivamente, o primeiro pouso ou a
conversíveis em multa. última decolagem em aeroporto internacional.

Art. 20. Salvo permissão especial, nenhuma


aeronave poderá voar no espaço aéreo brasileiro, 4 – O SISTEMA AEROPORTUÁRIO
aterrissar no território subjacente ou dele decolar,
a não ser que tenha: 4.1 – AERÓDROMOS

- Marcas de nacionalidade e matrícula, e esteja Art. 26. O sistema aeroportuário é constituído


munida dos respectivos certificados de matrícula pelo conjunto de aeródromos brasileiros, com
aeronavegabilidade; todas as pistas de pouso, pistas de táxi, pátio de
estacionamento de aeronave, terminal de carga
- Equipamentos de navegação, de comunicações aérea, terminal de passageiros e as respectivas
e de salvamento, instrumentos, cartas e manuais facilidades.

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BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

Parágrafo único. São consideradas facilidades: o 4.2 – AERÓDROMOS


balizamento diurno e noturno, a iluminação do
Art. 31. Consideram-se
pátio, serviço contra incêndio especializado,
serviço de remoção de emergência médica, área I- Aeroportos: os aeródromos públicos dotados
de pré-embarque, climatização ônibus, sistema de instalações e facilidades para apoio de
de esteiras para despacho de bagagem, carrinhos operações de aeronaves e de embarque e
para passageiros, pontes de embarque, sistema de desembarque de pessoas e cangas.
ascenso/descenso de passageiros pôr escadas
rolantes, orientação pôr circuito fechado de II – Helipontos: são os aeródromos destinados
televisão, sistema semiautomático anunciador de exclusivamente a operação de helicópteros.
mensagens, sistema de som, sistema informativo
III- Heliportos: são os heliportos públicos
de voo, climatização geral, locais destinados a
dotados de instalações e facilidades para apoio de
serviços públicos, locais destinados a apoio
operação de helicópteros e embarque e
comercial, serviço médico, serviço de
desembarque de pessoas e carga.
salvamento aquático especializado e outras, cuja
implantação seja autorizada ou determinada pela Parágrafo único. Aeroportos Internacionais - são
autoridade aeronáutica. os aeroportos destinados as aeronaves nacionais
e estrangeiras na realização de serviços
Art. 27. Aeródromo é toda área destinada a
internacionais, regulares ou não regulares.
pouso, decolagem e movimentação de aeronaves
e classificam-se em civis e militares. Art. 32. Os aeroportos e heliportos serão
classificados por ato administrativo que fixará as
§ 1º Aeródromo civil é destinado ao uso de
características de cada classe.
aeronaves civis.
Parágrafo único. Os aeroportos destinados às
§ 2º Aeródromo militar é destinado ao uso de
aeronaves nacionais ou estrangeiras na realização
aeronaves militares.
de serviços internacionais, regulares ou não
§ 3º Os aeródromos civis podem ser utilizados regulares, serão classificados como aeroportos
por aeronaves militares e os aeródromos internacionais (artigo 22).
militares, por aeronaves civis, obedecidas as
prescrições estabelecidas pela autoridade
aeronáutica. 4.3 – REGISTRO AERONÁUTICO
BRASILEIRO - RAB
Art. 29. Aeródromos civis são classificados em
públicos e privados. Art. 72. O Registro Aeronáutico Brasileiro será
público, único e centralizado, destinando-se a
§ 1° Os aeródromos públicos e privados serão
ter, em relação à aeronave, as funções de:
abertos ao tráfego através de processo,
respectivamente, de homologação e registro. I. emitir certificados de matrícula, de
aeronavegabilidade e de nacionalidade de
§ 2º Os aeródromos privados só poderão ser
aeronaves sujeitas à legislação brasileira;
utilizados com permissão de seu proprietário, e é
vedada a exploração comercial. II. reconhecer a aquisição do domínio na
transferência por ato entre vivos e dos direitos
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reais de gozo e garantia, quando se tratar de Art. 108. A aeronave é considerada da


matéria regulada por este Código; nacionalidade do Estado em que esteja
matriculada.
III. assegurar a autenticidade, inalterabilidade e
conservação de documentos inscritos e Art. 109. O Registro Aeronáutico Brasileiro, no
arquivados; ato da inscrição, após a vistoria técnica, atribuirá
as marcas de nacionalidade e matrícula,
IV. promover o cadastramento geral. Sistema de identificadoras da aeronave.
controle e de registro das aeronaves civis
brasileiras. § 1° A matrícula confere nacionalidade brasileira
à aeronave e substitui a matrícula anterior, sem
O registro aeronáutico no Brasil é competência prejuízo dos atos jurídicos realizados
do Governo Federal e será regulamentado pelo anteriormente.
Poder Executivo.

O órgão responsável pelo RAB é a


Superintendência de Aeronavegabilidade (SAR 6.0 – TRIPULAÇÃO
da ANAC.)
Art. 156. Tripulantes são as pessoas devidamente
habilitadas que exercem função a bordo da
aeronave.
5.0 - AERONAVES
§ 1° A função remunerada a bordo de aeronaves,
Art. 106. Aeronave é todo aparelho, manobrável nacionais ou estrangeiras, quando operadas por
em vôo, que possa sustentar-se e circular no empresa brasileira no formato de intercâmbio, é
espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas privativa de titulares de licenças específicas
apto a transportar pessoas ou coisas.
emitidas pela autoridade de aviação civil
Art. 107. As aeronaves classificam-se em Civis e brasileira e reservada a brasileiros natos ou
Militares: naturalizados.

§ 1° Aeronaves militares são as integrantes das § 2° A função não remunerada, a bordo de


forças armadas, inclusive as requisitadas na aeronave de serviço aéreo privado pode ser
forma da lei, para missões militares. exercida por tripulantes habilitados,
independentemente de sua nacionalidade.
§ 2° Aeronaves civis compreendem as aeronaves
públicas e as aeronaves privadas, § 3° No serviço aéreo internacional poderão ser
empregados comissários estrangeiros, contanto
§ 3° As aeronaves públicas são destinadas ao que o número não exceda um terço dos
serviço do poder público, inclusive as comissários a bordo na mesma aeronave.
requisitadas na forma da lei; todas as demais são
aeronaves privadas Art. 157. Desde que assegurada a admissão de
tripulantes brasileiros em serviços aéreos
públicos de determinado país, deve-se promover
acordo bilateral de reciprocidade.
5.1 – MARCAS DE NACIONALIDADE E
MATRÍCULA

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Art. 158. A juízo da autoridade aeronáutica, requisitos de experiência e aprovação em


poderão ser admitidos como tripulantes, em verificação de competência (CHECK).
caráter provisório, instrutores estrangeiros, na
falta de tripulantes brasileiros. CHT e CMA vigorarão pelo período neles
estabelecidos, podendo ser revalidados.
Parágrafo único - O prazo do contrato de
Cessada a validade do CHT ou do CMA, o titular
instrutores estrangeiros, de que trata este artigo,
não poderá exceder de 06 (seis) meses. da licença ficará IMPEDIDO do exercício da
função nela especificada.
Art. 159. Na forma da regulamentação pertinente
Art. 163. Sempre que o titular de licença
e de acordo com as exigências operacionais, a
apresentar indício comprometedor de sua aptidão
tripulação constituir-se-á de titulares de licença
de voo e certificados de capacidade física e de técnica ou das condições físicas estabelecidas na
habilitação técnica, que os credenciem ao regulamentação específica (RBAC 67), poderá
exercício das respectivas funções. ser submetido a novos exames técnicos ou de
capacidade física, ainda que estejam válidos os
respectivos certificados. Ao tripulante caberá
recurso à comissão técnica especializada ou junta
7.0 – LICENÇAS E CERTIFICADOS médica.
Art. 160. A licença de tripulantes e os Parágrafo único. É direito do tripulante recurso
certificados de habilitação técnica e de contra o resultado dos referidos exames, junto à
capacidade física serão concedidos pela comissão técnica específica ou junta médica.
autoridade aeronáutica, na forma de
regulamentação específica. Art. 164. Qualquer dos certificados de que tratam
artigos anteriores poderá ser cassado pela
Parágrafo único. A licença terá caráter autoridade aeronáutica se comprovado, em
permanente e os certificados vigorarão pelo processo administrativo ou em exame de saúde,
período neles estabelecido, podendo ser que o respectivo titular não possui idoneidade
revalidados.
profissional ou não está capacitado para o
A regulamentação específica que trata das exercício das funções especificadas na sua
licenças e certificados para comissários é o licença.
RBHA 63.

O RBAC 67 dispõe sobre o Certificado Médico 8.0 – COMANDANTE DA AERONAVE


Aeronáutico.
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo um
CMA → adquirido após ser considerado apto no comandante, membro da tripulação, designado
exame de saúde pericial (CMS – 2a classe)
pelo proprietário ou explorador e que será seu
CCT → adquirido após aprovação em exame de preposto durante a viagem.
conhecimentos (banca da ANAC). Art. 166. O comandante é responsável pela
CHT → adquire-se após cumprimento de operação e segurança da aeronave.
programa de treinamento aprovado pela ANAC,

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§ 1° O comandante será também responsável pela - alijar carga ou parte dela, quando indispensável
guarda de valores, mercadorias, bagagens à segurança do voo.
despachadas e malas postais, desde que lhes seja
Parágrafo único. O comandante e o explorador
asseguradas pelo proprietário ou explorador
condições de verificar a quantidade e o estado das da aeronave não será o responsável por prejuízos
mesmas. ou consequências decorrentes de adoção das
medidas disciplinares previstas neste artigo, sem
§ 2° Os demais membros da tripulação ficam excesso de poder.
subordinados, técnica e disciplinarmente, ao
comandante da aeronave. Art. 169. Poderá o comandante, sob sua
responsabilidade, adiar ou suspendes a partida da
§ 3° Durante a viagem, o comandante é o aeronave, quando julgar indispensável à
responsável, no que se refere à tripulação, pelo segurança do voo.
cumprimento da regulamentação profissional no
tocante à: Art. 170. O comandante poderá delegar a outro
membro da tripulação, as atribuições que lhe
 Limites de jornada de trabalho; competem, menos as que se relacionem com a
 Limites de voo; segurança de voo.
 Intervalos de repouso
 Fornecimento de alimentos. Art. 171. As decisões tomadas pelo comandante,
inclusive em caso de alijamento, serão
Art. 167. O comandante exerce autoridade registradas no Diário de Bordo e, concluída a
inerente a função desde o momento em que se viagem, imediatamente comunicado à autoridade
apresenta para o vôo até o momento em que aeronáutica.
entrega a aeronave, concluída a viagem.
9.0 – DIÁRIO DE BORDO
Parágrafo único. No caso de pouso forçado, a
Art. 172. O Diário de Bordo, além de mencionar
autoridade do comandante persiste até que as
as marcas de nacionalidade e matrícula, os nomes
autoridades competentes assumam a
do proprietário e do explorador deverá indicar
responsabilidade pela aeronave, pessoas e coisas
transportadas. para cada voo a data, natureza do voo (privado
aéreo, transporte aéreo regular ou não regular), os
Art. 168. Durante este período de tempo o nomes dos tripulantes, lugar e hora das saída e da
comandante exerce autoridade sobre pessoas e chegada, incidentes e observações, inclusive
coisas que se encontrem a bordo da aeronave e sobre a infraestrutura de proteção ao voo que
poderá: forem de interesse da segurança geral.

- desembarcar qualquer uma delas, desde que Parágrafo único. O Diário de bordo referido no
comprometa a boa ordem, a disciplina, ponha em caput deste artigo deverá estar assinado pelo
risco a segurança da aeronave ou das pessoas e piloto comandante, que é o responsável pelas
bens a bordo; anotações, aí também incluídos os totais de
tempos de voo e de jornada.
- tomar medidas necessárias à proteção da
aeronave, das pessoas e bens transportados; Art. 173. O comandante procederá ao
assentamento, no Diário de Bordo, dos

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nascimentos e óbitos que ocorrerem durante a qualquer modalidade remunerada distinta do


viagem, e dele extraíra cópia para fins de direito. transporte público.

Parágrafo único. Ocorrendo mal súbito ou óbito Serviços Aéreos Privados - são realizados sem
de pessoas, o comandante providenciará, na remuneração, em benefício do próprio operador
primeira escala, o comparecimento de médicos compreendendo as atividades aéreas de recreio
ou da autoridade policial local, para que sejam ou desportivas, de transporte aéreo reservado ao
tomadas as medidas cabíveis. proprietário ou operador, de serviços aéreos
especializados, realizados em benefício
exclusivo do proprietário ou explorador da
10 – SERVIÇOS AÉREOS aeronave.

Art. 174. Os serviços aéreos compreendem os


serviços aéreos privados e os serviços aéreos 11 – TRANSPORTE AÉREO
públicos.
Conceito: Movimento de Pessoas e mercadorias
Art. 175. Serviços Aéreos Públicos - abrangem pelo ar com a utilização de aeronaves.
os serviços especializados públicos e os serviços
de transporte público de passageiros, carga ou Utilizado preferencialmente para movimentar
mala postal, regular e não regular, doméstico e passageiros e, devido à sua agilidade, é
internacional. recomendado para transporte de mercadorias de
alto valor, perecíveis e encomendas urgentes.
Art. 177. Os serviços aéreos privados são os
realizados, sem remuneração, em benefício do
próprio operador (artigo 123, II) compreendendo
as atividades aéreas: 11.1 – TRANSPORTE AÉREO REGULAR

 De recreio ou Desportivas É o serviço público de transporte de passageiros,


 De transporte reservado ao proprietário mercadorias e mala postal realizado por empresas
ou operador da aeronave de linha aérea, mediante remuneração, sujeito à
 De serviços aéreos especializados, normas governamentais de regularidade,
realizados em benefício exclusivo do continuidade e frequência.
proprietário ou operador da aeronave

Art. 180. A exploração destes serviços 11.2 – TRANSPORTE AÉREO REGULAR


dependerá de prévia concessão, quando se INTERNACIONAL
tratar de transporte regular, ou de
autorização, quando se trata de transporte não O transporte aéreo regular internacional envolve
regular ou de serviços aéreos especializados. aeroportos de países diferentes. Aplica-se ao
transporte aéreo internacional a Convenção de
Art. 201. Os serviços aéreos especializados Montreal de 1999.
abrangem as atividades de: Aerofotogrametria,
aerotopografia, prospecção do solo, subsolo, e Art. 203. Os serviços de transporte aéreo público
mar, publicidade aérea, provocação artificial de internacional podem ser realizados por empresas
chuvas, proteção da agricultura, semeadura e nacionais ou estrangeiras.
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Parágrafo único. A exploração desses serviços fizer escala em território estrangeiro, estando,
sujeitar-se-á: porém, em território brasileiro os seus pontos de
partida e destino.
a) às disposições dos tratados ou acordos
bilaterais vigentes com os respectivos Estados e Art. 216. Os serviços aéreos de transporte
o Brasil; público doméstico são reservados às pessoas
jurídicas brasileiras.
b) na falta desses, ao disposto neste Código.
11.4 – TRANSPORTE AÉREO NÃO
Art. 204. O governo brasileiro designará as
REGULAR
empresas brasileiras, para os serviços de
transporte internacional. É o serviço público destinado a satisfazer
necessidades específicas de transporte de
§ 1° Cabe à empresa ou empresas designadas passageiros e respectiva bagagem ou de carga,
providenciarem a autorização de funcionamento, realizado por empresas de táxi aéreo ou
junto aos países onde pretendem operar.
fretamento, mediante remuneração, sem sujeição
§ 2° A designação de que trata este artigo far-se- a normas governamentais de regularidade,
á com o objetivo de assegurar o melhor continuidade e frequência.
rendimento econômico no mercado
internacional, estimular o turismo receptivo, Art. 217. Para a prestação de serviços aéreos não
contribuir para o maior intercâmbio político, regulares de transporte de passageiro, carga ou
econômico e cultural. mala postal, é necessária autorização de
funcionamento do Poder Executivo, a qual será
Art. 205. Para operar no Brasil, a empresa intransferível, podendo estender-se por período
estrangeira de transporte aéreo deverá: de 5 (cinco) anos, renovável por igual prazo.
I - ser designada pelo Governo do respectivo
país;

II - obter autorização de funcionamento no Brasil


(artigos 206 a 211);

III - obter autorização para operar os serviços


aéreos (artigos 212 e 213). 12 – CONTRATO DE TRANSPORTE
AÉREO

11.3 – TRANSPORTE AÉREO REGULAR Art. 222. Pelo contrato de transporte aéreo
DOMÉSTICO obriga-se o empresário a transportar passageiros,
bagagem, carga encomenda ou mala postal, por
Art. 215. Considera-se doméstico e é regido por meio, de aeronave, mediante pagamento.
este Código, todo transporte em que os pontos de
partida, intermediários e de destino estejam Parágrafo único. O empresário, como
situados em Território Nacional. transportador, pode ser pessoa física ou jurídica,
proprietário ou explorador da aeronave.
Parágrafo único. O transporte não perderá esse
caráter se, por motivo de força maior, a aeronave
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 Transportador CONTRATUAL → é b) em voo próprio a ser realizado em data e


quem conclui o Contrato de Transporte. horário de conveniência do passageiro;
 Transportador DE FATO → aquele que
II. O reembolso do valor integral pago pelo
realiza todo o transporte ou parte dele,
presumidamente autorizado pelo bilhete de passagem não utilizado, incluídas as
tarifas.
transportador contratual.
 Transportadores SUCESSIVOS → Art. 231. Em caso de atraso no AEROPORTO
transporte executado sucessivamente por DE ESCALA OU DE CONEXÃO por mais de
vários transportadores, mediante um só 4(quatro) horas, o transportador DEVERÁ
contrato ajustado num único ato jurídico, oferecer as seguintes alternativas ao passageiro:
por meio de um ou mais bilhetes de
passagem. I. A reacomodação:

a) em voo próprio ou de terceiro, que ofereça
12.1 – CONTRATO DE TRANSPORTE DE serviço equivalente para o mesmo destino, na
PASSAGEIROS - BILHETE DE primeira oportunidade;
PASSAGEM
b) em voo próprio, a ser realizado em data e
Art. 227. No transporte de pessoas, o horário de conveniência do passageiro;
transportador é obrigado a entregar o respectivo
II. O reembolso:
bilhete individual ou coletivo de passagem, que
deverá indicar o lugar e a data de emissão, os a) integral, assegurado o retorno ao aeroporto de
pontos de partida e destino e o nome dos origem;
transportadores.
b) do trecho não utilizado, se o deslocamento já
Art. 229. O passageiro tem direito ao reembolso realizado aproveitar ao passageiro;
do valor já pago do bilhete se o transportador vier
a cancelar a viagem. III. A conclusão do serviço por outra modalidade
de transporte.
Art. 228. O bilhete de passagem terá a validade
de 1 (um) ano, a partir da data de sua emissão. Parágrafo único. Todas as despesas decorrentes
da interrupção ou atraso de viagem, inclusive
Art. 229. O passageiro tem direito ao reembolso transporte de qualquer espécie, alimentação e
do valor já pago do bilhete se o transportador vier hospedagem, correrão por conta do transportador
a cancelar a viagem. contratual, sem prejuízo da responsabilidade
civil.
230. Em caso de atraso NO AEROPORTO DE
PARTIDA por mais de 4 (quatro) horas, o
transportador DEVERÁ oferecer as seguintes
alternativas ao passageiro: Em caso de CANCELAMENTO DE VOO OU
INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO, o
I. A reacomodação: transportador deverá oferecer as seguintes
alternativas ao passageiro:
a) em voo próprio que ofereça serviço
equivalente para o mesmo destino, na primeira
oportunidade;
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I. A reacomodação: 12.2 – NOTA DE BAGAGEM

a) em voo próprio ou de terceiro que ofereça Art. 234 - No contrato de transporte de bagagem
serviço equivalente para o mesmo destino, na o transportador é obrigado a entregar ao
primeira oportunidade; passageiro a nota individual ou coletiva
correspondente, em duas vias, com indicação do
b) em voo próprio a ser realizado em data e lugar e data de emissão, pontos de partida e
horário de conveniência do passageiro;
destino, número do bilhete de passagem,
II. O reembolso: quantidade, peso e valor declarado dos volumes.

a) integral, assegurado o retorno ao aeroporto de § 1°. A execução contrato inicia-se com a entrega
origem em caso de interrupção; ao passageiro da respectiva nota e termina com o
recebimento da bagagem.
b) do trecho não utilizado, se o deslocamento já
realizado aproveitar ao passageiro; § 2°. O transportador poderá verificar o conteúdo
dos volumes sempre que haja valor declarado
III. a conclusão do serviço por outra modalidade pelo passageiro.
de transporte, em caso de interrupção.
§ 3°. Além da bagagem registrada, é facultado ao
Art. 232. A pessoa transportada deve sujeitar-se passageiro conduzir objetos de uso pessoal, como
às normas legais constantes do bilhete ou bagagem de mão.
afixadas à vista dos usuários, abstendo-se de ato
que cause incômodo ou prejuízo aos passageiros, § 4°. O recebimento da bagagem, sem protesto,
danifique a aeronave, impeça ou dificulte a faz presumir o seu bom estado.
execução normal do serviço
§ 5°. Procede-se ao protesto no caso de avaria ou
Art. 233. A execução do contrato de transporte atraso, na forma determinada na seção relativa ao
aéreo de passageiro compreende as operações de contrato de carga.
embarque e desembarque, além das efetuadas a
bordo da aeronave.
13 – RESPONSABILIDADE DO
§ 1° Considera-se operação de embarque a que se
TRANSPORTADOR POR DANO AO
realiza desde quando passageiro, já despachado
PASSAGEIRO
no aeroporto, transpõe o limite da área destinada
ao público em geral e entra na respectiva Art. 256. O transportador responde pelo dano
aeronave, abrangendo o percurso feito a pé, por decorrente:
meio mecânicos com a utilização de viaturas.
I. de morte ou lesão de passageiro, causada por
§ 2° A operação de desembarque inicia-se com a acidente ocorrido durante a execução do contrato
saída de bordo da aeronave e termina no ponto de de transporte aéreo, a bordo de aeronave ou no
interseção da área interna do aeroporto e da área curso das operações de embarque e desembarque;
aberta ao público em geral.
II. de atraso do transporte aéreo contratado.

§ 1° O transportador não será responsável:

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a) no caso do inciso I do caput deste artigo, se a detenção dos presumidos infratores ou da


morte ou lesão resultar, exclusivamente, do aeronave que ponha em perigo a segurança
estado de saúde do passageiro, ou se o acidente pública, pessoas ou coisas, nos limites do que
decorrer de sua culpa exclusiva; dispõe este Código.

b) no caso do inciso II do caput deste artigo, se § 1° Quando a infração constituir crime, a


comprovar que, por motivo de caso fortuito ou de autoridade levará, imediatamente, o fato ao
força maior, foi impossível adotar medidas conhecimento da autoridade policial ou judicial
necessárias, suficientes e adequadas para evitar o competente.
dano.
§ 2° Tratando-se de crime, em que se deva deter
§ 2° A responsabilidade do transportador membros da tripulação de aeronave que realize
estende-se: serviço público de transporte aéreo, a autoridade
aeronáutica, concomitantemente à providência
a) a seus tripulantes, diretores e empregados que prevista no parágrafo anterior, deverá tomar as
viajarem na aeronave acidentada, sem prejuízo medidas que possibilitem a continuação do voo.
de eventual indenização por acidente de trabalho;
Art. 290. É assegurado o direito a ampla defesa e
b) aos passageiros gratuitos, que viajarem por a recurso a quem responder a procedimentos
cortesia. instaurados para a apuração e julgamento das
infrações às normas previstas neste Código e em
normas regulamentares.
14 – INFRAÇÕES E PROVIDÊNCIAS
ADMINISTRATIVAS Art. 294. Será solidária a responsabilidade de
quem cumprir ordem exorbitante ou indevida do
Na infração as normas deste código ou da proprietário de aeronave, que resultem em
legislação complementar, a autoridade infração deste Código.
aeronáutica poderá tomar as seguintes
providências. Art. 295. A multa será imposta de acordo com a
gravidade da infração, podendo ser acrescida da
 Multa; suspensão de qualquer dos certificados, da
 Suspensão de certificados, licenças, autorização ou permissão.
concessões ou autorizações;
 Cassação de certificados, licenças, Art. 296. A suspensão será aplicada por período
concessões ou autorizações; não superior a 180 (cento e oitenta) dias, podendo
 Detenção, Interdição ou apreensão de ser prorrogada uma vez por igual período.
aeronave ou do material transportado Art. 297. A pessoa jurídica empregadora
 Intervenção nas empresas
responderá solidariamente com seus prepostos,
concessionárias ou autorizadas agentes, empregados ou intermediários, pelas
infrações por eles cometidas no exercício das
14.1 – GENERALIDADES respectivas funções.

Art. 290. A autoridade aeronáutica poderá Art. 300. A cassação dependerá de inquérito
requisitar o auxílio da força policial para obter a administrativo no curso do qual será assegurado
defesa ao infrator.
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14.2 – INFRAÇÕES 15 – CONCESSÃO DE LICENÇA


INFRAÇÕES – COMISSÁRIO DE VOO
Art. 299 I - procedimentos ou prática, no
exercício das funções, que revelem falta de A ANAC. - determina a observância das normas
idoneidade profissional para o exercício das e recomendações do Anexo I da OACI, relativas
prerrogativas dos certificados de habilitação às licenças de pessoal, com complementações e
técnica; alterações estabelecidas na portaria n°
170/DGAC.
Art. 299 V - fornecimento de dados, informações
ou estatísticas inexatas ou adulteradas; O exercício das prerrogativas relativas às
diferentes licenças far-se-á de forma compatível
Art. 299 VII - prática reiterada de infrações com os respectivos Certificados de Habilitação
graves; Técnica (CHT) e de Capacidade Física (CCF).
Art. 302 – II, a) preencher com dados inexatos Os Certificados regularão o uso da Licença,
documentos exigidos pela fiscalização através da indicação do grau de Habilitação
Art. 302 – II, b) impedir ou dificultar a ação dos Técnica e da validade da Capacidade Física do
agentes públicos, devidamente credenciados, no titular, dentro dos respectivos prazos e condições
exercício de missão oficial; neles estabelecidos.

Art. 302 – II, d) tripular aeronave com certificado Condições exigidas para a Licença de
de habilitação técnica ou de capacidade física Comissários
vencidos, ou exercer a bordo função para a qual A concessão da Licença de Comissário fica
não esteja devidamente licenciado ou cuja sujeita ao atendimento dos requisitos de idade,
licença esteja expirada; conhecimentos, experiência e aptidão física e
Art. 302 – II, e) participar da composição de mental. O candidato deverá:
tripulação em desacordo com o que estabelece - Ter 18 (dezoito) anos completos,
este Código e suas regulamentações;
- Comprovar conhecimentos de socorros de
Art. 302 – II, g) desobedecer às determinações da urgência e utilização do equipamento de
autoridade do aeroporto ou prestar-lhe falsas emergência para salvamento;
informações;
- Comprovar conhecimentos de regulamentos
Art. 302 – II, m) infringir regras, normas ou pertinentes ao desempenho da função a bordo de
cláusulas de convenções ou atos internacionais aeronaves civis;
Art. 302 – II, n) infringir as normas e - Ter concluído com aproveitamento curso
regulamentos que afetem a disciplina a bordo de reconhecido pela ANAC;
aeronave ou a segurança de vôo;
- Possuir aptidão física e mental que satisfaça os
Art. 302 – II, u) ministrar instruções de voo sem requisitos estabelecidos para a expedição de um
estar habilitado Certificado Médico Aeronavegante (CMA) de
2° Classe;

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BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC

De posse destas qualificações o candidato obterá


as prerrogativas de exercer as funções
comissário/a de bordo de aeronaves civis.

15.1 - VALIDADE DAS QUALIFICAÇÕES -

Para os titulares da licença de Comissários serão


emitidos Certificados de Habilitação Técnica
(CHT) com prazo de 02 anos e para o
Certificado Médico Aeronavegante 5 anos (até
60 anos de idade)

B - 15 -
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BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO AERONAUTA - RPA

REGULAMENTAÇÃO PROFISSIONAL – LEI 13.475 DE 28 DE AGOSTO DE 2017

AS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES O tripulante de voo ou de cabine que se


deslocar a serviço do empregador, em aeronave
1 - DOS TRIPULANTES DE AERONAVE E própria ou não, sem exercer função a bordo de
SUA CLASSIFICAÇÃO aeronave, tem a designação de tripulante extra a
serviço.

O tripulante extra a serviço será


considerado tripulante extra a serviço no que diz
respeito aos limites da jornada de trabalho, ao
repouso e à remuneração.

Caput Art. 5º

Os tripulantes de voo e de cabine exercem


Esta Lei regula o exercício das profissões suas funções profissionais nos seguintes serviços
de piloto de aeronave, comissário de voo e aéreos:
mecânico de voo, denominados aeronautas.
I - serviço de transporte aéreo público
Para o desempenho das profissões
regular e não regular, exceto na modalidade de
mencionadas anteriormente, o profissional deve
obrigatoriamente ser detentor de licença e táxi aéreo;
certificados emitidos pela autoridade de aviação
civil brasileira. II - serviço de transporte aéreo público não
regular na modalidade de táxi aéreo;
Esta Lei aplica-se também aos pilotos de
aeronave, comissários de voo e mecânicos de III - serviço aéreo especializado (SAE),
voos brasileiros que exerçam suas funções a prestado por organização de ensino, na
bordo de aeronave estrangeira em virtude de
modalidade de instrução de voo;
contrato de trabalho regido pela legislação
brasileira.
IV - demais serviços aéreos especializados,
O piloto de aeronave e o mecânico de voo, abrangendo as atividades definidas pela Lei n°
no exercício de função específica a bordo de 7.565 de 19 de Dezembro de 1986 (Código
aeronave, de acordo com as prerrogativas da Brasileiro de Aeronáutica) e pela autoridade de
licença de que são titulares, têm a designação de aviação civil brasileira;
tripulante de voo.
V - serviço aéreo privado, entendido como
O comissário de voo, no exercício de
aquele realizado, sem fins lucrativos, a serviço do
função específica a bordo de aeronave, de acordo
operador da aeronave.
com as prerrogativas da licença de que é titular,
tem a designação de tripulante de cabine.
O exercício das profissões de piloto de
aeronave, mecânico de voo e comissário de voo,
C-1-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO II - REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DO AERONAUTA - RPA

previstas nesta Lei, é privativo de brasileiros Sem prejuízo das atribuições originalmente
natos ou naturalizados. designadas, o comandante e o mecânico de voo
poderão exercer cumulativamente outras
As empresas brasileiras, quando estiverem prerrogativas decorrentes de qualificação ou
prestando serviço aéreo internacional, poderão credenciamento, previstas nos regulamentos
utilizar comissários de voo estrangeiros, desde aeronáuticos, desde que autorizados pela
que o número destes não exceda a 1/3 (um terço) autoridade de aviação civil brasileira.
dos comissários de voo a bordo da mesma
aeronave. O comandante será designado pelo
operador da aeronave e será seu preposto durante
Todas as empresas de transporte aéreo toda a viagem.
público, salvo empresas estrangeiras de
transporte aéreo público não regular na O copiloto é o substituto eventual do
modalidade de táxi aéreo, quando estiverem comandante nas tripulações simples, não o sendo
operando voos domésticos em território nos casos de tripulação composta ou de
brasileiro, terão obrigatoriamente seu quadro de revezamento.
tripulantes composto por brasileiros natos ou
naturalizados, com contrato de trabalho regido Os tripulantes de cabine, na função de
pela legislação brasileira. comissários de voo, são auxiliares do
comandante encarregados do cumprimento das
Na falta de tripulantes de voo brasileiros, normas relativas à segurança e ao atendimento
instrutores estrangeiros poderão ser admitidos dos passageiros a bordo, da guarda de bagagens,
em caráter provisório, por período restrito ao da documentos, valores e malas postais e de outras
instrução, de acordo com regulamento exarado tarefas que lhes tenham sido delegadas pelo
pela autoridade de aviação civil brasileira. comandante.

Os tripulantes de voo exercem as seguintes Sem prejuízo das atribuições originalmente


funções a bordo da aeronave: designadas, os comissários de voo poderão
exercer cumulativamente outras prerrogativas
I - comandante: piloto responsável pela decorrentes de qualificação ou credenciamento,
operação e pela segurança da aeronave, previstas nos regulamentos aeronáuticos, desde
exercendo a autoridade que a legislação lhe que autorizados pela autoridade de aviação civil
atribui; brasileira.

II - copiloto: piloto que auxilia o A guarda de valores é condicionada à


comandante na operação da aeronave; e existência de local apropriado e seguro na
aeronave, sendo responsabilidade do empregador
III - mecânico de voo: auxiliar do atestar a segurança do local.
comandante, encarregado da operação e do
controle de sistemas diversos, conforme A guarda de cargas e malas postais em terra
especificação dos manuais técnicos da aeronave. somente será confiada aos comissários de voo
quando no local inexistir serviço próprio para
essa finalidade.
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2 - DAS TRIPULAÇÕES homologada pela autoridade de aviação civil


brasileira, sendo permitida sua utilização em
Tripulação é o conjunto de tripulantes de voo voos locais de instrução, de experiência, de
e de cabine que exercem função a bordo de vistoria e de traslado.
aeronave.
Tripulação simples é a constituída de uma
tripulação mínima acrescida, quando for o caso,
dos tripulantes necessários à realização do voo.

Tripulação composta é a constituída de


uma tripulação simples acrescida de um
comandante, de um mecânico de voo, quando o
equipamento assim o exigir, e de, no mínimo,
25% (vinte e cinco por cento) do número de
O tripulante, sem prejuízo das atribuições comissários de voo.
originalmente designadas, não poderá exercer,
simultaneamente, mais de uma função a bordo de Parágrafo único. A tripulação composta
aeronave, mesmo que seja titular de licenças somente poderá ser utilizada em voos
correspondentes. internacionais, exceto nas seguintes situações,
quando poderá ser utilizada em voos domésticos:
Os membros de uma tripulação são
subordinados técnica e disciplinarmente ao I - para atender a atrasos ocasionados por
comandante, durante todo o tempo em que condições meteorológicas desfavoráveis ou por
transcorrer a viagem. trabalhos de manutenção não programados;

O comandante exerce a autoridade inerente II - quando os critérios de utilização dos


à função desde o momento em que se apresenta tripulantes de voo e de cabine empregados no
para o voo até o momento em que, concluída a serviço aéreo definido no inciso I do caput do
viagem, entrega a aeronave. art. 5º estiverem definidos em convenção ou
acordo coletivo de trabalho;
Uma tripulação pode ser classificada como
mínima, simples, composta ou de revezamento. Tripulação de revezamento é a constituída
de uma tripulação simples acrescida de um
Parágrafo único. A autoridade de aviação comandante, de um piloto, de um mecânico de
civil brasileira, considerando o interesse da voo, quando o equipamento assim o exigir, e de
segurança operacional, as características da rota 50% (cinquenta por cento) do número de
e do voo e a programação a ser cumprida, poderá comissários de voo.
determinar a composição da tripulação ou as
modificações necessárias para a realização do Parágrafo único. A tripulação de
voo. revezamento só poderá ser empregada em voos
internacionais.
Tripulação mínima é a determinada na
forma da certificação de tipo da aeronave,
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Um tipo de tripulação só poderá ser autorizar a superação das 12 (doze) horas de


transformado na origem do voo e até o limite de jornada de trabalho e a diminuição do período de
3 (três) horas, contadas a partir da apresentação 12 (doze) horas de repouso, em tripulação
da tripulação previamente escalada. simples, tais alterações deverão ser
implementadas por meio de convenção ou acordo
Parágrafo único. A contagem de tempo coletivo de trabalho entre o operador da aeronave
para limite da jornada será a partir da hora de e o sindicato da categoria profissional.
apresentação da tripulação original ou do
tripulante de reforço, considerando o que ocorrer DO REGIME DE TRABALHO
primeiro.
4 - DO CONTRATO DE TRABALHO
3 - DO SISTEMA DE GERENCIAMENTO
A função remunerada dos tripulantes a
DE RISCO DE FADIGA HUMANA
bordo de aeronave deverá, obrigatoriamente, ser
As limitações operacionais estabelecidas formalizada por meio de contrato de trabalho
nesta Lei poderão ser alteradas pela autoridade de firmado diretamente com o operador da
aviação civil brasileira com base nos preceitos do aeronave.
Sistema de Gerenciamento de Risco de Fadiga
Humana. O tripulante de voo ou de cabine só poderá
exercer função remunerada a bordo de aeronave
As limitações operacionais referidas de um operador ao qual não esteja diretamente
no caput deste artigo compreendem quaisquer vinculado por contrato de trabalho quando o
prescrições temporais relativas aos tripulantes de serviço aéreo não constituir atividade fim, e
voo e de cabine no que tange a limites de voo, de desde que por prazo não superior a 30 (trinta) dias
pouso, de jornada de trabalho, de sobreaviso, de consecutivos, contado da data de início da
reserva e de períodos de repouso, bem como a prestação dos serviços.
outros fatores que possam reduzir o estado de
alerta da tripulação ou comprometer o seu A prestação de serviço remunerado
desempenho operacional. conforme prevê o § 1º deste artigo não poderá
ocorrer por mais de uma vez ao ano e deverá ser
O Sistema de Gerenciamento de Risco de formalizada por contrato escrito, sob pena de
Fadiga Humana será regulamentado pela presunção de vínculo empregatício do tripulante
autoridade de aviação civil brasileira com base diretamente com o operador da aeronave.
nas normas e recomendações internacionais de
aviação civil. O operador da aeronave poderá utilizar-se
de tripulantes instrutores que não estejam a ele
A implantação e a atualização do Sistema vinculados por contrato de trabalho quando em
de Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana seu quadro de tripulantes não existirem
serão acompanhadas pelo sindicato da categoria instrutores habilitados no equipamento em que se
profissional. pretende operar, desde que por período restrito ao
da instrução e mediante autorização da
Nos casos em que o Sistema de autoridade de aviação civil brasileira.
Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana
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O operador de aeronaves poderá, por meio A prestação de serviço do tripulante


de contrato de prestação de serviços, autorizar empregado no serviço aéreo regular,
que seus instrutores ministrem instrução para respeitados os períodos de folgas e repousos
tripulantes que não estejam a ele vinculados por regulamentares, será determinada por meio
contrato de trabalho quando os empregadores dos de:
respectivos tripulantes não possuírem
equipamento ou instrutores próprios para a I - escala, no mínimo mensal, divulgada
específica instrução, desde que por período com antecedência mínima de 5 (cinco) dias,
restrito ao da instrução e mediante autorização da determinando os horários de início e término de
autoridade de aviação civil brasileira. voos, serviços de reserva, sobreavisos e folgas,
sendo vedada a consignação de situações de
5 - DA BASE CONTRATUAL trabalho e horários não definidos;

Entende-se por base contratual a matriz ou II - escala ou convocação, para realização


filial onde o contrato de trabalho do tripulante de cursos, reuniões, exames relacionados a
estiver registrado. treinamento e verificação de proficiência técnica.

Será fornecido pelo empregador transporte Em 4 (quatro) meses do ano, as empresas


gratuito aos tripulantes de voo e de cabine sempre estão autorizadas, caso julguem necessário, a
que se iniciar ou finalizar uma programação de divulgar escala semanal para voos de horário,
voo em aeroporto situado a mais de 50 serviços de reserva, sobreavisos e folgas com
(cinquenta) quilômetros de distância do antecedência mínima de 2 (dois) dias, para a
aeroporto definido como base contratual. primeira semana de cada mês, e de 7 (sete) dias,
para as semanas subsequentes.
O tempo de deslocamento entre o aeroporto
definido como base contratual e o aeroporto Na escala de serviço, deverão ser observados
designado para o início do voo será computado regime de rodízio de tripulantes e turnos
na jornada de trabalho e não será remunerado. compatíveis com a saúde, a higiene e a segurança
do trabalho.
No caso de viagem que termine em
aeroporto diferente do definido como base Parágrafo único. A programação de
contratual e situado a mais de 50 (cinquenta) rodízios e turnos obedecerá ao princípio da
quilômetros de distância, a jornada de trabalho equidade na distribuição entre as diversas
será encerrada conforme o disposto no art. 35, e situações de trabalho para que não haja
o repouso mínimo regulamentar será acrescido discriminação entre os tripulantes com
de, no mínimo, 2 (duas) horas. qualificações idênticas, salvo em empresas que
adotem critérios específicos estabelecidos em
6 - DA ESCALA DE SERVIÇO acordo coletivo de trabalho, desde que não
ultrapassem os parâmetros estabelecidos na
regulamentação da autoridade de aviação civil
brasileira.

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7 - DAS ACOMODAÇÕES PARA motores, ao término do voo (“calço a


DESCANSO A BORDO DE calço”).
AERONAVES
Aos tripulantes de voo ou de cabine
Será assegurado aos tripulantes de voo e de empregados no serviço aéreo definidos no inciso
cabine, quando estiverem em voo com tripulação I do caput do art.5° serão assegurados os
composta ou de revezamento, descanso a bordo seguintes limites de horas e de pousos em uma
da aeronave, em acomodação adequada, de mesma jornada de trabalho:
acordo com as especificações definidas em
norma estabelecida pela autoridade de aviação I- 8 (oito) horas de voo e 4 (quatro) pousos,
civil brasileira. (RBAC 117 – Requisitos para na hipótese de integrante de tripulação mínima
Gerenciamento de Risco de Fadiga Humana) ou simples;

Aos tripulantes de voo e de cabine II- 11 (onze) horas de voo e 5 (cinco)


realizando voos em tripulação composta será pousos, na hipótese de integrante de tripulação
assegurado número de acomodações para composta;
descanso a bordo igual ao número de tripulantes
somados à tripulação simples. III- 14 (quatorze) horas de voo e 4 (quatro)
pousos, na hipótese de integrante de tripulação de
Aos tripulantes de voo e de cabine revezamento
realizando voos em tripulação de revezamento
será assegurado número de acomodações para IV- 7 (sete) horas de voo, na hipótese de
descanso a bordo igual à metade do total de integrante de tripulação de helicópteros.
tripulantes.
O número de pousos na hipótese do inciso
I deste artigo poderá ser aumentado em mais 1
(um), a critério do empregador, acrescendo-se,
nesse caso, 2 (duas) horas ao repouso que precede
a jornada.

Em caso de desvio para aeroporto de


alternativa, será permitido o acréscimo de mais 1
(um) pouso aos limites estabelecidos nos incisos
I, II e III deste artigo.
8 - DOS LIMITES DE VOOS E DE POUSOS
Os tripulantes que operam aeronaves
Denomina-se hora de voo ou tempo de voo o convencionais e turbo hélice poderão ter o limite
período compreendido desde o início do de pousos estabelecidos no inciso I deste artigo
deslocamento, quando se tratar de aeronave aumentado em mais 2 (dois) pousos.
de asa fixa, ou desde a partida dos motores,
quando se tratar de aeronave de asa rotativa, Aos tripulantes empregados nos serviços
até o momento em que, respectivamente, se aéreos definidos no inciso II, III, IV e V do caput
imobiliza a aeronave ou se efetua o corte dos
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do art.5° são assegurados os seguintes limites de Quando o aeronauta tripular diferentes


horas de voo em uma mesma jornada de trabalho: tipos de aeronave será observado o menor limite.

I- 9 (nove) e 30 (trinta) minutos de voo, na O trabalho realizado como tripulante extra


hipótese de integrante de tripulação mínima ou a serviço será computado para os limites da
simples; jornada de trabalho diária, semanal e mensal, não
sendo considerado para o cômputo dos limites de
II- 12 (doze) horas de voo, na hipótese de horas de voo diários, mensais e anuais.
integrante de tripulação composta;
9 - DOS LIMITES DA JORNADA DE
III- 16 (dezesseis) horas de voo, na TRABALHO
hipótese de integrante de tripulação de
revezamento Jornada é a duração do trabalho do
tripulante de voo ou de cabine, contada entre a
IV- 8 (oito) horas de voo, na hipótese de hora da apresentação no local de trabalho e a hora
integrante de tripulação de helicópteros. em que ele é encerrado.

Aos tripulantes referidos neste artigo não A jornada na base contratual será contada a
serão assegurados limites de pousos em uma partir da hora de apresentação do tripulante no
mesma jornada de trabalho. local de trabalho.

Aos tripulantes são assegurados os Fora da base contratual, a jornada será


seguintes limites mensais e anuais de hora de contada a partir da hora de apresentação do
voo: tripulante no local estabelecido pelo empregador.

Nas hipóteses previstas nos parágrafos


AERONAVE MENSAL ANUAL anteriores, a apresentação no aeroporto ou em
outro local estabelecido pelo empregador deverá
ocorrer com antecedência mínima de 30 (trinta)
Aviões a Jato 80 800 minutos da hora prevista para o início do voo.

A jornada será considerada encerrada 30


Aviões Turbo 85 850
(trinta) minutos após a parada final dos motores,
Hélice
no caso de voos domésticos, e 45 (quarenta e
cinco) minutos após a parada final dos motores,
Aviões 100 960 no caso de voos internacionais.
Convencionais
Aos tripulantes de voo ou de cabine
empregados no serviço aéreo definido no inciso I
Helicópteros 90 930 do caput do art. 5° são assegurados os seguintes
limites de jornada de trabalho:

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- 09 (nove) horas, se integrante de uma Qualquer ampliação dos limites das horas
tripulação mínima ou simples; de trabalho deverá ser comunicado pelo
comandante ao empregador, 24 (vinte e quatro)
- 12 (doze) horas, se integrante de uma horas após a viagem, o qual, no prazo de 15
tripulação composta; e (quinze) dias, a submeterá à apreciação
autoridade de aviação civil brasileira.
- 16 (dezesseis) horas, se integrante de uma
tripulação de revezamento. A duração do trabalho dos tripulantes de
voo ou de cabine não excederá a 44 (quarenta e
A hora de trabalho noturno, para efeito de quatro) horas semanais e 176 (cento e setenta e
jornada, será computada como de 52 (cinquenta seis) horas mensais, computados os tempos de:
e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.
I - jornada e serviço em terra durante a
Parágrafo único. Para efeitos desta Lei, viagem;
considera-se noturno:
II - reserva e 1/3 (um terço) do sobreaviso;
I - o trabalho executado em terra entre as
22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco)
III - deslocamento como tripulante extra a
horas do dia seguinte, considerado o horário
local; serviço;

II - o período de tempo de voo realizado IV - adestramento em simulador, cursos


entre as 18 (dezoito) horas de um dia e as 6 (seis) presenciais ou a distância, treinamentos e
horas do dia seguinte, considerado o fuso horário reuniões;
oficial da base contratual do tripulante.
V - realização de outros serviços em terra,
Os limites da jornada de trabalho poderão quando escalados pela empresa.
ser ampliados de 60 (sessenta) minutos, a critério
exclusivo do comandante da aeronave e nos PERÍODO MADRUGADA
seguintes casos:
Será observado o limite máximo de 2
- inexistência, em local de escala regular, (duas) madrugadas consecutivas de trabalho, e o
de acomodações apropriadas para o repouso da de 4 (quatro) madrugadas totais no período de
tripulação e dos passageiros; 168 (cento e sessenta e oito) horas consecutivas,
contadas desde a apresentação do tripulante.
- espera demasiadamente longa, em local
de espera regular intermediária, ocasionada por O tripulante de voo ou de cabine poderá ser
condições meteorológicas desfavoráveis ou por escalado para jornada de trabalho na terceira
trabalho de manutenção; e por imperiosa madrugada consecutiva desde que como
necessidade, entendida como a decorrente de tripulante extra, em voo de retorno à base
catástrofe ou problema de infraestrutura que não contratual e encerrando sua jornada de trabalho,
configure caso de falha ou falta administrativa da vedada, nessa hipótese, a escalação do tripulante
empresa. para compor tripulação no período que antecede

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a terceira madrugada consecutiva na mesma Caso o tripulante seja convocado para uma
jornada de trabalho. nova tarefa, o tempo remunerado será
contabilizado entre o início do sobreaviso e o
Sempre que for disponibilizado ao início do deslocamento.
tripulante período mínimo de 48 (quarenta e oito)
horas livre de qualquer atividade, poderá ser Caso o tripulante de voo ou de cabine não
iniciada a contagem de novo período de 168 seja convocado para uma tarefa durante o período
(cento e sessenta e oito) horas consecutivas de sobreaviso, o tempo de repouso mínimo de 8
referido no caput deste artigo. (oito) horas deverá ser respeitado antes do início
de nova tarefa.
Os limites previstos neste artigo poderão
ser reduzidos ou ampliados mediante convenção O período de sobreaviso, contabilizado
ou acordo coletivo de trabalho, desde que não desde seu início até o início do deslocamento
ultrapassem os parâmetros estabelecidos na caso o tripulante seja acionado para nova tarefa,
regulamentação da autoridade de aviação civil não poderá ser superior a 12 (doze) horas.
brasileira.
No período de 12 (doze) horas previsto no
Entende-se como madrugada o período § 5º, não serão computados os períodos de
transcorrido, total ou parcialmente, entre 0 (zero) deslocamento de 90 (noventa) e 150 (cento e
hora e 6 (seis) horas, considerado o fuso horário cinquenta) minutos previstos no caput e no § 1º
oficial da base contratual do tripulante. deste artigo.

10 – DO SOBREAVISO E RESERVA O tripulante de voo ou de cabine


empregado no serviço aéreo regular ou não
Sobreaviso é o período não inferior a 3 regular terá a quantidade de sobreavisos limitada
(três) horas e não excedente a 12 (doze) horas em a 8 (oito) mensais, podendo ser reduzida ou
que o tripulante permanece em local de sua ampliada por convenção ou acordo coletivo de
escolha à disposição do empregador, devendo trabalho, observados os limites estabelecidos na
apresentar-se no aeroporto ou em outro local regulamentação da autoridade de aviação civil
determinado, no prazo de até 90 (noventa) brasileira.
minutos, após receber comunicação para o início
de nova tarefa. Reserva é o período em que o tripulante de
voo ou de cabine permanece à disposição, por
Em Município ou conurbação com 2 (dois) determinação do empregador, no local de
ou mais aeroportos, o tripulante designado para trabalho.
aeroporto diferente da base contratual terá prazo
de 150 (cento e cinquenta) minutos para a A hora de reserva será paga na mesma base
apresentação, após receber comunicação para o da hora de voo.
início de nova tarefa.
A reserva do tripulante empregado no
As horas de sobreaviso serão pagas à base serviço aéreo previsto no inciso I do caput do art.
de 1/3 (um terço) do valor da hora de voo. 5º terá duração mínima de 3 (três) horas e
máxima de 6 (seis) horas.

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Prevista a reserva por prazo superior a 3 de voo ou qualquer outra atividade ao final da
(três) horas, o empregador deverá assegurar ao viagem, por ocasião do retorno à base contratual,
tripulante acomodação adequada para descanso. sendo facultada ao tripulante a aceitação, não
cabendo qualquer tipo de penalidade em caso de
Entende-se por acomodação adequada para recusa.
fins deste artigo poltronas em sala específica com
controle de temperatura, em local diferente do 12– DOS PERÍODOS DE REPOUSO
destinado ao público e à apresentação das
tripulações. Repouso é o período ininterrupto, após uma
jornada, em que o tripulante fica desobrigado da
Para efeito de remuneração, caso o prestação de qualquer serviço.
tripulante seja acionado em reserva para assumir
programação de voo, será considerado tempo de É assegurada ao tripulante, fora de sua base
reserva o período compreendido entre o início da contratual, acomodação adequada para repouso e
reserva e o início do voo.
transporte entre o aeroporto e o local de repouso,
Os limites previstos neste artigo poderão e vice-versa.
ser reduzidos ou ampliados por convenção ou
acordo coletivo de trabalho, observados os Entende-se por acomodação adequada para
parâmetros estabelecidos na regulamentação da repouso do tripulante quarto individual com
autoridade de aviação civil brasileira. banheiro privativo e condições adequadas de
higiene, segurança, ruído, controle de
11 – DAS VIAGENS temperatura e luminosidade.

Viagem é o trabalho realizado pelo Quando não houver disponibilidade de


tripulante de voo ou de cabine, contado desde transporte ao término da jornada, o período de
a saída de sua base até o seu regresso. repouso será computado a partir da colocação de
transporte à disposição da tripulação.
Uma viagem pode compreender uma ou
mais jornadas.

O tripulante de voo ou de cabine poderá


cumprir uma combinação de voos, passando por
sua base contratual sem ser dispensado do
serviço, desde que a programação obedeça à
escala previamente publicada.

O empregador poderá exigir do tripulante


de voo ou de cabine complementação de voo, O tempo mínimo de repouso terá duração
quando fora da base contratual, para atender à relacionada ao tempo da jornada anterior,
realização de serviços inadiáveis. observando-se os seguintes limites:

O empregador não poderá exigir do I - 12 (doze) horas de repouso, após jornada


tripulante de voo ou de cabine complementação de até 12 (doze) horas;

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II - 16 (dezesseis) horas de repouso, após Quando o tripulante concorrer


jornada de mais de 12 (doze) horas e até 15 parcialmente à escala de serviço do mês, por
(quinze) horas; motivo de férias ou afastamento, aplicar-se-á a
proporcionalidade do número de dias trabalhados
III - 24 (vinte e quatro) horas de repouso, ao número de folgas a serem concedidas, com
após jornada de mais de 15 (quinze) horas. aproximação para o inteiro superior.

Quando ocorrer o cruzamento de 3 (três) ou A folga só terá início após a conclusão do


mais fusos horários em um dos sentidos da repouso da jornada, e seus horários de início e
viagem, o tripulante terá, na base contratual, o término serão definidos em escala previamente
repouso acrescido de 2 (duas) horas por cada fuso publicada.
cruzado.
Quando o tripulante for designado para
13– DA FOLGA PERIÓDICA curso fora da base contratual, sua folga poderá ser
gozada nesse local, devendo a empresa assegurar,
Folga é o período não inferior a 24 (vinte e no regresso, uma licença remunerada de 1 (um)
quatro) horas consecutivas em que o tripulante, dia para cada 15 (quinze) dias fora da base
em sua base contratual, sem prejuízo da contratual.
remuneração, está desobrigado de qualquer
atividade relacionada com seu trabalho. A licença remunerada não deverá coincidir
com sábado, domingo ou feriado se a
A folga deverá ter início, no máximo, após permanência do tripulante fora da base for
o 6º (sexto) período consecutivo de até 24 (vinte superior a 30 (trinta) dias.
e quatro) horas, contada a partir da apresentação
do tripulante, observados os limites da duração DA REMUNERAÇÃO E DAS
da jornada de trabalho e do repouso. CONCESSÕES

No caso de voos internacionais de longo 14– DA REMUNERAÇÃO


curso, que não tenham sido previamente
programados, o limite previsto no parágrafo Sem prejuízo da liberdade contratual, a
anterior poderá ser ampliado em 36 (trinta e seis) remuneração do tripulante corresponderá à soma
horas, ficando o empregador obrigado a conceder das quantias por ele percebidas da empresa.
ao tripulante mais 2 (dois) períodos de folga no
mesmo mês em que o voo for realizado. Não integram a remuneração as
importâncias pagas pela empresa a título de ajuda
O tripulante empregado no serviço aéreo de custo, assim como as diárias de hospedagem,
regular ou não regular, exceto táxi aéreo terá alimentação e transporte.
número mensal de folgas não inferior a 10 (dez),
A remuneração dos tripulantes poderá ser
das quais pelo menos 2 (duas) deverão
fixa ou ser constituída por parcela fixa e parcela
compreender um sábado e um domingo
variável.
consecutivos, devendo a primeira destas ter
início até as 12 (doze) horas do sábado, no
horário de Brasília.
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O período de tempo em solo entre etapas de Quando em voo, a alimentação deverá ser
voo em uma mesma jornada será remunerado. servida em intervalos máximos de 4 (quatro)
horas.
A empresa pagará a remuneração do
trabalho não realizado por motivo alheio à Nos voos realizados no período entre as 22
vontade do tripulante, se outra atividade (vinte e duas) horas de um dia e as 6 (seis) horas
equivalente não lhe for atribuída. do dia seguinte, deverá ser servida uma refeição
se a duração do voo for igual ou superior a 3 (três)
A remuneração da hora de voo noturno e horas.
das horas de voo como tripulante extra será
calculada na forma da legislação em vigor, É assegurada alimentação ao tripulante que
observadas as condições estabelecidas no esteja em situação de reserva ou em cumprimento
contrato de trabalho e em convenção ou acordo de uma programação de treinamento entre as 12
coletivo de trabalho. (doze) e as 14 (catorze) horas e entre as 19
(dezenove) e as 21 (vinte e uma) horas, em
Considera-se voo noturno, para efeitos intervalo com duração de 60 (sessenta) minutos.
deste artigo, o voo executado entre as 21 (vinte e
uma) horas, Tempo Universal Coordenado, de Os intervalos para alimentação não serão
um dia e as 9 (nove) horas, Tempo Universal computados na duração da jornada de trabalho,
Coordenado, do dia seguinte. assim como na hipótese de programação de
treinamento em simulador.
A hora de voo noturno, para efeito de
remuneração, é contada à razão de 52 (cinquenta 16– DA ASSITÊNCIA MÉDICA
e dois) minutos e 30 (trinta) segundos.

As frações de hora serão computadas para


efeito de remuneração.

15– DA ALIMENTAÇÃO

Durante a viagem, o tripulante terá direito


a alimentação, em terra ou em voo, de acordo
com as instruções técnicas do Ministério do Ao tripulante em serviço fora da base contratual
Trabalho e das autoridades competentes. o empregador deverá assegurar e custear, em
casos de urgência, assistência médica e remoção,
O tripulante extra a serviço terá direito à por via aérea, para retorno à base ou ao local de
alimentação. tratamento.

Quando em terra, o intervalo para a 17– DO UNIFORME


alimentação do tripulante deverá ter duração
mínima de 45 (quarenta e cinco) minutos e O tripulante receberá gratuitamente da
máxima de 60 (sessenta) minutos. empresa, quando não forem de uso comum, as
peças de uniforme e os equipamentos exigidos,

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por ato da autoridade competente, para o Cabe ao empregador o controle de validade


exercício de sua atividade profissional. do certificado médico e da habilitação técnica
para que sejam programadas, na escala de serviço
Não serão considerados como salário, para do tripulante, as datas e, quando necessárias, as
os efeitos previstos neste artigo, os vestuários, dispensas para realização dos exames necessários
equipamentos e outros acessórios fornecidos ao para a revalidação.
tripulante para a realização dos respectivos
serviços. É dever do empregador o pagamento ou o
reembolso dos valores pagos pelo tripulante para
18– DAS FÉRIAS a revalidação do certificado médico e de
habilitação técnica, tendo como limite os valores
As férias anuais do tripulante serão de 30 definidos pelos órgãos públicos, bem como dos
(trinta) dias consecutivos. valores referentes a exames de proficiência
linguística e a eventuais taxas relativas a
- Mediante acordo coletivo, as férias documentos necessários ao exercício de suas
poderão ser fracionadas. funções contratuais.

- A concessão de férias será comunicada ao 20– DAS TRANSFERÊNCIAS


tripulante, por escrito, com antecedência mínima
de 30 (trinta) dias. Para efeito de transferência, provisória ou
permanente, considera-se base do tripulante a
A empresa manterá quadro atualizado de localidade onde ele está obrigado a prestar
concessão de férias, devendo existir rodízio entre serviço.
os tripulantes do mesmo equipamento quando
houver concessão nos meses de janeiro, Entende-se como:
fevereiro, julho e dezembro.
I - transferência provisória: o deslocamento
Ressalvados os casos de rescisão de do tripulante de sua base, por período mínimo de
contrato, as férias não serão convertidas em 30 (trinta) dias e não superior a 120 (cento e
abono pecuniário. vinte) dias, para prestação de serviços
temporários, sem mudança de domicílio, seguido
O pagamento da remuneração das férias de retorno à base tão logo cesse a incumbência
será realizado até 2 (dois) dias antes de seu início. que lhe foi atribuída; e

19– DOS CERTIFICADOS E DAS II - transferência permanente: o


HABILITAÇÕES deslocamento do tripulante de sua base, por
período superior a 120 (cento e vinte) dias, com
É de responsabilidade do empregador o mudança de domicílio.
custeio do certificado médico e de habilitação
técnica de seus tripulantes, sendo Após cada transferência provisória, o
responsabilidade do tripulante manter em dia seu tripulante deverá permanecer na sua base por,
certificado médico, como estabelecido na pelo menos, 180 (cento e oitenta) dias.
legislação em vigor.

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O interstício entre transferências


permanentes será de 2 (dois) anos.

Na transferência provisória, serão


assegurados aos tripulantes acomodação,
alimentação, transporte a serviço, transporte
aéreo de ida e volta e, no regresso, licença
remunerada de, considerada a duração da
transferência, 2 (dois) dias para o primeiro mês
mais 1 (um) dia para cada mês ou fração
subsequente, sendo que, no mínimo, 2 (dois) dias
não deverão coincidir com sábado, domingo ou
feriado.

Na transferência permanente, serão


assegurados ao tripulante pelo empregador:

I - ajuda de custo, para fazer face às


despesas de instalação na nova base, não inferior
a 4 (quatro) vezes o valor do salário mensal,
calculado o salário variável por sua taxa atual,
multiplicada pela média do correspondente
trabalho nos últimos 12 (doze) meses;

II - transporte aéreo para si e seus


dependentes;

III - translação da respectiva bagagem; e

IV - dispensa de qualquer atividade


relacionada com o trabalho pelo período de 8
(oito) dias, a ser fixado por sua opção, com aviso
prévio de 8 (oito) dias ao empregador, dentro dos
60 (sessenta) dias seguintes à sua chegada à nova
base.

A transferência provisória poderá ser


transformada em transferência permanente.

O tripulante deverá ser notificado pelo


empregador com antecedência mínima de 60
(sessenta) dias na transferência permanente e de
15 (quinze) dias na provisória.
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DIREITO DO TRABALHO E SEGURIDADE SOCIAL

1- DIREITO DO TRABALHO No século XX, foi instituído o


contrato de trabalho, criaram-se então, as
Direito do Trabalho ou Direito primeiras classes trabalhadoras, com a
Laboral é o conjunto dos princípios e classificação em cargos, funções,
normas jurídicas que regulam as atribuições e salários.
relações individuais (reclamação
trabalhista) e coletivas (Greve) entre Origem e evolução histórica do
empregados e empregadores Direito do Trabalho no Brasil: abolida a
decorrentes de trabalhos subordinado. escravidão, em 1888, os trabalhadores nas
Sua meta principal é tentar dirimir e indústrias emergentes, muitos deles
resolver as questões relativas entre imigrantes, com tradição sindicalista
empregados e empregadores. européia, passaram a exigir medidas de
proteção legal; até cerca de 1920, a ação dos
1.1- ORIGEM anarquistas repercutiu fortemente no
No passado, o homem trabalhava movimento trabalhista; as primeiras normas
para produzir o que consumia, seja em jurídicas sobre sindicato são do início do
roupas, alimentos ou moradia. século XX; o CC de 1916 dispunha sobre
locação de serviços, e é considerado o
Ao constituir as primeiras antecedente histórico do contrato individual
sociedades, ou povos, o trabalho era de trabalho na legislação posterior; na
recompensado por mercadorias (escambo), década de 30, com a política trabalhista de
como uma espécie de troca. Até então, era Getúlio Vargas, influenciada pelo modelo
possível obter um trabalho através de uma corporativista italiano, reestruturou-se a
simples conversa, sem exigir qualquer tipo ordem jurídica trabalhista no Brasil. Estas
de documentação ou comprovação de normas estão regidas pela CLT
experiência anterior. (Consolidação das Leis do Trabalho),
Constituição Federal e várias Leis
1.2 – EVOLUÇÃO DO TRABALHO –
Esparsas.autoridade de aviação civil
BREVE HISTÓRICO
brasileira.
Com a introdução da pirâmide
1.3 – INÍCIO DOS MOVIMENTOS
social, aos menos favorecidos, foram
TRABALHISTAS
atribuídos trabalhos sem remuneração, e em
geral sequer recebiam em contrapartida, Surge como autêntica expressão do
moradia e alimentação para a sua humanismo jurídico e instrumento de
subsistência. Predominavam os deveres do renovação social. Constitui atitude de
trabalhador, sem direito algum. intervenção jurídica em busca de um melhor
relacionamento entre o homem
Com a chegada da industrialização, a partir
do século XVIII e XIX, foi criado o trabalho que trabalha e aqueles para o qual o trabalho
formal, onde eram definidas as tarefas e a se destina. Visa também estabelecer uma
remuneração devida. plataforma de direitos básicos.

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Portanto, a definição de Direito do Trabalho 1.5 – EMPREGADO - DEFINIÇÃO


é o conjunto de normas e princípios que
regulamentam o relacionamento entre Empregado: toda pessoa física que
prestar serviços de natureza não eventual a
empregado e empregador. empregador, sob a dependência deste e
Pode ser conceituado também como mediante salário.
“Conjunto de normas jurídicas que regulam
as relações de trabalho, sua preparação, Assim, o EMPREGADO é o
desenvolvimento, conseqüências e SUJEITO que presta serviços ao
instituições complementares dos elementos EMPREGADOR com:
pessoais que nelas intervêm." Não é apenas
 Pessoalidade (não pode se
o conjunto de leis, mas de normas jurídicas,
fazer substituir por pessoa estranha à
entre as quais os contratos coletivos, e não empresa)
regula apenas as relações entre empregados  Onerosidade (o trabalho é
e empregadores num contrato de trabalho, realizado em troca de um pagamento)
mas vai desde a sua preparação com a
aprendizagem até as conseqüências
 Não eventualidade (deve
complementares, como por exemplo, a
haver habitualidade)
organização profissional.

1.4 – CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS  Subordinação Jurídica


TRABALHISTAS - CLT (recebe ordens de seu empregador)

1.5.1 – DEVERES DO EMPREGADO

 dever de sujeição:
submeter-se ao poder de comando do
empregador;
 atuação de boa-fé: agir
A Consolidação das Leis do honestamente;
Trabalho (CLT) é a principal norma  dever de diligência: dar o
legislativa brasileira referente ao Direito do melhor de si;
trabalho e o Direito processual do trabalho.  dever de fidelidade: no
relacionamento dentro do local de trabalho
Ela foi criada através do Decreto-Lei nº
e quanto aos segredos da empresa;
5.452, de 1 de maio de 1943 e sancionada  dever de assiduidade:
pelo então presidente Getúlio Vargas, pontualidade;
unificando toda legislação trabalhista então  dever de colaboração:
existente no Brasil. Seu objetivo principal é integração ao trabalho;
a regulamentação das relações individuais e  dever de não concorrência:
coletivas do trabalho, nela previstas. Só não desenvolvimento de atividade no
mesmo ramo que seu empregador que gere
existe uma relação de emprego quando
competitividade econômica.
alguns requisitos são preenchidos, de
acordo com a Legislação (artigos 2º e 3º, da
CLT).

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1.6 – EMPREGADOR 1.7 – CARTEIRA DE TRABALHO E


PREVIDÊNCIA SOCIAL - CTPS
Empregador é a empresa,
individual ou coletiva, que, assumindo os A CTPS será obrigatoriamente
riscos da atividade econômica, admite, apresentada, contra recibo, pelo
assalaria e dirige a prestação pessoal de trabalhador ao empregador que o
serviço. admitir, o qual terá o prazo de 48 horas
para nela anotar, especificamente, a data
de admissão, a remuneração e as
A principal característica do condições especiais, se houver, sendo
empregador é o poder hierárquico (de facultada a adoção de sistema manual,
comando) garantido por força do contrato mecânico ou eletrônico;
de trabalho e reconhecido pela nossa
legislação, o que lhe atribui também o poder
diretivo e o poder disciplinar.

A relação entre o empregado e o


empregador é denominada

“Toda relação de emprego é uma relação


de Trabalho, mas nem toda relação de
Trabalho é uma relação de Emprego”.
As anotações concernentes à remuneração
Equiparam-se ao empregador, para os devem especificar o
efeitos exclusivos da relação de emprego,
os PROFISSIONAIS LIBERAIS, as salário, qualquer que seja sua forma e
INSTITUIÇÕES DE BENEFICÊNCIA, pagamento, seja ele em dinheiro ou em
utilidades, bem como a estimativa da
as ASSOCIAÇÕES RECREATIVAS ou
gorjeta.
outras instituições sem fins lucrativos, que
admitirem trabalhadores como As anotações na CTPS serão feitas:
empregados. a) na data-base;
b) a qualquer tempo, por solicitação
1.6.1 – DEVERES DO EMPREGADOR do trabalhador;
c) no caso de rescisão contratual; ou
 dever de segurança: d) necessidade de comprovação
garantindo a vida, a saúde, a integridade perante a Previdência Social.
física e moral do empregado;
 dever de não A falta de cumprimento pelo
discriminação, não poderá criar distinções empregador do disposto acarretará a
em razão de cor, raça, sexo, religião etc. lavratura do auto de infração,
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1.8.2 – POR DECISÃO DO


É vedado ao empregador EFETUAR EMPREGADOR
ANOTAÇÕES DESABONADORAS à
conduta do empregado em sua CTPS. Há 2 tipos de dispensa do
empregado: sem justa causa e com justa
Os acidentes do trabalho SERÃO causa.
OBRIGATORIAMENTE ANOTADOS
pelo INSS na carteira do acidentado.

1.8 – CONTRATO DE TRABALHO

Contrato de trabalho é o acordo


expresso (verbal ou escrito), que
corresponde à relação (vínculo) a. Dispensa do empregado
empregatício. sem justa causa: é a ocorrida sem que o
empregado tenha dado um motivo para sua
Quanto à modalidade podem ser: dispensa, é uma decisão unilateral do
empregador. O trabalhador terá direito a:
 Prazo determinado: duração aviso prévio, 13º salário vencidos e
máxima de 2 anos e 90 dias para os proporcionais, férias vencidas e
contratos de experiência. proporcionais, saldo de salários, saque do
 Prazo indeterminado: não tem FGTS, indenização de 40% (sobre os
previsão de término. depósitos do FGTS) e seguro desemprego.

b. Dispensa do empregado
com justa causa: será dispensado com justa
causa o empregado que cometer falta grave
no serviço ou fora dele. O empregador
deverá informar ao empregado qual a falta
grave por ele cometida e pagará apenas os
dias trabalhados, as férias vencidas e o 13º
salário vencido. Perde o direito às férias
proporcionais.
1.8.1 – TÉRMINO DO CONTRATO DE
TRABALHO
Cabe, ainda, ao empregador comprovar a
Com o término do contrato de existência de ato que justifique esse tipo de
trabalho rompe-se o vínculo que ligava dispensa.
empregado e empregador e extinguem-
se as obrigações de ambos. Há várias São hipóteses de dispensa por justa
hipóteses de término ou rescisão do causa: (art. 482 CLT)
contrato de trabalho, como veremos a
seguir.
a. ato de improbidade: revela-se
através da perversidade, da
desonestidade, ato lesivo ao
patrimônio da empresa. P. ex.:

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empregado que furta materiais ou trabalho. Essas faltas devem


falsifica documentos; corresponder, em regra, ao prazo de
30 dias consecutivos, porém poderá
b. incontinência de conduta ou mau ser menor se o empregador
procedimento: a primeira refere-se conseguir comprovar a intenção do
a conduta reprovável no âmbito da empregado de não retornar mais ao
vida sexual do empregado serviço;
(obscenidades, pornografia etc.) a
segunda refere-se a uma conduta j. ato lesivo à honra e à boa fama:
reprovável, desde que não tenha ocorrerá quando o empregado
conotação sexual; cometer os crimes de calúnia,
difamação ou injúria contra seus
c. negociação habitual: é o ato de empregadores, superiores ou
comércio efetuado pelo empregado qualquer outra pessoa, salvo quando
sem a permissão do empregador e agir em legítima defesa;
com habitualidade e que é exercido
em concorrência desleal, de modo a k. ofensa física: ocorrerá nas hipóteses
acarretar prejuízos à empresa; de agressão contra empregadores,
superiores ou qualquer outra pessoa,
d. condenação criminal: poderá haver salvo caso de legítima defesa;
justa causa somente após o trânsito
em julgado da sentença l. prática constante de jogos de
condenatória; azar: também requer, como na
embriaguez, que haja habitualidade
e. desídia: entende-se por desídia, a e reflexos no serviço;
preguiça, a má vontade, a
displicência, o desinteresse; m. atos atentatórios à segurança
nacional: tais como o terrorismo ou
f. embriaguez: proveniente do álcool a prática de crime contra a
ou drogas. Deve ser habitual e pode Administração.
ocorrer na empresa ou fora dela,
desde que haja reflexos no serviço; 1.8.3 – POR DECISÃO DO
EMPREGADO
g. violação de segredo da empresa:
comete falta grave o empregado que O empregado poderá rescindir o
divulgar marcas, patentes ou contrato de trabalho de 3 formas: pedindo
fórmulas sem o consentimento e demissão, rescindindo indiretamente
com prejuízo do empregador; ou aposentando-se.

h. indisciplina e
insubordinação: Indisciplina é Pedido de demissão: o empregado
descumprimento de ordens gerais de comunica que não comparecerá mais para
serviço, ex.: Portarias, Circulares. prestar seus serviços; não há a
Insubordinação é o descumprimento necessidade que o empregador aceite o
de ordens pessoais de serviço.
pedido. O empregado deverá dar o aviso
i. abandono de emprego: configurará prévio e receberá os salários, 13º e férias,
abandono de emprego toda vez que vencidos e proporcionais. Se tiver menos de
houver faltas seguidas com a 1 ano no emprego não terá direito às férias.
intenção de não retornar mais ao
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Rescisão indireta: é o término do Se a ação for julgada procedente o


contrato que ocorre em virtude de uma falta empregador deverá pagar ao empregado o
grave cometida pelo empregador. A única aviso prévio, os salários, 13º e férias,
vencidos e proporcionais, e será possível,
maneira de se verificar a justa causa
também, levantar o FGTS, acrescido da
cometida pelo empregador é ajuizando ação multa de 40%.
na Justiça do Trabalho, pedindo a rescisão
indireta do contrato de trabalho. Há, 1.8.4 – APOSENTADORIA
também, várias hipóteses de faltas graves
do empregador que configuram a justa A aposentadoria também extingue o
causa: contrato de trabalho. O empregado poderá
continuar a trabalhar na empresa em que
presta serviços, porém, deverá ser feito
outro contrato de trabalho. O empregado
a. exigir serviços superiores às
poderá levantar todo o FGTS e terá direito
forças do empregado, proibidos por lei,
contrário aos bons costumes ou alheios ao aos salários, férias e 13º, vencidos e
contrato; proporcionais, art. 453 CLT.

1.9 – REMUNERAÇÃO
b. tratamento pelo empregador
ou por superiores hierárquicos com rigor
Remuneração é o conjunto de
excessivo;
retribuições recebidas habitualmente pelo
c. fazer com que o empregado empregado pela prestação de serviços, seja
corra perigo de mal considerável; em dinheiro ou em utilidade, provenientes
do empregador ou de terceiros, mas
d. não cumprir, o empregador, decorrentes do contrato de trabalho, de
as obrigações do contrato; modo a satisfazer suas necessidades básicas
e de sua família.
e. praticar, o empregador ou
seu preposto, ofensa física, salvo em caso de Compreendem-se na remuneração
legítima defesa, ou ato lesivo à honra ou à do empregado, para todos os efeitos legais,
boa fama do empregado ou pessoa de sua além do salário devido e pago diretamente
família; pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber.
f. reduzir o trabalho, quando
este for por peça ou tarefa, de forma a 1.9.1 – SALÁRIO
reduzir sensivelmente a importância do
salário. Salário é a contraprestação paga
pelo empregador pelos serviços prestados
pelo empregado; a diferença é que a gorjeta
é paga por terceiros, e não pelo empregador.
Nem tudo que o empregador concede ao
empregado terá natureza salarial.
Algumas verbas concedidas pelo
empregador não terão tal natureza, pois são
indenizatórias, e não integrarão o salário.

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1.9.2 – TIPOS ESPECIAIS DE g. Gratificações: são quantias pagas


SALÁRIO pelo empregador, em regra a título
de prêmio ou incentivo ao
a. Abono: (art. 457 § 1º CLT) é o empregado. Se percebidos
adiantamento em dinheiro. habitualmente constituem
modalidade de salário.

b. Adicional: significa algo que


acrescenta acréscimo salarial que h. Prêmios: decorrem da
tem como causa o trabalho em produtividade do trabalhador, do
condições mais gravosas para quem seu próprio esforço.
o presta. Pode ser de horas extras,
noturno, de insalubridade, de
periculosidade ou de transferência i. Salário-família: é uma prestação
(todos serão estudados no momento previdenciária paga ao trabalhador, urbano
oportuno). ou rural, de baixa renda. É devido ao
segurado que tiver filho menor de 14 anos
ou inválido de qualquer idade. O
c. Ajuda de custo: visa proporcionar empregador é quem paga o salário-família,
condições para a execução do porém, é reembolsado pelo INSS.
serviço. Nunca integrará o salário,
pois tem caráter de indenização.
j. Salário-maternidade: é a renda
mensal que a mulher, que estiver
d. Diárias: (art. 457 § 2º) são gozando da licença-maternidade (de
pagamentos feitos, em função de 120 dias), terá direito a receber. Será
viagem, para indenizar as despesas igual à remuneração integral da
com locomoção, hospedagem e segurada e será pago diretamente
alimentação. Se ultrapassarem 50% pelo INSS.
do salário pago integrarão a
remuneração.
k. Participação nos lucros: é um
pagamento, a título de repartição de
e. Comissões e percentagens: lucros, feito pelo empregador ao
constituem modalidades usadas no empregado em decorrência do
comércio e são uma retribuição contrato de trabalho. A
ofertada ao empregado depois de participação nos lucros está
terminada uma transação. totalmente desvinculada da
Dependem de acordo prévio entre as remuneração. O percentual dos
partes, são irredutíveis, art. 466 lucros dependerá de acordo
CLT. coletivo.

1.9.3 – PROTEÇÃO AO SALÁRIO


f. Gorjeta: compõe a remuneração
para todos os fins, mas não se O salário é irredutível, ou seja, não
confunde com o salário, uma vez poderá sofrer diminuição por vontade
que é um pagamento feito pelo unilateral do empregador; somente acordo
cliente, ao empregado, pelos ou convenção coletiva poderá reduzir o
serviços prestados. No Brasil, a valor do salário (redução da jornada de
gorjeta tem caráter facultativo. trabalho e dos salários), art. 7º VI /CF.

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Os salários são impenhoráveis, 1.11 – JORNADA DE TRABALHO


salvo para pagamento de prestações
alimentícias. A jornada de trabalho corresponde
ao número de horas diárias de trabalho
Os salários são inalteráveis, ou seja, que o empregado dedica à empresa.
o empregador não pode alterar a forma de Segundo a Constituição de 1988 a duração
pagamento do salário. do trabalho normal não pode ser superior a
8 horas diárias e 44 horas semanais,
1.10 – FUNDO DE GARANTIA POR sendo facultada a compensação de horários
TEMPO DE SERVIÇI - FGTS
e a redução da jornada, mediante acordo ou
FGTS é “um depósito destinado a convenção coletiva de trabalho.
formar uma poupança para o
trabalhador, que poderá ser sacada nas Algumas categorias já trabalham 40
hipóteses previstas na lei, principalmente horas semanais, como é o caso dos
quando é dispensado sem justa causa”. bancários.

Estes depósitos correspondem a


1.12 – FÉRIAS
8% da remuneração mensal e não podem
ser descontados do trabalhador, ou seja, Férias são o período em que o
todo empregador é obrigado a efetuar empregado não presta serviços ao
depósito mensal na conta vinculada do empregador, mas recebe remuneração,
FGTS. adquirindo esse direito após o decurso de
12 meses trabalhados. É, portanto, uma
forma de interrupção do contrato de
trabalho, na qual o empregado, apesar de
não exercer suas atividades, continua a
receber sua remuneração e tem esse período
computado como tempo de serviço. A cada
12 meses trabalhados (período aquisitivo) o
empregado tem direito a 30 dias de
descanso nos 12 meses subsequentes
• Situações permitidas pela Lei para (período concessivo).
levantamento do FGTS depositado:
 Dispensa do empregado pela
empresa, sem justa causa– levante
do valor depositado mais multa
prevista por lei de 40 % sobre o total
dos valores;
 Financiamento de casa própria
 Aplicação em atividade comercial
própria;
 Aposentadoria do Empregado

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É o empregador que irá fixar a • TEMOS 3 (TRÊS) GRAUS


data de concessão das férias dentro do INSALUBRIDADE:
período concessivo. As férias devem ser
concedidas num só período, entretanto,  Grau mínimo terá um adicional de
poderá ser concedida em dois, desde que um
10% do salário mínimo vigente em
deles não seja inferior a 10 dias corridos. O
empregador comunicará por escrito ao nosso País sob a remuneração do
empregado sobre o início de suas férias com empregado
antecedência mínima de 30 dias. Sempre
que as férias forem concedidas após o  Grau médio terá um adicional de
período concessivo deverão ser pagas em 20% do salário mínimo vigente em
dobro. nosso País sob a remuneração do
empregado
O pagamento das férias ocorrerá 2
dias antes do seu efetivo início e o
trabalhador contará com a sua  Grau máximo terá um adicional de
remuneração integral acrescida de mais 40% do salário mínimo vigente em
1/3. O empregado poderá optar, também, nosso País sob remuneração do
por receber a metade do seu 13º empregado.
salário antes de sair de férias.

O trabalhador poderá converter,


no máximo, 1/3 de suas férias (10 dias) em
dinheiro, o que popularmente é conhecido
como “vender as férias” ou abono
pecuniário.

1.13 – ADICIONAIS

São acréscimos à remuneração do


empregado, geralmente em decorrência de
prestação de serviço em condições mais
gravosas.

1.13.1 – ADICIONAL DE
1.13.2 – ADICIONAL DE
INSALUBRIDADE
PERICULOSIDADE

Ambiente Prejudicial à saúde do


Trabalho que traz risco iminente a
trabalhador, principalmente se em tais
vida (explosivos, energia elétrica,
condições de trabalho não forem
inflamáveis, radiações ionizantes).
respeitadas as normas de proteção a saúde
do obreiro/trabalhador, instituídas por lei, 30% sobre O SALÁRIO
sendo necessária para o seu cumprimento a CONTRATUAL e/ou REMUNERAÇÃO
utilização de EQUIPAMENTOS DE do empregado.
PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI).

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Obs.: havendo cumulação dos 02 1.15 – REPOUSO SEMANAL


adicionais (Insalubridade+ periculosidade), REMUNERADO
prevalecerá para efeitos de pagamento
É o período em que o empregado
aquele que for mais vantajoso para o
deixa de prestar serviços ao empregador
empregado. recebendo, porém, a sua remuneração. Esse
período é de 24 horas consecutivas e
1.13.3 – ADICIONAL DE ocorre preferencialmente aos domingos.
COMPENSAÇÃO ORGÂNICA
A condição para o pagamento do
Este adicional está previsto na repouso semanal remunerado é a de que o
convenção coletiva de trabalho dos trabalhador tenha sido assíduo e pontual
durante a semana anterior.
aeronautas por exercerem atividades
insalubres e/ou perigosas. Para os
aeronautas a compensação orgânica
equivale ao Adicional de Insalubridade
(20%)

1.14 – LICENÇA MATERNIDADE E


LICENÇA PATERNIDADE
1.16 – SINDICATO
A mulher gestante terá direito a uma
É o representante do empregado
licença de 120 dias e terá o seu salário-
quanto aos seus interesses nos acordos e
maternidade pago diretamente pelo INSS.
convenções coletivas.
A mulher também não poderá ser
Como o funcionário tem total direito
dispensada desde a confirmação da
de afiliação ao sindicato, e opção aos
gravidez até 5 meses após o parto, salvo
diferentes tipos de contribuição, a empresa
por justa causa, pois ganha estabilidade.
deve instruí-lo sobre as possibilidades de
adesão ou não aos descontos, garantindo o
A licença paternidade será de 5 dias
direito de livre escolha do trabalhador.
corridos após o nascimento da criança.
Ninguém é obrigado a filiar-se ou
A mulher não poderá ser coagida a
manter-se filiado a sindicato. São
apresentar exame de gravidez ou
compatíveis com a Constituição Federal
esterilidade na ocasião de sua admissão, sob
(CF) os dispositivos da Lei 13.467/2017
pena de incorrer o empregador em crime
(Reforma Trabalhista) que extinguiram a
previsto na Lei 9.029/95.
obrigatoriedade da contribuição sindical e
condicionaram o seu pagamento à prévia e
expressa autorização dos filiados.
1.14.1 – AERONAUTA GESTANTE
As organizações sindicais são
Será garantido o emprego a aeronauta reguladas pelo Título V da CLT, em seus
gestante desde a constatação de sua artigos 511 a 610, além do artigo 8° da
gravidez até 180 dias após o retorno da alta Constituição Federal.
previdenciária.
E na Constituição Federal se
encontra a norma que torna facultativa a
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filiação sindical, conforme dispõe o inciso


V do referido artigo 8°: A CIPA será composta por
representantes indicados pelo empregador e
V – Ninguém será obrigado a filiar- por representantes, eleitos em escrutínio
se ou manter-se filiado a sindicato. secreto, dos empregados, que terão
estabilidade no emprego desde a sua
Em atenção à referida legislação, inscrição como candidato até 1 ano após
caso seja a intenção de um filiado terminar seu mandato, se eleitos forem,
desvincular-se da entidade, este deverá salvo justa causa.
apresentar um modelo de carta de
desfiliação sindical. 1.19 – SEGURANÇA E MEDICINA DO
TRABALHO
1.17 – CONVENÇÃO E ACORDO
COLETIVO Segurança e Medicina do
Trabalho são os segmentos do Direito
Em resumo a Convenção Coletiva, do Trabalho que visam, de maneira
engloba toda uma categoria de comum, à proteção física e mental
trabalhadores em reunião às entidades ao trabalhador, tendo como objetivo a
patronais, já o Acordo Coletivo possui uma melhoria das condições de trabalho para
dimensão menor, funcionando entre evitar a ocorrência de doenças e acidentes.
representantes de grupos de trabalhadores
(como um único sindicato) e uma ou mais
empresas de forma direta, sem a
participação de uma entidade.

Acordo coletivo é aquele


firmado entre empresa e sindicato dos
empregados. Convenção coletiva é aquela
firmada entre sindicatos do empregado e
empregador.

1.18 – CIPA (COMISSÃO INTERNA DE


PREVENÇÃO DE ACIDENTES)

Logo a grande diferença da


Segurança do Trabalho para a Medicina
do trabalho é em sua atuação específica.
Enquanto a Segurança tem como objetivo
Toda empresa privada, pública ou garantir a integridade física e a preservação
órgão governamental que possua mais de da vida dos trabalhadores,
10 empregados regidos pela CLT, fica a Medicina busca preservar a saúde e a
obrigada a organizar e manter em qualidade de vida deles.
funcionamento a CIPA.
2 – PREVIDÊNCIA SOCIAL E
O seu objetivo é o de observar e SEGURIDADE SOCIAL
relatar as condições de riscos no ambiente
de trabalho e solicitar medidas, junto aos Previdência Social é um
empregadores para reduzi-los ou eliminá- seguro social em que o trabalhador
los.
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participa através de contribuições mensais.


O benefício dessa contribuição é garantir ao b) Previdência Social: planos de
trabalhador segurado uma renda na hora em previdência (mediante contribuição);
c) Assistência Social: benefícios
que ele não puder mais trabalhar – ou seja,
assistenciais.
quando ele se aposentar.
2.3 – CUSTEIO DA SEGURIDADE
Todo o fundamento do direito SOCIAL
previdenciário está inserido na Constituição
Federal de 1988 ao lado do direito à Saúde Custeio é o financiamento da
e à Assistência Social, que juntos compõem seguridade social, uma vez que esta trabalha
o capítulo da Seguridade Social. com recursos provenientes de 3 fontes.

Seguridade Social (arts. 194 e Esse financiamento repousa num


seguintes), composta por: tripé que é formado por:
 Saúde (art. 196/200)
 Previdência Social (arts. 201 e 202) a) Contribuição dos trabalhadores;
 Assistência Social (art. 203) b) Contribuição dos empregadores;
c) Recursos dos orçamentos da
União dos Estados do Município e do
Distrito Federal.

Prevê o art. 195 da Constituição:


"A seguridade é financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos
2.1 – SEGURIDADE SOCIAL Municípios"

A seguridade social compreende 2.4 – PREVIDÊNCIA SOCIAL


um conjunto integrado de ações de
iniciativa dos Poderes Públicos e da Não é só na constituição Federal que
sociedade, destinadas a assegurar os direitos encontramos a base legal do direito
relativos à saúde, à previdência e à previdenciário, há várias leis tratando do
assistência social. assunto. A Lei 8213/91, por exemplo, é a
norma mais importante sobre o tema, e
Note, quem organiza a Seguridade explicita de forma minuciosa os princípios
Social é o Poder Público, através de suas constitucionais relativos à previdência.
várias esferas, porém quem age com vistas
à satisfação dos direitos é toda a sociedade É desse conjunto de normas que
(amparada pelos Poderes Públicos). destacamos conclusões e premissas básicas
tais como:
2.2 – CARACTERÍSTICAS DA
SEGURIDADE SOCIAL I) Objetivos da Previdência Social
II) Fontes de Custeio
III) Beneficiários
a) Saúde: implantação do SUS IV) Prestações Previdenciárias
(Sistema Único de Saúde);

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 Proteção à família de baixa


renda: é pago para cada filho menor de 14
2.4.1 – OBJETIVOS DA anos ou inválidos de qualquer idade.
PREVIDÊNCIA SOCIAL Prestação = salário família.

Há de se salientar também que é o


a) Cobertura dos eventos: doenças, Estado quem organiza a Previdência Social,
invalidez, morte, reclusão (prisão) e idade recolhendo as contribuições e oferecendo os
avançada; serviços e benefícios (Regime Geral).
Porém, se o trabalhador quiser ele poderá
b) Proteção à maternidade, ao
recolher contribuições para a Previdência
trabalhador em situação de desemprego Privada, que é oferecida pela iniciativa
involuntário e à família. privada e visa complementar o Regime
Esses objetivos são atingidos geral.
mediante a concessão de prestações
pecuniárias.
2.4.2 – BENEFICIÁRIOS
 Doença: incapacidade total
ou temporária para o trabalho Integram essa categoria: os
habitual. Prestação = auxílio-doença. segurados e os dependentes.

 Invalidez: incapacidade total Só quem contribui para a


e definitiva para qualquer trabalho que lhe Previdência (custeio) pode requerer os
garanta subsistência. Prestação = benefícios, atendimento e prestações, ou
aposentadoria por invalidez. excepcionalmente seus dependentes.

 Morte: quem recebe o Segurados são os trabalhadores que


benefício são os dependentes. Prestação = contribuem. Dependentes são os agregados,
pensão por morte. os de sua família.

 Reclusão: benefício pago à No caso do segurado empregado, a


família do segurado de baixa renda que contribuição é descontada da folha de
esteja preso e que não esteja recebendo pagamento pelo empregador, que faz a
outro benefício ou repasse à Previdência.
remuneração. Prestação = auxílio
reclusão. São segurados obrigatórios, dentre
outros:
 Idade Avançada:
aposentadoria por idade ou compulsória. a) Empregados (brasileiros,
Prestação = aposentadoria. estrangeiros domiciliados e contratados no
Brasil);
 Proteção à maternidade e à b) Servidor público (com regime
gestante: remuneração paga durante a próprio de previdência social);
licença maternidade. Prestação = licença c) Exercente de mandato eletivo;
maternidade. d) Empregado doméstico;
e) Titular de firma individual;
 Desemprego involuntário: f) Prestador de serviços;
para os trabalhadores dispensados. g) Trabalhador avulso;
Prestação = seguro-desemprego. h) Segurados especiais;
i) Aposentados que voltarem a
trabalhar.
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São dependentes para fim da a) Serviço Social (solução de


Previdência Social (em relação ao problemas junto à Previdência);
segurado):
- Classe I: cônjuge, companheiro b) Reabilitação profissional
(a), e filho (a) não emancipado (a) (reeducação readaptação ao mercado de
menor de 21 anos ou inválido. trabalho).
- Classe II: os pais.
- Classe III: os irmãos não 2.4.4 – SALÁRIO FAMÍLIA
emancipados, menor de 21 anos ou
inválido. É o salário devido mensalmente ao
A existência de dependentes de
segurado na proporção do respectivo
classe anterior exclui os das classes
número de filhos, em qualquer condição, até
posteriores.
a idade de 14 anos ou inválidos de qualquer
Também são dependentes os filhos idade.
adotivos, filhos incestuosos, filhos havidos
fora do casamento, os enteados e crianças 2.4.5 – SALÁRIO MATERNIDADE
ou adolescentes sob tutela.
Companheirismo – união estável Salário devido à segurada durante
entre homem e mulher, duradoura e pública, 120 dias com início no período entre 28 dias
com a intenção de constituir família.
antes do parto e a data da ocorrência deste.
2.4.3 – BENEFICIÁRIOS
2.4.6 – AUXÍLIO DOENÇA
São as prestações pagas aos
O auxílio-doença será devido ao
beneficiários face à ocorrência de uma
segurado que ficar incapacitado para o seu
causa justificadora (evento).
trabalho ou para sua atividade habitual por
1 - Quanto ao assegurado: mais de 15 dias consecutivos. Na primeira
quinzena, quem arca com este custo é o
a) Aposentadoria: por invalidez, empregador.
por idade, por tempo de serviço
e especial;
2.4.7 – ACIDENTE DE TRABALHO
b) Auxílio doença e auxílio
acidente; Acidente do trabalho é o dano que
ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
c) Salário família e salário da empresa ou do trabalho dos segurados
maternidade. especiais, provocando.

2 - Quanto ao dependente: a) Lesão corporal ou


b) Perturbação funcional
a) Pensão por morte;
Que cause a morte, perda ou
b) Auxílio-reclusão. a redução da capacidade para o trabalho.

3 - Quanto aos segurados e Resumo: em razão do trabalho


dependentes: há a ocorrência de um dano que produz uma
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redução da capacidade para o exercício “A aposentadoria especial do


das atividades habituais. aeronauta, prevista no parágrafo segundo da
Lei nº 3807, de 26 de agosto de 1960, será
2.4.8 – SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO concedida ao segurado que, contando no
mínimo 45 (quarenta e cinco) anos de idade,
Corresponde ao salário do e tenha completado 25 (vinte e cinco) anos
trabalhador (empregado, temporário e de serviço”.
doméstico) e é sobre ele que incidem os
percentuais de concessão dos benefícios da “O Aeronauta que voluntariamente
previdência. se afasta do voo por período superior a
2(dois) anos consecutivos perde o direito a
Para os empresários, autônomos e o aposentadoria especial”.
facultativo se faz uma ficção legal e se retira
tal salário de contribuição de uma escala de No entanto, com o advento da
salário-base. Emenda Constitucional nº 20 de dezembro
de1998, a aposentadoria especial não é mais
2.4.9–APOSENTADORIA ESPECIAL concedida por categoria, mas sim, pela
efetiva exposição de qualquer trabalhador a
agentes nocivos à saúde ou à integridade
Aposentadoria Especial é aquela física.
devida ao segurado que tenha trabalhado
durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte O aeronauta, pelo simples fato de ser
e cinco) anos, conforme o caso, em aeronauta, desde a edição da referida
atividade profissional sujeita a condições Emenda Constitucional, não tem mais
especiais que prejudiquem a saúde ou a direito à aposentadoria especial. Somente
integridade física e tenha cumprido a fará “jus” a ela e comprovar a exposição aos
carência exigida. agentes nocivos.

Para tanto, basta o segurado levar ao


INSS para análise, um formulário
denominado Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP).

• Idade mínima:
A aposentadoria do aeronauta é - Antes da Reforma: não havia
regulamentada pelo Decreto-Lei número exigência de idade mínima.
158 de 10 de fevereiro de 1967 e dispõe no
seu artigo segundo: - Depois da Reforma: a Reforma
traz a exigência de idade mínima de
“É considerado aeronauta, para os 60 anos de idade, tanto para homens
efeitos do presente Decreto-Lei, aquele que,
como para mulheres.
habilitado pelo Ministério da Aeronáutica,
exerce função remunerada a bordo de
aeronave civil nacional”.
• Valor proporcional:
- Em seu artigo terceiro dispõe que:
- Antes da Reforma: o valor era
integral, equivalente a 100% do

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valor da média salarial obtida pelo


requerente.
- Depois da Reforma: o valor será
proporcional ao tempo de trabalho.
Será de 60% da média salarial + 2%
por ano de trabalho especial acima
de 20 anos.
• Regra de transição:
- Antes da Reforma: não havia
nenhuma regra de transição.
- Depois da Reforma: foi criada
uma regra de transição para aqueles
que já estavam trabalhando com
alguma atividade especial antes da
Reforma.
A regra diz que poderá se aposentar
com o mínimo de 25 anos de
atividade especial aquele
trabalhador que atingir a soma ntre
tempo de trabalho e idade o total de
86 pontos.

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Conceito ocorreu com um balão de ar quente em 1908 cuja


investigação apontou a falha da válvula de
Consiste na Investigação e Prevenção de controle como tendo sido a causa do acidente,
Acidentes e Incidentes Aeronáuticos no âmbito não considerando nada mais, além disso, como
da Aviação Civil e Militar. contribuição da ocorrência.

Sistema de Investigação e Prevenção de


Acidentes Aeronáuticos- SIPAER

 Prevenção de Acidentes Aeronáuticos: A Investigação dos Acidentes


Aeronáuticos
 Consiste no conjunto de ações planejadas
e executadas com a finalidade de se evitar  Em 1944, foi instituído o Inquérito
perdas de vidas ou lesões físicas e Técnico Sumário, que pesquisava a
psicológicas, bem como prejuízos ocorrência de culpa ou
materiais em decorrência de acidentes na responsabilidade nos acidentes
execução da atividade aérea. aeronáuticos.

Aspectos Históricos  Em 1948, foi criado o Serviço de


Investigação de Acidentes
O primeiro registro de uma medida de prevenção Aeronáuticos, que continuava realizando
de acidentes aeronáuticos encontra-se na Inquéritos, ou seja, pesquisando a
mitológica aventura de Dédalo e seu filho Ícaro ocorrência de culpas ou
que fugiram da ilha de Creta, onde se responsabilidades.
encontravam presos, utilizando asas feitas de
penas de pássaros unidas com cera. Dédalo  Em 1965 foi criado o SIPAER na forma de
recomendou a Ícaro que não voasse muito alto, Serviço de Investigação e Prevenção de
pois o sol poderia derreter a cera, mas Ícaro não Acidentes Aeronáuticos, dando início à
seguiu a recomendação do pai e sua teimosia pesquisa dos aspectos básicos relacionados à
custou-lhe a vida. atividade aeronáutica: Fatores Humanos,
Materiais e Operacionais. Transformando-
O primeiro acidente aéreo registrado no Brasil o em 1971 para a forma de “Sistema” por ser
uma forma mais ampla de administrar.

D-1-
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 O objetivo principal das investigações  ASPECTO PSICOLÓGICO - é a


passou a ser a prevenção de acidentes e não participação de variáveis psicológicas
mais a apuração de culpa ou individuais, psicossociais ou
responsabilidade. organizacionais no desempenho da
pessoa envolvida.
Fator Contribuinte

Condição (ato, fato, ou combinação deles) que,


aliada a outras, em sequencia ou como Fatores Operacionais (FO)
consequência, conduz à ocorrência de um
Refere-se ao desempenho do ser humano nas
acidente aeronáutico, de um incidente
atividades diretamente relacionadas com o voo.
aeronáutico ou de uma ocorrência de solo, ou que
contribui para o agravamento de suas  Condições Meteorológicas adversas
consequências.
 Deficiente Manutenção
Os fatores contribuintes classificam-se de acordo
com a área de abordagem da segurança  Deficiente Instrução
operacional, a qual poderá ser a de: Fatores
 Deficiente Infraestrutura
Humanos, Fatores Operacionais e Fatores
Materiais.  Deficiente aplicação dos comandos
Fatores Humanos (FH)  Deficiente Coordenação de Cabine

Fatores Materiais (FM)

Área de abordagem da segurança operacional que


se refere ao complexo biológico do ser humano e Área de abordagem da segurança operacional
que compreende os seguintes aspectos: que se refere à aeronave, incluindo seus
componentes, e equipamentos e sistemas de
tecnologia da informação empregados no
 ASPECTO MÉDICO - é a área dos controle do espaço aéreo, nos seus aspectos
Fatores Humanos onde há o de projeto, de fabricação, de manuseio do
envolvimento de conhecimentos médicos material e de falhas não relacionadas à
e fisiológicos que são pesquisados para serviço de manutenção
definir a presença de variáveis desta
natureza e a forma de sua participação
nos eventos.
D-2-
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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

Segurança de Voo a Nível Internacional ocorrências de solo havidos em Território


Nacional.
Autoridade Internacional
Regulamentação do SIPAER
A OACI – Organização de Aviação Civil
Internacional é o órgão normatizador, orientador Conjunto de leis, regulamentos, normas e
e coordenador dos procedimentos a serem manuais que definem a constituição, as
observados no âmbito da investigação de atribuições e o funcionamento do SIPAER e de
acidentes aeronáuticos. seus órgãos constitutivos, bem como os
procedimentos para a consecução das atividades
Documento Básico atribuídas ao Sistema.
O documento que contém os padrões NSCA 3-1 Conceituação de Vocábulos,
internacionais e procedimentos recomendados é Expressões e Símbolos de uso no SIPAER.
o: Anexo 13 da OACI.
NSCA 3-2 Estrutura e Atribuições dos
Elementos Constitutivos do SIPAER.
Segurança de Voo a Nível Nacional NSCA 3-3 Gestão da Segurança Operacional.
Conforme prevê a Constituição Federal, a NSCA 3-4 Plano de Emergência Aeronáutica
competência para administrar a segurança de voo em Aeródromo.
no Brasil, é do Governo através do COMAER.
NSCA 3-6 Investigação de Ocorrências
CENIPA – Centro de Investigação e Aeronáuticas com Aeronaves Militares.
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
NSCA 3-9 Recomendações de Segurança
Operacional emitidas pelo SIPAER.
É o órgão central do SIPAER, encarregado de NSCA 3-10 Formação e Capacitação dos
planejar, normatizar, orientar, coordenar, Recursos Humanos do SIPAER.

NSCA 3-11 Formulários em uso


pelo SIPAER.

NSCA 3-12 Código de Ética do SIPAER.

NSCA 3-13 Protocolos de investigação de


ocorrências aeronáuticas da aviação civil
conduzidas pelo Estado Brasileiro. (substitui
as NSCA 3-5 e 3-7)

controlar e supervisionar as atividades de NSCA 3-14 Certificações e Credenciais do


prevenção de acidentes aeronáuticos e Sistema de Investigação e Prevenção de
normatizar, orientar, coordenar e controlar Acidentes Aeronáuticos (SIPAER)
atividades de investigação de acidentes
aeronáuticos, de incidentes aeronáuticos e de ICA 3-7 Reporte Confidencial para
Segurança Operacional – RCSO
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Acidente Aeronáutico  Afete adversamente a resistência


estrutural, o seu desempenho ou as suas
características de voo; e
Toda ocorrência relacionada com a operação de  Normalmente exija a realização de
uma aeronave, havida entre o momento em que grande reparo ou a substituição do
uma pessoa nela embarca com a intenção de componente afetado.
realizar um voo, até o momento em que todas as
3 - A aeronave seja considerada:

 Desaparecida; ou

 Completamente inacessível.

As lesões decorrentes de um Acidente


Aeronáutico que resultem em fatalidade até 30
dias da data da ocorrência são consideradas
lesões fatais.
pessoas tenham dela desembarcado e, durante o
Uma aeronave será considerada desaparecida
qual, pelo menos uma das situações abaixo
quando as buscas oficiais forem encerradas e os
ocorra:
destroços não forem encontrados.

Em voos de ensaio experimental com aeronave


1 - Uma pessoa sofra lesão grave ou morra militar ou de empresa homologada, não serão
como resultado de: classificadas como acidente aeronáutico as
ocorrências relacionadas diretamente ao objetivo
 Estar na aeronave; ou do ensaio, ficando o estabelecimento desta
relação a cargo do Comando Investigador, após
 Contato direto com qualquer parte da
análise preliminar do evento frente à
aeronave, incluindo aquelas que dela
documentação técnica que suporta o referido
tenham se desprendido; ou
ensaio.
 Submetida à exposição direta do sopro de
Incidente Aeronáutico
hélice, rotor ou escapamento de jato, ou
às suas consequências.

NOTA - Exceção é feita quando as lesões


resultem de causas naturais, forem auto-
infligidas ou infligidas por terceiros, ou
forem causadas a pessoas que embarcaram
clandestinamente e se acomodaram em área
que não as destinadas aos passageiros e
tripulantes.
Toda ocorrência associada à operação de uma
2 - A aeronave sofra dano ou falha estrutural aeronave, havendo intenção de voo que não
que: chegue a se caracterizar como um acidente
D-4-
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aeronáutico, mas que afete ou possa afetar a  utilização da aeronave fora do seu
segurança da operação. (ex: colisão com envelope de voo devido a condições
pássaros) meteorológicas adversas ou à falha de
sistemas que tenham causado dificuldade
Incidente Grave de controle da mesma;
Incidente ocorrido sob circunstâncias em que um  falha de mais de um sistema de
acidente quase ocorreu havendo intenção de navegação, ainda que duplicado;
voo. A diferença entre o incidente grave e o
acidente está apenas nas consequências.  diferenças significativas na performance
prevista da aeronave durante a decolagem
Dentre outras, as seguintes ocorrências ou segmento inicial de subida;
caracterizam-se como incidente grave:
 incapacitação de tripulante em voo;
 fogo ou fumaça no compartimento de
passageiros, de carga ou fogo no motor,  incidentes durante a decolagem ou pouso,
ainda que tenha sido extinto com a tais como: ultrapassagem da cabeceira
utilização de extintores de incêndio; oposta, pouso antes da pista ou saída da
pista pelas laterais.
 situações que exijam o uso emergencial
de oxigênio por tripulante; Ocorrência de Solo

 falha estrutural da aeronave ou


desintegração de motor em voo, que não
configurem um acidente;

 CFIT marginalmente evitado

 quase colisão em voo que requereu a


realização de uma manobra evasiva;

 decolagem interrompida em pista fechada


ou ocupada por outra aeronave; Todo incidente, envolvendo aeronave no solo, do
qual resulte dano ou lesão, desde que não haja
 decolagem de pista ocupada por outra intenção de realizar voo; ou havendo esta
aeronave, sem separação segura; intenção, o(s) fato(s) motivador(es) esteja(m)
diretamente relacionado(s) aos serviços de
 pouso ou tentativa de pouso em pista
rampa, aí incluídos os de apoio e infraestrutura
fechada ou ocupada por outra aeronave;
aeroportuários, e não tenha(m) tido qualquer
 falha múltipla de um ou mais sistemas contribuição da movimentação da aeronave por
que afetem seriamente a operação da meios próprios ou da operação de qualquer um de
aeronave; seus sistemas.

 baixo nível de combustível, exigindo a Operação de Aeronave


declaração de emergência;
Conjunto de ações conduzidas pelos tripulantes
para a realização do voo.
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Compreende as atividades de planejamento e tarefas de prevenção e investigação para uma


preparo da aeronave, quando realizadas pelos área específica de atuação.
próprios tripulantes.
ÓRGÃOS SIPAER
Investigação SIPAER
CENIPA - Centro de Investigação e Prevenção
Processo conduzido por profissional credenciado de Acidentes Aeronáuticos: órgão central do
pelo SIPAER voltado para a identificação de SIPAER encarregado de gerenciar e normatizar
condições de perigo e/ou de fatores contribuintes, as atividades de investigação e prevenção de
visando exclusivamente à prevenção de acidentes aeronáuticos no BRASIL.
acidentes aeronáuticos.
Encarregado de investigar os Acidentes
O propósito desta atividade não é determinar Aeronáuticos e Incidentes Aeronáuticos
culpa ou responsabilidade. Graves com as aeronaves de grande porte
(RBAC 121 e RBAC 129), ou utilizadas no
PESSOAL SIPAER transporte público (serviço público/ empresas
Agente de Segurança de Voo (ASV) ou Agente de aéreas).
Segurança Operacional (ASO)

Pessoa, civil ou militar da reserva (aposentado)


de força armada ou força auxiliar brasileira, que
concluiu o Módulo de Prevenção e Investigação
do Curso de Segurança de Voo (CSV).

Oficial de Segurança de Voo (OSV) ou Oficial de


Segurança Operacional (OSO)

Oficial da ativa de força armada ou força auxiliar DIPAA - Divisão de Investigação e Prevenção de
brasileira que concluiu o Módulo de Prevenção Acidentes Aeronáuticos: órgão pertencente à
Investigação do Curso de Segurança de Voo estrutura do CENIPA encarregado de investigar
(CSV). os acidentes com as aeronaves de grande porte,
Elemento Credenciado (EC) ou utilizadas no transporte público (serviço
público/ Empresas Aéreas).
Pessoa, civil ou militar, que concluiu um dos
Estágios de Segurança de Voo ou o Módulo de SERIPA – Serviço Regional de Investigação e
Prevenção do Curso de Segurança de Voo (CSV). Prevenção de Acidentes Aeronáuticos: sete
órgãos regionais encarregados das atividades de
É habilitado para uma área específica de atuação. prevenção e investigação de Acidentes
Aeronáuticos e Incidentes Aeronáuticos
Elemento Credenciado (EC - AREA)
Graves com aeronaves da aviação de pequeno
Pessoa, civil ou militar, que concluiu um dos porte (aviação geral/serviço privado) que não
Estágios de Segurança de Voo ou o Módulo de sejam regulamentadas pelos RBAC 121 e
Prevenção do Curso de Segurança de Voo (CSV) RBAC 129.
(habilitados pelo CENIPA) para exercer as

D-6-
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Aeronáutico (CIAA), bem como outros membros


cuja participação seja julgada de interesse à
investigação.

SIPAA – Seção de Investigação e Prevenção de


Acidentes Aeronáuticos: Órgão SIPAER
pertencente a estrutura dos SERAC´S e de
algumas importantes organizações do MAER
encarregado das atividades de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

Setor de Segurança de Voo (Safety) – Órgão DPAA – Divisão de Prevenção de Acidentes


existente nas empresas de aviação e nas entidades Aeronáuticos: Órgão SIPAER pertencente as
civis envolvidas com operação, fabricação, principais organizações do MAER encarregado
manutenção ou circulação de aeronaves, bem de elaborar e fiscalizar os programas de
como com as atividades de apoio de prevenção das organizações militares.
infraestrutura aeronáutica, destinado
SPAA – Seção de Prevenção de Acidentes
exclusivamente ao trato dos assuntos de
Aeronáuticos: Órgão SIPAER pertencente à
prevenção e investigação de acidentes, incidentes
estrutura de algumas organizações do MAER
e ocorrências de solo.
encarregado da das atividades de prevenção de
CNPAA – Comitê Nacional de Prevenção de suas organizações.
Acidentes Aeronáuticos: órgão interministerial
INVESTIGAÇÃO
que se reúne com a finalidade de deliberar sobre
assuntos SIPAER. Tem como única finalidade a prevenção de
acidentes aeronáuticos através do
estabelecimento dos fatores contribuintes
presentes, direta ou indiretamente, na ocorrência,
e da emissão de Recomendações de Segurança
Operacional que possibilitem a ação direta ou a
tomada de decisões que venham a eliminar
aqueles fatores ou a minimizar as suas
consequências.

Filosofia SIPAER sob a Ótica da Segurança


Operacional
CIAA – Comissão de Investigação de Acidente
Aeronáutico: É o grupo de pessoas designadas As atividades da Gestão da Segurança
para investigar um Acidente Aeronáutico Operacional devem ser planejadas e executadas
específico, devendo sua composição ser com base em oito Princípios da Filosofia
adequada às características deste acidente. SIPAER:

CI – Comando Investigador: Designa a  Todo acidente aeronáutico pode e deve


Comissão de Investigação de Acidente ser evitado, ou seja, para cada ação ou
omissão que possa contribuir para um
D-7-
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acidente através da análise dos fatores  Acusações e punições de Erros Humanos


contribuintes, há providências de cunho agem contra os interesses da Prevenção
profissional, técnico ou educacional que de Acidentes.
uma vez adotada, anulará os efeitos dessa
ação ou omissão. PREVENÇÃO DE ACIDENTES
AERONÁUTICOS (NSCA 3-3)
 Todo acidente aeronáutico resulta de
Conjunto de atividades destinadas a impedir a
vários eventos e nunca de uma causa
isolada, ou seja, muito raramente um ocorrência de Acidentes Aeronáuticos, visando à
acidente resulta de um único fator. preservação dos recursos humanos e materiais.

 Todo acidente aeronáutico tem um


precedente, ou seja, conclui-se que os Manual de Gerenciamento de Segurança
mesmos acidentes ocorridos no passado Operacional
estão repercutindo no presente e,
seguramente, se repetirão no futuro, na Programa que estabelece a Política da Segurança
medida em que a prevenção não seja Operacional da empresa, bem como suas
eficaz. atividades e responsabilidades, visando à
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.
 A Prevenção de Acidentes requer
mobilização geral, ou seja, não produz os Segurança Operacional (SO)
efeitos desejados senão sob a forma de
Estado em que o risco de lesões às pessoas e os
mobilização geral.
danos aos bens se reduzem e se mantêm em um
 O propósito da Prevenção de Acidentes nível aceitável, ou abaixo do mesmo, por meio de
não é restringir a atividade aérea, mas um processo contínuo de Identificação de Perigo
estimular o seu desenvolvimento com e Gestão de Risco.
Segurança; pois a intenção da prevenção
Gestão da Segurança Operacional (GSO)
é aprimorar a operacionalidade para que,
voando melhor, se voe mais. Conjunto de ações, métodos e procedimentos a
serem adotados no âmbito de uma organização
 A alta direção (Comandantes, Diretores,
para prevenção de acidentes aeronáuticos,
Chefes e Proprietários) são os principais
visando à Segurança Operacional.
responsáveis pela Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos;

 Na Prevenção de Acidentes não há


segredos nem bandeiras; ou seja, a
prevenção de acidentes é um ato de
solidariedade humana, pois com a
dedicação e trabalho, todos estarão
sempre beneficiando uma coletividade.

D-8-
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Comissão de Segurança Operacional (CSO) ambiente organizacional, permitindo que os


processos sejam monitorados, as condições
Grupo de pessoas, pertencentes à alta latentes identificadas, as falhas ativas contidas e
administração de uma organização, destinado a as defesas do sistema reforçadas.A Vistoria de
gerenciar a Segurança Operacional. Segurança Operacional (VSO) é destinada à
Programa de Prevenção de Acidentes aviação militar enquanto que a Auditoria de
Aeronáuticos (PPAA) Segurança Operacional (ADSO) é destinada à
aviação civil.
Programa que estabelece a Política da Segurança
Operacional da organização, bem como suas Sua finalidade é Assessorar o Presidente,
atividades e responsabilidades, sob a ótica do Comandante, Chefe ou Diretor com a
SIPAER, visando à Prevenção de Acidentes apresentação de um relatório contendo os perigos
Aeronáuticos. O que a empresa vai fazer para que e as Condições Latentes observadas, bem como
haja a segurança operacional e as normas sejam as atividades que visam a mitigá-las, podendo,
cumpridas. Obrigatório a toda empresa aérea ser por meio de Ações Recomendadas (AR) ou
de Recomendações de Segurança Operacional
Todos os PPAA deverão conter um “Termo de (RSO) Mitigadoras, buscando fornecer subsídios
Aprovação” assinado, no qual o Presidente, para a gestão do risco. Normalmente é feita uma
Comandante, Chefe ou Diretor se declara vez por ano em cada setor da empresa.
compromissado em cumprir e fazer cumprir o
contido no referido Programa. Tipos de Vistoria e Auditoria de Segurança
Operacional
Os PPAA das organizações do âmbito da
Aviação Civil deverão ser atualizados
anualmente.

Para que o PPAA alcance o objetivo desejado,


deverá ser dado amplo conhecimento a todos os
envolvidos direta ou indiretamente com a
atividade da Segurança Operacional, tanto no
âmbito das ações de execução como as de
supervisão. validade = 12 meses.

Vistoria e Auditoria de Segurança PERIÓDICA


Operacional (VSO ou ADSO)
 Realizada pelo menos uma vez por ano de
São atividades pró ativas de busca e análise de acordo com o PPAA da organização.
informações, sob a ótica do SIPAER, que visam
à identificação de Condições Latentes que ESPECIAL
possam afetar a Segurança Operacional e a  Realizada em caráter excepcional,
recomendação de ações mitigadoras. preferencialmente por um Elo-SIPAER
São uns dos principais instrumentos da externo, a fim de Identificar os Perigos e
Segurança Operacional, onde são levantados os as Condições Latentes que permaneceram
perigos e as situações de risco referentes ao
D-9-
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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

ou que possam ter surgido em decorrência realizada e o prazo para que a ação seja
dos seguintes casos: adotada.

 Após a ocorrência de um Acidente 3. Uma vez identificadas as áreas com problemas,


Aeronáutico; as ações mitigadoras recomendadas deverão

 Entrada em operação de novo ser postas em prática sob a responsabilidade dos


equipamento aéreo ou novas instalações Presidentes, Comandantes, Chefes, Diretores ou
operacionais; congêneres, atingindo assim a única finalidade da
VSO e da ADSO, que é a Segurança Operacional.
 Mudanças significativas nos métodos ou
filosofia de treinamento, procedimentos As Ações Mitigadoras devem ser exequíveis,
de operações e de manutenção; adequadas e aceitáveis, refletindo ações
concretas, abrangentes e definitivas, sendo
 Criação ou Fusão de organizações;
associadas às condições ou atos inseguros
 Alteração na infraestrutura aeroportuária;

 Identificação de grande incidência de


ocorrências;

 Indícios de circunstâncias de problemas


organizacionais referentes à encontrados.
administração de organizações; e
Programa de Relatório de Prevenção
 Outras circunstâncias quando julgado (RELPREV)
conveniente
Programa de reporte voluntário de situações de
Relatório de Auditoria de Segurança risco para a Segurança Operacional.
Operacional (RADSO)
Sua finalidade é adotar ações mitigadoras
Após a realização de cada vistoria, é adequadas visando corrigir a situação de risco.
confeccionado um RVSO/ RADSO, conforme o
estabelecido em formulário próprio contendo, Qualquer pessoa, que identificar uma situação de
para cada condição insatisfatória detectada, três perigo ou que dela tiver conhecimento, poderá
aspectos distintos: reportá-la através de um RELPREV e
encaminhá-lo a um Elo-SIPAER.
1. Condição Observada – campo em que se
registra a circunstância, sem comentários
adicionais;

2. Análise do Potencial de Risco – campo


em que se faz a relação entre causa e
efeito com as possíveis consequências; e
ações Mitigadoras Recomendadas – onde
será sugerido quem deverá efetuar a
correção, como a correção deverá ser
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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

O relator poderá utilizar a internet (email), fax, O Sistema de Investigação e Prevenção de


telefone ou o formulário de Relatório de Acidentes Aeronáuticos (SIPAER) assegura o
Prevenção (RELPREV) para encaminhar seu anonimato do relator somente nos casos em que
reporte para o Elo-SIPAER. os eventos reportados se refiram à prevenção de
acidentes aeronáuticos.
O relator do RELPREV poderá identificar-se ou
não. Ao se identificar deverá fornecer um meio Para que um reporte confidencial seja aceito,
de contato para ser informado sobre o resultado todos os dados relativos à identificação do relator
da análise realizada pelo ELO-SIPAER. deverão ser preenchidos. Tal procedimento visa
apenas à validação das informações contidas no
O Elo-SIPAER deverá, em qualquer situação, reporte, não sendo aceito nenhum reporte
preservar a identidade do relator visando garantir confidencial anônimo.
a confidencialidade do processo.
A aplicação deste programa é estendida a todo
Programa Confidencial de Reporte setor militar ou civil, público ou privado, que
Voluntário (PCRV) esteja envolvido, direta ou indiretamente, com a
É um programa confidencial e independente que atividade aérea.
gerencia os reportes de situações potenciais de
risco para a Segurança Operacional.

Qualquer pessoa, que identificar uma situação


potencial de perigo ou que dela tiver
conhecimento, poderá enviar um reporte
confidencial para o CENIPA, cabendo a este a
adoção das providências que cada caso requer.

O relator poderá utilizar a internet, via site do


CENIPA, fax, telefone ou o formulário de Atividades Educativas
Reporte Confidencial para Segurança de
Operacional (RCSO), que é um modelo carta São aulas, palestras e treinamentos, destinados a
resposta com porte-pago, para encaminhar seu todos aqueles envolvidos com a atividade aérea
reporte para o CENIPA. que transmitem conhecimentos a respeito de
assuntos afetos à Segurança Operacional.
O RCSO baseia-se no conceito da
voluntariedade, confidencialidade e não Sua finalidade é aperfeiçoar o comportamento
punibilidade, garantindo o sigilo da fonte (nome participativo, pró-ativo e a consciência da
do relator), exceto nos casos específicos coletividade para a Segurança Operacional.
previstos na ICA 3-7 – Reporte Confidencial para Atividades Promocionais
Segurança Operacional.
São eventos destinados a valorizar a importância
É vedado o seu uso para relato de fatos que da Prevenção de Acidentes Aeronáuticos nas
constituam crime ou contravenção penal de organizações.
qualquer natureza.

D - 11 -
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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

Exemplos : Finalidade:

 Campanhas de mobilização;  Preservar a audição do pessoal


aeronavegante, da manutenção e do
 Publicação de periódicos;
apoio, como aspecto de conservação da
 Reconhecimento e divulgação de atos saúde.
meritórios; Lista de Verificações - Check List
Prevenção de F.O.D. Lista de verificações obrigatórias durante as
(Foreign Object Damage) diferentes fases (antes da partida, táxi, etc) e
Danos por Objetos Estranhos – D.O.E. condições (normal, anormal e de emergência) da
operação, sendo seu fiel cumprimento, a garantia
É um programa para evitar ou minimizar as da segurança e padronização da operação da
ocorrências de ingestão ou a presença de corpos aeronave.
estranhos nos motores a reação ou em outras
partes da aeronave, sejam eles, resíduos naturais
ou depositados, ou ainda objetos conduzidos por
pessoas.

Responsabilidade do Operador

Em caso de acidente ou incidente aeronáutico:


Programa de Conservação da Audição – PCA
 Comunicação do acidente ou incidente;

 Investigação de Incidentes e Ocorrências


de Solo

 Assistência às vítimas e parentes;

 Fornecimento de informações;

 Guarda de destroços;

 Comunicação aos familiares;

 Transporte de sobreviventes;

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 Destinação dos restos mortais; Inspeção de Saúde em Caso de Acidente ou


Incidente Grave
 Treinamento de pessoal;
A ANAC coordenará a inspeção de saúde do
 Remoção de destroços;
aeronavegante que vier a sofrer acidente
 Danos causados a passageiros, bagagens, aeronáutico ou incidente grave no curso de sua
carga transportada e terceiros na atividade.
superfície.
O aeronavegante terá seu CMA suspenso,
Nota: Os destroços de uma aeronave acidentada devendo ser inspecionado logo após o acidente
que não puderem ser removidos deverão ser ou incidente grave.
marcados com tinta Amarela
Nos casos em que o aeronavegante estiver
Remoção da Aeronave e seus Destroços clinicamente impossibilitado de se locomover, a
(Art.89 do CBA) perícia médica competente deve ser realizada no
local onde se encontrar o aeronavegante.
Exceto para efeito de salvar vidas, nenhuma
aeronave acidentada, seus restos ou coisas que Em caso de acidente aeronáutico os aeronautas
por ela eram transportadas, podem ser de empresas de regidas pelo RBHA 121 serão
vasculhados ou removidos, a não ser em presença inspecionados pelo CEMAL.
ou com autorização do investigador-encarregado.
Os demais aeronavegantes poderão ser
A aeronave acidentada, seus restos e coisas que inspecionados por uma das seguintes JES:
por ela eram transportados, não podem ser HABE, HARF, CEMAL, HASP, HACO, HFAB,
vasculhados ou removidos, exceto com a e NUHAMN.
permissão do presidente da CIAA ou do seu Nos incidentes graves, os aeronavegantes
representante. poderão ser inspecionados em qualquer JES.
Exceção é feita quando:
ART.87 do CBA (Código Brasileiro da
1. Há necessidade de atender as pessoas Aeronáutica)
envolvidas, embarcadas ou não;
A prevenção de acidentes aeronáuticos é da
2. Quando houver riscos adicionais de responsabilidade de todas as pessoas, naturais ou
incêndio, explosão, contaminação ou jurídicas, envolvidas com a fabricação,
desmoronamento; manutenção, operação e circulação de aeronaves,
bem assim com as atividades de apoio da infra-
3. Quando a área já tiver sido liberada pelas estrutura aeronáutica no território brasileiro.
equipes de Bombeiro e salvamento e
houver necessidade de imediata remoção Toda pessoa que tiver conhecimento de qualquer
dos destroços ou da aeronave do local, a acidente de aviação ou da existência de restos ou
bem do restabelecimento e da segurança despojos de aeronave tem o dever de comunicá-
das operações, da área ou de terceiros e lo à autoridade pública mais próxima e pelo meio
suas propriedades. mais rápido.

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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

A autoridade pública que tiver conhecimento do combustível dos tanques e do filtro. É importante
fato ou nele intervier, comunicá-lo-á certificar-se de que a bateria está desconectada.
imediatamente, sob pena de responsabilidade por Só então o combustível deve ser destanqueado e
negligência, à autoridade aeronáutica mais seu volume medido. Em caso de vazamento,
próxima do acidente. deve-se evitar o uso de rádios, flashes,
equipamentos eletrônicos, motores e cigarros. O
Sempre que forem acionados os serviços de perigo de fogo e explosão é grande. Não se deve
emergência de aeroporto para a prestação de aumentar o número de vítimas. Em caso de fogo,
socorro, o custo das despesas decorrentes será não se deve esquecer que os pneus, as garrafas de
indenizado pelo explorador da aeronave ar comprimido e de oxigênio, quando expostas a
socorrida. altas temperaturas, podem explodir.
Ação em Caso de Acidente ou Incidente A área deve ser isolada, e o movimento de
Aeronáutico pessoas deve ser controlado e restringido ao
Em caso de Acidente, a principal preocupação máximo, tal medida evitará o desaparecimento
daqueles que chegam primeiro ao local é prestar no solo e nos destroços e furto de partes
socorro aos sobreviventes e da proteção à importantes pelos caçadores de lembranças.
propriedade. Todos os meios e pessoas Caso seja possível, deve-se cobrir as evidências,
disponíveis devem ser empregados. De imediato, para protegê-las da chuva e dos outros fatores.
deve se providenciar a remoção dos feridos, Deve-se providenciar o levantamento das
dentro do possível, na ordem de prioridade: testemunhas, com indicação do nome, endereço
primeiro os mais graves e depois os que do local de onde observaram o acidente.
apresentam ferimentos leves. Os cadáveres não
devem ser movimentados. Devem ser logo O livro de bordo, as cadernetas e toda
acionados os bombeiros, a polícia, a assistência documentação existente na aeronave devem ser
médica e as autoridades competentes, de acordo recolhidos e examinados.
com a regulamentação em vigor. Caso as
Visando inclusive a proteção contra as acusações
circunstâncias permitam, devem ser anotadas as
posteriores, os tripulantes vivos ou falecidos,
posições e os dados de cada pessoa envolvida no
devem ser imediatamente examinados quanto ao
acidente, dentro ou fora da aeronave: local na
estado físico, ao teor alcoólico, à medicação, à
cabine, número do assento, se estava usando o
capacidade para executar o trabalho.
cinto de segurança, a distância em relação à
aeronave. A preservação dos dados e indícios é Após um acidente, todo tripulante terá o CMA
de suma importância para a investigação. Deve- cancelado, devendo ser submetido a novo exame
se fotografar os destroços e levantar os dados de saúde.
para o croqui: das partes, direção e ângulo de
impacto, sinais importantes de colisão e fogo,
vestígios de tinta, presença de galhos.

Na presença de pessoal especializado e dos


bombeiros, deve-se colher amostras de

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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

RELATÓRIOS SIPAER

D - 15 -
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BLOCO II – SEGURANÇA DE VOO - SVO

D - 16 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

INTRODUÇÃO marcante, tanto no campo dos aeróstatos como no


dos "mais pesado que o ar", os aeródinos.
O sonho de voar esteve entre nós mesmo antes de
1932, quando Alberto Santos Dumont depois de Mais tarde, o seu fabuloso invento (o avião), seria
ter sido o dono de uma das maiores invenções, usado na primeira guerra mundial e ainda
falece. pilotado por uma mulher (Amélia Earhart) anos
depois.

Hoje, a aviação comercial dispõe de aviões


modernos, equipados com computadores e
possuem tripulações qualificadas para o conforto
e segurança dos seus ocupantes.

Foto: Anônima Foto: Anônima

O 14-bis era constituído por um aeroplano unido


ao balão 14, que fora utilizado em voos feitos por Foto: Internet - Boeing 747-800

Santos Dumont em meados de 1905. Daí o nome


"14-bis", isto é, o "14 de novo", devido ao fato do
balão estar sendo reaproveitado.

Foto: Internet – Airbus A-380

Foto: Anônima

Foto: Internet – Airbus Beluga

Em 23 de outubro de 1906, no campo de Isso nos proporciona o estudo e reconhecimento


Bagatelle, na cidade de Paris, o 14-bis decolou dos principais componentes de um avião, seu
usando seus próprios meios e sem auxílio de princípio de funcionamento, instalações a bordo e
dispositivos de lançamento, percorreu 60 metros sistemas.
em sete segundos, a uma altura de
aproximadamente 2 metros, perante mais de mil Através desta apostila, você conhecerá as
espectadores. principais reações aerodinâmicas, as forças que
atuam em um avião e fazem com que ele obtenha
sustentação e controle em seu voo.

Espero tirar suas dúvidas e ajudar a encontrar


seus próprios caminhos e realizações nesta
pequena parte no mundo da aviação.

Aproveite!
Esteve presente, no momento deste feito, a Richard King
Comissão Oficial do Aeroclube da França,
entidade reconhecida internacionalmente e
autorizada a homologar qualquer evento
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

AERONAVES Balões livres: depois de se elevarem no ar, ficam


à mercê dos ventos, não tendo nenhuma ligação
Define-se aeronave como sendo qualquer veículo, com a superfície terrestre.
feito pelo homem, que se eleva e movimenta-se
no ar utilizando recursos próprios.

As aeronaves dividem-se em dois grupos:

1) aeróstatos
2) aeródinos

1) AERÓSTATOS

Aeronaves mais leves do que o ar, que voam Foto: Eric Presten 528028 Foto: Anônima

baseados no Princípio de Arquimedes.


Balões cativos: possuem ligação com a superfície
“Todo corpo mergulhado em um fluído sofre terrestre por meio de cabos, que impedem o
uma pressão de baixo para cima, equivalente deslocamento do balão pelos ventos.
ao peso do volume deslocado.”
Estes foram utilizados na 2a Guerra Mundial,
Os aeróstatos são classificados em dois grupos, pelos ingleses, para elevar redes ou cabos
de acordo com a manobra em voo. metálicos a fim de derrubar aviões inimigos.

a) Balões: invólucro cheio de gás mais leve que


do que o ar e que não dispõe de meios para
manobras.

Os balões são subdivididos em:

- livres
Foto: Eric Presten 528032 Foto: Internet
- cativos

Foto: Internet

b) Dirigíveis: invólucro cheio de gás, mais leve


do que o ar, que dispõe de meios para manobras
(movimentação horizontal e direcional).
Em 08 de agosto de 1709, na Sala das Embaixadas, diante do Rei
D. João V, da Rainha Dona Maria Ana da Áustria e demais Os dirigíveis são dotados de motores e superfícies
membros da Corte, um pequeno globo de papel impulsionado a
calor, subiu suavemente a uns 4 metros de altura. Como estivesse de comandos de voo.
quase chegando ao teto, foi destruído por criados da Casa Real,
que ficaram receosos de um incêndio.

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

Quanto à estrutura, são divididos em: 2) AERÓDINOS

Dirigíveis rígidos: totalmente construído com Aeronaves mais pesadas do que o ar, voam
estruturas rígidas, mantendo assim seu formato baseadas na terceira lei de Newton e com o
com ou sem gás no seu interior. Princípio de Bernoulli.

Alguns exemplos de Aeródinos:

a) Ornitóptero: Imitação do voo das aves.

Foto: Anônima Foto: Internet

Ilustração: Anônima
b) Planadores

Dirigíveis semirrígidos: a forma deste dirigível é


mantida parte pelo invólucro de gás e parte por
uma armação que dá reforço a estrutura.

Foto: Anônima

c) Ultraleves

Foto: Eric Presten 360012

Dirigíveis não rígidos: a forma deste dirigível é


mantida apenas pelo invólucro repleto de gás
Foto: Internet

d) Helicópteros: obtém sustentação através de


um rotor horizontal de grande diâmetro.

Foto: Eric Presten 417009 Foto: Anônima

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

e) Autogiro, Girocóptero ou Convertiplano: CLASSIFICAÇÃO DOS AVIÕES


obtém sustentação através de rotor horizontal. O
movimento para frente é obtido através de motor
à hélice ou jato. É considerado uma mistura de
avião com helicóptero.

Il
ustração: Anônima

Os aviões podem ser divididos em cinco partes:

Fuselagem (A) Empenagem (B)


Foto: Eric Presten 360020
Trem de pouso (C) Asa (D)
Grupo motopropulsor – Motores (E)

1) FUSELAGEM

É a parte do avião destinada a abrigar tripulantes,


passageiros e carga e onde se prende a
empenagem e a asa do avião.

A estrutura da fuselagem pode ser de três tipos:

Foto: Anônimo
a) Armação ou Tubular: constituídas por
armação de madeira ou tubos de aço, em sua
f) Aviões: obtém sustentação através da volta é colocado um revestimento externo (tela,
movimentação da massa de ar em torno da asa (o pano, fibra de carbono e etc.).
deslocamento para frente cria a movimentação
desta massa de ar).

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation


Foto: Internet - Concord

Foto: Internet – Airbus A380 Foto: Anônima – armação de madeira

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

b) Monocoque: composta apenas por anéis 2) EMPENAGEM OU CAUDA


(cavernas) e revestimento externo (placas de
alumínio, titânio, fibra de carbono ou outro Normalmente localizado na parte de trás do
material resistente e leve). avião, possui estabilizadores vertical e horizontal,
leme de direção e leme de profundidade.

Ilustração: Internet

c) Semi-monocoque: composta por anéis


(cavernas), revestimento externo e acrescido por
longarinas.
Foto: Anônima

Este tipo de fuselagem oferece maior resistência e


Leme de Direção
é a mais utilizada na aviação comercial hoje.
Estabilizador Vertical

Leme de Profundidade

Estabilizador Horizontal

Foto: Internet

Foto: Anônima

A empenagem pode ser de vários tipos, os três


mais comuns são:

a) convencional;
b) tipo T;
c) cauda em “V”, ou, “butterfly”

a) Convencional: o estabilizador horizontal


encontra-se abaixo do estabilizador vertical.

Exemplos: B-777, B-737, B-747, A-380...


Ilustração: Internet

Quanto ao número de lugares, os aviões são


classificados em:

Monoplace um lugar.
Biplace dois lugares.
Triplace três lugares.
Quadriplace quatro lugares.
Multiplace cinco ou mais lugares.
Foto: Anônima

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

b) “T”: o estabilizador horizontal encontra-se na As rodas são dispostas da seguinte forma:


parte superior do estabilizador vertical.
a) Convencional: a roda direcional é posicionada
Exemplos: Fokker-100; Boeing 727 ... atrás do trem de pouso principal e pode ser
chamada de bequilha.

Foto: Anônima

Foto: Anônima

b) Triciclo: a roda direcional ou roda do nariz é


c) “Butterfly” ou cauda em “V”: os posicionada à frente do trem de pouso principal.
estabilizadores estão dispostos sob a forma de um
“V”.

Exemplo: Bonanza...

Foto: Anônima

Foto: Anônima
Quando o avião não dispuser de trem de pouso de
3) TREM DE POUSO rodas este será um avião que pousa na água.

É a parte do avião que fornece sustentação e As rodas foram substituídas por flutuadores, estes
dirigibilidade em meio sólido (rodas) ou líquido, aviões são chamados de Hidroaviões.
(flutuadores).
Hidroaviões: flutuadores para uso em água.
Quando o avião pousa em meio sólido, o trem de
pouso será composto por rodas e sempre terão
dois conjuntos: O direcional e o principal.

Roda direcional é o que vira o avião para a


esquerda ou para a direita dando a direção em
meio sólido, independentemente de sua posição.

Trem de pouso principal é o conjunto de rodas


que suporta o maior peso do avião, portanto,
deixa o solo por último na decolagem e aquele Foto: Eric Presten 360022

que toca o solo primeiro no pouso, absorvendo


assim, maior impacto.

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

Em aviões que pousam em superfícies sólidas, o Quanto ao meio de pouso e decolagem, os aviões
recolhimento do trem de pouso pode ser: são classificados em:

a) fixo: permanece na mesma posição durante a) litoplanos ou terrestres: somente utilizam


todo o voo. pistas sólidas;

b) hidroplanos ou aquáticos: somente utilizam


pistas liquidas para pouso e decolagem.

c) anfíbios: utilizam tanto pistas sólidas, como


liquidas para pouso e decolagem. O piloto tem
total liberdade para escolher onde ele quer pousar
Foto: Eric Presten 417015
ou decolar o avião.
b) retrátil: recolhe após a decolagem, e ficam
visíveis durante o voo.

Foto: Eric Presten 417052 Foto: Internet

c) escamoteável: recolhe e fica alojado em


compartimento próprio e fechado, não podendo
ser visualizado durante o voo; sendo assim, não
cria resistência com o ar e economiza mais
combustível. O Aerobote é um “barco voador” e por este
motivo não possui trem de pouso.

Por não haver trem de pouso (nem rodas e nem


flutuadores), o Aerobote tem sua classificação
própria, ou seja, ele não é considerado um avião
(por não ter as cinco partes básicas de um avião).

Aerobotes: a própria fuselagem possui forma de


casco que flutua na água.
Foto: Anônima

Foto: Anônima Foto: Internet – Martin Mars

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

4) ASA Os aviões podem ter planos de asa a saber:

Fornece a sustentação necessária ao voo. A a) monoplano: um plano de asa


estrutura básica é constituída de Nervuras,
Longarinas e Revestimento Externo.

Nervuras: elemento da asa responsável pelo seu


formato (arredondado em cima e reto em baixo).

Longarinas: principal elemento estrutural de uma


asa, estendendo-se do início até a ponta e que
prende as nervuras umas nas outras. Foto: Eric Presten 417078

b) biplano: dois planos de asa

Ilustração: Anônima

Envergadura da asa: é a distância que vai de


uma ponta a outra da asa ou considerado também
a distância máxima transversal do avião.
Foto: Eric Presten 417079

c) triplano: três planos de asa

Foto: Internet – Stratolaunch – 117 metros de envergadura

Foto: Eric Presten 601028

d) multiplano: quatro ou mais planos de asa

Foto: Eric Presten 601088 (adapted by Richard Paul King)

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

A posição da asa no avião também é levada em d) asa parasol: posicionada acima da fuselagem,
consideração e importante em sua construção. presa por algum tipo de suportes, normalmente
estais e/ou montantes.
a) asa baixa: posicionada na parte inferior da
fuselagem.

Foto: Eric Presten 4177004

Quanto à fixação da asa na fuselagem:


Foto: Anônima

a) cantilever: a asa é fixa diretamente à


b) asa média: posicionada na parte média ou fuselagem sem nenhum auxílio ou suporte extra.
central da fuselagem.

Foto: Eric Presten 601013


Foto: Anônima

c) asa alta: posicionada na parte superior da b) semi-cantilever: a asa é fixa à fuselagem com
fuselagem. o auxílio de suportes geralmente estais e/ou
montantes.

Foto: Anônima Foto: Eric Presten 417059

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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

5) GRUPO MOTO-PROPULSOR (MOTOR): combustível, querosene de aviação, e explode. A


explosão é violenta, porém controlada e em alta
É o conjunto que fornece a tração necessária ao velocidade encontrará a turbina. A turbina acelera
voo, proporcionando velocidade ao avião. ainda mais estes gases que vão ao tubo de
exaustão, produzindo assim uma força de
O tipo de motor depende muito da necessidade e propulsão elevada (vento em alta velocidade e
objetivo do avião. Esta necessidade pode ser: pressão).
economia, velocidade, potência e até mesmo se é
ou não silencioso. Os quatro motores existentes
até os dias atuais são:

a) convencional: o mais utilizado em aviões de


pequeno porte e o mais básico; foi adaptado dos
motores de carro com o objetivo de girar uma
hélice que fornece empuxo.
Ilustração: Anônima

A diferença entre o motor de carro e do avião, é


que o do avião o motor foi melhorado para evitar
falhas nas diferentes altitudes e dar mais
segurança. Por ser uma adaptação de motor de
carro, o combustível utilizado é a gasolina de
aviação
Foto: Anônima

c) turbo hélice: é um motor a jato que aciona a


hélice. 90% da força do motor é fornecida pela
hélice e 10% pelos gases de escapamento. A
função da turbina, neste caso, é apenas de girar a
hélice e não de gerar vento forte de saída.

O combustível usado é o querosene de aviação.

Foto: Anônima

Foto: Anônima

Foto: Anônima

b) turbo-jato: neste tipo de motor, a força


propulsora é obtida pelo vento de escapamento do
motor. Para gerar este vento de alta velocidade e
pressão na saída do motor, o ar é admitido na
parte dianteira do motor e depois comprimido ao Ilustração: Anônima

passar pelos compressores. Dali o ar é enviado à


câmara de combustão, onde se mistura com o
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

d) turbofan: é um motor turbojato com uma b) bimotores - dois motores;


maior área de admissão de ar. Parte do ar vai aos
compressores, câmara de combustão, turbina e
escape dos gases e outra parte vai por volta do
motor a jato. Este processo desenvolve mais
potência com as misturas de pressão, velocidade e
temperaturas na saída do motor. Por
consequência, este motor tem muito mais tração
com muito menos consumo de combustível
comparado ao motor turbo-jato. Foto: Anônima

c) trimotores - três motores;

Foto: Anônima

Foto: Internet – MD-11

d) quadrimotores - quatro motores;

Foto: Anônima

A quantidade de motores utilizados nos aviões


podem ser: Foto: Anônima

a) monomotor – apenas um motor; e) multimotores – 5 ou mais motores.

Foto: Anônima Foto: Tony J. Gasparro 245057

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O motor é responsável também por fornecer c) supersônica: voam acima da velocidade do


energia elétrica, pneumática e hidráulica para som (na foto o avião rompe a barreira do som).
vários sistemas da aeronave. O mais importante
continua sendo a de fornecer tração, ou seja,
velocidade ao avião.

A velocidade dos aviões é sempre comparada a


velocidade do som. Esta velocidade é medida
pelo número Mach. O número Mach é uma
comparação à velocidade do avião em relação à
do som.

Quando a velocidade é de Mach 1, considera-se


100% em relação à velocidade do som na altitude Foto: Anônima

voada.

Por exemplo: Se a velocidade do som é de 1000


km/h na altitude voada e o avião está a Mach 1, a
velocidade dele será de 1000 km/h, ou seja, 100%
da velocidade do som. Se estiver a Mach 2 estará
a 200% da velocidade do som assim sendo a 2000
km/h e se estiver a Mach 0.82 estará a 82% da Foto: Anônima

velocidade do som (820 km/h no exemplo


supracitado). A finalidade do uso dos aviões é:

É dito que a velocidade dos aviões podem ser: a) civil

a) subsônica: voam abaixo da velocidade do


som.

Foto: Anônima
Foto: Anônima

b) transônica: voam sob a influência de um


fluxo misto (partes do avião acima da velocidade b) militar
do som e partes abaixo da velocidade do som).

Foto: Anônima

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TEORIA DE VOO Existe uma lei para o escoamento, chamada de lei


da continuidade que diz: “Quanto mais estreito
(Aerodinâmica de baixa velocidade). for o tubo de escoamento maior será a pressão
dinâmica (velocidade) do fluído e menor será a
Para que possamos entender como que o avião pressão estática.
voa, estudamos o comportamento dos fluídos (em
seu estado líquido e gasoso). As pressões, dinâmica e estática são:

O movimento dos fluídos é chamado de Pressão Dinâmica.


escoamento, com dois comportamentos:
Força de movimento, neste caso, criada pela força
a) laminar ou lamelar: quando ocorre de uma de impacto de um fluído. No caso do ar, a pressão
forma regular e ordenada (organizada). dinâmica existe quando sopra o vento e
consequentemente deixa de existir quando este
b) turbulento ou turbilhonado: quando seu para. A velocidade do fluido é considerada como
movimento é irregular ou desorganizado. pressão dinâmica; quando a pressão dinâmica
aumenta a velocidade aumenta e quando a
Na fumaça do cigarro aceso (fluido gasoso), pressão diminui a velocidade diminui também.
conseguimos ver estes dois comportamentos.
Pressão Estática.

É a pressão parada (imóvel) ou aquela que é


exercida em volta de um corpo na atmosfera (a
força mais importante para o voo do avião).

Foi um físico suíço (Bernoulli) que através de seu


Teorema provou que, quando a velocidade de um
fluído acelera, sua pressão dinâmica aumenta e a
Ilustração: Richard Paul King pressão estática diminui. Giovanni Venturi
provou este teorema através da construção de um
Este escoamento se dá através tubos reais ou tubo que veio a se chamar “Tubo de Venturi”.
imaginários.
O tubo de Venturi é um tubo simples, que, em seu
interior, existe um estreitamento. Ao introduzir
um fluído no interior deste tubo, ele encontra este
estreitamento, e então, uma aceleração da
velocidade do fluído no estreitamento acontece e
por consequência uma diminuição de pressão
estática.

Ilustração: Richard Paul King

Vimos nos exemplos acima que a fumaça do


cigarro inicia de forma ordenada para depois se
tornar desordenada, e a mangueira é o tubo real, e
a água que sai da mangueira, é o imaginário, (sai Através deste conhecimento, possibilitou-se a
no mesmo formato da mangueira). construção do aerofólio.

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Aerofólio. Vejamos a construção de uma asa:

Aerofólio é uma superfície aerodinâmica que


produz reações úteis ao voo. Alguns exemplos 1 2
são: asa, leme de direção, profundor, pás da
hélice, estabilizadores e etc.

Superfície Aerodinâmica 3
4
É uma superfície que produz baixa resistência ao
avanço, ou seja, aquela que perfura melhor o Ilustração: Richard Paul King

vento (menos atrito do ar).


A parede superior ainda está presente, porém
Vejamos a construção do aerofólio a partir do deixou de ser um tubo real e passou a ser um tubo
Tubo de Venturi. imaginário, o estreitamento sempre existirá.

Se na parte superior da asa existiu uma


diminuição de pressão estática, foi criada uma
Ilustração: Richard Paul King
diferença de pressão entre a parte de baixo da asa
e a parte de cima. Como a maior força ganha (em
Na figura acima, temos duas lâminas formando cima a pressão é menor do que embaixo), o
um Venturi (diminuição de espaço). Na figura resultado é um empurrão da asa para cima.
abaixo, a lâmina superior foi substituída por uma
chapa plana mantendo ainda assim um Venturi.

Ilustração: Richard Paul King

Se retirada a chapa plana como demonstra a


figura abaixo, ainda temos um Venturi formado
pelas lâminas de ar. Ilustração: Anônima

O Tubo de Venturi formado pelas lâminas de ar A seguir temos um exemplo de Aerofólio no


em cima da asa que sofrem desvio (onde se tem o avião. Neste caso a asa.
estreitamento) e embaixo da asa do qual não
sofrem desvio na parte de baixo da asa (não existe
estreitamento).

Foto: Anônima
Ilustração: Internet

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Já que estamos falando de aerofólio, devemos Eixo Longitudinal


conhecer melhor suas partes:
Linha reta que vai do nariz até a cauda do avião.
a) bordo de ataque: toda a parte dianteira da asa
b) bordo de fuga: toda a parte de trás da asa
c) extradorso: toda a parte superior da asa
d) intradorso: toda a parte inferior da asa
F
oto: Internet

Ângulo de Incidência

Formado entre a corda e o eixo longitudinal


(ângulo fixo)

Foto: Internet – Richard Paul King

Se traçarmos uma linha reta do bordo de ataque


ao bordo de fuga do aerofólio, esta linha terá o
nome de CORDA.

Foto: Richard Paul King

Foto: Internet – Richard Paul King


Vento Relativo
A linha que une o bordo de ataque ao bordo de
Formado pela movimentação de um corpo. Este
fuga do aerofólio, equidistando o extradorso do vento sempre terá mesma velocidade, porém,
intradorso é a LINHA DE CURVATURA
somente o sentido será contrário ao deslocamento
MÉDIA, está linha mantém a asa dividida em
do corpo. Podemos dizer que quando uma
duas metades iguais.
aeronave realiza um voo descendente a 200
Km/h, verificamos o aparecimento do vento
relativo subindo a 200 Km/h.

Ilustração: Richard Paul King

O aerofólio pode ser simétrico, ou seja, a linha de


curvatura média é exatamente igual à corda (por
exemplo, estabilizador vertical e horizontal, leme
Foto: Internet
de direção e profundor); ou, assimétrico no caso a
asa do avião.

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Ângulo de Ataque Estol

Formado pela corda da asa e o vento relativo.


Este ângulo pode aumentar e diminuir
dependendo da atitude do avião (nariz para cima
ou para baixo). Este ângulo não poderá ser muito
elevado, pois produzirá turbilhonamento do
fluído no extradorso da asa e consequentemente
levará o avião ao ESTOL. Ilustração: Anônima

Resistência ao Avanço ou Arrasto

Quando um corpo está em movimento, cria-se


uma força que tenta impedir sua movimentação,
dependendo do formato do corpo, a resistência
será maior ou menor, isto se chama arrasto.

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation

Foto: Internet

Ilustração: Internet

Ilustração: Internet

Resultante Aerodinâmico
Estol: perda súbita de sustentação, geralmente
provocada por baixa velocidade ou ângulo de É a força que resulta quando se une a resistência
ataque exagerado, é o momento do qual, a asa ao avanço à sustentação. Geralmente esta força é
perde completamente a sustentação. para cima e para trás.

Antes do Estol

Ilustração: Internet Ilustração: Anônima

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FORÇAS QUE ATUAM EM UMA Cada uma das forças se aplica em um ponto de
AERONAVE EM VOO apoio:

São quatro forças básicas denominadas


Tração Centro de Tração
T Tração Thrust / Traction
Centro de Arrasto ou Centro de
W Peso Weight Arrasto
Resistência ao Avanço
L Sustentação Lift
D Arrasto Drag Sustentação Centro de Pressão
Força de velocidade, fornecida Peso Centro de Gravidade
Tração
pelos motores;
Força que resiste o avanço,
Arrasto Tipos de Arrasto
fornecida pelo vento relativo
Força que empurra o avião
Sustentação Podemos dividir o arrasto total da aeronave em
para cima, fornecida pela ASA
Força que empurra o avião dois grupos: arrasto induzido e arrasto parasita.
Peso para baixo, fornecida pela
gravidade terrestre. Arrasto Induzido: O arrasto induzido está
diretamente relacionado à produção de
sustentação pela asa da aeronave, ele é um
produto indesejado da sustentação e que não pode
ser anulado. Este tipo de arrasto ocorre
principalmente devido a movimentação dos
filetes de ar no intradorso e extradorso de uma asa
que produz sustentação.

Arrasto Parasita: O arrasto parasita possui essa


denominação pois não produz nenhuma força útil
ao voo, ele é o resultado da resistência imposta
pelas moléculas de ar a qualquer parte da
Foto: Internet
aeronave exposta ao ar quando a mesma se
encontra em movimento.
Para um voo reto e horizontal (voo cruzeiro), as
forças deverão estar em equilíbrio entre si.
Centro de Pressão
A tração deverá ser igual ao arrasto para uma
O CP ou Centro de Pressão do avião está
velocidade constante.
localizado em um ponto da asa, dependendo do
seu balanceamento. Este ponto é onde concentra a
A sustentação igual ao peso para que continue
força máxima de sustentação (seu equilíbrio).
voando com altitude constante.

Quando o avião entra em curva, aparecem mais


duas forças:

Centrípeta (tendência de manter o avião para


dentro da curva)

Centrífuga (tendência de puxar o avião para fora


da curva)
Ilustração: Internet

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SUPERFÍCIES DE COMANDO PRIMÁRIAS EIXO LONGITUDINAL OU HORIZONTAL

São superfícies responsáveis pelos movimentos O movimento em torno deste eixo chama-se
da aeronave em torno dos seus três eixos ROLAGEM, ROLAMENTO, BANCAGEM
imaginários, que cruzam no centro de gravidade, ou INCLINAÇÃO LATERAL. É feito para
e se definem como: direita ou para esquerda e para isso usa-se o
AILERON como superfície de comando
primária.

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation

Ilustração: Anônima

a) eixo longitudinal ou horizontal: linha reta


imaginária que une o nariz à cauda do avião.

Foto: Tony J. Gasparro 245007

AILERON

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation Faz com que o avião incline para a esquerda ou
direita (uma asa desce e a outra sobe).

b) eixo vertical: linha reta imaginária que corta a


aeronave verticalmente.

Foto: Richard Paul King

É uma superfície de comando primária localizado


próximo das pontas da asa. Comandado pelo
volante do manche, girando o manche para
direita, o avião inclinará para a direita, e, girando
Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation
o volante do manche para a esquerda o avião
inclinará para a esquerda.
c) eixo lateral ou transversal: linha reta
imaginária que cruza de um lado da asa a outro.

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation

Vamos as superfícies de comando, localização e Foto: Richard Paul King

movimentos referentes aos eixos longitudinal,


vertical e transversal: Quando o aileron da asa direita sobe, a asa direita
desce e vice-versa.

E - 18 -
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EIXO VERTICAL EIXO LATERAL OU TRANSVERSAL

O movimento em torno deste eixo chama-se


GUINADA e é feito através do LEME DE
DIREÇÃO como superfície de comando
primário. Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation

Ilustração: The International Encyclopedia of Aviation

F
oto: Anônima

O movimento em torno deste eixo chama-se


ARFAGEM, TANGAGEM OU
CAMBAGEM. Quando feito para cima chama-
se CABRAR e quando feito para baixo, PICAR,
a superfície de comando primária responsável por
este movimento é o PROFUNDOR OU LEME
Foto: Anônima
DE PROFUNDIDADE.

LEME DE DIREÇÃO PROFUNDOR (LEME DE PROFUNDIDADE)

Faz com que o nariz do avião vire para a esquerda Faz com que o avião suba ou desça.
ou direita (guinada).

Foto: Anônima

Foto: Anônima

Superfície de comando primário localizado atrás


Superfície de comando primário localizado atrás do estabilizador horizontal na empenagem.
do estabilizador vertical na empenagem. Comandado pela coluna do manche, ao
Comandado pelos pedais, ao pressionar o pedal movimentar a coluna para frente o avião efetua o
direito, o avião guina para a direita e movimento de PICAR e quando comandar a
pressionando o pedal esquerdo, guina para a coluna do manche para traz o avião inicia o
esquerda. movimento de CABRAR.

E - 19 -
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SUPERFÍCIES DE COMANDO DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES


SECUNDÁRIAS (COMPENSADORES)
Decolagem, pouso e voo, são fases distintas que
Localizados sempre no interior do comando requerem comandos e desempenhos diferentes.
primário, as superfícies de comando secundárias, No voo em rota, precisa-se de velocidade e baixo
tem a finalidade de aliviar as pressões dos consumo de combustível que se resume em
comandos primários e reduzem tendências diminuir ao máximo o arrasto.
indesejáveis que podem aparecer durante o voo,
provocadas normalmente por ventos. Na decolagem, precisa-se de bastante sustentação
com a menor velocidade possível usando menos
pista. No pouso, a necessidade é diminuir a
velocidade, sem perda de sustentação.

Para se diminuir a velocidade, o piloto reduz a


potência do motor, resultando com isso, uma
desaceleração e consequentemente uma perda de
altitude. Para que este fato não ocorra, existem
dispositivos hipersustentadores.

São eles:
Foto: Anônima

a) Flap: dispositivo instalado geralmente no


bordo de fuga da asa, próximo à fuselagem e
estendendo até o aileron.

Quando atuado, faz com que a asa passe a ter uma


área bem maior. O ângulo de ataque, bem como a
área da asa, fará com que o avião ganhe mais
sustentação em baixas velocidades.

a) compensador do aileron;
b) compensador do profundor;
c) compensador do leme de direção.

Nota: o compensador terá sempre movimento


contrário da superfície primária de onde ele se Foto: Anônima

encontra (se o comando primário sobe o


compensador desce e assim por diante).

Foto: Anônima

E - 20 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

Existem três tipos de flaps: Exemplo de asa com flap recolhido:

Simples – ele simplesmente desce

F
oto: Richard Paul King

Exemplo da mesma asa com flap estendido:

Foto: Richard Paul King

Ventral – ele vai para traz e desce

Foto: Richard Paul King

b) slats: instalados no bordo de ataque da asa.


Foto: Richard Paul King
Sua função é a mesma do flap: aumentar a área da
asa, possibilitando manobras com menores
Fowler ou “Slotado” (fendas) – vai para traz, velocidades.
desce e divide-se em duas ou mais partes
deixando fendas (“slots”) entre as partes.

Foto: Richard Paul King Foto: Anônima

E - 21 -
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FREIOS UTILIZAÇÃO DOS MOTORES PARA


FRENAGEM - (REVERSO DE MOTOR)
Existem maneiras de se diminuir a velocidade do
avião em voo e no solo. Em voo, é necessário que A mudança de direção e sentido dos gases de
se tenha algo que crie resistência ao avanço escapamento nos fornecerá uma tração contrária,
(arrasto). diminuindo a velocidade da aeronave. A essa
mudança de direção e sentido do fluxo dos gases,
Para se reduzir a velocidade de um avião em voo, damos o nome de REVERSÃO (reverso dos
primeiramente, se retira a força de tração motores). Após o avião tocar no solo o piloto
(fornecido pelos motores). Para diminuirmos aciona o reversível e conchas defletoras são
ainda mais a velocidade, é necessário utilizar abertas direcionando o fluxo de ar para frente
artifícios que aumentem a resistência ao avanço. diminuindo a velocidade do avião.

Assim, foram criados “Spoilers” ou “Speed Sem Reverso atuado


Brakes” que são freios aerodinâmicos.

Spoilers ou “Speed Brakes”.

São painéis retangulares localizados no


extradorso da asa, que quando atuados funcionam
como freios. Estes painéis levantam, ficando
expostos ao vento relativo, criando forte arrasto.
A seguir o Spoiler atuado e não atuado.

Com Reverso atuado

Foto: Richard Paul King

A complexidade de uma asa:

Foto: Richard Paul King

Sem reverso atuado Com reverso atuado

Fotos: Richard Paul King

E - 22 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

ESTABILIDADE Este ângulo fornece estabilidade lateral para o


avião em torno do eixo Longitudinal
É a habilidade própria de um corpo que, após ter
seu equilíbrio perturbado, desenvolve forças para Diedro Positivo
trazê-lo de volta à sua posição original.

Equilíbrio. – Basicamente existem dois tipos:

a) estável
b) instável

Ilustração: Anônima

Ilustração: Richard Paul King

Um avião afastado de seu equilíbrio pode


comportar-se de três formas diferentes:
Foto: Anônima

1 - O avião tende a voltar a sua posição inicial;


(Estável). Diedro Negativo

2 - O avião tende a afastar-se de seu equilíbrio;


(Instável).

Para ter segurança em todas as situações de voo,


o avião deverá estar sempre com seu equilíbrio
ESTÁVEL. Ilustração: Anônima

PESO E BALANCEAMENTO

O centro de gravidade (CG) de um avião não é


um ponto fixo, uma vez que durante o voo há
mudanças na posição das cargas e consumo de
combustível. Este deslocamento do CG,
geralmente se dá ao longo do eixo longitudinal do
avião. Balanceamento: é a distribuição correta de
Foto: Anônima
passageiros, carga e combustível no interior do
avião,

ÂNGULO DIEDRO

É o ângulo formado entre o plano da asa e o eixo


lateral (transversal) do avião. Pode ser positivo
(para cima) ou negativo (para baixo). Ao se olhar
para o avião de frente notará a asa se inclinando
para cima ou para baixo.
Foto: Anônima

E - 23 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

ENFLECHAMENTO Enflechamento Negativo

É o ângulo formado entre o eixo lateral do avião e


a linha do bordo de ataque da asa. Pode ser
positivo (para traz) ou negativo (para frente). O
enflechamento também melhora o desempenho de
aeronaves em alta velocidade (enflechamento
positivo). Ao se olhar para o avião de cima ou de
baixo, notará a asa se inclinando para trás (em
direção da empenagem) ou para frente (em
direção do nariz).

Enflechamento Positivo

Foto: Anônima

Ilustração: Richard Paul King

Fonte: Internet

Foto: Anônima

E - 24 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

INSTRUMENTOS DE BORDO Acima de uma determinada velocidade, a


medição é dada por um Machímetro
A cabine de comando de um avião consiste de (porcentagem da velocidade do avião em relação
uma grande quantidade de equipamentos ao da velocidade do som).
eletrônicos, sistemas e comandos de voo.

Encontramos também, vários instrumentos.

Foto: Anônima Foto: Anônima

Dentre os instrumentos localizados numa cabine ALTÍMETRO


de comando, os mais importantes são cinco:
Indica a distância vertical da aeronave em relação
ao nível do mar.

Foto: Richard Paul King

VELOCÍMETRO

Indica a velocidade do avião em relação ao Ilustração: Anônima

deslocamento da massa de ar em torno do mesmo.


Pode ser medido em “Knots”, Mph, Km/h.

Foto: Anônima

Foto: Anônima

E - 25 -
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BLOCO IV – CONHECIMENTOS BÁSICOS SOBRE AERONAVES - AER

BÚSSOLA MAGNÉTICA Se o ponteiro marcar 10 para baixo indica que o


avião está descendo 1000 pés a cada minuto e se
Instrumento básico de navegação que indica a marcar 15 para cima o avião, a cada minuto que
direção seguida pela aeronave em relação ao passa, sobe 1500 pés.
norte magnético da terra.

Foto: Anônima

TUBO DE PITOT
Foto: Anônima

Sistema que capta valores de pressão total.


HORIZONTE ARTIFICIAL
Através do orifício frontal do Tubo de Pitot,
capta-se pressão dinâmica. A pressão estática é
Indica atitude da aeronave em relação ao
captada por orifícios laterais do Tubo de Pitot.
horizonte e inclinação lateral da mesma. Avião
Estas medidas são enviadas aos instrumentos da
subindo, descendo, fazendo curva etc.
Cabine de Comando.

Foto: Anônima

Na ilustração abaixo teremos uma ideia de como


o Tubo de Pitot envia os sinais para a leitura do
instrumento. No caso, será usado o variômetro
como exemplo:

Foto: Anônima

VARIÔMETRO, “CLIMB”, VELOCÍMETRO


VERTICAL

Indica a velocidade de subida ou descida da


aeronave, medida geralmente em pés por minuto.

Se o ponteiro indica 10 para cima, o piloto saberá


que o avião estará subindo 1000 pés a cada
minuto e assim por diante. Ilustração: Anônima

E - 26 -
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

NAVEGAÇÃO Surgem processos sofisticados que visam a


perfeição e, minimizam cada vez mais o esforço
INTRODUÇÃO físico e mental do navegador.
Desde os primórdios da civilização, o homem
procurava solucionar problemas de NAVEGAÇÃO AÉREA
deslocamento entre dois pontos e para obter
sucesso utilizava referências tais como rios, A palavra NAVEGAÇÃO é de origem latina,
córregos, árvores, cavernas e outras que lhe ‘navis’ que significa embarcação e ‘agere’ que
permitiam arriscar gradativamente explorações significa locomover-se.
da região que circundava. Assim nascia o
primeiro navegador da humanidade. Poderíamos definir navegação aérea como
sendo a ciência que possibilita a um navegador
conduzir uma aeronave de um ponto a outro na
superfície da Terra.

Verificamos que, pela definição, navegar


implica em determinar constantemente dois
elementos, que são:

LOCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO

MÉTODOS DE NAVEGAÇÃO
Para determinar Localização e Orientação em
uma aeronave, o navegador poderá usar diversos
métodos:
Posteriormente observou que os astros da
abóboda celeste (principalmente o Sol)  Navegação visual, por contato ou
poderiam ser úteis na determinação da direção a praticagem;
seguir e até na estimativa de posição geográfica  Navegação estimada;
ocupada, originando o processo de navegação
 Navegação celestial ou astronômica;
conhecida como celestial.
 Navegação rádio ou radiogoniométrica;
 Navegação eletrônica;
 Navegação por satélite.

NAVEGAÇÃO VISUAL, POR CONTATO


OU PRATICAGEM: forma de conduzir uma
aeronave sobre a superfície da terra, pela
observação de pontos significativos.
PONTO SIGNIFICATIVO, é toda referência
existente na superfície terrestre, tais como
rodovias, ferrovias, rios, pontes, montanhas,
cidades e etc...
O homem continuou evoluindo e graças a sua
inteligência, iniciou a construção de máquinas
para se deslocar, inventou instrumentos, estudou
a Terra e a atmosfera, etc.

F-1-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

NAVEGAÇÃO ELETRÔNICA: forma de


determinar o local onde se encontra a aeronave,
através de equipamentos eletrônicos.
NAVEGAÇÃO ESTIMADA: forma de
conduzir uma aeronave sobre a superfície da
terra e determinar a qualquer momento a partir
da última posição conhecida, o local onde se
encontra por meio de cálculos. Neste método, o
navegador fará uso de três instrumentos de
bordo: bússola, velocímetro e relógio.

NAVEGAÇÃO POR SATÉLITE: Atualmente


é o método mais utilizado na aviação para a
navegação aérea. Baseia-se na recepção de
sinais de 27 satélites colocados em órbita e que
fornecem constantemente a varredura de todo o
NAVEGAÇÃO CELESTIAL OU planeta Terra.
ASTRONÔMICA: forma de determinar o local É conhecido como GPS – Sistema de
onde se encontra a aeronave, por meios de Posicionamento Global (Global Position
observações de um ou mais astros celestes. Por System).
exemplo: as estrelas, a lua e principalmente o É o metodo de navegação mais sofisticado e
SOL. sem dúvida o método de navegação do futuro.

NAVEGAÇÃO RÁDIO OU
RADIOGONIOMÉTRICA: forma de
determinar o local onde se encontra a aeronave,
por meio de ondas eletromagnéticas através de
estações terrestres próprias para esse fim.

F-2-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

FORMA E DIMENSÕES DA TERRA


A terra é levemente achatada nos pólos (ou seja,
tem formato ELIPSÓIDE).

Sendo assim, o diâmetro Equatorial tem uma


medida maior do que o diâmetro Polar.
CÍRCULO MÁXIMO E CÍRCULO
MENOR

Essa diferença devido ao achatamento dos pólos


é de 43 KM (Quilômetros) ou 23 NM (Milhas
Náuticas), ou seja, o diâmetro Equatorial é
maior do que o diâmetro Polar em 43 KM ou 23
NM.
CÍRCULO MÁXIMO: é aquele cujo plano
Para efeito de Navegação Aérea a Terra é
imaginário passa pelo centro da Terra e a divide
considerada uma esfera perfeita.
em duas partes iguais.

CÍRCULO MENOR: é aquele cujo plano


imaginário não passa pelo centro da Terra e a
divide em duas partes desiguais.

EQUADOR, MERIDIANOS E
PARALELOS
EQUADOR: é um Círculo Máximo que divide a
Terra em duas partes iguais, chamadas
Pólos são extremidades de um eixo imaginário, Hemisférios Norte e Sul, cujo plano é
em torno do qual a terra gira (movimento de perpendicular ao eixo imaginário.
Rotação).
A extremidade superior é chamada PÓLO
NORTE, e a inferior PÓLO SUL.

F-3-
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

MERIDIANOS: são semi-círculos máximos


limitados pelos pólos. Os meridianos são MERIDIANO 180º: é o meridiano oposto ao
perpendiculares ao Equador. Meridiano de Greenwich (principal), também
chamado de LID (Linha Internacional de
Mudança de Data) ou Datum Line, oposto ao
Meridiano de Greenwich em 180º.

PARALELOS: são círculos paralelos ao


Equador, cujos planos também são
perpendiculares ao eixo imaginário da Terra.
Todos os paralelos são círculos menores.

Obs: O Meridiano de Greenwich (000º) mais o


Meridiano 180º formam um círculo máximo ao
redor da Terra que divide a Terra em dois
Hemisférios, denominados Este ou Leste
(Oriental) e Oeste (Ocidental).

MERIDIANO DE GREENWICH: é o
meridiano que passa pelo local do observatório
Real de Greenwich, na Inglaterra. Por
convenção, foi escolhido para ser o Meridiano
de Origem, Principal ou Meridiano Zero, cujo
valor em graus é de 000º.

ANTIMERIDIANO: é um meridiano
diretamente oposto ao meridiano
considerado pelo observador.
Assim, o anti-meridiano de GREENWICH
(000º) é o MERIDIANO 180º, também
chamado de LID (LINHA INTERNACIONAL
DE MUDANÇA DE DATA).

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Obs: Lado Oeste por ser oposto ao meridiano


do observador.

Além da designação do hemisfério (Leste ou


Oeste), os meridianos também são identificados
por números em graus. LATITUDE, CO-LATITUDE e
LONGITUDE

LATITUDE: é a distância angular lida num


arco de meridiano, contado a partir do Equador
até o Paralelo considerado. As latitudes são
expressas em GRAUS, MINUTOS e
SEGUNDOS,sendo de 00º
até 90º N (Norte) ou S (Sul).

Qualquer meridiano poderá ser considerado


como sendo do observador. Quando os
meridianos estiverem 180º separados entre si,
um será o antimeridiano do outro. Observa-se
assim, que, se o meridiano do observador é do
EXEMPLOS: 32º 20’ 30” N / 23º 30’ 15” S
lado W (Oeste), o antimeridiano terá de ser do
lado E (Este), e vice versa. Exemplo: O
CO-LATITUDE: Complemento de latitude;
antimeridiano do Meridiano 090º E será o
valor que somado ao valor da latitude completa
Meridiano 090º W, o Antimeridiano do
90º. Medida em um arco de Meridiano, do
Meridiano 30º E sera 150º W, etc.
paralelo considerado ao Pólo correspondente.
CALCULANDO O ANTI-MERIDIANO
EXEMPLO: Determine a Co-Latitude da
latitude 30º N
Ex.: Calcule o antimeridiano do meridiano 120º
E RESPOSTA: Como o antimeridiano está com
Resposta: Co-Latitude é quanto falta para
uma diferença de 180º, teremos:
chegar em 90º, então:
180º - 120º E = 060º W
90º - 30º N = 60º N

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EXEMPLOS:

PONTO A: 40º N – 080º W


LONGITUDE: é a distância angular lida num PONTO B: 20º S – 040º W
arco de equador ou arco de paralelo, contado PONTO C: 60º N – 040º E
a partir do Meridiano de Greenwich até o
meridiano considerado. As longitudes são EXPRESSANDO COORDENADAS
expressas em GRAUS, MINUTOS e GEOGRÁFICAS
SEGUNDOS, sendo de 000º
até 180º E (Este) ou W (Oeste). Existem maneiras corretas de se expressar uma
coordenada geográfica (Latitude + Longitude):

 A Latitude sempre é informada antes da


Longitude.

EXEMPLO 1

50º 20’ S – 170º 15’ W certo


120º 50’ E – 50º 59’ N errado (Longitude antes
da Latitude)

EXEMPLOS:080º 20’ 50” W/175º 15’ 08” E  Os valores de Latitude e Longitude


podem variar de 00º a 90º N ou S e 000º
a 180º E ou W respectivamente.

EXEMPLO 2

80º 20’ S – 175º 30’ W certo


85º 25’ N – 185º 30’ W errado (Não existe essa
Longitude)
080º 20’ S – 175º 22’ W errado (Não existe
essa Latitude)

 Os minutos (’) e segundos (”) chegam no


máximo até 59.

O cruzamento de uma LATITUDE e uma EXEMPLO 3:


LONGITUDE constitui um ponto na superfície
terrestre chamado de Coordenada Geográfica. 70º 59’ S – 150º 40’ W certo
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70º 65’ S – 150º 40’ W errado (Os minutos e

segundos vão no máximo até 59)

 A Latitude 00º e as Longitudes 000º e


180º exclusivamente não serão
representadas com letras, pois
respresentam Linha do Equador,
Meridiano de Greenwich e Meridiano
180º, as quais limitam os hemisférios.

EXEMPLO 4:

00º N – 000º W errado


00º – 000º certo
HEMISFÉRIOS VISTOS DE UMA CARTA
AERONÁUTICA

Na carta aeronáutica aparecerão os paralelos e


DIFERENÇA ENTRE MAPA E CARTA meridianos numerados mas não acompanhados
da letra designativa do hemisfério.
MAPA: é a representação numa superfície da
terra ou parte dela, sem grandes detalhes de
A primeira preocupação seria então verificar
projeção. Os mapas são mais utilizados para fins
quais são os hemisférios ali representados. Para
escolares, para consultas e para ensino em geral.
isto uma observação é importante: ‘’toda parte
superior de uma carta está voltada para o Pólo
Norte Geográfico ou Verdadeiro’’.

Assim sendo, ficará fácil determinar os


hemisférios, observando-se o sentido de
crescimento das latitudes e longitudes.

CARTA: é a representação numa superfície


plana, da superfície da terra ou parte dela,
mostrando, no máximo de
detalhes as elevações, cidades, vilas, rodovias,
ferrovias, lagos, rios, rádio- faróis, aeroportos, Podemos observar que as Latitudes são
aéreas perigosas e tudo mais que possa ser útil a crescentes de baixo para cima e as Longitudes
navegação. crescentes da direita para a esquerda, ou seja,
As cartas são especialmente destinadas para esta carta representa os hemisférios Norte e
fins de navegação. Oeste.

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PONTOS COLATERAIS:

NORDESTE (NE) = 045º


SUDESTE (SE) = 135º
SUDOESTE (SW) = 225º
NOROESTE (NW) = 315º

PONTOS SUB — COLATERAIS:

NORTENORDESTE (NNE) = 022,5º


ORIENTAÇÃO SOBRE A TERRA
LESTENORDESTE (ENE) = 067,5º
Orientação é a maneira pela qual um
LESTESUDESTE (ESE) = 112,5º
observador determina o sentido de posição de
SULSUDESTE (SSE) = 157,5º
um lugar.
SULSUDOESTE (SSW) = 202,5º
Para abandonar um ponto qualquer na superfície
OESTESUDOESTE (WSW) = 247,5º
terrestre, uma acft, poderia tomar infinitas
OESTENOROESTE (WNW) = 292,5º
direções. Daí a necessidade de uniformizar tais
NORTENOROESTE (NNW) = 337,5º
direções.
É necessário, entretanto, que tenha
conhecimento dos pontos cardeais, colaterais e
sub- colaterais.

ROSA DOS VENTOS: é um círculo


subdividido em graus, de 000º a 360º , a partir
do norte, no sentido dos ponteiros do relógio
(sentido horário), onde aparecem marcados os
pontos cardeais, colaterais e sub- colaterais.

Uma aplicação prática da Rosa dos Ventos seria


por exemplo um voo entre São Paulo e a ilha de
Madagascar, no continente Africano, teríamos
como Rumo a direção Leste (E) ou 090º
conforme a figura acima:

PONTOS CARDEAIS:

NORTE (N) = 000º ou 360º


LESTE OU ESTE (E) = 090º
SUL (S) = 180º
Em relação a aeronave teríamos na proa a
OESTE (W) = 270º
direção Leste, a esquerda o Norte, a direita o Sul
e na cauda Oeste.
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ROTA, RUMO E PROA

ROTA: é a trajetória prevista ou percorrida por


uma aeronave, sobre a superfície da terra.

Teoricamente a Proa a ser voada é igual ao


Rumo. Porém o piloto necessita corrigir o vento
e por vezes ou quase sempre, deverá manter
uma proa diferente do rumo, para que a
aeronave se mantenha na rota.

Essa condição em que o vento tenta ‘tirar’ a


RUMO: é a direção da Rota. Pode ser definido
aeronave da Rota chama-se DERIVA.
como o ângulo formado entre o meridiano e a
linha de Rota.

Obs: não confundir Rota com Rumo. A Rota Para o piloto se manter na Rota deverá aplicar
pode ser definida como o caminho(linha) que a uma CORREÇÃO DE DERIVA.
aeronave irá percorrer. O Rumo como a
direção (sentido) do caminho. DERIVA (DR): Ângulo formado da proa ao
rumo voado.
PROA: é o ângulo formado entre um meridiano
qualquer e o eixo longitudinal da aeronave. É a CORREÇÃO DE DERIVA (CD): Ângulo
direção no qual está apontando o ‘nariz’ da formado do rumo voado até a proa.
aeronave.
OBS: um avião que voa numa rota e tem vento
proveniente da direita terá que aplicar uma
OBS: relacionar correção para a direita (proa maior que o
Proa= Eixo Longitudinal. rumo). Se tiver um vento proveniente de
esquerda terá que aplicar uma correção para a
esquerda (proa menor que o rumo).

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O pólo norte magnético está localizado


MAGNETISMO TERRESTRE aproximadamente na latitude 73º N e longitude

É a propriedade natural de atração que a Terra 100º W sobre a Ilha Prince of Wales. O pólo sul
possui independentemente de muitas forças de magnético está localizado na latitude 68º S e
atração natural. Existem na Terra dois pontos de longitude 144º E sobre os continentes.
maior acúmulo de atração : um no Hemisfério
Sul e um no Hemisfério Norte. Elas são consideradas como emanando do Pólo
magnético Sul, e terminando no Pólo magnético
São chamados pólos magnéticos da Terra e não Norte. Essas linhas de força são indicadas pela
coincidem com os pólos verdadeiros (pólos direção que uma barra magnética assumiria
geográficos). quando estivesse livre para girar sobre o campo
magnético terrestre.

Uma aeronave poderá usar como referência


para navegação o Pólo Norte Geográfico
(Verdadeiro) ou o Pólo Norte magnético, dessa
forma teremos: Rumo Verdadeiro, Rumo
Magnético, Proa Verdadeira e Proa
Magnética.

RUMO VERDADEIRO: é o ângulo formado


entre um meridiano verdadeiro (Norte
Verdadeiro) e o Rumo.

Os pólos magnéticos exercem uma atração


magnética entre si, formando um campo de RUMO MAGNÉTICO: é o ângulo formado
força ao redor do planeta Terra, chamado de entre um meridiano magnético (Norte
CAMPO MAGNÉTICO. Magnético) e o Rumo.
O campo magnético dá origem aos meridianos
magnéticos (linhas irregulares) em uma carta
aeronáutica.

PROA VERDADEIRA: é o ângulo formado


entre um meridiano verdadeiro (Norte
Verdadeiro) e o eixo longitudinal da aeronave.
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PROA MAGNÉTICA: é o ângulo formado


entre um meridiano magnético (Norte
Magnético) e o eixo longitudinal da aeronave.

LINHA ISOGÔNICA: é aquela que, em toda a


sua extensão, tem o mesmo valor de declinação
magnética, havendo ângulo entre o pólo
Verdadeiro e o pólo Magnético, conforme a
figura acima.

INCLINAÇÃO MAGNÉTICA.
DECLINAÇÃO MAGNÉTICA (DMG) Nas cartas aeronáuticas que abrangem as
Sabendo-se que os pólos geográficos e regiões polares, aparecem linhas traçadas que
magnéticos não coincidem, a separação entre unem pontos que tem mesma inclinação
eles formam ângulo entre si denominado magnética, essas linhas chamam-se linhas
declinação magnética. Portanto declinação isoclínicas.
magnética é o ângulo entre o norte verdadeiro
e o norte magnético. BÚSSOLA MAGNÉTICA
A bússola é um instrumento que se destina a
A declinação magnética é representada em uma indicar DIREÇÃO. Toda a bússola está
carta por linhas tracejadas chamadas linha orientada para o pólo norte magnético. Bússola
agônica e linha isogônica. magnética é uma barra de aço imantada
suportada livremente por um eixo no centro, que
LINHA AGÔNICA: é aquela cuja declinação permanece atraída pelo norte magnético. É o
magnética é zero ou nula, não havendo ângulo tipo de bússola mais usado em aviões de
entre o pólo Verdadeiro e o pólo Magnético. instrução. A direção é lida na LINHA DE FÉ.
OBS: Em algumas regiões do planeta não existe No conjunto,
DMG pois não existe um ângulo de diferença há ainda umas barras magnéticas, providas de
entre o Norte Verdadeiro e o Norte Magnético, parafusos compensadores, que servem para
conforme a figura: compensar os efeitos causados por influências
magnéticas de objetos próximos á bússola.

UNIDADES DE MEDIDA

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QUILÔMETRO (KM) 60 risquinhos na carta


MILHA NÁUTICA (NM)
MILHA TERRESTRE (ST)
PÉ (FT)
NÓ (KT)

DISTÂNCIA: é a medida do espaço


compreendido entre pontos considerados.
Em navegação aérea, é sempre medido em linha
reta entre pontos.

Ex: A distância entre Porto Belo e o aeroporto


Hercilio Luz em SC é de 30NM (Milhas
Náuticas).

Assim sendo temos a relação básica de que


60NM equivalem a 60’, ou seja,

1NM = 1 ’(minuto) = 1 risquinho na carta

MILHA TERRESTRE (MT) OU STATUTE


MILE (ST): é uma unidade de medida de
distância equivalente a 1609 metros ou
1,609km, adotada nos ESTADOS UNIDOS e
na INGLATERRA.
Para a medida de distância em aviação,
utilizam-se várias unidades dentre as quais se
destacam o quilômetro, a milha náutica ou
milha marítima, a milha terrestre e também o
pé, usado para medir altitudes.

QUILÔMETRO (KM): é a unidade de


comprimento equivalente a 1000 metros. É
usada na avaliação de distâncias geográficas.

MILHA NÁUTICA (NM) OU MILHA


MARÍTIMA (MIMA): é uma medida de
distância equivalente a 1852 metros ou 1,852
km, internacionalmente conhecida e adotada
exclusivamente para fins de navegação. PÉ (FT): Para altitude, a unidade utilizada é o
1º de Latitude equivale a 60NM Pé (Feet), equivalente a cerca de
1º de Latitude equivale a 60 minutos (60’) 30, 48 centímetros. Para efeito de Cálculo
utilizamos a seguinte relação:
1 metro = 3,28 ft

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ESTUDO DO TEMPO – FUSOS


HORÁRIOS

Toda vez que nos referimos a tempo,


imediatamente nos vem o ato de olhar no
relógio, pois é um instrumento destinado a
medir tempo.
O navegador necessitará contantemente deste
instrumento, portanto deverá conhecer suas
particularidades.
100 metros = 328 ft Para se compreender bem o estudo do tempo e
1.000 metros = 3280 ft os fusos horários, devem-se levar em
10.000 metros = 32280 ft consideração os movimentos da terra: rotação e
translação.
NÓ OU KNOT (KT): Para velocidade em
aviação utiliza-se o Nó (kt) que equivale a ROTAÇÃO: é o movimento que a Terra executa
1NM/ h. Ou seja, se um avião voa a 400 kt, em torno do eixo imaginário. O sentido de
percorre 400 NM em 1 hora. rotação da Terra é de
Oeste para Leste.
1 Kt = 1,852 Km/h = 1852 m/h

Resumo:
TRANSLAÇÃO: é o movimento que a Terra
executa em torno do Sol e dá origem as estações
Uma circunferência tem 360º
do ano.
Cada grau (º) tem 60 minutos (‘)
Cada minuto tem 60 segundos (‘’)
OBS: Não será usado para Estudo do Tempo.
Um minuto (‘) corresponde a 1 NM

1 NM = 1,852 Km ou 1852 m
1 ST = 1,609 Km ou 1609 m
1 Ft = 30,48 cm/ 1 m = 3,28 ft
1 Kt = 1,852 km/h

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Para efeito de Estudo do Tempo vamos


considerar apenas o movimento de Rotação da
Terra de Oeste para Leste.
Esse movimento causa para um observador na
Terra, um movimento aparente do Sol de
Leste para Oeste.

Assim temos que:


Para fazer um estudo mais adequado de fusos
horários, deve-se imaginar a terra parada e o sol
fazendo o movimento em volta dela
(movimento aparente). Dessa maneira, o sol
passa a assumir um movimento constante por
isso é chamado de sol aparente, sol fictício ou
sol médio.
DIA SIDERAL: O dia sideral tem a duração
aproximada de 23 horas, 56 minutos e 4
ORIENTAÇÃO PELO SOL
segundos de um dia solar médio.
DIA SOLAR: É medido com referência ao sol
Podemos utilizar o sol como referência para nos
médio de 24 horas.
orientar. Sabemos que o sol nasce no leste e se
OBS: O ano bissexto foi criado para compensar
põe no oeste, assim, se a pessoa estender o
a diferença entre o dia sideral e o dia solar.
braço direito para o lado onde nasce o sol, a sua
Tempo é a medida de um período definido.
frente estará o N, a direita E, as costas S e a
esquerda o W.
Graças ao movimento de rotação da Terra, o
planeta fica desigualmente iluminado pelo Sol.
Assim fica fácil verificar que temos de um lado
da Terra dia e no outro noite. Concluímos
portanto que a medida do tempo difere em cada
ponto da superfície terrestre.

Seria um grande inconveniente, se em cada


lugar da Terra houvesse uma hora diferente.
A Terra leva 24 horas para executar o Numa viagem dentro de um País como o Brasil,
movimento completo de Rotação (360º). teríamos que alterar o relógio constantemente,
Assim teremos a seguinte relação: caso se deslocasse no sentido Leste-Oeste e
vice-versa.
Para evitar a confusão de horários, a Terra foi

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dividida em 24 fusos horários ou zonas de Também conhecida como hora Z (ZULU), hora
hora, cada uma com 15º de longitude, diferindo UTC, ou simplesmente hora no meridiano de
uma da outra em 1 hora. Greenwich.
Todos os lugares situados no mesmo fuso terão
o mesmo horário.

EX: No exemplo anterior, a hora UTC, ou hora


Z equivale a 17h.
EX: Em São Paulo são 14h, que horas são
Por convenção internacional, denominamos os
em Veneza (Itália)?
fusos horários com letras do alfabeto, sendo que
o Meridiano de Greenwich é representado pela
letra Z.

OBS: A letra J não existe nessa tabela porque


existem dois idiomas no mundo que não usam
essa letra.
Resposta: 18h
Além das letras, os fusos horários podem ser
Para cada fuso horário temos a diferença de uma
designados por números:
hora sendo que para a direita do mapa é
sempre mais tarde.

TEMPO UNIVERSAL COORDENADO –


UTC (UNIVERSAL TIME
COORDINATED)

É a hora computada no Meridiano de Greenwich


e válida para qualquer ponto na superfície
terrestre, internacionalmente usada na aviação.

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Em 1913, o Brasil adotou o sistema de fusos


horários. Em virtude de sua grande extensão
territorial, o território brasileiro compreenderá 4
fusos horários.

Resposta: 05:00h

HORA LEGAL (HLE) — É a hora


determinada pelas leis de um país.
A hora legal estende uma faixa de 15º de
longitude, sendo 007º 30’ para cada lado de um
meridiano central.

Por exemplo o fuso 30º E compreende uma


faixa de 007º30’ para cada lado conforme a
figura:

Fuso + 2 (0) — Fernando de Noronha e Ilha


de Trindade.
Fuso + 3 (P) — Quase todos os Estados
(Horário de Brasília)
Fuso + 4 (Q) — Amazonas, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, oeste do Para, Roraima e
Rondonia.
Fuso + 5 (R) – oeste do Amazonas, Acre.

Cada fuso horário corresponde a 1 hora, ou seja


15º de Longitude. Portanto, os fusos além de
serem designados por letras e números, podem
ser designados com o valor em graus de 15º em Ou seja, todos os meridianos que estão entre
15º, até 180º para Leste e Oeste contando a 022º 30‘E e 037º 30‘E estão na HLE do fuso 30º
partir do meridiano de Greenwich, da seguinte E.
forma:
A hora legal pode ser considerada a hora local
do meridiano central correspondente a um fuso
(neste caso, a longitude central é 30º E).

HORA LOCAL (HLO) - É a hora


correspondente a cada meridiano de
longitude.
A hora local não tem aplicação prática no nosso
dia-a-dia.
Ex: São 10:00 no meridiano 60ºE. Que horas É usada por exemplo para determinar a hora
são no meridiano 15ºW? exata no nascer e pôr do sol em um determinado
local.

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MUDANÇA DE DATA NAS LONGITUDES O Sol, por sua vez, no seu movimento aparente
‘caminha’ sobre o globo terrestre e quando este
LINHA INTERNACIONAL DE DATA estiver a 12:00h num determinado meridiano, no
Nas longitudes OESTE (W), as horas locais e ANTIMERIDIANO será 24:00h, havendo
legais sempre serão mais cedo que a hora no também uma mudança de data.
meridiano de GREENWINCH e nas longitudes
ESTE (E), as horas serão mais adiantadas. Isto Por exemplo, são 12:00 no meridiano 30ºE, no
ocorre devido ao movimento aparente do sol em meridiano 150ºW são 00:00h, ou seja, lá está
torno da Terra. havendo a mudança de data.
É fácil verificar portanto, que irão ocorrer
mudança de data em certos locais da superfície
da terra. Por convenção se considerarmos a hora
legal, haverá mudança de data obrigatória no
MERIDIANO 180º, LINHA
INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE
DATA ou DATUM LINE.
É nesse meridiano que surge um novo dia pela
primeira vez.

Ou seja, haverá mudança de data em dois


pontos:

 No meridiano 180º (LID);


 No meridiano oposto ao do
observador, quando neste for 12:00h.
Quando começar um novo dia no meridiano
180º (00:00h), será 12:00 em Greenwich. Esta linha em virtude de leis de Estados, poderá
não coincidir com meridiano 180º, para evitar-
se que certos países fiquem com dias diferentes.

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Exercícios :

1)Para saber onde a aeronave está, com o uso de instrumentos eletrônicos especiais, é aplicada a
navegação:
a)Visual b) eletrônica c) estimada d) celestial

2) A Terra é considerada como uma esfera para fins de navegação, embora saibamos que existe uma
diferença de 43Km entre, seus diâmetros, sendo o menor deles, aquele no sentido:
a) Do equador b) Do Pólo Norte ao Pólo Sul, magnéticos.
c) Dos trópicos d )Do Pólo Norte ao Pólo Sul, verdadeiro.

3)Círculo máximo é o que divide a Terra em:


a)Duas partes iguais b)escala progressiva c)projeção cilíndrica d)quadrante proporcional

4)Os círculos menores equidistantes do Equador, cujos planos são perpendiculares ao eixo imaginário da
Terra, são os:
a)Paralelos b)meridianos c)longitudes d)hemisférios

5) As duas componentes básicas do sistema de Coordenadas Geográficas, que servem para identificação
de pontos na superfície da terra são:
a) Equador e Paralelo b) Latitude e Longitude
c) Meridiano e Paralelo d) Equador e Meridiano de Greenwich

6)Um semi-círculo máximo limitado pelos pólos, oposto ao meridiano de um observador, é chamado de:
a)Colatitude b)círculo menor c)antimeridiano d)meridiano 180º

7) As latitudes são contadas a partir do Equador até:


a) 90ºN ou 90ºS b)90ºE ou 90ºN c)180º N ou 180ºS d)180º ou 180ºW.

8) O semicírculo máximo de início de contagem das longitudes é:


a) Equador b)Círculo Pólo Crítico c)Meridiano de 180º d) Meridiano de Greenwich

9) O arco de meridiano compreendido entre o Equador e o paralelo de latitude de um ponto considerado


na superfície da terra chama-se:
a) Latitude b) Círculo menor c)Longitude d) Antimeridiano.

10) As distâncias angulares medidas a partir do plano do Equador em direção aos pólos, chamam-se:
a) Latitude b) Longitude c)Diferença de Latitude d) Diferença de Longitude

11) A distância angular, medida sobre um meridiano entre o Equador e um paralelo dado chama-se:
a) Latitude b)Diferença de latitude c)Longitude d) Diferença de longitude

12) As longitudes são contadas a partir do meridiano de Greenwich até:


a) 90ºE ou 90ºW b) 180ºE ou 180ºW c) 90ºN ou 90ºS d) 180ºN ou 180ºS.

13) Ao longo de um paralelo ou do Equador são lidas as:


a)Latitudes b)longitudes c)isogônicas d)agônicas

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14) Latitudes decrescentes de baixo para cima e longitudes crescentes da esquerda para a direita. A carta
representa os hemisférios:
a)S e W b)S e E c)N e W d)N e E

15) O ponto 045°, com relação a rosa dos ventos, está localizado na direção:
a)Nordeste b)Sudeste c)Sudoeste d)Noroeste

16) A abreviatura NE corresponde ao grupo de direções e seu ângulo, em relação ao Norte, é de


respectivamente:
a)Cardeais - 315° b)Subcolaterais - 022,5° c)Colaterais - 045° d)Subcolaterais – 067,5°

17) O antimeridiano 120ºE será:


a) 060ºE b) 150ºE c) 060ºW d) 150ºW

18) As latitudes são contadas a partir do:


a) Pólo Sul b) Pólo Norte c)Equador d) Greenwich

19) O arco de equador compreendido entre o Meridiano de Greenwich e o Meridiano que contém um
ponto considerado na superfície, da terra, chama-se:
a) Latitude b) Longitude c) Antimeridiano d) Paralelo de latitude

20) O círculo máximo que divide a Terra em duas partes iguais (hemisférios norte e sul) chama-se:
a) Equador b) Paralelo de latitude c)Antimeridiano d) Meridiano de Greenwich

21) Encontre as coordenadas expressas corretamente:


a) 160º 20’ W - 80º 55’ N b) 92º 15’ N - 120º 30’W
c) 21º47’ S - 179º 20’ E c) 00º N - 180º W

22)Encontre as coordenadas expressas incorretamente:


a) 65º 45’ 50’’S - 040º 30’ 20’’ W b) 77º 45’ 56’’ N - 150º 50’ 48’’ E
c) 76º 65’ 59’’ N - 100º 12’ 39’’ W d) 80 º 50’ 30’’ S - 030º 40’ 50’’ W

23) A projeção na superfície terrestre, de trajetória prevista ou percorrida por uma aeronave, é definição
de:
a)Rumo b)proa c)rota d)deriva

24)Dizemos que o vento sempre sopra de proa para o rumo e com isso determina um ângulo chamado:
a)Deriva b)desvio c)correção d)declinação

25) Qual o antimeridiano 135ºE?


a) 045º W b)135º W c) 045º E d) 180º E

26)O ângulo formado entre um meridiano magnético e o eixo longitudinal do avião chama-se:
a)Proa magnética b)rumo magnético c)proa verdadeira d)rumo verdadeiro
27)Existem na Terra dois pontos de maior acúmulo de atração magnética. São eles os pólos:
a)Geográficos b)Inversos c)Norte e Sul Verdadeiros d)Norte e Sul Magnéticos

28)A linha em cuja extensão tem o mesmo valor de declinação magnética é:


a)Agônica b)isogônica c)de curvatura média d)média

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BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

29)Os valores correspondentes a uma milha náutica e a uma milha terrestre são, respectivamente:
a)1.852 e 1.609 metros b)1.609 e 1.852 metros
c)1.585 e 1.609 metros d)1.690 e 1.852 metros

30) A representação gráfica da superfície da Terra desenvolvida num plano, sem grandes detalhes de
projeção, chama-se:
a)Mapa b)visão c)projeção d)carta de navegação

31) O arco de meridiano compreendido entre um ponto considerado na superfície da Terra e


o Pólo correspondente ao hemisfério onde se situa o ponto chama-se:
a ) Latitude
b) Co-latitude
c) Longitude
d) Antimeridiano.

32)Na teoria dos fusos horários, a relação entre tempo e longitude é:


a)15 graus de longitude para 24 horas b)1 grau de longitude para 1 hora
c)15 graus de longitude para 1 hora d)180 graus de longitude para 24 horas.

33)Na teoria dos fusos horários o movimento de rotação da Terra de Oeste para Este resulta num
movimento:
a) Aparente do sol de Oeste para Este b) De rotação do sol em volta da Terra
c)Aparente do sol de Este para Oeste d)De translação do sol em volta da Terra.

34) A hora considerada em cada meridiano é a hora:


a) Local b) Legal c) Estimada d) de Greenwich

35) A hora considerada no meridiano central de cada fuso é a hora:


a) local b) legal c) estimada d) de Greenwich

36) O meridiano central do fuso nº 5 do lado ocidental tem para longitude:


a) 15ºE b) 15ºW c) 75ºE d) 75º W

37)Conhecemos como Linha Internacional de Mudança de Data:


a) A linha do Equador b) O Trópico de Câncer
c) O meridiano de Greenwich d) O meridiano de 180º

38)A mudança de data ocorre no meridiano de 180º, quando em Greenwich são:


a) 06:00 UTC b) 12:00 UTC c) 18:00 UTC d)24:00 UTC

39)Qual a diferença horária entre os lugares de longitude 120º E e 045º W?


a) 03 horas b) 05 horas c) 08 horas d)11 horas

40) O meridiano central de fuso nº 8 do lado oriental, tem para longitude:


a) 105ºE b) 120ºE c) 105 ºE d) 120º W

41) Num local de coordenadas geográficas 10º 40’N? 075 º00’E, são 03:00 HLE.

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BLOCO IV – NAVEGAÇÃO AÉREA - NAV

Qual a hora UTC?


a) 08:00 UTC, mesmo dia b) 22:00 UTC, mesmo.
c) 08:00 UTC, dia seguinte d) 22:00 UTC, dia anterior.

42)Em Greenwich são 22:00 hs. Qual a hora HLE num lugar de longitude 142ºE?
a) 07:00 HLE do dia seguinte b) 07:00 HLE
c) 13:00 HLE do mesmo dia d) 13:00 HLE do dia seguinte.

43) Num lugar de longitude 085ºW são 13:30 HLE. Qual a hora UTC?
a) 07:30 b)08:30 c)18:30 d)19:30

44) A Terra em seu movimento de rotação gira de:


a)Norte para Sl. b)Sul para Norte. c)Este para Oeste d)Oeste para Este.

45) Se em São Paulo, Fuso P (+3) o relógio marca 18:00h, que horas são em Las Vegas (EUA), Fuso U
(+8)?
a) 15:00h b) 13:00h c) 20:00h d) 07:00h

46)Se em Greenwich são 19:00h. Que horas são em Israel Fuso B (-2)?
a)17:00h b)16:00h c)21:00h d)22:00h

47)Fui acionado para Honolulu (Havai), Fuso W (+10), sabendo-se que vou decolar as 10:00h de São
Paulo (horário de Brasilia), que o tempo de voo será de 12:00h, a que horas chegarei em Honolulu?
a)22:00h b)17:00h c)15:00h d)19:00h

48)Em Greenwich são 09:00h. Qual seria a hora Z no meridiano 120ºE?


a)09:00h b)15:00h c)16:00h d)17:00h

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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

METEOROLOGIA
COMPOSIÇÃO
Introdução O ar, material que compõe a atmosfera, é uma
Meteorologia é uma ciência, ramo da geofísica, mistura mecânica de diversos gases:
que estuda os fenômenos e as atividades • Nitrogênio
atmosféricas. • Oxigênio
Como ciência, é bastante complexa e precisa ser • Argônio
compreendida á luz da física e matemática. • Dióxido de carbono
O assunto será abordado de forma objetiva, • Hélio
visando transmitir os conhecimentos de maneira • Criptônio
simples, sem demonstrações complicadas, a fim • Neônio
de proporcionar noções que permitam Outros gases são encontrados, mas em muito
compreender os fenômenos que se desenvolvem pequenas e variáveis quantidades.
na atmosfera. Para efeito de estudo, e em nosso caso particular
A meteorologia aeronáutica tem por finalidade usaremos a seguinte proporção:
proporcionar aos usuários segurança e • 78% de nitrogênio
economia. Em sua área de responsabilidade, os • 21% de oxigênio
serviços se preocupam, principalmente, com os • 01% de outros gases
fenômenos que possam por em risco a Esta proporção é considerada quando o ar
segurança das aeronaves. encontra- se seco, 0% de vapor d’água em sua
Por isso, é mantido um serviço de vigilância composição
permanente e contínuo, que difunde boletins A capacidade máxima de um volume de ar de
sempre que esteja previsto ou tenha sido conter vapor d’água é de 4%, nesta condição o
observado algum fenômeno perigoso à aviação. ar estará saturado.
Met. pura : para fins de estudo. Ex.: Divisão O vapor de água embora seja encontrado na
climatológica. atmosfera, não entra em sua composição;
Met. aplicada: para fins de aplicação prática. estando nela somente porque o calor do sol,
Ex.: aeronáutica, naval. atuando nas grandes massas de água de nosso
planeta, faz com que a mesma vá para a
ATMOSFERA atmosfera em forma de vapor.
Uma massa de ar envolve o globo, cobrindo as Peso molecular (ar seco mais denso que o ar
terras e os mares. Embora não possamos vê-las úmido), devido ao peso de oxigênio e
é tão real quanto à água que cobre perto de três nitrogênio.
quartos do globo. Assim como os oceanos, o ar
gira com a terra. Entretanto, o ar tem sua CAMADAS
própria circulação relativamente à superfície do A atmosfera da Terra, geralmente, é dividida em
solo. Acompanha a terra no movimento de duas grandes regiões:
rotação e translação. • Baixa atmosfera
Esta camada incolor de ar que envolve a • Atmosfera superior
Terra é chamada de Atmosfera. Caracteriza-se
por movimentos gerais e variações desses TROPOSFERA ou baixa atmosfera .
movimentos. A troposfera é a camada mais intranqüila da
Muitos cientistas acreditam que a terra atmosfera; é a região de maior atividade
pode ser o único planeta que possui oxigênio em nebulosa. Nela acontecem os fenômenos
sua atmosfera. meteorológicos mais importantes, como as
A atmosfera funciona como um filtro, massas de ar, as frentes e as tempestades, os
selecionando a radiação solar que atinge a ventos, etc. Possui uma característica marcante,
superfície terrestre (insolação), por meio de chamada de Gradiente Térmico onde, a
absorção, reflexão e difusão. temperatura do ar tem um decréscimo de 0,65ºC
para cada 100m ou 2ºC para cada 1.000 pés
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

quando nos elevamos na Troposfera e vice- • Estratosfera : de 21.500 até aproximadamente


versa. Este decréscimo estende-se até a 60.000 metros.
tropopausa (espessura de 3 a 5Km), que é a • Ozonosfera : compreendida na estratosfera,
camada acima da troposfera. com limites entre 25.000 e 50.000 metros.
• Ionosfera : de 60.000 até aproximadamente
TROPOPAUSA – camada intermediária entre a 500.000 metros
troposfera e a estratosfera. Tem como principal • Exosfera : de 500.000 metros até o limite
característica a ISOTERMIA, ou seja, uma exterior da atmosfera, limite esse que se
temperatura constante de -56,5 º Celsius. confunde com o espaço interplanetário.
A atmosfera superior começa na zona onde
termina a troposfera. LEI DOS GASES

ESTRATOSFERA – é a primeira camada da Através de Leis físico-quimicas, podemos


atmosfera superior.A estratosfera é a camada descrever o comportamento dos gases, ou seja a
logo acima da tropopausa. Nela inicia-se a maneira como variam a pressão, a temperatura e
difusão da luz solar, que acarreta a a densidade dos gases :
luminosidade. Na estratosfera ocorre ainda uma
concentração acentuada de Ozônio (O3) entre Se aumentarmos a pressão de gás :
25 e 50 km, que formam uma camada conhecida •A temperatura e a densidade aumentarão
como Ozonosfera. Sua origem deve-se a uma
certa faixa da radiação ultravioleta que é Se aumentarmos a temperatura de um gás
absorvida pelo oxigênio molecular, • A pressão aumentará
decompondo seus átomos. • A densidade diminuirá
A recombinação desses átomos origina
moléculas triatômicas de ozônio. As variações de pressão, densidade e
A importância desse fenômeno para a vida é temperatura são sempre diretamente (ou
muito grande, pois esta camada filtra todos os inversamente) proporcionais, em
raios nocivos. obediência a lei dos gases.
Exemplo :
IONOSFERA – é a camada que sucede a • Aumentando duas vezes a pressão de um gás,
camada da estratosfera. A principal a densidade também aumentará duas vezes;
característica desta camada é refletir as ondas de • Diminuindo a temperatura de um gás, pela
rádio. Aí começa a filtragem seletiva da metade, a pressão, também cairá para a metade
radiação solar, pois a ionosfera absorve a do valor inicial;
radiação gama, os raios X e ultravioletas
penetrantes. VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS
ATMOSFÉRICOS
EXOSFERA - Acima da ionosfera está a Os parâmetros atmosféricos são :
camada externa da atmosfera, a exosfera, • Pressão
extremamente rarefeita, com limites não • Densidade
definidos. • Temperatura etc.
Numericamente pode se estabelecer mais ou
menos os limites das camadas nos velares Como geral, se aumentarmos a altitude,
indicados a seguir: diminuirão a pressão, e densidade e a
• Troposfera : da superfície até 16.500 metros temperatura. A densidade depende ainda da
(altitude média sobre o equador) umidade.Quanto maior a umidade menor é a
• Tropopausa : de 16.500 até 21.500 metros (a densidade do ar, pois o vapor de água que
espessura gira em torno de 3.000 a 5.000 constitui a umidade é mais leve que o oxigênio e
metros) o nitrogênio que compõe o ar (menor peso
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

• Altura - distância vertical que separa um ponto


molecular). Além disso, os parâmetros no espaço da superfície do solo ou do mar;
atmosféricos sofrem diversas alterações devido •Nível - qualquer superfície paralela a superfície
às influências meteorológicas. Desempenho, ou do mar.
seja, a velocidade máxima, o comprimento da Alguns valores da atmosfera padrão OACI
pista para decolagem, etc, depende muito dos devem ser memorizados.
parâmetros atmosféricos. Composição - a atmosfera é seca, não contém
Como eles variam de acordo com o local, a vapor de água e é formada por:
hora, etc., foi criada a atmosfera padrão (ISA), • Nitrogênio - 78%
com as seguintes finalidades : • Oxigênio - 21%
• Possibilitar o cálculo do desempenho da • Outros gases 1 %)
aeronave em diversas condições, a partir da • Altura da atmosfera : 20.000 metros ou 65.800
condição padrão; (ft/pés) (troposfera e tropopausa)
• Possibilitar a comparação dos desempenhos de • Pressão ao nível do mar : representada por tres
aeronaves diferentes; unidades diferentes - 1.013,25 hectopascales
• Padronizar os critérios de avaliação dos (1013,25 Hpa); 29,92 Pol Hg (polegadas de
desempenhos de aeronaves. mercúrio) ou 760mm Hg
• Temperatura ao nível do mar: 15ºC ou 59ºF
NOTA : como a pressão atmosférica diminui • Densidade ao nível do mar : 0,001.225,0
quando a altitude aumenta, este fator é g/cm3
aproveitado para a construção dos altímetros, • Peso molecular do ar seco: 28,966 g
que medem a altitude de vôo das aeronaves. O • Peso específico ao nível do mar: 1,201.3
altímetro é apenas um manômetro (medidor de gr/m2s2
pressão), adaptado para indicar altitude em lugar • Aceleração da gravidade: 980,31 cm/s2
de pressão (ALTITUDE DE PRESSÃO). • Temperatura da Tropopausa: - 56,5ºC
• Gradiente vertical térmico: 0,65 ºC/100 m ou 2
ATMOSFERA PADRÃO (OACI) ºC/ 1.000pés
A solução para muitos problemas em • Latitude: 45º
meteorologia, especialmente em aeronáutica, foi • Velocidade do som ao nível do mar :
o estabelecimento de uma atmosfera que 660 nós (Kt) ou 340 m/s
pudesse ser tomada como referência para os • Gradiente vertical bárico: 1 Hpa/ 30 ft ou 9m,
estudos realizados nesse campo. Para esse fim, 1pol Hg /1000ft ou 300m
foi concebida uma atmosfera padrão, onde seus • Leis dos gases
elementos variáveis obedecessem a um critério • Aumentar pressão, aumenta temperatura e
padronizado e constante, que pudesse ser densidade
utilizado para a comparação com elementos • Aumentar temperatura, pressão aumenta e
reais. Assim, a tempera-tura, a pressão, a densidade diminui.
densidade, a composição, etc,. tiveram valores
estabelecidos e constantes. TEMPERATURA
A atmosfera padrão, aprovada pela OACI Sabe-se que os corpos, ao serem aquecidos,
(Organização de Aviação Civil Internacional), aumentam a agitação molecular interna,
ficou conhecida como ISA (ICAO — Standart ocasionando um afastamento entre suas
Atmosphere). moléculas. Conseqüentemente, os corpos se
A seguir, são apresentados conceitos da ISA. dilatam e aumentam de volume, mas quando
• Nível do mar - valor médio da terra, aqui resfriados, contraem-se, diminuindo de volume.
considerada como uma esfera perfeita, lisa, com Convém lembrar que a água é a exceção da
volume correspondente; regra, porque suas moléculas se cristalizam
• Altitude - distância vertical que separa um quando seu resfriamento atinge o ponto de
ponto no espaço do nível do mar; congelamento. A cristalização faz com que
aumentem os espaços
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

intermoleculares, ocorrendo, então o aumento térmicas, que são o aumento da temperatura


de volume. com a altitude, ou isotermias, que são camadas
Calor (ou energia térmica) é uma forma de de ar com temperaturas constantes em toda sua
energia que indica o estado de agitação das extensão.
moléculas de um corpo.
Temperatura: é a medida da velocidade média PRESSÃO ATMOSFÉRICA
destas moléculas. É a pressão exercida em todos os sentidos, é
Efeito estufa: pode ocorrer uma inversão de diretamente proporcional a densidade do ar e
temperatura devido ao fenômeno conhecido inversamente proporcional a tempera-tura.
como efeito estufa que é a absorção de radiação Segundo a Física, Força é definida como
solar pela nebulosidade ocasionando um produto da massa pela aceleração. Quando uma
aumento de temperatura em altitude, ao invés de força é aplicada a uma unidade de área, tem-se a
decréscimo. pressão. Se a aceleração utilizada para o cálculo
da força é a gravidade da terra, tem-se o peso.
PROPAGAÇÃO DE CALOR A atmosfera é constituída de ar. A massa de ar
É sabido que o calor se propaga de várias que envolve a terra é atraída pela ação da
formas: gravidade e exerce um peso sobre a superfície,
Termômetro: aparelho que mede a temperatura ou seja: pressão.
do ar e seu equivalente registrador é conhecido
como termógrafo. Nos centros meteorológicos Pressão: peso dos gases sobre a Terra
são traçados a cada 5ºc linhas que unem pontos
de mesma temperatura: as isotermas. É importante esclarecer que a pressão á
RADIAÇÃO: processo de transferência de calor superfície varia de acordo com a massa de ar e
a distância, sem contato entre corpos, em meios sua densidade. Assim a mesma pressão á
rarefeitos e através de ondas muito curtas. superfície pode ser o resultado de uma grande
CONDUÇÃO: passagem direta de calor de concentração de ar ou da densidade resultante
molécula a molécula. Seus movimentos são da temperatura do ar.
transferidos de uma para outra, gradativamente. A pressão atmosférica não varia somente com a
CONVECÇÃO: processo de transferência de altitude. Sabe-se que, com o aumento de
calor por agitação das moléculas. Uma vez altitude, diminui a massa especifica do ar e,
aquecidas, as moléculas modificam sua posição conseqüentemente diminui a densidade.
relativa e produzem correntes. Do mesmo modo, quando o ar é aquecido e
A convecção ocorre nos meios fluídos sofre expansão, sua densidade também diminui.
(líquidos/gases). Um metro cúbico de ar quente é
Podem ser correntes ascendentes ou menos denso que um metro cúbico de ar frio.
descendentes, correntes convectivas. Essa diminuição de densidade, produzido pelo
ADVECÇÃO: transporte de calor na horizontal. aumento da temperatura, produz um acentuado
Este processo nada mais é que uma derivação efeito no vôo, determinando aumento da
da convecção é o transporte de calor pelos altitude- densidade.
ventos. A temperatura do ar depende ainda da umidade
presente, por ser o vapor d’água mais leve que o
TEMPERATURA/ ALTITUDE oxigênio e o nitrogênio quanto maior a umidade
A distribuição de calor obedece a gradientes menor é a densidade. Para medir a pressão
verticais e horizontais. existem os barômetros, foi inventado por
A temperatura, quase sempre, diminui com a Torricelli em 1.643, que foi o barômetro de
altitude. Na atmosfera- padrão, até a tropopausa, mercúrio. Vieram depois os outros, entre os
a temperatura decresce com valor constante. Na quais os barômetros metálico ou aneróide.
atmosfera real, a variação não é constante,
podendo ocorrer na troposfera, inversões

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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

VENTOS - CARACTERISTICAS – c) FORÇA CENTRÍFUGA — Quando


EFEITOS SOBRE AS AERONAVES consideramos ventos fluindo em distancias
A circulação atmosférica, é definida como o relativamente curtas, estes ocorrerão somente
movimento do ar na atmosfera. pelo efeito de gradiente de pressão ou força de
O movimento pode ser divido em horizontal e Coriolis. Quando se considera o vento fluindo
vertical. Os movimentos verticais do ar em grandes distâncias, ao longo de um sistema
atmosférico recebem a denominação de de Altas ou Baixas Pressões, estes produzirão
correntes e os movimentos horizontais ou linhas circulares de ventos, revelando assim a
advectivos, ventos. ação da Força Centrífuga do movimento de
Aos movimentos ascendentes dá-se o nome de Rotação do Planeta sobre os ventos.
correntes ascendentes ou convectivas e aos d) FORÇA DE ATRITO — A Força de atrito
descendentes, correntes descendentes. atua modificando a direção e a velocidade dos
Imaginemos dois volumes de ar adjacentes com ventos de superfície, resultado do encontro dos
a mesma pressão. A isto significa que a ventos com obstáculos naturais ou artificiais. O
densidade é a mesma, e por conseqüência, atrito da superfície é efetivo na diminuição da
estarão em equilíbrio um em relação ao outro. O velocidade dos
ar nos dois volumes estará em repouso, ventos até uma altura de aproximadamente 600
apresentando apenas a agitação natural de suas m, sendo esta camada de ar chamada de “nível
moléculas. de gradiente”. Acima desta camada, a atmosfera
A diferença em densidade fará com que o total é chamada de “atmosfera livre”.
excesso de moléculas do volume mais denso ou Os ventos são caracterizados por sentido ou
de maior pressão flutue na direção do volume direção, velocidade ou intensidade e caráter. A
menos denso, no sentido horizontal, tentando direção é considerada de onde ele flui e é dada
manter o equilíbrio entre as massas. em uma escala que gira no sentido horário, na
qual o 000/360º é o Norte; 090º é Leste; 180º é
FORÇAS QUE ATUAM SOBRE O VENTO Sul e 270º é Oeste. O centro (o do circulo é o
ponto de observação. O vento em meteorologia
a) FORÇA DE GRADIENTE DE PRESSÃO - e navegação é sempre considerado relativo ao
A força do gradiente horizontal de pressão é a norte verdadeiro (NV); ao passo que o vento
força propulsora do vento, fazendo com que o ar para pouso e decolagem é considerado em
flua das Altas Pressões para as Baixas Pressões. relação ao Norte magnético (NM).
b) FORÇA DE CORIOLIS — É a força A velocidade do vento em aviação será sempre
aparente desenvolvida pela rotação da Terra. dada em nós (kt) que seria a milha náutica
Esta força aparente produz um desvio do vento percorrida na unidade de tempo (hora).
para a esquerda no hemisfério Sul e para a O caráter do vento é a sua regularidade de fluxo.
direita no hemisfério Norte. Podemos Ele pode variar ou não em direção e/ou
exemplificar esta força da seguinte maneira : velocidade. Variando em direção ele é dito
faz-se girar um prato de toca-discos e em VARIAVEL. Quando varia em velocidade e
seguida, usando-se uma régua e um pedaço de essa variação é de pelo menos 10 Kt, num
giz, risca-se rapidamente uma linha reta. Feito máximo de 20 segundos ele é dito ser Vento de
isso, e parando-se o disco, poderemos verificar Rajada.
que uma força aparente determina que o traço Direção: de onde ele flui para meteorologia
feito não é uma linha reta e sim, oposto à NV.
direção de rotação do disco. Assim Para pouso e decolagem NM.
exemplificado, poderemos concluir que, a força Velocidade: expressa em Kts (NM/h)
de Coriolis é mais forte nos Pólos e decresce até Caráter: é sua regularidade de fluxo.
zero no Equador, e também, varia com a Os ventos são dados por meios de
velocidade do vento de modo a aumentar ANEMÔMETROS com indicadores de
quando a velocidade do vento aumenta. velocidade e direção simultaneamente. Ficam

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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

instalados em estações meteorológicas e em cúbico. A umidade relativa é medida através de


torres de controle de um aeroporto; o relevo do HIGRÔMETROS.
solo também colabora para o comportamento do
vento. FORMAÇÃO
Por tudo que foi visto poderemos constatar que As nuvens se formam na atmosfera por vários
o vento influi bastante na variação: processos: advecção, convecção, radiação,
para pouso e decolagem, e vôo em rota, ou seja, efeito orográfico e efeito dinâmico.
todo o processo de vôo. Em adição essa • Advecção : o resfriamento é provocado pelo
movimentação de ar, modifica as condições de movimento dos ventos frios resfriando regiões
tempo, afetando a distribuição da temperatura, quentes, sendo resfriados quando em contato
umidade, pressão, e outros fatores. Uma com superfícies frias.
circulação muito importante que ocorre em • Radiação: a superfície aquecida pelo sol
níveis elevados é conhecida como JET durante o dia perde rapidamente calor para o
STREAM espaço por meio da radiação terrestre, que
(corrente de Jato) possui características próprias começa a se fazer sentir no momento que cessa
como ventos fortes e velocidades altíssimas , a radiação solar. O ar em contato com essa
geralmente acima de 50 Kt. superfície resfriada por radiação, também se
Até 500m de altura a velocidade do vento resfria, satura e condensa, formando assim o
aumenta continuamente de 500m até 10.000m a nevoeiro. Quando o vento flui intenso, o
velocidade diminui. nevoeiro se eleva formando uma camada baixa
de stratus.
EFEITO DOS VENTOS SOBRE AS • Convecção: o ar em contato com superfície
AERONAVES: aquecida, se aquece e se eleva sob forma de
correntes espiraladas. O ar nestas colunas se
1. Pouso e decolagem. Contra vento. (proa) resfria por expansão à medida que se eleva,
2. Conhecimento do vento em rota para atinge um nível onde se torna saturado, que se
correção de deriva e cálculo de combustível. caracteriza pelo seu rápido desenvolvimento.
Chama-se CUMULUS.
NUVENS • Efeito Orográfico: o ar que flui contra a
A água da superfície ao evaporar para a encosta de uma montanha ou serra, é elevado
atmosfera, tende a saturar o ar ambiente. mecanicamente ao longo da encosta. Resfria por
A continuidade de evaporação acarreta uma expansão à medida que se eleva, satura e forma
tendência á super saturação que é controlada nuvens orográficas. Estas nuvens sempre se
pela presença de partículas sólidas e formam do lado do vento (barlavento), o lado
microscópicas (sais poluição) em suspensão no oposto é sempre livre de nuvens (sotavento).
ar. O vapor d’água condensa ou sublima em • Efeito Dinâmico: o resfriamento é semelhante
torno destas partículas, formando gotículas ou ao anterior, com exceção do ar quente que, nesta
cristais, que serão os componentes das nuvens e situação, é levantado pelo avanço de ar mais
dos nevoeiros. A quantidade de vapor d’água frio, que em conseqüência esfria. Este processo
na atmosfera é denominada umidade do ar. que ocorre nos sistemas frontais.
Devemos conhecer alguns conceitos para
melhor entender a formação das nuvens.
• Umidade relativa: é a relação de quantidade de
vapor d’água presente em um certo volume de ESTRUTURA FÍSICA:
ar e a sua capacidade de saturação. A umidade Baixas: 0 a 2km: apenas por gotículas de água,
relativa do ar é expressa em porcentagem de 0 a acompanhadas de chuva.
100%; ST- Stratus, SC- Stratocumulus
• Umidade absoluta: é a razão entre a
massa de vapor d’água pelo volume de ar. É
expressa em gramas de vapor d’água por metro
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

Nuvem Stratus (Baixa)

Médias: 2 a 8Km: formadas por gotículas de


água e cristais de gelo (mistas) Nuvem Cumulus
AS- Altostratus, AC- Altocumulus e
NS- Nimbostratus ASPECTOS BÁSICOS/ EFEITOS SOBRE
VÔO
NUVENS BAIXAS
São nuvens de água formadas exclusivamente
por vapor d’água condensado. Ocorrem em
alturas onde as temperaturas estão acima do
ponto de congelamento da água ( 0 ºC ).
NUVENS MÉDIAS
As nuvens formadas ao mesmo tempo por
gotículas líquidas e sólidas são mistas, o que é
Nuvem Alto Cumulus (Média) comum ás que tem desenvolvimento vertical
acentuado, de tal forma que enquanto sua base
está em níveis baixos, onde as temperaturas são
Altas: 8 a 18 Km: formadas apenas, ou na superiores a
maioria por cristais de gelo em susoensão. CI- 0 ºC, o seu topo encontra-se em temperatura
Cirrus, CS- Cirrustratus e abaixo do ponto de congelamento da água.
CC - Cirruscumulus Embora as nuvens de desenvolvimento
vertical acentuado sejam as mais
características da forma mista, algumas nuvens
médias podem ter estrutura mista.
Nuvens Sólidas são formadas exclusivamente
por cristais de gelo, ou seja, vapor d’água
sublimado. São portanto, as nuvens que se
formam em altitudes elevadas, onde as
temperaturas são abaixo de 0 ºC.
Nuvens Cumuliformes: são as que tem
Nuvem Cirrus (Alta) pronunciado desenvolvimento vertical. São
fruto de ar instável, com movimento convectivo
Nuvens de Grande Desenvolvimento acentuado. Formam elementos isolados
Vertical: parecidos com blocos, sorvetes, flocos, torres,
CB- Cumulunimbus etc.
CU- Cumulus Nuvens Cirriformes: são as que ocorrem
TCU - Towercumulus devido a movimentos fortes de ventos, em
níveis muito elevados, têm aparência fibrosa ou
cirrosa, estriada. Relação direta com frentes
frias, ventos fortes, correntes de jato.
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

Nuvens Estratificadas: são aquelas que superfície esfriada por radiação noturna,
apresentam um desenvolvimento horizontal principalmente em noites sem nuvens e com
acentuado, mas com pouca profundidade ventos fracos. Ocorre de preferência na
vertical. São produzidas em ar estável, devido primavera e inverno.
ao movimento dos ventos ou ao levantamento
suave do ar úmido. b)Nevoeiros de advecção: formado pelo
As nuvens são uma expressão direta do processo resfriamento do ar que se movimenta
físico que tem lugar na atmosfera. horizontalmente. Classifica-se em:
Uma descrição acurada dos tipos e quantidades 1.Nevoeiro de vapor ocorre quando o ar frio
de nuvens têm uma importante parte da análise desloca-se sobre uma superfície liquida mais
do tempo, e a sua previsão. Se o piloto quente. É comum sobre rios, lagos, pântano.
interpretar apuradamente o significado das 2.Nevoeiro marítimo formado pelo
nuvens ele será capaz de evitar aquelas que são deslocamento da massa de ar quente sobre uma
perigosas ao vôo. superfície líquida mais fria.
3.Nevoeiro de brisa marítima formada pelo
NEVOEIROS/ RESTRIÇÃO A deslocamento de massa de ar quente sobre uma
VISIBILIDADE superfície terrestre mais fria
O nevoeiro é como uma nuvem colada á 4.Nevoeiro orográfico formado pela expansão
superfície. Está sempre associado à problemas adiabática á barlaventos das montanhas.
da visibilidade. Os nevoeiros também 5.Nevoeiro glacial forma-se nas regiões polares
conhecidos regionalmente com neblina, ruço, onde as temperaturas encontram-se abaixo de-
sereno, cerração, etc., são efeitos da 30ºC. Por causa das baixas temperaturas, há
condensação de grande sublimação do vapor d’ água, que produz
quantidade de vapor d’água próximo a microcristais de gelo no ar. São nevoeiros que
superfície, e que, pelas inúmeras microgotículas ocorrem associados aos sistemas frontais ou seja
de água em suspensão, reduzem a visibilidade, na periferia das massas de ar, próximos às
chegando algumas vezes a zero (0 metro) frentes. Surgem pela condensação da umidade
Ocorre nevoeiro quando a visibilidade é evaporada durante a precipitação numa massa
inferior a 1000m e UR superior a 97%. Ponto de ar frio. Há dois tipos:
de orvalho: Ponto de orvalho é a temperatura a) Nevoeiro pré —frontal: tem origem
em que o ar se torna saturado de água e começa associada as frentes quentes.
a condensar. b) Nevoeiro pós-frontal: ocorre associado as
frentes frias.
NÉVOA SECA E NÉVOA ÚMIDA
A névoa seca possui baixo teor de umidade e ATMOSFERA EM EQUILÍBRIO - (Efeitos
UR (umidade relativa abaixo de 80%). sobre as aeronaves)
Devido à quantidade de partículas sólidas e Existem duas condições gerais de vôo em ar
microscópicas de sais, poeira, poluição, etc., em estável, que é caracterizado pela suavidade com
suspensão no ar, temos a formação de névoa que se desenvolve e o vôo em ar instável, que é
seca. caracterizado pela agitação vertical que afeta a
A visibilidade de 1.000 m ou mais caracteriza aeronave. A estável é aquele que oferece
um nevoeiro muito tênue designado resistência ao movimento vertical, ou seja,
tecnicamente como névoa úmida UR de 80% a aquele que apresenta características estáveis. Ar
97% instável é aquele que oferece movimentação ou
seja, instabilidade.
NEVOEIROS DE MASSA DE AR. A nuvem STRATOCUMULUS apresenta as
São aqueles formados dentro de uma massa de duas palavras formando o seu nome, porque ela
ar que podem ser: é uma espécie de transição entre o ar totalmente
a) Nevoeiro de radiação formado pelo estável e o ar totalmente instável. Ela define
resfriamento do ar em contato com uma uma terceira condição geral do vôo, na qual
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

apresenta estável e suave fora da nuvem, mas nível onde iguala a seu ponto de orvalho,
instável e agitado dentro da nuvem. formando uma nuvem convectiva. As correntes
excedentes sobem espiraladas e são
TURBULÊNCIA compensadas por descida de ar em suas
A agitação vertical do ar atuando sobre uma proximidades.
aeronave em vôo, acarreta sobre esta É mais intensa no verão, a tarde sobre os
aeronave oscilações ascendentes e descendentes. continentes e no inverno, a noite sobre os
O contraste entre essas oscilações constitui o oceanos.
efeito da turbulência. A turbulência torna o vôo
desagradável exige esforços estruturais de uma TURBULÊNCIA DINÂMICA: é formada
aeronave. pelo atrito de ventos superpostos, fluindo em
A turbulência é comum ás nuvens direções contrárias, ou com diferenças
Cumuliformes, mas ocorre também em céu apreciáveis da velocidade. Pode estar associado
limpo de nuvens. Este último tipo é chamado de a uma frente ou ocorrer a grandes altitudes
turbulência de céu claro (CAT). Manifesta-se por uma espécie de
(CAT — Clear Air Turbulence). Ela flui de trepidação no vôo.
oeste e situa-se acima de 20.000 ft.
TURBULÊNCIA EM AR CLARO ( CAT -
TIPOS CLEAR AIR TURBULENCE) — é definida
como uma turbulência sem nenhuma
TURBULÊNCIA MECÂNICA OU DE advertência visual. Muitos pilotos voando em
SOLO regiões de céu claro, subitamente verificaram
Resulta do atrito de ventos fortes com a que seu avião saltava e sacudia como se
superfície. Ventos intensos e obstáculo tornam estivesse num barco em alta velocidade e em
este tipo de turbulência muito irregular e a mar muito agitado. Este fenômeno chama-se
obrigam a se expandir na vertical. Ela é comum “turbulência em ar claro “. Pode originar-se por
á tarde, no verão, com vento moderado, sobre as qualquer dos fatores já vistos anteriormente.
grandes cidades, terrenos irregulares, em Existe, porém outra condição, que é a presença
pedreiras e sobre florestas expessas. de Correntes de Jato (Jet Stream) , que são
estreitas faixas de vento de rapidíssimo
TURBULÊNCIA OROGRÁFICA: é movimento de ar associadas ao fluxo geral e
provocada pelo efeito de montanhas. Ventos que comumente encontradas acima de 30.000 pés
fluem contra as encostas de montanhas (9.000 m). Numa corrente de jato, os ventos
(barlavento) sobem mecanicamente ao longo ocorrem redominantemente com origem a
das encostas e descem do outro lado (sotavento) Oeste, podendo variar com o deslocamento de
formando uma onda no ar que se expande para frentes frias. Sua velocidade comumente é
sotavento que é chamada, onda estacionária superior a 50 KT (aprox. 92 Km/hora), já tendo
(onda de montanha ou onda orográfica). Quanto sido detectadas correntes de jato com 450 Kt (
maior for o relevo e quanto maior for o vento, aprox, 850 Km/hora).
maior será a turbulência.
WINDSHEAR ( Gradiente ou Cortante de
TURBULÊNCIA CONVECTIVA ou Vento) — é um fenômeno meteorológico
TÉRMICA: forma-se pelo processo descrito como uma variação muito brusca e
convectivo, já visto anteriormente, provoca a intensa da direção e velocidade do vento, dentro
formação de correntes ascendentes de ar de uma curta distância, dando como resultado
aquecido, que quando encontram pressões um efeito “impetuoso” ou deslizante. O
menores expandem-se contra elas e resfriam. gradiente do vento pode existir tanto num plano
Esse resfriamento é contínuo e pode atingir um horizontal como na vertical ou ocasionalmente,
em ambos os planos. Ocorrem em tempo e em
espaços muito curtos, mas oferecem grandes
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

perigos à aviação, como os microssurtos oscilações de 5 a 15


Turbulência LEVE
(Microburst) que tem diâmetro inferior a 4 Km. Kt
Verifica-se a variação na intensidade dos ventos Turbulência oscilações de 15 a 25
superiores a 50 Kt em menos de 200 pés de MODERADA Kt
altura, e em outras situações um giro na direção Turbulência oscilações de 25 a 35
do vento de grandes intensidades em FORTE Kt
distanciasrelativamente curtas. O gradiente de Turbulência oscilações de 35 a 45
vento (Windshear) aparece na maioria das vezes SEVERA Kt
associado às trovoadas, podendo também Turbulência oscilações acima de
ocorrer ligados a frentes. EXTREMA 45Kt

MASSAS DE AR
TURBULÊNCIA DE TROVOADA: a baixa Massas de ar são grandes volumes de ar,
altitude e são formadas por trovoadas, surgem cobrindo extensões da superfície da terra, que
na dianteira das formações de nuvens. É
perigosa quando se encontra na rota de apresentam características físicas mais ou
aproximação de aeroportos. Caracteriza-se pela menos uniformes no sentido horizontal.
presença de nuvens de rolo ou arco de nuvens, Um grande volume repousando sobre uma
geralmente muito baixas. região muito extensa durante muito tempo,
acaba adquirindo as características físicas da
própria superfície, torna-se uma massa de ar. A
ESTEIRA DE TURBULÊNCIA: é um tipo de região passa a ser a região de origem de massa
turbulência que ocorre normalmente em de ar:
aeródromos onde operem aeronaves muito Quando uma massa de ar se desloca sobre uma
velozes e de grande porte, e é ocasionada pela superfície mais fria do que ela é dita ser
passagem de um avião através do ar. As hélices, MASSA QUENTE. As massas quentes são
motores a reação (turbinas) e pontas de asas normalmente mais estáveis; apresentam
perturbam o ar, deixando remoinhos e vértices visibilidade restrita pois favorecem a formação
em sua trilha. de nevoeiros e névoas e a nebulosidade
A esteira de turbulência pode ser bastante predominante é do tipo estratificado. Devido a
perigosa, não só porque nem sempre é formação dos nevoeiros e de névoas na região
visível , como também por ser encontrada nas dos
operações de pousos e decolagens, causando aeroportos acarreta uma grande diminuição da
ocasionalmente uma completa perda de controle visibilidade. Quando uma massa de ar se
do avião que segue a aeronave geradora desta desloca sobre uma superfície mais aquecida do
turbulência, sem que possa haver a recuperação que ela, é chamada de MASSA FRIA. As
por estar ele a baixa altura. massas frias são normalmente mais instáveis,
apresentam visibilidade boa, devido a maior
agitação vertical, permitindo a formação de
INTENSIDADE DAS TURBULÊNCIAS: A trovoadas e de nuvens Cumuliformes, e com
intensidade da turbulência, de um modo geral, isso trazendo as conseqüências já vistas antes
pode ser verificada da seguinte maneira : para a aviação.
observa-se o indicador de velocidade
(velocímetro da aeronave) e a oscilação máxima FRENTES / TIPOS/ CARACTERÍSTICAS
do seu ponteiro num período de poucos Quando uma massa de ar de desloca, o seu
segundos e ele dará o seguinte quadro de limite dianteiro passa a ser DIANTEIRA ou
classificação : FRENTE da massa que avança contra um ar
mais quente do que ela, é porque ela constitui
um ar mais frio e sua frente será uma FRENTE
FRIA.
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

movimento frontal; situação em que a


Quando esta massa avança contra um ar mais frente é classificada como
frio do que ela, é porque ela se constitui de ar estacionária. As condições
mais quente, sua frente então será uma FRENTE meteorológicas decorrentes assim
QUENTE. como a nebulosidade predominante,
serão as mesmas da frente que lhe deu origem.
O deslocamento de uma FRENTE FRIA no Por tudo que foi visto, podemos concluir as
hemisfério Sul é de SW/NE.No hemisfério conseqüências para o vôo. Teremos além da
Norte é de NW/SE. visibilidade reduzida nas áreas dos aeroportos,
um vôo com bastante turbulência, devido às
As FRENTE QUENTES deslocam- se no formações e os ventos.
hemisfério Sul de NW/SE, no hemisfério norte
de SW/NE.
TROVOADAS

O lado mais frio está sempre situado para lado


do pólo de cada hemisfério, ao passo que ar As nuvens (Cb)
mais quente situado para o lado do equador. Daí formam-se em ar instável e desenvolvem em si
dizer-se que uma frente é considerada fria uma associação de fenômenos intensos, que
quando se desloca para o equador e quente constituem um sério problema ao vôo e que
quando se desloca para o pólo. Após a passagem formam o conjunto da Trovoada. As nuvens
de uma Frente Fria teremos uma diminuição da (Cb) são portanto, as nuvens de trovoada. São
temperatura e aumento da pressão atmosférica. normalmente gigantescas em dimensões. Seus
topos ultrapassam quase sempre o nível de
Quando uma frente quente permanece na 10.000 metros (35.000’) e não raro ultrapassam
superfície e o ar frio subir, será chamado de 18.000 metros (60.000’). São sempre
OCLUSÃO TIPO QUENTE. As condições acompanhadas de muita precipitação e grandes
atmosféricas decorrentes são as mesmas de uma descargas elétricas, que chegam ás vezes, á
frente quente. 100.000.000 volts e são os relâmpagos. A
turbulência no interior e nas proximidades
Frente Oclusa: Encontro de duas frentes. dessas nuvens é imprevisível em seus efeitos e
em sua intensidade. A única regra de vôo que é
Uma Oclusão será fria quando após ocorrer a válida para todos os níveis e todas as categorias
superposição das duas frentes, a frente fria de aeronave, é aquela que aconselha evitar, se
permanece em contato com a superfície. As possível, o vôo dentro de um Cb. Trata-se de
condições atmosféricas decorrentes serão as uma nuvem muito comum no céu, pois segundo
mesmas de uma frente fria. Quando uma frente estimativas ocorrem de 44.000 delas por dia em
perde seu todo o globo terrestre. São facilmente
deslocamento, isto é, quando as duas reconhecíveis pelo aspecto pesado e ameaçador,
massas de ar que geram a frente com tonalidades que variam desde o branco
encontram em equilíbrio, cessa o brilhante até o cinza quase
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

negro. Os seus topos, são espalhados e formados convectivas e vai condensar o seu vapor d’água
por massas de Cirrus. À noite são iluminadas em nuvens cúmulus que acabam evoluindo em
pelos relâmpagos freqüentes. Cb. Normalmente deslocam-se levadas pelos
ventos predominantes, com uma velocidade
FASES 80% da velocidade dos ventos. São comuns á
As trovoadas nascem, vivem e morrem, tarde no verão sobre a terra e ocorrem no
obedecendo a um ciclo de vida relativamente inverno, pela madrugada, sobre o mar.

curto. Apresentam três fases no seu Trovoadas Orográficas


desenvolvimento total: São formadas por efeito orográfico. Surgem
• FASE DE CÚMULOS: em que elas iniciam o colocadas a barlavento das grandes montanhas.
ciclo da vida. Surgem como Cúmulos isolados São geralmente intensas e
ou associados com desenvolvimento vertical apresentam topos elevados. Regiões de
muito grande. Apresentam bases, alguma topografia ondulada costumam formar
precipitação do tipo pancada, formas rígidas e trovoadas convectivas-orográficas, porque o
nítidas com topos em crescimento e dentro delas efeito convectivo se soma ao efeito do vento
há uma predominância de correntes atritando com o terreno irregular. São
ascendentes. Ainda não há relâmpagos. avantajadas e violentas.
• FASE DE MATURIDADE: em que elas
apresentam o seu desenvolvimento máximo. Os Trovoadas Dinâmicas
topos se tornam achatados porque elas param de São as que se formam na convergência de
crescer. As massas de Cirrus começam a se ventos e massas de ar com densidades
espalhar na direção dos ventos predominantes, diferentes. São trovoadas frontais. As frentes
dando para quem as vê de lado, um aspecto que frias são as mais intensas quando as frentes são
lembra uma bigorna de ferreiro (Cb de bigorna). muito ativas.
As bases dianteiras se tornam mais baixa e os ASSOCIAÇÃO COM AS CONDIÇÕES DE
relâmpagos começam a correr em toda a TEMPO
extensão das nuvens. No interior das nuvens a Ocorrem diferentes condições de tempo
turbulência é intensa e irregular, com equilíbrio associadas às trovoadas. As mais comuns são:
entre correntes ascendentes e descendentes. A • Ventos de rajada: que fluem em todas as
precipitação é severa. direções, e que chegam a atingir até 20
• FASE DA DISSIPAÇÃO: em que elas operações de pouso e descolagem
começam a dissipar. O aspecto físico é o mesmo • A chuva intensa: associada á turbulência
da face de Maturidade, com exceção das • O granizo: que é formado por pedras de gelo
expansões laterais exageradas, que começam a atiradas em todas as direções. Ocorre em pontos
se espalhar para os lados, em camadas. Há localizados de uma trovoada. Pode ser
predominância de correntes descendentes. identificado durante o dia pela
coloração verde que comunica á área da nuvem
TIPOS onde está ocorrendo.
As trovoadas podem se formar no interior de • Os relâmpagos: que são as grandes descargas
massa de ar ou então associadas a elétricas que ocorrem em todos os pontos de
frentes. Os tipos mais comuns são aquelas uma trovoada. Os relâmpagos verticais
formadas pelos processos físicos que normalmente predominam na parte dianteira de
ocorrem na atmosfera. uma trovoada, ao passo que as horizontais
predominam na parte traseira. Uma aeronave
Trovoadas Convectivas ou Termais pode ser atingida por relâmpagos entre 0 graus
São aquelas formadas por convecção. O ar é Celsius e -10 graus Celsius.
aquecido em contato com uma superfície • A turbulência generalizada: que ocorrem em
quente, eleva-se sob forma de correntes torno e dentro da nuvem. Analisada em vôo,
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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

pode ser assim classificada: leve quando


acarreta variações na velocidade indicada Os principais efeitos da formação de gelo são:
permanecem entre 5 e 15 Kt; moderada quando Gelo em hélice: altera o perfil aerodinâmico
as variações na velocidade indicada das pás e reduz a tração efetiva, acarretando
permanecem entre 15 e 25 Kt; severa quando redução da velocidade indicada. Ocorre
ultrapassa 25 Kt. vibração associada, devido ao desequilíbrio
Formação do gelo: entre as pás.
Uma aeronave voando em condições favoráveis Gelo no rotor de helicópteros :reduz a
ao gelo (água presente e temperatura abaixo de sustentação, ao mesmo tempo em que acarreta
vibrações críticas.
grau Celsius) pode acumular gelo sobre partes Gelo nos reatores : reduz a entrada de ar e
críticas da sua estrutura. acarreta um aumento na temperatura da
exaustão, porque a mistura se torna cada vez
FORMAÇÃO DE GELO - ASPECTOS E mais rica.
EFEITOS SOBRE AS AERONAVES Gelo nos carburadores convencionais : forma-se
na passagem de ar através da “borboleta”,
Gelo Claro, Cristal ou Cristalino: é o tipo mais devido ao efeito de Venturi que acarreta
perigoso para a aviaçãp por ser pesado e resfriamento médio de 15 graus Celsius no ar. A
aderente. É cristalino e se forma devido a evaporação da gasolina tira, por sua vez, 3 ºC do
grandes gotas de água. É comum nas nuvens sistema, o que faz com que o vôo em ar a 18 ºC
Cumuliformes e predominam em temperaturas positivos, passe a sofrer problema de gelo no
entre 0 e -10 ºC. É extre- mamente difícil de ser carburador. Para combater esta formação,
eliminado. usa-se ar quente do próprio motor e nas
proximidades longas com motor reduzido, dar
Gelo Amorfo, Opaco ou Escarcha: é o tipo de pequenas rajadas no motor, para acionar a
gelo menos perigoso para a aviação por ser mais borboleta e desprender pedaços de gelo que
leve, menos aderente e de aspecto leitoso. Exige estejam se formando.
gotas de água menores para se formar.
Predomina em nuvens estratificadas abaixo de 0
ºC e em nuvens Cumuliformes abaixo de -10
ºC. Sua estrutura é granulada e é facilmente
combatido. É semelhante ao que se forma (-
10ºC e -20ºC) nas paredes dos refrigeradores.

Gelo Misto: é o resultado combinação dos dois


tipos anteriores :
Ocorre um tipo de gelo no céu aberto que é na
verdade, um tipo de geada, cuja formação é
devida ao jato de aeronaves que voam durante
muito tempo em temperaturas baixíssimas terem
sua fuselagem superesfriada; ao descerem para
pouso encontram uma camada de ar úmido que
produz sublimação do vapor d’água em sua
superfície.
O gelo acumulado sobre uma aeronave acarreta
excesso de peso, altera o perfil aerodinâmico e
reduz a velocidade em vôo.

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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

Exercícios

01) A Troposfera, camada mais baixa de atmosfera se estende, sobre o equador, até cerca
de:
a) 60 Km b) 500 Km c) 7 a 9 Km d) 17 a 19 Km

02) Em que camada da atmosfera ocorrem a maioria dos fenômenos meteorológicos?


a) Exosfera b) Ionosfera c) Tropopausa d) Troposfera.

03) A camada da atmosfera onde se verifica a ISOTERMIA é a:


a) Exosfera b) Ionosfera c) Troposfera d) Tropopausa

04) A temperatura na troposfera:


a) Aumenta com a altitude.
b) Diminui com a altitude
c) Mantém-se constante com a altitude.
d) Diminui até certa altitude, depois aumenta.

05) A temperatura padrão (ISA) ao nível do mar, eqüivale a:


a) 10ºC b) 12ºC c) 15ºC d) 25ºC

06) A variação média da temperatura na troposfera — queda térmica normal da


atmosfera, padrão, corresponde a:
a) 2ºC/100m b) 2ºC/100 ft c)5,5ºC/110ft d) 0,65º C/100m

07) A camada externa da atmosfera que se confunde com o espaço interplanetário é:


a) Exosfera b) Ionosfera c) Ozonosfera d) Estratosfera

08) A camada de ozônio, conhecida como ozonosfera, que protege a terra do excesso de
radiação ultravioleta, é uma sub-camada da:
a) Troposfera b) Exosfera c) Estratosfera d) Ionosfera.

09) Tropopausa é caracterizada por:


a) Fluxo de correntes de jato b) Isotermia
c) Gradiente térmico positivo d) Fluxo de ventos máximos

10) A porcentagem de vapor de água no ar saturado da atmosfera corresponde a:


a) 4% do volume de ar b) 100% do volume de ar
c) 21% do volume de ar d) 78% do volume de ar.

11) A composição básica da atmosfera padrão é de:


a) 78% de oxigênio e 21% de nitrogênio b) 78% de nitrogênio e 21% de oxigênio
c) 78% de hidrogênio e 21% de oxigênio d) 78% de oxigênio e 21% de hidrogênio

12) A camada mais baixa da atmosfera chama-se:


a) Tropopausa b) Troposfera c) Estratosfera d) Ionosfera

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BLOCO IV – METEOROLOGIA- MET

13) A Tropopausa é uma camada de transição entre a Troposfera e a Estratosfera de


espessura aproximada de:
a) 60 Km b) 17 a 19Km c) 9 Km d) 3 a 5 Km

14) A camada da atmosfera onde se dá o inicio da difusão da luz solar é:


a) Troposfera b) Ionosfera c) Estratosfera d) Tropopausa

15) A Ionosfera tem como característica principal:


a) Difusão ou dispersão da luz solar.
b) Gradiente térmico de 2º C/1.000 ft.
c) Refração e reflexão das ondas de rádio.
d) Ocorrência da maioria dos fenômenos meteorológicos.

16) A pressão atmosférica padrão ao nível do mar é:


a) 29.92 hPa b) 10000 hpa c) 1013.2 hPa d) 1013.2 Pol/Hg

17) O decréscimo da pressão atmosférica com a altitude, considerando-se a atmosfera


padrão é de:
a) 1 Pol (Hg)/1000 ft. b) 1 hPa/1000 ft
c) 1 Pol (Hg) / 30 ft d) 0.65 hPa/ 1000 ft.

18) A quantidade de moléculas de ar presente num dado volume é o que chamamos de:
a) Névoa única b) Pressão atmosférica
c) Umidade relativa do ar d) Densidade do ar atmosférico.

19) Certamente o Piloto encontra instabilidade no ar quando:


a) O vento é calmo
b) Ocorre a formação de nevoeiro
c) O céu apresenta formação de nuvens cumuliformes
d) O céu está coberto por uma camada contínua de nuvens

20) Gelo misto é a combinação do gelo:


a) Geada e opaco b) Opaco e amorfo
c) Claro e cristal d) Claro e escarcha

21) Turbulência observada em níveis elevados, geralmente acima de 20.000 ft, associada
as correntes de jato, é do tipo:
a) Mecânica b) Térmica c) Orográfica d) De céu claro

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BLOCO III – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DE COMISSÁRIO DE VOO - AFI

1.1 Anatomia A estrutura básica do corpo humano será


É a ciência que estuda a estrutura física dos seres composta por células, tecidos, órgãos e sistemas
vivos.
que possuem funções específicas para o bom
1.2 Fisiologia funcionamento do corpo.
É o estudo das funções do corpo, como ele trabalha
em termos físicos e químicos. Célula: é a menor unidade biológica funcional do
organismo. A composição química da célula é:
1.3 Fisiologia de voo. água, açúcar, vitaminas, sais, DNA, RNA,
Em todas as fases da história das atividades proteínas e lipídios.
aéreas, ficou provado que na medida em que o ser
humano se afasta da superfície terrestre, vão Tecidos: Grupo de células que são parecidos
surgindo condições, progressivamente mais quanto à estrutura, função, origem embrionária, e
adversas à sua sobrevivência. Para compreendê- que são mantidas juntas por quantidade variada
las, deve-se efetuar um rápido estudo sobre as de material intercelular.
características físicas do meio ambiente do
Órgãos: Formado por tecidos combinados.
trabalho aéreo.
Sistemas: São órgãos que trabalham juntos, onde
Paul Bert foi o primeiro médico dedicado a
cada um cumpre uma parte específica de uma
fisiologia da altitude. Na I Guerra Mundial
função do corpo.
iniciava os modelos de aeronaves para transporte
aeromédico. 1.5 Sistemas do organismo humano.
1.5.1 Sistema Nervoso
Fisiologicamente o voo provoca várias alterações
no organismo. É necessário que o aeronauta Está localizado na caixa craniana. É formado
conheça os sinais e sintomas das várias patologias pelo Encéfalo, Medula Espinal, Nervos, órgãos
que acometem o homem no ambiente aéreo. dos sentidos especiais e é responsável pelo
controle e integração das atividades do corpo,
pensamento e raciocínio, ajuste do organismo ao
1.4 Divisão do Corpo Humano ambiente, bem como perceber e identificar as
condições do ambiente externo e as condições
dentro do próprio corpo e elaborar respostas que
adaptem à estas condições.
Os neurônios fazem parte do sistema nervoso
central e são extremamente estimuláveis. É capaz
de perceber as mínimas variações que ocorrem
em torno de si, reagindo com uma alteração
elétrica que percorre a sua membrana,
denominado de impulso nervoso.
O Líquor é um líquido que envolve o cérebro e a
Tabela 1: divisão do corpo humano medula e os protege, agindo contra possíveis
choques.
Fonte: disponível em :
http://culturasdocorpo.blogspot.com/2015/02/anatomia-humana-
basica.html– Acesso em 11/02/2021.

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BLOCO III – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DE COMISSÁRIO DE VOO - AFI

Figura 1: Sistema Nervoso Orelha interna:


Composição: é composto por duas partes, uma
auditiva (cóclea ou caracol e nervo auditivo) e
outra parte vestibular responsável pelo equilíbrio
e orientação espacial (labirinto ou canais
semicirculares, utrículo e sáculo).
A intensidade do volume do som é medida em
decibéis (dB) e pode afetar o sistema auditivo
Fonte: Disponível em: https://pt.slideshare.net/whybells/sistema- causando desconforto ou lesões. O nível máximo
nervoso-25143199 - Acesso em 11/02/2021. de ruído permitido próximo a aeroportos no
Brasil e no mundo é de 105 dB.
É necessário proteger os ouvidos usando
Figura 2: Sistema Nervoso – Medula Espinal abafadores, protetores ou ear-plugs.

Figura 3: Sistema Auditivo

Fonte:disponível em:https://image.slidesharecdn.com/sistema-
nervoso-2014-parte-i-150927192937-lva1-app6892/95/sistema-
nervoso2014-16-638.jpg? cb=1443382247 - Acesso em
11/02/2021
.
1.6 Sistema Auditivo
O ouvido humano é separado em três grandes Fonte: Disponível em:http://www.sobiologia
partes, de acordo com a função desempenhada e .com.br/conteudos/Corpo/sentido4.php- Acesso
a localização. São elas: a orelha externa, orelha em 11/02/2021.
média e a orelha interna.

Orelha externa: 1.7 Sistema Visual


Composição: pavilhão auricular e o canal ou O sistema visual é composto pelo globo ocular e
conduto auditivo, cujas funções são captar e anexos. Localiza-se na cavidade do crânio
encaminhar as ondas sonoras até ao tímpano. É chamado de órbita, que o protege de lesões. É um
também no canal auditivo que se dá a produção dos 5 sentidos que fazem comunicação com o
de cera, que mantêm úmido e limpo este local. mundo e o cérebro e, é o mais importante de
Isto porque a cera ajuda a reter partículas de pó, todos na prevenção de acidentes. Seu
sujidade e micro-organismos. funcionamento é similar a uma câmera
fotográfica. As lágrimas também fazem parte do
Orelha média: sistema visual. São compostas de água que
Composição: é composto pelo tímpano ou contêm substâncias proteicas, minerais e
membrana timpânica, possui três ossículos substâncias bactericidas, que protegem o olho de
(martelo, bigorna e estribo) que encaminham as infecções, além de conservar a córnea úmida.
ondas sonoras até a janela oval. Na orelha Para mantermos os olhos com uma boa aptidão
média existe ainda um canal, em parte ósseo, em visual é recomendado o consumo de vitamina A
parte fibrocartilagíneo, denominado Trompa de (leite, manteiga, peixe, ovo, fígado, cenoura,
Eustáquio (tuba auditiva), que faz a comunicação abóbora, ervilha, carnes etc.)
da orelha média com a nasofaringe, cuja função
é equalizar a pressão do ar dentro da estrutura.

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Figura 4: Sistema Visual

Fonte: Disponível em: http://www.institutocftv.com.br/nossos-


olhos-cameras-e-lentes---parte-1.html- Acesso em 11/02/2021.

1.8 Sistema Digestório


O Sistema digestório é formado pela boca,
Fonte;Disponível em:https://hipnosecomneurociencias.com/o- esôfago, estômago, intestino delgado e grosso,
que-voce-sabe-sobre-o-sistema-visual-humano/ - Acesso em estruturas acessórias incluindo glândulas
11/02/2021.
Existem dois tipos de visões: salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar.
Supre o corpo com substâncias dos quais deriva
Visão central: é aquela na qual a imagem cai no a energia para as atividades e de onde se obtêm
centro da retina e é rica em detalhes. componentes para a síntese das substâncias
necessárias.
Visão periférica: é aquela que se forma na
periferia da retina, esta visão é pobre em detalhes, Figura 7: Sistema Digestório.
pois percebe a presença dos objetos e
movimentos, porém nada nítido.
Figura 5: Visão central e visão periférica

Fonte: Disponível em:http://www.dominiosfantasticos.com.br


/id1022.htm- Acesso em 11/02/2021 Fonte: Disponível em:
http://sciencebyscience.blogspot.com/p/fisiologia-humana-
sistema-digestorio.html - Acesso em 11/02/2021.

Temos 2 tipos de células na retira:


1.8.1 Composição e função:
Cones: são células dos olhos que são
Boca: é a cavidade formada pelos lábios, pelo
responsáveis pelo reconhecimento das cores.
palato na parte superior e pelos músculos na parte
Bastonetes: são células dos olhos que são
inferior. Possui gengiva, dentes e língua. O palato
responsáveis pela detecção da luminosidade.
é o teto da cavidade bucal e é dividido em palato
Figura 6: Células da Retina
duro e palato mole. A língua é um órgão
muscular revestido por mucosa com importante

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função na mastigação, mistura do alimento à desintoxica o organismo, filtra micro-


saliva, deglutição e articulação da fala. Os dentes organismos, transforma amônia em ureia.
são estruturas rijas e esbranquiçadas e tem como
função a trituração dos alimentos. Nos adultos
serão 32 dentes. A mastigação auxilia na digestão Pâncreas: O pâncreas é uma glândula localizada
dos alimentos, já que as enzimas digestivas só no abdômen, logo atrás do estômago e entre o
atuam na superfície das partículas alimentares. duodeno e o baço, que integra os sistemas
digestivos e endócrino. É dividido em três
As glândulas salivares parótidas produzem regiões: cabeça, corpo e cauda. Apresenta duas
secreção serosa e mucosa, as sublinguais funções: endócrina (produção de insulina) e
secreções mucosas. exócrina (produz enzimas para a digestão e
absorção dos alimentos).
Faringe: é um órgão tubular, composto por
músculo e revestido por mucosa, situado após as
cavidades nasal e bucal. Intestino Delgado: Possui um formato tubular e
liga o estômago ao intestino grosso. Possui três
Esôfago: é o tubo muscular que segue para o divisões que são: Duodeno, Jejuno e Íleo. No seu
estômago. Realiza os movimentos peristálticos interior são absorvidas as substâncias digeridas,
para a descida do alimento. As secreções sendo que 80% da digestão ocorre no Duodeno.
esofagianas são de caráter mucoide. As células
mucosas secretam enzimas digestivas (pepsina) e
proteínas e as células parietais produzem ácido
clorídrico. Produzem ainda a lipase gástrica Intestino Grosso: é a parte final do tubo
(digestão de gorduras, principalmente do leite) e digestivo. Divide-se em três partes: ceco, cólon
a amilase gástrica (digestão de amidos). (ascendente, transverso, descendente e sigmoide)
reto e ânus. É no intestino grosso que ocorre a
Estômago: Tem a função de armazenamento do parte final da digestão. Nele se acumulam os
alimento e continua até chegar no intestino. resíduos do processo digestivo em forma de fezes
Situa-se abaixo do diafragma e prepara os e também responsável pela absorção da água e
alimentos ingeridos para a digestão. Sua parte consistência do bolo fecal.
principal é denominado corpo gástrico. Contém
sucos digestivos (ácido clorídrico) que mata 1.9 Sistema Urinário
bactérias e ajuda na digestão. Os movimentos
peristálticos continuam e empurram o alimento O Aparelho urinário é composto pelos rins,
para frente. São funções motoras do estômago o
ureteres, bexiga e uretra. A sua função é eliminar
armazenamento, mistura e esvaziamento.
a urina que contêm vários produtos metabólicos
Fígado: O fígado é um órgão de funções finais. A produção da urina se dá nos rins e é
múltiplas e fundamentais para o funcionamento transportada através dos ureteres até a bexiga,
do organismo. Localiza-se do lado direito do que armazena temporariamente esta urina e é
abdômen e é a maior glândula do organismo. encaminhada para a uretra para ser eliminada. A
Tem como função armazenar a bile (vesícula urina é composta de cerca de 95% de água e suas
biliar) que ele mesmo produz e enviar ao principais excretas são a ureia, o cloreto de sódio,
intestino para dissolução e aproveitamento das substâncias nocivas ao organismo e o ácido úrico.
gorduras. Armazena também a glicose que,
A diferença entre o sistema urinário feminino e
quando necessário é enviada pela corrente
masculino é a localização da uretra. A uretra do
sanguínea. Produz proteínas nobres, tais como: a
homem localiza-se internamente e da mulher é
albumina (mantêm a água na circulação
externa.
sanguínea – osmótica. Não deixa com que ocorra
o edema. Tem proteínas que ajudam no processo
de coagulação do sangue, sintetiza o colesterol,

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Figura 8: Componentes do sistema urinário Feminino. pela troca gasosa (hematose) e compreende dois
movimentos distintos, a inspiração onde o
oxigênio passa por difusão para o sangue, e a
expiração, onde ocorre a eliminação do gás
carbônico. Essa troca é determinada pela pressão
parcial de cada gás. Ocorrem várias combinações
na troca gasosa, dentre elas: a Oxihemoglobina
(oxigênio combinado à hemoglobina,
Carbaminohemoglobina (gás carbônico
combinado à hemoglobina,
Carboxihemoglobina (monóxido de carbono
Fonte: Disponível em:http://cvnavaranda.blogspot.com/2012/01 combinado à hemoglobina).
/disturbios-renais.html- Acesso em 11/02/2021.
A característica do pulmão direito é que ele é
mais curto, calibroso e verticalizado e o pulmão
Figura 9: Componentes do sistema urinário esquerdo é que ele é mais longo, fino e
masculino horizontal. Alguns fatores podem prejudicar a
troca gasosa. São eles: fraqueza muscular,
afecções neurológicas, secreções, problemas na
mecânica pulmonar e obesidade.

Figura 10: Composição do sistema respiratório.

Fonte: Disponível em:


http://cvnavaranda.blogspot.com/2012/01/disturbios-
renais.html - Acesso em 11/02/2021

1.10 Sistema Respiratório


1.10.1 Componentes:
O sistema respiratório compreende as vias
aéreas superiores, fossas nasais (tendo como
Fonte: Disponível em:
função filtrar, aquecer e umidificar o ar), faringe https://www.todamateria.com.br/sistema-respiratorio/-
(tem a função de comunicação com a laringe), Acesso em 11/02/2021
laringe (tubo curto e cilíndrico que se fecha à
passagem dos alimentos impedindo que cheguem
as cordas vocais e a traqueia, por ela só passam o Figura 11: Alvéolos pulmonares
ar inspirado e expirado), a traqueia (é um tubo de
aproximadamente 10cm que se estende da laringe
dando origem em sua porção final ao brônquio
principal e possui anéis cartilaginosos), brônquio
principal (possuem cílios e muco, divide o ar
entre os dois pulmões) que se divide em brônquio
principal direito e esquerdo, os pulmões onde se
encontram os bronquíolos (levam o ar para os
alvéolos e se localizam dentro dos pulmões) e os Fonte: Disponível em:
sacos alveolares (é a porção final do sistema http://www.keywordhouse.com/YWx2ZW9sb3MgcHVsb
W9uYXJlcw/- Acesso em 11/02/2019
respiratório, é onde ocorrem as trocas gasosas).
O músculo responsável pela respiração é o
diafragma. O sistema respiratório é responsável

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A mecânica respiratória envolve o tórax, o intrapleural esteja em cerca de (-)4mmHg e em


abdômen, os pulmões, suas condições e os uma inspiração profunda atinge de (-) 9mmHg a
tecidos. É responsável pela expansão e contração (-) 12mmHg.
da caixa torácica na inspiração e expiração, A frequência respiratória normal é de 15 a
mostrando especialmente a contração do 20rpm no adulto, na criança em fase pré-escolar
diafragma, elevação da caixa torácica e a função em torno de 20rpm, no lactante 25rpm e no
da musculatura intercostal. Conforme recém-nascido de 40rpm.
respiramos, o diafragma se movimenta. Na Alguns sinais de desconforto respiratório
inspiração ele é empurrado para baixo e na podem ser identificados. São eles:
expiração ele é empurrado para cima.  Dispneia: é a alteração do ritmo respiratório
 Taquipnéia: é a frequência respiratória
Figura 12: Mecânica respiratória. acelerada e superficial.
 Hiperpnéia: é a frequência respiratória
aceleradae profunda onde eliminamos uma
grande quantidade de CO² (hipocapnia/
hipocarbia). Devemos respirar no saco de
papel ou realizar a apneia para que os sintomas
desapareçam (delírio, sono, formigamento das
extremidades, tontura falta de coordenação,
espasmos musculares, crises convulsivas e
inconsciência)
Fonte: Disponível em:
https://www.ebah.com.br/content/ABAAAA13wAD/enfer
 Bradipnéia: é a frequência respiratória
magem-emergencias-respiratorias-03 - Acesso em diminuída
11/02/2021  Apneia: é a ausência de movimentos
respiratórios
De acordo com a lei de difusão dos gases, o gás  Cianose: é a coloração violácea que indica que
se movimento do local de maior concentração o indivíduo não está oxigenando
para o local de menor concentração. Com isso adequadamente. Existem 2 tipos: central
sabe-se que, no nível do mar, a pressão parcial do (verificada nos lábios e mucosas) e periférica
oxigênio que chega aos pulmões (alvéolos) é (verificada nas unhas das mãos e pés).
mais alta do que a pressão deste gás no sangue;  Anóxia: é a falta de oxigênio no sangue e nos
assim, o oxigênio difunde-se dos pulmões para o tecidos.
sangue. O inverso é verdadeiro para o gás  Hipóxia: é a deficiência de oxigênio no sangue
carbônico. Este encontra-se com pressão maior e nos tecidos.
no sangue, difundindo-se para o meio externo.
Na inspiração, a pressão intra alveolar torna- 1.11 Sistema Cardiovascular
se ligeiramente negativa em relação a pressão O sistema cardiovascular é composto pelo
atmosférica, menor que (-) 1mmHg e faz o ar coração, vasos sanguíneos e linfáticos, sangue e
entrar através das vias respiratórias e na linfa.
expiração eleva a quase (+) 1mmHg, fazendo o
ar sair, chegando a um esforço expiratório acima Coração: O coração é um órgão oco, do tamanho
de 100mmHg e o esforço inspiratório até (-) da mão fechada e localiza-se no mediastino
80mmHg. (entre os pulmões). Tem como função o
Os pulmões ficam presos através do hilo e bombeamento do sangue, transporta materiais
possuem uma tendência a se colabarem (fechar), entre as células e os tecidos. Está dividido em
isto se deve as tensões elásticas e da tensão quatro câmaras cardíacas, sendo duas câmaras
superficial do líquido que circunda os alvéolos, superiores denominadas átrios e duas câmaras
chamado de surfactante. Para que os pulmões se inferiores denominadas ventrículos. A frequência
mantenham abertos é necessário que a pressão cardíaca varia entre 60 a 100 batimentos por

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minuto. Acima deste valor denominamos  Lado esquerdo do coração:


taquicardia (aceleração dos batimentos Tabela 3: Componentes do coração lado esquerdo
cardíacos) e abaixo denominamos bradicardia
Átrio Esquerdo (AE)
(diminuição dos batimentos cardíacos).
Veias Pulmonares (VP)
Verificamos a pulsação através da palpação das
artérias, com auxílio dos dedos indicador e Válvula Mitral (VM)
médio, contando-o por 1 minuto. Ventrículo
Os batimentos cardíacos podem ser verificados Esquerdo(VE)
nas artérias: Válvula Semilunar (VS)
 Temporal Artéria Aorta (AA)
Fonte: Do autor, 2021.
 Carótida
 Braquial (em bebês)
 Radial Figura 13: Estruturas do coração.
 Femoral
 Poplítea
 Pediosas ou podálicas
Deve-se avaliar, além da frequência, o ritmo e o
volume.
Quanto ao ritmo:
 Rítmico
 Arrítmico
Quanto ao volume:
 Cheio
 Fino
Para que o coração funcione bem, os pulmões
também devem estar funcionando
Fonte: Disponível em:https://docplayer.com.br/9500208-Arterias-
adequadamente. e-veias-liga-academica-de-anatomia-clinica-hugo-bastos-aula-
O coração é formado por 3 camadas: pericárdio iii.html– Acesso em 11/02/2021.
(camada externa), miocárdio (músculo cardíaco),
Endocárdio (camada interna). A seguir iremos O coração possui um ciclo cardíaco que é
reconhecer a parte direita e a parte esquerda do dividido em duas fases: sístole (contração) e
coração: diástole (relaxamento).
O sangue é o componente fluído que transporta
 Lado direito do coração: materiais entre as células e os tecidos. É viscoso
Tabela 2: Componentes do coração lado direito e composto por plasma e células. Ele transporta
Átrio Direito (AD) gases respiratórios, materiais nutritivos, excretas
Veia Cava Superior renais, hormônios, regula o PH nos tecidos
(VCS) (homeostase) e a temperatura do corpo, protege
Veia Cava Inferior os tecidos contra substâncias tóxicas e nocivas,
(VCI) realiza a coagulação prevenindo a perda
Válvula Tricúspide excessiva dos fluídos corpóreos, regula o volume
(VT) dos fluídos no corpo, transporta células de defesa
Ventrículo Direito (glóbulos brancos). Nas artérias e nas veias
(VD) circulam sangue, onde em um adulto, seu volume
Válvula Semilunar chega a 5 litros e se compõe de células.
(VS) Glóbulos vermelhos ou hemácias: de 4.500.000 a
5.000.000mm³. Tem como função transportar o
Artéria Pulmonar
oxigênio dos pulmões para os tecidos e o bióxido
(AP)
Fonte: Do autor, 2021. de carbono dos tecidos para os pulmões.

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Glóbulos brancos ou leucócitos: de 6.000 a 8. A variação entre a máxima e a mínima


000mm³.Tem como função realizar a defesa do geralmente é de 40 - 60 mmHg.
organismo. Terminologia:
Plaquetas: valor normal de 250.000mm³.  Hipertensão (pressão arterial elevada)
Participa da coagulação sanguínea. Pressão diastólica (mínima) igual ou
Plasma: é a porção liquida do sangue onde superior a 90 mmHg.
ocorre o deslocamento da parte sólida  Hipotensão (pressão arterial diminuída)
representada pelos glóbulos vermelhos, glóbulos Pressão diastólica (mínima) igual ou
brancos e plaquetas, favorecem a coagulação do inferior a 50 mmHg.
sangue.
Sintomatologia.
Figura 14: Componentes do sangue. Hipertensão:
 Cefaleia
 Pele avermelhada
 Escotomas (pontos luminosos).

Hipotensão:
 Sonolência
 Tontura
 Vertigem
 Sudorese fria
Fonte: Disponível em:  Náusea
https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epiteli  Mal-estar
o16.php- Acesso em 11/02/2021
 Palidez.
Pressão Arterial
É a pressão com que o sangue é lançado na
corrente sanguínea e a pressão com que atinge a 1.12 Circulação
periferia. Para aferir a pressão arterial é utilizado É responsável pelo trajeto do sangue por todo o
um aparelho chamado esfignomanômetro e um organismo.
estetoscópio. Pequena circulação:
A pressão sistólica é a maior pressão e a pressão É o trajeto do sangue percorrido entre o
diastólica é a menor pressão. coração e o pulmão com o objetivo de oxigená-
Veremos a seguir as considerações sobre a lo.
pressão arterial: O sangue venoso sai do coração (lado direito) vai
para os pulmões, onde é oxigenado, e retorna
Figura 15: Nova classificação da hipertensão. para o coração (lado esquerdo).
Átrio direito ventrículo direito artéria
pulmonar pulmões veias pulmonares átrio
esquerdo.

Grande circulação:
É o trajeto do sangue percorrido entre o coração
e todo o organismo com o objetivo de oxigenação
dos tecidos.
O sangue arterial (oxigenado) sai do coração
(lado esquerdo) e é distribuído para todo o
organismo, e então retorna ao coração (lado
Fonte:Disponívelem:http://lyratopsicteo.blogspot.com/21
/05/nova-classificacao-da-hipertensao.html- Acesso em direito).
11/02/2021

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Átrio esquerdo ventrículo esquerdo artéria Figura 17: Ilustração esquemática dos vasos sanguíneos e suas
características
aorta organismo retorna ao átrio direito
pelas veias cava superior e inferior.
Sistema Circulatório.

Figura 16: Ilustração esquemática da pequena e grande circulação

Fonte: Disponível em:


http://anatomiafacil.com.br/038-diferencas-entre-as-arterias-
veias-e-capilares/- Acesso em 11/02/2021

1.13 Sistema Linfático


É representado como uma via acessória através
do qual os líquidos fluem dos espaços
intersticiais para o sangue. Este sistema pode
transportar proteínas e partículas grandes dos
Fonte: Disponível em: espaços teciduais, as quais não podem ser
http://www.professorinterativo.com.br/aval_on_line/01_TI
Cs/TIC_11/04_pq_grande_circulacao.htm- Acesso em
removidas por absorção para os capilares
11/02/2021 sanguíneos.
Figura 18: Figura esquemática do sistema linfático

A circulação sanguínea é feita através das


artérias que transportam o sangue sob alta
pressão do coração para os tecidos. Sendo
necessário paredes elásticas e fortes. Possuem
paredes mais espessas e dilatáveis.
As arteríolas por sua vez são pequenas
ramificações do sistema arterial. Possui uma
parede muscular forte e atua como válvula de
controle através do qual o sangue é liberado para
os capilares.
Os capilares trocam líquidos e nutrientes entre o Fonte: Disponível em: http://reabilitafisio.com.br/drenagem-
linfatica/- Acesso em 11/02/2021
sangue e os espaços intersticiais. Possui paredes
mais delgadas e permeáveis a substâncias de 1.14 Hemostasia e coagulação sanguínea
pequeno peso molecular. É ideal para que A coagulação sanguínea se dá por uma sequência
ocorram as trocas gasosas. de eventos químicos e plaquetários para evitar a
Veias: é um conduto para transporte do sangue perda sanguínea através do mecanismo de
que retorna do corpo para o coração. A pressão espasmo vascular com formação do tampão de
no sistema venoso é menor, as paredes venosas plaquetas, coagulação do sangue e crescimento
possuem menos fibras elásticas e músculos em de tecido fibroso no coágulo para fechar de modo
menor quantidade. permanente o orifício do vaso.
Vênulas: coletam sangue dos capilares e passam
gradualmente em veias progressivamente Em uma via comum de coagulação, o Fator X
maiores. combina-se com fosfolipídios e com o fator V
para formar o complexo chamado de ativador de
protrombina.Este então inicia a ativação da
protrombina (fator II) em trombina (fator II
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ativado). A trombina converte o fibrinogênio em Figura 20: Ossos do corpo.


filamentos de fibrina. O fator XII catalisa a
transformação da fibrina solúvel em insolúvel na
presença de cálcio, formando o coágulo na área
da lesão.
Figura 19: Coagulação sanguínea

Fonte:Disponível
em:http://keywordsuggest.org/gallery/1107600.html - Acesso em
11/02/2021

O esqueleto axial possui 29 ossos na cabeça, 26


ossos na coluna vertebral e 25 ossos no tórax. O
esqueleto apendicular possui 4 ossos na cintura
escapular, 60 ossos nos membros superiores, 2
ossos na cintura pélvica e 60 ossos nos membros
inferiores. Este sistema localiza-se entre os
tecidos moles do corpo.

A coluna vertebral começa na base do crânio e é


composto pelas vértebras. São elas:
 Vértebras cervicais: 7
 Vértebras torácicas: 12
 Vértebras lombares: 5
 Vértebras sacrais: 1 (fusão de 5 vértebras)
Fonte: Disponível em:  Vértebras coccígeas: 1 (fusão de 4
https://www.coladaweb.com/biologia/corpo-
humano/coagulacao-sanguinea - Acesso em 11/02/2021
vértebras)

Articulando-se com as vértebras, estão os 12


pares de costelas.
1.15 Sistema Esquelético A coluna vertebral possui as seguintes funções:
 Proteção da medula espinal e nervos
O sistema esquelético é formado por 206 ossos  Sustenta a cabeça e os membros
que tem, como função a proteção dos órgãos,  Postura
suporte e movimentação, possui reserva de
 Locomoção
minerais (cálcio, fósforo, potássio, sódio e outros
distribuídos pela corrente sanguínea para o
corpo) e função hematopoiética (formação de
células do sangue).

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Figura 21: Coluna vertebral e suas variações 1.17 Sistema Reprodutor


Tem como função a produção de gametas
(espermatozoides ou óvulos).
Masculino: composto pelos testículos, vesículas
seminais, próstata, canal deferente e pênis.

Figura 24: Sistema reprodutor masculino

Fonte:Disponível em:https://leonfreitaspersonal.wordpress.com
/2021/03/02/coluna-e-suas-curvaturas-o-que-e-saudavel-e-nao-
saudavel/ - Acesso em 11/02/2021

1.16 Sistema Tegumentar


É composto pela pele e estruturas associadas
como unhas e pelos. Possui função de
Fonte:Disponível em:https://paixaoporbiologia.blogspot.com
revestimento do corpo, proteção das estruturas /2015/10/sistema-reprodutor-masculino.html- Acesso em
internas do corpo contra lesões e substâncias 11/02/2021
estranhas, previne perda de fluídos
(desidratação), é importante na regulação da Feminino: composto pelos ovários, trompas de
temperatura. falópio, útero, vagina e pelas glândulas
mamárias.
Figura 22: Componentes do sistema tegumentar
Figura 25: Sistema reprodutor feminino

Fonte:Disponível em:http://biologiapontal.blogspot.com/2014
/08/comparando-o-sistema-tegumentar-de.html- Acesso em
11/02/2019

1.17 Sistema Muscular


É composto por 650 músculos que tem como
função a movimentação das partes do corpo.

Figura 23: Sistema Muscular

Fonte: Disponível em: https://airfreshener.club/quotes/3-what-


are-skeletal-muscles.html- Acesso em 11/02/2021
Fonte: Disponível em: https://airfreshener.club/quotes/3-what-
are-skeletal-muscles.html- Acesso em 11/02/2021

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1.18 Sistema Endócrino no dia sete de abril de 1948 com o objetivo de


É composto por glândulas secretoras de desenvolver o nível de saúde de todos os povos.
hormônios, tais como a hipófise, tireoide, A Organização Mundial de Saúde se encarrega
paratireoide, pâncreas, supra-renaise gônadas. de liderar questões e parcerias para o
Tem como função controlar e integrar as funções desenvolvimento da saúde, de estimular a
e atividades do corpo. Funciona intimamente pesquisa científica, de estabelecer normas na
ligadas com as funções do sistema nervoso. área, de prestar apoio técnico e de monitorar a
situação da saúde no mundo. Além disso,
Figura 26: Glândulas hormonais. patrocina programas para prevenir e tratar as
doenças, supervisiona a implementação do
Regulamento Sanitário Internacional, realiza
campanhas de saúde, promove pesquisas sobre
doenças de variadas categorias em diversos
países e publica periódicos para o
desenvolvimento da área.

2.1 Saúde
É definida como bem-estar físico, mental e
social em equilíbrio.

2.2 Regulamento sanitário Internacional.


Órgão internacional, criado com o objetivo de:
 Prevenir a propagação de doenças entre as
populações do mundo.
 Estabelecer normas de colaboração entre
países, para reduzir ou eliminar fontes de
Fonte:Disponível em:http://wesleibio.blogspot.com/2016_
03_16_archive.html- Acesso em 11/02/2021
propagação de enfermidades.
 Estabelecer notificação compulsória de
doenças transmissíveis ao órgão competente,
que pode ser:
 Autoridades locais de saúde pública;
 Autoridades estaduais;
 Autoridades nacionais;
 Autoridades internacionais (OMS).

No Brasil, além das doenças determinadas pela


OMS, também são de notificação compulsória:
 Mal de Hansen (Hanseníase ou Lepra)
2. Organização Mundial de Saúde (O.M.S.)  Tuberculose
A principal missão da Organização Pan-  Tétano
Americana da Saúde/Organização Mundial da  Esquistossomose
Saúde é de fortalecer os sistemas locais de saúde  Meningite
e de melhorar a saúde nas Américas em  Dengue
colaboração com os Ministérios da Saúde,  Raiva humana
agências governamentais e internacionais,  Leptospirose
organizações não-governamentais,  Sarampo (com internação)
universidades, agências de seguridade social,  Difteria
grupos comunitários, dentre outros. Foi fundada

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2.3 Vacinação obrigatória. 2.6 Higiene


O Regulamento Sanitário Internacional prevê É o conjunto de medidas para preservar a saúde e
quais vacinas são exigidas aos viajantes prevenir doenças. São condições ou hábitos que
internacionais. A obrigatoriedade é determinada conduzem ao bem-estar e à saúde.
dependendo das exigências do país de destino. O Dentro deste conjunto temos os cuidados como o
departamento de saúde dos portos, podem serem asseio corporal, alimentação, repouso, mãos,
sempre consultados. dentes e banho.

2.4 Endemia, epidemia e Pandemia


Endemia: Ocorre quando uma doença existe 2.7 Higiene mental.
apenas em uma determinada região (ou Estar satisfeito dentro da profissão escolhida é:
proporções pequenas da doença que não  Buscar condições para realização pessoal;
sobrevive em outras localidades).  Manter lazer sadio;
Epidemia: Ocorre a eclosão de determinada  Manter boas relações afetivas.
doença e o número de casos que surgem excede
ao da incidência normal esperada em uma
coletividade.
Pandemia: Ocorre quando uma epidemia se 2.7.1 Higiene espiritual.
alastra de forma desequilibrada se espalhando  Adotar uma filosofia capaz de assegurar
pelos continentes, ou pelo mundo. felicidade, paz e sentido para a vida.
Os critérios de definição de uma pandemia são os
seguintes: a doença ou condição além de se
espalhar ou matar um grande número de pessoas,
deve ser infecciosa. Exemplos de Pandemias: 3 Doenças endêmicas.
AIDS, Tuberculose, Peste, Gripe asiática, Gripe Malária -Também conhecida como paludismo
espanhola, Tifo, etc. ou maleita. É uma doença infecciosa febril.

2.5 Terminologias: Agente etiológico: Plasmodium (protozoário),


Epidemiologia - estudo das relações dos diversos que vive nas fêmeas dos insetos da família dos
fatores que determinam o aparecimento e a Anopheles. Existem vários tipos
evolução das doenças. São as zonas de ocorrência dePlasmodiumpelo mundo, no Brasil encontram-
de determinada doença. se:
Agente etiológico - agente infeccioso, causador  P. vivax
da doença.  P. falciparum (mais grave)
 P. malariae
Profilaxia - é um conjunto de medidas que visam  P. ovale
à prevenção, tratamento, controle e erradicação  P. knowlesi (asiático)
das doenças. Período de incubação:7 a 30 dias (em média 14
Patogenia - mecanismo pelo qual se desenvolvem dias) Transmissão:
as doenças. O quanto estas doenças podem causar
mal para o organismo.  Picada do mosquito fêmea do gênero
Período de Incubação - é o tempo decorrido entre Anopheles
o contágio até o aparecimento dos primeiros  Transfusão sanguínea (rara).
sintomas de uma doença.  Transplante de órgãos
Fase aguda - é o período onde estão presentes e  Compartilhamento de agulhas.
exacerbados, os sinais e sintomas da doença.  Congênito (da mãe para o feto)
Fase crônica - período onde a sintomatologia da 
doença desaparece, porém, o indivíduo não
atingiu a cura.

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Figura 39: Mosquito fêmea do gênero Anopheles Profilaxia:


 - Combater os mosquitos utilizando
repelentes, mosquiteiros (usar permetrina em
redes de cama e roupas) e telas em janelas e
portas
 - Para viagens a África, recomenda-se a
quimioprofilaxia2 semanas antes de viajar,
durante a estadia 1 vez por semana, e ainda por
Fonte:Disponível em:https://www.sobiologia.com.br
/conteudos/Reinos/Malaria.php- Acesso em 11/02/2021 mais 4 semanas após o retorno. Esta
recomendação não é válida para viagens a
Sinais e sintomas: região norte do Brasil pois, as cepas de
 Mal-estar geral Plasmodium falciparum são resistentes a
 Anemia medicação.
 Icterícia
 Convulsão Para doadores de sangue deve-se seguir a
 Confusão mental recomendação da CDC:
 Insuficiência renal  Viajantes para áreas endêmicas de malária não
 Síndrome do desconforto respiratório podem doar sangue por 1 ano após a viagem.
 Indisposição.  Ex-residentes de áreas endêmicas de malária
 Acesso endêmico ou malárico: não podem doar sangue por 3 anos após a
partida. Se retornarem a uma área endêmica de
 Calafrios;
malária dentro desse período de 3 anos, serão
 Mialgia
adiadas por mais 3 anos
 Tremores de frio e calor;
 Pessoas diagnosticadas com malária não
 Febre intensa; podem doar sangue por 3 anos após o
 Sudorese intensa tratamento.
 Cefaleia
 Prostração
 Sono Doença de Chagas:
 Irritabilidade A maioria das pessoas com esta doença não
 Coma desenvolvem os sintomas imediatamente, porém
 Morte permanecem infectadas durante toda a vida.

Figura 40: Evolução da Doença de Chagas – aumento do tamanho


Dependendo do tipo de agente etiológico, o do coração.
acesso malárico é variável na periodicidade,
intensidade e duração.
Há casos de repetição do acesso em menos de
36h; outros em até 72h. Nos intervalos do acesso
malárico, a pessoa pode apresentar-se sem
nenhum sintoma.

Epidemiologia:
No Brasil é considerada a maior endemia
parasitária.
Tem prevalência na região Norte - Amazônia,
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Fonte: Disponível em:http://www2.uftm.edu.br/patge/index.php?
Também tem ocorrência na África e Europa option=com_content&view=article&id=207:mac-
oriental, Pacifico Sul, partes do Caribe, sul e 0220&catid=49:4-patologia-sistemas-cavidades- Acesso em
11/02/2021
sudeste da Ásia e Oriente médio.

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Agente etiológico: Trypanosomacruzi Fase crônica:


(protozoário) que vive no "barbeiro", inseto  Alterações cardiovasculares tais como:
pertencente à família dos Triatomíneos. insuficiência cardíaca e arritmias.
 Lesões digestivas e intestinais
Figura 41: Inseto Barbeiro – transmissor da Doença de Chagas
Epidemiologia→ Rio grande do Sul, Santa
Catarina e Paraná (Sul do Brasil), São Paulo
(cidades do interior),
Minas Gerais, Bahia, México, América Central,
principalmente em áreas rurais.

Fonte: Disponível em:http://nossaradiousa.com/artigos/aumenta- Profilaxia:


a-populacao-de-barbeiro-transmissor-da-doenca-de-chagas-na-
florida/- Acesso em 11/02/2021
 Habitação e higiene adequadas
 Evitar a picada do inseto com repelente na
Período de incubação - Geralmente 5 a 14 dias pele e roupas
embora, grande parte dos chagásicos só descubra  Cobrir o corpo com roupas e usar bonés
a doença anos depois, quando aparecem os  Combate ao inseto
sintomas mais críticos.  Controle em bancos de sangue.

Transmissão:
 Picada pelo inseto vetor (barbeiro). Tratamento: é paliativo e sintomático. Existem
 Inseto de hábitos noturnos, que costuma picar medicações para amenizar os sintomas e, em
a vítima na região periorbital. A evacuação do casos crônicos, pode ser necessária uma
mosquito, próxima a lesão da picada, favorece intervenção cirúrgica.
a penetração de formas parasitárias,
Esquistossomose.
principalmente devido ao prurido
Também conhecida como "barriga d'água" ou
 Transfusão sanguínea
"mal do caramujo".
 Amamentação e forma congênita são Agente etiológico:
consideradas raras.
 Schistosoma mansoni
 S. Haematobium
Sinais e sintomas:
 S. Japonicum
 Fase aguda:
 S. Mekongi
 Miocardite
 S. Intercalatum
 Febre
 Fadiga
Período de incubação - Se estabelece entre 14 a
 Dor no corpo 84 dias. A fase crônica pode se tornar
 Mialgia assintomática por anos.
 Diarreia Transmissão:
 Vômito O verme adulto vive no intestino humano. Os
 Mal-estar ovos, postos pelas fêmeas, são eliminados pelas
 Cefaleia fezes. Se os dejetos caem na água, abrigam-se
 Astenia num tipo de caramujo. Se desenvolvem e, quando
Lesão no local da picada atingem a fase de cercarias, voltam para a água
 Edema palpebral bilateral (sinal de Romanã) novamente. As cercarias penetram ativamente na
 Hepatoesplenomegalia, pele do homem que entra em contato com águas
 Meningoencefalite, contaminadas. O homem infectado elimina os
ovos através das fezes e dá continuidade ao ciclo
Fase indeterminada: Infecção assintomática. de contaminação.
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Figura 42: Ciclo de vida da Esquistossomose. Tratamento:


 Medicamentoso
 Repetição do tratamento para aumentar a
eficácia após 2 a 4 semanas.
Profilaxia - Existem alguns meios de combate,
que se denominam por:
 Não há vacina disponível
 Não nadar em água doce em países endêmicos
 Usar cloro na água
 Usar repelente (como o DEET)
 Químicos: uso de medicação específica;
 Físicos: construção de fossas e esgotos -
Fonte: Disponível em:https://abcdamedicina.com.br saneamento básico;
/esquistossomose-doenca-ciclo-e-contaminacao-vacina-contra-  Biológicos: cultivo de peixes que se
barriga-dagua.html- Acesso em 11/02/2021
alimentam deste tipo de caramujo (Tilápia).
Sinais e sintomas:
Cólera.
Ainda no período de incubação, podem surgir
Doença responsável por grande número de
distúrbios gastrointestinais como a diarreia.
vítimas na humanidade, durante o século XlX e
primeira metade do XX.
Fase aguda:
Houve um controle importante da doença, mas,
 Mal-estar infelizmente, tornou-se mais frequente nos
 Cefaleia últimos anos.
 Mialgia Agente etiológico _ Vibriocho lerae- vibrião do
 Diarreia cólera (bactéria).
 Alterações respiratórias Período de incubação: de 1 - 3 dias.
 Febre Transmissão:
 Eosinofilia Ingestão de alimentos ou água contaminados,
 Hepatomegalia dolorosa considerando que isto ocorre devido ao consumo
 Esplenomegalia de água não fervida, clorada ou tratada, bem
como por contaminação alimentar.
Fase crônica: Alimentos não lavados corretamente ou
Geralmente, aparecem tardiamente. manipulados por alguém doente. Outro fator de
 Diarreia suma importância na transmissão é a ausência de
 Constipação saneamento básico.
 Melena Sinais e sintomas:Doença de evolução rápida,
 Ulceração da parede intestinal caracterizada por infecção intestinal aguda.
 Disúria  Diarreiaaquosa, com aparência de água
 Hematúria de arroz, acompanhada de muco
 Câncer de bexiga  Náuseas
 Ascite - aumento da cavidade abdominal  Vômitos
por acúmulo de líquidos.  Taquicardia
 Hipotensão
 Sede
Epidemiologia _ Nordeste do Brasil - Bahia,  Desidratação rápida - consequência da
Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe. Minas grande perda de líquidos e eletrólitos
Gerais São Paulo, África, Oriente Médio, Ásia e  Câimbras
Caribe.  Choque hipovolêmico
 Morte.
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Epidemiologia: Países da América do Sul, Ásia, Figura 43: Mosquitos transmissores da Febre Amarela.
África e Américas.
Tratamento:
 Hidratação
 Medicamento específico (adultos)
 Medicamentos específicos (crianças e
gestantes) Fonte: Disponível em:https://www.abc.med.br/p/exames-e-
 Antibióticoterapia procedimentos/1312008/vacina+contra+febre+amarela+tire+sua
s+duvidas.htm- Acesso em 11/02/2021
 Suplementação de Zinco

Sinais e sintomas:
Profilaxia:
 Febre alta com calafrios e pulso lento
 Saneamento básico
(Sinal de Faget)
 Higienização dos alimentos e mãos
 Icterícia – liberação de bilirrubina por
 Tratamento da água. destruição de células hepáticas;
 Vacina Americana: Vaxchora (duração  Vômitos hemorrágicos
de 3 meses, tomar 10 dias antes de viajar,
 Melena
via oral, possui contraindicações e
 Cefaleia
preparo.
 Dores nas costas
 Prostração
Obs.: a vacinação contra a cólera é recomendada  Morte.
somente em casos endêmicos, devido a sua baixa
eficácia (50%-80% de cobertura vacinal). Epidemiologia:África e América do Sul

Febre Amarela. Profilaxia:


É uma doença infecciosa causada por um  Vacinação - dose única (via subcutânea)
togavírus do grupo B que pode levar o paciente a 10 dias antes de expor-se às regiões de
morte. Os doentes que se recuperam, ficam foco.
imunes para toda a vida.  Combate ao inseto vetor.
 Repelente na pele e no vestuário.
Existem dois tipos de febre amarela: a urbana Tratamento:
(Aedes Aegypti) e a silvestre (Haemagogus e
Sintomático.
Sabethes).
Somente a forma urbana pode ser erradicada
Dengue.
através do extermínio do vetor (Aedes aegypti). Doença infecciosa febril, aguda, que pode ser de
A forma silvestre é impossível, pois o vírus existe
curso benigno ou grave, dependendo da forma
em macacos e várias outras espécies de insetos como se apresenta.
que transmite a doença de um animal a outro.
 Dengue clássica
Agente etiológico: Flavivírus (togavírus - grupo  Febre hemorrágica da Dengue
B), que vivem em insetos Aedes Aegypti.  Síndrome de choque da Dengue

Período de incubação: A doença se manifesta de Agente etiológico: Flavivírus com 4 sorotipos


3 a 6 dias. (1,2,3 e 4).

Transmissão: Picada do mosquito. Transmissão: Picada do mosquito Aedes Aegypti


e Albopictus

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Figura 44: Mosquito transmissor da Dengue - Aedes Aegypti.  Tratamento sintomático.

Doenças infectocontagiosas.
Tuberculose.
É uma doença infecciosa que atinge
principalmente os pulmões. Outros locais que a
doença pode ocorrer são: gânglios linfáticos,
pleura, articulações, ossos, meninges, rins,
Fonte: Disponível em:https://organicsnewsbrasil.com.br/bem- bexiga e genitais.
estar/saude/combate-ao-aedes-aegypti/- Acesso em 11/02/2021

Agente etiológico Mycobacterium tuberculoses-


Período de incubação: 3 a 10 dias, em média de (bacilo de Koch). Responsável pela tuberculose
5 a 7 dias. pulmonar.
Mycobacterium bovis- responsável pela
tuberculose bovina, que se manifesta no homem
pela forma extrapulmonar (renal/óssea).
Sinais e sintomas:
 Febre alta (39ºC) Transmissão:
 Cefaleia  Contato com secreções das vias
 Astenia respiratórias;
 Anorexia  Gotículas de Flugge.
 Náuseas e vômitos Para forma não pulmonar:
 Exantema  Ingestão de leite não pasteurizado.
 Prurido
 Hepatomegalia Sinais e sintomas:
 Dor abdominal generalizada  Tosse
 Pequenas manifestações hemorrágicas  Sudorese noturna
 Agitação  Fadiga
 Palidez  Febre - geralmente noturna
 Hipotensão  Emagrecimento
 Hipotermia  Anorexia (inapetência)
 Dores musculares, articulares e ósseas.  Rouquidão
Epidemiologia → Países subtropicais como,  Dor torácica
América do Sul, África, Ásia e Oceania.  Hemoptise
Profilaxia: Profilaxia.
 Medidas sanitárias para eliminação do  Educação sanitária
mosquito (dedetização da área; evitar  Vacina BCG
recipientes com água parada).
 Pasteurização do leite
 Uso de inseticidas
 Evitar ambientes fechados e lotados
 Uso de repelentes
 Evitar consumir leite e derivados não
 Vacina (México, Filipinas, Brasil e pasteurizados.
Tailândia).
Tratamento:
Tratamento:
 Repouso
 Não existe agentes antivirais específicos.
 Isolamento respiratório (até BK de
 Hidratação escarro ser negativo)
 Evitar Aspirina  Alimentação hipercalórica e proteica
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 Antibiótico específicocombinados Epidemiologia: Regiões temperadas,


geralmente por 9 meses principalmente no inverno e primavera.
 Rifapentina combinado com Izoniazida
em 12 doses semanais. Hepatite
Doença provocada por vírus, com evolução
Meningite meningocócica: aguda ou crônica, que provoca lesão no fígado.
Caracteriza-se pela inflamação das membranas Pode ser degenerativa ou inflamatória.
que envolvem o cérebro e medula espinhal
(meninges) e infecções da corrente sanguínea Existem diferentes agentes que causam a
(bacteremia ou septicemia). Pode ser causada por hepatite. Ovírus A - HVA, o vírus B -HVB, entre
diferentes agentes como vírus ou fungos, e até outros (C, D, E, F e G).
mesmo por processos traumáticos. A meningite
mais patogênica é a bacteriana, que pode levar a Transmissão:
morte ou deixar sequelas irreversíveis. Hepatite A
Agente etiológico: Neisseriameningitidis É uma infecção hepática altamente contagiosa
(bactéria-meningococos). causada pelo vírus da Hepatite A. Pode durar
Período de incubação: 3 a 7 dias. uma semana ou meses. Trata-se de uma Hepatite
rara, porém, pode levar ao óbito.
Transmissão:  Contato inter-humano, exceto por vias
 Contato direto de um indivíduo para respiratórias (transmissão oro-fecal);
outro, de secreções da garganta e nariz;  Ingestão do vírus por objetos contaminados -
 Pode aparecer por manifestação fômites;
secundária a infecções de garganta e  Alimentos e água contaminados.
ouvido (otite média).  Quantidades pequenas e não detectadas de
 Vivendo em quartos próximos e beijando. fezes de uma pessoa infectada.
 Relação sexual

Sinais e sintomas: Período de incubação: em média 28 dias


 Rigidez na nuca podendo ser de 15 a 50 dias.
 Febre
 Cefaleia
 Náuseas Sinais e sintomas:
 Vômitos em jato  Febre
 Sensibilidade a luz  Fadiga
 Petéquias ou manchas exantematosas  Perda de apetite
 Confusão.  Náusea
 Vômito
Profilaxia:  Dor abdominal
Vacinação: tem como público alvo as crianças  Icterícia
com menos de 3 anos de idade e adolescentes.
 Urina escura (colúria)
Não faz parte do esquema de vacinação do
 Fezes cor de argila
Ministério da Saúde.
 Dor nas articulações
Tratamento:
 Isolamento respiratório (até 24h após o Profilaxia:
início do antibiótico);  Educação sanitária;
 Antibióticoterapia.  Utilização de seringas esterilizadas e
descartáveis;
 Controle em bancos de sangue
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 VacinaVaqta ou Havrix (acima de 1 ano de Profilaxia:


idade em 2 doses combinadas)  Educação sanitária
 Imunoglobulina  Uso de Seringa estéril e descartável
 Controle nos bancos de sangue
Tratamento: Raiva ou Hidrofobia
 Isolamento entérico - cuidados com A raiva é transmitida ao homem pela inoculação
excreções e utensílios; do vírus rábico (lissaviruses), contido na saliva
 Repouso. do animal infectado, principalmente pela
 Dieta hipercalórica, hiperprotéica e hiper- mordedura. Apresenta letalidade de 100%. Os
hidratação. primeiros sintomas podem durar dias e vai
piorando conforme o tempo passa. O período
agudo dura de 2 a 10 dias e é quase sempre fatal.
Hepatite B e C O vírus tem ação no sistema nervoso central e
É uma infecção hepática altamente contagiosa causa algumas alterações, tais como:
causada pelo vírus da Hepatite B e Hepatite C.
 Febre
 Cefaleia
Transmissão:
 Fraqueza
 Transfusão sanguínea ou derivados
 Mal-estar geral
 Sêmen ou outros fluídos
 Insônia
 Congênito
 Ansiedade
 Uso de agulhas, seringas ou instrumentos
contaminados  Confusão
 Relação sexual  Paralisia leve ou parcial
 Excitação
Sinais e sintomas:  Alucinações
 Icterícia  Agitação
 Urina escura (colúria)  Hipersalivação
 Fezes cor de argila  Dificuldade de deglutição
 Distúrbios gastrointestinais  Hidrofobia
 Náuseas  Coma
 Vômitos  Óbito
 Mal-estar
 Fadiga Tratamento de suporte:
 Imunoglobulina humana
 Sessões de vacina antirrábica
Período de incubação:  Vacina Antitetânica s/n
Tipo B: em média 90 dias  Lavar o ferimento com agua e sabão
Tipo C: 60 a 150 dias  Dieta por sonda nasogástrica
 Hidratação
Tratamento:  Correção de distúrbios hidroeletrolíticos
 Isolamento entérico (cuidado com excreções e  Controlar febre e vômitos
utensílios)  Correção da volemia e arritmias
 Repouso
 Dieta hipercalórica, hiperproteíca e hiper-
hidratação. Profilaxia:
 Vacinação para a Hepatite B (3 doses).  Campanhas de vacinação para
 Antivirais animais.

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Leptospirose: bactéria produz uma toxina que causa contrações


É uma doença infecciosa causada por bactérias musculares muito fortes. O bacilo se encontra no
do gêneroleptospirainterrogans. Pode ser trato intestinal do homem e do animal, solo agri-
transmitida pela urina dos animais, da água, culturados, pele ou qualquer instrumento
alimentos e terra contaminados. A doença dura contendo poeira ou terra, fezes humanas ou de
alguns dias ou mais de 3 semanas. animais, queimaduras. É encontrado no solo,
poeira e estrume. A via de transmissão é através
Sintomas: (podem ou não ocorrer) de ferimentos ou lesões de pele ou mucosas.
 Febre alta
 Calafrios Período de incubação:
 Cefaleia
 Dor muscular Varia de 3 a 21 dias (em geral 10 dias).
 Vômito
 Ictericia Sinais e sintomas:
 Olhos avermelhados  Hipertonia do músculo Masseter bilateral
 Dor abdominal  Dor na mandíbula
 Diarreia  Rigidez de nuca
 Erupções cutâneas  Rigidez muscular progressiva
 Hemorragias  Insuficiência respiratória
 Insuficiência renal ou hepática  Contraturas generalizadas
 Meningite  Cefaleia
 Coma  Sudorese
 Febre
Período de incubação:
2 a 30 dias (em média de 5 a 14 dias) Tratamento:
 Limpeza da ferida
Tratamento:  Imunoglobulina humana antitetânica
Pode durar vários meses sem tratamento.  Antibióticoterapia
 Antibiótico  Medicamento para controlar os espasmos
 Hidratação musculares.
 Quimioprofilaxia  Ventilação artificial e oxigenioterapia s/n

Prevenção: Aids
 Saneamento básico Conceito:Síndrome da imunodeficiência
 Coleta de lixo adquirida causada pela infecção crônica do
 Não jogar lixo na rua organismo pelo vírus HIV (vírus da
imunodeficiência humana).
 Descartar alimentos contaminados
 Não ter contato com água de enchente
Agente: HIV (HumanImmunodeficiencyVírus),
 Roupas de proteção ou calçados para andar em
com 2 subtipos conhecidos: HIV-1 e HIV-2.
solo contaminado.
Complicações/Consequências: Doenças
oportunísticas, como a tuberculose miliar e
determinadas pneumonias, alguns tipos de
Tétano tumores, como certos linfomas e o Sarcoma de
Acidental: Kaposi, distúrbios neurológicos.
É uma infecção causada por uma bactéria
chamada Clostridium Tetani. Quando no corpo, a
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Transmissão:  Cefaleia
Sangue e líquidos grosseiramente contaminados  Calafrio
por sangue, sêmen, secreções vaginais e leite  Fraqueza
materno.  Linfonodos inchados e doloridos
(bubões)
Período de Incubação: De 3 a 10 anos entre a
contaminação e o aparecimento de sintomas Peste Septicêmica:
sugestivos de AIDS.  Febre
 Calafrio
Tratamento:
 Fraqueza extrema
Existem drogas que inibem a replicação do HIV,
 Dor abdominal
que devem ser usadas associadas, mas ainda não
se pode falar em cura da AIDS. As doenças  Choque
oportunistas são em sua maioria tratáveis, mas há  Hemorragia
necessidade de uso contínuo de medicações para  Pele escurecida
o controle dessas manifestações.
Prevenção: Na transmissão sexual se recomenda Peste Pneumônica: é grave
sexo seguro (relação monogâmica com parceiro  Febre
HIV negativo, uso de camisinha).  Cefaleia
Na transmissão pelo sangue recomenda-se  Fraqueza
cuidado no manejo de sangue (uso de seringas  Pneumonia
descartáveis, exigir que todo sangue a ser  Dispneia
transfundido seja previamente testado para a  Dor no peito
presença do HIV, uso de luvas quando estiver  Tosse
manipulando feridas ou líquidos potencialmente  Hemorragia
contaminados).  Choque
Não há, no momento, vacina para a prevenção da
infecção pelo HIV. Período de incubação: forma ganglionar de 2 a 6
PREP – Pré exposição (medicação) dias, forma pulmonar de 3 a 4 dias.
PEP – Pós exposição (medicação)
Epidemiologia: África, Madagascar, Oeste dos
Peste Estados Unidos
É uma doença infecciosa aguda causada por uma
bactéria, transmitida aos seres humanos através Tratamento:
da picada de pulgas de roedores ou por manipular
um animal contaminado.  Antibiótico

Etiologia:Pasteurellaou YersíniaPestis. Profilaxia:


 Repelente
Transmissão: ocorre através da picada de pulgas  Limpeza do local de trabalho e residência
de roedores infectados, contagio de outras  Manipulação de animais com luvas.
pessoas infectadas, comum em habitações
superlotadas ou de condições higiênicas
precárias, ingestão de excrementos dissecados de Varíola
pulgas contaminadas, ingestão dos próprios É uma doença erradicada no Brasil.
insetos contaminados. É caracterizada pelo início súbito e provoca
grande número de erupções cutâneas por todo o
Sintomas: corpo.
Peste Bubônica:
 Febre Etiologia: PoxvírusVaríolae.
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Transmissão: Catapora ou Varicela


Contato com secreções, lesão de pele ou mucosa. É uma doença contagiosa causada pelo vírus
varicela-zoster.
Sintomas: Transmissão:
 Febre Secreção do trato respiratório e perdigotos.
 Mal-estar
 Cefaleia Período de incubação: 2 a 3 semanas
 Vômito
 Manchas vermelhas na língua e boca Período de transmissão:
2 dias antes e 5 a 7 dias após a formação da
Período de incubação:7 a 19 dias (10 a 14 dias). crosta.

Profilaxia: Vacinação aos 8 meses de idade e Sinais e Sintomas:


reforço aos 7 anos.  Erupções cutâneas (bolhas)
Tratamento:  Prurido
 Isolamento  Cansaço
 Antivirais  Febre

Profilaxia:
Sarampo  Vacina
É uma doença causada por um vírus chamado
Morbilibirus. Tratamento:
 Antivirais
Transmissão:  Banho com medicação específica
Secreção da boca e nariz ao tossir e espirrar.

Período de incubação: 10 dias Coqueluche


É uma doença altamente contagiosa provocada
Período de transmissão: 4 dias antes e 5 dias após pela bactéria BordetellaPertussis. Provoca uma
o exantema (manchas vermelhas). tosse incontrolável e pode se tornar mortal.

Sinais e Sintomas: Transmissão:


 Febre Secreção do trato respiratório
 Tosse
 Conjuntivite Período de incubação:5 a 10 dias
 Coriza
 Pneumonia Sinais e sintomas:
 Diarreia  Coriza
 Convulsão  Febre baixa
 Lesão do Sistema Nervoso  Tosse
 Apnéia (bebês)
Profilaxia:  Vômito
 Vacina MMR ou MMRV em 2 doses  Exaustão

Tratamento:
Tratamento:
 Hidratação
 Antibiótico
 Alimentação saudável
 Tratamento sintomático

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Profilaxia: Vacina DTap para a criança e TDap  Dores musculares


no pré-adolescente, adolescente e adultos.  Cansaço
 Perda de apetite
Rubéola  Glândulas parótidas inchadas
É uma doença contagiosa provocada por um
vírus.É considerado grave, podendo provocar em Tratamento:
gestantes alterações congênitas no feto e aborto.  Sintomático
Transmissão: Profilaxia: Vacina MMRV em 2 doses
A transmissão ocorre por tosse ou espirro da
pessoa contaminada 1 semana antes das erupções Escarlatina
e 7 dias depois. É uma doença causada pela bactéria
Streptococcusdo grupo A. Tem como
Período de incubação: 14 a 21 dias. característica a presença de
Sinais e sintomas: Manchas na pele de cor escarlate (vermelha –
 Febre baixa violácea – pele áspera como lixa).
 Dor de garganta
 Erupções cutâneas Sinais e sintomas:
 Tosse  Cefaleia
 Coriza  Febre
 Olhos avermelhados  Náuseas
 Linfonodos inchados  Vômito
 Dor de garganta
Tratamento:  Língua esbranquiçada
 Sintomático
 Repouso Transmissão:
Secreção do trato respiratório.
Profilaxia:
 Vacina MMR aos 12- 15 meses e de 4-6 Período de incubação: 2 a 5 dias.
anos.
Tratamento:
Caxumba ou Parotidite  Antibiótico
É uma doença virótica com edema e aumento da
sensibilidade das glândulas parótidas.
4. Prevenção de muitas doenças.
Transmissão:
 Tossir Asseio corporal: A higiene corporal é o conjunto
 Espirrar de cuidados que devemos ter com o nosso corpo.
 Falar São cuidados essenciais que evitam com que os
 Tocar objetos contaminados micro-organismos penetrem no nosso corpo e nos
causem doenças.
 Compartilhamento de itens
Existem algumas recomendações para
mantermos uma boa higiene corporal.
Período de incubação: 12 a 25 dias (em média 15
a 18 dias após a infecção).  Tomar banho todos os dias
 Escovar os dentes após as refeições
Sinais e Sintomas:  Lavar as mãos
 Cefaleia  Cortar as unhas
 Febre  Lavar a cabeça
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 Cuidados com o vestuário • Ansiedade


• Preocupação evidente
• Ptesiofobia
5. Higiene do trabalho • Confusão mental
Refere-se ao conjunto de normas e • Depressão
procedimentos que visa à proteção da integridade • Desinteresse pelo trabalho
física e mental do trabalhador, preservando-o dos • Falhas de memória
riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao • Espasmos ou “ticks faciais”
ambiente físico onde são executadas. • Emagrecimento
Ela tem caráter preventivo por promover a saúde,
evitando que ele adoeça e se ausente do trabalho. Efeitos sobre o organismo:
Envolve, também, estudo e controle das  Decréscimo das funções psicomotoras
condições de trabalho. Devemos nos atentar e  Estreitamento da faixa de atenção
evitarmos que as condições desencadeantes das  Aceitação de um baixo padrão de
doenças nos provoquem alguma alteração e desempenho
tratarmos se elas aparecerem, de forma adequada,
 Diminuição da vigilância
sempre consultando um médico. Vejamos
 Irritabilidade
algumas condições:
 Ineficiência
 Iluminação
 Temperatura
Repercussões:
 Ruídos
 Mau atendimento de paxs
 Vibrações
 Ineficiência do serviço de bordo
Estas condições nos levam a fadiga e posterior
 Desperdício de material
diminuição do sistema imunológico, facilitando
o aparecimento das doenças e uma diminuição  Falta de atenção
da qualidade do trabalho.  Falha na segurança de voo
 Má apresentação pessoal
 Imagem negativa da empresa e pessoal
4.1 Fadiga aérea.
4.1.1 Estresse 4.1.2 Fatores estressantes relacionados ao
É a diminuição da eficiência do desempenho de voo:
uma atividade relacionada com a duração ou Somados aos fatores de stress do homem
repetição de vários estímulos. contemporâneo, o tripulante vivencia situações
Tipos: pertinentes a seu trabalho, às quais seu organismo
 Estresse físico não está habituado. São estes os fatores
 Estresse fisiológico estressantes de voo, que exigem uma resposta ou
 Estresse psicológico uma compensação orgânica.
Sinais e sintomas:
• Cefaleia Influências:
• Perda do apetite  Duração do voo
• Astenia  Falsas partidas
• Perturbações visuais e auditivas  Voos com atraso
• Dores pré cordiais e palpitações  Períodos de espera nas escalas
• Ardor ao urinar intermediárias
• Prisão de ventre  Condições de repouso
• Dores nas extremidades  Refeitórios
• Tremor  Desorganização de terra
• Abuso de álcool e fumo  Falha no apoio de comunicação
• Irritabilidade  Condições Meteorológicas
• Sarcasmo
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 Carga de trabalho em regiões de intenso calor com temperaturas


 Características da aeronave próximas a 40 º C. As manifestações da fadiga
 Iluminação aérea são variadas, mas é comum verificar-se:
 Aquecimento/ Refrigeração  Irritabilidade
 Ritmo circadiano  Insônia
 Excesso de Monóxido e Dióxido de  Astenia
Carbono na cabine.  Cansaço
O aeronauta deve combatê-los  Desinteresse profissional
constantemente a fim de evitar a fadiga aérea,  Faltas ao trabalho
que pode ser resumida como um esgotamento  Ptesiofobia (medo de voar).
físico e psicológico.
Casos mais graves podem ser acompanhados por
O médico da aviação deve atentar para o neurose fóbica, determinando afastamento do
conceito de que cada problema de fadiga ou voo e tratamento psicoterápico, além de físico.
stress deve ser avaliado de forma individual e Além das condições satisfatórias de trabalho, o
o resultado do tratamento indicará as tripulante deve estar em equilíbrio
mudanças que podem ser necessárias nos biopsicossocial para tornar-se menos susceptível
hábitos, atitudes e estrutura motivadora da à fadiga aérea.
pessoa ou das circunstâncias ambientais sob  Ruídos e Vibrações - As vibrações são
as quais ela está atuando. Somente o médico definidas como qualquer movimento que se
poderá avaliar, diagnosticar e retirar o alterna, subitamente, de direção. O deslocamento
indivíduo do seu serviço para o tratamento da aeronave e o funcionamento de seus motores
adequado, seja ele medicamento ou determinam vibrações complexas (ultrassônicas,
psicológico. Os medicamentos devem ser acústicas e
utilizados com orientação médica para os
aeronautas e devem obedecer em princípio, Infrassônicas) na cabine durante o voo. São
se ingeridos antes do voo, em até: transmitidas através da fuselagem e do ar e, ao
 8 horas para dor ou febre atingirem o organismo, originam outros
 24 horas para calmantes ou relaxantes movimentos vibratórios, denominados de ondas
(conforme o tipo) de ressonância.
 12 a 24 horas para antialérgicos
 12 a 24 horas para emagrecer Os receptores orgânicos das vibrações são
 Gotas nasais ou colírios apenas com principalmente os mesmos do tato. O estímulo é
prescrição médica. conduzido pelas fibras nervosas sensitivas, até a
medula espinhal e consequentemente ao cérebro.
4.1.3 Fatores estressantes relacionados ao voo Para os indivíduos predispostos, contribuem para
 Alimentação - em dias de voo, o aeronauta o enjoo a bordo.
deve evitar a ingestão excessiva de proteínas A exposição prolongada e repetida às vibrações
(carnes) cujo metabolismo requer uma maior pode desencadear alguns efeitos sobre o sistema
quantidade de oxigênio e, também alimentos neuromuscular, vascular e visual. Porém, antes
ricos em lipídios (gorduras) que são de difícil do aparecimento de qualquer um desses efeitos,
digestão e geralmente, durante seu metabolismo, o organismo manifesta sensação de desconforto e
deixam a pessoa sonolenta. Nesse caso a fadiga, sendo este um dos fatores estressantes de
alimentação ideal é a rica em carboidratos. voo.
Os ruídos são sons que causam desprazer em
quem os ouve. O organismo recebe os sons em
 Mudança de clima- o tripulante, algumas intensidade e frequência. A intensidade do som
vezes, enfrenta grande diferença climática (ruídos) é medida em decibéis, tendo como limite
quando, por exemplo, sai de temperaturas muito de conforto sonoro 85 decibéis. Sons com
baixas (negativas) e, horas depois, desembarca intensidade superior são desagradáveis e podem
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atingir níveis insuportáveis, determinando lesão O organismo leva, em média, de 24 a 48h para
timpânica (140 decibéis). A intensidade ou adaptar-se ao novo horário. O tripulante que deve
volume está relacionada à amplitude da onda retornar à base dentro de 2 ou 3 dias, deve
vibratória. manter-se fiel ao horário de seu local de origem.
A frequência é relacionada com o grave e agudo. A regulamentação das companhias aéreas
É medida por ciclos por segundo ou Hertz. O comerciais, programa horários adequados de
ouvido humano suporta sons que variam de 16 - repouso, cabendo ao comissário cumpri-lo de
20 mil Hz. São muitos os ruídos encontrados no maneira correta.
interior da aeronave. Desde os sons provenientes
da conversação e do sistema de música, até o 4.1.5 Baixa umidade no interior das
ruído das turbinas e os aerodinâmicos. aeronaves
Os ruídos também consistem num dos fatores O ar no interior da cabine é seco e refrigerado.
estressantes de voo. Atinge uma umidade relativa inferior à metade
Muito já foi feito para diminuir os efeitos dos do que comumente existe na atmosfera, no nível
ruídos e das vibrações nas aeronaves, fabricação do mar, isto é, de 13 a 14% (Boeing 727, 737 e
de turbinas mais silenciosas e revestimento noDC-10). No interior do Boeing 767, é ainda
especial nos assentos que amortecem as mais seco.
vibrações. Contudo, ainda contribuem para a Embora a bordo da aeronave a sede seja mínima,
fadiga aérea. devido a refrigeração do ar, os tripulantes devem
 Alterações do Ritmo Circadiano - O estar conscientes da necessidade de uma
funcionamento do organismo obedece a uma hidratação abundante. É recomendada a ingestão
função cerebral chamada de “relógio biológico” de 3 litros de líquido por dia, mesmo em dias que
em interação com alguns outros fatores. não estejam voando. É óbvio que está
contraindicado o consumo de bebidas alcoólicas
e deve-se evitar a ingestão excessiva de café e
chá. O melhor é dividir o total de líquido a ser
4.1.4 Ritmos circadianos ou nictéricos são ingerido por metade água e, a outra metade
aqueles que se processam dentro do período de restante em leite e sucos. Há um ressecamento da
24h. O principal deles é a vigília e o sono, pele e mucosas predispondo a epistaxe. As
podendo considerar-se também o digestivo e o conjuntivas também ficam ressecadas e se
intestinal. tornam suscetíveis a conjuntivites. Nos usuários
Ciclos que se repetem em intervalos maiores de de lentes de contato, ao retirá-las, podem causar
24h (menstrual), são denominados ritmos ulcerações de córnea.
ultradianos e, os que se repetem em tempo Outro problema que pode surgir é a formação de
inferior a 24h (batimentos cardíacos; frequência litíase renal, devido ao acúmulo de cristais na
respiratória), são os ritmos infradianos. urina mais concentrada. As soluções para
Para nosso estudo, serão importantes apenas os combater os efeitos da baixa umidade na cabine
ciclos circadianos. são simples e ajudam a tripulação na profilaxia
Numa viagem aérea onde são ultrapassados 4 ou da fadiga aérea, são elas:
mais fusos horários, tanto para leste como oeste,  Hidratação abundante
ocorre alteração no ritmo circadiano.  Uso de creme hidratante
O sono, além de propiciar o repouso, é
 Uso de colírio tipo lágrima, com frequência
fundamental para o organismo pois permite uma
durante o voo
intensa atividade cerebral, denominada de fase
 A substituição das lentes de contato por óculos
REM (rapideyesmovement), onde ocorrem os
sonhos, necessários a manutenção da homeostase  Respirar por alguns minutos em um lenço
psíquica. Constantes alterações no período do umedecido com água.
sono contribuem para a fadiga aérea.
As alterações digestivas também podem
manifestar-se, bem como a capacidade de crítica.
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4.1.5 Variação da Temperatura As drogas ainda se dividem quanto ao seu efeito


no organismo humano.
Conforme aumenta a altitude ocorre uma
progressiva queda da temperatura. A cada 1.000 Drogas depressoras, são as que causam efeitos
pés a temperatura diminui 2ºC. A partir de semelhantes aos da depressão.
15.000 metros de altitude (45.000 pés), dentro
da tropopausa, a temperatura permanece Drogas estimulantes, causam o aumento da
constante (isotermia) e na estratosfera passa a adrenalina, sensação de alerta, aumento da
aumentar. frequência cardíaca e até o ataque cardíaco.
Influências: durante o voo a exposição a altas ou Levam cerca de 15 segundos para chegarem até
baixas temperaturas, no organismo humano, o cérebro.
ocorrem entorpecimento, desconforto, geladuras
Há também o grupo dos opiáceos, onde
e até choque. Sendo assim o organismo humano encontra-se a heroína a qual compromete a
sofre os efeitos com os problemas termais.
maioria das funções do corpo humano.
Devemos conhecer as possíveis alterações
quanto: Drogas lícitas: são aquelas permitidas por lei, as
quais são compradas praticamente de maneira
 Zona de resfriamento do corpo: abaixo de livre, e seu comércio é legal. Exemplo:
24ºC Medicamentos.
 Zona de regulagem vasomotora: 25ºC a Os medicamentos devem ser prescritos pelo
29ºC (conforto térmico) médico e obedecido a sua utilização, afastando
 Zona de regulagem de evaporação: ou não o indivíduo da atividade aérea
superior a 29ºC. dependendo da classe deste medicamento.
4.1.6 Variação de luminosidade
Com o aumento da altitude o grau de
luminosidade aumenta, pois,as radiações solares Drogas ilícitas: são as drogas, cuja a
se tornam mais intensas e a atuação dos raios comercialização é proibida pela justiça, estas
cósmicos, que surgem logo abaixo de 35.000 pés também são conhecidas como “drogas pesadas”
e desaparecem logo acima. A terra aprisiona as e causam forte dependência. Exemplo: Cocaína,
partículas cósmicas em 2 cinturões de radiação LSD, Loló, Maconha etc.
chamado de Cinturão de Van Allen.
Influências: Estes tipos de drogas prejudicam o bom
convívio, a saúde do indivíduo e a segurança de
 Reflexo do sol voo. Não devem ser utilizadas e contraindicam o
 Sobrevoar nuvens voo.
 Sobre altas costas
Alcoolismo: é uma doença onde o indivíduo
manifesta tolerância e dependência ao álcool,
4.2 Fatores de riscos autoimpostos afetando a sua saúde e prejudicando a sua
função social. Os efeitos do álcool em voo serão
Sabemos que o uso de álcool, drogas lícitas ou de 2 a 3 vezes potencializado.
ilícitas e o fumo trazem graves consequências
para o nosso organismo. Sendo assim, devemos
tomar cuidado e não usarmos tais substancias
Sinais e Sintomas:
para que durante o voo tudo ocorra bem.
Drogas: As drogas são substâncias capazes de  Tremor, delírio, alucinações, distúrbios
produzir alterações nas sensações físicas, convulsivos (delirium tremens)
psíquicas e emocionais. Podem trazer graves  Incoordenação motora
danos à saúde do indivíduo, prejudicar a família,  Distúrbio visual
o trabalho e o convívio social.  Distúrbios de comportamento

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 Distúrbios de consciência A seguir, enumeramos alguns fatores que


 Náuseas e vômitos predispõe ao enjoo.
 Taquisfigmia 1) Reações vagotônicas - ocorre por um
 Midríase predomínio da excitação do nervo vago
 Hipotermia ou parassimpático. Isto pode ocorrer por
 Convulsão uma simples característica pessoal, como
pode ser uma reação emocional, como o
 Retenção ou incontinência urinaria e
medo.
fecal
2) Excitação do labirinto - o ouvido
interno é responsável pela sensação de
Conduta do comissário:
equilíbrio, além da audição. As estruturas
 Suspender o consumo de álcool
no interior do labirinto e a endolinfa,
 Manter a vítima sentada com a poltrona secreção que ocupaseuespaço, se
reclinada movimentam constantemente de acordo
 Se a vítima dormir, lateralizar a cabeça para com o tipo de força gravitacional que
evitar a asfixia caso venha a vomitar recebem e mantêm o corpo equilibrado.
 Se consciente: oferecer café forte e doce Durante um voo, as constantes oscilações
 Se inconsciente, glicose E.V. (médico) da aceleração e as vibrações determinam
 Solicitar médico a bordo uma grande excitação do labirinto,
 Profilaxia surgindo então as náuseas e vômitos.
Fumo: O fumo causa variados efeitos deletérios 3) Excitação oculomotora– os reflexos
no organismo. Podemos citar alguns já oculares auxiliam a compensar a
conhecidos e pouco valorizados por todas as sensação de equilíbrio do corpo, quando
pessoas. ela está mudando constantemente dentro
 Irritação das vias aéreas do organismo. É o que acontece no voo
 Absorção do Monóxido de Carbono pela devido à aceleração positiva e negativa.
incompleta combustão do tabaco. 4) Estímulos táteis - as terminações táteis
 Prejudica a troca gasosa da pele enviam estímulos variados, que
 Favorece o aparecimento da Hipóxia recebem durante o movimento da
 Causa Doença Pulmonar obstrutiva Crônica aeronave, para o labirinto. Contribuindo,
 Diminui a complacência dos pulmões também, para a desorientação espacial.
 Causa insuficiência respiratória 5) Deslocamento de vísceras – reações
decorrentes do estímulo parassimpático,
4.3 Enjoo ou Mal do ar. que invertem os movimentos viscerais
Abordamos o enjoo como doença cinética, isto é, (peristaltismo).
relacionada ao movimento. É um distúrbio 6) Estímulo olfativo - odores fortes ou
neurovegetativo, psíquico e sensorial, provocado desagradáveis podem desencadear o
pelo movimento do avião. Durante as viagens, enjoo.
com os
Movimentos de aceleração do veículo, algumas Sinais e Sintomas:
pessoas são vítimas de uma sensação de mal-
estar, enjoo.  Palidez
Quando o veículo é um avião, o problema recebe  Suor frio
o nome de mal do ar.  Salivação
O passageiro pode apresentar palidez, sudorese,  Náusea
sonolência, uma discreta hipotensão, náuseas e
 Vomito
vômitos.
 Cefaleia
Alguns indivíduos são acometidos do enjoo,
enquanto outros não sentem nada.  Sonolência
 Hipotermia
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 Hipotensão
 Micções frequentes 2 Medicina Aeroespacial
É um ramo da medicina preventiva que atua na
profilaxia e no tratamento de problemas orgânicos
Conduta: e psíquicos decorrentes da atividade aeronáutica.
Para diminuir os efeitos da aceleração no a) Medicina da aviação - voos até 50.000 pés.
organismo, em passageiros suscetíveis ao enjoo, b) Medicina espacial - voos acima de 50.000 pés.
pode-se orientá-los a: Para uma melhor compreensão da medicina da
 Colocar a cabeça para trás e lateralizada aviação é fundamental que tenhamos noções
parcialmente. sobre os ambientes de voo, isto é, da atmosfera.
 Iluminação atenuada
 Não dar alimentos
 Oferecer liquido gelado, gelo ou limão 2.1 Atmosfera
 Fechar as pálpebras ou fixar o olhar dentro de 2.1.1 Definição:
um ponto da cabine diminui a excitação É uma camada de ar formada por uma mistura de
oculomotora gases que envolve a superfície terrestre, de forma
 Apoiar-se firmemente no assento da poltrona, a ser mantida ao redor do planeta em função da
fazendo leve pressão nos pontos de contato força da gravidade.
diminui os estímulos táteis Está dividida em várias camadas:
 Reclinar a poltrona Troposfera, tropopausa, estratosfera, ionosfera e
 Afrouxar roupas e manter o ponto de exosfera.
ventilação sobre a cadeira, aberto. Composição: Nitrogênio 78%, Oxigênio 21% e
 Pode ser oferecido um antiemético. outros gases 1%
 Ventilar o paciente As várias camadas sobrepostas da atmosfera
exercem uma pressão sobre a superfície do planeta,
Obs.: denominada pressão barométrica ou pressão
Casos de cirurgia abdominal recente devem ser atmosférica.
bem avaliados. Casos de Diabetes, onde Considerando a pressão atmosférica como um
indivíduos receberam insulina de ação lenta, total, entende-se que seu peso corresponde a
ingeriram refeição em menos de 4 horas tenham somatória da pressão parcial de cada gás que a
ido a bordo e manifestam enjoo (risco de compõe, isso é comprovado pela Lei de Dalton que
hipoglicemia). na aplicação da fisiologia de voo nos alerta sobre a
Hipóxia.
5. Radiações
Ionizantes: Causam alterações celular (ex: ondas Tabela 4: Variações de pressões no ambiente aéreo
eletromagnéticas).
Altitude Pressão Atm. Pressão de O²
Não ionizantes: Não causam alterações celular
Nível do mar 760 mmHg 159,6 mmHg
(ex: ondas luminosas, IV, UV, radiofônicas,
1000 732 mmHg 153 mmHg
explosões solares e cósmicas etc).
4000 656 mmHg 137 mmHg
19000 360 mmHg 76 mmHg
30000 225 mmHg 47 mmHg
Fonte: Disponível em:Helfenstein, José Eduardo.Medicina
Aeronáutica, Uirateonteon. São Paulo: Editora Asa, 2ª ed. 2008.

2.1.2 Hipóxia.
É definida como a deficiência de oxigênio no
sangue e nos tecidos. São muitas as razões que
podem determinar a hipóxia tecidual. A
deficiência de oxigenação pode ocorrer desde o
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processo de troca gasosa (pulmonar) quando este É definida pela diminuição da velocidade do
gás deve passar para o sangue, ou situações onde, fluxo sanguíneo e consequente deficiência de
embora o sangue já esteja oxigenado, o tecido oxigenação das células.
não consegue absorvê-lo. Está associada a problemas circulatórios como,
por exemplo, a insuficiência cardíaca congestiva
Vejamos a seguir alguns tipos de hipóxia. (ICC), onde o coração perde a força para
Hipóxia anóxica: bombear o sangue atrasando a chegada do
É causada por uma deficiência na função oxigênio nas células.O tratamento é
pulmonar. Ocorre na obstrução das vias aéreas medicamentoso, não há a necessidade de se
superiores, pneumotórax, hemotórax, pneumonia administrar oxigênio.
e tuberculose.
Seu tratamento consiste na desobstrução das vias Hipóxia Histotóxica.
respiratórias, quando impossibilitado, realizar a Define-se pela deficiência de aproveitamento
traqueostomia, administração de oxigênio se a tecidual do oxigênio. Está relacionada a
vítima estiver consciente ou apresentar cianose. intoxicações por cocaína, estricnina, arsênico,
Deixar a vítima sentada ou semi sentado. Em nicotina, fumo, álcool ou cianeto.
grandes altitudes recebe o nome de hipóxia O tecido impregnado não absorve as moléculas
hipobárica. de oxigênio. O tratamento deste tipo de hipóxia
é, muitas vezes, a administração de um antídoto
Hipóxia Anêmica ou Hipêmica: que antagonize a substância tóxica.
Ocorre pela dificuldade no transporte de Há ainda outras formas combinadas, ou seja,
oxigênio. As hemácias apresentam problemas quando ocorrem dois ou mais fatores acima. É o
para transportar o oxigênio, caracterizando uma que ocorre em uma cardiopatia associada a uma
deficiência na quantidade do oxigênio que chega pneumonia ou anemia etc. deve-se fazer o
às células. Há várias situações que podem tratamento de cada um dos tipos de hipóxia que
determinar essa hipóxia. Dentre elas: estiverem atuando.
 Patologicamente associada a anemias onde
ocorre deficiência de Ferro, indispensável 2.2. Cabine pressurizada:
para a produção de Hb (hemoglobina da 2.3 Finalidade e processo:
hemácia); O avião possui um sistema de compressores para
 Hemorragias, onde ocorre a perda de hemácias. bombear ar para dentro da cabine. A pressurização
 Intoxicações pelo monóxido de carbono (CO). obedece a um programa, pré-determinado, e é
Este gás é resultante da combustão em mantida através de dispositivos, sensores de
motores. Existe em grandes concentrações no pressão e válvulas reguladoras, que se abrem para
cano de escape dos veículos e nos aquecedores. aliviar a pressão interna, uma vez que esta é
É um gás inodoro e incolor. sempre mantida mais alta que a externa, já a partir
As hemácias possuem grande afinidade pelo do solo. Porém a diferença de pressão é menor a
monóxido de carbono. Quando impregnadas, medida que a altitude aumenta, para que nunca
formam a carboxihemoglobina, deixando de haja um excesso de pressão dentro da cabine. A
levar o oxigênio para as células e impedindo pressurização não é simplesmente o ato de
a liberação do oxigênio combinado das outras confinar ar a determinada pressão dentro da
hemácias (oxihemoglobina). fuselagem. Deve-se ter a renovação constante. O
sistema de ar condicionado deve, então, insuflar o
O tratamento consiste da reversão do quadro ar pressurizado proveniente dos motores, para o
anêmico, na desintoxicação pela inalação de CO interior do avião. A pressurização varia entre 6.000
e hemostasia da hemorragia. Faz-se necessário a 8.000 pés, onde temos um valor compatível com
transfusão sanguínea e administração O² sob o um bom desempenho das funções orgânicas.Até
pressão a uma fração de 100%. o surgimento das cabines pressurizadas, os voos
comerciais não ultrapassavam 12.000 pés.
Hipóxia Estagnante, Isquêmica ou Estática. Atualmente, os aviões a jato atingem até 45.000
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pés e os supersônicos até 65.000 pés. Porém, as a perda total da pressão interna da cabine, é mais
cabines das aeronaves, em qualquer um dos casos, difícil de ser percebida.
devem estar pressurizadas a uma altitude Rápida: ocorre de forma mais lenta que a
correspondente a, no máximo, 8.000 pés. explosiva. Possuem as mesmas causas, porém em
relação ao tempo da perda total da pressão leva
Hipóxia Hipobárica em torno de 10 segundos.
É definida como a diminuição da pressão parcial
do oxigênio nos alvéolos pulmonares e, Diversos motivos podem levar a uma
consequentemente, nas células do organismo. despressurização, podem ser organizados em:
Ocorre em altitudes superiores a 10.000 pés. falha de sistema de suprimento e controle de
Também chamada de mal da altitude ou mal da pressurização ou rompimento total ou parcial de
montanha. fuselagem. Como ilustração, podemos tomar como
Do nível do mar até 8.000 pés, altitude em que exemplo, uma despressurizarão acidental da
é pressurizada a cabine de aviões, não há cabine por perda de uma janela, num voo a 42.000
alterações orgânicas evidentes. O passageiro em pés, onde o tempo que a pressão interna se iguala
estado hígido, não sofrerá nenhuma alteração. a externa é de aproximadamente 14 segundos. Se,
Quanto ao tripulante, que desenvolve quase que em vez da janela, fosse uma porta, este tempo
diariamente sua atividade nesse ambiente, deve estaria reduzido a menos de 1 segundo.
considerar a hipóxia hipobárica Sendo assim, teremos reflexos sobre o organismo
Como um fator estressante de voo. Essa faixa dos tripulantes e passageiros. Imediatamente
da atmosfera, do nível do mar até 8.000 pés, é devem ser utilizadas máscaras de oxigênio para se
denominada de Zona de reações orgânicas manter o nível de consciência, até que os pilotos
normais,ou zona indiferente. A partir de 10.000 a levem a aeronave para níveis seguros.
12.000 pés, o indivíduo sem oxigênio e em Se a perda da pressão for muito rápida, pode haver
repouso, começa a apresentar taquicardia, um forte estampido, uma névoa de condensação no
taquipnéia, e seu organismo aumenta a produção interior do avião e sopro. Os efeitos sobre o
de glóbulos vermelhos (hemácias). Quando em organismo humano são:
atividade física, as manifestações são mais  Hipóxia hipobárica
intensas. Isto ocorre na tentativa, do organismo  Aerodilatação
suprir a carência de oxigênio devido ao ar mais  Barotraumatismo
rarefeito. Este intervalo de altitude é denominado  Aeroembolismo
de Zona de reações orgânicas compensadas. Em  Frio (de +15ºC a -56ºC a 12.000m)
altitudes acima de 12.000 pés, o organismo não é  Descompressão brusca dos gases pulmonares
capaz de compensar a baixa pressão parcial do  Inconsciência
oxigênio. Surgem, então, os sintomas da hipóxia
 Dores torácicas e laríngeas
hipobárica. Trata-seda Zona de reações
orgânicas descompensadas  Parestesias em membros superiores e face
 Tosse
2.4 Despressurização:  Embolia gasosa
É a perda parcial ou total da pressurização de uma  Parada respiratória
aeronave. Pode ser explosiva ou instantânea,  Náuseas e vômitos
lenta, rápida.  Cefaleia
Explosiva: a perda da pressão é instantânea,  Alteração visual
ocorre em menos de 1 segundo. É geralmente  Choque
ocasionado por uma falha estrutural, ou perda de  Vertigem
algum componente da cabine, como uma porta ou  Quadriplegia
janela.  Pneumomediastino
Lenta: geralmente é causada por pequenas falhas  Pneumotórax
estruturais onde se leva mais tempo para que haja  Enfisema subcutâneo

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Conduta: Tabela 5: Tempo útil de Lucidez e consciência


 O comandante deverá descer a aeronave à
razão de 4000 a 6000 pés por minuto, até
atingir uma altitude segura, onde todos os
ocupantes da aeronave possam respirar sem o
auxílio do oxigênio do sistema fixo da
aeronave.
 Emprego do oxigênio por máscara.

2.4.1.1 Lei de Dalton


"A pressão total da mistura dos gases, é o
resultado da soma de todas as suas pressões, ou
seja, de cada gás que contêm Fonte: Disponível em:Helfenstein, José Eduardo. Medicina
Quando se aumenta a altitude, reduz-se a pressão Aeronáutica, Uirateonteon. São Paulo: Editora Asa, 2ª ed.
atmosférica, bem como a pressão parcial de cada 2008.
gás que participa desta composição.
2.4.1.4 Procedimentos preventivos
2.4.1.2 Sinais e sintomas da hipóxia A aviação comercial está protegida contra
Quanto maior for a altitude, mais rapidamente se hipóxia, pois a cabine é pressurizada (entre 6000
instalam os sintomas da hipóxia. a 8000 pés) e possui oxigênio por máscara. Se
São eles: ocorrer um quadro de hipóxia,todos deverão
 Sonolência utilizar as máscaras de oxigênio e depois poderão
 Inquietação ajudar aos outros, até que o piloto desça a
 Irritabilidade aeronave a níveis seguros. Em altitudes
 Cansaço superiores a 42.000 pés, em cabines não
pressurizadas, há necessidade do uso de roupa
 Perda da autocrítica
pressurizada.
 Incoordenação motora
 Euforia ou depressão
2.4.2 Disbarismo.
 Belicosidade ou hilaridade É a denominação que se dá às
 Alterações da audição modificações orgânicas em decorrência da
 Prejuízo no julgamento alteração da pressão barométrica, ou pressão
 Cianose atmosférica. Podem ser de dois tipos:
 Tremores aeroembolismo (plasmática) e
 Inconsciência aerobaropatiascavitárias. A princípio, a hipóxia
 Dependendo da altitude e do tempo de também é um tipo de disbarismo, mas, como se
exposição, a morte. relaciona apenas à diminuição da pressão parcial
de oxigênio, é um estudo à parte. Contudo, é
2.4.1.3 Tempo Útil de Consciência (TUC/TUL) importante lembrar que a hipóxia e seus sintomas
Na ausência do oxigênio não há combustão nem são ocorrências relacionadas à alteração da
respiração aeróbica. Ao nível do mar, o pressão atmosférica.
organismo humano não resistiria mais que 5 Aerobaropatias Cavitárias
minutos sem respiração. Com a altitude, este Lei da Difusão dos Gases
tempo está reduzido. Através de testes realizados O gás se movimenta do local de maior
em câmaras de descompressão, estabeleceu-se o concentração para o de menor concentração.
tempo aproximado em que, dependendo da Fenômeno perceptível quando ocorre uma
altitude e sem oxigênio, o indivíduo se manteria despressurização da cabine, pois no interior da
consciente. aeronave há maior concentração de gás do que no
É o Tempo de Consciência Útil (TUC ou TUL). meio externo.Ocorre a transferência de gases

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entre a atmosfera e os pulmões,os pulmões e o PRESSÃO VOLUME RESULTADO


sangue, o sangue e as células. 12 2 24
8 3 24
Dilatação de gases cavitários. 6 4 24
O organismo humano abriga ar no interior de 4 6 24
determinadas cavidades, tais como, o aparelho 3 8 24
digestivo, os seios da face, a orelha média e as 2 12 24
cavidades dentárias. Com a altitude, ocorre uma Tabela 6: Pressão x Volume – variações
diminuição da pressão atmosférica e os gases Fonte: Do autor, 2021.
contidos em cavidades dilatam-se. Esse
fenômeno é explicado por estudos de Boyle e A dilatação dos gases nas cavidades orgânicas é
Mariotte. ainda maior que a sugerida por Boyle e Mariotte,
porque no seu interior o ar está saturado de
2.4.2.1 Lei de Boyle-Mariotte vapord’água.
Em temperaturas constantes, o volume de um gás Nos voos comercias, a pressurização das cabines
é inversamente proporcional sobre a pressão, ou não permite que a dilatação dos gases seja muito
seja, a diminuição da pressão faz com que o gás grande. Além disso, todas as cavidades orgânicas
aumente o seu volume. descritas acima possuem comunicação com o
O aumento da altitude gera a diminuição da meio externo, de modo que, em condições
pressão do ambiente tendo como consequência a orgânicas de higidez, é possível a equalização da
expansão dos gases contidos no interior do corpo. pressão interna com a externa.
Transformação Isotérmica: igual 2.4.2.2 Aerogastroenterobaropatia
temperatura Figura 29: Sistema Digestório

Figura 27: Pressão e Volume

Fonte:Disponível
em:https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/lei-boyle-
sobre-transformacao-isotermica.htm- Acesso em 11/02/2021

Figura 28: Pressão x Volume

Fonte:Disponível em:http://sciencebyscience.blogspot.com/p
/fisiologia-humana-sistema-digestorio.html - Acesso em
Fonte:Disponível
11/02/2021.
em:http://www.profpc.com.br/Estado%20Gasoso/Aula2.htm-
Acesso em 11/02/2021

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O ar contido na cavidade digestiva provém de se com orelha externa pela membrana timpânica
três mecanismos: e pelas janelas ovais e redondas, com a orelha
 Deglutição - aerofagia junto a deglutição de interna. Possui três ossículos: martelo, bigorna e
alimento, inalação de fumaça e o próprio ato estribo, que são responsáveis pela condução das
de falar; ondas sonoras captadas pelo tímpano até a orelha
 Fermentação - processo digestivo do bolo interna, onde também se localiza o aparelho
alimentar onde há a liberação de gás vestibular. Além disso, no interior da orelha
carbônico, ingestão de açúcares, refrigerantes média existe ar. Esta cavidade comunica-se com
e alimentos gases formadores; o meio externo, através da trompa de Eustáquio
 Putrefação - proveniente da ação da flora (tuba auditiva). Este conduto que vai da orelha
intestinal sobre os alimentos. média até a nasofaringe, apresenta uma
Estima-se que, normalmente, exista uma característica peculiar, em sua extremidade
quantidade aproximada de 1.000 a 1.500 cm³ de distal, as paredes são coladas. É isto que dificulta
gases no tubo digestivo de um adulto. Em a equalização da pressão entre o interior da orelha
altitudes, este ar contido na cavidade abdominal média e o meio externo.
se dilata, mas, em condições normais, pode ser Na subida da aeronave começa a pressurização
eliminado facilmente pela boca através de da cabine, com isso, o ar contido dentro da orelha
eructação e pelo ânus através dosflatus. Assim média dilata-se aumentando a pressão interna.
sendo, é possível promover a equalização das Consequentemente, o tímpano torna-se abaulado
pressões. Caso haja algum impedimento para para fora, o que determina um estiramento dos
eliminação desses gases, o indivíduo pode ossículos.
apresentar: Figura 30: Posição da membrana timpânica com a alteração de
 Distensão abdominal: aumento no perímetro pressão atmosférica.
abdominal;
 Sensação de desconforto ou até mesmo dor na
região epigástrica (aerogastria)
 Meteorismo (maior acumulo de gases)
 Cólicas abdominais (aerocolia)
 Flatulência.
O tratamento é de caráter preventivo, o Fonte: Disponível em:- Acesso em 24/01/2021
comissário deve evitar a ingestão de alimentos
formadores de gases, tais como: feijão, pepino, É comum o indivíduo ser acometido por uma
repolho, grão de bico, cebola, massas, doces, sensação desagradável de ensurdecimento. Uma
melão, etc e bebidas gaseificadas, evitar a fadiga, deglutição feita automaticamente corrige a
tensão emocional, tratar a alteração de flora situação. Pode-se chegar a ouvir um estalo e tem-
intestinal. A diminuição dos sintomas só é obtida se a sensação de normalização.Durante um voo,
quando ocorre a equalização das pressões. a pressão da orelhamédia tende a estar equalizada
Durante o voo mover-se na cadeira e andar para com a pressão da cabine da aeronave. Na descida
obter melhor distribuição dos gases no intestino. da aeronave, ocorre o inverso, a cabine vai sendo
A atividade física, isto é, a movimentação do despressurizada, o abaulamento timpânico é para
corpo auxilia na eliminação dos gases. Pode ser dentro, as paredes da trompa de Eustáquio na
necessário a administração de medicação porção distal formam uma dobra com a mucosa,
antiespasmódica. como se fosse uma válvula que impede a
passagem do ar. Nessas ocasiões, o indivíduo
Aerootobaropatia, aerotite ou barotrauma de sente otalgia (dor de ouvido), hipoacusia
orelha média (diminuição da acuidade auditiva) e zumbido no
Dentre as demais cavidades, é a de maior ouvido. Para restaurar a pressão deve-se
dificuldade de equalização. Esta cavidade situa- movimentar a mandíbula, bocejar e deglutir.
se, bilateralmente, nos ossos temporais e limita- Caso ainda persistam os sintomas, é indicado a
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manobra de Valsalva, que consiste em fechar as Aerosinusobaropatia (Barosinusite)


narinas e a boca e exercer força de expiração. Figura 31: Localização dos seios da face.

Geralmente, esta manobra é suficiente para


vencer a resistência da trompa de Eustáquio,
promovendo assim, a equalização das pressões.
Existem riscos neste procedimento, devido às
chances de contaminação da orelha média com a
flora da nasofaringe. Porém, nos casos em que
haja algum impedimento da circulação do ar
através da trompa de Eustáquio, como por
exemplo, estados gripais, rinofaringite ou
presença de pólipos, a equalização da pressão
pode ser impossível, determinando assim,
algumas complicações. Se a pressão no interior
da orelha média não é corrigida e atinge níveis
elevados, a pessoa pode sentir náuseas, vômitos Fonte:Disponível em:https://anatomiaonline.
e vertigem, emdecorrência do acometimento do com/wpcontent/uploads/2015/10/seiosparanais2
labirinto. Em casos mais críticos pode ocorrer a -e1445645172108.jpg- Acesso em 11/02/2021
ruptura timpânica e o indivíduo apresentar a
saída de uma secreção com cera e sanguinolenta Os seios da face são pequenas cavidades
pelo ouvido. existentes nos ossos do crânio. A equalização da
pressão interna com a externa, se dá mais
A aerodilatação ocasionada na orelha média facilmente que a da orelha média.Existem oito
denomina-seaerotite e suas possíveis seios da face. Os que mais nos interessam são os
complicações, barotraumas. Os tripulantes, maxilares e os frontais, por conterem maior
muitas vezes, são afastados de voo, por quantidade de ar. Os seios da face se comunicam
apresentarem-se gripados. com o meio externo através de óstios que são
responsáveis pela drenagem de seus conteúdos
O tratamento das aerotites (Barotites) para as fossas nasais.
compreende a aplicação de descongestionante Tanto na pressurização como na
nasal, em alguns casos, administração de despressurização da aeronave, o ar encontra
analgésico. Crianças pequenas e lactentes, facilidade para entrar e sair dos seios da face
possuem maior suscetibilidade, devido a quando os óstios se encontram permeáveis.
características anatômicas da trompa de Assim, tem-se a equalização das pressões
Eustáquio, sendo comum manifestarem automaticamente.
inquietação e choro durante os procedimentos de A aerosinusobaropatia pode ocorrer de duas
decolagem e pouso daaeronave. formas:
É recomendado oferecer uma mamadeira na  Não obstrutiva:como em patologias
tentativa de sanar o problema. Outra paranasais (resfriados, sinusites, pólipos,
consideração importante para o comissário de rinites, etc.)
bordo é acordar os passageiros por ocasião do  Obstrutiva: carne esponjosa e desvio de
pouso, para que este possa tomar as septo onde está comprometida a
medidasnecessárias de equalização pressórica. equalização das pressões.
Associado a outros fatores, inclusive tempo de

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exposição, a pessoa desenvolve a aerosinusite, intensidade do aeroembolismo outros fatores


caracterizada por dor, que poderá ser frontal ou como a obesidade, temperatura ambiente, idade,
maxilar, também chamada de sinusite sensibilidade individual etc.O nitrogênio, mesmo
barotraumática.Da mesma forma que foi não sendo de vital importância para o organismo
abordada na aerotite, o tripulante que apresente humano, tem a função de diluir o oxigênio na
algum problema de permeabilidade dos óstios, atmosfera. Existe em 78% do ar inspirado e
não deverá voar.O tratamento a passageiros com expirado pelo homem.
aerosinusite (barosinusites) é a administração de
descongestionante nasal, antialérgico, Os tecidos orgânicos que possuem nitrogênio
analgésico, antigripais. Como profilaxia não liquefeito são:
devemos voar resfriado, gripado ou com  Plasma sanguíneo
processos alérgicos. Corrigir se necessário,  Líquido cefalorraquidiano
estados inflamatórios e infecciosos antes do voo.  Tecido cartilaginoso (articulações)
Corrigir desvios de septo e retirar a carne  Tecido adiposo (gordura da pele)
esponjosa. O tripulante não deve fazer uso  Tecido conjuntivo (fibras musculares e
constante de descongestionantes nasais, pois seu dos órgãos).
uso frequente pode levar a dependência. No ambiente subaquático é conhecido como
Mal dos mergulhadores.
Aerodontobaropatia (barodontalgias).
Situação de menor ocorrência, as aerodontalgias, 2.4.3.1 Lei de Henry
são causadas pela dilatação de ar existente junto A quantidade do gás dissolvido em uma solução
a raiz do dente (alvéolo dentário), quando este é diretamente proporcional à pressão parcial
estiver com processos inflamatórios. Nesses deste gás à solução.
casos o passageiro deve receber um analgésico e
procurar atendimento dentário assim que Vejamos na figura 31 que o recipiente, contêm
possível. solvente e gás. Quando temos pouca pressão a
O tripulante deve fazer visitas constantes ao solubilidade do gás ao solvente diminui. E
dentista a fim de garantir uma adequada higiene quando temos a pressão aumentada a
bucal, o que é uma exigência para os aeronautas. solubilidade do gás ao solvente aumenta.

Figura 32:variação de pressão e solubilidade de um gás


2.4.3 Aeroembolismo, Doença da
descompressão ou aerobaropatia plasmática.
É causada pela alteração da pressão atmosférica
sobre os valores da pressão do Nitrogênio
dissolvido no plasma.
O aeroembolismo ocorre em altitudes superiores
a 30.000 pés, em cabines não pressurizadas ou na
ocasião de despressurização acidental. É
Fonte:Disponível em:https://www.ebah.com.br/content/ABA
caracterizado pela formação de bolhas de AAgnNkAI/13-solucoes-ufersa-novo- Acesso em 11/02/2021
nitrogênio no organismo. Fala-se em bolhas de Para auxiliar na compreensão, essa lei explica a
nitrogênio por ser este o gás de maior existência do gás carbônico dissolvido numa
concentração na mistura atmosférica, mas, em garrafa de água mineral ou qualquer outra bebida.
quantidades pequenas, também se formam bolhas Observamos que há poucas bolhas de gás em
de oxigênio, gás carbônico e de vapor d’água. meio ao liquido com a garrafa em repouso. Se
Embora o aeroembolismo ocorra, na maioria dos agitarmos o liquido que está dentro desta garrafa
casos, em altitudes próximas a 30.000 pés, é e a temperatura estiver quente, a pressão irá
conhecido que pessoas desenvolveram o aumentar e a solubilidade do gás também. Ao
problema em altitudes inferiores.Além da abrirmos a tampa da garrafa se estabelece um
velocidade de ascensão, podem influenciar na desequilíbrio entre a pressão hidrostática do
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liquido e a tensão do gás carbônico. Sendo assim, Figura 34: Aeroembolismo forma articular
a pressão e a solubilidade do gásdiminuem
levando o liquido para fora da garrafa.

Figura 33: Lei de Henry: Solubilidade de um gás em um meio


liquido.

Fonte: Disponível em:https://www.educarsaude.com/estalar-as-


articulacoes-faz-mal/- Acesso em 11/02/2021

Reações dérmicas: as bolhas que se formam


neste tecido (conjuntivo e adiposo) causam
irritação das terminações nervosas, vasodilatação
e liberação de histamina, caracterizando sensação
de calor ou frio, formigamento, parestesias,
Fonte:Disponível em:https://monografias.ufrn.br/jspui/ prurido intenso e até mesmo placas róseas por
bitstream/123456789/6237/1/ControleQualidade_Lima_
2017.pdf- Acesso em 11/02/2021 todo o corpo. Essas reações são conhecidas como
creepsou itch.

Com o organismo, ocorre coisa semelhante. O Figura 35: Aeroembolismo na pele.


nitrogênio dissolvido no líquido celular, no nível
do mar, corresponde a pressão atmosférica de
760 mmHg. Lembrando-se dos fatores de
predisposição, com o ganho de altitude, ao
atingirmos aproximadamente 30.000 pés, o
nitrogênio liquefeito volta a seu estado gasoso,
formando minúsculas bolhas. Estas bolhas
buscam sair do organismo, entram na corrente
sanguínea e tentam atravessar a parede dos
alvéolos pulmonares, saindo pelo ar expirado.
Nas regiões de maior vascularização a drenagem Fonte: Disponível em:http://www.newsmov.biz/decompression-
das bolhas se dá mais fácil e rapidamente. sickness-skin.html- Acesso em 31/01/2021
O aeroembolismo determina sintomas nos
diferentes sistemas do organismo. Sistema Nervoso:(starggers), devido à grande
quantidade de nitrogênio dissolvido por todo
sistema nervoso central e periférico, surgem
2.4.3.2 Sintomas: muitos sinais e sintomas.O líquido
Forma articular: É a presença de bolhas de cefalorraquidiano pode determinar o surgimento
Nitrogênio nas articulações, também conhecidas de bolhas mais precocemente que outra região do
como bends. Estruturas ricas em tecido corpo.
cartilaginoso e conjuntivo acumulam grande Os principais sinais são: cefaleiaintensa,
quantidade de bolhas e determinam estágios distúrbios visuais, tontura, parestesia,
dolorosos variados, podendo ser de fraca formigamento, dormência, paresias, paralisias,
intensidade até lancinantes, causando hemiplegias, coma e até mesmo a morte. Muitos
incapacidade funcional. O local menos afetado dos sinais de comprometimento do sistema
são as articulações vertebrais dada a alta nervoso central são irreversíveis.
vascularização da região. Sinais da região torácica: onde se encontram os
pulmões, corações e grandes vasos. Podem estar
presentes:
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 Dor retroesternal, tosse seca, dispneia, Antes da decolagem cada tripulante técnico
taquipnéia, hiperpnéia, hipocapnia, hipóxia, deverá verificar pessoalmente seu equipamento
inconsciência, óbito. Felizmente, os voos de oxigênio, para assegurar-se que a máscara de
comerciais estão protegidos do aeroembolismo oxigênio está funcionando e que a quantidade e
por possuírem a cabine pressurizada. pressão do oxigênio são adequadas para o voo.
Quando houver associação de mergulho e voo
deve-se obedecer a seguinte condição: 2.5.1 Sistema fixo para a cabine de comando
Sistema Fixo de O2.
 Mergulho sem parada de descompressão para  Finalidade:fornecer O2 em caso de
voltar a superfície, deve-se permanecer 12 despressurização e fumaça.
horas no nível do mar antes de voar.  Componentes:máscaras oronasais individuais
 Mergulho com parada de descompressão e cilindros independentes da cabine de
para voltar à superfície, deve-se passageiros, fluxo contínuo de O², com
permanecer 24 horas ao nível do mar reguladores para cada tripulante técnico.
antes de voar.  Procedimentos:O piloto deve assegurar seu
Figura 36: Pressão da água sobre o organismo e o
aporte de O2.
aeroembolismo. Cheque Pré-voo: Verificar o fluxo de oxigênio
e se o compartimento está corretamente fechado.

2.5.2 Sistema fixo para a cabine de passageiro


Finalidade: fornecer O2 em caso de
despressurização.
Componentes: máscara oronasal acoplada no
compartimento acima de cada assento.
Procedimentos: O comissário deve assegurar seu
aporte de O2 para depois ajudar os demais.

Fonte: Disponível em:http://oanalitico.blogspot.com/2015/02/- 2.6 Máscara de O² em caso de


Acesso em 11/02/2021 despressurização
A função da máscara é para uma
Na eventualidade de uma descompressão, em despressurização, a duração do oxigênio é de
voos acima de 30.000 pés, o comandante tende a aproximadamente 15 minutos. Ela faz parte do
diminuir à altitude rapidamente. O oxigênio por sistema fixo de oxigênio.
máscara será utilizado na prevenção da hipóxia,
não ajudando em nada na dissolução das bolhas Figura 37: Sistema fixo de Oxigênio.
de nitrogênio. Os passageiros devem ser
orientados a permanecerem sentados pois, a
movimentação do corpo determina maior
quantidade de desprendimento de bolhas. O uso
de analgésico pode fazer parte do tratamento.

2.5 Sistemas de oxigênio


Deverá haver suprimento de oxigênio para os
tripulantes do voo na cabine de pilotos nas
Fonte:Disponível em:https://www.dicasecuriosidades.net
situações normais e de emergência. Os /2017/03/os-avioes-realmente-levam-oxigenio-para.html-
tripulantes de reserva, que vão entrar de serviço Acesso em 11/02/2021
na cabine de comando, deverão receber uma
quantidade de oxigênio igual aos outros Cheque Pré-voo: Verificar se o compartimento
tripulantes (RBHA 121.329-b-3) está corretamente fechado.
Sistema Portátil de O2 Finalidade.

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BLOCO III – ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE DE COMISSÁRIO DE VOO - AFI

Suprimento de O2 (enxaquecas, náuseas etc.). Comprovar conhecimentos de regulamentos


A localização e o número de cilindros estão de pertinentes ao desempenho da função a bordo de
acordo com o tipo e a configuração da aeronave. aeronaves civis;
Componentes: - Ter concluído com aproveitamento curso
 Cilindro de aço de 311 litros e saídas de 02 e
reconhecido pela ANAC;
04 l/min
 Máscara oronasal - Possuir aptidão física e mental que satisfaça os
 Manômetro de pressão requisitos estabelecidos para a expedição de um
 Válvula reguladora de fluxo: Hi/Lo
Certificado Médico Aeronavegante (CMA) de 2°
(localizada na lateral do cilindro)
Cheque Pré-voo: Classe;
 Fixação (suportes).
De posse destas qualificações o candidato obterá
 Máscara (lacrada) e prazo de validade
as prerrogativas de exercer as funções
 Manômetro (faixa verde).
 Verificar a posição do ponteiro no manômetro comissário/a de bordo de aeronaves civis.
(noprimeiro traço acima do zero, a utilização
15.1 - VALIDADE DAS QUALIFICAÇÕES -
deve ser interrompida).
 Verificar se a válvula de abertura do cilindro Para os titulares da licença de Comissários serão
está em off.
emitidos Certificados de Habilitação Técnica
(CHT) com prazo de 02 anos e para o Certificado
Procedimentos p/o uso do O2 portátil: Médico Aeronavegante 5 anos (até 60 anos de
 Remover toda a maquiagem ou oleosidade da idade)
pele com um pano úmido
 Suspender a administração do O2 assim que
os sintomas desapareçam (risco de
hipocapnia).

Hipocapnia:
 ↓CO2 (diminuição dos níveis de CO2 no
organismo, pode levar a uma parada
respiratória).

 CO2: é o responsável pela estimulação do


centro respiratório no Sistema Nervoso
Central (Bulbo- Tronco Encefálico)

Figura 38: Sistema portátil – cilindro, extensão e máscara.

Fonte:Disponível em:https://www.mercadodoaviao.com.br
/pecas

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BLOCO III – PRIMEIROS SOCORROS NA AVIAÇÃO CIVIL - PSS

1.5 Recursos da aeronave


A. Conjunto Médico de Emergência
B. Conjunto Primeiros Socorros
C. Sistema Portátil de Oxigênio
D. Sistema Fixo de Oxigênio

1.5.1Conjunto Médico de Emergência


Normas do Ministério da Aeronáutica:
1.1 Introdução aos Primeiros Socorros.  Devem ser de fácil acesso aos
comissários (galleys).
 Primeiras providências tomadas no local  Estojo à prova de umidade e poeira.
da emergência;  Conter todos itens necessários (lista).
 Assegurar a vida;  Obrigatório a bordo da Aeronave
 Evitar o agravamento;
 Atendimento temporário Aplicabilidade: Médico munido de CRM.
Controle do Kit: A bordo no local correto,
Há a necessidade de um treinamento adequado e contendo todos os itens, prazo de validade,
reciclagem dos conhecimentos. fechado e lacrado.
Conteúdo:A lista está na parte externa do Kit.
1.2 Comissário x Primeiros socorros.
A prestação de Primeiros Socorros é parte É importante que o kit contenha todos os itens da
integrante das funções relativas ao atendimento e lista, pois em uma próxima emergência poderá
segurança do passageiro a bordo. faltar algum recurso e prejudicar o atendimento.

Alínea “f” do Art. 6º da Lei nº 7.183/84. Equipamentos:


 Estetoscópio
1.3 Importância do treinamento  Esfigmomanômetro
O Treinamento em primeiros socorros é parte  Cânulas orofaríngeas (3 tamanhos)
integrante do treinamento de Emergência para  Seringas
Tripulantes.  Agulhas
 Cateteres endovenosos
Devemos ter conhecimento de primeiros
socorros pois em qualquer situação podemos  Lenços antissépticos
ajudar alguma pessoa, seja em solo ou dentro da  Luvas descartáveis
aeronave. Tendo esse conhecimento evitamos  Caixa para descarte de agulhas
erros e aumentamos as chances de sucesso em  Cateter urinário
nosso atendimento e maior sobrevida da nossa  Sistema de administração de fluídos
vítima. endovenosos
 Torniquete
RBHA 121:121.417 (b) (2) (ii) e (iv).  Gaze
 Fita adesiva
1.4 Ação do comissário.  Máscara cirúrgica
 Acionar a Equipe  Cateter traqueal de emergência
 Avisar o Comandante  Clamp umbilical
 Avaliar o Passageiro  Termômetro
 Verificar se existe médico (CRM) a  Cartão de SBV
bordo, caso necessário.  Lanterna e bateria

I-1-
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Medicações:
 Epinefrina  Protetor ou fita adesiva ocular
 Anti-histamínico  Tesoura
 Dextrose 50%  Pinça
 Capsulas de Nitroglicerina ou spray  Luvas descartáveis
 Analgésicos potentes  Termômetro
 Sedativos  Máscara de RCP
 Anticonvulsivantes  Ambu de silicone
 Antiemético  Máscara de primeiros socorros
 Broncodilatador  Manual de primeiros socorros
 Atropina  Formulário de registro de eventos mórbidos a
 Adrenocorticoesteróide bordo
 Diurético As medicações sugeridas a seguir podem ser
 Medicação para sangramento pós-parto incluídas nos kits de primeiros socorros quando
 Cloreto de Sódio 0,9% permitido pelos regulamentos nacionais.
 Ácido Acetilsalicílico  Analgésico de ação leve a moderada
 Betabloqueador oral  Antieméticos
 Descongestionante nasal
1.5.2 Conjunto de Primeiros socorros  Colírio
 Antiácido
Aplicabilidade: Comissários.  Anti-histamínico
Controle do Kit: A bordo no local correto,
contendo todos os itens, prazo de validade, Quantidade de Kits:
fechado e lacrado. Tabela 1: Kits de primeiros socorros
Conteúdo:A lista está na parte externa do Kit. disponíveis de acordo com a quantidade
 Devem ser de fácil acesso aos de assentos da aeronave
comissários (galleys).
Assentos Conjuntos
 Estojo à prova de umidade e poeira.
0 a 100 1
 Conter todos itens necessários (lista). 101 a 200 2
 Obrigatório a bordo da Aeronave 201 a 300 3
301 a 400 4
Deve obedecer a RBAC 121 e 309 e atender as
401 a 500 5
especificações e requisitos.
Acima de 500 6
Conteúdo:
Fonte: Disponível em: RBAC 121 e 309
 Swabs ou algodão antisséptico (pacote com
Biblioteca ANAC- Acesso em 11/02/2021
10)
 Atadura simples ou adesiva 1.5.3 Sistema Portátil de O2 Finalidade.
 Atadura triangular e alfinetes de segurança Finalidade:
 Compressa para queimaduras Suprimento de O2 (dificuldade respiratória.).
 Compressa estéril A localização e o número de cilindros estão de
 Gaze estéril acordo com o tipo e a configuração da aeronave.
 Fita adesiva Componentes:
 Fita adesiva cirúrgica  Cilindro de aço de 311 litros e saídas
 Fita adesivas estéreis de 02 e 04 l/min
 Toalhas pequenas ou lenços umedecidos com  Máscara oro nasal
substâncias antissépticas  Manômetro de pressão
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 Válvula reguladora de fluxo: Hi/Lo 2.1 Suporte básico de vida


(localizada na lateral do cilindro). São os primeiros socorros dados a vítima, desde
quando à encontramos até a chegada da equipe de
Cheque Pré-ovo: resgate.
 Fixação (suportes). Objetivos:
 Máscara (lacrada) e prazo de validade  Manutenção da vida.
 Manômetro (faixa verde).  Evitar o agravamento
 Verificar a posição do ponteiro no  Manter a respiração, pulso e ausência de
manômetro. (Oprimeiro traço acima hemorragias.
do zero, a utilização deve ser
interrompida). Figura 3: Protocolo de atendimento American Heart Association
 Verificar se a válvula de abertura do - 2015
cilindro está em off.
Procedimentos para o uso do O2 portátil:
 Remover toda a maquiagem ou
oleosidade da pele com um pano
úmido
 Suspender a administração do O2
assim que os sintomas desapareçam
(risco de hipocapnia).
Fonte:Disponível em:http://fragmentosdefisica.blogspot
1.5.3.1 Sistema Fixo de O2. .com/2014/10/termologia.html- Acesso em 11/02/2021
Finalidade: fornecer O2 em caso de
despressurização. Suporte Básico de Vida: C–B–A
Componentes: máscara oronasal acoplada no
compartimento acima de cada assento. C - Circulation (circulação)
Procedimentos: O comissário deve assegurar seu
A - Air (vias aéreas)
aporte de O2 para depois ajudar os demais.
B - Breathing (Respiração)
1.5.3.2 Máscara de O² em caso de
despressurização O tipo de atendimento que iremos prestar é o
A função da máscara é para uma chamado APH (Atendimento pré-hospitalar), ou
despressurização, a duração do oxigênio é de seja, o atendimento desde que encontramos a
aproximadamente 15 minutos. Ela faz parte do vítima até o transporte para o hospital e muitas
sistema fixo de oxigênio. vezes teremos que manter suas funções vitais e
prevenir complicações. Trata-se de um
Figura 2: Máscaras de Oxigênio em caso de despressurização atendimento limitado. Neste tipo de atendimento
devemos verificar:
1. Circulação
2. Vias aéreas
3. Respiração
4. Hemorragia
5. Choque
6. Lesões de crânio e de coluna vertebral
Fonte:Disponível 7. Ferimentos abertos de tórax
em:http://fragmentosdefisica.blogspot.com/2014/10/termologia.
html- Acesso em 11/02/2021 8. Ferimentos abertos de abdômen
Cheque Pré-ovo: Verificar se o compartimento 9. Grande queimado
está corretamente fechado.
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10. Lesões osteo-articulares (luxações, 1. Rotina: o tratamento pode ser retardado


entorses e fraturas). por várias horas, sem que haja risco de
morte.
Devemos seguir o fluxograma de avaliação 2. Urgência: O tratamento deve ser iniciado
primária e secundária no atendimento a uma dentro de poucas horas, pois há o risco de
vítima. morte devido a complicações.
3. Emergência: exige tratamento imediato.
Figura 4: Fluxograma de avaliação primária e secundária Há a necessidade de mantermos os sinais
vitais desta vítima e evitarmos
complicações graves.

Avaliação dos sinais vitais


Os dados vitais são sinais que permitem uma
avaliação rápida da condição cardiocirculatória e
respiratória do indivíduo.
Devemos avaliar:
 Frequência cardíaca (FC): é verificada com as
polpas digitais do segundo e terceiro dedos da
mão. O ritmo pode ser regular (rítmico) ou
irregular (arrítmico) e a intensidade pulso
cheio (normal) ou pulso fino (filiforme, no
caso de choque). As principais artérias para
sentir a pulsação são: Artéria carótida
(pescoço), artéria braquial em bebês (próximo
a axila), artéria radial (próximo ao punho),
artéria femoral (próximo a virilha), artéria
poplítea (atrás do joelho), artérias pediosas
(parte superior do pé), tibial posterior (abaixo
do tornozelo).

Figura 5:Locais para aferição da pulsação

Fonte: Do autor, 2021

Devemos classificar os pacientes quanto a


gravidade. Fonte:Disponível em:https://comunidade
academicadesaude.wordpress.com/2017/12/22/sinais-vitais-pt-
1/- Acesso em 11/02/2021

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Figura 6: verificação da pulsação em bebês - Artéria Braquial Figura 7: Classificação pressão arterial.

Fonte:Disponível em:https://thegolfclub.info/627261636
869616c/brachial-pulse-infant.html- Acesso em 11/02/2021

 Frequência respiratória (FR): é verificada


Fonte:Disponível
pela observação dos movimentos em:http://lyratopsicteo.blogspot.com/2017/05/nova-
respiratórios. Verificamos ainda o ritmo classificacao-da-hipertensao.html- Acesso em 11/02/2021
se está regular (normal) e a profundidade
(normal, superficial ou profunda e se
Figura 8: Valores de temperatura corporal
ocorre a dispneia).
 Pressão arterial (PA): Sistólica (máxima)
e diastólica (mínima). Em um adulto
jovem é em torno de 120X80 MmHg.
 Temperatura: Pode-se avaliar de forma
subjetiva, porém é uma avaliação imprecisa, o
ideal é utilizarmos um termômetro. O centro
de controle da temperatura é o hipotálamo.
Quando a temperatura corporal sobe acima de
41ºC, o parênquima de muitas células,
começam a serem danificados. Quando a
temperatura sobe acima de 43,3ºC, a pessoa só Fonte:Disponívelem:https://efivest.com.br/wp-
tem algumas horas de vida, a menos que sua content/uploads/2018/04/apostila-fundamentos-enfermagem.pdf-
temperatura seja rapidamente trazida de volta Acesso em 11/02/2021
a faixa normal, seja pelo banho com agua fria
ou através de medicamentos. A hipotermia Avaliação das pupilas:
também pode levar o indivíduo a óbito. Uma As pupilas podem adotar variados condições de
pessoa exposta a água gelada por cerca de 20 acordo com o que está acontecendo com a vítima.
a 30 minutos geralmente morre em virtude de  Pupilas isocóricas: de tamanhos iguais e
parada ou fibrilação cardíaca, senão for logo indica uma condição normal.
tratada.  Pupilas anisocóricas: de tamanhos diferentes e
Padrões normais de sinais vitais – Adulto indica trauma em um dos hemisférios do
Tabela 2: Sinais vitais cérebro (lesão cortical)
Sinais FC FR PA  Pupilas em midríase: Dilatadas e indica
Vitais lesão do tronco encefálico, uso de drogas
Normal Normocárdi Eupneico Normoten como atropina, abuso de substâncias
co 15 – so
60 – 100bpm 20rpm como cocaína, LSD, álcool etc.
Diminuíd Bradicárdico Bradipneic Hipotenso  Pupilas em miose/ puntiforme: apresenta
o o diâmetro diminuído e indica sedação,
Aumentad Taquicárdic Taquipnei Hipertenso coma ou óbito.
o o co
Fonte: Do autor, 2021.
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Figura 9: Avaliação das pupilas  Respira


 Grave:
 Não fala
 Não tosse
 Não respira
 Apresenta o sinal universal da
asfixia.

2.2.2 Conduta:
Depois de identificado o tipo de obstrução,
devemos realizar a conduta correta.
Fonte:Disponível em:https://www.enfermagemnovidade
.com.br/2017/08/avaliacao-das-pupilas.html- Acesso em  Obstrução leve:
11/04/2021  Estimular a tosse pedindo para a pessoa
continuar a tossir, até que pare totalmente a
Avaliação da Pele tosse.
 Vermelho cereja: Envenenamento por
monóxido de carbono
 Branca (pálida): Choque, ataque cardíaco, Obs.: Não deixar a vítima sozinha, espere até que
susto, anemia, desmaio ou angústia emocional pare de tossir. Não dê tapas nas costas ou vire
 Azulada (cianótica): asfixia, hipóxia, de cabeça para baixo, isso pode levar a uma
envenenamento, parada cardíaca obstrução grave.
 Amarela (ictérica): Doença hepática
 Obstrução grave:
 Preta ou azulada: Hematoma, equimose,
infiltração de sangue sob a superfície da pele.  Realizar a manobra de desobstrução:
Avaliação do sistema nervoso central (Heimlich)
 Avaliação do estado de consciência
Bebês (0 a 1 ano): Tapotagem
 Sonolência
 Decúbito ventral, apoiado sobre o
 Agitação
antebraço, cabeça em plano mais baixo
 Confusão mental que o corpo e apoiada na mão do
socorrista.
2.2 Obstrução de vias aéreas.
 Batidas firmes entre as escapulas (mão
As obstruções das vias aéreas podem ocorrer por
em posição de concha). Realizar a
diversas causas:
manobra 5 vezes.
 Língua (vítimas inconscientes)
 Virar o bebê em decúbito dorsal, cabeça
 Glote (edema por inalação, anafilaxia) em plano mais baixo que o corpo e
 Hemorragia (epistaxe, traumas, ferimentos) realizar com as pontas dos dedos
 Meio fluído (secreções, água, vômito) indicador e médio ou médio e anular 5
 Corpo estranho (alimentos, prótese, objetos) compressões no centro do tórax, na linha
 Trauma (face, crânio). intermamilar.
 Enfermidades (câncer, infecções).  Verificar se o corpo estranho sai pela
boca ou realizar a inspeção abrindo a
boca do bebê e fazer uma varredura de um
A obstrução das vias aéreas pode ocorrer de 2
lado para o outro e para fora. Após a
formas: desobstrução colocar a vítima de lado (em
 Leve: posição de descanso no antebraço).
 Fala  Verificar os sinais vitais.
 Tosse
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 Caso não desobstrua, inicie a RCP. Figura 11: Manobra de Desobstrução (Heimlich) no adulto

Figura 10: Manobra de desobstrução em Recém-nascidos e bebês


até 1 ano.

Fonte:Disponível em:https://www.iespe.com.br/blog/ma Fonte:Disponível em:https://www.slideshare.net/emanueltsteg


nobra-de-desengasgo-em-lactentes/- Acesso em 11/04/2021 eon/primeiros-socorros-modulo-iii - Acesso em 11/04/2021

Crianças e Adultos: (acima de 1 ano): Vítima obesa ou grávida:


Realizar a manobra de Heimlich/ Manobra de  Socorrista atrás da vítima e com o quadril
desobstrução: de lado, os pés entre as pernas da vítima,
mão fechada (em copinho) acima da
região epigástrica a outra mão por cima
Vítima em ortostatismo: vítima em pé desta.
 Socorrista atrás da vítima, com o seu  Realizar a manobra em forma de “J” 5
quadril de lado, apoiado na região glútea vezes.
da vítima, os pés entre as pernas da  Não adiantando repita novamente.
vítima, mão fechada (em copinho) na 
região epigástrica a outra mão por cima
desta. Figura 12: Manobra de Desobstrução (Heimlich) em gestantes e
obesos
 Realizar a manobra em forma de “J” 5
vezes.
 Não adiantando repita novamente.

Vítima inconsciente: vítima deitada


 Vítima em DDH, mãos posicionadas no
centro do tórax, na linha intermamilar,
realizar 5 compressões no tórax
 Realizar a varredura de um lado para o
outro e para cima. Fonte:Disponível em:https://www.slideshare.net/emanuelts
tegeon/primeiros-socorros-modulo-iii - Acesso em 31/06/2021
 Não adiantando repita a manobra.
 Verifique os sinais vitais Podemos ainda, quando estivermos sozinhos e
 Inicie a RCP se necessário. sufocando, copiar a Manobra de Heimlich ou
 Em último caso a traqueostomia deve ser com uma cadeira no esterno próximo ao processo
feita por um médico. xifoide conforme ilustração abaixo:

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Figura 13: Manobra de Desobstrução (Heimlich) para quem está base da língua. Nos casos dos bebês, deve-se
sozinha em um ambiente.
fazer uma ligeira inclinação da cabeça. Se houver
suspeita de lesão cervical ou do restante da
coluna, usar a manobra modificada ou tríplice de
propulsão da mandíbula.

Figura 14: Manobra Tríplice de propulsão da mandíbula e


Fonte:Disponível em:http://fabianascaranzi.com.br/mano modificada
bra-de-heimlich-aprenda-como-ajudar-uma-pessoa-engasgada/ -
Acesso em 31/06/2021

2.3 Parada respiratória e Parada


cardiorrespiratória
2.3.1 Parada respiratória
A parada respiratória pode ocorrer sem que haja
a parada cardíaca no mesmo instante, porém pode
levar a ela pois, faltará oxigênio no músculo
cardíaco e este começará a falhar.
Devemos realizar uma avaliação coordenada da
permeabilidade das vias aéreas, das condições da
Fonte:Disponível em:http://luizamarques2015.blogspot.com
ventilação, circulação e do estado de consciência. /2012/04/manobra-triplice-e-manobra-triplice.html - Acesso em
31/06/2021
Sinais: Vejamos agora a descrição da manobra:
 Obstrução ou oclusão da hipofaringe  Vitima em superficie rigida, posicione os
parcial ou total joelhos acima da cabeça da vítima e
 Secreção alinhado a ela, colocando os cotovelos na
 Vômitos mesma superfície que a vítima
 Regurgitação do conteúdo gástrico  Com as mãos uma de cada lado da cabeça
 Corpos estranhos da vítima, coloque as pontas dos dedos
 Edema indicador e médio sob o ângulo da
 Base da língua relaxada mandíbula
 Com os dedos já posicionados, empurre a
mandíbula da vítima para cima, mantendo
Conduta: a cabeça estabilizada com a palma das
As primeiras medidas podem ser destinadas a mãos. Não eleve ou faça rotação da
desobstruir as vias aéreas, manter a ventilação e cabeça da vítima.
oxigenação artificial, remover os fatores que
causam distúrbios nas funções do sistema
nervoso central e cardiocirculatório. Verifique se a vítima precisa de suporte
ventilatório. Mantenha a extensão da cabeça e
Desobstrução das vias áreas: utilize uma máscara oro-nasal, colocando-a sob o
Colocar a vítima em decúbito dorsal horizontal nariz e a boca da vítima. Segure a ponta da
(DDH), em uma superfície rígida e plana com a máscara com a borda da mão que eleva a cabeça
cabeça em hiperextensão. Ao fazer esta manobra e a base da máscara com o polegar, que fez o
a mandíbula se desloca para frente e promove o afastamento do queixo.
estiramento dos tecidos que ligam a faringe,
removendo-se a obstrução da hipofaringe pela

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Suporte ventilatório: Figura 17: Suporte ventilatório em adultos com ressuscitador


manual (AMBU)
A ventilação artificial pode ser feita de várias
formas:
 Boca máscara boca
 Ambu
 Máscara facial
 Tubo endotraqueal
 Traqueostomia

No início a respiração artificial deve ser realizada Fonte: Disponível em:https://www.youtube.com/watch?


v=kZNZk_woAY4- Acesso em 31/06/2021
de forma mais rápida, para a remoção do excesso
de CO². Em seguida, mantem-se uma frequência Algumas vezes, a simples execução das
de cerca de 10 insuflações em cada minuto. Caso manobras descritas para tornar permeáveis as
não haja respiração espontânea após as vias aéreas é suficiente para prevenir ou mesmo
insuflações ou ventilações iniciais, na presença tratar a parada respiratória e reestabelecer os
de pulso, continue com o ciclo até o retorno da parâmetros de ventilação e oxigenação. Portanto,
respiração ou na sequência da parada cardíaca, o ar expirado pelo socorrista é suficiente para a
caso ocorra iniciar a RCP. vítima.
Vejamos a seguir alguns exemplos:

Bebês, crianças e adultos 2.3.1.1 Parada Cardiorrespiratória


Figura 15: Suporte ventilatório em Recém-nascidos, bebês e
crianças. É a cessação súbita dos batimentos cardíacos e
respiração.
Sinais e sintomas
 Ausência de pulso em grandes artérias
 Apneia zero
 Ausência de sons cardíacos
 Pupilas em midríase não reativa
 Palidez
 Pele fria, úmida e pegajosa

Fonte:Disponível em:http://www.safeguardaquatics.com/lifeg Causas de Parada Cardiorrespiratória:


uard-certification/- Acesso em 31/06/2021
 Asfixia
 Intoxicação
Figura 16: Suporte ventilatório no adulto, com máscara  Traumatismos
 Afogamento
 Eletrocussão (choque elétrico);
 Estado de choque;
 Doenças cardíacas.

Diagnóstico:
O diagnóstico deve ser realizado dentro de 4
minutos. Transcorrido este tempo a possibilidade
de recuperação tornam-se escassas e geralmente
acompanha lesões irreversíveis no sistema
nervoso central.
Fonte:Disponível em:https://www.ebah.com.br/content/ABA
AAAjCEAB/primeiros-socorros- Acesso em 31/06/2021
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Conduta: O posicionamento das pás, se dá conforme a


Ressuscitação cardiopulmonar classificação de adultos, crianças e bebês.
São as manobras realizadas para reanimar o Mesmo que você esqueça o posicionamento, as
indivíduo em parada cardiorrespiratória. Depois pás contêm desenhos para que você se guie e as
de identificada a PCR, inicie o quanto antes a coloque em local correto. As pás do desfibrilador
RCP e não esqueça que o socorro eficiente ocorre deverão ser colocadas sobre a pele e não sobre a
antes do 4º minuto após a PCR. roupa. A presença de pelos ou tórax molhado
farão com que as pás não grudem
adequadamente, sendo necessário a tricotomia
Compressão: e/ou secagem do tórax.
Adultos: mãos sobrepostas no centro da linha Figura 19: Desfibrilador Externo Automático – posição das pás
intermamilar (tórax: 5-6 cm) no adulto.
Crianças: (1 a 8 anos): uma das mãos, no centro
da linha intermamilar (tórax: 3-4 cm)
Bebês (0 a 1 ano): 2 dedos (indicador e médio)
logo abaixo da região intermamilar (tórax 1-2
cm)

 Realizar 30 compressões x 2 ventilações, ou


um ritmo de 100 a 120 compressões no minuto
para adultos. Fonte:Disponívelem:http://formacionenemergencias.blogspot.
 Realizar 30 compressões X 2 ventilações em com/2012/06/rcp-basica-en-adultos.html - Acesso em 31/06/2021
crianças, bebês e RN com 1 socorrista ou 15
compressões X 2 ventilações, com 2 Figura 20: Desfibrilador Externo Automático – Posição das pás
na criança.
socorristas.
Reavaliar a cada 2 minutos. (Protocolo atual da
AHAAmericanHeart Association para leigos)

DEA – Desfibrilador externo automático


Figura 18: Desfibrilador Externo Automático

Fonte:Disponível em:http://www.urcuit.fr/fr
/information/89289/defibrillateurs-automatiques-%28dae%29 -
Acesso em 31/06/2021

1 Emergências Clínicas.
Fonte:Disponível em:https://www.centermedical.com.br/desfi- São alterações orgânicas que possuem diferentes
brilador-externo-automatico-heartsine-samaritan-pad-dea/p - etiologias. Podem estar relacionados a
Acesso em 31/06/2021
patologias, acidentes, problemas circunstanciais,
distúrbios metabólicos etc.
Após identificar a PCR, solicitar o DEA e instalar
no tórax da vítima. Ele irá analisar o ritmo 3.1 Corpo estranho no nariz e ouvido
cardíaco e informará se será necessário aplicar o Se a vítima apresentar um corpo estranho no
choque ou continuar com as compressões nariz a conduta será:
reavaliando de 2 em 2 minutos.  Comprimir com o dedo a narina não
obstruída. Com a boca fechada, tentar expelir o
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ar pela narina em que se encontra o corpo Causas:


estranho  Dor
 Não assoar o nariz com força  Punção venosa
 Não introduzir objetos na narina  Ansiedade
 Se não puder ser retirado com facilidade,  Ambientes superlotados e pouco ventilados
aguarde o médico.  Longos períodos de jejum
Se o corpo estranho estiver no ouvido a conduta  Hipoglicemia
será:  Exposição excessiva ao sol
 Não introduzir objetos  Desequilíbrio emocional
 Não mate o inseto  Observação de cenas desagradáveis
 Coloque uma fonte de luz perto do ouvido Sintomas precedentes (pré-desmaio):
 Se for um pequeno inseto ou um corpo imóvel  Fraqueza e cansaço
como rodinhas ou grãos, colocar 2 gotas de  Dor
óleo ou azeite no ouvido afetado, deixa-lo para  Dispnéia
cima por alguns instantes e depois mudar a  Tonturas
posição para fazer escorrer
 Náuseas
 Se for água, colocar 2 gotas de álcool para  Palidez
ocorrer a evaporação.
 Sudorese fria
 Zumbido no ouvido
3.1.2 Ingestão de corpo estranho
A ingestão de um corpo estranho é uma  Anópsias - visão escurece
ocorrência de urgência comum de acontecer,  Perda do controle muscular.
sendo que a passagem e eliminação do objeto  Hipotonia
pelo trato digestivo ocorrem espontaneamente
sem a necessidade de intervenção. Entretanto em
Durante o desmaio:
 Midríase
algumas vítimas há a necessidade de intervenção
para eliminação do objeto, isso vai depender do  Pulso fino e rápido
tipo de material e formato que ele tem pois, pode  Respiração lenta e superficial
levar a obstrução, perfuração ou fístula.
A vítima continua com alimentação normal e não Tratamento:
deve tomar laxantes, pois ativam a motilidade Visa favorecer a oxigenação cerebral.
intestinal. Em caso de dúvida não comer e não Conduta para vítima na eminência do desmaio:
beber.
 Vítima sentada → manter a cabeça da
Objetos lisos normalmente não trazem
vítima entre as pernas.
problemas. Devemos observar as fezes por 5
 Vítima em pé → solicitar que sente e
dias, esfarelar e observar se o objeto foi
posicionar a cabeça entre as pernas.
eliminado.
Os objetos pontiagudos podem perfurar o trato
digestivo, o médico deverá fazer a sua Conduta para vítima desmaiada – ao chão:
localização através de um RX e a retirada  Elevar os membros inferiores (20 - 30
cirurgicamente. cm) mantendo a cabeça mais baixa que o
corpo
3.3 Sincope, Desmaio ou Lipotimia.  Utilizar o terreno a favor da vítima
É a abolição súbita e temporária do nível de  Afrouxar as vestes
consciência e de curta duração. Embora tenha
 Afastar curiosos
variada etiologia é consequência da diminuição
 Ventilar a vítima
de sangue oxigenado no cérebro.
 Oxigênio se necessário
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 Não utilizar éter ou clorofórmio É a ausência ou insuficiência de fluxo sanguíneo


3.4 Emergências Cardiovasculares. na musculatura cardíaca, causando necrose ou
Dentre as várias ocorrências cardiológicas serão morte do tecido cardíaco.
abordadas as duas principais coronariopatias.
As doenças coronarianas são atribuídas a alguns Tabela 3: Características da angina e infarto
fatores predisponentes. São eles:
 Stress
 Dislipidemias
 Hipertensão

 Sedentarismo
 Obesidade
 Tabagismo
 Hereditariedade
Angina do peito
Caracteriza-se pela diminuição do fluxo
sanguíneo na musculatura cardíaca causando
isquemia miocárdica.
Sinais e sintomas:
Fonte:Do autor, 2021.
 Dor retroesternal de curta duração (5 a 10
min) Sinais e sintomas:
 Sensação de angústia  Agitação
 Sensação de formigamento  Sudorese
 Náuseas  Ânsia de vômito
 Dispneia moderada  Angústia
 Dispneia
Tratamento:  Palidez
 Repouso absoluto  Pele fria, úmida e pegajosa
 Administração de vasodilatador  Sudorese intensa
coronariano  Pupilas dilatadas não reativas
(Uso do pax ou por indicação médica)  Taquicardia/Taquisfigmia
 Oxigenoterapia  Bradicardia
* A dor retroesternal melhora com o tratamento.  Hipotensão
Infarto Agudo do Miocárdio.
Figura 21: Coração evidenciando o pericárdio, as artérias e veias.
 Gasping

Tratamento:
 Acione a equipe
 Procure médico a bordo
 Avise o Comandante
 Mantenha a vítima em repouso
 Oxigênio terapêutico
 Somente auxiliar a automedicação.
 Em caso de PCR realizar os
procedimentos necessários para a RCP.

Fonte: Disponível em:http://licardio.blogspot.com/2009/05/o-


pericardio_09.html- Acesso em 31/06/2021
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3.4.1 Hipertensão Arterial: Conduta:


É um episódio clinico decorrente da elevação  Repouso absoluto
súbita ou acentuada da pressão arterial, que se  Avisar o comandante
não tratada a tempo poderá evoluir para um  Solicitar médico a bordo
acidente vascular cerebral e complicações
cardíacas. 3.5 Acidente Vascular Encefálico.
O acidente vascular Cerebral também conhecido
Sintomas: como Derrame, ocorre quando há o entupimento
 Cefaleia intensa ou rompimento dos vasos que levam sangue ao
 Náuseas cérebro, provocando a paralisia da área cerebral
 Vômito que ficou sem circulação sanguínea adequada.
 Distúrbio de consciência (sonolência,
confusão mental e coma) Tipos:
 Distúrbios visuais (visão turva, cegueira AVE Hemorrágico: Ocorre o rompimento de
temporária) alguma artéria.
 Perturbações neurológicas temporárias AVE Isquêmico: Ocorre a obstrução da artéria
(convulsão, hemiparesia, etc.) por algum trombo ou êmbolo.
 Epistaxe
Sinais e Sintomas:
 Hemiparesia
Conduta:  Hipotonia
 Repouso absoluto  Dor de cabeça
 Avisar o comandante  Confusão súbita
 Solicitar médico a bordo  Dificuldade repentina para falar ou
 Dieta hipossódica entender
 Medicação (usar conforme prescrição)  Dificuldade para ver (1 ou 2 olhos)
 Tontura
 Dificuldade para caminhar
3.4.1.2 Síndrome da Hipertensão
 Perda do equilíbrio e coordenação
Intracraniana
Ocorre porque a caixa craniana não se expande e  Pupilas anisocóricas.
pelo aumento do volume junto ao cérebro tem-se
o aumento da pressão intracraniana. Diversas são Causas:
as causas:  Hipertensão arterial
 Infecções e inflamações do sistema nervoso  Cardiopatia
central  Colesterol elevado (LDL)
 Tumores cerebrais benignos ou malignos  Fumo
(contraindicação do voo. Somente irá voar  Álcool em excesso
com autorização do médico)  Diabetes
 Abcessos  Idade
 Aneurismas  Sexo (+ homens, até 51 anos)
 AVCH/ I  Raça
 Hereditariedade
Sinais e sintomas:  Obesidade
 Cefaleia intensa  Sedentarismo
 Vômito em jato
 Visão turva

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Tratamento: 3.6.3 Tratamento:


A vítima deve ser levada o mais rápido possível  Proteger a vítima contra injúria física
para o hospital. O atendimento deve ser feito  Não conter a vítima e proteger a sua
antes de 3 horas do ocorrido. cabeça
 Procurar auxílio médico imediato  Afrouxar as vestes
 Deixar a vítima em repouso  Comunicar o comandante
 Oxigênio  Solicitar médico a bordo
 Em caso de convulsão, lateralizar a
vítima Fase de relaxamento:
 Monitorar a vítima até a chegada do  Colocar a vítima em posição de
suporte avançado. recuperação (DL)
 Limpeza com gaze
 Oxigênio s/n
3.6 Convulsão.
 Proteger a vítima de curiosos
3.6.1
É a alteração da atividade cerebral devido a  Avaliação dos sinais vitais
descargas elétricas cerebrais desordenadas. Obs: não colocar os dedos ou lenços entre os
dentes ou qualquer outro objeto, pois você
poderá se machucar e machucar a vítima,
3.6.2 Causas da Epilepsia:
Pode ser de causa cerebral ou extra cerebral. piorando ainda mais o quadro clinico.
 Febre alta  NÃO se deve jogar água ou sacudir a
vítima tentando acordá-la.
 Ingestão alcoólica
 A Epilepsia não é contagiosa, mais
 Uso de Drogas ou fase de abstinência
podem ocorrer lesões com sangramento,
 Medicamentos
portanto utilize luvas para a sua proteção
 Traumatismo craniano
 Jamais deixe a vítima sozinha.
Sinais e Sintomas: 3.6 Alcoolismo
As crises tônico-clônicas ou grande mal duram É considerada como uma doença que causa
de 1 a 3 minutos, desencadeando os seguintes dependência e tolerância ao álcool.
sintomas:
 Perda da consciência Sintomas do álcool no organismo:
 Grito epilético O álcool libera uma toxina depressora do sistema
nervoso central diminuindo a oxigenação e a
 Contrações musculares por todo o corpo
concentração de glicose nas células nervosas.
(tônico clônicas)
 Fase de euforia: o indivíduo encontra-se
 Olhar vago
alegre, falante, com manifestações
 Sialorréia
inconvenientes e geralmente, com tendência a
 Descontrole esfincteriano urinário, sendo o maior ingestão de álcool.
fecal raro.
 Fase depressiva: sonolência, falta de
 Sudorese coordenação motora, fala arrastada, náuseas e
 Midríase vômitos e comportamento desinibido ou
 Cianose arrogante.
 Fase grave: queda de temperatura corpórea
Pequeno Mal (hipotermia), pulso fraco, sudorese, torpor e
Ocorre em crianças, onde há a ausência ou perda por vezes, inconsciência (coma alcoólico),
fugaz da consciência que dura apenas alguns incontinência urinária e fecal
segundos.

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 "Delirium tremens" (alucinose alcoólica):  Nervosismo


Estado tóxico permanente ou devido a  Midríase
suspensão da ingestão de álcool.  Taquicardia
Sinais de suspeita: ansiedade, tremor  Náuseas
incontrolável, irritabilidade, agitação, insônia,  Fraqueza
hiperatividade, taquisfigmia, midríase.  Fome
Aumento dos sinais vitais: Dilatação pupilar,  Em casos mais graves: agitação, irritabilidade,
Sudorese. Pode estar presente ainda: Alucinações amnésia e convulsão.
visuais, táteis, olfativas e auditivas, coordenação
motora, convulsão. Tratamento:
Tratamento:  Convocar médico a bordo
 Suspender imediatamente o consumo de  Agasalhar a vítima
álcool a bordo  Se consciente, oferecer líquido bem
 Abordar a pessoa com respeito, de modo açucarado. A reversão do quadro se faz
seguro e coerente (sem julgar ou atribuir quase que de imediato.
conceitos morais). Lembre-se de que existem
pessoas com problemas psíquicos ou Hiperglicemia: É o aumento de açúcar (glicose)
psiquiátricos. no sangue. Normalmente causada por falta de
 Manter a vítima sentada com a poltrona insulina.
reclinada
 Oferecer café doce e forte Frequentemente o passageiro que sofre deste mal
 Se a vítima dormir, lateralize a cabeça para possui a medicação específica, seja ela um
evitar a asfixia se a pessoa vomitar. comprimido hipoglicemiante ou insulina,
 Comunicar o comandante e solicitar médico a cabendo ao comissário auxiliá-lo na
bordo automedicação.
Diabetes Mellitus: é uma doença metabólica
 Se inconsciente, o médico deverá aplicar
caracterizada pelo acumulo de glicose no sangue.
Glicose E.V.
A melhor opção será a profilaxia, reduzindo o Tipos:
consumo de bebidas a bordo. Os efeitos do álcool  I – Autoimune
em voo, são de 2 a 3 vezes potencializados.
 II – Hereditário
3.8 Hipoglicemia e Hiperglicemia.
Sintomas:
Hipoglicemia: É a diminuição de açúcar
 Polifagia (muita fome)
(glicose) no sangue. Algumas pessoas possuem
 Polidpsia (muita sede)
predisposição para tal ocorrência. Geralmente
ocorre devido a longos períodos de jejum,  Polúria (vai ao banheiro várias vezes urinar)
alimentação deficiente, atividade física
excessiva, alcoolismo ou até mesmo devido a Secundários:
diabetes.  Perda de peso
Sinais e sintomas:  Náuseas
 Suor  Desidratação
 Tontura  Vômitos
 Tremores  Hálito cetônico
 Frio
 Palidez
 Desmaio
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Complicações:  Repouso
 Fase inicial: Alterações cutâneas como
pruridos, furúnculos, infecções bacterianas ou
fúngicas, tuberculose pulmonar, alterações Obs: NÃO administrar medicações que cortam a
dos vasos dos pés. diarreia. Não é necessário suspender a
 Fase Aguda: coma diabético, desidratação, alimentação, apenas evitar alimentos
cetoacidose, hipotermia, hiperpnéia, condimentados e gordurosos.
inconsciência.
 Fase crônica: Formação precoce de catarata, Obs: Na ocorrência de um quadro de intoxicação
afecções de retina etc. alimentar a bordo causada pela ingestão da
refeição oferecida aos passageiros, esta deverá
ser imediatamente suspensa.
Tratamento:
3.10.1 Náusea, vômito, azia e cólicas.
 Suspender a alimentação a bordo
Náusea: É o desconforto no estomago com uma
 Convocar médico a bordo
vontade urgente de vomitar. É também uma
 Dar água em grande quantidade defesa do organismo contra certas substâncias
 Medicação de acordo com a prescrição nocivas a ele.
médica.
Vômito: É a expulsão ativa do conteúdo gástrico
Obs: Sempre é importante colher informações pela boca. É uma resposta desagradável a algum
com a vítima ou acompanhantes pois estes sinais problema.
podem ser confundidos com os de hiperglicemia.
Azia: É a sensação de queimação que tem início
3.10 Diarreia e Colites na parte posterior do esterno que se propaga em
Doença que acomete o intestino caracterizando- ondas até a faringe, ocorre acompanhada de
se por alteração na frequência e consistência das eructação, acidez e aumento da salivação.
evacuações. Estão relacionadas a ingestão
alimentar, o que denominamos por intoxicação Cólicas: é uma dor intensa que provoca
alimentar. Podem ser também causadas pela espasmos musculares repetidos na região do
abdômen que podem variar de intensidade.
ingestão de substâncias irritativas da mucosa.
Nos casos de infecção intestinal chamamos de Causas:
colites ou enterecolites.  Doenças do labirinto
 Gravidez
Sinais e sintomas:  Vertigem
 Fezes amolecidas e fétidas  Movimento de barcos e carros
 Aumento do número das evacuações  Aerocinetose
 Cólicas abdominais  Ansiedade
 Ruídos intestinais  Tonturas
 Sede  Enxaquecas
 Inapetência  Intoxicação
 Náuseas e vômitos  Obstrução intestinal
 Traumatismo crânio-encefálico
Complicação:  Alcoolismo
Desidratação  Bulimia nervosa
 Refluxo gastroesofágico
Tratamento:  Inflamação no esôfago
 Hidratação - aumentar a ingestão líquida
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 Alimentação inadequada Figura 22: Fases de evolução da asma.

 Excessivo consumo de frutas cítricas


 Fumo
 Álcool
 Cólica menstrual
 Cólica renal
 Cólica intestinal

Tratamento:
 Antiemético (náuseas e vômitos)
 Antiácido (azia)
 Mudanças nos hábitos alimentares Fonte:
 Antiespasmódico (cólicas) Disponível em:https://biosom.com.br/blog/saude/asma/- Acesso
em 31/06/2021
3.11 Doenças alérgicas
Asma:
Doença pulmonar que se caracteriza pela
inflamação crônica das vias aéreas, estreitando- 3.11.1 Estado de choque:
as e dificultando a passagem do ar. São episódios O termo choque, significa uma síndrome clínica
paroxísticos e reversíveis. de insuficiência circulatória aguda que se
caracteriza pelos sinais decorrentes da perfusão
Sinais e sintomas: inadequada dos tecidos e órgãos vitais. Essa
 Tosse perfusão é insuficiente para atender as demandas
 Dispneia expiratória metabólicas, tornando-os incapazes de manter as
 Chiado no peito (sibilos) funções fisiológicas normais.
 Dor ou aperto no peito
Etiologia:
Causas: Choque anafilático.
 Processos alérgicos (poeira, pólen, fumo, É uma reação alérgica grave que surge em
segundos ou poucos minutos, após contato com
 odores fortes, frio, umidade, fungos etc). alguma substância. Ocorre uma
 Pré-disposição hipersensibilidade na qual são produzidos
 Fator psicogênico (contraindicação anticorpos de reação rápida contra o agente
relativa ao voo) agressor (Antígeno), medicamento, picada de
Tratamento: inseto, alimentos como peixe, camarão.
 Vítima em decúbito elevado Sinais e sintomas:
 Prevenção de exposição aos fatores de  Dificuldade respiratória
risco (ambiente)  Edema de Glote
 Broncodilatador  Náuseas e vômitos
 Bombinhas  Coceira
 Aerossóis  Taquicardia
 Hidratação  Sudorese intensa
 Oxigênio s/n  Tontura
 Confusão mental
 Desmaio

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Tratamento: Choque Septicêmico: É uma infecção


Deve ser realizado o mais rápido possível com generalizada que acontece quando uma bactéria,
uma injeção de adrenalina, que somente o médico fungos ou vírus chegam a corrente sanguínea.
pode aplicar.
 Manter a vítima em repouso Sinais e sintomas:
 Oxigenioterapia  Hipotensão
 Hipóxia
Choque Hipovolêmico:  Febre
Ocorre devido à perda de 20% ou mais de volume  Dispneia
sanguíneo.  Oligúria
 Edema
Sinais e sintomas:  Inconsciência
 Dor de cabeça constante que piora  Confusão mental
 Cansaço excessivo e tontura  Tontura
 Náuseas e vômito  Fadiga
 Pela pálida e fria  Calafrio
 Confusão  Vômito
 Cianose periférica e central
 Sensação de desmaio Tratamento:
 Manter a vítima em repouso
Tratamento:  Solicitar médico a bordo
 Atendimento médico imediato  Oxigenoterapia
 Colocar a pessoa em superficie rigida  Medicamentos específicos
chão com as pernas elevadas 30cm
ChoqueNeurogênico:De origem neurológica
 Aquecer a vítima
(TCE). Ocorre quando há uma falha de
comunicação entre o cérebro e o corpo, fazendo
Choque Cardiogênico:
com que os vasos sanguíneos, percam tônus e se
dilatem, dificultando a circulação do sangue.
Sinais e sintomas:
Esse tipo de choque é comum na aviação e por
 Taquipnéia
quedas.
 Taquicardia
 Desmaio Sinais e sintomas:
 Pulso fraco  Hipotensão
 Sudorese abundante  Bradicardia
 Pele pálida, úmida e pegajosa
 Extremidades frias  Hipotermia
 Diminuição da quantidade de urina  Taquipnéia
 Pele fria e azulada
Tratamento:  Tonturas
 Convocar médico a bordo  Sensação de desmaio
 Vítima em DDH  Sudorese abundante
 Oxigenioterapia  Dor no peito
 Medicamentos específicos administrados
pelo médico
 Inicie a RCP se necessário

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Tratamento: Tratamento:
 Solicitar médico a bordo  Retirar a vítima do local e levá-la para
 Imobilização outro mais arejado
 Estabilização dos sinais vitais  Ventilar a vítima
 Oxigenioterapia s/n  Afrouxar as vestes
 Soro E.V  Afastar os curiosos
 Medicamentos específicos administrados  Compressas frias
pelo médico.  Dar banhos com água em temperatura
normal.
3.12 Alterações orgânicas relacionadas ao  Hidratação
calor.  Oxigenioterapia s/n
 Antitérmicos
Insolação:
Ocorre por exposição prologada aos raios solares
apresentando uma falha no mecanismo de Temperatura
sudorese. É o equilíbrio mantido entre a produção e perda
de calor do organismo. É a quantidade de calor
Profilaxia: que o corpo possui. O centro de controle da
 Evitar exposição prolongada ao sol temperatura fica no hipotálamo.
 Banhar-se periodicamente
 Hidratação Normotermia → oscila de 36 a 37,5ºC.
É verificada com auxílio de um termômetro,
Intermação: Ocorre quando o indivíduo preferencialmente colocado na região axilar e
permanece em lugares fechados e pouco mantido por 2 minutos.
ventilados, prejudicando a troca de temperatura Hipotermia: Ocorre quando a temperatura
corporal, superaquecendo o organismo. corpórea cai abaixo de 35º C.

Fatores Predisponentes: Causas:


 Umidade  Imersão em água fria
 Ventilação  Contato direto com gelo e neve
 Condicionamento Físico (obeso)  Medicação sedativa (depressoras do
 Atividade Física excessiva SNC)
 Alimentação em excesso  Álcool
 Roupas escuras  Lesão do Sistema Nervoso
 Intoxicação (álcool e fumo) Termorregulador (vasoconstrição)
 Exposição a temperaturas baixas, vento,
umidade e chuva.
Sinais e sintomas:
 Hipertermia Sinais e sintomas:
 Cefaleia  Leve (35 a 33ºC): Sensação de frio,
 Rubor na face tremor, letargia, espasmos, cianose de
 Dores abdominais extremidades, confusão mental.
 Náuseas e vômitos  Moderada (33 a 30º): Sonolência,
 Palidez e tontura desaparecem os tremores, prostração,
 Desmaio (pode ocorrer subitamente) euforia, depressão.
 Bradipnéia  Grave (menos de 30º): Inconsciência e
imobilidade.
 Pulso rápido

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Tratamento: não. Nos casos de ingestão ou absorção dos


 Solicitar médico a bordo tóxicos, os primeiros socorros deverão ser
 Promover o aquecimento passivo externo aplicados imediatamente, antes que ocorra
 Hidratação absorção em maior quantidade. Isto deverá
 Oxigenioterapia s/n acontecer entre 2 a 4 horas após a ingestão.
 RCP s/n
Ingeridos:
Hipertermia.  Entorpecentes e medicamentos
É o aumento da temperatura corporal que pode (barbitúricos)
trazer riscos para o organismo: febre acima de  Produtos de limpeza e produtos químicos
40ºC (convulsão).  Alimentos contaminados

Causas: Sinais e sintomas:


 Insolação Ingestão:
 Infecção viral  Lesões na boca
 Convulsão  Hálito diferente
 Lesão Cerebral Hipóxica (alteração do  Transpiração abundante
centro  Dor ao deglutir
Termorregulador)
Sinais e sintomas:
 Hipertermia  Dor abdominal
 Sudorese  Náuseas e vômitos
 Desidratação  Diarreia
 Confusão mental  Alteração no nível de consciência
 Convulsão  Convulsão
 Agitação e hiperatividade muscular  Alteração pupilar (diâmetro da pupila)
 Calafrios  Alteração na frequência cardíaca
 Alteração na frequência respiratória
Tratamento:  Manchas na pele
 Solicitar médico a bordo
 Hidratação Inalados:
 Promover o resfriamento da vítima  Gases
 Manter a vítima em ambiente fresco
(ventilar) Sinais e sintomas.
 Antitérmicos  Tosse produtiva

 Repouso  Irritação traqueal


 Monitorar a Temperatura  Dor na inspiração
 Catarro escurecido
3.13 Envenenamento  Cefaleia
 Lábios vermelho cereja
Intoxicação.  Náuseas e vômitos
É causada pela ingestão, inalação, inoculação ou  Vertigens
contato cutâneo de substâncias que
 Desmaio
desencadeiam respostas orgânicas de intolerância
 Alteração dos sinais vitais
geralmente de caráter alérgico ou anafilático.
Podem ser acidentais ou  Insuficiência respiratória
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Cuidados: Modo de provocar o vômito:


 Reconhecimento da situação como um Com auxílio do dedo da própria vítima, estimular
todo - exame do local. a faringe.
 Identificar situação de risco.
 Verificar se há sinais de drogas ou Obs - NÃO provocar vômito em vítimas de
venenos e tentar identificá-los. intoxicações por substâncias
químicas/corrosivas.
Se vítima inconsciente: Verificar se existem
aplicadores de droga ou recipientes Inalação de gases:
(identificação)  Retirada da vítima do ambiente de risco
 Administrar oxigênio na presença de
Se vítima consciente: o que foi utilizado? Tipo de dificuldade respiratória.
medicamento? Como foi aplicado? Quantidade?  A administração de leite, embora um
Tempo decorrido da aplicação? Tentativa de pouco controversa, é empregada em casos
suicídio? de inalação de fumaça (monóxido de
carbono) e tem como finalidade a
Tratamento geral: proteção da mucosa gástrica.
 Solicitar médico a bordo
 Atentar para segurança do socorrista Via dérmica:
 Evitar contaminação Lavar com água a região afetada por 15 minutos
 Retirar a vítima da situação de risco
 Desobstruir vias aéreas superiores Via ocular:
 RCP s/n Lavar com água abundante e fazer um curativo
oclusivo (umedecido com soro fisiológico).
 Avaliar sinais vitais
 Afrouxar vestes
3.14 Urgências Obstétricas
 Manter a vítima sob supervisão
 Lavagem gástrica no hospital com Terminologia:
antidoto especifico para neutralizar o  Gestante - mulher grávida.
tóxico s/n  Parturiente - mulher em trabalho de parto.
 Intoxicação por Monóxido de Carbono  Puérpera - mulher após o parto e durante
deve-se levar o passageiro ao ar livre e o primeiro mês.
ministrar oxigênio 100%  Embrião - concepto até 2º mês de vida
 Intoxicação por Cloro deve-se levar a intrauterina.
vítima ao ar livre e repouso absoluto  Feto - concepto a partir do 3º mês até o
 Intoxicação por Anidro Sulfuroso deve- nascimento.
se levar a vítima ao ar livre e encaminhar  Recém-nascido (RN) - concepto após o
para o hospital o mais rápido possível. nascimento e durante o primeiro mês de
vida.
Ingestão barbitúrica  Aborto - expulsão do concepto (feto e
 Indução ao vômito (somente em vítimas anexos) até 22ª semana de gestação.
conscientes)  Parto - expulsão do feto e anexos a partir
 A ingestão deve ter ocorrido há no da 22ª semana de gestação.
máximo 2 horas Estruturas:
 Guardar pequena amostra do conteúdo  Membrana amniótica - membrana que
eliminado envolve o concepto (feto e anexos).
 Líquido amniótico - meio onde se
encontra o feto e o cordão umbilical.

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Possui função de proteção mecânica. Figura 24: Útero gravídico


Características: branco- pérola.
 Placenta - estrutura responsável pelas
trocas materno-fetais. Apresenta-se
aderida ao útero e liga-se ao feto pelo
cordão umbilical.
 Cordão umbilical - une o feto à placenta.
Mede aproximadamente 70cm.
 Características: Geleia de Warthon,
possui 2 artérias e 1 veia.
 Feto - Características ao nascer:
 Comprimento - 50 cm (variação média de
2cm)
 Peso - 3,7 Kg (variação média de 0,2 Kg) Fonte:Disponível em:https://www.gestacaobebe.com.br/gesta
cao-de-33-a-34-semanas-principais-sintomas/- Acesso em
 Frequência cardíaca - 140 bpm 31/06/2021
 Vernixcaseoso– substância sebácea que
envolve o RN e auxilia na manutenção da
temperatura corpórea.
 Parto
3.14.2 Sinais indicativos
Aparelho reprodutivo feminino.  Perdas vaginais como saída do tampão
 Internamente composto pela vagina, útero,  Presença de sangue devido a dilatação do
trompas de Falópio e ovários. colo do útero
 Externamente composto pelo monte de  Líquido amniótico (ruptura da bolsa)
vênus, grandes e pequenos lábios, clitóris e  Contração uterina;
entrada da vagina e períneo, ainda considerado  Cólicas no baixo ventre, característica do
como um órgão anexo, as mamas. período de dilatação, dolorosas e rítmicas
(em torno de 4 a 5 a cada 10 minutos.
 Quando a dilatação do colo uterino estiver
Figura 23: Aparelho genital feminino
em 10cm e houver a apresentação cefálica, o
parto precederá.

A posição do feto dentro do útero recebe o nome


de apresentação. Algumas posições não
favorecem o parto normal.

Apresentação:
 Cefálica - é a mais comum, ideal para o
Fonte:Disponível em:http://biologiaifms.blogspot.com/2015/03 parto normal.
/embriologia_73.html- Acesso em 31/06/2021
 Pélvica - de nádegas.
3.14.1 Parto de emergência:  Transversa
Há duas maneiras de termos um parto de
emergência. Uma cesárea de emergência ou um
parto normal não esperado.

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Figura 25: Posições do bebê na hora do parto  Tenha todo o material necessário ao parto
do seu lado e a comissária para auxiliar
 Duas comissárias deverão realizar o parto
caso não haja médico a bordo
 Manter a privacidade da parturiente.
 Remover roupa íntima.
 Lavar as mãos.
 Calçar luvas.
 Lavar com água e sabão a região externa
da vulva.
Fonte: Disponível em:https://www.dicasdemulher.com.br/como-
 Fazer antissepsia.
cada-postura-do-bebe-influencia-no-tipo-de-parto/- Acesso em  Verificar circular de cordão
31/06/2021  Após a expulsão do feto colocar o clamp
umbilical.
Considerações com a gestante a bordo
 O voo está contraindicado a partir do 7º Orientar a parturiente para:
mês de gestação.  Fazer força para baixo durante as
 O posicionamento do cinto de segurança contrações.
até o 4º mês será indiferente, após, deverá ser  Descansar nos intervalos.
posicionado no baixo-ventre, com auxílio de  Deixar o feto sair naturalmente e
um travesseiro. posicionar-se para ampará-lo.
 Preferencialmente, deve ocupar lugar na OBS: qualquer problema deve ser comunicado
cauda do avião (último trimestre). ao comissário chefe e comandante. Nunca puxar
 Deverá sempre ser acompanhada pelo o feto, somente auxiliá-lo.
comissário (a). Fases dos Parto:
 Em caso de perda de líquido (ruptura de 1. Contrações
bolsa) está indicado o repouso e deverá 2. Parto
desembarcar da aeronave em maca. 3. Dequitação ou secundamento.
 Não oferecer café, chá ou chimarrão.
Figura 26: Fases do parto

Conduta durante o trabalho de parto


 A parturiente deve estar sentada na
poltrona com inclinação máxima ou
levada para a Galley traseira.
 Controlar as contrações (duração e
intervalo).
 Controlar os sinais vitais.
 Avisar ao comandante.
 Solicitar médico a bordo (anotar nome e
CRM).

No parto
 Posicionar a parturiente (posição
obstétrica). Fonte:Disponível em:http://exagerosdemae.com.br/curiosidades-
fases-do-parto-normal/- Acesso em 31/06/2021

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normal para que ocorra a dequitação é de 15-20


Figura 27: Fases do parto
minutos.
Decorrido este período e não acontecendo sua
saída, comunicar o superior e manter a puérpera
sob vigilância. A massagem abdominal auxiliana
contração uterina e consequente saída da
placenta.
Guardar a placenta e anexos em um saco plástico
pois, deverá ser encaminhada para exame clínico
junto com a puérpera e o RN para o hospital.

Cuidados com a puérpera:


 Verificar ruptura de períneo. Nesses
casos, fazer hemostasia através de
Fonte:Disponível em:http://exagerosdemae.com.br/curiosidades- compressão do local com gaze e orientá-
fases-do-parto-normal/- Acesso em 31/06/2021 la para unir as pernas e fazer compressão
(mínimo 10 minutos)
Cuidados com RN:
 Deixá-la em posição semideitada.
 Desobstruir vias aéreas superiores -
retirar secreção da boca com auxílio de  Mantê-la sob observação e em repouso
uma gaze envolta no dedo mínimo.  Deverá desembarcar com o RN e a
 Ligar e seccionar o cordão - Fazer dois placenta em saco plástico amarrado e
clampeamentos no cordão, 5 dedos da identificado.
barriga do RN, depois mais 5 dedos deste  Desembarque em maca para a
clampeamento ambulância.
 Cortar o cordão no meio dos dois
clampeamentos. 4.1 Emergências Traumáticas
Quando ocorre um trauma de qualquer natureza,
 Manter o RN aquecido.
devemos avaliar a vítima como um todo,
 Manter a cabeça inclinada para baixo e
realizando a avaliação primária e secundária. A
lateralizada (45º) para favorecer a
lesão corporal resultante da exposição à energia
drenagem postural.
que interagiu com o corpo em quantidade acima
 Pingar colírio, tipo lágrimas nos olhos – 2 da suportada fisiologicamente pode trazer graves
gotas.
prejuízos a todo o organismo.
 Nos casos do RN apresentar cianose, está
indicado a administração de oxigênio.
 No caso do RN com boa vitalidade, choro 4.2 Queimaduras.
forte e saudável, se sem desconforto
respiratório, poderá ser colocado ao seio Queimaduras são lesões da pele provocadas por
materno logo após o nascimento. Isto visa algum agente.
o aquecimento e alimentação do bebê e  Calor, frio (agentes físicos)
evita que ele sofra hipotermia e  Radiação (raios solares e substâncias
hipoglicemia. radioativas)
 Produtos químicos
 Certos animais e vegetais, que causam
Dequitação ou Secundamento: dores fortes e podem levar a infecções.
É a saída da placenta e anexos. Deve ser As queimaduras podem trazer complicações
espontânea e nunca deve ser tracionada. O tempo como a perda de eletrólitos (choque até a morte)
e infecções.
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Pode evoluir para processos severos como perda 4.2.2 Tratamento das queimaduras:
da visão, obstrução das vias aéreas, insuficiência  Lavar bem as mãos do socorrista
respiratória, parada cardiorrespiratória e desgaste  Mergulhar a região em água fria (a
emocional. bordo, compressas de agua fria até o
alivio da dor (15 min).
Classificação quanto à Profundidade:  Proteger a região com gaze vaselinada e
1º Grau: Lesam a epiderme (camada ataduras
superficial). Provoca dor local e vermelhidão  Não estourar as bolhas, não colocar a
(eritema). Ex: queimaduras solares. mão nem retirar a roupa
2º Grau: Lesam a epiderme e a derme. Provoca  Dar analgésicos e sedativos
dor local, bolhas ou flictemas e eritema. Ex:  Hidratação com pequena quantidade de
queimaduras por líquidos ou brasa. líquidos repetidas vezes
3º Grau: Lesam a epiderme, derme e os tecidos
 Não furar bolhas
subcutâneos (Hipoderme). Observamos que a
 Não colocar manteiga, pasta de dente,
pele apresenta escaras amareladas, tecido
gelo ou café
necrosado, ausência de sensibilidade e pouca
dor.Ex: queimaduras por choque elétrico, fogo na  Mãos e pés devem ser protegidos,
separar os dedos com gazes embebida
roupa, fogo por gasolina.
em água limpa ou vaselina
4º Grau: Carbonização: atinge músculos e
ossos.  Em queimaduras químicas lavar com
água em abundância, se for em pó ou
Classificação quanto à extensão: pasta retire antes de lavar, remova as
O indivíduo é considerado um grande queimado vestes contaminadas.
quando apresenta mais de 20% do corpo  Previna o estado de choque
(extensão) queimado.  Oxigênio se necessário.

Tabela 4: Classificação quanto a extensão de pele queimada


Área Porcentagem

Cabeça 9% adulto e 18% 4.2.3 Tratamento em caso de Queimadura nos


criança Olhos:
Pescoço  Lavar os olhos com água em abundância.
1% Se for queimadura provocada por ácido
Posterior de tronco 18% lavar por 5 minutos no mínimo. Se a
queimadura for por bases, lavar os olhos
Anterior de tronco 18% por 15 minutos no mínimo e substâncias
desconhecidas 20 minutos no mínimo.
Membros superiores 9% cada  Cubra os olhos com gaze umedecida em
SF09%
Membros inferiores 18% cada (adulto) e  Caso a vítima se queixar de dor, lavar por
14% cada (criança) mais 5 minutos.
 Dar oxigênio se necessário.
Genitais - Períneo 1%  Previna o estado de choque.
 Procurar auxílio médico.
Fonte: Do autor, 2021

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4.2.4 Pessoas em chamas: devemos interromper muito cuidado com eles pois, apesar de serem
o calor. pequenos podem provocar queimaduras de 2º
 Água grau do tipo química com propriedades tóxicas e
Figura 28: Conduta pessoa em chamas vesicantes. Podem ser atraídos pelo calor e
procuram geralmente as dobras do nosso corpo.

Tratamento: lavar com água e sabão o local


onde o potó passou, pois, a água dilui a
substância amenizando a lesão.

Lagartas:
Figura 31: Lagarta Lonomia Obliqua
Fonte:Disponível em:https://slideplayer.com.br/slide/13821386/-
Acesso em 31/06/2021
 Abafar com cobertor, lençol etc.

Figura 29: Conduta pessoa em chamas

Fonte: Disponível em:https://docplayer.com.br/71439880-


Primeiros-socorros-acidentes.html- Acesso em 31/06/2021

Comuns no Brasil, as lagartas podem causar


inflamação, queimaduras na pele e ainda podem
ocasionar problemas mais sérios como quadro
Fonte: Disponível em:https://docplayer.com.br/71439880-
hemorrágico, falência renal e morte. Essas
Primeiros-socorros-acidentes.html- Acesso em 31/06/2021 lagartas possuem estruturas externas lembrando
pinheiros e pelos, que soltam toxinas que causam
as feridas na pele.
Queimaduras por animais:
Potós: Tratamento: soroterapia em ambiente
hospitalar, anti-inflamatório, anti-histamínicos,
Figura 30:Potos analgésicos, limpar a ferida com água quando for
queimadura por podalia, procurar auxílio
médico. Se possível capturar a lagarta, coloca-la
em recipiente de vidro para facilitar a
identificação da lagarta e o tratamento.

Queimaduras por plantas e vegetais


Algumas plantas e vegetais podem causar desde
irritações e queimaduras até a morte. Podemos
citar alguns exemplos: Copo-de-Leite, Comigo-
Fonte: Disponível em:https://docplayer.com.br/71439880- ninguém-pode, Coroa-de-cristo eAvelós.
Primeiros-socorros-acidentes.html- Acesso em 31/06/2021
Tratamento:
Os potós são besouros que podem ser Encaminhar a vítima para o hospital
confundidos com formigas, mas devemos tomar imediatamente e se possível levar um pedaço da
planta. Utilizar luvas para mexer com tais plantas
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tóxicas, não ter contato com a seiva e muitas Medidas a serem tomadas:
vezes com toda a planta.  Deitar a vítima e mantê-la em repouso
absoluto
 Não fazer torniquetes, furar o local ou
4.3 Ataque de animais e insetos aplicar remédios caseiros
4.3.1 Prevenção e medidas.
 Proteger a lesão com gaze seca
Chamamos de animais peçonhentos, aqueles que  Retirar objetos que limitem a circulação
possuem glândula de veneno e podem inoculá-lo (adornos)
(dentes, ferrões, aguilhões).  Transportar o acidentado imediatamente
Os acidentes por animais peçonhentos podem ser para um hospital
ativos ou passivos (Picadas, mordeduras, contato  Soro específico (antiofídico)
ou ingestão).  Dentro do menor tempo possível
 Quantidade suficiente
Serpentes peçonhentas (Brasil):
Ação das peçonhas: Aranhas:
1. Proteolítica (morte de proteínas) Sintomas:
2. Coagulante (o sangue coagula)  Dor intensa
 Inchaço
3. Neurotóxica (lesão de nervos)
 Vermelhidão
4. Miotóxica (lesão muscular)
5. Hemorrágica (perda de sangue)  Sudorese
6. Nefrotóxica (lesão renal) Tratamento:
7. Hemolítica (morte dos componentes do  Deitar a vítima e mantê-la em repouso
sangue) absoluto
 Não fazer torniquetes, furar o local ou
Sinais e sintomas: aplicar remédios caseiros
• Dor local  Proteger a lesão com gaze seca
• Sensações de “agulhadas” no local  Retirar objetos que limitem a circulação
• Formigamento/parestesia (lesão nervosa) (adornos)
• Edema  Transportar o acidentado imediatamente
• Dor abdominal para um hospital
• Náuseas  Se possível, apanhar o inseto para agilizar
• Vômitos o tratamento
• Ansiedade  Soro anti-aracnídico, com orientação
• Hemorragias médica.

Prevenção: Escorpiões:
 Uso do EPI- equipamento de proteção Tipos:
individual (botas de cano alto, luvas de  Marrom
courocom mangas de proteção)  Stigmutus
 Limpeza da área (evitar ratos)  Preto
 Sempre que for mexer em buracos, usar um  Amarelo
galho ou graveto
 Os vãos das portas e janelas devem ser Prevenção:
tampados  Limpeza do local
 Nunca segurar as serpentes pela mão  Evitar acúmulo de objetos
 Vedar as janelas e portas
 Verificar os sapatos e roupas antes do uso
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 Roupas coloridas e muito barulho atraem Queimaduras de água viva:


e excitam os insetos Pode provocar: irritação na pele, queimadura e
 Proteja as partes descobertas do corpo em até paralisia e convulsões.
caso de ataque
 Uso do EPI Tratamento:
 Não tente remover os tentáculos que estão
grudados na pele;
Medidas a serem tomadas:  Use vinagre ou água salina para lavar os
 Tratamento voltado para o controle da ferrões grudados (a água fresca pode
dor. ativar os tentáculos para que ocorra a
 Compressas mornas. queimadura)
 Manter a vítima confortável e aquecida;
 Usar Amido, coco ou Amônia
 Capturar o animal, facilita o diagnóstico.  Procure socorro se necessário.
 Soro anti-aracnídio (polivalente) e Soro
Antiescorpiônico (Amarelo) com Mordida de seres humanos
prescrição médica. A mordida dos seres humanos pode ocasionar
infecções, por vezes as mordidas podem
transmitir doenças como por exemplo a hepatite.
Abelhas e vespas:
A manifestação depende da sensibilidade do Sintomas:
indivíduo e do número de picadas.
 Dor no local da lesão
As abelhas podem ferroar somente uma vez,
 Marcas na pele
enquanto as vespas, várias vezes.
 Rubor
Sinais e sintomas:  Edema
 Edema de glote
 Broncoespasmo Tratamento:
 Choque anafilático  Limpar a lesão
 Antibiótico
Tratamento:  Encaminhar para o hospital
 Retirar o ferrão
 Pressionar as bordas
 Aplicar gelo Ouriço-do-mar:
 Procurar auxílio médico Sintomas:
 Dor local
OBS: não existe soro específico para ferroadas  Inflamação local
de abelhas e vespas.  Dores musculares
Animais silvestres  Dores articulares
 Erupções Cutâneas
Nunca alimente ou se aproxime de animais

silvestres (foca, ursos, leão-marinho, tigre,
Tratamento:
leopardos, macacos, skuas, gaivotas etc). Em
caso de mordida, lave o local da mordida com  Retirar os espinhos imediatamente
água e sabão, se necessário realize a hemostasia  Utilizar vinagre para dissolver os
e encaminhe para o atendimento médico. espinhos superficiais
 Cirurgia caso haja espinhos incrustados
 Água quente para alivio da dor.
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Carrapato: Piranhas:
A maioria das picadas de carrapatos não Após a mordida por piranhas deve-se levar a
transmite doenças, porém podem manifestar vítima para o hospital pois a sua mordida pode
algumas alterações. causar tétano e infecção.

Sintomas: Sintomas:
 Coceira  Dor no local
 Caroço vermelho  Decepamento do membro
 Reações cutâneas alérgicas  Hemorragia
 Fraqueza  Infecção
 Paralisia
 Cansaço Tratamento:
 Inquietação  Lavar a ferida com água em abundância
 Inflamação  Fazer curativo
 Levar a vítima para o hospital
Tratamento:
 Retirada do carrapato
 Oxigenioterapia s/n Sanguessuga:
 Ventilação mecânica Sintomas:
 Aplicar antisséptico  Febre
 Antibiótico (Doença de Lyme)  Inflamação
 Profilaxia  Infecção
 Tontura
Arraia:  Erupção cutânea
Sintomas:  Dispneia
 Sangramento  Sudorese intensa
 Dor intensa  Hemorragia local
 Inflamação  Sangramento nasal e ocular
 Vômito
 Diarreia Tratamento:
 Sudorese  Localize a cabeça e a ventosa e retire com
 Desmaio a ajuda das unhas por baixo das ventosas
 Fraqueza  Limpe o local do ferimento com álcool ou
 Enjoo polvedine
Tratamento:  Faça um curativo
 Limpeza da área lesionada com água  Se necessário realize a troca do curativo
salgada  Bochechar bebidas alcoólicas por 30
 Encaminhar para o médico segundos
 Vacina Antitetânica  Em locais estreitos pedir ajuda a outra
 Elevação da perna ou braço acometido pessoa
por dias  Se houver expansão devemos perfurar a
 Antibiótico sanguessuga
 Cirurgia se necessário  Anti-histamínico
 Procurar auxílio médico.

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Candiru:  Usar vinagre comum por 30 minutos para


Sintomas: inativar o veneno.
 Dor  Retirar os nematocistos com pasta de
 Hemorragias bicarbonato, agua do mar e talco. Espere
 Infecções secar e retire com o bordo de uma faca.
 Colocar bolsa de gelo ou compressas de
Tratamento: agua do mar por 5 a 10 minutos
 Analgésico  Corticoide tópico
 Encaminhar para o hospital com urgência  Analgésico
 Cirurgia
Moreia
Poraquê (peixe elétrico) Sintomas:
Pode levar ao óbito com choques de 1500 volts.  Dor local
 Infecções
Sintomas:  Hemorragia
 Paralisia  Tratamento:
 Arritmias  Hemostasia
 Alterações nervosas  Analgésico
 Líquido (Principalmente soro)
 Encaminhar para o hospital
Tratamento:
 Encaminhar para o hospital Barracuda
Sintomas:
Medusa e Anêmona (lembram flores  Dor local
aquáticas)  Hemorragia
Sintomas: Tratamento:
 Inflamação  Hemostasia
 Ardência  Analgésico
 Dor intensa  Líquido (Principalmente soro)
 Coceira  Encaminhar para o hospital
 Bolhas
 Necrose
 Cefaleia Tubarão:
 Mal-estar Sintomas:
 Náuseas  Dor intensa
 Vômitos  Inflamação
 Neurotoxicidade  Infecção
 Arritmias  Hemorragia
 Insuficiência respiratória  Choque
 Óbito
Tratamento:
Tratamento:
 Hemostasia
 Repouso do membro afetado
 Encaminhar para o hospital com urgência
 Retirada dos tentáculos com as mãos
 Prevenir o estado de choque
enluvadas levantando –os.
 Lavar o local com água do mar
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Caracol Venenoso: (fibrinogênio, tromboplastina e protrombina),


Possui veneno neurotóxico e de ação analgésica. auxiliando na reconstituição da lesão.
Vasoconstrição - por ação da serotonina e outras
Tratamento: substâncias liberadas pelo organismo.
 Encaminhar para o hospital com urgência
Mecânica: Geral - deitar a vítima, deixando-a na
Bicho-de-pé: horizontal e elevar os membros inferiores (caso
Sintomas: não haja restrição).
 Infecções Específicas - compressão no foco hemorrágico
 Coceira com gaze ou pano limpo e compressão nas áreas
 Erupção cutânea (caroço vermelho) adjacentes.
 Supuração
 Ulceração 4.4.2 Classificação das hemorragias
 Necrose de tecido Hemorragia interna: Ocorre quando o sangue
 Deformação e perda das unhas não é exteriorizado, fica acumulado em
cavidades internas. É mais grave devido a maior
Tratamento: dificuldade de diagnóstico.
 Encaminhar o indivíduo para o hospital Seu diagnóstico é feito por sinais indiretos. Os
locais mais comuns são:
 Crioterapia
 Região abdominal - fígado e baço
 Remoção com pinça
 Fraturas - pélvica e fêmur
 Antibiótico tópico
 Vacina antitetânica s/n
Sinais e sintomas de hemorragia interna.
 Inquietação
4.4. Hemorragia
4.4.1. É a perda de sangue circulante resultante  Ansiedade
de uma lesão vascular. Toda hemorragia está  Pele fria e úmida
relacionada ao tipo e ao calibre do vaso lesado.  Pulso rápido e fraco (fino)
O organismo possui mecanismos de defesa que  Respiração rápida
agem na tentativa de controle da perda sanguínea  Queda na pressão arterial
através da coagulação do sangue. Sempre diante
de uma hemorragia há necessidade de se Suspeita de hemorragia interna.
promover a hemostasia, isto é, cessar o  Ferimentos penetrantes no crânio, tórax
sangramento. ou pescoço
As plaquetas são as células que participam  Sangramentos pelo nariz ou ouvido
ativamente do processo de hemostasia, mas  Vômito ou tosse com sangue
existem no sangue vários outros fatores que  Hematomas no tórax ou fratura de
contribuem para sua coagulação. Dentre eles costelas
destacam-se a tromboplastina e o fibrinogênio,  Abdômen aumentado, rígido
substâncias que juntamente com as plaquetas  Fraturas no quadril, coxa e braço.
auxiliam no processo hemostásico.
Nunca obstruir a saída de sangue das cavidades
Hemostasia: É o selamento dos vasos naturais do organismo em caso de suspeita de
sanguíneos lesados, estancando ou diminuindo o TCE, para evitar a elevação da pressão
sangramento. intracraniana (boca, nariz, ouvido).

Tipos de hemostasia: Terminologia:


Fisiológica: Coagulação - reações metabólicas  Otorragia: sangramento do ouvido, pode ser
entre plaquetas e fatores de coagulação sinal de fratura craniana. Não tamponar.
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 Epistaxe ou rinorragia: sangramento nasal. Figura 33: Formação do coágulo


Deve-se colocar a cabeça para frente e
comprimir a narina que sangra com o polegar,
aplicar bolsa de gelo no local e tamponamento
com gaze.
 Hemoptise: sangramento proveniente dos
pulmões, acompanhado de tosse. Deve-se
notar se na secreção há a presença de sangue
em filamentos (tuberculose, Câncer, traumas),
podendo ainda ser em golfadas, espumoso e
aerado de aspecto vermelho vivo.
 Hematêmese: sangramento proveniente do
trato digestivo alto, acompanhado de vômito e
sangue compactado e de restos alimentares.
 Melena: presença de sangue nas fezes. As
fezes são escuras, pegajosas e fétidas (sangue
digerido). Perguntar se a pessoa toma alguma Fonte: Disponível em:https://docplayer.com.br/68012969-
Sangue-plasma-elementos-figurados.html- Acesso em
medicação a base de ferro. 31/06/2021
 Enterorragia: sangramento proveniente da
porção final do aparelho digestivo (intestino Tipos de hemorragia
grosso e reto). Evacuação com sangue de 1. Arterial: origina-se por uma lesão de artéria e
característica vermelho vivo. apresenta maior gravidade devido à dificuldade
 Hematúria: sangue na urina.
 Metrorragia: sangramento anormal do útero, na obtenção da hemostasia.
fora do período menstrual. Características:
Sangramento abundante, coloração vermelho
vivo e é pulsátil - o sangue sai em jatos.
Hemorragia externa: Ocorre quando o sangue é
exteriorizado através do ferimento ou orifício 2. Venosa: origina-se de uma lesão de veias e
natural. possui maior facilidade para obtenção da
hemostasia.
Lesão Vascular: Características:
Sangramento em grande quantidade, coloração
Figura 32: Lesão vascular
vermelho escuro e o sangue escorre - extravasa
continuamente.

3. Capilar: origina-se de lesão em pequenos


vasos e tendem a hemostasia espontânea, muito
fácil.
Características: Sangramento pequeno.
Tratamento:
São consideradas 3 técnicas hemostásicas
respectivamente:

Fonte:Disponível em:https://www.ebah.com.br/content/ABA- 1º - Compressão do foco hemorrágico


AAA6CUAF/biologia-apostila-3-ceesvo?part=5- Acesso em 2º - Compressão nas adjacências
31/06/2021
3º - Torniquete ou Garrote (*)
 Não retirar ou limpar coágulos
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 Comprimir o local que sangra por 10 4.4.3 Choque Hipovolêmico


minutos com panos limpos, gazes, lenços
etc. Ocasionado por hemorragias ou queimaduras
 Utilizar bandagem de Jones se houver extensas onde ocorra uma grande perda de
encharcamento das gazes. volume de líquido corpóreo (20% ou mais de
volume sanguíneo).
 Elevar a parte afetada acima do coração
Sinais e sintomas:
(*) O garrote é o último recurso que utilizamos.  Palidez
É uma técnica perigosa pois, promove isquemia  Sudorese
no local (diminuição do fluxo sanguíneo) e
 Pele fria e pegajosa
posterior necrose.
 Taquicardia e pulso fino
Quando utilizado, devemos obedecer a técnica  Hipotensão
que consiste em afrouxá-lo a cada 10 minutos,  Diminuição da perfusão periférica
esperando 30 segundos pelo restabelecimento da  Cianose
circulação sanguínea no membro e só então  Sudorese abundante
garroteá-lo novamente. Este procedimento deve  Taquipnéia
ser repetido até o controle do sangramento. O  Alteração mental
garrote pode permanecer no membro até 2 horas.  Sede
(PHTLS).  Náuseas e vômitos
 Tontura
 Hipotermia
 Confusão mental
 Inconsciência
Figura 34: Técnicas de torniquete

4.4.4 Tratamento:
 Afrouxar as vestes
 Decúbito dorsal e manter sua cabeça mais
baixa que o corpo a fim de favorecer a
oxigenação cerebral.
 Repouso
Fonte: Disponível em:http://hargaa.id/curacion-de-heridas-
pictures-to-pin-on-pinsdaddy.html- Acesso em 31/06/2021  Elevar os membros inferiores (se não houver
contraindicação).
Figura 35: Técnica de torniquete.  Agasalhar a vítima.
 Não oferecer líquidos, apenas umedecer os
lábios com gaze.
 Não alimentar a vítima
 Oxigenioterapia s/n
 RCP s/n

4.5 Traumatismos
4.5.1 São alterações sofridas pelo organismo e
estão diretamente relacionadas à ação de um
agente físico e à força de impacto com o mesmo.
Fonte:Disponível em:http://www.jmcprl.net/DIB%20PAUX% Estão divididos em dois tipos:
20GALICIA/PRIMEROS%20AUXILIOS%20(9).jpg - Acesso
em 31/06/2021
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Abertos - são aqueles que apresentam ruptura da É uma estrutura delicada e tem como principal
pele. ocorrência acidentes com a presença de corpo
Fechados - são aqueles onde não há lesão da pele. estranho na conjuntiva – tipo "cisco", que podem
ser de vários tamanhos e tipos podendo trazer
4.5.2 Traumatismos abertos. grandes prejuízos na visão como a cegueira. Os
Alteração sofrida pelo organismo causada por tipos de traumas que podem ocorrer nos olhos
algum agente traumatizante, determinando lesão são:
do tecido tegumentar (pele) e consequente  Externo: atinge as pálpebras e supercílios
ruptura vascular.  Interno: atinge a esclera, córnea e globo
ocular
4.5.2.2 Traumatismo de face  Misto: atinge tanto estruturas externas
Devemos realizar a inspeção de Face e verificar quanto externas.
se apresenta Tratamento:
 Hematomas  Lavar a região ocular com água corrente.
 Edemas Obs: Lesões oculares onde o corpo estranho
 Abaulamentos se apresenta fixo na conjuntiva (transfixantes
 Afundamentos
 Fraturas ou penetrantes) proceder a lavagem com
 Oclusão dentária grande quantidade de colírio tipo lágrima e
fazer curativo oclusivo. NÃO retirar o corpo
 Simetria ou assimetria
estranho.
 Movimentos
 NÂO permitir que a vítima esfregue o
Tratamento: olho. É necessário fazer curativo oclusivo
 Verificar sinais vitais no outro olho.
 Desobstruir as vias aéreas  Nunca utilizar antissépticos
 Lesões nasais: convencionais nos olhos
Sangrantes: utilizar a técnica para
Epistaxe. Não sangrantes: esperar pelo
Figura 37: Técnica para retirar corpos estranhos dos olhos
médico.
 Lesões da boca:
Sangrantes: curativos compressivos.
Não sangrantes: aguardar o médico e não
alimentar a vítima.

Olho
Figura 36: Componentes externos e interno dos olhos

Fonte:Disponível
em:https://www.ebah.com.br/content/ABAAAhLs0A
B/corpos-estranhos- Acesso em 31/06/2021

Fonte: Disponível em:https://www.optivista.com.br/pt/olho-


humano/- Acesso em 31/06/2021

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Figura 38: Técnica de curativo para proteção dos olhos ser a limpeza oral - desobstrução das vias
aéreas superiores - para evitar possível
asfixia em vítimas que se encontram
inconscientes.

Ouvidos
 O problema mais frequente ocorre com
crianças que introduzem objetos dentro
do conduto auditivo. É comum
encontrarmos grãos e objetos pequenos
como peças de brinquedo.
 Outra ocorrência é associada a traumas,
Fonte:Disponível em:http://www.transitolegal.com.br/transito onde a vítima apresenta a saída de um
legal/hemoragia.htm- Acesso em 31/06/2021
líquido seroso ou sanguinolento pelo
Nariz ouvido, o que requer providenciar
 Lesões nasais que não apresentem atendimento médico logo que possível.
sangramento, não requerem tratamento  Lembre-se, este é um sinal que pode estar
imediato, podendo aguardar avaliação presente na vítima de fratura craniana -
médica e tratamento específico. O mesmo lesão crânio-encefálico.
é verdadeiro para acidentes com corpo
estranho onde, geralmente a vítima
respira pela boca. Não tente fazer a remoção
pois isto pode agravar a situação empurrando  Corpos estranhos
o corpo estranho para vias mais profundas. Nunca introduza qualquer instrumento ou
 Assoar com delicadeza comprimindo a objeto no ouvido na tentativa de retirar o
narina não envolvida. Nas lesões corpo estranho pois isto pode agravar a
sangrantes, também reconhecidas como situação. O ideal é não tentar retirá-lo e,
epistaxe, deve-se tratar com: assim que possível, encaminhar a
 Compressão da narina sangrante. atendimento médico específico.
 Cabeça para frente.  Na presença de um corpo estranho vivo
 Compressas de gelo na região da narina deve-se pingar duas gotas de óleo no
afetada. ouvido e orientar a vítima para deitar com
 Nos casos em que a hemostasia não a cabeça virada para o lado afetado,
ocorre com o procedimento favorecendo assim a saída do inseto. A
anteriormente descrito faz-se necessário o presença de um corpo vivo no interior
tamponamento nasal o que é realizado doouvido é algo de extremo incômodo e
com gaze embebida em soro fisiológico. causa um ruído insuportável. Podemos
ainda colocar uma luz para que o inseto
Boca caminhe até ela.
Traumatismo Craniano
 Uma simples observação na cavidade oral
Dividem-se em três tipos:
é suficiente para detectar possíveis lesões.
É importante checar a integridade da  Superficiais: Atingem o couro cabeludo
mucosa bem como a boa oclusão e caracterizam-se por sangramento
dentária. intenso. Deve-se fazer curativo
compressivo com enfaixamento com
 A maioria dos sangramentos orais tende a
atadura de crepe.
coagulação espontânea, não requerendo
cuidados especiais. O maior cuidado deve  Ósseas - são aquelas com fratura
craniana.
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 Profundas ou Encefálicas - são aquelas  Umedecer com algodão ao redor da boca


com lesão cerebral e acompanhada dos  Encaminhar para o hospital com urgência.
dois tipos anteriores. Traumatismo de coluna:
 Faz-se um curativo com delicada Figura 39: Divisões da coluna
compressão.
Em toda vítima com suspeita deste tipo de lesão
devemos avaliar e observar a presença dos
seguintes sinais e alterações:
 Estado de consciência
 Resposta a estímulos visuais, auditivos,
dolorosos, reflexos e amnésia
 Alteração no nível de consciência – torpor,
confusão mental e inconsciência
 Respiração lenta e profunda
 Inspeção e palpação da cabeça
 Simetria facial
Fonte:Disponível em:http://fisioterapiaelainedaltoe.com.br
 Atonia /dores-e-disfuncoes/dor-na-coluna/ - Acesso em 11/02/2021
 Motricidade
 Descontrole esfincteriano Cervical
 Bradicardia A primeira porção da coluna vertebral é
 Pulso cheio e lento denominada coluna cervical. Lesões cervicais
podem determinar tetraplegias ou até mesmo a
morte. Como todo trauma de coluna, a maioria
 Alteração ocular - desvio ou assimetria ocular.
 Pupilas anisocóricas atinge as vértebras e há riscos de lesão na medula
 Vômitos em jato espinhal, o que se caracteriza por
 Otorragia. comprometimentos respiratórios, perda de
 Convulsões função neurológica motora como paresias ou
paralisias, além de dor, deformidades ou edemas
 Saída de líquor pelo nariz ou ouvido
em qualquer um dos segmentos.
 Sinal de batalha (coloração arroxeada atrás
das orelhas) O atendimento adequado para vítimas de lesão na
 Olhos de guaxinim (sinal tardio – fratura de coluna vertebral seja ela de qualquer um dos
base de crânio) segmentos (cervical, torácica ou lombar),
consiste em socorrê-los com técnicas de
Tratamento: transportes adequadas.
 Jejum absoluto Cuidados no transporte de vítimas com suspeita
 Decúbito elevado se consciente de lesão vertebral:
 Decúbito dorsal em maca se inconsciente Imobilização da cabeça e pescoço com colar
 Elevar a cabeceira da prancha caso não haja cervical (lesão cervical) e decúbito dorsal em
evidencia de choque, caso contrário eleve a superfície rígida.
parte inferior da prancha. Obs.: Movimentar a vítima com muito cuidado
 Lesões superficiais: curativo com suave para não exercer compressão na medula. Pelo
compressão e capacete de faixa s/n menos quatro pessoas devem transferir a vítima
 Lesões cranianas e encefálicas: realizar o para a maca com movimentos sincronizados
curativo com delicadeza, utilizar gaze estéril e (cabeça, pescoço e tórax, quadril, coxas e
capacete de faixa sem compressão excessiva pernas).
 Não administrar medicamentos
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Traumatismos torácicos.  Se inconsciente colocar a vítima em


Pode ocorrer de duas formas. decúbito dorsal com a cabeça lateralizada
 Ferimentos abertos de tórax: também  Analgésico
chamado de ferimento torácico. Pode  Oxigenioterapia (com a vítima na posição
atingir a pleura, o mediastino e sentada)
pericárdio.  Repouso
 Ferimentos fechados de tórax: também
chamado de contusão torácico. Pode
ocorrer fraturas de costelas. Complicações:
 Pneumotórax - ar na cavidade pleural,
Fratura de Costela. cujoo principal sintoma é dor local e
Sinais e sintomas: dispneia. O pneumotórax pode ocorrer de
 Trauma no local com presença de maneira espontânea, isto é, não estar
escoriações ou ferimento corto contuso. relacionado a nenhum trauma.
 Dor (que aumenta com os movimentos  Hemotórax - sangue na cavidade pleural.
respiratórios)  A sintomatologia geralmente
 Dispneia compreende dispneia e dor.
 Edema e hematoma

Tratamento: Obs: Essas complicações levam a alteração


 Administrar analgésico da mecânica pulmonar, levando a
 Enfaixamento torácico insuficiência respiratória.
 Aplicação de gelo picado.

 Lesão abdominal.
Obs.: em caso de dispneia intensa, o A região abdominal é muito susceptível a
enfaixamento torácico NÃO deverá ser feito. traumatismos por não possuir proteção óssea.
 Nestes casos pode-se administrar Isto o torna vulnerável a complicações pelo
oxigênio com a vítima na posição sentada acometimento de órgãos internos (vísceras). Os
e deixá-la em repouso. traumatismos abdominais estão divididos em:
 Aberto: superficial → quando atingem a
pele, o subcutâneo e o tecido muscular.
Lesão pulmonar  Profundas → quando lesam o peritônio
Sinais e sintomas: e/ou vísceras.
 Dor aguda, tipo pontadas (aumentam com  Fechado: provocado por trauma ou
os movimentos respiratórios) pancada (houve lesão visceral?)
 Hemoptise Figura 40: Hemorragia abdominal interna

 Dificuldade respiratória

Obs: lesões pulmonares abertas geralmente


apresentam uma característica importante que é
um sangramento com bolhas (hemotórax).

Tratamento:
 Curativo de 3 pontas feito em apneia
expiratória
 Manter o indivíduo sentado se consciente Fonte:Disponível em:https://twitter.com/ilindelatorremd/status
/531073882669989888- Acesso em 31/06/2021
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Sinais e sintomas:
São variáveis conforme a extensão
 Dor abdominal localizada ou difusa
 Vômitos (imediatos ou tardios)
 Contração muscular da parede abdominal
(peritonite aguda)
Fonte: Disponível em:- Acesso em 31/06/2021
 Distensão abdominal
 Evisceração 4.5.3 Traumatismos fechados.
 Choque hipovolêmico

Tratamento: No ferimento fechado a pele mantêm-se integra.


 Manter a vítima em jejum Contusão.
 Em casos de evisceração não tocar nas É uma lesão causada por golpe ou impacto com
vísceras e NUNCA tentar recolocá-la na acometimento do tecido subcutâneo, muscular ou
cavidade. até mesmo de órgãos internos, sem causar ruptura
 Proceder a limpeza do ferimento da pele.
(umedecer a região). Sintomas:
 Cobrir com gaze esterilizada e  Dor no local
previamente umedecidas com soro  Edema (acúmulo de líquido)
fisiológico a 37ºC
 Equimose (mancha avermelhada causada por
 Transportar para o hospital. ruptura de pequenos vasos)

Objetos fixados ou transfixados


(empalamento):  Hematoma (mancha roxa causada por ruptura
Na presença de qualquer corpo estranho na de vasos mais calibrosos).
cavidade abdominal, NUNCA tentar removê-lo.
Apenas devemos imobilizá-lo com esparadrapo Tratamento:
ou fita crepe, coxins e encaminhar para o  Gelo no local (*)
hospital.  Analgésico
 Repouso
Figura 41: Imobilização de objetos  Imobilização

(*) A aplicação do gelo está presente no


tratamento dos traumatismos fechados em
geral pois o gelo possui duas propriedades
importantes, ação de analgesia, combatendo
a dor e ação vasoconstritora atuando na
diminuição do edema e do hematoma. Após
48h pode-se aplicar calor no local,
favorecendo a absorção do sangue no tecido.
Entorse
São traumatismos que ocorrem nas articulações.
É causado por movimentos abruptos que exceda
a elasticidade dos ligamentos, podendo ocorrer
rupturatotal ou parcial dos ligamentos.

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Figura 42: Mecanismo de entorse Ocorrência - ombro, cotovelo, clavícula,


mandíbula, tornozelo e joelho.

As luxações estão classificadas em:


 Congênitas - a criança nasce com o
traumatismo.
 Patológicas - o traumatismo ocorre em
decorrência de uma doença.
 Traumáticas - ocorrem devido a impactos ou
movimentos bruscos

Fonte:Disponível em:https://runningshoes77.wordpress.com Sinais e sintomas:


/2015/08/20/entorse-do-tornozelo/- Acesso em 31/06/2021
 Dor intensa
Sintomas:  Edema
 Dor intensa no local  Equimose ou hematoma
 Edema  Impossibilidade de realizar movimentos
 Equimose ou hematoma (que podem instalar-  Deformidade
se tardiamente)
 Dificuldade de realizar movimentos Tratamento:
 Gelo no local
Tratamento:  Repouso
 Crioterapia  Analgésico
 Analgésico  Imobilização com talas rígidas
 Imobilização com faixas de crepe  NUNCA fazer a redução das luxações, isto é,
 Repouso tentar recolocá-la no lugar. (Existe uma
exceção para a luxação de mandíbula).

Luxação: Luxação Temporomandibular


É o deslocamento de um ou mais ossos A única luxação que pode ser reduzida como
pertencentes a uma articulação, causando conduta em primeiros socorros.
deformidade no membro afetado. Figura 44: Luxação temporomandibular

Figura 43: Luxação de cotovelo

Fonte: Disponível em:http://www.rafaelavelino.com.br/luxacao- Fonte:Disponível em:https://drsolek.wordpress.com/2012/09/05


do-cotovelo/- Acesso em 31/06/2021 /luxacao-da-articulacao-temporomandibular/- Acesso em
31/06/2021

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Técnica: Fraturas não articulares – Diafisárias


 Coloca-se a vítima sentada com a cabeça  A imobilização deve abranger uma articulação
apoiada na parede. O socorrista acomoda seus acima e outra abaixo da lesão.
dedos polegares sobre os molares inferiores da
vítima (protegendo as mãos) e os outros dedos
no ângulo da mandíbula. Fraturas articulares – Epifisárias
 Exercer pressão para baixo e para trás - como  A imobilização deve abranger um osso acima
num movimento de alavanca. Repetir a e outro abaixo da lesão.
técnica por no máximo 3 vezes. Imobilizar a
mandíbula (atadura sob a mandíbula). OBS: Em caso de dúvida se houve ou não a
fratura, devemos sempre imobilizar. A
imobilização evita o atrito entre os fragmentos
4.6 Fraturas ósseos e complicações como ruptura de vasos
sanguíneos ou nervos.
É a ruptura total ou parcial do osso. As fraturas Classificação:
podem ser classificadas como: Quanto à fragmentação:
 Aberta ou exposta: há a ruptura da pele e o  Completa
osso é visualizado  Incompleta
 Fechada: Não há ruptura da pele e não
visualizamos o osso Quanto a quantidade de traço:
 Única ou simples
 Dupla
Considerações:
 Tripla
 Traço da fratura - local do osso em que
 Cominutiva
ocorreu a lesão.
 Foco da fratura –é ao redor do local fraturado, Quanto a movimentação de fragmentos:
onde observamos os sinais de edema e
 Angular
hematoma.
 Transversal
 Rotação
Anatomia fisiologia do sistema esquelético:
O Sistema esquelético compreende:  Penetração
 Ossos  Separação
 Articulações  Cavalgamento
 Cartilagem Quanto a direção do traço:
 Transversa
 Ossos
Figura 45: Características do osso  Oblíqua
 Em bico de flauta
 Em espiral
 Longitudinal
 Compressão
 Galho verde

Quanto a relação Traumatismo X Traço:


 Direta
 Indireta
Quanto a posição:
Fonte:Disponível em:http://resumindoanatomia.blogspot.com
 Articulares (epifisárias)
/2016/12/sistema-esqueletico.html- Acesso em 31/06/2021  Não articulares (diafisárias)

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Figura 46: Tipos de fraturas  Proteger o fragmento ósseo.


 Utilizar coxins s/n.

Fratura de mandíbula.
 O tratamento básico consiste em
imobilização com atadura de crepe. Caso
exista algum ferimento cortocontuso,
tratá-lo com curativo compressivo.
Figura 47: Fratura de mandíbula

Fonte:Disponível em:https://www.fisioterapiaparatodos.com
/p/dor-osso/fratura-cominutiva/- Acesso em 31/06/2021

Sinais e Sintomas:
 Dor intensa e constante
 Hematoma e edema
 Incapacidade funcional
 Crepitação óssea
 Espasmos musculares Fonte:Disponível em:http://britesbucofacial.blogspot.com/2012
 Hemorragia /10/fratura-mandibular-por-acidente.html- Acesso em
31/06/2021
Tratamento:
 Combater a hemorragia e choque Fratura do quadril
 Avaliar sinais vitais Figura 48: Fratura de quadril
 Gelo
 Analgésico
 Repouso
 Imobilização
 Utilizar coxins s/n

Fratura exposta: Ocorre uma lesão óssea com


ruptura da pele. Pode apresentar como
complicação a infecção óssea que é denominada
Osteomielite.
Sintomas e sinais:
 Dor intensa
 Incapacidade funcional (limitação de
movimento)
Fonte:Disponível em:https://medicinadoquadril.com.br/site/fra
 Edema turas-da-pelve-e-do-acetabulo/- Acesso em 31/06/2021
 Hemorragia
Tratamento: Sinais:
 Iniciar com os cuidados à ferida lembrando  Dor no local
que JAMAIS se deve tocar nos fragmentos  Hematomas
ósseos  Incapacidade funcional
 NUNCA fazer a redução (recolocá-lo no
lugar) Obs: Podem ser causas de grandes hemorragias
 Imobilizar internas. Manter a vítima sobre constante
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vigilância para detectar possíveis sinais de Figura 49: Imobilização com tipoia e atadura
choque hipovolêmico.

Tratamento:
 Avaliar sinais vitais
 Evitar o estado de choque
 Realizar o curativo de possíveis
ferimentos
 Analgesia
 DDH, realizar a imobilização e utilizar coxins
entre as pernas da vítima.

Imobilização:
 Talas rígidas/moldáveis, acolchoadas, ou
madeira e papelão etc.
 Imobilizar antes de movimentar a vítima,
Fonte:Disponível em:https://fortissima.com.br/2014/03/12/co
exceto em caso de risco iminente Ex: mo-fazer-bandagem-para-curativos-48808/- Acesso em
explosão, fogo, etc. 31/06/2021
 Deixar as extremidades visíveis
 NUNCA comprimir o foco da fratura e não  Clavícula:
realinhar Deverá ser imobilizada com enfaixamento em
 Permitir a circulação sanguínea oito e atadura longa. Imobilizar o braço junto ao
 Fixação do membro inferior fraturado ao tórax para que não haja movimento.
sadio ou do membro superior ao tórax. Usada Figura 50: Imobilização de clavícula em oito
nas situações em que não há equipamentos
para imobilização e nas fraturas de quadril.

Fraturas não articulares – Diafisária: Imobilizar


uma articulação acima e outra abaixo da lesão
(tala).

Fraturas articulares – Epifisárias: Imobilizar um


osso acima e outro abaixo da articulação
envolvida.

Fonte:Disponívelem:http://pricampos11.blogspot.com/2012/01/f
Ombro: ratura-de-clavicula-enfaixamento-em.html- Acesso em
Devemos utilizar uma bandagem triangular e não 31/06/2021
talas. A primeira bandagem deverá ser colocada
sobre a forma de tipoia e a segunda bandagem  Costela e Esterno:
colocada em forma de faixa larga. Deverá ser Devemos utilizar a bandagem triangular, dobrada
fixada para segurar o braço contra o lado do em forma de faixa larga circundando o tórax.
tórax. Caso aumente a dor ou a faixa escorregue,
devemos desfazer este enfaixamento.

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Figura 51: Imobilização de costela e esterno Figura 54: imobilização com tala e atadura braço esticado e semi-
flexionado

Fonte: Disponível em: https://airfreshener.club/quotes/how-


broken-ribs-do-heal.html- Acesso em 31/06/2021 Fonte:Disponíve lem:http://www.wgate.com.br/conteudo/medi
cinaesaude/fisioterapia/traumato/clavicula/clavicula.htm- Acesso
 Braço e cotovelo: em 31/06/2021
Devemos respeitar a posição que o membro
foi encontrado.
 Punho e mão
Braço estendido: utilizar o braço da vítima como Para imobilização do punho devemos utilizar
apoio ou com tala fixada com bandagem uma atadura de crepe, deixando sempre as
triangular dobrada em forma de faixa. extremidades para fora e não realizar compressão
excessiva.
Braço dobrado: utilizar bandagem triangular em
forma de tipoia. Figura 55: Imobilização de punho e mão

Figura 52: Imobilização braço e cotovelo

Fonte:Disponível em:https://simbrazil.mediviewprojects.org/in
dex.php/tecnicas-de-bandagem/tecnicas-de-bandagem/tecnica-
de-bandagem-para-mao-punho- Acesso em 31/06/2021

Fonte:Disponível em:https://professormoises.files.wordpress
.com/2008/09/fraturas-diafisarias-metafisarias-e-epifisarias-1- Para imobilização dos dedos, podemos utilizar o
modo-de-compatibilidade.pdf- Acesso em 31/06/2021 dedo ao lado para fazer a fixação ou ainda utilizar
 Antebraço: uma pequena tala embaixo do dedo lesionado
Cotovelo dobrado: com fixação proximal ao redor da mão.

Devemos apoiar o membro sobre uma tala fixada Figura 56: Imobilização dos dedos
com bandagem triangular em forma de faixa e
outra bandagem em forma de tipoia.
Figura 53: Imobilização com tipoia e cinto

Fonte:Disponível em:https://simbrazil.mediviewprojects.org/
index.php/tecnicas-de-bandagem/tecnicas-de-bandagem/tecnica-
de-bandagem-para-mao-punho- Acesso em 31/06/2021

Fonte: Disponível em:http://uebtops2.blogspot.com/p/ataduras-


tipoias-e-imobilizacoes.html- Acesso em 31/06/2021

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 Coluna vertebral Figura 59: Técnica de imobilização de fêmur


Devemos tomar cuidado para não piorar o quadro
clinico da vítima. A tentativa de uma
imobilização ou transporte inadequado pode
provocar danos irreversíveis.
Colar cervical: deverá ser utilizado quando
houver suspeita de lesão cervical.
Prancha rígida: Devemos colocar a vítima em
uma prancha rígida utilizando técnicas
adequadas. Fonte:Disponível em:http://slideplayer.com.br/
slide/2915193/- Acesso em 31/06/2021
Figura 57: Imobilização de coluna cervical e prancha rígida
 Perna
Deverá ser imobilizada com talas estendendo-se
do joelho até além do pé, fixada com ataduras ou
bandagem triangular dobrada em faixa, poderá
ser estabilizada com a outra perna.

Figura 60: Imobilização de perna

Fonte:Disponível em:http://svblog.com.br/2016/05/31/tt-a-
menina-dos-movimentos-perfeitos/- Acesso em 31/06/2021

 Quadril
A imobilização do quadril deverá ser feita com
uma tala longa, desde a região da axila até além Fonte:Disponívelem:https://professormoises.fi-
do pé. A vítima deverá ser colocada em uma les.wordpress.com/2008/09/fraturas-diafisarias-metafisarias-e-
epifisarias-1-modo-de-compatibilidade.pdf- Acesso em
prancha longa utilizando a técnica adequada para 31/06/2021
tal, não devemos rolar a vítima e nem colocar o
cinto sobre a pelve. A imobilização poderá ser  Tornozelo e pé
feita também no membro contralateral. Deverá ser imobilizado com talas e bandagens,
cobertor ou travesseiro e fixado com ataduras ou
Figura 58: Técnica de imobilização de quadril
bandagem em forma de faixa.
Figura 61: Hemorragia interna

Fonte:Disponível em:http://slideplayer.com.br/slide/2915193/-
Acesso em 11/02/2021
Fonte: Disponível em:https://pt.slideshare.net/
clinicansl/primerios-socorros-enf-elisandro-greff-29883884-
Fêmur Acesso em 31/06/2021
Deverá ser imobilizado com tala longa desde o
quadril até além do pé utilizando a perna sadia 4.7 TRIAGEM DE VÍTIMAS – S.T.A.R.T
para a fixação. O Método Start (simples triagem e rápido
tratamento) é utilizado no resgate de acidentes
com múltiplas vítimas com o objetivo de salvar o

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maior número de pessoas possíveis. É utilizado Sinais de morte clínica:


nos casos de desastres aéreos.  Decapitação.
 Esmagamento completo da cabeça ou tórax c/
Figura 62: Sistema START (processo de triagem de vítimas PCR.
simplificado e tratamento rápido)
 Calcinação (tornar-se cinzas).
 Carbonização (em forma de carvão).
 Estado de putrefação ou decomposição.
 Rigidez cadavérica.
 Manchas hipostáticas (roxo vinho; 3 a 4 horas
pós morte).
 Secção do tronco.

ÁREA DE TRIAGEM – START


Figura 63: Hemorragia interna

Fonte:Disponível em:http://enfermeironogueira.
blogspot.com/2015/07/atendimento-de-urgencia-em-
incidentes.html- Acesso em 31/06/2021

4.8 Técnicas de transporte


Vítimas Conscientes:
 Sentado ou Semi-sentado (exceção -
traumatismos de coluna vertebral)
 Fratura do quadril
 Lesão abdominal

Fonte:Disponível em:http://enfermeironogueira.
blogspot.com/2015/07/atendimento-de-urgencia-em- Vítimas Inconscientes:
incidentes.html- Acesso em 31/06/2021  Decúbito dorsal com lateralização da
cabeça.
Triagem e classificação das vítimas:
A lateralização da cabeça é medida utilizada para
 Vítima cor vermelha: Primeira prioridade e evitar-se a broncoaspiração.
transporte imediato. Exceção - traumatismo de coluna cervical (a
Ex: hemorragias graves, obstrução de via aérea, cabeça deve estar alinhada com o corpo,
traumas na coluna cervical e choques amparada por coxins).
 Vítima cor amarela: Segunda prioridade
Ex: feridas sem grandes hemorragias, fraturas.
 Vítima cor verde: Não requerem atenção
imediata. Cuidados com as vítimas de lesão vertebral:
Ex: escoriações, contusões  Hiperextensão cervical para liberar as vias
 Vítimas cor preta: Sem prioridade. aéreas
Morte clínica  Colar cervical: imobilização da cabeça e
pescoço
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 Decúbito dorsal em superfície rígida


Figura 64: Técnicas de transporte
 Movimentar a vítima com muito cuidado para
não pressionar a coluna
 Transferir em “Bloco”
 Monitorar sinais vitais

4.8.1 Técnica de transporte.


Antes da remoção da vítima devemos retirar
próteses dentárias, colares, brincos e pulseiras,
afrouxar as vestes, agasalhar quando necessário,
identificar a vítima quando possível e se existem
objetos que possam exercer pressão sobre áreas
do corpo de acordo com cada intercorrência.
Dependendo do trauma, a posição da vítima
transportada poderá variar.

 Traumatismo craniano (TCE)


Vítima consciente: decúbito elevado ou semi-
sentado
Vítima inconsciente: decúbito dorsal com
proteção do pescoço, ou lateralizada (caso não
haja suspeita de lesão cervical)

 Trauma de coluna cervical:


Decúbito dorsal em maca rígida, com proteção
lateral da cabeça e nuca (não permitir flexão Fonte:Disponíve em:http://www.cadeiralince.
da cabeça) com.br/pt-br/noticias-en/30-tecnicas-de-remocao-de-pessoas -
Acesso em 31/06/2021

 Trauma de coluna torácica, lombar e Figura 65: Transporte para vítima com suspeita de trauma na
sacrococcígea coluna
Decúbito dorsal em maca rígida, prendendo a
vítima a maca para que não haja movimento

 Trauma de tórax:
Vítima consciente: decúbito elevado
Vítima inconsciente: decúbito dorsal com a
cabeça ligeiramente em hiperextensão e
lateralizada

 Trauma abdominal:
Decúbito dorsal.
Fonte:Disponível em:http://bombeiroswaldo.
blogspot.com/2013/10/transporte-de-vitimas-em-situacoes-
de.html- Acesso em 31/06/2021

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 Maca
Transporte com cobertor Figura 70: Posição correta para transporte em maca
Figura 66: Transporte de arrasto com cobertor

Fonte:Disponível em:http://concursoparaen- Fonte:Disponívelem:http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2014/


fermagem.blogspot.com/2010/06/transporte-de- 07/imobilizacao-e-transporte-em-maca.html- Acesso em
acidentados.html- Acesso em 31/06/2021 31/06/2021

 Transporte em rede Figura 71: Posição incorreta para transporte em maca



Figura 67: Transporte em rede

Fonte:Disponívelem:http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2014/
07/imobilizacao-e-transporte-em-maca.html- Acesso em
31/06/2021
Fonte:Disponívelem:http://www.saudeemmo-
vimento.com.br/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_noticia=116 Toda vítima com múltiplos traumatismos, lesões
7- Acesso em 31/06/2021 visíveis acima da região das clavículas e
alteração do nível de consciência, deve ser
 Transporte em maca considerado como portador de Trauma na Coluna
Figura 68: transporte em maca com 2 pessoas
Cervical. O método mais seguro de transporte é
em maca, em decúbito dorsal horizontal com
cabeça e tronco alinhados.

4.9 Feridas:
São lesões no tecido cutâneo causando
Fonte:Disponívelem:http://1osocorros.blogs-
descontinuidade da pele ou mucosa. Podem ter
pot.com/2011/11/transporte-de-acidentados-parte-ii.html- diversas causas, por isso seu estudo está
Acesso em 31/06/2021 diretamente relacionado ao tipo de agente
 Transporte bombeiro traumatizante. Suas características se apresentam
Figura 69: Transporte bombeiro conforme as configurações de suas paredes,
fundo e bordas.

Tipos de feridas:
Escoriações: causadas por superfícies ásperas
(asfalto, cimento etc). Ocorre um atrito
superficial sobre a pele, apresentando um quadro
doloroso e pequeno sangramento.
Punctória: é um ferimento perfurante causado
Fonte:Disponívelem:http://www.saudeemmovimento.com.br
/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_noticia=1167- Acesso em por agentes pontiagudos (pregos, agulhas etc).
31/06/2021 Apresentam-se com bordas pequenas e paredes
fundas.

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Incisas: provocadas por agentes cortantes Em regiões pilosas comobraços e tronco, pode
(lâmina de bisturi, lâminas de facas, estiletes) e ser necessário realizar a tricotomia da região
geralmente sangrastes. Caracteriza-se por serem (raspagem dos pelos) para facilitar a limpeza.
feridas regulares tendo bordas nítidas, fundo e Deve-se realizar a limpeza com água e sabão ou
paredes regulares. soro fisiológico, posteriormente usar um
Contuso: produzida por um instrumento de antisséptico.
rombo esmagando planos moles da pele ou Em alguns casos pode-se fazer a aproximação
choque do corpo contra uma estrutura rígida. das bordas realizando um ponto falso e realizar o
Apresenta bordas irregulares e maceradas, se curativo.
sangramento vivo, com vários recessos na
cavidade do ferimento. Curativos:
Cortocontuso: é provocado por um instrumento  Um curativo nunca deve ser maior que a lesão
pouco afiado que macera as bordas do ferimento  Deve ser fixado conforme a região com
deixando o fundo irregular. É a forma mais atadura, esparadrapo, fita crepe ou colódio
comum de ferimento.  Cuidado para não deixar frouxa ou apertar
Perfurocontuso: é o mais comum dos demasiadamente a atadura no membro
ferimentos perfurantes. É causado por projétil de  A atadura ser colocada em espiral e de distal
arma de fogo, apresenta orlas de escoriações para proximal
(queimadura ao redor do ferimento). A entrada  Não cobrir totalmente o curativo
do ferimento é redonda e lisa e a saída tem bordas  Não trocar até o dia da retirada dos pontos a
irregulares. não ser que haja intercorrência.
Perfurante:é um ferimento de profundidade,  Não cobrir boca, ânus e nariz, pois as
onde a superfície é circular. Suas bordas podem
secreções existentes destas regiões podem ser
ser lisas e regulares ou irregulares absorvidas pelo curativo e assim facilitar a
Transfixantes: causadas por objetos que
contaminação.
atravessam um segmento do membro.
 Pomadas devem ser utilizadas com critério,
Larcerocontuso: é a complicação de um
pois podem impedir a absorção das secreções
ferimento contuso que formam retalhos da pele e
da ferida.
que continuam ligados ao restante desta, mais
 Não utilizar algodão diretamente na ferida.
que perdem o contato com as camadas inferiores.
Utilize gaze – algodão – gaze –
Escalpelamento: é o arrancamento do couro
atadura/esparadrapo.
cabeludo.
Sinais e sintomas:  A pele em volta do ferimento deve ser
São variáveis de acordo com o tipo de ferimento desengordurada com éter ou benzina
e região afetada. Em geral:  Usar antissépticos (liquido de Dakin/
 Dor polvedine)
 Hemorragia  Manter a articulação na posição mais cômoda
possível
 Bordas separadas
 Proteger saliências ósseas e pontos onde os
Tratamento: nervos periféricos tornam-se superficiais com
Temos como objetivo evitar a infecção, visto que algodão ortopédico.
é sempre um fator de risco.  Utilizar ponto falso quando necessário
 Lavar as mãos do socorrista
Feridas Sangrantes: nos casos de ferimento onde
 Hemostasia
o sangramento é intenso, como em grandes
 Limpeza da ferida
hemorragias, o tratamento compreende:
 Antissepsia da ferida
 Lavar as mãos
 Bandagem
 Hemostasia

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BLOCO III – PRIMEIROS SOCORROS NA AVIAÇÃO CIVIL - PSS

 Limpeza da ferida Avaliação geral:


 Antissepsia da ferida  Verificar estado de consciência (Consciente
 Bandagem ou inconsciente, sonolento ou comatoso)
Nestes casos aplica-se também um curativo  Checar resposta a estímulos (auditivos,
compressivo. visuais, dor e reflexo)
 Observar condição respiratória
Feridas Secas: o ideal é evitar fazer curativos em  Manter as vias aéreas superiores pérvias
feridas secas e com boa aproximação das bordas  Verificar pulsação (pulso cheio ou fino)
e sem espaço morto, todavia, se realizarmos o  Verificar sinais de sangramento
curativo, devemos usar gazes secas, sem solução  Verificar coloração da pele e mucosas –rósea
impermeabilizante, lubrificante ou antibiótica. / vermelha/ palidez/cianose
 Verificar a dinâmica dos olhos e pupilas
Ponto Falso: (desvios oculares ou diferenças entre as
Figura 72: Ponto falso com esparadrapo ou fita crepe
pupilas)
 Movimentos voluntários
 Observar presença de vômitos
 Funções renais alteradas
 Febre
 Retenção ou incontinência urinária
 Evacuação
Fonte:Disponívelem:http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2013/  Sudorese
01/como-fazer-ponto-falso-com-esparadrapo.html- Acesso em
31/06/2021  Convulsão
 Etc...
Figura 73: Ponto falso com fita adesiva
"A avaliação primária, os cuidados no transporte
e os movimentos adequados, melhoram as
condições de remoção da vítima e sua posterior
recuperação "

Amputação traumática ou avulsão completa:


Fonte:Disponível
 Controlar o sangramento do coto
em:https://www.vix.com/pt/saude/546795/adesivo-para-cortes-  Proteger a parte avulsa dentro de um saco,
e-feridas-pode-ser-solucao-para-quem-tem-medo-de-levar- com gelo ao redor, porém não em contato
ponto- Acesso em 31/06/2021
direto
 Não mergulhe o coto em meio líquido
5. Politraumatizado
(contaminação)
É a vítima com lesões traumáticas em várias
partes do corpo. Geralmente este é o tipo de
Esmagamento de membros:
vítima que encontramos no socorro a acidentes
aéreos. Nenhuma vítima deve ser removida do  Evite puxar a vítima tentando liberá-la
local do acidente antes de serem prestados os  Controle sangramentos externos
primeiros socorros pertinentes e utilizada a  Dê todo suporte emocional, tentando
técnica de acalmá-la
Transporte adequada, a menos que haja algum  Se possível, transporte a vítima a um
risco iminente. Devemos observar sempre a hospital ou chame por auxilio.
vítima pois, pode ocorrer a necessidade de
mudança de conduta.

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BLOCO III – PRIMEIROS SOCORROS NA AVIAÇÃO CIVIL - PSS

6. Afogamento 7. Vertigem
Ocorre por submersão em meio líquido causando
É a sensação de movimento oscilatório ou
asfixia. A vítima removida da água é reconhecida giratório do próprio corpo ou do entorno com
como afogado. Dividiremos o afogamento em relação ao corpo.
dois tipos clássicos. Pode ocorrer também a sensação de
deslocamento lateral e podem estar relacionadas
Afogado cianótico: com grandes altitudes.
É a vítima que sofreu asfixia pela água inundando
as vias respiratórias. Conduta:
Sinais e Sintomas  Retirar a pessoa do local caso este seja o
 Inconsciente motivo da vertigem
 Hipotônico  Converse e mostre segurança
 Cianose  Afrouxar as vestes
 Pulso fino  Arejar a vítima
 Liquido espumoso branco ou  Deixe que a vítima encontre a melhor posição
avermelhado pelo nariz e boca na poltrona
 Veias jugulares túrgidas  Luminosidade mínima.
 Respiração superficial e irregular

Tratamento
 Afrouxar as vestes
Quando você acredita no sucesso,
 Desobstruir as V.A.S. Tenha certeza que uma parte deste
 Suporte das funções vitais (FR/ FC) Você já alcançou
 Decúbito lateral assim que houver sinal
de vida Prof.ª Léia
Afogado pálido.
Vítima que se apresenta em parada
cardiorrespiratória por obstrução das vias
respiratórias devido ao fechamento da glote
(laringoespasmo)
Sinais e Sintomas
 Apneia
 Ausência de pulso
 Midríase paralítica
 Inconsciência
Tratamento:
Remoção da água:
 Posicionar a vítima em decúbito dorsal
 Colocar os braços da vítima esticados ao
longo do corpo
 Em superfície rígida e plana
 Desobstruir as V.A.S.
 Realizar compressões no tórax da vítima (na
linha intermamilar) - RCP
 Oxigenoterapia

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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

SEGURANÇA E EMERGÊNCIA condicionamento, nos dariam aptidão suficiente


para enfrentarmos possíveis situações que não
INTRODUÇÃO afetassem a segurança de vôo.
A moderna tecnologia alcançou um grau de
Em todos os setores da atividade humana, seja reconhecimento e respeitável avanço, permitindo
por situações criadas pelo próprio homem ou por à empresa escolher a máquina (tipo de aeronave)
fatores alheios, ele pode ter sua vida, bem como de acordo com as suas necessidades.
de outrem, ameaçada ou estar sujeito a sofrer
sérios danos físicos ou materiais. Paralelamente as empresas jamais abrirão mão da
escolha específica dos homens que irão tripular
São estas situações que nos levam a criar uma suas aeronaves e dos que irão cuidar da
série de equipamentos e normas de manutenção, criando um elo de perfeito
procedimentos para podermos ultrapassá-las sem entendimento e segurança.
danos ou pelo menos o menor número possível
deles.
Todo o campo da engenharia humana
Em nossas atividades, especificamente a aviação, desenvolveu-se da aceitação do fato de que além
todos os meios foram colocados e estudados para da confiabilidade funcional do engenheiro, a
que em tais ocorrências possamos evitar o operação dos equipamentos e máquinas deve ser
máximo de perdas, sejam humanas ou materiais. compatível com a habilidade do homem.
Os departamentos responsáveis pela preparação
“SEGURANÇA É A CONDIÇÃO DE desses homens veem, no treinamento, sua maior
REDUZIR AO MÁXIMO AS base de apoio. Por esta razão é que o treinamento
POSSIBILIDADES DE RISCO” deve ser planejado, visando os menos capazes,
para que se possa confiar na absorção da
Para tal, torna-se necessário um perfeito informação dada. O treinamento nada mais é que
conhecimento de todos os equipamentos a nossa um recurso educacional que visa criar ou
disposição, bem como o modo de usá-los. melhorar um hábito e desenvolver as habilidades
do treinando.
Assim sendo, procuramos traçar algumas normas
a serem seguidas em casos de emergência. Certos estímulos provocam determinados
movimentos no corpo, os quais se processam a
revelia da vontade. São automáticos, mecânicos.
É necessário esclarecer que o conteúdo deste Podem ser chamados de “atos reflexos”. Mas
manual não deve ser interpretado como normas existem reflexos de natureza mental. Nestes
rígidas ou inflexíveis. É impraticável descrever casos, o indivíduo reage de determinada forma,
ou prever todas as situações de emergência em presença de certos estímulos, à revelia de sua
possíveis, já que duas situações idênticas vontade.
raramente se apresentam em circunstâncias
também idênticas. Os reflexos podem ser “naturais” ou
“adquiridos”. Ligar determinados estímulos a
Este manual deve ser considerado apenas um guia determinadas reações é o que se chama
de noções gerais, prevalecendo em qualquer “condicionamento”.
situação as iniciativas e o julgamento do
comandante da aeronave.
Tudo o que se pode falar a respeito de Um exemplo de reflexo condicionado é a reação
“SEGURANÇA” poderia ser resumido em instintiva das pessoas de proteger o rosto contra
poucas palavras, a ponto de se afirmar que o um objeto arremessado em sua direção.
conhecimento profundo do equipamento e a Educar, instruir consiste simplesmente em criar
preparação psicológica dirigida a um bom no homem reflexos condicionados a
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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

determinados estímulos. A totalidade de nossa diversos níveis, porém, sabemos que existem
vida física e mental é constituída de reflexos equipamentos que foram criados exclusivamente
condicionados. Os “hábitos” são formados pelas em função, da segurança dos passageiros e
reações condicionadas. tripulantes, e, para utilizá-los devemos estar
preparados a qualquer momento, conhecendo seu
Um hábito é a tendência adquirida para
correto funcionamento, localização a bordo,
reproduzir certos atos, tão mais facilmente quanto
restrições, etc.
mais forem praticados. Assim, o princípio
Situações acontecem, nas quais existe a suspeita
dominante na formação de hábitos é o da
de uma provável emergência, seja pela indicação
repetição.
de uma possível pane, seja pela indicação visível
Em qualquer setor e, principalmente, na aviação,
de que algo não vai bem, e poderá evoluir para
se esta atividade não for executada com
uma emergência. Ao receber o alerta da cabine de
frequência suficiente, tanto os conhecimentos de
comando, os comissários devem ficar preparados
como agir, como a habilidade de execução,
e tratar de rememorar todos os procedimentos
decrescerão.
para um pouso de emergência, bem como a
Um acidente ou a falta de segurança poderia ser
operação de todas as saídas e equipamentos de
definido das mais variadas maneiras, podendo ser
evacuação, se for esse o caso. Em fato, este é um
simplificado assim:
procedimento que comissários realizam a cada
decolagem e pouso, não somente quando a
A) Tripulação mal treinada;
emergência se apresentar. Desse modo, realizam
B) Uso inadequado do equipamento;
a revisão dos 30 segundos, 30 seconds review ou
C) Má conservação do equipamento;
ainda, a review silent a cada decolagem e pouso,
D) A combinação dos três fatores.
quando sentam em seus assentos.
Nossa atividade não é simplesmente um trabalho. O comissário deverá estar alerta, desde o início
É toda uma atenção ao ser humano que está ao do vôo, até o final do mesmo, nunca
nosso lado. Todo nosso esforço em prol do subestimando qualquer probabilidade de
benefício e conforto dos passageiros não terá emergência. Uma situação de emergência de fato
nenhum significado se não houver respeito. Isto
é aquela em que o perigo existe e é imediato
também deverá ocorrer com os colegas que como, por exemplo, a despressurização, o fogo a
convivem ao nosso lado e participam deste bordo, o funcionamento inadequado de
trabalho. componentes mecânicos do avião que
("A tripulação é uma equipe!") comprometam as condições de vôo, e muitas
outras.
Na convivência do dia a dia, o respeito que Um pouso de emergência só é cogitado
exigimos conosco deverá ser estendido aos que em casos extremos, ou seja, quando não houver a
estão lutando pelo mesmo ideal: ser um menor possibilidade de se alcançar uma
“Comissário de Bordo”. infraestrutura aeroportuária, e pelos danos
estatísticos disponíveis, pode-se afirmar com toda
a segurança, que a possibilidade de um pouso de
EMERGÊNCIA emergência no mar, por exemplo, é bastante
remota.
Emergência é toda situação que foge à Vários fatores podem determinar a necessidade
normalidade, pondo em risco a segurança do de um pouso de emergência, dentre estes
avião, e, conseqüentemente, a de seus ocupantes. podemos citar:
• fogo a bordo, incluindo os motores, se os
A principal razão da existência do comissário de extintores não puderem ser acionados, ou forem
bordo é exatamente a de agir com rapidez, insuficientes;
critério, bom senso, conhecimento, decisão, etc. • perda total da força elétrica;
Existem emergências de • fumaça densa e de origem desconhecida;
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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

• falta de combustível, inclusive por emergência em potencial; assim sendo, sempre


vazamento; que sentarem em seus lugares para uma
• perda da potência dos motores, aquém do limite decolagem ou pouso, deverão fazê-lo com
mínimo para a aeronave se manter em voo; postura adequada e ciente da sua importância e
• sabotagem. responsabilidade.

A decisão de se efetuar um pouso de emergência, ESTAÇÕES DE COMISSÁRIOS


será sempre de responsabilidade do comandante As poltronas para comissários são denominadas
da aeronave. ESTAÇÕES DE COMISSÁRIOS e se encontram
próximo as saídas de emergência da aeronave.
O sucesso ou insucesso desta operação dependerá Os assentos das estações de comissários são
de muitos fatores, dentre os quais, das condições retrateis e os cintos de segurança são de retenção
meteorológicas, da luminosidade, do estado tóraco-abdominal.
estrutural da aeronave, estado físico e mental dos Ao sentar em seu assento, o comissário deverá
tripulantes e principalmente do grau de manter as pernas em ângulo de 90 graus
treinamento da tripulação. conforme figura abaixo.
Com relação ao último tópico, existem
procedimentos padrões para as diferentes
situações, exaustivamente abordados tanto na
teoria como através de treinamentos práticos.
Fica evidenciado que o trabalho de
equipe é fundamental, mesmo nas situações
experimentais, como treinamentos de prevenção
de acidentes, combate a incêndio, sobrevivência
no mar e na selva, etc. O que deverá nortear
nossas ações será o espírito de trabalho em
equipe.

Deveres da Tripulação:

Todos os aviões que transportam passageiros, são


equipados com itens que complementam a
segurança.
O preparo dos tripulantes pelas empresas visa a CHECK PRÉ VOO
utilização desses equipamentos, em situações Assento retrátil e cintos travando.
previstas e imprevistas.
Faz parte das atribuições do comissário, o cheque É também oportuno repassar mentalmente todos
pré voo de todos esses itens, com relação a sua os procedimentos de emergência, referentes à
existência a bordo, localização, operacionalidade, operação das portas, “slides” (escorregadeiras) e
validade, fixação, etc. Para que haja possibilidade de evacuação, permanecendo atentos e prontos
de complementação ou troca desse equipamento, para entrar em ação.
caso seja necessário, antes do início do vôo, este Ao entrar no avião, o comissário já poderá ir
cheque é obrigatório, não devendo em exercitando sua atenção para o aspecto da
hipótese nenhuma ser deixado para depois. segurança, observando o estado estrutural das
Os equipamentos de emergência estão localizados janelas da cabine de passageiros (bolhas,
em locais de fácil acesso e, sempre próximos as rachaduras, etc.), enquanto caminha para ocupar
estações de comissários e saídas da aeronave. o seu lugar na aeronave.
O comissário também deverá estar consciente de É importante também memorizar onde estão
que cada decolagem e cada pouso, é uma

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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

sentados os tripulantes extras, sejam ou não da toaletes das aeronaves. Quando do embarque de
mesma empresa, assim como estar atento para a passageiros e acomodação dos mesmos no avião,
existência a bordo de militares, ou desportistas, o comissário deve estar atento para os seguintes
pois estas pessoas, devido ao seu preparo ou aspectos: crianças, deficientes, grávidas, obesos,
condicionamento físico, poderão ser de bastante etc, não poderão sentar-se nas fileiras de
utilidade para nos auxiliar, numa situação de poltronas das janelas de emergência, para não
emergência. atrapalharem numa possível evacuação de
Antes de cada decolagem ou pouso é dever dos emergência. O número de máscaras de oxigênio
comissários: checar o posicionamento das é sempre de uma a mais para cada conjunto de
poltronas (os encostos deverão estar na posição poltronas, por isso o comissário deve estar atento
vertical), verificar se todos estão usando para que não tomem lugar nos assentos pessoas
devidamente os cintos de segurança, se o aviso de em quantidade maior que o número de máscaras
“proibido fumar” está sendo obedecido, e se as existentes (casais com 2 filhos de colo).
mesinhas estão fechadas e travadas. Nas galleys, A bagagem deverá estar acomodada nos locais
tanto nos pousos e decolagens, como durante as próprios para este fim, que são os bins
turbulências, os materiais soltos deverão estar (compartimento de bagagem). Não podemos
devidamente acomodados, e os compartimentos permitir bagagem solta na cabine, nos
fechados e travados. As saídas, equipadas com corredores, ou entre as poltronas, pois
escorregadeiras automáticas (scape slides), atrapalharão muito caso uma evacuação rápida se
deverão estar conectadas (armadas), para ficarem faça necessária. Não permitir a colocação de
em condições de uso antes de cada decolagem, e bagagem junto aos painéis de renovação de ar e,
serem desconectadas (desarmadas) após o pouso por último, verificar se as saídas de emergência
e o estacionamento da aeronave. Há também a estão totalmente desobstruídas
obrigatoriedade de se fazer demonstração do uso
das máscaras de oxigênio, para serem utilizadas POSIÇÃO DE IMPACTO PARA
em caso de despressurização, e indicar a COMISSÁRIOS
localização das saídas de emergência existentes
na aeronave. Esta demonstração deverá ser O comissário que estiver sentado voltado para o
efetuada sempre durante o táxi, antes da nariz da aeronave deverá sentar-se conforme a
decolagem e é mandatório sua realização. Em figura 1.
caso de vôos que atravessem o oceano, a O comissário que estiver sentado voltado para a
demonstração para o uso dos coletes salva-vidas e cauda da aeronave deverá sentar-se conforme
dos assentos flutuantes, também deverá ser feita. figura 2.
Durante o vôo, toda vez que se acenderem os
sinais luminosos de usar cintos os comissários
deverão fazer o speech (anúncio verbal)
informando aos passageiros desta
obrigatoriedade, bem como policiar o
cumprimento desta norma de segurança. O chefe
de equipe e o comandante deverão ser
comunicados de que a cabine, assim .
como a área de responsabilidade de cada
comissário, está “OK” para o pouso ou DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DE
decolagem. Os auxiliares informam OK para o PÂNICO A BORDO DE UM AVIÃO
Chefe de Cabine e este informa OK para o
comandante. Conforme observamos, a razão de nossa presença
Os comissários deverão também verificar o a bordo é, manter o clima de cordialidade e
cumprimento da proibição de fumar nos equilíbrio na cabine de passageiros, atuando de

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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

maneira eficiente na ocorrência de alguma procedimentos de emergência, podendo inclusive


anormalidade. conduzir a um desfecho dramático, o qual poderia
ter sido evitado.
Para isto somos treinados, e espera-se que cada O descontrole coletivo e o pânico minam toda a
um de nós, além do conhecimento de lógica racional, a anarquia se instala, e nesta
todos os recursos de emergência existentes a desintegração coletiva mais nada poderemos
bordo (equipamentos, localização, finalidade, fazer, corremos o risco inclusive de sermos
manuseio, restrições, etc.), saiba também como vítimas em maior escala deste comportamento, do
lidar com a matéria prima de nosso trabalho, o ser que do fator incidental que levou a ele. É
humano. imperativo que desde o primeiro instante
Na eventualidade de algum incidente ou acidente, tenhamos o controle da situação em nossas mãos,
provavelmente irá se instalar no através de atitudes que demonstrem
grupo de passageiros, um comportamento que conhecimentos, de ações seguras, não permitindo
tenderá a fugir ao controle dos tripulantes. Este que o fator emocional agrave a ocorrência. A
quadro, se instalado, irá prejudicar o nosso histeria deve ser combatida e evitada por
trabalho de maneira tal, que o nosso objetivo qualquer meio, mesmo através da força, se outros
primeiro é evitar que esta desintegração do recursos não surtirem efeito.
controle aconteça. É prudente que tenhamos pelo
menos algumas noções de como este processo se O descontrole emocional do passageiro é
inicia e como se desenvolve. altamente negativo, porém, caso ocorra com um
O fator incidental desencadeante foge ao nosso dos tripulantes, logicamente é algo muito mais
controle, pois evidentemente existem situações grave, e como tal deverá ser contornado de
inesperadas, mas felizmente raras, que rompem a imediato, devendo-se partir logo para a resolução
rotina do problema.
de nosso trabalho, e para as quais devemos estar
absolutamente alertas. Estes são apenas tópicos de um assunto que
Este é o primeiro passo: atenção voltada para permite análises bem mais profundas, mas visto
tudo que acontece ao nosso redor, para que que a ocorrência de situações de emergência é
possamos agir rapidamente, caso isto se faça rara, como frisamos anteriormente, aqui estão
necessário. contidas as regras básicas de comportamento que
O “receio de voar” é algo que faz parte,em maior deverão ser desempenhas pelo comissário.
ou menor grau, da natureza humana e às vezes
um pequeno incidente faz com que seja PROCEDIMENTOS BÁSICOS EM
“detonado” todo um mecanismo iniciado por este POSSÍVEIS SITUAÇÕES DE
receio, que passa a ter um papel preponderante. EMERGÊNCIA A BORDO

O segundo elo da seqüência é a ansiedade Na aviação, são inúmeras as condições que


coletiva, a inquietação geral, que poderá conduzir podem determinar uma situação de
todo grupo a ter reações de medo e de difícil emergência. Uma ocorrência perigosa pode
controle. envolver o avião, pois no complexo de sua
O grupo poderá ter reações impulsivas, que construção e funcionamento participam o
contagiarão todos ao redor, conduzindo combustível, o oxigênio, as baterias, que podem
imediatamente ao pânico, e nesta situação pouca provocar incêndios.
ou nenhuma atenção será dada a nossa atuação. Durante a permanência do avião no solo pode
Se permitirmos que tal estágio se instale, teremos haver colisões de viaturas ou de outro, em
com absoluta certeza falhado em nossos manobra. A mínima falta de cuidados especiais
propósitos, e o passo seguinte poderá ser o pode nos surpreender, criando situações críticas e
comprometimento de todas as ações até ali pondo em risco não só a integridade do
executadas, expondo a sérios riscos os

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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

equipamento, como também dos tripulantes e Antes do início do abastecimento, informar aos
passageiros que nele se encontrarem. passageiros a bordo sobre as medidas de
segurança (anúncios de bordo), e informar
1 - Carregamento e Partida dos Motores: também o término do abastecimento.
As ações de segurança nestes casos são de Havendo a necessidade de manter as luzes acesas,
responsabilidade dos setores correspondentes, ou ligar qualquer interruptor, fazê-lo antes do
respectivamente despacho de bagagens, inicio do reabastecimento.
tripulação técnica e manutenção. Compete ao Providenciar que, pelo menos, duas das portas
grupo de comissários total atenção para uma permaneçam abertas durante o abastecimento, nas
eventual emergência. quais deverá existir um dos seguintes
equipamentos: plataforma de embarque (finger),
2 - Durante o táxi: escadas externas ou da aeronave, estendidas. Não
Estamos sujeitos a estouros de pneus, princípios havendo os equipamentos em questão, deixar as
de incêndio, colisões. etc. Portanto nesta ocasião portas equipadas com escorregadeiras (slides)
os passageiros devem permanecer sentados com armadas, além de manter tripulantes em
os cintos de segurança afivelados, obedecendo condições de abri-las em uma emergência.
aos avisos de não fumar. O comissário estará Caso seja observada qualquer formação de
preferencialmente em vapor de combustível a bordo, providencie para
sua posição, atento a qualquer eventual que o reabastecimento seja imediatamente
anormalidade. interrompido, comunicando o fato ao
comandante.
3 - Decolagens e Pousos:
São nas decolagens e pousos que devemos 5 - Procedimentos de Segurança quando há
redobrar os nossos cuidados, pois nestas presença de pessoas na galley:
ocasiões há maior possibilidade de ocorrer um Esta é uma situação muito comum, ou seja, a
acidente que, geralmente, nos surpreende não presença de pessoas na área da galley, que vão
dando margem de tempo para raciocínios para este local para esticar as pernas, conversar,
imediatos. etc..., formando ás vezes um grupo numeroso,
Daí surge a necessidade de condicionarmos que contraria as normas de segurança.
nossos reflexos para toda e qualquer ocorrência
perigosa, nestas horas nos resta apenas um único A maioria das aeronaves possui máscaras de
objetivo retirar os passageiros com maior oxigênio do sistema fixo, em número compatível
segurança que o acidente nos permitir, dentro do com o número de comissários que irão ocupar
menor prazo de tempo possível, observando- se aquela área, obedecendo a mesma regra de
as normas gerais de salvamento e aproveitando-se sempre existir uma máscara a mais.
ao máximo o equipamento de emergência. A possibilidade de uma despressurização deve
Para tal, devemos observar o coeficiente de sempre ser considerada e neste caso a situação
evacuação de 90 segundos. pode ser complicada ainda mais, na eventualidade
de existirem muitas pessoas ocupando este
4 - Segurança no abastecimento da Aeronave: espaço, para as quais evidentemente não haverá
Independentemente do aviso luminoso máscaras em número suficiente, ocasionando
“Não Fumar” estar aceso, alertar aos sérios transtornos.
passageiros que desembarcam ou permanecem a Por isso, a melhor conduta é nunca permitir
bordo sobre a proibição de fumar, de acender aglomerações nas galleys, além de prejudicarem
qualquer objeto que produza faísca, durante o o andamento dos serviços, podem agravar uma
trajeto aeronave até o terminal de desembarque, situação que poderia ser contornada de maneira
e no período em que a aeronave permanece no bem mais lógica.
solo. Os meios para evitar que este fato venha a ocorrer
vão depender do bom senso e de cada um de nós,

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BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

o importante é estarmos sempre atentos e Após o pouso e estacionamento da aeronave,


procurarmos manter as galleys em ordem, e as normalmente os motores são desligados. Muitas
mais desobstruídas possíveis. vezes, pela ausência de fonte externa no
Com relação as galleys, vale lembrar sempre que aeroporto em questão, pane de APU, pane no
estas áreas são consideradas de extrema dispositivo de partida, ou outra razão qualquer,
importância, não somente por abrigarem, na um dos motores é mantido ligado. Nesta
maioria das vezes, parte dos equipamentos de condição, o motor que permanece em
emergência, mas também por tratar-se de áreas de funcionamento será sempre o que estiver ao lado
evacuação, em virtude das portas existentes. oposto ao embarque e desembarque, para evitar
Em nome da segurança, devem permanecer na qualquer risco. No entanto, devemos ficar atentos
área a pessoa devidamente habilitada porque para embarcar ou desembarcar as
(comissários/as) durante decolagem e pouso, bagagens e cargas, o processo será invertido, pois
permitindo assim, numa possível evacuação de normalmente as portas dos porões de carga ficam
emergência, a rápida abertura da porta, o ao lado contrário ao das portas principais, e
acionamento do slide e a imediata coordenação algum passageiro retardatário, quer descendo ou
da evacuação através daquela saída. Mesmo que subindo no avião, poderá expor-se a sérios danos.
haja poltronas de passageiros desocupadas Essas considerações de segurança devem- se ao
próximas a galley, o comissário deverá ocupar o fato de que o motor em funcionamento apresenta
seu assento. uma área de sucção á frente, e outra zona de
Todas as cortinas da galley devem estar abertas e perigo de gás de escapamento atrás que,
presas durante as decolagens e pousos, para não dependendo da aeronave, estende- se por uma
atrapalharem numa eventual emergência, bem área bastante ampla. No caso de aviões á hélice,
como a área de acesso ás portas, que deverão estas deverão estar absolutamente paradas
estar desobstruídas e livre de objetos soltos, como durante os procedimentos de embarque
transportadoras metálicas, térmicas demais desembarque de passageiros.
objetos utilizados no serviço de bordo.
8 - Alijamento de combustível:
Esses objetos estarão devidamente travados e Toda a aeronave tem peso máximo de decolagem
guardados, durante as decolagens, os pousos e e um peso máximo de pouso, isto é, não podem
também durante as turbulências. Todo o sistema pesar mais que X para decolar e não pesar mais
elétrico das galleys deverão permanecer do que Y para pousar, (exemplo: o peso máximo
desligados durante todas decolagens ou pousos. de decolagem de um BOEING 747 é de 710.000
Lb mas, para que possa novamente pousar não
6 - Reabastecimento simultâneo ao embarque e pode estar pesando mais do que 546.000 Lb).
desembarque de passageiros:
Eis aí uma situação extremamente perigosa que, Em caso de uma pane logo após a decolagem,
exige muita atenção de todas as pessoas havendo necessidade de retornar ao ponto de
envolvidas na operação. Quanto aos passageiros partida, o peso da aeronave deve ser diminuído
que desembarcam, eles serão orientados através para que ela possa pousar. A única forma
do speech de bordo, a não fumarem ou se existente para se diminuir o peso da aeronave em
utilizarem qualquer objeto que produza faísca, em voo é desfazendo-se do seu combustível, seja
todo o trajeto entre a aeronave e o terminal de queimando-o através dos motores (permanecer
passageiros. Aos passageiros que estrão voando em círculos - órbitas), seja abrindo as
embarcando, serão avisados no terminal do válvulas e despejando o combustível no espaço, a
aeroporto, antes de entrarem na aeronave. última opção. Chamamos este procedimento de
alijamento de combustível, que é a método mais
rápido e seguro.
7 - Embarque e desembarque de passageiros com
um dos motores/turbina em funcionamento:

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Quando este procedimento tiver a necessidade de É mandatório realizar speechs informando aos
ser efetuado, os comissários serão previamente passageiros para que permaneçam sentados
avisados para que possam preparar a cabine. em seus lugares, e que obedeçam aos avisos de
Esta preparação consistirá em desligar todo o atar cintos de segurança.
sistema elétrico das galleys, proibir o uso de
cigarro na cabine de passageiros, não permitir o 10 - Fumaça, vapores e gases tóxicos na cabine:
uso de interruptores que produzam faíscas serem O aparecimento desta condição a bordo de
acionados. aeronaves em vôo será sempre grave, diante das
limitações de nossas possíveis ações.
A fumaça densa prejudica não só os órgãos da
9 - Turbulência: respiração, que ficarão seriamente
Ao atravessarmos zona de turbulência, comprometidos como praticamente impedirá a
provavelmente, os comissários serão avisados visualização da área onde ocorrer.
com antecedência pelo comandante da aeronave, Os gases de uma maneira geral têm a
que dispõe de radar meteorológico, e na maioria característica de ocuparem uniformemente todo o
das vezes pode prever esta condição, bem como a compartimento no qual se encerram.
intensidade da mesma. Existem as chamadas
turbulências de céu claro, impossíveis de serem A nocividade dos gases depende daquilo que cada
detectadas com antecedência, e para as quais um individualmente poderá ocasionar nos
devemos estar sempre alertas. diversos órgãos do corpo, e estas conseqüências
Impedir a aglomeração de passageiros em vão desde a impossibilidade de respirar á lesões
qualquer parte da aeronave, é a norma adequada cutâneas, da indução a mal-estar e vômitos, ao
para se prevenir danos maiores, caso uma risco de explosão da cabine.
turbulência de céu claro se apresente, aliás, evitar No caso de fumaça e vapores tóxicos, sabemos
esta aglomeração é sempre desejável, em que estas substâncias tendem a ocupar as
qualquer tipo de situação, e principalmente diante camadas mais altas dentro da cabine (o ar frio
da possibilidade de turbulência. fica embaixo), portanto, devemos abaixar e
Durante uma turbulência todos os deslocar-nos rente ao chão, cobrindo nariz e boca
compartimentos das galleys deverão estar com panos umedecidos.
fechados e travados, e o aviso de usar cintos de Para os gases a situação é mais perigosa, visto
segurança deve estar ligado e um speech deverá que ocupam integralmente o ambiente.
ser realizado para alertar passageiros. Diante do acima exposto é fácil deduzir a
Muitos passageiros e mesmo tripulantes já importância de se efetuar a abertura das saídas de
sofreram traumas físicos violentos por ar antes do início do vôo, assim como manter os
permanecerem em pé, andando pela cabine, painéis de renovação de ar absolutamente
enquanto os avisos de usar cintos permanecem desobstruídos.
acesos. O chefe de equipe deverá consultar As ações na cabine de comando, para a
sempre o comandante diante desta situação, remoção de fumaça, vapores e gases tóxicos,
procurando checar se a previsão é de turbulência serão as seguintes:
severa, por qual período de tempo é estimada, • imediatamente após ser detectado o problema,
para que possa tomar uma decisão consciente e descer para o nível aproximado de 10.000 pés;
adequada quanto ao procedimento dos • providenciar a abertura de válvulas para a
comissários na cabine de passageiros. despressurização da cabine (descompressão), pois
Observem que carrinhos ou trolleys no meio do junto com o ar sairão a fumaça ou gases;
corredor, transportando materiais tais como • reduzir adequadamente a velocidade.
garrafas, copos, latas, jarras, muitas vezes com
café quente e água em temperatura muito alta, Quanto à utilização das garrafas portáteis de
poderão machucar com gravidade as pessoas. oxigênio, somente as que possuem máscara full-
face fornecerão proteção adequada neste caso. O

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mais indicado para esta situação é o uso dos Não é permitido o ato de fumar nos corredores da
C.A.F.’s (capuz anti-fumaça). As garrafas de aeronave porque ao deslocar-se, o passageiro
oxigênio portáteis equipadas com máscaras poderá deixar cair fagulha ou pontas
oronasais, bem como as máscaras do sistema incandescentes, que ao atingirem o carpete ou
fixo, que são também oro- nasais, misturam o assento de alguma poltrona, poderá causar um
oxigênio ao ar ambiente, não sendo, portanto princípio de incêndio.
adequadas para estas ocasiões. No solo a proibição deve-se a razões óbvias: em
toda escala a aeronave é reabastecida, e mesmo
Em linhas gerais, nossa conduta diz muito a com as portas abertas, as cabines são pequenas
respeito de prevenção, para que não surjam para dar uma vazão imediata aos gases
situações deste tipo; na situação já instalada, combustíveis que eventualmente adentram no
proteção aos órgãos de visão e respiração, avião.
executando paralelamente as orientações Quando estamos fornecendo oxigênio terapêutico
prescritas pela cabine de comando. a um passageiro, a restrição deve-se
principalmente ao fato de que o mesmo recebe
11 - Fumo a bordo: oxigênio que se mistura ao ar da cabine, e,
No Brasil, desde 2001, é proibido o fumo a portanto, receberá fumaça de cigarro juntamente
bordo, no entanto, para efeito de treinamento, com oxigênio. Não devemos nos esquecer que
daremos a seguir as diretrizes relacionadas ao este gás é altamente inflamável, e, em caso de
assunto. vazamento da garrafa, até mesmo uma explosão
será possível.
O passageiro fumante, e principalmente aquele Além dos fatores mencionados até aqui, para as
passageiro que viaja de avião provavelmente não empresas aéreas o fumo a bordo não é nada
entenderá o porquê de tantas proibições com interessante, pois diminui a vida útil dos
relação ao uso do cigarro. Num pouso de componentes dos sistemas de pressurização, de
emergência, a aeronave poderá sofrer danos ventilação, de refrigeração, exigindo manutenção
materiais de grandes proporções, inclusive com e troca desses componentes num tempo bem mais
ruptura dos tanques de combustíveis e curto, encarecendo a operação.
consequentes derramamentos do mesmo; imagine
o que aconteceria nesta situação se houvesse um
ou mais cigarros acesos. Atmosfera Terrestre
A grande maioria dos acidentes aeronáuticos se
dá nas áreas próximas aos aeroportos (cerca de Antes de estudarmos pressurização e possíveis
75% a 80%), ou seja, durante decolagens ou despressurizações, vamos fazer um rápido
pousos, daí a proibição do fumo nestas ocasiões. comentário sobre a atmosfera para que possamos
Nos toaletes, por ser uma área na qual a entender melhor o que ocorre com nosso corpo
vigilância constante não pode por nós ser em altas altitudes.
efetuada, em função dos serviços de bordo, e A Atmosfera é a camada gasosa que envolve a
porque lá existem depósitos de papéis (papel Terra. Em seus primeiros 100Km, a atmosfera
toalha, papel higiênico), além de possuir lixeiras apresenta uma composição bastante homogênea,
onde são jogados papéis com resíduos de que consiste dos seguintes gases:
maquilagem e outras substâncias inflamáveis, o
fumo também é proibido, e na medida do • Nitrogênio:.............................78%
possível, devemos exercer esta fiscalização.
Efetuamos a RONDA a cada 30 minutos • Oxigênio.................................21%
passamos na cabine, entramos no toalete e
verificamos se esta tudo ok, seguimos para o • Argônio, C02, Neônio, Hélio, Metano,
cockpit pra checar se os pilotos estão bem ou se Criptônio e vapor ’água........1%
precisam de alguma coisa.

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Acima dos 100 Km. a atmosfera não é mais Oxigênio é o gás da vida. Através dos pulmões é
homogênea, formando camadas sucessivas de levado à corrente sanguínea, e daí nas
oxigênio, hélio e hidrogênio. combustões de suas trocas orgânicas. O
A atmosfera terrestre pode ser dividida em cinco nitrogênio não é útil para nós, mas reveste-se de
regiões distintas, dependendo do gradiente de especial importância, pelos danos que pode
temperatura da região, ou seja, a variação de causar em caso de despressurização (perda de
temperatura em relação à altitude de uma pressão da cabine).
determinada região atmosférica. Assim, um
gradiente de temperatura negativo indica que a Vimos que o oxigênio é vital para nossa
temperatura decresce com a altitude, e um sobrevivência, pois sem ele, a vida cessa em
gradiente positivo, significa que a temperatura poucos minutos, ou danos permanentes podem
aumenta junto com a altitude. ocorrer. Igualmente, a temperatura e a pressão
são importantes nos fenômenos orgânicos, e este
assunto interessa profundamente àqueles que
Camada Gradiente de tripulam equipamentos a jato, cujo teto de
Atmosférica Altitude Temperatura operação está muito acima dos limites da
sobrevivência humana.
Troposfera 0 a 11 Negativo
Km PRESSURIZAÇÃO
Estratosfera 11 a 48 Positivo O corpo humano sofre algumas restrições para
km seu bom funcionamento orgânico. Alguns fatores
são indispensáveis para sua sobrevivência, como
Mesosfera 48 a 80 Negativo
oxigênio e condições especiais de temperatura e
Km pressão.
Termosfera 80 a 650 Positivo Sabe-se que a altitude fisiológica para uma
Km pessoa normal é de no máximo 10.000 pés (3.048
Exosfera Acima Indefinido m), isto significa que acima desta altitude é vital
de o uso de um equipamento de oxigênio.
650Km Se uma pessoa subir acima de 10.000 pés,
digamos 16.000 pés, a pressão atmosférica será
A troposfera contém cerca de 2/3 da massa total bem menor que ao nível do mar, pois, à medida
da atmosfera. Nessa camada a temperatura que a altitude aumenta, a pressão diminui, isto
diminui com o aumento da altitude, à razão de implica que, ficando a pressão atmosférica
cerca de 2oC para cada 1.000 pés, ou ainda 6oC a menor, a pressão parcial de oxigênio nos alvéolos
cada 1.000 metros. Com aumento da altitude, pulmonares também ficará menor.
decrescem também a pressão atmosférica e a Não havendo pressão suficiente para empurrar o
densidade do ar. oxigênio através das membranas dos alvéolos
Todos os fenômenos que afetam o tempo, tais para a corrente sanguínea, ocasionará assim,
como nuvens e precipitações, resultam de deficiência na oxigenação do sangue. Esta falta
fenômenos troposféricos. de oxigênio para as células do organismo é
Na parte superior da troposfera, a temperatura conhecida como hipóxia.
cessa de diminuir, permanecendo constante em Outro fenômeno, o aeroembolismo é a condição
torno de -55oC, existindo aí uma delgada camada, produzida pela baixa da pressão barométrica que
denominada tropopausa. ocorre a grandes altitudes (acima dos 30.000 pés).
Na estratosfera, a temperatura aumenta Seus efeitos no organismo se caracterizam pelos
com a altitude devido ao aquecimento causado sintomas gerados pela libertação no corpo, de
pela absorção de raios solares ultravioletas pela bolhas de gases que normalmente se encontram
camada atmosférica de ozônio, atingindo no topo em dissolução nos líquidos orgânicos (nitrogênio,
da estratosfera uma temperatura de 13 oC.
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oxigênio, gás carbônico e vapor d’água). Os pressão interna é mantida compatível com a
sintomas produzidos são incômodos e altitude fisiológica do ser humano, eliminando
podem incapacitar uma pessoa rapidamente. O também os riscos de aeroembolismo.
nitrogênio é o gás que tem maior volume em
solução por c.c., numa média de 1 a 1,5 litros Principais vantagens das cabines
dissolvidos nos líquidos orgânicos, em condições pressurizadas:
normais. Esses gases procuram liberar-se, indo • Permitem vôos em grandes altitudes;
localizar-se, nas articulações, onde provocam • Maior controle sobre a ventilação e
fortes dores, limitando os movimentos, podendo aquecimento da cabine;
levar a impotência funcional do membro atingido; • Redução drástica do risco de aeroembolismo
dificultam a respiração, pelo acúmulo de bolhas (formação de bolhas gasosas na corrente
de gás nos menores capilares pulmonares, além sanguínea).
do que, os gases contidos nas diversas cavidades Principais desvantagens :
do corpo (abdômen, ouvido médio, seios da face), • Ameaça de despressurização ou descompressão
se expandem, provocando igualmente fortes por alterações da estrutura da aeronave;
dores, limitando brutalmente as ações. • Necessidade de compressores para pressurizar, e
Pelo que foi exposto até aqui, fica evidente a equipamento reserva de oxigênio.
necessidade de manter o interior do avião, em
pressão máxima de até 10.000 pés. É DESPRESSURIZAÇÃO
praticamente padrão manter a altitude
interna em torno dos 8.000 pés, não importando Analisaremos agora, a principal desvantagem das
aí a altitude real em que se encontra a aeronave. cabines pressurizadas:
Isto é conseguido pela pressurização, que é o ar Digamos que uma aeronave esteja voando a
sangrado dos motores para a cabine. 30.000 ft (pés) de altitude e repentinamente
Quanto mais ar, maior a pressão e menor a rompe-se uma janela, por uma razão qualquer
altitude interna. No entanto, se o ar for injetado (tiro, fadiga do material, etc..), o que ocorreria?
sem para na cabine, que é herméticamente Como a pressão interna é maior do que a externa,
fechada, acabará levando a explosão da mesma. ocorreria uma equalização de pressões, uma
Há válvulas que têm a função de deixar escapar igualdade entre elas, ou ainda uma perda da
parte do ar que é injetado na cabine, mas de pressão interna da aeronave. Um exemplo
maneira controlada, a fim de que possa ser prático de despressurização é quando uma panela
mantida a pressão desejada ( são chamadas de de pressão começa a apitar. Para casos de
outflow valves). despressurização as aeronaves estão equipadas
Existem num jato em vôo, duas pressões com um sistema de oxigênio, acomodado acima
diferentes: a externa que é real, e a altitude de das poltronas de passageiros, e que é acionado
pressão interna da cabine, que é como já vimos, automaticamente. Maiores detalhes serão vistos
produzida artificialmente, através da quando estudarmos os sistemas de oxigênio
pressurização. A diferença entre estas duas
pressões (interna e externa) recebe o nome de
diferencial de pressão, que é diferente para cada
tipo de aeronave. Com a finalidade de manter a Tipos de Despressurização :
pressão interna da cabine, logicamente todas as  Explosiva: Perda da pressão instantânea, em
portas e janelas são vedadas, e neste caso a menos de um segundo.
própria pressão interna, impede a abertura de  Rápida: Perda de pressão mais lenta, mais ou
qualquer dessas saídas em vôo. Para que se menos 10 segundos.
pudesse voar às maiores altitudes, é que foram  Lenta: Neste tipo não há problema, pois é
criadas aeronaves com cabines pressurizadas, controlada pela aeronave.
com a finalidade de permitir que seus ocupantes
respirem normalmente, isto é, cabines onde a

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ALTITUDE % DE CODIÇÃO • possível presença de dores devido à expansão de


EM PÉS SATURAÇ CLÍNICA gases.
à O DE É bom ficarmos conscientes também que ao
OXIGÊNIO estarmos exercendo atividade física, seremos os
Nível do primeiros atingidos pelo impacto da
95-98 Normal
mar despressurização.
10.000 88-89 Dor de O tempo útil de lucidez (TUL), em uma situação
cabeça, de despressurização, é muito variável de uma
cansaço em para outra pessoa, dependendo além da altitude,
exposição de outros fatores, tais como: fumo, que reduz o
prolongada oxigênio disponível para os tecidos do corpo;
14.000 80-81 Sonolência, álcool, que interfere na assimilação do oxigênio;
dor de fadiga, que diminui a tolerância individual;
cabeça, constituição física, visto que o indivíduo
tontura, esportista suporta melhor esta situação, enquanto
fraqueza de que aquele de vida sedentária, terá maiores
visão, problemas para recuperar-se.
mudança de
personalida Com relação à altitude, existe uma tabela que
de, perda de expressa os tempos médios de lucidez, para uma
coordenaçã pessoa em condições normais.
o muscular, Pessoas em condições normais, a variação de
cianose altitude (que acarreta variação no percentual de
18.000 74-75 Todos os oxigênio do sangue arterial) provoca,
acima, comumente, os seguintes sintomas de hipóxia :
porém mais
críticos Observações:
22.000 67-68 Convulsão, Quando ocorre uma despressurização, a
colapso, providência a ser tomada na cabine de comando é
coma descer a aeronave a uma altitude segura para o ser
25.000 55-60 Colapso e humano. A altitude a ser tomada na cabine de
coma com passageiros é pegar a máscara de oxigênio mais
aproximada próxima, colocando-a sobre a boca e nariz. Esta
mente 5 máscara deve ser do sistema fixo de oxigênio.
minutos.
Consequências:
• Saída brusca do ar dos pulmões. O ar sai Todo este procedimento, descida do avião e
violentamente pela boca e nariz, dando a queda das máscaras, será muito rápido, e, lembre-
sensação de que os pulmões aumentaram de se, a mobilidade não será muito fácil, pois o
tamanho dentro do tórax; sensação de centro de gravidade estará deslocado.
ofuscamento ou de confusão momentânea; Após a descida do avião até uma altitude onde
seja possível respirar, caso algum dos passageiros
• Intensa neblina devida à brusca queda de apresente dificuldades em fazê-lo, poderemos
temperatura e pressão (condensação); utilizar as garrafas portáteis de oxigênio (com
• Efeitos fisiológicos: sintomas de hipóxia se o máscaras oronasais). Numa despressurização
equipamento de oxigênio não for usado de explosiva o tripulante terá aproximadamente 10
imediato: segundos para efetuar os procedimentos básicos.
• sintomas de aeroembolismo;

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SISTEMAS DE OXIGÊNIO aeronave, que é independente do sistema fixo


para passageiros e comissários.
SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO:
É basicamente o oxigênio acondicionado sob alta Quando a altitude interna da cabine atinge
pressão, em cilindros localizados nos porões das 14.000 pés, as máscaras caem automaticamente,
aeronaves, e em número suficiente para atender mas elas só passarão a fluir oxigênio quando as
às necessidades de passageiros e tripulantes. puxarmos para baixo em direção ao nosso rosto.
Este sistema é exclusivo para casos de Se houver falha na abertura automática das
despressurização. É acionado automaticamente, tampas dos alojamentos das máscaras, as mesmas
quando a cabine atingir a uma altitude de pressão o serão eletricamente por meio de um interruptor
de 14.000 ft (altitude de segurança). localizado na cabine de comando.
Em caso de pane do sistema automático poderá
ser acionado eletricamente, ou ainda Se algum dos compartimentos das máscaras não
manualmente, variando apenas o tipo de abrir automaticamente, poderá ser aberto
aeronave. Nos compartimentos de máscaras, cada manualmente, inserindo-se algum objeto
conjunto de poltronas, possui sempre uma pontiagudo no orifício de abertura.
máscara a mais do que o número de poltronas,
pois poderá haver passageiro colo (bebê). Se um
comissário estiver no corredor da aeronave, em
caso de despressurização, poderá também utilizar
esta máscara.
Nas aeronaves mais recentes, ao invés de garrafas
de oxigênio nos porões, para o sistema fixo,
existem equipamentos que produzem
quimicamente o oxigênio, denominados
geradores químicos de oxigênio.

Ao acontecer uma despressurização e o


comissário estiver no meio da cabine, não deverá
tentar chegar até seu lugar; a atitude correta será
apanhar a máscara mais próxima. Havendo
passageiro na toalete com uma criança,
Em qualquer dos casos, haverá sempre máscaras encontrará duas máscaras justamente com esta
nos PSU’s (unidades de serviço de passageiros) finalidade.
em número de uma a mais, conforme já foi O oxigênio que flui das máscaras da cabine de
citado; nos lugares dos comissários, nas galleys, comando tem a finalidade de atender aos
nas toaletes (duas em cada lavatório), e para as tripulantes em casos de despressurização da
cabines de descanso de tripulantes nos aviões cabine, fumaça a bordo, assim como fornecer
maiores. oxigênio para os primeiros socorros.
As cabines de comando são supridas de oxigênio
do sistema fixo, por intermédio de uma garrafa O oxigênio que flui para as máscaras oro nasais
localizada normalmente no porão dianteiro da da cabine de passageiros tem a finalidade
exclusiva de atender passageiros e comissários
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em casos de despressurização acidental as


cabines, não servindo para os casos de fumaça a
bordo, por serem suas máscaras dos tipos que
dilui o oxigênio com o ar da cabine.

SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO PARA A


CABINE DE COMANDO

O oxigênio que supre a cabine de comando


provém de um cilindro independente, localizado
no compartimento de aviônicos (porão eletro/
eletrônico) ou junto aos cilindros que contém
oxigênio destinado à cabine de passageiros
(compartimento de carga).
O fluxo de oxigênio possui três seleções:
• sob demanda, misturado com o ar da cabine, MODULOS GERADORES
• sob demanda a 100 %, misturado com o ar da Os módulos geradores são independentes, isto é,
cabine, podem ser acionados individualmente. As
• contínuo 100 %, sob pressão. máscaras estão ligadas ao gerador por meio de
uma mangueira. Cordéis prendem as máscaras ao
Painel regulador do fluxo de oxigênio: pino acionador e o fluxo do gerador em questão
• seletor do teor de oxigênio: NORMAL será iniciado quando qualquer uma das máscaras
• seletor do teor de oxigênio: 100 % NORMAL ligadas ao mesmo for puxada.
• seletor do fluxo de oxigênio: EMERGENCY Uma vez acionado, o gerador passará a fornecer
um fluxo contínuo e ininterrupto de oxigênio
durante aproximadamente 15 minutos para todas
as máscaras ligadas ao mesmo. Durante o ciclo de
geração de oxigênio, a temperatura da face
externa do corpo do gerador pode chegar a 260º
C, razão pela qual o módulo é protegido por uma
placa metálica, cuja finalidade é evitar
queimaduras. Esta alta temperatura faz também
com que, ao ser acionado o gerador, este exale
um cheiro característico.
Os comissários devem estar atentos, pois em caso
A finalidade deste sistema é ser utilizado pelos de acionamento de todos os geradores, a cabine
ocupantes da cabine de comando, como anti- será invadida por um forte cheiro de queimado, o
hipóxia, em caso de despressurização. Como que poderá provocar inquietação entre os
variação na utilização, poderá ser também usado passageiros.
em caso de fumaça na cabine (juntamente com o
par de óculos). Após uma despressurização, caso a tampa de
algum alojamento de máscaras do sistema fixo de
oxigênio (quer alimentado por cilindro, quer por
módulos) não se abra, o procedimento será
abaixa-lo individual-mente. Por isso deve-se agir
de acordo com o sistema específico de cada
aeronave (manual de apresentação de aeronaves).

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O oxigênio que flui das máscaras oronasais da O capuz anti-fumaça, CAF (smoke hood) vem
cabine de passageiros tem a finalidade exclusiva empacotado a vácuo numa embalagem de
de atender passageiros e comissários em caso de alumínio e armazenado no interior de uma maleta
despressurização (como anti-hipóxia). É plástica lacrada.
desaconselhável a utilização desse sistema em
caso de fumaça e/ou gases tóxicos na cabine, por Autonomia entre 12 -15minutos
serem as suas máscaras do tipo misturadoras, ou
seja, o oxigênio será diluído com o ar ambiente. FLUXO DE OXIGÊNIO DO CAF
Quando o sistema for acionado, o fluxo de
SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO DE oxigênio passará através de um orifício calibre,
EMERGÊNCIA onde será ajustado em função de duas variáveis: o
tempo de utilização do capuz e consumo de
Compondo este sistema, há o seguinte oxigênio.
equipamento: O fluxo será contínuo e poderá ser percebido,
pelo usuário, um leve ruído na liberação do
oxigênio. Inicialmente será mais forte com a
CAPUZ ANTI – FUMAÇA C. A. F/ (SMOKE finalidade de eliminar o ar tóxico da cabine que
HOOD)/ PROTECTIVE BRIEFING tenha ficado retido no interior do capuz; logo a
EQUIPMENT- PBE seguir, o fluxo baixará para um nível
compensatório de acordo com o consumo do
usuário.

ADEQUAÇÃO

O capuz anti- fumaça, CA F é um equipamento


fabricado para uso de tripulantes da aviação civil
e destinado a proteger os olhos e o sistema
respiratório do usuário contra a fumaça e/ou
gases tóxicos, nas seguintes situações:

• combate a um princípio de incêndio localizado,


• pouso em emergência com fumaça densa na
cabine e
• evacuação da aeronave com fumaça densa na
cabine.
• Unidade composta de duas capas flexíveis,
internas, de poliéster revestido de PVC, resistente OPERAÇÃO
ao calor e as chamas, incluindo visor de plástico
policarbonatado rígido, com sistema anti- O tempo necessário para abrir a maleta, dela
embaçante. retirar o capuz e vesti-lo é de, aproximadamente
• Diafragma de neoprene que veda a parte inferior 10 segundos. Retirar maquiagem antes do uso,
do capuz, em torno do pescoço colocar todo o cabelo para dentro, cuidado ao
• Reservatório metálico de formato anelar, retirá-la após o uso devido aquecimento do
contendo oxigênio sob pressão e uma alavanca gerador químico.
para acionamento.
• Diafragma acústico para permitir a comunicação Deve-se executar a seguinte operação:
oral do usuário, mesmo que ele esteja utilizando • destravar o fecho da maleta plástica.
interfone ou megafone. • abrir a tampa da maleta. Com este movimento, o
lacre será rompido.

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• puxar a embalagem aluminizada do interior da O oxigênio terapêutico é constituído de cilindros


maleta. A embalagem aluminizada se rasgará em portáteis com capacidade para 311 litros. Quando
sua extremidade inferior, liberando o capuz. carregados em sua capacidade normal, indicarão,
Retirar o capuz da embalagem aluminizada nos respectivos manômetros, 1800 Psi , podendo
• dilatar a abertura do diafragma de neoprene que estar no mínimo de 1500 Psi.
veda a parte inferior do capuz e acionar o sistema
de oxigênio, empurrando a alavanca acoplada ao Cada cilindro está equipado com uma alça de
reservatório. lona para seu transporte e possui duas saídas de
• vestir o capuz e respirar normalmente. A alta fluxo contínuo.
pressão do fluxo inicial de oxigênio inflará e
pressurizará o interior do capuz. As máscaras deste sistema são do tipo oronasal e
misturadoras, não podem ser utilizadas caso tenha
fumaça. São de plástico transparente, descartáveis
CHECK PRÉ- VÔO: e estão ligadas a uma mangueira em cuja
• lacre da maleta plástica extremidade se encontra um pino de encaixe.
• indicador de integridade, localizado na tampa da
maleta: ADEQUAÇÃO
A finalidade deste sistema é atender aos
SISTEMA DE OXIGÊNIO TERAPÊUTICO ocupantes da aeronave que se encontrem com
insuficiência respiratória.
As garrafas de oxigênio terapêutico, são para o
atendimento de primeiros socorros, tanto em
passageiros como tripulantes (deficiência OPERAÇÃO
respiratória). Adaptar o pino de encaixe da mangueira ao
As máscaras utilizadas são as do tipo oronasais. cilindro e “ouvir” um clique de travamento. Girar
São equipadas com duas saídas de fluxo a válvula de abertura no sentido anti-horário.
contínuo: uma em vermelho ou indicando HI, Verificar se o fluxo está saindo normalmente
com fluxo de 4 litros por minuto, sendo (indicador junto á máscara): se indicação estiver
utilizada para adultos; e outras em verde ou vermelha = bloqueio na passagem do fluxo; se
indicando LO, com fluxo de 2 litros por indicação estiver verde = liberação da passagem
minuto, para ser utilizada em crianças ou do fluxo.
passageiros extremamente idosos. Se a máscara Remover o excesso de gordura do rosto do
oronasal for muito grande para um bebê que usuário (maquilagem, etc).
necessite oxigênio, poderemos utilizar um copo Ajustar a máscara ao rosto do usuário, amoldando
de plástico que receberá um orifício; um para a a pequena tira metálica de uma das bordas sobre
entrada do tubo condutor, e para a saída do ar o nariz, para evitar fuga de oxigênio.
expirando. Quando for recém-nascido, devemos Fixar a tira elástica ao redor da cabeça e respirar
retirar a máscara e colocar a extremidade do tubo normalmente. Após a utilização, deve- se fechar
a uma distância aproximada de 10 cm do rosto da a válvula, girando-a no sentido contrário ao de
criança, nesse caso utilizando a saída abertura e recolocar no seu lugar de origem,
com fluxo de 4 litros por minuto (HI). fixando-o com as presilhas.
Reportar no LTC (livro técnico de cabine) o
propósito da utilização e o número de registro do
cilindro, bem como incluir tais observações em
relatório para a empresa.

CHECK PRÉ — VÔO


• os cilindros estão devidamente fixados.

J - 16 -
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• o manômetro indica uma pressão mínima de PREPARAÇÃO


1500 Psi. Pode-se utilizar, neste procedimento, os seguintes
• A quantidade mínima de máscaras — 3 para equipamentos portáteis com oxigênio:
adultos (e, eventualmente, uma para crianças) por • cilindro portátil com oxigênio terapêutico —
cilindros. conectar os pinos das mangueiras de duas
máscaras oro nasais as saídas de fluxo contínuo
NOTA (vermelha — HIGH e verde — LOW), sendo que
É desaconselhável a utilização deste após a verificação da passagem de fluxo por
equipamento em presença de fumaça densa. ambas as mangueiras, o comissário deverá vestir
Sabe-se que a inalação de oxigênio a 100% com aquela cujo fluxo é de2L /min (verde — LOW), e
fluxo por minuto, por um tempo superior a 15 destinará a outra (vermelha — HI) de 4 L /min a
minutos, pode ser fatal. Não existe risco de que um passageiro que necessite de oxigênio
corra um acidente desta natureza a bordo, pois suplementar.
embora o oxigênio contido nos cilindros portáteis
que equipam a frota serem 100%, o fluxo • capuz anti-fumaça C A F, poderá ser utilizado,
máximo de saída é de 4 litros por minutos. Além dependendo da situação encontrada.
do que, este oxigênio, antes de ser inalado,
mistura-se dentro da máscara com o gás COMUNICAÇÃO
carbônico exalado pela pessoa e, também, com o
ar ambiente. A comunicação contribui de forma importante
Sempre que houver necessidade de se ministrar para se atuar com sucesso numa situação de
oxigênio a algum passageiro, o mesmo não emergência. Deve - se estabelecer uma
deverá ser abandonado pelo tripulante. comunicação constante com a cabine de
Qualquer passageiro que estiver recebendo comando, sempre que possível, manter os
oxigênio por tempo prolongado, sofrerá um passageiros bem informados.
ressecamento no rosto.
Este equipamento poderá ser utilizado no cheque COMUNICAÇÃO ENTRE TRIPULANTES
pós-despressurização (walk- around-procedure)
É da responsabilidade do chefe de equipe obter
junto á cabine de comando informações sobre o
CHECK PÓS DESPRESSURIZAÇÃO andamento do vôo.
(WALK AROUND PROCEDURE) A comunicação entre tripulantes é feita através de
interfones. Sempre que houver necessidade de
Após uma despressurização, estando à aeronave informar a equipe sobre alguma ocorrência ou
nivelada numa altitude pressão equalizada com a anormalidade, o chefe de equipe a comunicará
altitude de vôo, nível entre 25.000 e 10.000 pés diretamente a todos os comissários ou aos
(fora do nível de segurança), os equipamentos supervisores de cabine e estes, por sua vez, aos
portáteis com oxigênio poderão ser utilizados, comissários auxiliares.
pelos comissários, para a realização do cheque O atendimento a cabine de comando poderá ser
pós despressurização com as seguintes feito através do interfone ou pessoalmente. Este
finalidades: atendimento deve ser imediato, permanecendo-se
• abertura individual dos alojamentos de máscaras na cabine de comando o mínimo de tempo
do sistema fixo que tenham permanecido necessário.
fechadas,
• assistência a passageiros que estejam
apresentando sintomas de insuficiência
respiratória.

J - 17 -
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independente da situação, é de vital importância


não deixar transparecer preocupação para que os
passageiros não tirem conclusões errôneas sobre
o que está acontecendo. É importante informar ao
passageiro quaisquer mudanças que ocorram
(atraso, turbulência, suspensão do serviço de
bordo, mudança do itinerário, etc.).
Deve-se lembrar que uma satisfação ao
passageiro virá a acalmá-lo, evitando tumultos e
possível clima de apreensão. Uma notificação ao
passageiro, sempre que for feita, deverá ter o
objetivo de orientá-lo, esclarecendo de maneira
calma, pausada e, acima de tudo, profissional, o
que estiver acontecendo.
Além de estar atento ás chamadas do interfone, o
comissário deve estar bastante atento, também, ás
chamadas dos passageiros. É importante atendê-
las de imediato, pois apesar de não ser o mais
freqüente, naquele momento o passageiro poderá
estar necessitando de um atendimento de urgência
COMUNICAÇÃO (por passar mal) ou ter detectado fumaça, fogo,
ou ainda, por qualquer outra situação anormal.
TRIPULAÇÃO/ PASSAGEIROS Um passageiro satisfeito passa a ser um
A comunicação aos passageiros é feita através de componente a mais, que poderá vir a auxiliar o
P.A. (Public Address) ou, no caso de falha deste grupo de comissários numa eventual situação de
sistema, poderá ser realizada, dependendo da emergência.
situação, por meio de megafone. A chamadas provenientes das toaletes servem
O chefe de equipe é o responsável pelos anúncios como alerta aos comissários caso algum usuário
de bordo, mas poderá delegar esta função a necessite de atendimento por razões diversas. Se
qualquer outro comissário. a porta da toalete estiver trancada, deve- se
Quando for necessário algum comunicado aos questionar o ocupante sobre o que está
passageiros, o comissário deve: acontecendo.
• fazer uso do P.A.; Caso não haja resposta, o comissário deverá abrir
• identificar-se ao falar; a porta pelo lado externo.
• adotar uma postura tal que a coluna fique na
posição vertical (ereta) para que não haja CHECK PRÉ VOO P.A.
compressão do diafragma, dificultando a Operacionalidade.
respiração e prejudicando, conseqüentemente, a Uso: speeches/interfone
alocução.
• fazer o anúncio em voz clara e MEGAFONE
compassadamente. Megafone são amplificadores portáteis de som.
Todas as recomendações acima devem ser Alguns são alimentados por pilha comum e
seguidas com rigor, pois o anúncio de bordo outros por pilha seca.
reflete, aos olhos do passageiro, o estado Os megafones ampliam a voz do operador para
emocional, não só de quem faz, mas de toda a orientação dirigida, caso seja impossível a
tripulação da aeronave. É através dele que são utilização do sistema normal de comunicação.
transmitidas, dentre outras informações, os Alguns megafones são também providos de um
procedimentos de segurança. Imagens, por vezes, alarme sonoro para ser usado como sinalizador.
falam mais do que palavras. Portanto,

J - 18 -
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Para acioná-lo, basta retirar o pino de seu orifício


e ele passará a emitir um sinal que se propaga a
grande distância.

Uso: sobrevivência, combate ao fogo (rescaldo),


emergência.

CHECK PRÉ VOO


Pilotos que realizam o check, precisa estar a
Após um pouso de emergência, caso um bordo e fixa no compartimento dentro do cockpit.
grupo tenha saído para reconhecimento
da área e, não conseguindo retornar ao ponto POLTRONAS PARA PASSAGEIROS
onde se encontram os demais sobreviventes, estes
poderão acionar o alarme, possibilitando aos As poltronas para passageiros estão equipadas
perdidos orientarem- se pelo sinal, facilitando o com cintos de segurança de retenção abdominal,
retorno dos mesmos ao ponto de partida. que deverão estar afivelados e ajustados durante
decolagens, pousos ou se o aviso luminoso de
OPERAÇÃO ATAR CINTOS estiver aceso.
• pressionar o gatilho ou botão, mantendo- o Como procedimento de segurança, deve-se
pressionado enquanto fala. recomendar aos passageiros que mantenham seus
• nos megafones sem controle de volume, manter cintos de segurança sempre afivelados (não
os lábios em contato com o megafone. O volume necessariamente ajustados) enquanto estiverem
de saída depende da intensidade da voz. sentados.
• NÃO colocar a mão sobre o microfone. Sempre que houver um adulto segurando um
• falar devagar e compassadamente, USANDO passageiro COLO (bebê), o cinto DEVERÁ ser
TERMINOLOGIA QUE OS PASSAGEIROS ajustado somente no adulto, a criança deverá estar
POSSAM ENTENDER. segura pelos braços do adulto.

CHECK PRÉ VOO


Localização/fixação/operacionalidade

MACHADINHA

É previsto, de acordo com os requisitos de


homologação aeronáutica, a existência de uma
machadinha fixada na cabine de comando, nas
Em pousos normais, o acender do aviso luminoso
aeronaves civis comerciais, independente do
de “ATAR CINTOS” é geralmente, o sinal para
fabricante da aeronave.
os comissários iniciarem a preparação da cabine
para o pouso. Os passageiros deverão retornar aos
seus respectivos lugares e afivelarem seus cintos
de segurança.
Em casos de turbulência, a responsabilidade de
ligar o aviso luminoso de “ATAR CINTOS” é

J - 19 -
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da cabine de comando, mas, sempre que isto 1 - LUZES DE EMERGÊNCIA


ocorrer, o chefe de equipe deverá consultar o Todas as aeronaves comerciais estão,
comandante sobre a intensidade da turbulência e obrigatoriamente, equipadas com um sistema de
os comissários deverão permanecer sentados, luzes de emergência dotado de força própria
com cintos de segurança afivelados. (baterias), independentes do sistema normal de
É de vital importância que os passageiros sejam iluminação. As luzes de emergência foram
informados com speeches sobre turbulência e que projetadas para funcionar automaticamente no
devem atar seus cintos de segurança. Tão logo caso de falha do sistema elétrico e continuar
seja feito o anúncio (vide manual de anúncios), os funcionando por um determinado período após ter
comissários deverão verificar se todos os ocorrido a falha. Há luzes de emergência tanto
passageiros estão com cintos de segurança interna quanto externamente.
devidamente afivelados.
LUZES DE EMERGÊNCIA INTERNAS
PSU’s: Na área interna, há luzes de emergência acima da
porta da cabine de comando e acima de cada
saída de emergência da cabine de passageiros,
onde estas são pontilhadas exatamente na saída.
Nas aeronaves com dois corredores temos luzes
indicativas em ambos os corredores.

LUZES DE EMERGÊNCIA EXTERNAS


Na área externa há luzes de emergência junto a
todas as saídas da cabine de passageiros e
também na área sobre a asa, com facho luminosos
Sob cada conjunto de poltronas há uma barra de incidindo nos flaps. A finalidade específica da luz
retenção. A finalidade desta barra é, caso haja que incide sobre os flaps é possibilitar a
uma desaceleração, manter seguros os volumes verificação de possíveis danos nos mesmos que
que estão sob as poltronas. Se, ao pousar, houver possam danificar as escorregadeiras ou provocar
um impacto maior com a pista ou, ao tentar ferimentos em pessoas que, eventualmente,
decolar, ocorre um aborto de decolagem com evacuem por aquela área.
impacto, os passageiros poderão sofrer fraturas na
coluna caso estejam com suas poltronas INTERRUPTOR DA CABINE DE
reclinadas. Para evitar tal possibilidade, as COMANDO
normas de segurança requerem que todas as ON — Liga todo o sistema de luzes de
poltronas estejam na posição vertical durante emergência.
decolagens e pousos. ARMED — Armar o sistema para o seu
acionamento automático, no momento em que for
“É da responsabilidade dos comissários checar, desligado o sistema elétrico da aeronave.
em decolagens e pousos, todas as poltronas em OFF — Desliga todo sistema de luzes de
posição vertical, bem como todos os cintos de emergência.
segurança corretamente afivelados”.
INTERRUPTOR DA CABINE DE
EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO PASSAGEIROS
Pode ser dividido em dois grupos:
1- Equipamento de sinalização em ON -Liga todo o sistema, independente da
evacuação(LUZES DE EMERGÊNCIA) posição do interruptor da cabine de comando.
NORMAL - Luzes apagadas, as mesmas que
2- Equipamento de sinalização em ativadas pelo interruptor da cabine de comando.
sobrevivência, (BEACON)

J - 20 -
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Todos os comissários devem saber a localização Quando for colocado na água, a fita se dissolve,
do interruptor de acionamento das luzes de liberando a antena automaticamente e deixando-a
emergência localizado na cabine de passageiros, posicionada para a transmissão de sinais. O
bem como operá-lo estando a aeronave às momento propício para o acionamento é
escuras. As luzes de emergência somente imediatamente após a evacuação, a sinalização
deverão ser acesas após a parada completa da com os radiofaróis é PRIORITÁRIA.
aeronave. As luzes de emergência não devem ser Quando colocado em água salgada, começa a
usadas como luzes de trabalho. Sua utilização é transmitir em 5 segundos em água doce, 5
restrita a situações de emergência, devido à curta minutos.
duração das baterias que as alimentam. Esta Para se interromper a transmissão, basta colocá-lo
duração varia de acordo com o fabricante da na posição horizontal.
aeronave, tendo um tempo médio de duração de Uma vez retirado da água, e depois que sua
20 minutos. bateria tiver secado, não voltará a transmitir.
São, também, equipamentos de sinalização em
evacuação : O modelo RESCUE 99 vem acondicionado em
• lanterna (uma para cada tripulante). um invólucro de plástico transparente,
•alarme de evacuação (por ser um dado hermeticamente fechado e que tem, no seu
específico, o sistema EVAC será abordado nos interior, envelopes com sílica-gel, cuja
manuais de apresentação das aeronaves em cursos finalidade é evitar a penetração de umidade, o
específicos). que poderia danificar a bateria. Há um placar
Por motivo de segurança nos pousos e decolagens indicativo do teor de umidade que, alterando a
em períodos noturnos, a iluminação interna da sua cor, permite uma verificação visual da
aeronave deverá estar na menor luminosidade integridade da bateria (teor de umidade), com as
existente. seguintes indicações.
• AZUL — OK
2 - RADIOFARÓIS DE EMERGÊNCIA • ROSA — SUBSTITUIR
(BEACON) OPERAÇÃO
Na água
O radiofarol de emergência (emergency radio • abrir o invólucro plástico
beacon) deve ser acionado imediatamente após a • liberar a tira de amarração e fixá-la à
evacuação dos ocupantes de uma aeronave embarcação ou às margens de um curso d’água
acidentada, para fornecer às equipes de busca e (rio, lago, etc.).
salvamento as coordenadas do local do acidente. • jogar o radiofarol na água.
Em terra:
MODELO RESCUE 99 • abrir o invólucro, cuidando para não danificar o
saco plástico.
Em todas as aeronaves comerciais de grande • romper manualmente a fita solúvel para liberar a
porte, há pelo menos, um radiofarol de antena.
emergência modelo RESCUE 99. É uma • colocar o radiofarol dentro do saco plástico (ou
unidade compacta, operada por uma bateria outro recipiente, caso haja), na posição vertical,
ativada à base de água. Acima do estojo da colocando água ou qualquer líquido à base de
bateria há uma tira de aproximadamente 18 água até o nível indicado no corpo do
metros de comprimento, cuja finalidade é manter equipamento.
o equipamento preso à embarcação ou à margem
de algum curso d’água. O transmissor tem fixada CHECK PRÉ VÔO
em sua cúpula, uma antena dobrada para baixo, • fixação do radiofarol à aeronave.
presa paralelamente o corpo do mesmo por uma • integridade do invólucro plástico.
fita adesiva poros, solúvel em água. • placar indicativo do teor de umidade.
• pacotes de sílica-gel.

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MODELO LOCATOR CHECK PRÉ VOO


Localização e lacre.
É um complexo TRANSMISSOR / BATERIA
(seco - ativada), fixado entre as câmaras Cada pacote (Kit) de sobrevivência na selva
principais de flutuação de algumas contém:
escorregadeiras-barco equipada com radiofarol - 02 Frascos de 60ml contendo purificador de
modelo LOCATOR, o pino que aciona a bateria água.
(localizado no corpo do transmissor) será - 03 Caixas de fósforo, total de 150 palitos.
removido automaticamente, iniciando-se a - 02 Frascos de 100ml contendo repelente para
transmissão. Nesse momento deverá se acender insetos.
uma lâmpada vermelha, localizada na base da - 01 manual de Sobrevivência na Selva (M.M.A.-
antena. 81)
Se esta lâmpada não acender, deve-se puxar um - 01 espelho sinalizador (circular de metal)
comando triangular, de cor vermelha, localizado, - 01 apito plástico
também na base da antena. Se, ainda assim, a - 20 Analgésicos
lâmpada não acender, deve-se verificar se o pino - 06 Sacos plástico com água (125ml)
da bateria foi removido. Para cessar a transmissão - 02 Foguetes pirotécnicos (baquelite)
do modelo LOCATOR, basta recolocar o pino da - 50 Pacotes de açúcar com 60g cada
bateria no seu lugar. -50 Pacotes de sal com 01g cada
Se for o pino retirado novamente, o equipamento - 01 faca de sobrevivência na selva
voltará a transmitir. contendo 01 bússola removível
- 02 chumbinhos para pesca
- 02 anzóis (um pequeno e um médio)
Os dois modelos possuem a mesma ficha técnica. - 01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m)
- 01 agulha (tipo para costura)
FICHA TÉCNICA DOS RADIOFARÓIS - 01 alfinete (tipo fralda)
(BEACON) DE EMERGÊNCIA - 02 anéis de aço (acoplados ao cabo da faca)
FREQUÊNCIAS - 01 cabo de aço (mais ou menos 20cm)
VHF: 121.5MHz UHF: 243.0 MHz
UHF: 406 MHz EQUIPAMENTO DE FLUTUAÇÃO
ALCANCE DO SINAL
Horizontal: 250 milhas náuticas De acordo com as normas da Organização da
(aprox. 460KM) Aviação Civil Internacional (OACI /ICAO) que
Vertical: 40.000 pés (aprox. 13.000m). tratam de equipamentos de flutuação, todas as
aeronaves que efetuarem vôos transoceânicos
(além de 370Km do
KIT SELVA OU CONJUNTO DE litoral), deverão dispor de equipamentos
SOBREVIVÊNCIA NA SELVA individuais e “coletivos de flutuação”. Aeronaves
que efetuarem voos costeiros (rotas de até 370Km
O conjunto de sobrevivência na selva é do litoral) deverão, obrigatoriamente, portar
constituído de um pacote com itens para ser equipamentos “individuais de flutuação”.
utilizado em um pouso fora de infraestrutura Os equipamentos individuais de flutuação
aeroportuária. homologados são coletes salva-vidas e assentos
Localiza-se, geralmente, no interior de flutuantes e os coletivos são barcos e
compartimento de bagagem (bins) ou em escorregadeiras-barco.
rebaixamento de teto ou ainda em gavetões, Em algumas cias. Aéreas as aeronaves que
diferindo esta localização de acordo com o tipo efetuam vôos costeiros, os tripulantes dispõem de
de aeronave.

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coletes salva-vidas para tripulantes e passageiros,


além dos equipamentos coletivos de flutuação.

EQUIPAMENTOS INDIVIDUAIS
DE FLUTUAÇÃO

COLETES SALVA-VIDAS
Os coletes salva-vidas possuem duas câmaras de
flutuação, que serão infladas, cada uma, por uma
cápsula de ar comprimido. Em casos de falha no
sistema de inflação, os coletes podem ser inflados
por sopro, através de um tubo acoplado a cada
câmara. Os coletes possuem ainda, uma tira
ajustável. Na altura do ombro, entre as câmaras,
há uma luz localizada (ou sinalizadora) que é
alimentada por uma bateria ativada a base de
água. O tempo de duração da luz do colete é de
oito horas, aproximadamente. Cada câmara
inflada suporta, em média, um peso inercial de
60kg. É recomendável que duas câmaras sejam ASSENTOS FLUTUANTES
infladas. Os coletes salva-vidas também podem
ser utilizados para flutuação de suprimento extra São assentos de aspecto normal, porém com uma
de água, mantas e alimentos, desde que haja placa de poliuretano rígido que os torna
tempo disponível para prepará-los. flutuantes. Possuem, também, duas alças.
Os assentos flutuantes suportam um peso médio
inercial de 90Kg. Num pouso na água, os
CHECK PRÉ VOO passageiros devem ser orientados para levá-los
Localização, integridade e data de validade. consigo para fora da aeronave.

INSTRUÇÕES PARA A UTILIZAÇÃO


DOS COLETES
• instruir os passageiros para vestirem os coletes
sem se levantarem de seus lugares.
• orientar para não os inflar no interior da
aeronave, mas na área das soleiras das
portas, ao abandonar a aeronave, ou sobre a asa.
• os sobreviventes deverão manter os coletes
vestidos e inflados até o momento do resgate.
EQUIPAMENTO COLETIVO DE
FLUTUAÇÃO

BARCOS SALVA-VIDAS
Os barcos salva-vidas apresentam formato
poligonal. Os mais usados são de dois tipos e tem
capacidade normal para 25 a 50 pessoas, porém,
com o aumento da capacidade de passageiros das
aeronaves modernas, o número de ocupantes dos
botes também tem sido aumentado. Os barcos são
acondicionados em invólucros de lona e alojados,
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normalmente, em rebaixos de teto das aeronaves. ESCORREGADEIRAS BARCO


Os barcos salva-vidas possuem duas câmaras
principais de flutuação e estão equipados com As escorregadeiras-barco representam o que há
rampas de acesso, alças de embarque, toldo, de mais moderno na aviação atual, no que se diz
montantes metálicos, mastros infláveis ou respeito a sobrevivência em um pouso forçado
metálicos, facas flutuantes, luzes localizadoras, sobre a água.
âncora, corda de amarração e pacote (Kit) de Estão equipadas com estações de embarque (com
sobrevivência no mar. A corda de amarração tem alças e degraus), toldo, montantes estruturais,
um comprimento aproximado de 6 metros. O faca flutuante, luzes localizadoras, rádio beacon
comando manual de inflação, em forma de punho modelo Locator acoplado, bomba manual de
metálico, está fixado na corda de amarração. A inflação, corda com anel de salvamento, âncora,
localização da rampa de acesso está indicada por tira de amarração e pacote (Kit) de sobrevivência
setas existentes laterais do barco. As facas no mar.
flutuantes, que são de lâmina curva, estão Na saída da escorregadeira há uma dobra fechada
localizadas respectivamente, uma em cada por fita “velcro” ou botões de pressão. Sob esta
câmara principal de flutuação do barco, ao final dobra encontra-se um cabo (CABO
da corda de amarração. A finalidade da faca DESCONECTOR) ligado a uma alça de lona, na
flutuante é cortar a corda de amarração, qual está escrita a palavra HANDLE. Antes de
separando definitivamente o barco da aeronave. comandar a abordagem, devese constatar a
Num pouso na água, os barcos, devido ao seu completa inflação da escorregadeira — barco,
peso considerável, somente deverão ser retirados isto é, o cessar do ruído da entrada de ar pelos
de seus alojamentos após a parada completa da aspiradores (venturis). Preferencialmente, deve-
aeronave. se promover a transferência direta dos
Uma vez removidos de seus alojamentos, os passageiros da aeronave para a escorregadeira-
barcos deverão ser levados para as saídas barco.
prioritárias, que estejam acima do nível da água, Para se desconectar uma escorregadeira-barco de
no entanto, só deverão ser levados para cima da sua barra de fixação deve-se:
asa ou jogado para fora da aeronave após terem • levantar a dobra da saia da escorregadeira e
sido fixados por intermédio da corda de • puxar o cabo desconector.
amarração. Mesmo após desconectada, a escorregadeira-
Caso o barco seja retirado através de uma janela, barco ficará ligada a aeronave por intermédio da
a fixação deverá ser na argola existente no tira de amarração, que tem, assim como nos
encaixe da referida saída. barcos, aproximadamente seis metros de
Antes de o barco ser jogado na água deve-se comprimento.
observar, além das condições adversas (arestas Ao se proceder a uma abordagem, deve-se, dentro
metálicas, combustível e fogo), também a direção do possível, manter a escorregadeira-barco bem
do vento, a favor do qual o barco deverá ser próximo á aeronave, utilizando-se a tira de
jogado. Ao se lançar o barco na água, um dos amarração.
participantes da operação deverá segurar e puxar Para separar definitivamente a escorregadeira-
o comando manual de inflação (punho metálico). barco da aeronave, corta-se a tira de amarração
O sistema de inflação dos barcos é semelhante ao junto a embarcação, utilizando-se a faca
das escorregadeiras. Portanto, somente se poderá flutuante, localizada na própria escorregadeira,
comandar a abordagem após ter cessado o ruído próximo ao final da tira.
da entrada de ar pelos aspiradores (venturis), o O tamanho e a capacidade das escorregadeiras-
que indica a completa inflação do equipamento. barco varia de acordo com tipo de aeronave e,
Deve-se promover a abordagem mantendo-se o dentro de cada equipamento, de acordo com a
barco o mais próximo da aeronave, utilizando a dimensão das portas.
tira de amarração.

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ACESSÓRIOS DOS EQUIPAMENTOS Estas luzes são alimentadas por bateria acionada
COLETIVOS DE FLUTUAÇÃO á base de água, semelhante ás dos coletes salva-
vidas. Sua duração é, também, de 8 horas, em
Cada escorregadeira barco contém um KIT MAR média.
dentro dela. Além deste Kit, encontramos outros
equipamentos presos nela que devem ser PACOTE DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR
utilizados em um pouso no mar. São eles: Conteúdo:
• farmácia
ÂNCORA (ou BIRUTA D’ÁGUA) • manual de sobrevivência
É presa ao barco ou escorregadeirabarco por meio • Bíblia
de uma corda e vem acondicionada num • purificador de água
invólucro localizado entre as câmaras principais. • bujões de vedação
Somente deve ser liberada após a separação • balde e esponja
definitiva da aeronave, para que não fique presa á • sinalizadores
aeronave. A finalidade da âncora é retardar a
deriva da embarcação, fazendo com que NOTA
permaneça o maior tempo possível nas As duas latas com água (1/2 litro cada) também
proximidades do local do acidente, facilitando, fazem parte do pacote de sobrevivência no mar,
assim, trabalho das equipes de busca e mas podem ser encontradas presas a uma das
salvamento. extremidades da escorregadeira-barco, na parede
Com mar calmo devese liberar toda a extensão externa. Esta reserva de água é destinada para
da corda; com mar agitado, somente meia fins medicinais (assepsia).
extensão.
FARMÁCIA
CORDA COM ANEL DE SALVAMENTO Contém rolos de gases, anti-sépticos, inalantes de
Está localizada junto a estação de embarque. amoníaco, bandagens estéreis retangulares,
Pode ser utilizada tanto para recuperar pomadas para queimadura e pomada oftálmica.
sobreviventes que estejam na água quanto para
unir as embarcações após o afastamento MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA
definitivo da aeronave. Escrito em inglês, contendo instruções detalhadas
sobre a utilização do equipamento coletivo de
TOLDO (ou CANOPY) flutuação e de seus acessórios.
A finalidade principal da amarração do toldo é
proteger os sobreviventes dos raios solares e dos BÍBLIA
respingos de água do mar. Pode, também, ser Novo testamento, escrito em inglês.
utilizado para captar água da chuva e do orvalho
e para sinalizar á equipes de busca e salvamento. PURIFICADOR DE ÁGUA
Dosar de acordo com a bula.
BOMBA MANUAL DE INFLAÇÃO
Está localizada junto ás válvulas de inflação BUJÕES DE VEDAÇÃO
manual das câmaras principais. Havendo São utilizados para vedar pequenos furos na
necessidade de se completar a inflação de embarcação. Deve-se colocar a parte
qualquer uma das câmaras, seja após a realização emborrachada para o lado de dentro da câmara de
de um reparo de vedação, seja por outro motivo flutuação, cuidando para que o tecido não fique
qualquer, deve-se adaptar a bomba manual á enrugado.
válvula correspondente e operá-la.
BALDE E ESPONJA
LUZES LOCALIZADORAS (ou Em princípio, são utilizados para manter secos o
SINALIZADORAS) interior dos equipamentos coletivos de flutuação.

J - 25 -
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O balde pode ser utilizado como depósito de


água, saco de enjôo ou vaso sanitário.

SINALIZADORES
Os sinalizadores existentes no pacote (kit) de
sobrevivência no mar são os seguintes:
• 02 foguetes pirotécnicos de metal
• 01 corante marcador de água
• 01 espelho sinalizador
• 01 apito
• 02 lanternas ativadas á base de água.
A seguir, estudaremos cada um dos quatro lados
KIT MÉDICO do“Tetraedro do Fogo”, ou seja, cada uma das
quatro condições necessárias para que haja a
Trata-se de um kit com equipamentos e remédios combustão. A finalidade deste estudo é
para ser utilizado por um médico. Desse modo conhecermos perfeitamente os processos que nos
sua utilização ficará restrita a possibilidade de permitirão fazer cessar a reação química da
termos um médico a bordo. Caso algum combustão, isto é, apagar ou extinguir o incêndio.
passageiro ou tripulante passe mal, devemos fazer
um anúncio para saber se temos um médico a Reação em Cadeia
bordo. Caso afirmativo, este poderá atender a A reação em cadeia torna a queima
pessoa que não está passando bem e abrir o kit. autossustentável. O calor irradiado das chamas
atinge o combustível e este é decomposto em
CHECK PRÉ VOO partículas menores, que se combinam com o
oxigênio e queimam, irradiando outra vez calor
Localização e lacre. para o combustível, formando um ciclo constante.
A interrupção da reação em cadeia consiste,
COMBATE AO FOGO através de substâncias cujas moléculas se
desassociam pela ação do calor e se une com
DEFINIÇÃO mistura inflamável (gás ou vapor + comburente),
O controle e extinção de um incêndio pedem um formando outra mistura não inflamável.
entendimento da natureza do fogo. Isso inclui
informações sobre fontes de calor, composição e Combustível
características dos combustíveis e as condições É tudo aquilo capaz de entrar em combustão,
necessárias para a combustão. produzindo luz e calor. O combustível poderá ser
O fogo é uma reação química de oxidação, sólido, líquido ou gasoso. O corpo combustível
autossustentável, com liberação de luz, calor, determinará a classe de incêndio. É o material
fumaça e gases. que alimenta o fogo e serve de campo à sua
Adota-se o tetraedro (quatro faces) para propagação.
exemplificar e explicar a combustão, atribuindo-
se, a cada face, um dos elementos essenciais do
fogo. Comburente
Para que aconteça a combustão, é necessária a É o elemento químico que se combina com o
presença dos 4 elementos: combustível, combustível, possibilitando a combustão.
comburente (oxigênio), a temperatura elevada Normalmente, o comburente é o oxigênio que
(calor) e a reação em cadeia, que concorrem existe no ar atmosférico, e alimenta as
conjuntamente nas devidas proporções. combustões que se desenvolvem na atmosfera. É
o elemento ativador do fogo, isto é, que lhe dá

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vida e intensifica o fenômeno da combustão. O CLASSE C


oxigênio é o principal dos comburentes.
Fogo em equipamento eletro/eletrônicos
energizados. A extinção só pode ser realizada
Calor com agente extintor não-condutor de eletricidade,
O calor ou temperatura elevada pode ser um dos nunca com extintores de água ou espuma.
elementos responsáveis pela transformação do O primeiro passo num incêndio de classe C, é
combustível em fogo. É o elemento que serve desligar o quadro de força, pois assim ele se
para dar início à combustão, mante-la e incentivar tornará um incêndio de classe A ou B.
sua propagação.

CLASSIFICAÇÃO DO FOGO

CLASSE A

Fogo em materiais sólidos ordinários (comuns),


tais como papéis, madeira e tecidos, deixando
cinzas e resíduos após a queima. Sendo
necessário realizar rescaldo após apagar o fogo.
Queimam em superfície e profundidade. Esse tipo
de incêndio é extinto principalmente pelo método
de resfriamento, e as vezes por abafamento.
CLASSE D

São os incêndios em metais pirofóricos


(magnésio, potássio, titânio, sódio, lítio) que
exigem para sua extinção, agentes extintores
especiais que se fundem em contato com o metal
combustível.
Extintores a base de pó seco são os mais
indicados para combater o fogo de Classe D,
CLASSE B devido à possível reação química com os
componentes de outros extintores.
Fogo em líquido e gases inflamáveis, tais como NUNCA USAR HALON E
querosene, gasolina, óleos e graxas lubrificantes, ÁGUA EM FOGO DE CLASSE D.
que não deixam resíduos após a combustão.
Queimam em superfície e após a queima, não PONTO DE ATENÇÃO:
deixam resíduos; esse tipo de incêndio é extinto Fogo envolvendo pequenas quantidades de ion-
pelo método de abafamento. lítio, como as encontradas em baterias de
notebooks, celulares e outros equipamentos
portáteis, não deve ser tratado como fogo de
Classe D. Nesse caso, o mais adequado a bordo é
utilizar primeiramente o extintor de Halon e, em
seguida, utilizar qualquer líquido a base de água
com o
objetivo de resfriar as células da bateria, uma vez
que somente a água pode prover resfriamento
suficiente para prevenir nova ignição ou
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propagação do fogo nas células adjacentes da CONDUÇÃO


bateria. O cesto metálico do toalete poderá ser Quando se transmite de molécula a molécula,
utilizado, inclusive para amarzenar na lixeira pelo simples contato dos corpos.
novamente, uma vez que temos um extintor Ex: combustão de uma fogueira.
dentro da lixeira e manter vigilância até o pouso.
Após o pouso o equipamento poderá ser CONVECÇÃO
devolvido ao passageiro. Quando a transmissão é feita por meio de
deslocamento de massa de ar aquecido (mais leve
que o ar comum), a qual se desloca do local em
chamas levando energia calorífica suficiente para
que outros materiais combustíveis atinjam seus
pontos de combustão.
Ex: chama no topo de chaminés.

IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
Quando a transmissão de energia calorífica se dá
por meio de ondas de calor através do espaço ou
DESENVOLVIMENTO DE UM INCÊNDIO materiais. Ex: calor da energia solar.

É importante saber as causas que poderão Para melhor compreensão das três formas de
originar um incêndio, para aprender a dominá-lo. propagação, pode -se considerar o seguinte
Estas fases são três: ECLOSÃO, INSTALAÇÃO exemplo: uma instalação elétrica embutida num
e PROPAGAÇÃO. forro e mal dimensionada, é exigida acima de sua
capacidade, resultando num superaquecimento
ECLOSÃO dos condutores. Este fato gera a combustão do
Entende-se por eclosão a causa imediata, isto é, o material. Após algum tempo o próprio forro entra
evento que, atuando sobre as condições em combustão, e levando o fogo ao seu redor.
existentes, é capaz de dar origem ao fogo.
Dentro desta fase interessa identificar esses
eventos e descrever em que condições eles atuam. MÉTODOS DE EXTINÇÃO

INSTALAÇÃO A eliminação de um ou mais componentes do


É o primeiro momento do fogo propriamente dito. tetraedro resultará na extinção do fogo.
É o instante em que deixam de haver apenas
condições passadas e passa a existir uma forma 1. RESFRIAMENTO
definida de combustão. O resfriamento é o método de extinção mais
utilizado. Consiste em se retirar calor do material
PROPAGAÇÃO incendiado. Ex: Redução da temperatura do
É todo o desenvolvimento do fogo após a combustível, com utilização da agente água.
instalação; é quando são determinadas as
dimensões e a área de abrangência. Nesta fase são
estudadas as razões da propagação do fogo, isto é,
quais os fatores que facilitam o desenvolvimento
do fogo. O fogo se propaga por contato direto da
chama sobre os materiais, pelo deslocamento de
partículas incandescentes que se desprendem de
outros materiais já em combustão, ou pela ação
do calor. Neste último caso a transmissão de calor
pode ocorrer por:

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durante todo o tempo de voo (inclusive paradas


2. ABAFAMENTO técnicas e escalas), o comissário tem por
O abafamento consiste na eliminação do oxigênio obrigação certificar-se de que as áreas da
das proximidades imediatas do combustível. aeronave que se encontram sob sua
Ex: Sufocação do combustível por meio de responsabilidade estão em perfeita ordem. É
espuma, pano, areia, etc. necessária a verificação de toda a parte elétrica e
painéis de galleys, observando se seu
funcionamento esta normal e se os fornos não
deixam transpirar gases, odores de fumaça ou
fogo.
Verificar, especialmente, todos os extintores: se
estão em seus devidos lugares, fixos em seus
encaixes, com os lacres de segurança e dentro da
validade.
Verificar, também, se o acesso aos mesmos está
3. ISOLAMENTO desimpedido.
O isolamento se baseia na retirada do material Realizar RONDAS periódicas a cada 30
que poderá vir a ser atingido pelo fogo, evitando minutos de voo durante os plantões, mantendo
a sua propagação para outras áreas. severa vigilância, principalmente sobre os
Ex: Fechamento da válvula de passagem do toaletes.
combustível; retirada do material ainda não
incandescido, etc.
EQUIPAMENTO AUXILIAR DE COMBATE
AO FOGO EM AERONAVES

EXTINTORES

De acordo com regulamentos vigentes, as


aeronaves devem estar equipadas com extintores
portáteis de tipos e em quantidades adequadas
para atender eventuais necessidades.
Cada tipo de aeronave, individualmente, recebe
4. QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA OU
uma homologação das autoridades aeronáuticas
EXTINÇÃO QUÍMICA
competentes, para instalar e adequar os tipos de
A quebra da reação em cadeia ocorre a nível
extintores em função do tamanho da aeronave.
molecular e é o principal método de extinção é o
uso de extintores químicos( pó químico especial,
Na prática, geralmente os incêndios combinam
hallon). Impede que moléculas incandescentes
mais de uma classe e podem ocorrer em locais
entrem em contato com os vapores emanados do
que tornam proibido o uso de determinado
combustível, evitando a propagação do fogo.
agentes extintores, como por exemplo a água em
áreas onde haja circuitos elétricos energizados,
VIGILÂNCIA CONTÍNUA
embora estes não estejam em combustão.
Normas de prevenção ao fogo são basicamente
Desse modo, antes de usar qualquer extintor,
simples, mas há necessidade de enfatizá-la.
deve-se avaliar as condições do local e, sempre
Prevenção é uma atividade que os comissários
que possível, desligar todos os circuitos elétricos.
DEVEM praticar todos os dias, como parte de
seus deveres normais de profissionais para manter
ou mesmo aumentar a sua segurança e a dos
passageiros. Antes de cada decolagem, bem como
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EXTINTOR FIXO DE GÁS FREON compartimento, pois o mesmo só viria alimentar


o fogo caso ele viesse ocorrer.

Os toaletes estão, também, equipados com


DETECTORES DE FUMAÇA.

Nas aeronaves atuais, são utilizados extintores


fixos de gás Freon como agentes extintores de
incêndios em toaletes e também para o combate
ao fogo nos motores e APU (aeronaves de médio
e grande porte).
O Freon é um gás extintor que está acondicionado
em um recipiente fixado sob a pia dos toaletes.
Sua ação, combate o fogo pelo princípio de
resfriamento. Se houver aumento de temperatura, Em algumas aeronaves, os detectores de fumaça,
o gás será liberado automaticamente, através de os alarmes visuais e sonoros e o teste do sistema
dois ejetores. estão em uma única peça localizada no interior de
Estes ejetores, quando expostos à temperatura de cada toalete; em outras os detectores de fumaça
174o Fahrenheit (79o Celsius), liberam o gás encontram-se no interior de cada toalete, porém
diretamente sobre a lixeira (um ejetor) e sobre o os painéis com alarme visual e sonoro e teste do
aquecedor de água (outro ejetor). Na porta de sistema estão localizados na parede externa dos
acesso ao extintor existe um placar indicativo de referidos toaletes.
temperatura com quatro pontos claros.

EXTINTOR DE HALON
(COMPOSTO HALOGENADO DE
CROMOCLORODIFLUORMETANO — BCF)

Abaixo de cada ponto está determinado o grau de


temperatura, à medida que a temperatura vai
subindo e atingindo as temperaturas
indicadas, os respectivos pontos vão ficando
escuros.
A responsabilidade dos comissários é verificar se
a PORTA DA LIXEIRA, que é a PORTA
CORTA FOGO (acesso ao extintor) está bem
fechada, para diminuir a entrada de oxigênio no

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superior responsável pela cabine onde


Os extintores de Halon possuem as seguintes foi utilizado o extintor). O número de
características: registro do equipamento deve constar
• formato cilindro; no relatório.
• cor vermelha
• base côncava; CHECK PRÉ VOO
• manômetro
• alça empunhadura, gatilho e bico Localização, fixação, manômetro na faixa verde,
ejetor; lacre e validade.
•pino/argola de segurança;
• conteúdo: 900g de composto halogenado EXTINTOR DE ÁGUA
• 100g de nitrogênio (SOLUÇÃO DE ÁGUA/GLICOL)
• duração média de 8 segundos;
• alcance médio de 2 metros;

O agente extintor é um líquido que se vaporiza


rapidamente, atinge locais de difícil acesso, não
deixa resíduos e o vapor diminui a visibilidade
durante a descarga. Como não é condutor de
corrente elétrica (testado a 1.000 V), o extintor de
Halon é específico para o combate a um fogo
classe C.
Pode ser utilizado para o combate ao fogo das
classes A e B, com seguintes restrições: O extintor de água as seguintes características:
• ao ser empregado em fogo classe A, recomenda- • formato cilíndrico;
se, após o seu uso, fazer o rescaldo dos resíduos, • cor acinzentada;
devido ao agente extintor agir somente na • gatilho, punho e bico ejetor;
superfície. • conteúdo: 1,5 litros de água/glicol;
• em fogo envolvendo papéis (classe A) ou • duração média de 30 segundos;
líquidos inflamáveis (classe B), deve-se afastar • alcance médio de 6 metros;
do fogo e borrifar o material incandescente pois • cápsula com ar comprimido (embutida
corre-se o risco de espalhar o fogo à pressão de no punho).
saída do agente extintor. O extintor de água é específico para o combate a
um fogo classe A, onde a extinção por
OPERAÇÃO resfriamento é a mais adequada. É contraindicado
• puxar o pino/argola para romper o l para combater fogo que envolva equipamento
lacre. elétrico energizado, devido à água ser condutora
• manter o extintor na posição vertical de corrente elétrica.
para um melhor aproveitamento do
agente extintor (tubo sifão no interior OPERAÇÃO
do extintor). • girar o punho no sentido horário para romper o
• apertar o gatilho e dirigir o agente lacre e pressurizar o cilindro.
extintor para a base das chamas, em • manter o extintor na posição vertical
forma de varredura. para um melhor aproveitamento do
• após o uso, recolocar o extintor em agente extintor ( tubo sifão no interior
seu lugar de origem, fixando-o com as do extintor)
presilhas. • pressionar o gatilho dirigindo o jato
• reportar ao piloto de voo e fazer constar d'água para a base das chamas, em forma de
em relatório (chefe de equipe ou varredura.

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CHECK PRÉ VOO

Localização, fixação, lacre e validade.

NOTA:
• NÃO usar em circuito elétrico energizado.
• NÃO recomendado para fogo classe B.
• NÃO dirigir o jato para os olhos, devido
ao glicol provocar reações nocivas aos
mesmos.

OUTROS EXTINTORES (NÃO


UTILIZADOS EM AVIÕES)
EXTINTOR DE CO2
( DIÓXIDO DE CARBONO)
Seu estudo tem o caráter informativo e objeto de OPERAÇÃO
avaliação em provas. • direcionar o tubo difusor, protegendo-o
com uma das mãos ( caso o tubo
O extintor de CO2 possui as seguintes esteja frouxo, não se movimentará em
características: direção ao rosto) ou segurá-lo com
• formato cilíndrico; luva de amianto ou KLEVLAR.
• cor vermelha; • manter o extintor na posição vertical
• gatilho, cano metálico e punho tipo revólver; para um melhor aproveitamento do
• conteúdo: 3/4 de CO2 (1 kg); agente extintor (tubo sifão no interior
• 1/4 de nitrogênio; do extintor).
• 900 psi de pressão; • apertar o gatilho (com este movimento
• duração média de 25 seg. o lacre romperá) e direcionar o jato
• raio de alcance de 1,5m para a base das chamas, em forma de
• tubo difusor. varredura. Em um fogo classe C, se os
O extintor de CO2 é específico para o combate a circuitos elétricos não puderem ser
um fogo classe C (equipamento elétrico desligados, pode-se lançar descargas
energizado), devido ao agente extintor não intermitentes de CO2, após o fogo ter
danificar o equipamento nem conduzir sido extinto, para evitar uma nova ignição.
eletricidade. Pode ser utilizado para o combate a
fogo das classes A e B com as seguintes PRECAUÇÕES
restrições : • NÃO segurar com as mãos nuas (use luvas de
• ao ser empregado em fogo classe A, proteção), o cano metálico, do tubo difusor ou o
recomenda-se , após o seu uso, fazer fundo do cilindro.
o rescaldo dos resíduos, devido ao • NÃO dirigir para o rosto, pois a
CO2 agir somente na superfície. pressão e a baixa temperatura do
• em fogo envolvendo papéis (classe A) agente extintor podem provocar lesões
ou líquidos (classe B), deve-se afastar nos olhos.
do fogo e borrifar o material incandescente, pois • NÃO expor a pele ao jato do agente
corre-se o risco de espalhar o fogo devido à alta extintor por tempo prolongado, pois
pressão de saída do agente extintor. pode ocorrer queimadura por
•em áreas muito ventiladas, o agente extintor congelamento.
perde a eficácia.

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EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO
(BICARBONATO DE SÓDIO)
Seu estudo tem o caráter informativo e objeto de
avaliação em provas.

O extintor de pó químico possui as seguintes


características:
• formato cilíndrico.
• cor vermelha.
• base convexa.
• alça empunhadura, gatilho e bico
ejetor.
• pino/argola de segurança.
• conteúdo: 900g de bicarbonato de sódio.
• 100g nitrogênio. OPERAÇÃO
• duração média de 25 segundos • puxar o pino/argola para romper o
• alcance médio de 2 metros. lacre.
• manômetro • manter o extintor na posição vertical
O extintor de pó químico é específico para o para um melhor aproveitamento do
combate a um fogo classe B (líquidos agente extintor (tubo sifão no interior
inflamáveis), onde a extinção por abafamento é a do extintor).
mais indicada. Pode ser utilizado para • apertar o gatilho e dirigir o jato do
combate ao fogo das classes A e C, com as agente extintor para base das chamas,
seguintes restrições : em forma de varredura.
• ao ser empregado em fogo classe A, • após o seu uso, recolocar o extintor
recomenda-se após o seu uso, fazer em seu lugar de origem, fixando-o com
rescaldo dos resíduos, devido ao as presilhas.
agente extintor agir somente na
superfície. PRECAUÇÕES
• pode ser utilizado em fogo classe C, • NÃO usar diretamente sobre pessoas,
pois não é condutor de corrente pois pode provocar a sensação de
bloqueio da respiração.

elétrica; entretanto, tem efeito corrosivo nos LUVAS DE KEVLAR – AMIANTO


equipamentos elétricos a longo prazo.
• quando usado em áreas confinadas O par de luvas de amianto é um equipamento
pode provocar dificuldades de respiração auxiliar no combate ao fogo porque o material
(parcial) e visibilidade. empregado na sua confecção é um isolante
térmico (amianto ou asbesto), protegendo,
portanto, mão e parte dos braços do usuário.
Geralmente utilizado junto com extintores.

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d) Comunicar ao Comandante quando


houver incêndios a bordo;
e) Em casos de constatação de fogo, fumaça
ou gases na cabine de passageiros,
avisar imediatamente o Comandante pelo
interfone, para evitar que os mesmos
entrem para a cabine de comando;
f) Em casos de fogo ou fumaça na cabine de
comando, manter a porta fechada, visando
a evitar pânico por parte dos passageiros;
g) Sempre que necessária a intervenção por
parte do tripulante de cabine em
ocorrências de incêndio, o mesmo deverá
munir-se previamente de CAF;
h) Depois de extinto um incêndio, proceder
CHECK PRÉ VOO a uma eficaz ventilação na cabine, se
Localização e integridade. assim a situação permitir;
i) Certificar que o fogo e a fumaça não
PROCEDIMENTOS A BORDO DE UMA deixaram vítimas;
AERONAVE j) Estando a aeronave no solo e sendo
necessária a evacuação dos passageiros,
A segurança da tripulação e passageiros em uma certificar-se de que as vias de fuga
aeronave deve-se primordialmente às ações (portas e janelas) estejam em condições
previamente adotadas visando eliminar ou reduzir seguras de utilização e protegidas pelos homens
as possibilidades de ocorrência de sinistros, isto do Corpo de Bombeiros ou Órgão responsável
é, a prevenção, bem como o perfeito pela segurança.
conhecimento por parte dos tripulantes de cabine,
no que diz respeito a equipamentos de extinção e CIRCUIT BREAKERS
adequada aplicação tática, na ação do combate ao Os Circuit Breakers são destinados à proteção
fogo. contra superaquecimento resultante de uma
Cabe, portanto, ao tripulante de cabine: descarga elétrica anormal em um equipamento. O
1- Antes do embarque dos passageiros checar os Circuit Breaker se desativa automaticamente
equipamentos de prevenção e combate a quando é detectada uma carga elétrica
incêndios, verificando: predeterminada. Quando isso ocorre, o
a) Localização adequada dos equipamentos; equipamento elétrico afetado se desativa total ou
b) Condições de uso dos extintores; parcialmente.
c) Providenciar a substituição dos Os Circuit Breakers que se relacionam com o
equipamentos sem condições de uso e equipamento de Cabine, como luzes e sistemas de
reposição no caso de estarem ausentes. entretenimento, podem ser utilizados para isolar
2- Após o embarque dos passageiros: esse equipamento específico em caso de fumaça e
a) Orientar os passageiros no sentido de fogo em uma ação para combate ao fogo.
evitar ações que possam vir a tornarem-se Atenção: Não se deve resetar um Circuit Breaker
causas de incêndio; que esteja fora de sua posição( saltado), dado que
b) Estar atento a situações, voluntárias ou isso pode causar mais danos no equipamento,
não, que possam gerar uma situação além de afetar outros equipamentos elétricos e
de sinistro; causar um superaquecimento e/ou fogo/fumaça.
c) Na ocorrência de princípios de incêndio,
procurar combatê-lo, atuando com os
agentes extintores apropriados;

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possível, informando a área atingida e as


FOGO EM VOO providências tomadas, conclui-se então que esta é
A ocorrência de fogo em pleno voo é bastante uma AÇÃO IMEDIATA REQUERIDA.
perigosa pelas graves consequências que pode Feito isso, dependendo das circunstâncias
acarretar. A limitação dos meios de combate ao existentes, deverá suprir o colega com novos
fogo, a quantidade de material combustível extintores. Se o fogo ocorrer em circuitos
presente, a ausência de auxílio especializado e, elétricos energizados, a corrente elétrica deverá
principalmente, a adversidade das condições ser imediatamente desligada. Os cilindros
reinantes concorrem para aumentar os problemas portáteis com oxigênio terapêutico que estiverem
causados. Daí a necessidade do tripulante se na área afetada deverão ser removidos
especializar e ter os devidos conhecimentos de imediatamente. Os demais comissários deverão
como prevenir a eclosão de fogo a bordo. evitar o pânico entre os passageiros.
Nesse caso a comunicação entre a tripulação de Se o fogo tiver eclodido numa área onde haja
cabine e a técnica é essencial. equipamentos elétricos energizados, desligar o
O fogo a bordo poderá ocorrer dentro das circuito elétrico da área afetada é também uma
limitações da cabine de comando, sob o controle AÇÃO IMEDIATA requerida. Todas estas ações
de seus ocupantes (tripulantes técnicos). Porém, são PRIORITÁRIAS e DEVEM ser executadas
muitas vezes, acontecem na área de atuação dos imediata e simultaneamente ao se detectar fogo a
tripulantes de cabine, sendo o combate, portanto, bordo.
de sua responsabilidade.
A prevenção, entretanto, é a melhor conduta. CONCLUSÃO : PEDIR AUXÍLIO é a ÚNICA
Realizar o procedimento da ronda, já AÇÃO IMEDIATA REQUERIDA
mencionado anteriormente. que possibilita a SIMULTANEIDADE de ações.
Realizar rondas periódicas, mantendo vigilância, Partindo-se da premissa que em qualquer situação
principalmente nos lavatórios. de emergência a bordo o comandante da aeronave
É necessário a verificação da parte elétrica e deverá ser notificado e mantido informado pelo
painéis de galleys, observando se o meio mais rápido e eficaz, conclui-se que
funcionamento está normal e se os fornos não comunicar imediatamente ao comandante, é a
deixam transpirar gases, odores de fumaça ou primeira ação a ser tomada.
fogo. Verificar no início do voo se todos os Sabendo-se que a velocidade de propagação do
extintores estão em seus devidos lugares, fixos fogo aumenta em progressão geométrica, deve-se
em seus encaixes, com os lacres de segurança e iniciar o combate o quanto antes, utilizando o
dentro da validade. Verificar, também, se o extintor adequado à sua classe. Porém, se o fogo
acesso aos mesmos está desimpedido. não estiver visível ou não for localizado, não
dispare o extintor aleatoriamente. Se o fogo tiver
Quando se avalia uma situação de fogo, AÇÕES surgido numa área onde haja equipamentos
IMEDIATAS E SIMULTÂNEAS devem ser elétricos energizados, desligar o circuito elétrico
tomadas e, em seguida, AÇÕES da área afetada assim que o fogo for detectado.
SUBSEQUENTES. Geralmente, o comissário Todas estas ações são prioritárias e devem ser
que detecta o fogo deve munir-se de um extintor executadas imediata e simultaneamente ao se
adequado e CAF para combatê-lo imediatamente. detectar fogo a bordo.
Simultaneamente, deve procurar chamar a Portanto, pedir auxílio é imprescindível para
atenção de algum colega que, por sua vez, virá lograrmos a simultaneidade das ações. Um
em seu auxílio devidamente equipado (quando for tripulante irá combater o fogo, outro irá auxiliá-lo
o caso, com mais um capuz anti-fumaça (C.A.F.), e outro irá comunicar o Comandante.
par de luvas de amianto e mais um extintor Havendo necessidade de permanecer em área
adequado. Outro comissário deverá comunicar com fumaça, o comissário deverá equipar-se com
imediatamente à cabine de comando pelo meio capuz anti-fumaça (C.A.F.). O uso do PAR DE
mais rápido, sendo o mais objetivo e conciso LUVAS de amianto as faz evidente como

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proteção às mãos e antebraços, principalmente na A colocação de objetos (jornais, revistas, casacos)


remoção dos painéis e no rescaldo. sobre grades de retorno de ar podem provocar
Deve-se avaliar a necessidade da realização do combustão por superaquecimento e, como o fluxo
rescaldo (jogar água onde foi realizado o de ar da cabine dispersa a fumaça, esta não é
combate, caso seja aplicável na classe do fogo). percebida de imediato.
Caso algum ocupante da aeronave tenha inalado Jornais e revistas em voos de longa duração
fumaça em demasia, aplicar oxigênio terapêutico. tornam-se tão ressecados que se transformam em
Não é aconselhável a ingestão de água por excelente combustível. Uma norma preventiva é
pessoas que estejam expostas à fumaça; em não deixar sobras deste material amontoadas em
cabines enfumaçadas, a água pode ser usada para cantos ou mesmo sob poltronas. Deve-se colocar
molhar os cabeçotes e estes usados como filtro sempre em compartimentos fechados como
minimizando os efeitos tóxicos da fumaça. armários ou bins.
Sempre que houver fumaça densa na cabine, Latas vazias de sprays ou vidros de colônia não
lembre - se que a fumaça tem tendência a subir. devem ser jogadas nas lixeiras dos toaletes, pois
Sendo difícil respirar estando em pé, arrastando- caso ecloda fogo na lixeira, o calor fará com que
se pelo chão, você irá respirar melhor, pois explodam, espalhando o material em chamas.
sempre permanece uma pequena camada de
oxigênio próximo ao chão. FOGO NO TOALETE

CAUSAS PROVÁVEIS DE ECLOSÃO A Fumaça e fogo no lavatório podem ser causados


BORDO por mau funcionamento elétrico, por exemplo, no
aquecedor de água, sistema de descarga, ou por
CABINE DE PASSAGEIROS materiais que queimam devido ao apagamento
 Cigarros (Classe A); indevido de cigarros na lixeira do lavatório.
 Grades de retorno de ar obstruídas (Classe O lugar mais propício a se iniciar um incêndio no
A); toalete é dentro da lixeira, causado
 Colocação de papelão ou pano para principalmente por cigarros.
vedação de luzes individuais em pane; Embaixo da pia de cada toalete, existe um
 Curto circuito na fiação existente nas extintor de FREON, que é acionado
PSUs ou nos braços das poltronas (Classe automaticamente quando a temperatura atingir
C). 174o Fahrenheit (79o Celsius).
 Este extintor normalmente é checado pela
LAVATÓRIOS/TOALETES manutenção da empresa, porém, sua verificação
 Pontas de cigarros acesas ou fósforos pelos comissários no check pré voo também pode
jogados no interior das lixeiras (Classe ser uma ação preventiva.
A). Existe ainda uma chave para o corte de água para
o aquecedor de água.
 Curto-circuito nas fiações de painéis ou
Um detector sonoro de fumaça, também chamado
iluminação (Classe C).
de SMOKE DETECTOR está instalado no teto de
cada toalete. Este detector possui dois (2) botões
GALLEYS
sendo um para teste e outro para RESET. Ainda
 Fósforos ou cigarros jogados nas lixeiras
existe uma luz verde indicando que o mesmo está
(Classe A);
energizado. No caso da presença de fumaça, ele é
 Manuseio inadequado do equipamento disparado, só cessando quando feito o reset
elétrico (Classe C); (inserção de um objeto pontiagudo no orifício
 Curto circuito dos painéis (Classe C); próprio) ou quando a fumaça se dissipar.
 Colocação de painéis, papelão ou panos
em fornos ligados (Classe C). Caso ocorra fogo no toalete, devemos:

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- Em primeiro lugar verificar se a porta Ações simultâneas de trazer mais equipamentos


está quente, confirmando a presença de combate ao fogo, acalmar passageiros e
do fogo, com as costas das mãos. comunicar o Comandante.
- Pegar e vestir a CAF e extintor, abrir a porta o
mínimo possível até que o bocal do extintor seja
colocado dentro, ou seja na fresta. FOGO EM SISTEMA DE
- Disparar o extintor inteiro dentro do ENTRETENIMENTO
Toalete, em forma de varredura vertical.
- Abrir uma fresta e caso tenha se extinguido o Nas aeronaves mais modernas contamos com
fogo, entrar e fazer o rescaldo. sistemas de entretenimento para filmes, vídeos de
segurança, etc. Sempre que tivermos uma
Ações simultâneas de trazer mais equipamentos ocorrência nestes sistemas, devemos desligar o
de combate ao fogo, acalmar passageiros e sistema no botão ON/OFF, imediatamente
comunicar o Comandante. retirando a energia do sistema.

FOGO NA GALLEY Ações simultâneas de trazer mais equipamentos


de combate ao fogo, acalmar passageiros e
Primeiro passo a ser tomado, será de comunicar o Comandante.
desligar os CB’s (fusíveis). Nunca utilize
extintor de água em fogo de origem elétrica com FOGO ENVOLVENDO ARTIGOS
os CB’s ligados. PERIGOSOS
Após a extinção do fogo, fazer o rescaldo com o
máximo de líquido possível. Talvez não seja possível identificar
imediatamente o artigo (origem do
Caso ocorra fogo no forno, devemos: fogo). Neste caso, obter e utilizar o extintor
- Desligar os CB’s( Circuit Breakers) e aguardar adequado, e ponderar o uso de água; mobilizar os
que o fogo se apague por abafamento. passageiros para longe da área, se possível;
- Caso o fogo persistir, proceder como no fogo no informar ao comandante e outros membros da
toalete; munir-se de CAF, Kevlar e extintor, abrir tripulação de cabine. Identificar o artigo;
uma fresta e disparar o extintor adequado. colocar as luvas de kevlar e o PBE;
mobilizar os passageiros para longe da área e
OBS.: se for detectado fogo/fumaça em algum distribuir toalhas ou panos molhados;
dos containeres (caixas metálicas de material de colocar os artigos perigosos em sacos de
serviço de bordo) e o fogo não tiver saído do polietileno e, a seguir,
container, NÃO se deverá abri-lo, pois o oxigênio colocar os sacos de polietileno em um local
que entrar poderá alimentar o fogo, aumentando a adequado; cubra a substância derramada sobre o
sua intensidade. tecido e piso; inspecione periodicamente os
Se possível, deve-se reduzir ao mínimo as artigos guardados e elementos contaminados.
aberturas de ventilação. Cobertores molhados
podem ser usados para cobrir aberturas maiores.
O próprio container servirá como proteção contra FOGO EXTERNO
o alastramento do fogo. Desta forma, se a
quantidade de agente extintor for limitada, será A maioria das panes ocorre normalmente no solo,
bem mais benéfico deixar o fogo queimar dentro no momento da ignição dos motores. Eles estão
do container e usar o extintor para prevenir o mais propensos a apresentar um mau
alastramento do fogo para áreas adjacentes. funcionamento quando são ligados do que em
qualquer outro momento de sua operação. O fogo
que irrompe durante a ignição de um motor, em
geral se desenvolve no sistema de exaustão. É

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conhecido como tail pipe fire. O fogo pode se Classe 4 - Sólidos Inflamáveis
iniciar em um motor durante o taxiamento. Neste Classe 5 - Oxidantes
caso, a situação pode vir a ser bastante grave, Classe 6 - Tóxico e Infeccioso
pois encontra -se longe de qualquer possibilidade Classe 7 – Radioativos
imediata de combate ao fogo por parte dos Classe 8 - Corrosivos
bombeiros ou do pessoal de pista. Tanto o fogo Classe 9 - Diversos (Miscelâneos)
durante a ignição dos motores quanto durante o
taxiamento pode desenvolver-se e tornar-se tão ACEITAÇÃO DE ARTIGOS PERIGOSOS A
perigoso que haja necessidade de evacuar a BORDO
aeronave. Uma vez que esta possibilidade existe,
os comissários devem sempre estar treinados Quando houver um artigo perigoso a bordo, as
(física e psicologicamente), pois se houver devidas informações deverão ser passadas para o
comando de evacuação, a ação deverá ser comandante através da NOTOC (notificação ao
imediata. Comandante), devidamente preenchida e assinada
pelo expedidor da carga.
O preenchimento da NOTOC é obrigatório para
CLASSIFICAÇÃO DE ARTIGOS todo embarque de artigos perigosos, cadeira de
PERIGOSOS ANEXO 18 ICAO rodas motorizadas, skiffs, animais vivos, órgão
vivo, armas de fogo, armas desportivas e
Artigos Perigosos são definidos como artigos ou passageiro armado.
substâncias com capacidade de transmitir risco à Todavia, poderemos ter ocorrência de passageiros
segurança, à saúde e/ou ao meio ambiente. A entrarem a bordo com estes artigos perigosos na
IATA dividiu os Artigos Perigosos em 9 classes sua bagagem sem que ninguém tenha averiguado
distintas, considerando apenas o tipo do risco e informado ao piloto. Por isso faz-se
envolvido. A ordem de apresentação não significa imprescindível que os comissários estejam com
de grandeza ou importância. Algumas classes consciência situacional elevada durante embarque
apresentam divisões expressas por um e voo para estarem preparados no caso de alguma
segundo algarismo após um ponto, onde o ocorrência. Caso identifique alguma etiqueta de
primeiro dígito indica a classe a que se refere. artigo perigoso em bagagem de mão de
Exemplo: 4.1 – Classe 4, divisão 1. passageiro, deverá abordá-lo e verificar.

ATOS DE INTERFEÊNCIA ILÍCITA


CONTRA AVIAÇÃO CIVIL ANEXO 17
ICAO

De acordo com o artigo 4º, inciso CXXX, do


Programa Nacional de Segurança da Aviação
Civil (PNAVSEC), considera-se AVSEC como a
combinação de medidas, de recursos humanos e
de materiais destinados a proteger a aviação civil
contra atos de interferência ilícita.
São atos de interferência ilícita aqueles
referenciados no Programa Nacional de
Segurança da Aviação Civil contra Atos de
Interferência Ilícita – PNAVSEC, reproduzidos
Estão divididas em 09 classes: abaixo.
Classe 1 - Explosivos (Proibido o embarque) Ato ou atentado que coloca em risco a segurança
Classe 2 - Gases da aviação civil e o transporte aéreo, a saber:
Classe 3 - Líquidos Inflamáveis * Apoderamento ilícito de aeronave em voo;

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* Apoderamento ilícito de aeronave em solo; pessoa deve ser devidamente avaliada antes de
* Manutenção de refém a bordo de aeronaves ou ser utilizada como saída.
nos aeroportos;
* Invasão de aeronave, de um aeroporto ou das PORTAS
dependências de uma instalação aeronáutica;
* Introdução de arma, artefato ou material Todas as portas das aeronaves, que para o
perigoso, com intenções criminosas a bordo deu embarque /desembarque de passageiros, quer de
uma aeronave ou em um aeroporto; serviço, são homologadas como saídas de
* Comunicação de informação falsa que coloque emergência. Estão localizadas em ambos os
em risco a segurança de uma aeronave em vôo ou lados da cabine de passageiros de modo que, em
em solo, dos passageiros, tripulação, pessoal de caso de emergência, facilitem a evacuação. O
terra ou público em geral, no aeroporto ou nas sistema de operação das portas em situação
dependências de uma instalação de navegação normal não é obrigatoriamente o mesmo numa
aérea; situação de emergência.
* Ataque a aeronaves utilizando Sistema
Antiaéreo Portátil.

VULNERABILIDADES
São as infrações às normas ou situações
anômalas que causem insegurança à aviação civil.
Alguns exemplos de vulnerabilidades:
 Informação falsa;
 Problemas na proteção de aeronaves;
 Ameaça de bomba;
 Passageiro inconveniente;
 Tráfico de drogas;
 Falha no canal de inspeção;
 Problemas com cartão de embarque;
 Desmuniciamento de arma de fogo;
 Extravio de Autorização de Trânsito Em situação normal estes sistemas podem ser
Interno de Veículos – ATIV; elétricos ou manuais. Já em situação de
emergência a abertura das portas se dá através de
 Roubo em área aeroportuária;
sistemas pneumáticos, manuais com o auxilio
 Não conferência bilhete/documento;
pneumático ou simplesmente manuais .
 Credenciamento. As portas podem ser operadas interna e
externamente, tanto em situação normal quanto
SAÍDAS DE EMERGÊNCIA em emergência.
Em algumas aeronaves, certas portas, equipadas
As saídas consideradas de emergência são com escadas próprias que poderão ser utilizadas
aquelas pelas quais se podem evacuar os
para uma evacuação, quando necessário.
ocupantes de uma aeronave com o máximo de
rapidez e segurança, numa situação de EQUIPAMENTO AUXILIAR DE
emergência. EVACUAÇÃO DAS PORTAS
As saídas de emergências, assim homologadas,
devem estar providas de equipamentos auxiliares O equipamento auxiliar de evacuação para
de evacuação. Convencionalmente, são portas, homologação das portas como saídas de
janelas de emergências e saídas auxiliares. emergências são escorregadeiras Slides. Para cada
porta existe uma tira de segurança. Sempre que
Em caso de sinistro, qualquer ruptura da
fuselagem que permita a passagem de uma
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a porta estiver aberta, estando desprovida de fixados a 4 suportes de cores correspondentes,


escada ou fingir, por medida de segurança, deverá sendo: vermelho e verde os superiores branco e
ter conectada esta tira de proteção nos encaixes amarelo os inferiores.
existentes no batente da porta.
Cuidado especial deve ser tomado quando houver ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS (SLIDES)
crianças a bordo, pois elas podem passar sob a
tira. O material utilizado na fabricação das
escorregadeiras infláveis é uma mistura de
ESCORREGADEIRAS borracha-neoprene algumas são de coloração
prateada. São armadas e desarmadas
Nas aeronaves comerciais destinadas ao manualmente. Em algumas cias. aéreas o
transporte de passageiros, todas as saídas que momento para se armar (ou desarmar) uma
estejam a mais de 2 metros de altura (estando a escorregadeira é após ter sido dado o aviso:
aeronave com todos os trens de pouso baixados),
deverão estar providas de equipamentos “ATENÇÃO TRIPULAÇÃO –PORTAS EM
auxiliares de evacuação que auxiliem seus AUTOMÁTICO OU PORTAS EM MANUAL”.
ocupantes a chegarem ao solo. Nas saídas ao
nível do piso homologadas como saídas de Cada escorregadeira inflável é equipada com um
emergência (no caso, portas), o equipamento cilindro com o ar comprimido e com um cabo de
exigido são escorregadeiras. As escorregadeiras aço que está acoplado ao cilindro.
se encontram adequadamente dobradas, Ao ser distendida (automática ou manualmente) o
apresentam o aspecto de um pacote e podem ser cabo de aço provoca a liberação do ar
classificadas como não infláveis (simples) ou comprimido para as câmaras da escorregadeira.
infláveis. O ar comprimido do cilindro é responsável pela
inflação de, aproximadamente, 40% da
escorregadeira. No momento em que o cilindro
libera o ar comprimido, aspiradores (venturis)
localizados nas laterais externas das câmaras se
abrem e começam a sugar do ar ambiente para o
interior das mesmas.
A evacuação através de uma escorregadeira
inflável só deverá ser comandada quando a
mesma estiver completamente inflada, isto é, ao
cessar o ruído de entrada de ar pelos aspiradores
(venturis). Nas aeronaves Wide-BodieS(grandes
aeronaves) cada conjunto rampa-escorregadeira
que equipa as saídas sobre a asa possui um
indicador (dedo) que quando totalmente inflado
demonstra que o mesmo está pronto o uso.
ESCORREGADEIRAS NÃO INFLÁVEIS
(SIMPLES) ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS
SEMI-AUTOMÁTICAS
As escorregadeiras não infláveis são
equipamentos já considerados ultrapassados, Algumas aeronaves ainda em utilização em
porém, a titulo de treinamento serão aqui empresas aéreas, como por exemplo os Boeings -
mencionadas. Consistem de uma lona reforçada 727, estão equipados com escorregadeiras
com alças laterais e 4 tiras de nylon com infláveis semiautomáticas.
prendedores em cada uma das extremidades
destinadas a armação da mesma. Estes
prendedores são em cores distintas e deverão ser
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Ao se abrir uma porta equipada com manual de inflação (alça de cor vermelha –
escorregadeira inflável semiautomática, estando a PULL, idêntico ao das escorregadeiras
mesma armada, esta cairá por força da gravidade infláveis semi-automaticas.
e ficará pendurada pelo lado de fora da porta
porém dobrada por meio de um cabo de freno. Sempre que se abrir uma porta equipada com
Para inflar uma escorregadeira semiautomática, escorregadeira inflável automática, deve-se estar
deve-se puxar uma alça (comando de inflação), atento para a possibilidade da mesma cair para o
de cor vermelha, na qual está escrita a palavra interior da aeronave, principalmente se esta
PULL (puxe). estiver inclinada. Nesta situação,
Esta alça esta localizada na saia (parte lateral) da IMEDIATAMENTE, o tripulante deverá empurrar
escorregadeira. Se não ocorrer a inflação da o pacote da escorregadeira para fora da aeronave.
escorregadeira e na impossibilidade de As escorregadeiras-barco (slide raft) estão
redirecionar os passageiros para as demais saídas equipadas com todo o material necessário para
operantes, deve-se soltar o cabo de freno que a uma sobrevivência no mar.
mantém dobrada e utiliza-la como escorregadeira Normalmente, devido a sua utilização e tamanho,
NÃO inflável. estas são de pistas duplas. As escorregadeiras
As escorregadeiras semiautomáticas são de pista com pistas duplas permitem que DUAS
simples, isto é, permitem o deslizamento de PESSOAS deslizem simultaneamente.
apenas uma pessoa de cada vez.
NOTA
As escorregadeiras (slides ou slides rafts) podem
ser de pista dupla ou de pista simples.

COEFICIENTE DE EVACUÇÃO

DETERMINA O NÚMERO DE OCUPANTES


DE UMA AERONAVE QUE POSSAM SAIR
POR UMA SAÍDA OPERATIVA
OBEDECENDO AO TEMPO PADRÃO 90
SEGUNDOS.

TABELA DE EVACUAÇÃO/TIPO DE
SAÍDA

ÍDA EQUIPAMENTO PAX QTY


TIPO I ESCORREGADEIRA 50 à
ESCORREGADEIRAS INFLÁVEIS INFLÁVEL 55 PAX
AUTOMÁTICAS TIPO ESCORREGADEIRAS 30 à
II NÃO INFLÁVEIS 40 PAX
As escorregadeiras infláveis automáticas são TIPO JANELAS SOBRE AS 20 à
projetadas para que inflem sem a necessidade de III ASAS 30 PAX
puxar comando algum. Ao se abrir a porta TIPO ESCOTILHAS 15 à
estando a escorregadeira armada, a mesma deve IV 20 PAX
cair de seu alojamento por força da gravidade e TIPO ESCORREGADEIRAS 90 à
inflar automaticamente (o tempo de inflação é de A INFLÁVEIS DUPLAS 100
5 a 10 segundos). PAX

Se a escorregadeira não inflar


automaticamente, deve-se puxar o comando
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As janelas de emergência da cabine de


JANELAS DE EMERGÊNCIA passageiros equipadas com tiras ou cordas de
escape possuem as mesmas embutidas no seu
As janelas de emergência são encontradas nas encaixe.
cabines de comando na maioria das aeronaves de Cada tira de escape das janelas que dão acesso a
grande porte, e também, na cabine de passageiros. asa possuem um gancho em sua extremidade que
Dependendo do tipo da aeronave, estas janelas em caso de pouso na água, deve ser engatado em
poderão ser abertas por dentro e por fora. uma argola fixa, localizada sobre cada seção da
Em algumas aeronaves as janelas da cabine de asa.
comando são abertas somente por dentro. Há Este procedimento é para que as tiras (ou cordas)
outras cuja janela, no lado direito sirvam como “corrimão”, permitindo que tanto
da cabine de comando, pode, também, ser aberta passageiros quanto tripulantes se mantenham
por fora. E ainda temos aeronaves mais seguros sobre a asa, enquanto não adentram o
modernas onde as janelas do cockpit não se barco salva vidas. Mar agitado com ondas muito
abrem. Quando os tripulantes da cabine de fortes poderá jogar as pessoas na água. É
comando, numa situação de emergência, não importante saber a área exata onde se encontram
puderem sair pelas portas da aeronave, deverão se as argolas sobre a asa, pois na eventualidade de
utilizar as janelas da própria cabine de comando estarem submersas, será necessário localizá-las
para a evacuação, ou ainda pelas escotilhas que pelo tato. Estas tiras ou cordas de escape poderão,
ficam no teto da cabine de comando. Na cabine também, vir a ser usadas numa evacuação em
de comando estão localizadas uma sobre cada terra efetuada pelo bordo de ataque da asa. Antes
janela (ou próximo a ela), embutidas em de descer por elas, deve-se assegurar que estejam
compartimentos. Sempre poderão utilizar as bem firmes á aeronave.
cordas ou tiras de scape. Não se deve escorregar pela tira; deve-se descer
usando “MÃO ANTE MÃO”.
SEQUÊNCIA DA SAÍDA PELAS JANELAS
DE EMERGÊNCIA
A evacuação efetuada pelas janelas de PROCEDIMENTOS DE EVACUAÇÃO
emergência, deverão seguir a sequência:
A necessidade de se evacuar os ocupantes de uma
PERNA- CABEÇA-TRONCO-PERNA e aeronave pode ser gerada tanto por um pouso em
com o corpo voltado para a cauda da aeronave. emergência preparado, em terra ou na água,
quando por uma emergência não preparada que,
EQUIPAMENTO AUXILIAR DE eventualmente, possa ocorrer em situações
EVACUAÇÃO DAS JANELAS DE críticas, tais, como:
EMERGÊNCIA • Falhas operacionais em decolagens ou em
Como equipamento auxiliar de evacuação, as pousos, com final na água ou com danos extensos
janelas de emergência possuem tiras ou cordas. à estrutura da aeronave.
• Eclosão de fogo intenso e incontrolável, dentro
TIRAS OU CORDAS DE ESCAPE (SCAPE ou fora da aeronave, seja durante o
ROPE) reabastecimento, seja por outro motivo qualquer.

Em algumas aeronaves pode se encontrar dois Através dos programas de treinamento, os


tipos de equipamentos auxiliares distintos e com comissários podem adquirir os conhecimentos
a mesma finalidade: as tiras de escape (achatadas necessários para proceder à evacuação de uma
e com largura máxima de 5 cm) e as cordas de aeronave. Entretanto, devido a diversos fatores,
escape (com aproximadamente 3 cm de nem sempre é possível se estabelecer todos os
diâmetro). procedimentos adequados a cada caso.

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2- Fumaça densa dentro da aeronave;


POUSO EM EMERGÊNCIA 3- Pouso na água, e
4- Ruptura da fuselagem.
Diversos fatores podem ocasionar um pouso em Nestas situações a evacuação se faz necessária
emergência, como por exemplo: tão logo a aeronave pare e seja feito o corte dos
• Fogo, inclusive nos motores, se os extintores motores.
não puderem ser acionados ou forem
insuficientes. POUSO EM EMERGÊNCIA PREPARADO
• Perda total da força elétrica.
• Fumaça densa e de origem desconhecida. Ao se evidenciar a necessidade de pouso em
• Falta de combustível, inclusive por vazamento. emergência, diversos procedimentos devem ser
• Perda de potência dos motores, aquém do limite efetuados antes, durante e após o pouso.
mínimo para aeronave se manter em vôo.
ANTES DO POUSO
“ A decisão de se efetuar um pouso em Comunicação da situação de emergência
o
emergência e após o pouso de evacuar a 1 O comandante chamará o chefe de equipe para
aeronave, é da responsabilidade do um briefing, e irá informar o tempo disponível
comandante ”. para a preparação da cabine; o tipo da pane, as
possíveis saídas operantes, o local onde será o
O sucesso na realização de um pouso forçado vai pouso e quem irá comunicar os passageiros.
depender das condições da aeronave. Outro fator
poderá contribuir para o sucesso na realização de 2o O chefe de equipe, por sua vez, deverá
um pouso forçado será o estado físico e mental transmitir aos supervisores de cabine ou
dos tripulantes e o grau de treinamento da diretamente a todos os comissários, as instruções
tripulação. necessárias.
Ao ocorrer uma situação que leve a possibilidade 3o Após serem informados da situação, os
de evacuação da aeronave os Comissários comissários deverão posicionar-se ao longo da
deverão ser informados pela Tripulação cabine, pois no momento em que a situação de
Técnica assim que possível. emergência for comunicada aos passageiros, os
Se a princípio não houver a necessidade de comissários terão condições de estando assim
abandonar a aeronave, o comando será: posicionados, controlar possíveis manifestações
"Atenção tripulantes e passageiros, de pânico, bem como instruir passageiros. A
permaneçam sentados". Na eminência de se princípio, a comunicação de um pouso de
efetuar o procedimento de evacuação o emergência é feita pelo comandante. Caso
comando será: "Atenção tripulantes, a seus transfira este encargo ao chefe de equipe, este
postos" ou “Evacuar, evacuar, evacuar”, entre utilizará o anúncio específico, encontrado no
outros, pois cada empresa apresenta uma fala para Manual de Anúncios de Bordo de cada empresa
declarar a evacuação. ou nos cartões de procedimentos de emergências,
que deverá ser lido com voz clara e calmamente.
FATORES DE EVACUAÇÃO Num caso de pouca iluminação, a voz de
EMINENTE/IMEDIATA/EVIDENTE comando ajudará na orientação dos passageiros
em direção às saídas de emergência. Lembrar-se,
Para cada pouso em emergência devemos também, que esta situação poderá gerar pânico e
observar sempre a parada total da aeronave e o nervosismo em todos — o fato de falar em voz
corte dos motores, realizado pelo Comandante, alta (voz de comando) fará com que as pessoas
para que seja feita a evacuação. Todavia, temos 4 não pensem em outra coisa que não obedecer às
situações em que não podemos aguardar muito ordens dadas, atuando no subconsciente e
tempo para a evacuação, são eles: induzindo-os à sua execução.
1- Fogo dentro da aeronave;

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desacompanhados, colocando nas posições onde


PREPARAÇÃO DOS PASSAGEIROS será ais fácil para ajuda-los na evacuação.
O chefe de equipe fará o anúncio aos passageiros • Selecionar passageiros capazes,
de acordo como o Manual de Anúncios de Bordo, preferencialmente tripulantes-extra, militares e
e os comissários farão a verificação do que desportistas para que possam auxiliar na
estiver sendo solicitado: evacuação, estes são chamados ABP(able body
• Remover óculos, objetos pontiagudos e people).
sapatos de salto alto. • Instruir os passageiros capazes sobre a operação
• Colocar o encosto das poltronas na posição das saídas e os procedimentos de evacuação.
vertical.
• Afivelar cintos de segurança. NOTA
E efetuarão os seguintes procedimentos: Passageiros sentados na área de janelas de
• Demonstrar a maneira correta para assumir a emergência que não possam ser operadas por
posição de impacto. algum tripulante, deverão ser instruídas a não
Posição de impacto para passageiros: abrir as saídas antes de verificar a área externa.

PREPARAÇÃO DAS CABINES


• Retirar todo o material solto nas cabines (bolsas,
pastas, sacolas, câmeras, etc.), colocando-o no
interior de toaletes e travando os mesmos.
• Desimpedimento dos corredores e das áreas de
saída de emergência.
• Abrir e prender todas as cortinas.

PREPARAÇÃO DE GALLEYS

• Retirar todo o material solto nas galleys,


colocando-o nos toaletes.
• Verificar as travas de segurança de todos os
compartimentos.

Após terem sido efetuados os procedimentos


anteriores descritos os comissários deverão:
• Informar ao chefe de equipe (e este ao
comandante) quando passageiros e cabine
estiverem preparados.
• Deverão sentar-se em suas posições e fazer sua
review silent aguardando o momento em que
iniciarão as vozes de comando para posição de
impacto.
• Os equipamentos que prioritariamente, deverão
ser levados para fora da aeronave e a quem cabe a
responsabilidade sobre cada um (radiofarol de
emergência, farmácia, conjunto de sobrevivência
Havendo tempo disponível, os comissários na selva e megafone).
deverão: • Repassar os procedimentos de abertura das
• Realocar passageiros especiais (deficientes saídas de emergência, operações alternativas e
físicos, grávidas, idosos e menores procedimento de evacuação.

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• Ao se posicionar em suas estações, os Antes da abertura das saídas, deve-se orientar os


comissários deverão afivelar adequadamente os passageiros, para que permaneçam sentados
cintos de segurança (RETENÇÃO TÓRACO- enquanto se observa se pode ou não abrir sua
ABDOMINAL) e, na eminência do pouso, porta. No caso de pouso em TERRA e
assumir a posição de impacto para comissários, já Caso possa ser aberta, comandar: SOLTEM OS
mencionado no início da apostila(p.j-4). CINTOS, DEIXEM TUDO E CORRAM PARA
MIM, SALTEM E ESCORREGUEM.
No caso de alguma saída não puder ser aberta, o
APÓS O POUSO (EVACUAÇÃO) comissário responsável por ela deverá posicionar-
se junto á mesma e redirecionar o fluxo de
Uma evacuação somente deverá ser iniciada após passageiros para saídas operantes.
terem ocorrido o corte dos motores e a parada Caso a porta não possa ser aberta, comandar :
total da aeronave. Só então os comissários SOLTEM OS CINTOS, DEIXEM TUDO E
deverão desatar os seus cintos de segurança para CORRAM PARA LÁ.
avaliar a situação e caso sua saída esteja segura,
proceder a abertura da porta e comandar a Deve-se ter especial atenção com sapatos de salto
evacuação. alto porque além do risco de provocar entorses ou
fraturas, podem também danificar os
HIERARQUIA x EVIDÊNCIA equipamentos auxiliares de evacuação e
flutuação.
A necessidade de uma evacuação se torna
EVIDENTE quando: Os procedimentos anteriores descritos são
• A aeronave tiver sofrido danos extensos. comuns a pousos em emergências, tanto em terra
• Houver fogo intenso dentro e/ou fora da quanto na água.
aeronave. Entretanto, procedimentos diferenciados se
• O pouso for realizado fora de uma infra- estabelecem a partir de então e devem ser
estrutura aeroportuária. analisados em separados.
Mesmo que se caracterize a evidência para a
evacuação, deve-se aguardar o cumprimento da POUSO NA ÁGUA OU “DITCHING” OU
hierarquia de comando para ordená-la, e também AMERRISSAGEM/AMARAGEM
a parada total e corte dos motores.
A HIERARQUIA para se comandar uma Na preparação dos passageiros, os comissários
evacuação é a seguinte: deverão, previamente, instruí-los sobre a
• Comandante operação dos assentos flutuantes e/ou coletes
• Qualquer tripulante técnico, na incapacidade do salva-vidas, orientando-os da seguinte forma:
comandante. • Assentos flutuantes — retirá-los após a ordem
• Chefe de equipe, na incapacidade dos SOLTEM OS CINTOS, PEGEM SEUS
tripulantes técnicos. ASSENTOS.
• Qualquer comissário. • Coletes salva-vidas – comandar SOLTEM OS
CINTOS, DEIXEM TUDO, VISTAM SEUS
Em princípio, todas as saídas operantes devem ser COLETES e quando estiverem na saída, soleira
abertas, guardadas as restrições segundo da porta falar INFLEM SEUS COLETES.
instruções do comandante e aquelas observadas Deverá ser observado o nível da água para
na VERIFICAÇÃO DA ÁREA EXTERNA podermos ou não abrí-la. SÓ PODERÃO SER
(linha d’água, arestas metálicas, destroços e áreas ABERTAS AS SAÍDAS ACIMA DO NÍVEL
cobertas por combustível, fogo). DA ÁGUA.
Rupturas de grande área na fuselagem, Os comissários deverão, também, auxiliar na
devidamente avaliadas, também poderão ser colocação de coletes em crianças e deficientes,
utilizadas como saídas. bem como, se houver tempo, nos demais

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passageiros. Se necessário, distribuir coletes possível da porta, e comandar para os


extra. passageiros: SOLTEM OS CINTOS, DEIXEM
Mesmo estando o mar em condições normais, TUDO, VISTAM SEUS COLETES, na soleira da
seguramente haverá ondas de mais de 3 metros porta INFLEM SEUS COLETES E SALTEM
que poderão provocar impactos de violência na NA ÁGUA.
aeronave. Após a saída de todos da aeronave, check de
Estudos programados em ditching mostraram abandono ser feito, os comissários sairão, irão
considerável divergência entre os tempos de subir no bote e proceder aos resgate dos
flutuação das aeronaves (tempo entre o toque da passageiros com o anel de salvamento.
aeronave na água e sua submersão). Os passageiros com dificuldade de locomoção
Algumas flutuaram durante poucos minutos, devem ser últimos a ser evacuados.
outras chegaram a flutuar por mais de uma hora. Ao abandonar a aeronave, os tripulantes
O risco em se estabelecer, arbitrariamente, o responsáveis por radiofaróis, farmácias, conjuntos
tempo de flutuação de uma aeronave é, portanto de sobrevivência na selva e megafone, devem
muito grande: Deve-se, então, iniciar a evacuação providenciar a retirada dos mesmos de seus locais
imediatamente e no menor tempo possível, após a de fixação e leve-los consigo para fora da
parada completa da aeronave e corte dos motores. aeronave.
Após o pouso, a transferência dos ocupantes da Os tripulantes, ao abandonar a aeronave, devem
aeronave para as escorregadeiras-barco ou certificar-se de que não tenha ficado ninguém
botes é o que há de mais urgente. Esta é, para trás na sua área de ação.
provavelmente, a fase mais crítica de um
ditching. Seu o sucesso depende muito do
treinamento, do condicionamento e da liderança POUSO EM EMERGÊNCIA “NÃO”
dos tripulantes. PREPARADO
Somente após a parada completa da aeronave, os
barcos que equipam algumas aeronaves deverão TODA A DECOLAGEM E TODO O
ser retirados de seus alojamentos e levados para POUSO CONSTITUI-SE NUMA
as saídas. Antes de serem jogados na água EMERGÊNCIA EM PONTENCIAL.
deverão ser fixados em punhos auxiliares de A maioria das emergências ocorre durante a
portas ou, em algumas aeronaves em argolas partida dos motores, decolagem e pousos. Nestas
existentes nos encaixes das janelas de circunstâncias não há tempo hábil para os
emergência. comissários efetuarem uma preparação adequada
Quando for o caso, jogar o barco fora da de passageiros e cabines.
aeronave, a favor do vento, prestando atenção Durante as operações de decolagem e de pouso, é
para aresta metálica, destroços e áreas cobertas de necessária toda atenção para a real possibilidade
combustível. de ocorrer uma desaceleração inesperada. Neste
caso, a ação imediata é condicionada dos
Dependendo das condições do mar e da altitude procedimentos ser fundamental para a
da aeronave, o embarque nos equipamentos determinação de um maior número de
coletivos de flutuação deverá ser direto, porque sobreviventes. É importante que cada comissário
QUANTO MENOR FOR O CONTATO COM A tenha em mente os procedimentos a serem
ÁGUA, MELHOR, pois nisto interfere, não adotados nos pousos em emergências contidos
somente a temperatura da água (a sobrevivência nos cartões de procedimentos localizados junto a
de uma pessoa em água a três graus centígrados cada estação de comissários.
não ultrapassam 5 minutos), mas também os Como medida de segurança, durante as operações
estados físico e emocional dos sobreviventes. Se de decolagem e pouso os comissários devem:
o embarque direto (ideal) não for possível, deve- • Executar com rigor os cheques preparatórios de
se desconectar a escorregadeira-barco (cabo decolagem e de pouso com relação a passageiros,
desconector), mantendo a mesma o mais próximo cabines, “galleys” e toaletes.

J - 46 -
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
BLOCO I – EMERGÊNCIAS A BORDO - EME

• Estabelecer as atitudes de cada um nas estações Pessoas com dificuldades de locomoção não
com assentos duplos: devem ser acomodados em áreas de janelas de
Quem faz o quê, na eventual situação de emergência, devido à dificuldade que teriam caso
emergência? fosse necessário sair por uma delas.
• Ter sempre em mente os procedimentos de Muletas e bengalas devem ser acomodadas juntos
abertura das portas em emergência e os de aos portadores, mas de maneira a não
utilização das escorregadeiras, revisados no comprometer o deslocamento dos demais
briefing de pré-vôo. passageiros numa eventual situação de
emergência.
O portador de deficiência motora que se utilize de
bengalas ou muletas sentir-se-á bem mais seguro
se as tiver ao alcance das mãos. A locomoção de
um passageiro como este, embora se processe por
seus próprios meios, é lenta e em caso de
evacuação.

NOTA 1
Tanto em emergência preparada ou não
preparada, os comissários antes de deixar a
aeronave deverão proceder ao CHECK DE
ABANDONO.
Deverão checar suas respectivas áreas de atuação
para verificar se todos os passageiros saíram e
GESTANTES pegar seus respectivos equipamentos de
emergência, além de lanterna caso o pouso não
Mantas deverão ser utilizadas para elevar o tenha sido feito em infraestrutura aeroportuária.
assento da poltrona ocupada por uma gestante.
Esta deverá ser instruída a colocar o cinto de NOTA 2
segurança bem baixo (baixo ventre) para que sua Em uma evacuação, caso a porta do comissário
força seja exercida sobre a pelve (isto é possível esteja emperrada, o mesmo poderá sair de sua
devido á elevação do assento). posição para ajudar em outra porta, desde que
verifique que será impossível sua abertura.
TRANSPORTE DE PESSOAS COM
DIFICULDADES DE LOCOMOÇÃO
OBSERVAÇÃO DE SEGURANÇA OU
É de responsabilidade dos comissários conhecer COCKPIT STERILE
estas necessidades e situações (durante o vôo e,
principalmente em situações de emergência). Como medida preventiva e com a finalidade de
Sempre que houver necessidade de deslocamento elevar o nível de segurança do voo, os
(embarque, desembarque, ida ao toalete ou comissários deverão aguardar no mínimo 10
evacuação da aeronave) de um passageiro com minutos após a decolagem para adentrar a cabine
incapacidade motora (temporária ou permanente), de comando, e também não deverão adentrar a
deve-se consultá-lo antes de tentar ajudá-lo, pois cabine 10 minutos antes do pouso.
somente ele melhor do que ninguém, sabe a
maneira como deve ser assistido para evitar
ferimentos, desconforto ou constrangimentos.
A resolução 280 da ANAC traz todas as tratativas
no que diz respeito as pessoas com dificuldades
de locomoção.

J - 47 -
ESCOLA FLIGHT BRASIL DE AVIAÇÃO CIVIL LTDA.
PREPARAÇÃO DA CABINE - POUSO NA ÁGUA

INÍCIO DO SENHORAS E SENHORES, ATENÇÃO, QUEM FALA É O CHEFE DE CABINE _____.


CHEFE O COMANDANTE NOS INFORMOU QUE DEVIDO A PROBLEMAS TÉCNICOS
COMUNICA FAREMOS UM POUSO DE EMERGÊNCIA NA ÁGUA EM ______ MINUTOS .

COMANDANTE
COMUNICA CONFORME INFORMADO PELO COMANDANTE, FAREMOS UM POUSO DE
(COMISSÁRIOS SE EMERGÊNCIA
POSICIONAM)

A TRIPULAÇÃO ESTÁ TREINADA PARA ATUAR NESTA SITUAÇÃO, RETORNEM


INÍCIO DA PARA SEUS ASSENTOS E COLOQUEM AS BAGAGENS DE MÃO NOS
PREPARAÇÃO DE COMPARTIMENTOS SUPERIORES.OUÇAM ATENTAMENTE AS ORIENTAÇÕES .
CABINE INICIAREMOS AGORA A PREPARAÇÃO DA CABINE.

ENCOSTO DE
POLTRONAS, COLOQUEM O ENCOSTO DAS POLTRONAS NA POSIÇÃO VERTICAL, FECHEM E
MESAS, ETC TRAVEM AS MESAS E APERTEM OS CINTOS DE SEGURANÇA.

COMISSÁRIO, POSIÇÃO PARA DEMONSTRAÇÃO


COLETES SALVA- OS COLETES ESTÃO LOCALIZADOS EMBAIXO DAS POLTRONAS. PEGUEM -NOS
VIDAS AGORA E REMOVAM DA EMBALAGEM. ELES DEVEM SER INFLADOS SOMENTE
(COMISSÁRIOS FORA DA AERONAVE PARA VESTIR, PASSEM A CABEÇA PELA ABERTURA
DEMONSTRAM) CONECTEM A FIVELA NA PARTE CENTRAL E AJUSTEM NA CINTURA.
REPETINDO: SÓ INFLEM OS COLETES FORA DA AERONAVE!
PARA INFLAR, PUXEM AS PRESILHAS VERMELHAS COM FORÇA, CASO NÃO
INFLE SOPREM NOS TUBOS LATERAIS.
OU

ASSENTOS QUANDO FOR COMANDADA A EVACUAÇÃO, PEGUEM OS ASSENTOS DE SUAS


FLUTUANTES POLTRONAS E DIRIJAM-SE PARA UMA DAS SAÍDAS. PULEM NA ÁGUA
(COMISSÁRIOS SEGURANDO NAS ALÇAS DO ASSENTO, COMO DEMONSTRADO.
DEMONSTRAM)

CINTOS DE
SEGURANÇA AO OUVIREM A ORDEM: "ABRAM OS CINTOS", LEVANTEM A PARTE MÓVEL DA
(COMISSÁRIOS FIVELA PARA SOLTÁ-LO.
DEMONSTRAM)

J - 48 -
PREPARAÇÃO DA CABINE - POUSO NA ÁGUA

POSIÇÃO DE AO OUVIREM A ORDEM "POSIÇÃO DE IMPACTO", COLOQUEM UMA MÃO SOBRE


IMPACTO A OUTRA NA POLTRONA A FRENTE E APOIEM A CABEÇA SOBRE ELAS. SE
(COMISSÁRIOS HOUVER ESPAÇO COLOQUEM A CABEÇA ENTRE OS JOELHOS E ABRACEM AS
DEMONSTRAM) PERNAS. FIQUEM NESTA POSIÇÃO ATÉ A PARADA TOTAL DA AERONAVE.
SAÍDAS DE AS SAÍDAS ESTÃO INDICADAS POR LUZES DE EMERGÊNCIA AO LONGO DO
EMERGÊNCIA CORREDOR E NO TETO, CONFORME A DEMONSTRAÇÃO DOS COMISSÁRIOS
(COMISSÁRIOS LOCALIZEM A SAÍDA MAIS PRÓXIMA.
DEMONSTRAM)
CARTÕES DE
SEGURANÇA
LEIAM ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES DOS CARTÃOES DE SEGURANÇA.
(COMISSÁRIOS
DEMONSTRAM)
SELEÇÃO DE
AJUDANTES OS COMISSÁRIOS PASSARÃO PELO CORREDOR PARA AUXILIÁ-LOS E
(COMISSÁRIOS PODERÃO SOLICITAR A AJUDA DE PASSAGEIROS E TRIPULANTES EXTRAS.
CHECAM E IDENTIFIQUEM-SE A ELES
SELECIONAM AJUDA)
OBJETOS REMOVAM CANETAS, JOIAS, DENTADURAS, GRAVATAS, ECHARPES, SAPATOS
PONTIAGUDOS E DE SALTO ALTO E ÓCULOS E COLOQUEM NO BOLSÃO A SUA FRENTE. LEVEM
CONTUNDENTES SEUS ÓCULOS AO ABANDONAR A AERONAVE.
REDUZIREMOS AS LUZES DA CABINE.

J - 49 -
PREPARAÇÃO DA CABINE - POUSO EM TERRA

INÍCIO DO
SENHORAS E SENHORES, ATENÇÃO. QUEM FALA É A CHEFE DE CABINE _____.
SPEECH
CHEFE
COMUNICA O COMANDANTE NOS INFORMOU QUE DEVIDO A PROBLEMAS TÉCNICOS
(COMISSÁRIOS SE FAREMOS UM POUSO DE EMERGÊNCIA EM _____ MINUTOS .
POSICIONAM)
OU
COMANDANTE
COMUNICA CONFORME INFORMADO PELO COMANDANTE, FAREMOS UM POUSO DE
(COMISSÁRIOS SE EMERGÊNCIA .
POSICIONAM)

A TRIPULAÇÃO ESTÁ TREINADA PARA ATUAR NESTA SITUAÇÃO. RETORNEM


INICIO DA PARA SEUS ASSENTOS E COLOQUEM AS BAGAGENS DE MÃO NOS
PREPARAÇÃO DE COMPARTIMENTOS SUPERIORES. OUÇAM ATENTAMENTE AS ORIENTAÇÕES.
CABINE INICIAREMOS A PREPARAÇÃO DA CABINE.

ENCOSTO DE
POLTRONAS COLOQUEM O ENCOSTO DA POLTRONA NA POSIÇÃO VERTICAL, FECHEM E
MESAS, ETC TRAVEM AS MESAS E APERTEM OS CINTOS DE SEGURANÇA.

CINTOS DE
SEGURANÇA COMISSÁRIOS, POSIÇÃO PARA DEMONSTRAÇÃO
(COMISSÁRIOS AO OUVIREM: "ABRAM OS CINTOS", LEVEM A PARTE MÓVEL DA
DEMONSTRAM) FIVELA PARA SOLTA-LO.

POSIÇÃO DE AO OUVIREM A ORDEM "POSIÇÃO DE IMPACTO", COLOQUEM UMA MÃO SOBRE


IMPACTO A OUTRA NA POLTRONA A FRENTE E APOIEM A CABEÇA SOBRE ELAS. SE
(COMISSÁRIOS HOUVER ESPAÇO, COLOQUEM A CABEÇA ENTRE OS JOELHOS E ABRACEM AS
DEMONSTRAM) PERNAS. FIQUEM NESTA POSIÇÃO ATÉ A PARADA TOTAL DA AERONAVE .
SAÍDAS DE
EMERGÊNCIA AS SAÍDAS ESTÃO INDICADAS POR LUZES DE EMERGÊNCIA AO LONGO DO
(COMISSÁRIOS CORREDOR E NO TETO, CONFORME A DEMONSTRAÇÃO DOS COMISSÁRIOS.
DEMONSTRAM) LOCALIZEM A SAÍDA MAIS PRÓXIMA.

CARTÕES DE
SEGURANÇA
LEIAM ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES DOS CARTÃOES DE SEGURANÇA
(COMISSÁRIOS
DEMONSTRAM)
SELEÇÃO DE
AJUDANTES OS COMISSÁRIOS PASSARÃO PELO CORREDOR PARA AUXILIÁ-LOS E
(COMISSÁRIOS PODERÃO SOLICITAR A AJUDA E PASSAGEIROS E TRIPULANTES EXTRAS.
CHECAM E IDENTIFIQUEM-SE A ELES
SELECIONAM AJUDA)

OBJETOS REMOVAM CANETAS, JÓIAS, DENTADURAS, GRAVATAS, ECHARPES, SAPATOS


PONTIAGUDOS E DE SALTO ALTO E ÓCULOS E COLOQUEM NO BOLSÃO A SUA FRENTE, LEVEM
CONTUNDENTES SEUS ÓCULOS AO ABANDONAR A AERONAVE .
REDUZIREMOS AS LUZES DA CABINE PARA O POUSO.

J - 50 -
BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

SOBREVIVÊNCIA NA SELVA Diversas ações deverão ser executadas


imediata e simultaneamente. Para que haja a
INTRODUÇÃO simultaneidade de ações e para prevenir o pânico
entre os sobreviventes, um tripulante deverá
A selva é paraíso e inferno, porque é bela assumir o comando e distribuir tarefas.
e terrível. Fascinante, poderosa e dominadora, a
selva esconde sob o verde, mistérios e perigos. AÇÕES IMEDIATAS E SIMULTÂNEAS
Na selva há horizontes infinitos de beleza natural.
O clima é quente, úmido e chuvoso com Prestar os primeiros socorros a quem
variedade enorme de espécies animais e vegetais necessitar, de preferência por ordem de gravidade
e com matas de árvores gigantescas, cujo solo dos ferimentos (hemorragia, traumatismo
nunca viu o sol. craniano, fratura exposta, etc.) se houver
A sobrevivência em plena selva está profissionais da área médica (médico, enfermeiro,
relacionada ao tempo em que nela se permanece. veterinário, dentista), solicitar sua colaboração.
Para tanto, o ser humano deve estar capacitado a Acionar o radiofarol de emergência (Beacon).
dosar suas energias e lançar mão de todos os Preparar todos os equipamentos de
meios ao seu alcance, a fim de não pôr em risco sinalização, tais como: foguetes pirotécnicos,
sua vida. Esta capacidade envolve conhecimentos espelho sinalizador e lanternas, colocando-os em
especializados, desconhecidos do homem urbano. invólucros impermeáveis, de forma que possam
O uso da imaginação, o empenho, o bom ser utilizados prontamente, ou seja, AO
senso e o moral elevado, além do instinto de AVISTAR UMA AERONAVE OU AO SE
preservação, são fatores preponderantes. ESCUTAR O RUÍDO DE SEUS MOTORES.
Assim, deverá ser considerada, como condição
primordial para uma sobrevivência na selva, as AÇÕES SUBSEQÜENTES
necessidades de:
Numa sobrevivência, após serem
AFA + A = Abrigo-Fogo-Água +Alimentos executadas as ações imediatas, deve-se
providenciar:
A capacidade de sobrevivência reside
numa atitude mental adequada para enfrentar Abrigo — Fogo — Água — Alimentos.
situações de emergência e, também, de Se a aeronave não tiver sido consumida por
estabilidade emocional, pois há sofrimentos incêndio, ainda que destruída, fornecerá materiais
físicos decorrente de fadiga, fome, sede e de que facilitarão a sobrevivência, como por
ferimentos, por vezes graves. Deve-se procurar exemplo: alimentos, medicamentos, espelhos,
ter em mente, nos piores momentos: forração de poltronas, fios elétricos, combustível
dos motores, óleo, borracha, plástico, etc. Mesmo
que a aeronave tenha incendiado, sempre restará
“A SELVA NÃO PERTENCE AO MAIS algum material a ser aproveitado.
FORTE, E SIM AO MAIS INTELIGENTE, Numa situação de sobrevivência é
CALMO, SÓBRIO E RESISTENTE”. importante, assim que possível, iniciar um diário,
registrando a data e a hora do acidente, o número
ORIENTAÇÃO BÁSICA de pessoas a bordo, o número de mortos e feridos
a posição estimada, as condições do tempo no
Na selva, durante a evacuação da momento da queda, enfim, qualquer dado que
aeronave, os sobreviventes deverão ser possa auxiliar as investigações sobre as causas do
comandados para se afastarem da mesma, acidente.
permanecerem a uma distância de segurança e Visto ser a sinalização um item de suma
manterem-se agrupados nas imediações do local importância, deve-se logo que possível, preparar
do acidente. Isto facilitará a localização dos uma área para tal, utilizando-se tanto de
sobreviventes. equipamentos e/ou partes da aeronave quanto de
recursos locais.
K-1-
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

ABRIGO Se a permanência na selva se estender, pode-se


construir um abrigo temporário mais confortável,
NOÇÕES BÁSICAS montando uma estrutura em forma de “A” que
A aeronave (ou partes da mesma) poderá poderá ser coberta com folhas de palmeiras,
ser utilizada como abrigo, entretanto, os folhas largas ou ainda com plásticos ou mantas.
sobreviventes somente deverão retornar ao seu As folhas deverão ter as pontas voltadas
interior após os motores terem se esfriado e o para baixo para que a água escorra livremente em
combustível derramado ter se evaporado. caso de chuva e bem juntas para que o telhado
não deixe passar água.
Ao utilizar a aeronave como abrigo, deve- Para amarração deste tipo de abrigo pode-
se cobrir as aberturas da mesma para impedir o se usar cipó ou tiras de cascas de árvores torcidas.
acesso de mosquitos e de outros insetos, Dentro de um abrigo em forma de “A”, pode-se
utilizando tecidos, plásticos ou folhas de fazer uma cama (tarimba) acolchoada com
palmeiras. folhas de palmeiras
Pode-se ainda utilizar como abrigo partes divididas pelo talo.
da aeronave, bem como equipamentos de
emergência (barcos e escorregadeiras) e recursos
naturais que se encontrem no local do acidente.

ABRIGO PROVISÓRIO (RABO DE JACU)

Tarimba

INSTALAÇÕES DO ACAMPAMENTO
Na instalação do acampamento dos
sobreviventes devem observar os seguintes itens
preferencialmente:
• Escolher uma área num ponto elevado e
Para a montagem de um abrigo provisório afastado de charcos e pântanos (mosquitos) mas
(rabo de jacu) deve-se limpar o local escolhido e próxima de um rio, riachos ou igarapé.
juntar boa quantidade de folhas de palmeiras. • Retirar da área escolhida folhas e galhos secos
A seguir, atravessar um pedaço de pau e podres.
sobre dois suportes, e apoiar as folhas de • Ao construir o abrigo, cuidar para não o montar
palmeiras, uma ao lado da outra, bem unidas, sob galhos secos ou sob castanheiras, porque
conforme ilustração abaixo. Este é um abrigo tanto os galhos secos quanto os ouriços da
típico para uma noite. castanha (frutos) poderão cair, com resultados
imprevisíveis.
ABRIGO TEMPORÁRIO • Construir duas fossas, uma para detritos (lixo)
e outra para dejetos, ambas afastadas do
acampamento, conforme o desenho:

DETRITOS DEJETOS

ACAMPAMENTO
RIO

OBS: Distanciamento mínimo do acampamento:


50 metros

K-2-
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

A captação de água potável deve ser


realizada num ponto tal que seja evitado o risco
de contaminação pela infiltração de agentes
poluentes originários das fossas do
acompanhamento.
• O percurso entre o acompanhamento e as fossas
deverá ser marcado para que os sobreviventes
possam facilmente encontra-lo, sobretudo à
noite.

FOGO
A chama poderá ser obtida fazendo-se
NOÇÕES BÁSICAS incidir os raios solares sobre a isca através das
O fogo é imprescindível numa situação de lentes de binóculos, máquinas fotográficas ou
emergência de sobrevivência na selva, pois pode lentes de óculos.
ser utilizado para sinalizar, cozinhar, purificar
água, aquecer os sobreviventes, além de servir • PEDRA PEDERNEIRA
como elemento de segurança noturna do
acampamento.
Mesmo que o solo não esteja seco, é
possível se fazer fogo sobre um estrado de
troncos de árvores.

ISCAS (PARA INICIAR O FOGO)


Denomina-se isca o amontoado inicial de
folhas secas, papéis, palhas, pequenos gravetos
e/ou cascas de árvores que são utilizados para se
iniciar o fogo.
Certas espécies de palmeiras com
espinhos (marajá) que, mesmo verdes
ou molhadas, ao serem raspadas, fornecem raspas
de madeira seca (maravalhas) que são excelentes
iscas.
O breu vegetal é uma boa isca porque Ao se golpear a pedra de pederneira com
além de facilitar o acendimento, conserva o por uma faca ou pedaço de aço, surgirão faíscas que
mais tempo e, a fumaça liberada, espanta os produzirão fogo nas iscas.
mosquitos.
• PILHAS
OBTENÇÃO DE FOGO
Além dos meios comuns de obtenção de
fogo (fósforos e isqueiros), pode-se consegui-lo
através de:

• LENTES

Um pedaço de lã de aço ou fio elétrico


ligado aos pólos de uma bateria (ou 2 pilhas
comuns), incendeiam-se facilmente e põem fogo
nas iscas.

K-3-
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

especialmente em regiões quentes onde se perde


grande quantidade de água do organismo devido
• ATRITO a transpiração.
Em condições normais, o corpo necessita,
aproximadamente, de dois litros de água, por dia.
Em situações adversas, a quantidade mínima de
água necessária para que o organismo mantenha
suas condições vitais, levando-se em
consideração a temperatura ambiente, é de meio
litro por dia.
Ao se iniciar a sobrevivência, deve-se
suspender o fornecimento de água e alimentos,
aos sobreviventes, fornecendo as primeiras rações
24 horas após o acidente (excetuando-se feridos
graves e crianças).
Se a provisão de água for mínima e não
houver a princípio, a possibilidade de aumentar o
O fogo através de atrito pode ser obtido de estoque, é preferível bebe-la na sua totalidade no
duas maneiras: primeiro dia do que a perder pela evaporação.

1 – Abre-se uma pequena cavidade em madeira CAPTAÇÃO DE ÁGUA


plana e macia e aponta-se um bastão. A seguir,
coloca-se iscas ao redor da cavidade e, pelo atrito ÁGUA DA CHUVA
com o bastão, as mesmas pegam fogo. Este A água da chuva, quando captada
processo requer muita prática. diretamente, não precisa ser purificada.

2 - Esfrega-se uma correia de fibra seca (ou • ÁGUA DE ORIGEM VEGETAL


couro, numa madeira, em movimentos contínuos Há certos vegetais que sintetizam água
e progressivos. O atrito produzirá calor suficiente pura e cristalina e, portanto, não precisam ser
para as iscas se inflamarem. purificadas, alguns destes vegetais são bem
conhecidos, tais como:

COCO
Os cocos verdes são os que possuem
maior quantidade de água.
O coqueiro é uma espécie de palmeira
que, além de apresentar o miolo interno da fruta
comestível, ainda proporciona ao sobrevivente
um método de se obter água com um coletor feito
de bambu.

ÁGUA

NOÇÕES BÁSICAS
Pode-se viver semanas sem alimentos
porém, sem água, vive-se muito pouco,
K-4-
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

CIPÓ DE CASCA GROSSA VEGETAIS QUE ARMAZENAM ÁGUA


O cipó de casca grossa ou cipó d’água é Há diversas variedades de vegetais que
um parasita, de coloração marrom-arroxeada e podem indicar a presença de água em seu interior
que cresce pendurado entre a galharia das árvores ou nas proximidades. Entretanto, esta água só
e solo. poderá ser utilizada após ser coada e purificada.
Para extrair a água, basta corta-lo primeiro
na parte superior (o mais alto que se possa BAMBUS
alcançar) e depois, na parte inferior para que o Por vezes, encontra-se água no interior
líquido possa fluir. Pode-se beber a água somente dos gomos do bambu (pelo barulho, ao ser
se o líquido for cristalino e não estiver com gosto sacudido, sabe-se da presença ou não de água).
amargo e/ou sumo leitoso. Essa água pode ser consumida diretamente.
Para se coletar essa água, deve-se fazer
um furo junto à base dos nós, utilizando para a
coleta um gomo cortado.

CACTO
Alguns cactos do tipo bojudo, possuem
água no seu interior.

GRAVATÁS OU CARAGUATÁS
Os gravatás ou caraguatás são plantas da
mesma família do abacaxi. Poderão ser
encontradas no solo ou em ramos de árvores;
como suas folhas são resistentes e bem próximas
umas das outras, costumam conter apreciável
quantidade de água da chuva armazenada.
Para se extrair a água deve-se cortar o NOTA: As raízes dos gravatás são venenosas.
topo do cacto, amassar a polpa e sugar a água
com um canudo de bambu. A água só pode ser
bebida se não apresentar gosto amargo e/ou sumo
leitoso.

ÁGUA DE RIOS E LAGOS


A água captada de rios, lagos, pântanos,
igarapés e charcos poderão ser utilizados,
entretanto, deverá ser purificada.
Pode-se obter água dessas fontes cavando
um buraco a uma distância de 5 m
aproximadamente da margem; após algum tempo, Gravatá
devido à porosidade do solo, o buraco encher-se-á
de água que deverá ser purificada.
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BANANEIRAS SILVESTRES TRILHA DE ANIMAIS


Normalmente, as bananeiras silvestres As trilhas de animais, quando
crescem em lugares de grande umidade (próximo identificadas na selva, poderão levar a uma fonte
a riachos e igarapés). Costumam armazenar água de água, ao local onde o mesmo se alimenta ou à
da chuva entre o caule da folha e o tronco. toca do animal.

EMBAÚBA DESTILADOR SOLAR


A embaúba é uma árvore cujas raízes O destilador solar é montado em alguns
externas, são bastante ramificadas, armazenam minutos, podendo-se extrair em torno de 1 litro e
água em suas cavidades. meio de água, por dia.
Nelas, pode-se obter água que deverá ser
purificada por fervura antes de seu consumo. Para monta-lo, deve-se:

- Cavar um buraco com, aproximadamente, 1


metro quadrado e 50 cm de profundidade.
- Colocar um recipiente qualquer no fundo do
buraco.
- Cobrir a cavidade com um pedaço de plástico
fino de 2 metros quadrados, aproximadamente.
O destilador solar dá bons resultados somente em
áreas abertas onde os raios solares podem incidir
sobre o plástico durante a maior parte do dia.
Embaúba

OUTRAS FONTES DE ÁGUA PARTES


BAIXAS DO TERRENO
Na selva é comum encontrar ravinas
temporariamente secas que se transformam em
leitos de igarapés ou igapós na época das chuvas.
Para se obter água nesse tipo de ravina, deve-se
cavar próximo aos tufos de plantas verdes e
viçosas. Essa água também deverá ser purificada.

PRÓXIMO AO BURITI

Fonte:https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-C3%A1rvore-de-buriti-em-
um-lago-image91741085 – Acesso em 13/08/2021

O buriti é uma espécie de palmeira que se


desenvolve somente onde há fonte de água. Caso
não haja um igarapé próximo ao buritizal, basta
cavar junto ao mesmo que, a pouca profundidade,
obter-se-á água que deverá ser purificada.

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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

PURIFICAÇÃO DA ÁGUA
Tanto a água captada diretamente da
chuva quanto à de origem vegetal, não necessitam
ser purificadas antes do consumo, excetuam-se
dessa regra aquelas captadas de outras fontes,
devendo as mesmas ser purificadas por um dos
seguintes métodos:
- Por fervura durante 1 minuto, no mínimo.
- Pela adição de 8 gotas de tintura de iodo por
litro d’água; deve-se então, aguardar 30 minutos
antes de consumí -la.
Pela adição do purificador existente no Com exceção dos cogumelos, o veneno dos
conjunto de sobrevivência, conforme instrução da vegetais torna-se inócuo pelo cozimento.
bula.
Existem ainda, outros meios de purificação que Portanto, numa situação de sobrevivência,
têm como contraindicação a alteração do paladar, deve-se preferir como alimento uma sopa de
a saber: vegetais, pois será menos perigosa e indigesta,
- Água oxigenada: deve-se adicionar além de manter certo valor nutritivo.
uma colher de café de água oxigenada A maior parte das espécies de inhame e
a 10 volumes para cada litro de água e raízes é venenosa em seu estado natural (cru),
aguardar 30 minutos. mas comestível após o cozimento. Todas as
- Café: adicionado a água, serve como partes de determinadas, plantas, sejam elas
desinfetante. aquáticas ou terrestres, são comestíveis, mas, na
- Limão: adicionado à água protege dos maioria dos vegetais, torna-se necessário escolher
vírus do tifo e da cólera. a parte com maior valor nutritivo, seja ela a raiz,
- Sulfato de cobre: quando encontrado os brotos, as folhas ou os folhelhos.
entre as bagagens dos passageiros Grande número de brotos vegetais são
poderá ser usado em solução de comestíveis, principalmente os de samambaias.
1/1000 (meia colher de chá por litro de Os rebentos de todos os brotos vegetais
água). encaracolados e quase todos são cobertos de
fiapos que lhes dão um gosto amargo. Para
ALIMENTO prepara-los, deve-se:
a) Tirar os fiapos, esfregando-os dentro da água.
ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL b) Ferver os brotos durante 10 minutos.
Existem no mínimo, umas 300.000 c) Trocar a água e ferver por mais de 30 a 40
espécies diferentes de plantas silvestres no mundo minutos. Muitas plantas armazenam grande
e grandes parte delas podem ser ingeridas. quantidade de amido comestível nas partes que se
Muitas poucas plantas silvestres são letais quando encontram sob a terra (fécula de batatas,
ingeridas em pequenas quantidades; entretanto, se mandiocas, etc.).
forem desconhecidas, não se deve ingeri-las sem
previamente colocar uma porção na boca (sem
mastigar) por 5 minutos, aproximadamente, caso TODO ALIMENTO QUE CONTÉM ÁMIDO,
o paladar não estranhe o sabor da porção, pode DEVE SER INGERIDO COZIDO, POIS CRU É
ingerir o alimento. INDIGESTO.
De uma maneira geral, não há perigo em A palmeira é conhecida como árvore da
ingerir vegetais procurados por pássaros e providência, pois dela se aproveita tudo: a palha
mamíferos (principalmente macacos). para construir abrigo, a água e o fruto para
alimentação. O tronco da palmeira fornece o

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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

palmito, a seiva e também o amido. Para extrair animais. As armadilhas devem ser de construção
amido da palmeira, deve-se: simples, montadas antes do cair da noite e nas
a) Abrir o tronco pela sua parte mais grossa e partes estreitas das trilhas, deve-se evitar retirar o
retirar o miolo. material para a confecção das armadilhas da área
b) Lavar em água limpa, a polpa retirada. onde a mesma será armada, devido ao animal
c) Cozinhar a polpa branca concentrada (amido sentir as alterações no seu ambiente.
puro). Não se deve alterar a natureza ao redor
d) Deixar secar e usar como farinha. das armadilhas ou urinar próximo a elas,
pois a caça pode pressentir a presença humana.
Os frutos silvestres que forem recobertos
de pelos (ou cabelos), e apresentarem gosto
amargo e/ou sumo leitoso, não devem ser
ingeridos. Isso é, os frutos CAL (cabeludos-
amargos-leitosos) não devem ser ingeridos.
Excetuam-se dessa regra os frutos conhecidos
pelos sobreviventes.

Nenhuma espécie da banana silvestre


oferece perigo como alimento.

ALIMENTO DE ORIGEM ANIMAL PESCA


Numa sobrevivência deve-se ter sempre Caso o sobrevivente não disponha de
presente que tudo que anda, nada, voa ou rasteja é anzóis do conjunto de sobrevivência na selva,
uma possível fonte de alimentação. poderá improvisar alguns com pregos, madeira ou
pedaços de ossos. Se não dispuser de linhas, pode
“NÃO SE DEVE ESQUECER QUE, EM improvisa-las com fios elétricos, arames, linhas
SOBREVIVÊNCIA, A FOME SOBREPUJA A de roupas ou cordões de calçados. Como iscas,
REPUGNÂNCIA”. poderão ser usados insetos, carnes e vísceras de
quaisquer animais. Iscas artificiais poderão ser
O alimento de origem animal tem um confeccionadas com pedaços de pano coloridos,
valor energético muito maior que o de origem penas coloridas ou fragmentos de algum metal
vegetal, por isso, os sobreviventes devem dar brilhante.
preferência a esse tipo de alimentação, apesar de A zagaia um sistema prático para pescar a
ser mais difícil a sua obtenção na selva. noite com lanterna ou archote. Para confecciona-
la, utilizam-se partes metálicas de aeronave ou
CAÇA varas pontiagudas (bambu).

NOÇÕES BÁSICAS
Ao caçar, é necessário agir com cautela,
pois a maior parte dos animais que vivem na
selva é de difícil captura. O melhor método é a
“caça de espera”, em um ponto onde os animais
costumam passar (trilha que leve ao bebedouro,
toca, etc.).

ARMADILHAS DE CAÇA
A caça pode se efetuar através de laços, INSETOS
arapucas e mundéus, especialmente na falta de Alguns insetos, entre eles as formigas e os
arma de fogo. As armadilhas devem ser armadas besouros bruquídeos, podem deixar suas larvas.
nas trilhas da caça. Rastro fresco, excrementos e Dentro de coquinhos e frutas (ex: tapurú). Essas
frutos roídos são indicadores da presença de
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

larvas poderão ser consumidas, possuindo glândulas, partes venenosas e a cauda


inclusive, alto teor vitamínico. (normalmente sem carne).
O tapurú deve ser ingerido,
preferencialmente, vivo, pois morto deteriora-se FORNO
rapidamente. Deve-se envolver o peixe, batatas ou
As formigas poderão ser consumidas outros alimentos em uma camada de barro ou
assadas ou fritas e têm alto teor nutritivo. argila e, em seguida, assá-lo diretamente nas
chamas ou nas brasas de uma fogueira.
PREPARAÇÃO DO ALIMENTO Pode-se, também, envolver o peixe em folhas de
Ao utilizar uma ave como fonte de bananeira ou papel alumínio e enterra-lo sob a
alimento, deve-se retirar as penas logo após o fogueira (1 hora de cozimento).
abate ou ainda através do processo caseiro (água
quente), podendo-se também empregar o REQUISITOS DE ENERGIA
processo do “descamisamento” (nesse processo A cota de energização do sobrevivente
retira-se a pele juntamente com as penas da ave). estará assegurada se os alimentos à sua posição
As fontes de calor necessária ao cozimento dos contiverem:
alimentos podem ser assim improvisadas:
CARBOIDRATO VEGETAL
Presente, principalmente, no açúcar, nos
cereais e nas frutas.
Se a provisão de água for pequena, deve-se dar
preferência aos alimentos de origem vegetal.

PROTEÍNA ANIMAL
Presente, principalmente, em carnes e
ovos. As proteínas têm alto valor nutritivo e sua
finalidade principal é a de refazer os tecidos do
organismo.
FOGAREIROS Se a reserva de água for pequena deve-se
Pode-se improvisar um fogareiro a partir procurar não ingerir grandes quantidades de
de óleo lubrificante ou querosene (destroços da proteínas.
aeronave).
Arma-se com varas um estrado, sobre o GORDURAS
qual será depositada a carne. O moquém é As gorduras não constituem elemento
utilizado para o preparo de carnes para consumo essencial para a nutrição humana podendo,
posterior. inclusive, causar distúrbios à digestão.
Das vísceras da ave, pode-se aproveitar o A ingestão de gordura exige, para sua eliminação,
coração, o fígado e os rins que poderão ser grandes quantidades de água.
ingeridos crus. Uma vez abatida uma caça, deve-
se proceder à esfola (tirar o couro), feito isso, SINALIZAÇÃO
abre-se o animal pela linha do peito, tendo o
cuidado de não perfurar a bexiga ou a víscera NOÇÕES BÁSICAS
biliar. Nenhuma parte das vísceras deverá ser De início não se deve abandonar as
aproveitada. imediações do acidente, pois a ação da queda
Os peixes devem ser descamados da cauda destrói parcialmente a vegetação servindo, como
para a cabeça, isto é, no sentido contrário ao das visualização para o Serviço de Busca e
escamas. Salvamento.
Todos os ofídios, venenosos ou não,
poderão ser ingeridos. Entretanto, no preparo das
cobras venenosas, deve ser desprezado um palmo
a partir das extremidades, pois aí se encontram as
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

EQUIPAMENTO DE SINALIZAÇÃO DA sobreviventes ainda não foram avistados e,


AERONAVE outros, quando já avistados, mas o resgate não
Os equipamentos de sinalização da venha a ser imediato.
aeronave são:
• Radiofarol de emergência (Beacon) Rescue 99 FORMAS DE SINALIZAÇÃO
e/ou Locator. • Distribuir diversas fogueiras pequenas num raio
• Foguete pirotécnico de 50 a 100 m do local do acidente, de forma que
• Espelho possam ser rapidamente ativadas ao se avistar
• Apito uma aeronave ou ao se ouvir o ruído de seus
• Lanterna motores.
• Corante marcador de água
• Ao sinalizar com fumaça deve-se ter o cuidado
A descrição, a adequação e os de não o fazer sob copado cerrado pois ela terá
procedimentos para a utilização destes dificuldade de ultrapassa-lo.
equipamentos encontram-se em manuais Mesmo que o consiga, facilmente será
próprios, fornecidos pelo fabricante do confundida com a neblina que existe na selva por
equipamento voado (modelo de aeronave) e o ocasião da evaporação das águas.
correto manuseio é ministrado durante os
treinamentos iniciais e de revalidações anuais nas • Para se obter fumaça branca, deve-se lançar na
empresas aéreas. fogueira folhas ou ramos verdes, musgos, limo ou
gotículas de água.

• Para se obter fumaça preta, deve-se pôr na


fogueira, óleo borracha ou plástico retirados da
aeronave.

• Se for possível subir em uma árvore alta, pode-


se colocar uma bandeira improvisada com peças
de roupas, tecidos dos estofados das poltronas,
coletes salva-vidas, etc. Esses materiais
amarrados aos galhos mais altos poderão ser
Sinalizador pirotécnico avistados por aeronaves que sobrevoarem a área.

QUADRO DE CÓDIGOS VISUAIS TERRA-


AR
Para se improvisar um quadro de sinais
visuais TERRA—AR, deve-se fazer no chão e em
dimensões avantajadas, o sinal adequado a cada
necessidade, conforme o quadro abaixo

Nº MENSAGEM Símbolo do
Corante marcador de Água código
1 Necessitamos V
SINALIZAÇÃO COM RECURSOS LOCAIS Assistência
No local do acidente, facilmente poderão 2 Necessitamos X
ser encontrados materiais para sinalizar. Assistência Médica
3 Não ou Negativo N
Entretanto, é necessário destacar que a 4 Sim ou afirmativo Y
sinalização difere, dependendo da situação, ou 5 Avançando nesta ↑
seja, há procedimentos específicos se os direção
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Poderão ser utilizados para a confecção ANIMAIS PERIGOSOS


dos sinais partes da aeronave, todo material que
não tenha se consumido por fogo e que ainda MOSQUITOS
possam “chamar a atenção” como assentos das O maior perigo com os quais os
poltronas, coletes salva-vidas, etc., e também sobreviventes se defrontam na selva, é
troncos de árvores, sulcos na terra. representado pelos mosquitos, muitos dos quais
transmissores de moléstias a parasitas, tais como:
SINALIZAÇÃO POR MEIO DO CORPO febre amarela, malária, lechmaniose e outras.
Para efeito de conhecimento, ilustramos a Deve-se procurar proteção mantendo a
seguir o quadro Padrão Internacional de maior parte do corpo coberta, diminuindo, assim,
sinalização com o corpo. a área
exposta às picadas.

Aedes aegypti Mosquito da malária

ARANHAS
São raros os casos fatais decorrentes de
picadas por aranhas. Devido ao fato de o veneno
agir em relação ao peso da vítima, tornam-se
perigosas para idosos e crianças de baixo peso.
São muitas as espécies de aranhas e,
poucas são venenosas; dentre essas, destacam-se:
armadeira, viúva-negra, aranha marrom e
tarântula (aranha de jardim).
CUIDADOS NA SELVA
Para minimizar os riscos de uma
permanência na selva, deve-se observar certos
cuidados, sejam em relação ao vestuário, sejam
em relação a animais que possam causar danos
aos sobreviventes.

VESTUÁRIO
Deve-se pensar muito bem antes de se
desfazer de qualquer peça de roupa, pois quando
corretamente utilizado, o vestuário protegerá
contra o frio e o calor e, também, contra LACRAIAS E ESCORPIÕES
queimaduras do sol, picadas de insetos e Assim como as das aranhas, as picadas de
arranhões produzidos por folhas e/ou espinhos. escorpiões e lacraias não são graves quando
O sobrevivente deve procurar manter as ocorrem num adulto sadio, embora, em crianças e
roupas limpas; são melhores isolantes térmicos do pessoas idosas possam ser fatais.
que roupas sujas.

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FORMIGAS
Em seus formigueiros, tornam -se muito
ferozes. As picadas de algumas espécies são
muito dolorosas (UCANDEIRA,
FORMIGA DE FOGO, MARABUTAS...) e
podem causar sérias irritações na pele.

Lacraia

MUTUCAS
Escorpião Preto São espécies de moscas que depositam
suas larvas em organismo vivo, valendo-se de
ferimentos, e/ou sangue, causando inflamações e
infecções graves.

Escorpião Amarelo

ABELHAS E MARIMBONDOS
A picada desses insetos, geralmente não BICHOS DE PÉ
causa problemas, mas pode se tornar perigosa se São pequenos insetos que penetram na
as picadas forem múltiplas ou conforme a pele deixam ovos que se desenvolvem
localização (face, pálpebra, pescoço, língua...) produzindo inchaço local, coceiras e inflamações.
Deve-se procurar permanecer vestido e calçado
sempre que possível.

Bicho de pé

CARRAPATO
Os carrapatos andam pelo corpo as
centenas. Nunca se deve achatar um carrapato
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sobre a pele, pois são portadores de germes de ARRAIA DE RIO


doença graves A arraia de rio é um peixe cartilaginoso;
possui na cauda um ferrão que produz ferida de
difícil cura. Para evitar acidentes com arraias, ao
se atravessar a pé, riachos ou igarapés, utiliza-se
um bastão para tatear o fundo, a fim de não as
pisar.

para o homem. Caso necessário, deve-se


retirá-lo encostando pontas de cigarro e/ou brasas
a fim de não deixar suas
garras na pele, pois poderão surgir inflamações
no local.

SANGUESSUGAS
As sanguessugas são comuns em florestas
pantanosas. Para se livrar de uma sanguessuga PORAQUÊ OU PEIXE ELÉTRICO
deve-se aplicar, sobre a mesma, gotas de iodo, É um peixe que acumula carga elétrica em
pitadas de sal, fósforo acesos ou ainda pontas de seu corpo para usar em sua própria defesa. A
cigarro. As mordidas de sanguessuga são descarga elétrica é proporcional ao tamanho do
indolores, mas podem resultar em grandes peixe. Deve-se ter cuidado ao atravessar
ulcerações. pequenos cursos d’água (igarapés), pois é seu
“habitat” preferido.

Sanguessuga

COBRAS
As cobras são normalmente tímidas. A
proteção oferecida por calçados é adequada; caso
não se disponha de calçados, deve- se improvisar Poraquê (peixe elétrico)
um par de perneiras com pedaços de lona, panos
de estofamento, cascas de árvores e/ou fibras
vegetais.
CANDIRÚ
É um pequenino peixe amazônico que tem
a particularidade de penetrar, com extrema
facilidade, pela uretra ou ânus das pessoas. A
operação para sua retirada é difícil e dolorosa.
Portanto, ao banhar-se em rios onde habitam,
proteção com roupas de banho é indispensável.

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• Houver a certeza de conhecer tanto a posição


geográfica quanto um ponto de abrigo;
alimentação e socorro, ou;
• Tiverem transcorrido 8 dias e for avaliada a
pouca probabilidade de resgate.
Se for decidido o afastamento em busca de ajuda,
antes de iniciar a caminhada, deve-se planeja-la
cuidadosamente, preparando o material
necessário para o deslocamento. O grupo de
pessoas que efetuará a caminhada deverá levar
https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/noticia/2016/07Acesso:05/08/20
dois terços das rações disponíveis.
Na caminhada pela selva, o trajeto deve
PIRANHA
As piranhas tornam-se perigosas nos ser marcado com sinais, pois caso necessário, o
poços pouco movimentados dos rios e nas águas grupo poderá encontrar o caminho de volta.
paradas de lagos e canais. Nos rios e riachos de A marcação do trajeto com sinais também poderá
água corrente, normalmente não oferecem perigo. servir de auxílio aos grupos de resgate.
Servem como alimento, apesar do excesso de
espinhas. ORIENTAÇÃO POR BÚSSOLA
As bússolas encontradas nos conjuntos de
sobrevivência nada mais são do que agulhas
magnéticas móveis colocadas sobre um eixo que
passa pelo centro de gravidade.

Piranha

CAMINHADA PELA SELVA Para se utilizar uma bússola manual,


DECISÃO DE PERMANECER OU algumas regras devem ser seguidas:
ABANDONAR O LOCAL • Quem determina o Norte é a agulha e não o
A maior parte dos salvamentos bem limbo.
sucedidos ocorrem enquanto os sobreviventes • Para se fazer a leitura das direções com
permanecem próximos aos destroços. segurança, o primeiro passo é colocar o NORTE
Indivíduos ou grupos de pessoas, ao do mostrador fixo coincidindo com o NORTE da
verem-se isolados e em situação desesperadora agulha.
tendem a movimentar-se em qualquer direção, • Marca-se a direção a ser seguida a partir do
buscando salvação. local do acidente.
Essa precipitação é normal, porém, • Calcula-se o tempo de caminhada na direção
errônea, muitos já perderam a vida andando a determinada.
esmo pela selva. Observando do alto, é mais fácil • Caso seja necessário mudar de direção, sinaliza-
localizar uma aeronave do que um grupo de se o local em que se efetuou a mudança.
pessoas caminhando pela selva, e além disso, é • Sempre que for feita a leitura da bússola, deve-
provável que alguém tenha percebido a queda da se certificar que a mesma não está sob influência
aeronave e esteja se deslocando, ao seu encontro. de alguma força magnética externa (imã, ferro,
Deve-se abandonar o local do acidente aparelho elétrico...).
somente se:
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“UMA BÚSSOLA NUNCA DIZ O LUGAR uma emergência e iniciar uma possível missão de
ONDE SE ESTÁ E SIM O LUGAR PARA resgate.
ONDE SE VAI”.
SATÉLITE DE SALVAMENTO
BÚSSOLA DA AERONAVE Os satélites de salvamento existem para
Poderá ser utilizada tirando-se os reduzir o tempo-resposta, ou seja, o socorro aos
magnetos compensadores que vêm acoplados a acidentados no menor tempo possível e,
ela consequentemente, aumentar suas chances de
sobrevivência. Estados Unidos, Canadá e União
ORIENTAÇÃO POR RELÓGIO Soviética desenvolveram programa internacional
Coloque o número 12 do mostrador na para a busca e salvamento por satélites que se
direção do sol. A bissetriz do ângulo formado denominou COSPAS — SARSAT (SEARCH
entre o 12 e o ponteiro das horas indicará o Norte AND RESCUE SATELLITE AIED
a qualquer hora do dia. TRACKKING).
Basicamente o sistema funciona com o
uso de satélites múltiplos em órbitas polares de
baixa altitude, capazes de captar os sinais
transmissores pelos radiofaróis de emergência nas
frequências 121.5, 243 e 406 MHZ.
Os sinais recebidos pelos satélites são
retransmitidos para uma estação rastreadora no
solo (LUT) onde são determinadas as
coordenadas geográficas do ponto de emissão dos
sinais. A posição do acidente é então passada ao
Centro de Busca que acionará os meios
necessários para a busca e possível resgate.
ORIENTAÇÃO PELO SOL
Para orientação pelo sol, estende-se o AÇÕES APÓS A EVACUAÇÃO DA
braço direito para a nascente; à esquerda ter-se-á AERONAVE:
o oeste; à frente o norte e às costas, o sul.
Imediatas e Simultâneas
• Afastamento
SERVIÇO DE BUSCA SALVAMENTO (SAR) • Prestação dos Primeiros Socorros
O serviço de Busca e Salvamento foi • Acionamento dos radiofaróis
criado pelo Ministério da Aeronáutica a fim de
cumprir o acordo firmado pelo Brasil junto à Subsequentes
OACI. Neste acordo, os países signatários da
Convenção de Chicago (1944) comprometeram- SAFA + A: Sinalização, Abrigo, Fogo, Água e
se a adotar recursos para cumprir e realizar Alimentos (rações).
missões de busca e salvamento em seus países.
Os SAR são subordinados aos Serviços
Regionais de Proteção ao Voo (SRPV) e, a cada
um deles, é definida uma área de busca e MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO E
salvamento de forma que na soma das áreas haja PROCEDIMENTOS EM MATAS
uma cobertura total do território brasileiro.
O SAR regional possui um Centro de DESLOCAMENTO EM MATAS
Coordenação e Salvamento (RCC) que opera às O indivíduo ou grupo de indivíduos,
24 horas do dia, dotado de estação de realizando buscas ou aventurando-se ao ver-se
telecomunicação, podendo acionar todos recursos isolado na selva e tendo necessidade de
humanos aéreos e disponíveis a fim de atender a sobreviver tenderá, naturalmente, a movimentar-

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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

se em uma direção qualquer em busca de Deixe uma notificação na aeronave, por escrito;
salvação. deixe, também, um sinal que seja visível do ar
Será normal esta precipitação, mas indicando a direção seguida.
totalmente errada, pois muitos já perderam a vida Retire da aeronave, se possível, a bússola
por se terem deixado dominar pela ânsia de magnética e altímetro. Não se esqueça de
salvar-se, andando a esmo e entrando, fatalmente, remover os imãs de compensação da bússola.
em pânico. Procure seguir sempre o caminho mais fácil e
mais seguro, mesmo que seja mais longo. Os
GENERALIDADES deslocamentos devem ser lentos.
A densidade da vegetação torna a selva Poupe suas forças contornando os
"toda igual"; nela não haverá pontos de referência obstáculos. Não lute com os cerrados e capoeiras,
nítidos. Mesmo aqueles que já possuem alguma cortando mato com o facão, é preferível contorná-
experiência não confiam muito em possíveis los. Não tente vencê-los pela força. Não suba em
referências, porque tudo se modifica, se confunde linha reta ou aclive, quando este for muito
devido à repetição contínua e monótona da inclinado procure subir em zigue-zague, a fim de
floresta fechada; os incontáveis obstáculos poupar sua energia.
constantemente causarão desequilíbrio e quedas, Mantenha um ritmo normal de marcha.
tornando difícil à visada permanência sobre Caminhe durante 3 horas e descanse uma e, inicie
determinado ponto; a necessidade de saber onde as marchas pela manhã procure acampar antes do
pisar ou colocar as mãos desviará, por certo a anoitecer às 17:00 horas, na selva, já começa a
direção do rádio visual; e, finalmente, a própria escurecer. Portanto já a partir das 15:00 horas,
densidade da vegetação só permitirá que se veja procure encontrar um local para acampar.
até a distância de 15 ou 20 metros à frente, As correntes de água e as picadas abertas
quando muito. À noite nada se vê, nem a própria pelos animais são as estradas do sertão. Em caso
mão a um palmo dos olhos. de tempestade ou nevoeiro acampe logo e espere
O luar, quando houver, poderá atenuar um que a visibilidade se torne novamente normal e as
pouco essa escuridão sem, contudo, entusiasmar o condições de tempo se tornem melhores antes de
deslocamento noturno. O copado fechado das prosseguir viagem.
árvores não permitirá que se observe o sol ou o Assinale todo o caminho percorrido e o
céu, a não ser que se esteja em uma clareira, o rumo seguido. Faça setas nas árvores, e em
que, ainda assim, não significará que se possa pequenas pedras quebre galhos, amarre pedaços
efetivamente observá-los de dia ou de noite pois de pano e modifique a paisagem natural.
haverá constantemente a possibilidade de céu Evite acampar nas margens de rios ou
nublado. riachos. Prefira pequenas elevações, a mais de
Por tudo isso, os processos de orientação 100 metros de um curso de água. Não acampe
na selva sofrerão severas restrições e, por já junto de árvores mortas e nem debaixo de galhos
constarem de outros manuais, serão aqui secos. Acenda uma fogueira junto de seu
apresentados de modo muito geral. acampamento.
Viaje pelos rios somente à luz do dia. Não
JORNADA SOBRE A TERRA atravesse águas pantanosas, contorne-as.
Antes de iniciar a jornada, planeje-a
cuidadosamente e faça todos os preparativos de NAVEGAÇÃO TERRESTRE DIURNO
modo mais completo possível. Não se Equipe de navegação: - teoricamente uma
sobrecarregue. Procure levar palitos de fósforo ou equipe de navegação na selva na selva compor-
isqueiro, velas bússolas, mapas, estojo de se-á de quatro (4) homens.
primeiro socorro, caderno de notas e lápis. • HOMEM PONTO - será aquele lançado à frente
Tudo isso deve ser acondicionada num para servir de ponto de referência; portará um
saco à prova d'água. Deverá levar também um facão para abrir a picada;
machado ou faca, água, alimentos, espelho de • HOMEM BÚSSOLA - será o portador da
sinalização, óculos para sol (se houver), relógio, bússola e deslocar-se-á imediatamente à
fio metálico ou corda-estais para armar abrigos. retaguarda do homem - ponto; deverá manter a
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bússola amarrada ao corpo para não a perder; contra azimute. Quer seja azimute ou contra -
quando não estiver sendo utilizada deverá estar azimute, a técnica será:
fechada; • HOMEM BÚSSOLA - lançará o homem -ponto
• HOMEM PASSO - será aquele que se deslocará à frente, na direção do azimute até o limite de sua
atrás do homem - bússola com a missão de contar visibilidade, por deslocamento comandado "um
os passos percorridos e transformá-los em metros. ponto para a direita". Ou “mais à esquerda". O
Para desempenhar essa função, deverá ter homem- bússola determinará, com precisão, o
o passo aferido com antecedência, o que seria local onde o homem - ponto deve parar.
feito do seguinte modo: Estando este parado, aquele se deslocará
- Em um terreno plano, medir e marcar a até ele e o fará dar um novo lance à frente, na
distância de 100 metros; direção do azimute de marcha, repetindo as
- Percorrer essa distância 10 vezes, observando- operações anteriores. Será, portanto, uma
se assim, cada vez, um determinado número de navegação por lances;
passos; • HOMEM PONTO - não será mais que um
- Tirar a média e concluir: 100 metros são comando do homem - bússola; enquanto ele se
percorridos por "P" passos; deslocar, irá usando do facão para abrir picada e
- A esse número de "P" somar P/3 (um terço); melhorar a visibilidade para os que vêm à
- Concluir, finalmente: 100 metros na selva serão retaguarda;
percorridos por P+ P/3 passos. Essa margem de • HOMEM PASSO - seguirá aqueles dois,
segurança, P/3 (um terço) compensará os erros contando o número de passos; à medida que
provenientes de incidentes comuns nos atingir 50, 100 ou quantos passos convencionar,
deslocamentos através da selva, como quedas, irá anotando-os um cordão por meio de nós,
desequilíbrios, passagens sobre troncos, pequenos palitos de fósforo, pequenos galhos, folhas ou
desvios, terrenos elevados e uma série de outros. outro meio qualquer, de modo que a, qualquer
• HOMEM - CARTA será o que conduzirá a carta momento, possa converter passos em metros e
(se houver) e auxiliará na identificação de pontos saber quanto andou.
de referência ao mesmo tempo em que nela Tal procedimento será necessário porque
lançará outros que mereçam ser locados. poderá haver necessidade de retorno a ponto de
partida e, neste caso, será sempre útil saber que
OBSERVAÇÕES distância ter-se-á de marchar até eles; será, pois,
Será interessante e muito aconselhável fator de controle. Além do mais, caso haja uma
mesmo que todos os homens que integram um carta e surjam acidentes dignos de ser locados,
grupo tenham conhecimento do emprego da essa distância será necessária.
bússola e possuam o passo aferido, o que
possibilitará o rodízio de funções. O uso do facão
no mato será restrito, para que não se deixem
pistas. ULTRAPASSAGEM DE OBSTÁCULO
Será normal em um deslocamento na selva
encontrarem-se, na direção de marcha, os mais
variados obstáculos: árvores caídas, buracos,
TÉCNICAS DE NAVEGAÇÃO galharia, barreiras quase na vertical, aclives e
(O AZIMUTE É DESCONHECIDO) declives suaves ou fortes, chavascais (banhados,
Será o caso em que o grupo está perdido e alagadiços), pantanais, igarapés (estreitos e lagos
tentará encontrar um caminho para salvação. de fraca ou forte correnteza, rasos ou profundos);
Após um calmo estudo da situação, será igapós, rios, lagos ou lagoas, etc... Quando se
selecionado uma direção da qual se tirará o marcha segundo o azimute, às vezes não, sendo
azimute segundo o qual se navegará. Isso evitará então necessário vencê-lo. Dentre a variedade de
que se caminhe em círculo (fato normal para processos existentes para realizar um desvio ou
quem, sem a bússola, procura marchar na selva); transportar um obstáculo, serão apresentados os
ao mesmo tempo em que permitirá, se necessário, que se seguem:
retornar a ponto de partida, orientando-se pelo
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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

DESVIO DE UM OBSTÁCULO botes salva-vidas e que se salvaram apesar de,


inicialmente, não disporem de água e comida.
PRIMEIRO PROCESSO - DO PONTO DE O recorde pertence a um marinheiro
REFERÊNCIA NÍTIDO chinês chamado Poon Lin, que após o
Chegando ao obstáculo, escolhe-se um torpedeamento do navio “Bem Lemond”
ponto bem nítido no lado oposto para servir como permaneceu à deriva sobre uma balsa durante 134
referência. Efetua-se o desvio necessário, chega- dias, tendo sobrevivido à custa de peixes e água
se ao ponto e a marcha é reiniciada. de chuva, sendo recolhido próximo à cidade de
Entretanto, o processo raramente terá aplicação Belém do Pará.
prática quando se trata de obstáculo de grandes Sobreviver no ambiente marinho longe da
dimensões, pois o mais difícil na selva será proteção da terra é uma tarefa das mais difíceis,
encontrar aquele ponto nítido. devido à sede, à fome, ao tédio, à solidão e às
Por isso, quando se sair de um ponto em busca de mudanças meteorológicas constantes.
outro, não esquecer de deixá-lo antes, muito bem Sobreviverá aquele que, independente das
marcado para facilitar o retorno em caso de dificuldades, não perder em nenhum instante a
insucesso. “VONTADE DE VIVER”.

SEGUNDO PROCESSO DA
COMPENSAÇÃO COM PASSOS E
ÂNGULOS RETOS
Marcha-se na direção amarrada pelo
azimute de marcha até o ponto A, frente ao
obstáculo. De A vai-se a B deslocando-se
segundo um novo azimute, de modo que este
forme com o de marcha um ângulo reto em A;
neste deslocamento contam-se os passos dados Equipamento de sobrevivência no mar
entre A e B (P passos).
De B vai-se a C deslocando-se segundo o ORIENTAÇÃO BÁSICA
mesmo azimute de marcha (será o azimute Após a separação definitiva dos
paralelo); também neste deslocamento contam-se equipamentos de flutuação, os sobreviventes
os passos dados entre B e C (Q passos) para que deverão se afastar da aeronave, devido ao risco de
não se perca a noção da distância geral do submersão ou explosão.
percurso realizado ou ainda a realizar. De C vai- Diversas ações deverão ser realizadas
se a D deslocando-se segundo o contra azimute imediata e simultaneamente. Para que haja a
da direção AB e percorrendo a mesma distância simultaneidade de ações e para prevenir a
que se percorre entre A e B, isto é, os mesmos” ocorrência de pânico entre os sobreviventes, é
passos. Chegando em D reinicia-se o necessário que um Tripulante assuma o comando
deslocamento na direção dada pelo azimute de da embarcação e coordene a distribuição de
marcha original. tarefas.
Será normal ocorrerem pequenas
diferenças em direção e em distância, quando se AÇÕES IMEDIATAS E AÇÕES
realizarem deslocamentos desse tipo por causa SUBSEQÜENTES
dos acidentes e incidentes em terreno de selva;
daí a necessidade de designar, no mínimo, dois Jogar a âncora de embarcação na água,
homens para lidar com a bússola e outros dois certificando-se que não fique presa na aeronave
para contar os passos, quando possível, para ou em destroços. Deverá ser feita uma verificação
minimizar os erros. das condições físicas dos sobreviventes,
prestando os primeiros socorros a quem
SOBREVIVÊNCIA NO MAR necessitar, de preferência por ordem de gravidade
Numerosos são os casos de náufragos que dos ferimentos (hemorragias, traumatismo
permaneceram vários dias no mar, em balsas ou craniano, fratura exposta, etc.). Se houver
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profissionais da área médica (médico, veterinário, agrupados, unindo-os (dentro do possível) através
dentista, enfermeiro) deve solicitar sua da corda do anel de salvamento.
colaboração. Este procedimento evitará que as
• Proceder a uma busca rigorosa em toda a área embarcações derivem em rumos diferentes e
onde pousou a aeronave, pois poderão existir facilitará o trabalho de localização e resgate pelo
sobreviventes flutuando sem sentidos, em estado Serviço de Busca e Salvamento.
de semiafogamento. Se for verificada a existência
de sobreviventes no mar, resgata-los aplicando Para evitar abalroamento, a distância mínima a
procedimentos de “RECUPERAÇÃO DE ser mantida entre as embarcações deverá ser de 8
HOMEM AO MAR”. metros.
• Tripulante, amarrado à embarcação pela corda Examinar fragmentos da aeronave que
do anel de salvamento, vai a estejam flutuando o que for possível.
socorro de sobrevivente. Retirar da água as rações que forem avistadas,
• Tripulação joga, do barco, o anel de salvamento bem como almofadas, estofamento, vestimentas
para o sobrevivente. extras, etc.
• Tripulante joga, do barco, um colete salva-vidas Cuidar para que os sobreviventes não se
amarrado à corda do anel de salvamento, para o desloquem de pé no interior das embarcações,
sobrevivente. nem se sentem nas bordas, pois poderão cair na
• Acionar o radiofarol de emergência(beacon). água.
Armar o toldo para proteger os
sobreviventes dos raios solares e dos salpicos de
água do mar, e também para captar a água da
chuva e do orvalho.

RECUPERAÇÃO DE HOMEM AO MAR


Preparar e proteger todos os equipamentos
de sinalização, tais como: foguetes pirotécnicos,
corante marcador de água, espelho sinalizador e
lanternas, colocando-os em invólucros
impermeáveis, de forma que possam ser
utilizados prontamente, ou seja, AO SE
AVISTAR UMA EMBARCAÇÃO OU Bote com Toldo
AERONAVE, OU AO SE ESCUTAR O RUÍDO Os sobreviventes não precisarão se
DE SEUS MOTORES. deslocar no interior da embarcação para a
armação do toldo e todos deverão participar da
operação, principalmente os que estiverem
sentados próximos aos montantes estruturais.
Para colocação dos mastros, deverão ser
designados os sobreviventes que estiverem
sentados próximos aos encaixes dos mesmos no
assoalho.
Convencer os sobreviventes de que não
precisarão ingerir água e alimento no primeiro
Sinalização com Foguete dia. Mesmo que haja suprimentos de água, esta
Se houver mais de um equipamento deverá ser reservada para as crianças (se houver)
coletivo de flutuação, os mesmos deverão ser pois elas se desidratam rapidamente. Certificar-se
de que a embarcação esteja devidamente inflada
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(câmaras bem cheias, sem rugas). Se for existência de terra. Em geral, um maior número
necessário, completar o ar com a bomba manual de aves é avistado mais próximo à terra do que
de inflação. Tomar cuidado com os sapatos, em alto mar. A direção para a qual voam bandos
canivetes, facas e demais objetos afiados no de aves, ao anoitecer, poderá indicar terra
fundo da embarcação, pois poderão danifica-la. próxima.
Usar os bujões de vedação em caso de Se for possível, reavaliar os ferimentos
infiltração no assoalho ou furos nas câmaras da dos sobreviventes e aperfeiçoar os curativos. Se
embarcação. Manter seco o interior da houver queda de temperatura, à noite, fechar as
embarcação, usando todos os meios disponíveis laterais(sanefas) do toldo.
(balde, esponja, etc.). Só se deverá navegar a embarcação,
Conservar a embarcação, em constante equilíbrio. quando houver terra à vista. Se o vento estiver
Os sobreviventes devem permanecer soprando em direção à terra, deve-se retirar a
sentados no assoalho de costas para as câmaras âncora da água, soltar a sanefa do toldo apenas do
principais, e com os pés voltados para o centro, lado do vento e segura-lo o mais alto possível
mantendo os coletes vestidos e inflados até o para que, enchendo-se de ar, proporcione, assim,
resgate. um deslocamento mais rápido.
Se o número de sobreviventes ultrapassar Tranquilizar os sobreviventes, dizendo
a capacidade máxima de embarcação, na que o salvamento é esperado em breve.
impossibilidade de transferir os excedentes para
as outras embarcações, será necessário promover “É ESSENCIAL CRIAR DESEJO DE
um rodízio: os excedentes deverão permanecer SOBREVIVER”
dentro d’água e, por medida de segurança,
amarrar as extremidades das tiras de seus coletes ÁGUA
salva-vidas, às tiras laterais de salvamento da Médicos da U.S NAVY comprovaram na última
embarcação. guerra mundial, que um homem privado de
A temperatura da água e as condições alimentos, mas com abundância de água potável,
físicas dos sobreviventes, determinarão o tempo evitando ao máximo despender qualquer esforço
de permanência fora da embarcação. físico, pode ter uma sobrevivência de 20 a 30 dias
Preservar a lanterna para tarefas dependendo da sua condição física e das
essenciais, pois pode-se precisar dela para condições ambientais.
sinalização, proteger bússola, relógios, isqueiros e Por outro lado, a ausência total de água
todo material que possa ser danificada pela leva a uma sobrevivência em torno de 10 dias.
umidade.
Fazer verificações periódicas na âncora. EQUILÍBRIO HÍDRICO
Com mar calmo, liberar toda extensão de corda; Normalmente o conteúdo de água no
com mar agitado, liberar somente meia extensão. organismo é bem equilibrado. O excesso na
Dividir os ocupantes da embarcação em ingestão de água, através de bebidas e de
grupos de vigilância, de forma que, enquanto alimentos é compensado pela excreção via urina,
alguns vigiam os demais repousam. fezes, respiração e transpiração. Em condições
Os turnos de vigia não deverão exceder normais, a ingestão de água por um indivíduo,
duas horas e todos deverão participar com pode variar de 2.500 ml a 3.000 ml, proveniente
exceção dos feridos ou exaustos. Manter pelo de três fontes principais. ÁGUA NATURAL
menos uma pessoa na vigilância. Quem estiver na A água natural é ingerida em maior
vigia deverá estar atento a qualquer sinal da terra, quantidade, sob a forma de bebidas e alimentos
aos navios que passam ou aeronaves em voo, ao líquidos, onde está presente em grande
aparecimento de algas marinhas, cardumes ou quantidade (sopa, leite, vitaminas,
bandos de aves que surjam, bem como a qualquer sucos, etc.).
indício de avaria na embarcação. Numa situação de sobrevivência no mar,
Uma nuvem de “cumulus” paradas sob talvez a única fonte natural disponível seja a água
um céu limpo ou céu onde todas as demais da chuva, que nem sempre satisfaz a sede, pois
nuvens se movam, muitas vezes indica a
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não dispõe dos sais minerais necessários ao corpo deixam ofegante, procurando repousar o máximo
humano. possível.
Ao chover, deve-se procurar armazenar
a maior quantidade possível de água, tendo o VIA CUTÂNEA
cuidado para não a contaminar com água do A perda de água por via cutânea está
mar. Durante a chuva beber tanto quanto associada à perda de alguns sais minerais, e varia
possível, sem que se sinta mal. num período de 24 horas, de 300 a 600 ml,
dependendo da temperatura, umidade do ar e da
ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO atividade corporal. As perdas por via pulmonar e
A água de constituição está presente em cutâneas são insensíveis. Nos dias quentes, para
todos os alimentos e, de uma maneira geral, pode- minimizar a perda de água por via cutânea, deve-
se considerar que a água entra na composição dos se evitar ao máximo a sudorese abrindo as laterais
alimentos sólidos numa variação de 75 a 80%. do barco salva vidas, para melhorar a circulação
Isto não significa que numa situação de do ar.
sobrevivência deva-se comer mais, a fim de Também se pode, nos dias muito quentes,
hidratar o corpo, pois será necessário aumentar umedecer as roupas com água do mar, para
também, a ingestão de água natural para diminuir a transpiração e, também, reduzir ao
metabolizar esses alimentos. mínimo quaisquer atividades físicas.
Se não se dispuser de água não se deve
comer, pois todos os alimentos ricos em VIA RENAL
proteínas, como o peixe e as aves, se ingeridas, Os rins de um adulto sadio com regime
farão aumentar a desidratação. alimentar livre, eliminam diariamente, cerca de 1
500 ml de urina. Numa sobrevivência no mar,
ÁGUA DE OXIDAÇÃO observa-se inicialmente uma sensível redução na
A água de oxidação é formada produção de urina pelos rins, a fim de reter a água
metabolicamente pelo organismo, através Da no organismo. Após o terceiro dia, dependendo
queima de proteínas, gorduras e carboidratos. das condições metabólicas de cada sobrevivente,
Cada pessoa tem o metabolismo diferente das a urina passa a ter coloração âmbar escura,
outras. devido a concentração de sais e ácidos.
Pode parecer que numa sobrevivência, a Deve-se beber somente água potável e
quantidade de água a ser distribuída, não deverá jamais água do mar, urina ou outros líquidos que
ser igual para todos, pois, teoricamente, deveria venham a produzir lesões nos ruins e assim,
ser levado em consideração a idade e o peso de provocar uma possível desidratação.
cada sobrevivente. Isso certamente, levaria a
desavenças no grupo. VIA DIGESTIVA
Como regra geral, portanto, todos deverão Pelas fezes um indivíduo normal elimina
receber a mesma quantidade de água, cerca de 100ml de água por dia. Em situações
reservando-se cotas extras aos feridos. normais, essa perda não é significativa, exceto
cotas extras para os feridos. nos casos de diarreia. Portanto, a ingestão de
alimentos deteriorados ou mesmo alimentar-se
PERDA DE ÁGUA VIA PULMONAR sem dispor de quantidades suficientes de água
Esta perda é involuntária e constante, para auxiliar na digestão, deve ser evitado pelos
porque a água saí do corpo sob forma de vapor sobreviventes. Não tendo água, não se deve
durante a expiração. Um homem adulto perde por comer.
via pulmonar, cerca de 200 a 400 ml de água, em
média por dia. PERDAS ADICIONAIS
Esta perda varia de acordo com o grau da Alguns tipos de ferimentos podem
atmosfera, e também, em duas circunstâncias: ocasionar uma perda adicional de água, mas para
febre e taquipneia, portanto o sobrevivente deve o náufrago o que mais comumente pode ocorrer,
combater febres e evitar atividades físicas que o é a perda de água através de eventuais vômitos
provocados pelo enjoo. Nesses casos, deve-se
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fazer uso de comprimidos contra enjoo que se


encontram nas farmácias que forem retiradas da CONCLUSÃO
aeronave.
• NÃO BEBER DO MAR, NEM A MISTURÁ
ÁGUA SALGADA COM ÁGUA DOCE
A análise de situações de sobrevivência no mar
em que os sobreviventes ingeriram água salgada, • NÃO COMER SE NÃO DISPUSER DE ÁGUA
demonstraram um número de mortes de sete a
oito vezes maior, do que nas sobrevivências onde • NÃO BEBER URINA E NEM SANGUE DE
os náufragos não a ingeriram. O resultado da ANIMAIS MARINHOS (MASTIGAR A CARNE
tentativa de aliviar a sede bebendo água do mar, é APENAS)
quase sempre o mesmo: a cada gole de água
salgada, aumenta a sede. O náufrago procura • EVITAR A PERDA DE ÄGUA PELA
então alivia-la bebendo mais água do mar, até SUDOROSE, NÃO DISPENDENDO
perder o autodomínio. ESFORÇO FÍSICO DESNECESSÁRIO E
Nessa situação, nada no mundo pode MANTENDO A VENTILAÇÃO DA
impedi-lo de continuar bebendo água salgada, até EMBARCAÇÃO E, SE NECESSÁRIO, MOLHAR
morrer. “A morte por água salgada é semelhante AS ROUPAS.
a morte pela sede.”
• PROCURAR REPOUSAR E NÃO SE AFOBAR.
“NÃO SE DEVE BEBER ÁGUA DO MAR,
NEM A MISTURÁ COM ÁGUA DOCE.” ESTIMATIVA DE VIDA EM DIAS /
QUANTIDADE DE ÁGUA (LITROS)
Tem Se 0,946 1,892 3,785 9,463 18,92
QUANTIDADE NECESSÁRIA DE ÁGUA pera m Litro Litro Litro Litro 7
tura águ s s s Litro
A quantidade mínima de água para que máxi a s
uma pessoa possa se manter em forma é de mais ma à
ou menos ½ litro por dia (500 ml). Se o som
bra
suprimento de água for insuficiente, será
48,8 2 2 2 2,5 3 4,5
preferível bebê-la no primeiro dia e de uma só 43,3 3 3 3 4 5 7
vez. 37,7 6 5 6 7 9,5 13,5
No Brasil, o Estado Maior das Forças 32,2 7 8 9 10,5 15 23
Armadas (EMFA) prescreve o consumo diário de 26,6 9 10 11 13 19 29
750 ml de água para que 21,1 10 11 12 14 20,5 32
o sobrevivente mantenha as condições 15,5 10 11 12 14 21 32
psicofísicas favoráveis. 10 10 11 12 14,5 21 32
Entretanto, condições de momento, como socorro
demorado, superlotação na embarcação, ou perda
dos suprimentos, poderão fazer com que as rações ALIMENTAÇÃO
de água sejam reduzidas. O consumo de água, O sobrevivente deve ter em mente que
dentro das possibilidades, deve seguir o quadro a dispondo de água, o seu organismo é capaz de
seguir: suportar algumas semanas sem alimentos sólidos.
Entretanto, sobrevive apenas algum dia se não
DISTRIBUIÇÃO DA ÁGUA APÓS O dispuser de água. Um homem perdido num barco
PRIMEIRO DIA salva-vidas no meio do oceano pode vir a morrer
Bom Suprimento Suprimento de sede. Mas caso conheça o enorme potencial do
suprimento limitado Racionado mar em fornecer alimentos, dificilmente morre de
700 ml (525 ml) (350 ml) fome.
Numa situação crítica de sobrevivência, o
ÁGUA CONSUMIDA EM QUATRO essencial para o náufrago é adequado ingestão,
PORÇÕES DIÁRIAS
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coleta e armazenamento de toda a água potável • Têm a capacidade de inchar se forem


disponível. molestadas (Família dos Baiacus)

PESCA
Caso o náufrago, tenha uma boa reserva ANIMAIS MARINHOS PERIGOSOS
de água deve dirigir-se seus esforços para a
obtenção de alimentos, pois resolve o problema MORÉIA
da fome e, ao mesmo tempo, está ocupado com As moréias são raivosas e agressivas
uma atividade, evitando pensamento mórbido que quando perturbadas no seu “habitat” e sua
afetam o moral. Como apetrecho de pesca, além mordida causa grande lesão que, se não for
dos contidos nos conjuntos de Sobrevivência na tratada, infecciona rapidamente.
Selva, podem-se improvisar anzóis com alfinetes,
fivelas de cintos, grampos de cabelo, etc., e linhas BARRACUDA
com cordões de sapatos e fios tirados de roupas. Numerosos são os casos de ataque a
Para ser bem sucedido na pesca, deve-se banhista por barracudas. Nadam em pequenos
cuidar para que o peixe não seja ingerido, mas cardumes e suas mordidas, assim como as das
somente mastigado. Os peixes mordem mais as moréias causam lesões graves.
iscas em movimento do que as paradas. Intestinos
de aves são excelentes iscas. Pequenos peixes ARRAIA
são atraídos pela sombra proporcionada pela Possuem ferrões na cauda que podem
embarcação. causar ferimentos doloridos e de difícil
À noite, o fecho de luz de uma lanterna cicatrização.
projetada na água, ou o reflexo da lua numa
superfície refletora (espelho de sinalização), TUBARÕES
costuma atrair peixes e lulas. Apesar de existirem até em águas frias do
A carne de animais marinhos de alto mar, Ártico e Antártico, os tubarões são mais
excetuando-se medusas (caravelas e águas-vivas) numerosos em área tropicais, subtropicais e
é comestível. A carne do pescado cru não é temperadas, e, a grande maioria dos ataques foi
salgada, nem desagradável ao paladar. registrada em águas com temperatura acima de 18
NOTA: Os anzóis, facas e outros objetos graus Celsius. As pesquisas existentes sobre
perfurantes devem ser manuseados com cuidado tubarões podem ser resumidas nas palavras do
para evitar danos à embarcação. célebre pesquisador JACQUES YVES
COSTEAU — “Quanto mais se fica em contato
PEIXES VENENOSOS com tubarões, menos se conhece, pois nunca se
Não existem métodos seguros que possam pode prever qual será sua atitude.”
determinar se um peixe é venenoso ou não. Os tubarões são, de fato, imprevisíveis e
Em alguns peixes o veneno está contido as causas dos ataques a seres humanos são as
somente nos órgãos internos ou nas ovas; mais diversas.
em outros, na própria carne.
As características da maioria das espécies
venenosas são as seguintes:
• Quase sempre vivem em águas tropicais pouco
profundas ou em recifes coralíneos.
• Possuem forma estranha.
• Possuem pele dura, recoberta de placas ósseas e
espinhos.
• Em sua maioria, possuem olhos, boca e guelras
pequenas.
• Possuem carne com odor desagradável, que
durante um certo tempo fica marcada
se for comprimida.
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ser dissolvidos com a aplicação de amoníaco,


álcool ou sumos cítricos (gotas de limão). As
anêmonas, assim como as medusas, expelem uma
secreção urticante, que produz irritação. Evite
toca-las com a pele desprotegida.

CARACOL VENENOSO
Os caracóis compridos e de forma
cônicas, (principalmente algumas espécies do
Oceano Pacífico e Índico) são venenosos. Os
mais perigosos possuem um apêndice vermelho e
uma tromba, que é usada para injetar o seu
veneno. A ação desta picada produz fortes dores,
inchaço, paralisia e cegueira, e às vezes, a morte
num espaço de até quatro horas. Na dúvida, o
As medidas enunciadas a seguir não melhor a fazer é evitar tocar caracóis,
significam que o ataque será evitado, mas em principalmente se estiverem vivos.
muitas ocasiões poderá surtir efeito:
• Não retirar as roupas, (roupas escuras parecem CONCLUSÕES
oferecer maior proteção que roupas claras). • NÃO INGERIR ALIMENTOS SE NÃO
• Permanecer imóvel, ou se estiver próximo à DISPUSER DE ÁGUA.
uma embarcação, nadar com movimentos
regulares. • SE SENTIR NÁUSEAS AO COMER PESCADO
• Afastar-se dos locais onde existam cardumes de CRU, NÃO INSISTIR NO SEU CONSUMO.
peixes.
• Estando no interior da embarcação, evitar deixar • ANTES DE COMER QUALQUER ALIMENTO,
mãos e pés dentro d’água. VERIFICAR SE NÃO ESTÁ DETERIORADO.
• Não atirar pela borda restos de alimentos,
abandonar o peixe que por acaso se tenha fisgado • NA DÚVIDA SE UM PEIXE É VENENOSO OU
no anzol. NÃO, USÁ- LO COMO ISCA (CUIDADO COM
• Se um tubarão atacar a embarcação, procurar ESPINHOS, FERRÕES OU SUBSTÂNCIAS
atingi-lo no focinho e na cabeça com algum TÓXICAS).
objeto contundente.
• INTERROMPER A PESCA SE APARECER
MEDUSAS TUBARÕES.
As medusas (caravelas, águas-vivas) são
comuns em águas tropicais, como as que • ALGUNS ANIMAIS MARINHOS NÃO SERVEM
circundam o litoral brasileiro. O perigo das COMO ALIMENTO (MEDUSAS, ANÊMOAS,
medusas está no contato físico com as cápsulas CARACÓIS CÔNICOS), EVITAR TOCÁ- LOS.
venenosas, cheias com um líquido urticante,
distribuídas pelos seus longos tentáculos e que • OS MOLUSCOS AGARRADOS A
provocam irritações CASCOS DE NAVIO OU OBJETOS
e queimaduras, podendo até provocar a morte. METÁLICOS NÃO DEVEM SER COMIDOS.

OURIÇO E ANÊMONA
Os espinhos de algumas espécies de
ouriços provocam ferimentos dolorosos. FATORES ADVERSOS AO
Algumas espécies possuem espinhos SOBREVIVENTE
dentados, tornando-se necessário extraí-los
cirurgicamente. Nos casos menos graves, os FATORES SUBJETIVOS
espinhos de natureza calcária e silicosa, podem
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• PÂNICO sensação denominada FRIO. Quando a


O pânico normalmente, toma conta da temperatura interna do corpo cai cerca de 30
pessoa no momento do acidente, ou mais tarde, já graus centígrados, a maioria das pessoas tem suas
na embarcação. capacidades mentais e física deterioradas, e entra
Pode, entretanto, ser controlado e até em estado de CHOQUE. Se a temperatura do
mesmo dominado, quando se está preparado para corpo continuar a cair, a pessoa morrerá.
enfrentar situações de emergência; o Durante o período de sobrevivência, no
conhecimento de procedimento e um razoável caso de baixa temperatura ambiente, uma das
adestramento fará com que se desenvolva o constantes preocupações deve ser a de manter as
autocontrole. roupas e o barco salva-vidas o
mais seco possível.
• SOLIDÃO
A solidão é o prelúdio do tédio no barco • CONGELAMENTO
salva-vidas. O congelamento se manifesta
A pessoa, inicialmente, acredita que em principalmente no rosto, orelhas, pés e mãos,
pouco tempo será resgatada, e caso não aconteça, levando à ulceração das partes atingidas, podendo
começa a se deixar abater, principalmente quando inclusive gangrenar os locais levando à
dá conta da sua situação e da vastidão do mar que amputação, e ameaçando seriamente a vida
o cerca. humana.
A solidão necessita ser combatida através de uma Ao menor sinal de congelamento (cianose
ocupação. A pesca, o cuidado com os feridos, a e/ou dormência) deve-se aquecer gradativamente
confecção de um diário. O cuidado com a as partes.
higiene e com o barco salva-vidas são excelentes
exemplos de combates à solidão. Em hipótese alguma FRICCIONAR ou
Deve-se se evitar combater a solidão com MASSAGEAR AS PARTES ATINGIDAS.
a conversa, pois esta pode provocar sede.
Temperatura Água Tempo de
• TÉDIO (Graus Celsius) sobrevivência de
Em uma prolongada sobrevivência no uma pessoa imersa
mar, o aparecimento de uma certa rotina, aliada à no mar
solidão, faz com que o tédio tenda a se Abaixo de 1,6 Menos de 15 minutos
estabelecer. 1,6 a 4,4 Menos de 1h 30 min
É a fase em que o sobrevivente, revoltado 4,4 a 10 Menos de 3h (só 50%
contra tudo e todos, começa a se desinteressar das das pessoas
coisas que poderiam servir de ocupação, e perde a conseguem
vontade de viver. Quando, em uma sobreviver por mais
sobrevivência, o tédio recair sobre alguém do de 1h)
grupo, será necessário combate-lo 10 a 15,6 Menos de 6 h
persistentemente. 15,6 a 21,1 Menos de 12 h
Acima de 21,1 Indefinido
FATORES OBJETIVOS (dependendo da
fadiga)
• FRIO
Quando o corpo humano é exposto ao
frio, perde calor. Se estiver vestido, o calor, por
ele gerado, será mantido por mais tempo.
A evaporação da umidade da pele, na • QUEIMADURAS
forma de suor (ou em outras formas) é Os sobreviventes deverão conservar a
decorrência do aquecimento do corpo. A cabeça e a pele cobertas, protegendo inclusive, o
consequência da perda de calor do corpo, resulta pescoço e a nuca por meio de uma aba
em uma redução da temperatura da pele dando a improvisada.
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Os raios solares refletidos na água, realização de um reparo de vedação, seja por


também queimam a pele. Deve-se usar pomada outro motivo qualquer, deve-se adaptar a bomba
antisséptica nos lábios e na pele para evitar manual a válvula correspondente e operá-la.
rachaduras.
Não se deve furar as bolhas; deve-se LUZES LOCALIZADORAS (ou
evitar a penetração de umidade nas feridas, SINALIZADORAS)
mantendo as cobertas de pomadas e o mais seca Estas luzes são alimentadas por baterias
possível. acionadas a base de água, semelhante às dos
Com o reflexo intenso do sol, do céu e da coletes salva-vidas. Sua duração é, também, de
água, os olhos podem ficar injetados de sangue, oito horas, em média.
inflamados e doloridos; na falta de óculos, usar
um pedaço de pano ou atadura sobre os olhos, TIRAS DE REENTRADA
além de pomada oftálmica. Podem ser laterais ou centrais e são
utilizadas num pouso em terra, caso haja
necessidade de se retornar ao interior da
KIT DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR aeronave.

ÂNCORA (OU BIRUTA D’ÁGUA) TIRAS DE SALVAMENTO


É presa ao barco ou escorregadeira-barco Devem ser utilizadas pelos sobreviventes,
por meio de uma corda e vem acondicionada num após pouso na água, enquanto aguardam a sua
invólucro localizado entre as câmaras principais. vez de embarcar. Se houver superlotação, deve-se
Somente deve ser liberada após a separação realizar um revezamento e os sobreviventes que
definitiva, cuidando-se para que não fique presa a permanecerem fora da embarcação, nela devem
aeronave. A finalidade da âncora é retardar a amarrar as tiras de seus coletes salva-vidas.
deriva da embarcação, fazendo com que
permaneça o maior tempo possível nas PACOTE (KIT) DE SOBREVIVÊNCIA NO
proximidades do local do acidente, facilitando, MAR
assim, trabalho das equipes de busca e
salvamento. Com mar calmo deve-se liberar toda Conteúdo:
a extensão da corda; com mar agitado, somente • Farmácia
meia extensão. • Manual de sobrevivência
• Bíblia
CORDA COM ANEL DE SALVAMENTO • Purificador de água
Está localizada junto à estação de • Bujões de vedação
embarque. Pode ser utilizada tanto para recuperar • Balde e esponja
sobreviventes que estejam na água quanto para • Sinalizadores
unir as embarcações após o afastamento
definitivo da aeronave. NOTA
As duas latas com água (1/2 litro cada)
TOLDO também fazem parte do pacote de sobrevivência
A finalidade principal da amarração do no mar, mas podem ser encontradas presas a uma
toldo é proteger os sobreviventes dos raios das extremidades da escorregadeira-barco, na
solares e dos respingos de água do mar. Pode, parede externa. Esta reserva de água é destinada
também, ser utilizado para captar água da chuva e para fins medicinais.
do orvalho e para sinalizar á equipes de busca e FARMÁCIA
salvamento. Contêm rolos de gases, antissépticos,
BOMBA MANUAL DE INFLAÇÃO inalantes de amoníaco, bandagens estéreis
Está localizada junto às válvulas de retangulares e pomadas para queimadura e
inflação manual das câmaras principais. pomada oftálmica.
Havendo necessidade de se completar a inflação
de qualquer uma das câmaras, seja após a
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MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA 01 manual de Sobrevivência na Selva (M.M.A-


Escrito em inglês, contendo instruções 81)
detalhadas sobre a utilização do equipamento 01 espelho de sinalização (circular, de metal)
coletivo de flutuação e de seus acessórios. 01 apito plástico
20 analgésicos (Novalgina)
PURIFICADOR DE ÁGUA 06 sacos plásticos com água (125ml)
Dosar de acordo com a bula. 02 foguetes pirotécnicos (baquelite)
50 pacotes de açúcar com 60g cada
BÍBLIA 50 pacotes de sal com 01g cada
Novo testamento, escrito em inglês. 01 faca de sobrevivência na selva contendo:
01 bússola dissociável (pode ser removida do
BUJÕES DE VEDAÇÃO cabo)
São utilizados para vedar pequenos furos 02chumbinhos para pesca
na embarcação. Deve-se colocar a parte 02 anzóis (um pequeno e um médio)
emborrachada para o lado de dentro da câmara de 01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m)
flutuação, cuidando para que o tecido não fique 01 agulha (tipo para costura)
enrugado. 01 alfinete (tipo fralda)
02 anéis de aço (acoplados ao cabo da
BALDE E ESPONJA faca)
Em princípio, são utilizados para manter 01 cabo de aço (mais ou menos 20cm)
secos o interior dos equipamentos
coletivos de flutuação. O balde pode ser utilizado OBSERVAÇÃO
como depósito de água, saco de enjoo ou vaso O cabo da faca pode ser usado como
sanitário. martelo, bastando para isto remover a bússola e
os equipamentos que se encontram no seu
SINALIZADORES interior. Quando em situação de emergência, em
Os sinalizadores existentes no pacote (kit) que o conjunto de sobrevivência seja necessário,
de sobrevivência no mar são os seguintes: deve-se quebrar a carenagem na área demarcada,
• Dois foguetes pirotécnicos de metal utilizando-se para isso a machadinha de bordo.
• Um corante marcador de água
• Um espelho sinalizador SOBREVIVÊNCIA NO GELO
• Um apito
• Duas lanternas ativadas à base de água.

CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA NA
SELVA
O conjunto de sobrevivência na selva é
constituído de dois pacotes e um facão de 20
polegadas e é protegido por uma carenagem
plástica. Localiza-se, geralmente, no interior de
compartimento de bagagem (bins) ou em
rebaixamento de teto, diferindo esta localização INTRODUÇÃO
de acordo com o tipo de aeronave. Durante meses o sol desaparece atrás da
linha do horizonte. Mas isso é ainda melhor do
que no inverno, quando ele nunca aparece.
Cada pacote de sobrevivência na selva contém: Na Antártica, no Ártico, ou em qualquer
02 frascos de 60ml contendo purificador de água. outra região, o homem sente- se frágil e pequeno.
03 caixas de fósforo, total de 150 palitos. Em momentos, tudo pode se transformar num
02 frascos de 100ml contendo repelente para inferno Branco de ventos furiosos; horas depois,
insetos. pode-se sentir em pleno paraíso, cercado de
animais.
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O gelo e o frio foram os principais fatores ABRIGOS


que fizeram do Ártico e da Antártida as últimas Deve-se avaliar a área ao redor da
regiões exploradas pelo homem. aeronave para determinar o local mais adequado à
A descoberta e a colonização das áreas construção do abrigo, considerando a
geladas são, ainda hoje, desafios à sobrevivência disponibilidade de água e alimentos. O interior
humana. da aeronave NÃO deverá ser utilizado como
Temperatura muito baixa, escassez de abrigo, visto que a sua temperatura será também
alimentos e, principalmente, a ação dos ventos reduzida drasticamente. Entretanto, partes de sua
fazem com que o homem, caso não conheça fuselagem e/ou interior (forração, assentos, etc.)
algumas noções básicas de sobrevivência tenha poderão ser utilizadas para a confecção de um
uma sobrevida muito pequena. abrigo.
Deve-se ter um cuidado especial ao
ORIENTAÇÕES BÁSICAS manusear partes metálicas da aeronave que não
A maior quantidade possível de roupas estejam pintadas, porque em contato direto com a
deve ser mantida. A manutenção da temperatura pele, poderão causar lesões irreversíveis.
do corpo é um dos maiores segredos para o êxito Escorregadeiras e barcos salva-vidas também
numa sobrevivência no gelo. As extremidades poderão servir como abrigos, desde que
(mãos, pés, orelhas, cabeça e nariz), mucosas e devidamente fixados sobre o gelo.
faces devem ser muito bem protegidos. É importante se ter certeza de que o abrigo
Um pouso em regiões geladas pode será construído sobre blocos sólidos de gelo,
acontecer sobre uma camada espessa do gelo distantes de fendas ou do mar aberto. Dentre os
continental, suficientemente forte para suportar o vários tipos de abrigo que podem ser construídos,
peso da aeronave (ICE - SHELF) ou sobre uma destacam-se:
camada mais fina, que se forma sobre o mar e
cuja resistência é limitada (PACK- ICE), esta TRINCHEIRA
camada se quebra pela ação de ventos e marés, Pode ser constituído rapidamente e
dificultando ainda mais a situação. proporciona uma proteção eficiente. Devendo-se
cuidar para que a entrada não se localize na
AÇÕES IMEDIATAS direção de vento.
As ações imediatas (prestação de primeiros Para a cobertura da trincheira pode-se usar
socorros e acionamento dos radiofaróis de toldos, escorregadeiras, pedaços da fuselagem ou
emergência) são idênticas às apresentações no blocos de neve formando um “V” invertido.
Manual de sobrevivência.
Importante lembrar que os grânulos de
sílica-gel devem ser utilizados na sua finalidade
anticongelante para o aciona- mento dos
radiofaróis de emergência (Beacon) modelo
RESCUE 99.

AÇÕES SUBSEQÜENTES
Deve-se providenciar ABRIGO Trincheira
imediatamente após o acionamento dos
radiofaróis de emergência (Beacon), pois, CAVERNA NA NEVE
inclusive, a deficiência na prestação de primeiros É cômoda, porém de difícil construção.
socorros poderá depender deste fator. Seria muito Apresenta maior possibilidade de intoxicação por
difícil sobreviver no gelo sem abrigo e calor; o monóxido de carbono (proveniente da fonte de
ser humano resistiria poucas horas, somente. Por calor) do que a trincheira.
isso, tão logo quanto possível, um tripulante
deverá coordenar a construção de abrigo e, no seu
interior, acender um foco de fogo.

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colônias de pinguins ou concentração de outros


animais.
• Colhendo água de fonte natural oriunda de gelo,
cujo curso, sob camadas livres de gelo, muitas
vezes se pode ouvir.

ALIMENTO
Caverna na Neve Excetuando-se todo alimento que estiver
disponível no interior da aeronave, e que deverá
IGLU ser retirado, nas regiões polares a alimentação se
Na eventualidade de uma sobrevivência limitará aos alimentos de origem animal: focas,
prolongada no gelo, deve-se buscar um abrigo de leões-marinhos, aves, peixes e demais animais
construção mais sólida, como por exemplo, o marinhos, sendo que, provavelmente as focas
iglu. serão a principal fonte. Somente em último caso
Para a sua confecção são necessários se deve ingerir a carne de pinguins, pois muito
blocos de gelo com medidas aproximadamente de comumente está contaminada por vermes.
50 cm x 30 cm x 30cm. A forração do local onde No caso de regiões continentais geladas
se for deitar é importante para que a neve não (Cordilheira, por exemplo), cuja localização é
derreta sob o corpo. afastada do mar, a alimentação pode se basear,
além dos mantimentos encontrados na aeronave,
nos animais de caça e possíveis roedores.

CUIDADOS NO GELO

ENVENENAMENTO POR MONÓXIDO DE


CARBONO
A queima de velas, lamparinas, etc. no
Iglu interior dos abrigos, promove a liberação de
monóxido de carbono (gás altamente tóxico). A
Em qualquer abrigo deve-se acender uma fim de evitar o excesso de sua concentração e
vela (ou outra fonte de calor) de forma a manter a consequentemente envenenamento dos
temperatura do abrigo próximo a ZERO GRAUS sobreviventes no abrigo, deve-se manter uma
CELSIUS e o teto deve ser bem liso para evitar ventilação adequada em seu interior.
que a neve derretida fique gotejando.
CONGELAMENTO
FOGO O congelamento a nível epitelial pode ser,
Os únicos combustíveis inflamáveis numa basicamente, classificados em três grupos, a
sobrevivência no gelo são os provenientes da saber:
própria aeronave (querosene e óleos) e as 1º grau: ARREPIOS — não são perigosos.
gorduras de origem animal. Para promover fogo Servem como primeiro sinal.
em gordura de origem animal, deve-se depositá-la 2º grau: FLICTENAS (OU BOLHAS) —
em recipientes (jarras, baldes de gelo, etc.), indicam um processo de queimadura nos tecidos.
utilizando um pavio para acendê-la. A chama 3º grau: NECROSE — gangrenas ou manchas
proveniente da queima deste combustível é muito escuras na pele indicam uma diminuição muito
brilhante e pode ser avistada a grandes distâncias. grande de fluxo sanguíneo para a região.
Qualquer sensação de amortecimento ou
ÁGUA anestesia (dormência) deve ser encarada como
Há duas maneiras de se obter água em pronúncia de congelamento. O frio intenso
uma sobrevivência no gelo: também pode ocasionar o estado de choque e
• Derretendo-se o gelo. Tendo o cuidado de não perda da razão, devido ao estreitamento dos vasos
utilizar aquele proveniente de áreas onde haja
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sanguíneos pela hipotermia, ficando o indivíduo acomodação de camadas de neve e gelo em


em estado letárgico. trechos de relevo irregular. Os deslocamentos
O sobrevivente, neste caso, deve ser somente deverão acontecer quando todos os
tratado à base de banhos de imersão iniciando-se elementos estiverem amarrados entre si e, o
o tratamento com água fria e, aos poucos, primeiro homem (homem guia) for capaz de
aquecendo-a (tratamento muito difícil de ser vistoriar o solo com um bastão (ou similar) e
executado sob as condições encontradas na detectar as gretas existentes.
sobrevivência).
AÇÃO DO VENTO
IMPORTANTE: O corpo humano queima energia para manter sua
O congelamento nunca deverá ser tratado temperatura. Em regiões geladas este gasto
através de fricção. Desta maneira ao invés de energético é aumentado; o vento aumenta ainda
apresentar melhoras no quadro clínico, a vítima mais a perda de calor, e consequentemente
teria sua situação agravada. sensação de frio ao dispersar as camadas de ar
O congelamento inicial da face pode ser “aquecido” existente entre a roupa e a pele. Esta
tratado colocando-se as mãos quentes sobre a dispersão é proporcionada à velocidade do vento.
mesma. O congelamento dos dedos pode ser Para se reduzir este problema, os
resolvido colocando-se as mãos sob as axilas ou sobreviventes devem se proteger do vento,
dentro das calças. valendo-se de anteparos (a aeronave, os abrigos,
Caso haja um princípio de congelamento etc.) ou quaisquer meios que minimize a ação
dos pés, o melhor a fazer é coloca-los dentro das eólica.
vestimentas de outro sobrevivente, caso não
disponha de meios mais apropriados, como os SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO
descritos anteriormente. Quando se estiver
desenvolvendo esforços físicos, deve-se evitar ao INTRODUÇÃO
máximo a transpiração, pois quando cessar a Em quase todos os continentes (com
atividade, o suor se congelará rapidamente, exceção da Europa) há extensas regiões que têm
causando a hipotermia. como característica a aridez do solo, quase
Por esta razão deve-se retirar completa ausência de chuvas e temperatura muito
paulatinamente as peças de roupas de modo a não quente durante o dia e bastante fria à noite.
manter a temperatura do corpo excessivamente
alta. Ao se retirar uma peça de roupa deve-se
cuidar para que esteja bem protegida a fim de não
ficar úmida ou molhada.
Encerrando-se a atividade física, as peças
devem ser vestidas gradualmente, de modo a
manter a temperatura normal do corpo.

CEGUEIRA
Não há uma adaptação natural da visão
aos reflexos solares na neve, no gelo e na água.
Os raios infravermelhos provocam fadiga
ótica e dor intensa. Deve-se proteger os olhos
(utilizando óculos escuros, vendas ou abrigando- A maior de todas as faixas de terras áridas
se em lugares pouco iluminados) ao primeiro do mundo estende-se desde o norte da África,
sinal de dor ocular. passando pela região do Golfo Pérsico, até a Ásia
central. Nela se incluem os desertos do Saara, da
GRETAS (OU FENDAS) Arábia e de Gobi. Além desses, existem outros
São fendas encobertas de neve e se desertos de menor extensão, como os de Kalahari
constituem, em perigo potencial para quem (África Meridional), Sind (Índia), Tarin (China),
caminha sobre o gelo. Sua formação se deve à Vitória e o Grande Deserto de Areia (Austrália),
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Atacama (América do sul) e as vastas zonas


áridas situadas ao sul da serra Nevada, na
América do Norte.
As dificuldades de sobrevivência em áreas
desérticas baseiam-se, principalmente, na
obtenção de água e na
resistência às temperaturas extremamente altas
destas regiões.
Sobreviver nestas áreas está além dos
limites do saber: requer força de vontade e
determinação extremas.
O homem, no decorrer de sua evolução, ÁGUA
dominou e desenvolveu várias regiões do planeta, A necessidade da ingestão de água no
mas ainda não conseguiu dominar a evolução deserto é de duas a três vezes maior do que na
natural dos desertos. selva, sendo essa a maior preocupação do
sobrevivente.
Ao encontrar plantas deve-se cavar ao
redor ou em suas proximidades e, provavelmente
surgirá água.
Geralmente, sempre que se encontra água,
encontra-se planta comestível.
Pode-se procurar água, também, nas curvas de
leitos secos de rio ou em áreas baixas. A areia
úmida, além de indicar a presença de água,
Nos desertos, os procedimentos relativos à apresenta uma vegetação mais abundante.
ORIENTAÇÃO BÁSICA, AÇÕES IMEDIATAS
E SUBSEQUENTES, FOGO e SINALIZAÇÃO
são idênticas aos de uma sobrevivência na selva.
Entretanto, há algumas diferenças quanto a
ABRIGO, ÁGUA e ALIMENTO.

ABRIGO Alguns vegetais, como os cactos, são


No deserto, a construção de um abrigo revestidos de camadas impermeáveis que
protegerá os sobreviventes do calor e dos raios do impedem a evaporação da água acumulada.
sol durante o dia e, do frio à noite. Pode-se e deve-se também, construir um
A aeronave serve como abrigo à noite: destilador solar idêntico ao descrito no Manual de
entretanto, não é o abrigo ideal durante o dia, Sobrevivência na Selva.
devido à elevada temperatura encontrada na
maioria dos desertos. ALIMENTO
Pode-se improvisar um abrigo utilizando
partes da aeronave, (fuselagem, escorregadeiras, ALIMENTO DE ORIGEM VEGETAL
barcos, etc.) ou ainda, cavando sob pedras a fim A ausência do homem em regiões
de se obter sombra durante a maior parte do dia. desérticas diminui as chances de se encontrar
vegetais conhecidos.
A vegetação dos desertos, quando existe, é
do tipo herbáceo e de vida curta. Durante o
período seco (que, às vezes, dura vários anos), os
vegetais permanecem em estado de latência
(como se estivessem mortos) e sobrevivem graças
às extensas raízes capazes de captar a umidade
das camadas profundas do solo.
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Portanto, ao se encontrar um vegetal que


pareça estar seco, deve- se cavar e buscar suas
raízes que, provavelmente, servirão como fonte
de alimento.
As partes das plantas que, por ventura,
sejam encontradas acima do solo tais como flores,
frutas, brotos novos e sementes de cascas serão
melhores fontes de alimento. Em pleno deserto Roedor típico do deserto
pode-se encontrar sementes de gramíneas, favos
ou grãos de arbustos. Os favos e os grãos CUIDADOS NO DESERTO
frequentemente são espinhosos e amargos, e No deserto, deve-se dar uma atenção
podem se tornar comestíveis se ficarem imersos especial ao vestuário para evitar queimaduras na
em água por tempo prolongado, devendo esta ser pele. As roupas, quando vestidas frouxas,
ou não utilizada de acordo com a quantidade de tornarão mais suportável o calor.
que se dispõe. Deve-se, também, usar um pano sobre a cabeça
O cacto bojudo, nativo da América do Sul (como se fosse uma echarpe) de tecido leve,
e do Norte, é encontrado em quantidade nos formando uma aba sobre os olhos, como proteção
desertos do Norte da África, Oriente e Austrália e contra queimaduras do sol e poeira.
seus frutos são comestíveis.
É importante lembrar que alimentos DECISÃO DE PERMANECER OU
desconhecidos de origem vegetal que sejam do ABANDONAR O LOCAL DO ACIDENTE
tipo CAL (cabeludo, amargo e leitoso) não devem No deserto, assim como na selva, não se
ser ingeridos. deve abandonar o local do acidente, a menos que
se tenha certeza de conhecer sua localização e
ALIMENTO DE ORIGEM ANIMAL que o socorro se encontra a pouca distância.
Na maioria dos desertos, a vida animal é
escassa. Sua presença depende tanto de água A não ser os povos nômades dos desertos
quanto de alimento. Os animais mais comumente africanos que atravessam, de geração em geração,
encontrados no deserto, são: pequenos roedores, estas áridas regiões, não se deve arriscar um
coiotes, lagartos e cobras, de uma maneira geral, deslocamento sem destino. Portanto, para se
estes animais são vistos transitando ao amanhecer deslocar no deserto, deve-se ter, além é um bom
ou ao entardecer. preparo físico, o conhecimento da região.
Pode-se deixar preparadas algumas
armadilhas, em locais estratégicos, como as
exemplificadas no Manual de Sobrevivência na
Selva. Os roedores são animais facilmente
capturados durante o dia em suas tocas, pois são
animais notívagos.

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SOBREVIVENCIA: ANIMAIS Ex.: serpentes das séries aglifodonte e


PEÇONHENTOS
opistoglifodonte.
Áglifas:
OFIDISMO – É o nome dado aos acidentes
Não tem presas, assim não sendo venenosa.
causados por picada de cobras. Estudaremos as
serpentes encontradas no Brasil e na América
do Sul

Generalidades
No mundo existem, atualmente, cerca de
6.000 espécies de serpentes, onde, deste valor,
640 podem ser encontradas na América do Sul e
210 espécies no Brasil.
De qualquer forma, esses animais ainda
causam, em nosso país, aproximadamente
300.000 acidentes ofídicos por ano, dos quais,
atinge-se a média de 5.000 mortes.
Opistóglifas:
Tem presas no fundo da boca, sendo
Classificação Geral das Serpentes
considerada não venenosa, pois é difícil dar o
Do ponto de vista médico e sanitário, as
bote (ex.: Coral falsa).
serpentes podem ser classificadas em:
VENENOSAS E NÃO VENENOSAS
Diferenciação Morfológica entre Serpentes
- Venenosas e Não Venenosas:
inocular a peçonha, causando acidentes
ofídicos.
SERPENTES NÃO-VENENOSAS: a
Apesar da classificação, possuem
veneno, algumas presas desenvolvidas, não
articuladas, e com poucas possibilidades de
SERPENTES VENENOSA
inoculação.
(PEÇONHENTAS): possuem veneno, presas
A secreção de veneno aflora na cavidade bucal
anteriores desenvolvidas, fixas ou articuladas,
da serpente, atuando na digestão do alimento.
inoculadoras do veneno. Através dessas presas
Não causam acidentes por não conseguirem
inocularem o veneno.
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inoculadoras, conseguem introduzir a secreção Características das espécies do grupo


venenosa na corrente circulatória da vítima. crotalíneo (são três):
Ex.: serpentes das séries 1ª Possuem fosseta loreal (orifício
proteroglifodonte e solenoglifodonte. localizado entre o olho e a narina, que serve
como radar térmico (só é visto de perto).
Proteróglifas: Tem presas e é venenosa 2ª Tem cabeça triangular, recoberta de
(ex.: Coral verdadeira). pequenas escamas.
3ª Possuem dentes(presas) inoculadores
de veneno, são grandes, pontiagudos, moveis e
ocos (moveis porque quando fecham a boca o
dente se retrai e fica deitado, e oco pois acima
do dente tem uma bolsa onde fica o veneno), e
quando é comprimida solta o mesmo que passa
pelo dente.
Os gêneros e suas espécies do grupo
crotalíneo:
Solenóglifa (Crotalíneos):
O BOTHROPS tem as seguintes espécies:
Pode ter mais de um par de presas e tem
Jararaca, Caiçara, Jararaca Pintada, Caiçara da
articulação.
Amazônia, Jararacuçu, Urutu (Urutu cruzeiro),
Jararaca da seca e Jararaca ilhoa (a mais temida
de todas).
Responsável por 86, 18% dos acidentes no
Brasil, atinge no máximo 2 metros de
comprimento, e o bote é de 1/3 do seu tamanho.
Presente na área litorânea.
JARARACA CAIÇARA CRUZEIRO

As serpentes estão divididas em dois grupos


(CROTALÍNEOS E ELAPÍNEOS).
O CROTALÍNEO, se divide em 3 gêneros
(BOTHROPS, CROTALUS E LACHESIS).

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URUTU

O CROTALUS tem somente a cascavel como


espécie.
Responsável por 8,95% dos acidentes no
Brasil, atinge no máximo 1.80 metros, e o bote
corresponde a 1/3 do seu comprimento. Tem
chocalho (única espécie) que alerta que está
pronta para o bote.

O ELAPÍNEO só tem um gênero


(MICRURUS).
Características da espécie do grupo
Elapíneo (São três):
1ª Não apresenta fosseta loreal.
2ª Possui cabeça arredondada.
3ª tem dentes pequenos e pouco visíveis.
MICRURUS tem somente a Coral como
espécie.
É responsável por 0.63% dos acidentes
no Brasil, atinge no máximo 1,60 metros, só
causa acidente quando é pisoteada, costuma ser
O LACHESIS tem também somente uma encontrada somente em épocas de enchentes. É
espécie que é a Surucucu. a pior de todas as espécies, pois pode matar a
A maior dos animais peçonhentos que vítima em três horas, se não for socorrida, e
temos no Brasil, atinge 4,5 mentos e seu bote somente o soro dela mesma é o que serve.
pode ultrapassar 1/3 do seu comprimento.

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DIFERENÇA ENTRE SERPENTES


VENENOSAS E NÃO VENENOSAS

(não é um método segura, pois tem muitas


contradições):
Não venenosa: Pupila arredondada (exceto a
Coral).
Venenosa: Pupila em forma de fenda
vertical.

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O QUE FAZER EM RELAÇÃO AO


MACHUCADO DE UMA SERPENTE:
Colocar a pessoa em repouso e transporta-la
para um hospital urgente;
Se tiver os “furinhos” é porque a serpente era
venenosa, caso tenha somente linhas de
machucados, a mesma não era venenosa;
Nunca amarrar o local, pois pode provocar
necrose;
Não dar nada de beber ou comer para a vítima;
A vítima tem que estar no hospital no máximo
em 3 horas, pois a demora no socorro pode ter
consequências futuras.

TRATAMENTO DO OFIDISMO:
Muitas vezes, mesmo adotando os cuidados de
prevenção, podem ocorrer acidentes com
serpentes, como medidas de primeiros socorros,
até que se chegue ao serviço de saúde para
tratamento, recomenda-se:
a) Não se deve amarrar ou fazer
torniquete – O garrote impede a
circulação do sangue, podendo produzir
necrose e gangrena.

b) Não se deve cortar o local da picada –


Alguns venenos podem provocar
hemorragias. Os cortes feitos no local da
picada com canivetes e outros objetos
não desinfetados favorecem as
hemorragias e infecções.

Deve-se evitar dar ao acidentado para beber:


querosene, álcool, urina e fumo pois além de
não ajudar pode causar intoxicação.

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Manter o acidentado deitado em repouso, - Nos casos de picadas de URUTUS e


evitando que ele ande, corra ou se locomova JARARACAS, aplique o soro
pelos seus próprios meios, a locomoção facilita ANTIBOTHROPICO.
a absorção do veneno e em caso de acidente
- Nos casos de picadas por CORAIS
com as jararacas, caiçaras, jararacuçus, etc....,
VENENOSAS, aplique o soro
os ferimentos se agravam, no caso da picada ser
ANTILAPIDICO.
na perna ou braços, é importante mantê-los em
posição mais elevada. Siga as seguintes regras para aplicação dos

O TRATAMENTO DISPONDO-SE DE SORO, soros:

CONSTITUINDO DOS SEGUINTES E - NÃO AGITE AS AMPOLAS DE

PRINCIPAIS CUIDADOS: SORO;

- Proceder imediatamente, conforme - APLIQUE O SORO, O MAIS


explicado anteriormente; PRECOCEMENTE POSSÍVEL;

- Não sendo identificada a serpente que - AOLIQUE O SORO, POR VIAS:


produziu a picada, aplique o soro Subcutâneas, intramuscular ou
ANTIOFIDICO, ou qualquer outro soro endovenosas.
contra veneno de cobra que tiver em
Na dose de:
mãos. Deve ser ministrada quantidade
- 4 a 6 ampolas, nos casos graves;
para neutralizar 100mg de veneno.
- 2 a 3 ampolas, nos casos médios;
- SENDO IDENTIFICADA A
SERPENTE, proceda da seguinte - 1 a 2 ampolas, nos casos benignos.
maneira:
- APLIQUE O SORO, EM QUALQUER
- Nos casos de picadas por SURUCUCU, PARTE DO CORPO; DEVEMOS
aplique o soro antilaquetico, ou soro PREFERIR, ENTRETANTO, A
antiofídico, ou ainda, os soros REGIÃO INTERESCAPULAR
anticrotálico e antibotrópico, (SITUADA NO DORSO, ENTRE OS
misturados; DOIS OMOPLATAS), ONDE A PELE
É MAIS DISTENSÍVEL E MENOS
- Nos casos de picadas por CASCAVEL,
MÓVEL.
aplique altas doses de soro
ANTICROTÁLICO, ou soro - A VIA ENDOVENOSA DEVE SER
ANTIOFÍDICO, por via oral, dê RESERVADA APAENAS PARA OS
comprimidos antistaminicos (benadryl), CASOS MUITO GRAVES DE
clistin ou outros; PICADAS POR CASCAVEL,
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APLIQUE SORO, ENTÃO, MUITO Escorpião amarelo Características:


LENTAMENTE E SE POSSÍVEL,
DILUIDO EM SORO GLICOSADO
HIPERTÔNICO.

NOTA: SANGUE INCOAGULÁVEL,


SEMPRE INDICA CASO GRAVE.

Tipos Soros:
Amarelo claro, com manchas escuras,
Anticrotálico/Botrópico: contra venenos
quando atinge 7 cm, possuem aproximadamente
de cascavel e jararaca, é chamado de soro
18 pares de olhos, não existe o macho dessa
antiofídico ou polivalente e é o mais usado, mas
espécie, somente a fêmea.
não é realmente universal, nem mesmo apenas
em relação a cobras brasileiras – em particular,
Escorpião Marrom Características: Marrom
é inútil contra o veneno da coral;
avermelhado escuro, pernas e braços mais
Antibotrópico/Laquésico: contra
claros, quando o adulto atinge 7 cm também.
venenos de jararaca e surucucu, é usado
Nessa espécie são encontrados o macho e a
principalmente na Amazônia, onde os dois tipos
fêmea, cujo o único contato é pelas garras,
de serpente são comuns e difíceis de distinguir
depois a fêmea mata o macho, pois assim terá
entre si;
alimento durante a “gestação”.
Antibotrópico: contra o veneno das
várias espécies de jararaca (gênero Bothrops);
Anticrotálico: contra o veneno das
várias espécies de cascavel (gênero Crotalus);
Antilaquésico: contra o veneno das
várias espécies de surucucu (gênero Lachesis);
Antielapídico: o único eficaz contra o
veneno da coral (gênero Micrurus).

Onde são encontrados: Vivem em cupinzeiros,


sobre pedras, troncos caídos, materiais de
ESCORPIÕES
construção, frestas de muros, etc. Adaptam-se
facilmente em meio domiciliar.
SINTOMAS: As picadas não matam adultos
saudáveis, já crianças até 07 anos, idosos,

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gestantes e pessoas com debilitações na saúde, ARANHA VIÚVA NEGRA (Latrodectus)


principalmente cardíacos correm risco de vida,
pois a picada doe muito, levando a pessoa à
estado de choque, que deverá ser tratado em 20
minutos, e também pode ocorrer choque
anafilático (raro).
Tratamento: Usar analgésico, gelo, xilocaína
Características: Preta com manhas vermelhas
ou água quente no local, para diminuir a dor. A
no abdome, a fêmea atinge de 2,5 a 3 cm, e o
vítima deve apresentar sintomas em 24 horas,
macho de 3 a 4 vezes menor.
após este período a mesma não corre mais
Onde são encontradas: Embaixo de folhas,
nenhum tipo de risco. Caso apresente sintomas
vegetação rasteira, capins, etc. Não há registro
deverá ser removida imediatamente para o
de acidentes fatais.
hospital.
Sintomas: O veneno ataca o sistema nervoso
central, provoca dores musculares intensas,
ARANHAS
náuseas, mal-estar generalizado, dor de cabeça e
ARANHA DE GRAMA
alterações cardiorrespiratórias que podem
simular um infarto do miocárdio.
Tratamento: Desde 2001, o Instituto Vital
Brasil, localizado no estado do Rio de Janeiro,
vem produzindo o soro (antilatrodéctico). O que
reduz o tempo de internação causadas por
picadas de aranhas viúva-negra.
Características: Acinzentadas ou marrom,
atinge até 5 cm (com as pernas), possuem um
ARANHA CARANGUEJEIRA
desenho no “bumbum” em forma de seta.
Onde são encontradas: Em gramados e
residências. Os acidentes são frequentes e não
há risco de vida.
Sintomas: Causa ferida e queimadura
Tratamento: Não há soro para essa espécie,
mas deve ser tratada a ferida e a queimadura
causada pela picada, pois caso contrário fica Características: Geralmente grandes, podem
marcas.
variar de 14 a 20 cm, com pelos compridos nas
pernas e no abdômen.
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Onde são encontradas: Em lugares úmidos e


escuros.
Sintomas: Quando se sentem acuadas soltam
seus pelos, assim causando alergia e irritação,
que só aparece cerca de 2 dias depois, e tem que
ser tratado, pois pode ficar grave.
Tratamento: Anti-histamínico via oral, se Tratamento: Usar soro antiaracnídico. –
necessário xilocaína e analgésico.
Não há grandes acidentes.
ARANHA MARROM: (Necrosante)
ARANHA ARMADEIRA: (Neuro tóxico)

Características: Marrom amarelado, sem

Características: Cinza ou castanho escuro, manchas, atinge de 3 a 4 cm; não são

atinge até 17 cm; quando se sente ameaçada agressivas, causando acidente apenas quando

levanta as patas da frente, abaixa as de trás e são espremidas.

salta, atacando a vítima Vivem em teias irregulares, parecidas com um

Onde são encontradas: Em lugares escuros, lençol de algodão (ficam enroladas nas teias).

cachos de bananas, vegetação e sapato. Onde são encontradas: Constroem suas teias

Tem hábitos noturnos. em pilhas de tijolos, telhas, barrancos, cantos de

Sintomas: Não mata adultos saudáveis, mas paredes, troncos, etc.

crianças de até 07 anos, gestantes, idosos e Tem hábito também de ficar em armários e

pessoas com debilitações na saúde, roupas.

principalmente cardíacos correm risco de vida. Sintomas: Formação de uma ferida no local da

Doe muito e leva a estado de choque, picada. Após 12 a 24 horas, dor, inchaço, mal

igualmente ao escorpião. estar, náuseas, as vezes febre. Pode causar

Torna-se uma ferida horrorosa e tem que ser necrose. Caso grave, urina cor de Coca-Cola.

tratada.

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BLOCO I – SOBREVIVÊNCIAS - SBV

OBS: No caso de dúvida sobre o tipo de aranha


(neuro tóxico ou necrosante). Usar o soro
antictenolicósico.

LACRÁIAS
Características:
Atinge em torno de 10 cm, é rápida e agressiva.

Onde são encontradas: Em vegetação rasteira,


embaixo de pedras e troncos. Não causam
acidentes com risco de vida.

Tratamento: Não há soro. Somente


cuidados dermatológicos.
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BLOCO II – FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO - FHU

FATOR HUMANO NA AVIAÇÃO


 TV - Comunicação oral e escrita
1 - Comunicação (caracteres na tela)
É o processo pelo qual um emissor organiza
uma ideia ou fato, através de uma mensagem,  Conversas com outras pessoas -
selecionando os meios apropriados para que comunicação oral
seus propósitos possam ser expressos ao
receptor que a codifica.  Interação nas redes sociais e na internet
Para que aconteça são necessários três
como um todo - pode ser oral ou escrita.
elementos básicos: emissor, mensagem (verbal
ou não verbal) e o receptor. Um exemplo disso é a comunicação por
RESPONSABILIDADES:
mensagens no Whasapp que pode incluir
Emissor: Certificar-se que a mensagem chegou
ao receptor. as duas formas de comunicação.
Receptor: Fornecer o feedback imediato.
Tipos de Comunicação Comunicação Oral:
A comunicação oral é a forma mais direta de se
COMUNICAÇÃO ASSERTIVA: comunicar, já que para que ela ocorra é preciso
É fundamental ser assertivo para que a ter a presença do emissor e receptor - não
mensagem chegue clara ao receptor. Para isso, é necessariamente no mesmo local, mas no
necessário se comunicar de maneira direta, mesmo momento. Além da conversa
sincera, clara e honesta. Um emissor é assertivo pessoalmente, há outras formas de realizar a
quando ele consegue manifestar suas ideias e comunicação oral, como o rádio ou telefones.
pensamentos de forma clara e sem desrespeitar o Para se ter uma boa comunicação oral e
próximo. Isso pode ser feito em todas as formas transmitir a mensagem de forma eficaz, é
de comunicação, seja verbal seja não verbal. preciso falar com naturalidade, ter uma postura
Uma comunicação que não é assertiva pode simpática e confiante, desenvoltura, entre outras
trazer falha na mensagem, ocasionando uma características. A comunicação oral tem o poder
série de erros e problemas. Para ser assertivo, o de deixar a mensagem clara, contornando mal-
emissor deve ser honesto, direto, transparente, entendidos ou situação inesperadas.
claro, além de transmitir respeito e
conhecimento ao receptor. Comunicação Escrita:
A grande diferença da comunicação escrita está
Comunicação Verbal: no fato do receptor não estar, necessariamente,
A comunicação verbal é a forma mais utilizada presente na conversa. Dessa forma, a
de se comunicar e relacionar, isso porque ela comunicação escrita pode ser vista como um
tem uma grande capacidade de transmitir ideias monólogo, onde o emissor transmite através da
e expressar pensamentos, seja qual for o nível de palavra escrita o que ele quer dizer e o receptor
complexidade. A comunicação verbal abrange a pode receber a mensagem futuramente.
escrita e a oralidade. Assim, ela está inserida no
nosso dia a dia, em diversas situações de É preciso tomar cuidado com a forma da escrita,
convívio social e corporativo. já que a interpretação do receptor pode ser
diferente do objetivo inicial da mensagem.
Exemplos de comunicação verbal:
Comunicação Não-Verbal:
 Rádio - comunicação oral

 Jornais, revistas, livros e similares - Diferente da comunicação verbal, a


comunicação não verbal é feita através de
comunicação escrita códigos, gestos, sinais, expressões faciais e
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BLOCO II – FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO - FHU

corporais e de imagens. Apesar de não usarmos compreensão do significado destes elementos e


da mesma forma que a comunicação verbal, a projeção de seus efeitos num futuro próximo.
necessitando de um passivo e ativo, a Ela ocorre em 3 níveis:
comunicação não verbal está muito presente no Nível 1 – Percepção: Vendo e escutando tudo
nosso cotidiano. Por exemplo, sinais de trânsito, que está em volta sem se desconcentrar da sua
linguagem por meio de libras e sinais são tarefa.
formas de comunicação não verbal. Nível 2 – Compreensão: Como tudo que está
acontecendo pode influenciar o seu trabalho ou
2 - BRIEFING o trabalho dos outros
A palavra Briefing vem do inglês “to brief”: Nível 3 – Projeção: Como o que está
resumir. Porém resumir não significa que temos acontecendo pode comprometer a segurança.
de deixar de manter um bom nível na
comunicação, ao contrário, é durante o 5 - POWER DISTANCE (ÍNDICE DE
Brienfing que serão estabelecidos os objetivos a DISTÂNCIA DO PODER=IDP)
serem realizados durante o voo. É a distância que o subordinado define existir
entre ele e seu superior hierárquico. É quando o
Objetivos do Briefing: liderado (subordinado) acredita que a
 Apresentar a equipe; desigualdade é muito grande e prevalece. É uma
 Apresentar o planejamento de atividades; barreira que pode ser transposta com muita
 Definir as ações esperadas; vontade e compreensão das duas partes: do
liderado e de seu líder (do subordinado e de seu
 Relembrar/enfatizar aspectos
chefe).
operacionais e de segurança; O líder deve ficar atento mesmo aos menores
 Reforçar a necessidade de comunicação indícios de IDP e demonstrar abertura ao
ampla e objetiva. diálogo sempre para quebrar este IDP.

6 - CARGA DE TRABALHO
3 - DEBRIEFING
É a relação existente entre as exigências da
O debrefing é realizado com o intuito de obter
tarefa e a capacidade do operador para enfrentar
experiências, tanto positivas quanto negativas
estas exigências. A carga de trabalho é
em relação as ocorrências acontecidas durante o
considerada como um fator importante, mesmo
voo. Inclusive também é utilizado para a
não sendo o único, para a incidência dos
resolução de conflitos, caso ocorram, entre os
erros humanos.
membros da tripulação.
Visa o amadurecimento profissional e não deve
GERENCIAMENTO DA ALTA CARGA...
ser visto de forma negativa, já que de sua
realização podem tirar bons resultados.  Delegar tarefas;
 Priorizar atividades;
Objetivos do Debriefing:  Manter o processo previsto;
 Apontar ações bem-sucedidas;  Melhorar a comunicação.
 Identificar desvios operacionais;
E NA BAIXA CARGA...
 Preparar relatórios;  Aumentar as atividades;
 Ressaltar tarefas bem executadas.  Rever itens futuros;
 Repassar atividades completadas.
4 - CONSCIÊNCIA SITUACIONAL

É a percepção de todos os elementos 7 - CRÍTICA / AUTOCRÍTICA


importantes no ambiente, a perfeita Em todas as atividades existirão pontos a serem
melhorados, a crítica ajuda a melhorar o
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BLOCO II – FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO - FHU

desempenho profissional, todos devemos nosso ambiente, quebrando o equilíbrio interno


esperar e solicitar críticas ao nosso desempenho do organismo e gerando tensão.
para podermos evoluir. Todavia, a crítica deve Stress é a resposta do organismo a determinados
ser habilidosa e fundamentada: estímulos que representam circunstâncias
• ser específica e não genérica. súbitas ou ameaçadoras. Para se adaptar à nova
• ser focada em comportamento. situação, o corpo desencadeia reações que
• ser oportuna. ativam a produção de hormônios, entre eles a
• ser construtiva. adrenalina. Isso deixa o indivíduo em "estado de
• ser descritiva e não “julgadora”. alerta" e em condições de reagir. Em instantes,
A autocrítica está relacionada à capacidade esses harmônios se espalham por todas as
interna que um indivíduo tem de fazer uma células do corpo, provocando aceleração da
crítica a si mesmo, e para si mesmo. A respiração e dos batimentos cardíacos, dentre
autocrítica se dá a partir da análise dos seus outros sintomas, denominada “reação de luta ou
próprios atos, modo de agir, erros cometidos e fuga". Acalmando-se, o corpo reequilibra-se.
possibilidades de melhoria. É aqui que a As dificuldades de lidar com as pressões do dia-
autocrítica ocupa um papel importante no a-dia, como problemas financeiros, problemas
comando de equipes. familiares, violência urbana, problemas no
Nesse sentido, é preciso que os líderes estejam trânsito, mau relacionamento com colegas de
abertos para que os membros de sua equipe trabalho ou chefes possibilitam o aparecimento
também possam dar um retorno sobre ele e do stress. Outros fatores cotidianos também
sobre as ações de sua liderança. potencializam seus efeitos, criando uma
desarmonia no organismo. Isso resulta em
SENSAÇÃO DE INFALIBILIDADE sobrecarga de órgãos vitais, deixando-os
Do dicionário encontramos: qualidade do que é doentes.
infalível. Qualidade de ser infalível. Esta Estar em situação de stress, ocasionalmente, não
sensação de se sentir infalível, com certeza é prejudicial ao organismo, pois este precisa
poderá nos levar a cometer erros mais graves. reagir a acontecimentos inesperados.
Antes de qualquer coisa, os líderes/gestores
devem entender que também são passíveis de A permanência neste estado, contudo, pode
erros. causar uma infinidade de complicações, entre
elas o enfraquecimento do sistema de defesa,
Desse modo, devemos sempre nos avaliar, enfermidade. Um dos aspectos mais flagrantes
sermos autocríticos para nos permitir assim a dos efeitos negativos do stress é a redução da
colaborarmos para um clima com sinergia entre qualidade de vida das pessoas, com reflexos
os demais colaboradores e contribuir para o bem altamente negativos para seu desempenho no
comum, no nosso caso, um voo em segurança. trabalho. Isso ocasiona faltas e atrasos ao
serviço, com queda na produtividade.
8 – ESTRESSE Estudos demonstraram que o custo decorrente
do stress é dez vezes maior do que todas as
O stress, seja ele de natureza física, psicológica greves combinadas.
ou social, é composto de um conjunto de
reações fisiológicas que se exageradas em O aparecimento do stress pode estar
intensidade ou duração podem levar a um relacionado a situações reais ou imaginárias,
desequilíbrio no organismo. A reação ao stress é e suas principais causas podem ser:
uma atitude biológica necessária para a Excesso de atividade/ má distribuição do
adaptação às situações novas. É a nossa reação tempo.
que o causa e não o evento em si. É uma Acúmulo de raiva e sentimentos negativos.
resposta adaptativa do nosso corpo às nossas Problemas de relacionamento.
interpretações individuais de mudanças em Descontrole diante de situações críticas.
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Preocupação excessiva. ajustar os componentes envolvidos na atividade


Falta de descanso e lazer. aérea é o Modelo SHELL, desenvolvido
Dificuldade de lidar com as perdas. inicialmente por Edwards, em 1972, modificado
posteriormente por Hawkins, em 1975 (ICAO,
2003), como abaixo:
Os seguintes sintomas físicos podem ser o
resultado de, ou pelo menos, agravado pelo S – simboliza Software (suporte lógico, manuais
stress: e procedimentos)
Distúrbios do sono H – simboliza Hardware (suporte técnico,
Coração com equipamento e máquina)
batimentos cardíacos acelerados E – simboliza Environment (ambiente)
Dor nos ombros ou no pescoço L – simboliza Liveware (elemento humano)
Tensão dores de cabeça ou enxaquecas L – simboliza Liveware (elemento humano)
Erupções cutâneas
Indigestão, cólicas, azia, síndrome do
intestino irritável
Náusea
Ganho ou perda de peso, distúrbios alimentares

Prevenção
É importante tentar evitar o stress. Se isto não
for possível é necessário interromper sua
sequência mudando alguns de seus hábitos.

Mude seu estilo de vida


Alimente-se de maneira saudável e em períodos
regulares. Os blocos (interfaces) devem ajustar-se,
Reavalie suas atividades e modo de pensar. perfeitamente, ao bloco central (L), ou seja, tudo
Evite o fumo, café e bebidas alcoólicas. deve encaixar-se ao ser humano.
Mantenha, pelo menos, uma atividade física Desajustes podem gerar mau funcionamento do
periódica, com orientação médica. sistema, traduzidos em falhas ou erros humanos.
Administre seu tempo realizando uma atividade O componente central, o elemento humano, é
por vez. considerado o foco crítico do sistema. Apesar de
Crie e mantenha atividades de lazer. ser o mais complexo e criativo, é também o
Durma o suficiente para o seu descanso. mais flexível, o que o torna vulnerável e
Resolva os problemas de forma racional, passível de sofrer influências que podem afetar
encarando-os positivamente. negativamente seu comportamento, devido a
Delegue atividades e aprenda a trabalhar em limitações biológicas, psicológicas e sociais
grupo. (COELHO e MAGALHÃES,2001).
Procure ser mais compreensivo e menos O modelo considera o homem como integrado
exigente. no sistema, e não isoladamente. Desta forma,
Desenvolva um bom relacionamento todos os processos devem ser analisados pela
interpessoal. combinação dos elementos SHELL.
Melhore a qualidade de sua vida.
Pedir ajuda quando necessário.

9 – MODELO SHELL
Um dos modelos que possibilita uma
compreensão gráfica da necessidade de se
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que eles são herdeiros dos defeitos do sistema,


criados por uma concepção ruim, uma instalação
malfeita, uma manutenção deficiente e por
decisões errôneas da direção” (REASON, 1990).

Entende-se, dessa maneira, o desempenho


humano como resultante da interação de fatores
internos, tais como:
– atitudes, aptidões, características de
personalidade, experiência na função,
percepção, motivações, etc.
O modelo SHELL, não trata especificamente de
desempenho, apenas procura organizar o
tratamento das análises a serem feitas na
interação do homem com os demais
componentes do sistema.
11 – CRM – CORPORATE RESOURCE
10 – MODELO REASON (QUEIJO SUÍÇO) MANEGEMENT

A abordagem é realizada para compreensão do A sigla CRM significa “Gerenciamento de


erro humano, sob a perspectiva do acidente Recursos das Equipes” (Corporate Resource
organizacional, proposta por James Reason Management). Nos primórdios da aviação, os
(1990) e conhecida como modelo do “queijo treinamentos operacionais se dirigiam apenas
suíço”, é um instrumento especialmente útil para aos tripulantes técnicos, preocupando-se, quase
a investigação de acidentes aeronáuticos. que exclusivamente, com os aspectos técnicos
Sua vantagem consiste em levar a análise do relacionados ao seu desempenho individual
investigador para além das ações e omissões durante o voo.
cometidas pelo operador no local de trabalho
(falhas ativas) e incluir as falhas originadas nas Pesquisas com base em investigações das
medidas adotadas pelos que detém o poder causas de acidentes e incidentes aeronáuticos,
decisório na organização (falhas latentes). ocorridos com aeronaves de empresas aéreas
“Antes de considerar os operadores os principais comerciais, mostraram aspectos que tiveram o
causadores do acidente, é preciso compreender elemento humano como fator contribuinte. Tais
constatações suscitaram o consenso entre as
empresas aéreas, indústria aeronáutica e
governo quanto à necessidade de incrementar
Programas de Treinamento em Fatores
Humanos, com o objetivo de melhorar a
coordenação e o gerenciamento de toda a
tripulação de voo.

Assim, foi implementado o Treinamento em


Gerenciamento de Recursos da Cabine (Cockpit

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Resource Management - CRM), visando à


minimização do erro humano como fator QUE RECURSOS SÃO ESSES?
contribuinte para acidentes e incidentes São os recursos que envolvem a relação do
aeronáuticos, sendo ministrado, a princípio, homem (Fator Humano) com o ambiente que
apenas à tripulação técnica, como parte está a sua volta. Trata-se de: comunicação,
integrante do Treinamento de Operações de resiliência, gerenciamento da carga de trabalho,
Voo. trabalho em equipe, consciência situacional,
Posteriormente, o termo Cockpit (Cabine) relacionamento Interpessoal entre outros.
evoluiu para Crew (Tripulação), passando o
Treinamento de Gerenciamento de Recursos da
Tripulação (Crew Resource Management - EXPLICANDO MELHOR...
CRM) a buscar uma melhor coordenação dos
tripulantes envolvidos com a operação da O CRM é uma ferramenta utilizada com os
aeronave em prol da otimização da segurança seguintes objetivos:
operacional.  Focar atitudes e comportamentos das
equipes e seus impactos na segurança
Atualmente, apesar de serem utilizadas operacional;
denominações variadas do referido Treinamento  Criar um ambiente adequado,
(Gerenciamento de Recursos da Companhia
possibilitando melhor tomada de
/Equipes - Company / Corporate Resource
decisão;
Management) por algumas organizações, estas
não são ainda consagradas universalmente.
No título Treinamento em Gerenciamento de  Identificar os limites humanos e
Recursos de Equipes (Corporate Resource operacionais;
Management - CRM), entendendo-se, o termo  Auxiliar no gerenciamento dos erros e
Corporate (Equipes) será utilizado para ameaças.
expressar todas as equipes que compõem uma
organização envolvida na atividade aérea, tais
como, mas não limitado a tripulantes técnicos e Evolução:
de cabine, pessoal da manutenção, despachantes 1) Foco no “Cockpit” (cabine de pilotos) e
operacionais de voo e de terra, pessoal de voltado para questões administrativas
rampa, pessoal de check-in/check-out, alta (1981) – 1ª. Geração.
direção, pessoal administrativo e outros 2) Foco na “Crew” (tripulação) e voltado
segmentos. para questões administrativas aplicadas
na aviação - 2ª. Geração.
O CRM tem como meta o uso eficaz de todos 3) Foco na cultura organizacional que se
os recursos disponíveis para obter segurança e refletia na operação do avião - 3ª.
eficiência nas operações aéreas. Geração.
4) Foco na prática da Filosofia CRM
O CRM é uma ferramenta essencial para o
através do simulador “Line Oriented
desenvolvimento da profissão de aeronauta,
Flight Training” (LOFT) e sua
habilitando uma cabine de comando em altas
altitudes e altas velocidades, porém hoje é incorporação nos “checklists” de voo -
imprescindível o envolvimento de toda a 4ª. Geração.
organização nesse propósito. 5) Foco no gerenciamento do Erro (“Error
Dessa forma, o CRM surge como uma eficaz Management”) - 5ª. Geração.
ferramenta para reduzir a ocorrência de falhas 6) Foco no gerenciamento do Erro e de
humanas nas operações das aeronaves de Ameaças (“Threat and Error
transporte aéreo. Management”) - 6ª Geração.
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BLOCO II – FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO - FHU

Legislação: uma “conta emocional” com a qual você poderá


CRM no Brasil – Instrução de Aviação Civil contar em situações inesperadas.
(IAC) 060-1002A de 14 abril / 2005. A matéria Liste as coisas capazes de animá-lo: se você
de fatores humanos é coordenada pela gerência conhece bem o seu humor, provavelmente sabe
de Fatores Humanos na Aviação e Medicina de quais são as coisas capazes de animá-lo em um
Aviação (GFHM), inserida na Superintendência momento difícil.
de Segurança Operacional (SSO) da ANAC.
CRM no mundo – Manual de instrução sobre 13 – TOMADA DE DECISÃO
fatores humanos ( DOC 9683, da OACI) e
(DOC 9758, da OACI). Processo em que o indivíduo recolhe e analisa
as informações pertinentes e relevantes a
12 – CONFLITOS (RESOLUÇÃO DE) determinada situação e escolhe a alternativa de
A definição de Conflito é plural apresentando ação mais aceitável em determinado espaço de
escasso consenso. tempo, sendo afetado por variáveis, tais como:
Uma das definições mais sóbria pode ser: complexidade do problema, características de
“processo que se inicia quando um indivíduo ou personalidade de quem toma a decisão, limites
um grupo se sente negativamente afetado por cognitivos dos seres humanos, tempo,
outra pessoa ou grupo” ou outra mais enfática automação, dentre outras.
como “divergência de perspectivas, percebida
A capacidade de tomar decisões apropriadas, no
como geradora de tensão por pelo menos uma ambiente dinâmico e diversificado em que
das partes envolvidas numa determinada vivemos, reveste-se de importância ímpar para o
interação e que pode ou não se traduzir numa sucesso de qualquer profissional. No ambiente
incompatibilidade de objetivos”, ou ainda, aeronáutico, entretanto, onde a tecnologia e a
“processo em que uma das partes envolvidas automação constituem um desafio de adaptação
percebe que uma das partes frustrou ou irá em termos de fatores humanos, decisões
frustrar seus interesses”. equivocadas podem ser desastrosas.

Conflito e seus Níveis:


CASE 1972
Nível 1 – Discussão
Nível 2 – Debate Em 29 de dezembro de 1972, por exemplo, a
Nível 3 – Imagens Fixas tripulação de voo de uma aeronave da Eastern
Nível 4 – “Ficar com a cara no chão” Airlines, na tentativa de diagnosticar o motivo
Nível 5 – Estratégias
Nível 6 – Falta de Humanidade
Nível 7 – Ataques Generalizados

RESOLUÇÃO

Não conte com as situações fáceis, isso não quer


dizer ser pessimista e acreditar que nada dará
certo, mas é preciso ter a consciência de que as
coisas nem sempre acontecem conforme o
esperado.
Estabeleça ligações: fortes laços sociais são
responsáveis por impulsionar a felicidade e criar

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BLOCO II – FATORES HUMANOS NA AVIAÇÃO - FHU

da luz de trem de pouso não estar acesa e de Falhas nas comunicações interpessoais; -
verificar se o trem estava baixado, não ouviu o Tomada de decisão; - Liderança.
alarme que indicava baixa altitude.
14 – TIPOS E CAUSAS DE ERROS
A aeronave chocou-se com o lago Everglades e
o acidente causou a morte de 101 pessoas a Erros são ações ou omissões cometidas por um
bordo. indivíduo, que conduzem a desvios das
intenções ou expectativas organizacionais. O
O relatório de investigação do acidente declarou erro envolve algum tipo de desvio no
como provável causa o fracasso da equipe em desempenho humano, seja do curso pretendido
monitorar os instrumentos de voo durante os da ação ou do planejamento de ações ou, ainda,
quatro minutos finais de voo (NTSB AAR-73- um desvio de comportamento.
14 apud ATSB, 2008).
Você sabe a diferença entre erro e violação?
A afirmação do relatório forneceu pouca
explicação sobre o porquê e como prevenir essa Erro: É um desvio involuntário de uma ação
situação. Como poderia uma equipe de voo, pretendida.
altamente treinada e experiente, estar distraída “São corrigidos com treinamento e
com a luz de advertência do trem de pouso? desenvolvimento das regras. ”

Questões como esta, gerada por este acidente e


outros semelhantes, provocaram o Violação: São desvios intencionais de regras ou
desenvolvimento de treinamento para melhorar procedimentos.
a coordenação da tripulação e o processo
decisório (Crew Resource Management). “São resolvidos com mudanças de atitude, de
(HELMREICH, 1987). consciência e elevação da moral e da cultura de
segurança. ”
CASE TENERIFE

As conclusões de vários acidentes aéreos Deslizes e Lapsos


ocorridos na década de 70 (1972- Everglades –
Florida; 1977 - Tenerife; 1978 – Portland; Deslizes e lapsos são as ações que não
entre outros) apresentaram como fator ocorreram conforme o planejado porque houve
uma falha entre o que se almejava fazer e o que,
contribuinte a falta de coordenação entre os realmente, foi executado.
elementos envolvidos nos voos. Apesar das
tripulações estarem tecnicamente qualificadas e Os deslizes são erros resultantes da falta de
as aeronaves não apresentarem falhas atenção e ocorrem, normalmente, quando se
significativas, alguém que possuía a informação executa um trabalho de rotina. Três condições se
necessária para evitar o acidente não foi mostram favoráveis para a ocorrência de um
suficientemente enfático para transmiti-la a deslize de ação:
quem era responsável pela decisão a bordo.
1 - realizar uma sequência habitual de ações
Em 1979, em um Workshop realizado pela num ambiente familiar ou no trabalho (rotina);
“NASA-National Aeronautic and Space 2 - ocorrer alguma mudança no planejamento da
Administration”, apresentou uma pesquisa sobre ação ou nas circunstâncias que envolvem a ação;
as causas dos acidentes aeronáuticos
relacionados ao erro humano, entre os quais: -

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3 - direcionar o foco da atenção para uma trabalho padronizado e os erros podem surgir da
preocupação interna ou alguma distração aplicação distorcida de uma regra.
externa, enquanto se realiza uma ação.

Os lapsos decorrem da falha da memória e Equívoco


podem ter que esperar por uma ocasião
específica para serem notados. Esquecer-se de Os equívocos acontecem no nível mais elevado
postar uma carta é um exemplo de lapso, que de formulação das intenções, especificando as
pode ser detectado somente quando a pessoa metas e planejando os meios para alcançá-las. O
volta para casa e encontra a carta não postada. desvio, neste caso, não é entre a ação e a
intenção, mas no curso de ação selecionado para
Os lapsos podem ocorrer nos três estágios do atingir os objetivos.
processamento da informação pela memória:
No ambiente de sistemas complexos, como o da
• Falha de codificação – dados são perdidos na aviação, o planejamento das ações a serem
memória de curta duração. Em situações executadas, geralmente, é guiado e limitado por
rotineiras, isto acontece quase sempre porque as normas, regulamentos e procedimentos
pessoas ocupam a mente com outras coisas, considerados aqui sob o termo geral regras.
além do trabalho;

• Falhas no armazenamento – o material a ser


lembrado diminui ou sofre interferência na 15 – TRABALHO DE EQUIPE
memória de longa duração. Nestes casos, é
possível esquecer a intenção de se fazer alguma Conjunto de pessoas trabalhando em prol de um
tarefa; objetivo comum. Requer integração e empenho
dos membros envolvidos, que devem colaborar
• Falhas de recuperação – os dados estão na para o sucesso da missão, trocando informações
memória, mas não se consegue recuperar no e promovendo um clima amistoso e de
momento requerido. Fica a sensação que o cooperação entre si.
conteúdo está próximo, mão não é possível Finalidade do trabalho em equipe:
acessá-lo.  Melhorar a distribuição do trabalho e a
resolução dos problemas;
Na manutenção de aeronaves, por exemplo, um  Facilitar a comunicação;
dos lapsos mais identificados é não completar a  Promover um ambiente de confiança;
etapa de uma tarefa que foi interrompida  Aumentar a consciência situacional do
durante a sua execução.
grupo e os níveis de segurança;
 Compartilhar o modelo mental da tarefa
No nível das regras, o erro humano pode ocorrer
por um desvio da regra ou do procedimento a ser realizada;
estabelecidos. São os chamados equívocos.  Monitorar o estado de cansaço dos
Normalmente, os profissionais da aviação membros da equipe;
passam por constantes treinamentos, têm seu  Identificar as ameaças à realização da
tarefa.

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fato de que todas vão crescer mais rápido e


16 - SINERGIA, COOPERAÇÃO E melhor se trabalharem juntas e em união.
COMPROMETIMENTO COM A TAREFA
Também é importante compreender que todas as
De origem grega, a palavra sinergia significa áreas e departamentos de uma empresa estão
ação ou esforço simultâneos, ou seja: interligadas e são interdependentes. Nesse
cooperação. De forma sucinta, trata-se da soma sentido, é preciso que cada uma dessas áreas
de várias forças, que estão voltadas para o esteja em sintonia uma com a outra, caminhando
mesmo objetivo. Partindo dessa premissa, a juntas no mesmo sentido. Ainda, se todas
sinergia existe quando duas ou mais pessoas se realizarem um bom trabalho, o sucesso será
unem e agem da mesma maneira em prol de um naturalmente uma consequência para a
objetivo em comum. organização.
Podemos afirmar que a sinergia nas empresas é
uma soma de esforços para integrar os Para termos sinergia nas empresas, é de vital
colaboradores, além de alinhar metas e objetivos importância mantermos um ambiente de
para que todos trabalhem de forma harmoniosa e trabalho produtivo e saudável para os
produtiva. Ela é composta por cinco pontos. São colaboradores, assim como ter processos
eles: internos bem definidos, líderes comprometidos
em inspirar e motivar a equipe, assim como
 Cooperação profissionais capacitados e comprometidos com
 Respeito a cultura organizacional da empresa.
 Lealdade Dessa forma, é bom ter em mente que a sinergia
 Comprometimento se baseia na troca de energia, por isso, um líder
 União deverá dispor os seus melhores esforços, as
demais pessoas da equipe também vão dispor
Este estado de sinergia, entretanto, só pode ser dos seus melhores esforços, para se unirem e
alcançado quando há o incentivo para que os realizarem um trabalho de excelência.
colaboradores trabalhem em harmonia. Para se ter uma equipe sinérgica é muito
Um ambiente que tem sinergia é caracterizado importante que os membros entendam que o
principalmente pelo fato de os membros de uma trabalho coletivo é muito mais relevante do que
equipe conseguirem realizar determinada o trabalho individual. É necessário prezar pelo
atividade em sintonia e de maneira bem time, ao invés do indivíduo. Para isso acontecer
executada. Nesse sentido, as pessoas que estão é preciso que a equipe seja unida.
em uma mesma equipe devem saber aproveitar
as habilidades técnicas, emocionais e A união de um time pode vir através do estímulo
comportamentais de cada pessoa, a fim de do espírito de colaboração.
canalizar os melhores esforços na execução de
determinada tarefa.
Além disso, esse ambiente de sinergia permite
que haja colaboração constante entre todos, para 17 – LIDERANÇA E TIPOS DE LÍDER
que assim haja oportunidade de trabalharem
trocando experiências e compartilhando É a habilidade de influenciar pessoas para
conhecimentos. trabalharem entusiasticamente visando atingir os
objetivos identificados como sendo para o bem
A sinergia de um trabalho em equipe é, como comum. É uma habilidade, uma capacidade
já falamos, um senhor diferencial de se ter em adquirida. Pode ser apreendida e desenvolvida
uma empresa, mas mais do que isso, é por alguém que tenha o desejo e pratique ações
importante demonstrar que todas as pessoas da adequadas.
organização vão se beneficiar com isso, pelo
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Liderança Autocrática (Foco no Chefe) alguém nos motiva ou desmotiva, pois ninguém
Neste modelo, o líder é o centro de todas as é capaz de fazê-lo.
atenções e decisões e, como tal, centraliza o Existem pessoas que pregam a automotivação,
poder em si e não permite que os liderados mas tal termo é erroneamente empregado, já que
participem em quase nada. Com perfil de a motivação é uma força intrínseca, ou seja,
“chefe”, este gestor leva os seus colaboradores interior e o emprego desse prefixo deve ser
em rédeas curtas, cobrando veementemente descartado.
resultados, pressionando, não considerando suas
sugestões e não permitindo que intervenham ou 19 - RESIGNAÇÃO/RESILIÊNCIA
constem suas ações.
A resignação trata-se basicamente do ato de se
Líder Democrático (Foco no Líder e na Equipe) submeter à vontade de alguém ou de alguma
Este líder caminha na direção oposta do ação do destino, ou seja, é quando abaixamos a
anterior, pois conduz de forma democrática a cabeça para determinada situação que nos
sua gestão, ou seja, incluindo os seus liderados ocorre, aceitando-a com facilidade, sem
nas decisões e fazendo com que participem questionar, tentar modificá-la ou lidar com ela
ativamente da construção de soluções e de alguma maneira.
resultados. Para isso, sempre consulta a opinião A resiliência é a capacidade humana de
da equipe, solicitando suas ideias e feedbacks e enfrentar, vencer e sair fortalecido de situações
dando espaço para que proponha novas maneias adversas; atribuir sentido as adversidades; ter
de dissolver os problemas e conquistar as metas um olhar positivo e manter-se fiel aos valores,
e resultados planejados crenças e objetivos de vida; é ter motivação e
iniciativa para superar os conflitos e desafios
pessoais e profissionais.
Líder Liberal (Foco na Equipe) Quando falamos em resignação, estamos
A liderança liberal é o extremo oposto da falando da capacidade de aceitar aquilo que não
temos o poder de modificar. Já a resiliência, é
autocrática, pois defende total liberdade à aquilo que nos ajuda a lidar com os problemas,
equipe e que esta decida, por si só, quais são os que faz com que nos adaptemos às mudanças
melhores caminhos e soluções para resolver os da vida com maior facilidade, que contribui
problemas da organização. Aqui o líder não é para que superemos os obstáculos que surgem
necessário, uma vez que este modelo entende em nosso caminho e para que não cedamos à
que os profissionais já são maduros, pressão e ao estresse do dia a dia, que pode
qualificados e capazes o suficiente de gerenciar acabar nos abalando emocional e
o seu próprio trabalho sem a supervisão direta psicologicamente.
de alguém. Ao unir estas duas habilidades, o indivíduo
passa a se sentir mais fortalecido para lidar cada
vez melhor com os problemas e superar seus
desafios com muito mais sabedoria, uma vez
18 – MOTIVAÇÃO que, aceitando as adversidades imutáveis, com a
ajuda da resignação, e seguindo em frente, sem
A motivação é uma força interior que se se deixar abater, com o apoio da resiliência, a
modifica a cada momento durante toda a vida, tendência é que este passe a enxergar as
onde direciona e intensifica os objetivos de um experiências que vive, sejam elas positivas ou
indivíduo. negativas, com um olhar muito mais otimista e
Dessa forma, quando dizemos que a motivação com disposição para aprender com todas elas.
é algo interior, ou seja, que está dentro de cada
pessoa de forma particular erramos em dizer que

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20 – AUTOMAÇÃO DAS AERONAVES


É inegável que a chegada da automação à
Aviação Civil trouxe benefícios.
A drástica diminuição da carga física de
trabalho (physical workload) na rotina dos
pilotos a bordo, os alarmes audiovisuais que
antecipam o mau funcionamento dos sistemas, a
economia de combustível provocada pela
inserção de novos procedimentos operacionais
nos computadores de bordo, os dispositivos de
prevenção de acidentes como o TCAS (Traffic
and Collision Avoidance System) e o EGPWS
(Enhanced Ground Proximity Warning System),
uma supervisão e um diagnóstico de panes mais
acurado dos componentes do grupo
motopropulsor da aeronave (com uso do
ACARS –Aircraft Communications Adressing
and Reporting System, Synoptic Display System,
etc.), os equipamentos muito mais precisos de
navegação aérea (GPS – Global Positioning
System / INS – Inertial Navigation System) e os
checklists eletrônicos modernos estão no leque
desses benefícios.
Estudos apontaram que os desequilíbrios na
relação Homem/Meio/Máquina podem ser
motivados pela dificuldade que alguns pilotos
encontram diante de sistemas automatizados,
exigindo, portanto, a necessidade de
treinamentos que propiciam aos pilotos um
melhor conhecimento acerca dos sistemas que
irão operar.
Erros na utilização e gestão do sistema de voo
automático e/ou a falta de consciência dos
modos de operação são fatores contribuintes em
mais de 20% dos acidentes que ocorrem durante
os procedimentos de aproximação e pouso
(AIRBUS, 2004).

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