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concentração até chegar o limite mínimo de


PREVENÇÃO E COMBATE AO FOGO 8% não haverá mais chamas e a combustão
de um corpo pode se manifestar mais lenta.
Fogo ou combustível é um processo de Inferior a 8% não haverá forma alguma de
transformação química quando materiais combustão.
combustíveis e inflamáveis, combinados
com um comburente (geralmente oxigênio) Calor: dá início ao fogo, que o mantém e
são ativados por uma fonte calorifica e amplia a propagação.
iniciam uma reação em cadeia, produzindo
energia em forma de luz e calor.

COMBUSTIVEL + COMBURENTE + CALOR =


COMBUSTÃO

ELEMENTOS ESSENCIAS

Combustível: alimenta o fogo, compreende REAÇÃO EM CADEIA


todos os matérias sólidos, líquidos, e
gasosos, sendo que sólidos e líquidos são Existe ainda um quarto elemento, a
transformados pela ação do calor em gases, Reação em Cadeia . Neste ponto surge
que ao misturar com o comburente a Cadeia de Combustão , produzindo
(oxigênio) torna-se inflamável. seu próprio calor. Os combustí veis,
após iniciarem a combustão geram mais
Comburente: ativador, oxigênio é o calor, o qual provocará o
principal dos comburentes. Para que haja desprendimento de mais gases ou
combustão é necessário que o oxigênio vapores desenvolvendo então, uma
contido no ar atmosférico esteja em transformação ou reação em cadeia,
concentração mínima de 16% (lembrando ou seja, o produto de uma
que o ar tem 21%). Abaixo dessa transformação gerando outra
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transformação. Concluímos assim, que suficiente para que haja chama
combustí vel, calor e comburente permanente, quando em contato com o
compõem o que chamamos de “ comburente e exposto a uma fonte externa
Triângulo do Fogo” presença desses de calor.
três elementos que determina a
combustão PONTO DE IGNIÇÃO (IGNITION
TEMPERATURE)
1. PONTO DE COMBUSTÃO
É a temperatura mínima em que os gases
Combustão é toda reação química que há desprendidos por um corpo entram em
entre uma substância qualquer combustão sem auxílio de fonte externa de
(combustível) e o Oxigênio do ar calor. Somente a presença do comburente
(comburente), na presença de uma fonte de é o suficiente à combustão.
calor.
2. FORMAS DE COMBUSTÃO
PONTO DA FULGOR (FLASH POINT)
As combustões podem se classificar quanto
É a temperatura mínima na qual um corpo à sua velocidade:
combustível começa a desprender gases
ou vapores que se queimam em contato  Ativa
com uma fonte externa de calor, não É aquela em que o fogo, além de produzir
havendo contudo, constância na chama, calor, produz chama, isto é, luz. A razão
devido não serem os gases suficientes para deste fenômeno deve-se ao fato de que tal
tal (há clarão, mas logo se apaga). reação se processa em ambiente rico em
Oxigênio(ex. fogueira).
PONTO DE COMBUSTÃO (FIRE POINT)
 Lenta
É a temperatura mínima necessária para É aquela em que o fogo só produz calor, não
que um corpo emita vapores em quantidade apresentando chamas e, geralmente, a
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reação se processa em ambiente pobre em Condução: É a transmissão do calor que se
Oxigênio (braseiro). faz de molécula para molécula, pelo simples
contato dos corpos (ex. combustão em uma
 Explosão fogueira).
É uma combustão rápida e que atinge altas
temperaturas. Essa reação se caracteriza Convecção: Quando a transmissão é feita
por violenta dilatação de gases que, por meio de deslocamento de massa de ar
consequentemente, exercem também aquecido (mais leve que o ar comum), a
violenta pressão às paredes que os qual se desloca do local em chamas levando
confinam (ex. gás de cozinha, pó de energia calorífica suficiente para que outros
serragem, farinha de cereais). materiais combustíveis atinjam seus pontos
de combustão (ex. chama no topo de
 Espontânea chaminés).
Determinados materiais, geralmente de
origem vegetal, tendem a fermentar quando Irradiação – radiação: É uma forma de
armazenados, e dessa fermentação, resulta transmissão de calor por meio de ondas
o calor que, se elevado gradativamente, faz caloríficas. A transmissão se dá por meio de
o combustível atingir seu ponto de ignição ondas através do espaço ou materiais (ex.
(ex óleo de peixes, sedas impregnadas de calor de energia solar).
óleo, vernizes, óleo de milho). De igual
forma, determinados produtos, quando em 4. MÉTODOS DE EXTINÇÃO DO FOGO
contato com outros, reagem quimicamente
gerando calor e, consequentemente, uma Para se extinguir um fogo, basta desfazer
combustão (ex. Fósforo branco em contato um dos lados do triângulo, ou agir na
com o Oxigênio). reação. Para isso existem quatro
possibilidades básicas:
3. TRANSMISSÃO DE CALOR
(PROPAGAÇÃO DO FOGO)  Resfriamento;
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É um dos métodos mais eficientes de
extinção de fogo, ou seja, quando baixamos  Extinção química
a temperatura do combustível até o ponto Consiste na interrupção da reação em
em que não existam mais condições de cadeia através de substâncias cujas
desprendimento de gases ou vapores moléculas se desassociam pela ação do
quentes. A água, largamente usada no calor e se unem com a mistura inflamável
combate ao fogo, é um dos mais eficientes (gás ou vapor + comburente), formando
agentes resfriantes. outra mistura, não inflamável.

 Isolamento; 5. CAUSAS DE INCÊNDIO


Diminuição ou interrupção do campo de
propagação do fogo. É quando se retira o Causas humanas: omissão, imprudência e
combustível. O isolamento baseia-se na negligência.
retirada do material que poderia ser
atingido pelo fogo, evitando a sua Causas naturais: fenômenos naturais,
propagação para outras áreas (ex. ao terremoto e descargas elétricas.
verificarmos uma sala em chamas, não
podemos única e exclusivamente combate- Causas acidentais: choque de veículo contra
las, devemos, simultaneamente, retirar para uma aeronave que estava em
local isolado tudo o que ainda pode ser abastecimento.
queimado, limitando assim a propagação do
fogo). Energia eletrostática: estática é o acumulo
de potencial elétrico de um corpo em
 Abafamento; relação a outro. É proveniente do aumento
Consiste em evitar que o Oxigênio contido da diferença de potencial entre dois corpos
no ar atmosférico se misture com os gases carregados com cargas elétricas contrárias,
emanados do combustível, tomando-o um os quais, ao atingirem um potencial
produto pouco inflamável (ex. asfixia por máximo, provocarão uma descarga elétrica.
meio de espuma ou pó químico).
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6. CLASSES DE FOGO também, agir por abafamento segundo a
maneira como for empregada (chuveiro ou
CLASSE A: combustíveis sólidos, deixam neblina aplicada através de equipamento
resíduos – madeira, papel e espuma. apropriado - mangueira ou esguincho
CLASSE B: combustíveis líquidos, queimam especial). Na forma de jato sólido, resfria;
em superfície e não deixam resíduo, gás na forma de chuveiro, resfria e abafa; na
liquefeito. forma de vapor ou neblina, age por
CLASSE C: materiais elétricos energizados – abafamento somente. O extintor de H2O,
caracterizados pela presença de energia tem um alcance médio de 6 metros e sua
elétrica, duração é de aproximadamente 30
CLASSE D: materiais pirofóricos – inflamam- segundos.
se em contato com outros produtos
químicos, em geral o próprio ar.  Espuma
A rigor, a espuma é mais uma forma de
7. AGENTES EXTINTORES aplicação da água. Constitui-se de um
aglomerado de bolhas de ar ou CO2,
Entende-se por agente extintor, certas formadas de película de água. Para sua
substâncias químicas (sólidas, líquidas ou formação, é necessário um agente
gasosas) ou outros materiais que possam espumante. O objetivo da formação de
ser utilizados na extinção de um incêndio, espuma é tornar a água mais leve,
quer abafando, resfriando, interferindo na gaseficando-a, permitindo- lhe flutuar sobre
reação em cadeia ou mesmo acumulando os líquidos mais leves que a água. Apaga o
tais processos. fogo pelo método de abafamento.
Entretanto, pela presença da água, tem
 Água também uma ação secundária de
É a substância mais difundida na natureza. É resfriamento.
um agente extintor por excelência. Age
principalmente por resfriamento, ou seja,  Pó Químico Sêco (PQS)
como absorvedora de calor, podendo
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São constituídos de bicarbonato de sódio, extintor. É um gás mais pesado que o ar, e à
finamente pulverizado e especialmente temperatura e pressão normais, é
tratado, para se tornar repelente à água, considerado inerte, sem cheiro, sem cor e
perdendo desta maneira sua não condutor de corrente elétrica. Quando
higroscopicidade. Tem por finalidade, gerar comprimido a cerca de 60 atm (850 psi), se
uma nuvem que elimina o Oxigênio liquefaz.
(comburente), agindo portanto, por Age por abafamento, sendo secundado uma
abafamento. Além do bicarbonato de sódio, ação auxiliar resfriamento suas
outros produtos também são utilizados, tais características de baixa temperatura e,
como: bicarbonato de potássio, fosfato de devido a esse fator pode causar
amônia, sulfato de alumínio, etc. Existem queimaduras se usado inadequadamente.
pós especiais para o combate a incêndios de Alcance médio de 1,5 metros.
metais pirofóricos (Classe D). Quando usado
em áreas confinadas pode provocar Ao ser empregado em fogo de classe A,
dificuldade de respiração (parcial) e de recomenda-se após seu uso fazer o
visibilidade, também tem efeito corrosivo rescaldo dos resíduos, devido ao CO2 agir
nos equipamentos elétricos a longo prazo. O somente na superfície.
seu alcance médio é de 2 metros e sua
duração de aproximadamente 25 segundos. Em fogo envolvendo papéis (classe A) ou
líquidos inflamáveis (classe B), deve-se
Precauções: NÃO usar diretamente sobre afastar do fogo e borrifar o material
pessoas, pois pode provocar a sensação de incandescente, pois corre o risco de
bloqueio de respiração. espalhar o fogo devido à alta pressão de
saída do agente extintor.

 Gás Carbônico (CO2) Em áreas muito ventiladas o agente


extintor perde a eficácia.
Bióxido de Carbono ou Dióxido de Carbono
são outros nomes que se dão a este agente  Compostos Halogenados
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espalhar o fogo devido à forte pressão de
São produtos que tem na sua composição saída do agente extintor.
Carbono mais o Fluor, Cloro, Bromo ou Iodo.
O nome HALON provém da expressão 8. LUVAS DE AMIANTO, ASBESTO OU
inglesa, de Halogenated Hydrocarbon KEVLAR:
(Hidrocarbonetos Halogenados). Vários são
os tipos de agentes halogenados existentes, O par de luvas é um equipamento auxiliar
embora os mais conhecidos sejam: no combate ao fogo, pois o material
empregado em sua confecção é um isolante
• HALON 1011 = Bromoclorometano térmico (amianto, asbesto ou kevlar).
(CH2BrCl)
• HALON 1211 = 9. MACHADINHA
Bromoclorodifluornetano (CBrC1F2)
• HALON 1202 = De um modo geral, a machadinha é
Dibromodifluorometano (CBr2F2) considerada um equipamento auxiliar no
• HALON 1301= Bromotrifluoremetano combate ao fogo. Ela possui um lado
(CBrF3) cortante e outro perfurante e seu cabo é
• HALON 2402 = revestido de borracha isolante, cuja
Dibromotetrafluorometano (CBrF2CBrF2) resistência aproximada é de 20.000 volts.

Ao ser empregado em fogo classe A, 10. SISTEMA DE COMBATE AO FOGO


recomenda-se, após o seu uso, fazer o EM AERONAVES
rescaldo dos resíduos, devido ao agente
extintor agir somente na superfície. Entende-se por sistemas de prevenção e
combate à incêndios, o conjunto de meios
Em fogo envolvendo papéis (classe A) ou com o qual se pode dar início à ação de
líquidos inflamáveis (classe B), deve-se extinção:
afastar do fogo e borrifar o material
incandescente, pois corre o risco de  SISTEMA FIXO;
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É constituído de detectores de
fogo e superaquecimento, garrafas
extintoras para os motores (localizadas no
compartirmento do trem de pouso
principal), APU (localizado no cone de
cauda), e garrafas para proteção nos
toaletes (localizado abaixo da pia, ao lado 11. FASES DE COMBATE AO FOGO
da lixeira) O agente extintor utilizado é o
FREON 13-B-1 (Bromotrifluornetano ou  Preparação;
Halon 1301).  Tática;
 Técnica
NOTA: Nos toaletes, os sistemas fixos de
extinção entrarão automaticamente em - Análise da Situação - Análise feita por um
ação quando a temperatura no local atingir líder frente a um incêndio ou qualquer
174º F. outra situação de emergência que o habilite
a determinar as ações a serem postas em
 SISTEMA PORTÁTIL. prática no cumprimento de sua missão.
- Salvamento - Conjunto de operações
É constituído de extintores manuais que necessárias a remoção de pessoas em
variam de acordo com o porte das perigo, seja do local envolvido por incêndio
aeronaves, e que deverão ser utilizados em ou de qualquer outra situação de perigo.
função do tipo de princípio de incêndio a ser - Isolamento - Conjunto de operações
combatido. necessárias para impedir a propagação de
um incêndio.
- Confinamento - Conjunto de operações
necessárias para impedir a propagação de
um incêndio, às partes não atingidas, dentro
de uma estrutura.
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- Extinção - Conjunto de operações  Condições de uso dos extintores,
necessárias ao ataque e extinção do foco ou certificando-se de sua capacidade de pronta
focos principais de um incêndio. Intervenção,
-Rescaldo - Conjunto de operações  Providenciar a substituição dos
necessárias para completar a extinção, equipamentos sem condições seguras de
impedir seu reinicio e colocar o local em utilização e reposição dos extintores
condições de segurança. ausentes, se for o caso.
-Ventilação - Conjunto de operações
necessárias para substituir, mediante Após o embarque dos passageiros:
precauções adequadas, a atmosfera
excessivamente quente e com gases  Estar atento a situações voluntárias
tóxicos, de ambientes confinados, por ar ou não, que possam gerar uma situação de
fresco. sinistro;
Proteção - Conjunto de operações  Quando da ocorrência de princípios
necessárias para proteger o local sinistrado de incêndio, procurar combatê-los, atuando
e seus conteúdos contra os prejuízos com os agentes extintores mais apropriados
causados pelo fogo, calor irradiado, fumaça, e eficazes;
água, etc.  Cientificar o comandante, quando
de incêndios a bordo;
12. PROCEDIMENTOS A BORDO DE  Em caso de constatação de fogo,
AERONAVES fumaça ou gases na cabine de passageiros,
avisar imediatamente
Antes do embarque dos passageiros:  o Comandante pelo interfone, para
Checagem dos equipamentos de prevenção evitar que os mesmos entrem para a cabine
e combate ao incêndio, verificando: de comando;

 Localização adequada dos NOTA: Ao detectar cheiro de queimado


equipamentos e/ou fumaça saindo de um forno, o
comissário deve fechar sua porta e
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desconectar os fusíveis correspondentes. Se É de responsabilidade do funcionário da
houver fogo, devem-se usar extintores de manutenção de solo informar a cabine de
CO2, de pó químico ou de Halon. Nunca comando o início e o fim do abastecimento,
utilizar extintores de água em objetos bem como quaisquer anormalidades que
energizados, pois a água é condutora de ocorram durante esse procedimento.
eletricidade.
Durante o abastecimento, um comissário
Se houver algum curto circuito e pegar fogo deverá estar posicionado em cada cabine da
em lâmpadas, fios ou interruptores, a aeronave ocupada por passageiros, com a
corrente elétrica deve ser desligada função de fiscalizar e proibir a utilização de
imediatamente e utilizar extintores de CO2, aparelhos eletrônicos e pronto para agir
de pó químico ou de Halon. Se pegar fogo caso recebam ordens de evacuação da
na roupa de algum passageiro, deve-se aeronave.
envolvê-lo em um cobertor e remover a
roupa afetada, se possível. Alijamento de Combustível: Em caso de
uma pane logo após a decolagem, havendo
Quando em aeronaves mistas (carga e necessidade de retornar ao ponto de
passageiros) for detectado fogo e/ou partida, o peso da aeronave deve ser
fumaça em algum dos containers que diminuído para que ela possa pousar. A
estejam no compartimento de carga do única forma existente para se diminuir o
main-deck, e este não tiver se propagado, o peso da aeronave em voo é desfazendo-se
procedimento a adotar é o de NÃO abri-lo, do seu combustível, seja queimando-o
pois, caso aberto, o oxigênio que entrar através dos motores (permanecer voando
poderá alimentar o fogo, aumentando sua em círculos), seja abrindo as válvulas e
intensidade. despejando o combustível no espaço.

13. ABASTECIMENTO SIMULTÂNEO AO A opção de despejar o combustível,


EMBARQUE/DESEMBARQUE chamada de alijamento de combustível, é a
mais rápida e segura.
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1. COMUNICAÇÃO
EMERGÊNCIA E SEGURANÇA A BORDO
É um painel luminoso – geralmente na cor
“Emergência é toda situação anormal que azul, vermelho e âmbar – localizado em
põe em risco a segurança da aeronave e de cada estação de comissários, cuja função é a
seus ocupantes”. Existem dois tipos de de facilitar a visualização das chamadas
emergências que devem ser citadas, são provenientes dos interfones, chamada de
elas: comissário da P.S.U. (Passenger Supply
Unit) e do L.S.U. (Lavatory Supply Unit).
a. EMERGÊNCIA SECUNDÁRIA: é quando há
suspeita ou visível indicação de uma LUZ AZUL: indica chamada de passageiros
provável pane. Ao receber o alerta da (P.S.U.).
cabine de comando, os comissários devem
ficar preparados e tratar de repassar todos LUZ VERMELHA: indica chamada do Crew
os procedimentos para efetuar um pouso de (tripulação - interfones).
emergência e a operação de todas as saídas
e suas escorregadeiras. LUZ AMBAR: indica chamada dos lavatórios
(L.S.U.).
b. EMERGÊNCIA PRIMÁRIA: é quando a
situação de perigo existe é iminente. Ex.: INTERFONES - COMUNICAÇÃO ENTRE A
Despressurização, fogo a bordo, pousos de TRIPULAÇÃO (INTERTRIPULAÇÃO):
emergência, mau funcionamento mecânico
que pode tirar da aeronave as condições de Os interfones são utilizados para realizar a
voo. Em tais casos, o profundo comunicação entre os tripulantes. Sempre
conhecimento do equipamento e dos que houver necessidade de informar a
procedimentos, somado com o bom equipe sobre alguma ocorrência ou
condicionamento dos comissários para anormalidade, o chefe de equipe fará isso
enfrentar tais situações. diretamente a todos os comissários ou aos
supervisores de cabine e estes, por sua vez,
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aos comissários auxiliares por intermédio Comunicação entre Passageiros e
dos interfones. Comissários:

É de responsabilidade do chefe de equipe Localizada acima dos assentos, a P.S.U. é


obter junto à cabine de comando utilizada para chamar atenção dos
informações sobre o andamento do voo. comissários sempre que o passageiro
necessitar de algo. É identificado no Master
P.A. (PUBLIC ADRESS) Comunicação entre Call pelo acendimento da cor azul e por um
Tripulação e Passageiros: sinal sonoro.

A comunicação aos passageiros é feita com L.S.U. (LAVATORY SUPPLY UNIT) –


a utilização do P.A. ou, no caso de falha COMUNICAÇÃO ENTRE PASSAGEIROS E
desse sistema, do megafone. COMISSÁRIOS DOS LAVATÓRIOS:

É por intermédio do P.A. que são Localizada dentro dos toaletes, a L.S.U.
transmitidas, dentre outras, as informações provém dos toaletes e serve para alertar os
sobre os procedimentos de segurança. comissários caso algum usuário necessite de
atendimento, independente da razão. Sua
É importante informar ao passageiro identificação é feita pelo acendimento no
quaisquer mudanças que ocorram (atraso, painel do Master Call da luz na cor âmbar e
turbulência, suspensão do serviço de bordo, por um sinal sonoro. Caso a porta do toalete
mudança do itinerário, etc.). Deve-se esteja trancada, deve-se questionar o
lembrar que conceder informações aos ocupante sobre o que está acontecendo. Em
passageiros irá acalmá-los, evitando, com caso de negativa de resposta, o comissário
isso, tumultos e possível clima de deve proceder à abertura da porta pelo lado
apreensão. externo.

P.S.U. (PASSENGER SERVICE UNIT) – MEGAFONE


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Comunicação entre Tripulação e
Passageiros: Megafones são amplificadores 1. ATMOSFERA:
portáteis de som. Podem ser alimentados
por pilha comum ou pilha seca. Eles A mistura de gases que envolve o planeta
ampliam a voz do operador para orientação Terra possui o nome de ATMOSFERA. Ela
dirigida caso seja impossível a utilização do tem uma espessura de mais de 330.000 pés
sistema normal de comunicação (P.A.). (100.484m) de altitude e é dividida em
camadas. A camada mais baixa e que tem
Operação: contato com a superfície terrestre é
• Pressionar o gatilho ou botão, mantendo- chamada de TROPOSFERA, atingindo uma
o pressionado enquanto fala; altitude média de 40.000 pés (12.192m),
• Nos megafones sem controle de volume, diminuindo nos polos e aumentando nas
manter os lábios em contato com o latitudes temperadas.
microfone. O volume de saída depende da
intensidade da voz; Na troposfera ocorrem todos os fenômenos
• Não colocar a mão sobre o microfone; meteorológicos conhecidos. Acima dela está
• Falar devagar e compassadamente, a ESTRATOSFERA e a seguir a IONOSFERA,
usando terminologia que os passageiros EXOSFERA e a MAGNOTOSFERA (espaço
posam entender. interplanetário).

Cheque pré-voo: Entre a troposfera e a estratosfera existe


• Pressionar o gatilho ou botão. Se o uma delgada zona de transição chamada
megafone emitir um som de microfonia, TROPOPAUSA, cuja espessura varia de
isso significa que está com suas pilhas 10.000 a 15.000 pés (3 a 5 km) e em seu
carregadas; interior cessam todos os fenômenos
• Verificar se o megafone está devidamente comuns à troposfera, embora possa ser
fixado. perfeitamente atravessada pelas grandes
trovoadas.
PRESSURIZAÇÃO E DESPRESSURIZAÇÃO
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A tropopausa tem como característica a Ao nível do mar e sob condições normais de
isotermia, consistente na ausência de umidade e pressão, a temperatura da
variação da temperatura (as temperaturas ATMOSFERA é de 15ºC, decrescendo na
dentro dela são constantes). É na proporção de 2ºC para cada 1.000 pés
troposfera e na tropopausa que opera a (30.48 m) subidos, até atingir a tropopausa,
maioria das aeronaves. Observa-se na onde a média térmica é de -56,5ºC,
composição da atmosfera: permanecendo constante nesta camada.

Pode-se dizer, portanto, que o ar é


• 78% de nitrogênio; pressionado contra a Terra, exercendo uma
• 21% de oxigênio; PRESSÃO. O Barômetro é o aparelho que
• 1% de dióxido de carbono e gases raros. mede essa pressão (Pressão Atmosférica).

3. PRESSURIZAÇÃO:
Em se tratando das limitações da
capacidade humana, sabe-se que o limite
fisiológico para uma pessoa normal é a
altitude de 10.000 pés (3.048 metros). De
10.000 a 12.000 pés de altitude, o
organismo possui ainda plena capacidade
de adaptação. Contudo, acima desta marca
o uso de equipamento suplementar de
2. OXIGÊNIO
oxigênio é necessário para que se
mantenham normais as funções fisiológicas
Cada vez que se inspira, 21% do ar inalado é
e mentais do ser humano.
oxigênio. Nos pulmões esse gás é absorvido
pelo sangue e levado para todas as partes
A absorção do oxigênio pelo sangue
do corpo.
depende do diferencial entre a pressão
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interna dos pulmões e a pressão altitude compatível com a fisiologia
atmosférica. humana).

Como visto, ao nível do mar a pressão Consegue-se isso com o sistema de


atmosférica e a pressão interna dos pressurização, no qual consiste em injetar o
pulmões é de 14.7 p.s.i. A uma altitude de “ar sangrado” dos motores na cabine.
18.000 pés (5.486 m), a pressão do ar Quanto mais ar for injetado no interior da
ambiente terá apenas a metade da pressão cabine, maior a pressão/pressurização
ao nível do mar, ou seja, 7.35 psi. interna e menor a altitude artificial (altitude
da cabine).
A medida de pressão a nível do mar: 760
mm.hg. Parte do ar injetado na cabine deve ser
eliminado controladamente, de modo a
A insuficiência de oxigênio nas células do manter na cabine a pressão desejada. A
corpo ocasionada pela elevação de altitude eliminação desse ar em excesso é feita pelas
é conhecida como HIPÓXIA. válvulas OUT FLOW, responsáveis por
regular o fluxo de saída de ar.
Em elevadas altitudes há um acentuado
decréscimo da densidade do ar, tornando-o Em voo, a pressão externa (que é real) e a
mais rarefeito, pois quanto maior a pressão interna da cabine (que é artificial)
altitude, menor a pressão atmosférica. são reguladas e mantidas artificialmente
através da pressurização das aeronaves
Para que se possa viajar numa aeronave (altitude-pressão). A diferença entre a
cuja altitude de voo seja de 27.000 pés pressão interna (que é maior) e a pressão
(8.229 m) sem ocasionar problemas externa (que é menor) é chamada de
respiratórios, é necessário que o seu DIFERENCIAL DE PRESSÃO.
interior seja mantido em uma altitude
artificial inferior a 10.000 pés (limite da 4. FUNCIONAMENTO DA
PRESSURIZAÇÃO:
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O ar injetado na cabine para tornar possível Diâmetro do orifício: a velocidade da perda


a pressurização é retirado dos compressores da pressão é proporcional ao orifício por
dos motores. Esse ar é quente e, por conta onde ela escapa. Se maior o orifício, mais
disso, deve ser resfriado até uma rápida será a perda de pressão.
temperatura confortável.
Quando ocorre uma despressurização, a
5. DESPRESSURIZAÇÃO DE CABINE providência a ser tomada pelos pilotos é só
uma: DESCER.
Nota: Despressurização é a saída de ar de
um meio de maior para um de menor Em altitudes mais elevadas, o TUL (tempo
pressão. útil de lucidez) é muito curto. Ele pode ser
definido como o tempo em que alguém
Existem alguns tipos de despressurização, pode fazer alguma coisa por si, como, por
são elas: exemplo, ajustar corretamente a máscara
1. Despressurização Explosiva: a perda de de oxigênio.
pressão é instantânea, ocorrendo em mais
ou menos 01 segundo. O procedimento de descida da aeronave
2. Despressurização Rápida: a perda de numa despressurização é muito rápido e
pressão ocorre entre 01 e 10 segundos. num grau elevado de inclinação, não
3. Despressurização Lenta: a perda de permitindo mobilidade na cabine durante o
pressão ocorre em mais de 10 segundos. processo.

Os fatores que interferem na velocidade da A primeira atitude deverá ser a de PEGAR A


perda de pressão da cabine são: Diferencial MÁSCARA MAIS PRÓXIMA E SENTAR. Para
de pressão: quanto maior for o diferencial a hipótese de ocorrer uma despressurização
entre a altitude da cabine e a altitude real no instante em que alguém se encontrar no
da aeronave, maior e mais rápido serão os interior de um toalete, acompanhando uma
efeitos da despressurização. criança, duas máscaras cairão do
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alojamento, possibilitando, assim, o localizado no compartimento de aviônica
atendimento simultâneo a ambos. (porão eletro/eletrônico). O fluxo de
Oxigênio possui três seleções:
SISTEMAS DE OXIGÊNIO DE EMERGÊNCIA
A) NORMAL: Sob demanda, misturado.
1. SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO DE B) 100% OXIGÊNIO: Sob demanda a 100%;
EMERGÊNCIA: C) EMERGÊNCIA: Contínuo a 100% (sob
pressão).
 Capuz Anti-fumaça (CAF somente
para tripulantes) Operação: Testar o funcionamento do
 Cilindro de Oxigênio Terapêutico sistema pressionando a chave “TEST” e
(para tripulantes e passageiros) verificando se aparece a cor verde no visor
de passagem de fluxo. Verificar se o seletor
2. SISTEMAS FIXOS DE OXIGÊNIO DE do teor de oxigênio está em 100% OXI. O
EMERGÊNCIA: sistema deve ficar armado e preparado para
fornecer oxigênio a 100% sob demanda
Os Sistemas de Oxigênio de Emergência durante todo o voo.
subdividem-se em:
3. SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO DA
Sistemas Fixos de Oxigênio de Emergência: CABINE DE PASSAGEIROS:

 Na Cabine de Comando (gasoso) O oxigênio que alimenta o sistema fixo para


 Na Cabine de Passageiros (químico) a cabine de passageiros pode estar
armazenado em cilindros fixos localizados
Sistema Fixo de Oxigênio da Cabine de nos porões ou ser obtido através de um

Comando: módulo gerador químico para cada conjunto


de máscaras oro-nasais das P.S.U.’s ao longo

O Oxigênio que supre a cabine de comando da cabine de passageiros.


provém de um cilindro independente,
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É desaconselhável a utilização deste máscaras ligadas a ele for puxada, que, uma
sistema em casos de fumaça e/ou gases vez acionado, passará a fornecer um fluxo
tóxicos na cabine, pois, por serem suas contínuo e ininterrupto de oxigênio durante
máscaras do tipo misturadoras, o oxigênio aproximadamente 12 minutos para todas as
é diluído com o ar ambiente, fazendo com máscaras a ele ligadas.
que a pessoa aspire fumaça e/ou gases
tóxicos. 4. SISTEMA PORTÁTIL DE OXIGÊNIO DE
EMERGÊNCIA.
Modos de Acionamento do sistema:
CAPUZ ANTI-FUMAÇA (CAF) / SMOKE
• Automático: as máscaras “cairão” quando HOOD / PROTECTIVE BREATHING
a altitude artificial da cabine chegar a EQUIPMENT (PBE):
14.000 pés.
• Elétrico: as máscaras “cairão” ao ser Descrição:
acionado um interruptor (switch) localizado • Unidade composta de duas capas flexíveis,
no painel superior da cabine de comando. interna e externa, de poliéster revestido de
PVC resistente ao calor e as chamas,
• Manual: as máscaras “cairão” com o incluindo visor de plástico policarbonato
auxílio de um objeto pontiagudo rígido, com sistema anti- embaçante.
introduzido em orifício específico da P.S.U. • Diafragma de neoprene que veda a parte
inferior do capuz em torno do pescoço.
Módulo Gerador Químico: Os módulos • Reservatório metálico com formato
geradores são independentes, uma vez que anelar, contendo oxigênio sob pressão e
podem ser acionados individualmente. uma alavanca para acionamento do sistema
(A).
As máscaras são ligadas ao gerador por uma • Sistema de absorção de CO2 para manter
mangueira e cordéis as prendem ao pino sua concentração abaixo do percentual de
acionador de fluxo. O gerador iniciará a 4% (B).
funcional quando qualquer uma das
BLOCO I
• Válvula de pressão positiva que estabiliza pressão da cabine. A temperatura interna
a pressão interna do capuz entre 1 e 2 do capuz nunca excederá 40º C, porque a
milibares alta pressão do fluxo de oxigênio refrescará
• Diafragma acústico para permitir a o interior do equipamento.
comunicação oral do usuário, mesmo que
ele esteja utilizando interfone ou megafone Possui um cilindro de O² e dura 15 minutos.
(D).
Adequação: O capuz anti-fumaça (CAF) é um
O Capuz anti-fumaça (CAF) vem equipamento fabricado para uso de
empacotado a vácuo numa embalagem tripulantes da aviação civil e destinado a
aluminizada e armazenado no interior de proteger os olhos e o sistema respiratório
uma maleta plástica lacrada. A embalagem do usuário contra a fumaça e/ ou gases
aluminizada tem a sua extremidade inferior tóxicos, nas seguintes situações:
presa ao fundo da maleta. • Combate a um princípio de incêndio
localizado;
Fluxo de Oxigênio: Quando o sistema for • Pouso em emergência com fumaça densa
acionado, o fluxo de oxigênio passará na cabine;
através de um orifício calibrado, onde será • Evacuação da aeronave com fumaça densa
ajustado em função de duas variáveis: na cabine
tempo de utilização do capuz e o consumo
de oxigênio. Cheque Pré-Voo: verificar:

Inicialmente, o fluxo será mais forte com a • O lacre da maleta plástica.


finalidade de eliminar o ar tóxico da cabine • O indicador de integridade, localizado na
que tenha ficado retido no interior do tampa da maleta. Se estiver na Cor verde –
capuz, logo a seguir, o fluxo baixará para um OK;
nível compensatório de acordo com o Se estiver na Cor vermelha – SUBSTITUIR
consumo do usuário. A pressão interna do
capuz será sempre positiva e maior do que a
BLOCO I
5. CILINDRO DE OXIGÊNIO Variação na utilização:
TERAPÊUTICO
Quando houver uma despressurização em
O oxigênio terapêutico é constituído de que a aeronave esteja nivelada entre 25.000
cilindros portáteis com capacidade para 311 e 10.000 pés (fora do nível de segurança), os
litros. Quando carregados em sua equipamentos portáteis com oxigênio
capacidade normal, indicarão nos poderão ser utilizados pelos comissários
respectivos manômetros 1800 psi a 21º C. para a realização do cheque pós-
despressurização (walk around procedure),
Saídas: Vermelha (HI - High): com fluxo de com a finalidade de realizar a abertura
4 litros por minuto. individual dos alojamentos de máscaras do
Verde (LO - Low): com fluxo de 2 litros por sistema fixo que tenham permanecido
minutos. fechadas e prestar assistência a passageiros
que estejam apresentando sintomas de
Cheque pré-voo: verificar se: insuficiência respiratória.
• Os cilindros estão devidamente fixados;
• O manômetro indica uma pressão mínima KIT DE PRIMEIROS SOCORROS
de 1.500 psi;
• A quantidade mínima de máscaras por 1. KIT MÉDICO-COMISSÁRIO:
cilindro (03 para adultos e, eventualmente,
01 para crianças) foi atendida. Contém vários medicamentos para serem
utilizados em caso de ferimentos ou
Nota: Em se tratando de recém-nascido, sintomas de distúrbios leves.
deve-se remover a máscara e posicionar a
extremidade da mangueira a KIT MÉDICO
aproximadamente 10 cm de distância do
rosto do bebê, utilizando o fluxo de saída Uso exclusivo de médico devidamente
de 4 litros por minutos. inscrito no CRM, caso haja algum a bordo. É
uma gaveta na qual contém equipamentos
BLOCO I
médico-cirúrgico para serem utilizados em
casos de sintomas mais graves.

No interior das gavetas há uma relação de


medicamentos com a respectiva indicação
de uso e uma folha de relatório para
lançamento dos medicamentos utilizados.

Caso haja necessidade de utilizar a gaveta


médica, o chefe de equipe deverá fazer um KIT CÓLERA
relatório que inclua o nome, endereço e
condições do passageiro atendido e o nome, Devido ao risco de epidemia de cólera, as
endereço, identidade civil, número do CRM aeronaves podem estar equipadas com esse
e do profissional que o atendeu e o kit, que contém luvas de látex, sacos
diagnóstico constatado. plásticos, sais de re-hidratação e
formulários de precedência e destino.

ASSENTOS DA AERONAVE

1. ASSENTOS DE PASSAGEIROS
As poltronas da cabine de passageiros estão
equipadas com cintos de segurança de
retenção abdominal que deverão estar
afivelados e ajustados durante decolagens,
pousos e quando o aviso de ATAR CINTOS
estiver aceso.

Sempre que houver um adulto segurando


um passageiro de “colo”, o cinto DEVERÁ
BLOCO I
ser ajustado somente no adulto, a criança máscaras do sistema fixo de oxigênio na
deverá estar segura pelos braços do adulto. quantidade de um para cada tripulante.

Em caso de turbulência a responsabilidade ASSENTOS VOLTADOS PARA O NARIZ DO


de ligar o aviso luminoso de “ATAR CINTOS” AVIÃO: o comissário deve inclinar a cabeça
é da cabine de comando, mas sempre que para baixo apoiando firmemente o queixo
isto ocorrer o chefe de equipe deverá de encontro ao peito, as mãos devem ser
consultar o Comandante sobre a colocadas espalmadas na parte anterior do
intensidade da turbulência e sobre a assento, ou sob as coxas, podendo também
continuação ou não do serviço. manter o braço cruzado.

As normas de segurança requerem que ASSENTOS VOLTADOS PARA A CAUDA DA


todas as poltronas estejam na POSIÇÃO AERONAVE: cabeça apoiada firmemente
VERTICAL durante decolagens e pousos. contra o cabeçote da poltrona, e os braços
Para pouso em emergência, os passageiros deverá estar cruzados sob o peito.
deverão adotar uma das posições abaixo:
POSIÇÃO DE IMPACTO GESTANTES: Mantas
deverão ser utilizadas para elevar o assento
da poltrona ocupada por uma gestante.

SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

POLTRONAS E CINTOS DE SEGURANÇA As saídas de emergência são aquelas pelas

PARA COMISSÁRIOS quais se podem evacuar os ocupantes de


uma aeronave com o máximo de rapidez e

Os assentos dos comissários de voo são segurança numa situação de emergência.

retráteis e equipados com cinto de retenção Essas saídas, assim homologadas, devem

tóraco- abdominal, lanternas, além de estar providas de equipamentos auxiliares

coletes salva-vidas. Acima dos assentos há de evacuação.


BLOCO I

Tempo de Permanência a Bordo: estipulou- SAÍDAS TIPO A: São consideradas as portas


se um limite de tempo em segurança para da aeronave com escape de pista dupla e
realizar uma evacuação. Esse limite é de 90 seu coeficiente de evacuação é de 90 a 100
segundos. pessoas em 90 segundos.

Os tipos de saídas de emergência são: JANELAS DE EMERGÊNCIA: As janelas de


emergência são encontradas nas cabines de
SAÍDAS TIPO I (SAÍDAS PRIMÁRIAS): São comando e de passageiros. Dependendo do
consideradas as portas da aeronave com tipo de aeronave, elas poderão ser abertas
escape inflado (pista única) e seu por dentro e por fora.
coeficiente de evacuação é de 50 a 55
pessoas em 90 segundos. Equipamento auxiliar de evacuação das
janelas de emergência - Tiras ou Cordas de
SAÍDAS TIPO II (SAÍDAS SECUNDÁRIAS): São Escape: Como equipamento de evacuação,
consideradas as portas da aeronave com as janelas de emergência possuem tiras,
escape desinflado e seu coeficiente de cordas ou cabos de aço.
evacuação é de 30 a 40 pessoas em 90 Tiras ou Cordas de Escape: com a mesma
segundos. finalidade, as tiras de escape (achatadas e
com largura aproximada de 05 cm) e as
SAÍDAS TIPO III (SAÍDAS TERCIÁRIAS): São cordas de escape (com aproximadamente
consideradas as saídas sobre as asas e seu 03 cm de diâmetro) servem para auxiliar na
coeficiente de evacuação é de 20 a 30 evacuação da aeronave, em caso de
pessoas em 90 segundos. emergência. Na cabine de comando elas
estão localizadas sobre cada janela (ou
SAÍDAS TIPO IV (SAÍDAS QUATERNÁRIAS): próximo a ela), embutidas em
São consideradas as janelas da cabine de compartimentos.
comando e seu coeficiente de evacuação é
de 15 a 20 pessoas em 90 segundos.
BLOCO I
Cada tira dessa, que dá acesso à asa, possui As portas podem ser operadas interna e
um gancho em sua extremidade que, em externamente, tanto em situação normal
caso de pouso na água, deve ser engatado quanto em emergência.
em uma argola fixa, localizada sobre cada
seção da asa. Esse procedimento é para que PORTA EMPERRADA: Caso não consiga abrir
as tiras (ou cordas) sirvam como “corrimão”, a porta, peça a alguém para ajudá-lo. Se
permitindo que tanto passageiros quanto mesmo assim não conseguir abrir, reoriente
tripulantes se mantenham seguros sobre a os passageiros para outra saída gritando:
asa enquanto não adentram ao barco salva- "PARA TRÁS - "POR AQUELA PORTA".
vidas Abandone a porta, auxilie o Comissário que
estiver atuando numa porta mais próxima.
SEQUENCIA PARA SAIR DA JANELA DA LEMBRE-SE - Só nesse caso a porta poderá
CABINE ficar sem ninguém ao lado, pois com
certeza, ninguém poderá abri-la. Depois do
perna-cabeça-tronco-perna desembarque dos passageiros, cheque as
cabines e abandone a aeronave pela saída
PORTAS: Todas as portas das aeronaves, operativa que estiver mais próxima.
seja para embarque/desembarque de
passageiros ou utilização de serviços, são EQUIPAMENTO AUXILIAR DE EVACUAÇÃO
homologadas como saídas de emergência. DAS PORTAS - ESCORREGADEIRAS: O
equipamento auxiliar de evacuação para
Em uma situação normal, a abertura da homologação das portas como saídas de
porta pode ser elétrica ou manual. Já em emergência são as escorregadeiras. Nas
situação de emergência, a abertura ocorre aeronaves comerciais destinadas ao
pela utilização de sistemas pneumáticos ou transporte de passageiros, todas saídas que
manuais. estejam a mais de 02 m de altura (estando
à aeronave com todos os trens de pouso
arriados), deverão estar providas de
equipamentos auxiliares de evacuação que
BLOCO I
auxiliem seus ocupantes a chegarem ao Nota: As escorregadeiras infláveis
solo. automáticas são projetadas para que inflem
sem a necessidade de se puxar comando
Cada escorregadeira inflável é equipada algum. Ao se abrir a porta, estando a
com um cilindro com ar comprimido e com escorregadeira armada, esta deve cair de
um cabo de aço que está acoplado ao seu alojamento por força da gravidade e
cilindro. Ao ser distendido (automático ou inflar automaticamente. O tempo de
manualmente), o cabo de aço provoca a inflação é de 5 a 10 segundos.
liberação do ar comprimido para as câmaras
de escorregadeira. O ar comprimido do EQUIPAMENTOS DE FLUTUAÇÃO: De
cilindro é responsável pela inflação de acordo com as normas da Organização da
aproximadamente 40% da escorregadeira. Aviação Civil Internacional (OACI), que
Para verificar a pressão do cilindro, existe tratam de equipamentos de flutuação, toda
um manômetro que deve estar indicando o aeronave que efetuem voos transoceânicos
ponteiro na cor verde. Esse procedimento (além de 370 km do litoral), deverá dispor
faz parte do cheque pré-voo, que deve de equipamentos individuais e coletivos de
observar as condições gerais do flutuação. Aeronaves que efetuam voos
equipamento e se certificar de que nada costeiros (rotas até 370 km do litoral)
impeça a abertura da porta correspondente deverão, obrigatoriamente, portar
à escorregadeira. equipamentos individuais de flutuação. Nas
aeronaves que efetuam voos costeiros, os
A evacuação por uma escorregadeira tripulantes dispõem de coletes salva-vidas
inflável só deverá ser iniciada quando ela e os passageiros de assentos flutuantes.
estiver completamente inflada. Essa Realizados voos transoceânicos, essas
constatação é feita quando cessar o ruído aeronaves são equipadas com coletes
de entrada de ar pelos aspiradores salva-vidas para tripulantes e passageiros,
(venturis). além dos equipamentos coletivos de
flutuação (botes ou escorregadeiras-barco).
BLOCO I
COLETES SALVA-VIDAS: Os coletes salva- ASSENTOS FLUTUANTES: Esses assentos
vidas possuem duas câmaras de flutuação possuem uma placa de poliuretano rígido
que serão infladas, cada uma delas, por uma que os torna flutuantes. Equipam
cápsula de ar comprimido. Caso haja falha aeronaves que fazem voos domésticos.
no sistema de inflação, eles podem ser
inflados por sopro através de um tubo Os assentos flutuantes suportam um peso
acoplado a cada câmara. Os coletes inercial de 90Kg.
possuem, ainda, uma tira ajustável. Na
altura do ombro, entre as câmaras, há uma EQUIPAMENTO DE FLUTUAÇÃO COLETIVO:
luz localizadora/sinalizadora que é As escorregadeiras infláveis simples podem
alimentada por uma bateria ativada a base ser usadas para auxílio à flutuação,
de água. O tempo de duração dessa luz é de bastando para isso desconectá-las da
8 horas, aproximadamente. Cada câmara aeronave. As escorregadeiras-barco são
inflada suporta, em média, um peso inercial desconectadas da mesma maneira.
de 60 kg. É recomendável que as duas
câmaras sejam infladas. NOTA: Os equipamentos INDIVIDUAIS DE
FLUTUAÇÃO homologados são COLETES
Instrução para utilização dos coletes SALVA-VIDAS E ASSENTOS FLUTUANTES;
• Informar aos passageiros para vestirem os OS COLETIVOS SÃO BOTES E
coletes sem se levantarem de seus lugares. ESCORREGADEIRAS-BOTE.
• Orientar para não os inflar no interior da
aeronave, mas somente na área das soleiras ESCORREGADEIRA-BARCO: As
das portas, ao abandonar a aeronave, ou escorregadeiras-barco estão equipadas com
sobre a asa. estações de embarque (com alça e degraus),
• Os sobreviventes deverão manter os toldo, montantes estruturais, faca flutuante,
coletes vestidos e inflados até o momento luzes localizadoras, bomba manual de
do resgate. inflação, corda com anel de salvamento,
âncora, tira de amarração e pacote (kit) de
sobrevivência no mar.
BLOCO I
busca e salvamento. Com o mar calmo
BARCO SALVA-VIDAS: Os barcos salva-vidas deve-se liberar toda a extensão da corda; já
apresentam formato poligonal. As quando estiver agitado, deve-se liberar
aeronaves são equipadas por dois tipos, somente meia extensão de corda.
cuja capacidade normal é para 25 e 42
pessoas. Eles são acondicionados em CORDA COM ANEL DE SALVAMENTO: está
invólucros de lona e alojados, normalmente, localizada junto à estação de embarque.
em rebaixamentos do teto das aeronaves. Pode ser utilizada tanto para recuperar
Os barcos salva-vidas possuem duas sobreviventes que estejam na água quanto
câmaras principais de flutuação e são para unir embarcações após o afastamento
equipados com rampas de acesso, alças de da aeronave.
embarque, toldo, montantes metálicos,
mastros infláveis ou metálicos, facas TOLDO: a finalidade principal da armação
flutuantes, luzes localizadoras, âncora, do toldo é proteger os sobreviventes dos
corda de amarração e pacote (kit) de raios solares e dos respingos de água do
sobrevivência no mar. mar. Pode também ser utilizado para captar
água da chuva e do orvalho e para sinalizar
ÂNCORA (OU BIRUTA D’ÁGUA): ela é presa as equipes de busca e salvamento.
ao barco ou escorregadeira-barco por meio
de uma corda e vem acondicionada num BOMBA MANUAL DE INFLAÇÃO: está
invólucro localizado entre as câmaras localizada junto às válvulas de inflação
principais. Somente deve ser liberada após a manual das câmaras principais. Havendo
separação definitiva da aeronave, para necessidade de se completar a inflação de
evitar que fique presa à aeronave ou seus qualquer uma das câmaras, seja após a
destroços. A finalidade da âncora é retardar realização de um reparo de vedação, seja
a deriva da embarcação, fazendo com que por outro motivo qualquer, deve-se adaptar
permaneça o maior tempo possível nas a bomba manual à válvula correspondente e
proximidades do local do acidente, operá-la.
facilitando assim, o trabalho das equipes de
BLOCO I
LUZES LOCALIZADORAS/SINALIZADORAS: a) Manual de Sobrevivência: escrito em
essas luzes são alimentadas por baterias inglês, possui instruções detalhadas sobre a
acionadas à base de água, semelhante às utilização do equipamento coletivo de
dos coletes salva-vidas. Sua duração é de flutuação e de seus acessórios.
8hrs, em média. b) Bíblia: é o novo testamento, escrito em
inglês.
Tiras de Re-Entrada: podem ser laterais ou c) Purificador de Água: deve-se dosá-lo de
centrais e são utilizadas em caso de pouso acordo coma bula.
em terra, quando for necessário retornar à d) Bujões de Vedação: são utilizados para
aeronave. vedar pequenos furos na embarcação.
Deve-se colocar a parte emborrachada para
TIRAS DE SALVAMENTO: devem ser o lado de dentro da câmara de flutuação,
utilizadas pelos sobreviventes, após pouso cuidando para que o tecido não fique
na água, enquanto aguardam a sua vez de enrugado.
embarcar. Se houver superlotação, deve-se e) Balde e esponja: em princípio, são
realizar um revezamento e os sobreviventes utilizados para manter seco o interior dos
que permanecerem fora da embarcação equipa mentos coletivos de flutuação.
devem amarrar as tiras de salvamento a Contudo, o balde também pode ser utilizado
seus coletes salva-vidas. como depósito para água, saco de enjoo ou
vaso sanitário.
PACOTE (KIT) DE SOBREVIVÊNCIA NO MAR f) Sinalizadores: existente no pacote (kit) de
(FARMÁCIA): Contém rolos de gaze, sobrevivência no mar os seguintes tipos de
anticépticos, inalantes de amoníaco, sinalizadores:
bandagens estéreis retangulares e • Dois foguetes pirotécnicos de metal;
triangulares, pomadas para queimaduras e • Um corante marcador de água;
pomadas oftálmicas. • Um espelho sinalizador;
• Um apito;
Ainda, contém: • Duas lanternas com bateria ativada à base
de água.
BLOCO I
• 01 faca de sobrevivência na selva
CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA NA SELVA contendo 01 bússola dissociável (pode ser
removida do cabo);
O conjunto de sobrevivência na selva é • 02 chumbinhos para pesca;
constituído de dois pacotes e um facão de • 02 anzóis (um pequeno e um médio);
20 polegadas e é protegido por uma • 01 rolo de nylon (mais ou menos 2,5m);
carenagem plástica. Localiza-se, geralmente, • 01 agulha (tipo costura);
no interior do compartimento de bagagem • 01 alfinete (tipo fralda);
(“bins”) ou em rebaixamentos de teto, • 02 anéis de aço (acoplados ao cabo da
diferindo esta localização de acordo com o faca);
tipo de aeronave. • 01 cabo de aço (mais ou menos 20 cm.
Cada pacote de sobrevivência na selva
contém: EQUIPAMENTOS DE SINALIZAÇÃO: Os
• 02 frascos de 60 ml com purificador de equipamentos de sinalização podem ser
água; divididos em dois grupos: DE EVACUAÇÃO E
• 03 caixas de fósforos, totalizando 150 OS DE SOBREVIVÊNCIA.
palitos;
• 02 frascos de 100 ml contendo repelente LUZES DE EMERGÊNCIA: Todas as aeronaves
para insetos; comerciais estão obrigatoriamente
• 01 manual de sobrevivência na selva equipadas com um sistema de luzes de
(m.m.a-81); emergência (tanto interna quanto
• 01 espelho de sinalização (circular, de externamente) dotadas de força própria
metal); (baterias), independente do sistema normal
• 01 apito plástico; de iluminação. Essas luzes foram projetadas
• 20 analgésicos (novalgina); para funcionar automaticamente em caso
• 06 sacos plásticos com água (125 ml); de falha do sistema normal e continuar
• 02 foguetes pirotécnicos (baquelite); funcionando por um determinado período
• 50 pacotes de açúcar com 0,6g cada 50 após ter ocorrido uma falha.
pacotes de sal com 0,1g cada;
BLOCO I
NOTA: Iluminação de emergência junto às ON: liga todo o sistema de luzes de
saída principais e de serviço e nas áreas emergência.
sobre as asas. ARMED: arma o sistema para o seu
acionamento automático, no momento em
LUZES DE EMERGÊNCIA INTERNAS: Na área que for desligado o sistema elétrico da
interna, há luzes de emergência acima da aeronave.
porta da cabine de comando e de cada saída OFF: desliga todos os sistemas de luzes de
de emergência da cabine de passageiros. Há emergência.
também pontos de luzes brancos e
vermelhos no assoalho. Os de cor vermelha Interruptor da cabine de passageiro:
indicam as saídas de emergência. Nas ON: liga todo o sistema independentemente
aeronaves com dois corredores há ainda da posição do interruptor da cabine de
uma luz de emergência em cada corredor comando.
transversal. NORMAL: luzes apagadas, a menos que
ativadas pelo interruptor da cabine de
LUZES DE EMERGÊNCIA EXTERNAS: Na área comando.
externa há luzes de emergência junto a
todas saídas da cabine de passageiros e As luzes de emergência somente deverão
também na área sobre a asa, com facho ser acesas após a parada completa da
luminoso incidindo sobre os flapes. A aeronave, pois, devido à localização de uma
finalidade especifica da luz que incide sobre dessas luzes na cabine de comando, o
os flapes é de possibilitar a verificação de acionamento durante a operação de pouso
possíveis danos neles que possam danificar poderá provocar uma cegueira
as escorregadeiras ou provocar ferimentos momentânea nos pilotos, devido ao reflexo
em pessoas que venham a evacuar por da luz nos painéis.
aquela área.
RADIOFARÓIS DE EMERGÊNCIA: O
Interruptor da cabine de comando: radiofarol de emergência (emergency radio
beacon) deve ser acionado imediatamente
BLOCO I
após a evacuação dos ocupantes de uma
aeronave acidentada, de modo a fornecer
às equipes de busca e salvamento as
coordenadas do local do acidente. Eles
podem ser de dois tipos:

Existe um horário internacional de silêncio


A) RESCUE 99;
de escuta: Em cada hora cheia no ocidente
O momento propício para o acionamento é
entre 15 e 18 / 45 e 48 minutos. Em cada
imediatamente após a evacuação. Logo, a
hora cheia no oriente entre 00 e 03 / 30 e
sinalização com o radiofarol é PRIORITÁRIA.
33 minutos.
Quando for colocado em água salgada,
começa a transmitir sinal após 05 segundos;
FOGUETES PIROTÉCNICOS (FUMÍGENOS): O
já em água doce, após 05 minutos.
agente sinalizador do lado diurno é fumaça
de cor alaranjada e do lado noturno fogo de
B) LOCATOR.
magnésio (avermelhado).
É um complexo TRANSMISSOR/BATERIA
Identifica-se o lado noturno de um foguete
(seco-ativada), fixado entre as câmaras
pirotécnico da seguinte maneira:
principais de flutuação de algumas
• Foguete de metal: pontos em alto relevo
escorregadeiras-barco. Possui uma antena
na tampa e saliências na borda.
acoplada a cada câmara (inferior e
• Foguete de baquelite: “N” em alto relevo
superior).
na tampa.

Num pouso na água, ao se inflar uma


CORANTE MARCADOR DE ÁGUA: É um saco
escorregadeira-barco equipada com o
de pano contendo um produto químico que
radiofarol modelo LOCATOR, o pino que
reage com a água alterando seu Ph. Produz
aciona a bateria (localizado no corpo do
uma mancha verde (clara ou escura) que
transmissor) será removido
permanece ativa durante aproximadamente
automaticamente, iniciando-se a
03 horas. É um sinalizador para uso diurno,
transmissão.
BLOCO I
sendo que sua eficácia aumenta em dias APITO: Pode ser utilizado para atrair a
ensolarados. atenção de navios, pessoas na praia ou para
localizar a posição de alguma embarcação
Operação: ou sobrevivente que tenha se afastado
• Abrir o invólucro plástico protetor, demasiadamente. Eles podem ser usados
liberando o saco de pano que contém o junto com as lanternas para que a
corante. sinalização noturna (ou em nevoeiro) seja
• Fixá-lo à embarcação ou às margens de mais eficiente.
algum curso d’água.
• Mergulhá-lo na água, agitando até LANTERNA ACIONADA À ÁGUA: É uma
produzir a mancha verde. pequena lanterna que possui numa das
extremidades uma lâmpada conectada a
ESPELHO SINALIZADOR: Nos pacotes de uma bateria e na outra um tampão
sobrevivência (mar e selva) encontram-se vermelho. Possui também, no seu interior,
dois tipos distintos de espelhos uma bateria ativada à base de água. Pode
sinalizadores. Um deles, encontrado nos ser
pacotes de sobrevivência no mar (barcos e encontrada nos pacotes de sobrevivência no
escorregadeiras-barco), possui uma das mar.
faces espelhadas.
O outro tipo de espelho sinalizador é Operação:
encontrado nos pacotes de sobrevivência na • Remover o tampão vermelho e encher a
selva. Ambos os lados são espelhados, lanterna com água.
sendo que na sua parte central há um • Fechar o tampão e agitar a lanterna para
orifício (visor) que permite focalizar o alvo. iniciar seu funcionamento. A partir da
Deve-se mirar o alvo e, então, os reflexos terceira hora começará a diminuir a
dos raios luminosos serão projetados na intensidade da luz emitida. Para recarregá-la
aeronave ou navio (ou somente na direção basta adicionar mais água. Para desativá-la,
de seu ruído). deve-se escoar a água.
BLOCO I
PROCEDIMENTOS DE EVACUAÇÃO comunicando o tempo disponível, as áreas
restritas e demais instruções gerais
1. Pouso de Emergência: Diversos obedecendo à sigla T.E.S.T.: Tempo
fatores podem ocasionar um pouso de disponível. Emergência (tipo). Sinais
emergência, como por exemplo: convencionais. Transmitir informações
• Fogo, inclusive nos motores, se os adicionais.
extintores não puderem ser acionados ou
forem insuficientes. Preparação dos passageiros: O chefe
• Perda total da força elétrica. comunicará aos passageiros a situação, de
• Fumaça densa e de origem desconhecida. acordo com o manual de anúncios de bordo
• Falta de combustível, inclusive, por ou com os cartões de procedimentos de
vazamento. emergência, e os comissários farão a
• Perda da potência dos motores aquém do verificação do que estiver sendo solicitado.
limite mínimo para a aeronave se manter
em voo. Na preparação de uma emergência
• Sabotagem. preparada, deve-se:
• Remover óculos, objetos pontiagudos e
A decisão de se efetuar um pouso de sapatos de salto alto;
emergência é da responsabilidade do • Colocar o encosto das poltronas na
comandante. posição vertical;
• Afivelar cintos de segurança;
2. POUSO DE EMERGÊNCIA • Demonstrar a maneira correta para
PREPARADO: assumir a posição de impacto;
Ao se evidenciar a necessidade de um pouso • Combinar com os passageiros o comando
de emergência, diversos procedimentos para assumir a posição de impacto.
devem ser efetuados antes, durante e após Havendo tempo disponível, os comissários
o pouso. Comunicação da situação de deverão:
emergência: O comandante chamará o
chefe de equipe pra um briefing (preleção),
BLOCO I
• Recolocar passageiros especiais
(deficientes físicos, grávidas, idosos e • Retirar todo o material solto e os
menores desacompanhados); colocando dentro dos toaletes, com as
• Selecionar passageiros capazes, portas fechadas, e cujas portas não se
preferencialmente tripulante-extra, abram em direção à cabine de comando.
militares e desportistas para que possam • Verificar as travas de segurança de todos
auxiliar na evacuação; os compartimentos.
• Instruir os passageiros sobre a operação
das saídas e os procedimentos de 3. HIERARQUIA OU EVIDÊNCIA:
evacuação;
• Preparar mantas e suprimento adicional A necessidade de uma evacuação se torna
de água e alimento, utilizando sacos EVIDENTE quando:
plásticos (jogando-os para fora da aeronave
em pousos em terra ou os amarrando a • A aeronave tiver sofrido danos extensos;
coletes salva-vidas de reserva em pousos na • Houver fogo intenso dentro e/ou fora da
água. aeronave;
• Houver pouso na água;
Preparação da cabine: deve-se:
• Retirar todo material solto das cabines Não se caracterizando a evidência para a
(bolsas, pastas, sacolas, câmaras, etc.) e os evacuação, deve-se aguardar o
colocar no interior de toaletes cujas portas cumprimento da hierarquia de comando
não se abram em direção à cabine de para ordená-la.
comando e trancar suas portas.
• Desimpedir os corredores (longitudinais e A HIERARQUIA para se comandar uma
transversais) e as áreas de saídas de evacuação é a seguinte:
emergência. • Comandante;
• Abrir e prender todas as cortinas. • Qualquer tripulante técnico, na
incapacidade do comandante;
Preparação de galleys: deve-se:
BLOCO I
• Chefe de equipe, na incapacidade dos  2 minutos antes do impacto os trip.
tripulantes técnicos; Técnicos falam no PA: “TRIPULAÇÃO
• Qualquer comissário. MANTER POSIÇÃO”
 30 segundos antes do impacto os
Como medida de segurança, durante as trip. Técnicos falam: “TRIPULAÇÃO 500 PÉS”
operações de decolagem e pouso, os  Ao ouvir o aviso os comissários
comissários devem: deverão comandar a seguinte fraseologia:
“POSIÇÃO DE IMPACTO, POSIÇÃO DE
• Executar com rigor os cheques IMPACTO’’ BRACE POSITION, BRACE
preparatórios de decolagem e de pouso POSITION”
com relação a passageiros, cabines, galleys e  Após toque no solo até a parada
toaletes. total do avião os comissários deverão
• Estabelecer hipoteticamente as ações que comandar: “ABAIXA,ABAIXA,ABAIXA”
cada um deverá adotar em caso de uma “BRACE,BRACE,BRACE
eventual situação de emergência.
• Ter sempre em mente os procedimentos 4. CLEAR AIR TURBULENCE – CAT
de abertura das portas de emergência e de
utilização das escorregadeiras, revisados no Quando viajamos nos meses da primavera e
briefing de pré-voo. do verão, as formações de nuvens dão a
• Manter consigo lanterna no momento do resposta aos feixes de ondas emitidos pelos
pouso e decolagens. radares de bordo e “avisam” o seu estado
de ânimo. Um radar de bordo e um “storm
DINÂMICA DE EVACUAÇÃO scope” permitem à tripulação evitar regiões
de turbulência.
FRASEOLOGIA PARA ASSUMIR POSIÇÃO DE
IMPACTO: A turbulência de céu claro pode se
manifestar em diferentes condições. Acima
de 30.000 pés (cerca de 10.000 metros) de
altitude elas se manifestam às margens de
BLOCO I
massas de ar que se deslocam a velocidades Esses artigos são divididos em classes de 1 a
bastante elevadas em relação a outra massa 9 que são respectivamente:
de direção e velocidade diferentes.
1. Explosivos;
Uma CAT também pode ocorrer quando 2. Gases comprimidos ou liquefeitos;
uma corrente de jato entra em contato com 3. Líquidos inflamáveis;
a tropopausa e, nesse caso, ela é mais 4. Sólidos inflamáveis;
perceptível pela navegação aérea nas rotas 5. Substâncias oxidantes e peróxidos
polares, pois naquela região ela se orgânicos;
manifesta próximo dos 8.000 metros de 6. Substâncias venosas (tóxicas) e
altitude. infecciosas;
7. Material radioativo;
5. ARTIGOS PERIGOSOS - ANEXO 18 - 8. Substâncias corrosivas;
TRANSPORTE DE MERCADORIAS 9. Artigos perigosos diversos (Miscelânia),
PERIGOSAS cujos riscos potenciais estão ligados
unicamente a cada tipo.
O Anexo 18 da Convenção sobre Aviação
Civil Internacional, que trata sobre a Na aviação civil brasileira, o transporte de
segurança do transporte de mercadorias artigos perigosos por via aérea, é
perigosas por aeronaves, exige que o normatizado pela IAC 153-1001, Portaria nº
operador deva fornecer tais informações no 703/DGAC , de 22 de julho de 2005 e
Manual de Operações necessárias para publicada em 26 de julho do mesmo ano,
permitir que a tripulação de voo possa levar em conformidade com Anexo 18 da OACI ,
a cabo as suas responsabilidades no que diz bem como preceitua o Regulamento de
respeito ao transporte de mercadorias Artigos Perigosos da IATA (Dangerous Goods
perigosas e fornecer instruções sobre as Regulations), para orientar quanto aos
medidas a tomar em caso de emergência procedimentos a serem adotados, visando a
envolvendo mercadorias perigosas. sua padronização, agilização e segurança.
BLOCO I
Os artigos perigosos não podem ser Os princípios básicos para sobrevivência
transportados em aeronaves civis como são: SONO, ÁGUA e ALIMENTAÇÃO.
carga ou bagagem, sem o prévio
conhecimento do transportador e sem a 1. SOBREVIVÊNCIA NA SELVA
necessária documentação exigida para o AÇÕES IMEDIATAS
transporte.  Após a evacuação, mantenha os
sobreviventes afastados a pelo menos 100
No caso de transporte aéreo internacional, metros da aeronave, numa distância segura
o operador de transporte aéreo deve e de forma que todos fiquem agrupados;
cumprir a Regulamentação específica de  Só retorne à aeronave após o
cada país que irá sobrevoar ou pousar, resfriamento dos motores e a evaporação
devendo observar o previsto no Doc.9284- do combustível. Esse procedimento
NA/905 da OACI e na Regulamentação de minimiza o risco de expor os sobreviventes
artigos perigosos da IATA. a uma explosão;
 Preste os primeiros socorros a quem
Para garantir ainda mais esta segurança, o necessitar, verificando entre os feridos os
transportador deverá usar um check list, que precisam cuidados imediatos. No caso,
que é o documento utilizado para verificar os feridos com maior gravidade
se todos os itens foram obedecidos pelo (hemorragias, fraturas expostas,
embarcador e se a carga está em condições traumatismos cranianos, etc.). Solicite a
de embarque. O DOV (Despachante colaboração de profissionais da área
Operacional de Vôo) da Empresa Aérea terá médica, caso haja algum entre os
que incluir no Manifesto de Vôo o tipo de sobreviventes, e se lembre de cuidar da sua
carga a ser transportado e qual a sua própria saúde e condição física;
posição na aeronave.  Acione imediatamente o rádio
transmissor de emergência;
SOBREVIVÊNCIA  Localize e separe os equipamentos
de sinalização, tais como: foguetes
pirotécnicos, marcadores de fumaça,
BLOCO I
espelho sinalizador, lanternas, etc. Organize helicóptero, coloque a alça do cabo do
os sobreviventes em grupos e distribua guincho como se veste um casaco, cuidando
funções, dando instruções sobre o uso dos para não ficar de costas para o helicóptero.
equipamentos e os procedimentos a serem
adotados; NOTA: Maior Perigo na Selva são os
 Não abandone o local do acidente. É INSETOS.
mais fácil localizar uma aeronave do que um
grupo de pessoas caminhando na mata; SINALIZAÇÃO
Rádio Transmissor de Emergência (rescue
2. OUTRAS CONSIDERAÇÕES 99)
IMPORTANTES
O sinalizador mais importante utilizado na
 Recolha toda alimentação que sobrevivência é o rádio transmissor de
houver na aeronave e, com auxílio dos emergência rescue 99. Ele deverá ser
sobreviventes, coloque-a em local seguro. acionado imediatamente após o abandono
Após isso, descanse (ou pelo menos tente); da aeronave acidentada, pois, por ele ser
 Após o descanso, organize o um rádio farol localizador, permitirá saber
acampamento. Reúna a tripulação para exatamente onde os sobreviventes se
analisar a situação. Verifique entre os encontram.
sobreviventes aqueles que mais lhe serão
úteis na sobrevivência, dando-lhes tarefas As frequências de emergência S.O.S. são:
que lhe possam ajudar, tais como: realizar o
atendimento aos feridos, localizar fontes de  121,5 Mhz VHF civil.
água, procurar alimento, etc.;  243 Mhz UHF militar.
 Caso o salvamento seja feito por
helicóptero e o terreno que vocês estiverem Esse rádio sinalizador de emergência
seja acidentado, siga para um local mais (rescue 99) é um transmissor que funciona
plano, de modo a facilitar o salvamento. Se com uma bateria química ativada à água.
você tiver que ser içado pelo guincho do Para ativá-lo basta colocá-lo na água na
BLOCO I
posição vertical. Quando imergido em água 3. PÓ MARCADOR DE ÁGUA: Outro
salgada, sua ativação ocorre após 05 tipo de sinalizador para ser usado durante o
segundos. Já em água doce, sua ativação dia é o pó marcador de água. Ele produz
ocorre após 05 minutos. Outros líquidos uma mancha intensa na água, cuja cor é
podem ser utilizados para acionar o rádio, verde. Sua duração aproximada é de 03
tais como: urina, sucos, chás, etc. Exceção a horas.
isso é o óleo, que não serve para ativá-lo.
Pode ser utilizado tanto no mar quanto na
O alcance do sinal desse transmissor é de selva e sempre que for utilizado deve ser
40.000 pés (13.000 m) na vertical, e de 250 amarrado ao bote (quando no mar) ou a
milhas náuticas (460 km) na horizontal. A uma árvore (quando em curso d’água).
duração de sua bateria, quando acionada, é
de 48 horas ininterruptas. 4. APITO;

1. ESPELHO SINALIZADOR; 5. LANTERNAS;

2. SINALIZAÇÃO POR ARTIFÍCIOS 6. SINALIZAÇÃO COM OUTROS


PIROTÉCNICOS: Esses cartuchos possuem RECURSOS: Esses meios são chamados de
dois lados, um para ser usado de dia, que, meios de fortúria, no qual consiste em
ao ser acionado produzirá intensa fumaça, utilizar materiais providenciados no local do
normalmente na cor laranja, e outro lado acidente que venham a auxiliar na
para ser usado de noite, que, ao ser sinalização para um posterior salvamento
acionado produzirá intensa luminosidade
vermelha.

A visualização destes sinais é de


aproximadamente 50 km.

Sinais Visuais Ar-Terra


BLOCO I
Deve-se evitar acampar muito próximo à
margem de rios e debaixo de árvores com
galhos secos ou frutos grandes.

7. AÇÕES SUBSEQUENTES (AFA+A) Nunca durma diretamente no solo, pois o


contato com a lama fria é nocivo. Construa
uma “tarimba” ou “jirau”, também
chamado de “taipiri”, na qual consiste numa
espécie de cama construída alta do solo,
com um estrado feito de estacas e bem
acolchoado por folhas longas ou capim, em
quatro ou cinco camadas.
ABRIGO

Quando montar um abrigo, procurar montá-


Em princípio, o abrigo ideal é a própria
lo de “costas” para o vento, bem fixada com
aeronave, se as condições permitirem. Caso
boas estacas e numa área limpa, sem pedras
seja possível utilizar a aeronave como
e gravetos. Não se esquecer de cavar uma
abrigo, deve-se antes de qualquer coisa
pequena vala em volta do abrigo para
verificar se os motores já estão frios e se o
prevenir a entrada de águas da chuva.
combustível derramado já tenha evaporado.
Orienta-se que a espera para retornar até a
FOGO
aeronave seja, em média, de 02 horas.
Caso existam vítimas fatais dentro da
 Preparar o local da fogueira com
aeronave, deve-se removê-las e enterrá-las
muito cuidado;
a uma distância razoável, marcando-se o
 Limpar a área e retirar folhas,
local para posterior resgate pela equipe de
gravetos capim seco, etc. Em suma, retire
busca e salvamento.
todo o material que possa propagar o fogo,
a fim de provocar um incêndio geral na
mata e/ou no abrigo;
BLOCO I
 Se o terreno onde for acesa a sobrevivência vem uma pequena pedra que,
fogueira estiver molhado, faça o fogo sobre quando golpeada com uma faca ou pedaço
troncos ou pequenas pedras; de aço, produz faíscas que incendiarão as
 O fogo para cozinhar deve ser “iscas”.
protegido por troncos ou pedras, não só Pilhas de lanternas: Duas pilhas comuns,
para concentrar o calor, mas também para um pedaço de lã de aço ou um fio elétrico
auxiliar no apoio de panelas ou vasilhas fino, poderão dar início a uma pequena
improvisadas; fogueira; Cartuchos de sinalização: Em
 Designe uma pessoa para tomar último caso, sacrifique um cartucho de
conta do fogo. Esta pessoa ficará sinalização parte noturna, pois esta produz
responsável de mantê-la sempre acesa e chama e, com isto, a fogueira estará acesa;
encarregada também de providenciar lenha, Atrito: Não podemos deixar de citar ainda, o
deixando-a pronta para ser utilizada. atrito entre dois bastões de madeira ou
 Deixar próximo à fogueira um mesmo de uma correia de fibra seca,
recipiente com água e outro com óleo, bem causando o atrito também com um bastão,
como armazenar borracha, plásticos, folhas como podemos ver nas figuras a seguir:
verdes, ou seja, todo material passível de
ser utilizado para uma sinalização imediata ÁGUA
(fumaça clara ou escura);
O corpo humano, mesmo em tempo frio,
Caso não haja fósforos nem isqueiros, pode- necessita de dois litros de água por dia
se conseguir fogo de outras maneiras, são aproximadamente. Em situação de
elas: sobrevivência, pelo menos ½ litro seria
Com lentes: obtém-se chama fazendo importante. Importante: toda água
incidir os raios solares sobre as “iscas” encontrada na selva deverá ser purificada
através de lentes de óculos, binóculos ou de antes de ser bebida. Para purificar a água,
máquinas fotográficas. pode-se utilizar os seguintes métodos:
Com pedra de pederneira (sílex pirômaco):
Normalmente nos equipamentos de  Fervê-la por pelo menos um minuto;
BLOCO I
 Utilizar o purificador de água, Coqueiros: O coco, quando verde, possui
presente normalmente no equipamento de boa quantidade de água, além de ser uma
primeiros socorros ou no kit de ótima fonte de alimento. Ainda, as flores do
sobrevivência; coqueiro são comestíveis e podem também
 Adicionar 08 gotas de tintura de iodo fornecer água.
para cada litro de água e esperar 30
minutos antes de consumir. Cipós de casca grossa: são também boa
NOTA: A água apanhada da chuva, de fonte de
nascentes de rios ou nos olhos d’água em água. Esse cipó é de coloração
geral, se colhida em recipiente limpo, pode marromarroxeada e cresce pendurado entre
ser bebida sem purificação. Nunca tome os galhos das árvores.
urina ou água do mar, pois a concentração
de sal é muito elevada e isso só agravará a Hastes de bambu: gumas vezes contêm
situação do indivíduo. água em sua parte oca.

Nas primeiras 24 horas após o acidente, Cactos: costumam ter o núcleo aquoso.
deve-se suspender o fornecimento de água Corta-se o topo do cacto, amassa-se a polpa
e alimentos aos sobreviventes, e suga-se a água. Sorve-se esta água através
excetuando-se os feridos graves e as de finos bambus ou em canudos de capim.
crianças.
Bromélias e gravatás (de folhas se
Água da chuva: para coletá-la, utilizar sobrepõem como escamas): pode-se
recipientes limpos ou, na falta destes, cavar encontrar boa quantidade de água. Passe a
um buraco no chão e forrá-lo com uma lona água por um pano para coá-la, a fim de
ou plástico. eliminar as impurezas e os insetos
aquáticos. A
Água de origem vegetal: Pode-se obter
água de algumas plantas, tais como:
BLOCO I
NOTA: selva, gelo e mar a quantidade de Lembre-se: toda palmeira contém palmito.
água recomendada é de 500 mililitros. no A parte onde se encontra o palmito é entre
deserto varia de 1 a 2 litros por dia. a parte superior do tronco e o início da
folhagem.
ALIMENTOS
Obs.: Se houver outras fontes de alimento,
O nosso organismo necessita de uma certa as rações de sobrevivência devem ser
quantidade de energia diária. A nossa cota economizadas.
de energia estará assegurada se os
alimentos que dispusermos contiverem: Todo alimento que contém amido deve ser
carboidratos, proteínas e gordura. cozido, pois cru é indigesto.

Como regra geral, devemos evitar ingerir Não se deve descartar as vísceras de
todo alimento que seja: cabeludo, amargo animais, tais como, o coração, os rins e o
ou leitoso (CAL), a não ser que já se conheça fígado, pois são ricos em nutrientes
o alimento, como no caso do kiwi, mamão,
limão, figo e etc.  Devemos reunir tudo o que
pudermos em termos de alimentos e
Nas regiões tropicais úmidas encontramos o líquidos que por ventura ainda existam na
bambu, cujos brotos novos são comestíveis, aeronave.
bastando cozinhá-los para consumir sem
medo. Após a captação de todo o alimento
encontrado, é muito importante fazer um
Abuse das frutas, pois, além de serem inventário desta “dispensa”. Após isso, é
nutritivas, possuem boa quantidade de água importante que seja feita a divisão das
e podem, com poucas exceções, ser provisões em duas partes: 2/3 para a
consumidas sem cozimento. primeira metade do tempo estimado até o
resgate e o outro 1/3 para a segunda
metade.
BLOCO I
Ao limpar um animal abatido, devemos ter
Lembre-se sempre que as primeiras 24 cuidado para não romper a bexiga de fel e a
horas após o acidente vão ser de jejum. de urina, para não contaminar a carne.

Caso fique decidido que parte do grupo saia O animal deverá ser esfolado. Depois de
em busca de socorro, cada elemento deste retiradas as vísceras e as glândulas
grupo receberá o dobro da cota de alimento odoríferas, deve-se lavar a carne com água
que receberia se ficasse no acampamento pura. É também interessante que se ferva a
pois, tendo em vista que eles irão se carne da caça entre 2 a 3 minutos antes do
deslocar, o consumo de energia será muito preparo final. As aves podem ser depenadas
maior. com água quente (processo caseiro) ou
retirar o couro junto com as penas, não se
Exceções: Nunca comer SAPO, BAIACU nem esquecendo de separar os rins, fígado e
ANIMAIS ENCONTRADOS MORTOS coração, que podem, inclusive, ser
consumidos crus
Quanto mais rapidamente ocorrer a rigidez
cadavérica, mais rico em substâncias tóxicas CAÇA DE ESPERA: é o melhor método para
será a caça. quem tem pouca experiência. Esse tipo de
caça consiste em “esperar” o animal nos
É interessante, após abatermos a caça, locais já sabidos que ele frequenta, caçador
deixá-la “descansando”, ou seja, deixar a terá que ficar a favor do vento e não
carne maturar, pois se a consumirmos logo contra, pois, nesta hipótese, o seu cheiro
em seguida, a carne estará dura e fibrosa. será levado ao local onde o animal se
encontra.
Quando abatermos lebres ou aves maiores,
devemos pendurá-las de maneira que o CAÇA COM LAÇOS E ARMADILHAS: A caça
sangue flua para a cabeça. por meio de armadilhas, laços e etc. é muito
útil, especialmente quando não se dispõe de
armas de fogo. Os laços e/ou armadilhas
BLOCO I
devem ser armados nas trilhas dos animais. espessura e acenda o fogo bem à cima desta
A construção dessas armadilhas deve ser camada.
simples e armadas antes de cair à noite.
COZIMENTO POR MEIO DE PEDRAS
COMO PREPARAR OS ALIMENTOS: AQUECIDAS: Aqueça várias pedras dentro
de uma fogueira até desaparecerem as
MOQUEANDO: É o método que nossos chamas e restarem apenas brasas. Coloque
índios usavam. Arma-se sobre uma fogueira sobre e entre as pedras bem aquecidas
uma grade de madeira ou bambu verde, mariscos, ostras, mexilhões e etc. Cubra
distando do fogo cerca de 50 cm. Essa grade tudo com folhas largas de plantas e também
é apoiada num tripé ou em quatro com uma camada de terra seca. Depois de
forquilhas fincadas no chão, em cima dela bem cozidos em seu próprio sumo, esses
os alimentos são moqueados e, à medida alimentos apresentarão suas conchas
que o fogo os assa, também os secam. abertas, podendo ser consumidos sem outra
preparação. É possível, também, assar
COZIMENTO INDIRETO: Essa forma de alimentos diretamente sobre as brasas de
cozimento é ideal para alimentos de uma fogueira. Para tanto, basta envolver os
pequeno tamanho, como os ovos de alimentos (peixes, batatas, mariscos e
pássaros, os caramujos de água doce, os outros, de tamanho regular) em uma
mariscos, etc., que podem ser cozidos em camada de barro ou de argila e, em seguida,
regular quantidade, em um buraco debaixo assá-los diretamente sobre brasas em fogo.
do fogo. Não é necessário escamar o peixe para assá-
lo por este método.
Abre-se um buraco, que deverá ser raso, e
forra-se com folhas de plantas. Após, PESCA
envolva os alimentos em pedaços de pano
limpo antes de depositá-los no fundo do PEIXES PERIGOSOS
buraco. Em seguida, cubra o buraco com
areia ou terra em cerca de 01 cm de
BLOCO I
 Bagres: Esses peixes possuem Rãs são fáceis de ser caçadas e possuem
ferrões nas nadadeiras dorsais, peitorais e carne saborosa e nutritiva. Porém, sapos,
laterais. Apesar do ferrão, são ótimos para o que tem a pele rugosa e são mais robustos,
consumo. devem ser descartados. Cuidado também
 Piranhas: É um peixe carnívoro, com rãs coloridas, haja vista serem
muito comum nos rios da Amazônia e do altamente venenosas.
Brasil Central. É considerado o peixe mais
perigoso que existe. s. Sua carne é muito SOBREVIVÊNCIA NO GELO
gostosa, apesar do excesso de espinhas.
 Arraias: Vivem em mar como em As ações imediatas, após um pouso forçado
rios, elas possuem um ferrão na sua cauda em área de gelo, serão as mesmas da selva.
que provoca dores horríveis. Esse ferrão No gelo devemos ter um cuidado especial
possui pontos revoltos como se fosse as com a manutenção da temperatura do
fisgas de um anzol, que entra com facilidade corpo, protegendo muito bem as
na carne e não sai sem arrancar pedaços. extremidades (mãos, pés, cabeça, orelhas e
 Baiacus: Possui veneno na pele, no nariz) e ficando atento para qualquer
fígado e na vesícula biliar. Este peixe não sintoma de anestesiamento ou dormência,
deve ser ingerido. pois isso pode ser um indício de
 Poraquês: peixe elétrico, devido ao congelamento.
seu mecanismo de defesa e caça, que é Nunca trate o congelamento com fricção,
igual a uma descarga elétrica uma vez que isso agravará a situação da

 vítima. Para combater o congelamento das

RÉPTEIS E ANFÍBIOS mãos, elas devem ser colocadas sob as


axilas ou dentro das calças. No caso de

Ao preparar serpentes, mesmo venenosas, congelamento da face, devem ser

deve-se descartar um palmo a partir da base colocadas mãos quentes sobre ela. Quanto

da cabeça e a calda. aos pés, eles devem ser colocados dentro


das vestimentas de outro sobrevivente.
BLOCO I
Cuidado para não transpirar durante alguma mas desde que o teto esteja bem liso para
atividade física, já que quando cessar a evitar que o gelo derreta e fique gotejando.
atividade, a transpiração congelará e poderá Para conseguirmos água no gelo, há duas
causar hipotermia. formas básicas:
O congelamento dos tecidos é classificado a) Colhendo água de fonte natural de
em três grupos: algum degelo;
1º grau: arrepios (primeiro sinal); b) Derretendo gelo. Nesse caso, devemos
2º grau: bolhas (indicam um processo de ter o cuidado de não utilizar gelo oriundo de
queimadura nos tecidos); áreas onde haja colônias de pinguins ou de
3º grau: necrose, gangrenas e manchas outros animais.
escuras na pele (indicam uma diminuição Quanto aos alimentos, utilizar os que
muito grande no fluxo de sangue). estiverem na aeronave. Fora isso, a
alimentação se resumirá em alimentos de
O interior da aeronave, no caso do gelo, origem animal. Focas, leões-marinhos,
não é o melhor local para servir de abrigo, peixes, aves e etc., serão boas fontes de
visto que a temperatura será muito baixa. alimentação. CUIDADO: exceção é feita no
No entanto, algumas partes da fuselagem, caso dos pinguins, que não podem ser
forração, assentos, rampas de abandono, comidos, pois a carne destes animais
botes e outros materiais poderão ser usados normalmente está contaminada por
para a construção de abrigos. vermes.
Para um tempo de sobrevivência mais
prolongado, o ideal é construir um abrigo SOBREVIVÊNCIA NO DESERTO
tipo IGLU, com blocos de gelo de medidas
aproximadas de 50 x 30 x 30 cm. Dentro do Sobreviver no deserto, devido às condições
iglu, deve-se forrá-lo com sobras da que ele nos impõe, é extremamente difícil.
aeronave, de modo a proteger os Em termos de alimentação, praticamente
sobreviventes da umidade. Importante poderemos contar somente com as rações
acender uma vela ou outra fonte de calor, de sobrevivência.
BLOCO I
A diferença extrema de pressão, devido às Quanto aos abrigos, o melhor seria a
variações de temperatura, faz surgir ventos própria aeronave. No deserto devemos nos
muito fortes que resultam em tempestades proteger tanto do calor extremo durante o
de areia. dia, quanto do frio, também extremo,
No que se refere à água, também a situação durante a noite.
é crítica, sendo provável que a
encontraremos onde houver vegetação, o Se nos depararmos com areia movediça,
que é coisa muito rara de se encontrar. devemos nos deitar e realizar o
Poderemos cavar em busca de água em deslocamento como se estivéssemos
depressões profundas entre dunas, em nadando.
leitos secos de rios ou captando água do
orvalho. CONSERVAÇÃO DA SAÚDE:

Poderemos também tentar manter uma Resumindo: Manter o corpo coberto:


antena de água, como já foi falado em  Evitará picadas de insetos;
capítulo anterior. A diferença é que no caso  Protegerá sua pele contra possíveis
do deserto, essa antena será montada infecções causadas por arranhões de
cavando-se um buraco no solo de uns 50 cm espinhos e etc.;
de profundidade por 01 m de largura.  Evitará queimaduras pelo sol
Colocaremos a vasilha para coletar a água
da evaporação no centro 36 deste buraco e ANIMAIS PEÇONHENTOS
o cobriremos com um plástico. Fixa-se este
plástico com pedras ou areia e o processo SERPENTES
para formação da água é o mesmo já A maioria das serpentes do continente
descrito. Forma-se pela evaporação, americano não é venenosa. Já as venenosas,
condensando-se na folha de plástico. Este que são mais raras, pertencem a duas
processo permite extrair até 1,5 litros de famílias:
água a cada 24 horas.
BLOCO I
a) Crotalidae: à qual pertencem os Cascavel (Veneno Crotálico): Nos acidentes
gêneros Crotalus, Lachesis e Bothrops (ex.: com Cascavel quase não se vê o local da
Cascavel, Jararaca, Surucucu). picada, somente após algumas horas é que
b) Elapidae: à qual pertencem os se percebe, devido ao paciente apresentar
gêneros Micrurus e Leptomicrurus (ex.: os seguintes sintomas: dificuldade em abrir
Coral) os olhos, visão dupla, cara de bêbado e com
a urina avermelhada, após 06 e 12 horas a
Os venenos mais perigosos, pertencentes à urina começa a escurecer, ficando cor de
família crotalidae, são dois: 1) O da Coca-Cola, insuficiência renal aguda.
Cascavel: Crotálico (que é mais perigoso); 2)
O da Jararaca: Botrópico. O veneno da As cascavéis têm a característica de
Surucucu (Laquésico) é uma espécie de apresentarem guizo (chocalhos) na ponta da
meio termo entre os outros dois. cauda. Possui coloração pardo-escura,
hábitos noturnos e se alimentam de
Jararaca (Veneno Botrópico): Os sintomas pequenos roedores.
nos acidentes causados por serpentes do
grupo botrópico, ao qual pertencem não só Coral (Veneno Elapídico): Nos casos de
a jararaca, mas também a urutu, a caiçara e acidentes com serpentes desse grupo, os
etc., são: dor acentuada no local da picada sintomas são: pequena reação no local da
que aumenta de intensidade com o passar picada, visão dupla, queda das pálpebras,
do tempo, hemorragia pelos pontos da dificuldade para articular as palavras, falta
picada e pela gengiva, surgimento de bolhas de ar com paralisia progressiva da
de sangue, gangrena e insuficiência renal respiração, que pode causar a morte em
aguda. poucas horas.

Surucucu (Veneno Laquésico): As reações TRATAMENTO CONTRA PICADA DE


são semelhantes às picadas por jararaca SERPENTES:
BLOCO I
Não dispondo de soro: o primeiro socorro é tipo de soro contra veneno, pois sempre
crucial. Deve-se manter o paciente em algum efeito irá produzir.
repouso absoluto e fazer imediatamente em
torno de 05 a 10 espetadas com 02 a 03 mm Nota: A exceção é feita no caso da Coral, em
de profundidade no entorno da picada. Em que o veneno só é neutralizado pelo seu
seguida, faça pressão para que o sangue soro específico, não adiantando a aplicação
saia e, com ele, parte do veneno. Caso o do polivalente.
paciente esteja consciente, peça para ele
sugar o próprio sangue e, em seguida, cuspi-
lo. Não é recomendável que outra pessoa
sugue, pois se houver cárie ou lesão na
mucosa na boca haverá o risco de
contaminação.

É importante que se esprema bem o local


por, pelo menos, 15 minutos. Caso a picada
tenha sido nas pernas ou nos braços,
IDENTIFICAÇÃO DAS SERPENTES
mantenha o membro ferido mais elevado
VENENOSAS:
que o restante do corpo.

Fosseta Loreal: É um orifício localizado


Dispondo de soro: mantenha o paciente em
entre as narinas e os olhos de todas as
repouso absoluto. Administrar, se houver, o
serpentes peçonhentas, com exceção da
soro específico para cada espécie (anti-
Coral, que não o possui. Esse orifício é um
botrópico, anti-laquético, anti-crotálico ou
órgão termo receptor que capta as
anti-elapídico). Caso não possua, deve-se
variações de calor.
aplicar o soro polivalente, consistente numa
mistura de soros (excetuando-se o da coral).
Cabeça: As serpentes peçonhentas possuem
Orienta-se que no caso de não ter o soro
a cabeça triangular, chata, bem destacada
específico, deve-se administrar qualquer
do corpo e coberta de escamas pequenas,
BLOCO I
semelhantes às do corpo. Nesse aspecto a dolorosa que os efeitos causados pelo
Coral também é exceção. veneno.

Cauda: Normalmente as serpentes Viúva Negra: sua picada pode provocar a


peçonhentas têm a cauda curta, que se paralisação dos movimentos de um adulto,
afina abruptamente. Mas essa característica embora seu veneno não seja mortal. Os
deve ser vista com restrição, haja vista as sintomas são: dores que se irradiam para o
exceções serem numerosas de ambos os peito. Ela possui coloração preta com
lados, ou seja, tanto nas venenosas quanto manchas vermelhas no abdômen.
nas não venenosas.
Aranha de jardim ou tarântula: são
Guizos: Característica que não deixa pequenas, atingindo até 05 cm. Vivem em
dúvidas. Quando encontramos uma gramados e os acidentes são de pequena
serpente que possui guizos (chocalho) na gravidade. A ação do veneno provoca
sua cauda, sabe-se que se trata de uma inchaço e vermelhidão.
Cascavel, portanto, uma serpente
peçonhenta. Aranha Armadeira: os acidentes com essas
aranhas podem ser graves para crianças, aos
ARANHAS adultos, causam poucos problemas. Elas
costumam se esconder em locais escuros,
Caranguejeira: costumam viver isoladas, em vegetações, etc. São muito agressivas e
normalmente, em moitas de capim, quando provocadas assumem uma postura
bromélias, buracos no solo ou paus ocos. ameaçadora.
São noturnas e se alimentam de pequenos
animais de sangue frio. Não tecem teias. Aranha Marrom: é considerada a mais
Seu veneno é ativo para animais de sangue venenosa das aranhas. Sua cor é marrom
frio. Seu tamanho é grande, podendo amarelada. Dependendo da sensibilidade, a
chegar até 20 cm. Sua picada é mais vítima pode ter lesão no rim e, como
consequência, vir a óbito.
BLOCO I
água, alimentos e sinalizadores. Ainda, deve
TRATAMENTO: Para tratamento das picadas levar todo material que seja necessário,
de aranha, deve-se manter a vítima em desde que não sobrecarregue com muito
repouso e colocar sobre o local da ferroada peso os componentes do grupo.
compressa quente. Caso disponha,  A cada três horas de caminhada,
administre analgésicos ou aplique deve-se parar por uma hora para
anestésico local. descansar.
 Marque, com sinais que possam ser
TRATAMENTO: Para tratamento das picadas visíveis do ar, a direção que o grupo seguir.
de aranha, deve-se manter a vítima em Faça marcas evidentes na mata pelos locais
repouso e colocar sobre o local da ferroada que estiverem passando e, sempre que
compressa quente. Caso disponha, possível, em clareiras ou campos abertos,
administre analgésicos ou aplique sinalize com troncos, painéis ou outros
anestésico local. materiais que possam indicar o rumo que o
grupo está seguindo.
ESCORPIÕES  Procure acampar cedo. Descanse
bem e monte turnos de vigia que devem ser
TRATAMENTO: Aplique no lugar da mordida de 02 horas.
ou ferroada compressas frias, barro ou
polpa de coco, caso não haja anti- 9. ORIENTAÇÃO
histamínico e anestésico disponíveis.
O norte e o sul referem-se aos dois polos
8. JORNADA SOBRE A TERRA da terra (o Norte no alto e o Sul embaixo).
Já o leste e o oeste indicam o Oriente
 O número ideal de pessoas para (onde o sol nasce) e o Ocidente (onde o sol
formar esse grupo que sairá em busca de se põe).
socorro é quatro.
 O grupo deve levar itens como: Esses quatro pontos cardeais são divididos
fósforos, bússola, primeiros socorros, facão, em quatro pontos colaterais: Nordeste (NE):
BLOCO I
entre o Norte e o Leste. Noroeste (NO): Ao Norte do Equador: Aponte o ponteiro
entre o Norte e o Oeste. Sudeste (SE): das horas do seu relógio na direção do sol. A
entre o Sul e o Leste. Sudoeste (SO): entre bissetriz do ângulo formado entre o
o Sul e o Oeste. ponteiro das horas e o nº 12 indicará o Sul,
a qualquer hora do dia.
ORIENTAÇÃO PELO SOL:
ORIENTAÇÃO POR BÚSSOLA:
Para nos orientarmos pelo sol, devemos
estender o braço direito para o lado em que Ela deve apontar sempre na direção Norte,
ele nasce (ou seja, para o Leste), dessa pois é magneticamente atraída por esse
forma teremos o Oeste à esquerda, o Norte polo. No visor da bússola, que é chamado
à frente e o Sul nas costas. Se for à tarde, de limbo, tem-se impressa a rosa dos ventos
deve-se estender o braço esquerdo para o para determinar a leitura com maior
lado que o sol se põe (ou seja, para o precisão.
Oeste), dessa forma teremos à direita o
Leste, à frente o Norte e nas costas o Sul. No deslocamento, o “homem bússola”
determina o azimute (rumo magnético)
ORIENTAÇÃO PELO RELÓGIO: enquanto o “homem passo” segue na
direção indicada. Isso tudo sendo aferido
Ao Sul do Equador: Colocar o número 12 no pelo “homem carta”.
mostrador do relógio na direção do sol
segurando o relógio horizontalmente. A ORIENTAÇÃO PELO CRUZEIRO DO SUL
bissetriz do ângulo formado entre o
ponteiro das horas e o nº 12 indicará a A constelação do Cruzeiro do Sul é de fácil
direção Norte, a qualquer hora do dia distinção e muito conhecida no Hemisfério
(bissetriz = linha que divide o ângulo em Sul. Abaixo do Equador, para
duas partes iguais). determinarmos o Sul, partindo dessa
constelação, devemos aumentar em 4,5
vezes o maior eixo da cruz e, a partir deste
BLOCO I
ponto, baixar uma perpendicular ao  Lançar a biruta d’água (dispositivo que faz
horizonte. Esta linha nos indicará o Sul o papel de âncora em um bote salva-vidas)
verdadeiro. ao mar e verificá-la periodicamente. Em
caso de mar agitado, liberar apenas meia
extensão da corda da biruta. Em caso de
mar calmo, liberar toda extensão da corda;
 Realizar uma busca visual em toda a área
para verificar se há sobreviventes (sem
sentido ou semiafogado) flutuando.
 Amarrar os botes entre si, a uma distância
de 08 a 10 m. Mantê-los unidos e próximos
facilita o trabalho de localização pelas
equipes de busca. Essa amarração é feita

1. SOBREVIVÊNCIA NO MAR pela corda de amarração que circunda os


botes;

AÇÕES IMEDIATAS  Proibir que sobreviventes fiquem de pé ou


sentados na borda do bote. A posição

 Cortar a tira de amarração (mooring line); correta é permanecer sentado no piso com

 Acionar o rádio farol de emergência; as costas apoiadas nos círculos de flutuação;

 Montar o toldo;  Distribuir o peso nos botes. Se houver

 Manter o bote afastado da aeronave e das sobrevivente muito gordo, este deverá

águas cobertas por combustível; ocupar o centro do bote;

 Verificar as condições físicas dos  Armar o toldo de proteção contra o sol,

sobreviventes, prestar os primeiros socorros vento, chuva e salpicos de água do mar,

a quem necessitar com mais urgência além do que, com o toldo pode-se coletar

(hemorragias, traumatismos cranianos, água da chuva;

fraturas expostas, etc.). Nesse caso, solicitar  Racionar água e alimentos. Não comer

colaboração de eventuais pessoas com nem beber nas primeiras 24 horas. Em

conhecimentos médicos. média sobrevive-se 03 dias sem água e até


BLOCO I
07 dias ou mais sem alimentação. Caso o diretamente da aeronave sinistrada para o
suprimento de água seja pequeno, dê bote. Caso este não esteja disponível, deve-
prioridade às crianças, pois elas desidratam se tentar manter a temperatura corporal
mais rapidamente; utilizando o método de agrupamento corpo
 Elaborar turnos de vigia – no máximo 2 a corpo.
horas cada. Quem estiver de vigia deverá
estar atento para qualquer sinal de terra, ÁGUA
embarcação ou avião. Sinalizar
imediatamente. Com abundância de água potável e evitando
esforços físicos, um homem pode
Algumas considerações ainda devem ser sobreviver, em média, entre 20 e 30 dias,
feitas em relação à sobrevivência no mar. mesmo sem suprimento de alimento. Em
Estudos realizados constataram que contrapartida, a ausência total de água o
quando a temperatura na água está abaixo leva a uma sobrevida de, no máximo, 10
de 0º, o ser humano não resiste mais do dias.
que 10 minutos com vida. Através de
estudos realizados pelos americanos nessa Lembramos que a quantidade de água a ser
área, construiu-se uma tabela que ilustra ingerida por uma pessoa em condições
bem o tempo de sobrevivência em função normais é de 2 litros por dia. Numa
da temperatura da água. situação de sobrevivência admite-se um
mínimo de ½ litro diário.

É possível obter água potável por meio dos


dessalgadores químicos, que estão
presentes nos kits de sobrevivência e devem
ser utilizados conforme as orientações
contidas nas embalagens.
Sabe-se, também, que a água resfria-se 23
vezes mais rápida que o ar. Portanto,
recomenda-se que o sobrevivente vá
BLOCO I
Contudo, para consumirmos a água desses
dessalgadores, devemos obedecer a 2. PEIXES MARINHOS PERIGOSOS
seguinte ordem:
1º a água da chuva;  Moréias;
2º a dos dessalgadores químicos  Barracudas;
3º e, por último, consumir a água trazida  Arraias;
do avião e dos kits de sobrevivência.  Medusa ou Água-viva;
 Ouriço.
ALIMENTAÇÃO

3. OBSERVAÇÕES GERAIS:
Alimentos da aeronave: Na medida do
possível, carregar tudo que for possível de  Se não dispuser de água, não coma;
alimento da aeronave na hora de abandoná-  Não coma mariscos ou ostras que estejam
la. Esses alimentos serão os primeiros a ser agarradas a objetos metálicos. Podem estar
consumidos. contaminados.
 Evite tocar em medusas e águas-vivas,
Alimentos preparados: São as rações que pois podem provocar queimaduras;
existem nos “kits” de sobrevivência. São  Não coma vísceras ou ovos de qualquer
alimentos concentrados, altamente peixe desconhecido;
energéticos, que já vêm prontos para o  Quando estiver enjoado, procure não
consumo. ingerir alimentos;
 Recolha toda água de chuva que puder e
Alimentos pescados: Nos conjuntos de esteja preparado para isso;
sobrevivência existem pequenos kits de  Não beba urina nem água do mar;
pesca que podem auxiliar na pesca de
 Não ande descalço sobre recifes
algum peixe.

4. CUIDADOS COM A SAÚDE:


Importante: nunca comer vísceras ou ovos
de peixes desconhecidos.
BLOCO I
 Enjoo em alto mar: Não coma nem lábios. Para a pele, utilize cremes
beba. Deite-se e mude a posição de sua hidratantes ou qualquer outro óleo ou
cabeça. Se dispuser de remédio contra pomada.
enjoo, tome-o logo. Evite ficar olhando para  Queimaduras do sol: A melhor
o fundo do bote, procure olhar para longe maneira de evitar é a proteção. Mantenha-
no horizonte. se à sombra, sempre vestido. Lembre-se
 Úlceras provocadas pela água do que os raios do sol refletidos pela água
mar: Não as abra nem esprema. Use também queimam. Use pomadas ou
pomada antisséptica e as mantenha seca. manteiga de cacau.
 Olhos doloridos: O reflexo dos raios  Pânico: Controle e domine o pânico.
solares na água ou a ação direta destes raios Faça tudo para que ele não se instale.
poderão tornar os olhos doloridos e Incentive os sobreviventes com palavras de
inflamados. Proteja-os com óculos ou com ânimo. Não economize bom humor.
uma venda. Umedeça um pedaço de gaze  Frio: Mantenha-se abrigado, proteja-
ou algodão e coloque sobre os olhos por se do vento e da chuva com o toldo do bote
debaixo da venda. sempre armado. Mantenha as roupas e o
 Prisão de ventre: É um fenômeno bote sempre secos.
comum entre náufragos, devido à escassez
de alimentos. Não tome laxativos e tente se SINAIS DE TERRA
movimentar (exercício), na medida do
possível. Existem alguns sinais que podem nos indicar
 Dificuldade de urinar: É também um que existe terra próxima, são eles:
fenômeno comum. A urina escura e a
dificuldade de urinar não devem  Aves: as aves, em geral, são
impressionar o sobrevivente. Para tentar avistadas em maior número próximas à
urinar, se amarre ao bote e entre na água, terra do que em alto mar. Se observarmos
que o problema será resolvido. um deslocamento grande de aves pela
 Cuidados com lábios e pele: Use manhã ou à noitinha, pode-se identificar
batom incolor ou manteiga de cacau para os
BLOCO I
onde está a terra. As aves à noite retornam PARA QUE O COMISSÁRIO POSSA ATUAR
COM SUCESSO EM UMA SITUAÇÃO DE
para a terra onde vão dormir.
EMERGÊNCIA DEVE-SE ANTES DE TUDO
ESTAR FAMILIARIZADO COM: OS
 Nuvem: Uma nuvem parada sob um EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA DISPONÍVEIS
céu limpo ou em céu onde todas as demais A BORDO

nuvens se movem pode, muitas vezes,


EM UMA SOBREVIVÊNCIA NA SELVA, PARA
indicar a existência de terra.
QUE SE POSSA COMER O BROTO DA
SAMAMBAIA, DEVE-SE FERVÊ-LO POR 10
MINUTOS E DEPOIS: FERVÊ-LO EM OUTRA
 Água mais clara: A coloração mais
ÁGUA, POR MAIS 40 MINUTOS
clara da água do mar pode nos indicar um
lugar mais raso que poderá significar O SOBREVIVENTE AO PESCAR DEVERÁ

proximidade de terra. EVITAR ALIMENTAR-SE DE PEIXES QUE


POSSUAM: BOCA SEMELHANTE A BICO DE
PAPAGAIO.
CADERNO DE ERROS
A QUANTIDADE DE SORO CONTRA PICADA
DE QUALQUER COBRA VENENOSA EM
NUMA SOBREVIVÊNCIA NO MAR DEVE-SE MÉDIA, VISA NEUTRALIZAR EM
EVITAR COMER: MEDUSAS MILIGRAMAS DE VENENO: 100 MGS

OS PONTOS NOTÁVEIS DA COMBUSTÃO PARA MANUTENÇÃO DO FOGO NA


SÃO: FULGOR - COMBUSTÃO OU INFLAMAÇÃO IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR
– IGNIÇÃO DESTROÇOS DA AERONAVE, O
SOBREVIVENTE DE UM POUSO FORÇADO
OS SOBREVIVENTES NO DESERTO NO GELO PODERÁ USAR: GORDURA ANIMAL
PODERÃO ENCONTRAR, MAIS
FACILMENTE, OS SEGUINTES ANIMAIS: ESTANDO OS SOBREVIVENTES EM UMA
PEQUENOS ROEDORES, COBRAS E LAGARTOS ILHA, O LOCAL EM QUE PODERÁ
ENCONTRAR CARANGUEJOS COM MAIOR
DURAÇÃO DAS LUZES DE EMERGÊNCIA FACILIDADE SERÁ: NOS MANGUES
SERÁ DE PELO MENOS: 10 MINUTOS
BLOCO I
NAS COSTAS MARÍTIMAS, O LOCAL
APROPRIADO PARA ENCONTRAR ÁGUA
POTÁVEL É: TERRENOS IRREGULARES

EM UMA SOBREVIVÊNCIA NO MAR A ÁGUA


DEVE SER RACIONADA, CASO SE
DISPONHA DE QUANTIDADE SUFICIENTE.
DO CONTRÁRIO, DEVE-SE CONSUMI-LA:
TODA, NO PRIMEIRO DIA

O CONJUNTO DE SOBREVIVÊNCIA DE
LONA IMPERMEÁVEL, COR LARANJA, A
SER TRANSPORTADO PELA AERONAVE EM
VOO SOBRE A SELVA, DEVE CONTER: UMA
BOLSA DE SOBREVIVÊNCIA E UMA DE
PRIMEIROS SOCORROS

NO CHEQUE PRÉ-VOO DO EXTINTOR DE


HALON, DEVE-SE OBSERVAR:
LOCALIZAÇÃO, PRESENÇA, PONTEIRA DO
MANÔMETRO NA FAIXA VERDE E LACRES
INTACTOS

A ALTITUDE-PRESSÃO DA CABINE A
PARTIR DA QUAL CAEM
AUTOMATICAMENTE AS MÁSCARAS DO
SISTEMA FIXO DE OXIGÊNIO É DE: 14.000
PÉS
ALGUNS PEIXES DOS RIOS BRASILEIROS
SÃO PERIGOSOS. EM ESPECIAL, O
SOBREVIVENTE QUE ESTIVER NA ÁGUA
DEVERÁ TOMAR CUIDADO COM O
PORAQUÊ PORQUE ESTE PEIXE: POSSUI
COMO ARMA DE DEFESA A DESCARGA
ELÉTRICA

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