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UMA VISÃO GERAL DO TRABALHO EM ESPAÇOS

CONFINADOS
Andréa Pellin Galant dos Santos¹
Felipe Forte²

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica se justifica pela necessidade de avaliar as condições


adversas dos trabalhadores em espaços confinados sendo ele de elevado grau de complexidade,
exigindo uma série de procedimentos necessários para a segurança dos trabalhadores envolvidos.
Os acidentes em Espaços Confinados costumam ser fatais e em sua grande maioria poderiam ser
evitados com adoção de medidas de segurança, análise dos riscos de forma objetiva e medidas
preventivas visando promover a saúde e a segurança dos trabalhadores envolvidos.

Palavras-chave: Espaços confinados, riscos, prevenção.

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
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1. INTRODUÇÃO

O trabalho é essencial na vida do homem sendo fonte de sustento, também uma forma de se
sentir útil e de elevar a sua autoestima. No entanto quando realizado sob condições precárias e
indevidas, ele pode causar sérios danos a saúde do trabalhador e esses danos podem ser
irreversíveis, fatais.
O trabalho em Espaços Confinados é de elevado grau de complexidade, exigindo uma série
de procedimentos necessários para a segurança dos trabalhadores envolvidos. Os acidentes em
Espaços Confinados costumam ser fatais e em sua grande maioria poderiam ser evitados com a
adoção de medidas de segurança, entretanto ainda impera o desconhecimento sobre este tipo de
ambiente de trabalho, o que ocasiona sérias falhas nos procedimentos.
A entrada em espaços confinados pode ocorrer devido a uma série de motivos, como
manutenção, limpeza, reparos, inspeção, entre outros. Contudo os ambientes confinados não foram
projetados para a ocupação humana, o que torna os trabalhos ainda mais extenuantes, exigindo
ainda mais dos trabalhadores. Posições desconfortáveis com limitação de movimentos, dificuldade
de entrada e saída, ar rarefeito, atmosfera irrespirável, gases tóxicos ou poeiras explosivas, são
algumas das adversidades que os trabalhadores podem encontrar em um local confinado.
Devido à presença de inúmeros riscos, qualquer operação realizada nesses locais exige uma
série de medidas preventivas visando promover a saúde e a segurança dos trabalhadores envolvidos,
onde a Norma Regulamentadora 33 define a Análise Preliminar de Riscos (APR) como a “avaliação
inicial dos riscos potenciais, suas causas, conseqüências e medidas de controle”.
Sendo assim, objetivo do trabalho é analisar e mostrar o quão necessária é a prevenção no
trabalho em espaços confinados e mostrar que essa atividade é realizada em condições de situações
de alto risco. Por isso, é de suma importância identificar os riscos, planejar e programar todas as
medidas pertinentes, utilizar de ações e gestão para prevenir, controlar, atenuar e/ou isolar o risco,
dando assim uma melhor qualidade de vida e de trabalho para esse trabalhador.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente
para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.
Acidentes em espaço confinado não são incomuns como se imagina e podem ser fatais. Em geral
esses acidentes acontecem por diversos motivos, sendo o principal deles falta de informação sobre
os riscos inerentes.
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Seguem alguns exemplos de espaços confinados como tanques, silos, vasos de pressão,
colunas, casas de bombas, fornos, asas de avião, dutos de ventilação, trincheiras, reatores, diques,
contêineres, vagões, valas, porões.
Cada setor econômico tem tipos diferentes de espaço confinado. Por exemplo, o caso da
agricultura, nessa área, às vezes surge a necessidade de realizar manutenções em silos, poços e
cisternas. No caso da construção civil, os profissionais talvez tenham de trabalhar em valas,
escavações, forros e dutos. Outros exemplos de instalações que apresentam locais confinados:
indústria siderúrgica, indústria de petróleo, serviços de eletricidade, serviços de telefonia. Apesar de
estarem presentes em diversos segmentos, as atividades realizadas nesses ambientes podem ser,
basicamente, resumidas em: execução de manutenção, limpeza e reparos, inspeção ou instalação de
equipamentos, operações de salvamento e resgate de acidentados.
Dentre os riscos, podem-se elencar alguns, tais como: insuficiência de oxigênio, poeira,
produtos químicos, gazes tóxicos, substâncias inflamáveis que podem gerar explosão, quedas,
soterramentos.
Uma das Normas que disciplinam o trabalho em espaço confinado é a norma NBR-16577,
também conhecida como “Espaço confinado — prevenção de acidentes, procedimentos e medidas
de proteção”. Ela determina requisitos para identificar e caracterizar espaços confinados, bem como
para implantar um sistema de gestão a fim de garantir a segurança dos trabalhadores que estão em
contato com esses locais. Além disso, também existe a NR-33, que trata de Segurança e Saúde nos
Trabalhos em Espaços Confinados. A Norma Regulamentadora de número 33 (NR
33) do Ministério do Trabalho e Emprego é responsável por regulamentar os procedimentos
operacionais obrigatórios para atividades realizadas em espaços confinados. Uma vez que possui o
objetivo de assegurar a saúde dos profissionais que atuam de forma direta ou indireta nesses locais,
a NR 33 estabelece os parâmetros necessários para identificação, reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos presentes nos chamados espaços confinados. Essa é outra
importante fonte de informação em relação às atividades nesse tipo de local.
Para tentar diminuir os acidentes em espaço confinado e proteger a integridade física dos
trabalhadores, o Ministério do Trabalho publicou em 2006, a NR 33, que demonstra procedimentos
operacionais para ser seguidos pelo empregador e trabalhador.
Das responsabilidades do Epregador:
1. Indicar o responsável técnico para trabalhos em espaços confinados;
2. Reconhecer, cadastrar e sinalizar, identificando os espaços confinados existentes no
estabelecimento ou de sua responsabilidade;
3. Identificar os riscos gerais e específicos de cada espaço confinado;
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4. Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho de forma a garantir permanentemente


ambientes e condições adequadas de trabalho;
5. Garantir a capacitação permanente dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de
emergência e resgate em espaços confinados;
6. Garantir que o acesso a espaço confinado somente ocorra após emissão da Permissão de Entrada,
restringindo o acesso a todo e qualquer espaço que possa propiciar risco à integridade física e à
vida;
7. Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos potenciais nas áreas onde
desenvolverão suas atividades;
8. Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas
contratadas, provendo os meios e condições para que possam atuar em espaços confinados com
segurança;
9. Interromper todo e qualquer tipo de trabalho no caso de suspeição de condição de risco grave e
iminente, procedendo a imediata evacuação do local;
10. Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos
espaços confinados;
11. Garantir que os trabalhadores possam interromper suas atividades e abandonar o local de
trabalho sempre que suspeitarem da existência de risco grave e iminente para sua segurança e saúde
ou a de terceiros;
12. Implementar as medidas de proteção necessárias para a execução de trabalho seguro em espaço
confinado.

Das responsabilidades dos empregados:

a) Trabalhadores Autorizados:
1. Conheçam os riscos e as medidas de prevenção;
2. Usem adequadamente os equipamentos;
3. Saibam operar os recursos de comunicação para permitir que o vigia monitore a atuação dos
trabalhadores e alerte da necessidade de abandonar o espaço confinado.
b) Vigia:
1. Conhecer os riscos e as medidas de prevenção que possam ser enfrentadas
durante a entrada;
2. Estar ciente dos riscos de exposição dos trabalhadores autorizados;
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3. Manter continuamente uma contagem do número de trabalhadores autorizados no espaço


confinado e assegurar que os meios usados para identificar os trabalhadores sejam exatos na
identificação;
4. Permanecer fora do espaço confinado junto à entrada, durante as operações, até que seja
substituído por outro vigia;
5. Acionar a equipe de resgate quando necessário;
6. Operar os movimentadores de pessoas em situações normais ou de emergência;
7. Manter comunicação com os trabalhadores para monitorar o estado deles e para alertá-los quanto
à necessidade de abandonar o espaço confinado;
8. Não realizar tarefas que possam comprometer o dever primordial que é o de monitorar e proteger
os trabalhadores.
c) Supervisores:
1. Conhecer os riscos que possam ser encontrados durante a entrada, incluindo informação sobre o
modo, sinais ou sintomas e conseqüência da exposição;
2. Conferir que tenham sido feitas entradas apropriadas segundo a permissão e que todos os testes
tenham sido executados e todos os procedimentos e equipamentos tenham sido listados;
3. Cancelar os procedimentos de entrada quando necessário;
4. Verificar se os sistemas de emergência e resgate estão disponíveis e que os meios estejam
operantes;
5. Na troca de vigia, transferir a responsabilidade para o próximo vigia.

Não é permitido trabalhar sozinho em um espaço confinado. Afinal, por conta dos riscos
inerentes a essa atividade, é necessário que várias pessoas estejam envolvidas no serviço. Isso vai
garantir uma análise de riscos criteriosa e a definição correta dos procedimentos para lidar com
emergências. A equipe de trabalho em um espaço confinado é composta pelo responsável técnico, o
supervisor de entrada, o vigia e os trabalhadores autorizados. Cada um deles cumpre funções
específicas do procedimento de trabalho dentro desses ambientes.
A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento que apresenta todas as medidas
de controle relacionadas com as atividades em espaço confinado, de forma que sejam realizadas de
maneira segura. Além disso, o documento também indica os procedimentos de emergência e
salvamento nesses locais. Qualquer trabalho em ambiente confinado só pode ser iniciado depois de
a PET ter sido emitida. É interessante notar que esse documento tem data e hora de validade, de
forma que, quando as atividades se estenderem por mais tempo do que o previsto, é obrigatório
solicitar a emissão de uma nova PET.
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Existem também os riscos gerais e antes de entrar em um Espaço Confinado, o mesmo deve
ser inspecionado e serem identificados os riscos existentes.
Riscos Mecânicos: equipamentos que podem vir a movimentar-se subitamente, choques e golpes
por chapas defletoras, agitadores, elementos salientes, dimensões reduzidas da boca de entrada,
obstáculos no interior, riscos de choque elétrico por contato com partes metálicas que,
acidentalmente, podem ter tensão, Quedas a diferentes níveis, quedas de objetos no interior
enquanto se está trabalhando,posturas incorretas, ambiente físico agressivo: ruído elevado e
vibrações, ambiente quente ou frio iluminação deficiente, um ambiente agressivo, além do risco de
acidentes, acrescenta fadiga, presença de animais no espaço confinado (vivos ou
mortos),fechamento acidental do vedo (tampa) e riscos derivados de problemas de comunicação
entre interior e exterior do espaço confinado.
Riscos Específicos: Deficiência de oxigênio (asfixia): concentrações de oxigênio abaixo de 19,5%,
sendo que abaixo de 18% o risco é grave e iminente. A deficiência de oxigênio pode ser por
deslocamento, ex: vazamento de nitrogênio no espaço confinado e consumo de oxigênio ex:
oxidação de superfície metálica no interior de tanques), enriquecimento de oxigênio: concentrações
de oxigênio acima de 23,5% (ex: ventilar oxigênio para o espaço confinado),intoxicação:
contaminantes com concentrações acima do Limite de Tolerância até imediatamente Perigosa à
Vida e à Saúde – IPVS (ex: monóxido de carbono LT acima de 25 ppm e IPVS de 1200 ppm,
Incêndio e explosão: presença de substâncias inflamáveis, tais como, metano, acetileno, GLP,
gasolina, querosene, etc.
Para trabalhos em Espaços Confinados verifique os equipamentos que você vai precisar:
Equipamentos de detecção de gases e vapores, equipamentos de ventilação mecânica, equipamentos
de comunicação, equipamentos de iluminação, equipamentos de proteção respiratória,
equipamentos de proteção individual, equipamentos de primeiros socorros.
Serviços de Emergência e Resgate: O empregador deve assegurar que cada membro do serviço
tenha EPI respiratório e de resgate necessários para operar em espaços confinados e sejam treinados
no uso dos mesmos, cada membro do serviço de resgate deverá ser treinado para desempenhar as
tarefas de resgate designadas, cada membro do serviço deverá receber o mesmo treinamento
requerido para os trabalhadores autorizados e cada membro do serviço de resgate deverá ser
capacitado, fazendo resgate ao menos uma vez a cada 12 meses, por meio de simuladores de
espaços confinados.
Proteção contra quedas: O Ministério do Trabalho e Emprego exige, para serviços em espaços
confinados com risco de queda, equipamentos adequados que garantam, em qualquer situação,
conforto e segurança do trabalhador nas três operações fundamentais: Fácil movimentação de
subida / descida, Proteção contra eventual queda, rápido e fácil resgate por um só vigia.
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Para efetuar as operações acima, são usados suportes de ancoragem, guinchos, trava--quedas,
cinturões de segurança, cadeiras suspensas, cabos de aço ou cordas que, criteriosamente
combinados, oferecem solução prática, segura e econômica para qualquer situação de trabalho.
Importante: Usar cabo de aço ou corda. Para escolha adequada, devem ser considerados os
seguintes aspectos: Para segurança contra perigo de faísca em espaço confinado com atmosfera
potencialmente explosiva é comum usar equipamentos com corda sintética ou cabo de aço com
revestimento sintético, em serviços envolvendo solda, máquinas de corte ou produtos ácidos,
costuma-se usar cabo de aço, em locais com risco de contato com fiação energizada, costuma-se
usar corda devido à sua baixa condutividade elétrica, nas indústrias farmacêuticas e alimentícias, é
normal usar cabo de aço inoxidável, em locais com risco de haver movimentação do cabo sobre
quinas cortantes de concreto ou aço, durante uma emergência, adota-se o robusto cabo de aço com 8
mm de diâmetro, carga de ruptura de 3480 kg.
É fundamental seguir as recomendações presentes nessas diretrizes quando se trata de
trabalho em ambientes confinados, o que envolve conhecê-las muito bem. Afinal, isso significa
cuidar da saúde e da vida dos trabalhadores. As normas em segurança e saúde nos trabalhos em
espaços confinados têm como objetivo estabelecer os requisitos mínimos para identificação destes
espaços e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a
garantir permanentemente a integridade física e mental dos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente nestes espaços.

“O trabalho em ambientes identificados como Espaços Confinados requer atenção especial devido
ao seu elevado grau de risco”. (LIMA, DANILO CARLOS. 2016. p. 87-103)

A classificação dos espaços confinados pode ser feita de acordo com as situações que são
imediatamente perigosos à vida ou à saúde (IPVS). Eles são classificados em espaços
confinados de classe A, B e C. (NBR 14787, 2001). Espaços classe A são aqueles espaços
que apresentam situações iminentemente perigosas à vida e à saúde (IPVS). Estes espaços
apresentam condições onde se observa situação com baixa concentração de oxigênio e/ou
que contenham atmosferas tóxicas ou explosivas. (NIOSH, 1997). Os ambientes
classificados como espaços de classe A são Imediatamente perigosos para a vida -
requerindo procedimentos de resgate com mais de um indivíduo completamente equipado
com equipamento de ar mandado - manutenção de comunicação necessária e um
vigia/piloto adicional fora do espaço confinado, cuja concentração de oxigênio está menor
que 16% (122 mmHg) ou maior que 25% (190mmHg), a inflamabilidade de 20% ou mais
do L.I.E. , e a toxicidade - IDHL (IPVS). Espaços classe B, são aqueles que não
representam riscos imediatos à vida ou à saúde, no entanto, têm potencial para causar lesão
ou doenças se medidas de proteção não forem tomadas. Os ambientes classificados como
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espaços de classe B são os perigosos, mas não imediatamente ameaçadores e requerem


procedimentos de resgate com um indivíduo completamente equipado com equipamento de
ar mandado, visualização indireta ou comunicação frequente com os trabalhadores. A
concentração de oxigênio está entre 16.1% a 19,4% e pressão atmosférica acima de 122
mmHg e abaixo de 149 mmHg, ou concentração de oxigênio está entre 21.5% a 25%
pressão atmosférica acima de 163 mmHg - 190 mmHg. A inflamabilidade, nesta classe de
espaço está entre 10% a 19% do L.I.E., e a toxicidade está maior que o limite de
contaminação menor que o valor IDHL (IPVS). Espaços classe C são aqueles nos quais
qualquer risco é tão insignificante que nenhuma prática ou procedimento de trabalho seja
necessário, ou seja, os riscos potenciais não requerem modificações nos procedimentos de
trabalho, procedimentos de resgate padrões ou comunicação direta com os trabalhadores, de
quem está fora do espaço confinado. Nesses caos, a concentração de oxigênio varia entre
19.5% a 21.44% a (148 mmHg - 163 mmHg), com inflamabilidade de 10% do L.I.E. ou
menos, e toxicidade menor que o limite de contaminação estabelecido pelo CFR 29.
(ARAÚJO, 2015.)

Os espaços confinados apresentam riscos, muitas vezes invisíveis aos olhos de uma pessoa imperita,
mas, para um perito em trabalhos dessa natureza, ou seja, o responsável técnico, que é um
profissional habilitado, qualificado para fazer as devidas inspeções e posterior liberação do espaço
para o serviço, estes riscos são perceptíveis mediante o uso de equipamentos de inspeção e
monitoramento dos riscos existentes. Os riscos envolvidos em serviços em espaços confinados
podem ser de natureza física, química, biológica e/ou ergonômica. Existem inúmeros riscos
presentes no trabalho em espaços confinados como falta ou excesso de oxigênio, risco de incêndio
ou explosão, infecção por agentes biológicos, soterramento, engolfamento, choques elétricos,
quedas, esmagamentos, inundação, queimaduras, intoxicação por substâncias químicas, má postura
e tantos outros que possam afetar a segurança e saúde dos trabalhadores. Para cada situação, a
avaliação prévia do meio que será visitado pelo trabalhador deverá ser feita. É de grande
importância prever os possíveis cenários ao longo da execução da atividade, por meio de
equipamentos de monitoração dos riscos e que possam emitir alarmes sonoros e luminosos em caso
de risco iminente à saúde ou à vida do trabalhador. (ARAÚJO, 2015; LIMA, 2016.)

O planejamento é um item fundamental quando se trata do trabalho em espaços confinados. A


empresa precisa garantir que todos os funcionários que trabalham nesse ambiente recebam o
treinamento correto, os equipamentos de proteção individuais adequados e um plano de como
entrar, trabalhar no interior e sair do espaço em segurança. 
O uso de EPIs para espaços confinados é essencial para garantir a saúde dos profissionais, já
que este tipo de ambiente é definido como qualquer área que não foi projetada para ocupação
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humana contínua e que possua meios limitados de entrada, saída e mobilidade. Profissionais que
atuam nesses locais precisam utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) específicos, já
que são ambientes que apresentam ventilação insuficiente para remover agentes contaminantes e/ou
possuem deficiência de oxigênio. Os principais EPIs para espaços confinados são o capacete de
segurança, botas de proteção, cinto de segurança, luvas, respiradores, óculos de proteção e protetor
auricular.

EXEMPLOS DE ESPAÇOS CONFINADOS

FIGURA 1 – Exemplos de espaços confinados

Fonte: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/inovae/article/download/614/1101 Acesso


em: 28 set. 2022
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FIGURA 2 - Exemplos de Espaços Confinados. 1 - Tubulação; 2 - Rede de Esgoto; 3 - Moega;


4 - Silos; 5 - Tanque de Armazenamento; 6 - Galeria Subterrânea; 7 - Caldeira; 8 -
Incinerador.

Fonte: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/inovae/article/download/614/1101 Acesso


em: 28 set. 2022

FIGURA 3 - Exemplos de Espaços Confinados por Setor Econômico.

Fonte: https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/inovae/article/download/614/1101 Acesso


em: 28 set. 2022
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No âmbito econômico, a prevenção do acidente do trabalho representa, não um gasto desnecessário,


mas um investimento, o qual potencialmente trará retorno às empresas, pois, na conjuntura atual, as
organizações estão muito preocupadas em não ter a sua imagem ou a imagem do seu produto
ligadas aos acidentes do trabalho ou às doenças ocupacionais.

FIGURA 4 – Exemplo de trabalho em espaço confinado

Fonte: https://conect.online/blog/o-que-e-espaco-confinado/ Acesso em: 28 set. 2022

FIGURA 5 – Placa de Perigo para Espaços Confinados

Fonte: Google Acesso em: 17 nov. 2022

3. MATERIAIS E MÉTODOS
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Na construção deste artigo científico, a metodologia adotada será de cunho bibliográfico


pesquisando sobre os fundamentos utilizados por vários trabalhos publicados sobre a prevenção e
riscos no trabalho em Espaços Confinados que comprometem a atividade e a saúde do trabalhador,
analisar e mostrar as recomendações necessárias para que este trabalhador tenha segurança ao
realizar a tarefa já que esse trabalho é de alto risco podendo ser fatal.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como prevenir tem a ver com a eliminação das causas dos problemas, a preocupação com o
conforto do trabalhador, que é anterior ao aparecimento das doenças, leva necessariamente à
prevenção. Por isso, prevenir é eliminar as causas de algum evento antes que ele aconteça.
Entre as medidas de prevenção, podemos destacar:
1 – Identificação, isolamento e sinalização dos espaços confinados – para evitar a entrada de
pessoas não autorizadas, bloqueando o acesso aos espaços confinados. Assim, além de restringir o
acesso, é preciso isolar e sinalizar os espaços confinados.
2 – Reconhecer os riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos) nos espaços
confinados – a análise dos riscos deve ser feita individualmente para cada área, atividade ou
equipamento industrial para que sejam levantados os dados sobre os perigos possíveis, os efeitos
esperados e as medidas de controle.
3 – Prever a implantação de travas, bloqueios, lacre e etiquetagem – além de evitar a entrada de
pessoas não autorizadas, é preciso impedir o religamento acidental das fontes de energia por meio
de cadeados de bloqueio, travas, garras de bloqueios, lacres e etiquetas de identificação.
4 – Elaborar o programa de prevenção de acidentes – entre as exigências da NBR, está a
obrigação do Programa de Prevenção de Acidentes em Espaços Confinados em cada empresa, que
deve ser estruturado com os objetivos, as atribuições e responsabilidades de cada área e equipe
envolvida. O documento deve conter a relação e classificação de todos os espaços confinados, o
procedimento de trabalho e meios técnicos de controle e ações para manutenção da segurança.
Dentre as recomendações gerais podemos citar: Todos os espaços confinados devem ser
sinalizados, identificados e isolados, deve ser desenvolvido e implantado um programa escrito de
Espaço Confinado com Permissão de Entrada, deve ser eliminada qualquer condição insegura no
momento anterior à remoção do vedo (tampa), para trabalho em Atmosfera Imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde -(IPVS) ou acima da metade do Limite de tolerância, adotar o critério da
ventilação do ambiente ou então optar pelo uso de Equipamento de Proteção Individual -(EPI) -
(definido após a análise de risco), se uma atmosfera perigosa for detectada, o espaço deverá ser
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analisado para que se determine como surgiu e ser registrado, o empregador ou representante legal
deve verificar se o Espaço Confinado está seguro para entrada, proceder manobras de travas,
bloqueios e raqueteamento quando necessário, proceder a avaliação da atmosfera quanto a gases e
vapores tóxicos e ou inflamáveis e concentração de oxigênio, proceder a avaliação de poeira quando
reconhecido o risco, purgar, inertizar, lavar ou ventilar o espaço confinado são ações para eliminar
ou controlar riscos, proceder a avaliação de riscos físicos, químicos, biológicos e ou mecânicos,
todo trabalho em espaço confinado deve ter, no mínimo, 2 pessoas, sendo uma delas o vigia,
verificar se na empresa existe espaço confinado em áreas classificadas de acordo com as normas do
IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Como vimos não é uma tarefa fácil, exige muita atenção e muito conhecimento por parte dos
trabalhadores, dos técnicos, engenheiros e dos empregadores.

5. CONCLUSÃO

O uso de EPIs para espaços confinados é essencial para garantir a saúde dos profissionais,
com o intuito de neutralizar ou minimizar os riscos citados, é essencial que sempre seja feito um
estudo prévio dos ambientes, identificando e avaliando os perigos existentes. Em seguida, é preciso
encontrar maneiras de controlar e eliminar esses riscos ao máximo, o que pode ser feito por meio da
instalação de equipamentos de ventilação e dispositivos de monitoramento de oxigênio e gases.
Além disso, os locais de trabalho devem estar claramente sinalizados, com restrições de
entrada para pessoas não autorizadas. É fundamental que as empresas que possuem em sua planta
local, espaços confinados programem um Plano de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, a fim
de identificar, planejar e programar todas as medidas pertinentes ao trabalho nesses ambientes.
Nesse sentido, é essencial que o espaço confinado sempre conte com um vigia, ou seja: um
profissional que se responsabiliza por supervisionar a atividade e monitorar os riscos — a fim de
garantir que todas as medidas de segurança sejam tomadas e, caso necessário, que o resgate seja
realizado a tempo.
Não existem trabalhos totalmente seguros em espaços confinados. Muitos dos perigos
podem existir ou se desenvolver no decorrer da atividade, por isso ao se falar em espaços
confinados temos que ter a responsabilidade sobre os trabalhadores e ter a consciência de que
qualquer erro pode ser fatal. Um planejamento eficaz produz resultados satisfatórios. O importante
é que isso se torne habitual, e que a gestão dos riscos esteja presente em cada intervenção. O estudo
sobre o tema é bastante amplo e, infelizmente, ainda pouco explorado pela literatura técnica,
carecendo de fontes de pesquisa para o público interessado.
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REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Gilmar Agostinho. Riscos Ergonômicos em Espaços Confinados. Dissertação de


mestrado; UFPE, Recife 2015 Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15046
Acesso em: 16 nov. 2022

BARROSO, Michel Peter Barchik Salvatierra. Acidente em espaço confinado. Universidade


Federal do Paraná. Curitiba, 2016. Disponível em: https://hdl.handle.net/1884/52777 Acesso em: 20
out. 2022

CONECT. Espaço confinado, o que é? Rio de Janeiro, 2017. Disponível em:


https://conect.online/blog/o-que-e-espaco-confinado/ Acesso em: 28 set. 2022.

EPIS para Espaços Confinados. Safety Trab EPI. 2019. Disponível em:
https://safetytrab.com.br/blog/conheca-os-principais-epis-para-espacos-confinados/ Acesso em 17
nov. 2022.

LIMA, Danilo Carlos. Recomendações necessárias para trabalhos em espaços confinados.


INOVAE - ISSN: 2357-7797, São Paulo, Vol.4, N.1, JAN-JUN, 2016 - pág. 87-103 Disponível em:
https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/inovae/article/download/614/1101 Acesso em: 28 set.
2022.

TOSMANN, João. NR 33: Quais são os riscos e o que devemos saber? Revista Manutenção.
2018. Disponível em: https://www.revistamanutencao.com.br/literatura/tecnica/correlata/nr-33-
quais-sao-os-riscos-e-o-que-devemos-saber.html Acesso em: 17 nov. 20.22.

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