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Índice
1 Movimento da Terra .................................................................................... 7
1.1 Dia 21 de Março (Equinócio) ................................................................ 7
1.2 Dia 21 de Junho (Solstício) .................................................................. 7
1.3 Dia 21 de Setembro (Equinócio) .......................................................... 8
1.4 Dia 21 de Dezembro (Solstício) ........................................................... 8
2 A Atmosfera ................................................................................................ 9
2.1 Transferência de Energia ..................................................................... 9
2.2 I.S.A (International Standard Atmosphere) ........................................ 10
2.2.1 Desvio ISA .................................................................................. 10
2.3 Composição da Atmosfera ................................................................. 11
2.3.1 Tropopausa ................................................................................. 11
2.3.2 Estratosfera................................................................................. 11
2.4 Inversões Térmicas ............................................................................ 12
2.4.1 Tipos de Inversões ...................................................................... 12
2.5 Escalas de Temperatura .................................................................... 13
2.5.1 Escala Kelvin .............................................................................. 13
2.5.2 Escala Celsius ............................................................................ 13
2.5.3 Escala Fahrenheit ....................................................................... 13
2.6 Temperatura do Ar ............................................................................. 13
3 Pressão ..................................................................................................... 14
3.1 Pressão Atmosférica Média ao Nível do Mar ..................................... 14
3.2 Pressão Atmosférica .......................................................................... 14
3.3 Distância que temos de percorrer para que a pressão baixe 1 hPa .. 14
3.3.1 Nível do Mar – Valor Referência ................................................. 14
3.4 QFF .................................................................................................... 15
3.4.1 Ponto de Pressão Mais Baixa (L)................................................ 15
3.4.1.1 Variação Com a Altura ......................................................... 16
3.4.2 Ponto de Pressão Mais Alta (H) .................................................. 16
3.4.3 Ponto Intermédio......................................................................... 17
3.5 Linhas Isoípsas (Isohypses) ............................................................... 17
3.6 Relação de Pressão, Níveis de Voo e Temperatura .......................... 17
3.7 QFE.................................................................................................... 17
3.8 QNH ................................................................................................... 18
3.9 QFF .................................................................................................... 18
3.10 Altímetro............................................................................................. 18
3.11 44ºCálculos de Altimetria ................................................................... 18
3.12 Fonte de Erro ..................................................................................... 19
3.12.1.1 Regra dos 4% ...................................................................... 19
3.12.2 QNH e QFF ................................................................................. 20
4 Movimento da Atmosfera .......................................................................... 21
4.1 Vento.................................................................................................. 21
4.2 Força do Gradiente da Pressão ......................................................... 21
4.3 Tipos de Brisas .................................................................................. 21
4.3.1 Brisa Marítima (Sea Breeze) ....................................................... 22
4.3.2 Brisa Terrestre (Land Breeze)..................................................... 22
4.3.3 Brisa de Vale (Valley Breeze) ..................................................... 23
4.3.4 Brisa de Montanha (Mountain Breeze) ou Vento Catabático ...... 23

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4.4 Força de Coriolis ................................................................................ 23


4.5 Vento Geostrófico .............................................................................. 24
4.5.1 Lei de Buys-Ballot ....................................................................... 25
4.5.2 Intensidade do Vento Geostrófico ............................................... 25
4.6 Vento Gradiente ................................................................................. 25
4.6.1 Efeito da Curvatura das Isóbaras sobre o Vento ........................ 25
4.7 Vento à Superfície.............................................................................. 26
4.7.1 Backing ....................................................................................... 27
4.7.2 Veering ....................................................................................... 27
4.7.3 Tabelas ....................................................................................... 27
4.7.4 Trajectória das Partículas de Ar .................................................. 27
5 Humidade do Ar ........................................................................................ 29
5.1 Saturation Mixing Ratio ...................................................................... 29
5.2 Mixing Ratio ....................................................................................... 29
5.3 Humidade Relativa ............................................................................. 29
5.4 Temperatura do Ponto de Orvalho (Dew Point Temperature) ............ 30
6 Estabilidade da Atmosfera ........................................................................ 31
6.1 Environmental Lapse Rate (ELR)....................................................... 31
6.1.1 Factores de Referência ............................................................... 31
6.1.1.1 Dry Adiabatic Lapse Rate: ................................................... 31
6.1.1.2 Saturated Adiabatic Lapse Rate: ......................................... 31
6.1.1.3 Ralação entre DALR e SALR:.............................................. 32
6.1.1.4 Temperatura do Ponto de Orvalho ...................................... 33
6.2 Altura da Base das Nuvens Convectivas ........................................... 33
7 Nuvens ...................................................................................................... 34
7.1 Núcleos de Condensação .................................................................. 34
7.2 Tipos de Nuvens ................................................................................ 34
7.3 Classificação de Nuvens .................................................................... 35
7.3.1 Classificação em Género ............................................................ 35
7.3.1.1 Nuvens Baixas ..................................................................... 35
7.3.1.2 Nuvens Médias .................................................................... 36
7.3.1.3 Nuvens Altas ........................................................................ 36
7.4 Formação de Precipitação ................................................................. 36
7.4.1 Processo de Colisão e Coalescência.......................................... 36
7.4.2 Processo do Cristal de Gelo ou Bergeron-Findeisen .................. 36
7.5 Tipos de Nevoeiro .............................................................................. 37
7.5.1 Nevoeiro de Radiação ................................................................ 37
7.5.2 Nevoeiro de Advecção ................................................................ 37
7.5.3 Nevoeiro de Vale ........................................................................ 37
7.5.4 Nevoeiro de Vapor (Steam Fog) ................................................. 37
7.5.5 Nevoeiro Orográfico .................................................................... 37
7.5.6 Nevoeiro Frontal ou de Precipitação ........................................... 37
8 Funcionamento da Atmosfera ................................................................... 38
8.1 Massas de Ar ..................................................................................... 38
8.1.1 Zonas de Massas de Ar (Em Latitudes Médias) ......................... 38
8.1.1.1 Massa de Ar Polar Marítima ................................................ 38
8.1.1.2 Massa de Ar Tropical Marítima ............................................ 39
8.1.1.3 Massa de Ar Polar Continental ............................................ 39
8.1.1.4 Massa de Ar Tropical Continental ........................................ 39
8.1.2 Zonas de Choque ....................................................................... 40

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8.1.2.1 Frente Fria ........................................................................... 40


8.1.2.2 Frente Quente ...................................................................... 41
8.1.2.3 Choque de Frentes .............................................................. 42
8.1.2.4 Oclusão Quente ................................................................... 43
9 Meteorologia Tropical ................................................................................ 44
9.1 Circulação Geral da Atmosfera .......................................................... 44
9.2 Zona Intertropical de Convergência (ITCZ) ........................................ 45
9.3 Monção .............................................................................................. 45
9.4 Trade Winds ....................................................................................... 46
9.4.1 Alterações nos Trade Winds ....................................................... 47
9.5 Ciclones Tropicais .............................................................................. 47
9.5.1 Tipos de Ciclones Tropicais ........................................................ 47
9.5.2 Estrutura ..................................................................................... 47
10 Ventos Mundiais .................................................................................... 48
10.1 Vento Catabático Quente ................................................................... 48
10.2 Vento Catabático Frio ........................................................................ 48
10.3 Vento do Deserto ............................................................................... 49
11 Fases de Formação de Cumulonimbus ................................................. 50
11.1 Cumulus Stage (Initial ou Building) .................................................... 50
11.2 Fase de Maturação ............................................................................ 50
11.2.1 Trovoada ..................................................................................... 50
11.2.1.1 Efeitos no Avião ................................................................... 50
11.3 Fase de Dissipassão .......................................................................... 51
12 Turbulência ............................................................................................ 52
12.1 Escala de Turbulência........................................................................ 52
12.2 Turbulência Térmica ou Convectiva ................................................... 52
12.3 Turbulência Mecânica ........................................................................ 52
12.4 Turbulência Orográfica....................................................................... 53
12.5 C.A.T. (Clear Air Turbulence) ............................................................. 53
13 Jet Stream ............................................................................................. 54
13.1 Vista de Perfil das Jet Streams .......................................................... 54
13.2 Polar Front Jet Stream ....................................................................... 55
14 Formação de Gelo nos Aviões .............................................................. 57
14.1 Gelo Induzido ..................................................................................... 57
14.2 Gelo Estrutural (Airframe Ice) ............................................................ 57
14.2.1 Geada (Hoar Frost) ..................................................................... 57
14.2.2 Vítreo (Clear Ice)......................................................................... 57
14.2.3 Opaco (Rime Ice) ........................................................................ 58
14.2.4 Misto (Mixed Ice)......................................................................... 58
14.3 Sistemas de Prevenção/Remoção de Gelo ....................................... 58
14.4 Escala de Formação de Gelo ............................................................. 58
15 Códigos ................................................................................................. 59
15.1 METAR .............................................................................................. 59
15.2 SPECI ................................................................................................ 59
15.2.1 Constituição de um METAR ........................................................ 59
15.3 TAF .................................................................................................... 63
15.3.1 Constituição de um TAF ............................................................. 64
15.4 SIGMET ............................................................................................. 64
16 Cartas .................................................................................................... 65
16.1 Frentes ............................................................................................... 65

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16.2 Vento.................................................................................................. 65
16.3 Tempo Significativo ............................................................................ 65
ANEXOS .......................................................................................................... 66

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1 Movimento da Terra
Steam – Fumo constituído por micro-gotículas de água

Vapor de Água – lúcido
Gás Vapor de Água – transparente

Water Vapor – H2O(g)

A atmosfera move-se. Devido à sua rotação, a Terra tem um ciclo térmico.


Devido a isso, há certos fenómenos que ocorrem principalmente a certas horas
(ex: de manhã – nevoeiro; à tarde – trovoada).
Devido à sua forma esférica, no pólos recebe muito menos energia por unidade
de área do que no equador e por isso a temperatura varia.

1.1 Dia 21 de Março (Equinócio)

• 12h de dia e 12h de noite em qualquer ponto do globo – Equinócio


(Equinox)
• Os raios solares estão completamente perpendiculares ao equador

1.2 Dia 21 de Junho (Solstício)

• Os raios solares estão completamente perpendiculares a 23,5ºN do


equador – Trópico de Cancer
• Pólo Norte de dia e Pólo Sul de noite

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1.3 Dia 21 de Setembro (Equinócio)

• Os raios solares voltam a incidir perpendicularmente no equador


• No equador há 2 épocas mais quentes e 2 épocas mais frias

1.4 Dia 21 de Dezembro (Solstício)

• Os raios solares estão completamente perpendiculares a 23,5ºS do


equador – Trópico de Capricórnio
• Pólo Norte de noite e Pólo Sul de dia

A atmosfera Terrestre funciona como uma lente esférica. Esta cria uma ilusão
de óptica, pois como a Terra é esférica, um objecto que nos parece estar no
horizonte, na verdade está acima ou abaixo do mesmo.

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2 A Atmosfera
2.1 Transferência de Energia

Existem 4 formas de transferência de energia: Radiação, Condução,


Convecção e Calor Latente.

• Radiação: Transferência de energia por radiação electromagnética


• Condução: Para a meteorologia, interessa a transferência por
Condução. Durante o dia, a Terra transfere energia para a atmosfera e
durante a noite passa-se o contrário. Isto tem a ver com o Calor
Específico da Terra e da Atmosfera.
• Convecção: Transferência de energia através de transferência de
massa. Só existe nos fluidos. Em meteorologia, considera-se apenas
como movimento do ar ascendente. Por outro lado, o movimento
descendente do ar traduz-se em Subsidência e o movimento lateral por
Advecção.
• Calor Latente: energia que se fornece a um fluido para o fazer passar
de uma fase mais organizada para uma mais desorganizada (passagens
de estado físico).

Dos 100% da radiação solar que chega à Terra:


• 30% é reflectida para o espaço (albedo)
• 30% é absorvida pela atmosfera
• 45% é absorvida pela terra

A terra arrefece por libertação de energia por processos de Radiação


(principalmente), Convecção e por Calor Latente. O principal gás que provoca o
efeito de estufa é o vapor de água.

A quantidade de energia que entra é igual à energia que sai. Nas latitudes
baixas, recebe mais do que perde e nas latitudes altas perde mais do que
recebe. Isto deve-se à inclinação que a Terra tem em relação ao sol.
Para que haja um equilíbrio, o próprio planeta cria mecanismos para espalhar o
excesso de calor por todo o planeta: correntes marítimas (25%) e correntes
de ar (75%).

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2.2 I.S.A (International Standard Atmosphere)

A atmosfera standard funciona como referência aeronáutica.

Temperatura de referência da tropopausa:


TISA(Tropopausa) = 15º C − 11× 6,5º c = −56,5º C

Temperatura de referência aos 10.000 pés:


TISA(10.000Ft ) = 15º C − 10 × 2º c = −5º C

FL180 = 15 º C − 18 × 2º c = −33 º C
FL − Flight Level a 1.800Ft

FL 400 = 15 º C − 11× 6,5º c = −56,5º C

2.2.1 Desvio ISA

Desvio ISA = OAT – ISA (OAT – Outside Air Temperature)

FL 240 = 15 º C − 24 × 2º c = −33 º C
OTA = −30 º C
Desvio ? = −30 + 33 = 3º C

FL300 = 15 º C − 30 × 2º c = −45 º C
OTA = −20 º C
Desvio ? = −20 + 40 = 25 º C

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FL180 = 15 º C − 18 × 2º c = −21º C
OTA = −13 º C
Desvio ? = −13 + 21 = 8º C

2.3 Composição da Atmosfera


2.3.1 Tropopausa

As Jet Streams circulam entre as Tropopausas no sentido de rotação da Terra.


Quanto mais alta estiver a tropopausa, mais fria a temperatura é. Por isso a
temperatura na tropopausa nos pólos é superior do que no equador.

2.3.2 Estratosfera

Dá-se um aumento de temperatura porque é nesta camada que se encontra a


camada do ozono. Como o ozono absorve a radiação ultra-violeta, aquece.

A atmosfera é constituída:
• 78% Azoto
• 21% Oxigénio
• 1% de outros gases

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Nos processos meteorológicos, o principal gás é o Vapor de Água. A


quantidade de vapor de água na atmosfera diminui quando aumentamos a
altitude, latitude e distância ao mar. No equador temos uma maior quantidade
de vapor de água do que nos pólos.

2.4 Inversões Térmicas


2.4.1 Tipos de Inversões

• Inversão de Radiação – à superfície da terra sobre os continentes, em


noites de grande arrefecimento, com vento fraco ou calmo e céu limpo –
Induzidas pela superfície da terra. Está sempre associada a nevoeiros
matinais
• Inversão Frontal – zonas de choque de correntes quentes e frias. A
corrente fria (vem dos pólos) fica por baixo e a corrente quente (vem dos
trópicos) por cima, por isso quando são atravessadas há uma variação
de temperatura. Está sempre associada a nuvens com elevado grau de
precipitação
• Inversão de Subsidência – produzida por movimento vertical
descendente do ar; Dry Adiabatic Lapse Rate – 10ºC/Km ou 3ºC/1000Ft
(para cima → menor pressão → arrefece, para baixo → maior
pressão → aquece
• Inversão da Tropopausa – devido à camada do ozono

Transformação Adiabática – variação na pressão atmosférica dentro de uma


bolha de ar sem haver troca de massa nem de calor com o exterior:
• Quando o ar sobe – expande e arrefece
• Quando o ar desce – comprime e aquece
Associadas a anti-ciclones e desaparecimento de nuvens em qualquer parte do
globo

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2.5 Escalas de Temperatura

2.5.1 Escala Kelvin

Escala que mede a energia das partículas. Quando as partículas não vibram,
atingimos o zero absoluto.

K = ºC + 273

2.5.2 Escala Celsius

ºC = K – 273

2.5.3 Escala Fahrenheit

ºF = 1,8ºC + 32

2.6 Temperatura do Ar

Mede-se:
• Entre 1,2m e 2m do chão (para a temperatura do solo não condicionar
tanto a temperatura do ar)
• Numa caixa de madeira (shelter) com ripas para o ar circular lá dentro,
sem tocar no chão e o mais afastado possível dos edifícios.
• Com céu limpo e sem vento (durante o dia, as nuvens impedem que
parte da radiação solar chegue à Terra → temperatura mais baixa;
durante a noite as nuvens absorvem a radiação da Terra → temperatura
mais alta; o vento mistura o ar de diferentes camadas com diferentes
temperaturas)

A temperatura do ar diminui quando a quantidade de energia que a Terra perde


é superior à quantidade que recebe do espaço.
A temperatura mínima do ar ocorre cerca de meia hora depois do sol nascer. A
temperatura máxima do ar ocorre cerca de 4h depois do meio-dia solar.

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3 Pressão
A pressão atmosférica é o peso que uma coluna de ar exerce sobre a
superfície. Quanto mais pesado estiver o ar, maior a pressão e quanto mais
leve estiver o ar, menor a pressão.
Mede-se com um barómetro.

3.1 Pressão Atmosférica Média ao Nível do Mar

• 760 mm
• 29,92 ins
• 101325 Pa = 1013,25 hPa (hecto-Pascal)

Barómetro Aneróide (sem líquido lá dentro) – mede a pressão atmosférica,


convertendo em altitude.

3.2 Pressão Atmosférica

• Diminui com a altitude


• Não há inversões de pressão
• Uma mesma massa de ar ocupa um volume maior quanto maior for a
altitude

3.3 Distância que temos de percorrer para que a pressão baixe


1 hPa

96T
∆H (1hPa ) = , T – em K; P – em hPa; H – em Ft
P

3.3.1 Nível do Mar – Valor Referência

T = 15 º C = 288K
96 × 288
∆H MSL = = 27,28 ≈ 27Ft (8m )
1013,25

T5000Ft = 15 − 5 × 2 = 5º C = 278K
96 × 278
∆H 850 hPa = = 31,3Ft
850

Metade da massa da atmosfera está aos 5500m

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T18000Ft = 15 − 18 × 2 = −21º C = 252K


96 × 252
∆H 500 hPa = ≈ 50Ft
500

Ao nível do mar:

96 × 303
∆H 30 ºC = = 28,7Ft
1013,25

A distância que temos de percorrer depende da temperatura. Quanto maior a


temperatura, maior a distância.

Não se pode comparar pressões de pontos que não estejam na mesma coluna
de ar. Para isso temos de calcular a pressão dos pontos ao nível do mar, tendo
em conta a temperatura nos vários locais.

3.4 QFF

Pressão da pista reduzida ao nível do mar tendo em conta a temperatura


existente no aeródromo

Isóbaras – linhas que unem pontos de igual pressão numa superfície de nível
constante

3.4.1 Ponto de Pressão Mais Baixa (L)

Ao prolongamento duma Baixa Pressão chama-se Vale (Trough)

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3.4.1.1 Variação Com a Altura

Isto é um Cone de Baixa Pressão.

3.4.2 Ponto de Pressão Mais Alta (H)

Ao prolongamento duma Alta Pressão chama-se Crista (Ridge)

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3.4.3 Ponto Intermédio

À zona que fica entre os 4 pontos de Baixa e Alta Pressão chamamos Colo.

3.5 Linhas Isoípsas (Isohypses)

São linhas que unem pontos de igual altitude em pressão constante – Contour
Lines. Medem-se em decâmetros.

3.6 Relação de Pressão, Níveis de Voo e Temperatura

Pressure Level (hPa) Flight Level Temperature (ºC)


100 FL530 -56,5
150 FL450 -56,5
200 FL390 -56,5
250 FL340 -53
300 FL300 -45
400 FL240 -33
500 FL180 -21
600 FL140 -13
700 FL100 -5
850 FL050 5

3.7 QFE

Pressão na pista.

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3.8 QNH

Pressão da pista reduzida ao nível do mar nas condições térmicas da


atmosfera standard. 27 Ft correspondem a 1 hPa.

3.9 QFF

Pressão da pista reduzida ao nível do mar nas condições térmicas do


aeródromo.

3.10 Altímetro

Tem um botão onde “taramos” o aparelho ou onde definimos o “zero”.

• Se “Altimeter Setting” = QFE → o altímetro indica a altura do avião a


partir do aeródromo
• Se “Altimeter Setting” = QNH → o altímetro indica a altitude do avião
(distância ao M.S.L.)
• Se “Altimeter Setting” = 1013 → o altímetro indica a distância a que o
avião está da isóbara 1013 hPa nas condições ISA (o nível de voo)

Quando os aviões passam a Transition Level, têm de calibrar o altímetro para


os 1013 hPa. Só assim é que estamos em FL (Flight Level).
Quando passam a Transition Altitude, tem de calibrar o altímetro para o QNH
do aeroporto.

Sempre que diminuímos o Altimeter Setting, a altitude diminui.


Sempre que aumentamos o Altimeter Setting, a altitude aumenta.

3.11 44ºCálculos de Altimetria

T .A.(aeródromo )
QNH = QFE +
27

A altitude indicada é inferior à real → medida de segurança


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TA = IA + (QNH − Alt .Set ) × 27 (IA − indicated altitude )


(TA − true altitude )

3.12 Fonte de Erro

Mesma área e mesma quantidade de partículas → pressão à superfície é igual


nas 3 colunas de ar, embora a temperatura seja diferente.

3.12.1.1 Regra dos 4%

A altitude verdadeira é 4% diferente da altitude indicada por cada 10ºC que a


temperatura exterior for diferente da temperatura ISA.

• TA= IA (1 + 0,004(OAT - ISA ))

IA
• TA= IA + × 4 × (OAT - ISA )
1000

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3.12.2 QNH e QFF

Alt
QNH = QFE + , para condições standard
27

Para aeródromos A.M.S.L.


• Se OAT = ISA ⇒ QFF = QNH
• Se OAT > ISA ⇒ QFF < QNH
• Se OAT < ISA ⇒ QFF > QNH

A relação é inversa para aeródromos acima do nível do mar

Para aeródromos B.M.S.L.


• Se OAT = ISA ⇒ QFF = QNH
• Se OAT > ISA ⇒ QFF > QNH
• Se OAT < ISA ⇒ QFF < QNH

A relação é directa para aeródromos abaixo do nível do mar

Para aeródromos M.S.L.


• QFE = QNH = QFF

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4 Movimento da Atmosfera
4.1 Vento

Componente horizontal do movimento do ar causado por diferenças de pressão:


desloca-se de zonas de maior pressão para menor pressão

4.2 Força do Gradiente da Pressão

∆P
FGP =
Distância

Para grandes distâncias entre isóbaras e sem nuvens

4.3 Tipos de Brisas

Ventos locais onde as partículas de ar percorrem pequenas dezenas de


quilómetros. Ocorrem em fronteiras entre água e terra

Durante o Dia:

• PM = PT
• T M = TT
• Não há GP ⇒ não há vento

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4.3.1 Brisa Marítima (Sea Breeze)

Durante o Dia:

• PM > PT
• T M < TT

Durante o dia, a temperatura em terra é superior à temperatura na água, o que


faz com que haja uma expansão das partículas sobre terra e as camadas se
expandam. Por conseguinte, camadas de diferentes pressões ficam lado a lado,
o que gera uma movimentação de ar (de terra para o mar – maior pressão para
menor pressão) e é gerado todo um movimento de ar.

Criam convecções significativas que dão origem a nuvens e às vezes nuvens


de trovoada

4.3.2 Brisa Terrestre (Land Breeze)

Durante a Noite:

• TM > TT
• PM < PT

Durante a noite passa-se o inverso.


A brisa marítima conceptualmente é mais forte que a brisa terrestre

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4.3.3 Brisa de Vale (Valley Breeze)

Durante o Dia:

Mais intensa no verão porque o aquecimento é maior

4.3.4 Brisa de Montanha (Mountain Breeze) ou Vento Catabático

Durante a Noite:

Este vento durante o Inverno pode ser muito forte e turbulento e pode forçar o
encerramento de aeroportos

4.4 Força de Coriolis

Partículas de ar que percorrem grandes distâncias e com trajectória


influenciada pela rotação da Terra. Estas trajectórias são curvas. Esta força é
sempre perpendicular à trajectória do vento

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FCO = 2.Ω.ρ.V .senφ

Ω - Velocidade angular da Terra


ρ - Densidade do ar
V – Velocidade do vento
θ - Latitude

• As partículas que vão do equador:


• Para o hemisfério Norte são deflectidas para a direita
• Para o hemisfério Sul são deflectidas para a esquerda
• No equador não existe esta força

H.N.

H.S.

(Simétrico)

4.5 Vento Geostrófico

Vento que existe em isóbaras rectas e que resulta do equilíbrio entre a Força
do Gradiente de Pressão e a Força de Coriolis. Este vento é o único que se vê
nas cartas.

H.N.

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H.S.

4.5.1 Lei de Buys-Ballot

Apenas para Ventos Geostróficos:

• No hemisfério norte, um observador de costas para o vento, tem as


pressões mais altas à sua direita e as pressões mais baixas à sua
esquerda.
• No hemisfério sul, um observador de costas para o vento, tem as
pressões mais altas à sua esquerda e as pressões mais baixas à sua
direita.

4.5.2 Intensidade do Vento Geostrófico

∆P 1
V = ×
Dist. 2Ωρ .senφ

• Para a mesma distância entre isóbaras, quanto menor for a latitude,


maior a intensidade do vento
• Nos Pólos, a intensidade do vento é inferior do que no equador

4.6 Vento Gradiente


4.6.1 Efeito da Curvatura das Isóbaras sobre o Vento

• Curvatura Ciclónica (A) – curva sobre a isóbara de valor mais baixo


(Baixas Pressões)
• Curvatura AntiCiclónica (B) – curva sobre a isóbara de valor mais alto
(Altas Pressões)

(A) (B)

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Fce − força centrífuga


V g − vento geostrófic o
VGrad .C . − vento de gradiente ciclónico
VGrad .A. − vento de gradiente anticiclónico

Para a mesma latitude e distância entre isóbaras nas baixas pressões:

• VGrad .C. < V g

Para a mesma latitude e distância entre isóbaras nas altas pressões, o vento é
mais forte do que nas baixas pressões:

• VGrad . A. > V g
• VGrad . A. > Vg > VGrad .C.

Conclusão: Uma curvatura ciclónica produz menos vento do que uma


curvatura anticiclónica

4.7 Vento à Superfície

H.N.

H.S.

Fa = QV

Fa − força de atrito
Q − coeficient e de atrito
V − velocidade do vento

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O vento à superfície é mais fraco que o vento geostrófico e roda no sentido das
baixas pressões. No hemisfério norte a rotação é para a esquerda e no
hemisfério sul a rotação é para a direita. Só existe este tipo de vento até aos
2000 Ft. Sobre o mar o atrito é menor, por isso a intensidade do vento aumenta.

4.7.1 Backing

Quando o vento altera a sua direcção no sentido contrário aos ponteiros do


relógio. Acontece no hemisfério norte quando diminuímos a altitude (abaixo dos
2.000ft)

4.7.2 Veering

Quando o vento altera a sua direcção no sentido dos ponteiros do relógio.


Acontece no hemisfério sul quando diminuímos a altitude (abaixo dos 2.000ft)

4.7.3 Tabelas

• Hemisfério Norte:

Mar Terra
Direcção DSup = Dg – 10º DSup = Dg – 30º
Intensidade ISup = 0,7 Ig ISup = 0,5 Ig

• Hemisfério Sul:

Mar Terra
Direcção DSup = Dg + 10º DSup = Dg + 30º
Intensidade ISup = 0,7 Ig ISup = 0,5 Ig

Sup – superfície
g – geostrófico

4.7.4 Trajectória das Partículas de Ar

Ciclones (Baixa Pressão – L):


• Faz uma espiral concêntrica
• O ar converge junto do chão e diverge em altitude
• As partículas sobem por convecção

Anticiclones (Alta Pressão – H):


• Faz uma espiral excêntrica
• O ar converge em altitude e diverge junto do chão

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• As partículas descem por subsidência

(L) (H)

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5 Humidade do Ar
Na atmosfera há sempre água a passar do estado gasoso para o líquido e vice-
versa. Para passar para o estado líquido tem de chorar com uma superfície
sólida.

Qualquer que seja a temperatura (excepto a 0 K) há sempre passagem do


estado líquido para o gasoso e vice-versa. Enquanto houver mais evaporação
do que condensação, o conteúdo de vapor de água continua a aumentar até
haver um equilíbrio entre estas transformações – atmosfera saturada.

Aumentando a temperatura, aumentamos a rácio de evaporação e diminuindo,


aumentamos o rácio de condensação.

5.1 Saturation Mixing Ratio

Quantidade de vapor de água (expresso em g/Kg) que é preciso colocar no ar


para que este fique saturado à pressão e temperatura a que está.

Quanto maior for a temperatura ambiente, maior terá de ser a quantidade de


vapor de água na atmosfera para a manter saturada. Abaixo de -40 ºC
considera-se que não há vapor de água na atmosfera.

5.2 Mixing Ratio

• Quantidade de vapor de água que o ar efectivamente tem


• Maior quantidade de vapor de água no equador
• Menor quantidade de vapor de água nas latitudes

Psicrómetro – Aparelho constituído por 2 termómetros que mede a humidade


do ar. Um (a seco) mede a temperatura do ar e o outro (molhado) mede a
temperatura do ar menos a energia necessária para evaporar a água

5.3 Humidade Relativa

Diferença entre Mixing Ratio e Saturation Mixing Ratio

M.R.
HR = × 100
S.M.R
T = 20 º C
M .R. = 3,5 g / Kg
S.M .R. = 14 g / Kg

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M.R. 3,5
HR = × 100 = × 100 = 25%
S.M .R 14

• Quanto mais próximos estivermos do mar, maior é a humidade relativa


• Num dia normal, temos uma humidade relativa máxima quando a
temperatura é mínima e vice-versa

5.4 Temperatura do Ponto de Orvalho (Dew Point Temperature)

Temperatura à qual o ar tem que descer, mantendo constante a razão de


mistura e a pressão atmosférica, para atingir a saturação.
É uma função da humidade do ar, só varia se mexermos na humidade do ar.

T = 20 º C
M .R. = 3,5 g / Kg
S.M .R. = 14 g / Kg
M .R. 3,5
HR = × 100 = × 100 = 25%
S.M .R 14

Td = 0º C
M .R. 3,5
HR = × 100 = × 100 = 100%
S.M .R 3,5

• Um ar com menor ponto de orvalho é um ar com menos vapor de água


• Quanto mais alto o ponto de orvalho, maior a humidade
• Sempre que a temperatura do ar atinge a temperatura do ponto de
orvalho, está eminente a formação de orvalho, nevoeiro ou nuvens

Td = Tw – (T – Tw)
Tw – temperatura do termómetro molhado

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6 Estabilidade da Atmosfera

• Atmosfera é instável se o movimento vertical ascendente das partículas


for espontâneo
• Atmosfera é estável se o movimento vertical ascendente das partículas
não for espontâneo

6.1 Environmental Lapse Rate (ELR)

Forma como a temperatura varia com a altitude na vertical do sítio onde


queremos saber a estabilidade da atmosfera

6.1.1 Factores de Referência

6.1.1.1 Dry Adiabatic Lapse Rate:

Para partículas não saturadas:


DALR = 10 ºC/Km = 3 ºC/1000 Ft

6.1.1.2 Saturated Adiabatic Lapse Rate:

Para partículas saturadas:


SALR = 6º C / Km = 1,8º C / 1000Ft
SALR – não tem valor constante. É tanto maior quando menor for a
temperatura de saturação

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Dois factores:
• Expansão adiabática
• Calor libertado pelas partículas

6.1.1.3 Ralação entre DALR e SALR:

ELR ≤ DALR ≤ SALR

• Se ELR < SALR ⇒ Atmosfera Absolutamente Estável

Atmosfera estável para ar seco e saturado (ambas as partículas descem).


Não há condições para a formação de nuvens de desenvolvimento
vertical.

• Se SALR < ELR < DALR ⇒ Atmosfera Condicionalmente Instável

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Atmosfera estável para ar seco (partículas descem) e instável para ar


saturado (partículas sobem na atmosfera)

• Se ELR > DALR ⇒ Atmosfera Absolutamente Instável

Atmosfera instável para ar seco e saturado (ambas as partículas sobem na


atmosfera).
Nuvens de desenvolvimento vertical formam-se nestas condições.

6.1.1.4 Temperatura do Ponto de Orvalho

A temperatura do Ponto de Orvalho diminui 1,5 ºC/Km

6.2 Altura da Base das Nuvens Convectivas

h = (T − Td ) × 400Ft

T – Temperatura Ambiente
Td – Temperatura do Ponto de Orvalho

• Dentro das nuvens o ar está mais quente do que no exterior porque há


libertação de calor por calor latente nas partículas
• A nuvem forma-se verticalmente até a temperatura interior da nuvem ser
igual à temperatura da atmosfera

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7 Nuvens
7.1 Núcleos de Condensação

Partículas sólidas na atmosfera (ex: sal do mar, fumo, pólen, poeiras, etc)
responsáveis pela passagem de estado físico da água.

Apenas para temperaturas abaixo de -40 ºC é que se considera que uma


nuvem deixa de ter água no estado líquido ou gasoso. É constituída por micro-
cristais de água.

7.2 Tipos de Nuvens

Cumuliformes (conectivas)
• Formam-se em atmosferas instáveis
• Contornos bem definidos
• Desenvolvimento vertical
• Turbulência interna significativa
• Formação de gelo vítreo (clear) na estrutura dos aviões
• Gotas de precipitação grandes
• Precipitação sob a forma de aguaceiros (showers)

Estratiformes
• Formam-se em atmosferas estáveis
• Contornos mal definidos
• Desenvolvimento horizontal
• Sem turbulência interna significativa
• Formação de gelo opaco (rime) na estrutura dos aviões
• Gota de precipitação pequenas
• Precipitação continua

Cirreiformes
• Existem apenas na alta troposfera
• Exclusivamente constituídas por micro-cristais de gelo
• Não formam gelo na estrutura dos aviões
• Sem turbulência interna
• Precipitação sob a forma de virga (fallstrakes) – precipitação que
evapora antes de chegar ao chão

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7.3 Classificação de Nuvens

Classificam-se em Andares ou Famílias

Em altas temperaturas os valores das altitudes sobem e a baixas temperaturas


descem

7.3.1 Classificação em Género

7.3.1.1 Nuvens Baixas

Causam grandes problemas aeronáuticos

• Stratus (St) – reduzem a visibilidade vertical e horizontal


• Stratocumulus (Sc) – raramente dão precipitação – reduzem a
visibilidade para a superfície
• Nimbostratus (Ns) – originam chuva forte contínua e gelo
• Cumulus (Cu) – nuvens convectivas com grande turbulência e possível
precipitação forte/formação de gelo
• Towering Cumulus (Congestus)
• Cumulonimbus (Cb) – única nuvem que origina trovoada e pedras
grandes de gelo (saraiva), violentas correntes
ascendentes/descendentes, violenta turbulência
• Calvus (ainda em crescimento)
• Capillatus (quando chegam à Tropopausa formam uma bigorna)

Nimbostratus são das nuvens que mais gelo produzem (Freezing Rain – gotas
a temperatura negativa que congelam ao tocarem numa superfície)

Mammatus acontecem na base da bigorna dos Cumulonimbus e são


micropartículas de gelo em queda na atmosfera

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7.3.1.2 Nuvens Médias

Provocam no pior das hipóteses turbulência moderada

• Altocumulus (Ac)
• Castellanus – desenvolvimento vertical significativo
• Lenticularis – em zonas montanhosas e podem propagar-se muito
para além disso
• Altostratus (As) – nuvens pouco densas que dão chuva contínua fraca

7.3.1.3 Nuvens Altas

Constituídas por microcristais de gelo, não interfere com o funcionamento do


avião

• Cirrostratus (Cs) – halos


• Cirrocumulus (Cc) – mesmo aspecto dos altocumulus, mas mais altos
• Cirrus (Ci)

7.4 Formação de Precipitação


7.4.1 Processo de Colisão e Coalescência

• Pequenas gotas colidem umas com as outras e dão origem a gotas


maiores
• Processo muito lento
• Dá-se em nuvens quentes
• Tipo de precipitação provocado: chuvisco (drizzle)

7.4.2 Processo do Cristal de Gelo ou Bergeron-Findeisen

• Dá-se em nuvens frias


• Cristais sugam a humidade do ar e baixam a humidade relativa
• Formação de gelo de grande diâmetro

Freezing Rain – gotas a temperatura negativa que congelam ao tocarem numa


superfície
Ice Palate são gotas de água líquida a temperatura negativa em congelação

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7.5 Tipos de Nevoeiro


7.5.1 Nevoeiro de Radiação

• Forma-se sobre os continentes


• Em noites de grande arrefecimento
• Com céu limpo
• Vento fraco

7.5.2 Nevoeiro de Advecção

• Forma-se quer sobre o mar, quer sobre terra


• Ocorre de dia e de noite
• Em qualquer altura do ano
• Existência de vento moderado
• Ar húmido desloca-se sobre uma superfície cada vez mais fria

7.5.3 Nevoeiro de Vale

• Forma-se nos vales


• Ocorre durante a noite
• Ar húmido desce para o vale, arrefece e condensa

7.5.4 Nevoeiro de Vapor (Steam Fog)

• Ocorre sobre água e florestas tropicais húmidas


• Ar frio pára ou desloca-se lentamente sobre água que esteja mais
quente do que o ar

North Sea Fog – ocorre no Mar do Norte


Arctic Smoke – ocorre no Mar Árctico (entre a Escandinávia)

7.5.5 Nevoeiro Orográfico

• Ocorre quando um ar estável e húmido sobe uma montanha

7.5.6 Nevoeiro Frontal ou de Precipitação

• Forma-se à frente de uma frente quente


• Evaporação e posterior recondensação da precipitação que cai da frente
quente

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8 Funcionamento da Atmosfera
8.1 Massas de Ar

Massa de Ar – grande volume da atmosfera com características mais ou


menos homogéneas no que diz respeito à distribuição horizontal da
temperatura e da humidade.

Forma-se quando milhões de quilómetros cúbicos param ou andam lentamente


sobre uma superfície terrestre (mar ou terra) que tenha uma homogeneidade
térmica. Favorável formação em zonas Anti-Ciclónicas.

8.1.1 Zonas de Massas de Ar (Em Latitudes Médias)

• Pólos – massa de ar Árctica (A)


• Perto dos Círculos Polares – massa de ar Polar (P)
• Perto dos Trópicos – (zonas desérticas durante o verão e correntes
marítimas quentes sempre) – massa de ar Tropical (T)
• Perto do Equador – (massa de ar simultaneamente quente e húmido
com maior potencial energético da Terra) – massa de ar Equatorial (E)

As massas de ar Polares e Marítimas dividem-se em:


• Marítimas (m) – Pm e Tm
• Continentais (c) – Pc e Tc

• As massas de ar Equatoriais praticamente não se movimentam


• As massas de ar Polares movem-se de Este para Oeste

8.1.1.1 Massa de Ar Polar Marítima

Na zona da Gronelândia, Terra Nova e Islândia:


• O ar é frio mas a temperaturas positivas
• Há formação de nevoeiro, Stratus e chuviscos
• Baixas pressões locais agarram na massa de ar e arrastam-na em
direcção à Europa
• Como a temperatura da água aumenta à medida que se deslocam para
a Europa, as massas sobem, ganham humidade e produzem
cumulonimbus
• Aspecto típico – zona de nuvens “marteladas”
• Fora das zonas de precipitação e de nuvens, é a massa de ar que
melhor visibilidade produz (sobre a Europa)

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8.1.1.2 Massa de Ar Tropical Marítima

• Forma-se sobre a corrente quente do Atlântico Norte


• Massa de ar muito quente e muito húmida
• Potencial de instabilidade enorme, com grande tendência a subir
• O anti-ciclone dos Açores cria uma grande subsidência, que não deixa a
massa de ar subir
• Criam ciclones tropicais na periferia do anti-ciclone dos Açores (apenas
no Verão)
• Na Europa provoca nevoeiro, chuviscos, Stratus
• Durante o verão pode dar nevoeiro de manhã e de tarde trovoada,
desde que em altitude exista baixa pressão “Cold Air Pool”
• Gera má visibilidade

Cold Air Pool – baixa pressão fria em altitude que pode não se ver em altitude

8.1.1.3 Massa de Ar Polar Continental

• Relacionada com o Anti-Ciclone da Sibéria


• Forma-se sobre os continentes
• Só ocorre durante o Inverno
• Todo o vapor de água na atmosfera passa a gelo
• O ar é seco, completamente estável e frio
• Não há formação de nuvens
• Dias mais frios do ano, com vento fraco de Leste
• Gera muito boa visibilidade e uma excelente performance aos aviões

8.1.1.4 Massa de Ar Tropical Continental

• Só ocorre no Verão
• Forma-se sobre a zona do deserto
• O deserto aquece muito, durante a noite a camada de areia do deserto
que aqueceu, aquece o ar
• Massa de ar mais quente que existe
• Completamente seca, muito quente, muito turbulenta e suja
• Não produz nuvens porque não há vapor de água
• Levanta a poeira do chão, por isso produz má visibilidade vertical
• Dias mais quentes do ano

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8.1.2 Zonas de Choque

(Ver Anexo 1)

• Uma frente é uma zona de choque. Se não há choques, não há


frentes
• Só há sistemas frontais relacionados com baixas pressões

8.1.2.1 Frente Fria

O ar frio ao se deslocar empurra o ar quente que passa por cima do ar frio (por
ser menos denso). O ar quente como é muito húmido, ao subir origina nuvens
de desenvolvimento vertical (Cu e Cb) com aguaceiros/trovoada. Conforme nos
aproximamos do inicio da frente fria menor a pressão. Declive = 1/80 (INAC)
Nas cartas são simbolizadas por linhas com triângulos. Em cartas a cores,
estão identificadas a azul.

Gestair 40
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8.1.2.2 Frente Quente

O ar quente ao se deslocar empurra o ar frio, ao mesmo tempo que sobe por


cima dele. Origina nuvens de desenvolvimento horizontal (St, Ns, As, Cs e Ci)
com precipitação contínua e nevoeiro. Conforme nos aproximamos do inicio da
frente quente, menor a pressão. Declive = 1/150 (INAC)
Nas cartas são simbolizadas por linhas com semi-círculos. Em cartas a cores,
estão identificadas a vermelho.

• O sistema desloca-se em direcção paralela às isóbaras do Sector


Quente
• A pressão do ar diminui antes da passagem da frente quente e aumenta
depois da sua passagem, na frente fria
• O vento desloca-se sempre no sentido dos ponteiros do relógio (veer) à
passagem de uma frente
• A temperatura do ar aumenta antes da passagem da frente quente e
diminui depois da sua passagem, na frente fria
• O ponto de orvalho do ar aumenta antes da passagem da frente
quente, é alto no Sector Quente e diminui depois da sua passagem, na
frente fria
• A visibilidade do ar diminui antes da passagem da frente quente,
mantém-se má no Sector Quente e aumenta depois da sua passagem,
na frente fria
Gestair 41
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No Sector Quente:
• No Inverno origina St e Sc
• No Verão origina Fair Weather Cumulus

8.1.2.3 Choque de Frentes

A frente fria anda ao dobro da velocidade da frente quente

8.1.2.3.1 Oclusão Fria

• Ocorre quando o ar polar marítimo (menos frio) à frente da frente fria


sobe para cima do ar polar marítimo (mais frio) atrás da frente fria
• As nuvens da frente fria e quente misturam-se

Simbologia usada nas cartas:

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8.1.2.4 Oclusão Quente

• Ocorre quando o ar polar marítimo (menos frio) atrás da frente fria sobe
para cima do ar polar marítimo (mais frio) à frente da frente fria
• As nuvens da frente fria e quente misturam-se

Simbologia usada nas cartas:

Tanto num caso como no outro, precedem o fim das duas frentes.
Quanto maior for o contraste térmico entre duas massas de ar, maior será a
agressividade da fronteira, ou seja, mais activas são as frentes.

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9 Meteorologia Tropical
9.1 Circulação Geral da Atmosfera

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9.2 Zona Intertropical de Convergência (ITCZ)

• Zona de convergência dos trade winds (NE e SE)


• Zona de permanente ocorrência de cumulonimbus

Variação da Zona Intertropical de Convergência durante o ano:

9.3 Monção

• Alteração da circulação dos alísios


• Os ventos vindos do HN ao passarem o equador passam a ser
influenciados pela força de Coriolis que actua no HS, que é contrária à
do HN. No HN a força de Coriolis roda as partículas para a esquerda e
no HS para a direita

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Em Janeiro:
• Não há precipitação na Índia (zona em regime de Trade Wings ou para
INAC – monção de Nordeste)
• Entre o Sul de África e a Austrália há uma zona de maior precipitação,
onde os alísios de Sudeste encontram a monção de Noroeste
• Na costa ocidental de África a Zona Intertropical de Convergência está
entre os 0º e os 7º INAC

Em Julho:
• Zona Intertropical de Convergência no HN
• Zona desde o Oeste do Pacífico até ao Oeste de África em regime de
monção de Sudoeste
• Na índia, a época de maior precipitação coincide com a época mais
quente do ano (a monção de sudeste traz ar húmido do mar)
• Na costa ocidental de África a Zona Intertropical de Convergência está
entre os 15º e os 20º, perto de Dakar INAC
• Na zona do “Corno de África” não há precipitação porque o ar vem do
continente e é seco

No Período de Primavera e Outono:


• Na África Equatorial chove durante o ano todo, com dois períodos de
maior precipitação que coincidem nestas épocas (ex. Nairobi no
Quénia)

9.4 Trade Winds

• Ventos de superfície
• Constantes (intensidade constante)
• Permanentes (existem durante todo o ano)
• Mais fáceis de identificar sobre o mar
• Sopram dos anti-ciclones subtropicais em direcção ao equador
• No HN sopram de Nordeste (NE)
• No HS sopram de Sudeste (SE)

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9.4.1 Alterações nos Trade Winds

Verão/Outono:
• Temperaturas das águas do mar mais altas na zona do anti-ciclone dos
Açores (não variam do dia para a noite)
• Mares quentes transferem vapor de água e calor para a atmosfera e
originam cumulonimbus e trovoadas
• Formação de Easterly Waves ou Tropical Waves – perturbação no
campo da pressão atmosférica provocada na circulação dos alísios pelo
desenvolvimento de cumulonimbus sobre o mar (criam-se baixas
pressões locais por baixo dos cumulonimbus na periferia de anti-ciclones)

Quando os cumulonimbus passam por águas cada vez mais quentes,


começam a rodar e a organizar-se, dando origem a:
• Tropical Depression – Velocidade do vento < 34 kt
• Tropical Storm – velocidade do vento ≥ 34 kt
• Tropical Cyclone – velocidade do vento ≥ 64 kt

9.5 Ciclones Tropicais

• Os ciclones precisam de calor e humidade para se desenvolverem


• Formam-se sobre águas com temperaturas acima de 27ºC
• Quando entram em terra ou em águas frias desactivam-se
• A zona com maior número e intensidade de ciclones tropicais é o
Sudeste Asiático
• Ocorrem nos períodos quentes locais (Verão/Outono)
• No equador não ocorrem ciclones tropicais porque não existe Forca de
Coriolis no equador
• No Pacífico Sudeste e Atlântico Sul não ocorrem ciclones tropicais
porque a temperatura da água não é suficientemente quente

9.5.1 Tipos de Ciclones Tropicais

• Typhoon – afectam o Sudeste Asiático


• Hurricane – afectam a costa da América

9.5.2 Estrutura

• Espirais de cumulonimbus a rodar


• Eyewall – parede de maior actividade ciclónica
• Eye – zona de subsidência dos cumulonimbus, sem nuvens e com ar
quente
• Camada de cirrus por cima dos cumulonimbus

Quanto maior for a pressão no centro, maior a velocidade do vento

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10 Ventos Mundiais
10.1 Vento Catabático Quente

• Ocorre durante todo o ano


• Há uma forte precipitação na encosta em que o vento sopra e baixa
precipitação na encosta oposta
• A humidade relativa do ar tem uma relação inversa com a temperatura.
Na encosta donde o vento sopra há uma grande humidade do ar e
baixas temperaturas e na encosta oposta passa-se o contrário

Localização:
• Nos Alpes é conhecido como Foehn, ocorre na encosta Sul se o vento
estiver a soprar de Norte (ocorre precipitação na encosta Norte), e
ocorre na encosta Norte se o vento soprar de Sul (ocorre precipitação na
encosta Sul)
• Nas Rocky Mountains (costa Oeste dos E.U.A.) é conhecido como
Chinook

10.2 Vento Catabático Frio

• Ocorre apenas no Inverno


• Ar Polar Continental (seco e frio) sobe uma montanha
• Ao descer arrefece ainda mais quando chega aos vales
• Origina vento muito frio e violento

Localização:
• No Sul de França é conhecido como Mistral
• No Mar Adriático (Balcãs) é conhecido como Bora

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10.3 Vento do Deserto

• Ocorre apenas no Verão


• Vento quente, seco e sujo
• Baixa pressão
• Vento proveniente do deserto para o Norte de África e depois para a
Europa

Localização:
• Na Líbia é conhecido como Ghybli
• No Egipto é conhecido como Kamshin

• Vento proveniente do deserto para a zona entre o Golfo da Guiné e


Canárias conhecido como Harmatão
• Ocorre apenas no Inverno
• Vento seco, sujo e não tão quente

• No Sul da Argentina é conhecido como Pampero


• Ocorre no Inverno da América do Sul
• Vento de Sudoeste, forte, com rajadas, acompanhado por cumulonimbus,
aguaceiros e trovoadas

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11 Fases de Formação de Cumulonimbus


O que caracteriza as fazes são as correntes na base da nuvem

11.1 Cumulus Stage (Initial ou Building)

• Correntes de ar ascendentes
• Aumento térmico e da turbulência da nuvem
• Formação de gelo

11.2 Fase de Maturação

• Formam-se correntes descendentes de ar frio provocadas pela queda de


gelo
• Quando a corrente descendente de ar frio é muito forte, esta pode
afastar-se até várias dezenas quilómetros da nuvem – Gust Front –
produz wind shear
• Se esta corrente descendente for pouco larga/muito concentrada (até 4
Km de diâmetro), produz vento com muita velocidade durante 1-5
minutos – Microburst. Só ocorre por baixo da nuvem. A corrente de ar
chega primeiro ao chão do que a precipitação
• Formação de trovoada

11.2.1 Trovoada

• Diferença de potencial eléctrico entre o topo e a base da nuvem


• Forma-se um tubo com cerca de 8m de diâmetro por onde as cargas se
movimentam
• O ar aquece entre 10.000ºC a 20.000ºC
• Devido ao calor do relâmpago o ar ioniza

11.2.1.1 Efeitos no Avião

• Os aviões metálicos conduzem bem a electricidade e os passageiros


não sentem a electricidade
• Alguns materiais de menor condutividade eléctrica podem derreter
• Os motores podem arder
• Os aviónicos são seriamente afectados
• Remagnetização das bússolas
• Avaria nos rádios

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11.3 Fase de Dissipassão

• Quando na base da nuvem já só há correntes descendentes


• A base da nuvem vai-se dissipando e dando origem a precipitação

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12 Turbulência
Correntes ascendentes e descendentes que produzem vento

12.1 Escala de Turbulência

• Turbulência Fraca [1] – sente-se no avião mas não perturba


• Turbulência Moderada [2] – perturba os comandos do avião mas nunca
o deixa sob controlo
• Turbulência Severa [3] – o avião fica, pelo menos momentaneamente,
fora de controlo

12.2 Turbulência Térmica ou Convectiva

• Ocorre sobre os continentes


• Essencialmente no Verão
• Em dias de grande aquecimento superficial
• Áreas adjacentes a temperaturas diferentes
• Quanto maior for o aquecimento, maior a turbulência

12.3 Turbulência Mecânica

• Turbulência provocada por obstáculos


• Só existe a jusante do obstáculo
• Depende mais das condições atmosféricas do que do tamanho do
obstáculo – quanto mais forte for o vento, mais turbulência causa
• Faz-se sentir a uma distância dezenas de vezes maior do que o
tamanho do obstáculo
• Em situação de vento muito forte, o próprio chão origina turbulência

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12.4 Turbulência Orográfica

• O ar não fica turbulento, apesar de nos aviões causar turbulência


• Só existe em atmosferas estáveis
• O vento à superfície tem de ter pelo menos 10 kt ou 20 kt
• O vento tem de aumentar de intensidade em altitude
• Tem de soprar perpendicularmente à montanha
• Só é vista quando nas cristas das ondas se formam Altocumulus
Lenticularis
• Quanto mais perto do topo da montanha, maior a intensidade da
turbulência
• Se um avião atravessar perpendicularmente, a turbulência não se faz
sentir
• Se voar na direcção da turbulência, sofre oscilações

12.5 C.A.T. (Clear Air Turbulence)

• Turbulência de grande altitude


• Produzida por alterações rápidas na direcção ou intensidade do vento
em altitude
• Associada a correntes de jacto

Nas cartas são identificadas por linhas a tracejado


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13 Jet Stream

• São permanentes na atmosfera


• Velocidade do vento superior a 60 kt
• Mais activas no Inverno do que no Verão
• No Inverno, no HN descem e no HS sobem
• No Verão, no HN sobem e no HS descem
• Polar Front Jet Stream e Subtropical Jet Stream são permanentes
• Equatorial or Tropical Jet Stream é sazonal (só existe no HN durante
o Verão) – nos 15N, da costa Oeste do Pacífico para a costa Oeste de
África (desloca-se no sentido inverso das outras)
• Arctic Jet Stream é sazonal (só existe no HN durante o Inverno)

13.1 Vista de Perfil das Jet Streams

Isotáxicas – linhas que unem pontos de igual velocidade do vento

• A altura (distância) entre linhas isotáxicas mede-se em milhas náuticas


ou dezenas de milhas náuticas
• A largura mede-se em centenas de milhas náuticas

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• O comprimento é em milhares de milhas náuticas

Altura/Largura/Comprimento
1 / 100 / 1000

13.2 Polar Front Jet Stream

Associada à frente polar

A corrente de Jacto Polar passa no pondo onde as frentes frias e quentes se


interceptam

• No HN a área de C.A.T. está deslocada a zona de ar Polar Marítimo, ou


seja, para o Pólo Norte
• No HS a área de C.A.T. está deslocada a zona de ar Polar Marítimo, ou
seja, para o Pólo Sul
• No geral, a área de C.A.T. desloca-se sempre mais para a zona de ar
frio
• A área de C.A.T. é sempre maior debaixo da Jet Stream do que por cima
• Temperaturas mais altas à direita e mais baixas à esquerda ⇒ abaixo
do jacto
• Temperaturas mais baixas à direita e mais altas à esquerda ⇒ acima
do jacto

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• A entrada numa Jet Stream deve ser feita lateralmente e na zona de ar


quente
• Um avião que esteja a voar no HN, que atravesse perpendicularmente
sob um Jet Stream e que vá de uma zona de ar frio para ar mais quente,
tem o vento a soprar da direita para a esquerda

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14 Formação de Gelo nos Aviões


Informação sobre formação de gelo nas Sigmet’s ou em Significant Weather
Charts

14.1 Gelo Induzido

• Dentro dos sistemas por descompressão por efeito de Venturi


• Dentro do Tubo de Pitot
• Provoca incorrecções de leitura nos manómetros
• Dentro do carburador
• A vaporização do combustível provoca arrefecimento
• A ocorrência de gelo no carburador pode mesmo acontecer a
temperaturas exteriores positivas

14.2 Gelo Estrutural (Airframe Ice)

• O problema de formação de gelo dá-se nas subidas e descidas


• Dentro das nuvens, a temperaturas negativas, quanto mais perto de 0ºC,
maior a probabilidade de formação de gelo
• A temperaturas positivas dentro de uma nuvem não há risco de
formação de gelo
• Entre os 0ºC e os -15ºC o risco é moderado ou severo
• Entre os -15ºC e os -40ºC o risco é mínimo
• A partir de -40ºC não há água no estado líquido, logo não há risco de
formação de gelo

14.2.1 Geada (Hoar Frost)

• Essencialmente à superfície terrestre


• Em noites de grande arrefecimento
• Descidas rápidas de grandes altitudes para altitudes mais baixas
enquanto o avião não aquece

14.2.2 Vítreo (Clear Ice)

• Só se formam com água líquida a temperaturas negativas (Super Cooled


Water)
• Em nuvens cumuliformes ou precipitação por condensação lenta de
gotas grandes
• Tem um elevado peso
• Grande aderência estrutural
• Difícil de remover
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14.2.3 Opaco (Rime Ice)

• Só se formam com água líquida a temperaturas negativas (Super Cooled


Water)
• Em nuvens estratiformes ou na parte dos cumulonimbus com
temperatura inferior a -20ºC por congelação rápida de gotas pequenas
• Gotas pequenas, que facilmente congelam
• Muito volumoso
• Adere menos à estrutura do avião
• Fácil de remover

14.2.4 Misto (Mixed Ice)

• Só se formam com água líquida a temperaturas negativas (Super Cooled


Water)
• Em nuvens estratiformes sobre montanhas
• Gotas pequenas e grandes

14.3 Sistemas de Prevenção/Remoção de Gelo

• Anti-Ice – para prevenção – mais eficazes com gelo vítreo do que com
opaco
• De-Ice – para remoção – mais eficazes com gelo vítreo do que com gelo
opaco

14.4 Escala de Formação de Gelo

• Leve – em situações prolongadas causa problemas, mas a utilização


prévia de sistemas de/anti-ice resolve o problema
• Moderada – ao fim de 5 minutos temos graves problemas e necessidade
de utilização de sistemas de/anti-ice – diversion is necessary
• Severa – ao fim de um minuto temos graves problemas, e os sistemas
de remoção de gelo não têm capacidade – immediate diversion is
necessary

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15 Códigos
15.1 METAR

• Código regular em espaços de tempo constantes


• Reportam observações

15.2 SPECI

• Igual ao METAR
• Quando determinadas condições meteorológicas ocorrerem no
aeródromo
• Reportam observações

Todo o que é válido para os METAR é válido para os SPECI

15.2.1 Constituição de um METAR

(Ver Anexo 2)

METAR LPPT 051230Z (AUTO) 23012KT 6000 R25/0800 RA* NU* T* QNH*

Informação Obrigatória:
• 051230Z – dia/hora/minutos
• AUTO – feita de forma automática (só aparece se tiver sido feita
automaticamente)
• 23012KT – vento em graus verdadeiros em relação ao Norte verdadeiro
• Mede-se entre 8m e 10m acima do chão
• 230 representa a direcção média arredondada para a dezena mais
próxima, 12 representa a intensidade média
• São valores médios de há 10 minutos
• Se a direcção média variar entre 60º e 180º – 170V300
• Se for em knots aparece KT, se for em metros por segundo aparece
MPS (1m/s = 2kt)
• Se o vento for calmo (intensidade inferior a 1kt), é expresso como
00000KT
• Se a intensidade do vento for superior a 99kt ou 49m/s – 230P99KT
ou 230P46MPS
• A direcção do vento pode ser variável – VRB02KT
• O vento está a soprar com rajadas quando existir uma diferença
igual ou superior a 10kt em relação ao vento médio – 23012G25KT
• Quando o anemómetro (aparelho que mede o vento) está
indisponível – / / / / /KT

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• 6000 - Visibilidade Predominante ou Prevalecente


• Medida a 2m do chão perto da torre
• Em 360º
• Visibilidade mínima em pelo menos 180º
• Visibilidade igual ou superior a 10km – 9999
• Se houver um ou mais sectores em que a visibilidade mínima seja
inferior a 1500m ou igual ou inferior a metade da prevalecente –
0500NE – onde 0500 representa a visibilidade em metros e NE
(Nordeste) o octante
• Se for impossível medir a prevalecente, só vem a mínima – 0500NE
• R25/0800N/U/D – RVR (runway visual range) – equipamento que mede
a distância até à qual se consegue ver as marcas ou luzes de pista e é
colocado ao lado e a 2m da pista
• Só vem codificado se a visibilidade mínima, prevalecente ou o
próprio RVR for igual ou inferior a 1500m (basta uma)
• É o valor do touchdown point visto a 5m de altura do chão
• 25 é a pista
• 0800 é a média dos 10 minutos
• N – o RVR não variou nos segundos 5 minutos
• U – o RVR aumentou nos segundos 5 minutos
• D – o RVR diminuiu nos segundos 5 minutos
• Outra forma de codificação – R25/0200V1300N/U/D – variou entre
200 e 1300
• RVR mínimo – R25/M0050 – o RVR é inferior a 50m
• RVR máximo – R25/P1500 – o RVR é superior a 1500m
• Numa situação de nevoeiro homogéneo o RVR é maior do que a
visibilidade meteorológica
• NDV – no directional variation – se for feito automaticamente
• RA* – Tempo Presente
• Intensidade (só para precipitação)
• Light – precedida por “ – “ – –RA
• Moderate – RA
• Heavy – precedida por “+” – +RA (pode ser utilizado noutros
fenómenos)
• Na vizinhança do aeródromo (até uma distância de 8km do
aeródromo) – VC
• Descritores
• MI – shallow fog – nevoeiro que não sobe a mais de 2m do chão
• BC – fog patches – o nevoeiro não é homogéneo
• PR – partial fog – nevoeiro cobre parte do aeródromo
• DR – low drifting – a neve, poeira ou areia estão a ser levantadas
do chão mas não excedem 2m de altura do chão
• BL – blowing – a neve, poeira ou areia estão a ser levantadas do
chão e excedem 2m de altura do chão
• SH – showers – precipitação com grande variação de intensidade

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• TS – thunderstorms – único descritor que pode aparecer sozinho.


Se acompanhado por precipitação, é acrescentado o tipo de
precipitação
• FZ – freezing – líquido mas a temperaturas negativas
• Fenómenos de Precipitação
• DZ – drizzle (chuvisco) – diâmetro < 0,5 mm
• RA – rain – diâmetro ≥ 0,5 mm
• SN – snow
• SG – snow grains (grãos de neve)
• IC – ice cristals (diamond dust) – microcristais de gelo que só
ocorrem a temperaturas muito negativas
• PL – ice pellets – gotas de chuva congeladas (em altitude há
freezing rain)
• GR – hail (saraiva) – diâmetro ≥ 0,5 mm
• GS – small hail or snow pellets (granizo) - diâmetro < 5mm
• Fenómenos de Obscuração
• BR – Mist – neblina; visibilidade superior a 1km e inferior a 5km
• FG – Fog – visibilidade inferior a 1km
• FU – Smoke
• DU – Dust – poeira levantada do chão pelo vento
• SA – Sand
• HZ – Haze – bruma, o ar fica com um aspecto acastanhado
• PY – Spray – ocorre perto do mar
• VA – Volcanic Ash
• Outros Fenómenos
• PO – Dust/sand whirls – remoinhos, ocorrem em céu limpo devido
ao aquecimento do ar
• SQ – Squall Line – linha organizada de cumulonimbus
• FC – Funnel Cloud – tornados e trombas de água (só há sob
cumulonimbus)
• SS – Sandstorm
• DS – Dust Storm – tempestade de poeira
• NU* – Nuvens
• Quantidade de Nuvens
• 1/8 a 2/8 – FEW (não há tecto)
• 3/8 a 4/8 – SCT (não há tecto)
• 5/8 a 7/8 – BKN
• 8/8 – OVC
• Altura do tecto (camada mais baixa de nuvens que por si só cobre
mais de metade do céu) até ao aeródromo
• 020CB
• 025TCU (towering cumulus)
• Céu Obscurecido – o tecto não é visível devido a um fenómeno
meteorológico
• VV001 – visibilidade vertical até 100ft
• VV000 – visibilidade vertical inferior a 100ft
• VV / / / – visibilidade vertical indisponível

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• CAVOK – utilizada quando 4 condições meteorológicas estão


reunidas. Substitui todas estas condições e o RVR
• Vis ≥ 10km
• Não haver tempo significativo
• Não haver CB (ou TCU)
• Não haver nuvens abaixo de 5000ft ou abaixo do sector mínimo
mais alto do aeródromo
• Se a visibilidade for inferior a 10km, não se pode codificar CAVOK.
Escreve-se por exemplo 8000 NSC (no significant clouds), onde
abaixo dos 8000km não há nuvens significantes
• T* – Temperatura do Ar e Temperatura do Ponto de Orvalho
• 4 dígitos: 2 para cada
• De 0,1 a 0,4 arredonda-se para baixo e de 0,5 a 0,9 para cima
• M – minus
• 0,2ºC → 00
• -0,4ºC → M00
• QNH*
• Se começar por Q – em hectopascais inteiros
• Se começar por A – em polegadas de mercúrio

Informação Suplementar:
• RE – Fenómenos Recentes – o fenómeno aconteceu antes da
elaboração do METAR ou era mais forte do que na altura em que se
elaborou o METAR
• RERA – recent rain
• RETS – recent thunderstorm
• RESN – recent snow
• Etc
• WS – Condições de Wind Shear – alterações rápidas na direcção e
intensidade do vento
• WS RWY03 – wind shear na pista 03 (para INAC)
• WS R03 – wind shear na pista 03 (nova codificação)
• WS ALLRWY – wind shear em todas as pistas
• WS ALLR – wind shear em todas as pistas
• Estado de Contaminação na Pista (ver ficheiro Snowtam METAR)
• 8 dígitos:
• O 1º e 2º dígito correspondem à pista
• R25 – pista da esquerda é o próprio número (para INAC)
• R25L (nova codificação)
• R75 – pista da direita é o número + 50 (para INAC)
• R25R (nova codificação)
• R88 – informação aplicada a todas as pistas
• R99 – o reporte anterior é repetido
• O 3º dígito corresponde ao tipo de contaminação
• O 4º dígito corresponde à percentagem da pista contaminada
• O 5º e o 6º dígito correspondem à espessura dos depósitos
• O 7º e 8º dígito correspondem às condições de travagem

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• Se os 4 dígitos do meio forem substituídos por CLRD significa que a


contaminação desapareceu ou foi limpa
• Se aparecer SNOCLO significa que o aeroporto está fechado devido
a neve
• Se aparecer ///// significa que o reporte não foi actualizado
• Trend Forcast – só faz previsões para vento, visibilidade, tempo
significativo previsto e nuvens – válido para 2h após o METAR
• NOSIG – no significant – não se prevê alterações significativas nas
próximas 2h
• TEMPO – flutuação sistemática prevista nas próximas 2h entre a
previsão do METAR e o que diz a seguir à palavra TEMPO
• BECMG – becoming – previsto nas próximas 2h que as condições no
METAR se alterem definitivamente para o que diz à palavra BECMG
• NSW – no significant weather – o elemento de tempo presente no
METAR está previsto desaparecer
• TL – till – “previsto até” seguido de 4 dígitos que indicam a hora
• FM – from – “previsto a partir de” seguido de 4 dígitos que indicam a
hora
• AT – at – “previsto às” seguido de 4 dígitos que indicam a hora

15.3 TAF

• Previsão do aeródromo
• Período de previsão de máximo de 30h (dantes 24h INAC)
• Renovado de 6h em 6h
• Só há previsão de vento, visibilidade prevalecente, tempo previsto e
nuvens (todas as regras do METAR aplicam-se ao TAF)
• Grupos de Alteração
• TEMPO – flutuação entre condições meteorológicas que não pode
ocupar mais de metade do período e cada ocorrência tem de ser
inferior a 1h
• PROB40 – até 40% de probabilidade de ocorrência
• PROB30 – até 30% de probabilidade de ocorrência
• Se não aparecer a probabilidade de ocorrência, o máximo é 50%
• BECMG – período de transição (transição lenta ou repentina dentro
do período de tempo, em que as novas condições meteorológicas só
são definitivas a partir da hora final)
• Se um BECMG não tiver um ou mais parâmetros é porque estes não
se alteraram. Procuramos no BECMG anterior, sucessivamente até
ao primeiro grupo, nunca nos TEMPO’s
• Previsão Predominante – diz respeito aos BECMG’s
• Previsão mais baixa ou mais alta – diz respeito aos TEMPO’s
• FM – From
• Mesmo significado do BECMG
• Apenas num período máximo de 1h
• Repetições de grupos sempre presentes

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• TX – temperatura máxima prevista seguida do grupo horário


• TN – temperatura mínima prevista seguida do grupo horário

15.3.1 Constituição de um TAF

TAF LPPT 121430Z 141206 (ou 1412/1506)

• TAF COR – correcção de estrutura


• TAF AMD – emenda, novo TAF
• 141206 – dia de início, hora de início, hora de fim (INAC)
• 1412/1506 – dia de início, hora de inicio/dia de fim, hora de fim
• Grupos de Alteração
• TEMPO 0612 – hora de início, hora de fim (INAC)
• BECMG 0612 – hora de início, hora de fim (INAC)
• TEMPO 1406/1412 – entre as 6h e 12h do dia 14
• BECMG 1406/1412 – entre as 6h e 12h do dia 14

15.4 SIGMET

(Ver Anexo 3)

• É um aviso da previsão de ocorrências graves para aviões em voo


• Código sem codificação
• Frase em inglês com abreviaturas
• Para uma FIR
• Numerados ao longo do dia
• Em regra têm um período de 4h de validade

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16 Cartas
16.1 Frentes

Squall Line – linha organizada de Cb

16.2 Vento

A intensidade do vento está sempre na cauda do vector:


• Triângulo – 50kt
• Risco grande – 10kt
• Risco pequeno – 5kt

A direcção do vento mede-se da cauda para a cabeça do vector.

16.3 Tempo Significativo

(Ver Anexo 4)

Três tipos de cartas:


• Low Level – Surface até 10.000ft
• Medium Level – FL100 até FL450 (para voos intracontinentais)
• High Level – FL250 até FL630 (para voos intercontinentais)

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ANEXOS
ANEXO 1

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ANEXO 2 – METAR

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ANEXO 3 – SIGMET

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ANEXO 4 – Simbologia de Tempo Significativo

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