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2020, FARO
BRUNO AGUIAR
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ÍNDICE
1. Introdução ................................................................................................................................................................................ 5
6.2.1. A Evolução Dos Níveis De O2 Atmosférico E A Sua Relação Com O Processo De Terrestrialização ........................ 25
7.1. Alternância Entre Períodos Glaciares E Interglaciares- Últimos 800 Mil Anos (Testemunhos De Gelo) .............................. 32
7.3. Variações Do Clima E Do Nível Do Mar Durante Os Últimos 450 Mil Anos .............................................................. 33
7.4. Variação Do Clima E Do Nmm Durante O Último Período Glacial (18 A 80 Ml Anos) .............................................. 34
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9. A Circulação Termoalina: Causa Ou Resposta ....................................................................................................................... 35
16.2. Precipitação............................................................................................................................................................. 45
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21.1. Regiões Críticas Das Alterações Climáticas ........................................................................................................................ 62
21.2.6. Biodiversidade............................................................................................................................................................ 69
Anexo 3 - Tabela De Correlação Cronoestratigráfica Global Para Os Últimos 2,7 Milhões De Anos, V. 2019 ................................. 90
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1. INTRODUÇÃO
• Temperatura;
• Humidade;
• Pressão Atmosférica;
• Vento;
• Precipitação.
O clima pode ser divido em diferentes áreas, como o clima global à larga escala,
o clima regional e o microclima. Para classificar o clima a OMM fixou períodos de 30
anos começando no primeiro ano de cada década. Sendo a classificação de Koppen uma
das mais usadas e divide o clima da terra em 5 regiões:
5
décadas. Os fatores climáticos são os elementos naturais e humanos capazes de
influenciar e alterar as características ou a dinâmica do clima, em escalas temporais e
espaciais diversas. O clima e a sua variabilidade são o resultado da ação conjunta de
fatores que podem ser externos ou internos ao sistema Climático. Entre os primeiros,
forçamentos normalmente associados a processos de interação com um ou mais
componentes do sistema climático, destacam-se fatores cósmicos como as variações da
orbita da Terra relacionados com a sua excentricidade, a inclinação e a oscilação do eixo
de rotação da terra, os efeitos relacionados com a variabilidade da atividade solar, os
processos tectónicos e as erupções vulcânicas. Entre os segundos, forçamentos internos
associados em grau diverso a processos de interação entre os diferentes componentes do
sistema climático, destacam-se as variações ocorridas no Alberto (refletividade) das
superfícies, na composição atmosférica e na nebulosidade, as correntes marítimas e a
proximidade do mar, a fisioterapia e a vegetação e, naturalmente, a latitude e a altitude.
As mudanças climáticas podem ainda terem causas induzidas pela atividade humana.
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muda de estado libertando ou absorvendo calor latente e tem por isso muita importância
nos processos termodinâmicos da atmosfera. Outro componente importante da atmosfera
são os aerossóis, pelo papel que exercem na formação das nuvens e nos fenómenos óticos
da atmosfera.
• Troposfera;
• Estratosfera;
• Mesosfera;
• Termosfera.
A troposfera é a camada
junto ao solo, tem uma
composição homogénea e uma
espessura média de cerca de 10-12
km. É nesta camada que ocorrem
todos os fenómenos atmosféricos,
nesta camada a temperatura
diminui em altitude. Portanto é
possível observar um decréscimo
de temperatura com a vertical. Por
volta dos 12 km (Tropopausa)
encontramos uma zona quase
isotérmica seguida de uma
camada em que a temperatura
cresce com a altitude até atingir um máximo por volta dos 50 km, na Estratopausa. Entre
50 e os 90 km encontramos uma nova camada em que há decréscimo de temperatura com
a altitude, atingindo um mínimo por volta dos 90 km, na Mesopausa.
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Acima dos 90 km camadas definidas pelo perfil vertical de temperatura com
altitude. As diferentes camadas definidas pelo perfil vertical de temperatura são
designadas, por Troposfera (0-12 km), Estratosfera (12-50 km), Mesosfera (50-80 km) e
Termosfera (acima dos 80 km).
2. Circulação Atmosférica
O equador é mias quente que os polos porque recebe mais radiação solar. Além disso,
devido às diferenças de calor específico entre a terra e o mar, as massas continentais
aquecem mais do que as massas oceânicas. A Atmosfera trabalha constantemente para
homogeneizar as temperaturas, transportando massas de ar quente do equador para os
polos e massas de ar frio dos polos para o equador. Durante o transporte entre o equador
e os polos, o ar é redirecionado devido ao movimento de rotação da Terra, abrandando
devido ao atrito da superfície da terra e do mar, e sempre confinado na atmosfera devido
à ação da gravidade. O movimento do ar pode ser estudado recorrendo às leis da dinâmica,
aplicadas a um fluido. No caso de uma partícula material, ou um corpo rígido, o ponto de
partida é a 2ª Lei de Newton
→ →
𝐹 = 𝑚𝑎
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É comum estudar e fazer previsões sobre as correntes oceânicas e sobre os ventos
assumindo que a força de Coriolis é equilibrada por forças horizontais resultantes de
gradientes de pressão. Tais movimentos ou fluxos são descritos como geostróficos.
3. Circulação Global
Apesar da relativa escassez de informação disponível na época, foi possível construir uma
carta de circulação atmosférica média à superfície que ainda hoje se pode aceitar, em
primeira aproximação: uma circulação quase simétrica em relação ao equador; nas
latitudes médias e elevadas, em ambos os hemisférios, o vento dominante é de Oeste,
observando-se ventos de Leste na zona interrompidas – a cintura dos ventos alísios. Como
seria de esperar, devido à
condição de quase-geostrófico,
o padrão de circulação descrito
está associado a uma
distribuição correspondente da
pressão à superfície: grandes
sistemas de altas pressões nas
zonas subtropicais, originando
ventos de Leste na zona
equatorial e ventos de oeste nas
latitudes médias, cintura de
baixas pressões equatoriais,
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associada à convergência dos ventos alísios dos dois hemisférios, zona de baixas pressões
nas latitudes médias e elevadas e, finalmente, regiões anticiclónicas polares.
Para além dos padrões de vento e de pressão à superfície, dois outros ingredientes
são fundamentais para compreender a circulação global observada: as distribuições de
temperatura e de nebulosidade/precipitação. Sendo que as a temperatura e humidade estão
associadas à formação de massas de ar, portanto todos estes fatores referidos acima vão
influenciar para a irregular aquecimento da superfície terrestre, criando uma fonte quente
e duas fontes frias permanentemente mantidas pelo balanço radioativo, e o movimento da
atmosfera. O efeito do atrito, faz-se sentir fundamentalmente na baixa Troposfera, nas
primeiras centenas de metros acima da superfície. A sua presença implica, a convergência
de ar sobre as depressões, junto da superfície, e a divergência nos anticiclones.
Sabe-se que estes sistemas perduram durante dias ou semanas, o que mostra que
o campo de convergência e divergência horizontal da massa é compensado. Como se dá
essa compensação? A única forma possível é a existência de movimento vertical. Assim,
o ar que converge à superfície sobre uma depressão é retirado para as camadas superiores
e aí exportado para fora. O efeito do atrito permite uma característica fundamental do
tempo meteorológico associado aos grandes sistemas de pressão. O anticiclone, zonas de
divergência horizontal de ar à superfície, são normalmente zonas de subsistência
(descida) de ar, em que, devido ao aquecimento adiabático de ar das camadas superiores,
se observa frequentemente céu limpo ou pouco nublado. Nas depressões, devido à
convergência horizontal por atrito, é favorecido o movimento ascendente, justificando
condições de nebulosidade e até de precipitação.
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Em algumas zonas do planeta existem condições favoráveis ao estacionamento
prolongado de grandes quantidades de ar sobre superfícies relativamente homogéneas.
Nessas zonas, pode ser atingido o equilíbrio térmico – por troca de calor e humidade entre
a atmosfera e a superfície – dando origem à formação de massas de ar, cujas
características termodinâmicas dependem das características da superfície subsidência.
Pode-se concluir que a cintura de anticiclones subtropicais e a zona polar são regiões
fundamentais para a formação de massas de ar.
• Massa de ar Tropical Maritima, quente e húmida com uma região de formação nos
Oceanos subtropicais;
• Massa de ar Tropical Continental, quente e seca, com uma região de formação nos
continentes subtropicais;
• Massa de ar Polar Marítima, fria e húmida, com uma região de formação nos Oceanos
polares;
• Massa de ar Polar Continental, fria e seca, com uma região de formação nos
continentes nas latitudes elevadas.
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A variação da insolação (ou radiação) com a latitude origina um défice de energia
nos polos e um excesso no equador. Há, portanto, uma transferência de energia das
latitudes mais baixas (equatoriais) para as latitudes mais altas (polares). Esta transferência
é feita pelo oceano e pela atmosfera, mas principalmente pela atmosfera. No entanto, o
balanço total é zero, ou seja, em termos globais existe um equilíbrio no sistema Terra-
Oceano-atmosfera. O efeito de estufa é uma das mais importantes consequências do
processo de interação entre a radiação e a matéria que tem lugar na propagação de
radiação eletromagnética na atmosfera. O transporte horizontal (advecção de calor)
ocorre quer na forma de calor latente que na forma de calor sensível. A magnitude deste
transporte varia com a latitude e com a estação do ano. A radiação total é superior nos
oceanos em comparação com o s continentes devido à elevada absorção de calor por parte
do mar.
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afastamento em relação ao oceano (Continentalidade – Os oceanos têm uma grande
inércia térmica, demoram muito tempo a aquecer, mas também perdem a energia
acumulada de uma forma gradual, por esta razão todos os locais que se situam no litoral
beneficiam desta estabilização da temperatura), esta é o principal componente que mais
influencia a amplitude térmica anual.
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4. AS EVIDÊNCIAS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
O Aquecimento do sistema
climático é uma realidade pois é evidente
o aumento global da temperatura do ar e
dos oceanos, a subida do nível médio
global do mar e a redução da cobertura de
gelo e de neve. Estas evidencias durante
um longo espaço de tempo foram
atribuídas a causas naturais, contudo
devido às várias evidências científicas,
existe hoje um consenso sobre a forte
contribuição da atividade humana para as
alterações climáticas registadas nas
últimas décadas. Esta influência antropogénica deriva, principalmente, das alterações na
exploração e uso da terra (desflorestação, urbanização, desertificação, irrigação) e da
crescente combustão de combustíveis fósseis, com consequências diretas nos equilíbrios
radioativo e energético terrestres, às escalas local, regional e global. A gama de
temperaturas medidas à superfície da terra tornaram-na habitável tal e qual a conhecemos
devido ao efeito de estufa natural da atmosfera, resultante das propriedades radiativas dos
seus componentes, em particular daqueles que são responsáveis por uma absorção seletiva
de comprimentos de onda como são o CO2, o vapor de água, o ozono, o metano, etc...
Todavia, a atividade humana tem vindo a aumentar drasticamente as emissões dos gases
com efeito de estufa (GEE) nos últimos 150 anos.
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4.1. FATORES DE VARIABILIDADE CLIMÁTICA NATURAL
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4.2. PREVISÕES CLIMÁTICAS
5. ARQUIVOS CLIMÁTICOS
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Através dos Anéis das árvores (dendrocronologia) - cada 2 anéis de árvores é 1 ano
– pode-se retirar informações sobre:
• luminosidade;
• humidade/temperatura;
• pluviosidade;
• qualidade do solo;
• nutrientes;
• sismos
Existem diversas formas de reconstrução do clima como os anéis das arvores onde
cada anel corresponde a um ano de crescimento, o registo climático em bolhas de ar
aprisionadas no gelo, nas calotes polares que através desta forma é possível recolher
informação direta sobre a concentração dos gases de estufa. A análise de grãos de pólen
aprisionados em sedimentos que refletem a vegetação existente, as estalactites e
estalagmites que contêm depósitos minerais.
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O registo do crescimento dos corais e da sua composição química que por sua vez
permitem a reconstrução do clima com uma resolução mensal. E por fim a analise do
registo fóssil que fornece indícios sobre a fauna e a flora e as condições ambientais da
respetiva época.
Para se poder compreender as diversas alterações que o clima sofreu ao longo dos
milhares de anos e com base nessa informação do passado existem muitos modelos de
como o clima pode divergir no futuro. Os dados de paleoclimatologia são derivados de
fontes naturais, como anéis de árvores, núcleos de gelo, corais e sedimentos oceânicos e
dos lagos. Esses dados climáticos proxy estendem o arquivo de informações
meteorológicas e climáticas de centenas de milhões de anos. Existem diversas causas que
podem causar mudanças do paleoclima, sendo que essas podem ser: mudanças na
produção solar, mudanças na órbita da terra, mudanças na distribuição dos continentes e
mudanças na concentração de GEE na atmosfera. Estas mudanças são caracterizadas por
serem de Longo prazo e médio prazo.
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Os Proxies paleoclimáticos são materiais biológicos, físicos e químicos que ficam
preservados no registo geológico (arquivos paleoclimáticos).
• Salinidade;
• Temperatura;
• Cobertura do gelo;
• Níveis de oxigénio;
• Disponibilidade de nutrientes;
• Origem das partículas (continental/marinho).
5.2.2. Textura:
• Transporte sedimentar;
• Distância à fonte sedimentar;
• Energia do ambiente.
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5.2.4. Estrutura
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Proxy/Indicador De onde provem o registo/arquivo? Como é interpretado o proxy em termos de variáveis climáticas? Até que idade o registo/arquivo pode ir?
Pólen Lagos, Pântanos, Arbustos, Árvores que por sua vez são
Dá-nos informação sobre as espécies daquela época e a diferente vegetação, a
transportados pelos rios e depositam-se no fundo do leito Dezenas de milhares de anos.
precipitação e a temperatura daquelas épocas.
(palinologia) dos rios.
Anéis de árvores Dá-nos informação sobre as diferentes condições de vida, ou seja, boas condições
Árvores. No interior das árvores no entanto não é
de “vida” a árvore progride mais ao longo do seu tempo de vida, ao contrário se
necessário cortar a arvore ao meio para poder obter esta Centenas de Milhares de Anos.
tivermos climas mais adversos (mais frio, menos água) a árvore não progride. Dá-
(dendrocronologia) informação.
nos indicações então do tipo de clima existente naquela época.
São isótopos estáveis que varia entre o isótopo mais leve que é o (O16) e o isótopo
(O18) e a relação entre estes dois isótopos traduz-se através da evaporação e da
condensação, ou seja, o isótopo mais leve evapora mais rápido por isso quando se
tem mais calor o O16 aumenta mais portanto quando se tem valores mais
Podem ser extraídos através de todas as moléculas que pequenos tem-se períodos mais quentes, quando temos valores em que o O18 está
possuam oxigénio (Água, Carbonato de Cálcio de alguns em maior abundância temos valores maiores de δO18 temos períodos mais frios.
organismos). Isótopos são átomos do mesmo elemento,
como carbono (C) ou oxigénio (O), que possuem números
Permite-nos obter um período
diferentes de neutrões, com pesos atómicos ligeiramente
Isótopos de oxigénio temporal/climatologico maior. Centenas de Milhões de Anos.
diferentes.
Se tivermos climas mais húmidos existe mais água, que por sua vez existe mais
gotejamento, que acaba por dar um maior crescimento às estalagmites e às
Calcite de
Em grutas com calcite. estalactites. Durante climas mais secos existe menos água, à menos gotejamento Milhões de Anos.
espeleotemas
e as estalagmites e as estalactites crescem menos. Dando-nos assim bandas de
crescimento que nos permite observar se estas cresceram muito ou pouco.
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A datação do gelo funciona de forma a visualizar as alturas que nevam mais ou
neva menos, pode-se ainda fazer a reconstrução isotópica, analisando os isótopos
do gelo (isótopos de oxigénio) obtendo informações sobre a temperatura no
tempo.
Bolhas de ar no gelo Nas zonas polares (Antártica, Ártico e Gronelândia). Centenas de Milhões de Anos
As bolhas de ar ficam aprisionadas no gelo e estas são “microrepresentantes” da
atmosfera que havia naquela altura. Através da analise dessas bolhas de ar
(isótopos de Carbono) consegue-se reconstruir a variação do CO2 na atmosfera,
e verificar-se que até houve períodos mais quentes dos atuais.
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6. COMO SE ESTUDA O CLIMA DO PASSADO – CRONOLOGIA
Datação absoluta: obtemos idades com um valor de erro. O valor de erro é maior
para as idades mais antigas. Consoante o material que temos e os métodos disponíveis
para datar, obtemos um valor mais próximo da idade desse registo.
Figura 2 - Classificação dos métodos de datação de acordo com o método/ técnica utilizado para datar as
sequências.
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6.2. A EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE CO2 E O2 ATMOSFÉRICO AO
LONGO DO FANEROZOICO
Desde câmbrico até ao cenozoico- altura de mais registo fóssil com qual possamos
comparar a nível da Terra. A linha azul horizontal tracejada é o nível de oxigénio atual -
21 %
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Setas vermelhas: indicam os dois maiores momentos de extinção em massa que
se conhecem no registo geológico. À esquerda no fim do ordovícico (nível baixo de
oxigénio e elevado de dióxido de carbono - maioria do oxigénio concentrado a nível dos
oceanos em gelo- glaciação) e à direita entre o pérmico e triássico (grandes níveis de
oxigénio - grande concentração de plantas terrestres). No pérmico também há camadas
de carvão (30m de espessura).
Outro proxy que está a ser utilizado em alguns estudos para inferir o nível do
oxigénio ao longo do tempo geológico é o estudo de pedaços de carvão (charcoal) -
pequenas quantidades de matéria orgânica queimada (pode não ser carvão por si só. São
achados nos sedimentos. Só começou a formar-se esta matéria queimada aquando da
terrestrialização.).
Atualmente sabe-se que para a existência de fogo e para a sua alimentação tem
que haver um intervalo de oxigénio entre os 13-35%. Acima dos 35%, os fogos que se
formam não se conseguem extinguir (apenas quando oxigénio se queimar todo).
Com base nos estudos feitos, viram que a percentagem de oxigénio ao longo do
tempo geológico bate certo com os outros Proxies que existem para a determinação do
oxigénio à superfície da Terra, nomeadamente os isótopos estáveis de oxigénio.
25
Quanto mais antigo o sedimento a utilizar - margem de erro aumenta - para termos
mais certezas e confirmações do que poderá ter passado é a conjugação dos diferentes
Proxies. Ou datações técnicas em várias zonas do planeta para termos uma ideia do
global.
Dados:
• Geocronologia;
• Geoquímica;
• Mineralogia;
• Paleontologia;
• Sedimentologia;
• Estratigrafia;
• Paleomagnetismo;
• Vulcanologia;
• Geofísica.
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6.3.2. CAUSAS/MECANISMOS DOS EVENTOS DE EXTINÇÃO
(CÂMBRICO – CRETÁCICO)
As causa com origem terrestre para os eventos de extinção nestes determinados períodos
foram:
• Anoxia marinha;
• Acidificação dos oceanos;
Modificações na atmosfera; vulcanismo e
• Modificações na atmosfera impacto meteoritos→ promovem todas as
(aquecimento/arrefecimento global); outras causas. Destabilização a nível global
• Impacto meteoritos;
• Raios gama (ainda em desenvolvimento- difícil arranjar Proxies a nível
sedimentar).
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Ainda existem causas que podem vir a alterar/afetar ambas as biosferas de forma
catastrófica, que promovem a desestabilização a nível global:
• Vulcanismo;
• Impactos dos Meteoritos.
• Acidificação oceanos;
• Envenenamento por metais pesados;
• Ocorrência de chuvas ácidas;
• Danos da camada de ozono- aumento da radiação UV-B;
• Escurecimento vulcânico, arrefecimento e shutdown fotossintético.
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Uma das maiores fraquezas na compreensão de cenários de extinção corresponde
à falta de conhecimento dos efeitos dos múltiplos processos de stresse ambiental
implicados nas extinções. Os 3 mecanismos causadores de mortes conhecidos nos
ecossistemas atuais:
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7. CLIMA DO PASSADO
Como é que o clima variou durante o quaternário e quais foram os fatores externos
que levam à alteração do clima. Como é que isso fica registado nos registos que podemos
observar. Relativamente aos fatores que alteram e influenciam o clima na terra ao longo
do tempo:
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Existem causas externas/forçamentos externos, onde se tem as alterações na
tectónica de placas, as alterações na órbita da terra e as alterações na intensidade da
radiação solar, que depois tudo isto interfere nas interações internas que existem dentro
da terra e que afetam os diferentes compartimentos ambientais (atmosfera; biosfera;
criosfera; litosfera; hidrosfera) que por sua vez afeta a sua interação entre eles, e depois
vai haver como resultados as respostas internas/variações climáticas como, alterações na
atmosfera, criosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera. Estas são as alterações que por sua
vez, vão ser usadas para analisar nos registos que se tem para as variações climáticas ao
longo do tempo.
O período que vai ser analisado, maioritariamente vai ser o período Quaternário
(2,7 Milhões de Anos), pois trata-se de um período para recente o que facilita a sua
análise.
Cada variação nos isótopos são considerados, Estádios Isotópicos Marinhos (MIS),
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- TABELA DE CORRELAÇÃO CRONOESTRATIGRÁFICA GLOBAL PARA OS
ÚLTIMOS 2,7 MILHÕES DE ANOS, V. 2019)
Variação do C02. A
concentração de CO2 analisando as
bolhas de ar no core de gelo varia ao
longo do tempo. Períodos mais quentes
a amarelo - concentração de CO2 mais elevada - períodos interglaciares. Períodos mais
frios a azul - concentrações de CO2 mais baixa - períodos glaciares. Portanto a
alternância entre períodos glaciares e os interglaciares permitem observar a variação de
concentração de CO2 na atmosfera através de testemunhos de bolhas de ar aprisionadas
no gelo.
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Durante os períodos glaciares: menor excentricidade; eixo da terra é menor, e a
largura entre o sol e a terra aumenta no verão. Menos contraste sazonal. Durante os
períodos interglaciares: maior excentricidade (terra aproxima-se mais e afasta-se mais
do sol na sua volta ao sol); o eixo da terra é maior (mais inclinado); a distância da terra
ao sol é maior no inverno. Verão mais quente e inverno mais frio.
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7.4. VARIAÇÃO DO CLIMA E DO NMM DURANTE O ÚLTIMO
PERÍODO GLACIAL (18 A 80 ML ANOS)
Dentro das glaciações o clima não foi uniforme. Ocorreram mais de 20 flutuações
climáticas rápidas durante o último período glacial.
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quando houve períodos em que houve uma variação maior de temperatura e libertação
destes glaciares e assim, relacionar com o clima.
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fases estadiais que não são eventos de Heinrich, o local de convecção para a formação de
água profunda glacial migrou para sul.
36
Estudos agora revelam que o Canadá Ocidental estava livre de gelo há cerca de
14.000 anos. Isso coloca o derretimento do manto de gelo para um tempo mais cedo do
que os Dryas Mais Jovens. Esss derretimento ocorreu durante a última Era Glacial de
15.000 a 13.000 anos atrás, onde um grande manto de gelo chamado capato de gelo
cordilleran cobriu a maior parte da América do Norte canadense, mergulhando em partes
dos EUA.
À medida que o gelo derretia, formava lagos como o Lago Missoula, onde a água
era mantida por uma parede de gelo de 610 metros.
Nos últimos 11.500 anos temos o aumento da temperatura, e durante esse período
também foram identificados os eventos Bold (no Atlântico Norte- 8 flutuações climáticas
com ciclos de 1470+-500 anos, durante o holocénico), em que foram determinados,
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através de poeiras de grãos de hematite, que foram encontradas amostras e encontraram-
se esses ciclos de flutuações.
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13.2. PEQUENA IDADE DO GELO
Período de
condições mais frias na
Europa e América do
Norte (1 a 2ºC)
registado entre 1300 a
1850 EC. O mar báltico
congelou, assim como
muitos dos rios e lagos
da europa. O gelo
compactado expandiu-
se para o sul, no Atlântico, impossibilitando o transporte para a Islândia e a Groenlândia
por meses a fio, levando ao declínio dos Vikings. Os invernos eram muito frios e os verões
eram geralmente frescos e húmidos, o que provocou redução das colheitas, fome e
declínio da população. A causa exata da pequena idade do gelo é desconhecida, mas há
uma coincidência entre o período mínimo de manchas solares (mínimo de Maunder) e o
período da pequena idade do gelo. Ou seja, durante um determinado período pode-se
observar que a atividade solar também foi inferior, sendo que esses valores são
trabalhados através de modelos onde é necessária uma compreensão da variação temporal
da radiação cósmica e da atividade solar durante o Holoceno que será essencial para
estudos da relação solar-terrestre. Radionuclídeos produzidos por raios cósmicos, como
10Ser e 14C que são armazenados em núcleos polares de gelo e anéis de árvores,
oferecem a oportunidade única de reconstruir a história da radiação cósmica e da atividade
solar ao longo de muitos milênios. Outra das causas da Pequena Idade do Gelo poderá
estar relacionada com a Oscilação do Atlântico Norte (NAO) que durante este período foi
mais persistente em modo negativo. A NAO é um sistema de pressões atmosféricas que
oscilam entre os Açores e a Islândia, influenciando o clima do Atlântico Norte. A NAO
é o modo dominante de variabilidade climática de inverno na região do Atlântico Norte
que vai da América do Norte central à Europa e muito ao norte da Ásia. A NAO é uma
instabilidade em larga escala na forma de massa atmosférica entre a alta subtropical e a
baixa polar. O índice correspondente varia de ano para ano, mas também apresenta
tendência a permanecer em uma fase por intervalos que duram vários anos. A NÃO possui
duas fases, a fase positiva ou a negativa.
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A fase do índice NAO positivo mostra um centro de alta pressão subtropical mais
forte do que o habitual e uma baixa na Islândia mais profunda do que o normal. O aumento
da diferença de pressão resulta em tempestades de inverno cada vez mais fortes cruzando
o Oceano Atlântico em uma trilha mais ao norte. Isso resulta em invernos quentes e
húmidos na Europa e em invernos frios e secos no norte do Canadá e da Groenlândia O
leste dos EUA experimenta condições de inverno suaves e húmidas. A NAO negativa
mostra uma fraca alta subtropical e uma fraca baixa pressão na Islândia. O gradiente de
pressão reduzido resulta em tempestades de inverno cada vez mais fracas cruzando em
uma via mais oeste-leste. Eles trazem ar húmido para o Mediterrâneo e ar frio para o norte
da Europa. A costa leste dos EUA experimenta mais focos de ar frio e, portanto, condições
climáticas de neve. A Groenlândia, no entanto, terá temperaturas mais amenas no inverno.
40
meteorológicas. Durante um fenómeno de El Nino, as águas superficiais no Oceano
Pacifico central e oriental tornam-se significativamente mais quentes do que o habitual.
Essa mudança está intimamente ligada à atmosfera e aos ventos que sopram sobre o vasto
pacífico, os ventos que sopram das Américas em direção à Ásia trocam as suas direções
e podem-se transformar em ventos de oeste, permitindo assim que grandes massas de
água morna deslizem do Pacífico Ocidental para as Américas. O afloramento costeiro é
reduzido o que traz consequências para o ecossistema. Conceptualmente o fenómeno El
Nino consiste no aquecimento anómalo das águas superficiais do sector centro-leste do
Oceano Pacífico, predominantemente na sua faixa equatorial. É considerado que existe
EL Niño quando a temperatura da água na região 3.4 é 0.5 graus superior à média durante
pelo menos 5 meses consecutivos.
Portanto em condições normais aos ventos alísios sopram entre um centro de altas
pressões na costa sul americana e um centro de baixas pressões situado na Indonésia.
Durante a fase de desenvolvimento do El Nino este padrão inverte-se, os ventos alísios
enfraquecem e a água quente desloca-se na direção da América, em pulsos chamados
ondas de Kelvin. Esta alteração dos ventos leva à produção de chuva torrenciais na costa
do Peru e secas na austrália. Por outro lado, a profundidade da termodinâmica aumenta
no Pacífico tropical oriental, chegando a suprimir o fenómeno de upwelling junto à costa
do Peru. O fenómeno La Niña é oposto ao El Niño e corresponde ao arrefecimento
anómalo das águas superficiais do Oceano Pacífico Central e Oriental.
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Quando temos ventos predominantes par aleste, temos a deslocação das massas de ar
quentes mais para o lado da Austrália e movimentos de upwelling → interfere com a
circulação mais chuva na zona central americana → La Niña. Anomalias negativas
El Niño é ao contrário → ventos essencialmente de oeste para este, as massas quentes são
empurradas para o continente americano, deixamos de ter upwelling, há convecção e a
circulação depois altera-se. Anomalias positivas.
15. EXEMPLOS DA
VARIAÇÃO DO CLIMA NA
PENÍNSULA IBÉRICA
42
15.1. EXEMPLOS DA VARIAÇÃO DO CLIMA NA PENÍNSULA
IBÉRICA – GUADIANA
43
16. CLIMA ATUAL
16.1 TEMPERATURA
44
Antártida, alguns aquecimentos
pontuais no pacifico e no indico e
uma zona junto à Groenlândia em
que houve um arrefecimento, isto
pode ser justificado através do
degelo da Gronelândia que
transporta grandes quantidades de
água doce a baixas temperaturas.
16.2. PRECIPITAÇÃO
45
16.2.1. PECIPITAÇÃO EM PORTUGAL
Em Portugal, não existe um padrão muito específico, no que toca à precipitação, tendo o
período em questão (1960-2000), ou seja, até que haja registo a evolução anual da
precipitação não têm um decréscimo assim tão acentuado.
PORTUGAL – 2018
• 3 tornados;
• Passagem da tempestade subtropical Leslie em Portugal continental, outubro;
• Tempo extremamente quente e extremamente seco em agosto e setembro;
• Situação de seca meteorológica nos meses de janeiro e fevereiro;
• Episódios de tempo adverso em março (chuva e vento) que contribuiu para o fim
da situação de seca severa (2º março mais chuvoso desde 1931;
• Episódios de precipitação intensa norte e centro, novembro.
46
A taxa media de subida do nível do mar nas
últimas duas décadas e meia é de 3,1 ± 0,4 mm/ano, IPCC→ Painel Global das
mas a taxa está a acelerar. O que observamos é que, Alterações Climáticas: são eles
em média, temos uma subida de cerca de 3 mm por que fazem os relatórios, que
ano. É diferente quando temos mar aberto ou bacias estudam o que aconteceu em
No entanto, esta distância não é assim tao grande. futuro. Tentam perceber de que
Toda a variabilidade é um todo, mas tem de ser vista forma evoluiu o clima que
Tendência de subida do nível do mar com taxas medias próximas dos 2 mm/ano.
+/- de acordo com os 3mm da média global.
Importância que os
eventos extremos têm termos
de ocorrência. Gráfico
abaixo: podemos perceber
como se justifica que nesse
período estejamos a observar
um momento progressivo do
número de eventos. Em que
as barras a amarelo
representam os eventos climatológicos, a azul os hidrológicos, a verde os meteorológicos
e a vermelho os eventos geofísicos, sendo assim possível observar o aumento acentuado
em termos percentuais do número de eventos hidrológicos (inundações) ou dos
meteorológicos (tempestades tropicais).
47
19. RECESSÃO DOS GLACIARES
Recessão que se tem vindo a acentuar nos últimos 25 anos. Pequena idade do gelo: criação
de gelo em vários locais, mas com o aquecimento de toda a massa de gelo se começou a
perder. No mapa abaixo a escala: para a direita→ recessão ou afinamento; para a
esquerda→ espessamento da massa glaciar. Em locais como os Andes da América do Sul
e o Himalaia na Ásia, o desaparecimento dos glaciares nessas regiões tem o potencial de
afetar o suprimento de água nessas áreas.
48
20. CLIMA DO FUTURO
Porque é que os usamos? Não temos a certeza exata como o clima regional mudará.
Podem ser usados para avaliar e identificar estratégias de mitigação, adaptação.
49
opções resultantes de uma só simulação ou múltiplas simulações é porque constrangi-mos
as variáveis de entrada nesses modelos. É necessário ter diferentes opções que saiam
dessas soluções computacionais.
Por isso, eles não são previsões do futuro, mas sim diferentes projeções do que pode
acontecer ao criar descrições plausíveis, coerentes e internamente consistentes de
possíveis futuros das alterações climáticas. Podem também constituir descrições
plausíveis, coerentes e internamente consistentes para certos objetivos. Portanto, os
cenários de mudanças climáticas podem vir em duas formas diferentes: projeções “o que
pode acontecer?” e caminhos orientados a objetivos “o que deve acontecer?”, dependendo
do tipo de pergunta que pretendem responder.
Escalas (os cenários climáticos precisam de estar numa escala necessária para a analise):
→espacial: ex, ao nível da bacia hidrográfica;
E por sua vez a sua construção acaba por às vezes, dependendo do tipo de cenário
climático que se esta a atentar projetar, pode ser construído com base no clima passado –
análogos; análogos espaciais; mudanças arbitrarias; modelos climáticos.
Até 2010 a maioria das projeções usava dados históricos associados às emissões. → SREs
- Special on SREs - Special on Report Emissions Scenarios 2000 - São cenários de
referência, que não levam em consideração nenhuma medida atual ou futura para limitar
as emissões de gases de efeito de estufa (GEE). Independentes da socioeconómia daquele
50
momento, não tinham qualquer tipo de medida de acordos (não havia tentativa de redução
das emissões que estavam a ser lançadas na época no futuro).
O Acordo de Paris foi um passo histórico nos esforços globais para combater as alterações
climáticas. Os países concordaram em tomar medidas para manter o aumento da
temperatura média global bem abaixo dos 2 °C e prosseguir os esforços para limitar o
aquecimento a 1,5 °C.
decréscimo acentuado de emissões. Sendo que o mais pessimista (RCP 8.5) assume que
a humanidade não irá cumprir qualquer tipo de acordo para baixar as emissões de CO2 e
que irá continuar a poluir como foi feito até aos dias de hoje. Estes cenários, desde 2014,
ditam os modelos climáticos/previsões climáticas e a análise do impacte das alterações
climáticas.
51
As alterações Climáticas são alterações do clima, sendo positivas ou negativas. Os
impactes das alterações climáticas podem ser positivos como negativos, e estes estão
diretamente relacionados com o homem, sendo que a humanidade irá ser afetada
diretamente por tais impactes, como foi referido acima, por exemplo para as espécies
invasoras as alterações climáticas e os seus impactes acabam por ser benéficos para essas
espécies.
Glaciares mais pequenos (na Europa, na África Oriental, nos Andes tropicais e na
Indonésia), devem perder mais de 80% da sua atual massa de gelo até 2100, se as emissões
continuarem a aumentar. À medida que os glaciares derretem e a cobertura de neve
diminui, espécies vegetais e animais adaptadas a climas mais quente terão tendência para
migrar. As espécies mais adaptadas ao frio e à neve diminuem em número e correm o
risco de extinção Impactes: A recessão da criosfera continuará a afetar negativamente as
atividades recreativas, o turismo e os bens culturais.
52
• Gases de Efeito Estufa: CO2
• Acidificação do Oceano
Diminuição do pH dos
oceanos→ reservatório de
dióxido de carbono. Nem todas as
zonas reagem da mesma forma.
Dissolve as carapaças de alguns
organismos. Diferenças não
homogéneas pelo globo desde
1990. 0.5 é muito em relação aos organismos com exoesqueleto de cálcio. Nem todas as
zonas do oceano reagem da mesma forma.
53
• Aumento da Temperatura nos Continentes
• Precipitação
Existem elevados
contrastes entre a
Europa do Norte e a
Europa do Sul. A
figura seguinte
evidencia onde se
localizará as
maiores perdas em
termos de
precipitação como
também um aumento da mesma. Os cenários são sempre projetados de acordo com a
perspetiva para o nível de emissões – Cenários RCPs.
54
• Subida no Nível Médio do Mar e Eventos Extremos
O nível do mar continuará a subir: → 30-60 cm até 2100, mesmo que as emissões de
gases de efeito de estufa sejam acentuadamente reduzidas e o aquecimento global seja
limitado a abaixo de 2⁰C. E 60-10 cm se as emissões de gases de efeito de estufa
continuarem a aumentar consideravelmente. Durante o século 20, o nível médio global
do mar aumentou cerca de 15 cm. Atualmente, o nível do mar está a subir mais de duas
vezes mais rápido e irá acelerar ainda mais, chegando a 1,10m em 2100, se as emissões
não forem drasticamente reduzidas. Impactes: Eventos extremos do nível do mar que
agora ocorrem raramente durante a maré alta e tempestades intensas irão tornar-se mais
comuns. A futura subida do nível do mar global (SNMM) será controlada principalmente
pela expansão térmica da água oceânica e pela perda em massa dos glaciares, calotes de
gelo e camadas de gelo. As mudanças no armazenamento de água terrestre, através do
esgotamento das águas subterrâneas e da apreensão dos reservatórios, podem ter
influenciado a mudança do nível do mar do século XX, mas espera-se que sejam
contribuintes relativamente menores em comparação com outros fatores do século atual.
Grande parte da população vive nas zonas costeiras (70%), são afetadas pelo aumento do
nível do mar, podendo essas zonas ficar submersas. Parte Direta → Inundações, perdas
económicas (habitação); Parte indireta→ afetação de recursos, de sistemas marinhos e
costeiros que diretamente são a base de sustentação da sociedade humana. As subidas do
nível medio do mar são variáveis regionalmente (espacialmente). Subida do nível medio
do mar→ probabilidade de frequências de eventos de inundação.
55
climáticos extremos de 2016 foi causa ou exacerbada pelas mudanças climáticas
induzidas pelo homem. A ocorrência de eventos extremos tem por base a:
-Intensidade: Os eventos estão a tornar-se mais graves, com potencial para efeitos mais
prejudiciais?
-Tempo: Os eventos que ocorrem mais cedo ou mais tarde na estação ou no ano do que
costumavam ocorrer?
É possível observar na
seguinte imagem o aumento
dos eventos extremos
derivado às alterações
climáticas que por sua vez,
irá fazer com que haja um
aumento de todos os
eventos climáticos tais
como, inundações, ventos
extremos, precipitações, etc.
Os ventos extremos e as secas extremas são outros fatores indiretos, sendo que o segundo
está relacionado com as ondas de calor que se fazem sentir no sul da Europa devido a
temperaturas extremas tendo em conta os diversos cenários RCPs. A Organização
Mundial de Saúde prevê que com o aumento dos eventos extremos e por sua vez o
aumento de secas extremas/ondas de calor, que haja um número de mortes adicionais por
ano entre 2030 e 2050 de 250 000.
56
• Futuro gelo, neve e permafrost
• Temperatura em Portugal
A variabilidade climática em
termos de temperatura nível de
Portugal é bastante variável.
57
como no Verão, ou seja, as mudanças climáticas em termos sazonais em Portugal espera-
se que venham a intensificar com o passar dos anos.
• Precipitação em Portugal
Aumenta do Barlavento
para o Sotavento, mas
também do litoral para o
interior. Como é possível
observar na seguinte
imagem é possível virmos
a ter com o pior cenário
mais 6-12 meses de seca
(RCP 8.5). Sendo que na
atualidade a região do
Algarve tem entre 1 a 5
meses de secas. Estas secas extremas são acompanhadas pela ocorrência de eventos
extremos como ondas calor, sendo que as zonas do interior são as que tão mais propensas
a estes eventos extremos.
58
Além dos eventos debatidos acima, é possível observar ainda outras efeitos a nível de
projeções regionais tais como, a disponibilidade hídrica pois é importante para o consumo
e sendo que estas vêm de aquíferos (fontes subterrâneas) e ribeiras e riachos (fontes
superficiais), ambas de elevada importância para consumo humano e agrícola e como
fonte de sedimentos para a costa pois caso não haja transporte sedimentar para a costa
proveniente dos rios haverá mais vulnerabilidade por parte das costa à erosão costeira;
aridez dos solos (indireto das condições de temperatura e vegetação); variabilidade
cobertura vegetal; Níveis de poluição da água e do ar; Doenças transmitidas por vetores
(invasões por insetos por exemplo).
59
Figura 5 - Este gráfico mostra como várias fontes de incerteza (em laranja) influenciam
diferentes tipos de afirmações (em preto), com as da esquerda relacionadas com o
passado e as da direita relacionadas com o futuro.
60
21. IMPACTE DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Quando falamos em impactos devemos ter em conta os riscos climáticos. Avalia a junção
das esferas de perigo, vulnerabilidade e impactos e a sua associação às causas e depois
como os processos socio- económicos vão responder. Vulnerabilidade implica sempre a
presença de processos socio- económicos, que tenham humanos presentes. O risco
climático é o risco resultante das alterações climáticas e tem que ter uma probabilidade
associada e tem em conta um perigo/ameaça tendo em conta um determinado agente
forçador (Ex: Tempestades). Sendo que para haver vulnerabilidade implica obviamente
que haja presença de fatores socioeconómicos como vidas humanas.
61
espacial do perigo. Representa a propensão para uma área ser afetada por um determinado
perigo, em tempo indeterminado, sendo avaliada através dos fatores de predisposição para
a ocorrência dos processos ou ações, não contemplando o seu período de retorno ou a
probabilidade de ocorrência. O que permite que a análise da suscetibilidade tenha em
conta elementos recentes, dados relacionáveis e interdependências específicas que não
dependem apenas da quantificação de frequências e probabilidades associadas.
Todas as regiões europeias são vulneráveis às alterações climáticas, mas algumas sofrerão
impactes mais negativos do que outras: heterogeneidade. Os impactes também vão ser
um pouco dispares dependendo do recetor e do próprio agente forçador que está naquela
determinada zona a operar.
A Europa do Sul/Sudoeste e sudeste deverá ser uma região crítica, prevendo-se que
enfrente o maior número de impactes adversos (aumentos do calor extremo e diminuição
da precipitação e dos caudais dos rios, aumentando assim o risco de secas mais severas,
menores rendimentos de culturas, perda de biodiversidade e incêndios florestais). Os
ecossistemas e as atividades humanas no Ártico serão também fortemente afetados devido
ao aumento, particularmente rápido das temperaturas do ar e do mar e á consequente fusão
do gelo terrestre e marinho.
Embora algumas regiões possam também sofrer impactes positivos, tais como a melhoria
das condições para a agricultura em partes do norte da Europa, a maior parte das regiões
e setores será afetada negativamente.
62
e infraestruturas existentes na orla costeira que reforçam a suscetibilidade ao
avanço do mar.
b) Erosão costeira: destruição de praias e sistemas dunares – Diminuição do volume
de areia na praia e dunas adjacentes, com progressão para o interior e para sotamar
do movimento dominante de deriva de uma berma erosiva. Considera-se praia a
acumulação de sedimentos litorais não consolidados (geralmente areia ou
cascalho) relacionada com os processos da dinâmica marinha no litoral; enquanto
as dunas são sistemas que traduzem acumulações eólicas de areias marinhas,
sendo que as dunas costeiras constituem ecossistemas específicos pela
composição vegetal adaptada ao ambiente salino e à estabilização da mobilidade
das areias.
c) Cheias e inundações – As inundações são normalmente analisadas nos contextos
das bacias hidrográficas e das zonas ribeirinhas dos principais leitos fluviais. No
entanto, nas cidades costeiras, confluem os diversos fatores de risco, em condições
de sobredimensionamento, agravado pelas limitações de drenagem dos rios e pela
invasão dos plainos inferiores pelas águas do mar. As inundações são um
fenómeno hidrológico extremo, de frequência variável, natural ou induzido pela
ação humana, que consiste na submersão de terrenos usualmente emersos. As
inundações englobam as cheias (transbordo de um curso de água relativamente ao
seu leito ordinário, que podem ser rápidas ou lentas); a subida da toalha freática
acima da superfície topográfica; e as cheias devidas à sobrecarga dos sistemas de
drenagem artificiais dos aglomerados urbanos.
Nessa medida, é
desejável que,
quando possível,
sejam seguidas as
metodologias de
avaliação de risco
que contemplem a
estimativa das perdas
absolutas e os custos
da recuperação e da
63
reconstrução, de acordo com a expressão:
R=PxC
Em que:
70% da população mundial vive a 60km da costa. são zonas com maior vulnerabilidade
e zonas onde se têm que investir mais dinheiro. USD 70 biliões a serem gastos em
adaptação nas zonas costeiras ate 2100 (OECD).
Um dos principais setores que é mais impactado pela subida, não só do nível médio do
mar, mas principalmente com o aumento da temperatura, da acidificação, diminuição dos
padrões de precipitação ou alterações nos padrões de circulação oceânica. Pode haver
potenciações ou inibições em zonas costeiras muito localizadas, confinadas (estuários ou
64
rias), principalmente a ver com a atuação de tempestades. Essas perspetivas do clima
futuro vão reverter-se em impactos, em termos de espécies: espécies que são produzidas,
em termos de eficiência/custos: infraestruturas, segurança, em termos de perdas de stocks
e em termos de custos de adaptação.
Relacionado com os aumentos de temperatura que temos vindo a discutir, com algumas
variabilidades nos padrões de circulação oceânica. Mudanças muito drásticas têm
implicações a nível de estratificação, de plâncton que são os principais drivers da
produtividade no oceano. Distribuição global dos impactos ambientais cumulativos índice
de impacto cumulativo de mudanças igualmente ponderadas em SST, CHL e correntes
oceânicas. O aumento da temperatura ou da entrada de água doce nas camadas superiores
do oceano resulta numa
maior estratificação de
densidade. As cores
representam um índice
adimensional de impacto
global (índice de Impacto
Cumulativo) variando de 0 a
1 (alteração máxima),
fornecendo uma medida de heterogeneidade espacial na magnitude das mudanças
ambientais e destacando as áreas marinhas que sofreram as maiores alterações nas suas
condições ambientais.
65
21.2.4. HAB – Harmful
Algae Blooms
Relacionado com a
circulação oceânica e com o
aumento de temperatura, pois
o aumento da temperatura
pode permitir aparecimentos
de blooms e também
fenómenos de upwelling.
Temperaturas mais quentes
impedem que a água se misture, permitindo que as algas cresçam mais espessas e mais
rápidas.
66
21.2.5. CORAIS
O efeito mais direto do aumento das concentrações de CO2 nos recifes de coral envolve
mudanças na química dos carbonatos da superfície do oceano. Importância dos corais:
habitat de diversificadas espécies; barreira para atenuação de tempestades (utilização de
meios naturais para proteção e desenvolvimento de técnicas para dar resposta às
alterações climáticas).
67
Um aumento da distribuição de
poeiras/sedimentos com conteúdo de Aumento da produção de fitoplâncton
Deposição de Sedimentos ferro, pode aumentar a proliferação de que por sua vez leva a uma
fitoplâncton e macroalgas e estratificação da coluna de água.
possivelmente de outras patogéneses.
Sobrelevação do plano de água acaba por afetar o mecanismo de crescimento dos corais
devido à diminuição da exposição solar e disponibilidade de nutrientes que determina que
as suas taxas de crescimento não sejam as mesmas que se conhecem numa situação de
pré subida do nível do mar. Os efeitos combinados do aumento da temperatura da
superfície do mar e da acidez do oceano provavelmente significam que os corais em
alguns lugares não crescem rápido o suficiente para manter suas posições na coluna de
água, em resposta ao nível do mar projetado. Alguns recifes de coral podem "afogar-se"
à medida que o nível do mar sobe, mas novas áreas também podem ser colonizadas, onde
as condições para o crescimento dos corais podem permanecer favoráveis→ identificação
de aspetos positivos! Cada vez mais têm aparecido trabalhos científicos para inferir qual
é precisamente a influencia do nível medio do mar. todos diziam que o seu acréscimo
acabava por não ser ao mesmo ritmo que o crescimento da própria comunidade e por isso
seriam prejudicados.
Como os corais, existem outros ecossistemas que são de elevada importância para o ser
humano e com a degradação dos mesmos é necessário recorrer a alternativas, alternativas
essas que sejam tanto benéficas para o homem como para a biodiversidade. Assim se
coloca as Nature Based Solutions - Soluções inspiradas e apoiadas pela natureza, que são
rentáveis, proporcionam simultaneamente benefícios ambientais, sociais e económicos e
ajudam a construir a resiliência. Tais soluções trazem mais, e mais diversificadas,
características e processos naturais às cidades, paisagens e paisagens marinhas, através
de intervenções locais adaptadas, eficientes em termos de recursos. Um exemplo disso é
o Blue Carbon - O carbono azul é o carbono armazenado nos ecossistemas costeiros e
marinhos. A Iniciativa do Carbono Azul centra-se atualmente no carbono nos
ecossistemas costeiros - mangues, sapais e ervas marinhas. Estes ecossistemas sequestram
e armazenam grandes quantidades de carbono azul, tanto nas plantas como nos
sedimentos abaixo. Por exemplo, mais de 95% do carbono nos prados de ervas marinhas
é armazenado nos solos. A exploração deste é importante porque, quando protegidos ou
restaurados, os ecossistemas de carbono azul sequestram e armazenam carbono. Quando
degradados ou destruídos, estes ecossistemas emitem o carbono que armazenaram
durante séculos na atmosfera e nos oceanos e tornam-se fontes de gases com efeito de
68
estufa. Especialistas estimam que cerca de 1,02 mil milhões de toneladas de dióxido de
carbono são libertadas anualmente de ecossistemas costeiros degradados, o que equivale
a 19% das emissões da desflorestação tropical a nível mundial. Os Mangais, pântanos e
ervas marinhas são críticos ao longo da costa mundial, apoiando a qualidade da água
costeira, a pesca saudável, e a protecção costeira contra inundações e tempestades. Por
exemplo, estima-se que os mangais valham pelo menos 1,6 mil milhões de dólares por
ano em serviços ecossistémicos que apoiam os meios de subsistência costeiros e as
populações humanas em todo o mundo.
21.2.6. BIODIVERSIDADE
Perspetivas de habitats que já estão em perigo e sob pressão. Permite perceber quais os
dois ecossistemas mais afetados (zonas pantanosas e as dunas) e as espécies mais afetadas
em resposta aos impactes das alterações climáticas (plantas, moluscos e repteis).
Tabela 2 - As principais ameaças diretas relacionadas com o clima aos principais ecossistemas marinhos até ao ano
2025, e algumas consequências.
69
Aumento da frequência de Aumento da disponibilidade e produção de
tempestades nutrientes
Expansão de zonas mortas anóxicas
Diminuição de O2
Perda de gelo marinho; aumento da produção
Aumento da Temperatura primária e respostas tróficas associadas;
impactos fisiológicos que conduzem a
mudanças/extinções na gama de espécies
Perda de Habitat; crescente migração vertical
Redução do gelo Condições de carbonato de detrimento para o
Aumento da acidez plâncton, e consequências da teia alimentar
Mar Profundo Aumento da temperatura e na Mudanças no fluxo de carbono da composição
disponibilidade de nutrientes da comunidade de impacto de superfície em
águas profundas
Diminuição nos níveis de O2
Expansão de zonas mortas anóxicas
Qual é o seu problema: competição e predação. Soluções: alteração dos seus padrões de
migração. Maior número de espécies invasoras→ centralizadas na europa, porquê?
Devido às influências de El Niño, entre outros e temperatura.
70
21.2.7. ECOSSISTEMAS E SERVIÇOS ECOSSISTÉMICOS
1. Mudança de habitat
71
4. exploração e gestão, incluindo uso da terra intensificação, agricultura insustentável,
consumo de recursos naturais e adaptação tecnológica;
72
Os sapais marítimos localizados nas zonas costeiras abrigadas da agitação das ondas e
constituídos por vasas progressivamente colonizadas por vegetação halófita. Se a subida
do nível do mar for lenta, os sapais podem adaptar-se, por sedimentação mineral e
orgânica, migrando para terra sem perderem a sua extensão. É lógico que, na fase de
regressão, o recuo acentuado só será possível se não houver falésias ou proteções
humanas que a impossibilitem. A adaptação dos sapais estuarinos, de qualquer forma,
terá de contar com a afirmação recente de um enorme potencial de incremento de
tempestades, alta ondulação e inundações frequentes que podem causar redução drástica
da área intermareal e perda de habitat associado nos estuários desenvolvidos, além da
possível introdução de efeitos em cascata nos processos físicos e ecológicos.
73
21.2.8. SOCIEDADE
Os impactes das alterações climáticas estão relacionados com o bem-estar humano, como
doenças causadas pela diminuição da qualidade do ar, doenças transmitidas por insetos,
alimentos e água (Malária, Dengue), doenças causadas pela diminuição da qualidade de
água para consumo, mortes por aumento de temperatura (ou diminuição), mortes
causadas por doenças infeciosas, que irão desenvolver impactes sociodemográficos como
a migração, impactes psicológicos. Os ciclos de transmissão de doenças transmitidas por
vetores são sensíveis a fatores climáticos, mas os riscos de doenças também são afetados
por fatores como uso da terra, controlo de vetores, comportamento humano, movimentos
populacionais e capacidades de saúde pública.
21.2.9. ECONOMIA
De facto, há muitos e variados tipos de impactes antrópicos que alteram as relações entre
sistemas e dinâmicas naturais, alguns deles com efeitos prolongados e que se expressam
acentuadamente na zona costeira:
74
• Perda de habitats e áreas essenciais dos ambientes estuarinos e lagunares
costeiros, devido à recuperação de terras para a agricultura;
• Incremento da deposição e colmatação sedimentar pré-oceânica, devido a
desflorestações das bacias hidrográficas;
• Redução da capacidade de carga, devido ao controlo e regularização de caudais
fluviais e aos sistemas de barragens e comportas no conjunto das redes
hidrográficas;
• Destruição de habitats ribeirinhos, devido ao aperto de leitos e à construção de
estruturas e enrocamentos de protecção pesada contra a erosão;
• Artificialização do litoral pela construção de barreiras de protecção contra vagas
de tempestade;
• Poluição intensa da coluna de água devido a dragagens e terraplanagens que
permitem a navegação e a instalação de equipamentos portuários de apoio;
• Alterações físicas por motivos estéticos ou uso recreativo;
• Introdução de espécies exóticas, quer da flora quer da fauna, que se revelam
infestantes e dominadoras;
• Sobrexploração, contaminação e retraimento das águas subterrâneas;
• Promoção da intrusão salina nos aquíferos costeiros;
• Introdução de desperdícios, derrames, lixos e outros resíduos, nutrientes e
pesticidas que têm efeitos devastadores em todos os ambientes naturais, muito
especialmente nos meios aquáticos de transição que funcionam como receptores
terminais de poluentes;
• Alterações no traçado de canais, controlo de fluxos e constrições físicas nos
sectores distais que afetam os prismas mareais, as velocidades das correntes e a
localização das deposições;
• Invasão urbana, densificação de núcleos e equipamentos turísticos e degradação
da paisagem litoral, chegando a destruir o cordão dunar.
75
florestas, sapais e solo). Implica a medidas mais pró-ativas que tem a ver com poluentes
na atmosfera, todo o tipo de medidas que lidam com poluentes atmosféricos.
Def.. Adaptação significa antecipar os efeitos adversos das mudanças climáticas e tomar
as medidas apropriadas para evitar ou minimizar os danos que elas podem causar ou
aproveitar as oportunidades que possam surgir.
76
22.1. CICLO DE ADAPTAÇÃO ÀS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
- No curto prazo as alterações climáticas não podem ser evitadas. Algum aquecimento
global é inevitável devido aos gases de efeito de estufa já presentes na atmosfera. Os
efeitos desse aquecimento já se fazem sentir e este é um processo que irá continuar nos
próximos anos.
- Tomar decisões com base no clima histórico já não é apropriado. Muitos dos critérios
utilizados nos processos de decisão foram desenvolvidos com base na nossa experiência
com o clima atual e passado. Estes critérios influenciam decisões desde o
dimensionamento de estruturas de protecção costeira ou contra cheias até à seleção de
culturas agrícolas adequadas a cada região. Um clima diferente do atual pode tornar
muitos desses critérios desadequados.
77
- De forma crescente Governos, Seguradoras e Investidores vão exigir que os riscos
climáticos sejam considerados nos processos de decisão. Mesmo que hoje se considere
que a exposição de um determinado sector ou empresa a riscos climáticos não é
78
da vulnerabilidade climática. Atualmente, a revisão do PROT Algarve ainda não se
iniciou. No entanto, terá de ocorrer até 2020 (esperado, mas ainda não aconteceu).
Plano de Ordenamento da Orla Costeira (em revisão), abrangem uma área de intervenção
de 500 metros (podendo ir até 1000 metros quando se justifique a necessidade de proteger
os sistemas biofísicos costeiros) e uma faixa marítima de 30 metros referenciada ao zero
hidrográfico.
As acções devem adaptar-se às condições particulares de cada sector costeiro, tal como
prevê o programa EUROSION, da Comissão Europeia, que contempla algumas opções
políticas possíveis para enfrentar a erosão costeira, incluindo o avanço para o mar, ou, no
oposto, nada fazer para contrariar as inundações, deixando ao critério de cada um o risco
de permanecer ou abandonar os bens imóveis.
79
espécies e associações vegetais mais apropriadas a cada caso. Isto apesar de se constatar
que a alimentação artificial de praias é muito dispendiosa e tem um carácter temporário
indiscutível. Face aos sintomas de subida do nível do mar e o incremento das vagas de
tempestade, surgem obras litorais para controlar os seus efeitos, mas, elas próprias, têm
provocado impactes importantes. Há, no entanto, alternativas eficazes às intervenções que
vêm sendo efetuadas, principalmente no que respeita às obras de tipo esporão e
enrocamentos frontais, como é o caso, por exemplo, dos quebra-mares submersos que
dominam a energia das grandes vagas mas deixam passar as pequenas ondas e evitam a
interrupção da transferência sedimentar no litoral.
O Sand Motor é uma 'mega alimentação’ efetuada na costa do Mar do Norte, Holanda)
→ projeto piloto inovador para testar o aumento da alimentação regular de areia ao longo
da costa holandesa.
80
Plano Intermunicipal de adaptação às alterações climáticas da associação de
municípios do Algarve (PIAAC-AMAL)
Objetivos:
• Promover a adaptação com base na evidência demostrada por estudos científicos e boas
práticas
81
RECUO DA OCUPAÇÃO
PROTEÇÃO
ACOMODAÇÃO
82
A mitigação e a prevenção de impactes deve começar a montante, na preservação
dos espaços naturais e acomodação de atividades ligadas ao mar, com relevo para os
seguintes objetivos: Manter em estado próximo do natural a maior parte das zonas
húmidas, estuarinas e lagunares; Impedir a ocupação com habitação nas áreas delimitadas
de protecção; Condicionar as captações de água subterrânea muito próximo do litoral, de
modo a evitar a intrusão salina; Condicionar a implantação de estações depuradoras,
incluindo de explorações agrícolas e pecuárias, em áreas de aquacultura, salicultura e
captação de espécies para consumo humano; Condicionar as instalações industriais em
áreas de drenagem para as águas de transição, sobretudo nos sectores com menor
escoamento e renovação mareal (caso das lagoas costeiras); Controlar as movimentações
de terras, nomeadamente de areias, devendo ser eliminadas as extrações em praias e em
dunas; Recolocar no trânsito litoral os sedimentos retirados pela dragagem de canais de
acesso aos portos, acompanhado por sistema de monitorização físico-química; Facilitar a
transposição de areias nas barras portuárias para sotamar das correntes de deriva
sedimentar, sobretudo quando se verifica saturação artificial a barlamar; Limitar a
construção de estradas marginais e a intensidade de tráfego, procurando que os acessos
se façam perpendicularmente à linha da costa; Localizar o estacionamento de apoio atrás
das zonas de praias e de dunas; Impedir a abertura de novas vias em terreno escarpado
próximo do mar, em arribas, em cordões dunares e em zonas lagunares; Abdicar do
reforço das defesas costeiras, quando não for essencial para a protecção das comunidades,
optando por desviar vias e transferir construções em zonas de risco.
83
ANEXO 1 – QUADRO COM AS DEFINIÇÕES DE ADAPTAÇÃO
84
ANEXO 2 – RESPOSTAS DESENVOLVIMENTO
B. Feedbacks
2. O que são ciclos ENSO? Como é que eles afetam o clima?
As componentes oceânicas do ENOS, El Niño e a La Niña, representam as variações
quasi-periódicas (de 2 a 7 anos) da temperatura das águas superficiais do Pacífico tropical
oriental. A componente atmosférica, Oscilação Sul, reflete as flutuações mensais ou
sazonais na diferença de pressão de ar no Pacífico ocidental. As duas variações estão
acopladas: a fase oceânica quente (El Niño) acompanha a alta pressão superficial do ar,
enquanto a fase fria (La Niña) acompanha a baixa pressão superficial do ar. Portanto, os
oceanos são os maiores reservatórios de calor na Terra. A troca de calor entre os oceanos
e a atmosfera impulsiona os ventos e a circulação atmosférica em todo o mundo. Os
ventos, por sua vez, geram as correntes oceânicas superficiais e a circulação termohalina.
Assim, a imensa quantidade de calor dos oceanos e a estreita relação com atmosfera
corrobora o efeito extremamente importante dos oceanos sobre o clima global.
85
3. Descreva os feedbacks mais importantes no ciclo do carbono e explique como eles
afetam a acumulação de CO2 na atmosfera e o aquecimento global.
A análise dos feedbacks físicos nos modelos e das observações continua a ser uma
estrutura potente que fornece restrições sobre o futuro aquecimento transitório para
diferentes cenários, sobre a sensibilidade climática e juntamente com estimativas dos
feedbacks do ciclo do carbono (ver EFT.5), determina as emissões de GEE que são
compatíveis com a estabilização do clima ou com alvos. Os feedbacks também irão
desempenhar um papel importante na determinação de futuras alterações climáticas. Na
verdade, as alterações climáticas podem induzir modificações nos ciclos da água, do
carbono e noutros ciclos biogeoquímicos que podem reforçar (feedback positivos) ou
enfraquecer (feedback negativo) o aumento da temperatura esperado. Sabe-se que os
feedbacks do albedo da neve e do gelo são positivos. É extremamente provável que o
feedback combinado do vapor de água e do gradiente seja positivo e, agora,
razoavelmente bem quantificado, enquanto os feedbacks de nuvens continuam a
apresentar grandes incertezas. Em particular, os feedbacks do ciclo do carbono nos
oceanos são positivos nos modelos. O ciclo de carbono consiste na transferência do
dióxido de carbono (CO2), via combustão, respiração ou reações químicas para a
atmosfera ou para o mar e a sua reintegração na matéria orgânica, via assimilação
fotossintética. O ciclo global do carbono tem sido alterado pelas emissões antropogénicas
de CO2 resultantes de alterações de uso do solo, nomeadamente desflorestação, e da
queima de combustíveis fósseis, que só são parcialmente compensadas pela absorção
pelos oceanos e pela vegetação terrestre, levando à acumulação de CO2 na atmosfera.
Esta acumulação de gases com efeito de estufa (GEE) na atmosfera está na origem de
uma alteração do balanço radiativo terrestre. A consequência é um aumento das
temperaturas médias à superfície. Note-se que sem a protecção oferecida pelos GEE, a
temperatura média da atmosfera seria próxima dos -18ºC em lugar dos atuais 15ºC.
Feedback positivo– uma resposta do sistema que o mantém se movimentando no mesmo
sentido, amplificando a perturbação inicial ou forçando o sistema. Exemplo: quando a
neve derrete, o solo mais escuro abaixo absorve mais da energia do sol, provocando mais
derretimento da neve.
Feedback negativo – uma resposta do sistema que equilibra ou reverte uma perturbação
inicial no sistema. Exemplo: o termostato da sua casa aciona o aquecedor quando está
muito frio. Quando a casa esquenta, o termostato desliga o aquecedor, mantendo
uma temperatura constante.
86
A resposta do ciclo do carbono ao clima futuro e às alterações no CO2 pode ser vista
como dois feedbacks fortes e opostos. O feedback concentração-carbono determina as
alterações no armazenamento devido ao elevado CO2 e o feedback clima-carbono
determina as alterações no armazenamento do carbono devido às alterações no clima. Há
uma confiança alta de que o aumento do CO2atmosférico irá originar um aumento na
absorção de carbono pela terra e pelo oceano, mas numa quantidade incerta. Os modelos
concordam com o sinal positivo da resposta da terra e do oceano ao CO2 crescente, mas
apresentam apenas uma concordância média e baixa para a magnitude da absorção de
carbono pelo oceano e pela terra, respetivamente (EFT.7, Figura 2). As futuras alterações
climáticas vão diminuir a absorção de carbono pela terra e pelo oceano em comparação
com o caso de clima constante (confiança média). Isto é apoiado por observações e
modelação paleoclimáticos que indicam que há um feedback positivo entre o clima e o
ciclo do carbono em escalas centenárias a milenares. Os modelos concordam com o sinal,
globalmente negativo, da resposta da terra e do oceano às alterações climáticas, mas
mostram uma concordância baixa sobre a magnitude desta resposta, especialmente para
a terra.
C. Subida do nível médio do mar
4. Qual é a estimativa de taxa de subida do nível médio do mar para o final deste
século (pode basear-se nas projeções do IPCC)? Identifique e explique os
mecanismos relacionados com essa subida. Espera-se um crescimento dos oceanos
entre 20 e 30 cm até 2050 e de 43 a 50 cm até 2100, desde que diminuam as emissões de
CO2 e o termômetro terrestre fique abaixo de 2 ºC com relação à temperatura do final do
século XIX, tal como pretendem os Acordos de Paris. Porém, se as tentativas de conter o
aquecimento global fracassarem e vier a acontecer o temido degelo em massa da
Antártida, as previsões para 2100 situam a subida do nível do mar entre 84 cm e mais de
2 metros no pior das hipóteses. A SNMM está associada ao derretimento das calotes
polares, ao aquecimento dos oceanos e à elevada fonte de emissão de GEE. Devido à
expansão térmica resultante do aumento da temperatura do ar e das águas oceânicas e à
fusão de gelos dos glaciares de montanha e das regiões polares. A subida do nível do mar
irá afetar particularmente as regiões costeiras, onde se concentram, frequentemente,
importantes atividades económicas. As consequências principais desta subida são a perda
de território, decorrente de erosão ou inundação de zonas costeiras, a submersão ou
afetação de infraestruturas e a intrusão salina, afetando a qualidade das águas
subterrâneas, a agricultura e os ecossistemas costeiros e estuarinos.
87
D. Impactes biofísicos vs. socioeconómicos
5. Quais são os impactes biofísicos das alterações climáticas? Como é que esses
impactes biofísicos afetam o sistema socioeconômico nas zonas costeiras? O turismo
é uma atividade de natureza profundamente transversal que é influenciada por uma grande
diversidade de fatores específicos de diversos sectores socioecónomicos e sistemas
biofísicos vulneráveis às alterações climáticas. Refira-se, a título de exemplo, o impacto
que poderá ter sobre o turismo uma potencial intensificação de doenças infeciosas
transmitidas por vetores e provocadas pelas alterações climáticas. Outro exemplo é o
impacto sobre o turismo de uma potencial degradação ambiental e descaracterização da
paisagem provocada pela mudança climática.
88
zonas, entre outros (Allison et. al., 2009). Ainda que evitando alarmismos desnecessários,
não deixa de ser legítimo ver nos impactos de futuras alterações climáticas um dos
maiores desafios que a humanidade irá enfrentar nos próximos tempos. Contudo, não se
deve pensar que estas alterações terão o mesmo tipo de consequências para todas as
comunidades do planeta. Num contexto como o atual, serão, naturalmente, os países
menos desenvolvidos os que mais sofrerão o impacto das alterações climáticas, o que em
parte se deve à fragilidade das suas infraestruturas e ao fracasso das instituições políticas
(muitas vezes inexistentes) em tentar auxiliar as populações afetadas (IPCC, 2014).
A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de seus organismos e agências
especializadas, admite que os "refugiados ambientais" fazem parte de uma categoria em
franca expansão e que necessitam de assistência. Os discursos ora apresentados mostram,
portanto, a resistência liderada pelo ACNUR, em não assumir o encargo da proteção dos
“refugiados ambientais”. Nessa linha, verifica-se também a tentativa de dissociar as
dimensões ambientais das discussões futuras sobre refugiados, por meio da mudança do
foco de atuação de agências e programas da ONU, reforçando-se o discurso da limitação
dos respectivos mandatos. Além disso, a clara indisposição política de parte dos membros
da comunidade internacional – em geral dos países de destino dos solicitantes de refúgio
– também reforça o cenário desfavorável ao reconhecimento dos “refugiados ambientais”
a partir da mudança do Direito Internacional dos Refugiados.
89
ANEXO 3 - TABELA DE CORRELAÇÃO CRONOESTRATIGRÁFICA
GLOBAL PARA OS ÚLTIMOS 2,7 MILHÕES DE ANOS, V. 2019
90
ANEXO 4 – RESPOSTAS DO QUIS
1. Nenhum lugar na Terra está mais frio hoje do que há 100 anos atrás.
A. Verdadeiro
B. Falso
5. Comparado a outros gases de efeito estufa, o dióxido de carbono é o mais eficaz para
reter o calor próximo da superfície da Terra.
A. Verdadeiro
B. Falso
91
D. Todas as opções de resposta são corretas
10. O nível médio do mar permaneceu bastante constante ao longo da história da Terra.
A. Verdadeiro
B. Falso
11. O desgelo dos glaciares pode aumentar o nível médio do mar em vários metros.
A. Verdadeiro
B. Falso
12. Além do desgelo das camadas de gelo terrestres, quais desses fatores contribuíram
para a elevação do nível médio do mar nos últimos 100 anos?
A. Aquecimento das águas superficiais dos oceanos
B. Derretimento do gelo do mar
C. Aumento do escoamento dos rios
14. O nível médio do mar nunca foi tão alto quanto é hoje.
A. Verdadeiro
B. Falso
16. Os recifes de coral saudáveis contribuem para as economias locais, por exemplo
através do turismo subaquático; algumas propriedades
A. Protegem as margens adjacentes da ação das ondas
B. Auxiliam na fixação de carbono e azoto
C. Ajudam na remoção de nutrientes
D. Todas as opções de resposta são corretas
17. De que forma a saúde humana pode ser afetada pelas mudanças climáticas?
A. Aumento de doenças respiratórias e cardiovasculares
B. Aumento de doenças transmitidas por alimentos e pela água
C. Pode causar ou piorar algumas doenças mentais
D. Todas as opções de resposta são corretas
92
19. Quais são os possíveis efeitos das alterações climáticas nas espécies vegetais e
animais?
A. Alteração na composição de espécies dos biomas
B. Mudança de habitats
C. Perigo e extinção de espécies
D. Todas as opções de resposta são corretas
20. Águas superficiais mais quentes nos lagos e nos oceanos podem:
A. Estimular a proliferação de algas tóxicas
B. Tornar os peixes letárgicos
C. Impedir o crescimento das plantas
D. Manter mais oxigênio dissolvido na água
21. Qual das seguintes formas de gestão é mais eficaz para manter a diversidade
ecológica, aquando o combate às alterações climáticas?
A. Proteger individualmente espécies em todo o mundo
B. Proteger ecossistemas altamente diversificados
C. Proteger áreas economicamente benéficas para as pessoas
D. Proteger ecossistemas de baixa diversidade
22. Qual das alternativas a seguir mais contribuiu para a subida do nível médio do mar?
A. Derretimento do gelo marinho do Ártico
B: Derretimento do gelo terrestre na Groenlândia e Antártica
C. Derretimento dos glaciares nos Himalaias
D. Derretimento dos glaciares no Alasca
23. Nos últimos 30 anos, o gelo marinho que cobre o Oceano Ártico no final do verão:
A. Cobre mais área do que há 30 anos
B. Recuou, mas recuperou para onde estava há 30 anos
C. Desapareceu completamente no verão
D. Cobre menos área do que há 30 anos
93
ANEXO 5 – QUIZ
R: Falso
R: Falso
O derretimento do gelo marinho não pode elevar o nível global do mar, uma vez que o
gelo já está a flutuar. (Pense num cubo de gelo a derreter num copo cheio de água.) No
entanto, o gelo do mar Ártico está a desbastar e a média de Verão a longo prazo diminuiu
34 por cento desde 1979. O gelo dos glaciares e das placas de gelo, que se formam em
terra, acrescenta água ao oceano terrestre quando derrete e contribui para a subida do
nível do mar.
3. Além do degelo das camadas de gelo terrestres, qual destes fatores mais
contribui para a subida do nível do mar nos últimos 100 anos?
A. Aquecimento das águas superficiais dos oceanos
B. Derretimento do gelo do mar
C. Aumento do escoamento dos rios
À medida que o oceano aquece, expande-se e o nível do mar sobe, representando cerca
de um terço da subida do nível do mar de aproximadamente 20 centímetros observada no
século passado. A água libertada pelo derretimento das camadas de gelo terrestres
contribui para os outros dois terços da subida do nível do mar.
94
4. Que percentagem de calor proveniente do aquecimento global foi absorvida
pelo oceano nos últimos 40 anos?
A. 11%
B. 35%
C. 93%
R: 93%
R: Falso
R: -2ºC a 35ºC
A água muito fria e muito salgada afunda-se em águas profundas nas regiões polares da
Terra, enquanto que a água quente tende a permanecer à superfície em águas tropicais. A
95
água doce congela a 0°C, mas a água do mar congela a temperaturas mais frias porque
contém sal.
R: Falso
Comparado com o atual, o nível do mar era três a seis metros mais alto durante o último
período interglacial (o intervalo quente entre as idades do gelo) há cerca de 125.000 anos.
R: 39%
Segundo o World Resources Institute, em 1995, 2,2 mil milhões de pessoas, ou 39 por
cento da população mundial, viviam em ou num raio de 100 quilómetros de uma orla
marítima. Estudos recentes revelam que até 600 milhões de pessoas vivem em Zonas
Costeiras de Baixa Elevação e 200 milhões de pessoas vivem dentro de planícies de
inundação costeiras.
9. Durante a última era do gelo (há cerca de 18.000 anos), quando as camadas
de gelo estavam na sua máxima extensão, o nível do mar estava:
A. Cerca de 120 metros mais baixo do que atualmente
B. Cerca de 120 metros mais alto do que atualmente
C. Mais ou menos o mesmo nível que hoje
Durante a última era glacial, uma porção significativa da água da Terra foi congelada em
grandes camadas de gelo que se estendiam para longe dos pólos Norte e Sul, tal como
hoje, mas cobriam uma área muito maior. Na realidade, grande parte da América do Norte
96
estava coberta por gelo nessa altura. Porque tanta água estava fechada dentro dos
glaciares, o nível do mar estava mais baixo.
R: Todas as anteriores.
Tuvalu, uma pequena nação insular no Oceano Pacífico, está apenas 4,5 metros acima do
nível do mar no seu ponto mais alto. A subida do nível do mar e as marés altas podem
submergir totalmente. O Bangladesh é afetado por inundações monsoonais anuais, para
além da subida do nível do mar. Veneza torna-se inundada porque a terra está a afundar-
se gradualmente cerca de 10 centímetros por ano, um efeito exacerbado pela subida do
nível do mar.
11. Nenhum lugar na Terra está mais frio hoje do que há 100 anos.
A. Verdadeiro
B. Falso
R: Falso
Embora a maioria dos locais do planeta tenha registado um aumento das temperaturas
desde 1900, as mudanças nos padrões globais de circulação oceânica e atmosférica
criaram diminuições de temperatura em pequena escala em algumas regiões locais.
R: Azoto
97
Os gases com efeito de estufa que absorvem e emitem radiação dentro da gama do
infravermelho térmico. O vapor de água, dióxido de carbono e metano são os gases com
efeito de estufa mais abundantes da Terra. O azoto, que constitui 80% da atmosfera da
Terra, não é um gás com efeito de estufa. Isto porque as suas moléculas, que contêm dois
átomos do mesmo elemento (nitrogénio), não são afetadas pela luz infravermelha.
Temperaturas mais elevadas dão origem a um ciclo da água mais ativo, o que significa
evaporação e precipitação mais rápidas e maiores e eventos meteorológicos mais
extremos.
14. Onde ocorrem alguns dos impactes mais intensos do aquecimento global?
A. Nos trópicos
B. Nas latitudes a Norte
C. Os impactes do aquecimento global são distribuídos igualmente por todo o planeta
R: Falso
98
O vapor de água tem na realidade mais poder de retenção de calor do que o dióxido de
carbono. É também mais abundante. Mas o dióxido de carbono e o vapor de água
interagem de formas cruciais: Mais dióxido de carbono significa que a atmosfera fica
mais quente, o que depois cria mais vapor de água, o que aprisiona o calor e aquece ainda
mais a atmosfera.
R: Verdadeiro
R: Verdadeiro
99
C. 6 a 11ºC mais fria
D. 28 a 33ºC mais fria
O efeito de estufa é um processo físico natural que aquece a superfície terrestre com a
energia da atmosfera. Sem o efeito, a temperatura média da superfície da Terra estaria
bem abaixo do congelamento.
Durante as últimas décadas, os cientistas têm tido o benefício de dados de satélite globais.
Temos medições terrestres precisas que remontam a pouco mais de um século. Os
métodos "Proxy", como a análise do anel de árvores e do núcleo de gelo, são utilizados
para reconstruir os registos climáticos antes do surgimento dos instrumentos modernos.
R: Verdadeiro
21. As plantas utilizam dióxido de carbono e água para fazer os seus próprios
alimentos através do processo de fotossíntese. Quando fazem muitas
100
fotossínteses, as plantas refletem fortemente a luz em qual dos seguintes
comprimentos de onda?
A. Visível
B. Ultravioleta
C. Quase infravermelho
D. Todas estão corretas
R: Quase infravermelho
101
C. Os seus pesos atómicos são os mesmos
R: Oxigénio
O oxigénio tem uma massa atómica de 16 enquanto que o carbono tem uma massa
atómica de 12. A massa atómica de um elemento é a massa média dos protões, neutrões
e eletrões num átomo desse elemento quando este se encontra em repouso.
R: B
Em contraste com o Hemisfério Norte, o Hemisfério Sul é coberto por mais oceano do
que vegetação.
R: Século 19
102
Mais tarde, estabeleceu a ligação entre a queima de combustíveis fósseis e o aquecimento
global, uma ligação a que estamos claramente a assistir hoje.
R: Todas as anteriores
O dióxido de carbono não é o único composto que contém carbono na atmosfera que afeta
o nosso clima. O metano (que vem do gado, fugas de sistemas de gás natural e zonas
húmidas) é um potente gás com efeito de estufa que retém o calor. O monóxido de
carbono (que provém de aquecedores e geradores não ventilados e outros equipamentos
movidos a gasolina) afeta os níveis de metano, dióxido de carbono e ozono na atmosfera.
Como o monóxido de carbono se mantém no ar durante cerca de um mês, pode percorrer
longas distâncias, o que o torna útil para estudar a forma como a poluição atmosférica se
move em todo o mundo. O carbono preto (fuligem) é o subproduto da queima de
combustíveis como o petróleo e o carvão. Quando o carbono negro assenta no gelo e na
neve no Ártico e na Antárctica ou em glaciares de montanha, escurece a superfície da
neve, acelerando o derretimento e reduzindo a disponibilidade de água doce.
R: Todas as anteriores
Cada vez que conduzimos um carro, fazemos um voo ou cortamos árvores ou limpamos
terra de vegetação, adicionamos dióxido de carbono à atmosfera.
103
28. As plantas em terra absorveram aproximadamente metade do dióxido de
carbono que os humanos colocaram na atmosfera durante as últimas
décadas.
A. Verdadeiro
B. Falso
R: Falso
R: Todas as anteriores
R: Ambos
104
O ozono é um gás feito de três átomos de oxigénio e ocorre tanto na atmosfera superior
da Terra como ao nível do solo. Pode ser bom ou mau para nós, dependendo de onde é
encontrado. Quando está dentro ou acima da estratosfera (a atmosfera superior que vai de
5 a 11 milhas acima), o ozono forma um protetor solar crucial - a camada de ozono - que
nos protege dos raios ultravioletas nocivos do sol. Mas o ozono também pode atuar como
poluente ao nível do solo, formado quando a poluição (digamos, dos automóveis) reage
com a luz solar. Um ingrediente principal do smog é o ozono, que queima os pulmões
quando inalado e pode desencadear ataques de asma. A NASA monitoriza a camada de
ozono e o ozono de nível inferior utilizando satélites e instrumentos em aviões e no solo.
R: 10 dias
Em média, este é o tempo que demora para o pó, fuligem e produtos químicos solúveis
em água serem lavados da atmosfera através da queda de chuva.
R: Melhor
105
33. A que distância pode a poluição atmosférica viajar da sua fonte?
A. 1 bloco
B. 1 milha
C. Para o próximo estado ou grande região
D. Em todo o mundo
R: Em todo o mundo.
R: Ozono troposférico.
R: Todas as anteriores.
106
gás. Do espaço podemos ver que o dióxido de nitrogénio se acumula principalmente em
torno de grandes cidades e zonas industrializadas.
36. Que tipo de poluição atmosférica é mais difícil de medir a partir do espaço?
A. Dióxido de enxofre
B. Ozono troposférico
C. Compostos orgânicos voláteis~
D. Dióxido de nitrogénio
R: Ozono troposférico
R: 46%
107
QUIZ: GELO E GLACIARES
38. Que proporção da água doce do mundo é armazenada nos glaciares e nas
calotas de gelo?
A. 32%
B. 47%
C. 69%
R: 69%
O oceano salgado contém mais de 97% de toda a água da Terra, o que significa que a
água doce é relativamente escassa. Cerca de 70 por cento da água doce da Terra é mantida
em calotas de gelo e glaciares. O resto da água doce do planeta reside em lagos (27%),
pântanos (3%) e rios (menos de 1%).
39. Durante a última era glaciar, os glaciares cobriam quase um terço de toda a
terra. Que percentagem da terra está hoje coberta por gelo glacial?
A. 5-6
B. 10-11
C. 19-20
R: 10-11
10 a 11% da terra está hoje coberta por gelo. A grande maioria do gelo da Terra encontra-
se na Antártida. Tem uma camada de gelo com mais de 1,8 quilómetros (1,1 milhas) de
espessura em média, e pode ter mais de 4 quilómetros (2,5 milhas) de espessura em alguns
locais.
40. Qual é o único continente na Terra que atualmente não tem glaciares?
A. Austrália
B. América do Sul
C. Africa
R: Austrália
108
41. Atualmente só existem glaciares nas latitudes mais elevadas; não existem
glaciares nos trópicos da Terra.
A. Verdadeiro
B. Falso
R: Falso
Como os glaciares são feitos de gelo, estão normalmente associados a regiões frias como
a Islândia, Canadá e Alasca, mas os glaciares tropicais também existem nas cadeias
montanhosas equatoriais da Terra onde a elevação é suficientemente alta e fria para a
acumulação de gelo. Os glaciares tropicais podem ser encontrados no topo das montanhas
na Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, África Oriental e Indonésia.
42. Qual dos seguintes está a perder mais gelo todos os anos?
A. O manto de gelo da Groenlândia
B. O manto de gelo da Antártica
C. A soma de todos os glaciares de montanha do Mundo
As placas de gelo são grandes glaciares que cobrem grande parte da Gronelândia e
Antárctica. Os glaciares de montanha, mais pequenos que os lençóis de gelo, fluem de
zonas alpinas altas. Embora a Antárctica detenha a maioria do gelo da Terra, a
Gronelândia, que contém apenas 10%, perde a maior parte do gelo todos os anos. Se todos
os 2,9 milhões de quilómetros cúbicos (0,7 milhões de milhas cúbicas) do manto de gelo
da Gronelândia derreterem, o nível do mar subiria 7,2 metros (23,6 pés).
43. Quanto gelo, em média, se está a perder todos os anos de todos os glaciares
de montanha em todo o mundo juntos?
A. Cerca de 84 milhões de toneladas
B. Cerca de 84 mil milhões de toneladas
C. Os glaciares de montanha em todo o mundo estão de facto a aumentar, não a diminuir
de tamanho
Em elevações elevadas, a neve acumula-se para formar glaciares, que fluem para baixo,
estendem-se em áreas quentes e derretem. Uma "linha de equilíbrio" separa as áreas que
109
derretem no Verão das áreas que permanecem cobertas de gelo durante todo o ano. Se
derreter mais gelo do que se acumula, o glaciar retira-se. Sessenta e sete mil milhões de
toneladas de gelo do Alasca e 17 mil milhões de toneladas de outros glaciares de
montanha são perdidas anualmente em todo o mundo.
44. Nos últimos 100 anos, aproximadamente quanto gelo se perdeu de todos os
glaciares de montanha do mundo mais os lençóis de gelo da Gronelândia e da
Antárctica combinados?
A. 30 a 50 milhões de toneladas
B. 30 a 50 mil milhões de toneladas
C. 30 a 50 biliões de toneladas
R: C
R: Não
Não, o nível do mar não sobe quando o gelo marinho derrete. Os Icebergs e a água do
mar congelada derretem com temperaturas de aquecimento, mas não provocam a subida
do nível do mar porque já se encontram na água. O volume de água que eles deslocam
como gelo é o mesmo que o volume de água que acrescentam ao oceano quando derretem.
R: B
110
A Antárctica é uma massa de terra continental rodeada por plataformas de gelo que fluem
para o oceano. Embora os icebergs de todo o mundo tenham formas e tamanhos
diferentes, os icebergs tabulares (grandes massas de gelo de ponta plana) partem das
prateleiras de gelo da Antárctica no Oceano Sul e são arrastados pelos ventos e correntes.
Muitos destes são enormes em tamanho, até 80 quilómetros (50 milhas) de comprimento.
QUIZ: ENERGIA
47. A principal fonte de energia no sistema climática da Terra é:
A. Atividade industrial
B. Atividade geotérmica
C. O Sol
D. Clima
R: O Sol
R: B
R: A
QUIZ: SALINIDADE
50. A salinidade é uma medida de que propriedade da água do mar?
A. Temperatura
B. Salinidade
C. Densidade
D. Concentração de oxigénio
R: Salinidade
111
A salinidade é a concentração de sais dissolvidos na água. É um termo geral utilizado
para descrever os níveis de diferentes sais, tais como cloreto de sódio, magnésio, cálcio,
potássio e sulfato.
R: 35
R: Atlântico
As águas superficiais no Atlântico têm a salinidade mais elevada, mais de 37 partes por
mil em algumas áreas. Isto porque, em média, há mais evaporação do que a precipitação
combinada e o escoamento fluvial para o Oceano Atlântico, mantendo uma salinidade
mais elevada do que nas outras bacias.
R: Verdadeiro
Embora a salinidade oceânica varie de lugar para lugar, a variabilidade do sal dissolvido
é muito pequena: de cerca de 32 partes por mil a cerca de 37 partes por mil. No entanto,
esta pequena variação pode ter uma influência maciça na circulação oceânica.
112
54. Para além da água, quais são os dois elementos mais abundantes na água do
mar?
A. Cálcio e iodo
B. Potássio e magnésio
C. Sódio e cloreto
D. Nenhuma das anteriores~
R: Sódio e cloreto
55. A água perto do fundo do mar é mais salgada do que a água à superfície do
mar.
A. Verdadeiro
B. Falso
R: Verdadeiro
Por exemplo, água muito fria e muito salgada forma-se em regiões polares todos os
Invernos. Esta água fria e salgada é mais densa, pelo que se afunda em direção ao fundo
do mar.
56. O que faz com que a água do mar se torne menos salgada?
A. Derretimento do gelo marinho
B. Afluência fluvial
C. Chuva
D. Todas as anteriores
R: Todas as anteriores
Cada um destes processos pode trazer água doce para uma bacia oceânica e diluir a
concentração de sal.
113
R: Todas as anteriores
A salinidade está ligada a muitos processos que ocorrem no oceano. As correntes ditadas
pela densidade são afetadas por alterações na salinidade e temperatura. A chuva
acrescenta água doce ao oceano, enquanto que a evaporação "subtrai" água doce do
oceano. O derretimento de glaciares e icebergs com o aquecimento do clima adiciona
água doce aos nossos mares salgados.
R: Falso
Durante os últimos 200 milhões de anos, a quantidade de sal no oceano tem sido
relativamente constante. O que torna a água do mar mais ou menos salgada é a adição
(precipitação) ou remoção (evaporação) da água.
59. Ao longo dos próximos 100 anos, a salinidade oceânica será provável:
A. Aumento
B. Diminuir
C. Permanecer constante
D. Os cientistas não sabem
R: D
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