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GLÚCIDOS OU GLÍCIDOS
GLÚCIDOS OU GLÍCIDOS ......................................................1
A. INTRODUÇÃO ........................................................................6
1. FUNÇÕES.................................................................................... 8
1.a. Energética.................................................................................................. 8
1.b. Estrutural .................................................................................................. 8
1.c. Reserva Energética ................................................................................... 8
C. ÓSIDOS ................................................................................25
1. CLASSIFICAÇÃO.......................................................................... 25
2. HOLÓSIDOS ................................................................................. 26
2.a. Dissacáridos ............................................................................................ 26
2.A.I. SACAROSE (GLICOSE+FRUTOSE)....................................................................... 26
2.A.II. LACTOSE (GALACTOSE+GLICOSE) ................................................................... 26
2.A.III. MALTOSE (GLICOSE+GLICOSE) ........................................................................ 27
2.A.IV. CELOBIOSE (GLICOSE+GLICOSE) ..................................................................... 27
2.b. Oligossacáridos ....................................................................................... 27
2.c. Polissacáridos.......................................................................................... 27
2.C.I. HOMOPOLISSACÁRIDOS ..................................................................................... 27
2.c.i.1. Amido ........................................................................................................................... 27
2.c.i.2. Glicogénio.................................................................................................................... 27
2.c.i.3. Celulose........................................................................................................................ 27
2.c.i.4. Dextrinas...................................................................................................................... 27
2.C.II. HETEROPOLISSACÁRIDOS .................................................................................. 27
3. HETERÓSIDOS ............................................................................. 27
E. ANEXOS ...............................................................................27
1. PARA SABER MAIS … OS TRANSPORTADORES DE GLICOSE .... 27
1.a. Introdução ............................................................................................... 27
1.b. Transportadores de Glicose .................................................................... 27
1.c. A absorção de glúcidos ........................................................................... 27
2. PARA SABER MAIS … A DIABETES MELLITUS .......................... 27
2.a. Introdução ............................................................................................... 27
2.b. Diabetes Mellitus Insulino-Dependente................................................. 27
2.c. Diabetes Mellitus Insulino-Independente.............................................. 27
A. INTRODUÇÃO
1.FUNÇÕES
1.a. Energética
São os principais produtores de energia sob a forma de ATP, cujas ligações ricas em energia
(±10 Kcal) são quebradas sempre que as células precisam de energia para as reacções bioquímicas. É
a principal função dos carbohidratos. Todos os seres vivos (com excepção dos vírus) possuem um
metabolismo adaptado ao consumo de glicose como substrato energético. Algumas bactérias
consumem dissacáridos (p.ex.: a lactose) na ausência de glicose, porém a maioria dos seres vivos
utiliza a glicose como a principal fonte energética.
1.b. Estrutural
A parede celular das plantas é constituída por um polímero de glicose – a celulose; a carapaça
dos insectos contém quitina, um polímero que fornece extrema resistência ao exo-esqueleto; as
células animais possuem uma série de carbohidratos na membrana plasmática responsáveis pelo
reconhecimento celular, pela agregação das células num tecido e por alguma actividade enzimática –
o glicocálice.
B. AS OSES OU MONOSSACÁRIDOS
1.NOMENCLATURA
O nome genérico de um monossacárido inclui o tipo de função, um prefixo que indica o
número de átomos de carbono e a terminação -ose. Por exemplo:
• Aldohexose é um aldeído de 6 carbonos;
• Cetopentose é uma cetona de 5 carbonos.
2.ISÓMEROS ÓPTICOS
Isómeros de monossacáridos rodam a luz polarizada em direcções diferentes. O isómero que
faz rodar o plano de luz polarizada no sentido dos ponteiros do relógio é designado por dextrogiro
(+). Se o isómero rodar o plano de luz polarizada no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio é
designado por levrogiro (–). Este dado só é observado experimentalmente, através de um
polarimetro.
A aldotriose gliceraldeido é usada como referência para todas as aldoses. Um monossacárido
é designado por D ou L dependendo do arranjamento dos átomos rodeando o carbono assimétrico
(neste caso C2). Muitos dos monossacáridos possuem mais do que um carbono quiral, o que
influencia a rotação da luz polarizada. Monossacáridos de cadeia longa possuem grupos adicionais
H-C-OH entre o carbono carbonil e o carbono quiral considerado para a designação D ou L, o que
pode promover designações opostas D/L e +/–. A maioria dos monossacáridos biológicos
importantes possui configuração D.
Mas vejamos como se classifica um isómero em D ou L. A configuração absoluta dos
monossacáridos é determinado pela estereoquimica do átomo de carbono quiral mais afastado do
carbono carbonil (numero 1 para os aldeídos e número mais baixo para uma cetona que geralmente é
sempre o carbono 2). Com base na posição do OH do carbono quiral de número mais alto, um
monossacárido é D se o OH se projectar para a direita, e L, se projectar-se para a esquerda.
D-gliceraldeido L-gliceraldeido
2.a. Enantiómeros
Estereoisómeros que são a imagem uma da outra num espelho plano são denominados por
enantiómeros. São exemplos o L e D-gliceraldeido ou a L e D-Ribose.
2.b. Epímeros
Estereoisómeros que diferem na configuração em torno de apenas um carbono assimétrico
são designados por epímeros. São exemplo a Glicose e Manose em C2.
3.ESTRUTURA E DIAGRAMAS
Monossacáridos são moléculas tridimensionais por isso vários métodos de desenho em 2
dimensões foram desenvolvidos.
anel de 5 membros são denominadas furanose, enquanto estruturas em anel de 6 membros são
designadas por piranose.
Furanose Piranose
Após ocorrer a ciclização, é gerado um novo carbono quiral (o carbono carbonil), designado
por carbono anomérico. Isto possibilita a existência de 2 formas isómeras designadas por
anómeros.
Na projecção de Fisher, conforme a posição do OH ligado ao carbono anomérico – do mesmo
lado ou do lado contrário ao OH que determina a classificação D ou L – teremos, respectivamente, o
anómero α ou o anómero β.
4.a. Muta-rotação
A interconversão em solução aquosa entre as formas α e β, piranose e furanose é dinâmica e
denomina-se Muta-rotação.
Exemplo: Para a molécula da glicose, em solução aquosa, temos as seguintes proporções:
• β-D-Glicopiranose: 62%
• α-D-Glicopiranose: 38%
• α-D-Glicofuranose: menos de 0,5%
• β-D-Glicofuranose: menos de 0,5%
• Forma aberta: menos de 0,02%
4.c. Isomerização
Monossacáridos convertem-se facilmente nos seus isómeros, quimicamente ou
enzimaticamente. Muitas reacções de isomerização requerem o rearranjo dos átomos de hidrogénio e
das ligações duplas com a formação de intermediários enediol.
4.d. Esterificação
Os grupos hidroxilos dos monossacáridos podem reagir com ácidos formando ésteres. Esteres
de fosfato e de sulfato são uns dos mais comuns na natureza. Açúcares fosforilados são mais
reactivos do que os normais, o que releva especial importância nas substituições nucleofílicas, pois
os grupos hidroxilos são grupos de saída fracos.
5.MONOSSACÁRIDOS IMPORTANTES
5.a. Glicose
D-glicose é um dos mais comuns monossacáridos. É o
combustível primário para as células vivas. Os neurónios e os
eritrócitos usam quase exclusivamente glucose como fonte de
energia.
α- D-glucopiranose
5.b. Fructose
D-fructose é uma cetose encontrada em grandes
quantidades na fruta e no mel. Nos animais, é produzido em
grandes quantidades como componente do sémen, sendo
usado como combustível para os espermatozóides.
β- D-fructofuranose
5.c. Galactose
D-galactose é usada como percursora de muitas
macromoléculas (glicolípidos, proteoglicanos, fosfolípidos e
glicoproteínas) bem como da lactose (componente do leite).
Uma desordem molecular denominada galactosemia é
devido à incapacidade de metabolisar a galactose. A galactose e os
seus derivados concentram-se em certas regiões do organismo, α- D-galactopiranose
provocando danos hepáticos, cataratas e atraso mental.
6.a. Desoxioses
Quando um grupo oxidrilo (OH) de um monossacárido é substituído por um átomo de
hidrogénio. Em sistemas biológicos, isto geralmente ocorre em C2. A 2-desoxi-β-D-ribose é a aldose
que intervêm na estrutura dos ácidos nucleicos (DNA).
2-desoxi-β-D-ribose
6.b. Osaminas
É um monossacárido em que um grupo OH foi substituído por um grupo amina (NH2),
geralmente acetilado. Nos sistemas biológicos, isto ocorre novamente em C2.
D-glucosamina D-galactosamina
N-acetil-D-glucosamina
6.g. Lactonas
São ésteres cíclicos que resultam da reacção do carbono carboxilo de um ácido aldónico ou
urónico com um grupo hidroxilo interno. Ex: Ácido L-ascórbico.
O termo vitamina C deve ser usado como termo genérico para todos os compostos que
apresentam qualitativamente a actividade biológica do ácido ascórbico.
6.i. Glicósidos
Hemiacetais reagem com álcoois para formar acetais. A ligação formada é designada por
ligação glicosídica, e o composto é denominado glicósido. A formação de acetais “fecha” a estrutura
cíclica, prevenindo a oxidação-redução e a muta-rotação. Glicósidos de um ou mais monossacáridos
produzem carbohidratos complexos. A reacção de formação de glicósidos é uma reacção de
condensação, que liberta uma molécula de água.
O nome forma-se mudando o “e” final do nome do monossacárido pelo sufixo “ido” e
colocando antes dessa palavra o nome do substituinte orgânico.
6.j. Alditóis
São açucares álcoois resultantes da redução de um grupo aldeído ou cetona. Ex: glicerol. O
nome forma-se mudando o sufixo “ose” para “itol”.
6.k. Ciclitóis
São poliálcoois cíclicos, existentes sobretudo nos tecidos vegetais. O seu principal
representante é o mioinositol, que ocorre frequentemente associado aos fosfolípidos.
C. ÓSIDOS
1.CLASSIFICAÇÃO
Oligossacáridos
(2-10)
Polissacáridos
(>10)
Homo-polissacáridos: oses + derivados de oses
2.HOLÓSIDOS
2.a. Dissacáridos
Os dissacáridos são glicósidos compostos por dois monossacáridos. Em alguns dissacáridos,
um dos monossacáridos mantêm o grupo carbonil livre, podendo sofrer muta-rotação e oxidação-
redução. Estes dissacáridos são redutores e como exemplo temos a maltose e a lactose.
Outros não possuem carbonilos livres, e portanto estão encerrados na sua forma anomérica,
sendo não reductores. Como exemplo temos sacarose.
Sacarose
Lactose
Maltose Celobiose
2.b. Oligossacáridos
São pequenos polímeros que consistem em 2 a 10 unidades de monossacáridos. Muitos são
encontrados como grupos prostéticos de glicoproteínas e glicolípidos.
• N-ligação – o oligossacárido encontra-se ligado ao polipéptido através de uma ligação N-
glicosídica com o grupo amida da Asparagina;
• O-ligação – o oligossacárido encontra-se ligado ao polipéptido através de uma ligação O-
glicosídica com o grupo hidroxil da serina ou treonina; ou com um grupo hidroxilo do
lípido.
2.c. Polissacáridos
São constituídos por grande número de moléculas da mesma ose – Homopolissacáridos – ou
de oses diferentes – Heteropolissacáridos.
2.c.i. HOMOPOLISSACÁRIDOS
2.c.i.1. Amido
O Amido é formado por uma cadeia α-glicosídica que por hidrólise fornece sempre glicose,
por isso é denominado de glicosana ou glicana. É a fonte alimentar mais importante de hidratos de
carbono, sendo encontrado nos cereais, batatas, legumes e outros vegetais.
Os 2 constituintes principais são a Amilose (15-20%) de estrutura helicoidal não ramificada,
e a Amilopectina (80-85%), constituída por cadeias ramificadas formadas por 24-30 resíduos de
glicose unidos por ligações α(1,4) nas cadeias e por ligações α(1,6) nos pontos de ramificação. As
ramificações impossibilitam a formação de uma hélice.
Amilose
2.c.i.2. Glicogénio
É o homopolissacárido de armazenamento do organismo humano. Possui uma estrutura
idêntica à da amilopectina, sendo mais ramificado, tendo ramificações (ligações α(1,6)) a cada 11-18
resíduos de glicose (ligações α(1,4)).
Amilopectina Glicogénio
Ramo
Ligação α(1,6) – ponto de ramificação
Ligação α(1,4)
2.c.i.3. Celulose
A celulose é um dos compostos orgânicos mais abundantes da biosfera e a principal
substância responsável pela estrutura das paredes celulares das plantas. Faz aproximadamente um
terço da biomassa de uma planta.
Não é hidrolisável pelas enzimas presentes no aparelho digestivo do humano ou de outros
mamíferos, devido à ausência de uma hidrolase que actue sobre a ligação β. É por isso importante na
formação do bolo alimentar. A celulase é uma enzima microbial, portanto os ruminantes alojam no
seu tracto digestivo, bactérias comensais que digerem a celulose.
A celulose é constituída por cadeias muito longas, formadas por resíduos de β-D-glicose,
ligadas por ligações glicosídicas β(1,4). O monómero estrutural é a celobiose.
Celobiose
Microfibrilhas de Celulose
2.c.i.4. Dextrinas
São glucosanas resultantes das α-amilases sobre a amilopectina e glicogénio. Contêm em
média 8 unidades de glicose, com uma ou mais ligações glicosídicas α(1,6).
2.c.ii. HETEROPOLISSACÁRIDOS
Glicósidos composto por múltiplos monossacáridos de pelo menos dois tipos. Podemos
também encontrar derivados dos monossacáridos.
Devido à sua importância e abundância destaco os glicosaminoglicanos (GAGs) que
consistem em cadeias de hidratos de carbono complexos caracterizados pelo seu teor em osaminas e
ácidos urónicos.
Os GAGs são classificados tendo em atenção os resíduos de açúcar, tipos de ligações,
presença e localização dos grupos sulfato. A ligação glicosídica do dissacárido base pode ser do tipo
α (Heparina, Heparina sulfato) ou do tipo β (os restantes).
O carácter ácido resulta da presença de grupos carboxílicos, sulfúricos, ou ambos. No pH
fisiológico, estão todos carregados negativamente, o que produz repulsão entre eles. Este carácter
poli-aniónico é também aproveitado para atrair e reter cargas positivas, em especial o Na+,
desempenhando assim um papel muito importante na hidratação do meio biológico, pois a água
acompanha o Na+ por osmose.
Os GAGs são geralmente encontrados como grupos prostéticos em lípidos e proteínas,
formando os glicoconjugados.
• Ácido hialurónico – encontrado no humor vítreo do olho, no fluido sinovial das
articulações e nas matrizes dos tecidos.
• Condroitina-6-sulfato – é um componente da cartilagem.
• Dermatano sulfato – componente do tecido de sustentação, cuja concentração aumenta
com a idade.
• Heparina/Heparano sulfato – anticoagulante encontrado nos mastócitos.
• Queratano sulfato – encontrado na córnea, cartilagem e discos intervertebrais.
Ácido Hialurónico
Ácido D-glicurónico + GlcNAc
Ligação β(1, 3)
Dermatano sulfato
Ácido L-idurónico + GalNAc-4-sulfato
Ligação β(1, 3)
Condroitina-4 ou 6-sulfato
Ácido D-glicurónico + GalNAc-6-sulfato
Ligação β(1, 3)
Heparina/Heparano sulfato
Ácido D-glicurónico-2-sulfato (ou Ácido L-
idurónico) + N-sulfo-D-glucosamina-6-sulfato
Ligação α(1, 4)
Heparanos tem menos sulfatos que as Heparinas
Queratano sulfato
Galactose + GlcNAc-6-sulfato
Ligação β(1, 4)
3.HETERÓSIDOS
Os heterósidos resultam de uma ose, através da sua função semi-acetálica, com um composto
que não é nem uma ose nem um derivado de ose.
A porção não glucídica é designado por aglicano, enquanto a porção glucídica é denominada
por glicano. Como exemplo, temos os proteoglicanos, que são heterósidos constituídos por resíduos
glucídicos – os glicosaminoglicanos – ligados a uma cadeia proteica.
α-amilase
AMILOSE MALTOSE + GLICOSE
Porém, no caso da amilopectina e do glicogénio, a hidrólise das ligações glicosídicas α-1,4,
realiza-se com dificuldade na proximidade dos pontos de ramificação, e as ligações glicosídicas α-
1,6 aí existentes não são atacadas pela α-amilase. Obtêm-se assim uma mistura de maltose, de
maltotriose e de α-dextrina (oligossacárido constituído por unidades de glicose unidas por ligações
α-1,4 e α-1,6).
A hidrólise, nas dextrinas residuais, das ligações glicosídicas α-1,6 entre os pontos de ligação
é efectuada pela oligo-1,6-glicosidase segregada pelas células da mucosa intestinal. A hidrólise é
completada por uma α-glicosidase, a maltase, que quebra as unidades de maltose (provenientes da
acção da α-amilase e da oligo-1,6-glicosidase) originando-se 2 moléculas de glicose.
Maltase
MALTOSE GLICOSE + GLICOSE
Sacarase
SACAROSE FRUTOSE + GLICOSE
Lactase
LACTOSE GALACTOSE + GLICOSE
2.a. Introdução
A Glicose é o principal hidrato de carbono que é absorvido no intestino e aproveitado pelas
células do corpo que dela retiram energia, sendo a única fonte de energia para algumas células
(como os eritrócitos e células do SNC). A Glicose é tão importante para estas células que vários
outros tecidos do corpo funcionam em conjunto para assegurar a utilização contínua desta substância
(como o fígado).
É uma via singular, porque pode funcionar quer na presença de oxigénio se este estiver
presente (glicólise aeróbia), ou na ausência deste (glicólise anaeróbia). Assim a glicólise permite ao
músculo-esquelético níveis bastante elevados de actividade, mesmo não dispondo de oxigénio e
permite que tecidos com capacidade glicolítica significativa sobrevivam a episódios anóxios.
A Glicólise processa-se no citosol uma vez que as enzimas participantes também se
encontram neste compartimento celular. Consiste em 9 reacções ou passos:
Hexocinase
Mg2+
A membrana celular é impermeável à glucose-6-fosfato, que pode por isso ser acumulada na
célula. A glucose-6-fosfato será utilizada na síntese do glicogénio (uma forma de armazenamento de
glucose), para produzir outros compostos de carbono na via das pentoses fosfato, ou degradada para
produzir energia – glicólise. Nesta etapa é necessária a utilização de ATP como dador de fosfatos
que é transformado em ADP. A reacção é acompanhada por perda significativa de energia livre sob a
forma de calor, o que torna a reacção irreversível em condições fisiológicas. A hexocinase possui
uma elevada afinidade para a glicose fosforilando toda a glicose que entra na célula, mesmo quando
as suas concentrações sanguíneas são baixas. Esta enzima sofre retro-inibição alostérica pelo produto
desta reacção: Glicose 6-fosfato.
Isomerase Fosfofrutocinase
Glucose-6-P
Aldolase
Isomerase
metabólica para degradar as duas. É por esta razão que a glucose-6-P foi isomerizada a frutose-6-P: a
clivagem da glucose daria origem a duas moléculas bastante diferentes, de dois e quatro átomos de
carbono, respectivamente, que exigiriam duas vias metabólicas diferentes para a sua degradação.
A Di-hidroxiacetona-fosfato é convertida a gliceraldeido-3-fosfato, continuando a via
glicolítica a partir do último composto.
Gliceraldeido-3-P-desidrogenase
Fosfoglicerato-cinase
Fosfoglicerato-mutase
Enolase
Piruvato-cinase
Fosforilase A – Activa
Fosforilada
↓
Fosforilase B – Inactiva
Desfosforilada
↓
Fosforilase B – Activa
Desfosforilada (na presença de AMP)
o Regulação Alostérica: A forma “B”, normalmente inactiva, pode ser activada pela
presença do modulador alostérico positivo AMP, cuja concentração aumenta no músculo
após a quebra do ATP.
2.c.i.2. Hexocinase:
• Catalisa a fosforilação da glicose a glicose-6-fosfato – Primeira reacção da via glicolítica.
• As hexocinase I, II e III, ao contrário da IV, são inibidas pelo produto da reacção glicose-6-
fosfato. Se a metabolização da glicose-6-fosfato é menor que a sua síntese, esta acumula-se
inibindo a hexocinase.
2.c.ii.1. Fosfofrutocinase I:
• Enzima muito complexa que catalisa a fosforilação da frutose-6-fosfato – terceira etapa da
via. É unifuncional pois é incapaz de catalisar a reacção inversa que se efectua na
neoglicogénese pela acção da frutose-1,6-bisfosfatase.
• É alostérica: possui vários activadores e inibidores, tais como os activadores AMP, ADP
(que sinalizam a falta de energia disponível) e fosfato, e os inibidores ATP, frutose-1,6-
bisfosfato e ácido cítrico (que sinaliza a abundância de intermediários do ciclo de Krebs). É
também inibida por H+, o que é importante em situações de anaerobiose (a fermentação
produz ácido láctico, que faz baixar o pH). Provavelmente este mecanismo impede que
nestas situações a célula esgote toda a sua reserva de ATP na reacção da fosfofrutocinase, o
que impediria a activação da glucose pela hexocinase.
• Dentro do sistema regulador desta enzima a frutose-2,6-bisfosfato desempenha um papel
crucial pois é o efector positivo mais poderoso desta enzima. É sintetizada pela fosforilação
da Frutose-6-fosfato pela acção da fosfofrutocinase II – enzima bifuncional pois também
possui uma actividade frutose-2-6-bisfosfatase. A cinase corresponde a um domínio N-
terminal e a fosfatase a um domínio carboxi-terminal. A proteína fosforilada actua como
uma bisfosfatase e desfosforilada como cinase. Os mecanismos de fosforilação dependem
duma proteína-cinase dependente de cAMP e a desfosforilação duma fosfatase. A
fosfofrutocinase II é então uma enzima bifuncional e está sob o controlo alostérico da
frutose-6-fosfato, que pelo aumento da concentração de glicose no estado bem alimentado
activa a quinase e inibe a fosfatase, acelerando a glicólise. Por outro lado, quando a glicose
estiver baixa, a glucagina estimula a produção de cAMP, activando a proteína quinase
dependente dele, que por sua vez inactiva a fosfofrutocinase II e activa a frutose-2,6-
bisfosfatase, através da fosforilação.
2.c.ii.2. Piruvato-cinase:
• Catalisa a última reacção da via, a conversão do ácido PEP em ácido pirúvico.
• É alostérica e inibida por ATP, Acetil-CoA e Ácidos Gordos.
Resumo da regulação
Gliceraldeido-3-fosfato
Gliceraldeido-3-fosfato
desidrogenase
Ácido 1,3-
Ácido 1,3-Bisfosfoglicérico
Bisfosfoglicérico mutase
Ácido 2,3-
Ácido 1,3-
Bisfosfoglicérico Ácido-3- Bisfosfoglicérico
cinase Fosfoglicérico
cinase Ácido 2,3-Bisfosfoglicérico
fosfatase
Ácido 3-Fosfoglicérico
Ácido Pirúvico
1
Ver derivados de aminoácidos: creatina
Aldolase
Isomerase
Estas vias exprimem a relação entre o glicerol dos lípidos e o metabolismo da glicose.
3.REOXIDAÇÃO DO NADH
A reacção de oxidação do Gliceraldeido-3-fosfato requer NAD+, mas o teor deste é baixo nas
células, pelo que o NADH tem de ser reoxidado a NAD+.
A reoxidação pode ser realizada em condições aeróbias ou anaeróbias:
3.a. Em Aerobiose
Em aerobiose, esta reoxidação processa-se através da Cadeia Transportadora de Electrões (CTE).
Porém, enquanto a glicólise é um processo citoplasmático, o transporte electrónico é um processo
mitocondrial. E sucede que o NADH citoplasmático não consegue atravessar a membrana
mitocondrial interna.
O transporte dos electrões do NADH para a mitocôndria terá, portanto, de realizar-se através de
um transportador que os transfira do citosol até à membrana mitocondrial interna e aí os entregue a
um aceitador do CTE. Por outras palavras, tem que ser um transportador ao qual a membrana
mitocondrial interna seja permeável.
Existem vários transportadores, sendo o Glicerol-3-fosfato e o Ácido Málico os que intervêm
com mais frequência. Este sistema é conhecido como Shuttle.
2
Consoante o transporte de e- do NADH citoplasmático seja realizado através do Glicerol-3-fosfato ou do Ácido Málico.
3
Idem 1
4
Idem 1
3.b. Em Anaerobiose
Quando a glicólise decorre na ausência de oxigénio, e portanto a CTE não funciona (pois o
ultimo aceitador de electrões é o oxigénio molecular), a célula tem de utilizar outras reacções para
reoxidar o NADH. Veremos 3 vias, das quais as duas primeiras são as mais utilizadas.
5
Fermentação é um processo em que o aceitador final dos electrões provenientes da degradação é um produto orgânico
da própria degradação.
4.a. Introdução
Importância Biológica:
• Para realizar o seu anabolismo, a célula não precisa apenas de energia (ATP): também
precisa de poder redutor, sob a forma de NADPH. O NADPH é produzido durante a
oxidação da glucose-6-P por uma via distinta da glicólise, a via das pentoses-fosfato.
Esta via é muito activa em tecidos envolvidos na biossíntese de colesterol e de ácidos
gordos (fígado, tecido adiposo, córtex adrenal, glândulas mamárias).
• Esta via também produz ribose-5-P, o açúcar constituinte dos ácidos nucleicos.
• Permite também às células, se for caso disso metabolisar a glicose-6-fosfato com
produção de ATP sem utilizar a via da glicólise.
Glicose-6-fosfato
desidrogenase
6-fosfo-gluco-
lactonase
A descarboxilação do gluconato liberta dois electrões, que vão reduzir outra molécula de
NADP+. Obtém-se assim um açúcar de 5 carbonos, a ribulose-5-fosfato, que por isomerização é
transformado em ribose-5-P6.
Fosfopentose
isomerase
6-fosfogluconato
desidrogenase
Fosfopentose
epimerase
6
Na figura assinalam-se a verde as diferenças entre os isómeros
7
A Transcetolase é controlada pela vitamina B1 na sua forma activa, TPP (Tiamina de Pirofosfato). A TPP é essencial
para a indução da síntese de transcetolase. Este facto é tão importante que se pode ter uma ideia do grau de carência de
vit. B1, através do doseamento da transcetolase dos eritrócitos.
4.e. Regulação:
O factor de regulação mais importante da via das pentoses é ao nível do NADP+, que é o
aceitador de electrões na oxidação da glicose-6-fosfato a ácido-6-fosfoglucónico.
Devido ao efeito do teor em NADP+, no citosol, sobre a velocidade da fase oxidante da via,
fica assegurada uma relação muito estreita entre a produção de NADPH e a sua utilização nas
reduções metabólicas e, desta forma, regulando o valor do quociente NADP+/NADPH.
Assim, se o organismo requer maior quantidade de ribose-5-fosfato do que de NADPH – isto
é, se a biossíntese das proteínas predomina sobre a dos lípidos, apenas funcionará a fase não
oxidante da via. Nestas condições, a frutose-6-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato (formados pela via
da glicólise a partir da glucose-6-fosfato) são transformados em ribose-5-fosfato sem formação de
NADPH.
No caso contrário, e em alternativa à fase inversa da via das interconversões, a ribose-5-
fosfato formada na fase oxidante, pode ser convertida em frutose-6-fosfato e em gliceraldeído-3-
fosfato, e daí em ácido pirúvico. Por este processo gera-se ATP e NADPH, e cinco dos seis átomos
de carbono da glucose-6-fosfato vão formar ácido pirúvico.
5.a. Introdução
O ácido pirúvico formado no final da glicólise pode ter vários destinos metabólicos:
reacção é o Pirofosfato de Tiamina (TPP), ligado à enzima por interacções não covalentes. O Mg2+ é
o cofactor da reacção.
O ácido pirúvico é descarboxilado a um derivado hidroxietil do anel tiazólico do difosfato de
tiamina ligado à enzima, o qual por sua vez reage com o Ácido Lipóico, formando Acetil-lipoato. Na
presença da Dihidrolipoil-transacetilase (uma enzima do complexo), o Acetil-lipoato reage com a
Coenzima-A, formando-se Acetil-CoA e Ácido Lipóico reduzido. O ciclo da reacção termina quando
o Ácido Lipóico é reoxidado por uma flavoproteina na presença da Ácido Lipóico-desidrogenase.
5.d. Regulação
A Piruvato-desidrogenase é inibida pelos seus produtos (retro-inibição): Acetil-CoA e
NADH. O complexo é então regulado pelo jogo quinase/fosfatase. A quinase vai ser activada pelo
aumento das razões (Acetil-CoA/CoA), (NADH/NAD+) e (ATP/ADP), fosforilando o complexo,
inactivando-o. A Piruvato-desidrogenase não é portanto apenas inibida por um alto potencial
energético, mas também nas condições de oxidação dos ácidos gordos que conduzem ao aumento
destas razões.
Por outro lado a diminuição destas razões, inibe a cinase, estimula a fosfatase que
desfosforila o Complexo Piruvato-desidrogenase, activando-o.
6.CICLO DE KREBS
6.a. Introdução
Também é designado por Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos ou Ciclo do Ácido Cítrico.
O ciclo de Krebs ocorre na mitocôndria e compreende essencialmente, a combinação de uma
molécula de Acetil-CoA com o ácido dicarboxílico de 4 carbonos, o ácido oxaloacético, resultando a
formação de um ácido tricarboxílico de 6 carbonos, o ácido cítrico. Segue-se um conjunto de
reacções através das quais 2 moléculas de dióxido de carbono se perdem, e é regenerado o ácido
oxaloacético.
Visto que não são precisas mais do que pequenas quantidades de ácido oxaloacético para
transformar grande número de unidades acetílicas a CO2, considera-se que o ácido oxaloacético
desempenha o papel catalítico.
Este processo necessita de O2 como receptor final dos equivalentes redutores que são produzidos
sob a forma de H+ e e-. Assim, a ausência (anóxia) ou a deficiência parcial (hipóxia) de O2 determina
a inibição total ou parcial do ciclo.
As enzimas do ciclo do Ácido cítrico estão localizadas na matriz mitocondrial, livres ou ligadas à
superfície interna da membrana mitocondrial.
Citroil-SCoA
Ligado à enzima
Ácido Oxaloacético Ácido Cítrico
Acetil-CoA
Citrato Sintetase
Aconitase
Isocitrato Desidrogenase
α-cetoglutarato
desidrogenase
Succinil-CoA
Sintetase
Succinato Malato
Desidrogenase Desidrogenase
Fumarase
As enzimas que participam no ciclo do ácido cítrico podem ser também encontradas fora da
mitocôndria, excepto a α-cetoglutarato desidrogenase e a Succinato-desidrogenase.
Visão geral
8
ver fosforilação oxidativa
6.d. Regulação
O ciclo de Krebs é controlado fundamentalmente pela disponibilidade de substratos, inibição
pelos produtos e por outros intermediários do ciclo.
A actividade é imediatamente dependente do fornecimento dos co-factores oxidados das
desidrogenases, os quais, por sua vez, devido à forte ligação entre a oxidação e a fosforilação na
CTE, são dependentes da disponibilização de ADP e, portanto, da velocidade de utilização de ATP.
Portanto, se houver suficiente fornecimento de O2, a velocidade de realização do trabalho através da
utilização de ATP determina tanto a velocidade da reacção quanto a actividade do ciclo do ácido
cítrico.
Algumas enzimas, pelas suas propriedades, indicam também que o controlo pode ser efectuado
ao nível do próprio ciclo. Estas são responsáveis pelo estado de energia expresso pelas relações
ATP/ADP e NADH/NAD+:
São 5 as enzimas que regulam a velocidade do Ciclo de Krebs, actuando na regulação do
fornecimento de combustível para a via – Acetil-CoA – e no ciclo propriamente dito.
• A regulação alostérica: Inibida por ATP, Acetil-CoA e NADH + H+ → “feed back” negativo.
6.d.i.2. Citrato-Sintase:
• Catalisa a 1ª etapa do ciclo;
• Sofre regulação alostérica: é inibida pelo ácido cítrico, succinil-CoA e NADH + H+;
• A concentração de ácido oxaloacético também é um factor importante de regulação da
actividade desta enzima.
6.d.ii.1. Isocitrato-Desidrogenase:
• Cataliza a 3ª etapa do ciclo;
• Sofre regulação alostérica: é activada por ADP e inibida por NADH + H+ e NADPH.
6.d.ii.2. α-Cetoglutarato-Desidrogenase:
• Cataliza a etapa 4 do ciclo;
• Também é alostérica e inibida por succinil-CoA.
9
Ver Neoglicogénese
10
Rever Metabolismo dos Aminoácidos
11
Ver síntese de ácidos gordos no capítulo dos Lípidos
7.a. Conceito:
Também denominada por cadeia respiratória, é a via de convergência de todo o metabolismo
aeróbio da célula; é formada por uma sequência de compostos transportadores de electrões
localizados na membrana mitocondrial interna, e dirige um fluxo de pares de electrões das
coenzimas captadoras – NADH + H+, FADH2 – ao oxigénio molecular, com grande libertação de
energia.
O oxigénio, ao receber o par de electrões, reduz-se a água, e a energia libertada é dirigida para a
síntese do ATP, num processo acoplado ao transporte de electrões chamado Fosforilação Oxidativa.
½ O2 + 2 e- + 2H+ → H2O
NADH + H+
↓
FMN (NADH-Desidrogenase)
↓
Citocromo b
↓
Citocrocromo c1
↓
Citocromo c
↓
Citocromo a
↓
Citocromo a3
↓
Oxigénio
7.c.i. COMPLEXO I:
É o maior dos 4 complexos; formado por 26 cadeias polipeptídicas, incluindo 7 centros de
enxofre/ferro e a flavoproteina ligada ao FMN;
O sítio de ligação com o NADH está voltado para a matriz mitocondrial, favorecendo a
transferência de electrões.
A ubiquinona reduzida pelo complexo I difunde-se pela bicamada lipídica da membrana
mitocondria interna até o complexo III. A ubiquinona reduzida é a mediadora da transferência dos
electrões dos complexos I e II ao complexo III.
Os protões que acompanham os electrões são transferidos da matriz para o espaço
intermembranar.
8.FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA
8.a. Conceito:
Processo metabólico de síntese de ATP a partir da energia libertada pelo transporte de electrões
na cadeia respiratória.
8.b. A Energia:
Durante o fluxo de electrões ocorre a libertação de energia livre suficiente para a síntese de ATP
em 3 locais da cadeia respiratória: Complexos I, III e IV. Estes locais são denominados “Sítios de
Fosforilação Oxidativa”.
Nestes locais a libertação de energia livre é em quantidade semelhante à necessária para a síntese
do ATP.
A partir desta situação, Mitchell prevê os seguintes eventos na membrana mitocondrial interna:
• A Cadeia Respiratória, ao transportar os electrões utiliza a energia libertada para bombear
protões da matriz para o citosol;
• A membrana mitocondrial interna, por ser impermeável a protões, impede o retorno destes à
matriz;
• Gera-se assim um Gradiente Duplo – de pH e electrostático – através da membrana
mitocondrial interna, que gera uma situação de elevada instabilidade e, por consequência,
uma força que atrai os protões de volta à matriz;
• Esta força, denominada Força Protão-Motriz, dirige o refluxo de protões para a matriz
mitocondrial através dos canais de protões da enzima ATPase;
• A passagem dos protões pela ATPase determina a síntese do ATP.
MITOCONDRIAL INTERNA
Como a membrana mitocondrial interna é altamente selectiva, existem através dela sistemas de
transporte de ATP, ADP, Pi e equivalentes redutores do NADH que permitem a troca destes
substratos entre a mitocondria e o citosol.
Este número pressupõe gasto de ATP zero em processos paralelos, o que não ocorre na prática.
Aceita-se como um número mais realista 30 ATPs/Glicose o rendimento real, considerando-se a
energia gasta durante todo o processo.
9.METABOLISMO DO GLICOGÉNIO
9.a. Introdução
O glicogénio é a principal forma de armazenamento de hidratos de carbono nos animais,
correspondendo ao amido nas plantas.
Localiza-se preferencialmente no fígado e músculos, sendo a quantidade superior nos músculos,
uma vez que a massa muscular é muito superior à massa do fígado.
O glicogénio age como fonte rapidamente disponível de unidades de hexose para a glicólise, no
músculo. O glicogénio hepático, por sua vez, encontra-se sobretudo relacionado com o
armazenamento e libertação de unidades de glicose para a manutenção da glicose sanguínea –
glicemia – particularmente no intervalo das refeições.
A membrana celular é impermeável à glucose-6-fosfato, que pode por isso ser acumulada na
célula. A glucose-6-fosfato será utilizada na síntese do glicogénio (uma forma de armazenamento de
glucose), na síntese de outros compostos de carbono na via das pentoses fosfato, ou degradada para
produzir energia – glicólise.
pela acção da UDP-Glicose pirofosforilase. Isto é conseguido por reacção com uridina trifosfatada
(UTP, uma molécula análoga do ATP, mas com uridina no lugar da adenina).
Esta reacção, só por si, não parece ser termodinamicamente favorável, pelo que se poderia pensar
que não teria utilidade. No entanto, o pirofosfato (PPi) que se forma nesta reacção pode ser
hidrolisado, numa reacção bastante exoenergética. A eliminação do PPi impele o equilíbrio no
sentido de formação da UDP-glucose, ilustrando mais uma vez o princípio da utilização de uma
reacção bastante exoenergética para tornar espontânea uma outra reacção que de outra forma não
seria favorecida termodinamicamente.
A UDP-glucose tem um elevado potencial de transferência de fosfato, o que lhe permite doar
glucose à extremidade 4’ de uma cadeia de glicogénio (ligações α-1,4), numa reacção catalizada pela
Glicogénio sintetase:
7 UDP-Glicose
Glicogénio
sintetase
7 UDP
Enzima
ramificadora
Uma molécula de glicogénio com ramos de apenas 4 glicoses (o que se denomina uma “dextrina-
limite”) não pode ser degradada apenas pela glicogénio fosforilase. Necessita da acção da enzima
seguinte:
• Enzima desramificadora do glicogénio: transfere três resíduos de glicose de um ramo
limite para outro ramo. O último resíduo da ramificação (com uma ligação α-1,6) é eliminado
por hidrólise, dando como resultado glucose livre e glicogénio desramificado. A hidrólise é
catalizada pela mesma enzima desramificadora.
A glicogénio fosforilase é bastante mais rápida do que a enzima desramificadora, pelo que os
ramos exteriores do glicogénio são degradados muito rapidamente no músculo em poucos segundos
quando é necessária muita energia. A degradação do glicogénio para lá deste ponto exige a enzima
desramificadora e é portanto mais lenta, o que explica em parte o facto do músculo só poder exercer
a sua máxima força durante poucos segundos.
• Fosfoglucomutase: cataliza a isomerização de glucose-1-P a glucose-6-P, e vice-versa:
A glucose 6-fosfato pode então ser utilizada na glicólise. Ao contrário do músculo, o fígado (e
em menor extensão, o rim) possui glucose-6-fosfatase, uma enzima hidrolítica que cataliza a
desfosforilação da glucose 6-fosfato, o que lhe permite fornecer glucose ao resto do organismo:
A glicogénio fosforilase também existe sob duas formas: a e b. A forma a é activa e a forma b
não. A forma b converte-se na forma a pela acção da quinase, na presença de ATP e Mg2+. Como
vimos anteriormente, a quinase existe sob duas formas – activa (A) e inactiva (I) – intervindo na
activação o cAMP formado pela adenilciclase.
As fosforilações geralmente dão-se nos resíduos de serina, originando-se fosfoserina.
9.d.i.2. A insulina
A insulina facilita o transporte da glicose para o interior da célula, estimula a glicogénio sintetase
favorecendo, assim, a glicogénese, uma vez activa a fosfoproteína fosfatase I. É uma hormona
hipoglicemiante.
9.d.ii.2. Cálcio
O aumento do cálcio citoplasmático tem também um efeito regulador. O aumento dos níveis de
cálcio deve-se a 2 hormonas: a vasopressina ou ADH e a adrenalina.
Tanto a vasopressina como a adrenalina combinam-se com receptores específicos que, no caso
da adrenalina são os receptores adrenérgicos. O complexo hormona-receptor vai activar um lípido da
membrana, o fosfatidil-inositol-4,5-bisfosfato, que se irá cindir em dois mensageiros, o inositol-
1,4,5-trifosfato (IP3) e o 1,2-diacilglicerol. O IP3 liberta cálcio do retículo endoplasmático, que por
sua vez, irá activar a quinase. O 1,2-diacilglicerol activa directamente a quinase. Em suma, a acção
destes dois mensageiros conduz à glicogenólise.
9.d.ii.3. A insulina
A insulina estimula a glicogénio sintetase favorecendo, assim, a glicogénese, uma vez que activa
a fosfoproteína fosfatase I. É uma hormona hipoglicemiante.
9.d.ii.4. Glicose
A glicose tem uma acção reguladora, uma vez que se combina com a glicogénio fosforilase a
convertendo-a num substrato óptimo para as fosfatases. Por outro lado, activa a glicogénio sintetase.
Em suma, o excesso de glicose favorece a glicogénese.
10. NEOGLICOGÉNESE
10.a. Introdução
Existem duas formas principais de manter os níveis de glucose no sangue entre as refeições: a
degradação do glicogénio e a Neoglicogénese ou Gliconeogénese.
Define-se Neoglicogénese como a formação de glicose a partir de material não glucídico e
do ácido láctico.
Os órgãos com elevada capacidade neoglicolítica são o Fígado e o Rim. Estes processos
realizam-se em situações de fome prolongada.
As reacções irreversíveis da glicose impedem que a neoglicogénese seja uma simples
reversão do processo. Há 3 reacções que, por razões de ordens termodinâmica, não são reversíveis
nas condições fisiológicas:
Glicólise Neoglicogénese
• Hexocinase • Glucose-6-fosfatase
• Fosfofrutocinase I • Frutose-1,6-bisfosfatase
• Piruvato cinase • Piruvato-carboxilase
• Fosfoenolpiruvato-carboxicinase
10.b.ii. LÍPIDOS
• GLICEROL: é um dos produtos do metabolismo do tecido adiposo e só os tecidos que
possuem a enzima activadora, a Glicerolcinase, podem utilizá-lo. Esta requer ATP e
catalisa a conversão de Glicerol a Glicerol-3-fosfato. Este vai ser oxidado a Di-
hidroxiacetona fosfato pelo NAD+, na presença da Glicerol-3-P-desidrogenase. Esta
enzima é encontrada entre outros tecidos, especialmente no fígado e nos rins.
• ÁCIDOS GORDOS: os ácidos gordos com um número par de carbonos originam Acetil-
CoA. Por outro lado, o Acetil-CoA activa a Piruvato-carboxilase e inibe a Piruvato-
desidrogenase. Os ácidos gordos com um número impar de carbonos, para além de
originarem Acetil-CoA, também originam Proprionil-CoA, que depois se transforma em
Succinil-CoA.
12
Ver o metabolismo das outras oses
Ácido Oxaloacético
Ácido pirúvico Ácido Málico
Piruvato-carboxilase Malato-desidrogenase (mit.)
Ácido Oxaloacético
Ácido Málico
Fosfoenolpiruvato-carboxicinase (cit.)
Malato-desidrogenase (cit.)
Ácido Fosfoenolpirúvico
o OAA é reduzido a ácido málico, que sai da mitocôndria para o citoplasma, onde é novamente
oxidado a OAA com produção simultânea de NADH. O OAA é então descarboxilado a PEP pela
PEPCK citoplasmática. Em humanos, existe também uma PEPCK mitocondrial.
10.e. Regulação
A glicólise e a neoglicogénese são controladas pelos mecanismos para que seja possível que
apenas uma das vias funcione. A inibição da glicólise nos seus pontos principais, ou a repressão da
síntese das enzimas envolvidas nesses pontos, favorece a efectividade das enzimas neoglicogénicas
opostas.
A fosfofrutocinase é estimulada pelo AMP e inibida pelo ATP e ácido cítrico. Estes têm uma
acção oposta sobre a frutose-1,6-bisfosfatase. Assim, quando há um baixo nível energético, indicado
por concentrações baixas de ATP e elevadas de AMP, a frutose-1,6-bisfosfatase é inibida e a
glicólise favorecida. Por outro lado, quando o nível energético é elevado, indicado por elevadas
concentrações de ATP, frutose-1,6-bisfosfatase é activada enquanto a fosfofrutocinase é inibida,
favorecendo assim a neoglicogénese.
A frutose-2,6-bisfosfato também tem uma acção regulatória.13
A piruvato-cinase é inibida pelo ATP e alanina, ao contrário da carboxicinase, que é inibida
pelo ADP e estimulada pelo ATP e acetil-CoA. Aqui, também, os elevados níveis energéticos
favorecem a neoglicogénese e os baixos níveis a glicólise.
Para melhor explicitar esta regulação, temos como exemplo, a oxidação de ácidos gordos.
Esta oxidação faz mais do que simplesmente fornecer ATP para o processo. Promove a síntese de
glicose, através do aumento da concentração no estado estacionário de Acetil-CoA mitocondrial, um
13
Ver regulação da glicólise: regulação da via propriamente dita.
14
Para os exemplos, utilizou-se o músculo, mas pode ser qualquer tecido que não tenha as enzimas neoglicogénicas
chave, ou seja, a capacidade de converter o ácido láctico a ácido pirúvico; e/ou este ultimo a ácido fosfoenolpirúvico.
Em suma, como o músculo não tem enzimas neoglicogénicas chave, o ácido pirúvico é
transportado ao fígado sob a forma de ácido láctico (ciclo dos Cori), ou como alanina (ciclo de
Fehlig).
11.a.i. O CAMP
Muitas hormonas utilizam o cAMP como segundo mensageiro através do sistema da
adenilciclase, e algumas podem actuar na sua destruição. O cAMP sinaliza um baixo nível
energético.
A acção do cAMP está relacionada com a formação de glicose pois estimula a neoglicogénese e
a glicogenólise, inibindo a glicólise.
11.a.iii. A INSULINA
A insulina tem uma acção fundamental sobre o metabolismo glucídico. Para além de promover a
entrada de glicose nas células. Para além desta importante acção, possui outras como:
• Estimulação e indução das enzimas glicolíticas chave;
• Inibição das enzimas neoglicogénicas chave;
• Indução das enzimas da lipogénese;
• Diminuição da lipólise.
Em suma, a acção da insulina está ligada à diminuição da glicose, estimulando a glicogénese e
muito especialmente, a glicólise e estimulando a transformação de glúcidos em lípidos. É uma
hormona hipoglicemiante.
11.c.i. O MÚSCULO
A insulina facilita a entrada de glicose nas células musculares, sendo esta passagem um factor
limitante e constituindo, assim, um sistema de regulação do metabolismo da glicose, criando
limitações à quantidade de glicose disponível para a glicólise e glicogénese.
A adrenalina estimula a glicogenólise com a formação final de glicose-6-fosfato, mas como o
músculo não possui a enzima glicose-6-fosfatase, toda a glicose-6-fosfato seguirá a via glicolítica.
11.c.iii. CÉREBRO
Ao contrário das outras células do nosso organismo, que consomem, para a formação de energia,
não só glicose, mas também ácidos gordos livres (FFA) e corpos cetónicos, as células cerebrais
utilizam unicamente a glicose. Em situações de hipoglicémia prolongada, podem também utilizar
corpos cetónicos como fonte de energia.
A glicose entra nas células cerebrais em função de um gradiente de concentração, sem qualquer
acção da insulina (o Glut 3 é independente da insulina).
12.a. A frutose
O metabolismo da frutose pode seguir dois caminhos:
1. A hexocinase pode transformar a frutose em frutose-6-fosfato que será catabolisada a
glicose-6-fosfato. Esta via é pouco significativa.
2. A frutocinase transforma a frutose em frutose-1-fosfato, que seguidamente, pela acção da
frutose-1-fosfato aldolase, se cinde em gliceraldeído e dihidroxiacetona fosfato. O
gliceraldeído é fosforilado pela tioquinase, originando o gliceraldeído-3-fosfato. A triose
isomerase converte dihidroxiacetona fosfato em gliceraldeído-3-fosfato. Desta maneira a
frutose entra na glicólise através de 2 moléculas de gliceraldeído-3-fosfato.
12.b. A Galactose
A galactose, pela acção da galactocinase, é fosforilada em galactose-1-fosfato, que combinando-
se com a UDP-glicose, forma a UDP-galactose, que seguidamente, se epimeriza em UDP glicose
pela acção da UDP glicose epimerase.
12.c.i. SÍNTESE
A primeira etapa é a formação de UDP-Glicose. A glicose-6-fosfato será isomerizada em
glicose-1-fosfato pela fosfoglucomutase. Pela acção da UDP-Glicose pirofosforilase, a glicose-1-
fosfato combina-se com o UTP originando UDP-Glicose.
A UDP-glicose pela oxidação do álcool primário em C6 formará o UDP-glicuronato, que em
seguida, dará o ácido glicurónico.
12.c.ii. CATABOLISMO
O ácido glicurónico transforma-se em L-xilulose. A L-xilulose isomerisar-se-á em D-xilulose
que entrara no ciclo de Dickens-Horecker.
E. ANEXOS
1.a. Introdução
A insulina é produzida em resposta à hiperglicémia. Esta quando captada pelos receptores
específicos na membrana plasmática das células promove a libertação de transportadores do interior
da célula para a membrana, sob a forma de vesícula de secreção.
O número ou a afinidade dos receptores de insulina – ou ambos – são afectados pela insulina e
por outras hormonas. A exposição a quantidades aumentadas de insulina diminui a concentração de
receptores (“down-regulation”), enquanto a exposição a níveis diminuídos de insulina aumenta a
afinidade e o número.
Diferem dos transportadores de glicose dependentes de sódio SGLT 1 e SGLT 2, com os quais
não tem qualquer homologia, embora os SGLT também apresentem 12 domínios transmembranares;
o SGLT 1 e o SGLT 2 são responsáveis pelo transporte activo secundário de glicose para fora do
intestino e dos túbulos renais.
Particularmente nos segmentos transmembranares helicoidais 3, 5, 7 e 11, os aminoácidos dos
transportadores facilitadores parecem circundar canais pelos quais a glicose pode penetrar. Supõe-se
que a conformação modifica-se e a glicose é libertada no interior da célula.
Foram caracterizados sete transportadores diferentes de glicose, designados pela sua ordem de
descoberta GLUT 1 a GLUT 7. Eles contêm 492 a 524 aminoácidos e sua afinidade pela glicose
varia. Cada transportador parece ter evoluído para exercer tarefas especiais. O GLUT 4 é o
transportador no tecido muscular e adiposo, sendo estimulado pela insulina. O reservatório de
moléculas de GLUT 4 é mantido no citoplasma das células sensíveis à insulina e, quando essas
células são expostas à insulina, os transportadores deslocam-se rapidamente para a membrana
celular, aparentemente por exocitose. Quando cessa a estimulação pela insulina, os transportadores
retomam ao citoplasma, provavelmente por endocitose, ficando prontos para a próxima exposição à
insulina. Os outros transportadores GLUT parecem permanecer na membrana celular.
Nos tecidos em que a insulina aumenta o número de transportadores de glicose na membrana
celular, a fosforilação da glicose uma vez no interior da célula é regulada por outras hormonas.
Tanto a hormona do crescimento (GH) quanto o cortisol inibem a fosforilação em certos tecidos.
Entretanto, o processo normalmente é tão rápido que só constitui uma etapa limitadora da velocidade
do metabolismo da glicose quando a entrada de glicose está elevada.
A insulina também aumenta a entrada da glicose nos hepatócitos, porém não exerce esse efeito
por aumento do número de transportadores GLUT 4 nas membranas celulares. Na verdade, ela induz
a hexocinase, que aumenta a fosforilação da glicose de modo que a concentração intracelular de
glicose livre permanece baixa, facilitando a sua entrada no interior da célula.
Difusão Facilitada
GLUT 1 Captação basal de glicose 1a2 Placenta, barreira hematoencefálica,
cérebro, eritrócitos, rins, cólon, e muitos
outros órgãos.
GLUT 2 Sensor de glicose das células β; 12 a 20 Células β dos ilhéus de Langerhans, fígado,
transporte para fora das células células epiteliais do intestino delgado, rins
epiteliais intestinais e renais
GLUT 3 Captação basal de glicose <1 Cérebro, placenta, rins, e outros órgãos
15
Km é a concentração de glicose em que o transporte corresponde à metade do valor máximo.
nenhum desses processos requer fosforilação e ambos continuam praticamente normais na diabetes.
A intensidade máxima de absorção de glicose pelo intestino é de cerca de 120 g/hora.
A reabsorção de glicose nos rins assemelha-se à que ocorre no intestino. A glicose e o Na+
ligam-se ao transportador comum SGLT 2 na membrana luminal, e a glicose é transportada para o
interior da célula à mediada que o Na+ se desloca para o interior devido ao seu gradiente eléctrico e
químico. Em seguida, o Na+ é bombeado para fora da célula, para os espaços intercelulares laterais,
enquanto a glicose é transportada pelo GLUT 2 para o líquido intersticial. Por conseguinte, o
transporte de glicose nos rins, bem como no intestino, é um exemplo de transporte activo secundário.
2.a. Introdução
É uma doença metabólica hereditária, caracterizada pela insuficiência da acção hormonal da
insulina, frequentemente pela diminuição ou ausência da secreção pelas células β dos ilhéus de
Langerhans do pâncreas, ou raramente por ineficácia no sistema receptor celular para a insulina. É
influenciada por múltiplos e complexos factores genéticos e ambientais, que interagem
potencializando a sua expressão patológica.
O conhecimento da diabetes é muito antigo, sendo uma das doenças metabólicas com um
historial bem definido na história da medicina. Para se classificar a diabetes mellitus, deve-se levar
em consideração factores clínicos importantes, sendo que a classificação mais correntemente
utilizada (e por isso talvez a menos correcta) divide os pacientes em dois grupos:
1. Diabetes do tipo I ou Insulino-Dependente – também denominada de diabetes infanto-
juvenil porque, geralmente, aparece na infância ou na adolescência, mas não é limitada a
estes pacientes;
2. Diabetes do tipo II ou Insulino-Independente – também denominada diabetes do adulto
obeso, por ocorrer, geralmente, em indivíduos obesos, de meia-idade.
O carácter hereditário da diabetes mellitus está relacionado com um gene regulador da produção
de anticorpos anti-células β, localizado no braço curto (p) do cromossoma 6, devendo existir,
provavelmente, factores ambientais que estimulam a sua expressão génica mais precoce ou tardia, o
que justifica as diferentes faixas etárias de manifestação da sintomatologia.
16
Valores normais: 70-110 mg/dl
mais rapidamente do que são depuradas do sangue pela lipoproteina lipase. A quantidade desta
enzima é dependente do nível de insulina no sangue. O defeito da lipoproteina lipase também resulta
numa hiperquilomicranémia, um vez que esta enzima também é necessária para o catabolismo das
quilomicras, no tecido adiposo.
Em suma, na diabetes insulino-dependente, cada tecido continua a executar o seu papel
catabólico para o qual foi designado no jejum, apesar da absorção de combustível adequada, ou
mesmo em excesso, no intestino. Isto resulta numa elevação de todos os combustíveis no sangue,
com severa perda dos tecidos corporais e, finalmente, morte, a menos que a insulina seja
administrada. A insulina exógena promove a captação de glicose pelos tecidos e inibe a
neoglicogénese, a lipólise e a proteólise.