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MEMORIAL DE CÁLCULO DRENAGEM

Barragem Córrego do Rancho


I. Sumário
I. Sumário .......................................................................................................................2
A. BARRAGENS ............................................................................................................................... 4
1. Introdução ............................................................................................................................... 4
2. Terminologia Básica ................................................................................................................ 4
3. Objetivos ................................................................................................................................. 4
B. CHUVAS ...................................................................................................................................... 5
1. Introdução ............................................................................................................................... 5
2. Tipos de Chuva ........................................................................................................................ 5
3. Medição de Chuva ................................................................................................................... 5
4. Intensidade de Chuva .............................................................................................................. 8
5. Equações de Chuva ................................................................................................................. 8
a. Expressões Típicas ................................................................................................................... 8
b. Exemplos Brasileiros................................................................................................................ 8
C. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS ...................................................................................................... 12
1. Importância ........................................................................................................................... 12
Determinar as características físicas da bacia hidrográfica do curso d´água possibilita a comparação
entre bacias, com a possibilidade de transferência de dados pela similaridade, seu comportamento
futuro e para emprego de dados nas fórmulas empíricas devido a regionalização desses dados. .. 12
2. Características físicas estudadas ........................................................................................... 12
D. DEFLÚVIO SUPERFICIAL DIRETO............................................................................................. 17
1. Generalidades ....................................................................................................................... 17
2. Métodos Analíticos................................................................................................................ 17
3. Método Racional ................................................................................................................... 18
E. CÁLCULO DA BARRAGEM ........................................................................................................ 23
F. DISSIPADORES DE ENERGIA.................................................................................................... 25
1. Definição ............................................................................................................................... 25
2. Alguns tipos de bacias de dissipação de energia .............................................................. 25
G. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 34
AZEVEDO NETTO, J. M.. "Tratamento de Águas de Abasteci mento", Editora da ABNT -
"Normas Técnicas e Especificações". ......................................................................................... 34
AZEVEDO NETTO, J. M.. "Tratamento de Águas de Abasteci mento", Editora da
Universidade de São Paulo, 1966) .............................................................................................. 34
AZEVEDO NETTO, J. M., ALVAREZ, G. A. - "Manual de Hidráulica", Ed. Edgard Blucher Ltda,
7ª Edição, São Paulo, 1982. ........................................................................................................ 34
AZEVEDO NETTO, J. M., CAMPOS BOTELHO, M. H.. "Manual de Saneamento de Cidades e
Edificações", Editora Pini, 1991. ................................................................................................. 34
BOTELHO, M. H. C. - "Águas de chuva - Engenharia das Águas de Chuva nas Cidades", Ed.
Edgard Blucher Ltda, São Paulo, 1985. ...................................................................................... 34
CHOW, VEN TE, - " Handbook of Applied Hydrology", McGraw-Hill, New York,1964. .......... 34
DACACH, N. G. - "Sistemas Urbanos de Água", LTC Editora S.A., 2ª Edição, Rio de Janeiro,
1979. ............................................................................................................................................. 34
DACACH, N. G. - "Sistemas Urbanos de Esgotos", Ed. Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1984.
....................................................................................................................................................... 34
FUGITA, O. e outros - "Drenagem Urbana - Manual de Projeto", DAEE/CETESB, 1980. ....... 34
GARCEZ, L. N. - "Elementos de Engenharia Hidráulica e Sanitária", Ed. Edgard Blucher Ltda,
São Paulo, 1969. .......................................................................................................................... 34
HAMMER, M. J. "Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotos", LTC Editora S.A., Rio de
Janeiro, 1979. ............................................................................................................................... 34
HWANG, N. H. C. - "Fundamentos de Sistemas de Engenharia Hidráulica", Prentice-Hall do
Brasil, Rio de Janeiro, 1984. ........................................................................................................ 34
LENCASTRE, A. - "Hidráulica Geral", Edição Luso-Brasileira da HIDRO - PROJECTO, Lisboa,
1983. ............................................................................................................................................. 34
MACINTYRE, A. J. - "Bombas e Instalações de Bombeamento", Ed.Guanabara Dois, Rio de
Janeiro, 1980. ............................................................................................................................... 34
MEDEIROS Fº, C. F. - "Micro-Drenagem: Estudo para Dimensionamento de Pequenos
Projetos", DEC/CCT/UFPB, Campina Grande, Pb, 1985. ........................................................... 34
NEVES, E. T. - "Curso de Hidráulica", Editora Globo, 4ª Edição, Porto Alegre,1974. ............. 34
NINA, A. D. - "Construção de Redes de Esgotos Sanitários", CETESB, São Paulo, 1975. ....... 34
PIMENTA, C. F. - "Curso de Hidráulica Geral", Centro Tecnológico de Hidráulica, 3ª Ed., São
Paulo, 1977. .................................................................................................................................. 34
PINTO, N. L. S. [ e outros ] - "Hidrologia Básica", Ed. Edgard Blucher Ltda, São Paulo, 1976.
....................................................................................................................................................... 35
SILVESTRE, P. - "Hidráulica Geral", LTC Editora S.A., Rio de Janeiro, 1973. ........................... 35
STEEL, E. W. - " Abastecimento de Água - Sistema de Esgotos", Ed. Ao Livro Técnico S.A., Rio
de Janeiro, 1966. .......................................................................................................................... 35
WILKEN, P. S. - "Engenharia de Drenagem Superficial", CETESB, São Paulo,1978. ................ 35
W.P.C.F. - "Manual de Prática, Num. FD-4, Diseño de Estaciones de Bombeo de Aguas
Residuales y Aguas Pluviales", Washington, 1984. ................................................................... 35
W.P.C.F. - "Manual of Practice, Nº 9, Design and Construction of Sanitary and Storm
Sewers", Reed., Washington, 1986 ............................................................................................ 35
http://dec.ufcg.edu.br/saneamento/ReferDr.html?submit=Bibliografia ............................... 35
http://dec.ufcg.edu.br/saneamento/Drenagem.html?submit=%CDndice+Drenagem ......... 35
PORTO, R. L e outros – PHD 307 – Hidrologia Aplicada, Escola Politécnica da USP, São Paulo
1999 .............................................................................................................................................. 35
A. BARRAGENS
1. Introdução
Por definição Barragem é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de
grandes quantidades de água; o corpo de água resultante é um lago artificial, o qual também
costuma receber as mesmas denominações.
2. Terminologia Básica
Os elementos da barragem e órgãos hidráulicos são os seguintes:

Paramentos ou Barramentos – as superfícies mais ou menos verticais que limitam o corpo da


barragem: o paramento de montante, em contato com a água, e o paramento de jusante.

Coroamento – a superfície que delimita superiormente o corpo da barragem.

Encontros – as superfícies laterais de contato com as margens do rio.

Fundação – a superfície inferior de contato com o fundo do rio.

Descarregador de cheia ou Vertedouro – o órgão hidráulico para descarga da água em excesso


na albufeira em período de cheia, em caso de atingir a cota máxima do reservatório

Tomadas de água – os órgãos hidráulicos de extração de água da albufeira para utilização.

Descarregador de fundo – o órgão hidráulico para esvaziamento da albufeira ou manutenção do


caudal ecológico a jusante da barragem.

Eclusas ou Comportas – órgão hidráulico que regula a entrada e saída de água entre a montante
e a jusante da barragem e permite à navegação fluvial vencer o desnível imposto pela barragem.
3. Objetivos
O objetivo do barramento é criar um lago artificial com objetivo de manter espelho de água
na propriedade para fins recreativos.
B. CHUVAS
1. Introdução
As águas de do curso de água são fundamentalmente originárias de precipitações
pluviométricas e descarga de aquíferos.
As precipitações pluviométricas podem ocorrer tanto da forma mais comum conhecida como
chuva, como em formas mais moderadas como neblinas, garoas ou geadas, ou mais violentas
como acontece nos furacões, precipitações de granizo, nevascas etc.
2. Tipos de Chuva
São três os tipos de chuvas para a Hidrologia: chuvas convectivas, chuvas orográficas e chuvas
frontais.
As convectivas são precipitações formadas pela ascensão das massas de ar quente da
superfície, carregadas de vapor d'água. Ao subir o ar sofre resfriamento provocando a
condensação do vapor de água presente e, consequentemente, a precipitação. São
características deste tipo de precipitação a curta duração, alta intensidade, frequentes
descargas elétricas e abrangência de pequenas áreas.
As chuvas orográficas são normalmente provocadas pelo deslocamento de camadas de ar
úmido para cima devido a existência de elevação natural do terreno por longas extensões.
Caracterizam-se pela longa duração e baixa intensidade, abrangendo grandes áreas por várias
horas continuamente e sem descargas elétricas.
As chuvas frontais originam-se do deslocamento de frentes frias ou quentes contra frentes
contrárias termicamente, são mais fortes que as orográficas abrangendo, porém, como
aquelas, grandes áreas, precipitando-se intermitentemente com breves intervalos de
estiagem e com presença de violentas descargas elétricas.
3. Medição de Chuva
Dois aparelhos são comumente empregados nas medições das chuvas. São eles o pluviômetro
e o pluviógrafo. O pluviômetro é mais utilizado devido a simplicidade de suas instalações e
operação, sendo facilmente encontrados, principalmente nas sedes municipais. No
pluviômetro é lido a altura total de água precipitada, ou seja, a lâmina acumulada durante a
precipitação, sendo que seus registros são sempre fornecidos em milímetros por dia ou em
milímetros por chuva, com anotação da mesma dependendo da capacidade e do capricho do
operador (Figura II.1).
Figura II.1 - Instalação de um pluviômetro
O pluviógrafo é mais encontrado nas estações meteorológicas propriamente ditas e registra a
intensidade de precipitação, ou seja, a variação da altura de chuva com o tempo. Este aparelho
registra em uma fita de papel em modelo apropriado, simultaneamente, a quantidade e a
duração da precipitação. A sua operação mais complicada e dispendiosa e o próprio custo de
aquisição do aparelho, tornam seu uso restrito, embora seus resultados sejam bem mais
importantes hidrologicamente (Figura II.2).

Figura II.2(a) - Pluviógrafo: esquema de funcionamento


Figura II.2(b) - Pluviógrafo: esquema de instalação

Para projetos de galerias pluviais devem ser conhecidos as variações da altura de chuva com
o tempo. Isto só é possível através de medições via pluviógrafos.
Um pluviógrafo é constituído de duas unidades, a saber: elemento receptor e elemento
registrador. O receptor é semelhante ao de um pluviômetro comum diferindo, apenas, quanto
a superfície receptora que é de 200cm2, ou seja, a metade da área do pluviômetro. O
elemento registrador consta de um cilindro oco, dentro do qual fica instalado um
equipamento de relojoaria que faz girar um pequeno carretel situado sob o fundo do cilindro.
Este cilindro gira uma volta completa em 24 horas, o que permite a mudança diária do papel
com os registros de precipitações ocorridos, bem como o arquivamento contínuo para
possíveis consultas futuras dos dados registrados. Entre os vários modelos conhecidos, o mais
empregado no Brasil é o de Hellmann-Fuess (Figura II.3).

Figura II.3 - Esquema do pluviógrafo de Hellmann-Fuess


Durante uma precipitação sobre o receptor a água escorre por um funil metálico 2, até o
cilindro de acumulação 3. Neste cilindro encontra-se instalado um flutuador 4 ligado por uma
haste vertical 6 a um suporte horizontal 9, que por sua vez possui em sua extremidade uma
pena 8 que imprime sobre o papel do cilindro de gravação 5 a altura acumulada de água no
cilindro de acumulação 3. Deste último, também parte um sifão 11 que servirá para
esgotamento da água quando esta atingir uma altura máxima, despejando o volume sifonado
em um vasilhame 10 localizado na parte inferior da instalação. Essa altura máxima é função
da capacidade de registro vertical no papel, ou seja, quando a pena atinge a margem limite do
papel, imediatamente ocorre o esgotamento, possibilitando que a pena volte a margem inicial
continuando o registro acumulado.
4. Intensidade de Chuva
É a quantidade de chuva por unidade tempo para um período de recorrência e duração
previstos. Sua determinação, em geral, é feita através de análise de curvas que relacionam
intensidade/duração/frequência, elaboradas a partir de dados pluviográficos anotados ao
longo de vários anos de observações que antecedem ao período de determinação de cada
chuva.
Para localidades onde ainda não foi definida ou estudada a relação citada, o procedimento
prático é adotar-se, com as devidas reservas, equações já determinadas para regiões similares
climatologicamente.
5. Equações de Chuva
a. Expressões Típicas
As equações de chuva, que são expressões empíricas das curvas
intensidade/duração/frequência, apresentam-se normalmente nas seguintes formas:
𝑎
𝑖=
(𝑡 + 𝑏)
𝑐
𝑖= 𝑚
𝑡
𝑎. 𝑇 𝑛
𝑖=
(𝑡 + 𝑏)𝑟
onde
i - intensidade média em milímetros por minutos ou milímetros por hora;
t - tempo de duração da chuva em minutos;
T - tempo de recorrência em anos;
a, b, c, d, e, m, n e r - parâmetros definidos a partir das observações básicas para elaboração
da equação.
b. Exemplos Brasileiros

i.Cidade de São Paulo (Eng°s. A. G. Occhipintt e P. M. Santos) - para duração de até 60 min
i = A/(t + 15)r para A = 27,96.T 0,112 e r = 0,86T -0,0114,
i - mm/min e t - min
- para durações superiores
i = 42,23.T 0,15 /t 0,82, i - mm/h e t - min;
ii.Cidade do Rio de Janeiro (Engº Ulisses M. A. Alcântara)
i = 1239.T 0,15/(t+20) 0,74 , i - mm/h;
iii.Curitiba (Prof. P. V. Parigot de Souza)
i = 99,154.T 0,217/(t+26) 1,15, i - mm/min;
iv.João Pessoa (Engº J. A. Souza)
i = 369,409.T 0,15/(t+5) 0,568, i - mm/h (Figura II.4);
v.Sertão Oriental Nordestino ( Projeto Sertanejo - 19 )
i = 3609,11.T 0,12/(t + 30) 0,95, i - mm/h (Figura II.5);
vi.Porto Alegre (Engº C. Meneses e R. S. Noronha)
i = a/(t+b), i - mm/min e com os valores de "a" e "b" variando com o tempo de recorrência
pretendido:
T (anos) a b
5 23 2,4
10 29 3,9
15 48 8,6
20 95 16,5
vii.DNOS - Chuvas intensas no Brasil (Engº Otto Pfafstetter - 1957)

𝑃 = 𝑇 𝑥 [𝑎. 𝑡 + 𝑏. 𝑙𝑜𝑔(1 + 𝑐. 𝑡)]


𝛽
𝑥=𝛼+ 𝛾
𝑇
P - altura pluviométrica máxima em milímetros;
T - período de retorno em anos;
t - duração da chuva em horas;
b - valor em função da duração da chuva;
α – coeficiente que depende da duração da precipitação;
β – coeficiente que varia com o posto considerado e a duração da precipitação;
γ – coeficiente que assume o valor de 0,25, para todo o Brasil;
a, b e c - valores constantes para cada posto de coleta de dados ( total de 98 postos)
(Figura II.6);
Figura II.4 - Equação para a cidade de João Pessoa (Engº J. A. Souza)
i = 369,409.T /(t+5)
0,15 , i - mm/h
0,568

Figura II.5 - Equação de chuva para o


Sertão Oriental Nordestino ( Projeto
Sertanejo - 1978)
Figura II.6 - DNOS - Curva para a
cidade de João Pessoa, Paraíba
(Chuvas intensas no Brasil - Engº
Otto Pfafstetter - 1957)
C. CARACTERÍSTICAS FÍSICAS
1. Importância
Determinar as características físicas da bacia hidrográfica do curso d´água possibilita
a comparação entre bacias, com a possibilidade de transferência de dados pela
similaridade, seu comportamento futuro e para emprego de dados nas fórmulas
empíricas devido a regionalização desses dados.
2. Características físicas estudadas
a) Área da Bacia
A Área da bacia pode ser determinada por diversos meios, dentre os quais
destacamos: medida por planímetro, calculada pelas coordenadas do
polígono (equação de Gaus), aproximação por composição de figuras
geométricas, calculagas a partir de imagens digitalizadas em softwares
como AutoCad, ArcGIS, Srpring, etc. Nesse estudo utilizou-se cartas do
IBGE e Imagens do Google Earth para definição dos dados.
A área de contribuição obtida está estacada na imagem abaixo:

A Área da bacia tem influência direta nas vazões de projeto, pois é a área
que determina a vazão de contribuição por unidade de área.
A área da bacia obtida é de: Ab=9132ha
As vazões específicas são influenciadas pelo tamanho das áreas das bacias.
Bacias maiores tem maior vazão específica pois há complementariedade
hidrológica de sub-bacias, bem como picos de enchentes atenuados. Bacias
médias tem pouco efeito sobre as vazões específicas. Bacias menores
podem ter picos de enchente mais acentuados.
b) Forma da Bacia
(1) Dentre os índices de forma da bacia (empíricos), temos
(a) Fator de forma
O fator de forma da bacia é obtido pela largura média dividido pelo
comprimento da bacia.
𝐵
𝐹𝑓 =
𝐿

No caso do estudo extraindo as informações da imagem, obteve-se:

Comprimento da bacia: 18,68km


Largura média: 5082 m
𝐵 5,082
𝐹𝑓 = = = 0,2720
𝐿 18,68
(b) Índice de Conformação
O índice de conformação é dado pela razão entre a área da bacia e
a área do quadrado que envolve a bacia, sendo o lado do quadrado
obtido pelo comprimento axial do curso de água principal.
𝐴𝑏
𝐹𝑐 =
𝐴𝑞
Na imagem abaixo temos os dados obtidos:

Comprimento axial = 17973m


Ab=9132 ha=91320000m²
𝐴𝑏 91320000
𝐹𝑐 = = = 0,2826
𝐴𝑞 17973𝑥 17973
(c) Fator de Compacidade
O fator de compacidade é a relação entre o perímetro da bacia e o
perímetro de um círculo de mesma área
𝑃
𝐾𝑐 = 0,28
√𝐴𝑏
Dos dados obtidos na imagem temos:
Perímetro: 47178 m
Ab: 91320000 m²
𝑃 47178
𝐾𝑐 = 0,28 = =4,94
√𝐴𝑏 √91320000
Da análise do Kc, podemos verificar que quanto mais irregular a
bacia, menor a tendência a enchentes

(d) Uso e tipo de solo


O uso do solo influencia na taxa de infiltração e na velocidade do
escoamento.
Áreas de florestas tem maior interceptação das chuvas, através das folhas
e galhos que retardam o escoamento, raízes profundas que aumentam a
porosidade, favorecendo a infiltração e maior consumo de águas pelas
plantas.
Áreas destinadas a agricultura/ pecuária, tem redução da quantidade de
matéria orgânica no solo, menor porosidade devido a raízes superficiais,
menor infiltração e consumo de água das plantas.
Áreas Urbanas tem grande taxa de impermeabilização, pouca infiltração e
grande velocidade de escoamento o que leva a grandes picos de cheias.
O tipo de solo influencia no escoamento superficial. Solos arenosos ou
profundos tem menor escoamento superficial. Solos argilosos ou rasos
levam a maiores escoamentos superficiais.
No caso da bacia em estudo, temos uma predominância de solos arenosos
e com uso maior de pecuária/agricultura.
(e) Forma da rede de drenagem
As redes de drenagem classificam-se em: dendrítica, que é caracterizada
pela ramificação similar aos galhos de uma árvore; retangular,
normalmente desenvolvida em terrenos rochosos e densamente
fraturados, que tendem a seguir o padrão das fraturas; Em treliça, que se
desenvolve em terrenos de vales e cristas alternados; radial, que se
desenvolve a partir de grandes cumes elevados.
No caso da bacia em estudo temos uma bacia dendrítica.
(f) Declividade dos terrenos
A declividade dos terrenos é dada pela diferença de inclinação pela
distância entre as diferenças de inclinação.
Nesse estudo não é objetivo estudar declividade de terrenos.

(g) Declividade dos cursos de água


No caso do estudo da bacia, interessa saber a declividade média do curso
de água que é calculado pela fórmula:
𝛥𝐻
𝑆=
𝐿
Dos dados obtidos no estudo da bacia temos:
Cota do início do curso d´água: 754,891m
Cota no local do eixo do barramento: 661,818m
ΔH=(754,891 – 661,818)=93,073m
Comprimento do curso de água: 18,68km
𝛥𝐻 93,073
𝑆= = = 0,00498 = 0,498%
𝐿 18680
(h) Ordem dos cursos de água
Analisando os cursos de água da bacia, temos a seguinte análise:
Verificamos que o curso de água é de ordem 4.
(i) Densidade de drenagem
(i) Topografia
Verificamos que a topografia da bacia é relativamente plana, o que
influencia no escoamento. A tendência é de regularidade de
vazões entre períodos de seca e chuva, com pouca tendência a
picos de enchentes.
(ii) Densidade
Pode ser definido na razão entre o comprimento total de cursos
afluentes e o comprimento total do curso principal
𝐶
𝐷𝑐 =
𝐿
Pela imagem, temos a soma dos curso de águas igual a94936
metros e a área da bacia 18,68km. Desta forma temos:
𝐶 94936
𝐷𝑐 = = = 4,08
𝐴𝑏 18680
Quanto mais próximo de 1, menor a quantidade de afluentes o que
impacta nos picos de cheias.
Quanto maior a densidade maior a vazão provável.
D. DEFLÚVIO SUPERFICIAL DIRETO
1. Generalidades
Denomina-se deflúvio superficial direto o volume de água que escoa da superfície de uma
determinada área devido a ocorrência de uma chuva torrencial sobre aquela área.
A determinação precisa deste volume de água acarretará, consequentemente, condições para
que sejam projetadas obras dimensionadas adequadamente, alcançando-se os objetivos
pretendidos com a implantação de qualquer sistema de drenagem indicado para a área.
Para determinação desse volume, vários métodos são conhecidos, os quais podem ser
classificados nos grupos abaixo:
a) medições diretas;
b) processos comparativos;
c) métodos analíticos;
d) fórmulas empíricas.
As medições diretas e processos comparativos restringem-se mais para determinações de
vazões em cursos de água perenes tais como córregos, pequenos canais etc., ficando
praticamente sem utilização em projetos de microdrenagem em geral.
As fórmulas empíricas são resultantes de equacionamento de muitas observações sendo, por
isso, bastante confiáveis, mas de utilização restrita a localidade de origem das observações ou
regiões similares.
Procedimentos mais frequentemente empregados, tanto para obras de microdrenagem como
para de macrodrenagem, são os de natureza analítica, visto que trazem na sua definição
estudos matemáticos/empíricos que promovem maior credibilidade aos seus resultados.
Diante do exposto os métodos analíticos é que serão objeto de estudos a seguir.
2. Métodos Analíticos
Como métodos analíticos são conhecidos os três seguintes: Método Racional, Método do
Hidrograma Unitário e a Análise Estatística.
Para obras de microdrenagem e método mais empregado em todo o mundo ocidental é o
Método Racional, por ser o de mais fácil manipulação, mas, devido a sua natureza simplificada
da tradução do fenômeno, não é recomendável para o cálculo de contribuições de bacias com
áreas superiores a 1,0 km2.
Para bacias de drenagem com área superior a 1,0 km2 justifica-se uma análise mais acurada,
pois a simplificação dos cálculos poderá acarretar obras super ou subdimensionadas do ponto
de vista hidráulico.
Recomenda-se que para obras de drenagem de áreas de contribuição superiores a 100
hectares seja utilizado o Hidrograma Unitário Sintético, desde que a elaboração dele seja
baseada em dados obtidos através de análises da área em estudo. No caso específico, não se
dispõe de dados suficientes para a elaboração de um HUS, o que remete o estudo ao Método
Racional.
A Análise Estatística é recomendada para cursos de águas de maior porte, onde a área de
contribuição seja superior a 20 km2, servindo essencialmente para previsão dos volumes de
cheias.
A limitação do método está na exigência de muitas observações bem como na sua alteração
presente ou futura das características da área contribuinte, pois os dados obtidos
anteriormente tornar-se-iam obsoletos.
Sendo assim conclui-se que o Método Racional deva ser objeto de estudo mais detalhado a
seguir, por ser este o indicado para projetos de microdrenagem em geral.
3. Método Racional
a) Aplicação
Originário da literatura técnica norte-americana (Emil Kuichling - 1890) o Método Racional
traz resultados bastante aceitáveis para o estudo de pequenas bacias (áreas com até 100
hectares), de conformação comum, tendo em vista a sua simplicidade de operação bem como
da inexistência de um método de melhor confiabilidade para situações desta natureza.
Menores erros funcionais advirão da maior acuidade na determinação dos coeficientes de
escoamento superficial e dos demais parâmetros necessários para determinação das vazões
que influirão diretamente nas dimensões das obras do sistema a ser implantado.
b) Fórmula
O Método Racional relaciona axiomaticamente a precipitação com o deflúvio, considerando
as principais características da bacia, tais como área, permeabilidade, forma, declividade
média etc., sendo a vazão de dimensionamento calculada pela seguinte expressão:
Q = 166,67. C. i. A,
onde:
Q - deflúvio superficial direto em litros por segundo;
C - coeficiente de escoamento superficial;
i - intensidade média de chuva para a precipitação ocorrida durante o tempo de concentração
da bacia em estudo, em milímetro por minuto;
A - área da bacia de contribuição em hectares.
O método presume como conceito básico, portanto, que a contribuição máxima ocorrerá
quando toda a bacia de montante estiver contribuindo para a secção em estudo, implicando
que o deflúvio seja decorrente de uma precipitação média de duração igual ao tempo de
concentração da bacia e que esta é uma parcela da citada precipitação.
c) Limitações
O método não leva em consideração que as condições de permeabilidade do terreno,
notadamente nos terrenos não pavimentados, variam durante a precipitação provocando,
frequentemente, subdimensionamento das estruturas de controle de vazão.
Não considera também o retardamento natural do escoamento cujo fenômeno acarreta
alteração do pico de cheia, sendo esta a principal razão da limitação do método para bacias
maiores.
No caso pode-se ter obras superdimensionadas para escoamento das vazões finais de bacias
maiores.
Outra consideração que provoca restrições é o fato de considerar constante a intensidade de
chuva de projeto tanto no tempo como no espaço, ou seja, admite uma precipitação uniforme
em toda a área de contribuição, implicando, na prática, em superdimensionamento dos
trechos de jusante.
Admite também que o binômio chuva-deflúvio é função de dois fatores independentes, como
as condições climáticas para a chuva e as fisiográficas para cálculo do deflúvio, o que foi
desmentido em estudos posteriores aos de Kuichling, que comprovaram a influência recíproca
entre os dois fatores.
Do ponto de vista analítico, ainda se pode comentar que o método, embora tenha como
equação característica uma expressão racional, não pode ser considerado efetivamente como
tal, visto que no cálculo são empregados coeficientes eminentemente empíricos.
d) Tempo de Concentração
Conceitua-se tempo de concentração como o espaço de tempo decorrido desde o início da
precipitação torrencial sobre a bacia até o instante em que toda esta bacia passa a contribuir
para o escoamento na secção de jusante dela. Em um sistema de galerias corresponde a duas
parcelas distintas, sendo a primeira denominada de "tempo de entrada", ou seja, tempo
necessário para que as contribuições superficiais atinjam a secção inicial de projeto, enquanto
que a segunda corresponde ao tempo gasto pelo escoamento através dos condutos, a partir
do instante em que toda a bacia passa a contribuir para a secção em estudo. Esta parcela é
denominada de "tempo de percurso".
O tempo de percurso, como o próprio conceito mostra, tem cálculo puramente hidráulico,
visto que o mesmo é função das velocidades nos trechos de montante, enquanto que o tempo
de entrada depende essencialmente da conformação superficial da bacia, variando
inversamente com a intensidade de chuva.
Deve-se observar também que o escoamento superficial se torna mais veloz a medida que se
aproxima dos pontos de coleta ou em superfícies impermeabilizadas.
Frequentemente o tempo de entrada, embora de determinação difícil, tem valor entre 10 e
30 minutos.
Na literatura especializada também são encontrados figuras e ábacos para determinação
desse tempo (Figura III.1).

Figura III.1 - Ábaco para determinação do tempo de concentração


e) Intensidade Média das Precipitações
No dimensionamento de sistemas de drenagem define-se intensidade de chuva como a
quantidade de água caída na unidade de tempo, para uma precipitação com determinado
período de retorno e com duração igual ao tempo de concentração.
No caso do dimensionamento de galerias a intensidade de chuva é determinada a partir da
equação de chuva adotada, onde a duração corresponde ao tempo de concentração e a
intensidade a obter-se será a média máxima.
f) Período de Retorno
Os sistemas de microdrenagem, em geral, são dimensionados para frequências de descargas
de 2, 5 ou 10 anos, de acordo com as características da ocupação da área que se quer
beneficiar. A seguir são apresentados alguns valores normalmente utilizados:
Ocupação da área Período de Retorno (em anos)
- residencial 02
- comercial 05 a 10
- terminais rodoviários 05 a 10
- aeroportos 02 a 05
g) Coeficiente de Deflúvio Superficial Direto
Este coeficiente exprime a relação entre o volume de escoamento livre superficial e o total
precipitado. É por definição a grandeza, no método racional, que requer maior acuidade na
sua determinação, tendo em vista o grande número de variáveis que influem no volume
escoado, tais como infiltração, armazenamento, evaporação, detenção etc., tornando
necessariamente, uma adoção empírica do valor adequado. A Tabela III.1 relaciona diversos
tipos de superfícies de escoamento com valores de coeficiente "C" respectivos, para períodos
de retorno de até 10 anos.
Na prática ocorre frequentemente ser a área contribuinte composta de várias "naturezas" de
superfície, resultando assim um coeficiente ponderado em função do percentual
correspondente a cada tipo de revestimento.
Quando o cálculo se referir a chuvas com maior período de recorrência, o coeficiente estimado
deverá ser multiplicado por um fator chamado coeficiente de frequência, Cf = 1,0, mas de
modo que o produto C.Cf seja menor ou igual a unidade, isto é, C.Cf ≤1,0.
O coeficiente Cf tem os seguintes valores:
Período de Retorno Coeficiente de
(anos) Frequência - Cf
2 a 10 1,00
25 1,10
50 1,20
100 1,25
Assim a fórmula racional assume, para às unidades citadas em b, a seguinte expressão
Q = 166,67. C.Cf . i. A.
Tabela III.1 - Coeficiente de Deflúvio
a) de acordo com o revestimento da superfície
Natureza da Superfície Coeficiente "C"
- pavimentadas com concreto 0,80 a 0,95
- asfaltadas em bom estado 0,85 a 0,95
- asfaltadas e má conservadas 0,70 a 0,85
- pavimentadas com paralelepípedos rejuntados 0,75 a 0,85
- pavimentadas com paralelepípedos não 0,50 a 0,70
rejuntados
- pavimentadas com pedras irregulares e sem 0,40 a 0,50
rejuntamento
- macadamizadas 0,25 a 0,60
- encascalhadas 0,15 a 0,30
- passeios públicos ( calçadas ) 0,75 a 0,85
- telhados 0,75 a 0,95
- terrenos livres e ajardinados a
1) solos arenosos
I ≤ 2% 0,05 a 0,10
2% ≤I ≤7% 0,10 a 0,15
I ≤7% 0,15 a 0,20
2)solos pesados
I ≤2% 0,15 a 0,20
2% ≤I ≤7% 0,20 a 0,25
I ≤7% 0,25 a 0,30
b) de acordo com a ocupação da área
- áreas centrais, densamente construídas, com ruas pavimentadas 0,70 a 0,90
- áreas adjacentes ao centro, com ruas pavimentadas 0,50 a 0,70
- áreas residenciais com casas isoladas 0,25 a 0,50
- áreas suburbanas pouco edificadas 0,10 a 0,20
h) Cálculos para a Bacia em análise
Para o estudo em questão, temos os seguintes parâmetros:
Coeficiente de frequência: Cf = 1,25 (obra tipo barragem)
Coeficiente de Deflúvio: Solo arenoso, i=0,5%: 0,05
Intensidade de chuva: 167mm/h
Área da Bacia: 91,32km²
Desta forma a vazão estimada é de
𝑐. 𝑐𝑓. 𝑖. 𝐴 0,0035.1,25.167.91,32
𝑄= = = 18,51𝑚3 /𝑠
3,6 3,6
A vazão do córrego é de 1,14 m³/s, conforme medição realizada no ponto da barragem,
coletado em junho, normalmente mês de seca.
O dispositivo para extravasar a água será do tipo vertedouro.
Considerando a vazão máxima calculada para Tr 100 anos máxima de 26,45 m³/s,
considerando a extensão do dispositivo de extravasamento (ponte) com 4,5 metros de
extensão e declividade média do piso em concreto de 1%, temos:
V= 1/n . Rh^2/3 . Iˆ1/2

Considerando a cota de fundo igual a h=661,818m e a cota de lâmina de água igual a 664,00,
cota máxima de inundação, temos:
Largura da Ponte = 4,5 m
Cota do fundo da ponte: 665m
Cota máxima de inundação = 664 m
Altura lâmina d´água = 664 - 661,818 = 2,182m
Área molhada(Am): 2,182/2 x 4,5 = 4,90 m²
Perímetro molhado (Pm): (4,5 + 2,182/2)*2 = 11,182m
Raio hidráulico (Rh) = Am/Pm = 4,90/11,182=,439m
Numero de manning (n) para concreto = 0,014
A velocidade estimada é de:
V= 1/n . Rh^2/3 . Iˆ1/2= 1/0,014 x 0,439^2/3 x 0,01^1/2 = 4,12m/s
Da equação da continuidade temos
Q=V.A = 4,12 x 4,90 = 20,188m³/s de vazão.
A vazão de projeto é de 18,51 m³/s
É de se observar que existe uma localizada nas coordenadas 17º13’0.37”S/53º17’59,20”O,
https://www.snirh.gov.br/hidroweb/mapa , (cód. 24060000 –Fazenda Barro Preto) cuja vazão
é de 22,60m³/s.
Ocorre que essa régua se situa no Ribeirão Claro, à jusante da foz do Córrego do Rancho,
aproximadamente a 195 metros de distância.
O Ribeirão Claro tem área de contribuição muito maior que o Córrego do Rancho, sendo
este um afluente daquele o que implica que a vazão registrada na régua refere-se à vazão
pontual no Ribeirão Claro.
Entende-se, dessa forma, que a vazão calculada para o Córrego do Rancho, cuja área de
contribuição é menor que a área de contribuição do Ribeirão Claro, está correta.
E. CÁLCULO DA BARRAGEM
A barragem está projetada para a cota 665,00m, tendo cota máxima de inundação 644,00m.

A imagem abaixo com a legenda, demonstra as áreas prováveis de inundação em função do


levantamento planialtimétrico do local.

Para a cota de inundação de 664,00 m, temos a área total de inundação 17541,048m².


A seção tipo da barragem é:
A estrutura de extravasamento é do tipo concreto, com cota de 663,635m.
A seção abaixo demonstra o perfil
F. DISSIPADORES DE ENERGIA
1. Definição
Dissipadores de energia são estruturas que promovem a redução da velocidade e dissipação de
energia a jusante.
Pode ser uma forma de evitar a erosão e degradação do canal receptor (leito e margens). A
dissipação de energia passa pela criação de mecanismos de absorção do impacto do escoamento
e redução da velocidade para níveis aceitáveis, ou seja, não erosivos e degradantes para o meio.
Inclui-se nesses mecanismos os ressaltos hidráulicos.

A necessidade de instalação de Bacia de Dissipação de Energia bem como o seu tipo/capacidade


está relacionada com o Fr(número de Froude)

do escoamento e as características do meio receptor do escoamento.


Pode-se considerar as seguintes situações:
• Fr = 1 (regime crítico) não ocorre Ressalto Hidráulico.

• 1<Fr<1,7 escoamento de montante ligeiramente abaixo do crítico e a mudança do


regime rápido para lento corresponde à uma tênue perturbação da superfície do escoamento.
• 1,7≤Fr≤2,5 corresponde a fase de “pré‐ressalto hidráulico” com uma taxa de dissipação
de energia muito baixa. Para esta gama de Fr não existe nenhum problema particular
concernente à Bacia de Dissipação de energia selecionada com comprimento adequado devendo
dar‐se preferência às de pequeno comprimento.

Geralmente o Fr do escoamento na saída das passagens hidráulicas situa‐se entre 1,5 e 4,5 (1,5
≤Fr ≤ 4,5).

Pelo exposto, considera‐se que o recurso à Bacias de Dissipação só se justifica para situações
em que Fr>1,9, devendo optar‐se por bacias de enrocamento em situações de baixos valores de
número de Froude (até um limite de Fr = 2,4).

2. Alguns tipos de bacias de dissipação de energia

Podem ser adotados os seguintes tipos de bacias

a. Bacia de dissipação por Enrocamento ( 1,7 < Fr < 2,5)

b. PWD
c. WES

d. CONTRA COSTA – para situações de Fr < 3

e. SAF – para situações de 1,7≤ Fr ≤ 17

f. UBSR Tipo II ( para 4 < Fr < 14), Tipo III (para 4,5< Fr < 17) e Tipo IV ( para 2,5 < Fr
< 4,5 ). Essas bacias são pouco usadas – geralmente conduzem a um comprimento muito
superior ao da bacia do tipo SAF.
a) BACIA DE DISSIPAÇÃO POR ENROCAMENTO
É usual optar‐se por uma bacia de dissipação por enrocamento (leito de pedra) visto que implica
baixo custo e fácil instalação. O seu dimensionamento varia de acordo com as condições de
descarga e a capacidade do meio receptor.
Os fracassos associados a este tipo de estruturas está geralmente relacionado com erros de
dimensionamento de comprimento insuficiente do enrocamento, colocação de enrocamento de
dimensão demasiado pequena para a velocidade do escoamento.
Para precaver esta situação recomenda‐se que o enrocamento dever ser colocado até uma
distância a jusante que corresponda ao alcance das condições de estabilidade mesmo que exceda
a distância correspondente ao controle da velocidade de dimensionamento; sempre que a
descarga é feita num canal de secções bem definidas, o declive das margens do canal não deve
exceder 1:2 (vertical:horizontal); a extensão em comprimento do enrocamento (medido a partir
do local de descarga do aqueduto no sentido de jusante) deve ser cerca de 6 vezes superior ao
diâmetro do aqueduto (D); a largura de colocação do enrocamento deve ser 4 vezes superior ao
diâmetro do aqueduto (D).
Os dois últimos parágrafos indicam que o enrocamento deve ocupar uma área retangular e com
as dimensões definidas na Figura 3.

Figura 3
(1) Material

Deve-se utilizar uma mistura de material rochoso razoavelmente bem calibrado onde
predominem as frações de maior dimensão. O maior diâmetro não deve ser superior a 1,5 vezes
o diâmetro médio da rocha utilizada. É aconselhável a colocação de um filtro de geotêxtil (em
alternativa, o filtro pode ser feito de materiais de pequena dimensão (areia) – figura 3) entre o
enrocamento e o terreno subjacente. Deve ter-se em atenção o fato do enrocamento ser de rocha
dura (granito, basalto, riolito, gabro, etc), ser angular, resistente a abrasão e bem calibrado.

É razoável estimar o diâmetro médio, d50 através da equação clássica de ISBASH analisada por
RICHARDOSN et al., 1990 e SAMORA, 1993:

0,68𝑣 2
𝑑50 = (1)
𝑔𝛾𝑧 /𝛾𝑤

v – velocidade média do escoamento;

g – aceleração da gravidade (9,8 m/s2)

γz e γw – densidade da água e densidade do material rochoso (N/m³)

Considera-se ainda que a equação desenvolvida para determinar d50 do enrocamento a ser
colocado a jusante de Bacias de Dissipação do Tipo II (USBR), apresentada na nota técnica de
Repair Evaluation Maintenance Rehabilitation (REMR), pode ser utilizada para estimar o
diâmetro médio d50 (m), do material a usar em Bacias de enrocamento:
3
𝛾𝑤 0,5 2
𝑑50 = 0,40𝐷 [( ) 𝐹𝑟 ] (2)
𝛾𝑧 − 𝛾𝑤

D – altura do escoamento que pode considerar-se, por simplificação, igual ao diâmetro do tubo
(m);

γz e γw – densidade da água e densidade do material rochoso (N/m³)

Fs – numero de Froude do escoamento à saída do tubo

A determinação do diâmetro médio d50 pode ser, preferencialmente, o maior valor da aplicação
das equações (1) e (2).
(2) Inclinação

A inclinação de colocação do enrocamento deve ser igual ou inferior ao do canal receptor


(preferencialmente a inclinação igual a 0%)
(3) Alinhamento

O enrocamento deve ser rigorosamente alinhado ao longo de sua extensão em área e de acordo
com a morfologia do meio receptor.

O nível superior do enrocamento deve coincidir com o nível do meio do receptor ou ser
ligeiramente inferior a este. Não deve nunca ser colocado a um nível superior.
(4) Espessura

A espessura mínima da camada de enrocamento deve ser de 1,5 vezes o máximo diâmetro do
enrocamento utilizado.
(5) Inspeção e manutenção

Este tipo de estrutura deve ser inspecionada imediatamente após os primeiros acontecimentos
de precipitação para verificar a ocorrência de erosão, deslocamento do material e deposição de
sedimentos.

Operações de manutenção devem ser feitas sempre que se verifique alguma não conformidade
durante a inspeção, por exemplo para evitar a obstrução dos interstícios existentes entre os
materiais rochosos usados para o enrocamento.

Em situações de declive e velocidade elevados (Fr ≥ 2,5) deve ponderar-se a adoção de outros
tipos de bacias de dissipação de energia.

As bacias de dissipação do tipo SAF e USBR são especialmente adequadas em situações de


elevado desnível entre a descarga da PASSAGEM IDRÁULICA E O LEITO DA LINHA DE
ÁGUA RECEPTORA A JUSANTE.

Além das bacias supracitadas existem outros tipos de cabias ( bacia de dissipação por ressalto,
bacia de dissipação por impacto, bacia de dissipação por poço, etc.).
b) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO PWD

Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os seguintes (ver Figura 5):

450mm ≤ D ≤ 1850 mm

V ≤ 6,264D0,5, com v=Q/A

Onde: D(m) é o diâmetro da seção de entrada na bacia; v(m/s) é a velocidade de aproximação


do escoamento; Q(m³/s) é a vazão de dimensionamento do tubo e A(m²) é a seção transversal
do tubo.
c) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO WES

Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os que se seguem (ver Figura 6):

Adota-se h3 ligeiramente superior a altura em MPU, determina-se

E verifica-se a condição:
d) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO CONTRA COSTA

Cálculos conforme anterior para y 1, 2 e 3, no lugar de h3, na sequência, sendo a altura MPU
as novas alturas calculadas.

e) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO SAF

A bacia de dissipação tipo SAF ou St. Anthony Falls (BLAISDELL, 1959) é de uso
generalizado e uso o ressalto hidráulico para dissipar a energia. O seu dimensionamento baseia-
se nos modelos estudados por Soil Conservation Service no laboratório de Hidráulica de St.
Anthony Falls na Universidade de Minsesota. Este tipo de bacia contém blocos de queda (chute
blocks), blocos de leito (baffle or floor blocks) e uma soleira de jusante (end sill) que permite
que seu comprimento seja muito mais curto que os das bacias com ressalto hidráulico livre.

Seu uso é recomendado em situações em que 1,7 ≤ Fr ≤ 17, sendo a sua instalação referida na
bibliografia como opção econômica.

Os procedimentos de cálculos são os já vistos para perda de energia nos ressaltos hidráulicos.
Deve ser colocado a jusante da bacia do tipo SAF enrocamento com uma extensão mínima de
1,50m; o muro de ala deve ter altura igual à da parede lateral da bacia e largura variável
consoante com os taludes de canal natural. Uma alternativa à aplicação da expressão de cálculo
do diâmetro de enrocamento a ser colocado a jusante pode residir na colocação de enrocamento
de diâmetro ≥1,00
f) Cálculos - Opção Bacia de enrocamento

Cálculo
Resumo:
Elementos para dimensionamento da bacia de amortecimento
V= 4,12m/s
Vazão = 18510l/s
Área = Vazão/Velocidade = 18,51/4,12 = 4,49m²
Como a largura = 450cm, a altura da lâmina de água é:
Area = H x L => H = Area/L = 4,49/4,50 ou 100cm.
Raio hidráulico Rh = Am/Pm => 4,49/(4,50+2)=0,69m
Numero de Froude
𝒗 𝟒, 𝟏𝟐
𝑭𝒓 = = = 𝟏, 𝟓𝟖
√𝒈. 𝑯𝒎 √𝟗, 𝟖. 𝟎, 𝟔𝟗

0,68𝑣 2
𝑑50 = (1)
𝑔𝛾𝑧 /𝛾𝑤

A rocha disponível na região é basalto.

A densidade media é de 29000N/m³

A densidade da água é 9800N/m³

Substituindo nas fórmulas (1)temos:

0,68𝑣 2 0,68. 4,122


𝑑50 = = = 0,398𝑚 𝑜𝑢 40𝑐𝑚(1)
𝑔𝛾𝑧 /𝛾𝑤 9,8 . 29000/9800

3 3
0,5 0,5 2
𝛾𝑤 2 9800
𝑑50 = 0,40𝐷 [( ) 𝐹𝑟 ] = 0,40. 0,40 [( ) 1,58] = 0,19𝑚
𝛾𝑧 − 𝛾𝑤 29000 − 9800

Adotando-se o diâmetro médio de 15 cm, com o mínimo de 10cm e o máximo de 20cm.


As dimensões calculadas são:

Largura: 1,20 m

Comprimento: 1,50 m

Espessura do filtro: 10cm


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