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Eclusas ou Comportas – órgão hidráulico que regula a entrada e saída de água entre a montante
e a jusante da barragem e permite à navegação fluvial vencer o desnível imposto pela barragem.
3. Objetivos
O objetivo do barramento é criar um lago artificial com objetivo de manter espelho de água
na propriedade para fins recreativos.
B. CHUVAS
1. Introdução
As águas de do curso de água são fundamentalmente originárias de precipitações
pluviométricas e descarga de aquíferos.
As precipitações pluviométricas podem ocorrer tanto da forma mais comum conhecida como
chuva, como em formas mais moderadas como neblinas, garoas ou geadas, ou mais violentas
como acontece nos furacões, precipitações de granizo, nevascas etc.
2. Tipos de Chuva
São três os tipos de chuvas para a Hidrologia: chuvas convectivas, chuvas orográficas e chuvas
frontais.
As convectivas são precipitações formadas pela ascensão das massas de ar quente da
superfície, carregadas de vapor d'água. Ao subir o ar sofre resfriamento provocando a
condensação do vapor de água presente e, consequentemente, a precipitação. São
características deste tipo de precipitação a curta duração, alta intensidade, frequentes
descargas elétricas e abrangência de pequenas áreas.
As chuvas orográficas são normalmente provocadas pelo deslocamento de camadas de ar
úmido para cima devido a existência de elevação natural do terreno por longas extensões.
Caracterizam-se pela longa duração e baixa intensidade, abrangendo grandes áreas por várias
horas continuamente e sem descargas elétricas.
As chuvas frontais originam-se do deslocamento de frentes frias ou quentes contra frentes
contrárias termicamente, são mais fortes que as orográficas abrangendo, porém, como
aquelas, grandes áreas, precipitando-se intermitentemente com breves intervalos de
estiagem e com presença de violentas descargas elétricas.
3. Medição de Chuva
Dois aparelhos são comumente empregados nas medições das chuvas. São eles o pluviômetro
e o pluviógrafo. O pluviômetro é mais utilizado devido a simplicidade de suas instalações e
operação, sendo facilmente encontrados, principalmente nas sedes municipais. No
pluviômetro é lido a altura total de água precipitada, ou seja, a lâmina acumulada durante a
precipitação, sendo que seus registros são sempre fornecidos em milímetros por dia ou em
milímetros por chuva, com anotação da mesma dependendo da capacidade e do capricho do
operador (Figura II.1).
Figura II.1 - Instalação de um pluviômetro
O pluviógrafo é mais encontrado nas estações meteorológicas propriamente ditas e registra a
intensidade de precipitação, ou seja, a variação da altura de chuva com o tempo. Este aparelho
registra em uma fita de papel em modelo apropriado, simultaneamente, a quantidade e a
duração da precipitação. A sua operação mais complicada e dispendiosa e o próprio custo de
aquisição do aparelho, tornam seu uso restrito, embora seus resultados sejam bem mais
importantes hidrologicamente (Figura II.2).
Para projetos de galerias pluviais devem ser conhecidos as variações da altura de chuva com
o tempo. Isto só é possível através de medições via pluviógrafos.
Um pluviógrafo é constituído de duas unidades, a saber: elemento receptor e elemento
registrador. O receptor é semelhante ao de um pluviômetro comum diferindo, apenas, quanto
a superfície receptora que é de 200cm2, ou seja, a metade da área do pluviômetro. O
elemento registrador consta de um cilindro oco, dentro do qual fica instalado um
equipamento de relojoaria que faz girar um pequeno carretel situado sob o fundo do cilindro.
Este cilindro gira uma volta completa em 24 horas, o que permite a mudança diária do papel
com os registros de precipitações ocorridos, bem como o arquivamento contínuo para
possíveis consultas futuras dos dados registrados. Entre os vários modelos conhecidos, o mais
empregado no Brasil é o de Hellmann-Fuess (Figura II.3).
i.Cidade de São Paulo (Eng°s. A. G. Occhipintt e P. M. Santos) - para duração de até 60 min
i = A/(t + 15)r para A = 27,96.T 0,112 e r = 0,86T -0,0114,
i - mm/min e t - min
- para durações superiores
i = 42,23.T 0,15 /t 0,82, i - mm/h e t - min;
ii.Cidade do Rio de Janeiro (Engº Ulisses M. A. Alcântara)
i = 1239.T 0,15/(t+20) 0,74 , i - mm/h;
iii.Curitiba (Prof. P. V. Parigot de Souza)
i = 99,154.T 0,217/(t+26) 1,15, i - mm/min;
iv.João Pessoa (Engº J. A. Souza)
i = 369,409.T 0,15/(t+5) 0,568, i - mm/h (Figura II.4);
v.Sertão Oriental Nordestino ( Projeto Sertanejo - 19 )
i = 3609,11.T 0,12/(t + 30) 0,95, i - mm/h (Figura II.5);
vi.Porto Alegre (Engº C. Meneses e R. S. Noronha)
i = a/(t+b), i - mm/min e com os valores de "a" e "b" variando com o tempo de recorrência
pretendido:
T (anos) a b
5 23 2,4
10 29 3,9
15 48 8,6
20 95 16,5
vii.DNOS - Chuvas intensas no Brasil (Engº Otto Pfafstetter - 1957)
A Área da bacia tem influência direta nas vazões de projeto, pois é a área
que determina a vazão de contribuição por unidade de área.
A área da bacia obtida é de: Ab=9132ha
As vazões específicas são influenciadas pelo tamanho das áreas das bacias.
Bacias maiores tem maior vazão específica pois há complementariedade
hidrológica de sub-bacias, bem como picos de enchentes atenuados. Bacias
médias tem pouco efeito sobre as vazões específicas. Bacias menores
podem ter picos de enchente mais acentuados.
b) Forma da Bacia
(1) Dentre os índices de forma da bacia (empíricos), temos
(a) Fator de forma
O fator de forma da bacia é obtido pela largura média dividido pelo
comprimento da bacia.
𝐵
𝐹𝑓 =
𝐿
Considerando a cota de fundo igual a h=661,818m e a cota de lâmina de água igual a 664,00,
cota máxima de inundação, temos:
Largura da Ponte = 4,5 m
Cota do fundo da ponte: 665m
Cota máxima de inundação = 664 m
Altura lâmina d´água = 664 - 661,818 = 2,182m
Área molhada(Am): 2,182/2 x 4,5 = 4,90 m²
Perímetro molhado (Pm): (4,5 + 2,182/2)*2 = 11,182m
Raio hidráulico (Rh) = Am/Pm = 4,90/11,182=,439m
Numero de manning (n) para concreto = 0,014
A velocidade estimada é de:
V= 1/n . Rh^2/3 . Iˆ1/2= 1/0,014 x 0,439^2/3 x 0,01^1/2 = 4,12m/s
Da equação da continuidade temos
Q=V.A = 4,12 x 4,90 = 20,188m³/s de vazão.
A vazão de projeto é de 18,51 m³/s
É de se observar que existe uma localizada nas coordenadas 17º13’0.37”S/53º17’59,20”O,
https://www.snirh.gov.br/hidroweb/mapa , (cód. 24060000 –Fazenda Barro Preto) cuja vazão
é de 22,60m³/s.
Ocorre que essa régua se situa no Ribeirão Claro, à jusante da foz do Córrego do Rancho,
aproximadamente a 195 metros de distância.
O Ribeirão Claro tem área de contribuição muito maior que o Córrego do Rancho, sendo
este um afluente daquele o que implica que a vazão registrada na régua refere-se à vazão
pontual no Ribeirão Claro.
Entende-se, dessa forma, que a vazão calculada para o Córrego do Rancho, cuja área de
contribuição é menor que a área de contribuição do Ribeirão Claro, está correta.
E. CÁLCULO DA BARRAGEM
A barragem está projetada para a cota 665,00m, tendo cota máxima de inundação 644,00m.
Geralmente o Fr do escoamento na saída das passagens hidráulicas situa‐se entre 1,5 e 4,5 (1,5
≤Fr ≤ 4,5).
Pelo exposto, considera‐se que o recurso à Bacias de Dissipação só se justifica para situações
em que Fr>1,9, devendo optar‐se por bacias de enrocamento em situações de baixos valores de
número de Froude (até um limite de Fr = 2,4).
b. PWD
c. WES
f. UBSR Tipo II ( para 4 < Fr < 14), Tipo III (para 4,5< Fr < 17) e Tipo IV ( para 2,5 < Fr
< 4,5 ). Essas bacias são pouco usadas – geralmente conduzem a um comprimento muito
superior ao da bacia do tipo SAF.
a) BACIA DE DISSIPAÇÃO POR ENROCAMENTO
É usual optar‐se por uma bacia de dissipação por enrocamento (leito de pedra) visto que implica
baixo custo e fácil instalação. O seu dimensionamento varia de acordo com as condições de
descarga e a capacidade do meio receptor.
Os fracassos associados a este tipo de estruturas está geralmente relacionado com erros de
dimensionamento de comprimento insuficiente do enrocamento, colocação de enrocamento de
dimensão demasiado pequena para a velocidade do escoamento.
Para precaver esta situação recomenda‐se que o enrocamento dever ser colocado até uma
distância a jusante que corresponda ao alcance das condições de estabilidade mesmo que exceda
a distância correspondente ao controle da velocidade de dimensionamento; sempre que a
descarga é feita num canal de secções bem definidas, o declive das margens do canal não deve
exceder 1:2 (vertical:horizontal); a extensão em comprimento do enrocamento (medido a partir
do local de descarga do aqueduto no sentido de jusante) deve ser cerca de 6 vezes superior ao
diâmetro do aqueduto (D); a largura de colocação do enrocamento deve ser 4 vezes superior ao
diâmetro do aqueduto (D).
Os dois últimos parágrafos indicam que o enrocamento deve ocupar uma área retangular e com
as dimensões definidas na Figura 3.
Figura 3
(1) Material
Deve-se utilizar uma mistura de material rochoso razoavelmente bem calibrado onde
predominem as frações de maior dimensão. O maior diâmetro não deve ser superior a 1,5 vezes
o diâmetro médio da rocha utilizada. É aconselhável a colocação de um filtro de geotêxtil (em
alternativa, o filtro pode ser feito de materiais de pequena dimensão (areia) – figura 3) entre o
enrocamento e o terreno subjacente. Deve ter-se em atenção o fato do enrocamento ser de rocha
dura (granito, basalto, riolito, gabro, etc), ser angular, resistente a abrasão e bem calibrado.
É razoável estimar o diâmetro médio, d50 através da equação clássica de ISBASH analisada por
RICHARDOSN et al., 1990 e SAMORA, 1993:
0,68𝑣 2
𝑑50 = (1)
𝑔𝛾𝑧 /𝛾𝑤
Considera-se ainda que a equação desenvolvida para determinar d50 do enrocamento a ser
colocado a jusante de Bacias de Dissipação do Tipo II (USBR), apresentada na nota técnica de
Repair Evaluation Maintenance Rehabilitation (REMR), pode ser utilizada para estimar o
diâmetro médio d50 (m), do material a usar em Bacias de enrocamento:
3
𝛾𝑤 0,5 2
𝑑50 = 0,40𝐷 [( ) 𝐹𝑟 ] (2)
𝛾𝑧 − 𝛾𝑤
D – altura do escoamento que pode considerar-se, por simplificação, igual ao diâmetro do tubo
(m);
A determinação do diâmetro médio d50 pode ser, preferencialmente, o maior valor da aplicação
das equações (1) e (2).
(2) Inclinação
O enrocamento deve ser rigorosamente alinhado ao longo de sua extensão em área e de acordo
com a morfologia do meio receptor.
O nível superior do enrocamento deve coincidir com o nível do meio do receptor ou ser
ligeiramente inferior a este. Não deve nunca ser colocado a um nível superior.
(4) Espessura
A espessura mínima da camada de enrocamento deve ser de 1,5 vezes o máximo diâmetro do
enrocamento utilizado.
(5) Inspeção e manutenção
Este tipo de estrutura deve ser inspecionada imediatamente após os primeiros acontecimentos
de precipitação para verificar a ocorrência de erosão, deslocamento do material e deposição de
sedimentos.
Operações de manutenção devem ser feitas sempre que se verifique alguma não conformidade
durante a inspeção, por exemplo para evitar a obstrução dos interstícios existentes entre os
materiais rochosos usados para o enrocamento.
Em situações de declive e velocidade elevados (Fr ≥ 2,5) deve ponderar-se a adoção de outros
tipos de bacias de dissipação de energia.
Além das bacias supracitadas existem outros tipos de cabias ( bacia de dissipação por ressalto,
bacia de dissipação por impacto, bacia de dissipação por poço, etc.).
b) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO PWD
Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os seguintes (ver Figura 5):
450mm ≤ D ≤ 1850 mm
Os critérios de dimensionamento deste tipo de bacia são os que se seguem (ver Figura 6):
E verifica-se a condição:
d) BACIA DE DISSIPAÇÃO DO TIPO CONTRA COSTA
Cálculos conforme anterior para y 1, 2 e 3, no lugar de h3, na sequência, sendo a altura MPU
as novas alturas calculadas.
A bacia de dissipação tipo SAF ou St. Anthony Falls (BLAISDELL, 1959) é de uso
generalizado e uso o ressalto hidráulico para dissipar a energia. O seu dimensionamento baseia-
se nos modelos estudados por Soil Conservation Service no laboratório de Hidráulica de St.
Anthony Falls na Universidade de Minsesota. Este tipo de bacia contém blocos de queda (chute
blocks), blocos de leito (baffle or floor blocks) e uma soleira de jusante (end sill) que permite
que seu comprimento seja muito mais curto que os das bacias com ressalto hidráulico livre.
Seu uso é recomendado em situações em que 1,7 ≤ Fr ≤ 17, sendo a sua instalação referida na
bibliografia como opção econômica.
Os procedimentos de cálculos são os já vistos para perda de energia nos ressaltos hidráulicos.
Deve ser colocado a jusante da bacia do tipo SAF enrocamento com uma extensão mínima de
1,50m; o muro de ala deve ter altura igual à da parede lateral da bacia e largura variável
consoante com os taludes de canal natural. Uma alternativa à aplicação da expressão de cálculo
do diâmetro de enrocamento a ser colocado a jusante pode residir na colocação de enrocamento
de diâmetro ≥1,00
f) Cálculos - Opção Bacia de enrocamento
Cálculo
Resumo:
Elementos para dimensionamento da bacia de amortecimento
V= 4,12m/s
Vazão = 18510l/s
Área = Vazão/Velocidade = 18,51/4,12 = 4,49m²
Como a largura = 450cm, a altura da lâmina de água é:
Area = H x L => H = Area/L = 4,49/4,50 ou 100cm.
Raio hidráulico Rh = Am/Pm => 4,49/(4,50+2)=0,69m
Numero de Froude
𝒗 𝟒, 𝟏𝟐
𝑭𝒓 = = = 𝟏, 𝟓𝟖
√𝒈. 𝑯𝒎 √𝟗, 𝟖. 𝟎, 𝟔𝟗
0,68𝑣 2
𝑑50 = (1)
𝑔𝛾𝑧 /𝛾𝑤
3 3
0,5 0,5 2
𝛾𝑤 2 9800
𝑑50 = 0,40𝐷 [( ) 𝐹𝑟 ] = 0,40. 0,40 [( ) 1,58] = 0,19𝑚
𝛾𝑧 − 𝛾𝑤 29000 − 9800
Largura: 1,20 m
Comprimento: 1,50 m