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ORIENTADORES:
E em especial a ti Sónia
ÍNDICE
ÍNDICE
ÍNDICE ............................................................................................................................. I
ÍNDICE DE FIGURAS .....................................................................................................V
ÍNDICE DE TABELAS ................................................................................................ XIV
AGRADECIMENTOS ................................................................................................... XV
RESUMO .................................................................................................................... XIX
ABSTRACT ............................................................................................................... XXII
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
1.1. Tipos de Lagos......................................................................................................... 1
1.1.1. Lagos Vulcânicos.............................................................................................. 3
1.1.1.1. Distribuição e Características dos Lagos Vulcânicos................................. 3
1.1.1.2. Processos em Lagos Vulcânicos ............................................................... 6
1.2. Gases Vulcânicos .................................................................................................... 9
1.3. Tipos de Desgaseificação ...................................................................................... 10
1.3.1. Desgaseificação Focalizada ........................................................................... 11
1.3.2. Desgaseificação Difusa .................................................................................. 11
1.4. Dióxido de Carbono (CO2)...................................................................................... 12
1.4.1. Caracteristicas e Origem ................................................................................ 12
1.4.2. Fluxo de CO2 em Regiões Vulcânicas............................................................. 13
1.4.3. Estudo de CO2 em Lagos Vulcânicos ............................................................. 13
1.4.4. Monitorização Geoquímica em Lagos Vulcânicos ........................................... 15
ANEXOS
ANEXO I...................................................................................................................... A-1
ANEXO II..................................................................................................................... A-5
ANEXO III.................................................................................................................. A-20
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.1
Estratificação térmica em águas de lagos, e seus diferentes estratos (adaptado de Wetzel, 2001 in Bengtsson et
al., 2012). ................................................................................................................................................. 8
Figura 1.2
Diferentes tipos de desgaseificação e modos de ocorrência dos gases vulcânicos à superfície associados a um
sistema vulcânico (adaptado de Allard, 1996 in Viveiros 2003). .................................................................... 10
Figura 2.1
Localização geográfica do arquipélago dos Açores (adaptado de Pacheco et al., 2013). . ............................... 18
Figura 2.2
Esquema das estruturas mais representativas da designada plataforma dos Açores. Legenda: MAR - Crista
Médio-Atlântica; EAFZ – Zona de Fratura Este dos Açores; TR – Rift da Terceira; GF – Falha Glória; NA – Placa
Norte-Americana; EU – Placa Eurasiática; NU – Placa Núbia (Africana) (Quartau et al., 2014). ....................... 20
Figura 2.3
Distribuição espacial da temperatura média anual do ar na ilha de São Miguel, de acordo com o modelo CIELO
(CLIMAAT, 2005). .................................................................................................................................... 22
Figura2.4
Distribuição espacial humidade relativa média anual do ar na ilha de São Miguel, de acordo com o modelo CIELO
(CLIMAAT, 2005). .................................................................................................................................... 22
Figura 2.5
Distribuição espacial da precipitação acumulada na ilha de São Miguel, de acordo com o modelo CIELO
(CLIMAAT, 2005). .................................................................................................................................... 23
Figura 2.6
Carta epicentral do arquipélago dos Açores referente ao período compreendido entre o ano de 1997 e 25 de
Maio de 2009 (dados do CIVISA, 2009 in Pacheco et al., 2013). ......................................................................... 24
Figura2.7
Localização dos principais sismos históricos que afetaram a região dos Açores (in Pacheco et al., 2013). ....... 25
Figura 2.8
Erupções vulcânicas históricas registadas no arquipélago dos Açores. Os triângulos a vermelho representam a
localização dos eventos eruptivos (modificado de Weston, 1964, com dados de Queiroz et al., 1995, Queiroz,
1997, Ferreira, 2000 e Gaspar et al., 2003 in Pacheco et al., 2013). ............................................................. 26
Figura 2.9
Modelo digital de terreno da ilha de São Miguel com as unidades vulcanológicas: 1 – Sete Cidades; 2 – Região
dos Picos; 3 – Fogo; 4 – Região da Achada das Furnas; 5 – Furnas; 6 – Povoação-Nordeste (adaptado de
Moore, 1991b in Pacheco et al., 2013). ...................................................................................................... 28
Figura2.10
Cartografia das estruturas tectónicas consideradas no Vulcão das Sete Cidades (adaptado de Carmo, 2013). 31
Figura 2.11
Identificação de manifestações de vulcanismo secundário no Vulcão das Sete Cidades (adaptado de Viveiros,
2003). ..................................................................................................................................................... 32
Figura 2.12
Lagoa das Sete Cidades (imagem cedida por Coutinho, 2013). .. .................................................................. 33
Figura 2.13
Lagoa de Santiago (imagem cedida por Coutinho, 2013). ............................................................................ 34
Figura2.14
Cartografia das estruturas tectónicas consideradas no Vulcão do Fogo (adaptado de Carmo, 2013). ... ........... 36
Figura 2.15
Identificação de manifestações de vulcanismo secundário no Vulcão do Fogo. A mancha de desgaseificação
difusa a verde, foi delimitada de acordo com o trabalho de Marcos et al. (2003) (adaptado de Viveiros, 2003). 37
Figura 2.16
Lagoa do Fogo situada no Vulcão do Fogo (imagem cedida por Coutinho, 2013). .......................................... 38
Figura 2.17
Cartografia das estruturas tectónicas consideradas no Sistema Vulcânico da Achada das Furnas e Vulcão das
Furnas (adaptado de Carmo, 2013). .................................................................................................................... 39
Figura 2.18
Distribuição dos teores de CO2 nos solos do Sistema Vulcânico da Achada das Furnas (adaptado de Marcos,
2006). ..................................................................................................................................................... 40
Figura 2.19
Lagoa do Congro, o maior lago situado no Sistema Vulcânico da Achada das Furnas (imagem cedida por
Coutinho, 2013). ...................................................................................................................................... 41
Figura 2.20
Lagoa de São Brás, situada no Sistema Vulcânico da Achada das Furnas (imagem cedida por Coutinho, 2013)
............................................................................................................................................................... 42
Figura2.21
Cartografia das estruturas tectónicas consideradas no Vulcão das Furnas (adaptado de Carmo, 2013). .......... 44
Figura 2.22
Identificação de manifestações de vulcanismo secundário no Vulcão das Furnas (adaptado de Viveiros, 2010).
(As imagens I, II e III correspondem a locais de manifestações visíveis de vulcanismo e a IV corresponde ao
mapa de desgaseificação de CO2 nos solos do Vulcão das Furnas). ............................................................ 45
Figura 2.23
Lagoa das Furnas situada no interior da caldeira das Furnas (imagem cedida por Coutinho, 2013). ................ 47
Figura 3.1
(a) Embarcação pneumática equipada com um motor elétrico utilizado nas lagoas de Santiago, São Brás e
Congro; (b) Embarcação com motor a diesel cedida pela DRA. ................................................................... 50
Figura 3.2
Garrafa amostradora da marca SEBA utilizada para a recolha de água ao longo da coluna de água dos lagos
estudados. .............................................................................................................................................. 51
Figura 3.3
(a) Aparelho com referência ICS- 1000, que deteta os aniões por cromatografia iónica; Aparelho com referência
GBC Sens AA Dual, (b) que deteta os catiões por espectrometria de absorção atómica. ................................ 51
Figura 3.4
Histograma relativo à distribuição dos valores da temperatura nos lagos estudados. ..................................... 54
Figura 3.5
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa Verde (A) e na Lagoa Azul (B).
............................................................................................................................................................... 55
Figura 3.6
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa de Santiago. ......................... 56
Figura 3.7
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa do Fogo. .............................. 57
Figura 3.8
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa do Congro. ........................... 58
Figura 3.9
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa de São Brás. ........................ 59
Figura 3.10
Evolução da temperatura na coluna de água face à variação sazonal na Lagoa das Furnas em ambos os pontos
(“Furnas Entrada” (A) e “Furnas Capela” (B)). ............................................................................................. 60
Figura 3.11
Histograma relativo à distribuição dos valores da condutividade elétrica nos lagos estudados. ....................... 61
Figura 3.12
Evolução da condutividade elétrica na coluna de água na Lagoa Azul e Verde (A) e da Lagoa de Santiago (B) e
das Furnas (C) em ambos os pontos (“Furnas Entrada” e “Furnas Capela”). Os resultados Azul 1, Verde 1,
Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada
2 são da 2.ª amostragem. ......................................................................................................................... 62
Figura 3.13
Evolução da condutividade elétrica na coluna de água na Lagoa do Congro. ................................................ 63
Figura 3.14
Evolução da condutividade elétrica na coluna de água na Lagoa do Fogo (A) e na Lagoa de São Brás (B). . .... 64
Figura 3.15
Histograma relativo à distribuição dos valores de pH nos lagos estudados. ................................................... 65
Figura 3.16
Evolução do pH na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde (A) das Sete Cidades, de São Brás (B), das Furnas
(C) e do Fogo (D). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem,
enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. ...................................... 66
Figura 3.17
Evolução do pH na coluna de água nas Lagoas de Santiago (A) e do Congro (B). ......................................... 67
Figura 3.18
Evolução da Temperatura (A) e do pH (B) na coluna de água nas Lagoas das Furnas (Ponto “Capela” e
“Entrada”) e Santiago. Os resultados Santiago 1 correspondem à 1.ª, enquanto que os pontos “Furnas Capela” 2
e “Furnas Entrada” 2 são da 2.ª amostragem. ............................................................................................ 67
Figura 3.19
Histograma relativo à distribuição dos valores de alcalinidade nos lagos estudados. .......................................... 68
Figura 3.20
Evolução da alcalinidade na coluna de água nas Lagoas de São Brás (A) e do Fogo (B). .................................. 69
Figura 3.21
Evolução da alcalinidade e da temperatura na coluna de água na Lagoa do Congro. ..................................... 69
Figura 3.22
Evolução da alcalinidade na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde (A), Santiago (B) e das Furnas (C). Os
resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2,
Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. .............................................................................. 70
Figura 3.23
Histograma relativo à distribuição dos valores de CO2 livre nos lagos estudados. .............................................. 72
Figura 3.24
Evolução do dióxido de carbono livre na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), Fogo
(B), São Brás (C) e Furnas (D). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª
amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. .................. 73
Figura 3.25
Evolução do dióxido de carbono livre na coluna de água nas Lagoas de Santiago (A) e do Congro (B). ............ 73
Figura 3.26
Evolução da temperatura e do dióxido de carbono livre na coluna de água na Lagoa de Santiago (A) e na Lagoa
do Congro (B), referentes à 1.ª amostragem. ............................................................................................. 74
Figura 3.27
Histograma relativo à distribuição dos valores de sódio nos lagos estudados. ............................................... 76
Figura 3.28
Evolução do sódio na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B), do Fogo
(C), de São Brás (D), do Congro (E) e das Furnas (F). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1
correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª
amostragem. ........................................................................................................................................... 77
Figura 3.29
Histograma relativo à distribuição dos valores de potássio nos lagos estudados. ............................................... 79
Figura 3.30
Evolução do potássio na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B), do
Fogo (C), de São Brás (D), do Congro (E) e das Furnas (F). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1
correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª
amostragem. ......................................................................................................................................................... 80
Figura 3.31
Histograma relativo à distribuição dos valores de magnésio nos lagos estudados. ......................................... 82
Figura 3.32
Evolução do magnésio na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B), do
Fogo (C), de São Brás (D), do Congro (E) e das Furnas (F). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1
correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª
amostragem. ........................................................................................................................................... 83
Figura 3.33
Histograma relativo à distribuição dos valores de cálcio nos lagos estudados. ............................................... 84
Figura 3.34
Evolução do cálcio na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B), do Fogo
(C), de São Brás (D), do Congro (E) e das Furnas (F). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1
correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª
amostragem. ........................................................................................................................................... 85
Figura 3.35
-
Histograma relativo à distribuição dos valores de HCO3 nos lagos estudados. ................................................... 87
Figura 3.36
Evolução do bicarbonato na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B), do
Fogo (C), de São Brás (D), do Congro (E) e das Furnas (F). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1
correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª
amostragem. ............................................................................................................................................ 88
Figura 3.37
Histograma relativo à distribuição dos valores de cloreto nos lagos estudados. ............................................. 90
Figura 3.38
Evolução do cloreto na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A) Santiago (B), do Congro
(C) e das Furnas (D). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem,
enquanto os pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. ...................................... 91
Figura 3.39
Evolução do cloreto na coluna de água realizada nas Lagoas do Fogo (A) e de São Brás (B). .......................... 92
Figura 3.40
Histograma relativo à distribuição dos valores de sulfato nos lagos estudados. .................................................. 93
Figura 3.41
Evolução do sulfato na coluna de água nas Lagoas de Santiago (A) e do Fogo (B). ........................................... 93
Figura 3.42
Evolução do sulfato na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), do Congro (B) e das
Furnas (C). Os resultados Azul 1, Verde 1, Capela 1 e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os
pontos Azul 2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. ............................................................... 94
Figura 3.43
Evolução do sulfato na coluna de água realizada na Lagoa de São Brás. ..................................................... 95
Figura 3.44
Histograma relativo à distribuição dos valores de Fluoreto nos lagos estudados. ................................................ 97
Figura 3.45
Evolução do fluoreto na coluna de água nas Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades (A), de Santiago (B) e das
Furnas (C). Os resultados Azul 1, Verde 1 e Capela 1 correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Azul
2, Verde 2, Capela 2 e Entrada 2 são da 2.ª amostragem. ........................................................................... 98
Figura 3.46
Histograma relativo à distribuição dos valores de sílica nos lagos estudados. .................................................... 99
Figura 3.47
Evolução da sílica na coluna de água nas Lagoas de Santiago (A), São Brás (B), do Congro (C) e das Furnas
(D). Os resultados Capela e Entrada 1 correspondem à 1.ª amostragem, enquanto os pontos Capela 2 e Entrada
2 são da 2.ª amostragem. ................................................................................................................................... 100
Figura 3.48
Diagrama de Piper relativo à composição das águas das Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades, de Santiago,
Fogo, São Brás, Congro e das Furnas. .................................................................................................... 102
Figura 3.49
Diagrama de Schoeller relativo à composição das águas das Lagoas Azul e Verde das Sete Cidades, de
Santiago, Fogo, São Brás, Congro e das Furnas. .............................................................................................. 103
Figura 3.50
Variação do logaritmo do índice de saturação (Log IS), relativamente à calcite, em função
do pH existente nas águas dos Lagos. ............................................................................................................... 105
Figura 3.51
Variação do logaritmo do índice de saturação (Log IS), relativamente à dolomite, em função
do pH existente nas águas dos Lagos. ............................................................................................................... 105
Figura 3.52
Variação do logaritmo do índice de saturação (Log IS), relativamente à sílica amorfa, em função da concentração
de sílica existente nas águas dos Lagos. ........................................................................................................... 106
Figura 3.53
Variação do logaritmo do índice de saturação (Log IS), relativamente à calcedónia, em função da concentração
de sílica existente nas águas dos Lagos. ........................................................................................................... 107
Figura 3.54
Variação do logaritmo do índice de saturação (Log IS), relativamente ao quartzo, em função da concentração de
sílica existente nas águas dos Lagos. ...................................................................................................... 107
Figura 3.55
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o ião cloreto e a condutividade elétrica nas diferentes
amostragens. ........................................................................................................................................ 109
Figura 3.56
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta os iões sódio e cloreto nas diferentes amostragens. ... 110
Figura 3.57
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o ião sulfato e a condutividade elétrica nas diferentes
amostragens. ........................................................................................................................................ 111
Figura 3.58
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o ião bicarbonato e a condutividade elétrica nas diferentes
amostragens. ...................................................................................................................................................... 112
Figura 3.59
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta os catiões sódio e potássio e o ião bicarbonato nas
diferentes amostragens. ......................................................................................................................... 113
Figura 3.60
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o dióxido de carbono livre e o ião bicarbonato nas
diferentes amostragens. ......................................................................................................................... 114
Figura 3.61
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o catião sódio mais o potássio e a sílica nas diferentes
amostragens. ........................................................................................................................................ 115
Figura 3.62
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o catião magnésio e a sílica nas diferentes amostragens.
............................................................................................................................................................................ 115
Figura 3.63
Distribuição dos lagos de São Miguel, tendo em conta o ião fluoreto e a condutividade elétrica nas diferentes
amostragens. ...................................................................................................................................................... 116
Figura 3.64
Relação entre os valores médios dos principais catiões e a condutividade elétrica, com as respetivas retas de
correlação linear. (A) sódio vs condutividade; (B) potássio vs condutividade; (C) magnésio vs condutividade (D)
cálcio vs condutividade). ........................................................................................................................ 118
Figura 4.1
Localização dos lagos estudados na ilha de São Miguel. Os números representam as diferentes unidades
vulcanológicas: 1– Sete Cidades; 2– Região dos Picos; 3– Fogo; 4– Região da Achada das Furnas; 5– Furnas;
6– Povoação-Nordeste (adaptado de Moore, 1991b in Pacheco et al., 2013). As letras representam os lagos em
estudo: A- Lagoa de Santiago; B- Lagoa de São Brás; C- Lagoa do Congro; D- Lagoa das Furnas. .............. 119
Figura 4.2
Estação portátil de medição de fluxo de CO2 com câmara de acumulação flutuante. ........................................ 121
Figura 4.3
Equipamento GA2000 da Geotechnical Instruments, utilizado na medição da pressão barométrica. ................ 122
Figura 4.4
Lagoa do Congro perante condições meteorológicas adversas (chuva, nebulosidade e vento) (5 de fevereiro de
2014). ................................................................................................................................................... 124
Figura 4.5
Lagoa do Congro perante boas condições meteorológicas (6 de fevereiro de 2014). ........................................ 124
Figura 4.6
Gráficos de probabilidade acumulada do fluxo de CO2 referente à 1.ª amostragem decorrida nas Lagoas de
Santiago (a), São Brás (b), do Congro (c) e das Furnas (d). ....................................................................... 130
Figura 4.7
Gráficos de probabilidade acumulada da concentração de CO2 referente à 2.ª amostragem decorrida nas Lagoas
de Santiago (a), São Brás (b), do Congro (c) e das Furnas (d). .................................................................. 131
Figura 4.8
Bolhas de desgaseificarão observadas à superfície da Lagoa das Furnas. ....................................................... 132
Figura 4.9
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa do Congro referente à amostragem "teste" (a) e à 1.ª amostragem (b) (método
de interpolação: IDW com seis pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .................................................. 133
Figura 4.10
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa do Congro referente à 2.ª amostragem (b) (método de interpolação: IDW com
seis pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .................................................................................... 134
Figura 4.11
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa de São Brás referente à 1.ª amostragem (a) e 2.ª amostragem (b) (método de
interpolação: IDW com seis pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). ....................................................... 135
Figura 4.12
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa de Santiago referente à 1.ª amostragem (método de interpolação: IDW com seis
pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .................................................................................................... 136
Figura 4.13
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa de Santiago referente à 2.ª amostragem (método de interpolação: IDW com seis
pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .................................................................................................... 137
Figura 4.14
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa das Furnas referente à 1.ª amostragem (método de interpolação: IDW com seis
pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .......................................................................................... 138
Figura 4.15
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa das Furnas referente à 2.ª amostragem (método de interpolação: IDW com seis
pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .................................................................................................... 139
Figura 4.16
Rede de amostragem do fluxo de CO2 na Lagoa das Furnas referente à 1.ª amostragem (a) e ao teste realizado
(b). ...................................................................................................................................................................... 140
Figura 4.17
Mapa de fluxo de CO2 na Lagoa das Furnas referente ao teste realizado (método de interpolação: IDW com seis
pontos vizinhos; tamanho da célula = 5x5 m). .......................................................................................... 141
Figura 4.18
Localização das principais zonas anómalas de fluxo de CO2, referente à 1.ª amostragem na Lagoa das Furnas, e
das principais estruturas tectónicas (M1) e (M2) (de acordo com Carmo, 2013). .......................................... 142
Figura 4.19
Localização das principais zonas anómalas de fluxo de CO2, referente à 2.ª amostragem na Lagoa das Furnas e
das principais estruturas tectónicas (M1) e (M2) (de acordo com Carmo, 2013). .............................................. 143
Figura 4.20
Mapa de fluxo de CO2 no Vulcão das Furnas (Viveiros, 2010), incluindo a cartografia de CO2 da Lagoa das
Furnas referente à 1.ª amostragem (método de interpolação: IDW com seis pontos vizinhos; tamanho da célula =
5x5 m). ............................................................................................................................................................... 145
Figura 4.21
222
Localização das principais zonas anómalas de concentração de Rn no solo (R1 a R10) e dos campos
fumarólicos no Vulcão das Furnas: A – Lagoa das Furnas, B – Freguesia das Furnas, C – Ribeira dos Tambores
e D – Ribeira Quente (Silva, 2013). .................................................................................................................... 146
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1.1
Inventário da percentagem de água existente nos diferentes compartimentos na superfície da Terra (adaptado de
Day et al., 2006). ........................................................................................................................................1
Tabela 2.1
Principais características dos lagos estudados (adaptado de Antunes,2008). ................................................ 46
Tabela 4.1
Número de pontos amostrados em cada lago estudado bem como o referido período de amostragem. ......... 123
Tabela 4.2
-2 -1
Estatística descritiva do fluxo de CO2 (g m d ) nas duas amostragens realizadas nas Lagoas de Santiago, São
Brás, Congro e na Lagoa das Furnas. ..................................................................................................... 127
Tabela 4.3
-2 -1
Valor do fluxo de CO2 (g m d ) medido a partir dos 95% da frequência acumulada nas duas amostragens
realizadas nas Lagoas de Santiago, São Brás, Congro e na Lagoa das Furnas. .......................................... 128
Tabela 4.4
Valor da emissão de CO2 para as Lagoas de Santiago, São Brás, Congro e Lagoa das Furnas. ................... 147
Tabela 4.5
Valor da emissão difusa de dióxido de carbono em alguns lagos vulcânicos estudados no mundo (* presente
trabalho; 1- Kusakabe et al. (2008); 2-Padrón et al. (2008); 3-López et al. (2004), 4-Bernard et al. (2004); 5-Mazot
(2005); 6-Mazot & Taran (2009); 7-Mazot et al. (2010); 8-Mazot (2010); 9-Pérez et al. (2011); 10- Arpa et al.
(2013)). ................................................................................................................................................. 147
AGRADECIMENTOS
Resumo
dever à contaminação das águas dos lagos por fluidos de origem magmática (e.g.
Lagoa das Furnas).
ABSTRACT
The volcanic origin of the Azores explains the existence of many lake systems
scattered over the islands, mainly in the island of Sao Miguel which has the largest
number of these water bodies.
The present work emphasizes the need for further characterization and
quantification of diffuse degassing through volcanic lakes. For this purpose, several
lakes located in various volcanic systems were selected, where samples were taken
throughout the water column and measurements of the carbon dioxide flow at the
lake surface were made.
Sampling performed along the water column showed that some lakes present
water stratification mainly in the summer due to a thermal effect, where there is a
significant increase on carbon dioxide concentration, which is kept in the hipolimnion,
and the water acidity is neutralized by water-rock interaction which cause a HCO-3
enrichment. During wintertime stratification is not observed, enabling element
homogenization along the water column. In addition to the contribution of free CO2
produced by organic matter decomposition, it is quite possible that some increase on
CO2 concentration results from the contamination of magmatic fluids (e.g. Furnas
Lake).
For the measurement of the CO2 flux a portable device that performs
measurements by the accumulation chamber method was used – It was modified to
enable fluctuation on the lake surface.
Two sampling campaigns were performed, one in the summer (1st sampling)
and another in the coldest season (2nd sampling). The values of CO2 concentration in
the studied lakes ranged between 0 and 20960.19 g m-2 d-1. The average value in the
1st sampling campaign was 288.51 g m-2 d-1, while and during the 2nd sampling
campaign it was 38.60 g m-2 d-1. However, if the results from Furnas lake are
excluded, because they are much higher than those observed in the other lakes,
average values are 3.51 g m-2 d-1 and 5.64 g m-2 d-1, respectively in the 1st and 2nd
sampling campaigns.
In order to identify the background noise, as well as the threshold level at which
the values of CO2 emission in lakes are considered abnormal, a statistical analysis
was performed using plot generated with GSA, allowing the identification of different
populations. The background noise was calculated from the Furnas lake data
measured during the 2nd sampling campaign ( 38.0 g m-2 d-1).
The spatial distribution of CO2 concentration in lakes was determined using the
deterministic interpolation method IDW (Inverse Distance Weighted), and shows that
Lagoa das Furnas (1st and 2nd samplings) and Lagoa de Santiago (2nd sampling)
depict anomalous zones. In the remaining lakes values are lower than the
background noise, which is explained by the biogenic nature of gaseous emanations.
The Furnas lake CO2 flow derives from different origins (biogenic and
hydrothermal). Higher CO2 concentration spots have a deep hydrothermal source
and are linked to the gas bubbles visible on the lake surface.
Taking in consideration the CO2 flow distribution, four anomalous areas were
identified at Furnas lake and it is the only one of the studied lakes that shows a clear
association between degasing and local tectonic features.
The estimated values for CO2 emission from the lakes into the atmosphere
range between 0.02 and 59.74 t d-1 In the specific case of Furnas lake, whose
emissions range between 12.27 and 31.95 t km-2 d-1, values suggest that this lake is
among the twenty lakes worldwide that release the most CO2 to into the atmosphere.
1. INTRODUÇÃO
1.1. TIPOS DE LAGOS
Cerca de 71% da superfície da Terra é coberta de água, uma característica
fundamental do planeta Terra, que o distingue de todos os outros do sistema solar
(Shueller, 2009).
Tabela 1.1 | Inventário da percentagem de água existente nos diferentes compartimentos na superfície da Terra
(adaptado de Day et al., 2006)
Oceanos 97,4
Calotes polares e Glaciares 1,9
Água Subterrânea > 0,6
Lagos 0,014
Humidade do solo 0,01
Atmosfera 0,001
Rios 0,0001
Biosfera 0,00004
Existem mais de 100 milhões de lagos em todo mundo com áreas maiores que 0,01
km2, sendo classificados principalmente de acordo com a sua origem geológica. A
sua génese poderá ocorrer de vários modos, e os três principais tipos de lagos
formados de forma natural, destacados por Hanson (2007), de acordo com a
respetiva origem são: (1) lagos de origem glaciária, os mais comuns em todo o
mundo, ocupam depressões como resultado da erosão por glaciares, sobretudo
devido à glaciação que ocorreu durante o Pleistocénico, que com a pressão
glacioestática e o contínuo avanço ou recuo das massas de gelo sobre o terreno,
produziam ou aprofundavam as depressões que mais tarde eram preenchidas por
água oriunda do degelo dos glaciares. É possível encontrar um grande número de
lagos glaciares na Escandinávia, na Rússia e no norte da América, sendo o estado
de Minnesota (EUA) o que apresenta maior número (cerca de 11000).
O lago Superior é o maior lago glaciar do mundo pela área de superfície (82880
km2) e situa-se entre o Canadá (província de Ontário) e os Estados Unidos da
América (Hanson, 2007). Outra forma são os lagos sub-glaciares, isto é, os que se
encontram debaixo de uma camada de gelo como o lago Vostok.
São exemplos deste tipo de lagos, o Lago Victoria situado na parte ocidental do
Grande Vale do Rifte, na África Oriental com 68870 km² de área, que corresponde
ao segundo maior lago de água doce do mundo; outro exemplo é o Lago Baikal, no
sul da Sibéria (Rússia), que é o lago mais profundo (1637 m) e com maior volume de
água (23600 km3) do mundo a par do Lago Tanganyika, também situado no Grande
Vale do Rifte Africano (Rafferty, 2011).
A hidrologia dos lagos bem como a qualidade das suas águas são fortemente
influenciadas pela morfologia, pelo substrato geológico, bem como pelo cenário
climático existente na região onde o mesmo está inserido, como o vento, que
transfere força e energia para a superfície da água, e por outras interações que
ocorrem nestes sistemas dinâmicos, como são exemplos, a entrada de água
subterrânea, de precipitação e por entradas de água proveniente de rios ou
nascentes que drenam para os lagos, provocando trocas de calor e também, a troca
de calor entre a água e os sedimentos, o que dá origem a correntes de densidade,
ou pelas suas saídas, através da evaporação e por drenagem lateral ou em
profundidade (Hutchinson, 1957; Meybeck, 1995).
profundas (Imboden & Wüest, 1995), fatores estes que tendem a reduzir a mistura
(Turner, 1973).
Figura 1.1 | Estratificação térmica em águas de lagos, e seus diferentes estratos (adaptado de Wetzel, 2001 in
Bengtsson et al., 2012).
Os gases vulcânicos são constituídos na sua grande maioria por água (H2O) e
por quantidades variáveis de compostos de carbono (CO2, CO, CH4), enxofre (S2,
SO2, H2S, COS), halogéneos (HCl, HF, HBr) e vários constituintes menores (NH3,
N2, H2, O2, Ar, He, Rn) (Baubron et al., 1991; Giggenbach, 1996; Delmelle & Stix,
2000; Giggenbach et al., 2001).
Como elementos traço surgem os metais, como por exemplo o sódio (Na), o
vanádio (V), o crómio (Cr), o bismuto (Bi), o cobre (Cu), o zinco (Zn) e o ouro (Au),
os quais estão normalmente associados a fumarolas de alta temperatura (Allard,
1983; Delmelle & Stix, 2000).
Estes constituintes voláteis têm um papel central nos processos vulcânicos pois
condicionam as propriedades físicas do magma (temperatura, densidade e
viscosidade) e são igualmente responsáveis pelo comportamento dos mesmos nos
reservatórios (Allard, 1994). As erupções mais explosivas estão relacionadas com
magmas evoluídos e enriquecidos em gases expelidos, que geram cada vez maiores
pressões à medida que ascendem para níveis mais superficiais (Delemelle & Stix,
2000). Os voláteis que chegam à superfície e são libertados na atmosfera designam-
se por gases vulcânicos (Allard, 1983; 1994; 1996; Martini, 1996).
Atmosfera
Pluma eruptiva
Fumarola
H2O, CO2, H2S
Desgaseificação
CO , He, Rn
2
222
Desgaseificação
H2O submarina
H2O SO4-
Cl-
Nascente Cl-
SO4-
Crusta
Formação de magma
Manto
Figura 1.2 | Diferentes tipos de desgaseificação e modos de ocorrência dos gases vulcânicos à superfície
associados a um sistema vulcânico (adaptado de Allard, 1996 in Viveiros 2003).
Assim, os estudos efetuados neste domínio podem ser aplicados, não só (1) na
monitorização de vulcões ativos, mas também (2) em estudos de sismicidade, na
tentativa de identificar precursores sísmicos (Irwin & Barnes, 1980; King, 1993), (3)
na cartografia de falhas ativas (e.g. King, 1993; Giammanco et al., 1998; Baubron et
al., 2002; Faria, 2002; Marcos et al., 2003; Sousa, 2003; Viveiros, 2003; 2010), (4)
na exploração geotérmica (Chiodini et al., 1995) e na (5) avaliação do risco para a
saúde pública (Baubron et al., 1994a; 1994b; Baxter et al., 1999; Ferreira, 2000;
Sousa, 2003; Viveiros et al., 2009; Silva, 2013).
O CO2 natural pode ter diversas origens, nomeadamente, pode ser proveniente
do manto, de rochas carbonatadas existentes na crosta ou ser resultado de atividade
biogénica (Toutain et al., 2002).
De acordo com Tonani & Miele (1991 in Chiodini et al., 1998), o método da
câmara de acumulação é considerado o mais adequado para efetuar medições de
fluxo em áreas vulcânicas e geotérmicas, pois sendo um método absoluto não
requer pressupostos ou correções relacionadas com as características do solo.
O CO2 é 200 vezes mais solúvel em água do que o oxigénio, o que obedece às
leis normais da solubilidade de gases para as condições de temperatura e pressão
verificadas nos lagos vulcânicos. A concentração de CO2 dissolvido na água a partir
H2CO3 ↔ HCO3- + H+