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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 5

2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................................................... 6

2.1 Alternativas e impasses........................................................................ 9

3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................ 10

4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES........................... 12

5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE ............................................... 14

6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE .......... 16

7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS


BRASILEIROS .......................................................................................................... 19

7.1 Floresta Amazônica ............................................................................ 20

8 PANTANAL MATO-GROSSENSE ............................................................ 23

9 CAMPOS SULINOS .................................................................................. 25

9.1 Fauna deste bioma ............................................................................. 25

10 CAATINGA ............................................................................................ 26

10.1 Vegetação .......................................................................................... 27

10.2 Fauna ................................................................................................. 27

10.3 Restinga ............................................................................................. 28

11 MANGUEZAL ........................................................................................ 30

12 CERRADO ............................................................................................. 31

13 CERRADO (STRICTU SENSU)............................................................. 33

14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO) ............... 33

14.1 Campo rupestre .................................................................................. 33

14.2 Campos litossólicos miscelâneos: ...................................................... 33

14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça ...................................... 34

15 MATA ATLÂNTICA ................................................................................ 34

1
16 MATA DE ARAUCÁRIA ......................................................................... 35

17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS


HÍDRICOS, CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ..................................... 36

17.1 Resíduos perigosos ............................................................................ 38

18 LIXO: PROBLEMA DE TODOS ............................................................. 41

18.1 Reciclagem: a indústria do presente .................................................. 41

18.2 Destino do lixo .................................................................................... 42

18.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor ......................................... 46

18.4 A responsabilidade é de quem produz ............................................... 47

18.5 O lixo e o consumo ............................................................................. 47

19 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010 ................... 48

19.1 Quem obedece deve obedecer à nova Lei ......................................... 49

19.2 A Lei obriga à logística reversa .......................................................... 50

19.3 Responsabilidade da coleta ............................................................... 50

19.4 Descumprimento da Lei...................................................................... 52

19.5 Resultados e consequências.............................................................. 53

20 RECURSOS HÍDRICOS ........................................................................ 54

20.1 Ciclo hidrológico ................................................................................. 55

20.2 Precipitação........................................................................................ 55

20.3 Evaporação e evapotranspiração ....................................................... 56

20.4 Água subterrânea ............................................................................... 56

20.5 Escoamento superficial ...................................................................... 57

20.6 Hidrografia .......................................................................................... 58

20.7 Processos erosivos ............................................................................ 59

20.8 Assoreamento de corpos d’água ........................................................ 59

20.9 Gestão de bacias urbanas.................................................................. 60

20.10 Cobrança pelo uso da água ............................................................... 61


2
21 CONTROLE DE ENCHENTES .............................................................. 63

21.1 Medidas para controle de inundações ................................................ 63

21.2 Zoneamento de áreas de inundações ................................................ 64

22 USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS ................................... 64

22.1 Navegação e aproveitamento hidrelétrico .......................................... 65

22.2 Abastecimento .................................................................................... 65

22.3 Irrigação e vazão ecológica ................................................................ 66

22.4 Transposição de corpos d’água ......................................................... 66

23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ................................................................... 67

23.1 Outras importantes leis a serem citadas ............................................ 68

24 POLÍTICA AMBIENTAL ......................................................................... 70

24.1 Ações práticas de uma política ambiental (exemplos) ....................... 70

25 DIREITO AMBIENTAL, PRINCÍPIOS PRÓPRIOS DO DIREITO


AMBIENTAL .............................................................................................................. 71

25.1 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente ........................................ 72

25.2 Licenciamento ambiental .................................................................... 73

26 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL ....................................................... 74

26.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro...................... 78

27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................... 79

27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação ..................... 80

27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental ................. 82

28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR ..................................................... 84

28.1 Formas de recuperação da mata ciliar ............................................... 85

29 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO


REFLORESTAMENTO, SELEÇÃO DE ESPÉCIES. ................................................. 86

30 Principais indicadores de sustentabilidade empresarial ........................ 87

3
30.1 Avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade
empresarial. ........................................................................................................... 89

30.2 Índice de sustentabilidade empresarial da B3 .................................... 94

31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 96

4
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Fonte: jornaloliberal.net

Conceito: A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o


desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o
desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de
harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.
(NAÇÕES UNIDAS, 2019).

Para ser sustentável, o desenvolvimento deve ser economicamente


sustentado (ou eficiente), socialmente desejável (ou includente) e
ecologicamente prudente (ou equilibrado). Os dois primeiros critérios
estavam presentes no debate sobre desenvolvimento econômico que se abre
no pós-guerra. O terceiro é novo. As expressões "crescimento econômico
sustentado" e "crescimento econômico excludente" opunham a corrente
"mainstream" neoclássica às correntes heterodoxas, marxistas e
estruturalistas. Para a primeira, o crescimento econômico sustentado estava
aberto como possibilidade a todos os países, sendo uma condição necessária
e suficiente para a inclusão social. Para a segunda, ao contrário, o
crescimento econômico e seus benefícios eram para poucos, os países
capitalistas centrais. Marxistas e estruturalistas discordavam entre si,
entretanto, em relação às causas do fato (VEIGA, 2005, apud ROMEIRO,
2012).

6
O Desenvolvimento Sustentável pode ser caracterizado como o
desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias
necessidades. Ela implica possibilitar às pessoas, agora e no futuro, atingir um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural,
fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as
espécies e os habitats naturais. Em resumo, é o desenvolvimento que não esgota os
recursos para o futuro.

A aplicação prática de princípios e estratégias do desenvolvimento


sustentável apresenta-se mais complexa e difícil que a simples incorporação
de uma dimensão ambiental dentro dos paradigmas econômicos, dos
instrumentos do planejamento e das estruturas institucionais que sustentam
a racionalidade produtiva prevalecente (LEFF, 2002, apud HANAI, 2012).

Um desenvolvimento sustentável requer planejamento e o reconhecimento de


que os recursos são finitos. Ele não deve ser confundido com crescimento econômico,
pois este, em princípio, depende do consumo crescente de energia e recursos
naturais. O desenvolvimento nestas bases é insustentável, pois leva ao esgotamento
dos recursos naturais dos quais a humanidade depende.
O conceito de desenvolvimento sustentável foi reconhecido internacionalmente
em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano,
realizada em Estocolmo, Suécia. A comunidade internacional adotou a ideia de que o
desenvolvimento socioeconômico e o meio ambiente, até então tratados como
questões separadas, podem ser geridos de uma forma mutuamente benéfica.
Em 1983, é estabelecida a Comissão Mundial das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento. Esta comissão foi incumbida de investigar as
preocupações levantadas nas décadas anteriores acerca dos graves e negativos
impactos das atividades humanas sobre o planeta, e como os padrões de crescimento
e desenvolvimento poderiam se tornar insustentáveis caso os limites dos recursos
naturais não fossem respeitados. O resultado desta investigação foi o Relatório
"Nosso Futuro Comum" publicado em abril de 1987.
O documento ficou conhecido como Relatório Brundtland, em referência à Gro
Harlem Brundtland, ex primeira ministra norueguesa e médica que chefiou a comissão
da ONU responsável pelo trabalho. O Relatório Brundtland formalizou o conceito de
desenvolvimento sustentável e o tornou conhecido do público.
7
E acordo com o Relatório Brundtland (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO
AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1988, p. 49), o desenvolvimento
sustentável deve ser entendido como: [...] um processo de transformação no
qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do
desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e
reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender as necessidades e
aspirações humanas. (COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E
DESENVOLVIMENTO, 1988, apud IPIRANGA, 2011).

"Satisfazer as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das


gerações futuras de suprir suas próprias necessidades ", cerne do conceito de
desenvolvimento sustentável se tornou o fundamento da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (ECO-92), realizada no Rio de
Janeiro em 1992. O encontro foi um marco internacional, que reconheceu o
desenvolvimento sustentável como o grande desafio dos nossos dias, e também
assinalou a primeira tentativa internacional de elaborar planos de ação e estratégias
neste sentido.

A percepção das pessoas sobre a escassez dos recursos naturais e sobre os


danos ambientais de suas ações pode influenciá-las a adotar
comportamentos mais ecológicos (PATO, 2004, apud CAIXETA, 2010).

O campo do desenvolvimento sustentável pode ser dividido em quatro


componentes: a sustentabilidade ambiental, a sustentabilidade econômica,
a sustentabilidade sociopolítica e a sustentabilidade cultural.
Sustentabilidade ambiental: consiste na manutenção das funções e
componentes dos ecossistemas para assegurar que continuem viáveis – capazes de
se auto reproduzir e se adaptar a alterações, para manter a sua variedade biológica.
É também a capacidade que o ambiente natural tem de manter as condições de vida
para as pessoas e para os outros seres vivos, tendo em conta a habitabilidade, a
beleza do ambiente e a sua função como fonte de energias renováveis.
Sustentabilidade econômica: é um conjunto de medidas e políticas que visam
a incorporação de preocupações e conceitos ambientais e sociais. O lucro passa a
ser também medido através da perspectiva social e ambiental, o que leva à otimização
do uso de recursos limitados e à gestão de tecnologias de poupança de materiais e
energia. A exploração sustentável dos recursos evita o seu esgotamento.
Sustentabilidade sociopolítica: é orientada para o desenvolvimento humano,
a estabilidade das instituições públicas e culturais, bem como a redução de conflitos

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sociais. É um veículo de humanização da economia, e, ao mesmo tempo, pretende
desenvolver o tecido social nos seus componentes humanos e culturais.
Vê o ser humano não como objeto, mas sim como objetivo do desenvolvimento.
Ele participa na formação de políticas que o afetam, decide, controla e executa
decisões.
Sustentabilidade cultural: leva em consideração como os povos encaram os
seus recursos naturais, e sobretudo como são construídas e tratadas as relações com
outros povos a curto e longo prazo, com vista à criação de um mundo mais sustentável
a todos os níveis sociais. A integração das especificidades culturais na concepção,
medição e prática do desenvolvimento sustentável é fundamental, uma vez que
assegura a participação da população local nos esforços de desenvolvimento.

2.1 Alternativas e impasses

Antes mesmo que a ideia de desenvolvimento humano começasse a ser


assimilada, também ganhava força uma expressão: desenvolvimento sustentável
(DS). A partir do ano de 1992, um movimento internacional foi lançado pela Comissão
para o Desenvolvimento Sustentável (CSD) das Nações Unidas com o objetivo de
construir indicadores de sustentabilidade.

Reunindo governos nacionais, instituições acadêmicas, ONG’s, organizações


do sistema das Nações Unidas e especialistas de todo o mundo, esse
movimento pretende colocar em prática, alguns capítulos da “Agenda 21”
firmada na Eco- 92, referentes à necessidade de informações para a tomada
de decisões. (VEIGA, 2015, apud ASSUNÇÃO,2015, p. 17).

Em 1996, a CSD publicou o documento “Indicadores de desarollo sostenible:


marco y metodologías”, que ficou conhecido como “Livro Azul”. Continha um conjunto
de 143 indicadores, que foram quatro anos depois reduzidos a uma lista mais curta,
com apenas 57, mas acompanhados de fichas metodológicas e diretrizes de
utilização. Foram cruciais para que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) viesse a publicar em 2002 e 2004, os primeiros indicadores brasileiros de
desenvolvimento sustentável.
A importância desses dois pioneiros trabalhos do IBGE não deve ser
subestimada pelo fato da maioria de suas estatísticas e indicadores se referir mais ao
tema do desenvolvimento do que ao tema da sustentabilidade. Foi a primeira vez que
9
uma publicação dessa natureza incluiu explicitamente a dimensão ambiental ao lado
da social, da econômica e da institucional.

3 INDICE DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Fonte: jornalggn.com.br

Todavia, uma rápida consulta aos resultados desses dois primeiros esforços
certamente provocará a seguinte indagação: poderá surgir daí um índice sintético de
desenvolvimento sustentável? A resposta mais sensata parece ser negativa, porque
índices compostos por várias dimensões (que, por sua vez, resultam de diversas
variáveis) costumam ser contraproducentes, para não dizer enganosos ou traiçoeiros.
Por outro lado, sem um bom termômetro de sustentabilidade, o mais provável é que
todo mundo continue a usar apenas índices de desenvolvimento (quando não de
crescimento), deixando de lado a dimensão ambiental.
Tanto quanto um piloto precisa estar permanentemente monitorando os
diversos indicadores que compõem seu painel, qualquer observador do
desenvolvimento sustentável será necessariamente obrigado a consultar dezenas de
estatísticas, sem que seja possível amalgamá-las em um único índice. Talvez seja
essa a razão que faz o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente)
não ter se lançado na construção de um índice de desenvolvimento sustentável
equivalente ao IDH.

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Isto não impede, contudo, que se procure elaborar um índice de
sustentabilidade ambiental, em vez de desenvolvimento sustentável, para que possa
ser comparado com outros índices de desenvolvimento, como os que foram
mencionados no início deste livro. Ou ainda, que se prefira representações gráficas
multifacetadas, em vez de um número índice. A ideia foi apresentada em 2002 ao
Fórum Econômico Mundial por um grupo de trabalho formado por pesquisadores de
duas universidades americanas.

Indicadores de Desenvolvimento Sustentável: Primeira geração: nesta fase,


os indicadores eram os ambientais clássicos que não incorporavam
interrelações entre os componentes de um sistema, como por exemplo:
emissões de CO2, desmatamento, erosão, qualidade das águas, entre
outros; segunda geração: os indicadores são compostos por quatro
dimensões: econômica, social, institucional e ambiental, mas não
estabelecem vinculações entre os temas. O maior exemplo desse tipo de
iniciativa seria o Livro Azul da CSD (1996); terceira geração: Correspondem
aos indicadores vinculantes, sinérgicos e transversais, que incorporam
simultaneamente vários atributos ou dimensões do Desenvolvimento
Sustentável. Não se tratam mais de listas de indicadores como os de segunda
geração. As variáveis escolhidas têm que possuir correlação muito clara com
os demais, pois fazem parte de um mesmo sistema. (QUIROGA- MARTINEZ,
2003, apud TAYRA, 2006)

Com 68 variáveis referentes a 20 indicadores essenciais, o índice de


sustentabilidade ambiental elaborado por pesquisadores de Yale e Columbia pôde ser
calculado para 142 países. Esse índice considera cinco dimensões: sistemas
ambientais, estresses, vulnerabilidade humana, capacidade social e institucional, e
responsabilidade global. O primeiro envolve quatro sistemas ambientais: ar, água,
solo e ecossistemas. O segundo considera estresse algum tipo muito crítico de
poluição, ou qualquer nível exorbitante de exploração de recurso natural. No terceiro,
a situação nutricional e as doenças relacionadas ao ambiente são entendidas como
vulnerabilidades humanas. A quarta dimensão se refere à existência de capacidade
sócio institucional para lidar com os problemas e desafios ambientais. E na quinta
entram os esforços e esquemas de cooperação internacional representativos da
responsabilidade global.
As premissas básicas que norteiam essas cinco dimensões foram bem
explicitadas pelos pesquisadores. Em primeiro lugar, é necessário que os sistemas
ambientais vitais sejam saudáveis e não entrem em deterioração. Também é
essencial que os estresses antrópicos sejam baixos e não causem danos aos
sistemas ambientais. Em terceiro, a alimentação e a saúde não devem ser
11
comprometidas por distúrbios ambientais. Em quarto, é preciso que existam
instituições, padrões sociais, habilidades, atitudes e redes que fomentem efetivas
respostas aos desafios ambientais e em quinto, há que cooperar para o manejo dos
problemas ambientais comuns a dois ou mais países, além de reduzir os
“transbordamentos” de problemas ambientais de um país para outro.

4 NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E SEUS INDICADORES

Fonte: geranegocios.com

Retornos sustentados sobre o capital investido no longo prazo e, em certa


medida, o crescimento dos negócios requerem, cada vez mais, o enfrentamento das
questões de desenvolvimento social e de sustentabilidade que influenciam e são
influenciadas pelas ações das empresas no mercado, por interesses setoriais, por
demandas das comunidades do entorno e pelo próprio sistema capitalista em sua
versão neoliberal local.
Na prática, a sustentação de resultados acima da média em prazos mais
elásticos parece exigir formulações estratégicas e direcionamentos operacionais que
conjuguem, em uma mesma unidade de performance, retornos econômicos, sociais,
ambientais e culturais diferenciados. Assim como parece induzir a composição, com
outros atores, de arranjos produtivos que potencializem ou ampliem, por um lado,
escala e participação de mercado; por outro, infraestrutura, recursos, tecnologia
apropriada, competências, sensibilidade social e capacidade de inovar.
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A maximização das condições de produzir, comercializar, comunicar, oferecer
produtos e serviços inovadores, promover desenvolvimento, valorizar direitos
humanos, dar conta dos impactos no entorno inerentes ao negócio, lidar com a
concorrência, abrir novos mercados e estar próximo aos clientes onde quer que eles
estejam neste mundo globalizado parece tender a se viabilizar, cada vez mais, a partir
de arranjos produtivos capazes de conjugar investidores, especialistas, empresas,
financiadores, organizações da sociedade civil, instituições de pesquisa e
desenvolvimento e organismos de governo.
Entretanto, é preciso resolver antes e sempre, o curto prazo. Sem atingir o
resultado do dia, da semana, da quinzena, do mês, do semestre e do ano não haverá
argumento válido para transformações a longo prazo, menos ainda para a inclusão da
perspectiva socioambiental no ambiente de negócios. Até porque é difícil distinguir
entre dispersão de recursos e investimentos em iniciativas voltadas a resultados de
longo prazo; assim como é difícil decidir se a melhor alternativa está mesmo no
horizonte do tempo. Os resultados imediatos, portanto, precisam ser obtidos enquanto
se constroem as plataformas do futuro. Presente e futuro são pensados e articulados
juntos, no presente; e essa é uma tarefa que, em certa medida, pode envolver
diferentes atores.

Explorar sinergias e complementaridades é, portanto, fator de


competitividade, de promoção do desenvolvimento e de enfrentamento de
questões de sustentabilidade. A melhor performance depende, entretanto, da
qualidade intrínseca dos arranjos produtivos. Em outras palavras, depende
da natureza do engajamento (legitimidade, motivação, visão de futuro e
compartilhamento de crenças, significados e valores dos diferentes atores),
da capacidade de construírem, consolidarem e manterem em permanente
desenvolvimento um ambiente capaz de gerar resultados (econômicos,
sociais, ambientais e culturais) sustentados a longo prazo, da qualidade dos
vínculos (transparência, confiança e proximidade entre os atores), da eficácia
dos mecanismos de interação e cooperação e da capacidade de
reconhecimento sincero dos interesses legítimos dos atores envolvidos. No
plano operacional, depende do empenho em se encontrar uma fórmula aceita
para a responsabilização, o acompanhamento, controle e auditoria dos
processos e a apropriação dos resultados e dos impactos decorrentes da
ação conjunta, tanto os de natureza econômico-financeira como os sociais,
ambientais e culturais; tanto os tangíveis quanto os intangíveis (KEINERT,
2007, apud DANDAL, 2014, p. 29).

Trata-se de um desafio enorme para a gestão contemporânea por conta,


principalmente, de alguns fatores: da baixa competência das organizações para se
integrarem à lógica e às dinâmicas sociais típicas de ambientes multi- stakeholders,
naturalmente inclusivas e, portanto, complexas; da prevalência do individualismo,
13
mesmo quando há valorização do teamwork; das dificuldades de formulação e
legitimação de decisões complexas em ambientes organizacionais que
supervalorizam a lógica exclusiva e direta do capital, as relações de poder, o
imediatismo, o autoritarismo e o pragmatismo, que são aspectos culturais cultuados
no neoliberalismo. Soma-se a isso, a existência de interesses imbricados de diferentes
arranjos produtivos com que os mesmos atores, ou parte deles, possam estar
envolvidos, e que são cada vez mais prováveis pela necessidade de ampliação das
fontes de geração de riqueza e minimização dos riscos além das incertezas impostas
tanto pelo ambiente competitivo como pelo ambiente social.
Uma estratégia corporativa ampla e de longo-prazo, integrada com os objetivos
centrais do negócio e com as suas competências essenciais atuando para criar
mudança social positiva e valor para o negócio e que está inserida nas operações
negociais do dia a dia é o que se pode chamar de CSR Estratégica ou ainda
Sustentabilidade Estratégica.

5 INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Fonte: isotecconsultoria.com

As análises realizadas através do uso de indicadores vêm ganhando peso nas


metodologias utilizadas para resumir a informação de caráter técnico e científico,
permitindo sua transmissão de forma sintética, desde que preservada a essência da
informação e utilizadas apenas as variáveis que melhor servem os objetivos e não
14
todas as que podem ser medidas ou analisadas. A informação é assim mais facilmente
utilizável por tomadores de decisão, gestores, políticos, grupos de interesse ou pelo
público em geral.
A formulação de indicadores pressupõe a disponibilidade de informações e
dados confiáveis e comparáveis num determinado período de tempo. Esse é o
principal desafio que se apresenta, ou seja, apontar caminhos para a identificação de
parâmetros confiáveis e comparáveis no tempo para a averiguação do cumprimento
e do progresso das práticas de gestão sustentável de maneira custo-efetiva. Há
grande variabilidade de tipos e qualidade de informações que podem impedir sua
comparação, daí ser necessário identificar alguns parâmetros comparáveis,
legitimados pelas partes interessadas e convenientes para o sistema em questão.

Indicadores de sustentabilidade tem como objetivo auxiliar empresas e


instituições a avaliarem se estão caminhando rumo à sustentabilidade. Os
indicadores usualmente abrangem procedimentos empresariais, desde seus
conceitos estratégicos até suas relações com fornecedores e consumidores,
considerando as questões fundamentais da sustentabilidade, social,
ambiental e econômico (LOUETTE, 2007, apud PENTEADO, 2014, p. 2).

Não se pode deixar de mencionar que a utilização de indicadores e índices não


é uma abordagem pacífica. Sempre se recobre de alguma controvérsia, em face das
simplificações que são efetuadas na aplicação destas metodologias. As eventuais
perdas (ou descontinuidade) de informação têm constituído um entrave à adoção de
forma generalizada e consensual dos sistemas de indicadores e índices.
Indicadores: parâmetros selecionados e considerados isoladamente ou
combinados entre si, sendo de especial pertinência para refletir determinadas
condições dos sistemas em análise (normalmente são utilizados com pré-tratamento,
isto é, são efetuados tratamentos aos dados originais, tais como médias aritméticas
simples, percentuais, medianas, entre outros). Definidos, aceitos e inseridos nos
processos de gestão de uma instituição (governos, empresas ou outras organizações
da sociedade civil) um dado conjunto de indicadores pode revelar a situação atual
dessa instituição (e daí permitir compará-la com outras de mesma natureza) ou indicar
sua evolução em relação a sua própria situação em algum momento anterior.

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6 COMPORTAMENTO HUMANO VOLTADO AO MEIO AMBIENTE

Fonte: sustentarqui.com

A sede econômico-financeira do homem aliada à hiperexpansão populacional


vem, nesta, provocando desenfreada e desrespeitosa exploração de recursos naturais
sem nenhuma consideração a normas de proteção ao meio ambiente levando,
consequentemente, à degradação do mesmo.
Em meio ao desenvolvimento tecnológico está a natureza, não sabemos se
acuada ou esquecida, deixada de lado pelo homem no que tange aos cuidados
relativos à preservação. Esta, no entanto, é a única contribuição que nos é cobrada
em troca do fornecimento de frutos, ar respirável, a biodiversidade de nossos
ecossistemas, da flora, terras férteis e belíssimas paisagens.
Esta é uma luta Global e Humanitária onde, independente de campanhas como
a Rio + 10, dentre muitas outras, o homem deveria conscientizar-se e contribuir
individual e coletivamente na busca do equilíbrio ecológico do meio.

A lógica do crescimento econômico presente na maioria dos países, somado


ao avanço tecnológico, entre outros, faz com que as pessoas desejem e
adquiram uma maior quantidade de bens de consumo e de serviços. Isto
resultou em uma sociedade atual marcada por um consumismo crescente
que tem como consequência maior degradação da natureza, com implicações
inclusive à sobrevivência do ser humano (FERREIRA, 2004, apud CAIXETA,
2010).

16
Os brasileiros possuem o direito ao meio ambiente garantido
constitucionalmente. A Carta Magna vigente, em seu art. 225, nos garante o direito de
usufruir o meio ambiente e o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações. Ocorre que, a maioria das pessoas, sendo raríssimas as exceções,
tanto naturais como jurídicas, vêm se interessando somente em exercer o direito, mas
não cumprir o dever.
O Estudo Prévio de Impacto Ambiental previsto no inciso III do artigo 9º da Lei
nº 6.938/81 e no art. 225, § 1º da Constituição Federal, dispõe a respeito da
obrigatoriedade e importância deste estudo, que é tratado constitucionalmente como
poder-dever do Poder Público. O Estudo prévio de Impacto Ambiental é uma
manifestação significativa do princípio da prevenção e constitui um dos instrumentos
básicos da Política Nacional do Meio Ambiente. Tem a função de apontar os possíveis
riscos que um projeto pode oferecer à natureza e indicar uma solução para a
implantação do projeto de forma a combater e prevenir um possível dano ambiental.
São merecedoras de gratificações as grandes empresas de elevada produção
que, em meio a este escopo, preocupam-se não só com o lucro, mas também com a
preservação da natureza. Tais empresas são dotadas de certificados como a ISO
14001, comprovadores e reconhecedores de tal mérito e passam a valorizar cada
particularidade do sistema natural, ou seja, comprometem-se com a coleta seletiva do
lixo e a reciclagem do mesmo, gerando economia de energia e proteção sistemática
do Meio Ambiente. Trabalham intensamente no combate ao desperdício de todo
gênero natural, como a água, o solo e a energia.
Apesar de campanhas mundiais e divulgação de estatísticas, a sede humana
de exploração, consumo e lucro é cada vez maior, aumentando assim as
consequências do efeito estufa. Podemos citar a título de ilustração, o derretimento
de geleiras nos polos e degradação da camada de ozônio.
Na “Guerra Econômica” travada entre Nações, o homem vem destruindo algo
que lhe pertence e, tal situação, aliada ao hiper crescimento populacional traz como
consequências o aumento do consumo, a exploração do solo em larga escala,
descarga de dejetos e emissão de CO2, contribuindo para um meio desequilibrado.
Populações sofrem com catástrofes meteorológicas, como enchentes, passam
fome devido à ausência de solos férteis devido à seca, escassez de água potável além
de problemas respiratórios causados pelo ar impuro impregnado de agentes fruto do
17
efeito estufa. Este, um dos maiores demonstradores do descaso ambiental, que vem
sendo contribuído pela queima de combustíveis fósseis como a gasolina e também
pelas queimadas de florestas.

Depois da 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e


Desenvolvimento (ECO92) foi reconhecido que o crescimento e
desenvolvimento econômicos alteram os sistemas naturais, embora não se
possam pôr em risco os sistemas naturais mais importantes como atmosfera,
água, solos e seres vivos (HANSEN, 2001, apud COSTA, 2014).

Desastres ecológicos ocorrem e a não reparação destes pelos seus agressores


é, muitas vezes, acobertada pela impunidade. Infelizmente, temos que acreditar que
são necessárias normas impositivas de sanção para que o homem se eduque em
relação aos cuidados com algo que é seu por direito. Foi preciso a criação de
legislações de Direito Ambiental com normas coercitivas, onde o homem vê-se
obrigado a preservar seu ambiente e sobrepujar seu eterno animus lucrandi. Foi
preciso impor sanções como multas pecuniárias e até mesmo penas restritivas de
liberdade dentre outras para o homem respeitar seu direito.
As civilizações estão sendo dominadas pelo consumismo e, em contrapartida,
pelo desejo desenfreado de poder econômico-financeiro, não tendo a preocupação
adequada com a preservação de um bem que, se utilizado racionalmente, seria
contribuindo para a manutenção dessas vontades eternamente, de modo que, como
vem sendo utilizado está a ponto de desencadear, a níveis mundiais, uma enorme
catástrofe ambiental e, consequentemente, econômica, política e financeira, trazendo
uma infinidade de prejuízos para a humanidade, principalmente para as gerações
futuras.
A sustentabilidade do Meio Ambiente depende exclusivamente de uma
consciência universal e respeito os Paradigmas da Ecologia e dos processos naturais
para a evolução da Humanidade.

18
7 ECOSSISTEMA E BIODIVERSIDADE, OS PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS
BRASILEIROS

Fonte: cenedcursos.com

O Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas. Quase todo o seu


território está situado na zona tropical. Por isso, nosso país recebe grande quantidade
de calor durante todo o ano, o que favorece essa grande diversidade. Veja, no mapa
a seguir, exemplos dos principais ecossistemas encontrados no Brasil.

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Fonte da imagem: sobiologia.com

7.1 Floresta Amazônica

Estende-se além do território nacional, com chuvas frequentes e abundantes.


Apresenta flora exuberante, com espécies, como a seringueira, o guaraná, a vitória-
régia, e é habitada por inúmeras espécies de animais, como o peixe-boi, o boto, o
pirarucu, a arara. Para termos uma ideia da riqueza da biodiversidade desses
ecossistemas, ele apresenta, até o momento, 1,5 milhão de espécies de vegetais
identificadas por cientistas.
Com uma área de aproximadamente 5,5 milhões de km², a Floresta
Amazônica é a principal cobertura vegetal do Brasil, ocupando 45% do nosso
território, além de espaços de mais nove países, sendo também a maior floresta
tropical do mundo. É chamada de Floresta latifoliada equatorial.

Mas o futuro da Amazônia não será definido apenas por sua importância
socioambiental e por seus potenciais. As ameaças de degradação avançam
em ritmo acelerado. Os dados oficiais elaborados pelo INPE sobre o
desmatamento na região mostram que ele é extremamente alto e está

20
crescendo. Já foram eliminados cerca de 570 mil quilômetros quadrados de
florestas na região, uma área equivalente à superfície da França, e a média
anual dos últimos sete anos é da ordem de 17,6 mil quilômetros quadrados
(INPE, 2001, apud MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE SECRETARIA DE
BIODIVERSIDADE E FLORESTAS, 2002, p. 21).

A Floresta Amazônica caracteriza-se por ser heterogênea, havendo um elevado


quantitativo de espécies, com cerca de 2500 tipos de árvores e mais de 30 mil tipos
de plantas. Além disso, ela é perene, ou seja, permanece verde durante todo o ano,
não perdendo as suas folhas no outono. Apresenta uma densidade elevada, o que é
propício ao grande número de árvores por m².
Costuma-se classificar essa floresta conforme a proximidade dos cursos
d’água. Dessa forma, existem três subtipos principais: mata de igapó, mata de várzea
e mata de terra firme.
Mata de igapó: também chamada de floresta alagada, a mata de igapó
caracteriza-se por se localizar muito próxima aos rios, estando permanentemente
inundada. Apresenta plantas de pequeno porte em comparação ao restante da
vegetação da Amazônia e que costumam ser hidrófilas, ou seja, adaptadas à umidade.
Possui, em geral, raízes elevadas que acompanham os troncos.
Mata de várzea: assim como a mata de igapó, a várzea também sofre com as
inundações, porém apenas no período das cheias dos grandes rios, por se encontrar
em áreas um pouco mais elevadas. É uma mata muito fechada, com elevada
densidade, árvores altas (em média 20m de altura) e, em geral, com galhos
espinhosos, o que dificulta o seu acesso. As espécies mais conhecidas são o Jatobá
e a Seringueira, essa última muito usada na extração de látex, a matéria-prima da
borracha.
Mata de terra firme: também chamada de caetê, a mata de terra firme
caracteriza-se por se encontrar relativamente distante dos grandes cursos d’água,
localizando-se em planaltos sedimentares. Em razão disso, não costuma ser alvo de
inundações, recobrindo a maior parte da floresta e apresentando as maiores médias
de altura (algumas árvores chegam a alcançar os 60m).
A importância da Floresta Amazônica reside, principalmente, em sua função
ambiental. No entanto, ao contrário do que muitos pensam, ela não é o “pulmão do
mundo”, pois o oxigênio por ela produzido é consumido pela própria floresta. Sua
importância ambiental reside no controle das temperaturas, graças ao aumento da

21
umidade, que é resultado da constante evapotranspiração da floresta, produzindo
massas de ar úmido para todo o continente sul-americano, os chamados Rios
Voadores.
É importante não confundir o Bioma Amazônia com a Floresta Amazônica. O
primeiro termo refere-se às características gerais que envolvem a mata, os animais,
os rios, os solos e a flora, o segundo limita-se às características da floresta.
Mata de cocais: A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a
caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de
animais habitam esse ecossistema, como a arara canga e o macaco cuxiú. É um tipo
de cobertura vegetal situada entre as florestas úmidas da região Norte e as terras
semiáridas do Nordeste do Brasil, sendo uma zona de transição entre os
biomas Caatinga, Floresta Amazônica e Cerrado. Abrange predominantemente o
Meio-Norte (sub-região formada pelos estados do Maranhão e Piauí), mas também se
estende pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Tocantins.
Influenciado pela sua localização, esse bioma possui três tipos de
climas: equatorial úmido - quente e chuvoso, predominando em menos de 20% do
bioma; tropical semiúmido - predomina em mais de 65%, com estações secas e
úmidas bem definidas e temperaturas médias elevadas; tropical semiárido – quente e
seco, com chuvas escassas e irregulares, predomina em 15% do bioma.
A Mata dos Cocais se formou ocupando lacunas de outras formações vegetais
(cerrados e florestas amazonenses), que foram desmatadas para criação de pasto e
exploração de madeira. Seu solo é rico em minérios como: ferro, ouro,
diamante, bauxita, alumínio e níquel. Uma característica interessante é que o solo, na
região dos cocais, possui um lençol freático pouco profundo, permanecendo úmido o
ano inteiro.
A vegetação da Mata dos Cocais é dominada pela palmeira babaçu (sendo a
mais importante a Orbignya speciosa), que predomina nos locais mais úmidos como
o Maranhão, norte do Tocantins e oeste do Piauí. Na área menos úmida, que abrange
o leste do Piauí e litorais do Ceará e Rio Grande do Norte, predomina a palmeira
carnaúba (Copernicia cerifera). As outras principais palmeiras são o buriti (Mauritia
flexuosa) e a oiticica (Licania rígida). Uma grande quantidade de arbustos e
vegetações de pequeno porte também são encontradas nos locais de menores
altitudes.
22
O babaçu chega a atingir 20 metros de altura e uma árvore pode produzir até
2.000 frutos (cocos) por ano. Dentro dos frutos existem as amêndoas, das
quais é extraído um óleo muito utilizado em diversas indústrias (alimentícias,
farmacêuticas, químicas, etc.). Outras partes do coco também são
aproveitadas, como o epicarpo (camada externa), que é utilizado na produção
de estofados, embalagens, vasos, placas, entre outros. (SANTOS, 2013,
apud SUÇUARANA, 2015).

A carnaúba também é utilizada de várias formas. O uso mais importante é a


extração da cera de suas folhas, que é utilizada na fabricação de diversos produtos.
Assim, a Mata dos Cocais representa uma importante fonte de renda para a população
local. A fauna nesse bioma é muito diversa, destacando-se a arara-vermelha, gavião-
real, jaguatirica, lobo-guará, macaco cuxiú (endêmico do Brasil) e outras muitas
espécies de mamíferos, aves, répteis e anfíbios. Nos rios vivem a ariranha, o boto, o
acará-bandeira (peixe), entre outros.
A Mata dos Cocais está sendo prejudicada pelo desmatamento desordenado
para desenvolvimento da pecuária e cultura de soja. Além disso, a extração de
minerais que ocorre nesse ambiente acaba por fragilizá-lo ainda mais.

8 PANTANAL MATO-GROSSENSE

No início da colonização do Brasil, a região pantaneira era ocupada índios.


Acredita-se que espanhóis vindos pela Bolívia iniciaram a colonização da área, por
volta de 1.550, antes dos portugueses.

O Pantanal é uma planície sedimentar, com área de 138.183 km2, preenchida


com depósitos aluviais dos rios da bacia do Alto Paraguai, com 65% de seu
território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso. A região
é uma planície aluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto
Paraguai, influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado Chaco
e Mata Atlântica (PRANCE et al.).

A partir da segunda metade do século XVI, os bandeirantes paulistas


alcançaram a região, em busca de pedras preciosas e índios como mão-de-obra
escrava. A hostilidade da região deu origem a muitas lendas e histórias contadas até
hoje pelos caboclos chamados pantaneiros. Entre elas, há a história do Minhocão,
uma poderosa cobra, provavelmente identificada como uma sucuri, que derrubava
barrancos e gritava. Outros contos envolvem onças e seres sobrenaturais.

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Uma das últimas regiões a ser ocupada e desenvolvida no Brasil, o Pantanal
abriga hoje um Parque Nacional, além de muitas fazendas, principalmente de gado.
O Pantanal Mato-grossense é uma das mais exuberantes e diversificadas
reservas naturais do Planeta integrando-o ao acervo dos patrimônios da humanidade.
É a maior extensão úmida contínua do planeta. Hidrograficamente, todo o Pantanal
faz parte da bacia do rio Paraguai constituindo-se em uma imensa planície de áreas
alagáveis. Quando do período das cheias justifica a lenda sobre sua origem, que seria
um imenso mar interior - o mar de Xaraés.
O clima é tipo quente no verão, com temperatura média em torno de 32°C e frio
e seco no inverno, com média em torno de 21°C, ocorrendo ocasionalmente, geadas
nos meses de julho e agosto. A união de fatores tais como o relevo, o clima e o regime
hidrográfico da região favoreceram o desenvolvimento de numerosas espécies
animais e vegetais que povoam abundantemente toda sua extensão.
Existem dez tipos de pantanal na região com características diferentes de solo,
vegetação e drenagem, são eles: Nabileque - 9,4 %; Miranda, 4,6%; Aquidauana, 4,9
%; Abobral - 1,6 %; Nhecolândia - 17,8 %; Paiaguás - 18,3 %; Paraguai - 5,3 %; Barão
de Melgaço - 13,3 %; Poconé - 12,9 %; Cáceres - 11,9 %.
A beleza proporcionada pela paisagem pantaneira fascina pessoas de todo o
mundo fazendo com que o turismo se desenvolva em vários municípios da região. O
desenvolvimento de um pensamento ambientalista e social para o pantanal mato-
grossense tem levado vários pesquisadores a discutirem o impacto da ocupação
humana neste ecossistema.
Dentre os principais problemas ambientais destaca-se: A pesca predatória; a
caça de jacarés; a poluição dos rios da bacia do Paraguai; os garimpos do Estado de
Mato Grosso; a poluição das águas pelo mercúrio; a hidrovia Paraguai-Paraná.
Tais questões tem sido alvo de uma extensa discussão e algumas ações
ambientais por parte dos órgãos ambientais e da comunidade tem coibido tais
agressões.

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9 CAMPOS SULINOS

No Brasil, o bioma Campos Sulinos abrange parte do território do Rio Grande


do Sul. São cerca de 170 mil Km2. Além das fronteiras do país, ele se estende por
terras do Uruguai e da Argentina.
Os campos sulinos são também conhecidos como pampas, palavra de origem
indígena que quer dizer “região plana”. Na verdade, os pampas são apenas um
pedaço das terras dos campos sulinos. O bioma engloba também campos mais altos
e algumas áreas semelhantes a savanas.
Nos campos do Sul já foram encontradas 102 espécies de mamíferos, 476 de
aves e 50 de peixes.

9.1 Fauna deste bioma

Mamíferos: tatu, o guaxinim, o zorrilho, o graxaim (Pseudalopex


gymnocercus) e outras duas espécies em risco de extinção: o gato-dos-pampas ou
gato palheiro (Leopardus pajeros) e a preguiça-de-coleira.
Aves mais comuns: Cisne-de-pescoço-preto, o marreco, a perdiz, o quero-
quero, o pica-pau do campo e a coruja-buraqueira (que ganhou este nome por fazer
seus ninhos em buracos cavados no solo). Fazem parte das 50 espécies de peixes
catalogadas o lambari-listrado, o lambari-azul, o tamboatá, o surubim e o cação-anjo.
Répteis: tartaruga-verde-e-amarela, a jararaca-do-banhado, a cobra-cipó e o
cágado-de-barbicha.
Insetos: vespa da madeira e o conhecido bicho-da-maçã, também chamado
traça-das-frutas.
Nos pampas a vegetação pode ser considerada rala e pobre em espécies,
porém o solo é fértil. Ainda mais férteis são as áreas com solo do tipo "terra
roxa", (batizado assim devido ao nome que receberam dos italianos que vieram para
o Brasil trabalhar na lavoura. Por causa de sua cor avermelhada, eles chamavam o
solo de terra rossa, pois em italiano, rosso é vermelho).
Ela vai se tornando mais rica nas proximidades de áreas mais altas. Nas
encostas de planaltos, existem matas com grandes pinheiros e outras árvores, como
a cabreúva, a grápia, a caroba, o angico-vermelho e o cedro. Nestas regiões,
25
chamadas de campos altos, é encontrada a Mata de Araucária, onde a espécie vegetal
predominante é o pinheiro-do-paraná.
Próximo ao litoral, a paisagem é marcada pela presença de banhados,
ambientes alagados onde aparecem juncos, gravatás e aguapés. O mais conhecido
banhado é o de Taim, onde foi criada, em 1998, uma estação ecológica administrada
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) para preservação de tão importante ecossistema.
Destacam-se como rios importantes deste bioma o Santa Maria, o Uruguai, o
Jacuí, o Ibicuí e o Vacacaí. Estes e outros da região se dividem em duas bacias
hidrográficas: a Costeira do Sul e a do rio da Prata. Tratam-se de rios que apresentam
boas condições para navegação, constituindo verdadeiras hidrovias na região.
Próximo ao litoral existem muitos lagos e lagoas. A Lagoa dos Patos, localizada
no município de São Lourenço do Sul, é a maior laguna do Brasil e a segunda maior
da América Latina, com 265 km de comprimento. O clima da região é o subtropical
úmido. O que isso significa? Bom, isso quer dizer que, nos campos sulinos, os verões
são quentes, os invernos são frios e chove regularmente durante todo o ano.

10 CAATINGA

A Caatinga, palavra tupiguarani que significa “floresta branca”, é o único


sistema ambiental exclusivamente brasileiro. Possui uma extensão territorial de
734.478 km², que corresponde a cerca de 10% do território nacional. Está presente
nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas,
Bahia, Piauí e norte de Minas Gerais.
As temperaturas médias anuais são altas, variando entre 25°C e 29°C.O clima
é semi-árido; e o fundo plano e rochoso é formado por diferentes tipos de rocha. A
atividade humana já alterou 80% da cobertura original da Caatinga, que atualmente
cobre menos de 1% de sua área protegida em 36 unidades de conservação que não
permitem a exploração de recursos naturais. As secas são cíclicas e duradouras,
afetando diretamente a vida de uma população de aproximadamente, 25 milhões de
pessoas. As chuvas ocorrem no início do ano e o poder de recuperação do bioma é
muito rápido, aparecem pequenas plantas e as árvores ficam cobertas de folhas. A

26
região também enfrenta sérios problemas sociais, incluindo baixos níveis de renda e
educação, saneamento ambiental precário e altas taxas de mortalidade infantil.
Tentativas de promover o desenvolvimento econômico da Caatinga vêm sendo
feitas desde o período imperial, mas as dificuldades são imensas devido à aridez do
país e à instabilidade das chuvas. A principal atividade econômica da Caatinga é a
agricultura. A agricultura na região é caracterizada pela irrigação artificial possibilitada
pela construção de canais e barragens.
Alguns projetos de irrigação para agricultura comercial estão sendo
desenvolvidos no médio vale do São Francisco, principal rio da região, ao longo do
Parnaíba.

10.1 Vegetação

As plantas da Caatinga são xerófitas, ou seja, estão adaptadas a um clima árido


e pouca água. Alguns armazenam água, outros têm raízes rasas para captar o máximo
possível de água da chuva. E há aqueles que possuem recursos para reduzir o suor,
como espinhos e poucas folhas. A vegetação é composta por três camadas: a camada
arbórea com árvores de 8 a 12 metros de altura; o mato, com vegetação de 2 a 5
metros; e herbácea, abaixo de 2 metros.
As espécies mais comuns incluem o Amburana, o Umbuzeiro e o Mandacaru.
Algumas dessas plantas podem produzir cera, fibra, óleo vegetal e principalmente
frutas.

10.2 Fauna

A fauna é muito diversificada e é composta por répteis (principalmente lagartos


e cobras), roedores, insetos, aracnídeos, mabecos, araras-azuis (em vias de
extinção), toadcururu, cutias-de-asa-branca, gambás, porquinhos-da-índia, veados,
tatus, saguis do Nordeste, entre outros animais.

27
10.3 Restinga

A Restinga é uma planície costeira arenosa de origem marinha que inclui


praias, serras, depressões entre serras, dunas e margens lagunares com vegetação
adaptada às condições ambientais.
Na Restinga encontra-se a vegetação de Restinga, que é um conjunto de
comunidades vegetais fisionomicamente distintas sob influência marinha e marinha e
marinha, distribuídas em mosaico e em áreas de grande diversidade ecológica,
consideradas comunidades edáficas uma vez que estes dependem mais da natureza
do substrato do que do clima.
A cobertura vegetal nos bancos de areia é encontrada em praias e dunas, em
cordões de areia e associada a sumidouros. Na Restinga, os estágios sucessionais
diferem da ombrófila e das formações sazonais, que avançam significativamente mais
lentamente porque o substrato não favorece o estabelecimento inicial da vegetação,
principalmente devido à dissecção e privação de nutrientes. A derrubada da
vegetação causa reposição lenta, geralmente de menor tamanho e diversidade,
onde algumas espécies se tornam predominantes. Os diferentes tipos de vegetação
das restingas brasileiras variam de formações herbáceas a formações arbustivas
abertas ou fechadas a florestas, cujo dossel varia em altura e geralmente não
ultrapassa 20 m. São geralmente notáveis por serem uma comunidade de baixa
prosperidade em comparação com outras comunidades de plantas e por serem
protegidas por lei devido à sua fragilidade.
Em muitas áreas de repouso do Brasil, especialmente no sul e sudeste,
ocorrem períodos mais ou menos longos de inundação do solo, fator que tem grande
impacto na distribuição de algumas formações vegetais. A frequência com que
ocorrem as cheias e a sua duração devem-se principalmente à topografia do país, à
profundidade do lençol freático e à proximidade de massas de água (rios ou lagos),
criando em muitos casos um mosaico de formações inundáveis e não -inundável, com
diferentes fisionomias, o que justifica em certa medida o nome "complexo" usado para
designar as restingas.
As formações herbáceas encontram-se principalmente em franjas de praia e
antedunas, em locais eventualmente atingidos pelas marés mais altas, ou em
depressões inundadas. Nas zonas de praia mais próximas do mar, antedunas e

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dunas, predominam as espécies herbáceas, por vezes com pequenos arbustos e
árvores que ora aparecem isolados e pouco expressivos, ora formam grupos mais
densos, com diferentes fisionomias, rácios de composição e cobertura. A vegetação
de praias e dunas ocorre em quase toda a costa brasileira, mas sua descrição exata
e os termos usados para descrevê-las variam muito. As pressões antrópicas em
termos de ocupação e urbanização da zona costeira já deslocaram muitas áreas
representativas dessa formação em vários pontos da costa brasileira.
As formações arbustivas das planícies litorâneas, que para muitos autores
constituem o próprio banco de areia, são os tipos de vegetação que mais chamam a
atenção no litoral brasileiro, tanto por sua aparência peculiar quanto por sua
fisionomia, que vai do cerrado denso ao vinhedo, bromélias terrestres e cactos a
matagais de comprimento e altura variados, intercalados com espaços abertos que
em muitos locais expõem diretamente a areia, principal componente do substrato
dessas formações. Os termos "scrub", "scrub", "escrube" e "fruticeto" têm sido
utilizados para designar comunidades e/ou formações deste tipo, particularmente na
região costeira.
As formações florestais encontradas na Planície Costeira brasileira variam
muito ao longo da costa, e essas variações são geralmente atribuídas às influências
das formações vegetais adjacentes e às propriedades do substrato, principalmente
sua origem, composição e condições de drenagem.
Estas florestas vão desde formações com altura da camada superior de 5 m,
geralmente livres de inundações periódicas devido à elevação do lençol freático
durante os períodos mais úmidos, até formações mais desenvolvidas com alturas de
cerca de 15 a 20 m, muitas vezes em associação com solos hidromórficos e/ou
orgânicos.
Estes dois tipos de florestas seguem geralmente as variações topográficas
resultantes da justaposição de áreas costeiras, pelo menos onde tais feições são bem
definidas. Nas localidades mais para o interior da planície costeira, geralmente em
terrenos mais baixos, onde essas orientações não são bem definidas e os solos são
encharcados e possuem uma espessa camada orgânica superficial, existem florestas
mais desenvolvidas que são floristicamente e estruturalmente semelhantes às de
depressão, entre as cordas. A fauna encontrada nas restingas brasileiras é
relativamente pouco estudada em comparação com o conhecimento já acumulado
29
sobre a composição e estrutura de seus diversos tipos de vegetação. Entre os estudos
que tratam de grupos de invertebrados podemos citar os realizados com artrópodes,
em especial com diferentes grupos de insetos, que compõem a maioria dos relatos
encontrados. A fauna de vertebrados encontrada nas restingas brasileiras também é
relativamente pouco estudada, com foco em trabalhos no litoral do Rio de Janeiro,
envolvendo principalmente pequenos mamíferos e répteis.

11 MANGUEZAL

Os mangues ou manguezais são um ecossistema típico de áreas litorâneas,


alagadas, onde há o encontro da água do mar com a dos rios dando um aspecto
salobro à água dessas regiões. É de sua característica a transição entre aspectos
marinhos e terrestres e sua presença em locais com clima tropical ou subtropical.
Sua vegetação é composta por três tipos de árvores que podem atingir até 20 metros
de altura em certos pontos do país: Rhizophora mangle (mangue-bravo ou
vermelho), Laguncularia racemosa (mangue-branco) Schaueriana (mangue-seriba ou
seriúba).

Os manguezais são ecossistemas costeiros que se originaram nas regiões


dos oceanos Índico e Pacífico e que distribuíram suas espécies pelo mundo
com auxílio das correntes marinhas durante o processo da separação dos
continentes (HERZ, 1987, apud SEMADS, 2001).

Os mangues estão presentes em diversas partes do mundo como Oceania,


África, Ásia, alguns países da América e Brasil. No Brasil esse ecossistema pode ser
encontrado no nordeste do país em Cabo Orange no estado do Amapá até a região
sul em Laguna em Santa Catarina compreendendo um total de 20 mil quilômetros
quadrados, 15 % do total em todo o mundo.
Este é um ecossistema rico em diversas espécies de animais como peixe-boi-
marinho, caranguejo, lontra, jacaré, cobras, mexilhão, aranhas, craca, lagartos,
tartaruga, crocodilos entre outros. Possui o solo extremamente rico em nutrientes e
matéria orgânica, raízes e material vegetal em decomposição. Suas raízes aéreas são
uma de suas características mais marcantes, e têm como principal função
proporcionar a respiração das plantas já que o solo é pobre em oxigênio e elas obtêm
o mesmo fora dele.

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O cheiro dos mangues também é um aspecto bem característico, isso ocorre
devido à presença de água salobra e matérias vegetais em estado de decomposição.
Uma das principais ameaças a esse ecossistema é a exploração, (como a caça
do caranguejo) que teve início com fins comerciais em países da Ásia ganhando
expansão rápida para demais países detentores de mangues. O uso desordenado e
de maneira não sustentável de seus recursos causa uma depredação quase que
irrefreável, em países como Tailândia e Filipinas a área de manguezal teve grande
parte dizimada por conta da super- exploração, chegando a ser reduzida em 110.000
hectares da área original de 448.000 nas Filipinas.
No Brasil não é diferente, porém algumas leis foram estabelecidas com o intuito
de promover a preservação dos manguezais. A lei de número 4.771 de 15 de setembro
de 1965 define os mangues como APPs (Área de Preservação Permanente), e a
Resolução do CONAMA de número 369 de março de 2006 estabelece a proibição da
supressão de vegetação ou qualquer outro tipo de intervenção, salvo apenas em
casos de utilidade pública para as áreas de mangues. Ainda assim esse ecossistema
é o mais ameaçado dentre todos nos Brasil.
A poluição também é outra grande inimiga dos manguezais. A poluição
proveniente das cidades costeiras e de indústrias instaladas na região como o
depósito de lixo nos mares e rios, derramamentos de petróleo, são fatores que
contribuem para a degradação do ecossistema.

12 CERRADO

É a segunda maior formação vegetal brasileira. Estendia-se originalmente por


uma área de 2 milhões de km², abrangendo dez estados do Brasil Central. Hoje,
restam apenas 20% desse total. Típico de regiões tropicais, o cerrado apresenta duas
estações bem marcadas: inverno seco e verão chuvoso. Com solo de savana tropical,
deficiente em nutrientes e rico em ferro e alumínio, abriga plantas de aparência seca,
entre arbustos esparsos e gramíneas, e o cerradão, um tipo mais denso de vegetação,
de formação florestal. A presença de três das maiores bacias hidrográficas da América
do Sul (Tocantins-Araguaia, São Francisco e Prata) na região favorece sua
biodiversidade.

31
Estima-se que 10 mil espécies de vegetais, 837 de aves e 161 de mamíferos
vivam ali. Essa riqueza biológica, porém, é seriamente afetada pela caça e pelo
comércio ilegal. O cerrado é o sistema ambiental brasileiro que mais sofreu alteração
com a ocupação humana. Atualmente, vivem ali cerca de 20 milhões de pessoas.
Essa população é majoritariamente urbana e enfrenta problemas como desemprego,
falta de habitação e poluição, entre outros. A atividade garimpeira, por exemplo,
intensa na região, contaminou os rios de mercúrio e contribuiu para seu
assoreamento. A mineração favoreceu o desgaste e a erosão dos solos. Na economia,
também se destaca a agricultura mecanizada de soja, milho e algodão, que começa
a se expandir principalmente a partir da década de 80. Nos últimos 30 anos, a pecuária
extensiva, as monoculturas e a abertura de estradas destruíram boa parte do cerrado.
Hoje, menos de 2% está protegido em parques ou reservas.
Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas,
esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com
campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma
extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, equivalente, em tamanho, a toda
a Europa Ocidental. A paisagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi
considerada uma área perdida para a economia do país.
Os Cerrados apresentam relevos variados, embora predominem os amplos
planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e
apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o
inverno é demarcado por um período de seca que se prolonga por cinco a seis meses.
Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios.
Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o
pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o
indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim, como o capim-
flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-
se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de
árvores maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes
de água, o buriti domina a paisagem e forma as veredas de buriti.
A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o
aparecimento de grupos de caçadores e coletores de frutos e outros alimentos

32
naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais
densamente povoada.
Os tipos fisionômicos do cerrado (latu sensu) se distribuem de acordo com três
aspectos do substrato onde se desenvolvem: a fertilidade e o teor de alumínio
disponível; a profundidade; e o grau de saturação hídrica da camada superficial e
subsuperficial. Os principais tipos de vegetação são:

13 CERRADO

É a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-


arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente
esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies
semiarbustivas.

14 FLORESTA MESOFÍTICA DE INTERFLÚVIO (CERRADÃO)

Este tipo de vegetação cresce sob solos bem drenados e relativamente ricos
em nutrientes, as copas das árvores, que medem em média de 8-10 metros de altura,
tocam-se o que denota um aspecto fechado a esta vegetação.

14.1 Campo rupestre

Encontrado em áreas de contato do cerrado com o caatinga e floresta atlântica,


os solos deste tipo fisionômico são quase sempre rasos e sofrem bruscas variações
em relação a profundidade, drenagem e conteúdo nutricional. É caracteristicamente,
composto por uma vegetação arbustiva de distribuição aberta ou fechada.

14.2 Campos litossólicos miscelâneos:

É caracterizada pela presença de um substrato duro, rocha mãe, e a quase


inexistência de solo macio, este quando presente não ocupa mais que poucos
centímetros de profundidade até se depararem com a camada rochosa pela qual não

33
passam nem umidade nem raízes. Sua flora é caracterizada por um tapete de ervas
latifoliadas ou de gramíneas curtas, havendo em geral a ausências de exemplares
arbustivos, ou a presença de raríssimos espécimes lenhosos, neste caso enraizados
em frestas da camada rochosa.

14.3 Vegetação de afloramento de rocha maciça

Representada por cactos, liquens, musgos, bromélias, ervas e raríssimas


árvores e arbustos, cresce sob penhascos e morros rochosos.

15 MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica é formada por um conjunto de formações florestais (Florestas:


Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional Semidecidual, Estacional Decidual e
Ombrófila Aberta) e ecossistemas associados como as restingas, manguezais e
campos de altitude, que se estendiam originalmente por aproximadamente 1.300.000
km2 em 17 estados do território brasileiro. Hoje os remanescentes de vegetação nativa
estão reduzidos a cerca de 22% de sua cobertura original e encontram-se em
diferentes estágios de regeneração. Apenas cerca de 7% estão bem conservados em
fragmentos acima de 100 hectares. Mesmo reduzida e muito fragmentada, estima-se
que na Mata Atlântica existam cerca de 20.000 espécies vegetais (cerca de 35% das
espécies existentes no Brasil), incluindo diversas espécies endêmicas e ameaçadas
de extinção. Essa riqueza é maior que a de alguns continentes (17.000 espécies na
América do Norte e 12.500 na Europa) e por isso a região da Mata Atlântica é
altamente prioritária para a conservação da biodiversidade mundial. Em relação à
fauna, os levantamentos já realizados indicam que a Mata Atlântica abriga 849
espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, 270 de
mamíferos e cerca de 350 espécies de peixes.
Além de ser uma das regiões mais ricas do mundo em biodiversidade, tem
importância vital para aproximadamente 120 milhões de brasileiros que vivem em seu
domínio, onde são gerados aproximadamente 70% do PIB brasileiro, prestando
importantíssimos serviços ambientais. Regula o fluxo dos mananciais hídricos,
assegura a fertilidade do solo, suas paisagens oferecem belezas cênicas, controla o
34
equilíbrio climático e protege escarpas e encostas das serras, além de preservar um
patrimônio histórico e cultural imenso. Neste contexto, as áreas protegidas, como as
Unidades de Conservação e as Terras Indígenas, são fundamentais para a
manutenção de amostras representativas e viáveis da diversidade biológica e cultural
da Mata Atlântica.
A cobertura de áreas protegidas na Mata Atlântica avançou expressivamente
ao longo dos últimos anos, com a contribuição dos governos federais, estaduais e
mais recentemente dos governos municipais e iniciativa privada. No entanto, a maior
parte dos remanescentes de vegetação nativa ainda permanece sem proteção. Assim,
além do investimento na ampliação e consolidação da rede de áreas protegidas, as
estratégias para a conservação da biodiversidade visam contemplar também formas
inovadoras de incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade, tais
como a promoção da recuperação de áreas degradadas e do uso sustentável da
vegetação nativa, bem como o incentivo ao pagamento pelos serviços ambientais
prestados pela Mata Atlântica. Cabe enfatizar que um importante instrumento para a
conservação e recuperação ambiental na Mata Atlântica, foi a aprovação da Lei
11.428, de 2006 e o Decreto 6.660/2008, que regulamentou a referida lei.

16 MATA DE ARAUCÁRIA

A mata de araucária situa-se na região subtropical, no sul do Brasil, de


temperaturas mais baixas. Entre outros tipos de árvores abriga o pinheiro-do-
paraná, também conhecido como araucária. Da sua fauna destacamos, além
da ema, a maior ave das Américas, a gralha-azul, o tatu, o quati e o gato-do-
mato.

35
17 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS E RECURSOS HÍDRICOS,
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Fonte: terradecultivo.com

Lixo: Em geral, as pessoas consideram lixo qualquer coisa que é jogada fora
e não tem mais utilidade. Mas se olharmos de perto, veremos que o lixo não é uma
massa aleatória de materiais. É composto por vários tipos de resíduos que precisam
ser tratados de forma diferenciada. Portanto, pode ser classificado de diferentes
maneiras.
Classificação: Pode ser classificado como seco ou úmido.Os resíduos secos
consistem em materiais potencialmente recicláveis (papel, vidro, estanho, plástico,
etc.). No entanto, alguns materiais não são reciclados por falta de mercado, como é o
caso do vidro plano, entre outros. Os resíduos úmidos correspondem à parte orgânica
dos resíduos, como restos de comida, cascas de frutas, podas, etc., que podem ser
utilizados para compostagem. Essa classificação é frequentemente utilizada em
programas de coleta seletiva por ser de fácil compreensão.
O lixo também pode ser classificado de acordo com seus riscos potenciais. De
acordo com a NBR/ABNT 10.004 (2004), os resíduos são divididos em Classe I, que
é perigoso, e Classe II, que não é perigoso. Estes são ainda divididos em resíduos
Classe IIA, não inertes (que possuem propriedades como biodegradabilidade,
solubilidade ou inflamabilidade, como resíduos de alimentos e papel) e resíduos
Classe IIB, resíduos inertes (que não se decompõem prontamente, como plásticos e
36
gengivas). Materiais resultantes de atividades que contenham radionuclídeos e cujo
reaproveitamento não seja adequado são considerados resíduos radioativos e devem
atender aos requisitos estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear -
CNEN.

No entanto, a compostagem é o apodrecimento controlado dos materiais


orgânicos descartados. Além disso, a compostagem tem sua aplicação em:
“horticultura; fruticultura; produção de grãos; jardinagem; projetos
paisagísticos; reflorestamento; produção de mudas; recuperação de solos
esgotados; controle de erosão; cobertura de aterros; etc.” (CARVALHO, et al,
2000, apud BEZERRA, 2019).

Existe outra forma de classificação baseada na origem dos resíduos sólidos.


Neste caso, os resíduos podem ser, por exemplo, resíduos residenciais ou
domésticos, resíduos públicos, serviços de saúde, resíduos industriais, agrícolas, de
construção e outros. Esta é a forma de classificação utilizada nos cálculos de geração
de resíduos. As Principais características dessas categorias:
Resíduos domésticos ou lixo doméstico: É muito diversificado, mas inclui
principalmente sobras, produtos em mau estado, embalagens em geral, sobras,
jornais e revistas, papel higiênico, fraldas descartáveis e outros.
Resíduos de origem comercial: resíduos dos diversos estabelecimentos
comerciais e de serviços, como supermercados, bancos, lojas, bares, restaurantes
etc.
Resíduos de origem pública: provenientes de serviços municipais de limpeza
como como aparar resíduos e varrer produtos de espaços públicos, limpeza de praias
e esgotos pluviais, resíduos de feiras livres, entre outros.
Resíduos de origem da saúde: Resíduos de hospitais, clínicas médicas ou
odontológicas, laboratórios, farmácias, etc. É potencialmente perigoso, pois pode
conter materiais misturados com substâncias biológicas ou perigosas, produtos
químicos e quimioterápicos, agulhas, seringas, lâminas, ampolas de vidro, entre
outros.
Resíduos de processos industriais. A natureza dos resíduos varia de acordo
com a atividade da indústria. Esta categoria inclui a maioria dos materiais
considerados perigosos ou tóxicos.

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Agricultura: Resultados das atividades agropecuárias. Consiste, entre outras
coisas, em embalagens com agrotóxicos, rações, fertilizantes, restos de colheitas,
resíduos de gado.
Entulhos: restos de construções, conversões, demolições, escavações, etc.

No Brasil, a quantidade de resíduos per capita varia de acordo com o número


de habitantes do município. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento
Básico (PNSB) compilada pelo IBGE em 2000, a geração de resíduos per capita no
Brasil varia de 450 a 700 gramas para comunidades com menos de 200.000
habitantes e de 700 a 1 .200 gramas em municípios com mais de 200.000 habitantes.
De acordo com a ABRELPE 2017, a população brasileira cresceu 0,75% entre
2016 e 2017, enquanto a geração per capita de resíduos domiciliares aumentou
0,48%. A geração total de resíduos aumentou 1% no mesmo período, atingindo um
total de 214.868 toneladas de resíduos domésticos por dia no país.
Segundo a ABRELPE, em 2019, a geração de resíduos domiciliares no Brasil
aumentou quase 1% entre 2017 e 2018, chegando a 216.629 toneladas por dia. Como
a população também cresceu nesse período (0,40%), a produção per capita em
teve um aumento um pouco menor (0,39%). Isso significa que cada brasileiro gera em
média pouco mais de 1 quilo de resíduos por dia.

17.1 Resíduos perigosos

Resíduos industriais e alguns domésticos, como sobras de tinta, solventes,


latas de aerossol, material de limpeza, lâmpadas fluorescentes, medicamentos
vencidos, baterias e outros, contêm uma quantidade significativa de produtos
químicos prejudiciais ao meio ambiente.
Estima-se que existam entre 70.000 e 100.000 produtos químicos sintéticos
utilizados comercialmente na agricultura, indústria e produtos domésticos.
Infelizmente, as consequências só se tornam visíveis após uso prolongado. Eram os
clorofluorcarbonos, conhecidos como CFCs, amplamente utilizados em aerossóis,
isóporos, espumas, condicionadores de ar, geladeiras e outros produtos, até que se
descobriu que sua liberação na atmosfera havia causado a destruição da camada de
ozônio. Muitos desses produtos contêm metais pesados como mercúrio, chumbo,

38
cádmio e níquel, que podem se acumular nos tecidos vivos em níveis perigosos para
a saúde.
Os efeitos da exposição humana prolongada a essas substâncias não são
totalmente compreendidos. No entanto, estudos em animais mostraram que os metais
pesados causam sérias alterações no corpo, como: a ocorrência de câncer,
deficiências do sistema nervoso e imunológico, distúrbios genéticos, etc.
Se os resíduos perigosos não forem descartados adequadamente, poluem o solo, a
água e o ar.
Alguns exemplos de resíduos perigosos que devem ser descartados
adequadamente para evitar danos às pessoas e ao meio ambiente são as seguintes:
Baterias - Algumas baterias domésticas ainda apresentam altas concentrações
de metais pesados. No entanto, como o processo de reciclagem é complicado e caro,
não é feito na maioria dos países. Portanto, deve-se evitar o consumo de baterias com
altas concentrações de metais pesados e baterias de origem incerta.
A legislação brasileira (Resolução CONAMA 257/99) especifica que as baterias
alcalinas de manganês e zinco manganês com alto teor de chumbo, mercúrio e cádmio
devem ser recolhidas pelo importador ou revendedor. Para melhor informar o
consumidor, esta resolução estipula que os cartões de bateria contenham informações
sobre o seu descarte. Portanto, ao comprar baterias, verifique na embalagem as
informações sobre os metais de que são feitas e como descartá-las.
Nesse grupo estão incluídas: as baterias de automóveis, industriais, de
telefones celulares (entre outras) metais pesados em condensação elevada. Por isso,
devem haver descartadas de tratado com as normas estabelecidas para proteção do
meão âmbito e da saudação. O descarte das baterias de carro, quão contêm chumbo,
e de telefones celulares, quão contêm cádmio, chumbo, mercúrio e outros metais
pesados, deve ser realizado unicamente nos postos de angariação mantidos por
revendedores, assistências técnicas, fabricantes e importadores (pois é deles a
trabalho de guardar e endereçar esses produtos para consignação terminal
ambientalmente adequada).
Lâmpadas fluorescentes: mais econômicas, as lâmpadas fluorescentes se
tornaram muito populares no Brasil, mormente em função da imprescindibilidade de
capitalizar movimento durante o período de racionamento de movimento elétrica,
ocorrido em 2001. Isso, no entanto, criou um problema, uma vez quão as lâmpadas
39
fluorescentes contêm mercúrio, um metal abafadiço altamente lesivo ao meão âmbito
e à saudação. Como até agora não há dispositivos legais específicos quão regulem o
descarte nem o partido dos fabricantes em graduar soluções tecnológicas e sistemas
de consignação adequados para esse tipo de material, ele vem sendo descartado
conjuntamente com a varredura domiciliar. Assim, por exemplo, se a varredura tiver
como destino um lixão ou aterrado controlado, o mercúrio poderá afetar o meio
ambiente, colocando a saúde da população em risco.
Resíduos indesejados: Os pneus usados são classificados como inertes e
considerados resíduos indesejáveis do ponto de vista ambiental. A grande quantidade
de pneus inservíveis tornou-se um grave problema ambiental. Segundo a Federação
Nacional da Indústria de Pneus, cerca de 21 milhões de pneus de todos os tipos são
descartados no Brasil todos os anos: tratores, caminhões, automóveis, carretas,
motocicletas, aviões e bicicletas, entre outros. Se forem descartados de forma
inadequada, por exemplo, em aterros sanitários, podem acumular água em seu
interior e contribuir para a proliferação de mosquitos transmissores da dengue e do
cólera. Quando despejados em rios e lagos, podem contribuir para o assoreamento e
inundações. Quando queimados, produzem emissões extremamente tóxicas devido à
presença de substâncias contendo cloro (dioxinas e furanos).
Por isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) proibiu o descarte e a
incineração de pneus ao ar livre e responsabilizou fabricantes e importadores pelo uso
final ambientalmente correto de pneus que não são mais utilizáveis. De acordo com a
Resolução CONAMA nº 258/1999, a partir de 2004 o fabricante deve utilizar um pneu
sem uso (inutilizável) para cada pneu novo fabricado e a partir de 2005 cinco pneus
para cada quatro pneus novos sem coleta. Existem diversas formas de
reaproveitamento de pneus, como a recapagem. Da mesma forma, um pó de borracha
pode ser feito a partir dos pneus, que é usado para fazer tapetes, solas de sapatos,
pneus e outros artefatos.
No Brasil e em muitos outros países, pneus inservíveis já estão sendo usados
para pavimentar estradas misturando borracha com asfalto. Para mais informações
sobre o que acontece com os pneus usados, você pode entrar em contato com
entidades de classe como a Associação Nacional da Indústria de Pneus (ANIP) ou a
Associação Brasileira da Indústria de Pneus Recauchutados (ABIP).

40
18 LIXO: PROBLEMA DE TODOS

Uma forma de resolver os problemas relacionados aos resíduos é por meio dos
Três Rs (3Rs): reduzir, reutilizar e reciclar. Fatores associados a esses princípios
precisam ser considerados, como o ideal de evitar e gerar zero de resíduos e a adoção
de padrões de consumo sustentáveis, visando à conservação dos recursos naturais e
à redução do desperdício. Reduzir significa consumir menos produtos e privilegiar
aqueles com menor potencial de desperdício e maior prazo de validade. A reutilização
é a melhor forma de reduzir o desperdício (exemplo: copos plásticos de sorvete são
usados para armazenar alimentos ou outros materiais).

As primeiras cooperativas de materiais recicláveis foram formadas a partir da


década de 1990, possibilitando novas relações dos grupos de catadores.
Essa visão compartilhada possibilita diversos benefícios, como a valorização
e a profissionalização do trabalho do catador, a inclusão social e o resgate da
cidadania, bem como a retirada dos catadores dos lixões e aterros
(DEMAJOROVIC, et al, 2007, apud SANTOS, 2012).

A reciclagem envolve a transformação de materiais, como fazer um produto a


partir de um material usado. Podemos fazer papel reciclando papel usado. Papelão,
latas, vidro e plásticos também podem ser reciclados. Para facilitar a tarefa de
reciclagem dos materiais usados, é importante separá-los no ponto de origem - casa,
escritório, fábrica, hospital, escola, etc. Também para o descarte adequado de
resíduos perigosos é necessária a separação.

18.1 Reciclagem: a indústria do presente

A reciclagem é uma das alternativas mais benéficas para o tratamento de


resíduos sólidos, tanto do ponto de vista ambiental quanto social. Reduz o consumo
de recursos naturais, economiza energia e água e também reduz a quantidade de
resíduos e poluição. Além disso, com um sistema de coleta seletiva bem estruturado,
a reciclagem pode ser uma atividade econômica viável. Pode gerar emprego e renda
para as famílias dos catadores que precisam ser os principais parceiros na coleta
seletiva.

41
Para atrair mais investimentos para o setor, é necessário combinar esforços do
governo, setor privado e comunidade para desenvolver estratégias adequadas e
dissipar preconceitos sobre a economia e confiabilidade dos produtos reciclados.

Os catadores de material reciclável desempenham um papel significativo nos


países em desenvolvimento. Dentre os benefícios que resultam da coleta de
material reciclável, além da geração de renda para os trabalhadores
envolvidos, pode-se citar: a contribuição para a saúde pública e para o
sistema de saneamento; o fornecimento de material reciclável de baixo custo
para a indústria; a redução nos gastos municipais e a contribuição para a
sustentabilidade do meio ambiente, tanto pela diminuição de matéria prima
primária utilizada, que conserva recursos e energia, como pela diminuição da
necessidade de terrenos a serem utilizados como lixões e aterros sanitários.
(WIEGO, 2009, apud SANTOS, 2010).

Os materiais que normalmente são encaminhados para reciclagem são: vidro


(incluindo garrafas, jarras, potes), plástico (incluindo garrafas, baldes, potes, jarras,
sacolas, cachimbos), papel e papelão de todos os tipos e metais (latas de alimentos).
, refrigerantes, etc.). Alguns materiais ainda não são reciclados por motivos
tecnológicos ou de mercado.

18.2 Destino do lixo

O titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos


sólidos é responsável pela organização e prestação direta ou indireta desses
serviços, observados o respectivo plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos, a Lei nº 11.445, de 2007, e as disposições desta Lei e seu
regulamento (BRASIL, 2010, apud PINTO, 2018).

Ao fornecer comida farta e abrigo fácil, os lixões atraem animais que podem
(direta ou indiretamente) transmitir diversas doenças. Também do ponto de vista
imobiliário, os contêineres de lixo tornaram-se um incômodo e desvalorizam as
propriedades vizinhas. Na questão social, o problema é ainda mais grave: o dumping
tornou-se um modo de vida para alguns segmentos marginalizados da população
brasileira. Apesar dos esforços do governo e das organizações sociais para promover
ações e campanhas contra essa forma degradante de trabalho, muitas famílias
brasileiras ainda ganham a vida coletando lixo e trabalhando em condições
degradantes e totalmente insalubres. Como resultado da decomposição de resíduos
sólidos e águas pluviais, produz um líquido de coloração escura e odor desagradável,

42
altamente tóxico e com alto poder de contaminação, que pode penetrar no solo,
contaminá-lo e até contaminar a água e a superfície.
Além da formação de lixiviados, os resíduos sólidos produzem gases quando
se decompõem, principalmente metano (CH4), que é tóxico e altamente inflamável, e
dióxido de carbono (CO2), que juntamente com o metano e outros gases presentes
na atmosfera contribuem para a aquecimento contribuem para a Terra, pois são gases
de efeito estufa.
Existe uma técnica ecologicamente correta para disposição de resíduos
chamada aterro sanitário. Esta técnica se originou na década de 1930 e foi aprimorada
ao longo do tempo. O aterro ordenado pode ser entendido como a disposição de
resíduos sólidos no solo, com base em princípios técnicos e normas operacionais
específicas, com o objetivo de confinar os resíduos ao menor espaço e volume
possível, e isolá-los com segurança para que não danifiquem. ao meio ambiente e à
saúde pública.
Os resíduos depositados em aterro são isolados do ambiente externo por meio
da impermeabilização do piso, recobrindo camadas de resíduos e expelindo gases.
Tratamento e disposição de resíduos: Existem várias opções para tratamento e
disposição de resíduos na natureza. No Brasil, a gestão dos resíduos sólidos urbanos
é de responsabilidade dos governos municipais. O número de municípios que
possuem uma boa gestão de resíduos ainda é bastante pequeno, com sistemas
adequados de coleta, tratamento e disposição final dos resíduos. Segundo dados da
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico,
, realizada pelo IBGE em 2000, 64% das comunidades brasileiras enviam seus
resíduos para aterro. Apenas 14% têm aterros administrados e 18% têm aterros
controlados. Há também a necessidade de promover a limpeza pública geral (coleta,
varrição, tratamento, disposição final, etc.) para toda a população brasileira, já que
cerca de 30% de todos os resíduos gerados não são coletados no país (IPT/Cempre
2000).
O conjunto de medidas adotadas para minimizar a geração de resíduos e
reduzir sua periculosidade constitui a fase de tratamento de resíduos, que é uma forma
de torná-los menos agressivos para sua disposição final e reduzir seu volume sempre
que possível. Os processos de tratamento de resíduos são os seguintes:
Compostagem: É um processo de biodegradação de material orgânico decomponível
43
(restos de comida, restos de jardim e aparas, etc.), originando um produto que pode
ser utilizado como fertilizante. A compostagem possibilita a reciclagem de resíduos
orgânicos, que representam mais da metade do lixo doméstico. A compostagem pode
ser feita em casa ou em instalações de compostagem.

A procura por sistemas de produção mais econômicos e mais eficientes são


buscados por parte da sociedade, desse modo a reciclagem de resíduos
orgânicos mostra-se como uma atividade viável para isso. Desse modo, a
“reciclagem recomendada para a matéria orgânica do lixo gerado é a
compostagem, visando melhorar a qualidade dos produtos onde o composto
é aplicado, e diminuir o envio de materiais para aterros” (ECKERT, 2011,
apud BEZERRA, 2019).

Incineração: É a conversão da maioria dos resíduos em gases, queimando-os


a altas temperaturas (acima de 900°C) em ambiente rico em oxigênio por um
determinado período de tempo, convertendo os resíduos em material inerte e
reduzindo sua massa e volume. . . A incineração não deve ser confundida com a
simples incineração de resíduos. No primeiro caso, os incineradores geralmente são
equipados com filtros que impedem a liberação de gases tóxicos na atmosfera.
De qualquer forma, por questões técnicas, a incineração não é o tratamento mais
adequado para a maioria dos resíduos gerados e não corresponde à realidade das
cidades brasileiras. Alguns incineradores estão sendo fechados no país por estarem
operando de forma precária, sem sistemas adequados de tratamento dos gases
emitidos. A combustão é um sistema complexo que envolve milhares de interações
físicas e reações químicas. Além do dióxido de carbono e do vapor d'água, outros
gases são produzidos, incluindo diversas toxinas, como metais pesados e outros.
Incluem dioxinas e furanos, que são classificados como poluentes orgânicos
persistentes (POPs) tóxicos, cancerígenos, persistentes em degradação e que se
acumulam nos tecidos adiposos (humanos e animais). Esses poluentes são
transportados pelo ar, água e espécies migratórias e são depositados longe de onde
são emitidos, onde se acumulam nos ecossistemas terrestres e aquáticos. Como
resultado dessas propriedades, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) anunciou em
setembro de 1998 que não havia nível "aceitável" de exposição à dioxina. Pirólise: Ao
contrário da incineração, a incineração por pirólise ocorre em um ambiente fechado e
na ausência de oxigênio.
Digestão Anaeróbia: É um processo baseado na degradação biológica, na
ausência de oxigênio e em ambiente redutor. Isso cria gases e líquidos. Este princípio
44
é difundido em aterros sanitários em todo o mundo.
Reutilizar ou reciclar? Esses processos, já implementados em várias comunidades
brasileiras, baseiam-se no reaproveitamento de componentes contidos nos resíduos
para proteger as fontes naturais e respeitar o meio ambiente. Como todos os
processos de tratamento produzem rejeitos, ou seja, um material não reciclável, a
disposição final em aterros é essencial para todos os tipos de tratamento.
Aterro Sanitário: É um método de deposição de resíduos em terrenos preparados para
a disposição de resíduos de forma que cause o menor impacto possível ao meio
ambiente. Algumas das medidas de engenharia utilizadas para proteger o meio
ambiente estão listadas a seguir: O solo é protegido por uma manta isolante (chamada
geomembrana) ou uma espessa camada de argila compactada para evitar que
líquidos poluentes, lixiviados ou lixiviados entrem e cheguem ao lençol freático; Os
dutos de coleta de gás (drenos de gás) são colocados para evitar explosões e
combustão espontânea causadas pela decomposição da matéria orgânica. Os gases
podem ser queimados para evitar sua propagação na atmosfera; um sistema de coleta
de chorume é implementado para entregar a um sistema de tratamento; As camadas
de lixo são compactadas umas sobre as outras com uma escavadeira para reduzir o
volume e cobertas com terra diariamente para evitar exalar odores e atrair animais
como roedores e insetos. O acesso ao local deve ser controlado com portão, guarita
e cerca para impedir a entrada de animais, pessoas e descarte de resíduos não
autorizados.
Aterro Sanitário Controlado: O aterro sanitário controlado não é considerado
uma forma adequada de disposição de resíduos porque os problemas ambientais de
poluição da água, do ar e do solo não são evitados devido ao uso inutilizado de todos
os recursos técnicos e sanitários que impediriam a contaminação. No entanto,
representa uma alternativa melhor aos aterros e difere deles pelo fato de os resíduos
serem cobertos com terra todos os dias e os controles de entrada e saída serem
realizados por pessoas.
Estações de separação e/ou compostagem: Este tipo de tratamento envolve a
instalação de uma sala para a separação manual (classificação) dos resíduos,
geralmente realizada em correias transportadoras. Com a coleta seletiva pelo
município, os resíduos chegam separadamente, ou seja, os materiais recicláveis
separadamente dos resíduos orgânicos.
45
No entanto, se tal separação não existir em residências, estabelecimentos
comerciais ou residências, entre outras coisas, os sacos de lixo coletados na coleta
convencional são encaminhados para uma classificação onde os materiais recicláveis
são separados dos resíduos orgânicos. Neste último caso, a separação é muito mais
difícil, pois os resíduos são misturados, dificultando a separação e afetando a
qualidade do composto orgânico produzido. No Brasil, o sistema de reciclagem e
compostagem sem coleta seletiva tem se mostrado um fardo porque, além do grande
esforço com muitos funcionários e aparelhos, a separação de substâncias orgânicas
de recicláveis é muito baixa. Por isso, a melhor alternativa é integrar os centros de
triagem e compostagem em um sistema de coleta seletiva e incentivar a separação
de materiais recicláveis e compostáveis na fonte e estimular a participação da
comunidade.
Para que a coleta seletiva seja realmente eficaz, é preciso mudar o hábito de
destinar e acondicionar os resíduos na fonte. Além dos benefícios ambientais
promovidos pela coleta seletiva e destinação consistente de resíduos para reciclagem
e compostagem, podemos considerar também os benefícios de inclusão social dos
catadores por serem os parceiros preferenciais da coleta seletiva.

18.3 Embalagem: quanto mais simples, melhor

O uso indiscriminado de embalagens também é uma questão ambiental. A


embalagem está se tornando cada vez mais exigente e complexa. À medida que as
técnicas de preservação dos produtos foram aprimoradas, novos materiais foram
incorporados aos recipientes para torná-los mais eficientes. No entanto, essas
misturas impedem tanto sua degradação natural quanto sua reciclagem.
Portanto, a indústria de embalagens pode contribuir significativamente para o
consumo sustentável se cumprir o desafio de atender à demanda e evitar resíduos
pós-consumo que ameaçam o futuro. Isso implica no desenvolvimento de tecnologias
limpas com foco na redução da geração de resíduos, utilizando materiais menos
agressivos ao meio ambiente, reduzindo o uso de materiais desnecessários,
promovendo a reutilização e a reciclagem.

46
18.4 A responsabilidade é de quem produz

Vários países europeus, incluindo Alemanha, Holanda, Áustria, Espanha e


Suécia, promulgaram legislação nos últimos anos para reduzir a geração de resíduos
como contêineres e embalagens. Na Suécia, por exemplo, as empresas são
responsáveis pela coleta de suas embalagens de alumínio, papel, papelão, papelão
ondulado, plástico, aço e vidro. O mesmo se aplica aos jornais, brochuras publicitárias,
revistas e catálogos, bem como aos pneus. Para racionalizar esse processo e tornar
mais econômica a economia da coleta e reciclagem, os fabricantes uniram forças e se
organizaram. A medida resultou em uma redução significativa na quantidade de
contêineres e embalagens que vão para aterro, demonstrando a eficácia das leis que
regem a busca de soluções pelas empresas.

18.5 O lixo e o consumo

A geração de lixo cresce na mesma proporção que o consumo. Quanto mais


bens compramos, mais recursos naturais usamos e mais resíduos geramos. Nos
países desenvolvidos a situação é mais grave. Mas a situação também é preocupante
nos países em desenvolvimento. Crescimento populacional, a concentração da
população nas grandes cidades e, em muitas regiões, a adoção de um estilo de vida
semelhante ao dos países ricos, o aumento do consumo e a consequente geração de
resíduos.

O acúmulo de resíduos é um elemento exclusivo das sociedades humanas.


Sistemas naturais não antropogênicos, por exemplo, não geram resíduos:
seres vivos absorvem o que não serve mais para os outros de maneira
contínua. No caso humano, entretanto, produz-se diariamente uma vasta
quantidade de resíduos, muitas vezes tóxicos, ocasionando a poluição das
águas, do solo e do ar, o que propicia a proliferação de doenças e acentua a
causa mortis (HESS, 2002, apud PINTO, 2018).

Hoje já sabemos que, se os países em desenvolvimento começarem a


consumir matérias-primas na mesma proporção que os países desenvolvidos,
poderemos chegar rapidamente ao esgotamento dos recursos naturais e a níveis
extremamente altos de poluição e geração de resíduos. A situação tem sido
amplamente discutida em fóruns internacionais, onde especialistas de todo o mundo
apontam uma saída: para que os países pobres do mundo possam aumentar seu
47
consumo de forma sustentável, o consumo dos países desenvolvidos deve aumentar
ou diminuir. De qualquer forma, o desafio é de todos: consumir de forma sustentável
significa conservar os recursos naturais, reduzir o desperdício, reduzir a produção,
reutilizar e reciclar o máximo possível de resíduos. Só assim podemos prolongar a
vida útil dos recursos naturais do planeta.

19 POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS – LEI 12.305/2010

Fonte: masterambiental.com

Quanto aos lixões a céu aberto e aterros controlados ficam proibidos. A Lei,
determina que todas as administrações públicas municipais, indistintamente do seu
porte e localização, devem construir aterros sanitários e encerrarem as atividades dos
lixões e aterros controlados, no prazo máximo de 4 (quatro) anos, substituindo-os por
aterros sanitários ou industriais, onde só poderão ser depositados resíduos sem
qualquer possibilidade de reciclagem e reaproveitamento, obrigando também a
compostagem dos resíduos orgânicos.
Fabricantes, distribuidores e comerciantes, organizados em acordos setoriais,
ficam obrigados a recolher e destinar para a reciclagem as embalagens de plástico,
papel, papelão, de vidro e as metálicas usadas. As embalagens de Agrotóxicos, pilhas
e baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, todos os tipos de lâmpadas
e de equipamentos eletroeletrônicos descartados pelos consumidores, fazem parte da

48
“logística reversa”, que deverá também retornar estes resíduos à sua cadeia de
origem para reciclagem.
O setor de construção civil fica obrigado a dar destinação final ambientalmente
adequada aos resíduos de construção e demolição (RCD), não podendo mais
encaminhá-los aos aterros.
A responsabilidade pelo lixo passa a ser compartilhada, com obrigações que
envolvem os cidadãos, as empresas, as prefeituras e os governos estaduais e federal.
As administrações municipais, no prazo máximo de 2(dois) anos, devem
desenvolver um Plano de Gestão Integrada de Resíduos: Caso descumpram essa
obrigação ficam proibidas de receber recursos de fontes federais, destinadas ao
gerenciamento de resíduos, inclusive empréstimos (CEF, BNDES e outras.).
As empresas e demais instituições públicas e privadas devem desenvolver um
“Plano de Gerenciamento de Resíduos”, integrado ao Plano Municipal
(independentemente da sua existência); Os municípios terão de implantar um sistema
de coleta seletiva; As cooperativas de catadores terão prioridade na coleta seletiva,
sendo dispensada a licitação; Para a elaboração, implementação, operacionalização
e monitoramento de todas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos,
nelas incluído o controle da disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos,
será designado responsável técnico devidamente habilitado.

A estratégia ambiental determina o alinhamento entre a proteção ambiental e


o crescimento econômico da empresa. O desenvolvimento da estratégia
ambiental deve analisar os concorrentes, os parceiros, os produtos, as
matérias-primas, as perdas e os resíduos da empresa. (HOFFMAN, 2000,
apud PEDROSO, 2007).

19.1 Quem obedece deve obedecer à nova Lei

Em princípio todas as empresas, as administrações públicas (federais,


estaduais e municipais) e os cidadãos, conforme o Art. 1º. § 1o “Estão sujeitas à
observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado,
responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que
desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de
resíduos sólidos”.
Essa obrigação é mais especificada no Capítulo III da lei, onde se estabelecem
as responsabilidades dos geradores de resíduos e do poder público:
49
Art. 25. O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis
pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional
de Resíduos Sólidos e das diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei
e em seu regulamento.
Por força desse princípio da Lei, as empresas envolvidas na produção,
importação, distribuição e comercialização de determinados produtos, estão
obrigadas também a estruturarem e implementarem sistemas de logísticas reversa,
mediante retorno dos produtos e embalagens após o uso, de forma independente do
serviço público de limpeza urbana.

19.2 A Lei obriga à logística reversa

I - Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja


embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de
gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas
técnicas;
II - Pilhas e baterias;
III - Pneus;
IV - Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - Produtos eletroeletrônicos e seus componentes.
§ 1o Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos
de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas
previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens
plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando,
prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente
dos resíduos gerados.

19.3 Responsabilidade da coleta

Em princípio, a responsabilidade sobre os serviços de manejo de resíduos


sólidos é da administração municipal, porém somente no que concerne aos resíduos

50
domiciliares e os provenientes da limpeza urbana. No que tange às atividades
industriais, comerciais e de serviços privados, esta responsabilidade é do próprio
gerador do resíduo.
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis
pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24.
§ 1º. A contratação de serviços de coleta, armazenamento, transporte,
transbordo, tratamento ou destinação final de resíduos sólidos, ou de disposição final
de rejeitos, não isenta as pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 da
responsabilidade por danos que vierem a ser provocados pelo gerenciamento
inadequado dos respectivos resíduos ou rejeitos.
Quando o recolhimento dos resíduos (inclusive os assemelhados aos resíduos
domiciliares) for executado pelo serviço municipal de limpeza urbana, devemos
observar que, conforme a Lei 12.305/2010, esta prática deve cessar, sendo ilegal a
continuidade dessas ações por parte das administrações municipais sem
remuneração, conforme dispõe o § 7º do Art.33:
§ 7º. Se o titular do serviço público de limpeza urbana e de manejo de resíduos
sólidos, por acordo setorial ou termo de compromisso firmado com o setor
empresarial, encarregar-se de atividades de responsabilidade dos fabricantes,
importadores, distribuidores e comerciantes nos sistemas de logística reversa dos
produtos e embalagens a que se refere este artigo, as ações do poder público serão
devidamente remuneradas, na forma previamente acordada entre as partes.
Esse dispositivo da Lei tem reforço no Inciso IV do Art. 36.
Art. 36. No âmbito da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos, cabe ao titular dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de
resíduos sólidos, observado, se houver, o plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos:
IV - Realizar as atividades definidas por acordo setorial ou termo de
compromisso na forma do § 7o do art. 33, mediante a devida remuneração pelo setor
empresarial;
E mais ainda, quando a Lei trata dos Planos de Gerenciamento de Resíduos:

51
Art. 27. As pessoas físicas ou jurídicas referidas no art. 20 são responsáveis
pela implementação e operacionalização integral do plano de gerenciamento de
resíduos sólidos aprovado pelo órgão competente na forma do art. 24. (...)
§ 2º. Nos casos abrangidos pelo art. 20, as etapas sob responsabilidade do
gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas
pelas pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5º. do art.
19.
(art. 19. § 5o “Na definição de responsabilidades na forma do inciso VIII do
caput deste artigo, é vedado atribuir ao serviço público de limpeza urbana e de manejo
de resíduos sólidos a realização de etapas do gerenciamento dos resíduos a que se
refere o art. 20 em desacordo com a respectiva licença ambiental ou com normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS”.)

19.4 Descumprimento da Lei

Caso os resíduos estejam acondicionados, armazenados ou destinados em


condições não condizentes com a Lei e com as normas Conama/Anvisa, significando
dano ou ameaça ao meio ambiente e à saúde pública, a prefeitura deve proceder ao
seu recolhimento, acondicionamento, armazenagem e destinação, respeitando as
normas de saúde e segurança ocupacional e com licença ambiental específica,
cobrando dos responsáveis todas os custos e despesas envolvidas:
Art. 29. Cabe ao poder público atuar, subsidiariamente, com vistas a minimizar
ou cessar o dano, logo que tome conhecimento de evento lesivo ao meio ambiente ou
à saúde pública relacionado ao gerenciamento de resíduos sólidos.
Parágrafo único. Os responsáveis pelo dano ressarcirão integralmente o poder
público pelos gastos decorrentes das ações empreendidas na forma do caput.
Em casos extremos, o órgão de fiscalização ambiental pode até valer-se de
medidas mais drásticas:
Art. 51. Sem prejuízo da obrigação de, independentemente da existência de
culpa, reparar os danos causados, a ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas
que importe inobservância aos preceitos desta Lei ou de seu regulamento sujeita os
infratores às sanções previstas em lei, em especial às fixadas na Lei no 9.605, de 12
de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as sanções penais e administrativas

52
derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências”, e em seu regulamento.
Lei no 9.605 Art. 56. Produzir, processar, embalar, importar, exportar,
comercializar, fornecer, transportar, armazenar, guardar, ter em depósito ou usar
produto ou substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao meio
ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos:
Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem
I - Abandona os produtos ou substâncias referidas no caput ou os utiliza em
desacordo com as normas ambientais ou de segurança;
II - Manipula, acondiciona, armazena, coleta, transporta, reutiliza, recicla ou dá
destinação final a resíduos perigosos de forma diversa da estabelecida em lei ou
regulamento.
§ 2º Se o produto ou a substância for nuclear ou radioativa, a pena é aumentada
de um sexto a um terço.
§ 3º Se o crime é culposo:
Pena: detenção, de seis meses a um ano, e multa.

19.5 Resultados e consequências

As diferenças estabelecidas entre o conceito de resíduos e rejeitos, sendo o


primeiro considerado pela Lei como “ um bem econômico e de valor social, gerador
de trabalho e renda e promotor de cidadania” e a forte carga que a Lei faz na proibição
da disposição de resíduos aproveitáveis em aterros sanitários, aliados à
obrigatoriedade da compostagem dos rejeitos orgânicos, eliminará paulatinamente a
existência de grandes aterros sanitários, propiciando a expansão da sua vida útil,
tendo como consequências esperadas em médio prazo: A readequação das
atividades industriais de destinação final de resíduos sólidos; O crescimento das
atividades industriais de reciclagem; e a inclusão socioeconômica dos catadores de
resíduos, organizados em cooperativas. Capacidade de articulação entre indústrias,
distribuidores, comércio operadores logísticos, associação de catadores e prefeituras;
Existência de indústrias de reciclagem, a jusante da cadeia, com capacidade instalada

53
para absorver o grande volume de entrada de matéria-prima, proveniente dos fluxos
reversos estabelecidos. Disponibilidade de tecnologias nacionais, adequadas para
processamento de recicláveis, principalmente os constantes da obrigatoriedade de
logística reversa. Viabilidade dos mercados demandantes de itens recicláveis.

20 RECURSOS HÍDRICOS

Fonte: ceco.org.br

A água doce é um dos recursos naturais mais escassos e importantes, se não


o mais importante, de todos os que constituem a vida sobre o planeta. Está
relacionada tanto com a própria sobrevivência humana, animal e vegetal, quanto com
a realização de atividades e serviços que vão atender os seres vivos em suas
necessidades, desde as mais básicas, como consumo próprio e produção de
alimentos, até as mais subjetivas (porém não menos necessárias e valorizadas), como
o lazer (LEAL, 1998).

Desse modo, o Brasil tem muita água, mesmo no Nordeste. Porém, o seu uso
cada vez mais eficiente desempenhará, certamente, um papel vital na saúde
atual e futura da nossa sociedade e na produção de alimentos,
principalmente. O uso eficiente da água dos rios do Brasil significa a
possibilidade de suprir as necessidades humanas básicas, sem destruir o
meio ambiente, a qualidade da água, garantir o crescimento econômico e
social com proteção ambiental. (REBOUÇAS, 2004, apud OLIVEIRA, 2011,
p. 18).

54
Para entender como funciona a gestão desses recursos, torna-se necessário
compreender como funcionam os mecanismos básicos que envolvem o ciclo da água
na natureza. É nesse ponto que os conceitos de Hidrologia, que serão abordados a
seguir, tornam-se tão importantes.

20.1 Ciclo hidrológico

Apesar de a maior parte da superfície do nosso planeta ser formada por água,
97% desse recurso encontram-se nos mares e oceanos. O que efetivamente sobra
para o consumo e o desenvolvimento de atividades como agricultura é uma
quantidade muito inferior e se encontra mal distribuída no globo terrestre.
Além das desigualdades naturalmente envolvidas nessa distribuição da água
através das diversas regiões da Terra, determinadas ações antrópicas podem agravar
ainda mais essa má distribuição. Isso se deve principalmente às alterações causadas
ao meio ambiente e, consequentemente, ao ciclo da água.
O movimento realizado pela água entre os continentes, oceanos e a atmosfera
é chamado de ciclo hidrológico. O Ciclo hidrológico é um fenômeno global de
circulação fechada da água que é impulsionada fundamentalmente pela energia solar
associada à gravidade e à rotação do planeta.
A compreensão desse sistema possibilita que os gestores tomem decisões
acertadas sobre como utilizar os recursos causando os menores danos possíveis ao
conjunto. Os tópicos principais que fazem parte do ciclo hidrológico são abordados na
sequência.

20.2 Precipitação

Em hidrologia, considera-se como precipitação toda a água proveniente da


atmosfera e que atinge a superfície terrestre, podendo variar segundo o estado da
água, em: neblina, chuva, granizo, orvalho, geada e neve.
A variabilidade temporal e espacial da precipitação influencia a disponibilidade
hídrica de uma bacia hidrográfica, porque a precipitação é a variável mais importante
do sistema e representa a sua alimentação. Mas o que é uma bacia hidrográfica?

55
Pode-se definir uma bacia hidrográfica como sendo uma área de captação
natural da água da precipitação, que faz convergir os escoamentos para um único
ponto de saída, o seu exutório ou foz. É uma área geográfica natural delimitada pelos
pontos mais altos do seu relevo.
A disponibilidade, ao longo do ano, de dados de quantificação e distribuição da
precipitação em uma bacia hidrográfica possibilita determinar ou estimar a
necessidade de irrigação de culturas, o abastecimento doméstico e industrial, estudos
para controle e prevenção de enchentes, planejamento de drenagens urbanas, além
de permitir a gestão do uso do solo e um melhor controle de erosões.

20.3 Evaporação e evapotranspiração

A evaporação e a evapotranspiração são a conversão da água do seu estado


líquido para vapor de água, estado no qual a água é transferida para a atmosfera.
Esses processos necessitam do ingresso de energia no sistema, que pode ser
proveniente do sol, da atmosfera ou de ambas as fontes, e serão controladas pela
taxa de energia disponível.
Essas taxas se constituem em informações quantitativas de extrema
importância dentro do processo do ciclo hidrológico, pois são utilizadas na resolução
de diferentes problemas e planejamentos. Pode-se citar estudos para áreas agrícolas
de sequeiro ou irrigadas, previsão de cheias e enchentes, construção e operação de
reservatórios, entre outros.

20.4 Água subterrânea

A escassez de água doce, que há muito tempo vem sendo prevista, tem se
tornado, cada vez mais, uma grande ameaça ao desenvolvimento socioeconômico e
à própria vida do planeta.
Entre uma das soluções para esse problema, está o completo conhecimento
do ciclo hidrológico, de forma a possibilitar uma correta avaliação da disponibilidade
dos recursos hídricos de cada região. Uma das partes mais importantes é entender o
que acontece com as águas subterrâneas que é uma das fases menos conhecidas
desse ciclo.

56
Água subterrânea pode ser considerada toda a água que ocupa os vazios de
uma formação geológica. Mas o sistema natural formado pelas águas subterrâneas
pode ser modificado pela interferência do homem. Entre as principais ações está a
alteração do ambiente natural com a construção de barragens, canalização de rios,
perfuração de poços e irrigação.
Esses sistemas hidrogeológicos podem ser classificados em Aquíferos,
Aquiclude e Aquitardo. Quanto à umidade, pode-se dividir em duas zonas: Zona de
Saturação e Zona de Aeração.

20.5 Escoamento superficial

A origem do escoamento superficial é, fundamentalmente, nas precipitações ou


eventos de chuva. Quando a chuva chega ao solo, parte da água se infiltra, parte é
retida nas depressões da superfície e parte se escoa. Na primeira fase a água se
infiltra, mas tão logo a intensidade da chuva exceda a capacidade de infiltração do
solo, a água passa a ser coletada pelas pequenas depressões existentes. Quando os
níveis das águas que estão sendo retidas se elevam e começa a ocorrer a
transposição desses obstáculos, o fluxo ou escoamento superficial se inicia, seguindo
a tendência da maior para a menor depressão. Esse escoamento vai se somar a
outros escoamentos que, juntos, formam sucessivamente as enxurradas, os córregos,
os ribeirões, os rios, os reservatórios e os lagos.
O escoamento superficial, entre as outras partes do ciclo hidrológico, é a fase
de maior importância para a compreensão e o estudo dos recursos hídricos. Isso
porque a maior parte dos estudos hidrológicos está ligada ao aproveitamento da água
superficial, a sua previsão e aos efeitos da sua transposição.
Assim, a vazão de um corpo d’água em uma bacia hidrográfica é o resultado
da interação de todos os componentes do ciclo hidrológico, entre eles a precipitação,
a infiltração e o escoamento superficial.
Nos mais diversos estudos e levantamentos estudos hidrológicos utiliza-se um
gráfico denominado hidrograma, que é a relação entre a vazão e o tempo, para avaliar
e separar esses componentes. A forma e o comportamento do hidrograma pode
variar, dependendo de um grande número de fatores, tais como: relevo, cobertura da

57
bacia, solo, modificações artificiais no rio e distribuição da precipitação, além da sua
intensidade e duração.
A gestão dos recursos hídricos se realiza mediante procedimentos integrados
de planejamento e de administração. Esse planejamento deverá visar à avaliação
prospectiva das demandas e das disponibilidades desses recursos, além da sua
alocação entre os usos múltiplos para que se obtenha os máximos benefícios
econômicos e sociais, mas com a mínima degradação ambiental.
Para tanto é necessário que ocorra a redução das fontes potenciais de
poluição, se implementem políticas de uso e manejo adequados do solo e se viabilize
a ocorrência de possíveis impactos sociais positivos para a região a ser gerenciada.
Assim, o gerenciamento dos recursos hídricos é composto por ações do poder
público que procuram adequar os usos, o controle e a proteção das águas às
necessidades sociais e ambientais. Entre as principais ações, pode-se citar: o
gerenciamento dos usos setoriais da água; o gerenciamento interinstitucional; o
gerenciamento das intervenções para compatibilização e integração dos
planejamentos; o gerenciamento da oferta de água; e o gerenciamento ambiental que
engloba o monitoramento da área, licenciamento de projetos, fiscalização e medidas
administrativas e legais.

20.6 Hidrografia

Hidrografia é a área que estuda as águas do planeta ou de uma região,


abrangendo, portanto, rios, mares, oceanos, lagos, geleiras, água do subsolo e da
atmosfera. O estudo da hidrografia é fundamental para a identificação dos
componentes naturais e antropogênicos envolvidos no fluxo hidráulico. Este estudo
permite quantificar cada um dos componentes envolvidos na dinâmica da bacia,
identificando suas magnitudes, frequências e durações, sempre considerando sua
importância geográfica e ecológica e a determinação do volume mínimo requerido
para um pré-determinado estado de conservação (ZUCCARI, 2005).

58
20.7 Processos erosivos

Nos últimos anos, tem se reconhecido a necessidade de se incluir estratégias


de controle de sedimentos dentro de projetos de gerenciamento de bacias
hidrográficas, isso porque as fontes de produção de sedimentos estão relacionadas
com os tipos de processos erosivos que ocorrem em uma bacia hidrográfica. Assim,
as informações sobre as fontes de sedimentos transportados por um determinado rio,
são dados importantes para as estratégias de controle efetivo do aporte de
sedimentos nos corpos d’água e, portanto, para controlar ou diminuir o seu
assoreamento.
Os tipos de erosão que ocorrem em uma bacia hidrográfica são basicamente a
erosão hídrica, a erosão fluvial, a erosão eólica e a remoção em massa.
Os processos que compõem a dinâmica da produção de sedimentos em uma
área hidrográfica estão o transporte e a deposição de sedimentos que poderão gerar
o assoreamento dos corpos d’água e lagos. Esses processos possuem similaridades
com o que ocorre em uma bacia urbana.
Mas, além dos problemas de assoreamento dos corpos d’água, os problemas
erosivos podem comprometer todo o ecossistema aquático e o meio ambiente do
entorno.

[...] esse tipo de processo erosivo atinge grandes dimensões, gerando vários
impactos ambientais na sua área de ação e na drenagem a jusante, tornando-
se um complicador para o uso do solo nessas áreas. Formadas pelo
aprofundamento das ravinas e interceptação do lençol freático, onde se pode
observar grande complexidade de processos do meio físico (piping,
liquefação de areia, escorregamentos laterais, erosão superficial) devido à
ação concomitante das águas superficiais e subsuperficiais (Rodrigues, 1982;
1984, apud ALMEIDA, 2008).

20.8 Assoreamento de corpos d’água

Grande parte dos sedimentos transportados em bacias hidrográficas ocorre


durante os eventos de chuva. Por isso, a avaliação temporal da concentração de
sedimentos deve ser realizada por meio de um programa de monitoramento capaz de
coletar amostras durante os eventos de cheia.
Entretanto, podem ocorrer diversas dificuldades ao se executar um programa
de monitoramento. Por exemplo, um grande problema enfrentado em pequenas

59
bacias urbanas é que os eventos ocorrem em poucas horas e algumas vezes durante
a noite, o que normalmente dificulta qualquer tipo de avaliação. Muitas vezes tenta-se
utilizar mostradores automáticos para facilitar a obtenção de amostras, mas algumas
bacias hidrográficas possuem altas concentrações de resíduos sólidos e matéria
orgânica, fazendo com que normalmente os aparelhos sejam danificados, ou
simplesmente, obstruídos.
Os sedimentos podem ser definidos como fragmentos de rochas e de solo
desagregados que são transportados por um fluido. Além das partículas minerais, as
partículas orgânicas transportadas por um determinado fluido, também são
denominadas de sedimentos.
Em ambientes fluviais encontram-se três tipos de sedimentos: grosseiros, finos
e orgânicos. A proporção de cada um dependerá de vários fatores como a geologia,
o relevo, o uso do solo, o clima, a localização da calha fluvial e a ação antrópica de
lançamento ou não de efluentes.
Em geral, em regiões próximas às nascentes, a calha fluvial terá uma proporção
grande de sedimentos grosseiros compostos por fragmentos de rochas, enquanto que
nos trechos inferiores da bacia é mais comum encontrar-se sedimentos originados da
erosão do solo que são compostos basicamente por partículas que variam de tamanho
entre areia e argila.
Um dos problemas físicos gerados pelos sedimentos é o assoreamento dos
corpos d’água. Mas um dos fatores mais importantes nos estudos sedimentológicos é
a existência de uma estreita relação entre a qualidade da água e os sedimentos
fluviais. A simples presença dos sedimentos na água afeta as condições de
potabilidade através do aumento da sua turbidez. Além desse aspecto, os sedimentos
fluviais representam um potencial poluidor para a água devido a sua natureza
geoquímica que possibilita a transferência de poluentes da bacia vertente para calha
fluvial.

20.9 Gestão de bacias urbanas

O desenvolvimento urbano, além das alterações causadas ao ecossistema


terrestre, traz profundas alterações ao ecossistema aquático. Entre as muitas ações
antrópicas que poderão provocar desde pequenas alterações ou até mesmo a

60
completa degradação dos sistemas aquáticos, estão a substituição da vegetação
original por áreas impermeáveis, a concentração e o lançamento de grandes cargas
de esgoto in natura e a adição de contaminantes químicos através das mais diversas
fontes.
As alterações antrópicas na bacia hidrográfica, principalmente a urbanização,
geram alterações severas ao hidrograma que em parte explicam os problemas de
inundações urbanas, atualmente enfrentados.
A permeabilidade do solo é substituída por superfícies impermeáveis tal como
ruas, telhados, estacionamentos e calçadas, que acumulam pouca água, reduzem a
infiltração de água no solo e aceleram o escoamento superficial em redes e canais de
drenagem. Uma alta porcentagem de área impermeabilizada, onde os eventos de
chuva tendem a ter um tempo de concentração menor e picos de vazão maiores, se
reflete em alterações nos hidrogramas.
Assim, para que os efeitos da urbanização sejam minimizados, o gestor deverá
procurar alternativas para equilibrar o sistema novamente. Entre as possibilidades
encontradas para melhorar a infiltração das águas da chuva no solo e reduzir o
escoamento superficial, estão: a construção de pavimentos permeáveis e/ou
semipermeáveis e a adoção do sistema conhecido como “Bairro Ecológico”.
Em ambos os casos, vários experimentos e estudos foram realizados e os
resultados foram tecnicamente muito bons.

20.10 Cobrança pelo uso da água

A expectativa que apenas os órgãos governamentais seriam suficientes para


gerenciar os recursos hídricos foi uma das principais falhas ocorridas nesse setor.
Esse desempenho insatisfatório levou muitos países a repensarem suas estruturas
organizacionais e buscarem uma maior eficiência com a aplicação de tarifas e o apoio
com incentivos.
De um modo geral, a tarifação e os incentivos procuram motivar os
consumidores a adotarem práticas eficientes de uso da água, que pode ser maior ou
menor de acordo com o valor relativo da água.
Em muitas regiões do mundo, a subtarifação causou e ainda tem causado
sérios problemas de abusos e desperdícios com relação ao uso da água. Um exemplo

61
disso é quando a região possui abundância de água de boa qualidade, o que a torna
barata e, portanto, pode inviabilizar o investimento em projetos de monitoramento e
de tarifação de alto custo. Entretanto, torna-se viável medir, monitorar e tarifar a água
à medida que esta vai se tornando um recurso mais escasso.
Alguns autores defendem a possibilidade de ajuste de tarifas de acordo com a
demanda. Para HOWE (1998), poder-se-ia adotar preços variáveis, aumentando as
tarifas em períodos secos, para forçar a redução do consumo. Ainda, o mesmo poderia
ser empregado em horários diários de picos de consumo.
Uma forma indireta de cobrança para usuários de larga escala, segundo
WINPENNY (1994), que reproduz resultados similares, é a taxação através do volume
de efluentes. Essa é uma forma interessante de incentivar as indústrias na busca por
métodos e equipamentos que desperdicem ou utilizem uma menor quantidade de
água.
Por outro lado, um dos maiores consumidores de água é a irrigação para a
agricultura, entretanto, segundo EASTER, BEEKEN E TSUR (1997), é o setor que
menos pode pagar e acaba sendo subsidiado pelos governos. Como consequência,
esses consumidores acabam sendo incentivados, pelas baixas tarifas, a consumir
cada vez mais água durante o processo.
Dentro deste contexto, e para viabilizar um uso equilibrado e consciente da
água, deve-se destacar as seguintes medidas para melhorar o gerenciamento dos
recursos hídricos: adotar-se valores diferentes para os usos urbanos e rurais; realizar
estudos de realocação de água; implementar preços diferenciados para os usos
industriais; criar tarifas diferenciadas para a irrigação; buscar a conservação dos
recursos hídricos; e privatizar parte dos recursos e incentivar a participação dos
usuários nos programas de descentralização.

62
21 CONTROLE DE ENCHENTES

Fonte: ipea.gov

Durante o processo de urbanização ocorre a retirada da cobertura vegetal para


dar espaço a novas áreas quase totalmente impermeabilizadas. Mas a cobertura
vegetal, além do seu aspecto ecológico, tem como efeito a interceptação de parte da
precipitação, ou seja, a redução do escoamento superficial e a proteção natural do
solo contra a erosão. Assim, a perda dessa cobertura vegetal terá como uma das
principais consequências o aumento da frequência de inundações devido à falta de
interceptação das precipitações, consequentemente a ocorrência de uma redução na
taxa de infiltração, e o aumento do escoamento dos rios.

Áreas de risco, como encostas íngremes, topos de morros, baixadas áreas


alagáveis e margens de corpos d’água são ocupadas pelo mercado formal e
informal o que leva a perdas econômicas, sociais e ambientais, e a
acontecimentos muitas vezes trágicos (NETTO, 2005 apud HERZOG, 2010).

21.1 Medidas para controle de inundações

As medidas para o controle de inundações podem ser de dois tipos: estruturais


e não-estruturais. Quando o sistema fluvial é modificado para se evitar os prejuízos
causados pelas enchentes, denominam-se de alterações provenientes de medidas
estruturais. As medidas não-estruturais procuram adequar o meio de forma natural ou

63
alternativa, com estudos e projetos que possam recuperar em parte as características
originais da área (taxas de retenção e infiltração das precipitações).
Entre as medidas estruturais podem-se destacar a construção de reservatórios,
diques e barragens, a melhoria do canal ou das canalizações e mudança do canal –
retificação. Quanto às medidas não-estruturais, pode-se citar regulação do uso do solo
e construções à prova de enchentes.

21.2 Zoneamento de áreas de inundações

Um dos principais aspectos relacionados com a proteção ambiental e a


drenagem urbana se refere à faixa marginal dos arroios urbanos. O Código Florestal
prevê a distância de trinta metros da margem dos arroios, definida pela seção
transversal de leito menor. No desenvolvimento da grande maioria das cidades
brasileiras este limite não é obedecido, o que dificulta o controle da infraestrutura.
Assim, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental deve prever o correto
zoneamento dessas áreas, para evitar a sua ocupação, e os consequentes riscos de
inundação.
A aplicação de um zoneamento local das áreas inundáveis engloba etapas
como a determinação do risco de enchentes, o mapeamento das áreas sujeitas à
inundação e o seu zoneamento. A utilização e o desenvolvimento dessa ferramenta
possibilitam um maior planejamento da bacia hidrográfica e permite a criação de
mapas de alerta.

22 USO RACIONAL DOS RECURSOS HÍDRICOS

O uso racional dos recursos hídricos tem como objetivo assegurar que a água,
um recurso natural essencial à vida, cumpra o seu papel no desenvolvimento
econômico e no bem-estar social das comunidades, e seja suficiente para continuar
como um fator de equilíbrio dos ecossistemas. Para possibilitar esse desenvolvimento,
metas e planejamentos estruturados e com rigorosos estudos científicos devem ser
realizados a fim de propiciar o controle e a utilização da água em padrões de qualidade
satisfatórios, por seus usuários atuais e pelas gerações futuras.

64
Para atingir esse nível de desenvolvimento, tornam-se necessários profundos
conhecimentos dos riscos e danos em diferentes áreas e grupos, para entender,
planejar e evitar possíveis danos ao ecossistema local. Em um período em que uma
grande ênfase está sendo dada a projetos que viabilizem o uso dos recursos hídricos,
faz-se uma abordagem mais aprofundada nos itens a seguir.

22.1 Navegação e aproveitamento hidrelétrico

Uma das formas mais antigas de aproveitamento dos recursos hídricos é a


navegação. Além de um sistema eficiente, é um dos mais baratos. No Brasil ainda tem
muito por fazer nessa área, seja pela falta de infraestrutura ou mesmo pela ausência
de incentivos ao seu desenvolvimento e aproveitamento mais eficiente.
Por outro lado, o aproveitamento hidrelétrico brasileiro é exemplo internacional.
Nessa área o Brasil exporta tecnologia para diversos países do mundo.
Mas é importante ressaltar que um sistema pode interferir no outro. Um
exemplo disso, são as hidrelétricas que não possuem sistemas de eclusas para a
transposição deste “obstáculo” para que os rios sejam completamente navegáveis.
Assim, faz-se de suma importância um perfeito planejamento e viabilização de obras
futuras, bem como a adequação de plantas já existentes.
Outros fatores que se deve levar em consideração, ao se construir uma
hidrelétrica, são as alterações que poderão ser ocasionadas na região pelo lago
formado. Alguns dos efeitos que podem ocorrer, vão desde alterações no microclima
e destruição de espécies de peixes nativos, até o assoreamento do corpo d’água
devido à criação de um novo sistema de águas lênticas.

22.2 Abastecimento

A utilização da água como fonte de abastecimento residencial é uma das mais


nobres dos recursos hídricos. A sua efetivação pode ocorrer tanto pelo
aproveitamento de recursos superficiais, quanto subterrâneos ou de ambos.
Apesar de possuirmos grande abundância de água no Brasil, várias regiões já
sofrem com a sua escassez e chegam a buscá-la a quilômetros de distância do local
de consumo. Assim, cada vez mais torna-se necessário que sejam estabelecidas

65
metas de redução de consumo e sistemas de reaproveitamento da água como forma
de uso racional. Outras medidas podem ser adotadas, como por exemplo, o incentivo
da captação e reserva da água das chuvas para usos menos nobres, além de projetos
hidráulicos residenciais e industriais mais eficientes.

22.3 Irrigação e vazão ecológica

A irrigação é uma forma de aproveitamento dos recursos hídricos que possui


uma importância estratégica para o País. Além de melhorar o abastecimento interno,
tem sido uma excelente fonte de riquezas ampliando as exportações de alimentos de
excelente qualidade e competitividade.
Mas nem tudo é tão perfeito assim. Se a irrigação, como qualquer outro uso
que se faz da água, perde o controle ou ultrapassa os limites ambientais da região,
pode causar danos ambientais ao ecossistema e conflitos regionais na defesa de
interesses econômicos locais.
Deve-se lembrar que existem limites ambientalmente suportáveis para a
retirada de água de um sistema ou ambiente. O excesso de exploração pode levar a
um colapso desse sistema, afetando inicialmente o ecossistema aquático e
posteriormente toda a fauna e flora local.
Mas muitas dúvidas e perguntas sobre esse tema ainda estão sendo discutidas
e estudadas. De uma maneira geral, todo excesso cometido causa algum tipo de
desequilíbrio e deve ser evitado através da fiscalização e cobrança por usos mais
eficientes.

22.4 Transposição de corpos d’água

Com o objetivo de aumentar a capacidade e quantidade de água de um


determinado corpo d’água, a transposição é uma ferramenta que pode ser utilizada.
Essa transferência de água de um local para outro vem sendo utilizada há muito tempo
e para os mais diversos fins (irrigação, abastecimento, regularização, etc.).
Mas, assim como em outras atividades, a transposição deve ter critérios rígidos
quanto ao controle de danos ambientais que possam ser ocasionados e ao
estabelecimento de limites de volume e parâmetros que serão adotados.

66
Tudo deve seguir rigorosos conceitos hidráulicos e ecológicos para que a
solução de uns não se torne problema para todos!

23 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

Fonte: centrodeestudosambientais.wordpress.com

A legislação ambiental no Brasil é uma das mais completas e avançadas do


mundo. Criada com o intuito de proteger o meio ambiente e reduzir ao mínimo as
consequências de ações devastadoras, seu cumprimento diz respeito tanto às
pessoas físicas quanto às jurídicas.
Essas leis ambientais definem normas e infrações e devem ser conhecidas,
entendidas e praticadas. Afinal, há um processo de mudança de comportamento na
sociedade civil e no mundo empresarial, que não está associado apenas às eventuais
penalidades legais, mas à adoção de uma postura de responsabilidade compartilhada
entre todos para vencer os desafios ambientais, que já vivenciamos.
Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais - Reordena a legislação ambiental
quanto às infrações e punições. Concede à sociedade, aos órgãos ambientais e ao
Ministério Público mecanismo para punir os infratores do meio ambiente. Destaca-se,
por exemplo, a possibilidade de penalização das pessoas jurídicas no caso de
ocorrência de crimes ambientais.

67
Lei 12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e
altera a Lei 9.605/1998 - Estabelece diretrizes à gestão integrada e ao gerenciamento
ambiental adequado dos resíduos sólidos. Propõe regras para o cumprimento de seus
objetivos em amplitude nacional e interpreta a responsabilidade como compartilhada
entre governo, empresas e sociedade. Na prática, define que todo resíduo deverá ser
processado apropriadamente antes da destinação final e que o infrator está sujeito a
penas passivas, inclusive, de prisão.

23.1 Outras importantes leis a serem citadas

Lei 11.445/2007 - Estabelece a Política Nacional de Saneamento


Básico - Versa sobre todos os setores do saneamento (drenagem urbana,
abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos).
Lei 9.985/2000 - Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza – Entre seus objetivos estão a conservação de variedades de espécies
biológicas e dos recursos genéticos, a preservação e restauração da diversidade de
ecossistemas naturais e a promoção do desenvolvimento sustentável a partir dos
recursos naturais.
Lei 6.766/1979 - Lei do Parcelamento do Solo Urbano – Estabelece regras para
loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológicas, naquelas onde
a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços.
Lei 6.938/1981 - Institui a Política e o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
Estipula e define, por exemplo, que o poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais
que causar, independente da culpa, e que o Ministério Público pode propor ações
de responsabilidade civil por danos ao meio ambiente, como a obrigação de recuperar
e/ou indenizar prejuízos causados.
Lei 7.347/1985 - Lei da Ação Civil Pública – Trata da ação civil pública de
responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao
patrimônio artístico, turístico ou paisagístico, de responsabilidade do Ministério
Público Brasileiro.
Lei 9.433/1997- Lei de Recursos Hídricos – Institui a Política e o Sistema
Nacional de Recursos Hídricos - Define a água como recurso natural limitado, dotado
de valor econômico. Prevê também a criação do Sistema Nacional para a coleta,

68
tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e
fatores intervenientes em sua gestão.
Lei nº 11284/2006 - Lei de Gestão de Florestas Públicas - Normatiza o sistema
de gestão florestal em áreas públicas e com a criação do órgão regulador (Serviço
Florestal Brasileiro) e do Fundo de Desenvolvimento Florestal.
Lei 12.651/2012 - Novo Código Florestal Brasileiro – Revoga o Código Florestal
Brasileiro de 1965 e define que a proteção do meio ambiente natural é obrigação do
proprietário mediante a manutenção de espaços protegidos de propriedade privada,
divididos entre Área de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
É importante lembrar que as leis enumeradas são apenas parte do Direito
Ambiental do País, que ainda possui inúmeras outras matérias, como decretos,
resoluções e atos normativos.
Há também regulamentações de órgãos comprometidos para que as leis sejam
cumpridas, como é o caso do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e do
Ministério do Meio Ambiente.
Também é preciso ter conhecimento da legislação específica de cada Estado
e, ao seguir as normas estabelecidas pela legislação federal ou estadual, sempre é
aconselhável optar pelas mais restritivas para não correr o risco de sofrer punições.

Uma organização socialmente responsável não é aquela que trata a questão


como um complemento opcional, nem como um ato de filantropia, mas sim
aquela que possui um negócio rentável, que demonstra preocupação com os
ativos e passivos ambientais, sociais e os efeitos econômicos que exerce
sobre a sociedade. (DAHLSRUD,2008, apud LUIZ, 2013).

69
24 POLÍTICA AMBIENTAL

Fonte: addn.com.br

Política Ambiental é um conjunto de ações ordenadas e práticas tomadas por


empresas e governos com o propósito de preservar o meio ambiente e garantir o
desenvolvimento sustentável do planeta. Esta política ambiental deve ser norteada
por princípios e valores ambientais que levem em consideração a sustentabilidade.
Atualmente, quase todos os governos e grandes empresas possuem políticas
ambientais. Além de mostrar para os cidadãos e consumidores quais são os princípios
ambientais seguidos, as políticas ambientais servem para minimizar os impactos
ambientais gerados pelo crescimento econômico e urbano.
Estas políticas são, portanto, importantes instrumentos para a garantia de um
futuro com desenvolvimento e preservação ambiental. São também fundamentais
para o combate ao aquecimento global do planeta (verificado nas últimas décadas),
redução significativa da poluição ambiental (ar, rios, solo e oceanos) e melhoria na
qualidade de vida das pessoas (principalmente dos grandes centros urbanos).

24.1 Ações práticas de uma política ambiental (exemplos)

Adoção de processos de reciclagem; Ações que visem à redução do consumo


de energia; Ações práticas para evitar o desperdício de água, incentivando o seu
consumo racional; Planejamento urbano adequado por parte dos governos (nestas
ações são importantes a preservação de áreas verdes e projetos de arborização
70
urbana); Uso, sempre que possível, de fontes de energia limpa como, por exemplo,
eólica e solar; As empresas que geram qualquer tipo de poluição em seu processo
produtivo devem adotar medidas eficazes para que estes poluentes não sejam
despejados no meio ambiente (ar, rios, lagos, oceanos e solo); As empresas devem
criar produtos com baixo consumo de energia e, sempre que possível, usar materiais
recicláveis; Criação de projetos governamentais voltados para a educação ambiental,
principalmente em escolas; Implantação das normas do ISO 14000 e obtenção do
certificado.

25 DIREITO AMBIENTAL, PRINCÍPIOS PRÓPRIOS DO DIREITO AMBIENTAL

O Direito Ambiental é referido como um dos chamados "direitos de terceira


geração", juntamente com o direito ao desenvolvimento, o direito à paz, o direito de
propriedade sobre o patrimônio comum da humanidade e o direito de comunicação.
Possui como princípios a finalidade básica de proteger a vida em quaisquer das
formas em que está se apresente e, para garantir um padrão de existência digno para
os seres humanos, desta e das futuras gerações. Tem ainda o propósito de conciliar
a pretensão da sociedade de evoluir tecnologicamente e socialmente, com a
necessidade de garantir a preservação do equilíbrio ambiental, situação referida na
doutrina e na própria legislação ambiental como sustentabilidade.
Os princípios jurídicos ambientais podem ser implícitos e explícitos. Explícitos
são aqueles que estão claramente escritos nos textos legais e, fundamentalmente, na
Constituição da República. Implícitos serão aqueles que decorrem do sistema
normativo, em que pese não se encontrem escritos. Isso equivale a dizer que, no
ordenamento jurídico brasileiro, deve-se buscar os princípios ambientais, primeiro, em
nossa Carta Constitucional, sem prejuízo de alcançá-los nas normas
infraconstitucionais e nos fundamentos éticos e valorativos que, antes de tudo, devem
nortear as relações entre o homem e as demais formas de vida ou de manifestação
da natureza.
O Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio tem berço no art. 225,
caput da Constituição da República. Este princípio busca garantir a utilização
continuidade dos recursos naturais, que apesar de poderem ser utilizados, carecem
de quatro proteções, para que também possam ser dispostos pelas futuras gerações.
71
Para tanto é necessário que as atuais gerações tenham o direito de não serem postas
em situações de total desarmonia ambiental.
Temos o direito de viver em um ambiente sadio e livre de poluição sobre
qualquer das formas, sem que sejamos postos diante de situações que acarretem
prejuízos à qualidade de vida, em razão de posturas contrárias aos dogmas de
preservação do meio ambiente.
Trata-se de um dos mais importantes princípios do Direito Ambiental, tanto no
âmbito nacional, como no internacional. Tanto é que a Declaração de Estocolmo de
1972 trouxe como direito fundamental do ser humano, a garantia de condições de vida
adequadas, em um meio ambiente de qualidade, suficiente para assegurar o bem-
estar.
Na Conferência do Rio, realizada em 1992 da Cidade do Rio de Janeiro, o
Princípio do Direito Humano ao Meio Ambiente Sadio foi reconhecido como o direito
dos seres humanos a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.
Este princípio, que reputamos ser o mais importante a sustentar o Direito Ambiental,
deve ser lido como um alerta ao aplicador das normas ambientais. Isto porque além
de representar uma garantia ao ser humano, representa também a exigência de que
o administrador público destine especial atenção à preservação do meio ambiente nas
mais diversas formas apresentadas pela legislação ambiental.
Neste sentido e, por sua topografia no texto constitucional, o Princípio do Direito
Humano Fundamental ao Meio Ambiente Sadio deve ser interpretado como a
necessidade de o Estado focar suas ações em medidas de preservação, apenas
acolhendo subsidiariamente outras medidas de repressão ou de recomposição dos
prejuízos ambientais.

25.1 Lei de Política Nacional do Meio Ambiente

A Lei nº 6.938/81, recepcionada pela Constituição da República de 1988, cuida


da Política Nacional do Meio Ambiente. Esta lei aponta uma séria de medidas de
ordem administrativa e civil, que à época de sua edição foram tidas como necessárias
à tutela do meio ambiente.

72
Decerto, como veremos adiante, hoje, outras medidas foram apontadas pelo
legislador como complementares às já adotadas pela Lei nº 6.938/81, no sentido de
aprimorar a tutela do meio ambiente.
A fim de traçar um marco eficaz de atuação da Administração Pública e dos
particulares na proteção do meio ambiente, a Lei nº 6.938/81, além de apontar a
estrutura de alguns órgãos públicos, trouxe ainda os denominados instrumentos de
política ambiental.
O art. 9º da Lei nº 6.938/81 aponta os instrumentos de política ambiental, são
eles: padrões de qualidade ambiental, zoneamento ambiental, avaliação dos impactos
ambientais, licenciamento ambiental, incentivos às tecnologias voltadas para a
proteção do meio ambiente, criação de espaços territoriais protegidos, sistema
nacional de informações ambientais, cadastro técnico federal, penalidades
disciplinares e compensatórias, concessão florestal e servidão florestal (Lei nº
11.284/06).
O art. 6º da Lei nº 6938/81 traz o Sistema Nacional do Meio Ambiente –
SISNAMA, assim tido, em síntese, como a congregação dos órgãos e entidades da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como as fundações
públicas responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
O art. 8º da Lei nº 6.938/198 e o art. 4º do Decreto nº 99274/1990, trazem a
composição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, órgão integrante
do SISNAMA e que tem várias competências em matéria ambiental.
Dentre suas competências, damos destaque a duas, que vêm sendo objeto de
questionamento pelos examinadores, são elas:
A competência de editar normas e critérios de licenciamento ambiental (arts.
8º, I da Lei nº 6.938/1981 e 7º, I do Decreto nº 99.274/1990) e a; de decidir, como
última instância administrativa, sobre as penalidades aplicadas pelo IBAMA (art. 8º, III
da Lei nº 6.938/1981 e 7º, III do Decreto nº 99.274/1990).

25.2 Licenciamento ambiental

A norma ambiental é bem clara ao apresentar as atividades e empreendimentos


que se submetem ao prévio licenciamento ambiental. Neste sentido, temos o art. 10
da Lei nº 6.938/81, cuja redação adiante é apontada:

73
“A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente
poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente,
integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo,
sem prejuízo de outras licenças exigíveis”.
Na mesma linha, temos o art. 2º da Resolução CONAMA n° 237/1997, cujo
texto abaixo transcrevemos:
“Art. 2º- A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos
capazes, sob 18 qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de
prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças
legalmente exigíveis.”
Em resumo, submetem-se ao prévio licenciamento ambiental qualquer
atividade ou empreendimento passível de causar poluição, independentemente de
quem as desempenhe.

26 DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL

Segundo NUNES (2005), desde o seu surgimento, o Direito Ambiental vem


ganhando força na legislação brasileira com o intuito de se garantir o meio ambiente
ecologicamente equilibrado. Este fato se deve ao desenvolvimento econômico que
vem ocorrendo no país desde a época da colonização, com a exploração da riqueza
natural existente em solos brasileiros de forma rudimentar e predatória com o lema de
que “para crescer é necessário destruir”.

Paulo de Bessa Antunes defende que o Direito Ambiental é um fenômeno


recente em todos os países, não possuindo mais do que quarenta anos.
(ANTUNES, 2010, apud SANTOS, 2012).

A má utilização dos recursos naturais e o uso inadequado das atividades


humanas juntamente com o avanço tecnológico têm contribuído para o aumento de
danos ao meio ambiente, em escala cada vez maior, ocasionando assim um
74
comprometimento à saúde e à qualidade de vida tanto das presentes como das futuras
gerações.
Os problemas ambientais brasileiros, vividos mais gravemente de meados do
século XX até os dias atuais, são sobras da visão equivocada de desenvolvimento
perpetrada pelas gerações passadas e que, talvez, não dispunham de mecanismos
para dimensionar a situação hoje suportada pelas presentes gerações. (NUNES,
2005, p27).
O grande caos vivido pela sociedade nos dias de hoje é resultado da falta de
conhecimento dos povos de antigamente. A mentalidade de uma sociedade focada
somente na ideia de que é necessário se desenvolver e que para isso acontecer não
importam as consequências de suas atitudes fizeram com que as gerações de hoje, e
consequentemente as futuras enfrentem problemas gravíssimos na luta pela
sobrevivência e na luta pelo seu bem-estar.

“O principal desafio deste século – para os cientistas sociais, os cientistas da


natureza e todas as pessoas – será a construção de comunidades
ecologicamente sustentáveis, organizadas de tal modo que suas tecnologias
e instituições sociais – suas estruturas materiais e sociais – não prejudiquem
a capacidade intrínseca da natureza de sustentar a vida” (CAPRA, 2005,
apud NASCIMENTO, 2009).

Uma sociedade que buscou apenas os próprios interesses na luta pelo


crescimento ocasionou os problemas que a nossa geração tem vivido e para isso
foram necessárias medidas para que esses problemas não se tornassem
catastróficos.
Como resultado dessas medidas o sistema jurídico brasileiro passou a ser
composto por normas jurídicas infraconstitucionais que visam à preservação do meio
natural, entre elas a Lei nº 4.771/65 (Código Florestal) que estabelece que as florestas
e demais vegetações que existem no território nacional são bens de interesse comum
da sociedade e que o direito de propriedade deve ser exercido observando-a; a Lei nº
6.902/81 (Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental) que dispõe sobre a
criação pelo governo federal, pelos estados e municípios, de Estações Ecológicas e
Áreas de Proteção Ambiental e as permissões para a exploração desses solos; a Lei
nº 9.433/97 (Lei dos Recursos Hídricos) que criou o Sistema Nacional de Recursos
Hídricos e instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, e a Lei nº 9.605/98 (Lei

75
dos Crimes Ambientais) que para as condutas lesivas ao meio ambiente estabelece
sanções penais e administrativas e dá outras providências aos crimes ambientais.
Uma lei importante e que merece destaque é a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de
1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos
de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o
Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico Federal de
Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental. A respeito desta Lei o autor Gleucio
Santos Nunes (2005, p. 31) assim conclui:

Suas virtudes podem ser sintetizadas na definição do conceito de poluição e


poluidor, bem como no estabelecimento de diretrizes a serem implementadas
pelo Poder Público e pela sociedade, a fim de minimizarem-se os efeitos da
exploração predatória dos recursos naturais. (NUNES, 2005, apud EDDINE,
2009)

Porém somente a partir de 5 de outubro de 1988, com a promulgação da


Constituição Federal brasileira, que “o meio ambiente passou a ser formalmente
considerado um bem jurídico.” (NUNES, p. 33). Os artigos 1º a 4º da Constituição
Federal estabelecem princípios fundamentais a serem observados pelo Estado
Democrático de Direito, dentre eles:
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em
Estado Democrático de Direito e tem como fundamento:
I – a soberania
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.
De acordo com Celso Antônio Pacheco Fiorillo e Renata Marques Ferreira
(2005, p. 4 e 5) é necessário que esses fundamentos elencados no art. 1º da Carta
Magna sejam obedecidos a fim de existir um direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Para eles, “a pessoa humana é verdadeira razão de ser do direito
ambiental brasileiro.”
O fundamento da soberania, primeiro inciso do artigo citado pressupõe que “O
direito ambiental está situado dentro de nosso poder de fazer e anular leis de forma
exclusiva em nosso território, organizando nossa racionalização jurídica.”
76
O segundo fundamento é o da cidadania, que pressupõe a dignidade social a
todos os brasileiros e estrangeiros no país, “independentemente da inserção
econômica, social, cultural e política.”
A dignidade da pessoa humana é o terceiro inciso do artigo 1º da Constituição
e assegura que “O direito ambiental brasileiro é construído a partir da dignidade da
pessoa humana.”
O quarto fundamento constitucional dos valores do trabalho e da livre iniciativa
garante que:

A economia capitalista que visa à obtenção do lucro estará sempre presente


nas relações jurídicas ambientais, balizada pelos valores maiores e
superiores da dignidade da pessoa humana, o que significa harmonizar a
ordem econômica com a defesa do meio ambiente. (art. 170, VI, da
Constituição Federal). (FIORILLO, e FERREIRA, 2005, p. 4).

E por último temos o quinto fundamento que é o pluralismo político que


“depende das formas de controle ligadas as estruturas de poder dentro do Estado
Democrático de Direito.”
Além desses fundamentos a serem observados na aplicação de normas
ambientais dispostas nos primeiros artigos da Carta Magna, podemos nos direcionar
especificamente ao estudo do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, em seu
título VIII, que tratou de cuidar especialmente em seu Capítulo VI da matéria do meio
ambiente:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse
direito, incumbe ao poder público:

I - Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo


ecológico das espécies e ecossistemas;
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e
fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - Definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus
componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão
permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção;

77
IV - Exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto
ambiental, a que se dará publicidade;
V - Controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos
e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio
ambiente;
VI - Promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que
coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou
submetam os animais à crueldade (...).
Com o decorrer dos anos é possível perceber que a defesa e proteção ao Meio
Ambiente têm recebido especial destaque no território brasileiro, por intermédio da
criação de leis, projetos de leis e decretos. São decisões que consagram a sua
preservação de modo cada vez mais minucioso, dando poder não a um ente da
federação apenas, mas atribuindo à União, Estados, Municípios e Distrito Federal
competência para legislarem sobre a matéria ambiental. São normas e diretrizes
estabelecidas para que a qualidade de vida em nosso território seja garantida de forma
igualitária a todas as pessoas que habitam e desfrutam de todos os elementos que
constituem o meio ambiente que os cercam.

26.1 Princípios fundamentais do direito ambiental brasileiro

Com relação aos princípios inerentes ao Direto Ambiental presentes no art. 225
da Carta Magna, uma breve análise será feita. Esses princípios são fundamentos de
sistemas de governo e têm sido adotados internacionalmente diante da necessidade
de se preservar a natureza, com o objetivo de se garantir uma melhoria na qualidade
de vida planetária. É também com a finalidade principal de se alcançar um meio
ecologicamente equilibrado que os Estados os têm colocado em prática.
A seguir, o entendimento de Celso Antônio Pacheco Fiorillo em sua obra Curso
de Direito Ambiental Brasileiro de 2001:

Aludidos princípios constituem pedras basilares dos sistemas político


jurídicos dos Estados civilizados, sendo adotado internacionalmente como

78
fruto da necessidade de uma ecologia equilibrada e indicativos do caminho
adequado para a proteção ambiental, em conformidade com a realidade
social e os valores culturais de cada Estado. (FIORILLO, 2001, ps. 22 e 23).

Os princípios do direito ambiental na Constituição Federal podem ser tratados


como princípios da Política Global do Meio Ambiente, conforme FIORILLO (2001),
pois se tratam de “princípios genéricos e diretores aplicáveis à proteção do meio
ambiente.”

A formação de um sistema de gerenciamento dos riscos ambientais decorre


das irritações provocadas por uma nova sociedade industrial, produzindo
desvios nas estruturas jurídicas vigentes em ressonância aos ruídos do
ambiente. (DE CARVALHO, 2009, apud OLIVEIRA, 2012).

27 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Fonte: grupossolos.com

Restauração: O termo "restauração" refere-se ao objetivo de reproduzir


exatamente a condição original do local antes de ser alterado pela intervenção. Um
exemplo de restauração é o plantio misto de espécies nativas para regenerar a
vegetação original, de acordo com as disposições do Código Florestal.
Restauração: O conceito de restauração está ligado à ideia de que o local alterado
deve ter qualidades próximas às do anterior, restabelecendo o equilíbrio dos
processos ambientais. Os sistemas agroflorestais regenerativos (SAF), constituídos
por sistemas de produção diversificados com estrutura semelhante à vegetação

79
original, têm sido utilizados com sucesso na região norte do país para restaurar áreas
degradadas por pastagens.
Reabilitação: Reabilitação é um recurso utilizado quando a melhor solução (ou
talvez a única viável) é o desenvolvimento de uma atividade alternativa adequada ao
uso humano, ao invés de restaurar a vegetação original, mas desde que planejada de
tal forma que tenha nenhum impacto negativo sobre o meio ambiente. A conversão
da agricultura convencional para o sistema agroecológico é uma importante forma de
reabilitação que melhora a qualidade do meio ambiente e dos
alimentos produzidos.

27.1 Áreas degradadas: formas e exemplos de degradação

Até 1920, à exceção das secas do Nordeste, a água no Brasil não


representou problemas ou limitações. A cultura da abundância atualmente
prevalecente teve origem nesse período. Ao longo da década de 70 e mais
acentuadamente na de 80, a sociedade começou a despertar para as
ameaças a que estaria sujeita se não mudasse de comportamento quanto ao
uso de seus recursos hídricos. Foram instituídas nesses anos várias
comissões interministeriais para encontrar meios de aprimorar o sistema de
uso múltiplo dos recursos hídricos e minimizar os riscos de comprometimento
de sua qualidade, principalmente no que se refere às futuras gerações, pois
a vulnerabilidade desse recurso natural já começava a se fazer sentir.
(RODRIGUEZ, 1998, apud MORAES, 2002).

Em geral, qualquer mudança induzida pelo homem no meio ambiente acaba


levando a alguma forma de degradação ambiental. Ao pesquisar a produção desse
material, constatamos que as definições de área degradada e degradação ambiental
variam muito por referência.
O Guia de Recuperação de Áreas Degradadas, editado pela SABESP, (2003,
p. 4) define degradação ambiental como “as mudanças que a sociedade impõe aos
ecossistemas naturais que alteram (deterioram) e assim comprometem suas
propriedades físicas, químicas e biológicas , a qualidade de vida das pessoas.”
Em “Meio Ambiente: Aplicação do Direito”, Neves e Tostes (1992, pp.20)
definem o ato de menosprezar da seguinte forma: “Desprezar significa estragar,
estragar. É o processo de transformação do meio ambiente que leva à perda de suas
qualidades benéficas e até mesmo à sua extinção." Os autores apontam que ao longo
do tempo tanto os engajados em atividades econômicas quanto o poder público têm
causado degradação ambiental. Quanto ao estado, são citadas

80
fontes de degradação: empresas estatais poluentes, má gestão sanitária e incentivos
fiscais para atividades degradantes (como observado na promoção da pecuária na
Amazônia)..

Já Luís Enrique SÁNCHEZ (2001) define a degradação do solo, como um


termo mais amplo do que poluição (do solo), englobando: “(I) a perda de
matéria devido à erosão ou a movimentos de massa, (II) o acúmulo de matéria
alóctone (de fora do local) recobrindo o solo, (III) a alteração negativa de suas
propriedades físicas, tais como sua estrutura ou grau de compacidade, (IV) a
alteração das características químicas, (V) a morte ou alteração das
comunidades de organismos vivos do solo”. (SÁNCHEZ, 2001, apud PIOLLI,
2004, p. 8)

Todos esses tipos de degradação abordados por Sánchez podem ser


amplificados no caso do desmatamento de áreas perenes, o que justificaria a
importância de restaurar a vegetação original dessas áreas o mais rápido possível.
O Ambiente Urbano Degradado: Nas áreas urbanas, o simples fato de grande parte
das áreas serem desmatadas já é um grave problema ambiental, mas as cidades
acumulam muitos outros problemas ambientais. Veículos movidos a combustíveis
fósseis liberam toneladas de partículas poluentes no ar, que afetam o funcionamento
de todos os ambientes ao seu redor e são a causa de vários problemas de saúde para
as pessoas. Outra consequência do uso de combustíveis fósseis é a formação de
ácidos a partir de óxidos de carbono e enxofre, que levam à chuva ácida. Esse
fenômeno altera negativamente os ecossistemas aquáticos e prejudica a agricultura e
as florestas. Especialistas nesta área vêm alertando as autoridades e a sociedade
para a necessidade urgente de replanejar a destinação de todos os resíduos sólidos
há algum tempo. O modo de vida nas cidades tem causado sérios problemas devido
à produção excessiva de resíduos, que inutilizam e poluem grandes áreas. A questão
dos aterros sanitários e da disposição em aterros é um problema sério para todos os
municípios. Crescem as preocupações com o destino desses resíduos: em vez de
causar danos sociais e ambientais, os resíduos podem gerar lucros. A criação de
cooperativas de “coletores de lixo” é um exemplo de solução que combina o sustento
econômico de muitas famílias com a preservação do meio ambiente.
Outro grave problema nos centros urbanos é o lançamento de efluentes
domésticos e industriais, que é considerado a principal forma de poluição das águas.
O alerta dos ambientalistas sobre a necessidade de tratamento adequado também
não é novo. Mas mesmo nos países ricos, a restauração dos rios começou nos últimos

81
anos, e ainda há muito a ser feito. O Rio Tietê, em São Paulo, talvez seja o exemplo
mais claro desse problema, onde bilhões de dólares estão sendo investidos para
reparar os danos causados pela atividade humana.

27.2 Planejamento Urbano Influindo na degradação ambiental

A falta de planejamento nas grandes cidades provoca uma mudança brusca no


ciclo natural da água e gera uma série de problemas ambientais. As inundações são
as mais comuns. A falta de espaços verdes, a impermeabilização do solo e a
canalização de rios e córregos são apontadas como as principais causas das
inundações. Além disso, o acúmulo de dejetos despejados nos cursos d'água pelo
homem provoca o assoreamento do leito do rio, agravando o problema das enchentes
e reduzindo as chances de vida de inúmeras espécies. Por isso, projetos de
reabilitação e reflorestamento (não apenas nas margens dos rios) nas cidades são
essenciais para o equilíbrio ecológico e o bem-estar social, a fim de garantir um
equilíbrio hídrico próximo à natureza. Resíduos industriais: Todos os dias, a indústria
joga na água toneladas de substâncias que não podem ser decompostas por
processos naturais e consequentemente se acumulam nos seres vivos. Os chamados
metais pesados. Os resíduos industriais ainda podem se acumular no solo, tornando
grandes áreas impróprias para a maioria das atividades humanas. A recente
contaminação do solo no condomínio do Município de Paulínia é apenas um exemplo
das consequências desse tipo de degradação: quando o problema foi descoberto,
dezenas de pessoas já estavam irreversivelmente contaminadas pela ingestão de
frutas e hortaliças produzidas em terrenos contaminados.
O Modelo Agropecuário: Os impactos negativos das atividades agropecuárias
decorrentes da chamada Revolução Verde são há muito debatidos. Nesse modelo de
agricultura, o uso de fertilizantes industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o
meio ambiente, além de contaminar os alimentos com substâncias tóxicas. A
monocultura assumida neste modelo, além de depender de constantes intervenções
que causam contaminação e erosão do solo, provoca a redução da biodiversidade
local e em muitos casos põe em risco o patrimônio genético da agricultura. Para se ter
uma ideia da influência da expansão da fronteira agrícola na destruição ambiental,
segundo o Ministério do Meio Ambiente 33 a vegetação do cerrado no alto curso do

82
rio Xingu e seus afluentes já foi destruído. A bacia do rio Xingu atravessa dois
importantes biomas brasileiros, o Cerrado e a Floresta Amazônica, abrangendo uma
área de 2.600 hectares, e o principal vetor dessa taxa de degradação é o modelo de
atividade agrícola introduzido a década de 60.
Diversas alternativas têm sido desenvolvidas para criar formas mais saudáveis
de produção de alimentos e com menor impacto ao meio ambiente. Permacultura,
sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica e controle biológico de pragas são
algumas das formas mais importantes de produção agrícola - comumente referida
como agricultura orgânica ou agroecológica - que respeitam o meio ambiente e a
saúde humana. No entanto, a transversalização e viabilidade da agroecologia
encontra forte resistência dos céticos e principalmente dos grandes grupos
empresariais que se beneficiam de toda a gama de produtos industriais (tratores,
sementes, fertilizantes e defensivos) que acompanham o modelo da Revolução Verde.
O investimento em pesquisa e divulgação dos benefícios e métodos da agricultura
orgânica ainda é necessário para reduzir efetivamente o impacto desastroso da
atividade agrícola convencional. Acrescente-se que
da safra 2004/2005 de soja foram plantadas com sementes transgênicas.
Erosão: O problema da erosão, quase sempre como resultado de algum tipo
de degradação ambiental, pode levar a uma maior deterioração à medida que se
desenvolve, tais como: B. o assoreamento dos rios e a perda de terras agrícolas.
Práticas agrícolas incorretas e desmatamento indiscriminado podem ser identificados
como os principais culpados pelos processos erosivos. Nesses casos, o
reflorestamento e as mudanças nos sistemas agrícolas podem aliviar
significativamente o problema;
Nas áreas rurais, vários fatores se combinam para determinar a intensidade
desse processo de erosão. Dentre eles podemos destacar: índice pluviométrico;
propriedades do solo (textura e estrutura); inclinação e tamanho do brinco; tipos de
uso e manejo da terra; Práticas de Conservação Adotadas (um conjunto de práticas
para reduzir a erosão).
Nas áreas urbanas, a erosão pode ser ainda mais devastadora: deslizamentos
de terra nas encostas ceifam milhares de vidas e deixam milhares de desabrigados,
rios lamacentos e não apenas transmitem danos, mas também doenças contagiosas.

83
Para mitigar esses problemas, o reflorestamento é urgentemente necessário, pelo
menos em áreas críticas e de conservação permanente.

28 A IMPORTÂNCIA DA MATA CILIAR

Fonte: ecodebate.com.br

A quantidade de água que entra em contato com o solo é um dos fatores


determinantes no processo de erosão; As margens dos rios são, portanto,
extremamente vulneráveis, o que pode levar a sérios danos, como assoreamento e
perda de solo para a agricultura. Na natureza, ao longo dos anos, o plantio de
vegetação nas margens dos rios tem sido essencial para a estabilização e existência
dos leitos dos rios: as matas da Ribera, assim chamadas devido à semelhança do
efeito que as abas têm no olho proteção. As florestas aluviais também funcionam
como um filtro natural para possíveis resíduos de produtos químicos, fertilizantes e
pesticidas, bem como do próprio processo de erosão. As águas correntes com
florestas aluviais intactas são menos afetadas por esses agentes. Formam longos
corredores de vegetação ao longo dos rios e contribuem para a preservação da
biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.

O Brasil é, a nível mundial, um dos países de maior biodiversidade, haja vista


que apresenta cerca de 10% dos organismos existentes no mundo e 30% das
florestas tropicais (MITTERMEIR et al., 1992, apud COSTA, 2014).

84
28.1 Formas de recuperação da mata ciliar

O processo de assentamento lento e gradual de organismos em um


determinado local é chamado de sucessão ecológica. Caso esse processo ocorra em
uma área anteriormente desabitada, fala-se de uma sucessão primária; No caso de
assentamento de organismos em área já constituída como ecossistema, tal. B. uma
área de floresta desmatada ou queimada, falamos de uma sucessão secundária.
A sucessão primária pode ocorrer em rochas desabitadas, em áreas cobertas por lava
vulcânica resfriada ou em telhados antigos. A falta de nutrientes orgânicos impede a
sobrevivência de organismos heterotróficos (que não produzem seu próprio alimento),
e a falta de nutrientes inorgânicos dificulta a sobrevivência de grandes organismos
autotróficos (que produzem seu alimento). Os primeiros organismos a se
desenvolverem nessas condições, devido à sua capacidade de sintetizar matéria
orgânica e seu pequeno tamanho, são os líquens, cianobactérias e musgos,
chamados de organismos pioneiros, que juntamente com os consumidores e
decompositores dessas criaturas formam as comunidades pioneiras.
Com o tempo, a decomposição de fezes, tecidos e organismos mortos produz
nutrientes inorgânicos, como nitratos e fosfatos, que permitem que gramíneas, ervas
daninhas, invertebrados e pequenos vertebrados sobrevivam. Esses organismos
formam as chamadas comunidades ou seres intermediários.
As comunidades ou seres intermediários favorecem o desenvolvimento das árvores
da vegetação "adulta" (geralmente de ciclo de vida longo), que formam as
comunidades clímax. O processo de sucessão secundária, por outro lado, ocorre em
locais previamente assentados cujas comunidades saíram do estágio de pico devido
às mudanças climáticas, invasão humana (como em uma área desmatada ou
queimada), ou devido à queda de uma árvore em a floresta abrindo uma clareira na
floresta. Nesses casos, a sucessão emana das intercomunidades (seres), e na
ausência de perturbações ambientais – como fogo, poluição do ar e do solo,
agrotóxicos e novos desmatamentos – a comunidade fica livre para se desenvolver
até o clímax, conforme descrito para sucessão primária
No entanto, quase sempre ocorrem fatores ambientais disruptivos que
impedem o processo de sucessão natural e às vezes até o impedem. A duração desse
processo é muito longa e pode ultrapassar 60 anos para alguns tipos de ambientes,

85
mesmo na ausência de problemas ambientais. Estudar os detalhes do processo de
sucessão ecológica é, portanto, fundamental para que possamos apoiar positivamente
o processo dinâmico de desenvolvimento da vegetação, seja aumentando a taxa de
regeneração da vegetação ou contornando distúrbios ambientais. Um fator importante
a ter sempre em mente é que as espécies de árvores têm necessidades e resistências
diferenciadas à luz solar.
Algumas espécies só se desenvolvem sob luz solar direta durante todo o seu
ciclo de vida (são árvores pioneiras). Essas plantas são interessantes para iniciar o
processo de recuperação e fornecer sombra para as árvores que precisam de menos
luz. As árvores predominantes na vegetação adulta (clímax), chamadas de clímax,
apresentam uma tolerância à luz muito baixa durante seu desenvolvimento. Um
terceiro grupo, os secundários, que requerem mais luz do que os climáticos
, não toleram tanta luz quanto os pioneiros. As árvores secundárias são, em alguns
casos, divididas em grupos de acordo com sua tolerância à luz (que pode ser maior
ou menor). Mais detalhes sobre essas características são abordados no próximo
capítulo: Reflorestamento.

29 PROCEDIMENTOS BÁSICOS PARA O SUCESSO DO REFLORESTAMENTO,


SELEÇÃO DE ESPÉCIES.

Para a restauração da mata nativa, devem ser utilizadas apenas espécies


originais do local, pois além de restaurar mais fielmente o ambiente original, as plantas
nativas têm muito mais oportunidades de adaptação ao meio ambiente. Quando se
trata de restauração de mata ciliar, alguns cuidados especiais precisam ser tomados,
como: Ex.: condições do solo; elevação do nível do rio; Seleção das espécies mais
adequadas e seu ciclo de vida. As matas ciliares são muitas vezes sujeitas a
inundações temporárias, portanto, não basta selecionar espécies nativas da região, é
preciso se adaptar às condições específicas desse ambiente.
Outro fator a considerar são as raízes das plantas. Muitos deles atingem o lençol
freático, portanto, as espécies selecionadas devem ser capazes de lidar bem com
essas situações.

86
30 PRINCIPAIS INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL

Fonte: cebds.org

Os indicadores de sustentabilidade empresarial visam aferir a participação das


empresas nas ações de sustentabilidade ambiental. O objetivo é que as empresas
contribuam para a preservação do meio ambiente da comunidade a que pertencem e,
como consequência, haja um acúmulo de boas práticas que melhorem ou gerem mais
ações para sustentabilidade e preservação do meio ambiente ao redor do mundo. Os
indicadores funcionam como termômetros para medir o grau de participação das
empresas e dos grupos empresariais quanto a critérios ideais de sustentabilidade. A
sustentabilidade nos negócios baseia-se nas óticas econômica, ambiental e social,
que, uma vez combinadas estrategicamente, são capazes de reduzir os impactos
gerados por suas operações ao ambiente e às comunidades. Isso torna seus
colaboradores mais felizes e, a médio prazo, acrescenta valor ao negócio, já que os
investidores geralmente optam por direcionar recursos a empresas vistas com bons
olhos pela comunidade. Leia a seguir sobre cada uma dessas óticas (SOUZA, 2021).
Ótica econômica
Está relacionada ao crescimento sustentável de uma empresa em que há
respeito pelos recursos naturais. A empresa que tem preocupação com o seu
crescimento sustentável reduz progressivamente o uso desenfreado de recursos
naturais durante o seu ciclo de produção, evita desperdícios e tende a distribuir a
riqueza gerada de forma mais igualitária. Os indicadores utilizados pela gestão das
87
empresas estão relacionados aos objetivos desta e podem se referir a diversos
aspectos do negócio, como nível de satisfação dos clientes, produtividade dos
colaboradores, desempenho comercial, etc. Alguns indicadores econômicos são
importantes para medir e acompanhar como está o desempenho da empresa em
termos econômicos, sendo os mais comuns os de liquidez, rentabilidade e
endividamento. Considerando avaliar a empresa exclusivamente pelo aspecto
econômico, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)
recomenda a implantação dos indicadores: necessidade de capital de giro (NCG),
endividamento (%) e estrutura de endividamento (%), volume de negócios/ passivo,
liquidez geral e reduzida, rentabilidade líquida e operacional de vendas, rentabilidade
operacional de ativo, rentabilidade dos capitais próprios, EBITDA, EBITDA/gastos
financeiros, dívida financeira/EBITDA e valor adicionado bruto.
Ótica ambiental
Corresponde à minimização dos impactos ambientais negativos decorrentes da
operação empresarial, com objetivo de criar impactos positivos. Para tanto baseia-se
nas boas práticas utilizadas durante o clico de vida do produto e dentro da estrutura
interna da organização. No entanto, a sustentabilidade ambiental não deve ser
encarada como uma estratégia de marketing, porque deve ser uma preocupação com
a preservação e a continuidade dos recursos naturais. Um exemplo é o cuidado com
a continuidade das matérias-primas que a empresa utiliza no processo produtivo. Uma
investigação sobre métodos de extração mais sustentáveis, por exemplo, diminui a
possibilidade de escassez ou de aumento de custo no futuro. Os indicadores de
sustentabilidade ambiental utilizados pelo mercado são os seguintes: ciclo de vida e
qualidade do produto, saúde ambiental, uso de equipamento, quantidade de água,
energia e materiais usados, além de materiais reutilizados/reciclados, pegada de
carbono e necessidades de transporte (medido em emissões de CO₂) (BUSINESS AT
SPEED, c2020).
Ótica social
Por essa ótica, a preocupação é promover uma relação sustentável entre a
empresa e a comunidade. Isso porque as empresas, de alguma forma, geram um
impacto não só em seus funcionários, trabalhadores da cadeia de valor e clientes,
mas também nessas comunidades onde estão inseridas. Por isso, é importante
promover o bem-estar das pessoas e da sua respectiva comunidade, tornando-as
88
mais felizes com desenvolvimento e ações sociais sustentáveis de apoio ao meio
ambiente. São exemplos de indicadores de sustentabilidade social: ações de
voluntariado, programas de apoio à comunidade, investimento em intervenção na
comunidade, impacto social das intervenções (SROI), criação de postos de trabalho e
iniciativas de apoio às famílias dos colaboradores (BUSINESS AT SPEED, c2020).
Uma empresa considerada sustentável é aquela que considera não só suas
oportunidades de negócio, mas também seus riscos sociais e ambientais. Uma
organização empresarial com princípios éticos minimiza seu impacto ambiental e
respeita a comunidade em que está inserida. Segundo a Comissão Mundial para o
Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (WCED), uma empresa com
desenvolvimento sustentável é a “[…] que responde às necessidades do presente
sem comprometer a capacidade das futuras gerações responderem às suas próprias
necessidades” (BUSINESS AT SPEED, c2020, documento on-line). Já a Organização
da Nações Unidas (ONU) afirma que uma empresa deve assegurar os cinco aspetos
a seguir para ser sustentável (BUSINESS AT SPEED, c2020).
1. Ter responsabilidade e estar alinhada com os princípios universais.
2. Promover ações apoiando a sociedade.
3. Comprometer-se com a sustentabilidade no DNA corporativo, ao nível mais
elevado.
4. Publicar relatórios anuais com os seus esforços.
5. Incentivar o envolvimento com as comunidades locais. Ne seção a seguir,
acompanhe os tipos de avaliações desenvolvidas pelos indicadores mencionados
(SOUZA, 2021).

30.1 Avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade empresarial

As avaliações promovidas pelos indicadores de sustentabilidade empresarial


são baseadas nas mesmas três óticas que vimos na seção anterior: econômica,
ambiental e social.
Ótica econômica
Sob o ponto de vista econômico, podemos citar como indicadores a
necessidade de capital de giro; o endividamento e a estrutura do endividamento; e o

89
EBITDA. Necessidade de capital de giro (NCG) Representa os recursos financeiros
investidos em permanência no ciclo operacional da empresa. O cálculo é realizado
com base na diferença entre os limites dos prazos de pagamento aos fornecedores e
dos créditos concedidos aos seus clientes. Como resultado, a empresa avalia se há
ou não necessidade de captar novos recursos para manter sua operação em dia. O
ideal é que a operação ocorra sem que haja necessidade de captação (SOUZA, 2021).
A fórmula mais utilizada é:
NCG = AO – PO

AO (ativo operacional) representa as contas do ativo circulante do balanço


patrimonial que se relacionam com o ciclo de exploração e operações de curto prazo,
implicando as necessidades de financiamento, como adiantamento a fornecedores,
clientes, estoque de matérias-primas, impostos a recuperar, etc.; „ PO (passivo
operacional) representa as contas do passivo circulante do balanço patrimonial que
se relacionam com o ciclo de exploração e operações de curto prazo, implicando a
criação de recursos financeiros, como adiantamento de clientes, fornecedores,
impostos a recolher e demais credores de exploração; „ NCG > 0 demonstra a
necessidade de captação de recursos financeiros, seja no mercado, seja com injeção
de capital por parte dos sócios; „ NCG < 0 demonstra um excedente no ciclo financeiro
e, por isso, não há necessidade da captação de novos recursos financeiros. Os fatores
que influenciam na necessidade de captação de recursos incluem o tamanho da
empresa, o valor da mão de obra, a extensão do ciclo de exploração e o prazo de
pagamentos acordados com fornecedores e clientes (SOUZA, 2021).

Endividamento e estrutura do endividamento

O endividamento representa o quanto a empresa deve a terceiros. Segundo


Padoveze (2017), para aferir o quanto a empresa tomou de recursos de terceiros em
relação ao seu capital próprio, utilizamos a fórmula: Endividamento geral = passivo
(circulante + não circulante) ÷ patrimônio líquido Em relação à estrutura do indicador
de endividamento, é importante saber quanto da dívida encontra-se no curto e no
longo prazo. Para tanto, Ludícibus e Marion (2019), recomendam a avaliação da
qualidade da dívida e indica a fórmula: Composição do endividamento = PC ÷ capital
90
de terceiros onde: „ PC é o passivo circulante; „ capital de terceiros é passivo exigível
total = passivo circulante + passivo não circulante; „ a fonte de ambos os valores é o
balanço patrimonial. EBITDA Segundo Padoveze (2017, p. 465), EBITDA (Earnings
Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization), “[…] é um conceito de geração
bruta operacional de lucro. Não considera os resultados não operacionais e adiciona
ao lucro operacional as depreciações e amortizações. Trata-se, portanto, do lucro da
operação acrescido das amortizações e depreciações”. As informações para o cálculo
do EBITDA são extraídas da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). Sua
principal função é mensurar o potencial de geração de lucros. Ótica ambiental Os
indicadores ambientais representam aspectos sobre meio ambiente, recursos naturais
que a empresa utiliza e atividades humanas relacionadas. Demonstram como as
empresas minimizam impactos ambientais negativos decorrentes da sua operação
empresarial, com o objetivo de criar impactos positivos que atestem as ações. Esses
indicadores são o ciclo de vida do produto, a saúde ambiental e a pegada carbônica.
Ciclo de vida de um produto Trata-se de uma ferramenta administrativa que analisa o
comportamento de um dado produto nas suas principais fases: desenvolvimento,
introdução, crescimento, maturidade e declínio. Conhecendo essas fases com
profundidade, a empresa é capaz de identificar em qual delas é possível causar menor
impacto ao meio ambiente (SOUZA, 2021).

Saúde ambiental

Com esse indicador, mede-se a relação entre meio ambiente e saúde. É


possível criar indicadores para medir coleta de lixo, queimadas e incêndios florestais,
solo contaminado ou com suspeita de contaminação, utilização de agrotóxicos, água
poluída ou contaminada na captação, qualidade da água, etc. Os dados para
construção dos indicadores dessa natureza podem ser obtidos no IBGE, com a
Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, o Censo Demográfico e a Pesquisa de
Amostras de Domicílio, e no Sistema Nacional de Saneamento, por exemplo. Pegada
carbônica (medido em emissões de CO2) Essa medida está relacionada às
necessidades de transporte, demonstrando que a empresa se dedica à utilização de
meios de transportes menos poluentes. Segundo Espíndola (2020, p. 9), as ações
para diminuir a emissão de CO2 por veículos passam, sobretudo, por “[…] metas de
91
eficiência energética, estímulo ao uso de combustíveis mais limpos como os
biocombustíveis, além da adoção de novas tecnologias como veículos elétricos e
híbridos”. No Brasil, o Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento
da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto) institui às empresas
metas de eficiência energética para que se regularizem no novo regime automotivo.
No entanto, segundo o BNDES (2017 apud SOUZA, 2021).

[…] o aumento da eficiência de novos veículos, ainda que seja capaz de


reduzir o consumo energético, não será capaz de evitar sozinho o aumento
da frota veicular mundial e o consequente uso crescente de combustíveis.
Para isso, mudanças radicais devem ser feitas no setor de transportes, tanto
no padrão de motorização quanto na transição de combustíveis fósseis para
fontes mais limpas. […] O etanol conseguiu uma grande penetração no
mercado brasileiro. Ele é utilizado de forma eficiente em veículos em
substituição à gasolina e é capaz de reduzir em até 90% das emissões de
CO2 em comparação com os combustíveis fósseis.

O Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS (2003, p. 3) afirma que


devem ser considerados fatores ambientais importantes para o contexto local e
regional, ou “[…] recursos naturais críticos que são insumos para a atividade
desenvolvida, para que os indicadores escolhidos possam propiciar maiores
benefícios na avaliação do desempenho ambiental da organização”, a exemplo de:

– Empresas que estejam localizadas em áreas críticas de poluição do ar


devem considerar as condições atmosféricas para definir seus aspectos
ambientais relevantes e os indicadores de desempenho. – Uma fábrica que
produza cerveja ou refrigerantes tem a água como um recurso crítico ou
relevante, de forma diferente de empresas que utilizam a água em seu
processo apenas para lavagem de equipamentos e instalações, por isso,
deve ter indicadores de desempenho relacionados com o consumo de água
por produto (SENAI-RS, 2003, p. 3).

Nesse exemplo da água, note que um mesmo recurso pode ser considerado
um fator crítico para uma determinada atividade empresarial (ela é um ingrediente do
produto final) e, para outra, ser um mero material de uso. Essa sensibilidade deve
nortear o gestor na construção dos seus indicadores ótimos. Ótica social O objetivo
dos indicadores sociais é promover uma relação sustentável entre a empresa e a
comunidade em que está inserida, ou seja, o bem-estar das pessoas e da sua
respectiva comunidade, tornando-as mais felizes e promovendo o desenvolvimento
da comunidade com ações sociais sustentáveis de apoio ao meio ambiente. Sob o
ponto de vista da macroeconomia, os indicadores sociais são utilizados para designar
92
se os países são desenvolvidos, em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, como o
índice de mortalidade infantil, a média de expectativa de vida, saneamento básico,
entre outros.
No meio empresarial, temos como exemplos o investimento de intervenção na
comunidade, os postos de trabalho criados e as iniciativas de apoio às famílias dos
colaboradores.
Investimento de intervenção na comunidade
Esse indicador é mais qualitativo do que quantitativo e, para melhor representá-
lo, seguem alguns exemplos de ações desenvolvidas por empresas de grande porte
e seus investimentos nas respectivas comunidades. Iniciativas de empresas
socialmente responsáveis Como exemplo de empresas socialmente responsáveis,
temos a Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), empresa de mineração,
metalurgia e recursos florestais. Seu planejamento estratégico inclui reflorestamento
de eucalipto e diminuição de impactos ambientais oriundos de sua operação. Além
disso, a empresa mantém a Fundação José Carvalho, que possui um projeto social
com 12 escolas para crianças no Nordeste do Brasil. Outro exemplo é o Instituto C&A,
mantido pelas lojas C&A, que trabalham em parceria com o poder público apoiando
ações de inclusão social e apoio à educação de crianças e adolescentes. Alguns dos
projetos apoiados pela instituição incluem o Prazer em Ler, a Educação Integral e
Educação Infantil e o Projeto Axé.
A Fundação O Boticário realiza ações de proteção ambiental para preservar a
matriz das suas matérias-primas. Entre seus objetivos estão a conscientização para
preservação da natureza e promoção da sustentabilidade. Suas reservas de proteção
alcançam 11 mil hectares e envolvem também o entorno das reservas. O Instituto
Souza Cruz trabalha com projetos pedagógicos que preparam jovens para exercer o
papel de agente de desenvolvimento rural. O projeto é direcionado a jovens
agricultores. Mantém o Programa Empreendedorismo do Jovem Rural (PEJR), para
formação complementar à educação formal. Para transformar esses feitos em
indicadores, é necessário quantificar as ações e evidenciá-las para acompanhamento
e identificação dos seus resultados, publicando nos relatórios de sustentabilidade e
balanço social das empresas. Postos de trabalho criados
Neste item, é importante quantificar os pontos criados e as iniciativas no tempo,
como quantidade de postos de trabalho criados no ano de X1. Iniciativas de apoio às
93
famílias dos colaboradores As iniciativas de apoio às famílias dos colaboradores
também devem ser quantificadas para demonstração das ações de melhoria e
qualidade de vida da comunidade, como iniciativas de apoio realizadas em X2. A
publicidade das ações completa o objetivo de melhorar a qualidade de vida da
comunidade (SOUZA, 2021).

30.2 Índice de sustentabilidade empresarial da B3

A B3 surgiu da fusão entre BM&F Bovespa (Bolsa de Valores, Mercadorias e


Futuros de São Paulo) e a Cetip (Central de Custódia e de Liquidação Financeira de
Títulos). As companhias abertas listadas na B3 são expostas a avaliações criteriosas
de analistas de investimentos, o que inclui um índice de sustentabilidade. A BM&F
Bovespa era responsável, antes da fusão, pela administração dos direitos de gestão
e operacionalização das atividades da câmara de compensação e liquidação de títulos
públicos, títulos de renda fixa, ativos emitidos por instituições financeiras, títulos
patrimoniais da bolsa de valores do Rio de Janeiro e organização do sistema de
negociação de títulos e demais ativos conhecidos como Sistema de Negociação
Eletrônica de Dólares da Bolsa de Mercadorias e Futuros (Sisbex).
A CETIP, por sua vez, era uma empresa de capital aberto que integrava
operações e atividades do mercado financeiro. Criada em 1984, abriu capital em 2009,
sendo responsável pela custódia e pela liquidação de títulos do mercado financeiro.
Suas funções incluíam custodiar, registrar, liquidar e tratar a operacionalização de
ativos, como cotas de fundos de investimentos. Era considerada a principal agente
responsável pelo depósito de títulos de crédito privado, sendo que a maior parte dos
investidores em renda fixa estava sujeita à prestação de serviços da Cetip, além de
todos que possuíam conta corrente, já que o processamento de TED e DOC também
era de responsabilidade da Cetip. É cada vez maior o número de investidores que
operam na B3. O mercado de renda variável (mercado de ações) fica ainda mais
atrativo para os investidores em decorrência da queda das taxas de juros no Brasil, a
taxa SELIC, que, por sua vez, remunera diversos investimentos de renda fixa. A B3
possui vários indicadores para atestar a solidez das empresas que nela transacionam
seus ativos.

94
O Indicador de Sustentabilidade Empresarial (ISE) é um dos mais importantes.
Criado em 2005, O ISG tem o objetivo de atestar as empresas que executam as
melhores práticas de sustentabilidade da ESG (Ambiental, Social e Governança, em
português). É uma ferramenta que serve para analisar de maneira comparativa com
outras empresas as ações de sustentabilidade. Objetiva a criação de um ambiente de
investimento diferenciado, reconhecendo empresas que atuam de acordo com as
necessidades de desenvolvimento sustentável. Parte-se do pressuposto de que,
assim como os indivíduos, as empresas também precisam dar suporte às ações de
desenvolvimento sustentável e incentivar a melhoria contínua da educação, além de
adotar práticas de governança. As empresas que seguem essas práticas, além de
melhorarem sua imagem perante o mercado, preservam a continuidade dos negócios.
As práticas da ESG consistem em um conjunto de práticas ambientais, sociais e de
governança corporativa para guiar investidores, além de escolhas de consumo com
foco na sustentabilidade. A forma de ingresso das empresas no ISE passa por uma
seleção envolvendo questionários e apresentação de documentos. Cada ponto
analisado é uma dimensão da sustentabilidade. Alguns exemplos citados por Reis
(2018, documento on-line):

a) alinhamento às práticas de sustentabilidade, compromisso com


desenvolvimento sustentável, combate à corrupção e transparência; b)
disponibilização de informações ao consumidor final e impacto dos produtos
oferecidos; c) processos de fiscalização, processos de auditoria e conflito de
interesses; d) posição e ação empresarial nas áreas financeira, mudança do
clima, ambiental e social.

As empresas não entram no ISE e permanecem como inclusas. A vigência é


anual e, para que a empresa permaneça no ano seguinte, é necessário que mantenha
o conjunto de indicadores apresentados no ano anterior. Segundo Reis (2018,
documento on-line):

[…] o ISE é, portanto, um benchmark para quem quer investir em empresas


preocupadas com sustentabilidade. Além disso, o Índice de Sustentabilidade
Empresarial incentiva outras empresas a pensar em questões ambientais,
sociais e também de governança. Isso torna o mercado mais atrativo e
socialmente responsável.

95
A preservação do meio ambiente, não é, portanto, um dever apenas dos
cidadãos, mas também das empresas. Tal prática se reveste em bons investimentos,
já que o investidor, cada vez mais, busca por empresas com selo de sustentabilidade.
As empresas que possuem o ISE influenciam não só o investidor, mas também o
consumidor que, aos poucos, passa a ver com bons olhos e a priorizar o consumo dos
seus produtos. Isso é uma tendência tanto no Brasil, quanto no mundo (SOUZA,
2021).

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