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MPSC

RETA FINAL
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CORPO DOCENTE

Ana Cristina Duarte. Professora de português licenciada pela Universidade Federal de Pelotas,
pós-graduada em Metodologia de Ensino, professora de ensino particular, leciona português há
mais de 8 anos, tendo participado de diversos projetos de ensino, principalmente preparatórios
de concursos públicos. Experiente em resolver questões de diversas bancas, como CESPE,
Cesgranrio, Fundatec, FCC, etc. Também prepara alunos para diversos tipos de prova como
ENEM, IF, Vestibular, Sest Senat, dentre outros. Trabalha com mentoria individual para alunos
que prestam concursos públicos. Objetiva descomplicar o português, trazendo-o para o
cotidiano dos alunos de uma forma descontraída e leve. Instagram: @_portuguessemneura.

Andreia Tonin. Promotora de Justiça, membro do Ministério Público do Estado de Santa Catarina
(MPSC), aprovada em 2º lugar. Pós-Graduada em Direito Processual Civil e em Direito Público.
Ex-analista da Justiça Federal do Rio Grande do Sul (aprovada em 1º lugar). Ex-assessora de
juiz de direito. Professora do Curso CEI e da Escola do Ministério Público do Estado de Santa
Catarina.

Carlos Frederico Escocard. Promotor de Justiça no Estado do Paraná. Graduado em Direito


na Universidade Cândido Mendes. Especialista em Direito pela Emerj. Professor de Direito
Administrativo de diversos cursos preparatórios (Escola da Magistratura do Paraná – EMAP, Ius
Premium, Emerj, CEI). Palestrante.

Lucas Gabriel Scheidweiler. Promotor de Justiça do Ministério Público do Paraná, ex-membro


do MPSC e do MPMG.

Lucas Lösch Abaid. Promotor de Justiça no Estado do Paraná, aprovado nos concursos públicos da
Defensoria Pública do Estado do Paraná e Ministério Público do Estado de Roraima, ex-assessor
jurídico no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público
do Estado do Mato Grosso do Sul, Especialista em Direito Penal e Processo pela Faculdade
Damásio, Especialista em Direito Constitucional pela Faculdade Damásio, Professor de Cursos
Preparatórios para Concursos Públicos.

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Rafael Pereira. Promotor de Justiça no Estado do Paraná. Mestrando em ciências jurídicas pela
UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná. Professor da Fundação Escola do Ministério
Público do Paraná-FEMPAR. Professor da escola do Ministério Público do Paraná e da Escola
Nacional do Ministério Público Professor dos Cursos CEI carreira do Ministério Público e do
curso de pós graduação em direitos difusos e coletivos. Autor do Livro Manual do Acordo de Não
Persecução Cível.

Teilor Santana da Silva. Promotor de Justiça, membro do Ministério Público do Estado do Paraná
(MPPR). Integrante do Grupo de Trabalho 4 (GT4 – Migração e Refúgio) da Procuradoria Federal
dos Direitos do Cidadão (PFDC/MPF). Mestrando em Direito – linha de pesquisa Compliance e
Instituições (Univel), com estada de investigação no Instituto Jurídico da Universidade de Coimbra
(IJ/UCILeR-Portugal). Pós-Graduado em Direito Processual Penal. Ex-servidor do Ministério
Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS, Oficial do Ministério Público, aprovado em
1º lugar). Professor de Direito Penal, Prática Penal e Execução Penal na Fundação Escola do
Ministério Público do Estado do Paraná (FEMPAR), na Escola da Magistratura do Estado do
Paraná (EMAP), na Escola Superior do Ministério Público do Estado do Paraná (ESMPPR) e
no Curso CEI. Coautor da obra “Mapeando o Edital – Ministério Público” (Editora Juspodivm,
2021). Autor de artigos publicados em periódicos especializados. Palestrante.

Thimotie Aragon Heemann. Bacharel em Direito pela Fundação Escola Superior do Ministério
Público do Rio Grande do Sul (FMP). Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado do
Paraná, atualmente na Comarca de Campina da Lagoa/PR. Colaborador no Centro de Apoio
Operacional às Promotorias de Direitos Humanos do Ministério Público do Estado do Paraná
(CAOPJDH). Colaborador do Núcleo de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (NUPIER) do
Ministério Público do Estado do Paraná. Palestrante. Professor de Direito Constitucional e
Direitos Humanos do Curso CEI, da Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Paraná
(FEMPAR) e da Escola da Magistratura do Estado do Paraná (EMAP). Autor de livros e artigos
jurídicos.

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SUMÁRIO

CORPO DOCENTE................................................................................................................................... 2
CRONOGRAMA...................................................................................................................................... 6
QUESTÕES OBJETIVAS SEM GABARITO COMENTADO.......................................................................... 7
DIREITO CONSTITUCIONAL.............................................................................................................. 7
DIREITO ADMINISTRATIVO.............................................................................................................. 7
DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO............................................................................................... 8
DIREITO ELEITORAL.......................................................................................................................... 9
DIREITO PENAL................................................................................................................................. 9
DIREITO PROCESSUAL PENAL........................................................................................................ 10
CRIMINOLOGIA.............................................................................................................................. 12
EXECUÇÃO PENAL.......................................................................................................................... 12
DIREITO CIVIL................................................................................................................................. 12
DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................................................................................... 14
FUNDAMENTOS E NOÇÕES GERAIS DE DIREITO........................................................................... 15
PORTUGUÊS.................................................................................................................................... 15
DIREITO FALIMENTAR.................................................................................................................... 18
PROCESSO COLETIVO..................................................................................................................... 18
DIREITO AMBIENTAL...................................................................................................................... 19
DEFESA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA................................................................................ 20
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 20
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................ 22
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA............................................................................................... 23
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL......................................................................................................... 24
GABARITO............................................................................................................................................ 25
QUESTÕES OBJETIVAS COM GABARITO COMENTADO....................................................................... 26
DIREITO CONSTITUCIONAL............................................................................................................ 26
DIREITO ADMINISTRATIVO............................................................................................................ 30
DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO............................................................................................. 33
DIREITO ELEITORAL........................................................................................................................ 34
DIREITO PENAL............................................................................................................................... 36
DIREITO PROCESSUAL PENAL........................................................................................................ 42
CRIMINOLOGIA.............................................................................................................................. 48
EXECUÇÃO PENAL.......................................................................................................................... 50

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DIREITO CIVIL................................................................................................................................. 52
DIREITO PROCESSUAL CIVIL........................................................................................................... 61
FUNDAMENTOS E NOÇÕES GERAIS DE DIREITO........................................................................... 68
PORTUGUÊS.................................................................................................................................... 69
DIREITO FALIMENTAR.................................................................................................................... 75
PROCESSO COLETIVO..................................................................................................................... 76
DIREITO AMBIENTAL...................................................................................................................... 81
DEFESA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA................................................................................ 87
DIREITO DO CONSUMIDOR............................................................................................................ 90
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE................................................................................ 97
DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA............................................................................................. 103
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL....................................................................................................... 108

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CRONOGRAMA

Rodada Publicação

1ª Rodada 03/02/2023

2ª Rodada 17/02/2023

3ª Rodada 10/03/2023

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QUESTÕES OBJETIVAS SEM GABARITO COMENTADO


🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL
QUESTÃO 01. Ao longo da trajetória constitucional brasileira, jamais se admitiu a figura da vacatio
constitutionis.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 02. O Supremo Tribunal Federal reconhece a existência do denominado “princípio da proibição
do atalhamento constitucional”
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 03. Apenas as normas polissêmicas podem ser objeto da técnica da interpretação conforme à
Constituição.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 04. Segundo a Lei do Mandado de Injunção, findo o prazo para apresentação das informações,
será ouvido o Ministério Público, que opinará em 05 (cinco) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos
serão conclusos para decisão.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 05. O constitucionalismo feminista, também chamado de direito constitucional feminista
(ou Direito Constitucional a partir de uma perspectiva de gênero) é resultado do pensamento crítico
feminista que vem modificando o mundo político-jurídico e construindo novos conceitos a partir das
noções de poder; justiça. Liberdade e recontextualizando a igualdade no Estado Constitucional para
formular propostas concretas e corrigir as injustiças baseadas na dinâmica d dominação/subordinação
entre homens e mulheres que acarretam a negativa ao acesso das mulheres ao espaço público.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 06. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o delito de desacato foi recepcionado pela
Constituição Federal de 1988.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO
QUESTÃO 07. A chamada lei das estatais (Lei nº 13.303/16) dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa

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pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 08. Concessão patrocinada é o contrato de prestação de serviços de que a Administração
Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação
de bens.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 09. João, servidor público estadual, acumula 2 (dois) cargos técnico-científicos há 28 anos.
Constatado o fato em 2022, a Administração Pública instaurou procedimento para verificar a ilegalidade
da situação.
Nesse caso, verifica-se que há ilegalidade e não há decadência do direito da Administração em adotar esse
procedimento, pois atos inconstitucionais não se convalidam pelo decurso do tempo.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 10. A competência para processo e julgamento das lides envolvendo autarquias é sempre da
Justiça Federal.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 11. Os órgãos públicos não possuem capacidade judiciária, uma vez que não têm personalidade
jurídica própria.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO


QUESTÃO 12. Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao
princípio da anterioridade, pois agrava a situação do contribuinte.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 13. A instituição de ensino que possui imunidade tributária a perderá em relação aos seus
imóveis que estejam locados a terceiros.
A) CERTO
B) ERRADO

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🏳 DIREITO ELEITORAL
QUESTÃO 14. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido
pelo qual foi eleito. Dentre outras causas, considera-se justa causa a mudança substancial ou desvio
reiterado do programa partidário.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 15. Admite-se no ordenamento brasileiro a figura do prefeito itinerante.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO PENAL
QUESTÃO 16. Diante da gravidade em abstrato do crime, o fato de ser o agente denunciado pelo
cometimento dos delitos descritos na Lei n. 12.850/2013 justifica a imposição automática da prisão
preventiva.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 17. O delito do art. 2º, § 1º, da lei n. 12850/13 (§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede
ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.) é
crime material, seja na modalidade embaraçar, seja na modalidade impedir.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 18. A “investigação criminal” objeto de embaraço ou impedimento, descrita no art. 2º, § 1º, da
Lei n. 12.850/13, cinge-se, por força do princípio da legalidade e vedação da analogia in malam partem, à
fase do inquérito.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 19. O critério para análise da incidência ou não da Lei Maria da Penha é o sexo biológico da
vítima.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 20. Com base no princípio da territorialidade, adota-se no Brasil a Teoria do Resultado,
segundo a qual o lugar do crime será o de sua consumação, independentemente do local da ação ou
omissão criminosa.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 21. Como exceção ao princípio da territorialidade, tem-se a aplicação da extraterritorialidade

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incondicionada e condicionada. Dentre as condições da extraterritorialidade condicionada, cita-se a


prática de crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 22. O desenvolvimento de compreensões axiológicas no âmbito da teoria geral do delito, a
exemplo dos elementos subjetivos do tipo, da antijuridicidade material e de culpabilidade normativa são
afetas, em um primeiro momento, ao “Finalismo”.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 23. Constitui arrependimento posterior a conduta do agente que, voluntariamente, impede
que o resultado se produza. Nesse caso, apenas responderá pelos atos já praticados.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL


QUESTÃO 24. As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006 são aplicáveis às minorias, como
transexuais, transgêneros, cisgêneros e travestis em situação de violência doméstica, independente da
identidade com o gênero feminino.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 25. Há previsão expressa na Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/1984) de tratamento
humanizado à mulher grávida durante os atos médico-hospitalares do parto e durante o período do
puerpério.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 26. O prazo para o assistente da acusação recorrer supletivamente começa a correr independente
do transcurso do prazo do MP.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 27. O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no art. 29, caput,
da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) de 4/5 do salário mínimo não representa violação aos
princípios da dignidade humana e da isonomia, sendo inaplicável à hipótese a garantia de salário-mínimo
prevista no art. 7º, IV, da Constituição Federal.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 28. A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da ação

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penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.


A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 29. De acordo com precedente do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
a decretação de prisão temporária somente é cabível quando (i) for imprescindível para as investigações do
inquérito policial; (ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; (iii) for justificada
em fatos novos ou contemporâneos; e (iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias
do fato e às condições pessoais do indiciado.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 30. Será considerada nula a decisão carente de fundamentação, sendo assim considerada
aquela que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 31. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença que concluir pela
competência do juízo, quando impugnada por qualquer das partes.
A) CERTO
B) ERRADO
DICA DE DIRECIONAMENTO DE ESTUDO NOS PONTOS COBRADOS NESTA RODADA:
• LEI SECA, JURISPRUDÊNCIA: 16. O acusado. 17. Vítima. 18. Assistente de acusação. 19. Prisão em
flagrante, prisão preventiva, medidas cautelares e a liberdade provisória. Prisão temporária (Lei nº
7.960/1989). 20. Citações e intimações. 21. Sentença criminal e coisa julgada. Princípio da correlação. 22.
Procedimento comum. 23. Procedimentos especiais e sumários previstos no Código de Processo Penal
(Decreto-Lei nº 3.689/1941) e nas Leis extravagantes. 28. Disposições gerais do Código de Processo
Penal. 24. O Tribunal do Júri. 26. Ações autônomas de impugnação: revisão criminal, habeas corpus
e mandado de segurança em matéria penal (Lei n. 12.016/2009). 27. Lei de Execução Penal. Graça,
indulto e anistia. 28. Disposições gerais do Código de Processo Penal. 29. Aspectos processuais penais
dos seguintes textos normativos: Código de Processo Penal Militar (Decreto-Lei n. 1.002/1969). Lei
dos Crimes Hediondos (Lei n 8.072/1990). Juizados Especiais Criminais Estaduais (Lei n. 9.099/1995)
e Federais (Lei n. 10.259/2001). Organizações criminosas (Lei n. 12.850/2013). Interceptação telefônica
(Lei n. 9.296/1996). Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/1997). Lei dos crimes ambientais (Lei
n. 9.605/1998). Lei de lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/1998). Proteção a vítimas e testemunhas
(Lei n. 9.807/1999). Identificação criminal (Lei n. 12.037/2009). Sigilo das operações de instituições
financeiras (Lei Complementar n. 105/2001). Estatuto do idoso (Lei n. 10.741/2003). Lei de Falências
(11.101/2005). Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n. 11.340/2006). Investigação

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criminal conduzida pelo Delegado de Polícia (Lei n. 12.830/2013). Processo e julgamento colegiado em
crimes praticados por organizações criminosas (Lei n. 12.694/2012). Audiência de Custódia (Resolução
n. 213/2015, do CNJ). Lei n. 13.344/2016. Lei do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente Vítima ou Testemunha de Violência (Lei n. 13.431/2017).
• LEI SECA, JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA: 25. Nulidades e recursos em geral.
FONTES
LIMA, Renato Brasileiro de, Manual de processo penal: volume único. 10ªed. Salvador: Juspodvm, 2021.
Buscador do Dizer o Direito.
Materiais pessoais.
Sites do STJ e STF

🏳 CRIMINOLOGIA
QUESTÃO 32. De acordo com o pensador Enrico Ferri, o complexo da criminalidade decorria de fatores
exclusivamente antropológicos.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 33. A “Escola Positivista”, diferentemente da “Escola Clássica”, tinha como base a pena por
questões afetas à “periculosidade”, motivo pelo qual duraria por tempo indeterminado, diga-se, até se
obter a recuperação do condenado.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 EXECUÇÃO PENAL
QUESTÃO 34. A pena, ainda que integralmente cumprida, tem o condão de interferir nos cálculos de
benefícios em nova execução penal.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 35. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como
por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico),
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO CIVIL
Sobre os direitos da personalidade em espécie análise as questões abaixo:
QUESTÃO 36. É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou, perante

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o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente escolhido pelos
genitores.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 37. O STF entendeu que o ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito
ao esquecimento
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 38. A morte para o direito civil pode ser classificada em: Morte real, quando ocorre a morte
com a verificação da morte cerebral, ou a morte presumida, que decorre dos casos previstos no art.7º do
Código Civil.
A) CERTO
B) ERRADO
Sobre a prescrição e negócio jurídico análise os entendimentos da jurisprudência.
QUESTÃO 39. É de cinco anos o prazo prescricional para ajuizamento da execução individual de sentença
proferida em Ação Civil Pública.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 40. A simulação gerará a nulidade relativa, contudo o CC prevê que subsistirá o negócio
dissimulado, é o que a doutrina chama de simulação relativa.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 41. A compensação se dá apenas entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 42. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração. A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que for mais benéfico à parte
que não redigiu o dispositivo, se identificável
A) CERTO
B) ERRADO
Sobre a responsabilidade civil análise a alternativa abaixo.
QUESTÃO 43. A irresponsabilidade da imprensa ao exibir, em rede nacional, programa que veicule
matéria ofensiva à honra e à dignidade de cidadão enseja dano moral indenizável e este deve ser suficiente
para reparar o dano, servir de sanção da conduta praticada e coibir novos abusos.
A) CERTO
B) ERRADO

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🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL


QUESTÃO 44. Para admissão do Recurso Especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões
de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do
recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse motivo pela
manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o julgamento.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 45. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
alternativamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 46. A apelação terá efeito suspensivo automático, salvo, dentre outros casos, quando a sentença
versar sobre condenação ou exoneração de alimentos.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 47. Não se admite a formação de coisa julgada sobre questão prejudicial no caso de revelia.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 48. É possível a inversão do ônus da prova diante de peculiaridades da causa relacionadas
à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo probatório, ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário, desde que por decisão fundamentada, caso em que deverá o Juiz dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 49. É possível a produção antecipada de prova para prevenir litígio judicial futuro. O manejo
da produção antecipada de provas não previne o Juízo para eventual ação futura.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 50. O Ministério Público não pode suscitar incompetência relativa nas causas em que atuar
como fiscal da ordem jurídica, uma vez que incumbe ao réu fazê-lo.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 51. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

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A) CERTO
B) ERRADO

🏳 FUNDAMENTOS E NOÇÕES GERAIS DE DIREITO


QUESTÃO 52. O Jusracionalismo contribuiu para existência da codificação das normas.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 PORTUGUÊS
PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES QUE SE SEGUEM, LEIA O TEXTO ABAIXO:
Envelhecer é chato, mas consolemo‐nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para
contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do que não existir. Há dúvidas,
claro. Muitos acreditam que com a morte se vai desta vida para outra melhor, inclusive mais barata, além de
eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto isso vamos envelhecendo com a dignidade possível,
sem nenhuma vontade de experimentar a alternativa.
Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela alternativa
e sabemos muito bem como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, ou com políticos
cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos vinte anos desta alternativa e quem tem saudade dela
precisa ser constantemente lembrado de como foi. Não havia corrupção? Havia, sim, não havia era investigação
pra valer. Havia prepotência, havia censura à imprensa, havia a Presidência passando de general para general
sem consulta popular, repressão criminosa à divergência, uma política econômica subserviente a um “milagre”
econômico enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e
divulgadas como éditos papais para orientar os fiéis sobre o “pensamento militar”, que decidia nossas vidas.
Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. E, para
garantir‐se que a alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais a política e os políticos,
que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que
desesperar dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que
o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos,
respire fundo e pense na alternativa.
Sequer pensar que a alternativa seria preferível – como tem gente pensando – equivale a um suicídio cívico.
Para mudar isso aí, prefira a vida – e o voto.
(Adaptado. Veríssimo, O Globo, 30/6/2013)

QUESTÃO 53. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam mantidos caso substituíssemos o fragmento
“Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida.” por “Em
vez da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida.”

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A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 54. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No segundo parágrafo, no sexto período, poderíamos substituir “à imprensa” por “a sua imprensa” sem
prejudicar a correção gramatical do período.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 55. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No fragmento “Envelhecer é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça
morreu e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do
que não existir”. Poderia ser reescrito sem prejudicar a coerência e a correção gramatical por “Envelhecer
é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para contar
como é estar morto, mas o consenso geral prefere existir do que não existir”.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 56. No texto, o fato de o vocábulo milagre aparecer entre aspas significa que o termo está
empregado em sentido denotativo.
A) CERTO
B) ERRADO
PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES QUE SE SEGUEM, LEIA O TEXTO ABAIXO:
MARX TINHA RAZÃO
Tenho conversado com pessoas cujos condomínios contrataram portarias inteligentes e as opiniões são
controversas. Mas a moda está pegando e a demissão em massa dos profissionais na área cresce.
Uma portaria inteligente é uma portaria sem porteiros ou nenhum funcionário similar. Você fala com
um cara, sei lá, no Acre, que monitora 150 portarias pelo país. O argumento básico e a redução de custos, claro.
Podemos olhar para esse fenômeno de um modo mais amplo, ou mais imediato, ligado ao cotidiano. A
portaria inteligente torna o prédio impermeável, inclusive a você e a seus convidados ou encomendas. Coisa
de gente chata.
A ordem espontânea e expandida (expressão usada pelo economista liberal Friedrich Hayek para se
referir ao mercado) é uma entidade moral, social, política e econômica. Na China, por exemplo, você
vê um número enorme de pessoas, claramente sem grande formação, realizando pequenos trabalhos.
Esse fato garante a atividade e a dignidade de pessoas dentro dessa ordem espontânea e expandida.
Economia sem a dimensão social e uma economia tão cega quanto um mercado em que o Estado controla
preços: gera desemprego, instabilidade, e, por tabela, pobreza, concentrando a riqueza na mão de quem destrói
o próprio tecido social do mercado. Coisa de idiotas de mercado.
lnfelizrnente, no Brasil, existe em grande número esse personagem que é o idiota do mercado ou o

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RODADA 02

liberal inteligentinho, que acha que sociedade de mercado é uma entidade meramente econômica.
Não. O mercado é moral e social. Adam Smith, filósofo do século 18, antes de ser um economista, foi
um filósofo moral. Como você identifica um idiota de mercado?
Esse personagem confunde a dimensão social e moral do mercado com a ingerência de um Estado
gigantesco na vida das pessoas. A dimensão social e moral do mercado é a responsabilidade moral dos agentes
econômicos nas suas pequenas decisões diárias, nas suas esferas de poder. Mas, para além dessas consequências
mais amplas, há que se pensar nas consequências mais imediatas, a curto e médio prazo, no mínimo.
A humanidade envelhece a passos largos. Idosos que conseguem manter suas casas, onde viveram
e constituíram memória, dependem de pessoas que os ajudem a lidar com o cotidiano, nos prédios
em que vivem. Portarias inteligentes destroem essa dimensão do vínculo externo da casa com o
condomínio. Apenas millennials, enquanto ainda têm 15 anos de idade, não percebem isso.
Todo mundo sabe que porteiros e similares são os primeiros a darem socorro e tomarem decisões em
momentos de emergência. Muitos idosos dependem deles no seu dia a dia, inclusive para ajudar na lida com
pequenas compras. Os inteligentinhos de mercado, provavelmente, dirão que esses idosos devem ser lançados
em casas de repouso, locais em que a história presente na memória material deles inexiste.
O problema é que o número de idosos só cresce, e destruir essa rede de vínculos próximos, no cotidiano,
só aumenta a inviabilidade da vida desses idosos nos prédios em que sempre viveram. E uma forma ciara de
desumanização.
Se por um lado, a sociedade contemporânea deve pensar no meio ambiente e nos jovens, ela deve se
ocupar com o modo como lidará com o crescimento da longevidade.
Outro traço das portarias inteligentes é o aumento gigantesco de burocracia, inclusive mediado pelo
uso de ferramentas mais próximas à sensibilidade dos millennials.
Receber, por exemplo, uma nova faxineira, transforma-se num processo semelhante a tirar vistos para
viajar. Cada passo banal da relação do prédio com o mundo externo se transforma num grande processo kafkiano.
Compilado. Luiz Felipe Pondé, jornal “Folha de são Paulo”’ edição de 20/1/2020.
QUESTÃO 57. Pelas relações de sequenciação e concatenação estabelecidas entre os elementos textuais,
depreende-se que a expressão “Esse fato”, primeiro período do quarto parágrafo, retoma diretamente o
último período do parágrafo anterior.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 58. No último parágrafo, a presença das duas primeiras vírgulas é obrigatória porque devemos
separar o verbo receber do seu complemento para uma maior clareza textual.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 59. No fragmento “Tenho conversado com pessoas cujos condomínios contrataram portarias
inteligentes e as opiniões são controversas”, poderíamos reescrever, mantendo a correção gramatical por

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“Tenho conversado com pessoas cujos os condomínios contrataram portarias inteligentes e as opiniões
são controversas.”
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 60. No segundo período do penúltimo parágrafo, a reescritura de para se garantir em vez de
para garantir‐se não acarretaria prejuízo gramatical.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 61. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No texto, o autor usa o termo “o liberal inteligentinho” (sexto parágrafo). O uso do diminutivo no segmento
ressalta a característica “inteligência” dos liberais.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO FALIMENTAR
QUESTÃO 62. São os primeiros créditos concursais os créditos derivados da legislação trabalhista,
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de
trabalho.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 PROCESSO COLETIVO
QUESTÃO 63. A citação válida em ação coletiva ambiental interrompe o prazo prescricional da ação
individual se coincidentes a causa de pedir das demandas.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 64. É inconstitucional a limitação territorial da coisa julgada prevista no art. 16 da Lei 7.347/85.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 65. O cidadão pode intervir em demandas coletivas ajuizadas pelos substitutos processuais
quando o objeto da ação for coincidente com o de uma possível ação popular.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 66. Não constitui condição de eficácia do Compromisso de Ajustamento de Conduta a
homologação, pelo Conselho Superior do Ministério Público, do arquivamento do respectivo procedimento
investigatório.
A) CERTO

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B) ERRADO
QUESTÃO 67. A ação popular será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades
referidas no art. 1º da Lei 4.717/65, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos ou indiretos do ato.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 68. O cumprimento da obrigação de reparar os danos ambientais, in natura ou in pecúnia,
afasta a obrigação de indenizar os danos ambientais interinos.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 69. O princípio da precaução fornece a base para que se proceda com a inversão do ônus da
prova em processos que versam sobre matéria ambiental.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 70. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pelo responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade
civil para afastar sua obrigação de indenizar.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 71. A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de
consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para
a unidade. Para a criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica, a consulta pública deixa de ser
obrigatória.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 72. Exige-se constituição de Reserva Legal em empreendimento de abastecimento público
de água e tratamento de esgoto, quando inserido em área rural, nos percentuais previstos no Código
Florestal.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 73. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente
somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental

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RODADA 02

previstas no Código Florestal. Contudo, no caso de vegetação nativa protetiva de nascentes, dunas e
restinga, a supressão é autorizada apenas nos casos de utilidade pública ou interesse social.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DEFESA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA


QUESTÃO 74. Constitui crime previsto na Lei 8429/92 a representação por ato de improbidade contra
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 75. Com a reforma da lei de improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/92), o rol das condutas
ímprobas que causam enriquecimento ilícito e dano ao erário deixou de ser exemplificativo e passou a ser
taxativo.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 76. De acordo com a Lei nº8.429/92, a competência para julgamento da ação de improbidade
administrativa é foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 77. O acesso à informação previsto na Lei nº 12.527/11 compreende o direito de obter informação
produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus
órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 78. Termo de colaboração, termo de fomento e acordo de cooperação são meios pelos quais são
formalizadas parcerias previstas na Lei nº 13.019/14 (Regime jurídico das parcerias entre a Administração
Pública e as organizações da sociedade civil).
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 79. O DL 201/67 trata da responsabilidade dos prefeitos, podendo alcançar o vice-prefeito,
mas não os vereadores.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR
QUESTÃO 80. De acordo com o entendimento atual do STJ, o rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
Suplementar da ANS é taxativo, não sendo a operadora de plano ou seguro de saúde obrigada a arcar com

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tratamento não constante do rol.


A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 81. Em atenção ao direito básico do consumidor de inversão do ônus da prova, na hipótese em
que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante em contrato bancário juntado
ao processo pela instituição financeira, caberá a esta o ônus de provar a autenticidade.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 82. É possível a utilização da taxa Selic, desde que pactuada, como índice de correção monetária
das parcelas ajustadas em contrato de compra e venda de imóvel, caso em que não haverá cumulação com
juros remuneratórios, uma vez que os juros já estão englobados nesse índice.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 83. A sanção administrativa de proibição de fabricação do produto pode ser aplicada pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
incidente de procedimento administrativo.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 84. Constitui crime contra as relações de consumo misturar gêneros e mercadorias de espécies
diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades
desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo. Em
se tratando da modalidade culposa, reduzir-se-á a pena e a detenção de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços)
ou a de multa à quinta parte.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 85. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC: serem cometidos em época de
grave crise econômica ou por ocasião de calamidade; ocasionarem grave dano individual ou coletivo; para
dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; quando cometidos por servidor público ou por pessoa
cuja condição econômico-social seja superior à da vítima ou em detrimento de operário ou rurícola ou de
menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não; e, por fim, serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
outros produtos ou serviços essenciais.
A) CERTO
B) ERRADO
DICA GERAL DE DIRECIONAMENTO DE ESTUDOS DOS TÓPICOS DO EDITAL COBRADOS NA
RODADA:

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RODADA 02

• JURISPRUDÊNCIA:18. Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde (Lei nº 9.656/1998) =>


IMPORTANTE
• LEI SECA E JURISPRUDÊNCIA: 14. Cobrança de dívidas. 16. Proteção contratual. 17. Sanções
administrativas;
• LEI SECA: 18. Superendividamento (Lei n. 14.181/2021). 19. Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003
e Decreto nº 6.795/2009). 20. Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC Decreto nº 11.034/2022).
21. Exibição do preço dos produtos por unidade de medida (Lei Estadual 14.993/2009). 22. Entrega
de produtos ou realização de serviços com data e turno marcados (Lei Estadual nº 15.779/2012). 23.
Crimes contra o consumidor e relações de consumo (Lei nº 8.078/1990). 24. Crimes contra a economia
popular (Lei nº 1.521/1951). 25. Crimes contra a ordem econômica e relações de consumo (Lei nº
8.137/1990 e Lei nº 8.176/1991).
FONTES:
Buscador do Dizer o Direito.
Materiais pessoais.
Sites STF e STJ.

🏳 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


QUESTÃO 86. É possível a conversão da prisão civil em regime fechado, em virtude de dívida de natureza
alimentar, para regime domiciliar quando a devedora de alimentos for responsável pela guarda de outro
filho de até 12 anos de idade.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 87. A menção genérica à insuficiência do tempo de acautelamento do adolescente é suficiente
à manutenção da medida socioeducativa, dado o seu viés meramente retributivo.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 88. Dentre os objetivos das medidas socioeducativas está a responsabilização do adolescente
quanto às consequências lesivas do ato infracional, tendo como obrigatória sua reparação;
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 89. Compete aos Municípios criar e manter programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas de internação e semiliberdade, assim como daquelas em meio aberto;
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 90. No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa,
responder a processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução,

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cientificando da decisão o juízo criminal competente. Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não
convertida em pena privativa de liberdade deve ser descontado do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 91. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à
comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de
Atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com
o adolescente. Para o cumprimento das medidas de semiliberdade ou de internação, o plano individual
será elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, ao passo que para o cumprimento das medidas
de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA será elaborado no prazo de até 15
(quinze) dias, ambos contados da data do ingresso do adolescente no programa de atendimento.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA


QUESTÃO 92. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido
expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente
de instrução probatória.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 93. No Direito das Pessoas Idosas brasileiro, não é possível a existência da chamada “alienação
parental invertida”.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 94. Segundo o Supremo Tribunal Federal, as escolas privadas devem promover a inserção
de pessoas com deficiência no ensino regular, e ainda, promover medidas de adaptação razoável sem
transferir tais custos aos alunos deficientes e suas famílias.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 95. Em matéria de tratados internacionais de direitos humanos, o direito brasileiro adota a
chamada “teoria do trapézio”.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 96. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a gratuidade do transporte público municipal aos

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RODADA 02

idosos maiores de 65 anos é norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata.


A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 97. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Ministério Público deve
intervir em toda e qualquer causa envolvendo a presença de pessoa idosa em ao menos um dos polos da
lide.
A) CERTO
B) ERRADO

🏳 LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
QUESTÃO 98. De acordo com a Constituição Federal de 1988, no âmbito Estadual, os Procuradores-
Gerais de Justiça terão a iniciativa para a edição das respectivas leis complementares, observadas as
normas gerais estatuídas pela Lei Orgânica Nacional.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 99. É prerrogativa do membro do Ministério Público ser ouvido, como testemunha ou ofendido,
em qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade
competente.
A) CERTO
B) ERRADO
QUESTÃO 100. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quinze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para
um mandato de dois anos, admitida uma recondução.
A) CERTO
B) ERRADO

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GABARITO
Q. 1 - GABARITO: ERRADO 26 Q. 36 - GABARITO: CERTO 54 Q. 71 - GABARITO: CERTO 85
Q. 2 - GABARITO: CERTO 27 Q. 37 - GABARITO: CERTO. 55 Q. 72 - GABARITO: ERRADO 86
Q. 3 - GABARITO: CERTO 28 Q. 38 - GABARITO: CERTO 56 Q. 73 - GABARITO: ERRADO 87
Q. 4 - GABARITO: ERRADO 28 Q. 39 - GABARITO: CERTO 57 Q. 74 - GABARITO: CERTO. 88
Q. 5 - GABARITO: CERTO 29 Q. 40 - GABARITO: ERRADO 58 Q. 75 - GABARITO: ERRADO. 88
Q. 6 - GABARITO: CERTO. 30 Q. 41 - GABARITO: CERTO 58 Q. 76 - GABARITO: CERTO. 88
Q. 7 - GABARITO: ERRADO. 30 Q. 42 - GABARITO: CERTO 60 Q. 77 - GABARITO: CERTO. 89
Q. 8 - GABARITO: CERTO. 31 Q. 43 - GABARITO: CERTO 61 Q. 78 - GABARITO: CERTO. 89
Q. 9 - GABARITO: CERTO. 31 Q. 44 - GABARITO: CERTO 62 Q. 79 - GABARITO: ERRADO. 90
Q. 10 - GABARITO: ERRADO. 32 Q. 45 - GABARITO: ERRADO. 63 Q. 80 - GABARITO: ERRADO 91
Q. 11 - GABARITO: ERRADO. 32 Q. 46 - GABARITO: ERRADO 64 Q. 81 - GABARITO: ERRADO 92
Q. 12 - GABARITO: ERRADO. 33 Q. 47 - GABARITO: CERTO 64 Q. 82 - GABARITO: CERTO 92
Q. 13 - GABARITO: ERRADO 34 Q. 48 - GABARITO: CERTO. 65 Q. 83 - GABARITO: CERTO 93
Q. 14 - GABARITO: CERTO 35 Q. 49 - GABARITO: CERTO 66 Q. 84 - GABARITO: ERRADO 94
Q. 15 - GABARITO: ERRADO 35 Q. 50 - GABARITO: ERRADO 67 Q. 85 - GABARITO: ERRADO 96
Q. 16 - GABARITO: ERRADO 36 Q. 51 - GABARITO: CERTO. 68 Q. 86 - GABARITO: CERTO 98
Q. 17 - GABARITO: CERTO 36 Q. 52 - GABARITO: CERTO 69 Q. 87 - GABARITO: ERRADO 99
Q. 18 - GABARITO: ERRADO 37 Q. 53 - GABARITO: ERRADO. 70 Q. 88 - GABARITO: ERRADO 100
Q. 19 - GABARITO: ERRADO 38 Q. 54 - GABARITO: CERTO. 71 Q. 89 - GABARITO: ERRADO 101
Q. 20 - GABARITO: ERRADO 39 Q. 55 - GABARITO: ERRADO 71 Q. 90 - GABARITO: CERTO 102
Q. 21 - GABARITO: ERRADO 40 Q. 56 - GABARITO: ERRADO. 71 Q. 91 - GABARITO: CERTO 102
Q. 22 - GABARITO: ERRADO 41 Q. 57 - GABARITO: CERTO. 73 Q. 92 - GABARITO: CERTO 103
Q. 23 - GABARITO: ERRADO 41 Q. 58 - GABARITO: ERRADO 73 Q. 93 - GABARITO: ERRADO. 103
Q. 24 - GABARITO: ERRADO 42 Q. 59 - GABARITO: ERRADO. 74 Q. 94 - GABARITO:CORRETO 105
Q. 25 - GABARITO: CERTO 43 Q. 60 - GABARITO: CERTO. 74 Q. 95 - GABARITO: ERRADO. 105
Q. 26 - GABARITO: ERRADO 43 Q. 61 - GABARITO: ERRADO. 74 Q. 96 - GABARITO: CERTO 107
Q. 27 - GABARITO: ERRADO 43 Q. 62 - GABARITO: CERTO 76 Q. 97 - GABARITO: ERRADO 107
Q. 28 - GABARITO: CERTO 44 Q. 63 - GABARITO: CERTO. 77 Q. 98 - GABARITO: CERTO 108
Q. 29 - GABARITO: ERRADO 45 Q. 64 - GABARITO: CERTO. 78 Q. 99 - GABARITO: CERTO 109
Q. 30 - GABARITO: CERTO 46 Q. 65 - GABARITO: CERTO. 79 Q. 100 - GABARITO:ERRADO 109
Q. 31 - GABARITO: ERRADO 47 Q. 66 - GABARITO: CERTO. 80
Q. 32 - GABARITO: ERRADO 49 Q. 67 - GABARITO: ERRADO. 81
Q. 33 - GABARITO: CERTO 50 Q. 68 - GABARITO: ERRADO 82
Q. 34 - GABARITO: ERRADO 51 Q. 69 - GABARITO: CERTO. 83
Q. 35 - GABARITO: CERTO 52 Q. 70 - GABARITO: CERTO 84

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RODADA 02

QUESTÕES OBJETIVAS COM GABARITO COMENTADO

PROFESSOR THIMOTIE ARAGON HEEMANN


E-mail: profcei.thimotieheemann@gmail.com

🏳 DIREITO CONSTITUCIONAL

QUESTÃO 01. Ao longo da trajetória constitucional brasileira, jamais se admitiu a figura da vacatio
constitutionis.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Denomina-se vacatio constitutionis o período compreendido entre a data em que é publicada a
constituição e o começo da sua vigência no ordenamento jurídico. Segundo a doutrina, a vacatio constitutionis
só é admitida quando prevista pelo próprio poder constituinte originário. Embora não se trate de um
fenômeno comum no ordenamento jurídico brasileiro, a figura da vacatio constitutionis ocorreu no período
que antecedeu a entrada em vigor da Constituição brasileira de 1967. A respeito disso, é a lição de Juliano
Taveira Bernardes e Olavo Augusto Vianna Alves Ferreira: “É o período compreendido entre a data em que é
publicada a constituição e o início de sua vigência. Só é aceitável quando estabelecida em ato emanado do próprio
poder constituinte originário, pois a vigência de uma nova constituição não pode ser adiada por força ou formas
normativas diversas. Porém, não se trata de fenômeno comum. Segundo José Afonso da Silva, o primeiro caso de
vacatio constitutionis no ‘constitucionalismo universal’ registrou-se com a Constituição brasileira de 1967, a qual,
embora promulgada e publicada em 24 de janeiro do mesmo ano, possuía cláusula de vigência com termo inicial
fixado para o dia 15 de março do ano seguinte” (BERNARDES, Juliano Taveira e FERREIRA, Olavo Augusto
Vianna Alves. Direito Constitucional. 3. ed. Bahia: Juspodivm, 2013, v.1, p.130).

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 02. O Supremo Tribunal Federal reconhece a existência do denominado “princípio da proibição
do atalhamento constitucional”
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. No julgamento da ADI 3685 (“ADI das Coligações”), o Supremo Tribunal Federal reconheceu

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RODADA 02

a existência do denominado princípio da proibição de atalhamento constitucional. Segundo o Supremo


Tribunal Federal, nenhuma lei ou ato normativo pode burlar a Constituição de determinado país por meio
de manobras ou subterfúgios com o intuito de obter vantagens. Sobre o atalhamento constitucional, é a lição
de Uadi Lammego Bulos: “Pelo princípio da proibição ao atalhamento constitucional, nenhum ato público ou
privado poderá driblar a constituição do Estado, por meio de subterfúgios, para, desse modo, obter vantagens
ilícitas. Esse princípio parte do pressuposto de que o Supremo Tribunal Federal, como oráculo da ordem jurídica,
não pode permitir, muito menos tolerar, quaisquer desvios do Poder Legislativo, quer na sua função ordinária de
fazer leis, quer na atividade constituinte derivada. O mesmo vale para o Poder Executivo, que não poderá editar
medidas provisórias com desvio de poder ou finalidade – contumélia inadmissível que os franceses chamam de
détournement de pouvoir. Mas de todas as formas de atalhamento constitucional merece destaque aquela por
meio de emendas constitucionais. Significa dizer que, no exercício do controle abstrato de normas, cumpre ao
Supremo fiscalizar possíveis desvios de poder praticados por aqueles que detêm a titularidade da competência
reformadora da Carta de 1988, que devem respeitar os limites formais e materiais em seu exercício (art. 60,
§§ lº a 5º). Com base no princípio da proibição ao atalhamento constitucional, por exemplo, a Corte Suprema
fez prevalecer a regra inscrita no art. 16 do Texto Magno, que contempla o primado da anualidade eleitoral,
julgando procedente pedido formulado em ação direta ajuizada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil, para declarar a inconstitucionalidade do art. 2º da Emenda Constitucional n. 52/2006, que havia
alterado a disciplina relativa às coligações partidárias eleitorais (STF, ADin 3.685/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ
de 10-8-2006). Ao agir assim, o Supremo Tribunal Federal, em sede de controle normativo abstrato, impediu que
o casuísmo atingisse fins ilícitos por meio do atalhamento da constituição, prática execrável que os publicistas
alemães denominam Verfassungsbeseitigung” (BULOS, Uadi Lammego. Curso de Direito Constitucional. 5. ed.
São Paulo: Saraiva, 2015, pp.370-371; grifo nosso).

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 03. Apenas as normas polissêmicas podem ser objeto da técnica da interpretação conforme à
Constituição.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Apenas as normas de caráter polissêmico podem ser objeto da interpretação conforme a Constituição,
já que o mecanismo em estudo exclui uma das interpretações possíveis para determinada norma sem expurgar
a mesma do ordenamento jurídico. Logo, na interpretação conforme, o intérprete não pode atuar sobre norma
com sentido unívoco. “De acordo com o princípio da interpretação conforme a Constituição, cabe ao intérprete,
quando se depara com dispositivo legal aberto, ambíguo ou plurissignificativo, lhe atribuir exegese que o torne
compatível com o texto constitucional” (SARMENTO, Daniel e SOUZA NETO, Cláudio Pereira de. Direito

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RODADA 02

Constitucional. Teoria, História e Métodos de Trabalho. 2. ed., Belo Horizonte: Fórum, 2016, p.457).

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 04. Segundo a Lei do Mandado de Injunção, findo o prazo para apresentação das informações,
será ouvido o Ministério Público, que opinará em 05 (cinco) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos
serão conclusos para decisão.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O prazo para o Ministério Público é de 10 (dez) dias. Vejamos o teor do artigo 7º da Lei
13.300/2016: “Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que opinará
em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão”.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 05. O constitucionalismo feminista, também chamado de direito constitucional feminista


(ou Direito Constitucional a partir de uma perspectiva de gênero) é resultado do pensamento crítico
feminista que vem modificando o mundo político-jurídico e construindo novos conceitos a partir das
noções de poder; justiça. Liberdade e recontextualizando a igualdade no Estado Constitucional para
formular propostas concretas e corrigir as injustiças baseadas na dinâmica d dominação/subordinação
entre homens e mulheres que acarretam a negativa ao acesso das mulheres ao espaço público.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Vejamos o conceito de Estefania Barboza e Larissa Tomazoni sobre o tema: “O Direito Constitucional
Feminista (ou Direito Constitucional a partir de uma perspectiva de gênero) é resultado do pensamento crítico
feminista que vem modificando o mundo político-jurídico e construindo novos conceitos a partir das noções de
poder; justiça. Liberdade e recontextualizando a igualdade no Estado Constitucional para formular propostas
concretas e corrigir as injustiças baseadas na dinâmica d dominação/subordinação entre homens e mulheres que
acarretam a negativa ao acesso das mulheres ao espaço público”.
Ainda sobre o conceito de constitucionalismo feminista, é a lição de Cristiane Peter: “é a perspectiva de
gênero como um método integral que indica e dá destaque para aspectos que o Direito Constitucional
Contemporâneo sombreia ou até mesmo exclui e marginaliza. Trata-se, portanto, de uma postura hermenêutica
do constitucionalismo inclusivo, ou seja, de um modo de lidar com os problemas jurídico-constitucionais
típicos a partir de uma visão plural, aberta e tolerante”

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RODADA 02

Ambas as citações foram retiradas do livro “constitucionalismo feminista”,


publicado pela editora juspodivm.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 06. Segundo o Supremo Tribunal Federal, o delito de desacato foi recepcionado pela
Constituição Federal de 1988.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O Supremo Tribunal Federal julgou a questão em sede de ADPF e reconheceu que a existência do
delito de desacato no ordenamento jurídico foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988. Vejamos:
DIREITO CONSTITUCIONAL E PENAL. ARGUIÇÃO DE
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. CRIME DE
DESACATO. ART. 331 DO CP. CONFORMIDADE COM A CONVENÇÃO
AMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. RECEPÇÃO PELA
CONSTITUIÇÃO DE 1988. 1. Trata-se de arguição de descumprimento de
preceito fundamental em que se questiona a conformidade com a Convenção
Americana de Direitos Humanos, bem como a recepção pela Constituição de
1988, do art. 331 do Código Penal, que tipifica o crime de desacato. 2. De acordo
com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do
Supremo Tribunal Federal, a liberdade de expressão não é um direito absoluto
e, em casos de grave abuso, faz-se legítima a utilização do direito penal para a
proteção de outros interesses e direitos relevantes. 3. A diversidade de regime
jurídico – inclusive penal – existente entre agentes públicos e particulares é
uma via de mão dupla: as consequências previstas para as condutas típicas são
diversas não somente quando os agentes públicos são autores dos delitos, mas,
de igual modo, quando deles são vítimas. 4. A criminalização do desacato não
configura tratamento privilegiado ao agente estatal, mas proteção da função
pública por ele exercida. 5. Dado que os agentes públicos em geral estão mais
expostos ao escrutínio e à crítica dos cidadãos, deles se exige maior tolerância
à reprovação e à insatisfação, limitando-se o crime de desacato a casos graves
e evidentes de menosprezo à função pública. 6. Arguição de descumprimento
de preceito fundamental julgada improcedente. Fixação da seguinte tese: “Foi
recepcionada pela Constituição de 1988 a norma do art. 331 do Código Penal,

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RODADA 02

que tipifica o crime de desacato”. (ADPF 496, Relator(a): ROBERTO BARROSO,


Tribunal Pleno, julgado em 22/06/2020)

💡 GABARITO: CERTO.

PROFESSOR CARLOS FREDERICO ESCOCARD


E-mail: profcei.carlosfrederico@gmail.com

🏳 DIREITO ADMINISTRATIVO

QUESTÃO 07. A chamada lei das estatais (Lei nº 13.303/16) dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa
pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que
explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda
que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. De acordo com o art.1º da Lei nº13.303/16, “esta lei dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, abrangendo toda e qualquer empresa pública e
sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica
esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.”
Essa última parte é muito criticada pela doutrina em razão de ausência de comando Constitucional
nesse sentido. Note que o art.173 da Constituição Federal trata de atividade econômica e quando faz referência
à “serviços”, não diz respeito aos serviços públicos, que estão previstos no art.175, da CF.
Sendo assim, a referida lei veio para atender ao comando do disposto no §1º do art.173, da CF, mas acabou
incluindo essa atividade em seu bojo, a despeito da determinação constitucional.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 08. Concessão patrocinada é o contrato de prestação de serviços de que a Administração


Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação
de bens.
A) CERTO

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B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O conceito apresentado é da concessão administrativa e não da concessão patrocinada. Vale observar
o disposto no art.2º da Lei 11.079/04:
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei
nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995,quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a Administração Pública seja
a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 09. João, servidor público estadual, acumula 2 (dois) cargos técnico-científicos há 28 anos.
Constatado o fato em 2022, a Administração Pública instaurou procedimento para verificar a ilegalidade
da situação.
Nesse caso, verifica-se que há ilegalidade e não há decadência do direito da Administração em adotar esse
procedimento, pois atos inconstitucionais não se convalidam pelo decurso do tempo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. De acordo com o STJ: “ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO DE CARGOS.


DECADÊNCIA. INAPLICABILIDADE. 1. Consoante o entendimento desta Corte , não ocorre a decadência
do direito da Administração em adotar procedimento para verificar ilegalidade na acumulação de cargos
públicos, uma vez que os atos inconstitucionais não se convalidam pelo decurso do tempo. 2. Agravo interno
desprovido.” (AgInt no REsp 2010987 / PE. Relator Min. Gurgel de Faria. 1ª Turma. DJe 27/01/2023).

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 10. A competência para processo e julgamento das lides envolvendo autarquias é sempre da
Justiça Federal.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

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RODADA 02

ERRADO. Na verdade, a competência para processo e julgamento das lides autárquicas vai depender do nível
federativo da autarquia. As causas que envolvem as autarquias federais devem ser processadas e julgadas na
Justiça Federal, tendo em vista previsão expressa do art.109, I, da CF. Nesse passo, a própria norma constitucional
excepciona as causas relativas à falência, acidentes de trabalho e às sujeitas à Justiça Eleitoral e do Trabalho. Por
outro lado, as autarquias estaduais e municipais terão as suas ações processadas e julgadas na justiça Estadual,
cabendo às leis de organização e divisão judiciárias.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 11. Os órgãos públicos não possuem capacidade judiciária, uma vez que não têm personalidade
jurídica própria.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Os órgãos públicos realmente não possuem personalidade jurídica própria. Assim, via de regra,
não possuem também capacidade judiciária. Entretanto, existem alguns casos excepcionais em que se admite
essa capacidade judiciária, como por exemplo:
a) art.82, III, CDC.
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo
individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de
natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
(...)
III – as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade
jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código.
b) Independentemente de lei expressa, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido capacidade processual
aos órgãos públicos que preenchem dois requisitos cumulativos: i) órgão da cúpula da hierarquia administrativa
e ii) defesa de suas prerrogativas institucionais.

💡 GABARITO: ERRADO.

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RODADA 02

PROFESSOR CARLOS FREDERICO ESCOCARD


E-mail: profcei.carlosfrederico@gmail.com

🏳 DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO

QUESTÃO 12. Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária sujeita-se ao
princípio da anterioridade, pois agrava a situação do contribuinte.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Os tribunais superiores possuem entendimento consolidado no sentido de que a mera alteração do
prazo para recolhimento do tributo não se sujeita ao princípio da anterioridade. Importante consignar que há
a Súmula Vinculante 50 nesses mesmos termos: “Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.”
O princípio da anterioridade é exigido quando há criação ou majoração de tributo, o que não é o caso.
A modificação do prazo para pagamento do tributo não pode ser equiparada à instituição ou majoração de
tributo, mesmo que o prazo seja menor que o anterior, ou seja, mesmo que tenha havido uma antecipação do
dia do pagamento.
Sobre o princípio da anterioridade, é importante observar o disposto no art.150 da Constituição
Federal:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(…)
III – cobrar tributos:
(…)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

💡 GABARITO: ERRADO.

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QUESTÃO 13. A instituição de ensino que possui imunidade tributária a perderá em relação aos seus
imóveis que estejam locados a terceiros.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A imunidade de instituições de ensino decorre do art.150, VI, c, da Constituição Federal:


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(…)
VI - instituir impostos sobre:
(...)
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Especificamente quanto aos imóveis locados, incide o disposto da Súmula Vinculante 52, do Supremo
Tribunal Federal: “Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a
qualquer das entidades referidas pelo art.150, VI, c, da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas
atividades para as quais tais entidades foram constituídas.”

💡 GABARITO: ERRADO

PROFESSOR LUCAS GABRIEL SCHEIDWEILER


E-mail: profcei.lucasscheidweiler@gmail.com

🏳 DIREITO ELEITORAL
QUESTÃO 14. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa, do partido
pelo qual foi eleito. Dentre outras causas, considera-se justa causa a mudança substancial ou desvio
reiterado do programa partidário.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. É condição de elegibilidade a filiação partidária. Se, eleito, o detentor do mandato eletivo se desfiliar
sem justa causa, o art. 22-A da Lei dos Partidos Políticos (Lei 9.096/95) traz a previsão contida no enunciado.

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RODADA 02

Art. 22-A. Perderá o mandato o detentor de cargo eletivo que se desfiliar, sem justa causa,
do partido pelo qual foi eleito.
Parágrafo único. Consideram-se justa causa para a desfiliação partidária somente as
seguintes hipóteses:
I - mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário;
II - grave discriminação política pessoal; e
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que antecede o prazo de
filiação exigido em lei para concorrer à eleição, majoritária ou proporcional, ao término do
mandato vigente.
É o que se chama de infidelidade partidária. Mas a infidelidade partidária faz com que o detentor do mandato
eletivo perca o cargo, independentemente do sistema de votação (majoritário ou proporcional)? NÃO. Decidiu-
se que a infidelidade partidária não faz com que o detentor do mandato perca o cargo no caso de funções em
relação às quais a eleição se dá pelo sistema majoritário. Em que pese o TSE, em um primeiro momento,
tenha entendido que a infidelidade seria apta a ensejar a perda do cargo também no sistema majoritário, o
STF, posteriormente, assentou o entendimento de que aplica-se exclusivamente para os cargos cujas eleições
se deem de acordo com o sistema proporcional, justamente porque os votos obtidos seriam do partido e
distribuídos entre os candidatos a ele filiados.
Lembrem-se: no Brasil, o sistema majoritário é aplicável aos cargos eletivos do executivo, das 3 esferas
federativas (prefeito, governador e presidente) e senador. O sistema proporcional para os demais cargos do
legislativo nas 3 esferas (vereadores e deputados estaduais/federais).

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 15. Admite-se no ordenamento brasileiro a figura do prefeito itinerante.


A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A Constituição Federal permite a reeleição para o mesmo mandato de prefeito, governador e
presidente apenas uma vez consecutiva (art. 14, §5°). Por vezes, alguns prefeitos que cumpriam dois mandatos
no mesmo local alteravam seu domicílio eleitoral para outra cidade a fim de candidatar-se a um terceiro
mandato consecutivo, ao fundamento de que a vedação dizia respeito ao mandato no mesmo domicílio eleitoral.
O TSE e o STF afastaram essa prática (chamada de prefeito itinerante – justamente porque vai mudando seu
domicílio eleitoral para perpetuar-se do mandato) ao fundamento de que a vedação atinge a função em qualquer
localidade, independentemente do domicílio eleitoral, sob pena de subverter-se o princípio republicano que
apregoa, dentre outras, a ideia de periodicidade dos mandatos.

💡 GABARITO: ERRADO

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RODADA 02

PROFESSOR LUCAS LÖSCH ABAID


E-mail: profcei.abaidlucas@gmail.com

🏳 DIREITO PENAL

QUESTÃO 16. Diante da gravidade em abstrato do crime, o fato de ser o agente denunciado pelo
cometimento dos delitos descritos na Lei n. 12.850/2013 justifica a imposição automática da prisão
preventiva.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “A mera circunstância de o agente ter sido denunciado em razão dos delitos descritos na Lei n.
12.850/2013 não justifica a imposição automática da prisão preventiva, devendo-se avaliar a presença de
elementos concretos, previstos no art. 312 do CPP (HC 708.148-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, Rel. Acd.
Min. João Otávio de Noronha, Quinta Turma, por maioria, julgado em 05/04/2022)”.
De se lembrar, nesse ponto, que não há se falar, no processo penal, em prisão automática com base na gravidade
em abstrato do crime. A análise da medida cautelar de natureza pessoal e excepcional justifica a relevância da
gravidade em concreto do crime.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 17. O delito do art. 2º, § 1º, da lei n. 12850/13 (§ 1º Nas mesmas penas incorre quem impede
ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.) é
crime material, seja na modalidade embaraçar, seja na modalidade impedir.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. “O delito do art. 2º, § 1º, da lei n. 12850/13 é crime material, inclusive na modalidade embaraçar. O
referido verbo atrai um resultado, ou seja, uma alteração do seu objeto. Na hipótese normativa, o objeto é a
investigação que, como já dito, pode se dar na fase de inquérito ou na ação penal. Ou seja, haverá a consumação
pelo embaraço à investigação se algum resultado, ainda que momentâneo e reversível, for constatado”. (REsp
n. 1.817.416/SC, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 3/8/2021, DJe de 16/8/2021)

💡 GABARITO: CERTO

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RODADA 02

QUESTÃO 18. A “investigação criminal” objeto de embaraço ou impedimento, descrita no art. 2º, § 1º, da
Lei n. 12.850/13, cinge-se, por força do princípio da legalidade e vedação da analogia in malam partem, à
fase do inquérito.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “A tese de que a investigação criminal descrita no art. 2º, § 1º, da Lei n. 12.850/13 cinge-se à fase do
inquérito não deve prosperar, eis que as investigações se prolongam durante toda a persecução criminal, que
abarca tanto o inquérito policial quanto a ação penal deflagrada pelo recebimento da denúncia. Com efeito,
não havendo o legislador inserido no tipo a expressão estrita “inquérito policial”, compreende-se ter conferido
à investigação de infração penal o sentido de persecução penal, até porque carece de razoabilidade punir mais
severamente a obstrução das investigações do inquérito do que a obstrução da ação penal. Ademais, sabe-se
que muitas diligências realizadas no âmbito policial possuem o contraditório diferido, de tal sorte que não
é possível tratar inquérito e ação penal como dois momentos absolutamente independentes da persecução
penal (HC 487.962/SC, Rel. Ministro JOEL ILAN PACIORNIK, QUINTA TURMA, DJe 7/6/2019 e REsp n.
1.817.416/SC, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 3/8/2021, DJe de 16/8/2021).

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 19. O critério para análise da incidência ou não da Lei Maria da Penha é o sexo biológico da
vítima.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “1. A aplicação da Lei Maria da Penha não reclama considerações sobre a motivação da conduta do
agressor, mas tão somente que a vítima seja mulher e que a violência seja cometida em ambiente doméstico,
familiar ou em relação de intimidade ou afeto entre agressor e agredida.
2. É descabida a preponderância, tal qual se deu no acórdão impugnado, de um fator meramente biológico
sobre o que realmente importa para a incidência da Lei Maria da Penha, cujo arcabouço protetivo se volta a
julgar autores de crimes perpetrados em situação de violência doméstica, familiar ou afetiva contra mulheres.
Efetivamente, conquanto o acórdão recorrido reconheça diversos direitos relativos à própria existência de
pessoas trans, limita à condição de mulher biológica o direito à proteção conferida pela Lei Maria da Penha.
3. A vulnerabilidade de uma categoria de seres humanos não pode ser resumida tão somente à objetividade
de uma ciência exata. As existências e as relações humanas são complexas e o Direito não se deve alicerçar em
argumentos simplistas e reducionistas.

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RODADA 02

4. Para alicerçar a discussão referente à aplicação do art. 5º da Lei Maria da Penha à espécie, necessária é
a diferenciação entre os conceitos de gênero e sexo, assim como breves noções de termos transexuais,
transgêneros, cisgêneros e travestis, com a compreensão voltada para a inclusão dessas categorias no abrigo da
Lei em comento, tendo em vista a relação dessas minorias com a lógica da violência doméstica contra a mulher.
5. A balizada doutrina sobre o tema leva à conclusão de que as relações de gênero podem ser estudadas com
base nas identidades feminina e masculina. Gênero é questão cultural, social, e significa interações entre
homens e mulheres. Uma análise de gênero pode se limitar a descrever essas dinâmicas. O feminismo vai
além, ao mostrar que essas relações são de poder e que produzem injustiça no contexto do patriarcado. Por
outro lado, sexo refere-se às características biológicas dos aparelhos reprodutores feminino e masculino, bem
como ao seu funcionamento, de modo que o conceito de sexo, como visto, não define a identidade de gênero.
Em uma perspectiva não meramente biológica, portanto, mulher trans mulher é.
6. Na espécie, não apenas a agressão se deu em ambiente doméstico, mas também familiar e afetivo, entre pai
e filha, eliminando qualquer dúvida quanto à incidência do subsistema da Lei n. 11.340/2006, inclusive no que
diz respeito ao órgão jurisdicional competente - especializado - para processar e julgar a ação penal.
7. As condutas descritas nos autos são tipicamente influenciadas pela relação patriarcal e misógina que o pai
estabeleceu com a filha. O modus operandi das agressões - segurar pelos pulsos, causando lesões visíveis,
arremessar diversas vezes contra a parede, tentar agredir com pedaço de pau e perseguir a vítima - são
elementos próprios da estrutura de violência contra pessoas do sexo feminino. Isso significa que o modo de
agir do agressor revela o caráter especialíssimo do delito e a necessidade de imposição de medidas protetivas.
8. Recurso especial provido, a fim de reconhecer a violação do art. 5º da Lei n. 11.340/2006 e cassar o acórdão
de origem para determinar a imposição das medidas protetivas requeridas pela vítima L. E. S. F. contra o ora
recorrido.” (Resp 1.977.124).
Inclusive, de se trazer a lume que o Superior Tribunal de Justiça (HC n. 541.237/DF) já indicou a admissibilidade
da manutenção da qualificadora do feminicídio em relação à vítima mulher transexual, a qual deverá ser
deliberada pelo Conselho de Sentença.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 20. Com base no princípio da territorialidade, adota-se no Brasil a Teoria do Resultado,
segundo a qual o lugar do crime será o de sua consumação, independentemente do local da ação ou
omissão criminosa.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Três são as teorias que objetivam definir o conceito de “lugar do crime” para fins de se verificar a
legislação penal aplicável ao caso concreto: atividade, resultado e ubiquidade.

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RODADA 02

A teoria da atividade tem como pressuposto a definição do local do crime a partir de onde se praticou a ação
ou omissão criminosa, independentemente do local em que produzido o resultado lesivo. Por sua vez, a teoria
do resultado tem como fundamento o lugar do crime o ponto onde verificado o resultado, desprezando o local
da ação ou omissão delitiva. Por fim, a teoria da ubiquidade, adotada pelo ordenamento jurídico brasileiro
(art. 6º do Código Penal), tem como local do crime não só aquele em que realizada a ação ou omissão, mas
também o local em que verificado (ou que ao menos deveria se verificar o resultado).
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 21. Como exceção ao princípio da territorialidade, tem-se a aplicação da extraterritorialidade


incondicionada e condicionada. Dentre as condições da extraterritorialidade condicionada, cita-se a
prática de crime contra a administração pública, por quem está a seu serviço.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A “condição” noticiada é afeta à extraterritorialidade incondicionada, e não à condicionada.


“As hipóteses de aplicação da extraterritorialidade da lei penal constituem exceção ao princípio da territorialidade
relativa e preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações penais cometidas além de nossas fronteiras,
podendo ser extraterritorialidade incondicionada ou extraterritorialidade condicionada, consoante o teor do
artigo 7º do Código Penal.
No primeiro caso, isto é, extraterritorialidade incondicionada, com fundamento nos princípios da defesa e da
universalidade, aplica-se a lei brasileira sem nenhuma condicionante, ainda que o agente tenha sido julgado
no estrangeiro – pouco importando se condenado ou absolvido. Isso significa que interesses maiores da nação
impõem que a lei brasileira incida em determinados fatos ocorridos no estrangeiro, independentemente da
presença de seu autor em território nacional.
O princípio da defesa, ou real, determina a aplicação da lei pátria em razão da nacionalidade e natureza do
bem jurídico atingido pela ação delitiva ocorrida no estrangeiro. De acordo com Hungria13, em tais casos,
a punição interessa fundamentalmente à ordem jurídica interna, pela importância dos bens atingidos, bem
como pelas extensas consequências que podem determinar na vida política ou econômica da República.
Desse modo, estabelece o art. 7º, inciso I, do Código Penal, em suas três primeiras alíneas, que ficam sujeitos
à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os delitos: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da
República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder

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RODADA 02

Público; c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço. Com escora no princípio da defesa,
aplica-se a lei brasileira de modo incondicionado, por exemplo, ao autor de falsificação de cédulas de reais
praticada no estrangeiro14.
Consoante o princípio da universalidade, da justiça universal ou cosmopolita, ou ainda, da jurisdição
mundial15, a lei penal incide a todo e qualquer fato punível de determinada categoria, independentemente
do lugar onde tenha sido praticado16. Lastreia-se esse princípio – que impactará, em certa medida, também
a extraterritorialidade condicionada – em uma ideia de cooperação internacional ampla no cerceamento de
atos enormemente gravosos, como genocídio (art. 7º, inciso I, d, do Código Penal17) ou tortura (art. 2º da
9.455/199718)19. Também deflui dessa diretriz a previsão constante do art. 7º, inciso II, a, quando estabelece a
sujeição à lei brasileira de crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
Em relação à extraterritorialidade condicionada, por sua vez, aplica-se a lei brasileira a determinados fatos
delitivos quando satisfeitos alguns requisitos, conforme o previsto no art. 7º, inciso II e §§ 2º e 3º do Código
Penal. Ela ocorre com relação a quatro categorias de crimes: a) delitos previstos em tratado ou convenção
internacional que o Brasil se obrigou a reprimir (consoante o princípio da justiça universal); b) crimes
praticados por estrangeiro, contra brasileiro, fora do Brasil (conforme o princípio da personalidade passiva
ou da proteção individual); c) crimes praticados por brasileiro no estrangeiro (de acordo com o princípio da
nacionalidade); d) delitos praticados a bordo de navio ou aeronave brasileiros privados, quando praticados no
exterior e ali não tenham sido julgados (pelo princípio da representação, do pavilhão ou da bandeira20).
Caso ocorra uma dessas hipóteses infracionais penais, a incidência da lei penal brasileira está sujeita às seguintes
cinco condições: a) entrada do agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país estrangeiro
em que foi cometido; c) estar o crime entre aqueles a que a lei brasileira admite a extradição; d) não ter sido o
agente absolvido ou não ter cumprido pena no estrangeiro pelo mesmo fato (sob pena de violação do ideário
do non bis in idem); e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
O ingresso do agente no solo brasileiro é uma condição de procedibilidade, sem a qual não se pode dar início ao
processo penal, não se vedando, entretanto, a possibilidade investigatória. As demais circunstâncias consistem
em condições objetivas de punibilidade, sem as quais não se pode iniciar qualquer ato persecutório, nem
mesmo investigativo.” (Souza, Luciano Anderson de Direito Penal, Volume 1 [livro eletrônico] : Parte Geral /
Luciano Anderson de Souza. -- 3. ed. -- São Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2022).

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 22. O desenvolvimento de compreensões axiológicas no âmbito da teoria geral do delito, a


exemplo dos elementos subjetivos do tipo, da antijuridicidade material e de culpabilidade normativa são
afetas, em um primeiro momento, ao “Finalismo”.
A) CERTO
B) ERRADO

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RODADA 02

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O desenvolvimento de compreensões axiológicas no âmbito da teoria geral do delito, a exemplo


dos elementos subjetivos do tipo, da antijuridicidade material e de culpabilidade normativa relacionam-
se, em um primeiro momento, afetas, em um primeiro momento, ao “Neokantismo”, que “preocupava-se,
então, com o método de apreensão das ciências do espírito, apartando o a priori (ontologismo) do a posteriori
(axiologismo), sendo este último a tônica para as ciências humanas” (Souza, Luciano Anderson de Direito
Penal, Volume 1 [livro eletrônico] : Parte Geral / Luciano Anderson de Souza. -- 3. ed. -- São Paulo : Thomson
Reuters Brasil, 2022).
Com o Neokantismo, pautado no pensamento de Immanuel Kant, valorizou-se a ideia do “dever-ser”, com
premissas axiológicas, substituindo o método puramente jurídico-formal inerente ao positivismo. Por conduta
não mais se tinha um “mero movimento corporal”, mas sim um “significado social” sujeito à variação a
depender da gravidade da ofensa ao bem jurídico. Introduz-se, assim, elementos normativos e subjetivos dos
tipos penais.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 23. Constitui arrependimento posterior a conduta do agente que, voluntariamente, impede
que o resultado se produza. Nesse caso, apenas responderá pelos atos já praticados.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O conceito abordado no enunciado traduz a ideia de “arrependimento eficaz”.


Desistência voluntária e arrependimento eficaz (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se
produza, só responde pelos atos já praticados.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Arrependimento posterior (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa,
até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois
terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

💡 GABARITO: ERRADO

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RODADA 02

PROFESSORA ANDRÉIA TONIN


E-mail: profcei.andreiatonin@gmail.com

🏳 DIREITO PROCESSUAL PENAL

QUESTÃO 24. As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006 são aplicáveis às minorias, como
transexuais, transgêneros, cisgêneros e travestis em situação de violência doméstica, independente da
identidade com o gênero feminino.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. As medidas protetivas previstas na Lei n. 11.340/2006 são aplicáveis às minorias, como transexuais,
transgêneros, cisgêneros e travestis em situação de violência doméstica, afastado o aspecto meramente
biológico (Jurisprudência em teses n. 205, de 25-11-2006, sobre as medidas protetivas da Lei Maria da Penha
- 11.340/2006).
O que o STJ decidiu é que a LMP e suas medidas protetivas alcança o gênero feminino e não o sexo feminino.
Logo, mulheres trans podem ser protegidas pela norma. O erro da questão é que para tanto deve haver
identidade com o gênero feminino (o qual não se confunde com o sexo feminino).
DICA: O DOD tem comentários bem interessantes a esse JT. Vale a pena ler. Disponíveis no Buscador do Dizer
o Direito.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 25. Há previsão expressa na Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/1984) de tratamento
humanizado à mulher grávida durante os atos médico-hospitalares do parto e durante o período do
puerpério.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Inovação legislativa da Lei n. 14.362/2022, que entrou em vigor em 13-4-2022, e acrescentou ao art.
14, o §4º que dispõe que: “Será assegurado tratamento humanitário à mulher grávida durante os atos médico-
hospitalares preparatórios para a realização do parto e durante o trabalho de parto, bem como à mulher no
período de puerpério, cabendo ao poder público promover a assistência integral à sua saúde e à do recém-

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RODADA 02

nascido”.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 26. O prazo para o assistente da acusação recorrer supletivamente começa a correr independente
do transcurso do prazo do MP.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Súmula 448-STF: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr imediatamente
após o transcurso do prazo do MP.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 27. O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no art. 29, caput,
da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) de 4/5 do salário mínimo não representa violação aos
princípios da dignidade humana e da isonomia, sendo inaplicável à hipótese a garantia de salário-mínimo
prevista no art. 7º, IV, da Constituição Federal.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O patamar mínimo diferenciado de remuneração aos presos previsto no art. 29, caput, da Lei nº
7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP) não representa violação aos princípios da dignidade humana e da
isonomia, sendo inaplicável à hipótese a garantia de salário-mínimo prevista no art. 7º, IV, da Constituição
Federal. STF. Plenário. ADPF 336/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2021 (Info 1007).
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado, mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três
quartos) do salário mínimo.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 28. A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da ação


penal por falta de justa causa feito em habeas corpus.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

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RODADA 02

CERTO. Súm. 648 – STJ: A superveniência da sentença condenatória prejudica o pedido de trancamento da
ação penal por falta de justa causa feito em habeas corpus. (2021)

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 29. De acordo com precedente do STF em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
a decretação de prisão temporária somente é cabível quando (i) for imprescindível para as investigações do
inquérito policial; (ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado; (iii) for justificada
em fatos novos ou contemporâneos; e (iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às circunstâncias
do fato e às condições pessoais do indiciado.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A decretação de prisão temporária somente é cabível quando (i) for imprescindível para as
investigações do inquérito policial; (ii) houver fundadas razões de autoria ou participação do indiciado;
(iii) for justificada em fatos novos ou contemporâneos; (iv) for adequada à gravidade concreta do crime, às
circunstâncias do fato e às condições pessoais do indiciado; e (v) não for suficiente a imposição de medidas
cautelares diversas. STF. Plenário. ADI 4109/DF e ADI 3360/DF, Rel. Min. Carmen Lúcia, redator para o
acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 11/2/2022 (Info 1043).
A questão está errada porque faltou um requisito, conforme o precedente do STF. Essa é talvez a decisão
mais importante de processo penal de 2022 e o STF acrescentou requisitos que não estão expressos na Lei
7.960/1989. Assim, bem importante decorar os requisitos.
Constou ainda da decisão que:
A prisão temporária não pode ser utilizada como meio de prisão para averiguação ou em violação ao direito
à não autoincriminação, pois caracteriza abuso de autoridade, na medida em que representa instrumento
utilizado como forma manifesta de constrangimento, impondo, por vias transversas, a submissão da pessoa
em prestar depoimento na fase inquisitorial (1); ou quando fundada tão somente porque o representado não
possui residência fixa, o que vai de encontro ao princípio constitucional da igualdade em sua dimensão
material, já que essa circunstância pode revelar-se como uma situação de vulnerabilidade econômico-
social. (ou seja, não é possível decretar com base apenas no inc II, mesmoq eu dentro do rol do inc III,
precisando que estejam presentes os 5 requisitos trazidos pelo STF)
Além disso, o rol do inciso III do artigo 1º da Lei 7.960/1989 é taxativo e representa opção do Poder
Legislativo, que, dentro de sua competência constitucional precípua, conferiu especial atenção a determinados
crimes, de modo compatível com a Constituição Federal de 1988 (CF/1988).
Por fim, não é incompatível com o texto constitucional: (i) a expressão “será” (art. 2º, caput, da Lei
7.960/1989) (2), já que a decretação da prisão temporária não se revela como medida compulsória, devendo

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RODADA 02

ser obrigatoriamente fundamentada (§ 2º do art. 2º da Lei 7.960/1989 e art. 93, IX, da CF/1988) (3); e (ii) o
prazo de 24 horas previsto no art. 2º, § 2º, da Lei 7.960/1989, porque, além de impróprio, justifica-se pela
urgência na análise do pedido pelo magistrado visando à eficiência das investigações.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 30. Será considerada nula a decisão carente de fundamentação, sendo assim considerada
aquela que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:


I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
II - por ilegitimidade de parte;
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de
prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela
parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à
acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos
perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento
à revelia;
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;
m) a sentença;
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso;

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RODADA 02

p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
V - em decorrência de decisão carente de fundamentação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição
entre estas. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)
Art. 315
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão,
que: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa
ou a questão decidida; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 31. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença que concluir pela
competência do juízo, quando impugnada por qualquer das partes.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Tem que decorar as hipóteses de RESE e de apelação, porque sempre cai.
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa;
II - que concluir pela incompetência do juízo;
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição;
IV – que pronunciar o réu

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RODADA 02

V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva
ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor;
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena;
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional;
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte;
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta;
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
XVII - que decidir sobre a unificação de penas;
XVIII - que decidir o incidente de falsidade;
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
XXII - que revogar a medida de segurança;
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.
XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

💡 GABARITO: ERRADO

DICA DE DIRECIONAMENTO DE ESTUDO NOS PONTOS COBRADOS NESTA RODADA:


• LEI SECA, JURISPRUDÊNCIA: 16. O acusado. 17. Vítima. 18. Assistente de acusação. 19. Prisão em
flagrante, prisão preventiva, medidas cautelares e a liberdade provisória. Prisão temporária (Lei nº
7.960/1989). 20. Citações e intimações. 21. Sentença criminal e coisa julgada. Princípio da correlação. 22.
Procedimento comum. 23. Procedimentos especiais e sumários previstos no Código de Processo Penal
(Decreto-Lei nº 3.689/1941) e nas Leis extravagantes. 28. Disposições gerais do Código de Processo
Penal. 24. O Tribunal do Júri. 26. Ações autônomas de impugnação: revisão criminal, habeas corpus
e mandado de segurança em matéria penal (Lei n. 12.016/2009). 27. Lei de Execução Penal. Graça,
indulto e anistia. 28. Disposições gerais do Código de Processo Penal. 29. Aspectos processuais penais
dos seguintes textos normativos: Código de Processo Penal Militar (Decreto-Lei n. 1.002/1969). Lei
dos Crimes Hediondos (Lei n 8.072/1990). Juizados Especiais Criminais Estaduais (Lei n. 9.099/1995)
e Federais (Lei n. 10.259/2001). Organizações criminosas (Lei n. 12.850/2013). Interceptação telefônica

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RODADA 02

(Lei n. 9.296/1996). Código de Trânsito Brasileiro (Lei n. 9.503/1997). Lei dos crimes ambientais (Lei
n. 9.605/1998). Lei de lavagem de dinheiro (Lei n. 9.613/1998). Proteção a vítimas e testemunhas
(Lei n. 9.807/1999). Identificação criminal (Lei n. 12.037/2009). Sigilo das operações de instituições
financeiras (Lei Complementar n. 105/2001). Estatuto do idoso (Lei n. 10.741/2003). Lei de Falências
(11.101/2005). Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n. 11.340/2006). Investigação
criminal conduzida pelo Delegado de Polícia (Lei n. 12.830/2013). Processo e julgamento colegiado em
crimes praticados por organizações criminosas (Lei n. 12.694/2012). Audiência de Custódia (Resolução
n. 213/2015, do CNJ). Lei n. 13.344/2016. Lei do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente Vítima ou Testemunha de Violência (Lei n. 13.431/2017).
• LEI SECA, JURISPRUDÊNCIA E DOUTRINA: 25. Nulidades e recursos em geral.
FONTES
LIMA, Renato Brasileiro de, Manual de processo penal: volume único. 10ªed. Salvador: Juspodvm, 2021.
Buscador do Dizer o Direito.
Materiais pessoais.
Sites do STJ e STF

PROFESSOR LUCAS LÖSCH ABAID


E-mail: profcei.abaidlucas@gmail.com

🏳 CRIMINOLOGIA

QUESTÃO 32. De acordo com o pensador Enrico Ferri, o complexo da criminalidade decorria de fatores
exclusivamente antropológicos.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “Enrico Ferri (1856-1929), sucessor e continuador do pensamento de seu sogro, foi um dos mais
importantes pensadores de seu tempo. Teve a difícil incumbência de ser o grande orientador da escola na árdua
polêmica que travou referente à reação dos clássicos. A ele devem a criminologia e o direito penal, se mais
não for por ser o criador da chamada sociologia criminal. Diferentemente de Lombroso, sua perspectiva de
análise voltava-se para as ciências sociais, com uma compreensão mais larga da criminalidade, evitando-
se o reducionismo antropológico do iniciador da Escola Positivista italiana. Dizia ele que o fenômeno
complexo da criminalidade decorria de fatores antropológicos, físicos e sociais. Dentro desse sistema
de forças condicionantes é que criará uma nova classificação dos criminosos, superando os pensamentos

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RODADA 02

anteriores, ainda que dentro da perspectiva positivista em sua fúria classificatória. No entanto, em sua
classificação preponderam os fatores sociais. Para ele, que em sua tese doutoral, La negazione del libero arbítrio
e la teoria della imputabilitá, critica o livre-arbítrio como fundamento da imputabilidade, a responsabilidade
moral deve ser substituída pela responsabilidade social, já que o “livre-arbítrio é uma mera ficção”. A razão
e o fundamento da reação punitiva é a defesa social, que se promove mais eficazmente pela prevenção do
que pela repressão aos fatos criminosos. “A evolução das ideias tirou aos povos a crença no ananké, fatum,
destino – que no antigo Oriente e na civilização greco-romana se dizia dominar ‘homens e deuses’. Mas tem,
porém, muito diminuída e reduzida a crença pós-socrática, e, sobretudo medieval, na livre vontade, que
por si só – acima e contra as circunstâncias individuais e de ambiente – se decide pela virtude ou o vício, a
honestidade ou o crime. Tanto mais que para os crentes não é possível, no terreno lógico (enquanto o é no
terreno sentimental e místico), conciliar esta livre vontade com os dogmas da predestinação e da onisciência e
onipotência divinas”. Em sua renovada classificação, Ferri visualiza cinco principais categorias de delinquentes:
o nato, o louco, o habitual, o ocasional e o passional. Nato era o criminoso conforme a classificação original de
Lombroso. Caracterizava-se por impulsividade ínsita que fazia com que o agente passasse à ação por motivos
absolutamente desproporcionados à gravidade do delito. Eram precoces e incorrigíveis, com grande tendência
à recidiva. O louco é levado ao crime não somente pela enfermidade mental, mas também pela atrofia do
senso moral, que é sempre a condição decisiva na gênese da delinquência. O delinquente habitual preenche
um perfil urbano. É a descrição daquele que nascido e crescido num ambiente de miséria moral e material
começa, de rapaz, com leves faltas (mendicância, furtos pequenos etc.) até uma escalada obstinada no crime.
Pessoa de grave periculosidade e fraca readaptabilidade, preenche um perfil que se amolda, em grande parte,
ao perfil dos criminosos mais perigosos. O delinquente ocasional está condicionado por uma forte influência
de circunstâncias ambientais: injusta provocação, necessidades familiares ou pessoais, facilidade de execução,
comoção pública etc.; sem tais circunstâncias não haveria atividade delituosa que impelisse o agente ao
crime. “No delinquente ocasional é menor a periculosidade e maior a readaptabilidade social; e, porque ele,
na massa dos autores de verdadeiros e próprios crimes, representa a grande maioria, que se pode computar
aproximadamente na metade do total dos criminosos”. Por derradeiro, encontramos o criminoso passional,
categoria que inclui os criminosos que praticam crimes impelidos por paixões pessoais, como também políticas
e sociais.” (Shecaira, Sérgio Salomão Criminologia [livro eletrônico] / Sérgio Salomão Shecaira -- 5. ed. -- São
Paulo : Thomson Reuters Brasil, 2022).

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 33. A “Escola Positivista”, diferentemente da “Escola Clássica”, tinha como base a pena por
questões afetas à “periculosidade”, motivo pelo qual duraria por tempo indeterminado, diga-se, até se
obter a recuperação do condenado.
A) CERTO
B) ERRADO

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RODADA 02

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. “Superadas as diferenças pontuais entre os principais autores do positivismo, algumas importantes
ideias comuns podem ser identificadas entre eles. O crime passa a ser reconhecido como um fenômeno natural
e social, sujeito às influências do meio e de múltiplos fatores, exigindo o estudo da criminalidade a adoção do
método experimental. A responsabilidade penal é responsabilidade social, por viver o criminoso em sociedade,
tendo por base a periculosidade. A pena será, pois, uma medida de defesa social, visando à recuperação do
criminoso. Tal medida, ao contrário do que pensavam os clássicos, defensores da pena por tempo determinado,
terá denominação de medida de segurança e será por tempo indeterminado, até ser obtida a recuperação
do condenado. O criminoso será sempre psicologicamente um anormal, temporária ou permanentemente.”
(Shecaira, Sérgio Salomão Criminologia [livro eletrônico] / Sérgio Salomão Shecaira -- 5. ed. -- São Paulo :
Thomson Reuters Brasil, 2022).

💡 GABARITO: CERTO

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🏳 EXECUÇÃO PENAL

QUESTÃO 34. A pena, ainda que integralmente cumprida, tem o condão de interferir nos cálculos de
benefícios em nova execução penal.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “A pena integralmente cumprida não interfere nos cálculos de benefícios em nova execução penal.
A controvérsia consiste na possibilidade de retificação dos cálculos penais do reeducando, sob o argumento de
que deve ser computado o período de relacionado a execução já extinta antes da atual execução.
Quando houver condenação por mais de um crime contra a mesma pessoa, incide o art. 111 da LEP. O juiz
observa o saldo da sanção a cumprir após eventual detração ou remição, determina o regime prisional e, então,
elabora o cálculo de benefícios.
Como a contagem incide sobre as guias reunidas para resgate preferencialmente em sua ordem cronológica de
distribuição, a estimativa terá como marco inicial a data da primeira prisão do reeducando (interrompida pela
última falta grave, no caso de progressão de regime), pois nesta data começou o cumprimento da execução
unificada, sopesado o art. 42 do CP.

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RODADA 02

No caso, o Tribunal de origem consignou expressamente que a primeira execução foi extinta antes da formação
da culpa delitiva do segundo processo.
Se a primeira execução do sentenciado foi extinta meses antes da formação da culpa do segundo processo, sem
continuidade com a guia atual, a sanção integralmente resgatada noutro tempo não orienta nem tem reflexos
nos cálculos de pena aplicada na última sentença, única em cumprimento, porque não existiu a soma ou a
unificação de que trata o art. 111 da LEP.
Portanto, somente seria possível acolher o pleito da defesa se estivéssemos diante de nova condenação no curso
do resgate de outra pena (art. 111 da LEP) com a adição da nova sanção privativa de liberdade ao restante
daquela ainda em cumprimento. Por sua vez, para o resgate - em ordem cronológica de duas ou mais guias,
mediante adequação do regime prisional e refazimento dos cálculos de benefícios - considera-se como termo
inicial da execução unificada a data primeira prisão (ou da última falta grave, para a progressão de regime),
pois nesse dia começou o efetivo resgate das reprimendas somadas.” (HC 762.729-SP, Rel. Ministro Rogerio
Schietti Cruz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 04/10/2022, DJe 10/10/2022)”.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 35. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como
por crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico),
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. ART. 9º-A da Lei de Execuções Penais.


Art. 9º-A. O condenado por crime doloso praticado com violência grave contra a pessoa, bem como por
crime contra a vida, contra a liberdade sexual ou por crime sexual contra vulnerável, será submetido,
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA (ácido desoxirribonucleico),
por técnica adequada e indolor, por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional. (Redação dada pela
Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a
ser expedido pelo Poder Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer constar garantias mínimas de proteção de dados genéticos, observando
as melhores práticas da genética forense. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito
instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. (Incluído pela Lei nº 12.654, de
2012)

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RODADA 02

§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de perfis
genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira que possa
ser contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação do
perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento
durante o cumprimento da pena. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 5º (VETADO).
§ 6º (VETADO).
§ 7º (VETADO).
§ 5º A amostra biológica coletada só poderá ser utilizada para o único e exclusivo fim de permitir a identificação
pelo perfil genético, não estando autorizadas as práticas de fenotipagem genética ou de busca familiar.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 6º Uma vez identificado o perfil genético, a amostra biológica recolhida nos termos do caput deste artigo
deverá ser correta e imediatamente descartada, de maneira a impedir a sua utilização para qualquer outro fim.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 7º A coleta da amostra biológica e a elaboração do respectivo laudo serão realizadas por perito oficial.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
§ 8º Constitui falta grave a recusa do condenado em submeter-se ao procedimento de identificação do perfil
genético. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

💡 GABARITO: CERTO

PROFESSOR RAFAEL PEREIRA


E-mail: profcei.rafaelpereira@gmail.com

🏳 DIREITO CIVIL
Sobre os direitos da personalidade em espécie análise as questões abaixo:
QUESTÃO 36. É admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o pai informou, perante
o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente escolhido pelos
genitores.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Veja interessante julgado em que o genitor registrou nome diferente do que havia sido acordado com

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RODADA 02

a genitora. O STJ entendeu possível a exclusão do prenome.


Jurisprudência recente do STJ:
CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. DIREITO AO NOME.
ELEMENTO ESTRUTURANTE DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE E DA DIGNIDADE DA
PESSOA HUMANA. MODIFICAÇÃO DO NOME DELINEADA EM HIPÓTESES RESTRITIVAS E EM
CARÁTER EXCEPCIONAL. FLEXIBILIZAÇÃO JURISPRUDENCIAL DAS REGRAS. ATRIBUIÇÃO
DE NOME AO FILHO. EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR QUE PRESSUPÕE BILATERALIDADE E
CONSENSUALIDADE. INADMISSÃO DA AUTOTUTELA. ATO DO PAI QUE, DESRESPEITANDO
CONSENSO DOS GENITORES, ACRESCE UNILATERALMENTE PRENOME À CRIANÇA POR OCASIÃO
DO REGISTRO.
VIOLAÇÃO DOS DEVERES DE LEALDADE E BOA-FÉ. ATO ILÍCITO. EXERCÍCIO ABUSIVO DO
PODER FAMILIAR. MOTIVAÇÃO SUFICIENTE PARA EXCLUSÃO DO PRENOME INDEVIDAMENTE
ACRESCIDO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA MÁ-FÉ, INTUITO DE VINGANÇA OU PROPÓSITO
DE ATINGIR À GENITORA.
IRRELEVÂNCIA. CONDUTA CENSURÁVEL EM SI MESMA.
1- Ação proposta em 31/08/2017. Recurso especial interposto em 24/09/2019 e atribuído à Relatora em
19/08/2020.
2- O propósito recursal é definir se é admissível a exclusão de prenome da criança na hipótese em que o
pai informou, perante o cartório de registro civil, nome diferente daquele que havia sido consensualmente
escolhido pelos genitores.
3- O direito ao nome é um dos elementos estruturantes dos direitos da personalidade e da dignidade da
pessoa humana, pois diz respeito à própria identidade pessoal do indivíduo, não apenas em relação a si, como
também em ambiente familiar e perante a sociedade.
4- Conquanto a modificação do nome civil seja qualificada como excepcional e as hipóteses em que se
admite a alteração sejam restritivas, esta Corte tem reiteradamente flexibilizado essas regras, permitindo-se a
modificação se não houver risco à segurança jurídica e a terceiros.
5- Nomear o filho é típico ato de exercício do poder familiar, que pressupõe bilateralidade, salvo na falta ou
impedimento de um dos pais, e consensualidade, ressalvada a possibilidade de o juiz solucionar eventual
desacordo entre eles, inadmitindo-se, na hipótese, a autotutela.
6- O ato do pai que, conscientemente, desrespeita o consenso prévio entre os genitores sobre o nome a ser
de dado ao filho, acrescendo prenome de forma unilateral por ocasião do registro civil, além de violar os
deveres de lealdade e de boa-fé, configura ato ilícito e exercício abusivo do poder familiar, sendo motivação
bastante para autorizar a exclusão do prenome indevidamente atribuído à criança que completará 04 anos em
26/05/2021 e que é fruto de um namoro que se rompeu logo após o seu nascimento.
7- É irrelevante apurar se o acréscimo unilateralmente promovido pelo genitor por ocasião do registro civil
da criança ocorreu por má-fé, com intuito de vingança ou com o propósito de, pela prole, atingir à genitora,

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RODADA 02

circunstâncias que, se porventura verificadas, apenas servirão para qualificar negativamente a referida conduta.
8- Recurso especial conhecido e provido.
(REsp 1905614/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 04/05/2021, DJe
06/05/2021)

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 37. O STF entendeu que o ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito
ao esquecimento
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O STF entendeu que o ordenamento jurídico brasileiro não consagra o denominado direito ao
esquecimento:
É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim entendido como o poder
de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos e licitamente obtidos
e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos ou abusos no
exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir dos parâmetros
constitucionais – especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e da personalidade
em geral – e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível.
STF. Plenário. RE 1010606/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 11/2/2021 (Repercussão Geral – Tema 786)
(Info 1005).
Importante apontar que o STF não fez menção a exceção do direito civil ou criminal. Cuidado.
Trata-se de juízo de retratação, para os fins do art. 1.040, inciso II, do CPC/2015, em decorrência do julgamento
do RE 1.010.606/RJ, cuja repercussão geral foi reconhecida e no qual o Supremo Tribunal Federal fixou a
seguinte tese (Tema 786): É incompatível com a Constituição a ideia de um direito ao esquecimento, assim
entendido como o poder de obstar, em razão da passagem do tempo, a divulgação de fatos ou dados verídicos
e licitamente obtidos e publicados em meios de comunicação social analógicos ou digitais. Eventuais excessos
ou abusos no exercício da liberdade de expressão e de informação devem ser analisados caso a caso, a partir
dos parâmetros constitucionais - especialmente os relativos à proteção da honra, da imagem, da privacidade e
da personalidade em geral - e as expressas e específicas previsões legais nos âmbitos penal e cível.
No acórdão proferido pela Terceira Turma do STJ, a autora ajuizou ação de obrigação de fazer, pleiteando a
“desindexação”, nos resultados das buscas mantidas pelas rés, de notícias relacionadas às suspeitas de fraude
em concurso público. A autora alegou que a indexação desses conteúdos seria causa de danos à sua dignidade
e privacidade e, assim, defendeu a necessária filtragem dos resultados de buscas que utilizem seu nome como
parâmetro, a fim de desvinculá-la das mencionadas reportagens.

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RODADA 02

Da análise do inteiro teor desse decisum, verifica-se que a insurgência era restrita ao apontamento do nome
da autora, como critério exclusivo e desvinculado de qualquer outro termo, e a exibição de fato desabonador
divulgado há mais de dez anos entre as notícias mais relevantes, sendo que a manutenção desses resultados
acabava por retroalimentar o sistema, uma vez que, ao realizar a busca pelo nome da autora e se deparar com
a notícia, o cliente acessaria o conteúdo - até movido por curiosidade despertada em razão da exibição do link
- reforçando, no sistema automatizado, a confirmação da relevância da página catalogada.
A Terceira Turma, portanto, não permitiu que a autora impedisse, em razão da passagem do tempo, a divulgação
dos fatos relacionados à suposta fraude no concurso público, o que seria, na linha do acórdão proferido no
recurso extraordinário supracitado, acolher o direito ao esquecimento.
Na verdade, a questão foi decidida sob o prisma dos direitos fundamentais à intimidade e à privacidade,
bem como à proteção de dados pessoais, não sendo determinada a exclusão da pesquisa no banco de dados
pertencentes às rés, havendo apenas a determinação da desvinculação do nome da autora, sem qualquer outro
termo, com a matéria desabonadora referente à fraude no concurso. O conteúdo, portanto, foi preservado.
Em outras palavras, a Terceira Turma do STJ não determinou que os provedores de busca na internet retirassem
o resultado acerca da fraude no concurso do índice de pesquisa, mas apenas determinou a sua desindexação,
isto é, a desvinculação do nome da autora, sem qualquer outro termo empregado, com o fato relacionado à
suposta fraude no concurso público, ocorrido há mais de uma década.
Esse fundamento, aliás, foi consignado expressamente na própria ementa do acórdão proferido por esta
Corte Superior, onde constou que “o rompimento do referido vínculo sem a exclusão da notícia compatibiliza
também os interesses individual do titular dos dados pessoais e coletivo de acesso à informação, na medida
em que viabiliza a localização das notícias àqueles que direcionem sua pesquisa fornecendo argumentos de
pesquisa relacionados ao fato noticiado, mas não àqueles que buscam exclusivamente pelos dados pessoais do
indivíduo protegido”.
No particular, vale destacar que o próprio Ministro Dias Toffoli, Relator do RE 1.010.606/RJ, que deu origem
ao Tema 786/STF, afirmou categoricamente que o caso examinado pelo Supremo não tratava de eventual
responsabilidade de provedores de internet em relação à indexação ou desindexação de conteúdos.
Em outras palavras, conforme ressaltado pelo Supremo Tribunal Federal, o direito à desindexação - que foi
reconhecido por esta Terceira Turma - não se confunde com o direito ao esquecimento, objeto de análise no
recurso extraordinário que deu origem à tese fixada no Tema 786/STF, razão pela qual não há que se falar em
descumprimento da referida tese por esta Corte Superior.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 38. A morte para o direito civil pode ser classificada em: Morte real, quando ocorre a morte
com a verificação da morte cerebral, ou a morte presumida, que decorre dos casos previstos no art.7º do
Código Civil.
A) CERTO

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RODADA 02

B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A morte para o direito civil pode ser classificada em: Morte real, quando ocorre a morte com a
verificação da morte cerebral, ou a morte presumida, que decorre dos casos previstos no art.7º do Código
Civil. A questão da morte real, inclusive está prevista no Art.3º da Lei n.9.434/97, lei que trata sobre a remoção
de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante:
Art. 3º A retirada post mortem de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante ou
tratamento deverá ser precedida de diagnóstico de morte encefálica, constatada e registrada por dois médicos
não participantes das equipes de remoção e transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos
definidos por resolução do Conselho Federal de Medicina.
A morte presumida exige requisitos legais estabelecidos no art. 7º, quais sejam:
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término
da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de
esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.

💡 GABARITO: CERTO

Sobre a prescrição e negócio jurídico análise os entendimentos da jurisprudência.


QUESTÃO 39. É de cinco anos o prazo prescricional para ajuizamento da execução individual de sentença
proferida em Ação Civil Pública.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Cinge-se a controvérsia a determinar qual o prazo prescricional para pretensão de cumprimento
individual de condenação constante de sentença coletiva.
O Tribunal de origem condenou a parte recorrente ao ressarcimento dos valores despendidos pelos beneficiários
com o custeio das lentes intraoculares. Nas razões de seu recurso especial, pleiteia que “(...) o ressarcimento
aos consumidores se oriente pela prescrição ânua prevista no arts. 178, § 6°, II, do Código Civil de 1916 e 206,
§1°, II, do Código Civil de 2002”, ou, subsidiariamente, pela prescrição trienal.
Ocorre que a hipótese trata de pretensão de cumprimento individual de condenação constante de sentença
coletiva, de modo que não se aplicam os prazos prescricionais ânuo ou trienal, mas a prescrição quinquenal,
conforme tese firmada pela Segunda Seção do STJ no julgamento do Recurso Especial 1.273.643/PR, julgado

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RODADA 02

pelo rito dos recursos repetitivos tema 515


Essa questão é típica de MPSC em que a exceção está na jurisprudência.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 40. A simulação gerará a nulidade relativa, contudo o CC prevê que subsistirá o negócio
dissimulado, é o que a doutrina chama de simulação relativa.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO a nulidade será absoluta.


Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e
na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou
transmitem;
II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira;
III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados.
A simulação gerará a nulidade absoluta, contudo, quanto o CC prevê que subsistirá o negócio dissimulado, é o
que a doutrina chama de simulação relativa.
Para ajudar, retira-se da doutrina de maneira didática o conceito de1:
a) Simulação absoluta – situação em que na aparência se tem determinado negócio, mas na essência a parte
não deseja negócio algum. Como exemplo, ilustre-se a situação em que um pai doa imóvel para filho, com
o devido registro no Cartório de Registro de Imóveis, mas continua usufruindo dele, exercendo os poderes
do domínio sobre a coisa. Mesmo o ato sendo praticado com intuito de fraude contra credores, prevalece a
simulação, por envolver ordem pública, sendo nulo de pleno direito.
b) Simulação relativa – situação em que o negociante celebra um negócio na aparência, mas na essência almeja
um outro ato jurídico, conforme outrora já exemplificado quanto ao comodato e à locação. A simulação
relativa, mais comum de ocorrer na prática, pode ser assim subclassificada:
• Simulação relativa subjetiva – caso em que o vício social acomete o elemento subjetivo do negócio, pessoa
com que este é celebrado (art. 167, § 1.º, I, do CC). A parte celebra o negócio com uma parte na aparência, mas
com outra na essência, entrando no negócio a figura do testa de ferro, laranja ou homem de palha, que muitas
vezes substitui somente de fato aquela pessoa que realmente celebra o negócio jurídico ou contrato. Trata-se
do negócio jurídico celebrado por interposta pessoa.
• Simulação relativa objetiva – caso em que o vício social acomete o elemento objetivo do negócio jurídico
celebrado, o seu conteúdo. Celebra-se um negócio jurídico, mas na realidade há uma outra figura obrigacional,

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RODADA 02

sendo mascarados os seus elementos verdadeiros. Como exemplo, repise-se: para burlar o fisco, determinada
pessoa celebra um contrato de comodato de determinado imóvel, cobrando aluguel do comodatário. Na
aparência, há um contrato de empréstimo, mas na essência, trata-se de uma locação.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 41. A compensação se dá apenas entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO, de acordo com o art. 369-A:


Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis.
Muito cuidado, MPSC já cobrou em algumas provas as hipóteses de extinção e adimplemento das obrigações,
normalmente quando cai é lei seca.
Para complemento, o STJ decidiu recentemente é possível a compensação ser alegada em contestação, de
forma a justificar o não pagamento do valor cobrado ou a sua redução, extinguindo ou modificando o direito
do autor. REsp 2.000.288-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em
25/10/2022, DJe 27/10/2022.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 42. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua
celebração. A interpretação do negócio jurídico deve lhe atribuir o sentido que for mais benéfico à parte
que não redigiu o dispositivo, se identificável
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO, A lei de liberdade econômica incluiu o parágrafo 1º e 2º ao Art.113 que trata da interpretação dos
negócios jurídicos.
O §2º, reafirmou a autonomia da vontade, um dos princípios que regem os negócios jurídicos, aliadas a
possibilidade dos famosos negócios jurídicos processuais do Art.190 do Código de Processo Civil.
A ideia é justamente que havendo lacunas as partes possam pactuar a interpretação dos negócios jurídicos,
inclusive formas diferentes das já previstas em lei.
Por óbvio, que não podem ser empregadas formas ilegais ou inadmissíveis de aplicação da norma, contrariando
a própria validade do negócio.
Ainda, o art.113, teve acrescentado o parágrafo 1º, que especificou as formas de interpretação do negócio

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RODADA 02

jurídico.
O art. 113 do Código Civil traz em seu conteúdo a função de interpretação da boa-fé objetiva.
Assim, o parágrafo único apontou comportamentos que possuem interpretação solucionada já pela lei.
O exemplo é o inciso IV, que a interpretação será mais favorável a quem não redigiu o dispositivo, bem
conhecido no direito brasileiro, prevendo na legislação a expressão: ambiguitas contra stipulatorem est que
significa que a ambiguidade se resolve contra o credor estipulante.
Muito comum nos contratos consumeristas, veja julgado abaixo:
APELAÇÃO – CONTRATAÇÃO DE CARTÃO DE CRÉDITO COM MARGEM CONSIGNÁVEL (RMC)
- PRÁTICA ABUSIVA E OFENSIVA AOS DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR – FALTA DE
INFORMAÇÃO CLARA E SUFICIENTE SOBRE OS TERMOS CONTRATUAIS – OFENSA AOS ARTIGOS
112, 113, 422 e 423 DO CÓDIGO CIVIL E ARTIGOS 47, 51, IV E SEU § 1º, III, DO CÓDIGO DE DEFESA
DO CONSUMIDOR – CLÁUSULA CONTRATUAL NULA – DANO MORAL INEXISTENTE. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras (Súmula 297 do STJ) e em seu artigo 47 estabelece que as cláusulas contratuais serão interpretadas de
maneira mais ampla ao consumidor. Toda e qualquer cláusula, ambígua ou não, tem de ser assim interpretada,
veiculando o dispositivo o princípio de da interpretatio contra stipulatorem, mas de forma mais ampla, de
tal forma que toda e qualquer cláusula que seja ambígua, vaga ou contraditória deve ser interpretada contra
o estipulante. Além disso, dispondo o Código Civil em seus artigos 112 e 113 que nas declarações de vontade
se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem e que os negócios
jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração, deve ser interpretado
o contrato celebrado entre as partes não como de cartão de crédito com reserva de margem consignável, mas
sim de empréstimo consignado, quando é certo que o autor nunca se utilizou do cartão para saques pessoais,
mas apenas sofreu o débito mensal das parcelas do empréstimo pessoal que havia então celebrado com juros
mensais e anuais abusivos. Há, nos dispositivos citados, clara preocupação do legislador em resguardar o
elemento anímico real de quem manifesta a vontade, de tal forma que é possível averiguar a intenção do agente,
que será decisiva na interpretação. Constatando-se, assim, que o autor fez contratação de empréstimo junto
ao banco réu, cujo valor lhe foi creditado e, depois, promoveu o pagamento do valor emprestado mediante
descontos consignados em sua folha de pagamento, não se revela válida, tampouco lícita, a cláusula que
estabelece que o autor teria contratado cartão de crédito, nunca por ele utilizado, em completo desvirtuamento
dessa modalidade de contratação, o que se fez tão-somente com o claro intuito de a instituição financeira
poder se utilizar de uma modalidade contratual em que os juros são os mais elevados do mercado. Criou-se
assim uma situação tal, ilaqueando a boa-fé e ignorância do consumidor sobre os reais termos do contrato,
em que o consumidor jamais logrará êxito no pagamento do valor tomado, diante dos notórios encargos
substancialmente mais onerosos praticado com as operações derivadas de cartão de crédito. Expedientes dessa
natureza são violadores dos princípios encartados no Código de Defesa do Consumidor (artigos 47 e 51,
IV e § 1º, III) e, de igual forma, aos artigos 110, 112, 113, 138, 422 e 423, Código Civil, constituindo-se em

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RODADA 02

verdadeiro ato de má-fé negocial, que nulifica de pleno direito a respectiva cláusula. Diante da ilegalidade na
forma de cobrança do débito, que o torna impossível de ser pago, é de rigor a anulação da cláusula que prevê a
cobrança das parcelas do empréstimo via descontos a título de Reserva de Margem Consignável, devendo ser
convertido o Contrato de Cartão de Crédito Consignado para Empréstimo Pessoal Consignado, com encargos
normais para esse tipo de operação bancária, à taxa média divulgada pelo Banco Central do Brasil para o mês
da contratação e abatidos os valores já pagos a título de reserva de margem consignável. Tais valores deverão
ser devolvidos de forma simples à parte autora, acatando no caso o entendimento majoritário da Câmara,
feita minha reserva pessoal em sentido contrário. A condenação por danos morais não pode ser concedido no
caso em que os atos perpetrados pelo banco réu não atingiram a esfera anímica do autor. Recurso conhecido
e parcialmente provido.
(TJ-MS - AC: 08052031920188120017 MS 0805203-19.2018.8.12.0017, Relator: Des. Dorival Renato Pavan,
Data de Julgamento: 31/01/2020, 3ª Câmara Cível, Data de Publicação: 05/02/2020)

💡 GABARITO: CERTO

Sobre a responsabilidade civil análise a alternativa abaixo.


QUESTÃO 43. A irresponsabilidade da imprensa ao exibir, em rede nacional, programa que veicule
matéria ofensiva à honra e à dignidade de cidadão enseja dano moral indenizável e este deve ser suficiente
para reparar o dano, servir de sanção da conduta praticada e coibir novos abusos.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Interessante julgado com cara de prova de primeira fase.


A liberdade de imprensa precisa ser exercida com responsabilidade social e individual, dentro de limites éticos
e legais, especialmente nos tempos atuais, em que se vive um contexto de dualidades, tumultuado por discursos
de ódio. Isso é imperativo para a construção de um país livre e democrático.
Impõe dizer que o caso em análise não tem paralelos com os demais submetidos a julgamento no STJ.
Violada a responsabilidade de imprensa, a resposta do STJ deve ter caráter educativo, mediante sanção que
iniba quaisquer novas tentativas de lesão ou agressão aos direitos igualmente tutelados pela Constituição,
como o direito à honra e à privacidade.
Conforme destacado durante o julgamento, o caso não tem paralelo porque não se trata de mera notícia
veiculada, tampouco de mera narração de fatos criminosos mencionados na denúncia.
Ao contrário, trata-se de um programa de televisão de grande repercussão, exibido em horário nobre em
rede nacional, da emissora mais vista pelo país naquela época, em que, mais que a mera narrativa dos fatos
da denúncia feita pelo Ministério Público, houve dramatização com cores muito mais vivas que as da própria
realidade, uma simulação do ocorrido por atores profissionais, vez por outra, interrompida para exibição do

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RODADA 02

testemunho de funcionários da igreja, pais de vítimas, psicólogos, autoridades policiais, etc. Os prejudicados
foram mostrados claramente como criminosos, pessoas sem caráter, sujeitos que usaram da figura do palhaço
(tão rica para a infância) para atrair a atenção de crianças com a exclusiva intenção de abusar sexualmente
delas.
Tais elementos, por si sós, já induzem ao repúdio popular. No caso concreto, pela forma e meios, a exibição do
programa foi suficiente para deflagrar verdadeira perseguição aos acusados, que ficaram presos, vivenciando
todas as agruras dessa lamentável fama.
A absolvição dos acusados em sentença confirmada por acórdão do Tribunal local que, inclusive, já transitou
em julgado, só reforça a fragilidade de todo o conjunto probatório produzido à época da exibição do programa
e, portanto, reforça a inconsequência do programa da forma como foi feita e as desastrosas consequências para
a vida daquelas pessoas.
Ao analisar a individualização do dano, a juíza na origem foi extremamente feliz, porque não se limitou à mera
análise dos fatos imputados (graves por si sós). Para quantificar o valor, enveredou, inclusive, pela análise do
ganho que a emissora teria com publicidades durante a reprodução do programa, na medida em que valorou
qual o lucro pelas inserções dos comerciais durante a transmissão. No entanto, foi uma ação irresponsável que
devastou vidas e destruiu, para sempre, a honra dessas pessoas.
Assim, a sanção precisa corresponder ao grau de irresponsabilidade demonstrado, devendo-se manter o valor
fixado no Tribunal de origem.
A irresponsabilidade da imprensa ao exibir, em rede nacional, programa que veicule matéria ofensiva à honra
e à dignidade de cidadão enseja dano moral indenizável e este deve ser suficiente para reparar o dano, servir
de sanção da conduta praticada e coibir novos abusos. Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Antonio
Carlos Ferreira, Rel. para acórdão Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma, por maioria, julgado em
22/11/2022, DJe 2/2/2023.

💡 GABARITO: CERTO

PROFESSOR LUCAS GABRIEL SCHEIDWEILER


E-mail: profcei.lucasscheidweiler@gmail.com

🏳 DIREITO PROCESSUAL CIVIL


QUESTÃO 44. Para admissão do Recurso Especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões
de direito federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão do
recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base nesse motivo pela
manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para o julgamento.
A) CERTO

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RODADA 02

B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A EC 125/22 inseriu os §§ 2° e 3° no art. 105 e estabeleceu a necessidade de comprovação da relevância


da questão infraconstitucional veiculada no Recurso Especial como condição de admissibilidade deste recurso.
Veja-se:
§ 2º No recurso especial, o recorrente deve demonstrar a relevância das questões de direito
federal infraconstitucional discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que a admissão
do recurso seja examinada pelo Tribunal, o qual somente pode dele não conhecer com base
nesse motivo pela manifestação de 2/3 (dois terços) dos membros do órgão competente para
o julgamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
§ 3º Haverá a relevância de que trata o § 2º deste artigo nos seguintes casos: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
I - ações penais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
II - ações de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de
2022)
III - ações cujo valor da causa ultrapasse 500 (quinhentos) salários mínimos; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
IV - ações que possam gerar inelegibilidade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125,
de 2022)
V - hipóteses em que o acórdão recorrido contrariar jurisprudência dominante do Superior
Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de 2022)
VI - outras hipóteses previstas em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 125, de
2022)

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 45. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver,
alternativamente, efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão
unicamente de direito ou risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Os requisitos são cumulativos, e não alternativos.


Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando
houver, simultaneamente:

cursocei.com 62
RODADA 02

I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão


unicamente de direito;
II - risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
§ 1º A desistência ou o abandono do processo não impede o exame de mérito do incidente.
§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no incidente e
deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.
§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de
qualquer de seus pressupostos de admissibilidade não impede que, uma vez satisfeito o
requisito, seja o incidente novamente suscitado.
§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais
superiores, no âmbito de sua respectiva competência, já tiver afetado recurso para definição
de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.
§ 5º Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 46. A apelação terá efeito suspensivo automático, salvo, dentre outros casos, quando a sentença
versar sobre condenação ou exoneração de alimentos.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Apenas a sentença que condena a pagar alimentos é que não possui o efeito suspensivo automático,
e não a que exonera o devedor de prestá-los.
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente
após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório
depois de publicada a sentença.
§ 3º O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado
por requerimento dirigido ao:

cursocei.com 63
RODADA 02

I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição,


ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;
II - relator, se já distribuída a apelação.
§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o
apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 47. Não se admite a formação de coisa julgada sobre questão prejudicial no caso de revelia.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A assertiva está de acordo com a previsão legal a respeito da coisa julgada sobre questão prejudicial,
pois o Código de Processo Civil exige que tenha, sobre a questão, sido exercido o contraditório, excluindo
expressamente do âmbito de abrangência da norma os casos de revelia.
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível
a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.
Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o mérito tem força de lei nos limites da
questão principal expressamente decidida.
§ 1º O disposto no caput aplica-se à resolução de questão prejudicial, decidida expressa e
incidentemente no processo, se:
I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;
II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e efetivo, não se aplicando no caso de
revelia;
III - o juízo tiver competência em razão da matéria e da pessoa para resolvê-la como questão
principal.
§ 2º A hipótese do § 1º não se aplica se no processo houver restrições probatórias ou limitações
à cognição que impeçam o aprofundamento da análise da questão prejudicial.
Art. 504. Não fazem coisa julgada:
I - os motivos, ainda que importantes para determinar o alcance da parte dispositiva da
sentença;
II - a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 48. É possível a inversão do ônus da prova diante de peculiaridades da causa relacionadas

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RODADA 02

à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo probatório, ou à maior facilidade de


obtenção da prova do fato contrário, desde que por decisão fundamentada, caso em que deverá o Juiz dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Há a possibilidade de atribuição do ônus da prova de forma diversa ao ordinariamente previsto


(distribuição estática do ônus da prova) diante das peculiaridades da causa (distribuição dinâmica do ônus da
prova):
Art. 373. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do
autor.
§ 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à
impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou
à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da
prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar
à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
§ 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência
do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.
§ 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes,
salvo quando:
I - recair sobre direito indisponível da parte;
II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
§ 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 49. É possível a produção antecipada de prova para prevenir litígio judicial futuro. O manejo da
produção antecipada de provas não previne o Juízo para eventual ação futura.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A assertiva corresponde à previsão legal.


Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos em que:

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RODADA 02

I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de
certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro meio
adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
§ 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção quando tiver por finalidade
apenas a realização de documentação e não a prática de atos de apreensão.
§ 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo do foro onde esta deva ser
produzida ou do foro de domicílio do réu.
§ 3º A produção antecipada da prova não previne a competência do juízo para a ação que
venha a ser proposta.
§ 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em face
da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver
vara federal.
§ 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar a existência de algum
fato ou relação jurídica para simples documento e sem caráter contencioso, que exporá, em
petição circunstanciada, a sua intenção.
Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de
antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na
produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as
respectivas consequências jurídicas.
§ 3º Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento,
desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva
demora.
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir
totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário.
Art. 383. Os autos permanecerão em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e
certidões pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 50. O Ministério Público não pode suscitar incompetência relativa nas causas em que atuar
como fiscal da ordem jurídica, uma vez que incumbe ao réu fazê-lo.
A) CERTO

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RODADA 02

B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A incompetência relativa não pode ser reconhecida de ofício pelo magistrado, de modo que, em
regra, seu reconhecimento demanda alegação do réu no primeiro momento em que falar no processo, sob
pena de preclusão e prorrogação da competência. Contudo, o próprio CPC permite que o Ministério Público
também a suscite.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser
declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida
pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em preliminar
de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em
que atuar.
Art. 66. Há conflito de competência quando:
I - 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes;
II - 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência;
III - entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos.
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo
se a atribuir a outro juízo.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 51. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e
convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Além das hipóteses negociais típicas, o art. 190 do Código de Processo Civil trouxe uma cláusula
geral acerca dos negócios jurídicos processuais, de forma que passa-se a se admitir a negociação acerca de

cursocei.com 67
RODADA 02

diversos aspectos do processo.


Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades
da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes
ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções
previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção
abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação
de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos
processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão
modificados em casos excepcionais, devidamente justificados.
§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de
audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

💡 GABARITO: CERTO.

PROFESSOR RAFAEL PEREIRA


E-mail: profcei.rafaelpereira@gmail.com

🏳 FUNDAMENTOS E NOÇÕES GERAIS DE DIREITO


QUESTÃO 52. O Jusracionalismo contribuiu para existência da codificação das normas.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O jusracionalismo ou racionalismo jurídico foi uma escola de pensamento jurídico que tentou deduzir
um direito totalmente racional, ou seja, fundado em princípios racionais e válido independentemente do
contexto social cultural ou político em que estava inserido. Desenvolvido por meio de métodos matemáticos
(geometria). Essa escola, de caráter predominantemente jusnaturalista, afirma que esse novo direito natural,
agora laico e não mais de origem puramente religiosa, deve ser aplicado racionalmente para corrigir os diversos
males, tanto negativos quanto positivos.
Essa escola contribuiu para a codificação das normas:
1- Permitiu a renovação metodológica do Direito, fornecendo um caráter racional, científico aos códigos

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RODADA 02

modernos.
2- Os códigos deixaram de ficar sujeitos às mudanças da vontade humana e sim ao direito natural
(jusracionalismo) e sendo deste sua fonte, apresentaram uma característica imutável, universal, capaz de
instaurar uma “época de paz perpétua na convivência humana.”
3- Os códigos foram providos com uma melhor estruturação, com um corpo de princípios dotados de unidade
e deduzidos sistematicamente se contrastando com o plano arbitrário dos códigos antigos.

💡 GABARITO: CERTO

PROFESSORA ANA CRISTINA DUARTE


E-mail: portuguessemneura1@gmail.com

🏳 PORTUGUÊS
PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES QUE SE SEGUEM, LEIA O TEXTO ABAIXO:
Envelhecer é chato, mas consolemo‐nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para
contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do que não existir. Há dúvidas,
claro. Muitos acreditam que com a morte se vai desta vida para outra melhor, inclusive mais barata, além de
eterna. Só descobriremos quando chegarmos lá. Enquanto isso vamos envelhecendo com a dignidade possível,
sem nenhuma vontade de experimentar a alternativa.
Mas há casos em que a alternativa para as coisas como estão é conhecida. Já passamos pela alternativa
e sabemos muito bem como ela é. Por exemplo: a alternativa de um país sem políticos, ou com políticos
cerceados por um poder mais alto e armado. Tivemos vinte anos desta alternativa e quem tem saudade dela
precisa ser constantemente lembrado de como foi. Não havia corrupção? Havia, sim, não havia era investigação
pra valer. Havia prepotência, havia censura à imprensa, havia a Presidência passando de general para general
sem consulta popular, repressão criminosa à divergência, uma política econômica subserviente a um “milagre”
econômico enganador. Quem viveu naquele tempo lembra que as ordens do dia nos quartéis eram lidas e
divulgadas como éditos papais para orientar os fiéis sobre o “pensamento militar”, que decidia nossas vidas.
Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida. E, para
garantir‐se que a alternativa não se repita, é preciso cuidar para não desmoralizar demais a política e os políticos,
que seja. Melhor uma democracia imperfeita do que uma ordem falsa, mas incontestável. Da próxima vez que
desesperar dos nossos políticos, portanto, e que alguma notícia de Brasília lhe enojar, ou você concluir que
o país estaria melhor sem esses dirigentes e representantes que só representam seus interesses, e seus bolsos,
respire fundo e pense na alternativa.
Sequer pensar que a alternativa seria preferível – como tem gente pensando – equivale a um suicídio cívico.
Para mudar isso aí, prefira a vida – e o voto.

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RODADA 02

(Adaptado. Veríssimo, O Globo, 30/6/2013)


QUESTÃO 53. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam mantidos caso substituíssemos o fragmento
“Ao contrário da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida.” por “Em
vez da morte, de uma ditadura se volta, preferencialmente com uma lição aprendida.”
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. “Em vez de» é igual a «em lugar de», «em troca de», «em substituição a». «Ao invés de», por
sua vez, tem o sentido de “ao contrário de”, “ao inverso de” e é usada nas orações que exprimem situações
contrárias, exata oposição.
Ou seja, na questão, para mantermos o sentido original do texto, teríamos que trocar “ao contrário” por “ao
invés de”, pois “em vez de” não mantém o mesmo sentido.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 54. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No segundo parágrafo, no sexto período, poderíamos substituir “à imprensa” por “a sua imprensa” sem
prejudicar a correção gramatical do período.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

CERTO. A crase será facultativa quando a presença do artigo definido feminino “a” ou a
preposição “a” também for facultativa. Dessa forma, se o artigo e a preposição estiverem
na frase, o uso da crase é obrigatório, pois há contração da preposição “a” com o artigo “a”.
Vamos nos lembrar dos casos facultativos de crase:

1. Depois da preposição “até”, ex. Vou até a/à faculdade.


2.Antes dos nomes próprios femininos, ex. Entreguei a carta à/a Ana.
3. Antes dos pronomes possessivos, ex. Dei o telefone à/a minha mãe.

Portanto, na questão, não prejudicaria a correção gramatical caso tirássemos a crase antes do pronome
possessivo sua, pois enquadra-se no caso facultativo acima descrito. Note que a questão não falou em NADA
sobre sentido original ou coerência do texto, SÓ correção gramatical, ou seja, você só deve olhar para a
estrutura, sem considerar mais nada.

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RODADA 02

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 55. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No fragmento “Envelhecer é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça
morreu e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral é que existir é muito melhor do
que não existir”. Poderia ser reescrito sem prejudicar a coerência e a correção gramatical por “Envelhecer
é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu conheça morreu e voltou para contar
como é estar morto, mas o consenso geral prefere existir do que não existir”.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. Se pensarmos apenas na coerência do texto, a reescrita seguiria mantendo a mesma ideia de que
as pessoas, de forma geral, preferem existir a estarem mortas. Note que ao usar o verbo preferir, agora, eu usei
preferir algo a algo e não “preferir algo do que algo”, pois esse verbo não aceita como complemento esse “do
que”, pois fere a regência própria do verbo (se não lembrar o que é regência, tenho uma aula teórica explicando
os casos e o preferir aparece na lista).
Portanto, a reescrita deveria ser “Envelhecer é chato, mas consolemo-nos: a alternativa é pior. Ninguém que eu
conheça morreu e voltou para contar como é estar morto, mas o consenso geral prefere existir a não existir”
sem ferir a correção gramatical.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 56. No texto, o fato de o vocábulo milagre aparecer entre aspas significa que o termo está
empregado em sentido denotativo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. O fato do vocábulo milagre estar entre aspas revela que o autor o utilizou de forma irônica, porque
critica a política da época, que afirmava que se vivia um milagre econômico, o qual acabou por ser contestado.
Denotação: sentido real, literal da palavra.
Conotação: sentido figurado, literário.

💡 GABARITO: ERRADO.

PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES QUE SE SEGUEM, LEIA O TEXTO ABAIXO:


MARX TINHA RAZÃO

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RODADA 02

Tenho conversado com pessoas cujos condomínios contrataram portarias inteligentes e as opiniões são
controversas. Mas a moda está pegando e a demissão em massa dos profissionais na área cresce.
Uma portaria inteligente é uma portaria sem porteiros ou nenhum funcionário similar. Você fala com
um cara, sei lá, no Acre, que monitora 150 portarias pelo país. O argumento básico e a redução de custos, claro.
Podemos olhar para esse fenômeno de um modo mais amplo, ou mais imediato, ligado ao cotidiano. A
portaria inteligente torna o prédio impermeável, inclusive a você e a seus convidados ou encomendas. Coisa
de gente chata.
A ordem espontânea e expandida (expressão usada pelo economista liberal Friedrich Hayek para se
referir ao mercado) é uma entidade moral, social, política e econômica. Na China, por exemplo, você vê um
número enorme de pessoas, claramente sem grande formação, realizando pequenos trabalhos.
Esse fato garante a atividade e a dignidade de pessoas dentro dessa ordem espontânea e expandida.
Economia sem a dimensão social e uma economia tão cega quanto um mercado em que o Estado controla
preços: gera desemprego, instabilidade, e, por tabela, pobreza, concentrando a riqueza na mão de quem destrói
o próprio tecido social do mercado. Coisa de idiotas de mercado.
lnfelizrnente, no Brasil, existe em grande número esse personagem que é o idiota do mercado ou o
liberal inteligentinho, que acha que sociedade de mercado é uma entidade meramente econômica.
Não. O mercado é moral e social. Adam Smith, filósofo do século 18, antes de ser um economista, foi
um filósofo moral. Como você identifica um idiota de mercado?
Esse personagem confunde a dimensão social e moral do mercado com a ingerência de um Estado
gigantesco na vida das pessoas. A dimensão social e moral do mercado é a responsabilidade moral dos agentes
econômicos nas suas pequenas decisões diárias, nas suas esferas de poder. Mas, para além dessas consequências
mais amplas, há que se pensar nas consequências mais imediatas, a curto e médio prazo, no mínimo.
A humanidade envelhece a passos largos. Idosos que conseguem manter suas casas, onde viveram
e constituíram memória, dependem de pessoas que os ajudem a lidar com o cotidiano, nos prédios em
que vivem. Portarias inteligentes destroem essa dimensão do vínculo externo da casa com o condomínio.
Apenas millennials, enquanto ainda têm 15 anos de idade, não percebem isso.
Todo mundo sabe que porteiros e similares são os primeiros a darem socorro e tomarem decisões em
momentos de emergência. Muitos idosos dependem deles no seu dia a dia, inclusive para ajudar na lida com
pequenas compras. Os inteligentinhos de mercado, provavelmente, dirão que esses idosos devem ser lançados
em casas de repouso, locais em que a história presente na memória material deles inexiste.
O problema é que o número de idosos só cresce, e destruir essa rede de vínculos próximos, no cotidiano,
só aumenta a inviabilidade da vida desses idosos nos prédios em que sempre viveram. E uma forma ciara de
desumanização.
Se por um lado, a sociedade contemporânea deve pensar no meio ambiente e nos jovens, ela deve se
ocupar com o modo como lidará com o crescimento da longevidade.
Outro traço das portarias inteligentes é o aumento gigantesco de burocracia, inclusive mediado pelo

cursocei.com 72
RODADA 02

uso de ferramentas mais próximas à sensibilidade dos millennials.


Receber, por exemplo, uma nova faxineira, transforma-se num processo semelhante a tirar vistos para
viajar. Cada passo banal da relação do prédio com o mundo externo se transforma num grande processo kafkiano.
Compilado. Luiz Felipe Pondé, jornal “Folha de são Paulo”’ edição de 20/1/2020.
QUESTÃO 57. Pelas relações de sequenciação e concatenação estabelecidas entre os elementos textuais,
depreende-se que a expressão “Esse fato”, primeiro período do quarto parágrafo, retoma diretamente o
último período do parágrafo anterior.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

CERTO. Podemos observar que o autor se refere ao último período “Na China, por exemplo, você vê um
número enorme de pessoas, claramente sem grande formação, realizando pequenos trabalhos.” Ou seja, o fato
das pessoas sem formação realizando pequenos trabalhos garante a atividade e a dignidade de pessoas dentro
dessa ordem espontânea e expandida que o autor explica o significado também no parágrafo anterior.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 58. No último parágrafo, a presença das duas primeiras vírgulas é obrigatória porque devemos
separar o verbo receber do seu complemento para uma maior clareza textual.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. No segmento Receber, por exemplo, uma nova faxineira, transforma-se num processo semelhante
a tirar vistos para viajar, o que está entre vírgulas é o termo exemplificativo “por exemplo” que deve sempre ser
isolado por vírgulas. A questão afirma que é obrigatório separar o verbo do seu complemento, mas isso está
equivocado, visto que é proibido separar elementos que se completem como: sujeito do predicado, verbo do
complemento, adjunto adnominal ou complemento nominal do seu substantivo.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 59. No fragmento “Tenho conversado com pessoas cujos condomínios contrataram portarias
inteligentes e as opiniões são controversas”, poderíamos reescrever, mantendo a correção gramatical por
“Tenho conversado com pessoas cujos os condomínios contrataram portarias inteligentes e as opiniões
são controversas.”
A) CERTO
B) ERRADO

cursocei.com 73
RODADA 02

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. “Cujo” só é utilizado quando se indica posse, isto é, se algo pertence a alguém. A concordância
em gênero e número é feita com a palavra seguinte ao “cujo”. Embora comum, é errado usar artigos definidos
depois do pronome. Logo, “pessoas cujos os condomínios” não está de acordo com a norma culta padrão no
português.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 60. No segundo período do penúltimo parágrafo, a reescritura de para se garantir em vez de
para garantir‐se não acarretaria prejuízo gramatical.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

CERTO. Esta é uma questão de colocação pronominal (posição do pronome oblíquo átono em relação ao
verbo). A regra aqui diz que verbo no Infinitivo NÃO flexionado precedido de preposição traz um caso
FACULTATIVO de próclise ou ênclise, ou seja, a forma original ou a reescrita estão certas.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 61. Julgue o item que se segue, relativos aos aspectos linguísticos do texto anterior:
No texto, o autor usa o termo “o liberal inteligentinho” (sexto parágrafo). O uso do diminutivo no segmento
ressalta a característica “inteligência” dos liberais.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO

ERRADO. A presença do traço semântico no diminutivo na língua portuguesa, muitas vezes, está associada a
um significado desabonador (depreciador). Por isso, no texto, o autor utiliza o adjetivo em um tom depreciativo
ao se referir ao liberal, em vez de ressaltar apenas uma característica.

💡 GABARITO: ERRADO.

cursocei.com 74
RODADA 02

PROFESSOR RAFAEL PEREIRA


E-mail: profcei.rafaelpereira@gmail.com

🏳 DIREITO FALIMENTAR
QUESTÃO 62. São os primeiros créditos concursais os créditos derivados da legislação trabalhista,
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de
trabalho.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Importante alteração que será cobrada nas provas é nova ordem do art.83 que cuida da ordem de
pagamento dos créditos sujeitas ao concurso da falência.
Inicialmente, importante rever os conceitos de créditos concursais e extraconcursais.
Os créditos extraconcursais são aqueles oriundos dos credores da massa, já os créditos concursais são oriundos
dos credores do falido, enquanto esses decorrem das obrigações que foram assumidas antes da declaração
da falência empresarial; aqueles decorrem das obrigações que foram contraídas na recuperação judicial pelo
recuperando, e esses créditos surgem após a decretação da falência, os credores detentores dessa espécie de
créditos têm prioridade na ordem de pagamento, e por isso serão pagos antes dos créditos concursais, for força
normativa descrita no artigo 84 da lei 11.101/2005, também alterado em 2020.
Não deixe de ler os dois artigos 83 e 84 principalmente o que foi revogado:
Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem:
I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos
por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho;
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-mínimos por
credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;
II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; (Redação dada
pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
III – créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas
tributárias;
III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos
extraconcursais e as multas tributárias; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
IV – créditos com privilégio especial, a saber: (Revogado pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

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RODADA 02

a) os previstos no art. 964 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002; (Revogado pela Lei nº 14.112, de
2020) (Vigência)
b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; (Revogado
pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; (Revogado
pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)
d) aqueles em favor dos microempreendedores individuais e das microempresas e empresas de pequeno porte
de que trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (Incluído pela Lei Complementar nº 147,
de 2014) (Revogado pela Lei nº 14.112, de 2020) (Vigência)

💡 GABARITO: CERTO

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🏳 PROCESSO COLETIVO
QUESTÃO 63. A citação válida em ação coletiva ambiental interrompe o prazo prescricional da ação
individual se coincidentes a causa de pedir das demandas.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A assertiva corresponde ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça:


AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. OFENSA AO
ART. 1.022 DO CPC. NÃO VERIFICAÇÃO. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO. CITAÇÃO
VÁLIDA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANOS AMBIENTAIS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO.
IDENTIDADE DE CAUSA DE PEDIR. NAVIO BAHAMAS. DERRAMAMENTO DE
ÁCIDO SULFÚFICO. PREJUÍZO AOS PESCADORES PROFISSIONAIS. SÚMULA N. 7
DO STJ. AGRAVO DESPROVIDO.
1. Inexiste ofensa ao art. 1.022 do CPC quando o tribunal de origem aprecia, com clareza e
objetividade e de forma motivada, as questões que delimitam a controvérsia, ainda que não
acolha a tese da parte insurgente.
2. Confrontar os pedidos formulados em ação individual indenizatória e ação coletiva de
danos morais demanda reexame do acervo fático-probatório dos autos, procedimento
vedado em recurso especial, ante a incidência da Súmula n. 7 do STJ.

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RODADA 02

3. A citação válida na ação coletiva por danos ambientais interrompe o prazo prescricional
da ação indenizatória individual se coincidentes a causa de pedir das demandas.
4. A manifestação acerca da matéria inserta no dispositivo de lei federal apontado como
violado é suficiente para atender o requisito do prequestionamento, sendo desnecessária a
menção explícita a seu número.
5. Somente a indevida rejeição dos embargos de declaração opostos ao acórdão recorrido
para provocar o debate da corte de origem acerca de dispositivos de lei considerados violados
que versam sobre temas indispensáveis à solução da controvérsia autoriza o conhecimento
do recurso especial em virtude do prequestionamento ficto, previsto no art. 1.025 do CPC,
desde que, no apelo extremo, seja arguida violação do art. 1.022 do CPC, situação que
autoriza o STJ a reconhecer o vício e, superando a supressão de instância, analisar o pedido.
6. A incidência da Súmula n. 83 do STJ, utilizada para obstar o conhecimento do apelo
extremo por quaisquer dos permissivos constitucionais, pode ser afastada se houver efetiva
demonstração de que o entendimento da corte de origem não está em conformidade com a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.
7. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp n. 2.036.247/RS, relator Ministro João Otávio de Noronha, Quarta Turma,
julgado em 14/11/2022, DJe de 17/11/2022.)

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 64. É inconstitucional a limitação territorial da coisa julgada prevista no art. 16 da Lei 7.347/85.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 1101937/SP, consignou que o art. 16 da Lei
7.347/85, alterado pela Lei 9.494/97, é inconstitucional, de forma que a limitação de seus efeitos ao âmbito de
competência territorial do juízo nãos mais subsiste, devendo-se observar apenas a regra do art. 93 do Código
de Defesa do Consumidor.
CONSTITUCIONAL E PROCESSO CIVIL. INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 16 DA
LEI 7.347/1985, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI 9.494/1997. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
IMPOSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO DOS EFEITOS DA SENTENÇA AOS LIMITES DA
COMPETÊNCIA TERRITORIAL DO ÓRGÃO PROLATOR. REPERCUSSÃO GERAL.
RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS DESPROVIDOS. 1. A Constituição Federal de 1988
ampliou a proteção aos interesses difusos e coletivos, não somente constitucionalizando-
os, mas também prevendo importantes instrumentos para garantir sua pela efetividade.

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RODADA 02

2. O sistema processual coletivo brasileiro, direcionado à pacificação social no tocante a


litígios meta individuais, atingiu status constitucional em 1988, quando houve importante
fortalecimento na defesa dos interesses difusos e coletivos, decorrente de uma natural
necessidade de efetiva proteção a uma nova gama de direitos resultante do reconhecimento
dos denominados direitos humanos de terceira geração ou dimensão, também conhecidos
como direitos de solidariedade ou fraternidade. 3. Necessidade de absoluto respeito e
observância aos princípios da igualdade, da eficiência, da segurança jurídica e da efetiva
tutela jurisdicional. 4. Inconstitucionalidade do artigo 16 da LACP, com a redação da
Lei 9.494/1997, cuja finalidade foi ostensivamente restringir os efeitos condenatórios de
demandas coletivas, limitando o rol dos beneficiários da decisão por meio de um critério
territorial de competência, acarretando grave prejuízo ao necessário tratamento isonômico
de todos perante a Justiça, bem como à total incidência do Princípio da Eficiência na prestação
da atividade jurisdicional. 5. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS DESPROVIDOS, com a
fixação da seguinte tese de repercussão geral: “I - É inconstitucional a redação do art. 16 da
Lei 7.347/1985, alterada pela Lei 9.494/1997, sendo repristinada sua redação original. II -
Em se tratando de ação civil pública de efeitos nacionais ou regionais, a competência deve
observar o art. 93, II, da Lei 8.078/1990 (Código de Defesa do Consumidor). III - Ajuizadas
múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional e fixada a competência nos
termos do item II, firma-se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma delas, para
o julgamento de todas as demandas conexas”.
(RE 1101937, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em
08/04/2021, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-113
DIVULG 11-06-2021 PUBLIC 14-06-2021)

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 65. O cidadão pode intervir em demandas coletivas ajuizadas pelos substitutos processuais
quando o objeto da ação for coincidente com o de uma possível ação popular.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Em que pese não se admita a participação do indivíduo nas demandas que envolvem direitos
essencialmente coletivos, a doutrina admite o litisconsórcio do cidadão com os colegitimados ativos em casos
nos quais o objeto da ação civil pública corresponda aos pedidos que possam ser formulados em ação popular
(anulação de ato lesivo ao patrimônio publico, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio
histórico ou cultural). Admite-se, nesse caso, a participação do cidadão na ação civil pública, pois bastaria a ele

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RODADA 02

mover a respectiva ação popular, com a reunião de ações para processamento e julgamento conjuntos. Nesse
ponto, vale destacar que os interesses que são tutelados pela ação popular são tidos como interesses difusos,
de forma que, em relação aos interesses coletivos stricto sensu, como não podem ser defendidos via ação
popular, não se admite a participação de cidadãos em processos que os veiculem. Já em relação aos interesses
individuais homogêneos, o próprio CDC, no art. 94, admite de forma expressa a intervenção dos interessados
como litisconsortes.
Mas se uma mesma questão pode ser discutida em diversos tipos de Ações Coletivas, o manejo dessas vias,
tratando da mesma questão, por colegitimados diversos, enseja litispendência apta a extinguir o segundo
processo? Há litispendência, mas não extinção.
A litispendência corresponde à duplicidade de demandas tramitando concomitantemente. Para sua existência,
deve haver a tríplice identidade dos elementos da demanda, a saber, partes, causa de pedir e pedidos. No caso
dos processos coletivos, a doutrina e jurisprudência compreendem que a análise da parte, em função de se
tratar de substituição processual, se dá à luz dos substituídos, e não das partes em sentido processual (ou seja,
os substitutos). Assim, é possível que haja litispendência quando as partes processuais sejam diversas, mas
o mesmo grupo esteja sendo substituído em juízo. Nessas situações, a solução encontrada, ao contrário do
processo civil individual (em que a segunda demanda é extinta por sentença sem resolução do mérito), é a
reunião das demandas para processamento conjunto, pois bastaria a parte autora habilitar-se como assistente
litisconsorcial no processo remanescente.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 66. Não constitui condição de eficácia do Compromisso de Ajustamento de Conduta a


homologação, pelo Conselho Superior do Ministério Público, do arquivamento do respectivo procedimento
investigatório.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Com base na Res. 179/17 do CNMP e do Ato 395/18/PGJ-MPSC, “O Compromisso de Ajustamento
de Conduta é instrumento de garantia dos direitos e interesses difusos e coletivos, individuais homogêneos e
outros direitos de cuja defesa está incumbido o Ministério Público, com natureza de negócio jurídico que tem
por finalidade a adequação da conduta às exigências legais e constitucionais, com eficácia de título executivo
extrajudicial a partir da celebração.”
O art. 35 do ato do MPSC estabelece:
Art. 33. Descumprido o Compromisso de Ajustamento de Conduta, integral ou parcialmente,
deverá o órgão de execução com atribuição para fiscalizar o seu cumprimento promover, no
prazo máximo de sessenta dias, salvo em caso de urgência, em que a execução deverá ser

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RODADA 02

promovida assim que possível, a execução judicial do respectivo título executivo extrajudicial
com relação às cláusulas em que se constatar a mora ou inadimplência.
§ 1º O prazo de que trata este artigo poderá ser excedido se o compromissário, instado pelo
órgão de execução, justificar satisfatoriamente o descumprimento ou reafirmar sua disposição
para o cumprimento, casos em que ficará a critério do órgão ministerial decidir pelo imediato
ajuizamento da execução, pelo aditamento do compromisso ou pelo acompanhamento das
providências adotadas pelo compromissário até o efetivo cumprimento do Compromisso
de Ajustamento de Conduta, sem prejuízo da possibilidade de execução da multa, quando
cabível e necessário.
§ 2º Sem prejuízo da execução judicial, o título poderá ser levado a protesto.
Art. 34. O Ministério Público tem legitimidade para executar Compromisso de Ajustamento
de Conduta firmado por outro órgão público, no caso de sua omissão diante do
descumprimento das obrigações assumidas, sem prejuízo da adoção de outras providências
de natureza civil ou criminal que se mostrarem pertinentes, inclusive em face da inércia do
órgão público compromitente.
Art. 35. Não constitui condição de eficácia do Compromisso de Ajustamento de Conduta a
homologação, pelo Conselho Superior do Ministério Público, do arquivamento do respectivo
procedimento investigatório.
Leiam o Ato da PGJ: https://www.mpsc.mp.br/atos-e-normas/detalhe?id=2366.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 67. A ação popular será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades
referidas no art. 1º da Lei 4.717/65, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem
autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos ou indiretos do ato.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O art. 6° da Lei de Ação Popular não prevê que sejam os beneficiários indiretos do ato acionados
como litisconsortes passivos necessários.
Art. 6º A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades referidas
no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado,
aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele indeterminado ou desconhecido,

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RODADA 02

a ação será proposta somente contra as outras pessoas indicadas neste artigo.
Lembrem-se que apenas o cidadão (cuidado com pegadinhas usando o termo pessoa) pode propor ação
popular. O Ministério Público pode, contudo, assumir a titularidade da ação, depois de já instaurado o
processo, no caso de abandono -- Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância,
serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer
cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última
publicação feita, promover o prosseguimento da ação.

💡 GABARITO: ERRADO.

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🏳 DIREITO AMBIENTAL
QUESTÃO 68. O cumprimento da obrigação de reparar os danos ambientais, in natura ou in pecúnia,
afasta a obrigação de indenizar os danos ambientais interinos.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A assertiva vai de encontro ao entendimento do Superior Tribunal de Justiça, eis que o cumprimento
da obrigação de reparar o dano ambiental perene não afasta o dever de indenizar os danos interinos (transitórios).
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL. DANOS
MORAIS COLETIVOS. DANOS AMBIENTAIS INTERCORRENTES. OCORRÊNCIA.
1. Os danos morais coletivos são presumidos. É inviável a exigência de elementos materiais
específicos e pontuais para sua configuração.
2. A configuração dessa espécie de dano depende da verificação de aspectos objetivos da
causa. Trata-se de operação lógica em que os fatos conhecidos permitem ao julgador concluir
pela ocorrência de fatos desconhecidos.
3. Considerando-se a inversão do ônus probatório em matéria ambiental, deve o réu
comprovar a inexistência de tais elementos objetivos. A presunção opera em favor do fato
presumido, somente se afastando diante de razões concretas.
4. O dano intercorrente não se confunde com o dano residual. O dano ambiental residual
(permanente, perene, definitivo) pode ser afastado quando a área degradada seja inteiramente
restaurada ao estado anterior pelas medidas de reparação in natura. O dano ambiental

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RODADA 02

intercorrente (intermediário, transitório, provisório, temporário, interino) pode existir


mesmo nessa hipótese, porquanto trata de compensar as perdas ambientais havidas entre a
ocorrência da lesão (marco inicial) e sua integral reparação (marco final).
5. Hipótese em que o acórdão reconheceu a ocorrência de graves e sucessivas lesões
ambientais em área de preservação permanente (APP) mediante soterramento, entulhamento,
aterramento e construção e uso de construções civis e estacionamento, sem autorização
ambiental e com supressão de vegetação nativa de mangue, restinga e curso d’água.
6. Patente a presença de elementos objetivos de significativa e duradoura lesão ambiental,
configuradora dos danos ambientais morais coletivos e dos intercorrentes. As espécies de
danos devem ser individualmente arbitradas, na medida em que possuem causas e marcos
temporais diversos.
7. Recurso especial provido para reconhecer a existência de danos ambientais morais
coletivos e danos ambientais intercorrentes, com valor compensatório a ser arbitrado em
liquidação.
(REsp n. 1.940.030/SP, relator Ministro Og Fernandes, Segunda Turma, julgado em
16/8/2022, DJe de 6/9/2022.)
Assim, por serem espécies diversas (dano perene x dano interino – como exposto na ementa citada), a reparação
de um não afeta a necessidade de reparação do outro.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 69. O princípio da precaução fornece a base para que se proceda com a inversão do ônus da
prova em processos que versam sobre matéria ambiental.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O princípio da precaução, implicitamente extraído do art. 225 da CF/88 e previsto expressamente
na Declaração do RIO (ECO/92), apregoa que, se um determinado empreendimento pode ensejar danos
ambientais sérios e/ou irreversíveis, ainda que exista dúvida científica a respeito do dano e sua extensão,
devem ser adotadas medidas para mitigar ou elidir os riscos ambientais. Em casos mais graves, recomendável,
inclusive, a não liberação da atividade possivelmente impactante ao meio ambiente.
A incerteza científica, portanto, milita em favor da proteção ao meio ambiente (in dubio pro natura).
E é justamente por conta disso que a doutrina e a jurisprudência reconhecem que o princípio da precaução
é a base para que seja possível a inversão do ônus da prova nas demandas ambientais, atribuindo-se ao réu o
encargo de provar que sua atividade não é poluidora/danosa ao meio ambiente.
Veja-se que a possibilidade de inversão do ônus da prova em demandas ambientais foi expressamente

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RODADA 02

consagrada no enunciado da Súmula n. 618 do STJ: “A inversão do ônus da prova aplica-se às ações de
degradação ambiental”.
Como complemento, destaca-se que o princípio possui previsão expressa no ordenamento brasileiro,
pois previsto no art. 1º da Lei n. 11.105/2005 (Lei de Biossegurança).
Por fim, a precaução se diferencia da prevenção justamente em razão da (in)existência da base científica.
A precaução, conforme explicação acima, determina a adoção de medidas mitigadoras e de contenção do risco,
ainda que haja desconhecimento científico. A prevenção, por sua vez, determina a adoção de condicionantes e
medidas mitigadoras quando já se tem base científica para prever os riscos e impactos negativos.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 70. A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral,
sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato,
sendo descabida a invocação, pelo responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade
civil para afastar sua obrigação de indenizar.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A alternativa corresponde ao enunciado 10 da edição 30 da Jurisprudência em Teses do STJ.


“A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco
integral, sendo o nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se
integre na unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável pelo
dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua obrigação de
indenizar. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/1973)”
Na responsabilidade civil ambiental, lembrar da base principiológica (poluidor-pagador), bem como a base
legal do art. 14, §1°, da Lei 6.938/81:
Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal,
o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes
e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
(...)
§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos
Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos
causados ao meio ambiente.
A responsabilidade civil ambiental, portanto, tem natureza objetiva (o início dessa objetivação se deu com

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RODADA 02

a Convenção de Estocolmo de 1972). De acordo com o STJ e doutrina, a responsabilidade civil por dano
ambiental é objetiva e pautada pela teoria do risco integral, sendo o nexo causal mero fator aglutinante que
permite que o risco se integre na unidade do ato. É, ademais, solidária entre todos os que causarem o dano
(dentro do nexo causal plúrimo) e é ilimitada.
Teoria do Risco Integral, lembrem-se, afasta as excludentes de responsabilidade, razão pela qual basta a aferição
de uma conduta poluidora, o dano e o nexo causal, que, como acima mencionado, é mero fator aglutinante do
risco ao comportamento.
O STJ, ademais, entende que a responsabilidade ambiental é propter rem, e não pessoal. Se o dano foi causado
em uma determinada propriedade, o dever de repará-lo se transmite ao adquirente, na medida em que se
constitui em obrigação própria da coisa (natureza ambulante, pois adere ao bem e não ao titular). Assim, não
importa a identidade do proprietário ou possuidor. Nesse sentido, vide a Súmula 623 do STJ, que expressa essa
natureza propter rem, podendo ser a reparação postulada em face do proprietário ou possuidor atual e/ou dos
anteriores, à escolha do credor (se é alternativa, evidentemente não há litisconsórcio passivo necessário).

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 71. A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e de
consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais adequados para
a unidade. Para a criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica, a consulta pública deixa de ser
obrigatória.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CORRETO. Inicialmente, destaca-se que as unidades de conservação de proteção integral estão previstas no
art. 8º e são: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida
Silvestre. Por sua vez, as unidades de uso sustentável estão previstas no art. 14, e são elas: Área de Proteção
Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna,
Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural. Revisem, igualmente,
as características de cada qual.
A assertiva é correta, pois encontra previsão na Lei do SNUC (9985/2000).
Art. 22. As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público.(Regulamento)
§ 1o (VETADO)
§ 2o A criação de uma unidade de conservação deve ser precedida de estudos técnicos e
de consulta pública que permitam identificar a localização, a dimensão e os limites mais
adequados para a unidade, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3o No processo de consulta de que trata o § 2o, o Poder Público é obrigado a fornecer

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RODADA 02

informações adequadas e inteligíveis à população local e a outras partes interessadas.


§ 4o Na criação de Estação Ecológica ou Reserva Biológica não é obrigatória a consulta de
que trata o § 2o deste artigo.
§ 5o As unidades de conservação do grupo de Uso Sustentável podem ser transformadas total
ou parcialmente em unidades do grupo de Proteção Integral, por instrumento normativo do
mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos
de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
§ 6o A ampliação dos limites de uma unidade de conservação, sem modificação dos seus
limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, pode ser feita por instrumento normativo
do mesmo nível hierárquico do que criou a unidade, desde que obedecidos os procedimentos
de consulta estabelecidos no § 2o deste artigo.
§ 7o A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode ser feita
mediante lei específica.
Ainda sobre as unidades de conservação da natureza, lembrem-se do entendimento firmado pelo STF na
ADI 4717/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia. Neste julgado, o Supremo Tribunal Federal assentou o entendimento
de que a Medida Provisória pode ser usada apenas para ampliar a proteção do meio ambiente, mas não para
reduzi-la, na medida em que a própria Constituição Federal, no art. 225, §1º, III, exige lei em sentido formal
para a diminuição dessa proteção, com amplo debate parlamentar e participação da sociedade civil. Ademais,
entendeu-se que a proteção ao meio ambiente seria um limite material implícito para a edição de medidas
provisórias, bem como, naquele caso, inexistia urgência a autorizar a edição da medida provisória, um dos
seus requisitos ao lado da relevância. Por fim, a veiculação dessa norma via medida provisória contrariou o
princípio da vedação ao retrocesso socioambiental, pois houve grave diminuição da proteção ambiental sem a
adoção de alternativas protetivas e à revelia do devido processo legislativo.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 72. Exige-se constituição de Reserva Legal em empreendimento de abastecimento público


de água e tratamento de esgoto, quando inserido em área rural, nos percentuais previstos no Código
Florestal.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O Código Florestal prevê a necessidade de, em imóveis rurais, manter-se área de vegetação nativa
a título de Reserva Legal:
Art. 12. Todo imóvel rural deve manter área com cobertura de vegetação nativa, a título
de Reserva Legal, sem prejuízo da aplicação das normas sobre as Áreas de Preservação

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RODADA 02

Permanente, observados os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel,


excetuados os casos previstos no art. 68 desta Lei:
I - localizado na Amazônia Legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais;
II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento).
§ 1º Em caso de fracionamento do imóvel rural, a qualquer título, inclusive para assentamentos
pelo Programa de Reforma Agrária, será considerada, para fins do disposto do caput , a área
do imóvel antes do fracionamento.
Contudo, há algumas exceções, dentre as quais a enunciada na assertiva.
Art. 12 (...)
§ 6º Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto não
estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.
§ 7º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor
de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica,
nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam
instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.
§ 8º Não será exigido Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o
objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
A inserção de área rural em perímetro urbano desobriga o proprietário de manter a reserva legal? NÃO
Art. 19. A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal
não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal, que
só será extinta concomitantemente ao registro do parcelamento do solo para fins urbanos
aprovado segundo a legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor de que
trata o § 1º do art. 182 da Constituição Federal.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 73. A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente


somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental
previstas no Código Florestal. Contudo, no caso de vegetação nativa protetiva de nascentes, dunas e
restinga, a supressão é autorizada apenas nos casos de utilidade pública ou interesse social.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

cursocei.com 86
RODADA 02

ERRADO. APENAS UTILIDADE PÚBLICA.


Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo
proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de
direito público ou privado.
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente,
o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a
recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei.
§ 2º A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é transmitida ao sucessor no caso de
transferência de domínio ou posse do imóvel rural.
(...)
Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação
Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou
de baixo impacto ambiental previstas nesta Lei.
§ 1º A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente
poderá ser autorizada em caso de utilidade pública.
(...)
§ 3º É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a execução, em caráter
de urgência, de atividades de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil destinadas
à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas.
§ 4º Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras intervenções ou
supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei.
Art. 9º É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para
obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental.
Revisem a tratamento legal das áreas de preservação permanente no Código Florestal.

💡 GABARITO: ERRADO

PROFESSOR CARLOS FREDERICO ESCOCARD


E-mail: profcei.carlosfrederico@gmail.com

🏳 DEFESA DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA


QUESTÃO 74. Constitui crime previsto na Lei 8429/92 a representação por ato de improbidade contra
agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
A) CERTO
B) ERRADO

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RODADA 02

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O item está correto, com previsão no art.19 da Lei nº 8.429/92:


Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos danos
materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 75. Com a reforma da lei de improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/92), o rol das condutas
ímprobas que causam enriquecimento ilícito e dano ao erário deixou de ser exemplificativo e passou a ser
taxativo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A Lei de improbidade administrativa prevê três modalidades de atos ímprobos: a) causam
enriquecimento ilícito (art.9º); b) causam dano ao erário (art.10); c) violam princípios da Administração
Pública.
O rol dos arts. 9º e 10 eram exemplificativos antes da reforma e continuam sendo, ou seja, não houve mudança.
A mudança ocorreu apenas no art.11 (violação de princípios), que tinha um rol exemplificativo e com a reforma
promovida pela Lei 14.230/21 passou a ser taxativo.

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 76. De acordo com a Lei nº8.429/92, a competência para julgamento da ação de improbidade
administrativa é foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica prejudicada.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A alternativa está correta e corresponde ao disposto no art.17,§4º-A: “§ 4º-A. A ação a que se refere
o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica
prejudicada.”

💡 GABARITO: CERTO.

cursocei.com 88
RODADA 02

QUESTÃO 77. O acesso à informação previsto na Lei nº 12.527/11 compreende o direito de obter informação
produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus
órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O item está correto e corresponde ao disposto no art.7º, III, da Lei 12.527/11. A peculiaridade nesse
caso é a possibilidade de acesso à informação decorrente de vínculo já encerrado.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 78. Termo de colaboração, termo de fomento e acordo de cooperação são meios pelos quais são
formalizadas parcerias previstas na Lei nº 13.019/14 (Regime jurídico das parcerias entre a Administração
Pública e as organizações da sociedade civil).
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. de acordo com o art.2º da referida lei:


Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se:
(…)
VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros;
VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros;
VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela
administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público
e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros;

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 79. O DL 201/67 trata da responsabilidade dos prefeitos, podendo alcançar o vice-prefeito,
mas não os vereadores.
A) CERTO
B) ERRADO

cursocei.com 89
RODADA 02

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. o diploma em análise alcança também os vereadores e não apenas os ocupantes do Poder Executivo.
Assim:
Art. 8º Extingue-se o mandato do Vereador e assim será declarado pelo Presidente da Câmara, quando:
I - Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos ou condenação por crime funcional
ou eleitoral;
II - Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido em lei;
III - deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara
Municipal, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade; ou, ainda,
deixar de comparecer a cinco sessões extraordinárias convocadas pelo prefeito, por escrito e mediante recibo de
recebimento, para apreciação de matéria urgente, assegurada ampla defesa, em ambos os casos.
IV - Incidir nos impedimentos para o exercício do mandato, estabelecidos em lei e não se desincompatibilizar até
a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela Câmara.

💡 GABARITO: ERRADO.

PROFESSORA ANDRÉIA TONIN


E-mail: profcei.andreiatonin@gmail.com

🏳 DIREITO DO CONSUMIDOR
QUESTÃO 80. De acordo com o entendimento atual do STJ, o rol de Procedimentos e Eventos em Saúde
Suplementar da ANS é taxativo, não sendo a operadora de plano ou seguro de saúde obrigada a arcar com
tratamento não constante do rol.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Esse era o entendimento do STJ, mas em 2022, a Segunda Seção, modificou esse entendimento,
mantendo a taxatividade do rol, mas trazendo hipóteses em que a operadora do plano pode vir a ser obrigada
a arcar com o tratamento extra rol, desde que atendidos os requisitos.
1 - O rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar é, em regra, taxativo;
2 - A operadora de plano ou seguro de saúde não é obrigada a arcar com tratamento não constante do rol da
ANS se existe, para a cura do paciente, outro procedimento eficaz, efetivo e seguro já incorporado ao rol;
3 - É possível a contratação de cobertura ampliada ou a negociação de aditivo contratual para a cobertura de

cursocei.com 90
RODADA 02

procedimento extra rol;


4 - Não havendo substituto terapêutico ou esgotados os procedimentos do rol da ANS, pode haver, a
título excepcional, a cobertura do tratamento indicado pelo médico ou odontólogo assistente, desde que
(i) não tenha sido indeferido expressamente, pela ANS, a incorporação do procedimento ao rol da Saúde
Suplementar; (ii) haja comprovação da eficácia do tratamento à luz da medicina baseada em evidências; (iii)
haja recomendações de órgãos técnicos de renome nacionais (como CONITEC e NATJUS) e estrangeiros;
e (iv) seja realizado, quando possível, o diálogo interinstitucional do magistrado com entes ou pessoas
com expertise técnica na área da saúde, incluída a Comissão de Atualização do rol de Procedimentos e
Eventos em Saúde Suplementar, sem deslocamento da competência do julgamento do feito para a Justiça
Federal, ante a ilegitimidade passiva ad causam da ANS. EREsp 1.886.929-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
Segunda Seção, por maioria, julgado em 08/06/2022.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 81. Em atenção ao direito básico do consumidor de inversão do ônus da prova, na hipótese em
que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante em contrato bancário juntado
ao processo pela instituição financeira, caberá a esta o ônus de provar a autenticidade.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Não se trata de inversão do ônus da prova. Quando impugna a autenticidade da assinatura, sempre
cabe a quem produziu o documento, conforme CPC.
Na hipótese em que o consumidor/autor impugnar a autenticidade da assinatura constante em contrato
bancário juntado ao processo pela instituição financeira, caberá a esta o ônus de provar a autenticidade
(CPC, arts. 6º, 369 e 429, II ). REsp 1.846.649-MA, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Segunda Seção, por
unanimidade, julgado em 24/11/2021. Tema 1061.
Segundo a doutrina, “o ônus da prova da falsidade documental compete à parte que a arguiu (art. 429, I, CPC),
mas se a falsidade apontada disser respeito à assinatura lançada no documento, o ônus da prova caberá a quem
o produziu (art. 429, II, CPC)”.
Assim, a parte que produz o documento é aquela por conta de quem se elaborou, porquanto responsável pela
formação do contrato, sendo quem possui a capacidade de justificar ou comprovar a presença da pessoa que
o assinou.
Dessa maneira, vê-se que a própria lei criou uma exceção à regra geral de distribuição do ônus probatório,
disposta no art. 373 do CPC/2015, imputando o ônus a quem produziu o documento se houver impugnação
de sua autenticidade.
Assim, aqui não se cuida de inversão do ônus probatório com a imposição de a casa bancária arcar com

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RODADA 02

os custos da perícia, mas sim quanto à imposição legal de a parte que produziu o documento suportar o
ônus de demonstrar a veracidade da assinatura constante no contrato e oportunamente impugnada pelo
mutuário, o que abrange a produção da perícia grafotécnica.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 82. É possível a utilização da taxa Selic, desde que pactuada, como índice de correção monetária
das parcelas ajustadas em contrato de compra e venda de imóvel, caso em que não haverá cumulação com
juros remuneratórios, uma vez que os juros já estão englobados nesse índice.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. É possível a utilização da taxa Selic, desde que pactuada, como índice de correção monetária das
parcelas ajustadas em contrato de compra e venda de imóvel, caso em que não haverá cumulação com juros
remuneratórios, uma vez que os juros já estão englobados nesse índice. STJ. 3ª Turma. REsp 2.011.360-MS,
Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 25/10/2022 (Info Especial 9).
A correção monetária serve para recompor o poder aquisitivo original da moeda, corroído pelos efeitos da
inflação, nada acrescentando ao seu valor. Por sua vez, os juros têm a natureza de frutos civis e constituem
obrigação acessória dos contratos onerosos, com fins de recompensar o credor ou de ressarcir a demora no
pagamento do débito. Eles se subdividem em duas espécies: a) os remuneratórios ou compensatórios, cuja
função é remunerar o credor pela privação do seu capital, e b) os moratórios, que têm o papel de indenizar o
credor pelo atraso no pagamento da dívida.
A taxa SELIC abrange juros e correção monetária. Em razão disso, não pode ser cumulada a nenhum
outro índice que exprima tais consectários.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 83. A sanção administrativa de proibição de fabricação do produto pode ser aplicada pela
autoridade administrativa, no âmbito de sua atribuição, inclusive por medida cautelar, antecedente ou
incidente de procedimento administrativo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes
sanções administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I - multa;

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RODADA 02

II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
V - proibição de fabricação do produto;
VI - suspensão de fornecimento de produtos ou serviço;
VII - suspensão temporária de atividade;
VIII - revogação de concessão ou permissão de uso;
IX - cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
X - interdição, total ou parcial, de estabelecimento, de obra ou de atividade;
XI - intervenção administrativa;
XII - imposição de contrapropaganda.
Parágrafo único. As sanções previstas neste artigo serão aplicadas pela autoridade administrativa,
no âmbito de sua atribuição, podendo ser aplicadas cumulativamente, inclusive por medida cautelar,
antecedente ou incidente de procedimento administrativo.
Vale a pena lembrar de decorar as diferenças desses dois artigos aqui também:
Art. 58. As penas de apreensão, de inutilização de produtos, de proibição de fabricação de produtos,
de suspensão do fornecimento de produto ou serviço, de cassação do registro do produto e revogação da
concessão ou permissão de uso serão aplicadas pela administração, mediante procedimento administrativo,
assegurada ampla defesa, quando forem constatados vícios de quantidade ou de qualidade por inadequação
ou insegurança do produto ou serviço.
Art. 59. As penas de cassação de alvará de licença, de interdição e de suspensão temporária da
atividade, bem como a de intervenção administrativa, serão aplicadas mediante procedimento administrativo,
assegurada ampla defesa, quando o fornecedor reincidir na prática das infrações de maior gravidade previstas
neste código e na legislação de consumo.
§ 1° A pena de cassação da concessão será aplicada à concessionária de serviço público, quando violar
obrigação legal ou contratual.
§ 2° A pena de intervenção administrativa será aplicada sempre que as circunstâncias de fato desaconselharem
a cassação de licença, a interdição ou suspensão da atividade.
§ 3° Pendendo ação judicial na qual se discuta a imposição de penalidade administrativa, não haverá
reincidência até o trânsito em julgado da sentença.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 84. Constitui crime contra as relações de consumo misturar gêneros e mercadorias de espécies
diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros; misturar gêneros e mercadorias de qualidades
desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço estabelecido para os demais mais alto custo. Em
se tratando da modalidade culposa, reduzir-se-á a pena e a detenção de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços)

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RODADA 02

ou a de multa à quinta parte.


A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Só pra chamar a tua atenção pra fração e disposição do §único, já que CESPE adora uma decoreba
de fração.
Art. 7° Constitui crime contra as relações de consumo:
I - favorecer ou preferir, sem justa causa, comprador ou freguês, ressalvados os sistemas de entrega ao consumo
por intermédio de distribuidores ou revendedores;
II - vender ou expor à venda mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em
desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva classificação oficial;
III - misturar gêneros e mercadorias de espécies diferentes, para vendê-los ou expô-los à venda como puros;
misturar gêneros e mercadorias de qualidades desiguais para vendê-los ou expô-los à venda por preço
estabelecido para os demais mais alto custo;
IV - fraudar preços por meio de:
a) alteração, sem modificação essencial ou de qualidade, de elementos tais como denominação, sinal externo,
marca, embalagem, especificação técnica, descrição, volume, peso, pintura ou acabamento de bem ou serviço;
b) divisão em partes de bem ou serviço, habitualmente oferecido à venda em conjunto;
c) junção de bens ou serviços, comumente oferecidos à venda em separado;
d) aviso de inclusão de insumo não empregado na produção do bem ou na prestação dos serviços;
V - elevar o valor cobrado nas vendas a prazo de bens ou serviços, mediante a exigência de comissão ou de
taxa de juros ilegais;
VI - sonegar insumos ou bens, recusando-se a vendê-los a quem pretenda comprá-los nas condições
publicamente ofertadas, ou retê-los para o fim de especulação;
VII - induzir o consumidor ou usuário a erro, por via de indicação ou afirmação falsa ou enganosa sobre a
natureza, qualidade do bem ou serviço, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculação ou divulgação
publicitária;
VIII - destruir, inutilizar ou danificar matéria-prima ou mercadoria, com o fim de provocar alta de preço, em
proveito próprio ou de terceiros;
IX - vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou
mercadoria, em condições impróprias ao consumo;
Pena - detenção, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II, III e IX pune-se a modalidade culposa, reduzindo-se a pena
e a detenção de 1/3 (um terço) ou a de multa à quinta parte.

💡 GABARITO: ERRADO

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RODADA 02

QUESTÃO 85. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados no CDC: serem cometidos em época de
grave crise econômica ou por ocasião de calamidade; ocasionarem grave dano individual ou coletivo; para
dissimular-se a natureza ilícita do procedimento; quando cometidos por servidor público ou por pessoa
cuja condição econômico-social seja superior à da vítima ou em detrimento de operário ou rurícola ou de
menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental interditadas
ou não; e, por fim, serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer
outros produtos ou serviços essenciais.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Faltou o manifestamente. De qualquer forma, colaciono todos os artigos finais das disposições
criminais do CDC pra te lembrar que tem frações e previsões que destoam do previsto no CP ou CPP e, por
isso, justificam a tua atenção.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses
cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa
jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda
ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste código:
I - serem cometidos em época de grave crise econômica ou por ocasião de calamidade;
II - ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III - dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV - quando cometidos:
a) por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente superior à
da vítima;
b) em detrimento de operário ou rurícola; de menor de dezoito ou maior de sessenta anos ou de pessoas
portadoras de deficiência mental interditadas ou não;
V - serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros produtos
ou serviços essenciais .
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta
multa, o juiz observará o disposto no art. 60, §1° do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou
alternadamente, observado odisposto nos arts. 44 a 47, do Código Penal:
I - a interdição temporária de direitos;
II - a publicação em órgãos de comunicação de grande circulação ou audiência, às expensas do condenado,

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RODADA 02

de notícia sobre os fatos e a condenação;


III - a prestação de serviços à comunidade.
Art. 79. O valor da fiança, nas infrações de que trata este código, será fixado pelo juiz, ou pela autoridade
que presidir o inquérito, entre cem e duzentas mil vezes o valor do Bônus do Tesouro Nacional (BTN), ou
índice equivalente que venha a substituí-lo.
Parágrafo único. Se assim recomendar a situação econômica do indiciado ou réu, a fiança poderá ser:
a) reduzida até a metade do seu valor mínimo;
b) aumentada pelo juiz até vinte vezes.
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes
e contravenções que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério
Público, os legitimados indicados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação
penal subsidiária, se a denúncia não for oferecida no prazo legal.

💡 GABARITO: ERRADO

DICA GERAL DE DIRECIONAMENTO DE ESTUDOS DOS TÓPICOS DO EDITAL COBRADOS NA


RODADA:
• JURISPRUDÊNCIA:18. Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde (Lei nº 9.656/1998) =>
IMPORTANTE
• LEI SECA E JURISPRUDÊNCIA: 14. Cobrança de dívidas. 16. Proteção contratual. 17. Sanções
administrativas;
• LEI SECA: 18. Superendividamento (Lei n. 14.181/2021). 19. Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003
e Decreto nº 6.795/2009). 20. Serviço de Atendimento ao Consumidor - SAC Decreto nº 11.034/2022).
21. Exibição do preço dos produtos por unidade de medida (Lei Estadual 14.993/2009). 22. Entrega
de produtos ou realização de serviços com data e turno marcados (Lei Estadual nº 15.779/2012). 23.
Crimes contra o consumidor e relações de consumo (Lei nº 8.078/1990). 24. Crimes contra a economia
popular (Lei nº 1.521/1951). 25. Crimes contra a ordem econômica e relações de consumo (Lei nº
8.137/1990 e Lei nº 8.176/1991).
FONTES:
Buscador do Dizer o Direito.
Materiais pessoais.
Sites STF e STJ.

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RODADA 02

PROFESSOR LUCAS LÖSCH ABAID


E-mail: profcei.abaidlucas@gmail.com

🏳 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

QUESTÃO 86. É possível a conversão da prisão civil em regime fechado, em virtude de dívida de natureza
alimentar, para regime domiciliar quando a devedora de alimentos for responsável pela guarda de outro
filho de até 12 anos de idade.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. “É possível a conversão da prisão civil em regime fechado, em virtude de dívida de natureza alimentar,
para regime domiciliar quando a devedora de alimentos for responsável pela guarda de outro filho de até 12
anos de idade. Cinge-se a controvérsia a definir se a prisão civil da devedora de alimentos pode ser convertida,
do regime fechado para o domiciliar, na hipótese em que tenha ela filho de até 12 anos de idade, aplicando-se,
por analogia, o art. 318, V, do Código de Processo Penal.
Quanto ao ponto, é importante destacar, inicialmente, que se trata de regra introduzida à legislação processual
penal por força da Lei nº 13.257/2016, que “Dispõe sobre as políticas públicas para a primeira infância”. Em
razão dessa lei, foram alteradas inúmeras disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente.
O art. 318, V, do Código de Processo Penal, que se pretende seja aplicado por analogia à hipótese do devedor
de alimentos, não é uma regra isoladamente criada com o fim específico de atender ao direito processual penal,
mas, ao revés, compõe um conjunto de regras destinadas à promoção de uma política pública de proteção à
primeira infância.
Uma das faces dessa ampla política pública diz respeito à relação entre os pais em situação de cárcere e os
seus filhos, especialmente aqueles que ainda estão nos primeiros anos de vida, diante da necessidade do
desenvolvimento infantil, da personalidade e do ser humano. Pretende-se, com esse conjunto de regras,
minimizar os riscos e diminuir os efeitos naturalmente nocivos que o afastamento parental produz em relação
aos filhos.
Tratando especificamente da regra do art. 318, V, do Código de Processo Penal, compreende a jurisprudência
desta Corte que “a concessão de prisão domiciliar às genitoras de menores de até 12 anos incompletos não está
condicionada à comprovação da imprescindibilidade dos cuidados maternos, que é legalmente presumida”.
Nesse sentido: AgRg no HC 731.648/SC, 5ª Turma, DJe 23/06/2022, HC 422.235/MS, 6ª Turma, DJe 19/12/2017
e HC 383.606/RJ, 6ª Turma, DJe 08/03/2018.
Trata-se, aliás, de entendimento que se alinha ao pretérito posicionamento do Supremo Tribunal Federal

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RODADA 02

por ocasião do julgamento do HC 143.641/SP, em que adequadamente se diagnosticou o problema do


encarceramento das mães e os reflexos nocivos à vida dos filhos.
A presunção de necessidade de cuidado materno que justifica a prisão domiciliar das mães de filhos de até 12
anos, aliás, decorre da própria observação da realidade, em que o encarceramento atinge, sobremaneira, as
mães solo, únicas responsáveis pela criação da prole.
Desse modo, se a finalidade essencial da regra do art. 318, V, do CPP, é a proteção integral da criança,
minimizando-se as chances de ela ser criada no cárcere conjuntamente com a mãe ou colocada em família
substituta ou em acolhimento institucional na ausência da mãe encarcerada, mesmo diante da hipótese de
possível prática de um ilícito penal, não há razão para que essa mesma regra não se aplique às mães encarceradas
em virtude de dívida de natureza alimentar, observada a necessidade de adaptação desse entendimento às
particularidades dessa espécie de execução.
Nesse contexto, anote-se que a prisão domiciliar prevista no art. 318, V, do CPP, possui natureza de medida
cautelar alternativa à prisão preventiva em regime fechado e tem por finalidade segregar a pessoa do convívio
social, ao passo que a prisão em decorrência da dívida de natureza alimentar possui a natureza de medida
coercitiva que tem por finalidade dobrar a renitência da devedora e compeli-la a adimplir rapidamente a
obrigação em virtude da necessidade de suprimento das necessidades básicas do exequente.
Desse modo, não há dúvida de que, na hipótese de inadimplemento da dívida, deve haver a segregação da
devedora de alimentos, com a finalidade de incomodá-la a ponto de buscar todos os meios possíveis de solver
a obrigação, mas essa restrição ao direito de ir e vir deve ser compatibilizada com a necessidade de obter
recursos financeiros aptos não apenas a quitar a dívida alimentar em relação ao exequente, mas também suprir
as necessidades básicas do filho que se encontra sob a sua guarda.” (Processo sob segredo de justiça, Rel.
Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023)

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 87. A menção genérica à insuficiência do tempo de acautelamento do adolescente é suficiente


à manutenção da medida socioeducativa, dado o seu viés meramente retributivo.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. “Tendo a medida socioeducativa atingido a sua finalidade, é inviável manter a execução
apenas pela menção genérica à insuficiência do tempo de acautelamento do adolescente. A execução da
medida socioeducativa, embora ostente viés retributivo, está conformada pelos princípios da brevidade
e excepcionalidade, não havendo tempo pré-estabelecido de sua duração, bastando para sua extinção, que
atenda sua finalidade, nos termos do art. 46, II, da Lei n. 12.594/2012.
É bem verdade que não há vinculação do juiz ao laudo multidisciplinar elaborado no curso da execução da

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medida socioeducativa, nos termos do princípio do livre convencimento motivado, cabendo ao Judiciário
modular ou extinguir a medida, nos termos dos arts. 99 e 100 do Estatuto da Criança e do Adolescente e com
base em fundamentação idônea.
Tal fundamento tem caráter exclusivamente retributivo, finalidade que, embora presente na imposição e
execução da medida socioeducativa, escapa à dosagem judicial, remanescendo apenas enquanto não atingidas
as finalidades estabelecidas no plano individual de atendimento (art. 52 da Lei n. 12.594/2012), não constituindo
critério legal invocável pelo juiz para manter em curso medida que já atingiu sua finalidade, principalmente a
título de dilação temporal.
No caso, a despeito da indicação de cumprimento da finalidade, a instância local manteve a medida por
entender que o período pelo qual se encontra acautelado o adolescente não é suficiente para que reflita sobre
os graves atos que cometeu. No entanto, tal fundamento não possui amparo legal.
Percebe-se que a falta de critério legal torna arbitrária a manutenção da medida em execução. A insuficiência
do período em que acautelado não está ancorada em qualquer critério legal aferível, controlável.
Desse modo, considerando os postulados da brevidade e da excepcionalidade, que na execução da medida
socioeducativa restringem a intervenção do Estado ao necessário para atingimento da finalidade da medida,
inviável manter a execução apenas pela menção genérica à insuficiência do tempo, a despeito, ainda, da menção
ao histórico infracional do menor.” (Processo sob segredo de justiça, Rel. Ministro Sebastião Reis Júnior, Sexta
Turma, por unanimidade, julgado em 7/2/2023)

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 88. Dentre os objetivos das medidas socioeducativas está a responsabilização do adolescente
quanto às consequências lesivas do ato infracional, tendo como obrigatória sua reparação;
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Art. 1º, § 2º da Lei 12.594/2012.


Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a execução
das medidas destinadas a adolescente que pratique ato infracional.
§ 1º Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução
de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem
como todos os planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescente em conflito com a lei.
§ 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais têm por objetivos:
I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, sempre que
possível incentivando a sua reparação;

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RODADA 02

II - a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento
de seu plano individual de atendimento; e
III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo
de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em lei.
§ 3º Entendem-se por programa de atendimento a organização e o funcionamento, por unidade, das condições
necessárias para o cumprimento das medidas socioeducativas.
§ 4º Entende-se por unidade a base física necessária para a organização e o funcionamento de programa de
atendimento.
§ 5º Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa jurídica de direito público ou privado que instala
e mantém a unidade e os recursos humanos e materiais necessários ao desenvolvimento de programas de
atendimento.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 89. Compete aos Municípios criar e manter programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas de internação e semiliberdade, assim como daquelas em meio aberto;
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Art. 5º, inciso III da Lei 12.594/2012.


Art. 3º Compete à União:
I - formular e coordenar a execução da política nacional de atendimento socioeducativo;
II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios;
III - prestar assistência técnica e suplementação financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios
para o desenvolvimento de seus sistemas;
IV - instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo, seu
funcionamento, entidades, programas, incluindo dados relativos a financiamento e população atendida;
V - contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo;
VI - estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das unidades e programas de atendimento
e as normas de referência destinadas ao cumprimento das medidas socioeducativas de internação e
semiliberdade;
VII - instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo, seus planos,
entidades e programas;
VIII - financiar, com os demais entes federados, a execução de programas e serviços do Sinase; e
IX - garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos aos gestores estaduais, distrital e

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municipais, para financiamento de programas de atendimento socioeducativo.


Art. 5º Compete aos Municípios:
I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as
diretrizes fixadas pela União e pelo respectivo Estado;
II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em conformidade com o Plano Nacional e o
respectivo Plano Estadual;
III - criar e manter programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas em meio
aberto;
IV - editar normas complementares para a organização e funcionamento dos programas do seu Sistema de
Atendimento Socioeducativo;
V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer
regularmente os dados necessários ao povoamento e à atualização do Sistema; e
VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a execução de programas e ações destinados ao
atendimento inicial de adolescente apreendido para apuração de ato infracional, bem como aqueles destinados
a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa em meio aberto.

💡 GABARITO: ERRADO

QUESTÃO 90. No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa,


responder a processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução,
cientificando da decisão o juízo criminal competente. Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não
convertida em pena privativa de liberdade deve ser descontado do prazo de cumprimento da medida
socioeducativa.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Art. 46, §§ 1º e 2º da Lei 12.594/2012.


Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta:
I - pela morte do adolescente;
II - pela realização de sua finalidade;
III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaberto, em
execução provisória ou definitiva;
IV - pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao cumprimento da
medida; e
V - nas demais hipóteses previstas em lei.
§ 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa, responder a

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processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução, cientificando
da decisão o juízo criminal competente.
§ 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade deve ser
descontado do prazo de cumprimento da medida socioeducativa.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 91. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à


comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de
Atendimento (PIA), instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com
o adolescente. Para o cumprimento das medidas de semiliberdade ou de internação, o plano individual
será elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias, ao passo que para o cumprimento das medidas
de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida, o PIA será elaborado no prazo de até 15
(quinze) dias, ambos contados da data do ingresso do adolescente no programa de atendimento.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Arts. 52, 55, parágrafo único e 56 da Lei 12.594/2012.


Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestação de serviços à comunidade,
liberdade assistida, semiliberdade ou internação, dependerá de Plano Individual de Atendimento (PIA),
instrumento de previsão, registro e gestão das atividades a serem desenvolvidas com o adolescente.
Art. 55. Para o cumprimento das medidas de semiliberdade ou de internação, o plano individual conterá,
ainda:
I - a designação do programa de atendimento mais adequado para o cumprimento da medida;
II - a definição das atividades internas e externas, individuais ou coletivas, das quais o adolescente poderá
participar; e
III - a fixação das metas para o alcance de desenvolvimento de atividades externas.
Parágrafo único. O PIA será elaborado no prazo de até 45 (quarenta e cinco) dias da data do ingresso do
adolescente no programa de atendimento.
Art. 56. Para o cumprimento das medidas de prestação de serviços à comunidade e de liberdade assistida,
o PIA será elaborado no prazo de até 15 (quinze) dias do ingresso do adolescente no programa de
atendimento.

💡 GABARITO: CERTO

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PROFESSOR THIMOTIE ARAGON HEEMANN


E-mail: profcei.thimotieheemann@gmail.com

🏳 DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

QUESTÃO 92. Segundo o Superior Tribunal de Justiça, nos casos de violência doméstica e familiar contra
a mulher, é possível a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido
expresso da acusação ou da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente
de instrução probatória.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. Esta foi exatamente a tese fixada pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recursos repetitivos
(REsp 1643051/MS): “Nos casos de violência contra a mulher praticados no âmbito doméstico e familiar, é possível
a fixação de valor mínimo indenizatório a título de dano moral, desde que haja pedido expresso da acusação ou
da parte ofendida, ainda que não especificada a quantia, e independentemente de instrução probatória”.
Lembro ainda a vocês que o dano moral neste caso é in re ipsa, ou seja, não é necessário que a vítima demonstre
o abalo moral. Uma vez ocorrida a prática de violência doméstica a mulher deverá ser indenizada.

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 93. No Direito das Pessoas Idosas brasileiro, não é possível a existência da chamada “alienação
parental invertida”.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. A alienação parental inversa (ou invertida) ocorre no âmbito do Direito dos Idosos e se caracteriza
quando o(s) filho(s) de determinado idoso alienam seus próprios filhos, ou seja, os netos(as) do idoso, causando
danos na relação entre avô e neto. A alienação parental inversa pode configurar constrangimento ou violência
psicológica ao idoso (art. 3o do Estatuto do Idoso) e ainda violação ao direito fundamental ao convívio familiar
do idoso (art. 10, §1o, inciso V, do Estatuto do Idoso)

💡 GABARITO: ERRADO.

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QUESTÃO 94. Segundo o Supremo Tribunal Federal, as escolas privadas devem promover a inserção
de pessoas com deficiência no ensino regular, e ainda, promover medidas de adaptação razoável sem
transferir tais custos aos alunos deficientes e suas famílias.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CORRETO. No julgamento da ADI 5357, o Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese: “As escolas privadas
devem promover a inserção de pessoas com deficiência no ensino regular e ainda, promover medidas de adaptação
razoável sem transferir tais custos aos alunos deficientes”. Vejamos o entendimento da Corte Constitucional
brasileira:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR.
LEI 13.146/2015. ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA. ENSINO
INCLUSIVO. CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA
PESSOA COM DEFICIÊNCIA. INDEFERIMENTO DA MEDIDA CAUTELAR.
CONSTITUCIONALIDADE DA LEI 13.146/2015 (arts. 28, § 1º e 30, caput, da
Lei nº 13.146/2015). 1. A Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa
com Deficiência concretiza o princípio da igualdade como fundamento de uma
sociedade democrática que respeita a dignidade humana. 2. À luz da Convenção e,
por consequência, da própria Constituição da República, o ensino inclusivo em todos
os níveis de educação não é realidade estranha ao ordenamento jurídico pátrio, mas
sim imperativo que se põe mediante regra explícita. 3. Nessa toada, a Constituição
da República prevê em diversos dispositivos a proteção da pessoa com deficiência,
conforme se verifica nos artigos 7º, XXXI, 23, II, 24, XIV, 37, VIII, 40, § 4º, I, 201, § 1º,
203, IV e V, 208, III, 227, § 1º, II, e § 2º, e 244. 4. Pluralidade e igualdade são duas faces
da mesma moeda. O respeito à pluralidade não prescinde do respeito ao princípio
da igualdade. E na atual quadra histórica, uma leitura focada tão somente em seu
aspecto formal não satisfaz a completude que exige o princípio. Assim, a igualdade
não se esgota com a previsão normativa de acesso igualitário a bens jurídicos, mas
engloba também a previsão normativa de medidas que efetivamente possibilitem tal
acesso e sua efetivação concreta. 5. O enclausuramento em face do diferente furta
o colorido da vivência cotidiana, privando-nos da estupefação diante do que se
coloca como novo, como diferente. 6. É somente com o convívio com a diferença e
com o seu necessário acolhimento que pode haver a construção de uma sociedade
livre, justa e solidária, em que o bem de todos seja promovido sem preconceitos
de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação (Art.

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RODADA 02

3º, I e IV, CRFB). 7. A Lei nº 13.146/2015 indica assumir o compromisso ético de


acolhimento e pluralidade democrática adotados pela Constituição ao exigir que não
apenas as escolas públicas, mas também as particulares deverão pautar sua atuação
educacional a partir de todas as facetas e potencialidades que o direito fundamental
à educação possui e que são densificadas em seu Capítulo IV. 8. Medida cautelar
indeferida. 9. Conversão do julgamento do referendo do indeferimento da cautelar,
por unanimidade, em julgamento definitivo de mérito, julgando, por maioria e nos
termos do Voto do Min. Relator Edson Fachin, improcedente a presente ação direta
de inconstitucionalidade. (ADI 5357 MC-Ref, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal
Pleno, julgado em 09/06/2016)”

💡 GABARITO: CORRETO.

QUESTÃO 95. Em matéria de tratados internacionais de direitos humanos, o direito brasileiro adota a
chamada “teoria do trapézio”.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. O tema se relaciona com a definição do status normativo dos tratados internacionais de direitos
humanos na ordem jurídica interna. Para a professora Flávia Piovesan, todos os tratados internacionais de
direitos humanos possuiriam o status de norma constitucional. Assim, segundo a professora da PUC/SP, a
tradicional pirâmide de Kelsen formulada para explicar o escalonamento das normas jurídicas passaria a ser
concebida como um “trapézio”, já que, ao lado da Constituição Federal, estariam os tratados internacionais de
direitos humanos. Tal teoria não foi adotada pelo Supremo Tribunal Federal, porque, os tratados internacionais
de direitos humanos podem ingressar no ordenamento jurídico brasileiro com status de supralegalidade
ou, no máximo, com status de emenda constitucional, desde que incorporados pelo rito do art. 5º, §3º, da
Constituição Federal de 1988. O Brasil adota, portanto, a teoria do duplo estatuto. Sobre este ponto, é a lição
de Flávia Piovesan: “Logo, é neste contexto — marcado pela tendência de Constituições latino-americanas em
assegurar um tratamento especial e diferenciado aos direitos e garantias internacionalmente consagrados — que
se delineia a visão do trapézio jurídico contemporâneo a substituir a tradicional pirâmide jurídica” (PIOVESAN,
Flávia. Direitos Humanos e Diálogos entre Jurisdições. Revista Brasileira de Direito Constitucional – RBDC n.
19 – jan./jun. 2012, p.70).

💡 GABARITO: ERRADO.

QUESTÃO 96. Segundo o Supremo Tribunal Federal, a gratuidade do transporte público municipal aos
idosos maiores de 65 anos é norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata.

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RODADA 02

A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. O Supremo Tribunal Federal ao analisar a questão concluiu que o artigo 230, §2º, da Constituição
Federal de 1988 é norma constitucional de eficácia plena e aplicabilidade imediata:
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 39 DA LEI N.
10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003 (ESTATUTO DO IDOSO), QUE
ASSEGURA GRATUIDADE DOS TRANSPORTES PÚBLICOS URBANOS
E SEMI-URBANOS AOS QUE TÊM MAIS DE 65 (SESSENTA E CINCO)
ANOS. DIREITO CONSTITUCIONAL. NORMA CONSTITUCIONAL DE
EFICÁCIA PLENA E APLICABILIDADE IMEDIATO. NORMA LEGAL QUE
REPETE A NORMA CONSTITUCIONAL GARANTIDORA DO DIREITO.
IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. 1. O art. 39 da Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do
Idoso) apenas repete o que dispõe o § 2º do art. 230 da Constituição do Brasil.
A norma constitucional é de eficácia plena e aplicabilidade imediata, pelo que
não há eiva de invalidade jurídica na norma legal que repete os seus termos e
determina que se concretize o quanto constitucionalmente disposto. 2. Ação
direta de inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 3768, Relator(a):
Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 19/09/2007)
O Superior Tribunal de Justiça enfrentou a questão da autoaplicabilidade da norma em estudo no célebre
caso do RioCard, na qual o Estado do Rio de Janeiro exigia o prévio cadastramento dos idosos para que estes
pudessem se habilitar ao transporte coletivo gratuito previsto na Constituição Federal. O Superior Tribunal
de Justiça entendeu pela desnecessidade do prévio cadastramento para que o Idoso possa receber o benefício
constitucional do transporte gratuito para maiores de 65 anos. Vejamos a ementa do caso RioCard, decidido
pelo STJ:
“PEDIDO DE SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. LESÃO À ORDEM,
SEGURANÇA E ECONOMIA PÚBLICAS NÃO CARACTERIZADA. Não lesa o
interesse público a decisão judicial que dispensa os idosos de se cadastrarem para
utilizarem gratuitamente o transporte público coletivo. Agravo regimental não
provido” (AgRg na SLS 1.453/RJ, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão
Ministro PRESIDENTE DO STJ, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/02/2012, DJe
26/03/2012; grifo nosso).
Nesse mesmo sentido entendeu o Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial nº 1.057.274. Segundo
o Superior Tribuna de Justiça, bastaria a carteira de identidade do idoso comprovando a idade de 65
(sessenta e cinco) anos para que o mesmo possa fruir da respectiva ação afirmativa constitucional.

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RODADA 02

💡 GABARITO: CERTO

QUESTÃO 97. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Ministério Público deve
intervir em toda e qualquer causa envolvendo a presença de pessoa idosa em ao menos um dos polos da
lide.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Trata-se de um questionamento clássico de provas de Ministério Público. O Superior Tribunal de


Justiça possui entendimento pacificado e consolidado no sentido de que não é necessária a intervenção do
Ministério Público em toda e qualquer causa envolvendo pessoa idosa, mas apenas nas causas em que o idoso
encontra-se em situação de risco. Vejamos o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. DIREITO DISPONÍVEL. RENÚNCIA.
POSSIBILIDADE. MINISTÉRIO PÚBLICO. INTERVENÇÃO OBRIGATÓRIA.
PESSOA IDOSA. COMPROVAÇÃO DE SITUAÇÃO DE RISCO. NECESSIDADE.
ART. 43 DA LEI Nº 10.741/2003. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
INVIABILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. RECURSO DESPROVIDO.
I - Conforme entendimento desta Corte Superior, o direito à Previdência Social envolve
direitos disponíveis dos segurados. Por tal motivo, é possível que o segurado renuncie à
aposentadoria, com o objetivo de aproveitamento do tempo de contribuição e posterior
concessão de novo benefício, muitas vezes mais vantajoso. II - O só fato de ser pessoa
idosa não denota parâmetro suficiente para caracterizar a relevância social a exigir
a intervenção do Ministério Público. Deve haver comprovação da situação de risco,
conforme os termos do artigo 43 da Lei nº 10.741/2003, sob pena de obrigatória
intervenção do Ministério Público, de forma indiscriminada, como custos legis em
toda em qualquer demanda judicial que envolva idoso. III - É inviável, em sede de
recurso especial o reexame de matéria fático-probatória, tendo em vista o óbice contido
no verbete Sumular nº 7/STJ: «A pretensão de simples reexame de prova não enseja
recurso especial.» IV - Recurso conhecido, mas desprovido. (REsp 1235375/PR, Rel.
Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 11/05/2011)

💡 GABARITO: ERRADO

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RODADA 02

PROFESSOR CARLOS FREDERICO ESCOCARD


E-mail: profcei.carlosfrederico@gmail.com

🏳 LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL
QUESTÃO 98. De acordo com a Constituição Federal de 1988, no âmbito Estadual, os Procuradores-
Gerais de Justiça terão a iniciativa para a edição das respectivas leis complementares, observadas as
normas gerais estatuídas pela Lei Orgânica Nacional.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. A alternativa corresponde ao disposto no art.128,§5º da Constituição: “art.128 (…) § 5º Leis


complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos Procuradores-Gerais,
estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a
seus membros (…)”.

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 99. É prerrogativa do membro do Ministério Público ser ouvido, como testemunha ou ofendido,
em qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade
competente.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

CERTO. a alternativa está correta pois corresponde ao disposto no art.40, I, da Lei 8625/93.
Art. 40. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei
Orgânica:
I - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer processo ou inquérito, em dia, hora e local previamente
ajustados com o Juiz ou a autoridade competente;
II - estar sujeito a intimação ou convocação para comparecimento, somente se expedida pela autoridade
judiciária ou por órgão da Administração Superior do Ministério Público competente, ressalvadas as hipóteses
constitucionais;
III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime inafiançável, caso em que a
autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a comunicação e a apresentação do membro do

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RODADA 02

Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça;


IV - ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça de seu Estado, nos crimes comuns e de
responsabilidade, ressalvada exceção de ordem constitucional;
V - ser custodiado ou recolhido à prisão domiciliar ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à disposição
do Tribunal competente, quando sujeito a prisão antes do julgamento final;
VI - ter assegurado o direito de acesso, retificação e complementação dos dados e informações relativos à sua
pessoa, existentes nos órgãos da instituição, na forma da Lei Orgânica

💡 GABARITO: CERTO.

QUESTÃO 100. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quinze membros nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para
um mandato de dois anos, admitida uma recondução.
A) CERTO
B) ERRADO

💡 GABARITO COMENTADO:

ERRADO. Art. 130-A da CF: O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros
nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
para um mandato de dois anos, admitida uma recondução (…).

💡 GABARITO: ERRADO.

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