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Nossa História

FUNDAÇÃO E CRIAÇÃO

Nos idos de 1672, freis franciscanos de nomes Paulo e Jacques fundaram em terras de Cachoeiro, na margem
direita do Rio Muriaé, o primeiro agrupamento indígena.

Nessa região habitavam os índios Puris, remanescentes da nação Goytacá que havia sido perseguida pelos
portugueses e índios Tamoios e teriam escapado em migrações sucessivas através do Rio Muriaé.

Mais mesmo com todo o empenho de seus fundadores a aldeia não foi á frente. Por causa de uma epidemia
de febre o aldeamento foi praticamente dizimado e os seus habitantes se espalharam pelo leste dessa mesma
região.

Registra-se em um segundo momento, em fins de 1700, mais de 20 engenhos já haviam se instalado em


Cachoeiras do Muriaé (nome pelo qual era denominado o atual município de Cardoso Moreira naquela
época). Estes engenhos realizavam moagem de cana de açúcar, beneficiamento de açúcar e aguardente.

As fazendas mais importantes foram: Outeiro, da família Peixoto; Santana, da família Saturnino Braga; Santa
Rosa, de Paulo Viana; Pau Brasil, de Ribeiro Rocha; São José, do Barão da lagoa Dourada, Santa Helena, do
Comendador José Cardoso Moreira e Cachoeiras do Muriaé, do Comendador Antônio José Ferreira Martins.
O apogeu destas terras foi por volta de 1870. Na época foram construídos ricamente vários solares nas
propriedades citadas.

Estes fazendeiros precisavam de um meio de escoar sua produção. Desde modo se organizaram para a
construção de um ramal da estrada de ferro Campos/Carangola, que na realidade seu trajeto ia até
Porciúncula..
Antes este escoamento era realizado através de barcas pelos rios Paraíba e Muriaé.
Existiam trapiches localizados ao longo das margens dos rios, onde tropas de animais de carga traziam
produtos de Minas Gerais.

Houve também a Companhia União Campista Fidelense que construiu embarcações a vapor para serem
transportadas mercadorias. Estas embarcações foram denominadas: Muriaé, Cachoeiro e União.
O Comendador José Cardoso Moreira, além de ter feito grandes investimentos em suas terras, fez também
como era de costume na época, diversas contribuições para beneficiar a localidade, tornando-se grande
acionista da estrada de ferro. Devido, provavelmente, ao volume de seus investimentos, a estação local
acabou recebendo seu nome e mais tarde se transformou no nome da cidade.

INAUGURAÇÃO DA ESTRADA FÉRREA

A estação foi inaugurada no dia 24 de novembro do ano de 1878, e teve a presença ilustre do então
Imperador D.PedroII e sua filha a Princesa Isabel.

Consta que o Imperador teria se deslocado com sua comitiva, após a solenidade de inauguração, até a
margem do Rio Muriaé e teria ficado a contemplar o panorama das águas do Cachoeiro.

TRANSFORMAÇÃO VILA A DISTRITO

Em 31/12/1943 passou a Vila ser Distrito. Enquanto Vila, sua sede ficava em um povoamento chamado
Taquarassu, depois denominado Trapiche. (Freguesia de Cachoeiro de Muriaé – Lei Provincial 06/11/1873).
Cardoso Moreira, como o 15° Distrito de Campos dos Goytacazes, foi criado pela lei provincial n°561 de 24
de novembro de 1902.

O POVOAMENTO DA VILA POR JOVENS EMPREENDEDORES

Em 1920 chegou a Cardoso Moreira o Jovem Antônio Salgueiro Júnior, através dele teve início o
povoamento do Distrito, através do loteamento da fazenda da família Perlingeiro. A família Perlingeiro
autorizou o empreendedor retalhar suas terras e vendê-las sob comissão. Salgueiro assim o fez, vendendo as
terras e dando prazo aos seus compradores. Para organizar o loteamento o Coronel trouxe do Rio de Janeiro
um engenheiro por este motivo até os dias atuais pode constatar que as ruas de Cardoso Moreira foram
cuidadosamente projetadas.
Do outro lado do rio, onde é atualmente o bairro denominado Cachoeiro, o senhor Vicente Maiolino foi o
responsável pelo desenvolvimento do povoado.

Outro nome que merece destaque na fundação de Cardoso Moreira foi Joel Reis, homem que realizou
diversos benefícios para a Vila. Chegando a colocar água encanada por sua conta nas residências, cobrando
uma pequena taxa. Este importante serviço serviu para que anos mais tarde o Poder público encapasse o
serviço de água.

Em 1931, no dia 12 de junho, chegou a Cardoso Moreira o senhor Antônio Pinto, nomeado escrivão de Paz,
do então 15° Distrito de Campos dos Goytacazes, que tinha sede em Cardoso Moreira.

A primeira ponte começou a ser construída sobre o Rio Muriaé em 25 de outubro de 1945, idealizado pelo
jovem engenheiro carioca Haroldo Joppert. O engenheiro começou a construção com seus próprios recursos.
Edificando seus pilares e as cabeceiras.

A ponte só foi concluída e inaugurada pelo Prefeito de Campos dos Goytacazes, Dr.Salo Brand, em 24 de
agosto de 1947. Na época Cardoso Moreira já era o 14°Distrito de Campos dos Goytacazes.

Em 1949 já contando com 1450 propriedades rurais, produzia-se uma grande quantidade de café, arroz e
milho.

Emancipação

Em 1951 foi criada a primeira Comissão de Emancipação que contava com o apoio de diversos fazendeiros e
comerciantes. Entre eles destacamos: Cel. Francisco Augusto Dantas Carneiro, Antônio Pinto, Joel Reis, da
família Assed os senhores Salim; Badia; Ibrahim; Nacib e José, e o grande incentivador do movimento
Antônio Ferreira de Medeiros, o Carneiro Gordo.

Em 1986 um novo Movimento Emancipacionista teve início, novamente, já que o sonho de liberdade ficou
aguçado após presenciar as mudanças realizadas no já criado município vizinho de Italva.

Uma comissão Pró-Emancipacionista constituída por Orlando Machado, Juarez Gomes Figueiredo, Jomar
Suisso Antunes, Manoel Ferreira Coutinho, Joel Flores Fiúza(Joel Brasileiro),Aílton Nunes Guimarães, João
José Privatti, Walter Weber Nunes, Irineu Dias da Silva e a professora Joanilce Antunes Almeida, que
corrigia e auxiliava na elaboração dos manifestos e folhetos a serem distribuídos relativos à emancipação.

Outros nomes devem ser citados e reconhecidos como importantes na contribuição que deram cada um em
sua área em prol da Emancipação. Estes homens e mulheres são: Eliel Almeida Ribeiro, Renato Jacinto da
Silva, Norma e Marcelo Ribeiro Duarte, Arecildes Marques, Edvar Araújo, José Augusto Guimarães, José
Jorge Brito, Josely da Silva Alves, Domingos Espanhol, Jaime Papaléus, Porfírio, Oswaldo Fernandes
Genásio, Vera e José Tardivo.
No dia 31 de julho do ano de 1988, enfim ocorreu o tão sonhado Plebiscito de Cardoso Moreira, mais
lembrado como o “Dia do Sim”.

A Emancipação Política e Administrativa veio através da assinatura do então Governador do Estado do Rio
de Janeiro Antônio Wellington Moreira Franco, que assinou a Lei n°1577 no Coreto da Praça Ibrahim Assed,
em um domingo, dia 30 de novembro de 1989. Após a tão sonhada liberdade toda a comunidade do novo
Município de Cardoso Moreira se confraternizou em um churrasco servido pelos funcionários do Colégio
Estadual Baltazar Carneiro, patrocinado por vários comerciantes, fazendeiros e amigos de Cardoso Moreira.

Também pertencente ao município de Campos dos Goytacazes, o vizinho distrito de Italva se transforma em
município. Tendo presenciado o desenvolvimento propiciado pela autonomia de seu antigo distrito limítrofe
surge, em Cardoso Moreira, um movimento emancipacionista, oficializado em 1986.

No dia 31 de julho do ano de 1988, enfim ocorreu o plebiscito de consulta a população de Cardoso Moreira, a
época chamada como o “Dia do Sim”. O resultado final do pleito foi de maioria favorável a emancipação,
esta foi oficializada em 30 de novembro de 1989 com a assinatura da Lei n°1577 pelo então Governador do
Estado do Rio de Janeiro Antônio Wellington Moreira Franco Somente em dezembro do ano de 1995,
Cardoso Moreira conseguiu, finalmente a sua liberdade com o encerramento do processo contra a sua
emancipação.

A PRIMEIRA ELEIÇÃO E OS ELEITOS

A primeira eleição para se eleger os poderes Legislativos e Executivos foi no dia 15 de novembro de 1992.
Foram eleitos, Prefeito Renato Jacinto da Silva, Vice-Prefeito Luís Carlos Teixeira Dias, Vereadores: Neriete
Navarro Alves, Jaime Alves Papaléus, Irak Ramires da Silva, Antônio Tavares Calixto, Carlos Eduardo
Hygino, Helvécio José Azevedo, Assis Barbosa Lessa, Derly Casanova Gonçalves e Oswaldo Fernandes
Genásio.

O Prefeito e Vereadores eleitos, juntamente com o secretariado municipal constituído por: José Santos
Gomes – Chefe de Gabinete, Abdelkader Nogueira Pinto – Secretário de Governo e Administração, Chaquib
Stefan – Secretário de Finanças e Planejamento, Suely Ester Rocha Silveira – Secretária de Educação,
Cultura, Esporte e Lazer, Irineu Dias da Silva Filho – Secretário de Saúde e Promoção Social, Gilson Nunes
Siqueira – Secretário de Obras e Transporte, José Silvano Cozendey – Secretário de Agricultura e Meio
Ambiente, Djalmo Luiz Cardoso Tinoco – Procurador Geral, só tomaram posse no dia 25 de fevereiro de
1993. Após diversas viagens à Capital Federal ( Brasília ), foi concedida uma liminar pelo Superior Tribunal
Federal, que autorizou sub-judice, a posse do Legislativo e Executivo Municipal.

A Bandeira e o Brasão do Município foram criados através da Lei, de 22 de abril de 1993. (Revogada em
17/12/2010 – Pela Lei 383, incluindo o Hino Cívico do Município de autoria de Josely da Silva Alves e
Márcio Cozendey Alves).

A Lei Orgânica foi elaborada por comissões formadas pelos Vereadores e de pessoas de vários segmentos da
sociedade. Na época o Procurador da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Rodrigo
Lopes Lourenço foi um grande colaborador da elaboração do documento.
Em Sessão Extraordinária e Solene, do dia 24 de abril de 1993, A Lei Orgânica do Município de Cardoso
Moreira do Estado do Rio de Janeiro, foi promulgada pelos Vereadores da Câmara Municipal.

Somente em dezembro do ano de 1995, Cardoso Moreira conseguiu, finalmente a sua liberdade com o
encerramento do processo contra a sua emancipação, processo este realizado pelas pessoas retrógadas e sem
visão de um futuro promissor e que eram contra a emancipação política e administrativa.

Dirceu Tito Antunes de Almeida


Bibliografia

Lei Orgânica do Município de Cardoso Moreira-1993

Estória da história de Cardoso Moreira – Antonio Pinto

Tribuna Sanjoanense – Edição especial – A história de Cardoso Moreira – 27 de Julho de 2001

O Panorama (1° e 2° Edições)-Alberto Rodolfo (Freguesia de Cachoeiro de Muriaé – Lei Provincial de


06/11/ 1873)

Folder da Secretaria de Educação e Cultura de Cardoso Moreira (IX Exposição Agropecuária, Comercial e
Industrial – 27 de julho de 2001)

Colaboração: Regina Stela Siqueira

Cardoso Moreira - Estação Ferroviária

Nomes de Cardoso Moreira: (Segundo Livro de Henrique de Queiroz Vieira):

- Freguesia de Cachoeiro de Muriahé - Lei Provincial de 06/11/1873. (Conhecido por Primeiro Cachoeiro
ou Cachoeiras do Muriahé) - localizava-se na altura do 1º Cachoeiro do Muriaé. A fazenda do Comendador
Antônio José Ferreira Martins tinha o nome de Cachoeiro do Muriahé.

- Cardoso Moreira - Lei Provincial n º 561 - de 24/11/1902 - 15º Distrito - Sede no povoado Taquarassu.

- VILA - Decreto-Lei nº 1.506 - de 31/12/1943. (com atualização das divisas e Italva também).

- Decreto-Lei 1.063- de 28/01/1944 - 14º Distrito - Sede em Cardoso Moreira (que modificou a divisão
administrativa do Município de Campos).

Estrada de Ferro Campos – Carangola: Inaugurações:

(Segundo Ralph Mennucci Giesbrecht - www.estacoesferroviarias.com.br):

Nomes da Rede Ferroviária:

- CIA E.F.Carangola (1878-1890)

- Cia Barão de Araruama (1890)

- E.F.Leopoldina (1890-1975)

- RFFSA (1975-1977) Trens de passageiros desativada em 01/11/1977.

INAUGURAÇÕES:

- Cardoso Moreira (Cachoeiras do Muriahé ou Cachoeiro):

(24 /11/1878) ver o Monitor Campista de 27/11/1878) - (de 1878 a 1881 obras paradas).

- Estrada de Italva: 10/06/1880 (até São Pedro Paraíso).


- Estrada de Porto Alegre (Itaperuna): 17/10/1881 (ficou uns anos parada).

- Estrada de Natividade do Carangola: 20/06/1886.

- Estrada de Santo Antônio do Carangola (Porciúncula): 1888.

OBS: Não foi construída até Carangola a linha Campos/ Carangola (somente entre Murundu e Porciúncula).
Ver no Monitor Campista de 13/12/1878 - o HORÁRIO DOS TRENS - até Cachoeiro (hoje - Cardoso
Moreira).

Ponte da Antiga Rede Ferroviária S/A -Bairro das Palmeiras.

Foto:Regina Stela - 28/09/2011

Abaixo publicações do Jornal O Monitor Campista que registrou a visita da Família Imperial Brasileira em
nossa região, inclusive sua passagem por Cardoso Moreira, na época denominado Cachoeiras do Muriahé.
Em 24 de novembro de 1878, aos 53 anos, o Imperador D. Pedro II esteve em Cachoeiras do Muriahé, hoje,
Cardoso Moreira, através da estrada de ferro: (Ver no Monitor Campista de 27/11/1878 - pág. 03 -
NOTICIÁRIO).

Cia. Estrada de Ferro Carangola

CONCLUSÃO:

D. Pedro II não foi a Carangola em 24/11/1878, porque a Estrada de Ferro de Italva foi inaugurada somente
em 1880 ; Porto Alegre (Itaperuna) em 1881 ; Natividade do Carangola, em 1886; Santo Antônio do
Carangola (Porciúncula) em 1888. Em 1878, em Cachoeiras do Muriahé ou Cachoeiro do Muriahé (Cardoso
Moreira) a obra parou por um tempo e o nome de Italva(Cachoeiras do Muriahé ) de acordo com o
ALMANAQUE HISTÓRICO de Italva (de Dr. Genilson de Sousa Leite) o registro é de 1917.

- No Monitor Campista (13/12/1878) está escrito: " Do dia 06 de dezembro em diante principiará o tráfego
provisório até à Estação do Murundu, observando-se o seguinte: (horário dos trens: Estações: Campos -
Travessão - Penha- Vila Nova, Murundu - Cachoeiro (Cardoso Moreira)."

Imperador D. Pedro II

Panfleto que continha os horários dos trens relativos as partidas e chegadas nas Estações Ferroviárias da
nossa região.

Um curiosiade:

A Estação com o nome de Cachoeiro, ficava no atual município de Cardoso Moreira, que na época era
conhecido como Cachoeiro e Cachoeiras do Muriahé.
Veja abaixo trecho do livro A Terra Goytacá de Alberto Lamego que meciona a assinatura da Ata de
Inauguração da Linha Férrea em Campos dos Goytacazes, na Usina de Barcelos.
Município de Cardoso Moreira

Extensão: 515,3 Km² (IBGE 2007) e 524,633 Km² (IBGE 2010). As variações da área do município são
devido aos equipamentos utilizados - cada vez mais precisos - informações de Estela, do IBGE - Rio - via
telefone, em 06/10/2011.

Rodovia: BR- 356

Distritos: A cidade sede do município e São Joaquim.

Censo 2010 – 12.600 Habitantes

Emancipação: (Plebiscito) 31 de Julho de 1988

Assinatura da Emancipação: 30 de novembro de 1989 - Governador Moreira Franco

Posse do Primeiro Prefeito e Vereadores – 25 de Fevereiro de 1993


EMANCIPAÇÃO DE CARDOSO MOREIRA

O dia 30 de novembro é reconhecido como o dia oficial da Emancipação Político-Administrativa devido


nesta data em 1989, ter sido sancionada a Lei nº 1577 na capital do Estado do Rio de Janeiro pelo então
governador Antônio Wellington Moreira Franco, que criava enfim o Município de Cardoso Moreira.

A concretização deste grande sonho foi presenciada no dia 2 de dezembro de 1989, por toda a população
cardosense, em plena Praça Ibrahim Assed, quando na ocasião o governador assinou simbolicamente, a Lei
que libertava Cardoso Moreira de Campos dos Goytacazes.

Abaixo o Projeto de Lei da Emacipação de Cardoso Moreira:

Projeto de Lei nº 921/1989 - Publicado em 01/12/1989.

Lei da EMANCIPAÇÃO Nº 1.577/1989 -

DE 30/11/1989.
LEI Nº 1577, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1989.

CRIA O MUNICÍPIO DE CARDOSO MOREIRA, A SER DESMEMBRADO DO MUNICÍPIO DE


CAMPOS.

O GOVERNADOR DE ESTADO DO RIO DE JANEIRO,


Faço saber que a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica criado o Município de Cardoso Moreira, com sede na atual Vila de mesmo nome, constituído
dos territórios dos distritos de Cardoso Moreira e São Joaquim, desmembrados do Município de Campos.

Art. 2º - O território do Município de Cardoso Moreira é compreendido dentro dos seguintes limites,
intermunicipais e interdistritais:

A - LIMITES INTERMUNICIPAIS:
1 - Com o Município de Italva:
Começa no Pico do Sapateiro, na serra do mesmo nome, seguindo em reta até o marco de número III, situado
em frente a antiga caixa d’água, há 2 km, aproximadamente, da ponte sobre o Rio Muriaé; daí, também em
reta, segue até o marco número II, situado na Estrada de Cardoso Moreira a Maribondo; deste marco segue
em reta até o marco de número I, localizado na Estrada de Ferro Leopoldina (Ramal Murundú - Porciúncula),
situado em um ponto 2 km aquém de Cardoso Moreira; daí, segue pelo leito da referida Estrada de Ferro, até
o marco de km 380, onde convergem os limites dos Municípios de Italva, de Campos e de Cardoso Moreira,
ora criado.

2 - Com o Município de Campos:


Começa no km 380 da Estrada de Ferro Leopoldina (Ramal Murundú - Porciúncula), onde convergem os
limites dos Municípios de Campos, de Italva e de Cardoso Moreira, ora criado, seguindo deste ponto, em reta
até a parada “Chave do Paraíso”, na Estrada de Ferro Leopoldina; daí segue pelo leito da referida Estrada de
Ferro, no sentido de Vila Nova de Campos, até o cruzamento com o córrego do Onça; desce o curso deste
córrego até sua foz, no Rio Muriaé, e seguem em reta até o Rio Paraíba do Sul, até um ponto fronteiro e mais
próximo da Pedra do Alecrim, no limite com o Município de São Fidélis.

3 - Com o Município de São Fidélis:


Começa no Rio Paraíba do Sul, em um ponto fronteiro e mais próximo à Pedra do Alecrim, no limite com o
Município de Campos, subindo o curso deste rio até um ponto fronteiro ao prolongamento do Rumo da Vala,
seguindo por este até o Pico da Santa Maria, na Serra da Bandeira, também conhecida como Serra do
Sapateiro ou de Caconda; daí segue pela linha do cumiadas desta serra até alcançar o Pico do Sapateiro, na
serra do mesmo nome, no limite com o Município de Italva.

B - LIMITES INTERDISTRITAIS:
1 - Entre os distritos de Cardoso Moreira e São Joaquim:
Começa no córrego do Baú, em um ponto no limite com o Município de Campos, descendo por este córrego
até sua confluência com o córrego Pau Brasil, prosseguindo pelo curso deste córrego até sua confluência com
o Rio Muriaé; atravessa o curso deste rio e segue pela Rodovia Campos - Italva até a ponte Santana, sobre o
Rio Muriaé; daí desce o curso deste rio até a confluência do Valão da Onça.

Art. 3º - O Município de Cardoso Moreira, criado por esta Lei, constituir-se-á de dois Distritos, o 1º Distrito,
Cardoso Moreira, e o 2º Distrito, São Joaquim, com os limites estabelecidos nesta Lei.
Art. 4º - O Município de Cardoso Moreira dar-se-á por instalado com a posse do Prefeito, Vice-Prefeito e
dos Vereadores eleitos, na conformidade do disposto no artigo 21 da Lei Complementar Estadual nº 1, de 17
de dezembro de 1975.

Art. 5º - O Município de Cardoso Moreira terá comarca própria, nos termos do Código de Organização e
Divisão Judiciárias do Estado do Rio de Janeiro.

Art. 6º - O Tribunal Regional Eleitoral designará a data em que serão realizadas as eleições, assim como a
data da posse do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores eleitos do Município criado por esta Lei.

Art. 7º - O Município de Cardoso Moreira, enquanto não contar com legislação própria, reger-se-á pela do
Município de Campos, em especial a pertinente a pessoal, obras e tributos observado o disposto no artigo 21
da Lei Complementar Estadual nº 1, de 17 de dezembro de 1975.

Art. 8º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 30 de novembro de 1989.

W. MOREIRA FRANCO
Governador

Este Jornal e tantos outros da época divulgaram o Projeto de Lei 921/89 como a Lei da Emancipação Nº
1577/1989.
Somente em dezembro do ano de 1995, Cardoso Moreira conseguiu, finalmente a sua liberdade com o
encerramento do processo contra a sua Emancipação, processo este realizado pelas pessoas retrógadas e sem
visão de um futuro promissor e que eram contra a Emancipação.
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO

Cardoso Moreira pertence à região Norte Fluminense, que também abrange os municípios de Campos dos
Goytacazes, Carapebus, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidélis, São Francisco do Itabapoana
e São João da Barra.

O município tem uma área total 2 de 517,2 quilômetros quadrados, correspondentes a 5,3% da área da região
Norte Fluminense.

O principal acesso a Cardoso Moreira e Italva é pela BR-356, que liga as cidades a Campos e a Minas Gerais.
Os limites municipais, no sentido horário, são: Italva, Campos dos Goytacazes e São Fidélis.

A rodovia RJ-204 – São Fidélis - São Francisco do Itabapoana, de acordo com o mapa do DER-RJ de 2006,
começa em leito natural em São Fidélis, até cruzar com a BR-356, próximo a Cardoso Moreira. Há um trecho
asfaltado, após cruzar o Rio Muriaé, que vai até a localidade de Vila Nova de Campos e daí segue implantada
até Morro do Coco, na BR-101, ao norte do município de Campos dos Goytacazes. Segue asfaltada até a
divisa de São Francisco do Itabapoana e daí até Praça João Pessoa, em leito natural, onde conecta a RJ-224
para alcançar Barra do Itabapoana.

COMENDADOR JOSÉ CARDOZO MOREIRA

José Cardozo Moreira nasceu em 1815, na Freguesia de São Tomé de Bade, Distrito de Braga, Norte de
Portugal. Em 1835, com apenas 20 anos, chegou ao Brasil. Casou-se com a senhora Maria da Conceição
Machado Cardozo. O casal teve 5(cinco) filhos: Antônio Cardozo Moreira, D. Paulina Cardozo Pereira Porto,
D. Helena Cardozo Bastos, D. Maria Cardoso Tinoco e D. Sofhia Cardozo Chaves.

José Cardozo Moreira, homem de grande energia, não limitou a sua atividade à cultura de sua grande
fazenda, “Santa Helena”, ao lado da 1ª cachoeira do Rio Muriaé (em Cachoeiras do Muriahé, hoje, Cardoso
Moreira).

Emprestou seus recursos econômicos e seu dinamismo a serviço de nossa terra, onde o vemos aparecer em
quase todos os grandes empreendimentos do século XIX.

Em Cachoeiras do Muriahé, o transporte era feito por via fluvial, através de pranchas, e terrestre, por tropas
de burros, que vinham de muitos lugares distantes.
Por volta de 1855, é que o Comendador José Cardozo Moreira e outros grandes fazendeiros organizaram a
companhia “União Campista Fidelense”, diversos barcos a vapor para a navegação nos rios Paraíba e Muriaé.

Consta que pelos anos de 1872, José Cardozo Moreira empreendeu uma viagem de propaganda em prol da
criação de uma ferrovia, a Estrada de Ferro Campos – Carangola, que ligaria várias cidades do Estado do Rio
e Minas Gerais. Com resultado desta excursão, com finalidade comercial, usando de seu grande prestígio
junto aos fazendeiros e prósperos homens de negócios, conseguiu passar em favor da citada ferrovia, nada
menos de 3.562 ações. Com esses recursos e outros angariados na campanha que soube manter, a realidade
não se fez esperar. Era tesoureiro da “Companhia de Estrada de Ferro Campos – Carangola”. José Cardozo
Moreira, proprietário da Fazenda Santa Helena (em Cachoeiras do Muriahé – Cardoso Moreira) e de muitas
outras propriedades de valor, pelos bons serviços prestados à sociedade, foi agraciado pelo Imperador D.
Pedro II com o honroso título de Comendador, que significava um alto distintivo em termos de autoridade.

Na Cidade de Campos, à beira do rio, o Comendador construíra um belo palacete, hoje, o Pálace Hotel.

Em 1889, Cardozo Moreira foi o 46º Provedor da Santa Casa de Misericórdia de Campos, mas só conseguiu
presidir uma das reuniões, não conseguindo concluir seu mandato, porque a morte, traiçoeiramente, veio
buscá-lo no elevado desempenho de sua humanitária função.

Faleceu em São Paulo, em 20/10/1889 (aos 74 anos) de Pneumonia Senil, e sua esposa, Maria da Conceição
Machado Cardozo, faleceu a 16/02/1900. Os restos mortais do Comendador e de sua esposa encontram-se
sepultados no túmulo n. º 104, na área pertencente a Venerável Ordem Terceira de São Francisco da
Penitência de Campos, no cemitério do Caju. No túmulo, constavam os seguintes dizeres: “Jazigo Perpétuo
do Comendador José Cardozo Moreira falecido a 20 de outubro de 1889 e de sua mulher D. Maria da
Conceição Cardozo falecida a 16 de fevereiro de 1900.

CRIAÇÃO MEDALHA AO MÉRITO E DO MAUSOLÉO

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