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Convênio de Taubaté
O café era a base da economia do país, e os grandes fazendeiros, a classe
dominante e vários governadores empenharam-se em evitar que a cafeicultura
tivesse prejuízos.
O Desenvolvimento Industrial
Os primeiros setores industriais a desenvolver foram os ramos têxtil, de
alimentação e de vestuário, cujos produtos eram largamente consumidos e sua
fabricação não dependia de tecnologia sofisticada. Em 1920, esses bens
representavam 68,1% da produção industrial brasileira.
Além disso, os alimentos básicos aumentavam de preço a cada ano, mas esse
aumento não era acompanhado pelos salários. Tudo isso acabou gerando
problemas e consequentemente a insatisfação entre os trabalhadores, que se
organizavam para exigir direitos. Esse movimento de reivindicar os seus direitos
passou a ser mais sistemático com a vinda de imigrantes italianos e
espanhóis aos centros urbanos. Entre essas pessoas, os ideais anarquistas de
organização de trabalhadores eram amplamente difundidos, o que inspirou a
criação de sindicados e de associações de operários nas fábricas. Os sindicados
foram importantes mecanismos de reivindicações de direitos e negociação
entre trabalhadores e patrões. Uma das ações de reivindicações de direitos
foram as greves. Nas duas primeiras décadas do século XX, ocorreram mais de
400 greves no Brasil. A mais importante delas ocorreu no ano de 1917.
Greve de 1917
[...] Os imigrantes italianos e espanhóis, que vinham trabalhar nas fábricas
paulistanas, começaram a divulgar os princípios anarquistas e socialistas através
de jornais operários. Neles, chamavam a atenção para a necessidade de
organização e mobilização dos trabalhadores, a fim de conseguirem direitos
trabalhistas. Nas primeiras décadas do século XX, houve várias paralisações de
trabalhadores por direitos no Brasil, as quais se tornaram mais frequentes ano a
ano. Em julho de 1917, o trabalhador de origem espanhola José Martinez foi
morto pela polícia, que tentava reprimir uma manifestação. A morte do
trabalhador foi o estopim para uma grande paralisação que ficou conhecida
como Greve de 1917. Estimou-se que mais de 45 mil trabalhadores aderiram a
esse movimento, o qual reivindicou os direitos trabalhistas, o fim do trabalho
infantil e da repressão contra os trabalhadores que protestavam. Essa greve se
iniciou em São Paulo e durou 30 dias: fábricas, oficinas, bondes e ferrovias
foram paralisadas. Houve saques a lojas, armazéns e caminhões. As atividades
só foram retomadas depois do reajuste salarial e da promessa do governo
estatal de libertar grevistas presos e da fiscalização do trabalho de menores.
Mesmo com o fim da greve na capital, ela se estendeu para o interior do estado
e para outras regiões do país. A partir de 1920, a repressão do governo se
intensificou contra o movimento operário, prendendo manifestantes e
expulsando imigrantes do país.
Revolta da Vacina
Entre 1902 e 1906, o Rio de Janeiro passou por um processo de modernização
sem precedentes (bota-abaixo) população composta majoritariamente por
ex-escravizados. O prefeito da cidade, Francisco Pereira Passos, abriu novas
avenidas, como a avenida Central (atual Rio Branco), reconstruiu o cais do porto
e mandou derrubar mais de seiscentos prédios antigos, muitos utilizados como
moradias populares no centro da cidade (cortiços). Ao mesmo tempo, o
médico sanitarista Oswaldo Cruz deu início a uma ampla campanha de
extermínio de ratos e de destruição de focos do mosquito transmissor da febre
amarela. Na época, essa doença e a varíola eram as principais causas de
epidemias que matavam anualmente milhares de pessoas na capital da
República.
Revolta da Chibata
A Revolta da Chibata ficou conhecida por ter sido um motim realizado pela
insatisfação dos marujos brasileiros com os castigos físicos que sofriam na
Marinha brasileira no começo do século XX. O castigo físico em questão era a
chibatada, praticada pela Marinha contra todos os marujos que violassem as
regras da corporação.
O uso da chibatada como forma de punição era uma característica que a
Marinha brasileira havia herdado da Marinha portuguesa do período colonial a
partir de um código conhecido como Artigos de Guerra. Essa forma de punição
era dedicada somente aos postos mais baixos da Marinha, ocupados, em geral,
por negros e mestiços.
A insatisfação dos marujos com os castigos físicos e com o rigor da Marinha era
crescente. Relatos contam que, pouco antes da revolta, durante uma viagem nas
proximidades da costa chilena, os marujos haviam demonstrado insatisfação
com a punição dedicada a um marujo. O estopim para o início da revolta
ocorreu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250
chibatadas sem direito a tratamento médico.
Sobre a Revolta da Chibata, é importante considerar que ela não foi fruto
apenas da insatisfação dos marujos com os castigos físicos. Os marujos, em
geral, eram originários de famílias pobres, que sofriam com a desigualdade
social existente na Primeira República. Assim, a Revolta da Chibata é
considerada pelos historiadores também como uma revolta contra a
desigualdade social e racial existente tanto na Marinha como na sociedade
como um todo.
Após isso, uma segunda revolta na Marinha iniciou-se, dessa vez, no Batalhão
Naval estacionado na Ilha das Cobras. Essa segunda revolta, no entanto, foi
massacrada violentamente, e os envolvidos foram aprisionados e torturados
nessa ilha. Outras centenas de marinheiros foram enviados para trabalhar em
seringais na Amazônia e muitos foram fuzilados durante o trajeto.
Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos foi um confronto bélico entre o exército brasileiro e a
comunidade liderada pelo religioso Antônio Conselheiro, em Canudos, interior
da Bahia. O conflito aconteceu entre 7 de novembro de 1896 e 5 de outubro de
1897. O governo da época, do presidente Prudente de Morais, do Brasil em
processo de passagem para o regime republicano, considerou o movimento
“rebelde” e assim enviou o exército para combatê-lo, matando mais de 20 mil
pessoas e configurando um dos maiores massacres de nossa história.
As causas da Guerra de Canudos foram:
Guerra do Contestado
No Sul, a mais importante rebelião camponesa ocorreu numa região de
fronteira entre o Paraná e Santa Catarina. No Contestado, como a área ficou
conhecida por ser disputada pelos dois estados, as terras eram dominadas por
grandes proprietários, que exploravam a extração de madeira e erva-mate.
Também ali, a exemplo do que acontecia em outras partes do país, os
fazendeiros submetiam os trabalhadores rurais a formas opressivas de
dominação.
Tenentismo
O tenentismo foi um movimento político-militar, baseado em uma série de rebeliões
de jovens oficiais de baixa e média patente do Exército Brasileiro (tenentes), de
camadas médias urbanas, que estavam insatisfeitos com o governo da República
Oligárquica no início da década de 1920 no Brasil. O movimento defendia reformas na
estrutura de poder do país, entre as quais se destacam o fim do voto aberto (fim do voto
de cabresto), modalidade de voto que favorecia o coronelismo presente na República
Oligárquica, além de defenderem a instituição do voto secreto e a reforma na
educação pública.
Os movimentos tenentistas foram: a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana em
1922, a Revolta Paulista de 1924, a Comuna de Manaus de 1924 e a Coluna
Prestes entre os anos de 1925 e 1927.
A sucessão ao governo estadual de Pernambuco, onde houve a intromissão de Hermes
da Fonseca e sua consequente prisão, precipitou a revolta do Forte de Copacabana em
1922. Tal movimento não possuía uma proposta definida, tendo conteúdo mais
corporativista, de defesa da instituição militar. Deflagrou-se assim o tenentismo.
O movimento tenentista não conseguiu produzir resultados imediatos na estrutura
política do país, já que nenhuma de suas tentativas teve sucesso, mas conseguiu manter
viva a revolta contra o poder das oligarquias, representado na Política do café com
leite. No entanto, o tenentismo preparou o caminho para a Revolução de 1930, que
alterou, definitivamente, as estruturas de poder no país.
O movimento tenentista surgiu nos quartéis espalhados em todo território nacional a
partir da década de 1920. Segundo Paulo Sérgio Pinheiro em "Estratégias da Ilusão",
em 5 de julho de 1922 ocorreu a primeira revolta que teve uma forte influência dos
tenentes, conhecida como Os 18 do Forte, que se opunha à posse do presidente
eleito Artur Bernardes. Os revoltosos, além de contestarem as bases da República
Velha, também estavam inconformados com a demissão do marechal Hermes da
Fonseca da presidência do Clube Militar
Debelada a revolta de 1922, e com a eclosão dos novos levantes tenentistas,
principalmente após as notícias que em 5 de julho de 1924 ressurgiu o movimento
armado dirigido pelo general Isidoro Dias Lopes denominado como a Revolta Paulista
de 1924, em São Paulo, onde tropas rebeldes tenentistas conseguiram dominar a capital
do estado, mas após combates com tropas legalistas recuaram e foram em direção ao Sul
do Brasil.
A Coluna Prestes, como passou a ser chamada, após dois anos de luta, enfrentando
tropas governistas e tropas de polícias estaduais, além de “provisórios” armados às
pressas no sertão do Nordeste, sempre se deslocando de um lugar para outro,
terminaram internando-se na Bolívia.
O tenentismo passou a participar da Aliança Liberal em 1929, com exceção de Luís
Carlos Prestes. A Aliança Liberal era formada pelos presidentes de Rio Grande do
Sul, Minas Gerais e Paraíba. A Aliança pregava a justiça trabalhista, o voto secreto e o
voto feminino.
O tenentismo, em sua grande maioria, apoiou esse movimento e, depois da vitória e
posse de Getúlio Vargas, vários tenentes tornaram-se interventores. Luís Carlos Prestes
não apoiou o movimento de 1930, pois aderira ao comunismo em maio daquele ano.
Siqueira Campos, que seria um dos líderes, morrera em acidente aéreo, também em
1930. O tenentismo continuou presente na vida pública nacional, mas tem uma divisão
nessa época: uma minoria acompanhou Luís Carlos Prestes e, em 1937, em outra
divisão no tenentismo, uma parte rompeu com o presidente Getúlio Vargas e passou
para a oposição; é o caso de Juracy Magalhães, Juarez Távora e Eduardo Gomes, que se
distanciaram do poder. Alguns deles, como Newton de Andrade Cavalcanti e Ernesto
Geisel, participaram da deposição de Getúlio Vargas em 1945.
Após a vitória da Revolução de 1930, quase todos os governos dos estados brasileiros
foram entregues aos tenentes, e a incapacidade dos tenentes de governar depois que
assumiram o poder nos estados foi assim comentada por João Cabanas, um dos chefes
da Revolta Paulista de 1924 e revolucionário de 1930, no seu livro "Fariseus da
Revolução" de 1932, em que escreveu sobre o tenente João Alberto Lins de Barros, que
governou São Paulo, e os demais tenentes:
Em 1945, o tenentismo antigetulista conseguiu depor Getúlio Vargas e lançou a
candidatura do brigadeiro Eduardo Gomes, um nome sempre ligado ao tenentismo, em
oposição ao candidato vitorioso Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro de Getúlio Vargas e
que havia demonstrado interesse pela aproximação do Brasil com as potências do Eixo.
O tenentismo viveu até seus membros se retirarem da vida pública (se exilaram na
Bolívia, onde seus membros acabaram se dispersando), ou seja, a partir do meio dos
anos 1970, terminando com o governo de Ernesto Geisel como presidente, que iniciou
a Abertura.
Cangaço
Outro movimento popular de grande força no século XX foi o cangaço. Apesar
de não ter sido uma revolta, o cangaço foi muito significativo para demonstrar a
insatisfação do povo pobre do Nordeste (em relação ao coronelismo e o
contexto oligárquico no Brasil) e as secas sofridas na região devido ao clima
e a caatinga. O cangaço surgiu na época do Império e se espalhou com a
grande seca de 1877.
A origem do termo cangaceiro vem de canga, ou seja, um conjunto de arreios
que amarram o boi. É possível que esse termo tenha sido utilizado porque os
bandoleiros usavam as espingardas a tiracolo, com as correias cruzadas no
peito, lembrando a canga do boi.
Os bandos variavam de tamanho e podiam ter de três a cem integrantes. Eles
não possuíam moradia fixa e andavam pelo interior do Nordeste, a pé ou a
cavalo. Prestavam serviços a um chefe local e saqueavam povoados e cidades
em busca de armas, alimentos, dinheiro, cavalos, bebidas, roupas, etc. Os alvos
dos seus ataques eram desde pessoas ricas até vilarejos muito pobres.
O mais famoso bando de cangaceiros foi liderado por Virgulino Ferreira da
Silvia, mais conhecido como Lampião, considerado o Rei do Cangaço. Por
causa da forma como agiam, o bando e ele passaram a ser perseguidos pela
polícia de vários estados brasileiros. O final de sua vida e de seus companheiros
se deu em 1938, quando caíram em uma emboscada às margens do Rio São
Francisco em Sergipe.
O evento chocou parte da população e trouxe à tona uma nova visão sobre os
processos artísticos, bem como a apresentação de uma arte “mais brasileira”.
Nesse momento, o apoio da elite paulista foi fundamental. À época, em pleno auge do
período das oligarquias na República Velha, a oligarquia paulista tinha interesse em
tornar São Paulo uma referência em criação cultural, posto que era ocupado pelo Rio de
Janeiro. Além disso, o início da efervescência paulista passou a se contrapor ao
conservadorismo carioca, que era bem mais tradicional no ramo das artes e, por isso
mesmo, tinha um estilo mais consolidado e conservador. Assim, a Semana de Arte
Moderna foi amplamente financiada pela elite cafeeira, que tomou a frente do evento
que teria projeção nacional.