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As regiões brasileiras
Diversas características podem ser identificadas em cada macrorregião definida pelo IBGE.
A Região Nordeste
O Nordeste foi a primeira região brasileira a ser ocupada e a criar espaços
de produção, ainda no século XVI. A região apresenta uma grande variedade de
paisagens climatobotânicas, utilizadas para definir sub-regiões em seu interior: de
leste para oeste, a Zona da Mata, o Agreste, o Sertão e o MeioNorte (ver mapa).
Na Zona da Mata, foi estruturada a primeira área canavieira do país, e a
ocupação do Agreste e do Sertão deu-se, em parte, pelas condições naturais dessas
paisagens, adequadas à expansão da pecuária. No Meio-Norte, a expansão ocorreu
no sentido norte-sule, na parte sul do Piauí e do Maranhão, o povoamento deu-se
do sul e do sudeste para o norte.
Do ponto de vista econômico, coexistem atualmente na região áreas
agrícolas modernas, onde há cultivos de exportação - frutas no vale médio do São
Francisco, soja e algodão no oeste da Bahia, entre outros -, e áreas com agricultura
tradicional e baixa produtividade.
Durante os governos militares (1964-1985), ocorreu o primeiro grande
desenvolvimento industrial na região, impulsionado por incentivos fornecidos pela
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). As principais zonas
industriais nordestinas estão, hoje, nas áreas metropolitanas de Salvador, do Recife
e de Fortaleza. Historicamente, o Nordeste caracteriza-se por apresentar baixos
níveis de desenvolvimento. A partir da década de 2000, porém, com a ampliação
da irrigação, o aumento da industrialização e a aplicação de alguns programas
sociais, verificou-se uma melhora na qualidade de vida da população.
A Região Sudeste
Colonizadores portugueses estiveram presentes na atual região Sudeste desde o século XVI. A partir do século XVIII, o
principal polo político e econômico do país começou a se localizar nessa região: primeiro, devido à descoberta de ouro em Minas
Gerais e à transferência da capital da colônia de Salvador para o Rio de Janeiro; depois, a região passou a abrigar a capital do
Império e depois da República e também apresentava, a partir de meados do século XIX, extensas áreas de cultivo de café, o
principal produto de exportação do Brasil na época.
Atualmente, o Sudeste é a região mais populosa e urbanizada do pais e abriga o setor industrial mais desenvolvido. Estão
localizadas no Sudeste as duas maiores metrópoles nacionais - São Paulo e Rio de Janeiro.
A produção agrícola da região apresenta os maiores níveis de mecanização do país. Importantes agroindústrias (laranja e
cana-de-açúcar) ocupam extensas áreas, principalmente no estado de São Paulo. Também existem na região outros cultivos
destinados à exportação, como o café, a soja e o milho. No Sudeste, assim como nas outras regiões brasileiras, a agricultura
moderna coexiste com cultivos tradicional e pouca comercial.
A Região Sul
Trata-se da única região brasileira que apresenta a maior parte de seu território na zona temperada.
Apesar de áreas de seu espaço terem sido ocupadas desde o século XVI para a criação extensiva de gado (bovino e
equino), seu crescimento demográfico e econômico começou a ocorrer apenas no século XIX, quando a região recebeu grande
número de imigrantes para ocuparem o território. A presença desses imigrantes (italianos, alemães, poloneses, ucranianos, entre
outros) garantiu à região muitos aspectos culturais diversos dos da cultura luso-brasileira, encontrada em outras regiões,
principalmente no Nordeste e no Sudeste.
A Região Sul apresenta hoje um setor industrial e agrícola bem desenvolvido e possui os melhores indicadores sociais do
Brasil em saúde e educação.
A Região Centro-Oeste
Durante séculos, o Centro-Oeste manteve-se pouco povoado. A partir da segunda metade do século XX, a porção sul
dessa região foi afetada pelo crescimento da economia paulista com a extensão de linhas ferroviárias destinadas ao transporte de
gado bovino até a região.
A região também foi profundamente afetada pela decisão do governo brasileiro de localizar sua sede no então criado
Distrito Federal. Para a construção de Brasilia, uma grande quantidade de migrantes (sobretudo do Nordeste) se deslocou para lá.
Com as rodovias que ligavam a nova capital ao restante do pais, migrantes sulinos, em grande maioria, passaram a desmatar áreas
de Cerrado para o cultivo de grãos. O baixo preço das terras naquele momento garantiu a formação de grandes propriedades no
Centro-Oeste.
Nas últimas décadas do século XX, a agroindústria expandiu-se enormemente na região, principalmente a destinada a
produção de soja para exportação. Áreas expressivas de vegetação também têm sido desmatadas para a prática da pecuária.
OBS: As monoculturas no Cerrado e a contaminação dos rios: Por muito tempo, os solos do Cerrado foram considerados
impróprios para o cultivo. Quando ali começaram a ser introduzidas as monoculturas, adotaram-se técnicas que incluíam a
correção do solo, maquinário moderno e defensivos agrícolas. Naquele momento, muitos rios da região foram contaminados por
fertilizantes e agrotóxicos carregados pelas enxurradas.
A Região Norte
Região brasileira mais extensa, foi pouco povoada durante o período colonial. A ocupação da região foi estimulada pela
exploração da borracha, que, entre 1870 e 1910, teve importância nas exportações brasileiras.
A integração da região ao espaço geográfico nacional efetivou-se com base em uma estratégia geopolitica, empreendida
pelos governos militares, para promover a exploração da floresta Amazônica. Para isso, foram construídas duas grandes rodovias -
Cuiaba-Santarém e Transamazônica. Nas suas proximidades, foram instalados grandes projetos de extração mineral, como o
Projeto Grande Carajás. Em 1967, o governo criou a Zona Franca de Manaus com o objetivo de atrair empresas e promover a
industrialização na área. Atualmente, a região sofre com desmatamentos da floresta Amazônica decorrentes principalmente da
expansão de atividades agropecuárias. A região apresenta a maior concentração de grandes propriedades do Brasil e também as
principais áreas de conflitos de terras, principalmente no estado do Pará. Outra atividade de destaque na região é a mineração.
Os desequilíbrios regionais
O Brasil é marcado por profundas desigualdades socioeconômicas e regionais.
Como no pais a industrialização fez-se de forma bastante concentrada no Sudeste, houve nessa região uma forte
concentração de riqueza. O Sudeste recebeu maior volume de investimentos do Estado, que buscava atrair e favorecer o capital
internacional que se instalou no pais com as multinacionais. As demais regiões gravitavam em torno do Sudeste, e a
consequência desse processo foi a ampliação das desigualdades socioeconômicas entre as regiões.
A taxa de mortalidade infantil, por exemplo, reflete as condições de saneamento básico, nível de instrução e equipamento
médico-hospitalar disponível para a população. As taxas de mortalidade infantil no Nordeste e no Norte ainda são bem mais altas
que as das outras regiões brasileiras .
Outras regionalizações do Brasil
Existem outras propostas de regionalização do território brasileiro. Uma
delas data de 1967 e foi elaborada pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger. Esse
pesquisador dividiu o Brasil em três regiões geoeconômicas: Amazônia, Nordeste e
Centro--Sul. Os critérios dessa divisão seriam os processos socioeco nômicos de cada
porção do território, e os limites entre as regiões não obedeceriam aos limites político-
administrativos dos estados (ver mapa a direita).
No final do século XX, os geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira
apresentaram outra proposta de regionalização, dividindo o Brasil em quatro regiões:
Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e região Concentrada. O critério da regionalização
seriam as condições do meio técnico-científico-informacional (ver o mapa a
esquerda).
A Amazônia se caracterizaria por apresentar uma baixa densidade técnica e
demográfica; a Nordeste, por uma agricultura pouco mecanizada; a região Centro-
Oeste apresentaria uma agricultura mecanizada e produtiva e a região Concentrada
1 - Amazônia.
2- Nordeste
3- Concentrada
4- Centro-oeste
OBS: Meio técnico-científico-informacional: conceito desenvolvido pelo geógrafo brasileiro Milton Santos para designar a forma
de produção do espaço predominante no atual momento histórico, qual seja, a da interferência da ciência,
da técnica e da informação na configuração do espaço geográfico.
Setor terciário: setor das atividades econômicas relacionadas ao comércio e aos
serviços.