Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Módulo 8
1
12º Ano
Módulo 8
O governo implemente o II plano de fomento (1959 – 1964) com o objetivo de alterar a estrutura fundiária:
2
12º Ano
Módulo 8
Nos anos 60 com o desenvolvimento industrial do litoral as aldeias do interior vêem-se a perder população
que procurava melhores condições de vida.
As que continuavam agarradas ao campo ficavam com os alimentos pobres. As que
iam para o litoral passavam a poder consumir alimentos mais ricos.
Demorou algum tempo para que Portugal se adaptasse a nova realidade económica. O que levou à
continuidade de importação de alimentos e o agravamento das contas do estado.
II. A emigração
Os movimentos migratórios ocorreram também para fora de Portugal, sobretudo para países
desenvolvidos da europa – Alemanha, França e outras partes do mundo como o continente americano
ou Africa do Sul.
As causas da emigração
As principais motivações que levaram a população, principalmente do interior a emigrar são:
A pobreza – tendo em conta que sabiam que nos países industrializados havia melhores salários.
Fuga de muitos jovens à incorporação militar – era obrigatória devido às necessidades para a guerra
colonial.
Ocupação dos territórios ultramarinos – com população branca para valorizar os territórios e faze-los
crescer.
Despenalização da emigração clandestina – Salazar entendeu que o dinheiro enviado pelos
emigrantes para Portugal podia equilibrar a balança de pagamentos portuguesa.
As formas de emigração
A maioria dos emigrantes eram jovens dos 18 aos 29 anos dispostos a trabalhar no que fosse desde que
proporcionasse um rendimento aceitável.
Visto que muitas das emigrações fizeram-se clandestinamente, houve quem os ajudasse (passadores),
mediante o pagamento de avultadas quantias.
Eram muitas as dificuldades de quem emigrava ilegalmente, pois corriam o risco de serem detidos pela
PIDE ou GNR; as quantias por vezes eram bastante elevadas e a ausência de proteção civil com forma de
acolher e ajudar os migrantes.
As soluções de alojamento eram sobretudo em barracas ou bairros de lata de seus familiares ou quem fosse,
para assim que possível procurarem emprego.
O governo português só passou a ajudar os emigrantes quando se apercebeu dos benefícios que tinha a
migração para Portugal.
3
12º Ano
Módulo 8
Consequências da emigração
O país na pobreza com a emigração veio a acentuar-se mais ainda as suas dificuldades económicas:
Primeira fase
O surto deu-se quando em 1945 convenceram-se que o crescimento industrial iria ser proporcionado por
detentores de capital que iriam investir na indústria.
I plano – 1953 – 1958 – deu prioridade à criação de infraestruturas – desenvolvimento dos setores
elétricos, transportes e comunicações.
II plano – 1958 – 1964 – Arranque da política de fomento económico das colonias e a integração de
Portugal no espaço económico europeu, o governo assinou acordos com o BIRD e o FMI e o
protocolo do GATT.
Os setores que mais sentiram os efeitos destes planos foi a indústria pesada, considerada como essencial
para o desenvolvimento económico, principalmente na metalurgia, siderurgia, petroquímica etc...
4
12º Ano
Módulo 8
Segunda Fase
A partir dos anos 60 houve uma maior abertura ao exterior e um reforço da economia privada que foram
consideradas como grandes opções políticas e levou à criação de um plano intercalar de fomento.
A economia viu-se condicionada com os acordos assinados o que se traduziu numa inversão da política da
autarcia nas primeiras décadas do estado novo.
Era o fim conservador e ruralista de Salazar e a sobressaia Marcello Caetano.
Terceira Fase
Marcello Caetano é nomeado presidente do conselho em 1968 e lança o III Plano de fomento que vigorará
até 1973.
Com este plano foi possível:
Internacionalização da economia portuguesa – fomento da exportação de produtos
nacionais.
Desenvolvimento da indústria privada – abertura do pais a investimento estrangeiro.
Crescimento do setor terciário – formação de grupos económicos (ex.: complexo de Sines e a
cirurgia nacional).
Incremento urbano.
O Urbanismo
O surto industrial proporcionou o crescimento do setor terciário e consequentemente a urbanização do país.
5
12º Ano
Módulo 8
A presença portuguesa nas colonias servia para evidenciar a particularidade das relações de Portugal
com as suas colonias.
E por outro lado atrair a população local para suster o avanço dos guerrilheiros.
Foi da ideia de salazar construir um Espaço económico português, com o objetivo de estreitar as ligações
entre Portugal e as colonias.
Com a convicção de que salazar jamais iria abrir o regime às transformações democráticas, forças políticas a
partir d 1945, começaram um processo de luta organizada contra o regime.
Em outubro do mesmo ano constituíram-se: Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Este movimento de oposição na denuncia dos abusos doi regime e na reclamação de eleições livres teve
um grande impacto na opinião pública.
6
12º Ano
Módulo 8
Em consequência por todo o pais foi-se formando a oposição democrática até 1974.
Um momento de grande contestação contra o regime foi em 1949, no ano de eleições para a Presidência da
república.
A oposição candidatou Norton de Matos, um destacado militar e detentor de tendências oposicionistas.
No entanto devido à repressão e forte pressão, Norton foi obrigado a desistir do processo eleitoral.
Todavia, a mobilização popular para a candidatura de Norton de Matos entusiasmou a opinião publica para
uma esperança futura.
Apesar de se esperar mais uma burla eleitoral com o auxílio da repressão da polícia, Humberto delgado
levou a sua candidatura até às urnas, apelando aos eleitores que comparecessem e desmascarassem os
traidores e cobardes (Salazar).
O resultado relevou uma vitória esmagadora para o candidato do regime, apôs uma massiva fraude e
manipulação eleitoral.
No entanto a credibilidade do governo ficou levemente abalada e salazar continuou a ter oposições políticas
bem como pressões da comunidade internacional.
Assim salazar propôs mais uma alteração à constituição na qual a eleição para o presidente da república
deixaria de ser por sufrágio direto e passaria a ser por colégio eleitoral restrito.
7
12º Ano
Módulo 8
Exílio e o assassinato de Humberto delgado – Foi destituído das suas funções de militar, e retirou-se
para o Brasil. A sua ação foi de tal forma lesiva para a imagem do estado que salazar em 1965
decretou a sua eliminação física.
Assalto ao santa Maria – em janeiro de 1961, o navio santa Maria é assaltado e ocupado pelo
comandante Henrique Galvão, como forma de protesto contra a falta de liberdade cívica.
Internacionalmente foi entendido como um ato espetacular de protesto legitimo.
Desvio de um avião da TAP – Um grupo de opositores toma de assalto um avião da TAP e atira
sobre Lisboa propaganda antifascista.
Assalto à dependência do Banco de Portugal – Na figueira da Foz um grupo armado com o objetivo
de recolher fundos para ações de revolta assalta o Banco de Portugal. Foi uma das operações que
mais feriu o orgulho de salazar por não conseguir extraditar para Portugal os culpados do assalto,
visto que foi considerado tratar-se de uma operação de caracter político.
Por fim, a tentativa falhada de tomar a cidade da Covilhã levou ao fracasso e à prisão de Palma Inácio, por
acusações como sabotagem, atentados bombistas, dinâmica oposicionista etc...
Tudo isto fez tremer o regime e prenunciava o seu fim.
Soluções preconizadas
A tese do luso-tropicalismo
A vocação colonial de Portugal, justificada no luso-tropicalismo, leva ao já existente no Ato colonial (de
1930), de que a presença portuguesa tem características particulares – históricas de missão civilizadora.
Torna-se assim necessário clarificar juridicamente as relações da metrópole (Portugal), com os seus
espaços ultramarinos (colonias).
8
12º Ano
Módulo 8
As primeiras divergências
Em 1961, surge as primeiras revoltas em Angola e a invasão dos territórios da Índia, juntamente com
divergências relativas ao Ultramar.
Reforçada a posição de Salazar, avançou-se com o Exército para Angola, que deu início a uma guerra que
se prolongou até à queda do regime (1974).
A luta armada
A guerra de libertação foi iniciada no Norte de Angola, em 1961, por forças da UPA/FNLA (União das
Populações do Norte de Angola). Mais tarde ganhou força militar com a ação do MPLA (Movimento Popular
de Libertação de Angola), fundado por Agostinho Neto. Por fim, surge em 1966, a UNITA (União Nacional
para a Independência Total de Angola), fundada por Jonas Savimbi.
A luta anticolonialista na Guiné, iniciou-se em 1963, com a ação do PAIGC (Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde), fundado por Amílcar Cabral.
As pressões internacionais
Portugal, em 1955, enquanto membro da ONU e dirigido por um Governo não democrático, continuou a
defender a autoridade Portuguesa sobre os territórios ultramarinos de forma indiscutível.
A Assembleia-Geral da ONU, sob pressões dos países do Terceiro Mundo, não aceitou a tese
portuguesa de caracter histórico para a manutenção das colonias na posse de Portugal, e condenou
sistematicamente a atitude colonialista portuguesa.
9
12º Ano
Módulo 8
A Assembleia-Geral resultou na Resolução 1514, de 14 de dezembro de 1960, que se confirmou que era
ilegítimo da parte de Portugal a preservação de posses coloniais.
O governo português no pleno reconhecimento da sua autodeterminação e independência não acatou a
resolução, ao qual resultou na legitimidade dos movimentos independentistas para fazer uso de armas.
Portugal nas diversas instituições internacionais, segundo Salazar permanecia “Orgulhosamente Sós”.
10
12º Ano
Módulo 8
11
12º Ano
Módulo 8
Inicialmente, a sua insatisfação ficava por questões corporativas, que motivaram o movimento, contudo a
consciência da sua força política leva a procura de uma solução política para o problema do ultramar.
Costa Gomes e António Spínola, recusaram participar numa manifestação de apoio ao governo e foram
imediatamente exonerados dos cargos, ficando assim disponíveis para reforçar os movimentos de
contestação militar.
Com claros objetivos de por fim ao estado novo, o movimento dos capitais evoluiu para
movimento das forças armadas – MFA
O “25 de abril”
As forças armadas organizadas, na madrugada de 25 de abril de 1974 conseguiram levar a cabo uma ação
revolucionária que pôs fim ao regime de ditadura que vigorava desde 1926.
Às 00h20 do dia 25, era transmitida a canção “Grândola, Viola Morena”, de José Afonso – sinal para as
unidades militares avançarem para a ocupação de pontos estratégicos para conseguir levar a cabo com
sucesso o ato revolucionário.
Perante o certo das tropas de Salgueiro Maia no terreiro do Paço, Marcello Caetano foi obrigado a render-
se e a entregar o poder ao general Spínola, para que o país não ficasse sem governação.
Por fim, deu-se uma autêntica explosão social por todo o pais, uma revolução nacional, de caracter
pacifico, que ficou conhecida por “Revolução dos Cravos”.
12
12º Ano
Módulo 8
Foi nomeada uma junta de Salvação Nacional, encabeçada por António Spínola.
A Junta de Salvação Nacional foi responsável por desmantelar o regime (estado novo):
Américo Tomás e Marcello Caetano foram destituídos, presos e exilados no Brasil;
A Assembleia Nacional e o Conselho de Estado foram dissolvidos;
A constituição de 1933 é revogada;
Todos os governadores são destituídos;
É extinta a ditadura e a repressão – PIDE, censura etc.;
Presos políticos são libertados e os exilados podem regressar ao país;
São extintas todas as organizações de propaganda;
Formaram-se novos partidos políticos e sindicatos livres;
Elegeu-se um governo provisório;
Preparou-se eleições livres para eleger uma Assembleia Constituinte e redigir uma nova
constituição;
15 de maio, António Spínola é nomeado Presidente da República e Adelino da Palma Carlos preside
ao primeiro governo provisório.
Foi criado o COPCON – Comando Operacional do Continente, que nada mais foi que uma
construção de formas do poder popular.
Agravaram-se as divergências entre o Presidente da República – general Spínola e o Movimento das Forças
Armadas, devido ao processo da descolonização. Spínola integrava os conservadores, enquanto que o MFA
na sua generalidade era apoiado por partidos de esquerda. O esquerdismo revolucionário fragilizou a
autoridade do Presidente da República.
13
12º Ano
Módulo 8
Os primeiros confrontos
Num ato de protesto, o PS, PSD e CDS, fizeram forte oposição ao governo chefiado por Vasco
Gonçalves, e pediam o regresso ao programa inicial do MFA.
Vive-se o período do Verão Quente de 1975, em que explodiram confrontos entre forças de direita e forças
de esquerda.
PREC – Processo Revolucionário Em Curso, foram atividades revolucionárias levadas a cabo pelos partidos
mais à esquerda para institucionalizar o poder popular e reforçar a transição para o socialismo marxista.
As medidas socializantes adotadas pelos sucessivos governos de Vasco Gonçalves foram:
Apropriação por parte do Estado dos setores-chave da economia nacional – setores da indústria
química, banca, seguros, transportes e comunicações …;
Intervenção do Estado na administração de pequenas e médias empresas – apropriação da
administração e afastamento de proprietários e administradores, sendo substituídos por comissões
administrativas nomeadas pelo governo;
Reforma Agrária, expropriando antigos proprietários e nacionalizando grandes herdades – criando
unidades coletivas de produção (UCP), controladas pelo Partido Comunista;
14
12º Ano
Módulo 8
Então a 25 de novembro do mesmo ano, houve uma tentativa de golpe levada acabo pela esquerda
militar e pelo PCP, contudo um grupo de militares moderados leva acabo um contragolpe liderado
por Ramalho Eanes.
A ação militar chefiada por Ramalho Eanes contra o avanço da esquerda radical conduziu à ascensão das
forças moderadas no poder.
Vasco Gonçalves foi demitido e ascendeu um VI governo Provisório.
Declara-se assim o fim da fase extremista do processo revolucionário.
V. A opção constitucional de 1976
A constituição de 1976
Com a promulgação a 2 de abril de 1976, a nova constituição tinha um caracter marcadamente socialista.
O texto constitucional consagra o Estado Português como uma república democrática e
pluripartidarista.
Assim a Constituição de 1976 consegue conciliar as diferentes conceções ideológicas,
considerando-se assim o documento fundador da democracia portuguesa.
Realizaram-se as primeiras eleições em 1976:
15
12º Ano
Módulo 8
Os processos pacíficos
A independência da Guiné, a 1 de julho de 1974, formando a nova república e reconhecida pelo
Acordo de Argel;
5 de julho de 1975, a independência de cabo verde, que foi extensível a todos os restantes territórios
do império;
O poder em São Tomé e Príncipe foi entregue ao MLSTP, e reconhecido pelo Governo
Português, a 12 de julho de 1975.
O caso de Moçambique
O movimento de libertação – FRELINO, foi reconhecido pelo MFA como legitimo e único
representante do povo moçambicano.
Contudo, surgem outras organizações políticas a contestar a exclusividade do poder à FRELINO.
16
12º Ano
Módulo 8
O caso de Angola
Os interesses da população branca eram mais fortes e impunham a intervenção política mais cuidadosa
por parte do governo português.
A 15 de janeiro de 1975, consegue-se a assinatura do Acordo de Alvor, na qual se reconhece os três
movimentos como representantes do povo angolano.
No entanto nada se concretizou, iniciou-se um conflito entre o MPLA, com o apoio da URSS e a FNLA,
com o apoio dos EUA.
17
12º Ano
Módulo 8
Em 1982, o PS, PSD e o CDS, chegam a acordo sobre as alterações a fazer na Constituição de 1976,
ajustando-a aos novos objetivos da governação.
O novo texto introduzia a suavização de algumas referências de caracter socialista que se
encontravam na constituição.
O conselho da revolução foi extinto e substituído pelo Conselho de Estado e pelo Tribunal Constitucional,
assim os militares deixaram de interferir no exercício do poder político e aceitando o poder civil.
A Assembleia da República
É constituído por 230 deputados, eleitos por círculos eleitorais correspondentes aos distritos do
continente e a cada região autónoma.
O governo faz-se depender do apoio do parlamento para apoiar a atividade governativa ou por sua vez
censura-la.
O Governo
Constituído por o primeiro-ministro, pelos ministros, pelos secretários e subsecretários de Estado, é o órgão
que superintende a administração publica do país.
Os Tribunais
Aos tribunais compete o exercício do poder judicial, de forma totalmente independente do poder político.
A revisão da constituição de 1982, introduziu o Tribunal Constitucional, responsável por zelar o rigoroso
cumprimento dos princípios constitucionais.
18