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REGENERAÇÃO:
FONTISMO:
- Do seu dinamizador António Maria Fontes de Pereira de Melo – engenheiro
que chefiou o Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria em 1852
- Construção rodoviária: Expansão da rede de estradas macadamizadas
Revolução ferroviária:
- O primeiro troço de via-férrea inaugurado pelo rei D. Pedro V em 1856
Lisboa-Carregado
- o 1864: ligação à fronteira no Baixo Alentejo (linha do Leste) e a Vila Nova de
Gaia (linha do Norte)
- Nos anos seguintes o comboio chega a outros sítios: Minho (1877), Beira
Alta
(1882), Trás-os-Montes (1883), Algarve (1889) e Beira Baixa (1893)
o No fim do século, todo o país estava unido pela rede ferroviária
RESULTADOS:
● Criação do mercado único nacional – quebrar o isolamento das regiões (até
aí abastecidas pelos mercados locais típicos do Antigo Regime)
● Estradas e caminhos-de-ferro, uniformização dos pesos e medidas – facilita a
ligação de vários espaços interiores entre si e com o litoral
● Garante de abastecimento uniforme
● Estimulação do consumo de massas
● Fomento das atividades económicas (agricultura e indústria)
● Alargamento das relações internacionais (com os transportes e as
comunicações)
4.1.3. DINAMIZAÇÃO DA ATIVIDADE PRODUTIVA
1852 – Nova pauta alfandegária que visava maior liberação do comércio – descida
das taxas sobre as importações
Orientação livre-cambista da Regeneração durante aproximadamente 40 anos –
intercalada com medidas protecionistas periódicas – livre-cambismo mitigado
Adesão do país ao movimento das exposições internacionais/universais
● Festas de trabalho/festas de civilização
● Participação ao enviar delegações ou promovendo-as
● Proporcionam atualização científica e tecnológica (formas energéticas, de
iluminação e de transporte)
● Proporcionam contactos internacionais para trocas comerciais
Progressos:
Criação do ensino industrial (1852) – formação de técnicos
Diversificação dos ramos industriais – juntam-se os setores do tabaco, papel,
moagem, fósforos, indústria corticeira e conversas de peixe às tradicionais
indústrias do têxtil, da metalurgia, da cerâmica e do vidro.
Crescimento em número das unidades industriais e de operários (maior
concentração do setor têxtil, especialmente no Norte – centro da têxtil algodoeira)
Aperfeiçoamento tecnológico – aumento da importação de máquinas industriais e
registo de patentes de invenção; multiplicação da força motriz oriunda do vapor
Abastecimento de matérias-primas – importação de algodão para o setor têxtil
desde 1875
Expansão de sociedades económicas – dinâmica capitalista
Bloqueios:
Fraca competitividade internacional das unidades industriais portuguesas – 10% da
produção era suscetível de ser exportada
Pouca população a trabalhar no setor secundário (em 1890, nem 20% da
população)
Preponderância das oficinas e do trabalho domiciliário
Take-off industrial com um século de atraso relativamente à Grã-Bretanha
Fracas condições para aguentar a concorrência forte das potências
Mercado interno pouco estimulante – pouco poder de compra/quando se encontrava
com algum poder de compra, optava-se pela produção estrangeira
Inexistência ou precariedade de algumas matérias-primas (algodão completamente
importado, carvão de má qualidade, ferro escasso)
Má preparação dos recursos humanos (tanto de empresários como operários) –
atraso na industrialização
Capital: os capitalistas portugueses não se mostram interessados pelo investimento
industrial, mas sim pelos setores imobiliários e financeiros (proporcionavam mais
segurança)
COMÉRCIO EXTERNO:
O livre-cambismo da Regeneração favorece as exportações agrícolas – desde a
década de 70 a agricultura perde mercados de exportação tradicionais por causa
dos acidentes conjeturais e da concorrência estrangeira:
● O mercado britânico troca os vinhos do Douro pelo xerez espanhol;
● Substitui o gado português pela compra de carne congelada americana;
● Doenças das plantas; filoxera ataca as vinhas 1876: crise e desaparecimento
da sericicultura – doença dos bichos-da-seda e a preferência dos franceses
pela seda não europeia
● As exportações agrícolas diminuem mas as importações de artigos industriais
não acompanham:
● Apesar da industrialização não seja comparável à de outros países,
● O livre-cambismo inunda o país de produtos industriais estrangeiros (baratos
e competitivos)
Comércio externo resulta numa situação de crise e défice, de saldo negativo entre
exportações - importações (entre 1880-1890 as importações atingem quase o dobro
do valor das exportações).
Em 1890, os banqueiros londrinos() que concordam num grande empréstimo ao
Estado português abrem falência – não há maneira de cobrir o défice das finanças
públicas/défice orçamental que cresceu imenso nos anos anteriores a essa falência.
A economia brasileira em 1888 e 1889 tem algumas dificuldades que resultam da
diminuição das remessas de dinheiro dos emigrantes (dificuldades essas
relacionadas com a abolição da escravatura e proclamação da República)
Situação financeira gravíssima entre 1890-1892
Antecedentes:
● Grave crise financeira
● Fracasso do livre-cambismo
1892 – Publicação de uma nova pauta alfandegária de caráter protecionista
● Procura-se garantir condições vantajosas para colocação de produtos
agrícolas e industriais no mercado nacional e nas colónias
O comércio colonial torna-se fundamental ao desenvolvimento económico português
(1891-1914)
INDÚSTRIA:
Consolidação dos progressos da primeira fase da Regeneração
Difusão da energia e vapor
Prosseguimento da mecanização do têxtil, da moagem e da cerâmica de construção
Introdução das tecnologias e inovações da segunda revolução industrial: indústria
química (adubos e tintas para têxteis), indústria dos cimentos; eletricidade; tabacos,
tintas e vernizes, conservas de peixe e metalurgia – desenvolvimento considerável
Conjuntura de crise empurra a indústria para a concentração – grandes companhias
de acumulação de capital:
● Têxtil – Companhia Aliança
● Tabacos e fósforos – Companhia dos Tabacos; Companhia dos Fósforos
● Cimentos – Companhia de Cimentos do Tejo
● Produtos químicos - Companhia União Fabril – CUF
● Moagem e vidros
● Transportes – Caminhos de Ferro e Carris
● Serviços públicos – Água, Gás, Eletricidade, Telefones
● Seguros – Bonança, Fidelidade
● Bancos e exploração colonial – Companhias dos Caminhos de Ferro de
Benguela, do Niassa, da Zambézia
- Polos urbano-industriais – Guimarães, Braga, Porto, Lisboa, Barreiro e Setúbal
4.3. TRANSFORMAÇÃO DO REGIME POLÍTICO NA VIRAGEM DO SÉCULO
4.3.1. PROBLEMAS DA SOCIEDADE PORTUGUESA E CONTESTAÇÃO DA
MONARQUIA
Alteração da sociedade portuguesa aquando da industrialização fontista.
● Ainda predominância rural
● Crescimento das cidades
● Crescimento das classes médias e operariado
● Massas urbanas mais conscientes, atentas e reivindicativas
● Progressos na instrução, proliferação de jornais – formação da opinião
pública
● Opinião pública tem um papel primordial nas últimas décadas da monarquia
Resultados:
● Manipulação das eleições e da vida política em geral
● Falta de um programa coerente de governo
● Incompetência de muitos elementos do governo
● Rivalidades e interesses desgastam a imagem da classe pública portuguesa
● Alvo de críticas – as culpas pesavam sobre o rei
● Sensação de desânimo (1880) em relação ao otimismo das primeiras
décadas da Regeneração
● Há uma consciência da debilidade económica do país e sente-se a
aproximação de tempos ainda mais difíceis.
Quadro social:
● Saem emigrantes dos campos mal cultivados para o Brasil
● Nas cidades existe a classe operária miserável – mal alojada e alimentada,
na sua maioria analfabeta
● As classes médias conciliam com dificuldade os salários fracos com a vida
que o seu estatuto lhes impunha
● Pequena alta burguesia com poder político
● Descontentamento geral e espíritos receptivos à mudança como o
republicanismo e o socialismo.
Partido Republicano:
Fundado em 1876
● Capitaliza a seu favor a crise económica e o descrédito me que se
encontravam os partidos monárquicos
● Tom violento e populista
● Violentas críticas ao rei e aos governos – decadência nacional
● Invocam “virtudes cívicas” e o “verdadeiro patriotismo” sobre nomes do
passado como Camões e Marquês de Pombal – espelham-se qualidades
intrínsecas do “génio português” que se encontrava abafado por uma
monarquia que consideravam velha e incapaz de ressurgir o país.
● A expressão eleitoral do Partido Republicado foi crescendo ao longo da
última década do século XIX – cresce também o clima de exaltação patriótica
QUESTÃO COLONIAL E ULTIMATO BRITÂNICO
A questão dos territórios africanos era um dos temas mais falados entre a opinião
pública
● 1881 - Sociedade de Geografia de Lisboa elabora um projeto de ocupação do
território que ligava Angola e Moçambique numa faixa contínua – apelo a
uma subscrição pública para recolha de fundos para o estabelecimento de
“estações civilizadoras)
● “Mapa cor-de-rosa”
● Governos de D. Luís e D. Carlos lutam para se concretizar esse projeto.
● Contactos diplomáticos e exploração e ocupação dos territórios de acordo
com a Conferência de Berlim
● As pretensões expressas no mapa cor-de-rosa chocam com a intenção
britânica de formar também uma faixa contínua de território no sentido
sul-norte (do Cabo ao Cairo”
Chefe de governo João Franco (1906) começa por governar de forma liberal (à
inglesa) mas viu-se obstruído pelo Parlamento
4 de outubro 1910 – eclode em Lisboa uma revolta republicana que saiu vitoriosa
SISTEMA PARLAMENTAR
Legislação em geral
outros cultos
O casamento é definido como um contrato civil suscetível a ser dissolvido