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O “25 de Abril”:
São as forças armadas que vão para a rua na madrugada de 25 de abril de 1974 e conseguem
levar a cabo uma revolução que pôs fim ao regime de ditadura que vigorava desde 1926.
A ação militar, sob coordenação de Otelo Saraiva de Carvalho, teve início cerca das 23h do dia
24 de abril com a transmissão da primeira senha “E depois do Adeus”.
Às 00h20 do dia 25, era transmitida a canção “Grândola vila morena”. Estava dado o sinal de
que as unidades militares podiam avançar para a ocupação dos pontos estratégicos, como as
estações de rádio e da RTP, os aeroportos civis e militares, as principais instituições de direção
político-militar, entre outros.
A única força que saiu em defesa do regime, e com a rendição imposta a Marcello Caetano, que
ameaçava bombardear o Quartel do Carmo, e pressionado pelas manifestações de populares que o
rodeavam, aquele viu-se obrigado a entregar os poderes ao general Spínola (“para que o poder não
caísse na rua”).
Já o golpe militar era aclamado nas ruas, uma autêntica revolução nacional que, pelo seu
carácter pacífico, ficou conhecida por “revolução dos cravos”.
Os primeiros confrontos:
O 28 de setembro - primeiros sinais de confrontação civil:
Em 28 de setembro, ocorrem os primeiros confrontos, quando os setores reacionários, a
maioria silênciosa, organizam uma manifestação nacional de apoio a Spínola. O MFA proíbe a
manifestação e as forças revolucionárias respondem com a organização de barricadas, para
impedirem o acesso dos manifestantes.
Na sequência destes acontecimentos, Spínola só teve que resignar, sucedendo-lhe Costa
Gomes. Estava confirmada a aliança MFA/Povo que era denunciada como expressão de uma
aliança do MFA com o partido comunista.
Os processos pacíficos:
- O processo inicial para a independência da Guiné inicia-se a i de julho de 1974 com o
reconhecimento do PAIGC como único parceiro com legitimidade para assumir poder. A nova
república foi reconhecida com a assinatura do acordo de Argel.
- A 5 de julho de 1975 é reconhecida a independência de Cabo Verde e inicia-se o processo de
independência de territórios onde não havia guerra, numa prova que a descolonização era
extensível a todas as parcelas do império.
- O poder em S. Tomé e Príncipe é entregue ao MLSTP, um movimento não militar reconhecido
pelo governo português em 1975.
O caso de Angola:
A luta armada contra a dominação colonial tinha sido empreendida por três movimentos de
libertação que eram constituídos por etnias rivais dominantes na população angolana. Angola era a
provincia mais poderosa economicamente, onde os interesses da população branca eram mais
fortes e impunham uma intervenção política mais cuidada.
15 de janeiro de 1975 - assinatura do Acordo de Alvor, que previa o reconhecimento dos 3
movimentos como legítimos representantes do povo angolano e marca-se a independência para 11
de novembro.
Nada se concretizou. Os movimentos reforçaram as suas posições militares no terreno e inicia-
se o conflito entre o MPLA e a FNLA com a intervenção da URSS e da UNITA, respetivamente.
Formam-se dois governos: o da república popular de Angola, do MPLA e o da república
democrática de Angola, da UNITA/FNLA.
Em finais dos anos 80 tudo apontava para o fim das hostilidades. O acordo de paz foi
celebrado, e em 1989, as eleições foram realizadas tal como previsto no acordo de alvor. A direção
da UNITA não reconheceu resultados e as devergências políticas continuaram por resolver.