Você está na página 1de 2

A Afirmação política da burguesia nas Províncias Unidas

Ao contrário da maioria dos países europeus que se governavam com as


monarquias absolutas, alguns estados rejeitavam-nas completamente.

É o caso de sete províncias dos Países Baixos do Norte que se revoltaram contra o
domínio espanhol, impulsionados pelo forte desejo de liberdade política e religiosa.

Essas sete províncias (Holanda, Zelândia, Utreque, Gueldre,Overijssel, Frísia


e Groningen) uniram-se e formaram a República das Províncias Unidas que tinham
como objectivo a tolerância religiosa, a liberdade de pensamento e o valor do
indivíduo.

No entanto, essa nova República tinha uma estrutura bastante descentralizada o


que fazia com que os cargos, pela multiplicidade de oportunidades, fossem
disputados tanto pelas famílias nobres como pelas famílias burguesas.

Assim sendo, aos nobres cabiam as funções militares que tinha como chefe
supremo o Stathouder-Geral e, por sua vez, às famílias burguesas cabia o domínio
dos conselhos das cidades e das províncias, sobretudo onde a actividade comercial
era maior.

Os chefes destas famílias formaram, então, um grupo à parte denominado de elite


burguesa que assumia a condução dos destinos da Província da Holanda e,
consequentemente, de toda a República cabendo-lhe escolher o Grande Pensionário
(espécie de primeiro-ministro).

Visto isto, houve épocas em que o poder da burguesia se fez sentir claramente,
como por exemplo no caso de Jan de Wittque favoreceu sempre os interesses
económicos dos mercadores e aboliu o cargo de Stathouder-Geral.

No final do século XVI, os Holandeses aventuraram-se pelos oceanos e depressa se


familiarizaram com as rotas comerciais do Atlântico e do Índico e as suas
pretensões iam contra direitos antigos e já estabelecidos em favor de portugueses
e espanhóis.
Foi baseado nesses privilégios que Hugo Grotius elaborou uma série de
textos jurídicos nas quais rejeitava o direito das nações ibéricas á exclusividade das
navegaçõestransoceânicas, tendo como argumento que os mares
eraminesgotáveis e essenciais à vida e que, por isso, eram de toda a Humanidade
defendendo a política do mare liberum.

Você também pode gostar