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A Europa dos parlamentos:

sociedade e poder político


Vistas de Amesterdão no século XVII.
Afirmação política da burguesia nas
Províncias Unidas, no século XVII:

• Em 1568, sete províncias dos Países


Baixos do Norte, movidas por um forte
desejo de liberdade politica e religiosa,
revoltaram-se contra o domínio espanhol

• Depois de uma longa guerra para alcançar


a independência, em 1581 nascia a
República das Províncias Unidas;

• Os espanhóis só reconhecem o novo


Estado em 1648
Governo de Filipe II de Espanha
› Maioria da população era
protestante;
› Aliança das sete províncias do
Norte contra o domínio
espanhol - União de Utreque;
› 1581: declaram a sua
independência.

Países Baixos do
Norte.
Meados do séc.
XVI
Causas para a prosperidade holandesa no século XVII:
o Posição de intermediários de comércio (“Transportadores

dos Mares”); Criação de embarcações tecnologicamente


avançadas (fluyt).

Navio holandês do século XVII – o Fluyt O Fluyt


• A prosperidade económica da Holanda deveu-se:
→ Incremento das atividades produtivas internas como as manufaturas e a
agricultura intensiva e moderna;

→ Incremento do comércio e da banca como o alargamento das rotas marítimas


e a criação de companhias de comércio.
A Holanda tinha uma organização social diferentes dos outros
Estados:
→ Mais de metade da população era urbana;

→ A Nobreza era um grupo social reduzido;

→ A Burguesia era a classe mais próspera devido à enorme importância no comércio;

→ Com uma rápida ascensão social, devido ao enriquecimento através do comércio,


a Burguesia consolidou a sua posição social através da educação, dos casamentos e
dos cargos de Estado.

• A valorização/ascensão social não era através dos privilégios do nascimento mas


sim através do:
→ Trabalho;
→ Austeridade;
→ Poupança;
→ Investimento.
Entendo pela palavra República um Estado no qual uma assembleia
soberana tem todo o poder para estabelecer as leis e fazer-se obedecer… Os regentes e
magistrados das repúblicas recebem vencimentos muito pequenos pelos seus cargos (…);
isso obriga-os a procurar outras vias, pelo comércio ou outros meios, para fazer subsistir
as suas famílias, como nas Repúblicas de Veneza ou de Génova (…). É certo que muitos
dos regentes da Holanda vivem do comércio, das manufaturas, da pesca e da navegação
(…). Pode pois pensar-se que os regentes e os magistrados procurarão por todos os meios
possíveis, cada um na sua cidade ou na sua assembleia (parlamento local), conservar pelo
seu conselho e a sua direção esses meios favoráveis ao comércio que são a liberdade de
religião, uma franquia do direito de burguesia, uma franquia de monopólio [por exemplo,
os monopólios das Companhias das Índias] (…), o estabelecimento de colónias, e que se
esforçarão por garantir a segurança dos mares e a manutenção da paz e de cidades
fortificadas, e de fazer exercitar a burguesia no manejo das armas.

Johan de Witt, Memórias, 1667 in Gustavo de Freitas, 900 textos e documentos de História

1. Que tipo de regime político é instituído nas Províncias Unidas após a independência?
2. Como define Johan de Witt esse regime?
3. Quais são as ocupações dos regentes da Holanda? Porquê?
4. Que meios favoráveis ao comércio são definidos nos parlamentos?
5. Quais as vantagens deste tipo de regime político?
• A estrutura político-administrativa era a federação de Estados, bastante
descentralizada. Assim, multiplicavam-se os cargos existentes e a oportunidades
de participar na governação. Existiam os seguintes órgãos de poder:
→ Cidades, Conselho de Regentes;
→ Províncias, Estados-Provinciais;
→ República das Províncias Unidas, Conselho dos 12, Estados Gerais da República.

A República das Províncias Unidas era uma federação de estados com uma estrutura
bastante descentralizada, o que multiplicava os cargos e as oportunidades de interferir
na governação.

 Aos nobres cabiam: Funções militares


 burguesia : ricas famílias que dominavam os conselhos das cidades e das províncias

Era a elite burguesa que assumia a


condução dos destinos da Província da
Holanda e, por via dela, de toda a
República
Grotius e a legitimação da liberdade dos mares

 Os holandeses lançaram-se, desde finais do século XVI, na aventura


comercial ultramarina

 Os holandeses nunca aceitaram verdadeiramente o monopólio mercantil


ultramarino dos povos ibéricos e foram das primeiras nações a contestá-lo com
o frequente corso que faziam nas suas rotas.

 No século XVII, foi um jurista Holandês, Hugo Grotius, quem mais


contribuiu, com a sua argumentação, para o fim da doutrina do mare
clausum e definitiva aceitação do mare liberum

 Um dos textos publicados por Grotius rejeitava o direito das nações ibéricas à
exclusividade das navegações transoceânicas, alegando entre outros aspetos
que os mares eram inesgotáveis e essenciais à vida, pelo que
constituíam propriedade comum de toda a humanidade
Entre nós e os hispanos está em controvérsia: se o acesso ao imenso e vasto mar
pode ser reservado a um só reino, que por sinal não é o maior de todos; se um
povo pode ter o direito de proibir outros, desejosos de o fazer, e entre si
comprarem, venderem, permutarem e comunicarem; se alguém pode fazer
concessões daquilo que nunca foi seu ou adquirir o que já era de outros; e se uma
injustiça prolongada pode criar um direito.
Hugo Grócio

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