TESTE 2 - M4

GRUPO I - A EUROPA DOS PARLAMENTOS: A AFIRMAÇÃO POLÍTICA DA BURGUESIA

NAS PROVÍNCIAS UNIDAS E A RECUSA DO PARLAMENTARISMO EM INGLATERRA

Doc. 1 - A AFIRMAÇÃO DA BURGUESIA NA HOLANDA

As pessoas na Holanda dividem-se nestas várias categorias: os camponeses ou rústicos […], que
cultivam a terra. Os marinheiros ou mestres de embarcações, que aprovisionam os barcos. Os
mercadores ou comerciantes, que abasteciam as cidades. Os […] homens que viviam nas principais
cidades das rendas ou dos lucros do seu património anteriormente adquiridos pelas suas famílias: e os
gentlemen, e oficiais do exército. […] Os mercadores e comerciantes, […], que vivem nas cidades de
maiores recursos […] são os mais simples e os melhores comerciantes do mundo; […]. As famílias que
viviam dos lucros do seu património nas principais cidades são educadas de modo distinto dos
comerciantes, ainda que como eles sejam modestas na aparência e no traje e na sobriedade do estilo
de vida. Os seus filhos são educados nas escolas, e nas universidades […].O objetivo final desta
educação é torná-los aptos para servir o seu país nas magistraturas das suas cidades, das suas
províncias e do seu Estado. E estes homens são os que desempenham cargos de governo […]. Isto
não exclui que muitos mercadores ou comerciantes de grosso trato possam desempenhar cargos
públicos e ser deputados das suas cidades […]. As grandes fortunas estão entre os mercadores e
negociantes que se contentam em ter uma pequena participação no governo, desejando apenas
assegurar aquilo que possuem. Sem qualquer outra preocupação que não a das suas fortunas, e a
gestão dos seus negócios, dedicam o resto do seu tempo e do seu pensamento ao entretenimento.
Porém, quando alcançam grande riqueza, educam os filhos da mesma maneira, e casam as suas filhas
nas famílias mais destacadas das suas cidades e versadas no desempenho das magistraturas. Assim,
introduzem as suas famílias nos caminhos do governo e da honra, que consiste, não em títulos, mas
em cargos públicos. […]. Há costumes […] que caracterizam todas estas categorias de pessoas; como
a enorme frugalidade e a contenção nas despesas […].
William Temple, Observations upon the United Provinces of the Netherlands, capítulo IV, 1673
.[tradução adaptada].

Doc. 2 – OS HOLANDESES E A NAVEGAÇÃO DOS MARES

A Holanda alcançou a superioridade na construção naval no século XVII e a sua frota acabou por
se tornar a maior do Ocidente. Assegurava o controlo do tráfico no mar do Norte e o transporte
de mercadorias entre vários portos da Europa, sendo determinante o seu papel de intermediário
comercial. As Províncias Unidas foram à procura de novas áreas de influência em África, na Ásia
e na América.
Em 1602, criaram a Companha das Índias Orientais para controlar o comércio das especiarias
até então dominado pelos portugueses. Foi neste contexto de desenvolvimento comercial que
surgiram as teses de Hugo Grotius.
Doc. 3 – A Declaração dos Direitos
[…] Os Lordes Espirituais e Temporais e os Comuns […] reivindicando os seus antigos direitos e liberdades
declaram:
- Que o pretenso poder da autoridade régia de suspender ou executar as leis sem o consentimento do
parlamento é ilegal.
- Que o pretenso poder da autoridade régia de dispensa da lei ou do cumprimento da lei […], tal como
assumido e praticado no passado, é ilegal.
- Que as instruções para criar um tribunal para as causas eclesiásticas, como outros da mesma natureza são
perniciosas e ilegais.
- Que a arrecadação de impostos para uso da coroa, sem o consentimento do parlamento […] é ilegal.
- Que os súbditos têm o direito de apresentar petições ao rei e o encarceramento e a perseguição daqueles
que apresentam as petições é ilegal.
- Que o recrutamento e a manutenção de um exército em tempo de paz, a não ser com o consentimento do
parlamento, é contra alei.
- Que os súbditos que são protestantes possam ter armas para a sua defesa […].
- Que a eleição dos membros do parlamento deve ser livre.
- Que a liberdade de expressão, os debates e as medidas legais tidos no parlamento não podem ser
impugnados ou questionados em qualquer tribunal ou lugar fora do parlamento.
- Que não possam ser exigidos pesados empréstimos, que não possam ser impostas multas excessivas e
que não possam ser infligidos castigos cruéis.
- Que para correção dos agravos, retificação, reforço e preservação das leis, o parlamento deve ser
frequentemente convocado.
Declaração de Direitos (Bill of Rights), 1689.

1. Destaque, com base no documento1, quatro características atribuídas aos burgueses

responsáveis pelo governo das cidades na Holanda.

2. Identifique a doutrina que defende a livre circulação nos mares para todos os povos (DOC.2).

3. Assinale as opções corretas que permitem identificar os argumentos utilizados pelos

holandeses na defesa da livre circulação nos mares:

(A) o mar não era propriedade privada de nenhuma nação.

(B) a navegação no mar devia ser exclusiva dos povos que tinham feito as Descobertas.

(C) o direito natural impedia que o mar fosse propriedade exclusiva de um povo.

(D) os povos ibéricos tinham direito de navegação mas não de exclusividade.

(E) a exclusividade de navegação foi contestada por ser contrária aos interesses dos povos.

(F) o mar era um espaço internacional que pertencia a todos.

(G) o jurista Hugo Grotius elaborou um documento em defesa do direito de exclusividade de navegação.

4. Enuncie, a partir do documento 3, os limites que a Declaração dos Direitos colocou ao

exercício do poder real.

5. A sociedade inglesa recusou o absolutismo e consagrou a monarquia parlamentar em

1689, com a Declaração dos Direitos. Foram vários os acontecimentos e as
personalidades que contribuíram para a afirmação do parlamentarismo. Faça corresponder
os elementos da coluna A aos da coluna B:
 COLUNA A COLUNA B
(A) Carlos I 1. Opôs, entre 1640 e 1649, os defensores do rei (os realistas ou Wighs) aos
apoiantes do parlamento, os “cabeças redondas”.
(B) Petição dos 2. Em 1660 assegurou restauração da monarquia e devolveu ao parlamento o seu
Direitos poder.
(C) Habeas Corpus 3. Defendeu a ideia de que o poder político assentava num contrato entre o
soberano e a nação e que os súbditos tinham legitimidade para depor o monarca,
caso este não cumprisse o contrato.
(D) Guerra civil 4. Processo que levou ao poder Guilherme de Orange e Maria Stuart e que
contribuiu para a afirmação do parlamentarismo.
(E) Oliver Cromwell 5. Sistema político em que os poderes políticos estão separados e o parlamento
representativo da nação detém o poder legislativo, ficando o rei com o poder
executivo.
(F) Carlos II 6. Lei promulgada em 1679, por Carlos II, e que impede a prisão sem culpa
formada.
(G) Jaime II 7. Governou de forma absoluta, no período que ficou conhecido como a “Tirania dos
onze anos”, entre 1629 e1640 e acabou por ser executado.
(H) Revolução 8. Era católico defensor do absolutismo, o que suscitou uma outra crise com o
Gloriosa parlamento e com os seus súbditos, acabando por se refugiar em França.
(I) 9. Documento escrito apresentado ao rei em 1628, onde se recomendava que os
Parlamentarismo direitos dos súbditos fossem respeitados, nomeadamente as liberdades individuais.
(J) John Locke 10. Tornou-se Lorde Protetor da República, pela nova constituição aprovada em
1653 e acabou por governar de forma ditatorial.

II GRUPO – A HEGEMONIA BRITÂNICA Doc. 2 – DEMOGRAFIA, URBANIZAÇÃO E

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
.
Doc. 1 – AS ENCLOSURES

De há mais de cem anos para cá.

Tem sido concedido um tão grande
número de licenças para dividir e
vedar as terras comunais que se
calcula haver um terço a mais de
terras cultivadas do que havia
anteriormente. (...)
D’ Éon de Beaumont, Os ócios do
Cavaleiro, 1775.

Doc. 3 – O CONTRIBUTO DO COMÉRCIO COLONIAL

O comércio e as manufaturas das cidades, em lugar de serem efeito da cultura e do melhoramento das terras,
são a sua causa [...]. Em particular, o comércio colonial tem a vantagem de oferecer um mercado vasto, ainda
que longínquo, para os produtos da indústria inglesa que excedem a procura dos mercados mais próximos.
Isto encoraja a Grã-Bretanha a aumentar continuamente os seus excedentes, portanto a quantidade de
trabalho produtivo. Por sua vez, os operários das manufaturas, que têm assim emprego, formam um novo
mercado interno para os produtos da terra.
Adam Smith, A Riqueza das Nações, 1776.

1. Apresente três transformações que ocorreram na agricultura em Inglaterra (DOC. 1).

 2. Explicite a importância do comércio externo e interno para o dinamismo económico da Inglaterra
(DOC.3).
3. Assinale, com uma X, as opções corretas para cada afirmação:
(A) Indique a melhor conclusão que se retira da análise do mapa:
1. Os recursos da Inglaterra permitiram o crescimento de cidades industriais
2. A prosperidade da Inglaterra dinamizou o mercado interno
3. A população concentrada em cidades contribuiu para o crescimento do mercado interno
4. A emigração cresceu devido à poluição das zonas industriais
5. As maiores cidades concentraram-se em torno das zonas mineiras
(B) A principal consequência da Revolução Industrial inglesa foi:
1. A concentração de operários nas zonas urbanas
2. A formação de poderosas associações de artesãos
3. O atraso da agricultura
4. A regulamentação do trabalho industrial pelo governo
5. O êxodo da população urbana para as áreas rurais

GRUPO III – O ARRANQUE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Doc. 1 – UMA CIDADE INDUSTRIAL DA METALURGIA

Birmingham é uma das cidades mais curiosas da Inglaterra pela atividade das suas manufaturas e do seu
comércio. […] Aqui todos os meios da indústria, sustentados pelo génio da invenção, e pelos conhecimentos
mecânicos de todos os géneros, estão voltados para as artes (ofícios, indústrias). Sei que alguns viajantes
desaprovaram a maior parte destes estabelecimentos de indústria e de utilidade. É que não se dignaram voltar os
olhos para estas vastas oficinas onde se fabricam as bombas a vapor, estas máquinas espantosas cujo
aperfeiçoamento tanto honra os talentos e os conhecimentos do Sr. Watt, […] nem para a parte tão variada de
quinquilharia, que ocupa com tanta vantagem mais de trinta mil braços e obriga a Europa inteira e o Novo Mundo a
aprovisionar-se aqui, porque aqui tudo é feito com mais precisão e em maior abundância que em qualquer outro
sítio. […] Foi a abundância de carvão de pedra que fez este novo milagre e produziu, no meio de um deserto árido,
uma cidade de 40 000 habitantes, que vivem no meio da abundância e de todas as comodidades da vida.

B. Faujas de Saint-Fond, Voyage en Angleterre, en Ecosse et aux Hébrides, Paris, 1797, [tradução adaptada].

DOC. 3 – A PRODUÇÃO DO CARVÃO EM

INGLATERRA [MILHARES DE TONELADAS]
DOC. 2 – A UTILIZAÇÃO DO FERRO
Ponte de Ferro em Inglaterra, construída por Abraham Darby
DOC. 4 – A REVOLUÇÃO
entre 1779 e 1781, constitui um símbolo da primeira época
INDUSTRIAL
industrial, ligada também ao uso do carvão de coque na
transformação e purificação do ferro, a partir de 1750.
O ferro, que até então, estava escondido no interior das
estruturas, (nas cúpulas ou pilares) começou ter, a partir do
final do século XVIII, um sentido estético, ganhando realce
também na arquitetura dos edifícios.
 1. A partir do documento 1, assinale, com uma X, as opções verdadeiras relativas a cidade de
Birmingham em 1784:

(A) Era uma cidade que reunia as condições técnicas essenciais ao desenvolvimento industrial.
(B) Possuia centrais produtoras de eletricidade e fabricava bombas a vapor.
(C) Dispunha de minas de carvão vegetal essencial como fonte de energia.
(D) A cidade situava-se numa região fértil e sempre foi uma cidade das mais desenvolvidas.
(E) O desenvolvimento da indústria beneficiou de inventos mecânicos aplicados à produção.
(F) A máquina a vapor foi inventada por Henry Cort.
(G) A principal atividade industrial da cidade era a produção de tecidos de algodão.
(H) A produção metalurgica abastecia a Europa e o Novo Mundo.
(I) Todos os que visitavam Birmingham ficavam deslumbrados com as suas fábricas.
(J) A atividade industrail ocupava muita mão de obra.

2. Faça corresponder os elementos da Coluna A aos da Coluna B:

COLUNA A COLUNA B
(A) carvão mineral: hulha 1. um dos setores de arranque da Revolução Industrial que permitiu o fabrico de
e coque ferro fundido
(B) processo de 2. modelo produtivo que substitui a manofatura
pudelagem
(C) máquina a vapor 3. substitui as oficinas e é o local onde se concentram as máquinas e os operários
(D) indústria têxtil de 4. invento que dispunha de vários fusos e permitia fiar o algodão e a lã em
algodão quantidades superiores à roda de fiar
(E) ludistas 5. processo de tratamento das impurezas do ferro e que consistia em remexer o
metal em ebulição
(F) maquinofatura 6. veículo que se deslocava sobre carris e ao qual foi aplicado a máquina a vapor
(G) metalurgia 7. conhecidos como quebradores de máquinas que eram vistas como inimigas por
retirarem o trabalho aos artesãos
(H) spinnig-Jenny 8. um dos setores impulsionadores da Revolução Industrial e que beneficiou de
inovações técnicas na produção
(I) fábrica 9. James Watt aperfeiçoou o invento de Newcomen que era utilizado para bombear
água das minas e que foi aplicado à ind´sutria têxtil
(J) locomotiva 10. fonte de energia usada no arranque da Revolução industrial que permitia atingir
temperaturas elevadas

3. Desenvolva o seguinte tema:

O pioneirismo inglês no arranque da Revolução industrial: condições de sucesso e setores de

arranque.

A sua resposta deve abordar, pela ordem que entender, três aspetos para cada um dos tópicos de
desenvolvimento:

- as condições socioeconómicas favoráveis ao arranque industrial;

- os recursos naturais e as inovações técnicas;
- os setores de arranque.

Deve integrar na resposta, para além dos seus conhecimentos, os dados disponíveis nos documentos 1 a
4

I.1 I.2 I.3 I.4 I.5 II.1 II.2 II.3 III.1 III.2 III.3 TOTAL
20 10 10 20 10 20 30 10 10 10 50 200