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Módulo Inicial
Estudar/Aprender História
O fim de uma época e o início de outra, por norma, resulta de grandes mudanças na
humanidade (por exemplo, a Idade Contemporânea começa, para quase todos os autores,
após as revoluções liberais dos séculos XVIII e XIX).
As fontes: para se poder reconstruir a ação e o pensamento do Homem ao longo do
tempo é necessário interpretar todo o tipo de vestígios (escritos, iconográficos, materiais…),
uns deixados de forma intencional, outros não.
Através das questões feitas às fontes, o historiador consegue obter respostas que
reconstroem a ação humana. De realçar que perguntas diferentes feitas a uma mesma fonte,
podem originar explicações diversas sobre o mesmo assunto.
Existem fontes primárias (aquelas que são originais, criadas no tempo que se quer
estudar – um monumento, um testemunho de alguém que viveu o acontecimento…) e as
fontes secundárias (fontes que nos dão informações sobre determinado assunto, mas que
foram criadas posteriormente – por exemplo, um livro sobre a 2ª Guerra Mundial escrito
recentemente).
1. O modelo ateniense
A Grécia tem uma costa muito recortada e um relevo muito montanhoso, o que
dificultava a prática da agricultura e as comunicações entre as cidades. Tal facto ajuda a
explicar a dispersão de milhares de gregos por todo o Mar Mediterrâneo e costa do Mar
Negro, onde fundaram colónias.
Apesar de se sentirem unidos por laços históricos e culturais, o povo grego estava
muito disperso, cada cidade era autónoma/independente (cidades-estado ou pólis), não havia
unidade territorial nem política.
Cada pólis, para o seu funcionamento, tinha que possuir as seguintes características:
- organizar a sua defesa para se proteger dos inimigos, possuindo exército próprio;
Eclésia: assembleia na qual podiam participar todos os cidadãos de Atenas. Assim, esta
era uma democracia direta, pois qualquer cidadão podia manifestar a sua opinião
pessoalmente e participar nas sessões da assembleia, sem ninguém o estar a representar
(como acontece nas democracias atuais) tal era possível, uma vez que o número de cidadãos
não era muito elevado e nem todos participavam.
A principal função da Eclésia era discutir e votar as leis. Também decidia a paz ou a
guerra e votava o ostracismo.
Bulé: constituído por 500 cidadãos, sorteados anualmente. A sua principal função era
preparar as leis que iriam ser discutidas na Eclésia.
Areópago: Tribunal que julgava os crimes mais graves, constituído por ex Arcontes.
- o sorteio gerava oportunidades iguais para todos, mas podia colocar num cargo um
cidadão menos bem preparado ou menos interessado na vida política;
- os cargos só duravam um ano o que podia originar uma grande instabilidade política;
Toda a cultura grega girava à volta da religião. Os gregos eram politeístas, prestando
culto a numerosos deuses. Este culto aos deuses está na origem da maior parte das
festividades que os gregos realizavam: procissões, sacrifícios, provas desportivas…
Para reforçar os laços de união entre os gregos, foram também muito importantes os
Jogos Olímpicos. Estes realizavam-se na cidade de Olímpia, de 4 em 4 anos, em honra de Zeus.
Pra além do espírito de união, os Jogos Olímpicos também serviam para realçar as rivalidades
entre as cidades gregas. Os vencedores eram recebidos como heróis na sua cidade.
A educação para a cidadania
Até aos 7 anos, os rapazes e as raparigas eram educados em casa, pela mãe. A partir
dos 7 anos, os rapazes iam para a escola. Muitos eram acompanhados pelo pedagogo
(geralmente um escravo culto, que o acompanhava nos estudos). As raparigas permaneciam
em casa, no gineceu.
Os rapazes eram educados para, a partir dos 18 anos, exercerem a cidadania, ou seja,
ocupar cargos políticos e defender a sua cidade. Por isso, o seu ensino era eclético (com
disciplinas variadas), procurando seguir a máxima “Mente sã em corpo são”. Assim, tinham
disciplinas para desenvolver a parte intelectual (fundamental para o exercício de cargos
políticos – escrita, leitura, recitação de poemas, Oratória, Filosofia, História…) e desenvolviam
o corpo através da prática desportiva e outros exercícios.
A arte grega
Tal como nas outras manifestações culturais, também a arte grega está muito
relacionada com a religião.
- Ásia Menor.
A organização do território era feita com base em cidades (foi uma civilização
marcadamente urbana). Roma era o modelo, que as outras cidades seguiam.
O primeiro regime político da cidade de Roma foi a Monarquia. Em 509 a. C., iniciou-se
a República. Neste regime, o poder estava dividido por vários órgãos: o Senado, os
Magistrados e os Comícios.
O Senado: era o órgão político de maior prestígio. Era constituído pelos romanos mais
ricos e influentes (os patrícios), ocupando o cargo vitaliciamente. Principais funções: promoção
do culto religioso, fiscalizar os bens públicos, manutenção da ordem pública, dirigir a política
externa, decidir a paz ou a guerra, recrutamento militar e administração de algumas províncias
do império.
Os Magistrados: eram eleitos pelos Comícios (assembleias). Havia várias magistraturas,
sendo as mais importantes os Cônsules e os Pretores. Os Cônsules tinham como função o
comando do exército, o governo da cidade e presidiam às assembleias. Os Pretores
administravam a justiça.
No século I a. C., o regime republicano vai passar por uma fase de grande instabilidade.
O império já tinha uma dimensão assinalável, o que fez aumentar as lutas pelo poder,
principalmente entre os generais vitoriosos, cheios de prestígio. Sucediam-se as guerras civis.
É neste contexto que emerge a figura de Júlio César, que conquistara a Gália e a quem
o Senado atribuiu a ditadura, concentrando os poderes nas suas mãos depois de eliminar os
seus adversários do 1º triunvirato (Pompeu e Crasso). Foi-lhe concedido o título de
“imperator”, levando a que se lhe prestasse culto.
Para com os plebeus procurou manter uma atitude de diálogo, para evitar as revoltas
sociais. Beneficiava-os com a distribuição gratuita de alimentos e oferta de espetáculos de
divertimento. É desta época que vem a expressão “Pão e Circo”.
O Direito Romano
No século III, o imperador Caracala concedeu a cidadania romana aos homens livres de
todo o império. Os cidadãos de possuíam direitos importantes, como o direito ao voto e a
ocuparem cargos, possuir e vender bens, casar…
A extensão da cidadania contribuiu para dar unidade a um império tao vasto e, ao
mesmo tempo, contribuía para apaziguar os povos conquistados (todos se sentiam romanos,
fazendo parte do mesmo território e mais facilmente iriam adotar o estilo de vida dos
romanos).
A arte romana
A mentalidade pragmática dos romanos era visível nas suas construções, as quais
tinham como objetivos, para além do embelezamento do espaço, o bem-estar da população e
o lazer (termas, aquedutos, teatros, anfiteatros, basílicas, pontes…).
Esta solução não acabou com a instabilidade, pelo que, no século IV, o imperador
Teodósio dividiu o império em ocidental e oriental (esta parte com capital em Constantinopla).
Para além da crise interna, os romanos tinham uma forte ameaça externa: os povos
bárbaros. Estes viviam na Europa Central (Germânia) e, desde o século III, que milhares
emigravam para o império romano. Muitos deles ocupavam cargos importantes na
administração e no exército. Esta “invasão pacífica” abriu caminho para as grandes invasões do
século V.
As comunas: para além dos senhorios a partir do século XI, surgiu um outro poder local
as comunas, com uma origem muito diferente da dos senhorios – a partir do século X a
economia da Europa começou a recuperar e a população a aumentar. O crescimento
económico foi sustentado numa maior produção agrícola, com a acumulação de excedentes, o
que possibilitou o ressurgimento do comércio. Aliada a esta situação, vivia-se na Europa uma
época de mais paz e estabilidade social.
Neste contexto, as cidades renascem, atraindo cada vez mais população. Muitas
cidades estavam dentro de domínios senhoriais, o que obrigava os seus habitantes ao
cumprimento de inúmeras obrigações para com o senhor. É o desejo de se libertarem dessas
obrigações e de adquirirem algumas regalias que está na origem das comunas: os habitantes
das cidades começaram a associar-se para lutar pelos seus direitos, principalmente a burguesia
ligada ao comércio. Em muitos casos, recorrem à luta armada para obter a carta comunal. Era
nesta que estavam incluídas regalias, as liberdades e as obrigações dos habitantes da comuna.
Nos primeiros séculos da Idade Média, a Europa passou por graves dificuldades
económicas. A economia ruralizou-se, sendo baseada numa agricultura de subsistência. O
comércio quase desapareceu, devido à insegurança provocada pelas guerras e devido à
escassez de produtos. A terra e a sua posse eram sinónimo de riqueza e poder.
Demograficamente, registou-se uma acentuada quebra da população.
A interdependência entre o campo e a cidade começava a ser cada vez mais evidente:
o mundo rural fornecia principalmente produtos agrícolas, a cidade fornecia ao campo bens e
serviços.
- Flandres: região que se destacava pela sua abundante produção têxtil. Os seus
produtos eram apreciados em toda a Europa.
- cidades da Liga Hanseática: várias cidades, sobretudo alemãs associaram-se com o
objetivo de dominar o comércio no norte e na zona mais ocidental da Rússia (Mar do Norte e
Mar Báltico). Eram os intermediários no comércio entre o norte e oriente da Europa e a zona
mais ocidental. Aqui compravam, por exemplo, o vinho e o azeite. Do oriente e norte traziam
para o ocidente cerais, mel, arenques…
- as fomes: maus anos agrícolas, com fracas colheitas, agravadas pelas más condições
climatéricas, originaram escassez de produtos. Em muitos países da Europa houve crises de
fomes;
- as doenças: uma população mal alimentada apanha doenças com mais facilidade. O
século XIV foi um século de muitas doenças, muitas delas epidémicas. A principal foi a Peste
Negra, que afetou quase toda a Europa, matando cerca de 1/3 da população;
As consequências da crise
A Península Ibérica, no século VIII, era governada pelos Visigodos. No início desse
século, em 711, o território foi invadido por povos muçulmanos, vindos do norte de África.
Conquistaram, rapidamente, todo o território, à exceção da região mais a norte, nas Astúrias.
Foi aqui que os Visigodos se refugiaram e vão iniciar uma guerra para tentar recuperar os
territórios perdidos: a Guerra da Reconquista Cristã, na qual irá surgir o reino de Portugal.
Foi uma guerra que durou vários séculos, feita de avanços e recuos, tendo-se
inicialmente formado vários reinos cristãos: Leão, Castela, Navarra e Aragão.
Os cristãos contaram com a ajuda dos cruzados: cavaleiros que combatiam em nome
do Cristianismo.
Os concelhos
A criação dos concelhos levanta a seguinte questão: “Será uma forma de centralizar ou
descentralizar o poder?” Esta questão pode ser analisada de duas formas distintas: se os reis
criaram concelhos para impedir que os senhores ficassem com mais poder, obtendo mais
territórios, podemos concluir que estavam a tomar medidas para centralizar o poder. No
entanto, ao dar autonomia às populações dos concelhos, podendo as mesmas tomar algumas
decisões sobre a vida política, económica ou judicial da sua povoação, os reis estavam a
descentralizar o poder. Deste modo, pode-se dizer que os reis estavam a “centralizar o poder,
descentralizando-o”.
O documento que criava um concelho era a carta de foral, na qual estavam definidos
os direitos e os deveres dos seus habitantes.
Os concelhos eram constituídos pela vila, pelo arrabalde e pelo termo. A vila era a
parte principal, onde se situavam os edifícios administrativos e onde viviam os mais ilustres do
concelho. Era também lá que se situava o mercado. Os arrabaldes eram os bairros que se
construíam fora do espaço muralhado (burgos), habitados por camponeses, mas
principalmente por comerciantes e artesãos. O termo era composto por campos e zonas
florestais, área que servia a vila e o arrabalde de produtos agrícolas.
Os habitantes dos concelhos eram designados por vizinhos. Nem todos tinham
o mesmo estatuto económico, político e social. A principal distinção era entre os “homens-
bons” ou “cavaleiros-vilãos” e os peões. Os primeiros eram detentores das maiores fortunas,
eram grandes proprietários rurais e tinham o estatuto social mais elevado. Eram eles que
ocupavam os cargos políticos nos concelhos.
Logo nos séculos XII e XIII, os reis estabeleceram com os senhores do clero e da
nobreza contratos de vassalagem, ficando unidos por laços de fidelidade e obediência. Os
vassalos também deviam prestar auxílio ao monarca (por exemplo, colocar o seu exército ao
serviço do rei). Como recompensa, o rei entregava aos seus vassalos o feudo. Este podia ser
uma recompensa em dinheiro, a atribuição de um cargo importante ou, quase sempre, um
domínio senhorial.
A centralização do poder
Para auxiliar o rei na aplicação da justiça, foram criados corpos de juízes, que atuavam
a nível local.
As questões económicas também mereceram atenção por parte dos reis: só eles
podiam mandar cunhar moeda, definir a valorização ou a desvalorização da moeda e o
tabelamento de preços.
A Corte, nos primórdios da nação, tinha como órgão consultivo do rei a Cúria
Régia, constituída pela sua família e por membros do alto clero e da alta nobreza. Incluía
também os mais altos funcionários da Corte: o mordomo-mor, o chanceler-mor e o alferes-
mor. O rei não era obrigado a aceitar as determinações da Cúria.
A partir do século XIII, a Cúria Régia foi substituída pelo Conselho Régio. Este era
constituído principalmente por membros da nobreza e do clero ligados ao Direito (legistas),
uma vez que o rei precisava de se aconselhar a este nível.
A partir do século XIII, surge outra assembleia com caráter consultivo: as Cortes. Estas,
para além do clero e da nobreza, eram constituídas por membros do povo, nomeadamente
burgueses dos concelhos.
- Inquirições: funcionários do rei eram enviados por todo o país para verificar se algum
senhor se tinha apropriado indevidamente das suas terras (reguengos);
Toda a arte é um reflexo das características da época em que surge. Por isso, as
características da arte românica e da arte gótica refletem a conjuntura das épocas em que
cada uma surgiu.
A arte gótica tem características muito diferentes da arte românica, até porque surgiu
numa época com características distintas: as cidades estavam a reanimar-se, devido ao
comércio, a burguesia estava a emergir e queria afirmar-se. A prosperidade económica irá
ajudar a que a arte seja mais rica.
Assim, a partir do século XII, muitas cidades europeias embelezam-se com grandes
catedrais, símbolo do gótico. São monumentos mais ricos, a preocupação dos arquitetos era a
verticalidade (para mostrar poder e riqueza). São monumentos “mais leves”, com mais
decoração e amplas aberturas (vitrais e rosáceas), utilização de arcos em ogiva.
A Itália foi o país em que o Renascimento começou, uma vez que muitas cidades
italianas tinham capacidade financeira para investir na cultura, devido aos lucros com o
comércio, principalmente o que faziam com os muçulmanos. Depois, outro fator, é o facto de
ainda haver muitos vestígios da época clássica nos quais os homens do Renascimento se
poderiam inspirar (monumentos, livros de autores gregos e romanos…).
A arte do renascimento
- Arquitetura renascentista
Influenciada pela antiguidade, a arquitetura procedeu a uma simplificação e
racionalização da estrutura dos edifícios. Verificou-se uma matematização rigorosa do espaço,
o que trouxe proporcionalidade entre as várias partes dos edifícios. Procurou-se também a
simetria absoluta. Aplicou-se a perspetiva linear, segundo a qual os edifícios se assemelham a
uma pirâmide visual, em cuja base se encontra o observador e no vértice está o local para
onde se deve olhar (ponto de fuga).
- A pintura renascentista
- Pintura a óleo;
- A escultura do renascimento
O espírito crítico dos humanistas levou-os, nos séculos XV e XVI, a denunciar alguns
comportamentos menos corretos praticados por muitos membros do clero.
Já no século XIV o prestígio da igreja católica tinha sido abalado pelo Grande Cisma do
Ocidente: as disputas entre o poder temporal e o poder religioso originaram que houvesse
dois Papas, um em Avinhão outro em Roma.
- Muitos membros do clero eram acusados de viver no luxo, levando uma vida de
ostentação, preocupando-se em 1º lugar com os bens materiais;
- Muitos eram acusados de levarem uma vida imoral (em festas tinham mulheres, não
cumprindo o celibato…);
-Muitos eram acusados de ocupar vários cargos na Igreja, para daí tirarem mais
benefícios;
- Alguns padres eram acusados de corrupção, pagando para ocupar os cargos, sem
qualquer vocação religiosa.
Todas estas críticas tiveram consequências: no século XVI vão surgir novas igrejas
cristãs, as chamadas Igrejas Protestantes. A primeira foi fundada por Martinho Lutero (Igreja
Luterana). Surgiu também o Calvinismo fundado por João Calvino, na Suíça e o Anglicanismo,
fundado pelo rei de Inglaterra, Henrique VIII.
- 7 Sacramentos - 2 Sacramentos
- Culto á virgem Maria e aos santos - Recusa o culto á virgem Maria e aos
santos
- Há uma hierarquia (cargos
superiores/cargos inferiores) - Não há hierarquia
A Contrarreforma
- Criação do Índex: lista de livros e outras publicações cuja leitura era proibida.
O objetivo era evitar que circulassem obras que continha críticas à Igreja Católica, ou que
fizessem a defesa de outras igrejas.