Você está na página 1de 2

Agrupamento Escolas Joaquim de Araújo – Penafiel

História A – 10º ano

Módulo 2 – Unidade 1 Identidade Civilizacional da Europa Ocidental

Quadro Económico e Demográfico – Expansão e Limites de Crescimento

A base da economia e da sociedade na idade Média era o mundo rural cuja principal ocupação
era o trabalho da terra.

Desde desagregação do Império Romano do Ocidente que a instabilidade e insegurança


conduziu a esta ruralização da Europa Ocidental.

Camponeses trabalham assim nas propriedades do rei, nobreza e clero, propriedades que
passam a designar-se senhorios (pertencem aos senhores). Este mundo rural organizava-se em
aldeias no interior destas propriedades, tendo uma igreja, um castelo, um mosteiro ou uma
torre senhorial e encabeçar estes domínios.

A partir do séc. XII, a produção de subsistência que caracteriza este mundo rural vai conhecer
alterações e progressos, fruto das melhorias climáticas e novas condições de produção
agrícola.

A Expansão Agrária

A partir do século XII, várias alterações levam a que a agricultura deixa de produzir apenas para
a subsistência da população, e passa a produzir excedentes.

Vários fatores contribuíram para esta expansão agrária:

• Uso do ferro nas alfaias agrícolas como a charrua, permitindo trabalhar melhor a terras;

• Utilização de adubos animais

• Adopção do afolhamento trienal e rotação das culturas;

• Aplicação da força dos animais à charrua através nova técnica de atrelagem (coelheira);

• Arroteamento de novas terras (florestas e pântanos) para cultivo;

Este maior rendimento e produtividade dos solos permitiu libertar parte dos campos de cultivo
de cereais (espécie dominante) para outras culturas e pastagens de animais, aumentando
assim a quantidade e variedade de matérias-primas, quer alimentares quer para têxteis.

Estes excedentes agrícolas passam agora a alimentar os mercados, contribuindo para a


dinamização do comércio e ressurgimento da economia urbana e monetária, em substituição
da economia de subsistência.

Expansão Demográfica e Desenvolvimento das Cidades

A melhoria da alimentação, em termos que quantidade e qualidade, permitiu à Europa


conhecer um forte aumento demográfico a partir do século XII.
Parte desta população desloca-se agora para os antigos e novos centros urbanos (cidades),
local onde se realizam as trocas comerciais dos excedentes agrícolas. Estas cidades foram.se
também desenvolvendo mercê da ação de monarcas que apoiavam estes burgos como forma
de enfraquecimento do poder senhorial, permitindo aos monarcas fortalecer o seu próprio
poder.

Cidade e campo passam agora a estar animados com intensas trocas comerciais, através de
mercados locais, regionais e mesmo internacionais, através de feiras, que ligavam grandes
rotas comerciais.

Nas cidades, este desenvolvimento do comércio contribuiu para o destaque da burguesia, o


habitante da cidade que se dedica ao comércio e/ou artesanato.

Polos de dinamismo comercial

No Mediterrâneo destacam-se as cidades italianas de Veneza, Génova, Pisa e Amalfi. Estas


ligavam o sul da Europa ao resto do continente, bem como ligação aos produtos vindos do
oriente(Ásia).

Estas rotas comerciais provindas do Mediterrâneo passavam depois pelo centro da Europa pela
região da Champagne, onde se desenvolveram importantes feiras, transacionando produtos a
grosso, sendo por isso frequentadas por mercadores dos mais variados lugares.

No norte da Europa vão destacar-se as cidades do note da Alemanha, como Hamburgo e


Lubeck, cidades que se vão organizar numa confederação, a Liga Hanseática, de forma a
protegerem-se mutuamente.

Destaque ainda para a região da Flandes, com Bruges à cabeça, com destaque para os produtos
têxteis.

Por toda a Europa desenvolve-se assim uma extensa rede de rotas comerciais a larga escala, do
Báltico ao Mediterrâneo, quer por via marítima quer por via terrestre. Este comércio
diversificado e em expansão obrigou à criação de novas formas de pagamento, quer para
colmatar a falta de metal precioso quer para proteger mercadores face aos perigos destas
viagens.

Criaram-se instrumentos de crédito e débito (letras de feira e câmbios) que eram aceites nos
vários mercados internacionais, surgindo assim novas ocupações como notários, banqueiros e
cambistas, respondendo ás crescentes exigências das intensas trocas comerciais e da economia
monetária.

Você também pode gostar