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As grandes rotas do comércio externo

Durante o século XII e XIII, a Europa era possuidora de uma produção muito
abrangente e ampla.
As grandes rotas do comércio externo “dividiam-se” em dois conjuntos
económicos, coincidentes com indústrias muito ativas, nomeadamente as
cidades da Flandres, as do mar Báltico, do mar do Norte, além das do Norte de
Itália e as cidades-feira de Champagne. Estas duas formas de organização
interligam-se por via terrestre, onde se cruzam mercadores com as suas vias,
um polo económico – “as feiras de champagne”.

A Flandres
Uma ativa indústria de lanifícios tornou cidades como Gand, Ypres, Bruges,
Donai mais prósperas. Estas cidades eram manufatureiras e os seus tecidos
chegavam à Europa inteira e, graças à intervenção dos Italianos, ao Oriente.
Aliado a esta prosperidade que se devia à indústria, acrescentava-se a riqueza
no comércio. Flandres arrecadava ainda mais riqueza e influência devido à sua
posição geográfica, atraindo mercadores dos quatro cantos da Europa.
Do norte, provinham os Alemães da Hansa. Traziam produtos do Báltico e das
regiões da Rússia. Do Sul, atravessando os Galpes e a França, chegavam os
Italianos e, por via marítima, através do estreito do Gibraltar. Com eles
juntavam-se os Castelhanos, Portugueses, Ingleses, Franceses, entre outros,
transportando produtos mediterrânicos e especiarias orientais.
As cidades flamengas, como Bruges, acolhiam os mercadores, a quem era
concedido residência e autorização para construírem as suas casas de
comércios. Bruges era o local mais cosmopolita da Europa.
Do reino de Inglaterra vêm lãs, couro, chumbo, estranho, carvão mineral,
queijo, entre outros. Do reino da Rússia, vêm cera, ouro e prata. Do reino da
Alemanha vêm vinhos renanos, pez, cinza, ferro e aço. E estes são alguns dos
reinos e as terras cujas mercadorias vêm a Bruges e à terra de Flandres.

O comércio de Hansa
Devido ao facto de o comércio à distância ser uma aventura arriscada,
rapidamente se desenvolveram associações mercantis, que visavam a proteção
dos comerciantes e que defendiam os seus interesses: as hansas ou guildas.
A associação mais poderosa que uniu as cidades do mar do Norte e do Báltico é
conhecido como Hansa Teutónica.
A Hansa era uma associação de cidades (como Riga, Hamburgo e Lubeque)
abrangente, que assegurava o monopólio do comércio do mar Báltico e, por
vezes, do mar do Norte.
Os comerciantes hanseáticos levavam ao Sul os cereais da Prússia e da Polónio;
as peles, as gorduras, a cera e as madeiras da Rússia e da Noruega. Quando
regressavam, regressavam com vinho e sal da França, lãs da Inglaterra azeite do
Mediterrâneo, tecidos da Flandres, nos seus navios, os Kogge. Transportavam
mais de 70% das mercadorias inglesas para a Flandres.

As cidades italianas e o domínio do comércio mediterrânico


As cidades italianas foram as que mais preservaram a memória e o saber das
ligações mercantis. Algumas cidades italianas dedicaram-se ao comércio
marítimo, conservando ligações com o Império Bizantina e com Alexandria.
No entanto, o desencadear da 1ª Cruzada marcou o recuo do domínio
muçulmano no Mediterrâneo e a sua abertura ao comércio europeu. Assim, os
povos que falavam a mesma língua, muitas vezes concorriam entre si nas rotas
comerciais que levavam à Ásia Menor, à Síria e ao Egito. Graças a estas rotas,
transportavam especiarias, os tecidos finos, as pérolas, as pedras preciosas
para os mercados europeus. As especiarias realçavam a sua riqueza, que
tinham a venda sempre garantida e, consequentemente, bons lucros.

As feiras de Champagne
Os mercadores, nesta altura, eram muito viajantes e eram capazes de se
defrontarem com os perigos do mar. Deste modo, viajavam sempre e vendiam
os seus produtos em diferentes sítios, principalmente naqueles em que lhes era
garantido maiores ganhos.
Foram desenvolvidas feiras periódicas em regiões que “ganhavam” pela sua
posição geográfica. De modo a atrair feirantes, os senhores do alto poder
garantiam condições proveitosas de alojamento e armazenamento, além da
isenção dos impostos habituais. Acrescenta-se também a segurança que lhes
era garantida.
As feiras medievais que mais se destacaram foram, sem dúvida, na Champagne,
que se realizavam em cidades tais como Lagny, Bar-sur-Aube, Troyes, entre
outras.
Devido à sua localização geográfica, entre o Norte flamengo e o Sul italiano,
estas feiras eram o ponto de encontro dos mercadores da Europa, como referi
anteriormente.

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