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PLANEJAMENTO ( Nº 10 – 09/07/21)

DISCIPLINA(S): História

PROFESSOR (A): Fernanda Pereira Soares

NOME DO ALUNO:

TURMA: 171 e 172 (marque um X na sua turma!)

DATA: 09/07/2021 ATÉ 06/08 /2021

HABILIDADES DESENVOLVIDAS:

(EF07HI01TC-01) Compreender as transformações econômicas (Renascimento do


Comércio) como elemento que deu início a uma série de transformações que passaram a
ser chamados de “modernidade” e que se diferenciavam das antigas concepções
medievais.

A BAIXA IDADE MÉDIA

Transformações
A partir do século XI a Europa passou por uma série de transformações que acabaram por levar à
crise do sistema feudal:
– novas técnicas agrícolas aumentaram a produtividade das terras. Exemplos: o uso do cavalo como
animal de tração, a produção e o consumo de leguminosas (que melhorou a qualidade de vida), a rotação
trienal do plantio, nova tecnologia para drenagem de pântanos e lagos, e outros;
– crescimento demográfico e produção de um excedente agrícola que poderia ser comercializado;
– desenvolvimento de um pequeno comércio entre os feudos, o que fez com que se sentisse a
necessidade do uso de moedas e da padronização de pesos e medidas;
– aumento das disputas por terras entre os nobres, motivados tanto pelo crescimento demográfico,
quanto pelas novas possibilidades agrícolas.
CRUZADAS
Em meio a esse processo, o papa Urbano II convocou os cristãos europeus para uma guerra, a fim de
tomar Jerusalém (a “Terra Santa”) das mãos dos muçulmanos. Assim se iniciaram as Cruzadas: várias
batalhas de europeus no Oriente Médio, que duraram de 1095 até 1291.
Sabemos que a motivação para tal empreitada foi religiosa, mas não podemos deixar de observar que
as guerras em terras estrangeiras foram, de fato, a solução para todo o problema europeu dos séculos XI e
XII: excesso populacional, necessidade de ampliação do comércio, motivação militar para os nobres
buscarem terras fora da Europa.
RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO
As Cruzadas reabriram as rotas de comércios dos europeus com o oriente e aceleraram a
fragmentação do Império árabe muçulmano, que no século VIII se estendia do Oriente Médio, norte da
África até a Península Ibérica.
Comerciantes buscavam no Oriente as especiarias (pimenta, gengibre, cravo, tecidos, anil, marfim) e
as vendiam por preços exorbitantes na Europa. No início existiam varias rotas terrestres de comércio, mas
como as estradas eram muito perigosas e os senhores feudais aproveitavam para cobrar altos impostos para
liberar a passagem, os comerciantes passaram a promover as feiras a fim de atrair os compradores para um
local mais propicio, além de se organizarem em guildas ou hansas (associações) para terem maior capital
para ser investido e para se deslocarem em grupo, diminuindo os riscos e os prejuízos.
Em torno dessas feiras, ou próximo aos castelos e mosteiros, os comerciantes fundaram os burgos, ou
seja, um centro comercial que deu origem às cidades. Nos burgos também se desenvolveu o artesanato
voltado para o comércio. Burguês era o individuo que morava no burgo e vivia do comércio local, e
burguesia é o nome desse novo grupo social que aos poucos ganhava prestígio.
Com a riqueza gerada pelo comércio, a burguesia conquistou sua autonomia, principalmente
comprando do senhor feudal local a independência da cidade (Carta de Franquia). E dentro das cidades os
artesão e comerciantes de cada setor (tecelões, marceneiros, banqueiros…) se organizaram em Corporações
de Ofício, a fim de garantir seus interesses.
FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS
De uma forma geral, sem descrever a formação de um reino especifico, pode-se dizer que alguns
fatores foram comuns em várias regiões da Europa Ocidental.
Com desenvolvimento do comércio e dos burgos, muitos senhores feudais acabaram se endividando,
já que vendiam gêneros agrícolas (muito baratos) e compravam produtos luxuosos, e por isso passaram a
explorar ainda mais os seus servos. Os servos, por sua vez, começaram a fugir do trabalho nos campos, e
buscavam nas cidades uma nova forma de viver. A nobreza feudal, então, a fim de defender seus privilégios
e seu status, passou a cobrar do rei que intercedesse em tal situação.
A burguesia também via com bons olhos a centralização política em torno do rei, já que precisava da
padronização de moedas, do estabelecimento de uma unidade de pesos e medidas e de um sistema de
impostos mais regular.
Aos poucos, com o apoio desses dois grupos sociais, o rei pôde centralizar o poder político,
administrativo, tributário e militar, dando origem às Monarquias Nacionais Medievais.
CRISE DOS SÉCULOS XIV E XV
O intenso desenvolvimento econômico da Europa desde o século XI também criou problemas
graves:
– o crescimento agrícola e o aumento populacional causaram a derrubada de florestas, drenagem
de pântanos, assoreamento de rios, o que por sua vez gerou mudanças climáticas drásticas, provocando
períodos de fome na Europa;
– a diminuição do número de pessoas que viviam nos campos fez com que decaísse a produção
agrícola, aumentando o preço dos alimentos;
– as péssimas condições sanitárias nas cidades e no campo (falta de saneamento, de espaço entre as
casas, de água corrente), a desnutrição causada pela fome e os contatos comercias (tanto entre os europeus
de diversas áreas, quanto com estrangeiros), possibilitou o surgimento de epidemias, das quais se destaca a
Peste Negra, que matou 1/3 da população da Europa em meados do século XIV;
– a necessidade de uma quantidade cada vez maior de metal nobre (ouro e prata) para cunhar as
moedas em circulação, esgotou as jazidas européias, e os reinos passaram a misturar um metal de valor
menor, o que desvalorizou as moedas, aumentando os preços;
– a luta entre os reinos que estavam surgindo para a definição de suas fronteiras (políticas e
econômicas), aumentavam ainda mais os gastos do Estado, o que era repassado para a população em forma
de impostos, aumentando ainda mais a penúria da sociedade. Dentre as guerras medievais, a mais importante
foi a Guerra dos 100 Anos (1337-1453), entre a França e a Inglaterra;
– uma série de revoltas camponesas, chamadas “jacqueries”, completaram o caos vivido no período.
A solução para essas crises viria com o fortalecimento das Monarquias e com a expansão das
fronteiras comerciais europeias. Mas isso já significa o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna.

As feiras medievais

Por que as atividades comerciais cresceram na Baixa Idade Média?


A partir do século XI a produção de alimentos aumentou muito. Com isso, o excedente passou a ser
comercializado, levando ao crescimento da população e à melhoria das condições de vida. Depois, com as
Cruzadas, os comerciantes europeus tiveram acesso às rotas comerciais marítimas que haviam sido
bloqueadas pelos muçulmanos, principalmente àquelas que utilizavam o Mar Mediterrâneo. O comércio
entre Oriente e a Europa cresceu. O consumo entre os membros do clero e os nobres foi estimulado,
passando ambos a comprar produtos de luxo que não existiam no Ocidente.
Com o crescimento do comércio, a circulação de moedas na Europa aumentou bastante. Entre os
séculos XII e XIII, ouro e prata foram comercializados do Oriente até o Ocidente para confeccioná-las. Seu
uso voltou a se disseminar não apenas entre comerciantes, mas também entre servos e senhores. Algumas
taxas que os servos deviam aos seus senhores podiam ser pagas em moeda.
A partir do século XI, com o aumento da produção de alimentos, a população rural crescia cada vez
mais. Parte dessa população abandonou o campo para se dirigir às cidades, fugindo da exploração de seus
senhorios e buscando melhores condições de vida.
Nas cidades, eram comercializados alimentos e matérias-primas, como lã, couro e ferro. A produção
artesanal também se expandiu. Os artesãos, como os mercadores, passaram a se organizar de acordo com sua
profissão (carpinteiros, pintores, ferreiros, etc). Essas organizações foram chamadas de corporações de
ofício.
Ao longo das rotas comerciais e nos locais onde as feiras eram realizadas, surgiram novas cidades.
Muitas pessoas passaram a habitar nas regiões em que os mercadores paravam para realizar seus negócios ou
mesmo descansar. Também surgiram cidades nos arredores dos castelos, dos mosteiros e das grandes
propriedades senhoriais.
A crise do século XIV
O século XIV foi um período difícil na história da Europa do Ocidente, no qual ocorreram inúmeras
crises de fome. Mesmo com o aumento da produção agrícola, a quantidade de comida não foi suficiente para
alimentar tanta gente. Com os efeitos da crise, o artesanato, o comércio e a circulação de moedas também
diminuíram. Muitos dos que resistiram à fome não sobreviveram às doenças.
Os grandes proprietários desmataram bosques e florestas para aumentar as áreas de cultivo. Esse
desmatamento modificou o clima e o volume de chuvas na Europa e, entre 1314 e 1317, tempestades
acabaram com colheitas, diminuindo a quantidade de alimentos e, consequentemente, elevando os preços
dos produtos agrícolas. A fome passou a fazer parte do dia a dia da população.
Rotas e feiras comerciais
O mar Mediterrâneo voltou a ter um comércio importante com destaque para as cidades italianas de
Veneza e Gênova, importantes centros de comércio de produtos que vinham do Oriente, como especiarias,
perfumes, marfim, porcelanas e tecidos, tão cobiçados pela nobreza europeia.
No cruzamento das rotas marítimas, locais de encontros dos mercadores, surgiram feiras de
comércio. As feiras eram itinerantes, ficavam cerca de quatro semanas em cada cidade e reuniam
comerciantes de várias partes da Europa. Elas também assumiam um caráter festivo, com a apresentação de
vários músicos e artistas. O bom funcionamento e a segurança das feiras eram garantidos pela proteção dos
senhores feudais, que enviavam homens em troca do pagamento de taxas pelos mercadores.
Burgos e burgueses
As cidades medievais eram protegidas por muralhas, pois a segurança continuava sendo um
problema na Baixa Idade Média. Os habitantes dessas cidades muradas – chamadas de burgos – ficaram
conhecidos como burgueses. A maioria desses habitantes era composta de comerciantes e, por isso, as
palavras “burguês” e “burguesia” acabaram sendo utilizadas para nomeá-los.
O fortalecimento do poder real (do rei)
Durante a Baixa Idade Média, alguns reis feudais, como os da França e da Inglaterra, foram se
fortalecendo: centralizaram a Justiça, formaram exércitos e criaram moedas próprias.
Mas, com isso, nobres e cavaleiros foram perdendo seu prestígio e poder. Como muitos deles haviam
perdido suas terras, não tinham mais como conseguir vassalos. As armas que eles utilizavam foram se
tornando ultrapassadas. Os novos exércitos, como o dos ingleses, já utilizavam arcos longos, de grande
alcance e precisão, além de armas de fogo, usadas pela primeira vez na Europa em 1324.
As mulheres na Idade Média
Durante a Baixa Idade Média, a maioria das mulheres estava voltada para o casamento, que era
arranjado pela família ou até mesmo pelos senhores feudais. Em geral, a vida em família e as atividades do
lar eram suas principais preocupações.
Isso não quer dizer que elas não tivessem outras atividades. As camponesas trabalhavam na
agricultura com o restante da família, enquanto aquelas que moravam nas cidades ajudavam os maridos no
comércio local. Algumas profissões eram exclusivamente femininas, como a manufatura de tecidos.
Algumas delas eram poderosas proprietárias de terras. Estudiosos do período medieval na França
constataram que, dos 279 domínios franceses, 58 pertenciam a mulheres, um número superior ao que se
imaginava.
Outras mulheres também conseguiram se destacar pela inteligência, superando as dificuldades de
acesso ao conhecimento impostas pelos homens. Cristina de Pisano, que viveu na França na primeira metade
do século XIV, é um exemplo: era uma estudiosa, sabia latim, filosofia, escrevia poesias e textos sobre os
direitos da mulher.

Questões

1) Relacione as corporações de ofício com o comércio ligado aos senhorios.

2) Cite dois fatores que fizeram com que o comércio se intensificasse a partir do século XI.

3) Como podemos associar o crescimento do comércio com o surgimento de novas cidades?

4) Por que a circulação de moedas aumentou durante a Baixa Idade Média?

5) Cite dois fatores que expliquem a fome sofrida pela população europeia no século XIV.

6) Explique por que a nobreza feudal perdeu força na Baixa Idade Média.

7) Quais eram as principais ocupações da maioria das mulheres na Idade Média?

8) Qual é a relação entre a burguesia e as cidades?

9) Por que a frase seguinte é falsa?


“ As feiras medievais eram pequenos mercados instalados nas aldeias dos camponeses”.

10) Por que o Mar Mediterrâneo foi importante para o comércio na Baixa Idade Média?

Resolva a cruzadinha, a questão 2 e pinte os desenhos.

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