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Módulo 2

Pg. 20-26

A multiplicidade de poderes e crenças no espaço europeu teve origem particularmente nas


profundas mutações políticas, sociais e económicas que deram origem a trás grandes conjuntos
civilizacionais.
Depois da queda do império omano do ocidente (476), a anterior unidade imperial mediterrânea foi
sendo substituída por uma multiplicidade de novos estados, sobretudo de origem germânica, muitos
dos quais estão na origem de estados europeus da europa contemporânea.
Da inserção desses povos no mundo romano nasceu uma sociedade original. Nos reinos que se
foram formando os conquistadores, (cerca de 5% da população), acabaram por se misturar com as
populações romanas e romanizadas, operando-se uma síntese entre elementos romanos e
germânicos. Sob a ação evangelizadora de bispos e monges, o Cristianismo e o legado da cultura
greco-romana penetraram nos reinos bárbaros, emergindo uma nova civilização europeia cristã. Esta
foi sendo construída com uma identidade própria face a outros dois conjuntos civilizacionais que
rodeavam a bacia mediterrânea: No mediterrâneo oriental, herdeiro do império romano do ocidente,
o rico e próspero império Bizantino permanecera uma importante referência política e cultural para a
cristandade ocidental.
Quanto ao Islão, os Árabes, sob a direção de Maomé, que pregara uma nova religião, o Islamismo.
Apesar do cristianismo ser a religião comum à Igreja ocidental e oriental, no século 92 operou-se
uma cisão entre a Igreja ortodoxa(de tradição grega) e a Igreja católica (de tradição latina)
Esta divisão consagrou a separação entre uma Europa oriental de cultura grega e forte presença
eslava e uma Europa ocidental de cultura latina e forte presença germânica. A separação ficou ainda
mais marcada depoisdo século XIII, quando o Império Bizantino começou a sofrer a concorrência das
cidades italianas.
Assim, os contributos greco-romano, germano e cristão, fundindo-se em graus diversos,
constituíram o fundo comum da civilização da Europa Ocidental.

O Papa, bispo de Roma, é considerado a autoridade espiritual única e suprema:

•O Papa assegura, com toda a hierarquia da Igreja, o papel da Igreja na vida espiritual, na sociedade,
na cultura e também na vida política do ocidente europeu
• A Igreja Cristã Romana, e a sua hierarquia, desde os cardeais aos crentes laicos, obedece à
autoridade do Papa que é o chefe da Igreja

O Papa detinha:

• o poder religioso sobre toda a cristandade ocidental;


• o poder temporal (político) sobre os territórios do papado e sobre os reinos cristãos.
Os crentes que se dedicavam totalmente à vida religiosa eram os clérigos que constituíam um grupo
social privilegiado na sociedade medieval

No clero distinguia-se:
• o clero secular, que vivia numa paróquia ou bispado (curas ou vigários dirigidos por um bispo na
diocese);
• o clero regular, que vivia num mosteiro, geralmente separado do mundo, e que seguia uma regra.
No século XII e XIII, a Igreja inicia uma reforma interna e uma ação externa com vista a uma maior
disciplina e controlo dos abusos e ameaças externas à sua influência:

• Tomou medidas para controlar os abusos do clero, estabeleceu a eleição do Papa pelos cardeais
(Gregório VII – reforma gregoriana)
• Assumiu uma posição agressiva face aos heréticos (apoiantes de heresias ou de desvios à doutrina
da
Igreja)
• Incentivou a luta contra os infiéis do Islão, através das cruzadas
As cruzadas foram expedições militares e deram aos cristãos uma razão acrescida para a união na

Guerra Santa:

• contra os muçulmanos (Islão), tendo em vista a conquista da Terra Santa;


• para apoiar Constantinopla (Igreja Ortodoxa Grega) face ao avanço e ameaça do Islão;
• em apoio à Reconquista Cristã contra o domínio muçulmano na Península Ibérica.

Pg.29-41

A Expansão Agrária

Entre os séculos XI e XIII vamos assistir a uma alteração na paisagem rural.


Nunca houve um incremento excecional na produção agrária, que era de subsistência, mas a
generalização dos inventos técnicos, associados a alguns adubos de origem animal, acabaram por
permitir um aumento do rendimento dos solos.
Os instrumentos destinados a trabalhar a terra tiveram boas inovações que, aliadas a novas
modalidades de atrelagem dos animais e ao emprego crescente do ferro nos utensílios agrícolas,
beneficiaram a produção dos campos.
As terras começaram a ser procuradas e tratadas de uma forma mais organizada e sistemática
através do afolhamento com rotação trienal de culturas, que substituiu a tradicional divisão da terra
em apenas duas folhas (uma lavrada e outra em pousio) e também através da fertilização dos
campos com marga e cinzas e a maior utilização de estrume animal melhorou a qualidade dos solos.
A abundância de alimentos refletiu-se, de imediato, no aumento da população, que quase chegou a
duplicar na Europa. Quando as grandes fomes recuaram, diminuíram também as epidemias, porque,
mais bem alimentadas, a população tornou-se mais resistente à doença.

Dinamização das trocas regionais

No século XIII a terra deixou de ser a principal fonte de rendimento dos proprietários pois agora
havia excedentes que precisavam ser escoados para o mercado.
Isso não só permitiu um maior rendimento económico, como retirou os produtos do “nível de
subsistência” em que até aí se encontravam, passando dessa forma a contribuir para uma maior
dinamização do comércio e da economia.
Algumas cidades medievais animavam-se em determinadas épocas do ano, devido às feiras
internacionais.
Mas era nos mercados agrícolas que a vida económica se estabelecia, criando uma ligação contínua
entre a cidade e o campo. Com uma regularidade semanal ou mensal, era ali que se comercializavam
os produtos da terra.
As necessidades cada vez maiores da população urbana representava para o camponês um mercado
onde podia vender os seus excedentes.
Com a venda dos produtos, o campo começava a integrar-se nos circuitos comerciais.
Produtos como: cereais, vinho, queijo, lã, linho, couros, peles, resinas e madeiras, davam aos
almocreves (atuavam como intermediários nas ligações cidade-campo, a possibilidade de fazer as
trocas necessárias desde os produtos alimentares aos produtos manufaturados, onde fossem mais
necessários).
A criação de regulamentação dos mercados, punia severamente quem vendesse fora do horário
regulamentar ou pelo caminho, bem como se açambarcar ou aumentasse exageradamente o custo
dos produtos.
Era uma preocupação das autoridades urbanas, fazer cumprir a lei, pois era necessário que as
mercadorias chegassem ao seu destino, para que houvesse eficácia no abastecimento.
A pouco e pouco a natural rede de trocas foi-se alargando a circuitos mais vastos e n
ao tardou que um intenso comércio regional reanimasse as estradas e os rios europeus
estabelecendo ligações mais sólidas entre a produção e o consumo.
Surgiram então, as feiras, primeiro de uma forma ocasional de mercadores itinerantes, depois, com
o crescente volume de comércio, tornaram-se periódicas (anuais), associando-se por vezes a
festividades religiosas.
Como se mostravam um fator de desenvolvimento económico, os reis começaram a perceber que
seria melhor se incentivassem a sua realização,e, por essa razão, surgiram as cartas de feira, que
consagraram direitos e deveres aos feirantes.
O renascimento urbano dinamizou toda a vida económica que passou a orientar-se para o mercado
e para o lucro, que levou à afirmação de uma economia monetária.

As rotas do comércio externo

O comércio externo dos séculos XI, XII e XIII, devido a uma sólida rede comercial passa então a cobrir
a Europa, apoiada em três polos: Norte, Flamengo e Alemão; o sul italiano; uma zona intermédia a
funcionar como polo de ligação norte-sul: Champagne.

As cidades Italianas

No mediterrâneo o destaque vai para as cidades de Veneza, Génova, Pisa e Amalfi. Para além de
estabelecerem relações comerciais com o resto da Europa faziam permutas com a Síria, Bizâncio e
Egito e ainda com as rotas do Oriente.
Da Ásia chegam ao território europeu, especiarias, produtos luxuosos e metais tornando o
Mediterrâneo um dos polos de maior atividade marítima. Às cidades italianas juntam-se também
Marselha e Barcelona.
Com o recuo mulçumano em 1905, o mediterrâneo abriu novas possibilidades comerciais às cidades
italianas.
Embora inimigas e rivais, retomam as rotas comerciais antigas em direção à Ásia e ao longínquo
Oriente. Dali chegam especiarias, tecidos, pérolas, pedras preciosas e sedas raras.
A circulação das moedas de ouro, desenvolveram a atividade financeira.

A Flandres

As cidades manufatureiras como Grand, Ypres, Bruges, Donai da região da Flandres, acresce uma
prosperidade industrial, que tem o seu foco na lã e nos lanifícios, na altura produtos considerados de
luxo. Muito bem situada geograficamente, ali eram atraídos mercadores de toda a Europa.
Como um centro de confluência e redistribuição de comércio europeu, Bruges era uma das cidades
mais prósperas.

O comércio da Hansa

Construída no século XIII, a Liga Hanseática, tinha como objetivo assegurar o monopólio de
comércio dos mares do Norte e Báltico. Protegia os comerciantes de uma determinada região e
defendia os seus interesses, consagrando mais de 90 cidades do norte da Europa.
Transacionava cereais da Prússia e Polónioa; peles, gordura, madeira e peixe seco da Rússia e
Noruega; Realizavam também fretes marírimos.

As Feiras de Champagne

Do norte de França, na região de Champagne, situada no eixo de circulação terrestre da Lombardia à


Toscana, passando pelo Reno, chegavam mercadores de toda a Europa, em ligação com os
mercadores da Flandres para as feiras internacionais que aliu se realizavam periodicamente.
As mercadorias que ali se transacionaram não a retalho, mas em grandes quantidades, permitiam
que as seis feiras anuais, de 50 dias, atraíssem muitas pessoas, mercadorias e capital.

Novos Meios de Pagamento

Viajar com dinheiro na Idade Média, era perigoso e por essa razâo ciraram-se as primeiras
modalidades de pagamentos em papel.

Letras de Câmbio: Título de crédito em que o credor/sacador, ordena a um devedor/sacado, que


numa data perante a apresentação daquela letra se pague certa quantia a ele ou a alguém designado
por ele.

Cheques: Título de crédito em que o sacado é um banco.

A igreja que condenava o lucro e o comércio de dinheiro, não ficou muito satisfeita, mas os
banqueiros e os mercadores acabaram por ver legitimados no século XII, os seus lucros, bem como
reconhecida a sua importância social.
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Ocupação moura na Península Ibérica

● Em 711 mulçumanos vindos do Norte de África invadiram a P.I ocupada naquele tempo pelos
Visigodos que se haviam convertido ao cristianismo.

● Os mulçumanos derrotaram os Visigodos na Batalha de Guadalete, levando os cristãos a


refugiarem-se nas Astúrias, locval montanhoso de difícil acesso. Os cristãos passaram a fazer
uma Guerra de Guerrilha

● Nas Astúrias os cristãos reorganizaram-se para Reconquistar as terras perdidas sob o


comando de Pelágio

● Os cristãos derrotaram os mulçumanos na Batalha de Covadonga em 722

● A Reconquista Cristã foi feita com o auxílio das cruzadas

● Os avanços e recuos dos cristãos levaram à formação de reinos cristãos independentes: Leão,
Castela, Navarra, Aragão, Galiza e Catalunha.

● A Reconquista Cristã continuou para sul


● Nestas guerras foi fundamental o auxílio das Ordens religiosas e militares
● Após a Batalha de Zalaca (1806) o rei de Leão e Castela, D.Afonso VI pediu auxílio a cavaleiros
franceses
● Neste grupo de guerreiros destacaram-se D.Henrique e D.Raimundo
● Como recompensa pelos serviços prestados, ao rei D.Afonso VI deu em casamento D.Urraca,
sua filha legítima, a D.Raimundo. E a D.Henrique deu em casamento a sua ilegítima D.Teresa.

● Além do casamento com D.Teresa, D.Henrique recebeu o Condado Portucalense


● D.Henrique enquanto vassalo de D.Afonso VI tem direitos e deveres

Deveres de D.Henrique para com D.Afonso VI


● Obediência ao Rei de Leão
● Apoio militar ao Reino de Leão
● Conquista de terras aos mulçumanos
Direitos de D.Henrique para com D.Afonso VI
● Governo do Condado Portucalense
● Posse das terras conquistadas aos mulçumanos

Continuação…

● D.Henrique pretendia a autonomia do condado


● D.Henrique morreu em 1112 e deixou um filho varão D. Afonso Henriques. Como este tinha
apenas 3 anos D.Teresa assumiu o governo do condado
● D.Teresa aliou-se a um nobre galego D.Fernão Peres de Trava, esta união poderia levar a
junção entre o Condado da Galiza e o Condado Portucalense.
● Isso levou ao descontentamento dos nobres portucalenses estes convenceram D.Afonso
Henriques a enfrentar as tropas da mãe. Esta batalha foi a Batalha de S.Mamede (1128)
● Em 1139, D.Afonso Henriques derrota os mouros na Batalha de Ourique.
● A partir desta batalha D.Afonso Henriques passou a usar o título de rei o que originou
conflitos entre o português e o seu primo D.Afonso VII de Leão e Castela.
● A paz foi feita no Tratado de Zamora em 1143 onde D.Afonso VII aceita a dependência do
Condado Portucalense e D. Afonso Henriques como seu rei.
● Em 1179 o Paapa Alexandre III emitiu uma bula (Bula Manifestis Probatum) que declarou o
Condado Portucalense independente do Reino de Leão, e D. Afonso Henriques, o seu
soberano. Esta bula reconheceu a validade do Tratado de Zamora,

● O Tratado de Badajoz foi assinado em 1267 e reconheceu Silves como território português
● Em 1297 assinou-se o Tratado de Alcanises e por ele se restabelecia a paz, fixando-se os
limites fronteiriços entre os dois reinos.

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