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O Dinamismo económico da Europa Ocidental no séc.

XIII

Ao longo da Idade Média os mercadores medievais tiveram que aplicar novas técnicas
comerciais que lhes asseguraram mais facilidade e segurança durante as suas transações
comerciais.
Para facilitar as trocas comerciais deixaram de se realizar trocas diretas, em que os
produtos eram trocados diretamente por outros que fizessem falta, embora estas trocas
tivessem vários inconvenientes, pois, por exemplo, era difícil atribuir um valor justo aos bens
que iam ser trocados e era necessário encontrar outro indivíduo que tivesse os mesmos
interesses. Com os primeiros pagamentos em moeda-papel e os primeiros seguros,
passaram a efetuar-se trocas indiretas, em que se trocava um produto por moeda e depois
a moeda por um novo produto. Para isto desenvolveu-se a atividade dos cambistas e dos
banqueiros que fizeram parte do pioneirismo financeiro e comercial (doc. 26 A e B).
Os mercadores nesta época eram sobretudo viajantes, por isso tiveram de se
aventurar e percorrer longas distâncias, pois os grandes polos comerciais localizavam-se na
Flandres, na Hansa, nas grandes cidades italianas e nas feiras medievais na Champagne.
Para atrair os feirantes, os reis e os senhores às feiras de Champagne, ofereciam-se
condições vantajosas de alojamento e armazenamento, bem como a isenção ou a redução
dos impostos. Também garantiam a segurança dos mercadores (na feira e na viagem de ida
e volta) por meio de um salvo-conduto (uma licença escrita que se dava aos comerciantes
para que estes não fossem incomodados na viagem pelas tropas ou autoridades) (doc. 25A-
“... sob a sua proteção todos os mercadores, todas as mercadorias e todas as pessoas que
venham à feira…”). As feiras de Champagne decorriam nas cidades de Provins (Feira de
maio e Feira de Santa Ayoul), Lagny, Bar-sur-Aube e Troyes (Feira quente e Feira fria).
Estas feiras desenrolaram-se segundo um calendário preciso e identificado que se estendia
praticamente todo o ano, sendo assim um mercado contínuo (doc. 25 C).
Na Idade Média, a Flandres era uma região urbanizada e uma potência comercial,
dado à indústria de lanifícios. Esta atraía, dado à sua localização geográfica, mercadores
dos quatro cantos do mundo que transportavam produtos mediterrânicos e especiarias
orientais. Bruges, o centro comercial de Flandres, era o local mais cosmopolita da Europa,
lá eram transacionadas peles, madeira e cera do Norte, os vinhos, sal e azeite da Península
Ibérica, especiarias do Oriente, alúmen da Síria e lãs de Inglaterra. Flandres tinha dois
grandes edifícios, sendo um deles para grandes quantidades e tecidos de lã e o outro para
as lojas dos comerciantes.
As hansas ou guildas eram associações mercantis com o objetivo de proteger os
comerciantes, já que naquele tempo o comércio à distância era bastante perigoso, (doc.22-
“ ... realizar uma defesa eficaz contra piratas, bandidos e outros salteadores de terra e de
mar, a fim de impedir que pelas suas ciladas os mercadores se vejam despojados de bens e
proventos.”). De todas as associações mercantis, aquela que teve maior relevância, pois
uniu as cidades do Mar do Norte e do Mar Báltico, foi a Hansa Teutónica ou simplesmente
Hansa, esta foi constituída em meados do século XIII com o propósito de assegurar o
monopólio do comércio do Mar Báltico e do Mar do Norte, (doc.22- “A Hansa Teutónica é
uma confederação permanente de cidades, vilas e comunidades para assegurar o
desenvolvimento favorável e o sucesso em terra e no mar…”). As principais cidades
hanseáticas eram Hamburgo, Dantzig, Riga, Colónia e Lubeque.
De todas as regiões da Europa as cidades italianas foram as que melhor
preservaram o saber das ligações mercantis (doc.24). Amalfi, Génova, Pisa e Veneza
dedicaram-se bem antes do século XI, ao comércio marítimo. Com o recuo do domínio
mulçumano no Mediterrâneo e com a sua abertura ao comércio europeu, essas cidades
tornaram-se “rivais” no que diz respeito às rotas comerciais que levavam à Ásia Menor, à
Síria e ao Egito.
Por essas rotas chegavam aos mercados europeus as especiarias, os tecidos finos.
As pérolas, as pedras preciosas e o Alúmen.
Em 1186 uma licença de comércio foi concedida aos mercadores de Pisa (Licença do
Califa doc.23). Mas com essa licença veio também algumas restrições como: não era
permitido desembarcar ou permanecer em outras terras (“…sem que lhes seja lícito
desembarcar ou permanecer noutras terras dos Amoádas..” doc.23), Só poderiam ali ficar
se lhes ocorrer de enfrentar alguma tempestade, entretanto deveriam arranjar alimento e
tratarem de reparar os navios, (doc.23 “... onde poderão munir-se de vitualhas e reparar os
navios…”),sem qualquer tentativa de transação económica ou contacto com os habitantes.
(doc.23 …” A não ser que a força da tempestade os constranja a salvarem-se, deitando a
âncora em alguma praia, Não poderão no entanto vender ou comprar aí alguma coisa, nem
tratar de comércio, nem conversar com algum dos habitantes..”).

Alunas:
Magda Almeida
Matilde Reis
Sara Val-do-Rio
Rílary Silva

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