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ÍNDICE GERAL
A ÍNDICE REMISSIVO
Impressão: Agir
Rua Particular, Edifício Agir
Quinta de Santa Rosa
2680-458 camarate
deco.proteste.pt/guiaspraticos
A
Prefácio
Escolher aquilo de que realmente precisa, comprá-lo ao melhor preço
e evitar os desperdícios. É isso que queremos ajudá-lo a fazer. Neste guia
prático vai descobrir muitas medidas de poupança no dia-a-dia, que poderá
pôr em prática sem reduzir o seu bem-estar.
• No capítulo 4 vai saber como gastar menos com a habitação, quer opte por
arrendar ou comprar. Isto inclui, entre outros, os encargos na manutenção,
os equipamentos e os impostos.
4
A
5
A
Índice
CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 3
Orçamentar e poupar A alimentação
Preparar as refeições 44
CAPÍTULO 2 Conselhos gerais para cozinhar 45
Comprar a bom preço Cozinhar a gás 46
Cozinhar a eletricidade 46
Procurar os bons negócios 18 Cozinhar no forno 48
Promoções 18 Usar o micro-ondas 48
Saldos 18
Modelos antigos 19 A loiça 48
Modelos de exposição ou ligeiramente Poupar na lavagem na máquina 50
danificados 19 Poupar na lavagem à mão 50
Modelos devolvidos 20
Compras em segunda mão 21 Conservação dos alimentos 51
Conservar à temperatura ambiente 51
Os descontos 23 Refrigerar 52
Porquê um desconto? 24 Congelar 55
Condições relativas aos descontos 25 Os restos 59
Como obter um desconto? 25
6
A
CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6
A energia e a água O automóvel
7
A
8
A
Capítulo 1
Orçamentar
e poupar
A Gastar menos, viver melhor
Se pretende poupar, fazer uma lista das suas despesas habituais vai facilitar-
‑lhe a vida. Neste capítulo, indicamos‑lhe como contabilizar as receitas e as
despesas, para fazer o seu orçamento familiar e identificar mais facilmente
as poupanças possíveis.
Elaborar um orçamento
Anotar sistematicamente as suas despesas permite‑lhe ganhar consciência
de quanto gasta e em quê, chamando de imediato a atenção para eventuais
custos desnecessários. Ou seja, o simples facto de as registar pode, desde
logo, ajudar a reduzi‑las. Crie categorias, como, por exemplo, habitação,
eletricidade, gás, vestuário, automóvel, educação, etc., e anote os mon-
tantes correspondentes. Esta visão de conjunto será muito útil para iden-
tificar quais são as despesas mais importantes e onde é possível poupar.
Em seguida, elabore um orçamento, ou seja, um plano geral de todos os seus
ganhos e despesas durante um determinado período. Este permite identifi-
car como o agregado familiar gasta aquilo que ganha. De facto, não há orça-
mentos iguais: cada família faz as suas próprias escolhas, determina as suas
prioridades em matéria de despesas e, como tal, emprega os seus recursos
de maneira específica.
10
A Orçamentar e poupar
Receitas Montante
mensal
Salário líquido ___________
Subsídio de férias * ___________
Subsídio de Natal * ___________
Prémios * ___________
Rendas a receber ___________
Juros de aplicações financeiras * ___________
Outras receitas * ___________
Total ___________
Despesas Montante
mensal
Renda ou prestação de crédito hipotecário ___________
Outras prestações de crédito ___________
Água, eletricidade e gás ___________
Taxas e impostos * ___________
Telecomunicações ___________
Seguros * ___________
Quotizações ___________
Assinaturas e subscrições ___________
Transportes e/ou combustíveis ___________
Alimentação ___________
Férias * ___________
Vestuário * ___________
Equipamentos vários * ___________
Outras despesas ___________
Total ___________
* Sabe qual é o montante anual? Então divida‑o por 12 para obter um valor mensal.
11
A Gastar menos, viver melhor
Anotar as receitas
Para a maioria das pessoas, o salário constitui a fonte de rendimentos mais
importante. Anote os montantes líquidos, pois o que importa é o dinheiro
que pode gastar. O salário líquido é o montante que o seu empregador
deposita mensalmente na sua conta, depois de retirados os descontos para
a Segurança Social e a retenção na fonte do IRS. Conte ainda com o subsí-
dio de férias e o de Natal, eventuais prémios ou participação nos lucros da
empresa. Os montantes que são concedidos apenas uma vez por ano têm de
ser convertidos em valores mensais. Se for trabalhador independente, con-
verta o seu rendimento anual líquido (subtraídos os custos com a atividade,
a Segurança Social e os impostos) num valor mensal. Pode basear-se nos
montantes do ano anterior ou fazer uma projeção global.
Anotar as despesas
Uma grande parte dos rendimentos mensais é imediatamente absorvida
pelos pagamentos correntes: renda ou prestação do crédito à habitação,
faturas da eletricidade e do gás, mensalidades diversas. São os encargos fixos,
que pouco ou nada variam de um mês para outro. Encontra-os facilmente
no extrato bancário.
Quanto aos custos variáveis, dependem muito dos seus hábitos ao longo
de um determinado período. Por exemplo, a frequência com que vai ao
restaurante ou dos passeios de fim de semana. Geralmente, é mais difí-
cil fazer o apanhado de todas estas despesas e ter uma panorâmica geral.
Desde logo, esforce-se por seguir-lhes o rasto e quantificá-las. Muitas vezes,
terá de fazer uma estimativa e converter este montante anual num valor
mensal.
12
A Orçamentar e poupar
BANCA ONLINE
O acesso à conta bancária através da internet (homebanking) facilita o levantamento das
receitas e despesas. Com efeito, a generalidade dos bancos oferece aos seus clientes a
possibilidade de consultar separadamente os créditos e os débitos. Alguns até já fazem
o trabalho por si, agregando as receitas e as despesas por categorias, apresentando-as
de forma sistematizada e mostrando a sua evolução ao longo dos últimos meses. É uma
ajuda preciosa para seguir o rasto ao seu dinheiro.
Economizar
Até as pessoas mais poupadas podem desperdiçar centenas de euros
por ano sem darem por isso. Por exemplo, em casa gasta-se demasiada
energia. Se utilizar apenas lâmpadas de baixo consumo, apagar as luzes
quando não são necessárias, baixar alguns graus a temperatura do aque-
cimento e moderar o uso do ar condicionado estará a poupar dinheiro
sem grande esforço e, ainda, a contribuir para reduzir a emissão de
contaminantes.
Como veremos ao longo deste livro, há muitas outras áreas onde é possível
poupar ou reduzir as despesas. Instalar dispositivos de poupança de água
no chuveiro e no autoclismo, reduzir a utilização do carro e manter sempre
a pressão adequada nos pneus, para evitar o desperdício de combustível,
gerir de forma mais atenta as compras de supermercado e guardá-las em
boas condições de conservação... Contas feitas, muito dinheiro que pode-
mos facilmente poupar.
13
A Gastar menos, viver melhor
14
A Orçamentar e poupar
Se, durante 30 anos, conseguir economizar 1200 euros por ano (100 euros/
mês), tendo em conta um rendimento anual de 2%, terá constituído uma
poupança de quase 50 mil euros.
Poupança Poupança
anual (€)1 10 anos (€)2
anual de 2%.
15
A
A
Capítulo 2
Comprar
a bom preço
A Gastar menos, viver melhor
Promoções
Todas as semanas, a sua caixa de correio é inundada de folhetos promo-
cionais. Sobretudo nos setores muito concorrenciais, como o dos eletro-
domésticos, as ofertas sucedem-se e os preços são constantemente ajusta-
dos para atrair a clientela. É uma boa razão para estar atento a este tipo de
promoções.
A maior parte destas ofertas é temporária ou apresenta-se como tal. A men-
sagem subjacente é evidente: aproveite já ou a promoção vai passar-lhe ao
lado! Pressionado a tomar uma decisão rapidamente, terá pouco tempo para
refletir e há o risco de fazer uma compra precipitada. Não se deixe influen-
ciar demasiado. O caráter temporário das promoções é mais flexível do que
parece. Por vezes, os preços promocionais são mantidos depois de a campa-
nha já ter terminado.
Saldos
Os saldos podem realizar‑se em qualquer época, desde que, no total, não
durem mais de 124 dias por ano. É nestes períodos que os comerciantes,
sobretudo os que vendem vestuário e calçado, aproveitam para escoar os
restos das coleções. As reduções de preços praticadas, nalguns casos muito
18
A Comprar a um bom preço
Para ter a certeza de que faz uma boa compra, compare o preço de saldo
com o anterior. A lei obriga a indicar a informação necessária para que esta
comparação seja possível. Por exemplo, poderá ter ambos os preços ou um
deles e a percentagem de redução. A referência para calcular a redução
apresentada terá de ser o valor mais baixo a que o produto foi vendido nos
90 dias que antecederam o início dos saldos ou promoções (exceto preços
de outros saldos ou promoções que tenham ocorrido nesse período).
Modelos antigos
Quando surgem novos modelos de determinados bens, os antigos são
vendidos a um preço inferior. É uma oportunidade a aproveitar, já que a
diferença pode ser substancial. Se as novas características e funcionalida-
des não tornarem o modelo anterior obsoleto, ou, ainda que tal aconteça,
mantiver o interesse em adquiri-lo, não hesite em perguntar ao comer-
ciante se ainda o tem.
Saber qual é o ritmo de rotação habitual do produto permite-lhe avaliar
melhor a sua margem de manobra e antecipar a negociação. Pergunte
quando é que o artigo que lhe interessa começou a ser vendido e qual a perio-
dicidade com que chegam os novos modelos. O vendedor estará mais pre-
disposto a conceder-lhe um desconto quando o período de comercialização
se aproximar do final, pois não poderá dar‑se ao luxo de manter os modelos
antigos na loja por muito tempo.
19
A Gastar menos, viver melhor
Modelos devolvidos
Outra opção para comprar mais barato são os artigos devolvidos, por con-
sumidores insatisfeitos, e postos à venda a um preço mais baixo. Poderão
ser uma alternativa interessante, desde que o comprador saiba que se trata
de modelos devolvidos. O que nem sempre é o caso. Irá aperceber-se facil-
mente destas situações se estiver atento aos seguintes pontos:
— a embalagem é a original e encontra-se intacta?
— a embalagem interior apresenta uma fita adesiva suspeita?
— há dedadas nos botões ou no comando à distância?
Nas lojas que propõem uma garantia de reembolso, caso não fique satisfeito,
o risco de adquirir um modelo devolvido é mais elevado do que nas restan-
tes. Da mesma forma, haverá maior probabilidade de comprar um modelo
de exposição ou demonstração nas lojas muito pequenas, onde, para evita-
rem custos suplementares, os comerciantes não compram modelos exclusi-
vamente destinados a demonstração.
20
A Comprar a um bom preço
COMPARAR PREÇOS
Uma boa forma de poupar é comparar os preços. Se o fizer através da internet, irá também
ganhar muito tempo. Para garantir bons negócios e saber se os descontos valem mesmo a
pena, recorra às ferramentas que disponibilizamos no nosso site.
21
A Gastar menos, viver melhor
não é um bom negócio para o ambiente nem para a sua carteira. Mais vale
investir num eletrodoméstico recente e com uma boa classificação de efi-
ciência energética. Para outros produtos, poderá poupar muito dinheiro.
Procure os anúncios em jornais e em publicações especializadas. Ou então
dirija‑se a lojas de artigos em segunda mão e às feiras que os comercializam.
A internet é uma plataforma de eleição para adquirir bens em segunda mão
a preços baixos. Eis alguns sítios que pode visitar: www.olx.pt, www.custo-
justo.pt, www.coisas.com, www.segunda-mao.net ou www.facebook.com/
marketplace/.
22
A Comprar a um bom preço
Os descontos
A lei portuguesa proíbe a fixação dos preços. Regra geral, o fabricante ou o
importador indicam um preço recomendado e, em seguida, o comerciante
é livre de aumentar ou reduzir esse valor. Quanto ao consumidor final, cada
vez mais fatores facilitam a tarefa de negociar um desconto na loja. Explica-
mos como fazê-lo.
23
A Gastar menos, viver melhor
Porquê um desconto?
Conhecer as motivações do comerciante melhora a posição negocial do
cliente. Vejamos, então, algumas das razões para lhe fazerem um desconto:
— para os comerciantes, é essencial vencer a concorrência e convencer os
clientes a comprar na sua loja e não na do lado. Um preço competitivo
pode, nesta perspetiva, ser o argumento que faz a diferença;
— para escoarem a sua produção, muitas marcas pressionam os comercian-
tes e, por exemplo, só fazem entregas aos que adquirem determinadas
quantidades. Assim, os que comprarem menos poderão não ter acesso
à rede de distribuidores e, em consequência, ficam impossibilitados de
vender os produtos dessa marca. Os distribuidores também não fogem à
regra: muitos têm de vender uma quantidade mínima para distribuírem a
marca. Se não atingirem a quota fixada, o preço de compra poderá subir.
Alguns fabricantes não hesitam em retirar-lhes a licença de distribuição.
Face a estas pressões, é natural que os comerciantes tentem escoar os
seus produtos a preços reduzidos;
— as lojas online conseguem vender mais barato do que as tradicionais
porque chegam diretamente ao consumidor e não têm encargos dis-
pendiosos com stocks, atendimento e espaços de exposição. Isso signi-
fica, também, que o comprador não terá oportunidade de ver os pro-
dutos antes de os comprar e pode ter mais dificuldade em esclarecer
dúvidas ou pedir informações adicionais. Os setores em que a internet
desempenha um papel importante, como o do equipamento informá-
tico, apresentam sempre mais descontos. Para não perderem clientes,
os lojistas estão por vezes dispostos a ajustar os seus preços com os da
internet;
— ao fazer descontos, o comerciante espera que o cliente se lembre que a
loja tem bons preços, se sinta tentado a comprar alguns extras e… volte
sempre.
VALES DE DESCONTO
Com o seu vale de desconto na carteira, vai fazer compras a uma determinada loja e,
ao efetuar o pagamento, é-lhe descontado o montante ou a percentagem indicados no
vale apresentado. Os vales de desconto atraem clientes que, de outra forma, provavelmente
nunca entrariam na loja. São distribuídos de várias formas, incluindo as caixas do correio,
os jornais e as revistas e a própria embalagem de produtos adquiridos. A internet não é
exceção: basta inserir os termos “vales de desconto” num motor de busca para os encontrar.
Certifique-se de que os vales de desconto não o levam a fazer compras inúteis. Além disso,
mesmo a preço reduzido, muitos artigos de marca continuam a ser mais caros do que os
das marcas concorrentes menos conhecidas.
24
A Comprar a um bom preço
A oferta e a procura
Quando a procura de um determinado produto é superior à oferta, a proba-
bilidade de conseguir um desconto é mais reduzida. De facto, quanto mais
interessados houver, menos o comerciante terá de se esforçar para vender o
seu produto. A regra aplica‑se, muitas vezes, aos produtos bem classificados
nos testes comparativos da deco proteste.
Na situação inversa, ou seja, quando a oferta é muito superior à procura,
é mais fácil obter descontos. Contudo, as diferenças de preço nos vários
locais de venda serão mais reduzidas e é provável que os descontos não
sejam muito significativos. É o que acontece nos segmentos sujeitos a uma
forte concorrência há já alguns anos (a oferta de televisores é um bom
exemplo).
Os distribuidores exclusivos
Tratando‑se de uma marca comercializada por distribuidores exclusi-
vos, a probabilidade de obter um desconto é muito reduzida. Algumas
marcas dão muita importância à imagem de exclusividade e esforçam-se
por controlar os seus preços em todos os locais de venda. Desta forma,
os consumidores não devem esperar que um produto vendido numa loja
a um determinado preço esteja disponível noutro local por um valor mais
baixo.
Embora contrarie a lei da concorrência, este tipo de cenário é frequente.
Algumas marcas ameaçam mesmo retirar a licença de distribuidor autori-
zado aos revendedores que praticam descontos. Se a marca for muito con-
ceituada, o comerciante irá pensar duas vezes antes de se arriscar a perder
a respetiva licença.
25
A Gastar menos, viver melhor
Agir rapidamente
Multiplica as hipóteses de obter um desconto quando, para utilizar uma
imagem expressiva, o seu automóvel está à porta da loja, pronto a carregar.
Dar a entender, claramente, que quer comprar o produto, reforça a sua
posição negocial. Regra geral, os comerciantes estão mais predispostos a
conceder bons descontos se for para venderem de imediato. Este “fenó-
meno” é sobejamente conhecido na psicologia dos processos de decisão.
Diversos estudos revelam que os potenciais clientes são mais ousados nas
escolhas a curto prazo do que a longo prazo. Se o vendedor perceber que
o cliente ainda vai pensar, irá fazer o mesmo. E não há dúvidas de que irá
tomar uma decisão muito mais racional: optar por uma margem de lucro
confortável.
Escolher o momento
Negociar um desconto pode ser um processo demorado. E nenhum vende-
dor vai querer perder tempo quando a loja está cheia de gente. É do seu inte-
resse entrar na loja ao final do dia. É uma altura mais calma e o comerciante
vai querer terminar o dia com uma boa venda.
Ousar
Muitas pessoas sentem-se desconfortáveis com a ideia de “pedinchar” numa
loja e nunca irão fazê‑lo. Outras temem ficar mal vistas em caso de recusa.
É necessária audácia para negociar um desconto. Mas talvez descubra em si
próprio aquela pequena dose de coragem suplementar para avançar se tiver
em conta que:
— para a maioria dos comerciantes, os descontos são uma coisa normal e
que negoceiam de boa vontade;
26
A Comprar a um bom preço
— pedir um desconto pode ser visto como pedinchice, mas também como
negociação inteligente.
Avaliar a situação
O tato e a psicologia nunca estarão a mais numa negociação. Reavalie em
permanência a sua posição negocial. E não se esqueça de que a simpatia é
sempre melhor conselheira do que o mau humor. De facto, o comerciante
não é obrigado a conceder‑lhe um desconto e, para todos os efeitos, fazê-lo
é sempre um favor.
Ser realista
A frequência com que são anunciadas descidas de preços radicais leva algu-
mas pessoas a pensar que isso é possível em todos os produtos. Na prática,
os descontos superiores a 30% são raros e há poucos produtos em que o
comerciante disponha de uma margem de lucro tão significativa. Avalie a
margem do comerciante antes de iniciar as negociações, para que estas
sejam realistas. Pedir um desconto excessivo não lhe servirá de nada e pode
inviabilizar as negociações.
27
A Gastar menos, viver melhor
Outros conselhos
— Comece por comparar os preços, para avaliar melhor as suas possibilida-
des de negociação;
— reflita previamente sobre as suas necessidades reais: as negociações serão
mais direcionadas;
— defina o montante máximo que está disposto a pagar. Por estranho que
pareça, é muitas vezes quando estão mais determinadas em negociar
que as pessoas acabam por pagar mais do que tinham previsto. De facto,
o comerciante pode tornar uma proposta mais atrativa, oferecendo-lhe,
por exemplo, diversos acessórios. Mas se, no final, o preço do produto se
mantiver inalterado, terá pago mais do que desejava;
— peça o máximo de informações sobre os produtos que escolheu e deixe
bem claro que também se informou noutros sítios e que está a par do
mercado. Mantenha-se tranquilo e não se mostre demasiado solícito ou
apressado, dando trunfos ao comerciante;
— tenha em conta a época do ano. Em princípio, será mais fácil negociar o
preço de uma manta de lã ou de equipamento de esqui em pleno verão,
já que a procura será reduzida;
— sendo viável e adequado à situação, compre em grandes quantidades e
negoceie um desconto invocando essa razão. Mas não encha a casa de
produtos de que não necessita ou a que não conseguirá dar uso em tempo
útil, antes de se estragarem;
PREÇO E SERVIÇO
É útil conhecer e pôr em prática as melhores estratégias para obter descontos, mas tam-
bém convém ter em mente que, no final, o preço não é a única variável que conta. E que o
desconto pode sair caro se a qualidade do serviço pós-venda não estiver à altura. Portanto,
pode ser interessante pagar um pouco mais por esse serviço.
• Quanto mais curta for a margem do comerciante, menos disposto ele estará a apoiá-lo no
pós-venda. De um ponto de vista formal, mantêm-se os mesmos direitos em matéria de
serviços e garantias, mas, na prática, nem sempre é o caso.
• As lojas especializadas são muitas vezes mais caras do que os outros canais de venda, mas
fornecem, frequentemente, explicações mais detalhadas e serviços suplementares. Se tiver
de mandar reparar a sua televisão, ficará mais satisfeito se lhe emprestarem outra durante
a reparação. E, se ocorrer uma avaria, uma boa assistência do vendedor será muito valiosa
para resolver a situação com a máxima eficácia.
• É provável que os funcionários das lojas especializadas conheçam bem os produtos que
vendem, o que tem muitas vantagens, já que poderão ajudá-lo a identificar o produto que
melhor corresponde às suas necessidades e à sua carteira. Assim, avalie bem a importân-
cia que atribui ao serviço e o montante que está disposto a consagrar-lhe.
28
A Comprar a um bom preço
O cartão de cliente
É muito provável que tenha vários cartões deste tipo na sua carteira, já que
são muito comuns. Os cartões de cliente prometem descontos interessan-
tes. Mas será que cumprem as promessas e satisfazem as suas expectativas?
O objetivo declarado destes cartões é fidelizar o cliente a uma marca ou loja,
recompensando-o com vantagens ou ofertas. Na maioria das vezes, o cartão
serve também para registar os montantes gastos na loja durante um deter-
minado período. Uma vez atingida a quantia definida, o cliente é recom-
pensado. Outros cartões permitem acumular os descontos dos produtos em
promoção e rebater o saldo no pagamento de compras.
29
A Gastar menos, viver melhor
Pelo contrário, poderá ser mais interessante fazer as suas compras em lojas
mais baratas.
Outlets
Outlet é um anglicismo que designa um ponto de venda com um conceito
específico: vender artigos de marca a preços mais baixos. E os preços são
reduzidos porque os artigos são o que resta de coleções antigas, têm peque-
nos defeitos, estiveram em exposição ou vêm diretamente da fábrica e são
vendidos sem intermediários. Apesar de, por vezes, terem pequenos defei-
tos estéticos, os produtos são novos e mantêm a garantia. Os outlets são par-
ticularmente interessantes para comprar, por exemplo, vestuário, acessó-
rios de moda ou eletrodomésticos. Mas, apesar dos descontos anunciados,
os preços de venda podem não ficar muito abaixo dos que são praticados
noutros locais. Para o saber ao certo, terá de fazer uma ronda por outras
lojas e comparar os preços com os que são praticados no outlet.
Internet
As lojas online têm menos encargos e, por isso, podem vender a preços mais
baixos. Tudo se vende na internet. Os livros são muitas vezes mais baratos e
30
A Comprar a um bom preço
Leilões
Muitos produtos são vendidos desta forma, tanto por profissionais como por
particulares. De obras de arte a viaturas, casas e móveis, novos ou usados,
nada escapa. A popularidade dos leilões eletrónicos explica-se, em parte,
pela sua vertente lúdica: licitar num leilão parece um jogo e envolve alguma
adrenalina. Além disso, o licitador amador tem a sensação de que o artigo
em que está interessado lhe é praticamente dado.
31
A Gastar menos, viver melhor
O bem leiloado é atribuído à licitação mais elevada. Alguns sistemas não per-
mitem licitar mais do que uma vez. Tal como nos leilões vulgares, ao apre-
sentar a melhor licitação está a assumir um compromisso de compra. Aten-
ção a eventuais erros de digitação…
Os leilões através da internet proporcionam bons negócios, mas também
podem esconder fraudes e burlas. Acontece, por vezes, que quem vende
tenta fugir à entrega do bem, sobretudo quando o valor alcançado fica
aquém das expectativas. Por outro lado, o anonimato permite aos organi-
zadores licitarem eles próprios ou pedirem a terceiros que façam subir as
licitações. Claro que os leilões vulgares não estão isentos deste risco, mas
o esquema é mais fácil de detetar. Última questão: deve ter algum grau de
conhecimento do produto para saber se está a fazer, realmente, um bom
negócio. Para muitos dos produtos com maior procura, os preços são infla-
cionados. Pouco antes do fecho do leilão, outros licitadores fazem ofertas
elevadas e as quantias propostas sobem rapidamente.
Compras em grupo
As compras coletivas ou em grupo proporcionam a aquisição de produtos e
serviços com descontos consideráveis. Automóveis, bicicletas, refeições, via-
gens, estadias, massagens, bilhetes para espetáculos e tratamentos de beleza
são apenas alguns exemplos do que é possível adquirir desta forma.
Por norma, os sítios dedicados a esta atividade publicam diariamente as
ofertas promocionais dos seus parceiros, válidas por um período limitado.
Os consumidores interessados compram diretamente ao sítio e recebem um
cupão que será trocado pelo produto ou serviço junto do respetivo forne-
cedor. Algumas ofertas só são válidas se existir um número mínimo de ade-
sões; noutras, quanto mais consumidores aderirem maior será o desconto.
Existem também outras modalidades de compras coletivas que não funcio-
nam com cupões.
32
A Comprar a um bom preço
As compras coletivas podem ser um bom negócio, mas nem sempre estão
isentas de problemas: produtos que tardam em chegar ou que não corres-
pondem ao encomendado, reembolsos em crédito para gastar em novas
compras, em vez de dinheiro, ou serviços para os quais não se consegue
fazer marcação são apenas alguns exemplos. Além disso, muitas vezes as
empresas que gerem estes sítios procuram afastar responsabilidades quando
algo corre mal, culpando o fornecedor.
Por muito apetecível que pareça a compra, compare o preço noutros locais,
para se certificar de que o negócio é vantajoso. Procure também saber junto
do fornecedor do bem ou serviço quais são as condições de utilização do
cupão.
33
A Gastar menos, viver melhor
Feiras e salões
Se vai fazer uma aquisição importante, os eventos do setor são um bom
manancial de informação. De facto, a presença simultânea de um número
significativo de empresas, no mesmo espaço, permite-lhe comparar facil-
mente as diferentes marcas e os respetivos preços. E ficará com uma visão
global do que o mercado tem para lhe oferecer.
34
A Comprar a um bom preço
Outra vantagem das feiras e salões é que apresentam as mais recentes ten-
dências e tecnologias. Se não estiver à procura da última novidade, e preferir
um modelo mais antigo a preço reduzido, aproveite para pedir informações
sobre a coleção anterior e saber para quando se prevê a sua liquidação.
De facto, com a comercialização dos novos modelos, os preços dos antigos
são revistos em baixa. Os novos modelos apresentados na feira permitem-lhe
identificar facilmente os antigos modelos ainda expostos nas lojas.
Saiba ainda que, tal como lhe explicamos já a seguir, se as compras efetua-
das não lhe agradarem, terá alguns dias para as devolver.
35
A Gastar menos, viver melhor
As exceções
O direito de resolução do contrato não se aplica aos negócios com um ven-
dedor particular. Salvo acordo em contrário, também não se aplica, entre
outros, a:
— serviços integralmente prestados no prazo legal para o exercício do
direito de resolução, após o prévio consentimento expresso do consumi-
dor, reconhecendo este que perde esse direito;
— bens ou serviços cujo preço dependa de flutuações de taxas do mercado
financeiro que o fornecedor não possa controlar e que ocorram durante
o prazo de livre resolução;
— bens elaborados de acordo com especificações do consumidor, personali-
zados ou que, por natureza, não possam ser reenviados ou sejam suscetí-
veis de deteriorar‑se ou ficar rapidamente fora de prazo;
— bens selados que não possam ser devolvidos depois de abertos, por
razões de higiene e saúde;
— gravações áudio ou vídeo, bem como programas informáticos a que o
consumidor tenha retirado o selo de garantia de inviolabilidade;
— contratos celebrados em hasta pública e contratos de alojamento para fins
não residenciais, transporte de bens, aluguer de automóveis, restauração
ou serviços relacionados com atividades de lazer que prevejam uma data
ou período de execução específicos;
— conteúdos digitais encomendados pelo consumidor e não fornecidos em
suporte material (um CD ou um DVD, por exemplo), a partir do momento
em que o consumidor lhes aceda;
— serviços de reparação ou de manutenção a executar em casa do consumi-
dor e a seu pedido;
— aquisição de jornais ou revistas, com exceção dos contratos de assinatura;
— serviços de apostas e lotarias.
Os prazos legais
Existem prazos legais para o consumidor exercer o direito de livre resolução
do contrato, os quais não podem ser reduzidos, mas podem ser prolongados:
36
A Comprar a um bom preço
37
A
A
Capítulo 3
A alimentação
A Gastar menos, viver melhor
As compras
Para reduzir as despesas, há que fazer as compras em pontos de venda com
uma localização acessível e preços vantajosos. No entanto, as diferenças
de preços entre os supermercados nem sempre são fáceis de avaliar. Esteja
atento e, sobretudo com os produtos mais caros ou que compra mais fre-
quentemente, compare os preços nos sites dos supermercados, antes de ir
às compras, ou guarde os talões de caixa para comparar depois e ter essa
informação em conta na vez seguinte.
40
A A alimentação
41
A Gastar menos, viver melhor
VERÃO
PRIMAVERA
Ameixa, Amora, Cereja,
Ameixa, Amora, Figo, Framboesa,
Cereja, Groselha, Melancia, Melão, Meloa,
Laranja, Morango, Morango, Nectarina,
Nectarina Pêssego, Uva
TODO O ANO
Ananás
Banana
Limão
Maçã
OUTONO INVERNO
Anona, Castanha, Anona, Abacate,
Dióspiro, Laranja, Laranja, Quivi,
Saiba mais sobre o Romã, Uva Tangerina
calendário de fruta e
legumes em www.deco.
proteste.pt/calendario-fruta
e www.deco.proteste.pt/
calendario-legumes.
42
A A alimentação
Comprar à medida
Se comprar apenas a quantidade suficiente, não terá de deitar nada fora.
Para que não lhe falte comida em casa, mas também não tenha de ir dema-
siadas vezes ao supermercado, tente avaliar quais são os alimentos e as
quantidades de que realmente precisa. Ao longo de algumas semanas,
compare as quantidades que compra com as que utiliza. Terminado esse
período, já conseguirá ter uma noção bastante aproximada do que a sua
família consome e, dessa forma, estará em condições de fazer os ajustes
necessários.
As provisões
Gosta de ter uma grande quantidade de provisões em casa? Compre pro-
dutos que se conservem durante muito tempo, nomeadamente conservas,
arroz, esparguete, entre outros. Recorra igualmente aos congelados, não
esquecendo que também estes têm prazo de validade e que o tipo de conge-
lador onde estão guardados determina a sua duração (veja o título Congelar,
na página 55). Leia atentamente a informação relativa à conservação dos
produtos alimentares que consta nos respetivos rótulos.
43
A Gastar menos, viver melhor
QUANTIDADES DIÁRIAS
PARA UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL(1)
Quantidade diária
Tipo de (em função da idade,
Exemplos de uma porção
alimentos sexo e constituição
física)
– 1 carcaça (50 g)
– 1 fatia fina de broa (70 g)
– 5 colheres de sopa de cereais de pequeno-
Cereais e -almoço (35 g)
derivados, 4 a 11 porções – 6 bolachas tipo Maria ou de água e sal (35 g)
tubérculos – 1 batata e ½ média (125 g)
– 2 colheres de sopa de arroz/massa crus (35 g)
– 4 colheres de sopa de arroz/massa cozinhados
(110 g)
– 2 chávenas de legumes crus (180 g)
Hortícolas 3 a 5 porções
– 1 chávena de legumes cozinhados (140 g)
Fruta 3 a 5 porções – 1 peça de fruta de tamanho médio (160 g)
– 1 copo de leite (250 ml)
– 1 iogurte líquido ou 1 e ½ sólido (200 g)
Produtos lácteos 2 a 3 porções – 2 fatias finas de queijo (40 g)
– ¼ de queijo fresco (50 g)
– ½ requeijão (100 g)
– 30 g de carne ou de peixe cru
Carne, peixe
1,5 a 4,5 porções – 25 g de carne ou de peixe cozinhado
e ovos
– 1 ovo médio
– 1 colher de sopa (25 g) de leguminosas secas
cruas (feijão, grão ou lentilhas)
– 3 colheres de sopa (80 g) de leguminosas
Leguminosas 1 a 2 porções
frescas cruas (ervilhas ou favas)
– 3 colheres de sopa (80 g) de qualquer tipo de
leguminosas cozinhadas
– 4 colheres de sopa de natas (30 ml)
– 1 colher de sopa de azeite ou óleo (10 g)
Gorduras e óleos 1 a 3 porções
– 1 colher de sobremesa de manteiga ou
margarina (15 g)
(1) Adaptado a partir da Roda dos alimentos, Direção-geral do Consumidor, FCNAUP e Programa
Operacional Saúde XXI. Os limites mínimos e máximos das porções recomendadas foram calculados para
valores energéticos de 1300 kcal e 3000 kcal, sendo a quantidade intermédia correspondente a um plano
alimentar de 2200 kcal. A alimentação das crianças de 1 a 3 anos deve guiar‑se pelos limites inferiores e
a dos homens ativos e dos rapazes adolescentes pelos superiores. A restante população deve orientar‑se
pelos valores intermédios.
Preparar as refeições
Pode cozinhar a gás ou a eletricidade, em vários tipos de equipamentos. Nas
próximas páginas ficará a saber, nomeadamente, que recorrer ao gás natural
44
A A alimentação
é uma das opções mais económicas. No que respeita aos equipamentos, des-
tacam-se, pela eficiência, as placas de indução. Já a seguir, propomos-lhe
alguns truques para poupar na preparação das refeições.
45
A Gastar menos, viver melhor
DESCONGELAR A CARNE
Está com pressa e não tem tempo para deixar a carne a descongelar no frigorífico? Colo-
que-a num recipiente com água, mas dentro da embalagem ou de um saco de plástico
bem fechado. Outra opção, menos económica mas ainda mais rápida, é pô-la no micro-
-ondas e usar a função de descongelação. Nunca descongele à temperatura ambiente,
pois isso favorece a proliferação de bactérias. E não se esqueça, não volte a congelar o que
já descongelou: os alimentos perdem o valor nutricional.
Cozinhar a gás
Note que, do ponto de vista financeiro, cozinhar a gás natural é mais van-
tajoso do que usar a eletricidade, exceto se tiver placas de indução. Estas
têm um custo energético muito semelhante ao do gás natural. O mesmo não
acontece com o gás engarrafado (propano ou butano), que atualmente fica
mais caro do que a eletricidade (veja o gráfico da página seguinte).
Cozinhar a eletricidade
— Utilize apenas tachos com fundo plano e sem deformações, que assentem
totalmente na placa. Caso contrário, o consumo de energia aumenta em
flecha;
— as placas elétricas continuam quentes ainda durante algum tempo depois
de terem sido desligadas. Nos cozinhados mais demorados, desligue-as
46
A A alimentação
12,30
10,53
10,42 10,43
8,35
7,67
5,84
Bico a gás
butano
vitrocerâmica
Placa
elétrica
Placa
radiante
Bico a gás
natural
vitrocerâmica
a gás butano
vitrocerâmica
vitrocerâmica
Placa
Placa
a gás natural
Placa
de indução
Placa de
halogéneo +
+ radiante
Equipamentos
(1) Custo de aquecer 4 litros de água até à fervura, de acordo com os preços em vigor em julho de 2020.
47
A Gastar menos, viver melhor
Cozinhar no forno
— Mantenha a porta do forno fechada, para evitar perdas de calor e, conse-
quentemente, de energia;
— nos modelos que permitem desligá-la, não deixe a lâmpada do forno
acesa inutilmente;
— evite o pré-aquecimento. Os fornos com ventilação têm normalmente um
aquecimento mais rápido, o que dispensa esta etapa;
— apague o forno um pouco antes de o cozinhado estar pronto, aproveitando
o calor que ainda permanece no interior para o terminar. Para cozinhados
que demorem mais de 45 minutos, desligue o forno cinco a dez minutos
antes do final;
— reserve o grill do forno elétrico apenas para os casos estritamente neces-
sários. Esta função utiliza quase o dobro da energia que o funcionamento
normal do forno;
— não coloque o forno (produção de calor) mesmo ao lado do frigorífico ou
da arca congeladora (fontes de frio). Ou então instale uma placa isoladora
entre os diferentes aparelhos.
Usar o micro-ondas
Embora seja muito prático, se quiser poupar evite utilizar o micro-
-ondas para descongelar alimentos. Planeie as refeições com antece-
dência e retire-os do congelador a tempo de os deixar a descongelar no
frigorífico. Desta forma, não irá consumir energia para a descongelação.
Cozinhar no micro-ondas para se despachar mais depressa? Apenas para
as pequenas quantidades. Para três ou quatro pessoas, ganhará tempo e
dinheiro se cozinhar no fogão. Pelo contrário, aquecer pequenas porções
de comida num fogão a gás consome duas a três vezes mais energia do que
no micro-ondas.
A loiça
Qual a diferença de custo e impacto ambiental entre lavar a loiça na
máquina ou à mão? Sem dúvida, a máquina de lavar tem vindo a tornar-se
menos dispendiosa e poluente. Os equipamentos mais modernos utilizam
48
A A alimentação
ATENÇÃO!
• Não ponha sal de cozinha na máquina de lavar loiça. Todos os supermercados vendem sal
especial para estes aparelhos.
• Cuidado com os palitos e outros objetos ou detritos pequenos, pois podem passar através
do filtro e provocar uma avaria da máquina.
49
A Gastar menos, viver melhor
Por fim, convém não esquecer o preço do aparelho, bem como das esponjas e
escovas, dos panos e dos escorredores de loiça. Na prática, mesmo que tenha
uma máquina de lavar loiça, dificilmente consegue passar sem estes acessórios.
50
A A alimentação
A DESPENSA
• Guarde os alimentos em recipientes e armários adequados e limpos. Desta forma, ficam
ao abrigo da sujidade, das bactérias e dos insetos, entre outros contaminantes. Habitue-se
a lavar os recipientes sempre que os utilizar para acondicionar outro género alimentício.
• Se vir resíduos suspeitos na despensa ou nos armários, limpe primeiro a seco (varrendo ou
aspirando) e, de seguida, com água bem quente e detergente, enxaguando por fim com
água limpa. Deixe secar antes de voltar a guardar os alimentos. Proteja os alimentos da luz
e afaste-os das fontes de calor e do contacto com o chão.
• Também arruma os produtos de limpeza na despensa? Mantenha-os longe dos géneros
alimentícios. Opte por embalagens com tampa de segurança e não retire os produtos da
embalagem original, para evitar enganos e usos indevidos.
51
A Gastar menos, viver melhor
Refrigerar
— Cumpra as instruções “conservar no frigorífico” ou “conservar no frio
após abertura”, quando constarem na embalagem. Desta forma aumenta
a probabilidade de o produto chegar ao final do prazo de validade em
boas condições;
— quanto aos produtos não embalados, pergunte ao vendedor ou aplique
a regra de ouro: se, na loja, o produto estiver arrumado num exposi-
tor refrigerado, em casa coloque-o no frigorífico. A carne crua, o fiam-
bre, os bolos com creme, o queijo fresco e os legumes cortados são
alguns dos alimentos que devem, impreterivelmente, ser colocados no
frigorífico;
— embora os alimentos durem mais tempo no frigorífico, a sua conserva-
ção não é ilimitada (veja a caixa seguinte). Arrume os artigos mais recen-
tes (ou com maior prazo de validade) atrás dos mais antigos e controle
regularmente as datas. Se tiver dúvidas acerca do estado de um alimento,
rejeite-o. Não se fie no aspeto, sobrepondo este fator ao prazo de vali-
dade. De facto, um alimento pode ter um aspeto normal e estar contami-
nado com bactérias prejudiciais à saúde.
52
A A alimentação
Temperatura
A temperatura no interior do frigorífico é um fator essencial para a boa con-
servação dos alimentos. Deve situar-se entre os 4ºC e os 7ºC, variando de
umas zonas para outras consoante a proximidade do sistema de refrigera-
ção. Consulte o manual de instruções do seu aparelho para saber quais são
as zonas mais frias.
Certifique-se de que a zona menos fria não ultrapassa os 7ºC. Por cerca de
3 euros pode comprar um termómetro especial, à venda em qualquer loja
de artigos para a casa, que lhe permite verificar a temperatura no interior
do frigorífico. Faça-o em diversas zonas e, em caso de dúvida, controle
novamente passadas 24 horas. Se colocar simplesmente o termómetro no
interior do frigorífico irá medir a temperatura do ar, que pode variar bas-
tante devido à abertura e fecho da porta. Para verificar a temperatura de
conservação dos alimentos, coloque o termómetro num recipiente com
água dentro do frigorífico. Certifique-se de que o termómetro é comple-
tamente estanque.
53
A Gastar menos, viver melhor
O BOM FRIGORÍFICO
Ao fazer a sua escolha, tenha em conta o consumo elétrico do equipamento. Compare
os desempenhos dos diferentes modelos e marcas, bem como os preços praticados pelos
distribuidores. Mas não olhe apenas para a classe energética: verifique os valores de con-
sumo anunciados na etiqueta para comparar modelos da mesma classe (veja também o
título Frigorífico, a partir da página 80).
54
A A alimentação
ATENÇÃO!
• Guarde as sobras de conservas em recipientes próprios para alimentos, bem fechados.
• Quando esvaziar o frigorífico para o limpar, aproveite para verificar as datas de validade
dos alimentos.
Congelar
O congelador conserva os alimentos durante muito mais tempo que o frigo-
rífico, mas, ainda assim, não indefinidamente. De facto, embora a tempera-
tura de congelação impeça a proliferação de bactérias, as enzimas, respon-
sáveis por certas transformações nos alimentos, permanecem ativas no frio.
É por isso que os alimentos gordos vão ficando rançosos, mesmo no conge-
lador, e têm um período de conservação inferior aos magros. A temperatura
do congelador deve ser inferior ou igual a -18ºC.
55
A Gastar menos, viver melhor
BRANQUEAR OS LEGUMES
• As transformações químicas que intervêm na degradação dos alimentos são causadas
pelas enzimas. Apesar de o frio não impedir a sua atividade, as enzimas são sensíveis ao
calor, sendo destruídas pela cozedura. Por isso, antes da congelação é útil mergulhar certos
alimentos (principalmente os legumes) em água a ferver durante cerca de dois minutos.
Esta operação é denominada branqueamento ou escaldão. Além de prolongar o tempo
de conservação, mantém a cor dos legumes a congelar e reduz o volume dos alimentos,
permitindo ganhar espaço no congelador.
• Os legumes devem ser previamente preparados (descascados, lavados e cortados).
• Para preservar a brancura de legumes como a couve-flor ou os espargos, junte um fio de
sumo de limão à água de branqueamento.
• Não branqueie demasiados alimentos de cada vez, já que a água arrefece mais
rapidamente.
• Terminado o escaldão, utilize um pequeno cesto, um escorredor, um passador ou uma
peneira para mergulhar os ingredientes num recipiente com água fria ou água com gelo
antes de os guardar, escorridos, em sacos etiquetados que identifiquem o conteúdo e a
data em que foram congelados.
56
A A alimentação
— a função de congelação rápida deve ser usada apenas até o aviso (luz ou
som) desligar;
— indique, em cada pacote, o conteúdo, peso ou número de porções ou
unidades, bem como a data de congelação;
— deixe arrefecer os alimentos antes de os colocar no congelador;
— nunca volte a congelar um produto depois de este ter começado a
descongelar;
— não encha completamente os recipientes, porque, com a congelação,
há um aumento de volume e o conteúdo pode transbordar.
Embalar e etiquetar
Acondicionar os alimentos a congelar de maneira adequada contribui para
preservar a sua qualidade. Se usar sacos, assegure-se de que contêm o
mínimo de ar possível (o ar atrasa o processo de congelação).
57
A Gastar menos, viver melhor
CONGELAR CARNE
Não junte sal, especiarias ou qualquer outro ingrediente à carne que vai congelar. O sal
pode rançar a carne e há o risco de as ervas aromáticas produzirem um odor desagradável.
Separe as costeletas, as febras e os hambúrgueres, com película aderente, para evitar que
se colem durante a congelação.
58
A A alimentação
Os restos
Nem sempre comemos tudo o que cozinhamos e os restos são o “prato
do dia” em muitos lares. As sobras dão jeito quando não temos tempo ou
vontade de cozinhar, mas, se não forem bem preparadas ou conservadas,
podem causar distúrbios digestivos.
Arrefecer e acondicionar
Quando tiver sobras para guardar, arrefeça-as rapidamente: coloque o reci-
piente em água e gelo, por exemplo dentro do lava-loiça, e vá mexendo
para acelerar o processo. Não tape completamente as porções a arrefecer,
já que o ar irá formar uma camada isolante que atrasa o arrefecimento e,
além disso, forma-se condensação. Os alimentos arrefecem mais rapida-
mente se os dividir em pequenas porções.
Voltar a aquecer
O reaquecimento também deve ser rápido e total; certifique-se de que a
comida está quente, mesmo ao centro, e consuma-a de imediato.
Se aquecer as sobras numa frigideira, com um pouco de gordura, há o risco
de as queimar e escurecer, produzindo substâncias químicas nocivas (por
exemplo, os cancerígenos benzopirenos). Para aquecer os restos depressa
e bem, divida-os em pequenas porções, aqueça-os tomando atenção para
59
A Gastar menos, viver melhor
60
A
Capítulo 4
A habitação
A Gastar menos, viver melhor
Comprar ou arrendar
Escolha difícil. Há muitos fatores de incerteza, como a evolução do mercado
imobiliário (veja a caixa na página seguinte), as taxas de juro, a inflação e
as condições de crédito praticadas pelos bancos. Sem esquecer a sua vida
pessoal e os planos para o futuro. Por exemplo, quanto tempo pensa residir
nessa habitação, quão estável é a sua situação profissional e quais os rendi-
mentos e as poupanças com que poderá contar para fazer face aos custos
iniciais?
62
A A habitação
Comprar exige alguma folga financeira, já que, além do preço da casa, terá
de contar com as seguintes despesas:
— a pronto: os custos de formalização do contrato (registos e escritura ou
documento particular), os impostos devidos pela transação e pela pro-
priedade e, depois da aquisição, o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI)
e as taxas camarárias, o seguro de incêndio ou o multirriscos-habitação,
as quotas de condomínio e as obras de conservação do imóvel;
— com recurso ao crédito: além das indicadas na alínea anterior, as comissões
bancárias, o seguro de vida e os juros do crédito.
O MERCADO IMOBILIÁRIO
Os portugueses optam, tradicionalmente, pela compra. Isso deve-se, entre outras
razões, à grande valorização dos imóveis que se observou até 2007 e ao valor das novas
rendas, muitas vezes idêntico ao das prestações a pagar ao banco. Neste cenário, a com-
pra de casa parece ser um bom investimento. No entanto, com as alterações no mercado
imobiliário desde então, tornou-se mais difícil avaliar qual é a melhor solução de um
ponto de vista estritamente financeiro. De facto, a valorização dos imóveis deixou de
ser uma constante e as (des)vantagens do investimento dependem, em grande parte,
da conjuntura económica. Por exemplo, após a crise de 2011, a subida das taxas de juro
e as restrições no acesso ao crédito à habitação, com comissões mais altas, diminuição
dos montantes atribuídos e dos valores de avaliação bancária, obrigaram a ponderar
bem a compra com recurso ao crédito. Nos últimos anos, a melhoria da situação eco-
nómica das famílias e a maior facilidade na concessão de crédito, acompanhando a
descida das taxas de juro, voltou a incentivar a compra. Mas os impactos económicos das
medidas tomadas no contexto da pandemia, em 2020, voltaram a baralhar as contas.
De qualquer forma, a maioria dos bancos não concede empréstimos pelo valor total de
compra ou da avaliação. Por isso, se pensar em comprar, contabilize primeiro o capital
disponível.
Mobilidade
Ao arrendar, está a escolher a flexibilidade. Se, a qualquer momento, pensar
em mudar-se, basta respeitar o pré-aviso e sair. De acordo com a lei, o inqui-
lino pode denunciar o contrato decorrido 1/3 do prazo de duração inicial ou
da sua renovação, desde que respeite o pré-aviso de 120 dias, se o mesmo for
igual ou superior a 1 ano, ou de 60 dias, se for inferior. Não respeitando estes
prazos, o contrato termina na mesma, mas só não terá de pagar ao senhorio
as rendas correspondentes ao período de pré-aviso em falta se estiver numa
situação de desemprego involuntário, incapacidade permanente para o tra-
balho ou, obviamente, em caso de morte do próprio ou de outra pessoa com
63
A Gastar menos, viver melhor
Se, para comprar, tiver de pedir crédito, no final do prazo contratado deixa
de pagar as prestações mensais e a casa será sua. Pelo contrário, ao optar
pelo arrendamento terá sempre de pagar a renda (indexada à inflação), não
constitui património e, terminado o contrato, tem de procurar outro local
para morar. Dependendo do valor da renda, poderá acabar por pagar tanto
ou mais do que se comprasse a casa. Convém não esquecer que, num con-
trato de arrendamento, ainda que dentro de determinadas regras, o inqui-
lino fica à mercê do senhorio: se este decidir não renovar o contrato e optar
por fazer um novo, com uma renda superior, o inquilino terá de pagar ou ir
embora.
Escolher a casa
Além dos custos diretamente associados ao imóvel, outros fatores podem
afetar o orçamento familiar, no imediato, a médio ou a longo prazo. Esco-
lher uma localização que não obrigue a muitas despesas com deslocações,
identificar as obras necessárias e negociar o preço são algumas ideias-chave
para fazer uma boa opção. Por outro lado, não assine o contrato-promessa
de compra e venda nem avance com montantes a título de sinal se ainda não
tiver a certeza de que irá concluir o negócio (por exemplo, porque ainda
não tem a confirmação de financiamento do banco). Em alternativa, se o
64
A A habitação
Localização
Existe um bom sistema de transportes que lhe permita prescindir do carro
nas deslocações diárias? E, se tiver mesmo de usar o carro, os trajetos são
suficientemente curtos (e sem grandes engarrafamentos) para não pesa-
rem demasiado no orçamento familiar? Os serviços disponíveis na zona
permitem satisfazer as necessidades mais imediatas sem deslocações?
São fatores a ter em conta na escolha da casa, pelo impacto financeiro,
a médio e a longo prazo, e na qualidade de vida. A situação ideal, por
exemplo, para um casal com filhos, é morar numa zona onde existam
boas escolas públicas, serviços e comércio acessíveis a pé e uma boa rede
de transportes públicos que evite a duplicação de carros e gastos mensais
avultados com combustível, portagens, estacionamento e manutenções
regulares.
Outro fator relacionado com a localização e que nem sempre é tido em conta
são os impostos sobre os imóveis, em caso de aquisição. De facto, algumas
autarquias cobram uma taxa de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) mais
elevada do que outras e, na mesma autarquia, podem existir variações no
imposto a pagar consoante a localização do imóvel. Assim, a menos que
esteja isento de IMI, terá todo o interesse em conhecer estes valores antes de
tomar uma decisão (veja também o título Impostos na justa medida, a partir
da página 135). Por outro lado, cada vez mais autarquias atribuem um des-
conto no IMI e no IRS aos munícipes que aí têm a sua residência fiscal, pelo
que este pode ser mais um fator a ponderar.
Nova ou usada
Normalmente, uma habitação usada tem um preço mais baixo do que uma
nova com características idênticas. Por outro lado, um imóvel novo tem uma
garantia de cinco anos, o que reduz a probabilidade de vir a ter despesas de
manutenção e reparação importantes durante este período: cabe ao cons-
trutor reparar todos os problemas de construção que surjam nos primeiros
cinco anos. Ao comprar um imóvel usado, vale a pena identificar com o rigor
possível o estado de conservação do edifício, para que a poupança inicial
65
A Gastar menos, viver melhor
As partes comuns
Se, além da fração individual, existirem espaços comuns a diversos pro-
prietários, verifique quais são as respetivas condições de manutenção e
conservação.
Elevadores
São uma parcela importante do orçamento dos condomínios e, com as ins-
peções obrigatórias, muitos edifícios têm de efetuar reparações de grande
monta. Verifique se foi feita a inspeção e a respetiva validade, que deve estar
afixada dentro do elevador. Se não for o caso ou não ficar esclarecido, tente
obter mais informações junto da administração do condomínio.
66
A A habitação
Telhado
Todas as infiltrações da cobertura, seja terraço ou telha, têm de ser pagas
pelo condomínio, pelo que não afetam, pelo menos financeiramente, só os
últimos pisos.
Fachada
Verifique o estado geral das fachadas e se existem fissuras ou fendas que
possam originar infiltrações.
Negociar o preço
Geralmente, os preços de venda dos imóveis incluem alguma margem de
negociação. Em princípio, quanto mais elevada for a entrada que der, maior
será a sua capacidade negocial. Esta atingirá o seu máximo se pagar a casa a
pronto. Não divulgue, desde logo, qual o valor máximo que está disposto a
pagar e nunca diga que a casa é magnífica! Para negociar, convém conhecer
os preços habitualmente praticados na zona.
67
A Gastar menos, viver melhor
assim, estiver interessado em comprá-la, será mais fácil obter uma redução
do preço.
Crédito à habitação
Contratar um crédito à habitação é uma decisão financeira importante,
pelos montantes envolvidos e pelo prazo ao longo do qual terão de ser pagas
as prestações. De facto, os valores médios apontam para créditos superiores
a 100 mil euros e prazos de cerca de 30 anos. Neste contexto, procurar as
melhores condições pode revelar-se particularmente rentável, por permitir
reduzir a dívida ao mínimo.
Quanto pedir?
A generalidade dos bancos define as taxas de juro dos empréstimos
consoante a relação entre o montante solicitado e o valor de avaliação
da casa. Ou seja, quanto menos pedir, em percentagem do valor da casa,
melhor taxa de juro conseguirá. Por exemplo, numa casa avaliada em
150 mil euros, a taxa para um empréstimo de 100 mil euros será prova-
velmente mais baixa do que para um de 125 mil euros. Se puder, espere
até ter, pelo menos, 30% do valor da casa, e peça o crédito para os restan-
tes 70%. Deste modo, conseguirá taxas de juro mais razoáveis e maiores
poupanças.
Simular e poupar
Para escolher o melhor crédito, peça informações detalhadas e solicite
uma simulação para o cenário escolhido, pelo menos, em quatro ou cinco
68
A A habitação
A importância da TAEG
Certifique-se de que as simulações incluem a totalidade das despesas e
compare a Taxa Anual de Encargos Efetiva Global (TAEG). Este é o prin-
cipal critério para escolher o crédito mais barato: quanto mais baixa for a
TAEG, menos irá pagar, no total, pelo empréstimo. De facto, nem sempre o
spread mais baixo (grosso modo, a margem de lucro do banco) corresponde
ao melhor crédito, pois a estrutura de comissões ou seguros pode ser mais
elevada e, por conseguinte, torná-lo mais caro.
Negociar o spread
Para reduzir os spreads, os bancos propõem a contratação de outros servi-
ços, como um cartão de crédito, seguros ou a domiciliação do ordenado.
Se, por um lado, obtém a redução da taxa de juro do crédito, por outro
poderá ter de suportar custos adicionais: compare a poupança obtida
na prestação com o custo adicional a suportar pelo produto sugerido,
para avaliar, desde logo, se a nova proposta do banco lhe permite ou não
poupar. Se a TAEG subir com a subscrição de produtos adicionais, isso sig-
nifica que os custos adicionais anulam a vantagem da redução do spread.
E, claramente, nesses casos não compensará aceitar a proposta de contra-
tação de novos serviços.
69
A Gastar menos, viver melhor
Cozinha
O preço de uma cozinha inclui diversas parcelas. É preciso ter em conta os
diferentes aparelhos e a energia utilizada para cozinhar (gás, eletricidade,
etc.), bem como os materiais para os armários e a bancada, por exemplo.
Ao comprar os eletrodomésticos, tenha em conta que cozinhar a gás natural
ainda é a opção mais vantajosa, tanto a nível do consumo energético como
do custo dos aparelhos (veja também o próximo capítulo). Para os restantes
elementos, existem várias categorias de preços e de qualidade.
NEGOCIAR OS PREÇOS
É possível que os vendedores lhe perguntem qual o montante de que dispõe para equipar
a sua cozinha, fazendo-lhe propostas exatamente para esse valor e nem um cêntimo a
menos. Por isso, não adiante valores. Explique ao vendedor aquilo que pretende e peça-lhe
um orçamento. Depois de analisar todas as propostas, e caso a qualidade dos materiais
aplicados seja comparável, muna-se da mais interessante e mostre-a nos restantes locais
de venda, tentando negociar ainda melhores condições.
70
A A habitação
O setor das cozinhas baseia-se muito nas marcas, pelo que pode ser difícil
comparar os produtos e os respetivos preços. Para pedir orçamentos compa-
ráveis, escolha materiais de qualidade equivalente e tente definir com rigor
o número de armários e as medidas do espaço a equipar. Compare o valor
total, incluindo os equipamentos, o transporte e a montagem.
Casa de banho
Neste setor, as margens de lucro são significativas e facilitam as negociações.
Visite várias lojas, para comparar produtos e preços, e aproveite para pedir
informações sobre as possibilidades de desconto. Utilize a percentagem de
desconto que conseguiu numa determinada loja para negociar uma redução
noutra. Se comprar todos os equipamentos no mesmo local, o comerciante
poderá ser mais generoso na “atenção”.
2 EM 1
Se vai contratar o seu pedreiro ou canalizador habituais para instalar as loiças da casa de
banho, consulte-os antes de comprar os equipamentos. Estes profissionais ganham uma
percentagem sobre a venda dos produtos com os quais trabalham e a obra pode tornar-se
menos interessante para eles se lhes apresentar os equipamentos já comprados. Apro-
veite, também, para negociar um desconto.
71
A Gastar menos, viver melhor
— atenção aos custos de entrega, que podem ser elevados, dado estes equi-
pamentos serem, geralmente, muito volumosos e pesados. Verifique se a
instalação e a montagem estão incluídas no preço total.
Móveis
Nas grandes superfícies será difícil obter descontos neste setor. Quando
muito, encontra campanhas promocionais ou modelos de exposição em sal-
dos. Se optar por contactar diretamente o fabricante, através da sua rede de
lojas, ou visitar o pequeno retalho, já é possível negociar o preço ou conse-
guir a oferta de algumas peças no total da compra. A probabilidade de obter
um desconto também aumenta se comprar vários móveis.
Chão
A escolha dos revestimentos para o chão é determinada pelo orçamento dis-
ponível, mas também pelo seu gosto pessoal. Encontrará aqui alguns conse-
lhos gerais baseados no preço.
Tipos de revestimento
Além dos materiais, tenha também em conta a eventual complexidade, e o
custo, da instalação, bem como os cuidados de manutenção necessários.
72
A A habitação
Escolha uma marca com sistema de encaixe do tipo clique, fácil de ins-
talar, e siga as instruções do fabricante, incluindo no que respeita às fer-
ramentas a utilizar, para assegurar que não perde a garantia. Pequenos
desvios dificultam o encaixe e criam falhas onde se acumulam sujidades.
Por isso, assegure-se de que as ripas são retas, planas e têm todas a mesma
dimensão.
Alcatifas
As alcatifas costumam ser mais económicas do que um soalho em madeira.
As de fibras naturais (em lã, por exemplo) são, no entanto, muito mais caras
do que as sintéticas. O preço das alcatifas é calculado ao metro. Tenha em
conta a largura da peça, que nem sempre é a mesma, para saber de quantos
metros vai precisar e calcular o preço total. Apesar dos custos reduzidos,
a limpeza e a higiene tornam-se mais difíceis com as alcatifas do que com o
soalho em madeira.
Pedra
Regra geral, os revestimentos em pedra são os mais caros. Conte ainda com
os custos da colocação, que requer uma mão-de-obra especializada e dis-
pendiosa. Quanto à pedra natural, os ladrilhos fabricados a partir de placas
são, habitualmente, mais baratos do que os retirados de blocos. O granito
tem um preço inferior ao do mármore, pois trata-se de uma variedade de
pedra mais comum.
73
A Gastar menos, viver melhor
De uma forma geral, os preços médios dos produtos de linha castanha têm
tendência a diminuir, embora de forma variável consoante o tipo de pro-
duto. Os preços de um equipamento podem descer consideravelmente ao
longo do seu ciclo de vida, pelo que o consumidor pode beneficiar de des-
contos interessantes ao adquirir um produto que esteja em vias de ser subs-
tituído. Nos televisores isto acontece frequentemente.
74
A A habitação
ÁUDIO
No segmento áudio, as barras de som, as colunas bluetooth e as dockstation são muito
populares. Estes sistemas permitem ligar o telemóvel a colunas e usufruir de música e
outras aplicações através de streaming e de outras tecnologias ou suportes modernos que
substituíram os CD. Mas não vale a pena estar a pagar pelo que não usa ou usa raramente.
Compare os preços e verifique se o equipamento tem as funcionalidades que mais utiliza.
Se tiver oportunidade, experimente-o na loja antes de o adquirir.
75
A Gastar menos, viver melhor
EQUIPAMENTOS DE BRICOLAGEM
É possível alugar alguns destes equipamentos (uma afagadora ou um martelo pneumá-
tico, por exemplo) nas grandes superfícies. Os preços praticados são muito semelhantes
e calculados ao dia, fim de semana ou semana; por vezes, também aos meios-dias. Para
poupar, tente organizar os trabalhos de forma a precisar dos equipamentos durante o
mínimo de tempo possível.
Quando alugar um equipamento deste tipo, verifique desde logo se está em bom estado.
Controle o funcionamento dos comandos, a presença de eventuais acessórios e a correta
regulação das diversas funções. Tratando-se de um aparelho a gasolina ou gasóleo, certi-
fique-se de que lhe entregam combustível suficiente (no depósito ou à parte) e pergunte
qual o tipo utilizado, para a eventualidade de precisar de mais. Peça para colocarem a
máquina a funcionar na sua presença. A responsabilidade pelos riscos ligados à utilização
é exclusivamente sua. Por isso, assegure-se de que lhe entregam o manual de utilização e
as instruções de segurança. Leia-os e certifique-se de que compreende tudo. Peça também
os acessórios de segurança complementares, como o capacete, a máscara de proteção ou
os tampões auriculares. Se detetar algum defeito aquando da utilização da máquina, volte
à loja sem demora e peça outra.
76
A
Capítulo 5
A energia e a água
A Gastar menos, viver melhor
Sabia que pode poupar mais de 250 euros por ano se adaptar os com-
portamentos que têm impacto no consumo energético? E que isso não
implica, forçosamente, perda de conforto? Neste capítulo encontra infor-
mações sobre a utilização das várias fontes de energia, os equipamentos
mais eficientes e as possibilidades de poupança. Também lhe explicamos
os critérios a ter em conta na compra dos eletrodomésticos mais vorazes
e os cuidados a ter na sua manutenção e utilização.
MUDAR DE TARIFÁRIO
• Desde a liberalização do mercado energético, multiplicaram-se os fornecedores e os tari-
fários de eletricidade e gás. Comparar e escolher o mais adequado ao seu perfil pode
representar uma poupança bastante razoável no orçamento doméstico. Por isso, consulte
o nosso simulador Eletricidade e gás, em www.deco.proteste.pt/casa-energia/eletricidade-
-gas, e veja qual é a alternativa que melhor se adapta às suas necessidades. Verifique,
ainda, se é possível reduzir a fatura mudando a potência contratada.
• Para beneficiar da tarifa social, destinada aos clientes economicamente mais vulneráveis,
é necessário que:
— o contrato se destine exclusivamente à habitação própria e permanente;
— a potência contratada não ultrapasse os 6,9 kVA, no caso da eletricidade;
— o consumo anual de gás seja igual ou inferior a 500 m3;
— o titular receba o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção,
o subsídio social de desemprego, o 1.º escalão do abono de família, a pensão social de
viuvez ou a pensão social de velhice;
— o agregado familiar tenha um rendimento igual ou inferior ao rendimento anual
máximo, ou seja, 5808 euros, acrescidos de 50% por cada membro do agregado fami-
liar sem qualquer rendimento, até ao máximo de 10.
• A tarifa social é atribuída automaticamente. Se tem direito a ela e não foi abrangido,
apresente junto do comercializador de eletricidade e/ou gás um documento emitido
pela autoridade competente (por exemplo, a Segurança Social ou a Autoridade tributá-
ria) a comprovar o requisito que lhe confere este direito.
78
A A energia e a água
Eletrodomésticos
e outros aparelhos
Os eletrodomésticos consomem muita energia, ainda que, graças à evo-
lução tecnológica, haja uma diminuição progressiva do consumo numa
grande parte dos modelos. Por outro lado, temos cada vez mais equipa-
mentos eletrónicos (televisões, descodificadores/boxes de TV, routers, dis-
cos rígidos, consolas de jogos), que, todos juntos, já representam uma fatia
significativa da fatura energética. Ou seja, os aparelhos são cada vez mais
eficazes e consomem cada vez menos energia (e água, quando é o caso),
79
A Gastar menos, viver melhor
Ajuste os consumos
Temos cada vez mais aparelhos elétricos em casa. Por vezes, até vários do
mesmo tipo (televisores, computadores, frigoríficos, etc.). Além disso, o con-
sumo em modo standby é agora possível em aparelhos que antes não o tinham,
como as máquinas de lavar loiça e roupa. A disseminação dos descodificado-
res de TV (satélite e/ou cabo) também aumentou os consumos: uma box ligada
em permanência pode consumir, ao fim de um ano, o equivalente a cerca de
metade do consumo de um frigorífico.
Frigorífico
Os novos modelos consomem cada vez menos energia. Substituir um frigorí-
fico com mais de 15 anos por um novo traduz-se numa poupança energética
que pode atingir os 60% e permitir recuperar rapidamente o investimento
efetuado.
80
A A energia e a água
Critérios de compra
— Existem várias categorias de frigoríficos. Por norma, quanto mais estrelas
tiver o aparelho, maior a capacidade de refrigeração e congelação, mas
maior será o consumo energético. O consumo também aumenta em fun-
ção da capacidade, medida em litros;
— não compare apenas os preços, mas também os desempenhos por marca
e modelo: as diferenças podem ser significativas. A classe energética, indi-
cada pelas letras A a G, dá-lhe uma referência, mas, dentro da mesma
categoria, o consumo pode variar de um aparelho para outro. Antes de
fazer a sua escolha, verifique as etiquetas energéticas dos modelos que lhe
interessam e compare os valores de consumo;
— opte por um frigorífico adaptado às suas necessidades. Uma pessoa que
vive sozinha não precisa de um combinado de grande capacidade. Evite
manter o frigorífico demasiado cheio ou, pelo contrário, meio vazio
(sinónimo de consumo inútil de energia). Como referência, conte com
uma capacidade de cerca de 60 litros (40 de refrigeração + 20 de con-
gelação) por pessoa. Tenha em conta a dimensão do agregado familiar,
a quantidade de refeições preparadas em casa e a frequência das idas ao
supermercado. Se já tem arca congeladora, não vale a pena comprar um
frigorífico com um congelador grande.
EFICIÊNCIA ROTULADA
A rotulagem energética é obrigatória, entre outros aparelhos, para frigoríficos, congela-
dores, máquinas de lavar loiça, máquinas de lavar roupa, secadores de roupa, fornos elé-
tricos, lâmpadas, aparelhos de ar condicionado e televisores. O uso destas etiquetas tem
vindo a ser alargado e também já se encontram em equipamentos de produção de águas
quentes, como esquentadores, caldeiras ou termoacumuladores.
O desempenho energético é indicado por uma letra e uma escala de cores que
variam entre o A/verde-escuro, representando uma maior eficiência, e o G/vermelho,
no extremo oposto, o da menor eficiência. Há ainda que ter em conta que a capacidade
(volume em litros, por exemplo) tem um papel preponderante nesta matéria: um frigo-
rífico grande consome necessariamente mais do que um pequeno frigorífico da mesma
classe energética.
81
A Gastar menos, viver melhor
Arca congeladora
— A diferença no consumo energético entre modelos verticais e horizontais
é quase impercetível. Contudo, pode haver diferenças significativas entre
marcas e modelos. Compare sempre as informações disponíveis;
— não limite a sua escolha ao modelo mais barato, tenha em conta também
a classe energética e o consumo;
— opte por uma arca adaptada às suas necessidades, ou seja, cerca de
20 litros por membro do agregado familiar;
— instale o aparelho num local que permaneça fresco no verão (numa cave,
por exemplo) e que não fique exposto ao calor (sol, caldeira, etc.);
— descongele a arca regularmente ou sempre que detetar formação de gelo
nas paredes interiores: um centímetro de gelo reduz o rendimento do
aparelho em 75%; uma camada de apenas dois milímetros origina um
acréscimo de consumo de 10% e, caso atinja os cinco milímetros, o apare-
lho consumirá mais 30% de eletricidade;
— se não tiver muitos alimentos congelados, aproveite para esvaziar a arca
ou até mesmo desligá-la antes de uma ausência prolongada (quando vai
de férias, por exemplo);
— organize o interior da sua arca. Desta forma, encontrará rapidamente
aquilo de que precisa. Ao deixar a porta aberta enquanto procura,
a humidade do ar entra no aparelho e provoca condensação nas paredes,
82
A A energia e a água
83
A Gastar menos, viver melhor
Secador de roupa
— O consumo de um secador depende, em grande parte, do peso da roupa
e do tipo de têxtil. A secagem completa do algodão consome mais energia
do que a das fibras sintéticas, as quais absorvem menos água e, por isso,
secam mais depressa;
— o estendal ainda é a forma mais económica e ecológica de secar a roupa:
basta uma corda para pendurar a roupa ou um estendal portátil, que pode
colocar-se em qualquer divisão da casa. Já com um secador de roupa,
além do preço do aparelho gastará, no mínimo, 85 quilowatts-hora por
ano. Se secar a roupa dentro de casa, areje bem a divisão, para que a
humidade dos tecidos se evapore para o exterior, evitando a condensação
nas paredes ou tetos;
— se tiver um secador de roupa, saiba que basta selecionar uma centrifu-
gação mais rápida, na máquina de lavar, para reduzir a humidade nos
têxteis e o tempo de secagem. Mas não é necessário selecionar mais de
mil rotações por minuto, já que, a partir desse valor, a quantidade de água
retirada da roupa não aumenta de forma notória;
— não vale a pena secar completamente a roupa… se vai ter de a humedecer
para a engomar! É preferível interromper a secagem dez minutos antes do
final (alguns programas têm esta funcionalidade), deixando a roupa ligei-
ramente húmida: poupa-se energia na utilização da máquina de secar e
também na do ferro de engomar, já que, com a roupa um pouco húmida,
passar a ferro é muito mais rápido;
— tal como na máquina de lavar, encha bem o tambor e não faça meias
cargas;
— após cada utilização, limpe bem os filtros do secador. Isto tem um impacto
direto no desempenho e no consumo de energia do aparelho: quanto
mais sujos estão os filtros, mais eletricidade consome;
— entre os diversos tipos de secador, os que têm bomba de calor são os mais
eficientes e têm os consumos de energia mais baixos. Constituem, por
isso, a melhor opção para quem necessita de recorrer frequentemente a
um secador de roupa.
Forno
— Os fornos antigos consomem bastante mais do que os seus homólogos da
nova geração, equipados com um sistema de ar forçado que cozinha os
alimentos de forma mais rápida e homogénea;
— evite o pré-aquecimento. Os fornos modernos normalmente aquecem
depressa, o que torna o pré-aquecimento desnecessário. Também poderá
desligar o forno um pouco antes de os alimentos estarem completamente
84
A A energia e a água
Fogão
— O gás natural é a fonte de energia mais barata para cozinhar. Já o gás
engarrafado (propano e butano) pode ser tão ou mais caro do que a ele-
tricidade. Se não houver gás natural na sua zona, e apenas tiver acesso ao
butano ou propano, será mais vantajoso optar por um fogão com placas
de indução ou, se possível, por um fogão misto, com forno a gás e placas
de indução;
— para cozinhar recorrendo à eletricidade, use panelas com fundo apro-
priado, plano e sem qualquer deformação. Caso contrário, o consumo
pode aumentar até 50%. O diâmetro das panelas deve ser idêntico ao das
placas do fogão ou, no máximo, ultrapassá-lo em dois centímetros;
— desligue as placas elétricas cerca de cinco minutos antes de as refeições
mais demoradas estarem terminadas, dado que ainda se mantêm quentes
durante algum tempo. Certas placas vitrocerâmicas indicam o calor resi-
dual, o que é prático quando se quer poupar energia;
— sempre que possível, tape as panelas e as frigideiras. Se não o fizer, irá
consumir o triplo da energia ou mesmo mais! A título de exemplo, aque-
cer um litro e meio de água até cerca de 100ºC exige 190 Wh (watt-hora),
com tampa, e 720 Wh, sem tampa;
85
A Gastar menos, viver melhor
86
A A energia e a água
que contar, também, com o consumo dos aparelhos portáteis que ficam
a carregar mais tempo do que o necessário (por exemplo, os telemóveis)
e o de alguns periféricos do computador (impressoras, scanners, etc.) que
ficam ligados em permanência.
No total, numa casa, estes consumos dos aparelhos elétricos podem equi-
valer ao de uma lâmpada incandescente de 60 watts acesa, continua-
mente, durante um ano inteiro. Por isso, evite comprar demasiados dis-
positivos eletrónicos e deixar em standby os que já possui. Redescubra o
botão off da aparelhagem, do televisor, do micro-ondas e da impressora e
desligue-os no interruptor respetivo ou, sempre que possível, na tomada.
Consumo permanente?
Para detetar se um determinado aparelho continua a consumir eletricidade,
mesmo estando desligado, esteja atento aos seguintes sinais:
— existência de relógio, mostrador digital ou luz de aviso;
— superfície quente e libertação de calor: quanto mais quente estiver, mais
consome.
Desligar é fácil
Certos aparelhos podem perfeitamente ser desligados quando não estão
a ser utilizados, sem que tal tenha implicações no seu conforto. Pense no
micro-ondas, nos periféricos do computador, no televisor ou no leitor de
DVD, etc. Se os equipamentos consumirem energia enquanto estiverem liga-
dos à eletricidade ou o botão para desligar corresponder a um modo stan-
dby, tem duas opções:
— desligar sempre a ficha da tomada de eletricidade;
— ligar os aparelhos a uma extensão múltipla munida de um interrup-
tor, para desligar todos ao mesmo tempo. Também existem extensões
inteligentes que desligam os periféricos quando o aparelho principal é
desligado.
87
A Gastar menos, viver melhor
CONSUMO EM STANDBY
Os nossos testes mostram que o consumo em modo standby de um televisor, computador,
leitor de DVD ou telefone podem custar, anualmente e em média, cerca de cinco euros por
aparelho. Os equipamentos indicados no quadro abaixo totalizam um consumo global
em standby de 489 quilowatts-hora por ano e um gasto superior a 87 euros… quando não
estão a ser utilizados! Para ter uma ideia do custo correspondente de outros equipamen-
tos, multiplique o consumo em quilowatts-hora por 0,1456 euros (+IVA).
88
A A energia e a água
Iluminação
Sempre que possível, prefira a iluminação natural. Reduza os obstácu-
los como as cortinas, os cortinados e estores. A luz do dia é ecológica e
gratuita! Se as paredes e tetos da sua casa precisarem de uma pintura,
lembre-se que as cores claras refletem melhor a luz e que, pelo contrário,
os interiores escuros necessitam de duas ou três vezes mais iluminação
artificial.
As lâmpadas fluorescentes compactas são uma opção cada vez menos inte-
ressante. Além de a sua eficiência não ter aumentado muito nos últimos
anos (emitem cerca de 60 lúmens por watt), demoram a atingir a intensi-
dade de luz desejada e duram menos quando são ligadas e desligadas com
frequência. Assim, ainda que sejam ligeiramente mais baratas que as LED,
não aconselhamos a sua compra.
As lâmpadas de halogéneo
Consomem muita energia, apenas um pouco menos do que as velhas lâm-
padas incandescentes tradicionais. As que têm potências superiores a
300 watts representam um consumo anual de cerca de 165 quilowatts-hora
(30 euros) para uma utilização média de uma hora e meia por dia!
89
A Gastar menos, viver melhor
Se costuma sentar-se sempre no mesmo local (para ler, por exemplo), privi-
legie uma iluminação focalizada em vez de inundar a divisão de luz. E, claro,
não se esqueça de desligar a luz quando sair da divisão. Tenha em conta,
ainda, que quatro focos de halogéneo podem representar uma potência de
200 watts e uma despesa anual de cerca de 14 euros, se ficarem acesos uma
hora por dia.
Iluminação exterior
Iluminar o jardim e os acessos à casa também gasta muita energia. Uma lâm-
pada de 300 watts que funcione uma hora por dia consome 110 quilowatts-
-hora (20 euros) por ano. Não deixe a iluminação exterior acesa toda a noite.
E, se não puder evitar uma iluminação noturna prolongada, por exemplo,
por razões de segurança, utilize lâmpadas economizadoras adaptadas ao
uso exterior. A iluminação LED pode ser uma boa opção: proporciona uma
boa luminosidade com um consumo reduzido e o fluxo luminoso não é afe-
tado pelas condições climatéricas (por exemplo, pelas baixas temperaturas).
Estrategicamente colocados, um sensor de movimento ou um temporiza-
dor também podem ser úteis para manter as luzes acesas apenas durante o
tempo estritamente necessário.
Potência e luminosidade
As lâmpadas com menor intensidade (e menor potência) são menos eficien-
tes do que as de elevada intensidade. Assim, são de evitar os candeeiros
com muitas lâmpadas de baixa potência: uma lâmpada de potência superior
proporciona a mesma luz, mas o consumo de energia é menor.
90
A A energia e a água
Aquecimento da água
Vai comprar um sistema de aquecimento da água? Saiba que um termoa-
cumulador elétrico não é um bom investimento em casas onde se consome
muita água quente (leia-se, onde vivam três ou mais pessoas). Em regra,
o consumo de eletricidade é proporcional ao volume de água quente arma-
zenado e utilizado. Por isso, nestes casos, é muito elevado. Além disso,
o volume de água quente está limitado à capacidade do depósito.
91
A Gastar menos, viver melhor
92
A A energia e a água
Aquecimento do ar ambiente
O aquecimento absorve cerca de 25% da fatura energética doméstica. Com
uma construção mais cuidada, materiais mais adequados e, sobretudo, bons
níveis de isolamento, as habitações dispensariam a maioria dos aparelhos
de climatização. Para ter uma ideia do consumo anual para aquecimento
e arrefecimento da habitação, consulte o respetivo certificado energético,
onde constam os valores estimados (veja também a caixa abaixo).
Existem muitas soluções para aquecer a casa, desde o uso de aparelhos por-
táteis, como os termoventiladores, ao ar condicionado ou a sistemas cen-
tralizados, alimentados, por exemplo, por uma salamandra a pellets ou por
um recuperador de calor. Quando o aquecimento é necessário por períodos
relativamente longos e em toda a casa, o ideal é que estas soluções estejam
integradas com os sistemas de produção de água quente sanitária.
93
A Gastar menos, viver melhor
ISOLAMENTO
Uma casa bem isolada gasta menos energia para manter uma temperatura agradável.
Isolar as paredes, pelo exterior, de uma moradia com um piso e cerca de 120 m2 permite
uma poupança de 30%, o que pode equivaler a mais de 1500 quilowatts-hora por ano
(cerca de 270 euros), se o aquecimento for elétrico. Substituir janelas simples por modelos
com vidro duplo e caixilharia em PVC ou em alumínio de corte térmico pode significar um
acréscimo de 20% na poupança. Coloque juntas de isolamento no fundo das portas e nas
janelas que fecham mal. Um bom isolamento é benéfico para o ambiente e para a sua
carteira, mas contribui também para o seu conforto térmico e isola-o do ruído exterior.
Antes de mais, isole o telhado e o sótão; esta intervenção é a mais eficaz. Considere depois
todas as superfícies que estão em contacto com o exterior (paredes exteriores, janelas,
portas, soalhos, etc.).
Não se esqueça de que as habitações devem ser arejadas, mesmo no inverno. O ar
interior deve ser renovado regularmente: os ambientes demasiado húmidos ofere-
cem um terreno ideal ao desenvolvimento de bactérias que podem provocar alergias
respiratórias.
94
A A energia e a água
Aquecedores elétricos
Muito comuns em Portugal, são baratos e aquecem apenas as divisões onde
são necessários. No entanto, podem fazer disparar a fatura de eletricidade
e são muito limitados no que respeita à distribuição e ao controlo da tempe-
ratura numa divisão. Sem os devidos cuidados, podem colocar problemas
95
A Gastar menos, viver melhor
Ar condicionado
Os aparelhos de ar condicionado são cada vez mais eficientes e gastam,
no máximo, cinco vezes menos energia a aquecer uma divisão do que uma
caldeira a gás. Apesar de a eletricidade ser mais cara do que o gás natural,
o balanço é favorável ao ar condicionado. O principal inconveniente é tra-
tar-se de unidades individuais. Mas, com modelos multi-split, VRF ou instala-
ções individuais com condutas de ar, podem aquecer-se várias divisões com
o mesmo aparelho exterior.
Manutenção regular
Limpar o filtro é um dos procedimentos mais simples. Além de melhorar
a qualidade do ar interior da habitação, o aparelho fará menos esforço a
circular o ar, o que reduz o consumo de energia. Uma limpeza regular, res-
peitando a periodicidade indicada pelo fabricante, também evita que o pó e
a sujidade entrem em contacto com o condensador e o evaporador. Se estes
96
A A energia e a água
Uso adequado
Arrefecer ou aquecer uma divisão da casa com ar condicionado não é um
processo demorado. Por isso, não vale a pena deixar os aparelhos ligados
quando não estiver ninguém na divisão. Se quiser chegar a casa já com uma
temperatura confortável, programe o aparelho para começar a funcionar
meia hora antes. Não se esqueça de o desligar ou ajustar o nível de tempera-
tura depois de a divisão ficar vazia. Saiba ainda que já existem sistemas que
podem ser controlados à distância, através de aplicações móveis (tablets,
smartphones, etc.), via internet.
TEMPERATURA DE CONFORTO
Dentro de casa, a maioria das pessoas sente-se confortável com uma temperatura de 22ºC
no inverno e de 25ºC no verão. E, idealmente, é para essas temperaturas que o apare-
lho deve ser regulado. Contudo, muitas pessoas regulam os aparelhos para temperaturas
inferiores a 19ºC no verão. Um desperdício de energia (alguns fabricantes alegam que
cada grau centígrado abaixo dos 25ºC aumenta o consumo de energia em cerca de 8%),
mas também um perigo para a saúde, devido à grande diferença de temperaturas entre a
divisão arrefecida e outros ambientes. Também é importante lembrar que estes aparelhos
funcionam por convecção, ou seja, o calor (ou o frio) é transmitido pela passagem de um
fluxo de ar através de serpentinas. Não é saudável expor-se a um fluxo de ar muito frio;
direcione a saída do ar para uma área onde não estejam em permanência pessoas, plan-
tas ou animais.
97
A Gastar menos, viver melhor
Alternativas à climatização
Os aparelhos de ar condicionado são cada vez mais utilizados. Ainda assim,
durante o verão, existem várias estratégias alternativas que permitem redu-
zir o consumo:
— sempre que possível, privilegie a ventilação natural. Abra as janelas se
estiver mais calor dentro da habitação do que no exterior. Mesmo no
pino do verão, as noites são, geralmente, mais frescas, sobretudo de
madrugada. Se aproveitar para abrir as janelas, o interior da casa irá
refrescar. Nesta matéria, as janelas basculantes são muito práticas;
— evite que o sol entre diretamente nas divisões. Equipar as janelas
expostas ao sol, pelo exterior, com portadas, toldos ou persianas é
mais eficaz do que fechar as cortinas no interior. Feche estes dispositi-
vos durante o dia e reabra-os apenas quando o sol já não incidir nesse
lado da casa;
— um bom isolamento também é útil contra os calores estivais. Se colocar
uma camada de material isolante, com 15 a 20 centímetros de espessura,
no telhado, verá que o investimento compensa;
— a vegetação nas fachadas ou no telhado (trepadeiras, cobertura vegetal,
etc.) contribui para regular naturalmente a temperatura;
— se não estiver demasiado calor no exterior, recorra a ventoinhas. Elas não
refrescam como um sistema de climatização, mas atenuam a sensação
de calor por um custo sensivelmente inferior, já que são mais baratas e
consomem menos energia. As ventoinhas de teto são mais eficazes, pois
asseguram uma melhor circulação do ar.
Água potável
Em Portugal, os preços da água da rede pública nos vários municípios são
tão díspares como os critérios usados pelos fornecedores. Apesar disso,
há um princípio transversal: quanto mais consome, mais paga.
Trata-se de um bem precioso. O tratamento da água para consumo humano
é cada vez mais dispendioso. Por outro lado, aumentam as dificuldades no
acesso a água com características adequadas e, no verão, as reservas dimi-
nuem drasticamente em certas regiões do país. Por todas estas razões, con-
vém consumir a água potável com moderação. Concretamente, há uma série
98
A A energia e a água
O autoclismo
Só para o autoclismo, utilizamos tanta água como os habitantes de certos
países em desenvolvimento para cobrir todas as suas necessidades diárias,
ou seja, higiene, beber e cozinhar. Para reduzir este consumo, tenha em
conta as seguintes recomendações:
— a capacidade dos autoclismos tradicionais oscila entre seis e dez litros.
Se ajustar o mecanismo interior de forma a baixar o volume total de
enchimento, poderá poupar quatro litros em cada descarga. Numa
família de quatro pessoas, isto traduz-se numa poupança anual de cerca
de 23 m3;
— opte por um autoclismo munido de um botão de dupla descarga (total ou
parcial) ou de interruptor de caudal. Deste modo, poderá fazer descargas
de três a quatro litros para a maioria dos usos, o que significa um acrés-
cimo de 13 m3 à poupança anual mencionada. Ponha no caixote do lixo,
e não na sanita, resíduos sólidos como pensos higiénicos ou cotonetes.
Desta forma, evitará descargas de água desnecessárias e problemas nas
estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR).
DEMASIADO DESPERDÍCIO
• Em 2018 foram captados em Portugal cerca de 802 milhões de m3 de água para produção
de água potável. A rede de distribuição não favorece um uso racional e ponderado deste
bem essencial: 172 milhões de m3 desta água tratada e pronta a consumir perderam-se ao
longo da rede (por fugas nas condutas, por exemplo). As perdas rondam uma média de
30%, mas há municípios onde ultrapassam os 50%.
• De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cada indivíduo precisa de
110 litros de água para satisfazer as suas necessidades diárias. No entanto, os dados da
Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) indicam que, em 2018,
o consumo doméstico de cada português atingiu os 122 litros de água potável por dia.
• A título de exemplo, 59% da água potável consumida por cada pessoa é usada no duche
ou banho e nas descargas de autoclismo. O desperdício é enorme, na medida em que
consumimos apenas uma pequena parte da água canalizada para beber ou cozinhar.
No essencial, utilizamos esta água para fins que não requerem forçosamente água potá-
vel. Por exemplo, nas descargas de autoclismo poderiam utilizar-se as chamadas águas
cinzentas provenientes do duche, do lavatório ou da máquina de lavar roupa. Isso represen-
taria uma poupança diária, por pessoa, de 25 a 35 litros de água potável.
99
A Gastar menos, viver melhor
Duche e banho
— Prefira o duche ao banho de imersão. Com efeito, enquanto para o banho
são necessários, no mínimo, 80 litros de água, um duche de cinco minu-
tos não consome mais de 30 litros;
— instale uma torneira misturadora termostática, para evitar desperdiçar
água enquanto procura a temperatura certa. Uma torneira monoco-
mando, isto é, com um só manípulo, também é uma boa solução e, geral-
mente, é mais barata;
— opte por um chuveiro económico, com um caudal de seis a nove litros
por minuto ou com limitador de caudal. Um chuveiro normal gasta 10 a
15 litros de água por minuto, o que, em duches de 10 minutos, ultra-
passa o consumo de um banho de imersão. Se instalar um adaptador no
chuveiro, economiza vários litros de água por dia. Em alternativa, opte
por um chuveiro com botão eco stop. Este botão permite fechar a saída
de água, sem mexer na torneira, e manter a temperatura na utilização
seguinte;
— ao limitar a duração do duche a cinco minutos e não deixar a água a cor-
rer enquanto está a ensaboar-se, pode economizar num ano várias deze-
nas de milhares de litros de água. Para uma família de quatro pessoas, isso
pode representar uma poupança anual superior a 100 m3, isto é, 100 mil
litros de água!
— quando o banho de imersão for necessário, tente não encher mais do que
um quarto da banheira. Duas crianças com idades aproximadas podem
tomar banho ou duche juntas;
— antes de instalar um redutor de caudal, informe-se junto da entidade ges-
tora da água sobre a pressão existente na rede (se necessário, verifique o
contacto na fatura da água). Esta informação é importante para instalar
um dispositivo adequado. Convém também assegurar que a pressão da
água não fica demasiado baixa (por exemplo 1,5 bar), para não compro-
meter o funcionamento do esquentador;
— não deixe a água a correr enquanto lava as mãos ou faz a barba e utilize
um copo para lavar os dentes.
100
A A energia e a água
Cozinha
— Não deixe a água a correr enquanto lava a loiça à mão. Vale mais encher
a cuba do lava-loiças ou uma bacia, seja para lavar a loiça, a fruta ou os
legumes. Se tiver de esperar que a água aqueça, recolha a água fria num
balde. Esta poderá servir, por exemplo, para regar as plantas;
— não lave cada peça de loiça que suja sob água corrente. Espere até ter a
quantidade suficiente para encher uma bacia;
— o melhor será usar a máquina de lavar loiça: os aparelhos mais recentes
consomem apenas 13 litros de água por lavagem. Opte por uma máquina
económica e ponha-a a funcionar apenas quando estiver cheia. Sempre
que a loiça não esteja muito suja, utilize o programa económico.
As perdas de água
Assegure-se de que as torneiras não perdem água. Uma fuga provoca um
desperdício considerável: dez gotas por minuto equivalem a um copo de
água por hora ou cinco litros por dia, um duche completo por semana e
qualquer coisa como 1800 litros de consumo suplementar e inútil por ano.
Ou seja, o seu consumo individual durante 14 dias. Se a torneira gotejar inin-
terruptamente, o desperdício pode chegar a 50 litros por dia ou 1500 litros
por mês! Em suma, mesmo considerando apenas os motivos financeiros,
tem todo o interesse em reparar a torneira sem demora. Feche bem as tor-
neiras após cada utilização: ainda que esteja em perfeito estado, uma tor-
neira mal fechada pode perder água!
Se o autoclismo tiver uma fuga que não consegue reparar, chame um cana-
lizador. Um autoclismo sempre a correr pode sair-lhe mais caro, em termos
de consumo de água, do que a intervenção de um especialista.
101
A Gastar menos, viver melhor
As pequenas fugas nem sempre são percetíveis. Para verificar se uma tor-
neira tem fugas, coloque, por exemplo, uma folha de papel higiénico no
lavatório ou no lava-loiças (bem secos) e deixe-a aí toda a noite. De manhã,
verifique se continua seca ou está molhada. Outra opção é fazer a leitura
do contador de água antes de se deitar e verificar, na manhã seguinte, se o
consumo permaneceu inalterado.
Jardim
— É mesmo necessário regar? Escolher plantas adaptadas às características
do jardim permite-lhe reduzir a frequência da rega e o volume de água
despendido;
— só as plantas em vaso e os rebentos ou as sementeiras precisam de água.
De preferência, regue à noite, para evitar que a maior parte da água se
evapore rapidamente com o calor;
— regar o jardim com um dispositivo de rega por aspersão consome cerca de
500 litros de água por hora! Se utilizar este sistema durante duas horas,
duas vezes por semana, de junho a setembro (ou seja, 16 semanas), terá
um consumo ruinoso de 32 mil litros de água numa só estação! Um sis-
tema “gota a gota” consome menos;
— caso tenha um sistema de rega automático, instale sensores de humidade
no solo. Estes sensores detetam quando é necessário ativar a rega automá-
tica, evitando o desperdício de água em dias de chuva;
— para regar as plantas, aproveite a água de lavagem da fruta e dos legumes
e a que corre na banheira ou no duche enquanto espera que atinja a tem-
peratura desejada;
102
A A energia e a água
Reutilizar a água
Outra possibilidade é um circuito para recuperar a água dos lavatórios,
dos duches e das máquinas de lavar, embora o uso destas águas cinzentas
deva ser reservado apenas às descargas do autoclismo. Num cenário de dois
moradores, numa moradia, estima-se que um sistema para encaminhar as
águas do banho para o autoclismo represente um custo adicional de 70 a
100 euros em relação ao esquema tradicional e permita poupar 34 m3 por
ano. Isso pode traduzir-se numa amortização do investimento em apenas
sete meses.
103
A Gastar menos, viver melhor
Poderá ainda existir um sistema híbrido, que misture a água da chuva reco-
lhida com as águas cinzentas. Desta forma reduz-se a carga poluente, o que
permite que esta água seja usada, não só no autoclismo, mas também na
rega de plantas, em lavagens exteriores e de automóveis, dispensando o
recurso à rede pública para estas utilizações.
Lavatório
Autoclismo
Águas
Rede Chuveiro cinzentas
pública
+
(água
Lava-loiças Água
potável) Depósito e
da chuva
tratamento
Máquinas da água
Esgoto
(água negra)
Rega e limpeza
do exterior
104
A
Capítulo 6
O automóvel
A Gastar menos, viver melhor
106
A O automóvel
quem faz mais de oito mil quilómetros por ano ou fica com o carro durante
mais de cinco anos. No entanto, esta avaliação pode variar significativa-
mente com o modelo considerado. Por isso, se está a pensar comprar carro
e já tem alguns modelos debaixo de olho, consulte o simulador que pre-
parámos para si (veja a caixa Contas feitas num clique, na página seguinte).
A própria categoria e a dimensão afetam não só o preço do veículo, mas
também o consumo de combustível, o prémio do seguro e as portagens.
E, claro, quanto mais equipamentos adquirir (ar condicionado, sistemas de
segurança, etc.), maior será o valor do carro.
Com base nas dimensões e utilização típica, os veículos são classificados nas
seguintes categorias: citadinos, utilitários, pequenos familiares, familiares,
MPV e SUV. Regra geral, as viaturas maiores têm uma cilindrada e um preço
mais elevados, o que aumenta o consumo e o prémio do seguro.
É MESMO NECESSÁRIO?
Antes de avançar para a aquisição, avalie se precisa mesmo do carro ou se vai utilizá-
-lo apenas de vez em quando. Em média, uma viatura permanece imóvel 23 em cada
24 horas e, nestas circunstâncias, os custos fixos poderão não compensar. Considere outras
possibilidades, como os transportes públicos, a bicicleta, o táxi e até a partilha de automó-
veis (veja o final deste capítulo).
Comprar um automóvel
Está decidido a comprar e a poupar nesta compra? Tenha em conta o com-
bustível, o tipo de veículo e a opção por um modelo novo ou usado. Por fim,
não deixe de negociar o preço.
107
A Gastar menos, viver melhor
108
A O automóvel
Características do veículo
O consumo de combustível depende, em parte, de três fatores:
— o peso do veículo, muito idêntico nos modelos do mesmo segmento;
— a resistência ao rolamento, muito influenciada pelos pneus;
— a aerodinâmica, que varia consoante o tipo e a forma exterior do veí-
culo. Os mais aerodinâmicos gastam menos, porque a resistência ao ar é
menor. Mas é mais importante não transportar carga fora do automóvel e
conduzir com as janelas fechadas. Quem percorre grandes distâncias com
frequência tem interesse em escolher uma viatura maior e com linhas
aerodinâmicas. Fica um pouco prejudicado em cidade, mas economiza
a grande velocidade, o que, aliás, deverá representar a maior parcela de
consumo.
109
A Gastar menos, viver melhor
Citadinos
São pequenos e adequados para os percursos curtos, dentro da cidade. É o
caso, por exemplo, do Renault Twingo, do Hyundai i10, do Kia Picanto e dos
vários modelos da Smart. Normalmente também são os mais económicos,
tanto na compra como na utilização. Os elétricos são a solução mais ecoló-
gica para a cidade e, dada a autonomia mais limitada deste tipo de viaturas,
também é a esta utilização que melhor se adaptam. Se optar pelo GPL ficará
sem espaço na bagageira, já de si reduzido, por causa do reservatório de gás.
E, como estes automóveis consomem pouco e são mais utilizados em peque-
nos percursos, a instalação do sistema pode não se traduzir numa poupança
significativa. Além disso, não poderá estacionar na maioria dos parques sub-
terrâneos, comuns na cidade.
Utilitários
Aventuram-se bem fora da cidade porque são mais potentes, espaçosos e
confortáveis do que os citadinos. Alimentam o sistema de ar condicionado
sem quebras significativas de desempenho, principalmente se tiverem uma
cilindrada acima dos 1200 cc (a gasolina) ou 1400 cc (a gasóleo). Não trans-
portam muita bagagem, mas dão conta do recado na altura de trazer as com-
pras, as mochilas das crianças ou as malas de fim de semana. As versões
elétricas dos utilitários têm uma autonomia razoável e tornaram-se uma boa
opção. O preço ainda é um problema, que pode ser compensado se a utili-
zação for frequente.
Nesta categoria estão o Ford Fiesta, o Citroën C3, o Fiat Punto, o Renault Clio
e o Renault ZOE, entre outros. Existem versões a gasolina, a gasóleo, GPL e
elétricos. Se optar pelo GPL, o espaço da bagageira ficará muito reduzido
devido à instalação do reservatório do gás.
Pequenos familiares
O Ford Focus, o Peugeot 308, o Volkswagen Golf, o Renault Megane e o
Hyundai Leaf pertencem a esta categoria. São vocacionados para as famí-
lias com crianças ou para o transporte regular de adultos no banco de trás.
110
A O automóvel
Familiares
Interessam às famílias que têm até cinco membros e a quem necessita, fre-
quentemente, de transportar adultos no banco de trás ou de fazer viagens
longas. Na cidade não se movimentam bem, pois são bastante compridos.
Basta pensar em modelos como o BMW Série 3, o Ford Mondeo, o Mercedes
classe C, o Opel Insígnia, o Tesla Model 3 e o Renault Laguna. Normalmente,
o equipamento de origem é superior ao dos pequenos familiares.
111
A Gastar menos, viver melhor
Novo ou usado?
Um modelo novo é significativamente mais caro do que um usado, ainda que
este tenha poucos quilómetros. De facto, a desvalorização é muito acentuada
nos primeiros três anos: decorrido o primeiro ano após a venda, um veículo
de passageiros já perdeu cerca de 20% a 30% do seu valor.
Negociar bem
Os conselhos para negociar o preço variam consoante se trate de um auto-
móvel novo ou de um usado.
112
A O automóvel
Veículos novos
O vendedor de automóveis trabalha à comissão, o que significa que parte do
seu ordenado depende do número de viaturas vendidas e dos descontos feitos
em cada uma. Normalmente, quanto mais viaturas vender e menos descontos
fizer, mais ganha, mas o primeiro fator pesa mais do que o segundo. Por isso,
vale sempre a pena tentar negociar o preço de venda. Quando abordar o ven-
dedor, diga-lhe que pretende sondar outros concessionários e que optará
pela proposta mais aliciante.
Trocar de carro
Se estiver interessado em entregar o seu carro atual para troca, introduza o
assunto na conversa depois de lhe darem o preço já com os descontos. Refira
que só nesta condição comprará o novo. O valor oferecido pelo seu carro
antigo, na compra de um novo, pode variar muito. Pergunte se está prevista
alguma promoção para breve e, em caso afirmativo, se pode beneficiar dela
antecipadamente. Além disso, consulte vários standes.
Veículos usados
Para estimar o valor comercial de referência do carro que pretende
comprar, faça uma pesquisa na internet em sítios de usados e/ou visite
vários standes que os comercializem. Num caso como noutro, tenha em
113
A Gastar menos, viver melhor
114
A O automóvel
O financiamento
Escolhido o automóvel, é preciso pagá-lo. O ideal é fazê-lo a pronto, mas isso
nem sempre é possível e o recurso ao financiamento é frequente. No con-
cessionário podem apresentar-lhe propostas de crédito ou locação. Estes
produtos estão associados a um banco ou a uma Instituição Financeira de
Crédito Especializado (IFIC). Apesar da comodidade e eventual rapidez
desta solução, antes de decidir consulte o seu banco e outras instituições de
crédito, para escolher a melhor proposta. Tem de despender algum tempo,
mas a poupança pode ser significativa.
115
A Gastar menos, viver melhor
116
A O automóvel
Custos comparados
As taxas de juro são mais baixas no crédito automóvel do que no pessoal.
Mas as mais vantajosas, habitualmente, são as da locação financeira. Antes
de decidir, compare as propostas de diversas instituições de crédito através
da Taxa Anual de Encargos efetiva Global (TAEG). Este indicador engloba
todos os custos associados ao financiamento, o que dá uma perceção real
do valor total a pagar e torna a comparação mais rigorosa (saiba mais em
A importância da TAEG, na página 130).
117
A Gastar menos, viver melhor
(veja o próximo título). Este aspeto pode tornar o leasing e o ALD mais caros
do que os créditos. No entanto, é recomendável contratar a cobertura de
danos próprios quando o carro é novo (até aos cinco anos e/ou enquanto
não estiver pago), mesmo que opte pelo crédito.
Seguro automóvel
O seguro de responsabilidade civil é obrigatório para todos os veículos
automóveis. Se não o contratar, o proprietário sujeita-se a uma coima até
2500 euros, a ficar inibido de conduzir por um período mínimo de um mês
e a que o veículo seja apreendido. Pelo contrário, com o seguro em dia terá
assegurado o pagamento das indemnizações pelos danos que causar a ter-
ceiros até ao limite de sete milhões e 290 mil euros por sinistro, dos quais
um milhão e 220 mil euros para danos materiais e seis milhões e 70 mil
euros para os corporais.
Pagar e poupar
Embora permitam uma poupança significativa quando ocorrem danos
cobertos pela apólice, por transferirem a responsabilidade de os reparar
para a seguradora, estes seguros têm um custo. Os prémios do seguro de
responsabilidade civil e das coberturas facultativas são determinados em
função de vários parâmetros, entre os quais se destacam:
— o capital seguro;
— a idade e a experiência do condutor;
— a residência, sendo aplicadas tarifas diferentes em função do índice de
sinistralidade associado a cada zona;
— as características do veículo, como a cilindrada e o ano de matrícula;
118
A O automóvel
Se o veículo tiver até cinco anos ou, ainda que tenha mais, mantiver um valor
comercial significativo ou não estiver totalmente pago, opte por contratar
119
A Gastar menos, viver melhor
Informação suplementar
Encontra na revista dinheiro & direitos e no nosso sítio na internet
(www.deco.proteste.pt/seguro-auto) informação regularmente atualizada
sobre os seguros para o automóvel e as apólices disponíveis no mercado,
bem como os procedimentos adequados em caso de acidente ou de conflito
com a seguradora, entre muitas outras questões que poderão ser-lhe úteis.
Manutenção e condução
Não descure a manutenção regular do veículo, pois o aumento do consumo
e da poluição podem atingir os 50%. Basta que as velas estejam deteriora-
das ou o filtro do ar sujo para o carro consumir mais. Se cumprir o plano
estipulado pelo fabricante, evita o desgaste prematuro de alguns compo-
nentes e ter de efetuar grandes reparações. A poupança anual pode atingir
várias centenas de euros! Da mesma forma, o tipo de condução tem impli-
cações nos custos.
120
A O automóvel
MODERAR A VELOCIDADE
A velocidade influencia o consumo de combustível. E é entre os 70 km/h e os 90 km/h
que consegue reduzi-lo ao mínimo. Se circular a uma velocidade constante de 120 km/h
consome cerca de mais 20% do que a 100 km/h. Numa viatura pequena, basta um acrés-
cimo de 10 km/h em autoestrada para consumir mais um litro de combustível aos 100 km.
Equipamentos de bordo
O controlo automático de velocidade (cruise control) ajuda-o a circular
a uma velocidade constante, o que lhe permite poupar, em média, 5% de
combustível. Caso tenha um sistema de sinalização de condução ecológica,
utilize-o para controlar a velocidade — e o consumo — de forma mais eficaz.
121
A Gastar menos, viver melhor
Por outro lado, ter as janelas ou o teto abertos durante um trajeto em estrada
aumenta a resistência ao ar. Em consequência disso, o motor consome mais
combustível para manter a velocidade desejada. Utilize preferencialmente a
ventilação (não confundir com o ar condicionado) para renovar o ar interior
e desligue-a assim que deixar de ser necessária. Tenha ainda o cuidado de
usar o ar condicionado apenas quando for realmente necessário e com uma
temperatura moderada. Desta forma, também evita o choque térmico ao
sair do veículo.
122
A O automóvel
Atestar
Compare os preços nos diversos pontos de venda. Muitas vezes, as reduções
anunciadas estão sobrestimadas, pois são calculadas a partir dos preços pra-
ticados nas autoestradas. Ora, estas tarifas são mais elevadas que no resto
do território.
Se vai de carro para o estrangeiro, informe-se sobre qual o país onde é mais
vantajoso atestar o depósito. As diferenças de preço podem ser significati-
vas, sobretudo, na gasolina sem chumbo, mas são reduzidas no GPL. A este
respeito, existem alguns sítios interessantes na internet. Em Portugal recorra
a www.maisgasolina.com e www.precoscombustiveis.dgeg.pt; para a Europa
use o endereço www.iru.org e procure a rubrica “Fuel prices”.
Alternativas à compra
Como vimos, um carro dá muitas despesas e nem sempre as necessidades
justificam a sua aquisição. Analise as alternativas que lhe permitem poupar
dinheiro nas suas deslocações e reduzir o impacto ambiental.
Partilhar boleias
O princípio do carpooling é o da partilha de veículos, e respetivas despe-
sas, no percurso casa-trabalho e noutros trajetos habituais. Se está interes-
sado nesta modalidade, pergunte diretamente aos seus colegas, vizinhos,
amigos e conhecidos se também alinham ou então consulte os sítios na inter-
net e as aplicações para dispositivos móveis como o www.blablacar.pt ou o
www.boleia.net.
No dia-a-dia
Para organizar uma partilha, é necessário definir as regras quanto ao reem-
bolso das despesas. Tratando-se de algo regular, ou até mesmo diário,
há ainda que prever os horários de ida e vinda e as férias. A partilha de
despesas depende do sistema escolhido. Quando é usado apenas o carro de
um interveniente, os passageiros contribuem em partes iguais para os custos
123
A Gastar menos, viver melhor
Recurso esporádico
A partilha de boleias também é utilizada para fazer um único trajeto, comum
a condutor e passageiro(s). Nesse caso, basta chegar a acordo quanto ao
horário e às despesas partilhadas. Em qualquer dos casos, ambas as partes
terão de estar registadas na plataforma. É possível pesquisar propostas de
boleias para o trajeto pretendido, consultar os preços e as avaliações e per-
fis dos utilizadores. Verifique também o número de lugares disponíveis e a
bagagem que é possível levar. Comece por ler os termos e as condições do
serviço, incluindo eventuais penalizações em caso de cancelamento ou não
comparência e os meios de pagamento.
Carsharing
Os veículos têm múltiplos utilizadores, mas não em simultâneo. Esta opção
é vantajosa para quem necessita de um veículo por um curto período de
tempo (alguns minutos ou horas). As plataformas de partilha de carro
(e também as de scooters, bicicletas e trotinetes) permitem localizar, reser-
var, pagar e utilizar as viaturas através de uma aplicação móvel. Pode ace-
der ao veículo numa zona da cidade e deixá-la noutra. Mas terá de estar
registado na app para obter o PIN e a chave que permitem abrir a porta
e iniciar a viagem. No final, fecha o veículo através da app e o pagamento
é automaticamente processado, através dos meios disponíveis (cartão de
débito e de crédito). Acesso à internet e telemóvel com bateria no máximo
são condições essenciais para tudo correr bem. Alguns exemplos de
empresas com este tipo de frotas são a Emov (www.emov.eco/lisboa) e a
24/7 City (www.hertz247city.pt).
Rent-a-car colaborativo
Sabia que pode alugar um carro de rent-a-car, durante 24 horas, por ape-
nas 1 euro? A plataforma www.driiveme.pt visa facilitar o transporte de car-
ros das empresas rent-a-car de uma localidade para outra, o que é feito por
124
A O automóvel
Alternativas ao automóvel
A melhor forma de poupar nos custos variáveis do veículo é usá-lo o mínimo
possível. As alternativas? Andar a pé é económico e faz bem à saúde. Quando
a distância e o tempo disponível não o permitem, opte pelos transportes
públicos ou pela bicicleta.
Transportes públicos
Nem sempre demora mais a chegar ao seu destino de transportes públi-
cos. Além disso, durante a viagem pode aproveitar para descansar ou fazer
outras coisas, como ler, escrever, jogar. Até é possível terminar um trabalho
que não conseguiu fazer durante o horário de serviço.
Bicicleta
Para as distâncias curtas, a bicicleta, aliada da sua carteira e da sua saúde,
é a solução ideal. Além disso, quando comparadas com as de um carro,
125
A Gastar menos, viver melhor
126
A
Capítulo 7
Questões
de dinheiro
A Gastar menos, viver melhor
Se está a pensar adquirir um bem e não tem dinheiro para o fazer, tente adiar a
compra até juntar o montante necessário. Além de evitar pagar juros, ainda pode
ir aplicando essas poupanças e obter um rendimento adicional. Não havendo
mesmo alternativa ao crédito, procure o banco que lhe oferece as melhores
condições ao nível da taxa de juro e dos encargos associados ao empréstimo.
128
A Questões de dinheiro
e esta, por sua vez, depende do prazo durante o qual irá manter o investi-
mento e do grau de risco que aceitar correr, além de variar de um banco
para outro e estar sujeita a flutuações. Ou seja, em regra, uma aplicação
a longo prazo rende mais, enquanto as que permitem levantar dinheiro a
qualquer momento estão associadas a taxas de juro mais baixas. Quando
a expectativa de rentabilidade é mais elevada, também aumenta o risco de
perder parte ou a totalidade do dinheiro. Se privilegia a garantia de capital,
opte por um depósito a prazo, por uma conta poupança ou pelos Certifica-
dos de Aforro ou do Tesouro.
129
A Gastar menos, viver melhor
Mas, se puder deixar o seu dinheiro de lado durante, pelo menos, cinco
anos, e tiver outras economias a que possa recorrer em caso de necessidade,
vale a pena pensar noutros investimentos potencialmente mais rentáveis,
como as ações e os fundos de investimento.
O crédito ao consumo
Existem diferentes tipos de crédito:
— os empréstimos com prazo definido são um crédito a termo, pelo qual são
pagas prestações mensais fixas ou variáveis (indexadas), calculadas a uma
determinada taxa de juro;
— na venda a prestações, o valor de aquisição é pago ao longo de um deter-
minado período, seja com entrada inicial ou não, com ou sem juros;
— os cartões de crédito permitem adiar o pagamento por um período de
20 a 50 dias, sem pagamento de juros, ou fracionar os pagamentos,
mediante a aplicação de uma taxa de juro ao montante em dívida;
— a locação financeira pode ser em leasing ou Aluguer de Longa Duração
(ALD). É um contrato em que a empresa financeira adquire o bem e per-
mite o seu uso ao locatário, mediante o pagamento de rendas calculadas
a uma taxa de juro. Habitualmente fica acordada a compra no final do
prazo da locação (veja também a página 117);
— as linhas de crédito são contratos em que a instituição financeira dispo-
nibiliza um determinado montante, que pode ser usado total ou parcial-
mente e é reposto à medida que são efetuados pagamentos. Normalmente
é aplicada uma taxa de juro ao período em que se usa a linha.
A importância da TAEG
Para comparar as diferentes propostas use a Taxa Anual de Encargos Efe-
tiva Global (TAEG), que engloba todos os encargos associados e traduz
o custo real do crédito. Esta taxa é calculada tendo em conta o mon-
tante, o prazo, a taxa de juro, as comissões, os impostos associados e os
seguros obrigatórios. Para propostas semelhantes, aquela que apresentar
a TAEG mais baixa é a mais barata. De facto, pode acontecer que uma
taxa de juro mais baixa esteja associada a um contrato globalmente mais
caro, por ter mais comissões ou os seguros exigidos terem um custo mais
elevado.
130
A Questões de dinheiro
Informações suplementares
Para o ajudar a escolher o crédito pessoal mais barato, o sítio da deco pro-
teste tem o simulador Crédito pessoal: qual o melhor banco?, que é atuali-
zado quinzenalmente. Se pretender escolher o melhor cartão de crédito,
poderá também aceder à tabela com as taxas praticadas.
131
A Gastar menos, viver melhor
132
A Questões de dinheiro
Os seguros
Obrigatórios por lei ou de contratação facultativa, os seguros permitem-
-lhe salvaguardar o valor dos seus bens ou garantir que, se lhe acontecer
alguma coisa, os seus familiares não ficarão numa situação financeira
precária. Em troca desta segurança, as seguradoras cobram um determi-
nado prémio.
Se seguir alguns conselhos simples, poderá obter poupanças significativas
sem ter de prescindir das apólices nem contratar as que, apesar de serem
mais baratas, não proporcionam as coberturas necessárias.
133
A Gastar menos, viver melhor
Faça um levantamento dos seguros que já tem, para evitar contratar duas
vezes a mesma cobertura. A maioria das pessoas tem mais seguros do que
os contratados por iniciativa própria. De facto, cada vez mais as empresas
contratam seguros para os seus funcionários. Por outro lado, aos cartões de
débito e crédito e a determinados produtos ou serviços estão geralmente
associados alguns seguros, como os de assistência em viagem, responsabili-
dade civil, acidentes pessoais ou assistência médica.
134
A Questões de dinheiro
até ao valor dos bens. Portanto, antes de contratar o seguro e, depois disso,
periodicamente, muna-se das ferramentas necessárias para fazer ou atua-
lizar a lista dos objetos que possui e dos valores que teria de gastar para
os substituir. Adicione ainda 10% desse montante, para prever eventuais
aumentos de preços até à ocorrência do sinistro. Sempre que necessário,
reveja a sua apólice multirriscos e atualize o capital seguro.
Poupar no IRS
Peça sempre os comprovativos de pagamento com número de contribuinte
(o seu ou o dos seus dependentes, consoante as despesas sejam suas ou
deles) e vá verificando e validando as despesas no e-fatura. Se algum dos
membros do seu agregado familiar ainda não tiver senha de acesso, solicite-a
135
A Gastar menos, viver melhor
no Portal das Finanças. Por fim, mesmo com as despesas validadas no por-
tal, guarde os comprovativos durante algum tempo (aconselhamos que o
faça durante, pelo menos, quatro anos).
Se, no ano a que se referem os rendimentos, tiver vendido a sua casa, não
se esqueça de declarar os encargos que teve na compra e na venda, bem
como as obras que efetuou nos 12 anos que antecederam a venda. Lembre-se
que tudo deve estar documentado. Os encargos com imobiliárias, o Imposto
Municipal sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) da casa ven-
dida e o pedido de certificação energética são dedutíveis, não deixe de os
mencionar.
Questões familiares
É obrigatório indicar o número fiscal de todos os dependentes na declaração
de IRS. Se paga uma pensão de alimentos, só poderá deduzi-la no IRS se tiver
sido aprovada por um juiz (quando há comum acordo) ou decretada por um
tribunal.
136
A Questões de dinheiro
As famílias com rendimento anual bruto até 15 295 euros e com imóveis
(rústicos e urbanos) de valor total até 66 500 euros também não pagam
IMI. Já não é necessário requererem a isenção às Finanças, mas é impres-
cindível que a declaração de IRS seja entregue dentro do prazo — os atrasos
têm como consequência a perda de isenção e o pagamento de uma coima
mínima de 25 euros.
137
A
A
Capítulo 8
Lazer e bem-estar
A Gastar menos, viver melhor
Férias
Para economizar no orçamento das férias, anote algumas informações e con-
selhos úteis:
— ao reservar com antecedência, pode conseguir reduções entre 10% e 20%
sobre os preços indicados nas brochuras;
— certos operadores turísticos fazem regularmente ofertas promocionais,
através das agências de viagens ou na internet;
— os preços variam bastante, de acordo com a lei da oferta e da procura.
Por exemplo, irá seguramente pagar muito mais em época alta do que em
época baixa. Se puder, vá de férias quando a maioria das pessoas está a
trabalhar;
— quando fizer a reserva, confirme se os valores apresentados são fixos ou
ainda poderão variar, por exemplo, devido às flutuações cambiais. Cer-
tifique-se de que todos os custos estão incluídos e não terá acréscimos
substanciais de última hora.
140
A Questões de dinheiro
Troca de casas
Quer viajar sem gastar um cêntimo em alojamento? É possível ficar gra
tuitamente em casa de outras pessoas desde que, em contrapartida,
disponibilize a sua habitação a outros utilizadores. Para isso, pode inscre-
ver-se numa plataforma internacional de troca de casas. As trocas não têm
de ser diretas nem simultâneas. Ou seja, um proprietário pode ceder a
sua casa a um visitante e, mais tarde, usufruir da estadia em casa de outro
utilizador. Algumas plataformas cobram uma taxa de adesão ao serviço
ou uma anuidade, noutras a inscrição é gratuita. Há várias organizações
online de intercâmbio de casas, basta abrir o seu motor de busca, digitar
“troca casas” e navegar pelos resultados. Ainda assim, deixamos-lhe aqui
algumas possibilidades: www.trocacasa.com/pt, www.troquedecasa.com,
www.homeexchange.com/pt, www.lovehomeswap.com e homelink.org.
141
A Gastar menos, viver melhor
férias. Atraídos por anúncios a casas com preços convidativos, nos jornais e
na internet, muitos acabam por reservar o alojamento através do pagamento
de um sinal. Quando chegam ao local, não há ninguém para os receber, nem
casa para arrendar. Para evitar riscos desnecessários, informe-se sobre os
alojamentos locais autorizados, na câmara municipal ou no posto de turismo
da zona onde vai passar férias. Algumas câmaras divulgam a lista na internet.
Arrendar quartos
Em Portugal, é frequente, sobretudo em algumas zonas balneares, os habi-
tantes arrendarem quartos a turistas. Se for esta a sua escolha, confirme
todas as condições, como, por exemplo, se inclui ou não acesso à cozinha.
Parque de campismo
É uma opção barata e agradável, sobretudo se viajar com crianças. Para
aliar conforto e diversão, uma tenda familiar, uma caravana residen-
cial ou um bungalow são a solução ideal. Comparar várias ofertas per-
mite-lhe poupar algumas centenas de euros. Pesquise, por exemplo,
em www.roteiro-campista.pt ou www.camping.info/pt.
Hotéis
Se preferir um hotel, informe-se sobre os preços e eventuais promoções
e/ou reduções sazonais. Muitos oferecem condições especiais fora da época
alta. Os portais www.trivago.pt, www.booking.com, www.momondo.pt,
pt.hoteis.com e www.agoda.com são algumas das muitas possibilidades para
pesquisar. Não se fique pela primeira oferta que surgir, por mais atrativa que
pareça. É muito provável que consiga um preço mais baixo se procurar em
vários portais ou até junto do próprio hotel. Um telefonema ou um e-mail
podem revelar-se bastante vantajosos, tanto ao nível do preço como das con-
dições da tarifa.
142
A Questões de dinheiro
É ASSOCIADO DA DECO?
Entre outras vantagens, os nossos associados têm acesso a um desconto de 14% em alo-
jamento, serviços, SPAs e Clubes de Saúde em todos os hotéis do grupo Vila Galé. Nos
alojamentos da rede Solares de Portugal (que inclui casas antigas e rústicas, quintas e
herdades) beneficiam de um desconto de 15%. Os não associados que sejam titulares do
cartão DECO+ têm direito a 10% de desconto. Conheça as condições destes protocolos em
www.deco.proteste.pt/cartao-deco-mais.
143
A Gastar menos, viver melhor
Transportes
Independentemente de viajar de avião ou de comboio, é sempre possível
fazer algumas poupanças. Se optar por ir de automóvel, consulte o capítulo 6.
144
A Questões de dinheiro
Reservar através das páginas na internet das companhias aéreas pode ficar-
-lhe mais barato do que recorrer a uma agência de viagens. Não só econo-
miza as taxas de reserva como as promoções online são, regra geral, mais
generosas. Comparar é fundamental e alguns sítios possibilitam isso. É o
caso, entre outros, dos seguintes: www.momondo.pt, www.edreams.pt,
www.rumbo.pt, www.jetcost.pt, www.kayak.pt e www.skyscanner.pt.
Comboios
Se quer conhecer Portugal viajando de comboio e tem entre 12 e 30 anos,
considere o Intra_Rail. Trata-se de um cartão que permite viajar livremente
em território nacional nos comboios Intercidades (2.ª Classe), regionais,
inter-regionais e urbanos, e também dá descontos nos serviços ferroviários
da Fertagus. Incluído está ainda o alojamento nas Pousadas de Juventude,
com pequeno-almoço. Existem duas modalidades, o Intra_Rail XCape, para
utilizar durante três dias e com duas noites de alojamento, e o Intra_Rail
XPlore, para usar durante sete dias e com seis noites de alojamento. Os car-
tões podem ser adquiridos online (em venda.cp.pt/bilheteira/vouchers) e
em algumas estações da CP. Também é possível reservá-los através do e-mail
GRUPOSLC-RG@cp.pt e indicar outra estação para efetuar o levantamento.
Saiba mais em www.cp.pt ou em pousadasjuventude.pt.
No Interrail a tarifa varia em função da idade: as crianças até aos 11 anos não
pagam, os jovens dos 12 aos 27 anos têm descontos e os seniores (a partir
dos 60 anos) também. Existem várias modalidades de passes, conforme o
número de dias de viagem e se são seguidos ou não. O custo do One Country
Pass depende ainda do escalão a que pertence o país de destino. O Interrail
também proporciona descontos, ou até mesmo o acesso gratuito, a certos
museus e empresas marítimas e fluviais, entre outros.
145
A Gastar menos, viver melhor
Viagens organizadas
Comparar os preços das viagens organizadas pelos operadores turísticos não
é fácil, tendo em conta os numerosos suplementos, os diferentes tipos de
alojamento, as épocas do ano, entre outros aspetos. Aliás, os pacotes para os
destinos mais populares multiplicam-se na internet e fora dela.
Seguro de viagem
Este seguro garante assistência médica, por acidente ou doença ocorridos
no decurso da viagem, além de pagar indemnizações por morte ou inva-
lidez e as despesas de funeral. Também as bagagens e a responsabilidade
por danos a terceiros estão cobertas. Mas pode ser um gasto desnecessá-
rio se viajar só pela Europa (basta levar o cartão europeu de seguro de
doença) ou adquirir um pacote turístico numa agência de viagens (que já
deverá incluir o seguro). Confirme se as coberturas e os respetivos capitais
são suficientes.
146
A Questões de dinheiro
Exercício físico
Estar em forma e de boa saúde é um desejo comum a todas as pessoas.
Para alcançá-lo, pode fazer exercício em casa, ao ar livre ou no ginásio…
a par de um regime alimentar adequado. Antes de optar, pense nas suas
preferências, motivações e orçamento. A relação entre o custo e o benefí-
cio não depende apenas de eventuais mensalidades a pagar. Para muitas
pessoas é difícil manter uma rotina de atividade desportiva, pelo que fre-
quentar um ginásio ou treinar com outras pessoas pode ajudar a manter a
disciplina. Juntar-se a um grupo de caminhadas ou corrida, por exemplo,
também é uma alternativa. Gostar da modalidade é um incentivo forte para
não desistir.
147
A Gastar menos, viver melhor
VOLTAR AO ATIVO
Não pratica exercício físico há muito tempo, mas está deci-
dido a retomar? Em primeiro lugar, considere submeter-se a
uma avaliação médica. Comece devagar e aumente o ritmo
gradualmente, para evitar lesões e um esforço excessivo. Ins-
pire-se no nosso livro 100 exercícios para ficar em forma para
escolher os mais adequados à sua condição física e executá-
-los corretamente. Dependendo dos seus objetivos, pode ser
necessário adaptar a alimentação.
Programa completo
Aposte num programa pessoal completo para desenvolver todos os grupos
musculares sem gastar um cêntimo. Este deve incluir três tipos de exercí-
cio: treino de resistência e força muscular (levantamento de pesos, flexões
e abdominais, entre outros), atividade aeróbica cardiovascular (caminhar a
um ritmo apressado, correr, etc.) e, por fim, alongamentos. Irá encontrar
boas sugestões para todos os tipos de exercícios, com vários graus de dificul-
dade, no nosso guia 100 exercícios para ficar em forma.
148
A Questões de dinheiro
Prato equilibrado
Os cuidados com a alimentação melhoram a sua saúde e ajudam a perder os
quilos a mais. O investimento em refeições dietéticas caras, a longo prazo,
não tem qualquer retorno, mas um menu diário equilibrado sim. Para isso,
faça cinco refeições ao dia, três principais e duas intercalares. Procure
comer produtos de todos os grupos da roda dos alimentos: cereais e deriva-
dos, legumes e fruta, carne, peixe, ovos, laticínios e gorduras. Mas não nas
mesmas quantidades: nas refeições principais, preencha metade do prato
com vegetais; o restante deve ser repartido entre proteínas (peixe, carne
ou ovo) e hidratos de carbono (arroz, massa ou batata). Limite a ingestão de
alimentos ricos em gorduras, como manteiga, natas, batatas fritas e algumas
bolachas. Os doces são para comer de vez em quando. Modere o uso de sal
e eleja o azeite para temperar. Beba pelo menos 1,5 litro de água por dia e
reduza o consumo de álcool.
Medicamentos genéricos
Têm a mesma substância ativa, forma farmacêutica, apresentação e dosa-
gem que os medicamentos originais de referência, mas são 25% mais bara-
tos, quando o preço de venda ao armazenista, em todas as apresentações,
seja igual ou inferior a dez euros, ou, no mínimo, 50%, nos restantes casos.
Por isso, constituem uma poupança importante para os doentes e para o
Serviço Nacional de Saúde. A embalagem tem a sigla MG, o nome do labora-
tório e o da substância ativa, mas não apresenta marca.
149
A Gastar menos, viver melhor
Ainda não existem genéricos para todos os princípios ativos. Uns estão pro-
tegidos pela patente, outros contam com uma margem terapêutica muito
estreita, em que uma pequena variação na dosagem pode reduzir os efeitos
ou aumentar a toxicidade. Alguns medicamentos usados há muito tempo
não têm genérico por serem muito baratos e terem pouco interesse econó-
mico para a indústria.
150
A Questões de dinheiro
Direito de opção
A legislação em vigor garante ao doente o direito de optar pelo produto mais
barato, desde que tenha o mesmo princípio ativo, idêntica forma farmacêu-
tica, dosagem e quantidade. O médico tem de indicar na receita a Denomina-
ção Comum Internacional (DCI), ou seja, o princípio ativo dos medicamentos,
e só pode prescrever pelo nome comercial, indicando o fundamento, quando:
— o medicamento constar da lista do Infarmed que identifica os que
têm uma margem ou um índice terapêuticos estreitos. É o caso, atual-
mente, apenas de três substâncias: Ciclosporina, Levotiroxina sódica e
Tacrolimus;
— o doente sofrer de intolerância ou reações adversas a alguma substân-
cia que possa entrar na composição de outras versões do medicamento.
De facto, como vimos no título Efeito terapêutico igual, na página anterior,
embora a substância ativa dos genéricos seja a mesma, existem outros
componentes que podem variar;
— a duração do tratamento for superior a 28 dias. Ainda assim, neste caso
é permitido ao utente optar por medicamentos com a mesma DCI, forma
farmacêutica, dosagem e tamanho de embalagem similares ao prescrito,
desde que sejam mais baratos.
Na farmácia
O farmacêutico deve dispor, no mínimo, de três dos cinco medicamen-
tos equivalentes mais baratos que estão na origem do cálculo do preço de
referência e indicar o que tem o custo mais baixo. Em alternativa, o utente
poderá obter esta informação através da linha 800 222 444 ou da app
“Poupe na receita”, ambas disponibilizadas gratuitamente pelo Infarmed,
ou no nosso sítio na internet (veja a caixa).
151
A Gastar menos, viver melhor
Equipamento informático
Em muitas casas, o computador já faz parte dos equipamentos indispen-
sáveis. Por isso, deixamos-lhe algumas dicas para poupar na compra e uti-
lização de equipamentos informáticos, do computador à impressora, sem
esquecer os programas a instalar. Consulte também o sítio da deco proteste
na internet, onde encontrará os resultados dos nossos estudos e testes, além
da informação sobre as principais características de diversos aparelhos
(impressoras, máquinas fotográficas, tablets, telemóveis, etc.).
Um PC à medida
Os principais componentes do computador são o processador, a memória
RAM, o disco e a placa gráfica. Têm características diferenciadas e o seu
preço pode variar substancialmente. Para públicos mais específicos, exis-
tem marcas locais de computadores especializadas em máquinas concebidas
152
A Questões de dinheiro
Conselhos de compra
A maior parte das pessoas pretende um computador rápido, com um sis-
tema operativo recente, adequado à utilização que irá dar-lhe e, sobretudo,
a bom preço. De uma forma geral, o valor do equipamento informático dimi-
nui ao longo do tempo. Deixamos-lhe algumas informações úteis para adqui-
rir o equipamento de que precisa gastando menos:
— o espaço disponível em casa, os trabalhos que vai realizar e a necessidade
de transportar o computador são os principais aspetos a analisar. Em fun-
ção das conclusões a que chegar poderá escolher entre um computador
de secretária, um portátil ou um tablet;
— evite as compras por impulso. Uma oferta aparentemente fantástica
pode esconder detalhes importantes de que só irá aperceber-se mais
tarde, como, por exemplo, uma capacidade de bateria limitada ou uma
mudança iminente de sistema operativo;
— apesar de os portáteis serem atualmente os computadores mais vendidos,
os modelos de secretária podem ser a melhor solução para uma utilização
mais intensiva e, para características equivalentes, são mais baratos. Além
disso, permitem atualizações de hardware, pelo que a sua duração, antes
de se tornarem obsoletos, é superior;
— opte por uma máquina equilibrada ao nível do processador e da memória
RAM, mas tenha também em atenção a placa gráfica se quiser utilizar o
computador para jogar ou para editar fotografia e vídeo. Os fabricantes
tentam equilibrar os componentes, mas um portátil com um processador
de núcleo quádruplo, mais potente, pode ter a mesma memória RAM que
outro com um processador de duplo núcleo. Para uma utilização normal,
153
A Gastar menos, viver melhor
154
A Questões de dinheiro
155
A Gastar menos, viver melhor
Poupar na utilização
Também é possível economizar na utilização do computador.
APROVEITE OS DESCONTOS
As marcas de alguns programas oferecem condições especiais para as atualizações e para
públicos específicos, como estudantes ou professores. Verifique sempre, antes de comprar
um programa, se reúne as condições para beneficiar destas reduções de preço, que costu-
mam ser muito interessantes.
156
A Questões de dinheiro
vez que faz uma alteração, o sistema atualiza o ficheiro em tempo real e
armazena a versão mais recente.
LIGAÇÃO INTERESSANTE!
• Navegar na internet está longe de ser um serviço gratuito. O preço depende, por um lado,
do tipo de ligação escolhida (fibra, ADSL, 4G/5G, por exemplo) e, por outro, do operador e
do tarifário adotado. No sítio da deco proteste, o simulador Tarifários de telecomunicações:
quais os mais baratos? ajuda-o a escolher melhor. Indique o seu perfil de utilização ou opte
pela personalização e identifique as características da ligação que pretende, como a velo-
cidade de download ou o volume aproximado de dados de que necessita mensalmente
(no caso das ligações móveis), e a ferramenta indica-lhe o operador e o tarifário mais
vantajosos para si.
• Verifique os custos associados à utilização de serviços de banda larga fora do país.
Embora na União Europeia vigore o princípio Roam-like-at-home, podem ser aplicados
limites à quantidade de dados usados no serviço de internet móvel e os valores cobrados
em roaming, fora da União Europeia, ainda são elevados. Caso esteja disponível no local
um serviço WiFi, é provável que seja mais económico do que utilizar o seu serviço de
banda larga móvel no estrangeiro. Veja os preços e compare.
• Alguns serviços de banda larga fixa proporcionam o acesso a hotspots em diversos
locais, mesmo no estrangeiro. Antes de viajar confirme esta disponibilidade junto da sua
operadora, pois poderá ter acesso a serviços de qualidade a baixo custo.
157
A Gastar menos, viver melhor
Impressão cara!
Para reduzir o dispêndio de papel e de tinta, sempre que possível condense
o texto e imprima frente e verso, em modo de rascunho. É um aficionado da
fotografia digital? Saiba que, regra geral, a impressão das suas fotos fica mais
barata numa loja ou via internet do que em casa.
Gestão da alimentação
O modo de espera das impressoras, computadores e outros equipamentos
de escritório, como os monitores, é responsável por uma parte importante
do consumo energético. Pense em desligar os aparelhos quando não estiver
a utilizá-los.
158
A Questões de dinheiro
CARREGAR E DESLIGAR
Não deixe os carregadores dos portáteis e dos telemóveis permanentemente ligados à cor-
rente. Ligue-os apenas quando estiverem a carregar as respetivas baterias e retire a ficha
da tomada quando o processo estiver concluído.
Telecomunicações
Existe uma oferta enorme de marcas de telemóveis e outros equipamen-
tos que permitem a comunicação à distância. Os produtos são cada vez
mais complexos e abundam os smartphones, com ecrãs cada vez maiores,
os tablets e os relógios inteligentes, entre outros equipamentos com cartões
SIM ou e-SIM (como os dispositivos iOT de localização de crianças, animais
e objetos).
159
A Gastar menos, viver melhor
Telemóveis
Por norma, quanto mais básico for o aparelho, mais barato será. No seg-
mento smartphones, o mais comum, os preços variam em função das carac-
terísticas do equipamento. Ou seja, os aparelhos mais baratos terão prova-
velmente menor definição de ecrã, menor capacidade de processamento
e de armazenamento e câmaras fotográficas mais básicas do que os mais
dispendiosos. Não deixe de consultar o comparador da deco proteste, em
www.deco.proteste.pt > tecnologia > telemóveis, onde encontrará os preços
e os resultados dos testes dos modelos mais vendidos. Verifique, ainda, junto
da sua operadora, se existem equipamentos em condições mais vantajosas.
Antes de serem substituídos por novas versões os aparelhos são, geralmente,
vendidos a preços mais baixos.
Tenha em conta que, mais do que ter um telemóvel com muitas funcionali-
dades, importa ter um equipamento que seja muito bom nas tarefas diárias
mais relevantes para si. Se apenas faz e recebe chamadas, envia SMS ou ouve
música, não precisa de gastar mais de 120 euros num aparelho simples com
bom desempenho nestas tarefas. Evita assim pagar por funcionalidades que
provavelmente não vai utilizar. Caso pretenda tirar fotografias com alguma
qualidade, navegar na internet, consultar o correio eletrónico, aceder à sua
conta de Facebook ou Twitter e utilizar muitas aplicações, então opte por um
smartphone mais avançado. Não precisa de comprar um aparelho demasiado
caro: alguns não ultrapassam os 200 euros. Mas os aparelhos mais dispendio-
sos apresentam vantagens para alguns utilizadores. Se fotografar ou filmar com
o telemóvel é muito importante para si e gostaria de obter bons resultados,
também terá que optar por um smartphone mais caro, dado que os aparelhos
mais em conta estão, geralmente, equipados com câmaras de pior qualidade.
Telefonar
Ainda existem cartões pré-pagos, sem mensalidade obrigatória, mas o mais
comum é que o cartão do telemóvel esteja integrado em pacotes completos
160
A Questões de dinheiro
com TV, internet, telefone ou, ainda que de forma autónoma, esteja sujeito
ao pagamento de uma mensalidade. Para fazer a melhor opção, analise
os seus hábitos de utilização (volume de dados para aceder à internet e
número de minutos que consome, por exemplo) e depois compare os pre-
ços das diversas modalidades. A forma mais fácil de o fazer é consultar o
nosso sítio (www.deco.proteste.pt) e utilizar o simulador Tarifários de tele-
comunicações: quais os mais baratos? Poderá assim comparar os tarifários
de acordo com o seu perfil. Uma das maiores vantagens deste simulador é
dar-lhe a possibilidade de verificar se é mais vantajoso contratar um pacote
de serviços fixos com os tarifários de telemóvel à parte ou integrar tudo
num só pacote.
161
A Gastar menos, viver melhor
162
Índice remissivo
A C
Água ������������������������������������������ 72, 92, 98-104 Caldeiras������������������������������������������������� 81, 91
Alcatifa �����������������������������������������������������������73 Carpooling��������������������������������������������������� 123
Alimentação����������������������������������� 40-60, 149 Carsharing��������������������������������������������������� 124
Alojamento para férias������������������������ 140-143 Cartão
Aluguer de Longa Duração (ALD)� 116, 117, 130 de cliente���������������������������������������������������29
Aplicações financeiras�������������������������� 128-130 de crédito��������������������������� 130, 131, 134, 147
Aquecedores elétricos�����������������������������������95 de telemóvel������������������������������������ 160-162
Aquecer europeu de seguro de doença ��������������� 146
água ����������������������������������������������������91-93 Cartuchos para impressoras����������������������� 155
ar ambiente����������������������������������������� 93-98 Casa
Aquecimento central�������������������������������������95 de banho����������������������������������������������������71
Ar condicionado para férias������������������������������������������������141
em casa�����������������������������������������81, 93, 96 para habitação ������������������������������29, 62-76
no automóvel ����������������������������������������� 122 Certificado
Arca congeladora ���������������������������������� 55, 82 de matrícula ��������������������������������������������114
Arrendar energético����������������������������������������� 93, 136
casa para férias����������������������������������������141 Chama-piloto �����������������������������������������������92
casa para habitação������������������� 62-64, 136 Chamadas telefónicas������������������� 157, 160-162
quartos ��������������������������������������������������� 142 Chão �������������������������������������������������������� 72-74
Assistência em viagem������������������������ 119, 146 Chuveiro �����������������������������������������������72, 100
Atividade física . . . . . . . . (veja Exercício físico) Classes energéticas��������������������������������������� 81
Áudio������������������������������������������������������������� 75 Comboios ��������������������������������������������������� 145
Autoclismo�������������������������������������������� 99, 101 Comida . . . . . . . . . . . . . . . . (veja Alimentação)
Automóvel�������������������������������������������� 106-125 Comparar preços������������������������������21, 41, 143
Avião����������������������������������������������������������� 144 Compras
à distância�������������������������������������������������35
B em grupo���������������������������������������������������32
em segunda mão �������������������������������� 21-23
Bancada de cozinha �������������������������������������70
na internet������������������������������������ 30, 33, 35
Bancos����������������������������������������������������������� 13
Computadores���������������������������������������152-154
Banheiras ������������������������������������������������������71
Condução automóvel�������������������������� 120-123
Banho de imersão���������������������������������������100
Congelador��������������������������������������������� 55, 81
Bicicleta������������������������������������������������������� 125
Congelados���������������������������������������������������46
Bilhetes de avião����������������������������������������� 144
Congelar������������������������������������������������� 55-59
Bombas de calor������������������������������������������� 91
Conservação dos alimentos �������������������� 51-59
Branquear legumes���������������������������������������56
Consolidação de créditos ��������������������������� 132
Bricolagem ��������������������������������������������������� 75
Cortinas de duche������������������������������������������71
Burlas
Couchsurfing������������������������������������������������141
casas de férias������������������������������������������141
Cozinha���������������������������������������������������������70
leilões �������������������������������������������������������32
Cozinhar��������������������������������������������������� 44-48
MB Way�����������������������������������������������������22
163
Gastar menos, viver melhor
E I
Eficiência Iluminação ���������������������������������������������������89
energética������������������������������ 44, 81, 89, 96 Impostos����������������������������������������������������� 135
hídrica����������������������������������������������������� 104 IMI����������������������������������������������������� 65, 137
Eletricidade���������������������������������������������46, 78 IMT����������������������������������������������������136, 137
Eletrodomésticos������������������������� 70, 74, 79-88 IRS����������������������������������������������������� 135-137
Equipamento informático���������������������152-159 Impressoras�����������������������������������154-156, 158
Especiarias�����������������������������������������������������45 Informática�������������������������������������������152-159
Esquentador ������������������������������������� 81, 91, 92 Intercâmbio de casas ����������������������������������141
Estendal���������������������������������������������������������84 Internet . . . . . . . . . . . (veja Ligação à internet)
Etiquetas energéticas����������������������������������� 81 Isolamento da
Exercício físico��������������������������������������� 147-149 canalização�����������������������������������������������92
habitação ������������������������������������������ 94, 98
F
Farmácia������������������������������������������������������151 J
Feiras�������������������������������������������������������������34 Jardim���������������������������������������������������90, 102
Férias�����������������������������������������������������140-147 Jarro elétrico������������������������������������������������� 47
Ficha de Informação Normalizada (FIN)�������69
Financiamento automóvel��������������������115-118
Fiscalidade . . . . . . . . . . . . . . . (veja Impostos)
L
Lâmpadas�����������������������������������������������81, 89
Fixação de preços�����������������������������������������23
Lavar
Fogão �����������������������������������������������47, 48, 84
loiça���������������������������������� 48-51, 81, 86, 101
Forno������������������������������������������������ 48, 81, 84
roupa���������������������������������������������������81, 83
Frigorífico ����������������������������� 45, 52-55, 80-82
Lazer ���������������������������������������������������� 140-149
Fruta ������������������������������������������������������ 42, 45
Leasing������������������������������������������� 116, 117, 130
Fundo de
Legumes ������������������������������������������������ 42, 56
Garantia de Depósitos (FGD)������������������� 129
Leilões����������������������������������������������������������� 31
pensões��������������������������������������������������� 133
164
Índice remissivo
165
Gastar menos, viver melhor
Sofás������������������������������������������������������������� 72
Software . . . . . . (veja Programas informáticos)
Solares de Portugal������������������������������������� 143
Standby�������������������������������������80, 86-88, 159
Supermercados��������������������������������������� 40-44
T
Taxa de esforço������������������������������������� 68, 132
Taxas de juro�������������������69, 117, 128, 129, 130
Tecnologia���������������������������������������74, 152-159
Telecomunicações������������������������� 157, 159-162
Telefonar . . . . . . . (veja Chamadas telefónicas)
Telemóveis��������������������������������������������������� 160
Televisões������������������������������������������������� 74, 81
Temperatura
de conforto����������������������������������������������� 97
no frigorífico���������������������������������������53, 55
Termoacumulador����������������������������� 81, 91, 92
Termoventiladores���������������������������������� 93, 96
Time-sharing�������������������������������������������������36
Torneiras���������������������������������������� 71, 100, 101
Transportes públicos��������������������������� 125, 144
Trocar de carro ��������������������������������������������113
V
Vales de desconto�����������������������������������������24
Vendas
a prestações ������������������������������������������� 130
por correspondência���������������������������������35
Ventilação natural�����������������������������������������98
Ventoinhas ���������������������������������������������������98
Viagens organizadas����������������������������������� 146
166
Índice remissivo
www.deco.proteste.pt/guiaspraticos
167