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SEU SUCESSO ESTÁ ATRELADO

AO QUANTO VOCÊ SABE USAR SUAS HABILIDAES


EM FAVOR DE SI E DOS OUTROS

Criatividade
A HABILIDADE QUE TE TIRA DA ROTINA

Julia Sgrancio
Psicóloga, Terapeuta e Orientadora de Carreira

1° Edição - 2022
2022

Criatividade
A HABILIDADE QUE TE TIRA DA ROTINA

Julia Sgrancio
Psicóloga, Terapeuta e Orientadora de Carreira

1° Edição
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Sgrancio, Julia. Criatividade [livro eletrônico] : a habilidade que


te tira da rotina / Julia Sgrancio. -- Santos, SP :Ed. da Autora,
2022.

PDF

Bibliografia.
ISBN 978-65-00-48709-1

1. Carreira profissional - Desenvolvimento 2. Criatividade 3.


Desenvolvimento pessoal I. Título.Índices para catálogo
sistemático:

22-117709 CDD-153.35

Índices para catálogo sistemático:


1. Criatividade : Psicologia 153.35


Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

ISBN nº 978-65-00-48709-1

É proibida a reprodução total ou parcial desta publicação, por qualquer meio


existente e para qualquer finalidade, sem autorização por escrito da autora.
SUMÁRIO
1. Prefácio........................................................................ 6
2. Introdução.................................................................... 8
3. Destino...................................................................... 10
4. O que é Criatividade ..................................................13
5. Os 4 princípios ............................................................14
6. Desenho humano .................................................... 24
7. Escala Criativa ...........................................................26
8. Em qual Zona Criativa você está hoje?...................... 30
9. Tabela de Exercícios...................................................32
a. Calendário Interativo.................................... 33
b. Lista: Faça Menos ....................................... 35
c. Checklist Tarefas criativas............................ 38
d. Desafios Criativos......................................... 40
e. Agenda Network .......................................... 42
f. Bilhete Premiado ......................................... 45
g. Play Question .............................................. 48
h. Feedback .....................................................51
10. Conclusão ................................................................57
11. Referências ...............................................................59
12. Sobre a Autora............................................................61
AGRADECIMENTOS

À você meu leitor, que escolheu


desenvolver a sua criatividade.
Ao meu esposo, que sempre me
incentiva e apoia. E à Deus,
aquele que me lembra todos os
dias que é possível ser feliz.
PREFÁCIO
Falar de criatividade é falar da capacidade humana de inventar sua própria moda
em meio ao modismo. Por uma enxurrada de motivos que vão desde criação
familiar até os estímulos (ou a falta deles) percebidos em nosso percurso escolar
somos gradualmente afastados dessa habilidade que nos ajuda a superar
desafios – dos mais pessoais aos mais técnicos em nosso trabalho e na nossa
vida.

E por isso, muitos acreditam não serem pessoas criativas. O que pode ser um
grande perigo, pois dá brecha para uma personalidade contida, pelo receio de
moldar a vida com o próprio olhar através do tédio.

A musculação da nossa criatividade nos amadurece para a vida como um todo.


Costumo sempre ressaltar que somos criados numa cultura educacional focada
não no nosso desenvolvimento, mas no fazer passar em provas, testes,
vestibulares e para o próximo semestre da faculdade. Além do reforço constante
para obter certificados que atestam horas e horas de absorção de informações
das quais boa parte se perderão com o tempo, não por incompetência ou
negligência, mas porque o cotidiano pede sempre por algo a mais do que a réplica
pura de conteúdo.

Muito da nossa criatividade é perdida por acreditarmos que ela só é validada


quando aprovada por alguém. Torturante, não acha?

Ser criativo não se resume a ter bom gosto estético, mas olhar para uma situação
e buscar o que fazer com ela da melhor forma possível. É, em poucos termos,
saber trabalhar com o que se tem. O que implica nem sempre saber o que está
envolvido, mas estar envolvido. É por isso que podemos falar de criatividade para
além do campo do estético – é preciso de muita criatividade para saber lidar com
pessoas, conflitos, imprevistos, frustrações, atendimento ao cliente, gestão de
pessoas e também nossas metas pessoais e de carreira.

Como o próprio termo denuncia, trata-se de criar uma atividade que dê solução.
Ela nasce de um inconformismo saudável que gera novas formas de conduzir as
coisas.

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Nem sempre o caminho é tão claro. As várias possibilidades podem gerar
ansiedade e um falso senso de incompetência ou pequenez. Desafios mais
íntimos podem causar algum grau de desmotivação ou medo, fazendo cair na
prisão da comparação.

Vejo este conteúdo, feito com tanta dedicação pela Julia, como um recurso para
nos ajudar a saber o que fazer melhor com o que a vida nos impõe e apresenta
como oportunidade. Aqui você lerá um apanhado de técnicas e fará diversos
exercícios que te ajudarão a agir em sua criatividade assim como a proteína age
sobre o músculo: fazendo crescer e ajudando a se movimentar.

Que este livro te ajude a tratar com mais atenção, carinho e seriedade a sua
capacidade de ser criativo ou criativa. Que te proporcione a ser o que você
precisar ser e a criar com base naquilo que você é, possui e busca. Leve os
exercícios a sério, realize-os com franqueza, aproveite ao máximo e reflita a partir
deles.

Psicólogo - Thiago Barbosa


Criador do @terapiaforadacaixa

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INTRODUÇÃO
Olá, que alegria saber que este livro chegou até você, pois desde nova eu sonho
em contribuir com a humanidade através de livros, conteúdos, palestras e com a
minha profissão. Se você não sabe, eu sou Psicóloga e realizo psicoterapia como
Orientação de Carreira. Faço o que faço por amor. Além disso, acredito que o
conhecimento e o autoconhecimento transformam vidas. Essa é uma das razões
deste livro existir.

Por muitos anos, em contraste ao que eu sonhava e acredito hoje, eu temi não ser
capaz de produzir ou realizar nada. Mas por causa da Psicologia, de Deus, de
diversos anos de terapia e das muitas horas de estudo sobre a criatividade e as
habilidades humanas, percebi que não poderia deixar isto de lado: o sonho de
escrever livros. Para a minha alegria, usei como estratégia para escrever o meu
primeiro livro o tema da criatividade. Habilidade que considero uma das mais
fortes em mim. Sim, este é o meu primeiro livro, fruto palpável dos meus sonhos e
temores, como também um desejo e propósito de desenvolver pessoas.

Para começar, quero falar que este material nasceu depois de um pedido de
demissão, em meio a um período adaptativo profissional. Ele foi a minha gota
d'água após uma jornada de quase 5 anos trabalhando, aproximadamente, 14 a
15 horas por dia. Não me orgulho disso, mas foi através desse histórico que pus à
prova o que cientistas dizem ser criatividade. A criatividade é um excelente
instrumento humano para o nosso autodesenvolvimento. Ela é uma habilidade
que se fundamenta em 4 princípios indispensáveis, dos quais tratarei aqui neste
livro. Esses princípios eu extraí tanto da minha própria experiência profissional,
como dos estudos que fiz acerca do tema. São estes: Otimização, Criação,
Integração e Comunicação.

Já que a nossa vida é uma correria, por que não sintetizar mais um conceito para
torná-la um pouco mais prática? Não, este não é o meu objetivo aqui. Aqui você
vai caminhar na direção oposta da praticidade, mas se tornará mais prático do
que muita gente com uma lista de tarefas gigante e uma agenda lotada.

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Montei este material da forma mais didática possível, a fim de que você absorva
com leveza o conteúdo e as tarefas que há aqui. Nelas você encontrará um
impulso para prosseguir em contínuo aperfeiçoamento e para aprofundar-se em
autoconhecimento. Os exercícios são simples e clarearão sua percepção sobre
como ter um dia a dia mais leve e produtivo.

Afirmo: a criatividade é algo inato. Caminhe por este livro com o desejo de se
conhecer melhor e não apenas de ser uma melhor pessoa ou melhor profissional.
A perfeição só chega quando a auto aceitação está presente, tanto nos momentos
de erros e falhas, como em momentos bons da vida.

Para fechar esta introdução, quero passá-lo mais uma informação: este material é
cheio de perguntas. Independentemente das respostas que você dará, esteja
aberto. Pois usar a criatividade não é inventar a roda, é manuseá-la a fim de
encontrar novas oportunidades.

Meu desejo é que no decorrer desta leitura você lembre:

A criatividade é uma habilidade que pode


sempre ser aprimorada!

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DESTINO
Tenho uma história para contá-lo. Ao longo da minha experiência profissional
como Terapeuta e Orientadora de Carreira atendi diversas pessoas de diferentes
idades, países e culturas, sendo que a maioria delas me dizia não serem criativas
ou sequer possuíam habilidade alguma.

Essas pessoas afirmavam, para mim, não saberem o que são, o que possuem,
até mesmo não conseguiam descrever o que queriam. Tais circunstâncias muitas
vezes as levavam a experimentar e criar um vazio ou um sentimento de baixa
estima por longos períodos, impedindo-as de se reinventarem ou fazerem boas
escolhas. A vida para elas era tédio e cansaço. Às vezes até chegavam a pensar
que não tinham vocação. O que não é verdade.

Compartilho essa informação, pois se deparar com alguém assim é muito comum.
Eu mesma já vivi períodos semelhantes na minha vida. Porém, manter-se neste
limbo leva-nos a criar o mau hábito de não saber lidar bem com o que chamo de:
O Desconhecido. O desconhecido é tudo aquilo que foge da nossa compreensão,
sistemas de regras, crenças e valores tradicionais. E cada vez mais passamos a
temer o que poderíamos ser, viver e possuir, mantendo-nos sempre numa zona
"segura e familiar". Todavia diante de limitadores ou do desconhecido, o certo é
aprender a se acolher. Se não, ficamos como a personagem Alice do livro "Alice
no País das Maravilhas". O trecho é conhecido. Lembra daquela cena da
conversa da protagonista com o gato:

" Alice: Por favor, o senhor poderia me dizer que caminho devo tomar
para ir embora daqui???
Gato: Isso depende em grande parte do lugar em que você quer ir.

Alice: Eu não ligo muito para o lugar.

Gato: Neste caso, pouco importa o caminho que você tomar.

Alice: Contanto que chegue em algum lugar.


Gato: Oh... você pode estar certa de chegar lá, só que vai andar
muito tempo." (CARROL,2002)

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Escolher se aprimorar não é diferente das perguntas do gato. Se você não souber
por onde começar, qualquer coisa o atende. Assim, a ideia de ser uma pessoa
melhor ou um bom profissional torna-se impossível. Desenvolver a criatividade
aqui não faz sentido. Para que isso não ocorra contigo, quero que comece se
perguntando isto:

Aonde eu quero chegar?

Imagino que essa pergunta deixou você pensativo. Refletir sobre o destino não é
simples. Algumas vezes sequer possuímos um destino certo ou final. Mas, ainda
assim, seguindo essa linha de raciocínio, quero fazer mais perguntas:

Qual momento você deseja viver na sua vida pessoal ou


profissional?
Qual é a imagem que você tem em mente que representa esses
momentos?

Chegou a alguma resposta? Independente do lugar que você escolheu, eu


imagino que essa imagem, lugar ou situação representa para você um símbolo
de sucesso. No meu ponto de vista, sucesso é um objetivo que a maioria das
pessoas busca, porém, o caminho até alcançá-lo é um exercício por vezes
árduo. Uma vez que se sabe disso, é necessário encontrar estratégias de
sustentabilidade, para não desmotivar e se sentir perdido em busca dele.

Quando penso na situação da Alice e nas perguntas do gato, percebo que,


geralmente, nós preferimos ouvir conselheiros que afagam a nossa própria
percepção do que aqueles que nos desafiam a encontrar o próprio caminho.
Priorizar a sustentabilidade em busca do sucesso significa exercitar atividades
de autocuidado que promovam características singulares em nós, assim como
caminhar de forma a não esgotar nossa energia motivadora em apenas uma
área da nossa vida. A habilidade criativa nesse momento é o diferencial, pois ela
possibilita uma melhor avaliação das diversas maneiras que podemos seguir,
mesmo diante dos problemas da vida, ressignificando os dilemas como o próprio
sentido dos sucessos e dos fracassos no dia a dia.

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A criatividade como auxiliadora não é uma fórmula de superação para resolver
tudo, porém é uma habilidade dentre tantas outras que nos abrem portas para
uma vida mais leve e feliz. Spreman, um dos grandes cientistas da psicologia,
dizia que ser inteligente é ser capaz de usar diversas habilidades. Ensinava que
o bom desempenho daqueles que consideramos inteligentes, está na arte de
serem atletas cognitivos. Nunca se contentam com um "não" quando frente aos
seus desafios. Eles usam da sua criatividade para solucionar os seus problemas.
Se para alguns exercitar o corpo traz felicidade, exercitar a mente traz novos
olhares sobre nossa forma de viver (GUILFORD, 1977).

Arthur Koestler (1964), um famoso jornalista e escritor, também escreveu uma


teoria sobre a criatividade, na qual existem dois fundamentos: o primeiro é que a
criatividade sempre estará condicionada a um objetivo, e o segundo é que
constantemente precisamos aprender a manejar as frustrações que
eventualmente nos esmorecerão na busca por resultados.

Ou seja, criatividade é um ato de se colocar a explorar um destino, o qual não se


baseia em certo ou errado, mas em significados, experiência, aprendizado e
muita resiliência. Que tal nos aprofundarmos mais neste assunto?

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O QUE É CRIATIVIDADE ?
É uma força intrapessoal que nos impulsiona a estarmos interessados por
experiências novas de um jeito contínuo, seja por si, tarefas ou coisas. Essa força
provoca uma vontade de desvendar mistérios, descobrir percepções, opiniões e
coisas que antes não foram vistas ou já existentes. Ela também é um desejo por
obter informações, bem como de transformá-las.

Pessoas que apresentam alto nível de criatividade possuem o hábito ou o


comportamen-to de explorar tudo o que é possível e, às vezes, o que é
impossível. Ter ideias, por exemplo, é um hábito.

Rogers (1969) e Maslow (1968), grande cientistas da Psicologia, também


afirmaram que a criatividade é uma busca para a autorrealização. Guilford (1960)
destaca que a criatividade é uma forma de operação de pensamento do tipo
divergente, podendo ser enquadrada no seu modelo tridimensional do intelecto,
onde existem 120 combinações ou formas de pensar, potencializando a nossa
maneira de viver. Diante disso, me pergunto:

COMO UTILIZÁ-LA?

Aplicando-a através dos 4 princípios abaixo:

1. Otimização - Nas tarefas do trabalho


2. Criação - Nas formas de se trabalhar
3. Interação - Nos relacionamentos
4. Comunicação - Ampliação de repertório

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OS 4 PRINCÍPIOS
Ao pesquisar o significado da palavra princípios, compreendi que eles são o início,
fundamento ou a essência de algum fenômeno. Esse termo normalmente é
definido como a causa primária antecedente a uma ação, ou a origem de um
conceito ou norma. Em suma, princípio é algo que fundamenta uma conduta para
promover ou direcionar alguém ou grupo em direção a uma ação.

A partir dessa definição, compreendi que precisava questionar e reavaliar o meu


estilo de vida, principalmente por me colocar a aceitar quase todas as
oportunidades que chegavam à mim. A vida estava muito pesada para que
pudesse suportá-la por mais 60 anos trabalhando de 12 a 15 horas por dia. Não
era sustentável. Tampouco me proporcionava a qualidade de vida financeira e
familiar que eu desejava.

Sempre fui consciente de que tenho apenas as 24 horas por dia. Enfatizo esse
período, porque já cheguei a pensar que era insuficiente. Já vivi momentos nos
quais gostaria que o dia tivesse 48 horas para resolver tudo e mais um pouco.
Olha que perigo!

Isso é tão perigoso que hoje agradeço a Deus por ter passado o que passei.
Aprendi que não preciso ter 48 horas no meu dia para ele dar certo. Lembro que
em certo domingo, na parte da tarde, eu estava no meu consultório corrigindo
provas. Eu só lembro de estar cansada e repetindo para mim mesma que eu "só
tinha mais 19 quarteirões" para terminar, como na cena do filme Toy Story 2.
Naquela época eu lecionava para quatro turmas: três de psicologia e uma de
administração, sendo as aulas de três matérias diferentes. As turmas eram
compostas entre 40 a 60 alunos. Além disso, se a quantidade de alunos já não
bastasse, eu precisava fazer provas múltiplas. Alunos não colam, só repassam
conhecimento. Então você já pode imaginar a quantidade de elementos que eu
estava corrigindo. E olha que este não era o meu único emprego. Eu tinha mais
três.

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No meio dessa loucura toda, eu, cansada, tudo o que queria era fazer com que as
tarefas acabassem o mais rápido possível. Graças a Deus, eu fiz um gabarito das
provas. Isso me ajudou muito, mas não foi suficiente para remir o meu tempo. Eu
queria ter o meu final de semana de volta.

Sou uma pessoa que se programa por agenda, mas nessa situação analisei e
compreendi que precisava me organizar de uma forma diferente. Não bastava
saber o que eu tinha para fazer e cumpri-lo. Eu deveria ter um objetivo maior. E foi
então que entendi, ao final da correção das mencionadas provas, que otimizar era
a solução. Esse é o primeiro princípio: Otimização.

Ocorre que, para fazer isso, eu não poderia dizer a mim mesma que eu
recuperaria o tempo, que eu teria bons resultados daquele esforço ou que aquilo
era só um momento. Eu necessitava abrir mão de todo esse discurso, me encarar
e me perguntar sobre o meu destino: onde eu queria estar? Eu não quero ser
como a Alice, eu quero escolher para onde eu vou. Foi tomando posse do meu
lugar no meu caos que me disse: ou você se reinventa de uma forma criativa ou
você vai passar outros semestres e situações dizendo que essa vida fast é
normal.

O final desta história não termina aqui, mas neste ponto eu não hesitei em me
corrigir. Só eu poderia me ajudar. Depois de retomar o folego do puxão de orelha,
compreendi o princípio do otimizar criativo. Ele é a compreensão quanto ao
tempo, no que tange à como eu quero gastá-lo nos próximos anos.

Segundo uma pesquisa realizada em 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), a expectativa de vida de um brasileiro é de 77 anos. Isso são
28.105 dias de vida, 674.520 minutos experimentados, 40.471.200 segundos
vividos. A minha avó, hoje, tem 96, ela já passou dessa estatística. Quando fiz
essa conta para mim, eu tinha 28 anos. Me dei conta que já havia gastado 35%
da minha vitalidade, e eu tinha apenas mais 65% para gastar. Você pode me dizer
que isso é tempo de sobra, mas o tempo só sobra quando aprendemos
administrá-lo. Ver o tempo sob uma perspectiva mais holística, tornou o meu olhar
mais humano sobre o meu tempo de vida. Eu não tenho todo o tempo do mundo,
eu só tenho 65% dele a partir de agora.

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Essa experiência me trouxe a realidade de que sou finita, bem como o
aprendizado de que as 24 horas que tenho no meu dia, é sim, um tempo bom
para fazer o que necessito. Todos os dias eu tenho 1.440 minutos para usufruir.
O que eu faço com eles me dá mais qualidade de vida, conquistas e graça nesta
jornada insana que é a vida.

A reflexão sobre o tempo me constrangeu, e me fez perceber que eu jogava fora


boa parte dos meus dias em busca de alcançar um sucesso que não tinha nada
a ver comigo. O que eu vivi já passou, mas extraí desse momento um
aprendizado quanto à otimização do tempo. Otimizar não é apenas tornar as
coisas mais simples. É entender a razão de se gastar tempo com o que
escolhemos realizar.

Antes, eu não era criativa ao me impor mais regras e ao gerir cada segundo do
meu dia. Agora, eu escolhi gastar meu tempo criando memórias que me fazem
recordar porque eu faço o que faço. Nem tudo é para ser feito ou encaixado na
agenda. Há coisas, pessoas e situações que precisam partir ou deixar de serem
feitas ou aceitas. Somente assim a vida muda e nos conecta com a nossa
essência, de modo que adquirimos uma vida com bem-estar e alegria.

Como disse anteriormente, isso o que vivi não acaba nesse relato. Meu olhar
mudou e a maneira como eu vejo o futuro também. Perceber e fazer não é tudo,
criar hábitos sim. Já dizia James C. Hunter, autor do livro o Monge e o Executivo,
"Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se
caráter, e nosso caráter torna-se nosso DESTINO". Nesse, caso eu mudei o meu
pensamento quanto a ideia de otimizar o meu tempo e isso mudou o meu
destino.

Para além dessa parte da minha vida, eu ainda sofri em outros momentos para
reconhecer os demais princípios da criatividade. Vamos ao segundo: princípio
criativo.

Certa vez, próximo à virada de ano, eu recebi a proposta dos meus sonhos: ser
professora universitária. A sensação foi tão gostosa que sinto como se fosse
ontem. Estava orgulhosa de ter chegado ali. Naquele momento eu teria a minha
carteira assinada por três empresas diferentes. Estava feliz porque eu receberia
o salário que eu tanto sonhara, contudo não percebi o quanto fui ingênua. Eu
não discerni o que essa nova etapa cobraria de mim.

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Dentre os 4 princípios que estou te mostrando, este é o que mais mudou a minha
vida. Quando você chegar à tarefa Lista: Faça Menos, você entenderá o porquê
este momento me impacta tanto. Ninguém me ensinou a fazer menos. Sempre
ouvi: faça mais, seja a melhor!

A minha rotina era a seguinte: segunda-feira, quarta-feira e sexta-feira eu


lecionava em uma unidade; terça-feira, em outra; e na quinta-feira eu atendia por
meio período no consultório. Ainda, todos os dias eu trabalhava numa empresa.
Faculdade 1, faculdade 2, consultório e empresa. Já pensou em viver assim?
Penso que eu tinha muita coragem nesse tempo. Não me arrependo, mas sinto as
consequências desse período até hoje.

Certa noite, em uma das minhas aulas, uma aluna me chamou no intervalo e
disse: "Professora, está tudo bem com a senhora? Estou vendo que você pode
estar passando por algo". No primeiro momento eu só pensei em dizer, sim estou,
porque eu não podia compartilhar com ela o que passava, pois ela não era
alguém com que eu pudesse expor o estava vivendo. Na mesma turma havia um
outro aluno que todos os dias me ajudava a descer com minhas coisas depois que
todos já tinham ido embora. Esse aluno me via como profissional e como pessoa.
Ele é alguém que me acompanha até hoje na vida, mesmo depois de ter saído
daquela instituição.

Qual a razão de expor essas relações para vocês? A vida é feita de


relacionamentos. Em cada situação é preciso ter discernimento sobre o que
devemos ou não expor, bem como sobre quando temos que dizer sim ou dizer
não.

Ministrar aulas me fez aprender muito sobre pessoas. Cada indivíduo possui um
interesse diferente. Nessa mesma época eu passei por três situações
profissionais que me encorajaram a ter que dizer não para que eu pudesse
avançar na minha carreira.

A primeira delas foi abrir mão de ajudar um colega de profissão, porque essa
relação mais me desgastava do que me ajudava. Se discernir sobre níveis de
relacionamentos e oportunidade com alunos já era difícil, imagina dizer não para
um colega de profissão. Não foi nada fácil, mas logo percebi que foi a melhor
decisão, pois ele não hesitou em falar desaforo quando escutou o meu "não". O
segundo "não" foi para o líder do meu trabalho. O terceiro, foi pedir demissão de
um local que eu amava, porque nada naquele momento era mais importante do
que a minha saúde.

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Nem todo mundo pode fazer o que eu fiz, priorizar a saúde ao invés do trabalho,
mas sei o quão importante tudo isso foi para mim. Essas experiências me
ajudaram a estar aqui escrevendo para vocês. Você deve estar se questionando:
"mas Julia, você passou tudo isso como psicóloga? Como você não conseguiu
gerir as emoções, a sua saúde mental, os problemas éticos profissionais e os
relacionamentos com o seu conhecimento?

Eu geri tudo isso no momento em que eu decidi fazer menos. Menos para os
outros e mais para mim. Isso me demandou criar estratégias de sobrevivência
emocional, que foi aprender a dizer não para muitas coisas e pessoas que amava.
Não foi fácil. Até hoje exercitar isso é difícil para mim.

O segundo princípio da criatividade é este: Criação. Criar nem sempre é


inovar, mas, sim, estabelecer limites. Limites esses que nos levam a priorizar uma
vida de respeito, saudável e de longo prazo.

Saber distinguir prioridades, urgências, pessoas e situações é tema para anos de


terapia. Muitas vezes nós acreditamos que ter uma lista grande de tarefas é o
ideal. Afirmo, não é, como o mostrei com a minha história. Isso atrapalha a nossa
energia vital. Talvez você nunca parou para pensar na importância dela, mas eu
já, bem como pessoas com depressão e outros transtornos mentais também. Sem
ela você não é nada.

Trago essa reflexão neste segundo princípio porque ninguém vai dizer para você
que a vida é longa, que você tem tempo para fazer as coisas, que é possível não
ter tudo resolvido aos 30 anos de idade. Ou sequer falar que nem todas as rotinas
e trabalhos são saudáveis, e que você pode escolher o ritmo e a vida que você
quer levar. Mas eu falarei. Porque eu aprendi e experimentei os dois lados. E
posso dizer: um não vale as oportunidades e os benefícios que ele oferece. Ele
vai custar a sua qualidade de vida. Nossa saúde tem um preço que não podemos
pagar.

Talvez você nunca almejou ter uma rotina elaborada ou cheia como a minha, mas
eu sim. Por isso eu me cobrava muito por para ser ativa e cheia de tarefas. Com
esse hábito, os julgamentos e os pensamentos negativos também chegavam na
mesma intensidade. Um pouco desse sentimento que carrego veio da minha
história pessoal, sempre escutei a minha mãe dizer: levanta dessa cama e vai
fazer alguma coisa. Vai ser produtiva.

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Quando eu era mais nova, tudo o que eu queria era aproveitar os momentos.
Depois que entrei na faculdade, essa frase foi uma crença que carreguei para
validar o meu valor pessoal. Eu só era reconhecida se estivesse ativa, fazendo
alguma coisa, mas isso não é verdade. Tome esse meu relato como um
conselho: ser produtivo e bem sucedido é por vezes romper com padrões e não
ter muitas coisas para realizar.

O princípio aqui se relaciona com a coragem de estabelecer o próprio caminho, a


própria história, sem tentar provar o seu valor pessoal pela sua produtividade.
Aprenda a desvendar os seus talentos e aprecie a si mesmo. Você tem um ritmo
e é singular.

Tenha cuidado com o instinto básico de querer ser reconhecido e admirado por
outros. Nada disso prova o seu valor, apenas mostra que você se importa mais
com a opinião dos outros do que com o que você realmente conhece de si. Não
estou dizendo que a busca em ser apreciado é ruim, mas em demasia e de
modo recorrente torna você vulnerável. Eu precisei passar pelo que passei para
me conscientizar da razão pela qual eu fazia o que fazia. Eu tive que romper
com as memórias que eu tinha da minha mãe falando como era ser uma pessoa
produtiva. E com isso tive que enfrentar os meus medos:

• De rejeição.
• De estar sendo egoísta.
• De não ser importante.
• De ser abandonada.

No final eu consegui. Disse não a muitos pensamentos, ao que as pessoas


falavam sobre mim e deu tudo certo. Uma vez que você aprende a limitar
algumas realidades, você passa a ter liberdade de produzir de um jeito saudável,
como também passa a ter vida.

Não tenha medo de se recriar no seu dia a dia. Não diga sim só para agradar os
outros. Isso não faz de você uma pessoa melhor, mas leva-o a estar em diversas
situações complicadas e difíceis. Principalmente quando você deseja ser
promovido, reconhecido ou chegar à cargos de liderança. Se você não souber
impor limites, a conquista que terá não será de dependência e autonomia, mas
de total dependência da opinião e do julgamento do outro.

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Agora vamos ao terceiro princípio, que é o da interação. Depois que aprendi a
dizer não e a entender que a minha vida era limitada, percebi que a minha jornada
profissional precisava ser saudável e dependida de interações sociais boas e
bons relacionamentos. Essa interação possui três níveis. A primeira é a interação
pessoal: preciso saber quem eu sou e quais são as minhas habilidades. A
segunda é a rede de apoio: aquela que me ajuda a lidar com contextos de
estresse e período de desafios. E a Terceira é a de network: aquela com a qual
preciso conviver e cultivar para criar e ter sempre novas oportunidades na minha
vida profissional.

Felizmente, já se foi o tempo em que ir ao psicólogo era visto como “coisa de


maluco”, entretanto muitas pessoas ainda desconhecem em que situações podem
recorrer a este profissional. Quero mostrar para vocês alguma situações em que o
psicólogo pode te ajudar:

- Terapia (cuidar das suas emoções, traumas e ganhar mais autoconhecimento).


- Escolha profissional, Transição de carreira, Desenvolvimento do seu Potencial
como Profissional.
- Avaliação Psicológica (testes de inteligência, personalidade, psicodiagnósticos
etc.).
- Avaliações para Cirurgia Bariátrica, Vasectomia, Porte de Arma, Processos
Judiciais, Mediações Familiares, Recrutamento e Seleção, Processos
Administrativos de Concurso Público etc.

O importante é buscar ajuda. A interações número 2 e 3 são para um autocuidado


mais amplo na sua vida. Já a número 1, para um cuidado pessoal que sustenta os
demais. Veja no desenho abaixo.

Nível 3
Network
Vida profissional

Nível 2
Nível 1
Rede de Apoio
Terapia e Autodesenvolvimento Vida Pessoal e Profissional
Vida Pessoal

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Por fim, o quarto princípio é o da comunicação. Por meio da linguagem nós
adquirimos conhecimento e ampliamos as nossas experiências pessoais e
profissionais em sociedade.

A comunicação é importante, pois é através dela que tudo acontece: a entrevista


de emprego, um contrato finalizado, a rede de network ou um e-mail. É preciso
saber falar e se expor, fazendo-o com primazia e eficiência. A comunicação revela
a nossa marca pessoal.

Eu sempre fui alguém com medo de me expor. Como psicóloga, então, eu


precisava sempre falar algo relevante. Fora os traumas familiares que eu
guardava em mim. Ao abrir a boca, eu pensava que só poderia falar se fosse algo
interessante que cativasse a atenção dos outros. Se não fosse falar algo bom,
melhor era ficar calada! Meu olhar para a comunicação aqui não é incentivar você
a falar qualquer coisa, mas quero mostrar que a comunicação faz parte do seu dia
a dia profissional.

Eu aprendi a me comunicar melhor quando passei a dar palestras semanais em


uma empresa onde trabalhei. Eu era obrigada a me apresentar. No começo foi um
Deus me acuda, em razão do medo de falhar e de não saber expor uma ideia.
Depois peguei gosto. Percebi que é uma maravilha estar conectado com as
pessoas. Frases como "Julia, a medida que você falava, eu conectava com várias
coisas na minha cabeça" eram as minhas favoritas. Nos feedbacks eu aprendi a
verificar o quanto esse princípio era importante.

Ademais, atualmente, nas minhas Orientações profissionais, uma das coisas que
mais ensino aos meus clientes é a compreensão de que a história de vida deles é
um discurso. A maneira como contamos as coisas é o modo como nos
apresentamos ao mundo.

Falar é um das coisas mais difíceis para todos nós. No trabalho isso parece ser
ainda mais complicado, na escrita de um e-mail ou um relatório, seja quando
somos líderes ou subordinados, de modo que a pergunta mais frequente no início
da nossa jornada profissional normalmente é: Como eu devo falar ou escrever?

O livro “Tell me how I’m doing” de Richard Williams (2005), mostra para nós
princípios, conceitos e práticas acerca do como devemos realizar feedback. Trarei
essa atividade para vocês no final do livro. Quero que aprendam e percebam
que a maneira como nos comunicamos faz toda diferença na nossa jornada.

21
Lembra da fala da Alice? Ela não sabia o que falar para o gato, o que acarretou
em ela não ter um destino certo para sua vida.

Enfim, falamos sobre aprender a escolher, definir um ponto de chegada, o que é


criatividade, sobre os quatro princípios que nos ajudam a compreender melhor
como devemos aplicá-la. A seguir vou pedir para você fazer algumas tarefas.
Você pode achar que o que eu estou pedindo é algo estranho ou que aquilo não
tem relação com o assunto que estamos tratando, porém com o tempo você verá
que a criatividade é uma atitude simples, sem fórmulas prévias diante de
situações corriqueiras e que experimentá-la é se sentir livre e sem julgamentos.

Ser criativo nada mais é do que estar aberto para lidar com a rotina fora do piloto
automático. Sair deste modo é tomar o controle da vida e das suas sensações
(MAY, 1982). Esses exercícios o ajudarão nisso.

Mas antes de descobrirmos qual é o seu nível de criatividade para um treinamento


especializado, eu preciso que você realize esta atividade: o Desenho Humano.
Leia as peculiaridades desta habilidade e depois faça a atividade. Ela será o seu
ponta pé para se desenvolver.

PECULIARIDADES
s habilidades
atividade é uma da
Você sabia que a cri manidade? A
nvolvidas pela hu
mais bem dese tá diretamente
aponta que ela es
Psicologia Positiva e satisfação
mento de felicidade
relacionada ao senti
com a vida.
de realização e
move sensações
Criar e inovar pro com as suas
ior engajamento
resultam num ma cê deseja, te
Se isso é o que vo
atividades diárias. um hábito.
as até que se torne
proponho a cultivá-l
vida, pode dar
do parte da nossa
A criatividade, quan ss as experiências.
ior se nti do e sig nificado às no
ma de bons
ajuda na sustentação
Também longevid e.
ad
afeta até mesmo na
relacionamentos e

22
O que você possui de peculiar?
Qual é o seu diferencial como profissional?

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

____________________________________________________

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____________________________________________________

____________________________________________________

23
DESENHO HUMANO
Nossa primeira tarefa será você desenhar uma pessoa da melhor forma que você
puder. Coloque chapéu, vestido, sapato, adereços e tudo o que você achar
interessante e que fará esta pessoa ficar bonita e agradável. Porém há uma
regra: esta pessoa é você no seu trabalho. Seu objetivo é conseguir expressar
aqui como você acredita ser percebido nesse ambiente, independentemente de
você ter habilidade para desenhar ou não.

24
Realizou o desenho? ( ) SIM ( ) NÃO

Se você marcou a alternativa SIM, você está de parabéns!


Se você marcou a alternativa NÃO, eu preciso te dar um alerta.

SINAL DE ALERTA
É bem provável que você tenha se perguntado por que eu estou pedindo-o para
criar um desenho. Atividades lúdicas como essa, para nós adultos, soam como
coisas idiotas na maior parte do tempo. Porém, quero mostrar nessa simples
tarefa como nos colocamos a estar abertos ou não para as solicitações do
ambiente e das pessoas a nossa volta.

Estar aberto é se colocar atento às solicitações que ocorrem em pequenos


instantes, como esse que você pode ter pulado (desenho). Momento assim, nos
oferecem oportunidades de reavaliarmos os nossos julgamentos. O ato de não
se permitir executar um simples desenho como esse, sugere a mim que você
esteja na ZONA DO BLOQUEIO CRIATIVO. O que é isso? Ela é uma atitude
ligada a viver sob expectativas, com uma ideia fixa de como as coisas devem
acontecer, entretanto a vida em si é um caos e a transformação acontece
quando estamos dispostos a lidar com as solicitações e o medo impostos por
ela. Se não bastasse isso, a vida também solicita-nos que possamos viver de
formas diferentes (PERDEBON, 2002).

Ademais, se você ainda não se convenceu de que precisa desenhar de maneira


livre e despretensiosa aqui para liberar a sua habilidade criativa, pare de ler este
material e volte para a sua rotina. Não prossiga, porque as demais atividades
também o convidarão a sair da sua zona de conforto.

Se você se convenceu e já fez o desenho, agora é hora de verificar o seu


potencial criativo. Você será seu próprio Perito de Arte. Os critérios de avaliação
estão logo abaixo:

25
Avalie o seu desenho
A) Se você fez: cabeça, pernas, tronco e braço da pessoa, a pontuação é 2.

B) Se você também o vestiu com roupas e sapatos, a sua pontuação é 4.

C) Se você fez todos itens anteriores e ainda colocou mais detalhes como
olhos, cabelos, acessórios e um contexto ao redor, a sua pontuação é 8.

D) Se você se permitiu fazer a tarefa e não teve medo do resultado do seu


desenho, então a sua nota é 10.

QUAL É A SUA PONTUAÇÃO?

26
ESCALA DA ZONA CRIATIVA
Talvez você ainda não se considera uma pessoa criativa, mesmo já tendo feito um
ótimo desenho. Mas posso afirmar: você é. Essa habilidade não é algo nato, ela é
uma habilidade desenvolvida, a qual depende apenas de nos colocarmos a
pensar fora da caixa. O seu uso não se restringe apenas a pessoas que
trabalham no campo artístico, mas abrange tudo que pode ser transformado. Ser
criativo é possuir o privilégio de estar consciente e fazer as demais habilidades
cognitivas trabalharem de maneira conjunta.

"A criatividade é como


uma maleta de
ferramentas, Está ali
para nos dá suporte nas
melhores e piores
situações."
Julia Sgrancio

A criatividade tem influência direta no nosso desempenho humano. Ela é quem


nos possibilita executar a mesma tarefa de diversas formas. Ademais, as pessoas
que possuem expertise nela tem um bom manejo do pensamento crítico. Por
serem assim, elas agregam valor a maioria das coisas que realizam e abrem
novas perspectivas diante de problemas (ZHOU e SHALLEY, 2008).

O oposto disso tem o seu impacto, que falarei para vocês aqui. Wechsler (1998)
aponta que a inibição da criatividade revela em nós uma dificuldade cognitiva
quanto à habilidade de comunicação. Isso faz com que tenhamos dificuldade de
diversificar o nosso vocabulário e de interpretar a situações em sua gênese. Além
disso, nos inibe a pensar e agir com mais flexibilidade, tornando-nos menos
adaptativos. Pode-se dizer que assim se cria um comportamento com pouca
originalidade e abertura para solucionar problemas. Se a criatividade for inibida,
ela ainda pode agravar a autoestima e trazer dificuldades motivacionais
intrínsecas. Implicando, assim, em um baixo nível de autoconhecimento.

27
Em virtude das descrições anteriores, e antes de avaliarmos o seu nível de
criatividade, quero te fazer mais três perguntas: ATENÇÃO ABAIXO!

Quais são os
meus seus
recursos?
O que te No que você
limita? acredita?

Neale Donald (2009) é um escritor norte-americano autor da série "Conversando


com Deus". Ele relata que sua mãe foi sua primeira mentora, ela o ensinou a não
ter medo de Deus. Esse ensinamento ocorreu quando ele a perguntou como era
possível ter fé sem frequentar um templo. A resposta dela foi: "Não preciso ir até
uma igreja para encontrar com Deus. Ele está dentro de mim e está
profundamente." Curioso com isso, Donald passou a estudar religiões ocidentais e
orientais quando, numa madrugada em 1992, ele escreveu uma carta para Deus,
na qual perguntava ao Criador: "O que devo fazer para a vida dar certo?" Caso
queira saber qual a resposta que ele obteve, sugiro ler o livro. Mas a resposta que
tenho ao fazer essa pergunta a mim e a você é: "Seja criativo meu filho".

Quem deseja viver, precisa também acolher a criatividade e se permitir fazer uso
dela sem fim. Ela nos tira o enfado e o cansaço da rotina quando bem utilizada.
Não sei se você também se sente fadigado, mas eu sinto. Nesses momentos
recorro a ela como uma oportunidade única, na qual encontro espaço para me
autoconhecer, ver o meu potencial e ainda dizer: Não acredito que sou capaz de
mudar isso!

Para que você não precise experimentar longos anos de desgaste profissional, eu
criei uma escala que avalia o quanto você usa a sua criatividade. Vamos
descobrir qual é o seu nível?

28
DESCUBRA
Responda o questionário abaixo marcando um X na escala de
frequência:

1.Tenho facilidade de promover novas ideias e solucionar os problemas de maneira


otimista ?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) De vez em quando ( ) Ocasionalmente ( ) Nunca

2. Utilizo da criatividade para promover o meu autodesenvolvimento?


( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) De vez em quando ( ) Ocasionalmente ( ) Nunca

3. Demostro atenção e compreensão nas minhas interações interpessoais quando


acontece algo diferente?
( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) De vez em quando ( ) Ocasionalmente ( ) Nunca

4. Utilizo da criatividade para ajudar meus colegas e resolver problemas?


( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) De vez em quando ( ) Ocasionalmente ( ) Nunca

5. Me abro para experiências novas com frequência na minha rotina?


( ) Sempre ( ) Eventualmente ( ) De vez em quando ( ) Ocasionalmente ( ) Nunca

Correção da Escala
Para verificar em qual zona criativa você Superior: de 21 a 25 pontos
está, é necessário calcular a pontuação Super utilização da criatividade.
obtida no questionário acima. Utilize a

legenda de pontos da caixa verde: Média Superior: de 16 a 20 pontos


Alta utilização da criatividade.
VALOR DE CADA

RESPOSTA Média: 15 pontos - Zona Eficaz


da utilização da criatividade.
Sempre = 5

Eventualmente = 4 Médio Inferior: 10 a 14 pontos - Baixa


De vez em quando = 3 utilização da criatividade.

Ocasionalmente = 2
Inferior: de 5 a 9 pontos
Nunca = 1 Subutilização da criatividade.

Sua pontuação Sua Classificação


________________

29
Visto que você já encontrou a sua classificação, abaixo há um resumo a respeito
de cada nível. Esta descrição é uma interpretação simples de como você está
hoje. Independente do resultado, reforço que todos precisam ser lapidados.
Sendo assim, nos capítulos adiante darei mais detalhes de como fazê-lo de um
jeito simples e contínuo.

Leia a interpretação a seguir:

QUAL É A SUA ZONA ?


SUPERUTILIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE
Você tem facilidade de inovar diante das situações, o que o proporciona um lugar de destaque
perante outras pessoas. Aqui você pensa rápido, lida bem com desafios, coloca-se em
constante aprimoramento e sempre está aberto para novos relacionamentos.

Não obstante, apesar de esse seu talento estar em destaque, quando muito utilizado, leva você
ao hábito de não concluir tarefas. Você vive dando soluções, mas vive apegado ao mundo
ideal. É comum nesta zona as pessoas terem dificuldade para estabelecer critérios adequados.
Nesta situação aqui você precisa aprender a ser mais realista. Tanto nas tarefas como na
interatividade social.

ZONA EFICAZ
A zona mediana da criatividade indica que você está aberto para administrar essa habilidade.
Em alguns momentos você tem mais facilidade, se sua pontuação foi de 15 a 20; ou mais
dificuldade, se a sua pontuação foi de 10 a 15. O que vale neste campo é você saber que
possui essa aptidão. O importante aqui é só canalizar essa habilidade para exatamente aquilo
que você acredita que será mais relevante. Meu ponto de atenção nesta zona é você apenas
pensar que não se destaca mesmo sendo razoável em solucionar problemas.

SUBUTILIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE
Se você se encontra aqui, é bem provável que tenha o hábito de pondera bastante para pesar
e se expor diante das situações. Você se preocupa com o que irá propor, com o que os outros
pensarão ou até mesmo possui a mania de evitar lidar com problemas. Você valoriza o que já
foi criado e respeita o que já existe.

Cuidado com a subutilização da sua criatividade, pois deixá-la em baixa pode direcioná-lo a
construir pensamentos de incapacidade e baixa estima, além de levar você a evitar a lidar com
situações novas ou esquivar-se mudanças. A sensação de desinteresse pode ser comum aqui
também. Neste nível você pode acabar até negando novas possibilidades de melhorar a sua
rotina por puro comodismo. Meu contive para você é: se exponha.

30
SUPERUTILIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE
INDISCRIMINAÇÃO
ZONA INEFICAZ

25

20
ZONA EFICAZ

15

10
ZONA INEFICAZ

DESINTERESSE

SUBUTILIZAÇÃO DA CRIATIVIDADE
31
Você já ampliou a sua consciência e sabe em qual nível você se encontra. Daqui
em diante, o nosso foco estará em aperfeiçoar o seu potencial de um jeito
personalizado. Seja na sua vida pessoal ou profissional.

Na tabela a seguir trago exercícios para que você possa aplicar no seu dia a dia e
assim potencializar ou regular a sua criatividade. Essas tarefas passam pelos
quatro princípios básicos apontados lá no início.

Para cada atividade específica, haverá, antes, a explicação do porquê ela é


relevante em ser aplicada. O foco é equilibrar a sua habilidade criativa para que
você construa uma boa rotina.

TABELA DE EXERCÍCIO

ATIVIDADES ATIVIDADES ATIVIDADDES


PRINCÍPIOS SUPERUTILIZAÇÃO ZONA EFICAZ SUBUTILIZAÇÂO

Otimização Calendário Calendário Calendário

Lista: Faça CheckList da Desafios


Criação
menos Tarefas Criativas Criativos

Agenda de Bilhete
Interação Network Premiado Play Question

Escala de Escala de Escala de


Comunicação Escala Escala Escala
de Feedback de Feedback de Feedback

32
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
CALENDÁRIO OTIMIZAÇÃO

Este exercício objetiva otimizar o seu tempo e ensiná-lo sobre como a criatividade
também está em realizar as tarefas simples mas com um foco na eficácia, na
funcionalidade.

Fazer o básico, também nos leva a obter bons resultados. Nem sempre buscar
pela perfeição é o melhor. Quando você realizar as tarefas do calendário você
verá isso, o otimizar é estar disposto a sintetizar informações do seu dia e focar
no que é necessário. A síntese é uma forma de criar, de dar prioridade ao que é
saudável. Também se a semelha ao que denominamos otimizar, que é interagir
(gastar menos energia) com aquilo que a rotina já nos cobra normalmente, como
cumprir com os objetivos já propostos, escolher horários específicos, delegar
tarefa as pessoas e partilhar experiências no que você já foi convocado.

Afirmo, otimizar/sintetizar não é fazer mais rápido, e sim, fazer o possível de modo
a cultivar saúde mental e bem-estar. Isso é criatividade básica. Dê atenção a esse
elemento, isso possibilita que a sua energia vital seja resguardada, como também
que você tenha mais leveza e constância na rotina diária e no trabalho.

Veja o calendário na próxima página.

33
CALENDÁRIO INTERATIVO
1 2 3 4 5
Limpe o seu e- Peça ajuda a Delegue algo a Escolha uma Converse
mail. alguém hoje. alguém hoje. tarefa para com alguém
não fazer. sobre suas
dificuldades.

6 7 8 9 10
Coloque uma Se o dia não Ouça uma
Anote uma Tire um tempo recompensa ao fechar, ainda música
conquista. para relaxar. final de cada assim seja grato! enquanto
tarefa. trabalha.

11 12 13 14 15
Use post it Chame alguém Limpe a sua Agende as suas Use ferramentas
para lembrar para almoçar gaveta do férias. de produtividade.
das suas
tarefas. com você. escritório.

16 17 18 19 20
Responda: Não realize Não deixe para Pergunte-se: Encontre três
seu trabalho uma tarefa amanhã o que Como eu quero razões para você
faz você feliz? extra hoje. você precisa estar daqui a 5 trabalhar nessa
decidir hoje. anos? empresa.

21 22 23 24 25
Arrume o seu Anote as suas Se for urgente, Se exercite. Faça horário de
ambiente de tarefas do outro não envie e- Use a escada almoço.
trabalho. dia antes de mail, ligue para hoje.
acabar esse a pessoa.
expediente.

26 27 28 29 30
Pratique a Se não for Elimine as Responda: Por Tire um tempo
meditação. urgente não distrações. que eu trabalho para cuidar de
ligue, envie um com isso? você.
e-mail.

34
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
LISTA- FAÇA MENOS CRIAÇÃO

Esta é uma tarefa muito simples, cujo objetivo é levá-lo a ter uma rotina tranquila.
A lista auxiliará você a dizer não às urgências, pessoas e situações que o
solicitam constantemente. Você criará formas de dizer não. Alguém já o pediu ou
ensinou isso?

Muitas vezes acreditamos que ter uma lista grande de tarefas é o ideal ou que
ajudar a todos é a melhor maneira de nos sentirmos bem. Isso dá a ilusão de que
somos aceito e admirados. Afirmo, não é. Apenas atrapalha, tira a energia vital,
bem como acaba com a gestão do nosso tempo e relacionamentos. Além de
dificultar a alcançar qualquer objetivo que nós tenhamos proposto. Tanto no
trabalho como na vida pessoal. Fora que essa atitude cria complexos emocionais.
As causas mais comuns para essa dificuldade são:

• Medo da rejeição.
• Medo de estar sendo egoísta.
• Medo de não ser importante.
• Medo de abandono.

Todos nós temos esses medos. Nascemos com o desejo de ser apreciado, bem
como acreditamos que necessitamos de receber atenção. Contudo, basear o
nosso valor pessoal em dizer sim a todos, não nos torna pessoas mais amadas e
mais valorizadas. Isso nos torna vulneráveis emocionalmente e, às vezes, um
bajulador. Não estou dizendo que ser apreciado é ruim, mas, em demasia, isso
afeta a autoestima, autoeficácia e autoconfiança.

Pense comigo, por que dizemos sim quando queremos dizer não? Porque se opor
é perder. É limitar e se expor. Você se diferencia quando diz não aos outros. Sei
que dizer não no contexto profissional gera dificuldades e julgamentos
desnecessários. Ainda mais quando se tem por meta ser promovido e chegar à
cargos de liderança. Isso pode ser um desafio real na sua trajetória profissional.
Mas antes de desistir de aprender a dizer não, responda estas perguntas:

35
Que vantagens eu tenho em dizer sim, embora eu preferisse recusar?
Quais teriam sido as piores consequências possíveis e o quão realista é
esse meu temor?
Alguma vez sofri consequências desagradáveis em uma situação
semelhante por ter dito não?
O que você pensaria de alguém dizendo “não” em tal situação? Eu
poderia ter mais compreensão para ele do que para mim?

Aprender a dizer não corretamente é o primeiro passo para parar o excesso de


trabalho e gerenciar melhor o nosso tempo. No entanto, existem muitos outros
benefícios de dizer não e saber como definir limites ( BATISTA, S. M.S 2016)

Diante disso, segue a lista Faça Menos para que você possa aprender a ser
assertivo no momento de dizer não no contexto de trabalho.

36
LISTA: FAÇA MENOS
S T Q Q S S D
Que dia é hoje?

Estas são as tarefas mais importantes da minha rotina:

1.______________________________________
2.______________________________________
3_______________________________________

Como eu vou dizer não às urgências hoje?

( ) ... preciso de mais tempo para realizar isto com a qualidade que
você precisa. Posso enviá-lo isto no dia...

( ) desculpa, mas nesse horário eu não posso. Estarei em reunião.

( ) Claro que posso ajudá-lo! Só que neste momento estou


ajudando outra pessoa. Você poderia aguardar alguns minutos?
( ) Posso dar a minha opinião? Acredito que (nome da pessoa) é
a pessoa ideal para ajudá-lo nesta demanda. Que tal você
procurá-lo(a)?

( ) Não, não posso fazer.

YOU CAN DO IT!!!


Uma frase motivacional para hoje:
_____________________________________________________
_____________________________________________________
_____________________________________________________

37
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
CHECKLIST- TAREFAS CRIATIVAS CRIAÇÃO

Quando você faz algo que envolve várias etapas, é comum se perder no meio do
processo. O CheckList é uma lista de verificação que é usada para organizar
36
melhor nossas responsabilidades e obrigações, possibilitando visualizar de um
jeito mais fácil o que é prioridade. No entanto, se você começar a usá-la para se
motivar diante das inúmeras tarefas, simplesmente para provar o quanto você
produziu em um dia, isso é um sinal de alerta para um possível desequilíbrio da
sua criatividade.

Para que você não fique em desequilíbrio, a próxima tarefa irá auxiliá-lo a fazer
bom uso da ferramenta, criando maneiras diferentes de aplicação para não
apenas cumprir com o que há nela. A flexibilidade e o dinamismo aqui são tão
essenciais quanto saber categorizar a prioridade de cada item.

Se você estudou Administração ou se lembra dos estudos sobre a Revolução


Industrial, você conhece o modelo fordista que emergiu na década de 1914
trazendo um novo jeito de se trabalhar, que afetou diretamente todos os setores
econômicos, políticos e sociais daquela época até os dias de hoje. Esse modelo
era basicamente um checklist de produção. Ele estabelece apenas um modo de
realizar o trabalho, que impõe a todos a movimentarem-se da mesma forma, o
que leva automaticamente a violações ergonômicas da engenharia humana.

Você sabia que um controle rígido de produtividade (DOURADO, D. C. P,


2006) é considerado um risco à engenharia humana? E que trabalhos muito
mecânicos ou extensos afetam a integridade física ou mental podendo causar
desconforto ou doença?

Diante disso, quero trazer os benefícios de ser mais flexível no seu trabalho:

Melhora do desempenho físico e mental;


Menor risco de acidente de trabalho;
Você se torna mais rápido e produtivo;
Você aprende a gerir melhor o seu tempo.

Sendo assim, segue o exercício para que você aprenda a ser mais flexível de um
jeito criativo.

38
CHECKLIST DAS TAREFAS
CRIATIVAS
Escolha algo para inovar hoje:

No falar

Na maneira de escrever 1.Preciso preparar um tempo para isso?

Na organização ______________________________________________
______________________________________________
Na pesquisa ______________________________________________
2. Preciso de algum recurso/ ferramenta?
Nas solicitações
______________________________________________
______________________________________________
Na finalização do dia
______________________________________________
Na hora do almoço 3. A atividade é individual ou em grupo?

Na início do dia ______________________________________________


______________________________________________
Na reunião ______________________________________________

No relatório

Nas ligações
O que você
Na hora do almoço aprendeu nesta
tarefa?

39
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
DESAFIO CRIATIVO CRIAÇÃO

Transformar o nosso comportamento não é uma tarefa tão simples. Criar bons
hábitos envolve diversos fatores importantes, como a motivação intrínseca. Ela
ocorre quando alguém decide realizar determinada atividade por satisfação
pessoal, e não pensando na recompensa da meta apenas. Uma pessoa com essa
motivação vê a importância da sua ação e a torna sustentável dentro do seu estilo
de vida (TOMAYO & PASCHOAL,2003).

Ser alguém motivado pode parecer ser algo complicado. As pessoas associam
motivação com se sentir bem e alegre constantemente. Esse tipo de pensamento
37
é costumeiro e o utilizamos para descrever a motivação extrínseca. Ela é uma
recompensa ou incentivo fornecido por alguém externo para provocar o outro a
agir.

Na vida profissional isso não é diferente. Empresas e organizações criam


estratégias e desafios constantes para que colaboradores mantenham bons
resultados de produtividade e trabalhem contentemente. Pensando no significado
dessas estratégias motivacionais extrínsecas que criei essa atividade para você
desenvolver a intrínseca. A tarefa não é apenas para você se desenvolver
profissionalmente porque estou te instigando, mas para que você aprenda a
reconhecer as suas necessidades pessoais.

Exemplo, às vezes se desafiar de maneira criativa é conseguir marcar aquele


médico que tanto se adia por causa das obrigações que surgem no trabalho. É
sempre impossível sair e deixar uma tarefa sem fazer, não é mesmo?!

Na atividade que você realizará a seguir, imprima ou anote os desafios que serão
propostos. E veja se ao menos em 6 meses você se sentirá um profissional mais
leve e feliz, por ter se colocado em primeiro lugar.

40
DESAFIOS CRIATIVOS

Atualize o seu Se alimente bem


currículo. hoje.

Faça atividade
Faça um mini
física ou um
curso. alongamento.

Aprimore o seu Vá dormir cedo.


relatório mensal.

Use um aplicativo
de organização
Agende seus
para te ajudar nas
médicos. tarefas.

Procure formas de
se desenvolver
profissionalmente.

41
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
NETWORKING INTEGRAÇÂO

Você já parou para pensar que as pessoas ao seu redor podem auxiliá-lo
profissionalmente? Ou que elas são a maneira mais criativa de se criar caminhos
alternativos na profissão? Tanto para trabalhar melhor como para galgar novos
caminhos? Quem nunca quis ter um Q.I - quem indica.

Atualmente, ser apenas um bom profissional técnico parece não ser suficiente no
século XXI. As pessoas estão buscando trabalhar com aqueles que tem a famosa
inteligência social, que é a habilidade de ser harmonioso nas relações
interpessoais. Além disso, quem desenvolve inteligência social tem discernimento
do que se passa ao seu redor, bem como sabe o que fazer para se adaptar a
diferentes situações. Essas pessoas têm facilidade de identificar os interesses e
motivações das outras (NIEMIEC,R.M 2019).

O ato criativo aqui é associar-se a alguém. Existem profissionais que podem ser
facilitadores para obter novos caminhos e oportunidades, e é exatamente disso
que o networking se trata ( BRUNET, 2009)

As pessoas podem pensar que agenda só serve para anotações ou para guardar
a lista de telefone. Mas não, a agenda é um meio para estabelecer relações na
quais se gastar tempo com pessoas que você deseja influenciar e ser
influenciado.

Outra coisa, realizar network não é somente ir à congressos. Você pode ver que
a sua rede de colegas de trabalho é a sua melhor oportunidade de estabelecer
vínculos para futuras indicações. Saiba o nome das pessoas com as quais você
trabalha, o que elas fazem e gostam. Isso torna-o singular, pessoal e o conecta
com quem você convive. Às vezes, na correria, detalhes como esses passam
despercebidos, mas quando você os observa e os conhece, você se torna
estratégico e criativo na solução de problemas. Exemplo: Imagina que você saiu
da sua empresa e agora no local em que você trabalha estão precisando de
novos colaboradores. Você tem pessoas boas para indicar? Conhecer pessoas de
outros setores não é perda de tempo, elas também podem lembrar de você
nessas ocasiões.

42
Toda relação tem seu nível e impacto. Manter bons relacionamentos é deixar-se
conectar e usufruir desse impacto. Quando me mudei para São Paulo, minha rede
de network foi o que me sustentou. Minha agenda se manteve ativa porque
pessoas me recomendavam. Um dia você ajuda um, no outro esse alguém ajuda
você.

A tarefa a seguir fala disso. Monte uma lista de contatos de pessoas do seu
trabalho, de outros setores diferentes do seu. Coloque nela pessoas que você
considera relevantes e importantes, pessoas que realmente poderão ajudá-lo de
alguma forma.

43
AGENDA DE NETWORKING
Nome

44
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
BILHETE PREMIADO INTEGRAÇÂO

É consolidada a importância de se trabalhar em equipe, contudo criar vínculos


não é algo tão simples assim. A nossa confiança e as nossas ideias inovadoras
apenas são compartilhadas com aqueles que realmente são importantes para
nós. Além disso, é comum haver ambientes e trabalhos que suscitam culturas tão
competitivas que impossibilitam que seus colaboradores possam criar vínculos
saudáveis.

De acordo com o livro Felicidade no Trabalho de Srikuma (2011), o tempo médio


que passamos trabalhando é de 90.000 horas ao longo da vida. Já que gastamos
tantas horas nessa atividade e nesse contexto, por que não criarmos bons
relacionamentos ali? Talvez esse seja um dos desafios mais relevantes que um
profissional pode ter no seu desenvolvimento profissional.

Diante dessa quantidade de tempo que passamos no trabalho, a atividade


proposta agora é para levar você a se aproximar de um jeito divertido dos seus
colegas de trabalho. Criar vínculos não tem fórmula, mas existem técnicas que
facilitam a aproximação social.

A tarefa a seguir convida-o a sair da sua zona de conforto e ir em direção ao


outro. Tudo isso para que você possa se conectar a outras realidade e a conhecer
mais quem trabalha com você. Já que você passará um longo tempo da sua vida
com essas pessoas, por que não se aproximar delas? Quem sabe elas também
possam estar na sua lista de network.

45
BILHETE PREMIADO
1. Escolha 7 palavras.
2. Escreva 7 bilhetes.
3. Entregue a 7 pessoas diferentes no seu trabalho.

Regra n° 1: Para cada bilhete você deve usar uma das palavra escolhidas.

Regra n° 2: A mensagem que você irá escolher deve ser positiva.

Regra n° 3 : No final do bilhete faça um convite a esta pessoa ou uma pergunta.

Escolha uma destas palavras e utilize da sua imaginação para


conseguir criar maior interatividade com os seus colegas de
trabalho.

Carismático Animado

Curioso Prestativo

Criativo Generoso

Simpático Bem humorado

Alegre Empático

Conselheiro Elegante

Divertido Disposto

46
Imprima esta página e recorte as
bolinhas. Elas são os bilhetes. Caso você ____________________________________
não possa imprimir, utilize os recursos ____________________________________
que você possui para realizar a criação
____________________________________
dos bilhetes.
____________________________________
____________________________________

____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________
____________________________________

____________________________________ ____________________________________
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EXERCÍCIO PRINCÍPIO
PLAY QUESTION INTEGRAÇÂO

Fazer perguntas contribui para a criação de diálogos poderosos. O problema é


que na maioria das vezes não sabemos o que perguntar ou como perguntar.
Mas, insta ressaltar, que os maiores comunicadores e criadores vivem do
aprimorar da comunicação, seja ela autorreflexiva ou interativa.

A arte de se fazer perguntas é ferramenta poderosa para construir fluxos criativos


de insights, sejam elas perguntas que tirem os outros da zona de conforto ou que
justamente os coloquem lá. Todo mundo precisa de perguntas que o ajudem a se
mover em direção ao crescimento emocional, pessoal ou profissional. O efeito de
se perguntar é o deslocamento da atenção fixa no problema para a atenção fixa
na solução, a fim de ampliar a perspectiva e de quem escuta e responde.

Diante disso, esta tarefa foi criada para você fazer uma autorreflexão. As
perguntas dispostas nesta tarefa são para que você responda para si o quão
importante é o seu próprio desenvolvimento profissional.

48
PLAY QUESTIONS
O que mantém você motivado no seu trabalho?
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__________________________________________________________________

Você tem metas profissionais? Se sim, quais são?


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Com que frequência você se pega fazendo atividades repetitivas na sua rotina?
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O que você faz para ter bons relacionamentos com os seus colegas de trabalho?
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Você consegue descrever como o seu trabalho impacta a empresa e a equipe?


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Cite o melhor momento que você já teve na sua vida profissional?


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Você tem um plano de carreira?


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Como você usa criatividade na sua rotina de trabalho?
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Qual foi a última inovação que você propôs no seu atual trabalho?
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Você costuma receber ou dar feedbacks no seu trabalho? Como foi a última vez?
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O que você faz quando alguém discorda da ideia que você propôs?
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Como você se sente quando alguém solicita que você fale em uma reunião ou
apresente novas ideias?
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Como você organiza o seu tempo quando o trabalho está acumulado?


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50
EXERCÍCIO PRINCÍPIO
FEEDBACK COMUNICAÇÃO

Você já ouviu este provérbio Chinês: "Quem pergunta é ignorante por 5 minutos
e quem não pergunta, é ignorante para sempre". Em 2029 a revista Você SA
realizou uma pesquisa sobre porquê as empresas demitem, sendo informado
que 87% dos funcionários demitidos pelas empresas foram por falta de
habilidades comportamentais. Somente 13% das demissões nas empresas são
por falta de competências técnicas. Isso é alarmante e um ponto de atenção.

Por que um dos nossos maiores problemas são as nossas habilidades


comportamentais? Você sabe quais são elas? As habilidades comportamentais
mais valorizadas na atualidade são:

1. Adaptabilidade para trabalhar em ambiente virtual;


2. Espirito de colaboração para realizar trabalhos em equipe;
3. Pensamento crítico para analisar diferentes cenários e propor soluções;
4. Flexibilidade e gerenciamento do tempo para lidar com com
transformações e com mudanças repentinas;
5. Resiliência para estar disposto a superar obstáculos;
6. Dedicação para se manter produtivo;
7. Empatia e inteligência emocional para reconhecer as particularidades,
perceber problemas e limitações tanto dos processos como nas pessoas e
situações;
8. Criatividade para encontrar soluções rapidamente;
9. Liderança para assumir responsabilidades, encarar os desafios, engajar,
apoiar equipes e saber extrair o melhor das pessoas;
10. Comunicação para que as ideias possam ser bem transmitidas e
interpretadas da maneira exata, impactando as ações e os relacionamentos.

De todas elas, a que mais precisa ser desenvolvida para mim é a comunicação,
porque ela é a mediadora das demais competências. Sem comunicação nada
acontece. E falar é um das coisa difícil para todos nós. Começamos aos 6 anos
na alfabetização e nunca mais deixamos de aprender a nos comunicar.

51
O livro “Tell me how I’m doing” de Richard Williams (2005), mostra para nós
princípios, conceitos e práticas acerca do como devemos realizar feedback. O
feedback é, numa visão simplificada, o ato de transmitir uma opinião ou impressão
a respeito de uma ação a quem a executou. Mas ele também serve para
percebermos qual é o nosso estilo de comunicação. Por isso ele é caracterizado
como uma poderosa ferramenta para a construção de relacionamentos saudáveis.

A nossa próxima atividade será realizar o Questionário de Avaliação de Feedback


criado por Richard Williams. Coloquei essa tarefa porque considerei importante
você ter uma ideia de sua própria habilidade de comunicação, pois trabalhar a sua
forma de se comunicar o ajudará:

- a produzir nutriente para a sua mente, que é ampliar o seu vocabulário e


percepção diante de dilemas;
- a construir melhores relacionamentos, seja no âmbito profissional ou na
vida pessoal;
- a alcançar o efeito esperado em contextos de metas e produtividade ao
expor uma ideia, sentimento e intenção;
- a valorizar pessoas e a corrigir pessoas.

Sendo assim, realize o questionário para que você possa verificar como você tem
se comunicado e aprenda como você pode aprimorar os seus feedbacks. Após a
realização, verifique se a sua maneira de falar ocorre desta forma:

1. Descreva um comportamento específico;


2. Descreva como você se sente em relação ao comportamento;
3. Descreva por que você se sente dessa forma;
4. Descreva as consequências do comportamento;
5. Solicite uma sugestão para que isso não ocorra mais ou proponha algo para
que isso seja melhorado.

Quando desejamos que algo possa ser modificado em nós ou em outras pessoas:

NÃO DEVEMOS: impor; persuadir; ameaçar.

DEVEMOS: solicitar; esclarecer; propor; definir limites.

52
Para que a nossa comunicação seja eficaz e sem abuso, tente dar devolutivas
com perguntas. Faça perguntas sobre a situação, tenha em mente e clareza do
que se questiona, pergunte com temperança, diga claramente qual mudança é
necessária, aplique limites e obrigações coerente, crie um vínculo de valor e não
de desprezo.

O importante é o seu compromisso de aprimorar suas habilidades.

53
FEEDBACK
Neste questionário você irá encontrar 30 afirmações referentes à maneira como
você dá feedback positivos/ corretivo às outras pessoas. Antes de começar, reflita
sobre o seu relacionamento com seus colaboradores, amigos e familiares.
Partindo dessa perspectiva, considere cada afirmativa. Marque um X no número
apropriado em cada item, usando o seguinte código:

Próximo ao Diferente do Nada parecido


AFIRMAÇÕES Meu Estilo
meu estilo meu estilo com meu estilo

Quando dou feedback, utilizo exemplos específicos com base para discussão.

Tento não adivinhar a razão de a pessoa agir de determinada maneira. Prefiro me


concentrar no que realmente foi feito.



Focalizo o que a pessoa fez, não sua personalidade ou atitude.




Sempre que possível, dou feedback imediatamente após o evento.




Digo às pessoas o que elas fizeram corretamente e também o que elas fizeram de
errado.



Faço de tudo para não perder a calma nem me exceder ao dar feedback corretivo.


Quando dou feedback, vou direto ao ponto, sem rodeios.




Não fico aguardando uma oportunidade para surpreender o funcionário fazendo


errado.



Quando dou feedback, descrevo como me sinto a respeito do que aconteceu




Quando estou corrigindo um comportamento, incentivo o outro a relatar seu próprio


lado da história.



Quando dou feedback corretivo, elaboro algumas soluções possíveis antes do


encontro



Quando dou feedback corretivo, elaboro algumas soluções possíveis antes do


encontro.



Utilizo exemplos específicos ao dar feedback, para garantir que estou sendo claro.


Ao dar feedback , baseio-me em comportamentos.




Dou feedback em momentos mais tranquilos, quando nenhuma das partes está
pressionada pelo tempo.


Acredito que a pessoa merece saber o que está fazendo corretamente, assim como
o que precisa ser melhorado


Tento dar feedback corretivo quando posso manter a calma e agir de maneira
objetiva.


Ao dar feedback não evito contato visual. Ao contrário, faço questão de olhar
diretamente para a outra pessoa.


Para mim, dar feedback é uma oportunidade de ajudar alguém, não uma chance de
jogar em cima do outro algo que estava entalado na minha garganta.



54
Próximo ao Diferente do Nada parecido
AFIRMAÇÕES Meu Estilo
meu estilo meu estilo com meu estilo

Fico atento para comunicar meus sentimentos em vez de culpar a outra pessoa.

Ao tentar corrigir um comportamento, uso perguntas abertas e explico o que estou


pensando para garantir que estou compreendendo direito a situação.



Tento elaborar cada mensagem de feedback de acordo com a necessidade da


pessoa.



Tento saber o que aconteceu, não faço deduções.




Ao dar feedback, tento evitar rótulos do tipo “irresponsável”, “ bom” ou “ruim”.




Evito dar feedback corretivo na frente dos outros.




Tento ser justo ao dar o feedback. Uso tanto os aspectos positivos, como aponto o
que necessita ser aprimorado.



Ao corrigir um comportamento específico, me apoio no aqui e agora e evito fazer


referências ao passado



Quando dou feedback, me concentro em uma ou duas questões de alta prioridade.




Ao oferecer feedback, não dou conselho a menos que a outra pessoa solicite.


Quando dou feedback, descrevo como me sinto para que a pessoa possa entender
o impacto do comportamento em discussão.



Quando dou feedback corretivo, faço muitas perguntas para que eu possa analisar a
situação do ponto de vista da outra pessoa.



RESULTADO
Para descobrir o seu resultado some as seguintes dimensões abaixo, conforme os
valores que você marcou em cada item da escala anterior.

DIMENSÕES ITENS TOTAL

1 + 11 + 21

1. Elaboração de um plano 2 + 12 + 22
2. Abordagem específica 3 + 13 + 23
3. Foco no comportamento
4 + 14 + 24
4. Escolha de hora e local
5. Feedback Equilibrado 5 + 15 + 25
6. Feedback Relevante 6 + 16
+ 26

7. Técnicas eficientes
7 + 17 + 27
8. Estilo Eficaz
9. Descrição de Sentimentos 8 + 18 + 28
10. Capacidade de ouvir
9 + 19 + 29
10 + 20 + 30

55
A pontuação ideal para cada dimensão para ser considerado um bom feedback deve ser
acima de 6,5.

Qual ou quais dimensões você precisa desenvolver?

DIMENSÕES

Elaboração de um plano

Abordagem específica

Foco no comportamento

Escolha de hora e local

Feedback Equilibrado

Feedback Relevante

Técnicas eficientes

Estilo Eficaz

Descrição de Sentimentos

Capacidade de ouvir

56
CONCLUSÃO
Já usei todas essas atividades ao longo do meu aperfeiçoamento profissional e
pessoal, e hoje, aplico a maioria desses exercícios nos meus clientes. Sei o
quanto eles provocam um despertar da habilidade criativa em nós.

O impacto dessas atividades repercutem de varias formas em nossa vida, e


acredito que isso é o mais relevante ao desenvolver a criatividade. Nós
conquistamos uma vida melhor e relacionamentos melhores. Tudo o que fiz aqui
foi convidá-lo a ser uma pessoa melhor por meio da habilidade criativa.
Desenvolvê-la é conquistar uma nova forma de aprimorar nosso autocuidado e
autoconhecimento.

No meu caso, me mantive desenvolvendo esse autocuidado e autoconhecimento


por um bom tempo. Possuir essa obrigação me fez conquistar o hábito de querer
ser eu mesma. E isso me levou a realizar um antigo sonho, me tornar escritora.
Sempre digo isso a mim: não nascemos prontos. Ninguém é melhor do que
ninguém. Porém, cabe a cada um se autodesenvolver, amar-se e vencer seus
medos.

O ato de se responsabilizar e se tornar o seu maior desafio de desenvolvimento,


faz com que a nossa rotina ganhe um novo formato e tudo passa a ser
oportunidade e possibilidade. Por exemplo, estar apaixonado pelo seu trabalho. A
paixão já não é mais chegar a um lugar físico ou de reconhecimento social, e sim,
se tornar uma pessoa boa no seu dia a dia, em tudo, desde as pequenas tarefas
até as maiores ações e interações. Da mesma forma, a busca por obter um
propósito. Ele deixa de ser uma corrida por uma revelação social e passa a ser
uma atitude de responsabilização com seu contexto, no momento presente, seja
ele grande ou pequeno. Isso é ser criativo, é um jeito de viver o aqui e agora.

Lembra da história do Neale Donald que contei para você? A pergunta dele foi
uma tentativa de encontrar uma forma certa para se ter fé, só que isso é
impossível de ser estabelecido, pois a vida é complexa. Quando aprendemos que
o bonito está no SER, a vida passa a ser um ato de transformação das nossas
crenças e habilidades. Afirmo sem duvidar: a vida fica mais leve dessa
forma, e nos dá outras formas e caminhos para experimentá-la.

57
Meu objetivo até aqui foi levá-lo a um encontro pessoal consigo. Em segundo
plano, fazer com que você realizasse tarefas sem medo ou julgamento. Terceiro,
lembrá-lo que o aperfeiçoar é permitir-se e não ser perfeito. E por último, mostrar
que os erros e os medos sempre estarão conosco.

Finalizo esse trabalho com a esperança que de a leitura tenha sido proveitosa e
reveladora para você, bem como tenha feito você ver a sua vida e sua rotina de
um jeito diferente. Talvez tudo isso leve-o a se sentir mais leve, afável e mais
animado com os momentos que você vive na sua vida. Obrigada por me
acompanhar até aqui. Compartilhar esse conhecimento foi uma conquista para
mim. Fora isso, eu acredito que já posso considerá-lo uma pessoa mais criativa.
Apenas sugiro, não se esqueça dos 4 princípios em seu dia a dia. Pois...

O importante é tentar.
E não desistir.
Você já chegou até aqui e vá até o fim,
Mesmo que o fim pareça não existir.

Não se importe em acabar.


Se importe em compreender e existir.

Existir, para mim, é estar presente.


Presente muitas vezes na vontade de desistir.
Quando me encontro assim
Lembro que sou ou preciso ser criativa.

Então me recolho, não desisto,


E não me cobro de salvar o mundo.
Assim vivo com o que posso naquela hora do meu dia.

58
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60
Sobre a autora:
Julia Dias Andrade Sgrancio é Casada, Cristã, Psicóloga, Palestrante e
Consultora de Carreira. Gosta de viajar, conhecer culturas, ler e refletir sobre a
vida e seus paradigmas. É apaixonada por sua profissão, como fissurada em
desvendar mais sobre o potencial humano. Ama estudar e costuma dizer: "Quem
busca por equilíbrio ainda não aprendeu a viver, mas quem tem flexibilidade
encontrou harmonia no seu dia a dia". Ela também pensa: "Feliz é aquele
desequilibrado que foi misericordioso para com os seus desequilíbrios e se
permitiu viver novamente."

Além disso, a Psicóloga Julia já está perto de fazer 10 anos de prática clínica. E
possui Pós-Graduação em Avaliação Psicológica e MBA Executivo em
Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva. Sua jornada profissional sempre
esteve atrelada em avaliar, desenvolver e capacitar pessoas.

Hoje atua como terapeuta online e adota por linha teórica a Psicologia Positiva
em tudo o que realiza, seja em suas capacitações, publicações e atendimentos.
Ademais, ela possui experiência na área de saúde mental; consultoria de
carreira; recrutamento e seleção. Também tem se dedicado a escrever livros e
guias para alcanças mais pessoas. Caso queira conhecer seu trabalho, acesse:
www.juliasgrancio.com.br ou instagram:@juliasgrancio. Se este livro o impactou
e você tem vontade de compartilhar suas experiência com a leitura, escreva para
o e-mail: contato@juliasgrancio.com.br

61
Ser criativo não se resume a ter bom gosto estético,
mas olhar para uma situação e buscar o que fazer
com ela da melhor forma possível. É, em poucos
termos, saber trabalhar com o que se tem. O que
implica nem sempre saber o que está envolvido, mas
estar envolvido.

E é sobre isso que esse livro irá tratar. Ele vai te


ajudar a dar mais atenção, carinho a sua habilidade
criativa.

Não tenha dúvida, os conceitos e técnicas descritos


aqui foram pensados de modo estratégico a fim de
que você experimente uma jornada única em prol de
você conseguir ser o que você precisar ser.

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