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SUMÁRIO
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Raízes do Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Alcance econômico e social do empreendedorismo: incubadoras, SEBRAE . . . 24
SEBRAE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Incubadoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Incubadoras de empresas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Incubadoras de cooperativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Incubadoras de inovação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Incubadoras de internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Processo de incubação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Diferenças entre incubadora e aceleradora . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
O Empreendedor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Empreendedorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Empreendimento: o início . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
Ramos de atividade ou tipos de empresa: indústria – comércio - serviço . . . . . 41
Empresas industriais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Empresas comerciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Forma jurídica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Empresário (antiga Firma Individual) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Sociedade por quotas de responsabilidade (Ltda.) . . . . . . . . . . . . . 42
Sociedade anônima . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Mercado, segmentação e concorrência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Os clientes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Criar perguntas, buscar respostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Referências bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
INTRODUÇÃO
Iniciar o Empreendedorismo a partir dos temas Criatividade e Inovação demonstra a necessidade
de empreender de forma estruturada, planejada, de modo a atender os critérios de empreender
por oportunidade e não por alguma forma de necessidade – financeira, herança, falta de vagas no
mercado de trabalho, crise econômica etc.
Criatividade
Inicialmente é preciso situar o entendimento sobre criar e inovar. Criar e inovar não quer dizer
a mesma coisa. Criar é o pensar, é descobrir algo novo e útil que represente uma solução para um
problema, situação, dificuldade ou deficiência. É ter uma ideia cuja aplicação em um determinado
contexto pode gerar uma inovação. Preste atenção ao que diz De Bono (2001, p. 3):
O valor a que De Bono se refere caracteriza criatividade somente quando há a geração de algum
aspecto de utilidade, algum aspecto único ou raro. Um artesanato diferenciado, um produto acima
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dos concorrentes, um procedimento médico que salva vidas, uma solução inédita para uma situação
empresarial, um gol de placa etc., são alguns poucos exemplos de criatividade.
Figura 1 – Criatividade.
Fonte: Sapunkele/Shutterstock.
Um ser pode ser entendido como biológico ou vegetativo e não um ser biográfico, aquele que
procura caminhos para demonstrar alguma competência, ou utilizar da imaginação para superar o
que dele se espera e surpreender com uma ação diferenciada, de valor. Produzir novas alternativas
para situações antigas e soluções diferenciadas para novas situações, bem como deixar de fazer o
que se tornou desnecessário, ou seja, ser criativo tem sido um poderoso instrumento do ser humano
“para se adaptar ativamente às transformações que se operam no meio ambiente, seja em termos
sociais, tecnológicos ou científicos”, completa GALVÃO (1999).
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Criatividade – Conceituação
Quadro 1 – Conceitos de criatividade.
Fontes Conceitos
Atualmente, há a certeza de que a criatividade é um atributo ou uma faculdade mental que pode
ser aprendida e desenvolvida, tal como a liderança ou o empreendedorismo. Há pouco tempo era voz
corrente que essas habilidades seriam natas, só quem nascesse com o “dom” é que desenvolveria
de forma superior a capacidade de apresentar bons resultados nessas habilidades.
De forma geral, há o entendimento de que a criatividade abrange uma relação com o novo
e com a originalidade. Fica, também, declarado que a criatividade é um processo que busca
várias possibilidades ou alternativas para atingir de forma original os resultados que satisfaçam
necessidades (o que é indispensável) e desejos (manifestações de como satisfazer necessidades).
Esse processo de criar, então, é possível aprender, desenvolver, mesmo sob a hierarquia de uma
organização? “Posso ser mais criativo?” Você pode estar querendo uma resposta.
Processo Criativo
Você precisa estar consciente de querer desenvolver sua criatividade, ser mais criativo, dominar
uma forma de fazer melhor as coisas que precisam ser feitas. Ter uma atitude, o seu jeito de ser e
de fazer.
Em seguida, acredite no que Thomas Edison (dono de mil patentes; inventor da lâmpada elétrica
incandescente, do gramofone, do cinescópio ou cinetoscópio, do ditafone e o microfone de grânulos
de carvão para o telefone, e muito mais) dizia:
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Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.
Leis Estímulos
Viajar;
Visitar museus.
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Imparcialidade.
O importante é você criar a sua forma, o seu método, o seu jeito, de ficar atento à criatividade.
Saiba Mais
Observe no vídeo como vários profissionais têm um método, um jeito pessoal, para alimentar um
processo criativo em busca de ideias para criar resultados, por exemplo, passando várias dicas para
desenvolver a criatividade: recorrer a fontes diferenciadas – cinema, literatura, palestras; anotar
novas ideias etc.
<https://www.youtube.com/watch?v=-9Zo8vi7_ek>.
Claro que esta seção deve ser entendida como uma possibilidade de instigar novos contatos com o
tema criatividade, e serve de ligação para tratar de inovação em direção ao foco do empreendedorismo.
Inovação
A inovação está ligada ao fazer; significa novidade, é reconhecida pelo sucesso na exploração
de novas ideias, apresenta uma renovação e deve ser entendida como um processo.
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Figura 3 – Inovação.
Fonte: Chones/Shutterstock.
É possível desenvolver uma cultura de inovação nas organizações. Saiba que empreendedorismo
é entendido como a iniciativa para criar e desenvolver um negócio, como também pode significar a
criação e desenvolvimento de ações inovadoras de uma empresa. Neste caso, podemos dizer que
é o chamado empreendedor interno que cria e desenvolve resultados para a empresa. Atenção ao
que diz Fernando Dolabela (2004):
Para as empresas não basta o funcionário ter o seu processo criativo desenvolvido, criar e
propor inovações. É fundamental, é imprescindível, que os gestores das empresas tenham atitudes e
comportamentos que incentivem e apoiem os profissionais que apresentam um perfil empreendedor.
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Agora, perceba. O profissional tem um perfil criativo, porém, a organização não tem um ambiente
propício para aplicar a criatividade e desenvolver inovações. Há uma situação de desperdício de
talento.
E se for o inverso? A organização está voltada para a inovação e o profissional está acomodado,
desinteressado, ou no seu limite de incompetência. Neste caso, é possível incentivar a criatividade
e a inovação daqueles que não estão na mesma rota da empresa.
Caso você seja colaborador em uma organização ou tenha o seu empreendimento, é possível
utilizar a criatividade e a inovação como base estratégica para a união da competência pessoal à
cultura da empresa, com o objetivo de alcançar os melhores resultados a ambos os interessados
e junto aos públicos que mantenham contato com o empreendimento.
Dessa forma, inovar pode ser considerado como uma cultura para melhorar aquilo que a empresa
já tem ou faz, modificando, transformando, aprimorando. Em outro aspecto, as pessoas tendem a
fazer as coisas de uma forma repetitiva.
A função de RH (e, por extensão, de todos os demais gestores) para criar, manter ou mudar
aspectos do processo empresarial em relação à inovação precisa desenvolver as seguintes ações:
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Esse conjunto de ações tem como objetivo incentivar os líderes e suas equipes a pensar
diferente, a criar novos processos, a buscar ambientes integradores para inovação com liberdade
de expressão entre os gestores e suas equipes de trabalho.
A partir dessa abordagem, o desafio é pensar como gestor ou como componente de equipe em
ações que possam incentivar a criar e inovar de forma frequente no ambiente profissional. Essa
possibilidade nasce da competência individual em pensar “fora da caixa”, como dizem, sem precisar
de impulsos ou cutucões externos. Aliás, por que não aplicar na vida particular esse conhecimento
de criar e inovar?
Tipos de Inovação
Quanto ao objetivo, conforme Padua Filho (2016), a inovação pode ser em relação a:
• Produtos e serviços;
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• Processos;
• Marketing;
• Centrada no cliente;
• Pessoas;
• Sustentabilidade;
• Logística;
• Produtividade;
• Modelo de negócios;
• Máquinas e equipamentos.
Pode também ser chamada de Inovação Tecnológica no sentido mais amplo: coloca no mercado
produtos ou serviços novos ou com melhores e significativas alterações. São produtos novos ou
serviços com características funcionais alteradas que podem envolver especificações técnicas,
materiais, interface com usuário, software ou outras funcionalidades.
Como exemplos de inovação de produtos temos a película adesiva (filme de poliéster) aplicada
ao vidro para diminuir os efeitos da luz e do calor; a máquina caseira de café expresso (Nespresso,
DeLonghi, Mondial); e câmeras em telefones celulares.
Inovação de processo
A inovação de processo ocorre quando a forma de um produto ser fabricado ou de um serviço
ser prestado é implantada ou modificada. O produto ou serviço final pode não sofrer alteração,
continua com as mesmas características, desempenho etc.
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Curiosidade
Uma inovação recente: a entrega em domicílio feita por drones. A inovação no processo de
relacionamento empresa e cliente no momento do delivery substitui o motoboy pelo drone.
Inovação de marketing
Serviços e produtos representam para o marketing o foco principal, merecendo toda a atenção
possível para possibilitar que novos benefícios possam ser oferecidos, agregando valor e conquistando
a satisfação e a lealdade de clientes e consumidores. A inovação nesse aspecto expandido surge
para contemplar as diversas demandas a serem respondidas pelo marketing. Padua Filho (2016)
aponta vários setores nos quais o marketing tem inovado:
• Pesquisa
• Neuromarketing
É o estudo do cliente em relação ao seu comportamento sob a ótica cerebral: as reações biológicas
e humanas provocadas no cliente quando submetido aos estímulos de marketing – comunicação,
promoção, compra, consumo etc.
• Design
Design é uma atividade de projeto responsável pelo planejamento, criação e
desenvolvimento de produtos e serviços… um processo que busca soluções criativas
e inovadoras para atender características dos produtos, necessidades do cliente e
da empresa de forma sintonizada com as demandas e oportunidades do mercado
(SEBRAE, 2016b).
Alcançar esse objetivo orienta o marketing a desenvolver ações que visem conforto, acessibilidade
facilitada, conveniência e preocupação com sustentabilidade (fontes de luz, aclimatação adequada,
tratamento de resíduos etc.). É importante lembrar que muitas inovações estão também dirigidas
aos colaboradores, ao ambiente interno.
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Figura 5 – Design.
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.
• Logística
O exemplo dos drones utilizados para entrega de encomendas aplica-se também como uma
inovação do marketing, que busca diminuir o tempo e o custo para atender melhor o mercado
comprador.
• Promoção e Comunicação
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Inovação em pessoas
A busca de novos modelos gerenciais e ferramentas que auxiliem a busca e a definição de
melhorias, ganhos de produtividade e eficiência dos colaboradores é o princípio da inovação em
pessoas. A seguir, algumas frentes de inovação que têm como objetivo a criação de ambientes de
trabalho mais produtivos e eficientes.
Inovação em sustentabilidade
Sustentabilidade é uma demanda para que as empresas e as pessoas tenham plena consciência
do papel que devem ter em relação aos impactos ambientais que suas atividades podem provocar.
Dois focos norteiam a inovação em sustentabilidade:
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Inovação em Logística
Entregar ou receber o produto ou serviço no local e prazo corretos, em perfeitas condições e
com o menor custo possível motiva os gestores a inovar em soluções de logística para vencer esse
desafio. É importante, junto ao consumidor e fornecedores:
Fonte: Chesky/Shutterstock.
Inovação em produtividade
Inovação em produtividade tem como base a melhor utilização do capital e do trabalho diretamente
ligada a vários aspectos de gestão empresarial: infraestrutura disponível, ambiente profissional, nível
educacional e técnico dos colaboradores em todos os níveis, normas e procedimentos objetivos e
práticas corretas de gestão. O correto desenvolvimento e aplicação dessas áreas possibilita inovar
em modernização da gestão e tecnológica do complexo empresarial e visão empreendedora com
alto nível de competitividade etc.
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SAIBA MAIS
[...] muitas inovações podem ter características que aparecem em mais de um tipo de inovação. [...]
Por exemplo, uma empresa que introduz um novo produto que também requer o desenvolvimento de
um novo processo é claramente uma inovadora tanto de produto como de processo. [...]
Em muitos casos, uma inovação de serviço pode ser apenas de um tipo. Por exemplo, as
empresas podem oferecer um novo serviço ou novas características de um serviço sem mudar
substancialmente o método pelo qual ele é oferecido. Do mesmo modo, melhoramentos significativos
em processos, por exemplo, a redução de custos de distribuição, podem não fazer qualquer diferença
para as características do serviço vendido aos consumidores.
(fonte: http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-financiamento/manualoslo.pdf )
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Formas de Inovação
As formas que podem ser aplicadas às inovações são: incremental, radical e disruptiva.
Inovação Incremental
Aplicar melhorias contínuas; representam pequenas modificações nos processos, produtos ou
estratégias que indicam um valor adicional em relação ao que já existe, ou, como indica o SEBRAE
(2017), “É a introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou organização da
produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial”. Muitos automóveis, com
pequenas melhorias ao longo dos anos, forneceram benefícios substanciais na segurança, eficiência
e conforto (INNOSKILLS, 2017).
Dois exemplos são: o desenvolvimento de novas escovas de dentes, seja pela introdução
de designs mais ergonômicos, seja pela utilização de novos materiais, e o aumento do tempo de
duração das pilhas (SOCIEDADE..., 2017).
Inovação disruptiva
Representa uma mudança drástica nos processos, produtos ou estratégias vigentes pela
introdução de algo completamente desconhecido até então, ou “promover melhorias tão relevantes
em algo já existente que produzem uma ruptura, alterando o modelo, as relações e as operações de
mercado a partir daí”, conforme Padua Filho (2016). Exemplos são o telefone celular, computadores
portáteis ou pessoais, tecnologia digital na câmera fotográfica, empresas aéreas de custo reduzido
etc.
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Indicamos a leitura de Baronet (2000) e Bernardi (2009, texto “Inovação”) para que você expanda
seus conhecimentos teóricos. Dessa forma, você criará condições seguras para aplicar criatividade
e inovação em empreendedorismo ou intraempreendedorismo.
Diferencial competitivo
A resposta à pergunta “por que o cliente nos escolhe tendo tantas ofertas semelhantes?” dá a
indicação de qual é o diferencial competitivo ou a vantagem competitiva da empresa, isto é, qual
vantagem existe sobre os concorrentes.
O diferencial competitivo tem sua origem em algum ou alguns fatores muito bem utilizados
pela empresa, por exemplo:
• tecnologia empregada;
• custos baixos;
• imagem da empresa;
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A inovação coloca, com base na aplicação adequada destes e outros fatores, a empresa ou o
profissional em destaque no mercado, porque dá sustentação às várias formas em que os diferenciais
competitivos podem ser desenvolvidos. São elas:
Commodities são os produtos de origem animal, vegetal ou mineral produzidos em massa por
diversos produtores e cotados em bolsa de mercadorias.
Mais uma vez a criatividade e a inovação fazem a diferença: impulsionam o produto para fora
do “tudo igual”, porque cria uma vantagem que é reconhecida pelo público. Com o profissional
também é dessa forma. Superar a mesmice é a forma de ser reconhecido como competente, como
quem resolve mesmo, e muito bem.
RAÍZES DO EMPREENDEDORISMO
Atualmente, é possível discutir empreendedorismo em três frentes (SETAD, 2009):
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Capacidade de tomar a iniciativa, criar e aplicar soluções inovadoras e empreender para encontrar
soluções para problemas econômicos, sociais, pessoais e outros.
É uma importante vertente do empreendedorismo, pois gera empregos e renda, recebendo incentivos
governamentais e de instituições privadas.
O homem criava e se comunicava por meio da arte rupestre (40.000 a.C.). Até hoje o ser humano
continua se comunicando pela arte e de muitas outras formas. Historiadores afirmam que a roda
surgiu aproximadamente em 5.000 a.C.
Mais tarde, o resultado da criação de novos empreendimentos foi considerado por Jean-Baptiste
Say (1767-1832) como desenvolvimento econômico. A partir da elaboração de uma teoria das funções
do empresário, Say atribuiu-lhe um papel de especial importância na dinâmica de crescimento da
economia. O empresário é representado como aquele que, aproveitando-se dos conhecimentos
postos à sua disposição pelos cientistas, reúne e combina os diferentes meios de produção para
criar produtos úteis (GOMES, 2005).
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Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.
O conceito de empreendedor elaborado por Say foi expandido por Peter Drucker (1909-2005) ao
atribuir-lhe a função de transferir recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa
para um setor de produtividade mais elevada e de maior rendimento, refletindo em maior eficiência
e eficácia à economia, atingindo o máximo de lucros e de vendas para o equilíbrio financeiro da
sua empresa (GOMES, 2005).
A concepção que Say tinha do empreendedor – alguém que inova e é agente de mudanças –
permanece até hoje. Mas foi Joseph Alois Schumpeter (1883-1950) quem deu projeção ao tema,
associando definitivamente o empreendedor ao conceito de inovação e apontando-o como o
elemento que dispara e explica o desenvolvimento econômico.
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• Um grupo corresponde a uma parcela mínima da população que se sente disposta a enfrentar
desafios e, consequentemente, empreender um novo negócio;
• Entretanto, a maioria da população não se dispõe a enfrentar riscos desta natureza.
McClelland demonstrou que repetir os seus modelos é uma tendência dos seres humanos, o
que tem influência, em muitos casos, na motivação para alguém ser empreendedor. Os modelos
referem-se ao meio que a pessoa nasce, cresce e interage com as outras pessoas; os exemplos e
influências que moldam suas atitudes e comportamentos. É possível concluir que quanto mais o
sistema de valores de uma sociedade distinguir positivamente a atividade empreendedora, maior
será o número de pessoas que tenderão a optar por empreender.
[...] tenhamos claro que o índice de mortalidade empresarial ainda é elevado. Todos os
anos, somente no estado de São Paulo, o fechamento prematuro de empresas - antes
de completar um ano - consome R$ 16 bilhões em poupança pessoal e faturamento
cessante e ceifa mais de 200 mil postos de trabalho. (grifo nosso)
Percebeu? Imagine o quanto pode custar para toda a sociedade brasileira o empreendedorismo
ineficaz, aquele que não atinge resultados econômico-financeiros, que não mantém os postos de
trabalho nem paga aos fornecedores, falha na entrega para os clientes e não recolhe suas obrigações
fiscais... Sem considerar o empreendedor, familiares e amigos, que, de uma forma ou de outra, são
atingidos pelos prejuízos e pelas complicações de um negócio mal resolvido.
O empreendedorismo vem recebendo uma atenção especial na maioria dos países, já que
a sustentação econômica e social assegurada pela criação e manutenção das empresas foi
definitivamente percebida.
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Figura 9 – Empreender.
Fonte: Master1305/Shutterstock.
As empresas, na maioria dos casos, nascem pequenas pela iniciativa individual ou de parceiros,
com o objetivo de crescerem, fortalecerem-se e permanecerem ativas por muito tempo, inclusive
passando de geração a geração.
Preste atenção nos números a seguir, que informam a força da empresa de pequeno porte no
Brasil.
Fonte: elaborada pelo autor com base na LCP 123/2006 a partir de dados retirados de INSTITUTO... (2012).
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Os estudos e dados disponíveis sobre a micro e a pequena empresa podem ser encontrados
graças ao SEBRAE, que tem desenvolvido um trabalho elogiável para desenvolver ações de incentivo
aos negócios de micro e pequeno porte.
SEBRAE
• 1964: O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), na época BNDE,
identificou como motivo ligado aos índices de inadimplência nos financiamentos a má gestão
da empresa. Instituiu o FIPEME – Programa de Financiamento à Pequena e Média Empresa
– e o atual FINEP – Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas.
• 1967: A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) institui, no âmbito
das universidades nordestinas, os Núcleos de Assistência Industrial (NAI), voltados para dar
assistência gerencial às empresas de pequeno porte.
• 1972: Subordinado ao Ministério de Planejamento, nasce o Cebrae – Centro Brasileiro de
Assistência Gerencial à Pequena Empresa.
• 1977. O CEBRAE opera programas específicos para as pequenas e médias empresas. Em 1979,
forma 1200 consultores para as micro, pequenas e médias empresas.
• 1985-1990. O CEBRAE enfrentou uma operação desmonte. Mudou-se do Planejamento para o
MIC (Ministério da Indústria e Comércio). Em 1990, o CEBRAE quase fechou. Foram demitidos
110 profissionais, o que correspondia a 40% do seu pessoal.
• 1990. CEBRAE transforma-se em SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas) com a desvinculação da administração pública, transformando-o em serviço social
autônomo.
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Figura 10 – Planejar.
Fonte: Freedomz/Shutterstock.
A execução desse trabalho todo requer uma instituição que tenha um alto nível de independência
política e de decisão. Essa situação desejada levou a uma estrutura organizacional que representasse
todas as partes que têm interesse na atuação do SEBRAE:
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Até aqui você recebeu informações gerais sobre o SEBRAE, mas é importante conhecer mais
detalhes sobre essa instituição. A orientação que pode ser dada é que você acesse o portal do
SEBRAE nacional e também os portais estaduais, pois há uma infinidade de informações que
podem ser de seu atual interesse ou poderão ser no futuro. O portal nacional (http://www.sebrae.
com.br), por exemplo, pode colocar você a par de como o SEBRAE trabalha, de que forma os vários
serviços podem ser recebidos pelos interessados, entre outras informações e estudos realizados.
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Incubadoras
Uma incubadora de empresas é um mecanismo que estimula a criação e o
desenvolvimento de micro e pequenas empresas oferecendo suporte técnico, gerencial
e formação complementar ao empreendedor. Em geral, as incubadoras dispõem de
um espaço físico especialmente construído ou adaptado para alojar temporariamente
micro e pequenas empresas e oferecem uma série de serviços, tais como cursos de
capacitação gerencial, consultorias, serviços administrativos, acesso a informações
etc.
Com a atenção dispensada à referência acima, creio que você já tenha uma boa ideia sobre
incubadoras, mas outra fonte vai consolidar o seu conhecimento.
Saiba Mais
Saiba Mais
Para saber mais e entender melhor o assunto, recomendamos a seguinte leitura: ARANHA, J. A.
Incubadoras de empresas em FILION, L. J. DOLABELA F. Boa ideia! E agora? São Paulo: Cultura, 2000,
p. 277-319.
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Figura 12 – Incubadora.
Importante ressaltar que os objetivos das incubadoras precisam estar alinhados aos objetivos
regionais de desenvolvimento. Essas variáveis do ambiente geral devem nortear o papel da incubadora
na sua região:
Incubadoras de empresas
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Incubadoras de cooperativas
Essas incubadoras têm como finalidade a geração de trabalho e renda gerados por cooperativas,
que são associações de responsabilidade limitada ou ilimitada com no mínimo 20 participantes,
com interesses comuns, respeitados os direitos e deveres de cada um.
Incubadoras de inovação
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Incubadoras de internet
Incubadoras que apoiam projetos selecionados com foco no comércio eletrônico e na internet.
Fonte: Viewvie/Shutterstock.
Processo de incubação
Agora, veremos como é a admissão de um projeto nas incubadoras para testar a viabilidade de
se transformar em uma empresa.
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É importante que o objetivo de produzir empresas de qualidade seja avaliado pelas incubadoras
constantemente. Por isso, um processo de seleção de candidatos de qualidade na entrada do
processo e o apoio na gestão dos negócios durante a residência são fundamentais para gerar
empresas com melhores condições de sucesso.
Podemos, portanto, definir que o máximo de eficiência a ser alcançado pelo processo
da incubadora está no menor tempo de incubação, o chamado tempo de residência
(TR) com o maior percentual de sobrevida ou taxa de sobrevivência das empresas
(TS). A diminuição do tempo de residência (TR) pode ocorrer pelo desenvolvimento do
produto ou serviço e pela elaboração do Plano de Negócio antes de o empreendimento
candidatar-se ao processo de seleção da incubadora (ARANHA, 2000).
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Segundo o jornal O Estado de São Paulo, no Brasil, a Aceleradora iniciou as atividades em 2010,
em São Paulo, e no Rio de Janeiro, em 2011, a 21212 entrou em funcionamento.
O Centro de Estudos de Private Equity da Fundação Getúlio Vargas (GVCepe) indicou existirem
no Brasil cerca de 40 aceleradoras. Os programas gerados já aportaram mais de R$ 51 milhões em
mais de 1,3 mil startups (O MAPA..., 2017).
As 369 incubadoras em operação no Brasil abrigam 2.815 empresas graduadas e 2.310 empresas
incubadas, gerando 53.280 postos de trabalho. O faturamento dessas empresas apoiadas ultrapassa
os R$ 15 bilhões (AMPROTEC, 2012).
Bem, você percebeu a preocupação em relação à micro e à pequena empresa. Foi também
comentado que há um agente que é fundamental, imprescindível, para que haja sucesso nos
empreendimentos, quer seja pela figura do empresário – o empreendedor – ou do profissional
empregado em uma organização – o empreendedor interno.
Para efeito de nossos estudos, a referência ao empreendedor será feita a partir de agora em
ambos os sentidos: empresário e interno, salvo quando houver o interesse em tratar de forma
individualizada um ou outro agente da inovação.
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Saiba Mais
ARANHA, J. A. Incubadoras de empresas em FILION, L. J. DOLABELA F. Boa ideia! E agora? São Paulo:
Cultura, 2000, p. 277-319.
O EMPREENDEDOR
Que ser é esse?
Filion nos dá algumas pistas. É um ser focado, concentrado; planejador; tomador de decisões;
promotor de mudanças. Bernardi (2009, p. 64) nos amplia o perfil do empreendedor, colocando
como importantes algumas características genéricas:
ATIVIDADE REFLEXIVA
E você? Qual o seu potencial como empreendedor? Nos anexos há um teste que poderá ajudar a
medir o seu potencial. Pense nos seus pontos fortes e fracos como empreendedor e o que é preciso
para potencializar os pontos positivos e amenizar os negativos. É muito bom que você responda a
pelo menos dois dos testes disponíveis para ter uma ideia sobre o seu potencial.
Desenvolvemos os temas propostos no início desta aula para mostrar que decisões de
transformação, de mudança, por mais simples que possam ser, requerem algo a mais das pessoas.
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Imagine, então, uma decisão mais importante. Aquela decisão que você, como intrapreneuring,
um empreendedor interno, ou como empresário, precisa desenvolver para criar uma vantagem
competitiva que faça a diferença.
Saiba Mais
EMPREENDEDORISMO
Vamos começar firmando alguns conceitos.
• Empreender: tomar, agarrar, apreender. Tomar a resolução de fazer uma coisa de certa
importância e começá-la. Deliberar-se a praticar, propor-se, tentar, por em execução.
• Empreendimento: ação de empreender, empresa, realização, cometimento. Efeito de empreender;
realização.
• Empreendedor: aquele que empreende; que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora
do comum; ativo, arrojado, cometedor.
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Figura 14 – Empreendedor.
Fonte: Koson/Shutterstock.
O entendimento do que pode ser considerado como inovação tem por base o Manual de Oslo,
editado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o
Manual,
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Nesse documento, o que pode ser considerado como inovação abrange vários níveis desde o
conceito – “uma inovação de produto é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente
melhorado no que se refere a suas características ou a seus usos previstos”, o que inclui melhoramentos
expressivos nas especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade
de uso ou outras características funcionais –até os vários tipos de inovação – produtos e serviços;
processos; marketing; organizacional – com exemplos e indicações do que não pode ser considerada
como uma inovação. Sua leitura indica possibilidades de iniciar uma exploração por oportunidades
no seu ambiente empresarial, como empreendedor interno ou dono do empreendimento.
SAIBA MAIS
Para ler ou consultar o Manual de Oslo, consulte o material anexo (arquivo em .pdf).
Os resultados em emprego e renda são alcançados por decisões desenvolvidas para criar,
desenvolver e aplicar soluções que fortaleçam as empresas. Consequentemente, empresas estáveis
criam, garantem empregos e contribuem para o desenvolvimento econômico-social.
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Empreendimento: o início
A ideia de empreender pode surgir em relação a uma decisão ou conjunto de decisões com
base nas seguintes possibilidades:
• O empreendedor nato;
• Excelentes técnicos;
• Opção ao desemprego;
• O herdeiro;
• Vendedores;
• Aposentadoria;
• O funcionário de empresa;
• Desenvolvimento paralelo.
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Após conhecer algumas possibilidades que levam alguém a se tornar empreendedor, é necessário
um olhar técnico sobre essa decisão. Vamos dizer: pés no chão.
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Empresas industriais
Empresas comerciais
Comércio varejista
É a comercialização de produtos a consumidores finais em baixa escala, pequenas quantidades.
As operações podem ser feitas entre os próprios comerciantes e junto aos consumidores finais.
Alguns exemplos são:
Comércio atacadista
É a comercialização de produtos em alta escala, podendo ser entre os próprios atacadistas,
junto aos varejistas e também junto ao consumidor final. São exemplos de comércio atacadista:
• Distribuidor de medicamentos;
• Distribuidor de bebidas;
• Empresas de logística de distribuição (em geral, comercializam qualquer mercadoria de
utilidade às empresas varejistas).
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Forma jurídica
Um único proprietário que terá a empresa com o seu nome e responderá por todos os atos
originados pelas transações com o mercado nas atividades de indústria e/ou comércio. Não é
possível abrir firma individual cujo objetivo seja a prestação de serviços.
Forma jurídica para empresas constituídas por no mínimo dois sócios. A atividade da empresa
indicará o tipo de sociedade em que poderá ser enquadrada:
• Sociedade simples (S/S – antiga Sociedade Civil – S/C). A atividade da Sociedade Simples é
unicamente a prestação de serviços;
• Sociedade empresária (antiga Sociedade Comercial). A atividade da Sociedade Empresária é
o comércio mercantil de produtos e/ou serviços.
Sociedade anônima
É a constituição de uma empresa cujo capital social está dividido em ações que podem ser
transacionadas livremente, sem necessidade de escritura pública ou outro ato notarial.
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Após desenvolver a decisão de empreender, suas origens, uma abordagem inicial e a formalização
da empresa, chega o momento de estabelecer uma visão abrangente do negócio em relação ao
mercado.
Figura 16 – Sociedade.
Mercado
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Análise de mercado
A análise de mercado dá uma ideia de um mercado definido em relação às suas dimensões:
• Número de consumidores;
• Volume físico de vendas;
• Distribuição das vendas (concorrência);
• Evolução – variação de períodos recentes ou mais antigos;
• Tendências desse mercado – venda via internet; fluxos migratórios; preferências do consumidor;
crescimento feminino; terceira idade etc.
Segmentação de mercado
Segmentar é “fatiar” o mercado alvo da empresa em partes menores, com o objetivo de atender
grupos menores de consumidores do melhor modo possível e administrar os recursos de maneira a
oferecer o que pode realmente cumprir. Exemplo são: esportistas, roupas para jovens, restaurante
vegetariano etc.
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Pode, ainda, existir uma situação de cartel. É um acordo de fixação de preços ou cotas de
produção entre alguns concorrentes para restringir a oferta ou divisão de clientes e de mercados
com o propósito de eliminar concorrentes e aumentar preços de produtos para a obtenção de
maiores lucros em prejuízo do consumidor. No Brasil o cartel é crime.
É fundamental que o empreendedor não sofra da miopia “EU não tenho concorrentes, MEU
produto (ou serviço) é único no mercado”. Porque o estado de alerta nessa situação deve e precisa
ser assumido pelo empreendedor. A concorrência – direta ou indireta – pode estar onde menos
se espera.
Na concorrência direta são oferecidos produtos e/ou serviços semelhantes e que buscam atender
às mesmas necessidades e desejos do consumidor. Por exemplo, restaurantes na mesma região;
as montadoras Fiat, GM, Ford e outras concorrem entre si; Votorantim e Cauê são concorrentes
em relação ao cimento.
Já na concorrência indireta são oferecidos produtos e/ou serviços diferentes, mas que atendem às
mesmas necessidades e desejos do consumidor. Um restaurante pode indiretamente ser afetado ou
afetar outras formas de comércio que vendam comida pronta: padarias, supermercados ou rotisseries.
As montadoras de veículos e de motos podem ser consideradas como concorrentes indiretas. Os
concorrentes indiretos da Votorantim e Cauê podem ser os comerciantes de materiais para construção
que substituem o cimento, como o gesso para substituir o reboco de argamassa. Concorrentes das
academias de ginástica podem ser as clínicas de embelezamento ou de emagrecimento.
Todo mundo sabe que, assim como as pessoas, nenhuma empresa é uma ilha. Ela
existe junto com outras, evolui dentro de uma cidade que se caracteriza por uma
situação econômica, seus hábitos, cultura etc. Procurar conhecer o ambiente mais
geral é crítico para quem está no mercado – melhor seria dizer “os ambientes”, pois
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E conclui: “É preciso estar atento a cada um deles, pois todos podem ter reflexo na atividade da
empresa” (Turgeon, 2000, p. 62).
Finalmente, quem e por que comprará os produtos que serão produzidos, ou será atendido por
uma prestação de serviço?
Os clientes
O empreendedor precisa saber quais são as várias possibilidades e condições que podem levar
o consumidor a decidir pela compra do seu produto e/ou serviços. É necessário saber quais são
as preferências dos consumidores.
Figura 17 – Cliente.
O conhecimento do seu consumidor em potencial é a base para que o produto ou serviço seja
estrategicamente moldado para atender a uma gama de preferências pessoais, bem como nortear o
programa de marketing – política de preços, estratégias de distribuição, estratégias de comunicação
– e fortalecer (às vezes até mudar) a opção por mercados e segmentos.
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Turgeon, já citado, coloca sob o título “Quem é o seu cliente?” as seguintes perguntas para a
busca dessas informações críticas:
Agora, pensando bem, é possível uma empresa de pequeno porte bancar uma pesquisa para
descobrir tudo isso que está acima e que é necessário conhecer?
Perguntas e respostas não estão prontas, em um pacote, não é verdade? É por isso que o
empreendedor em empresas de pequeno porte precisa estar concentrado, focado, para se valer de
informações de várias fontes com o mínimo custo possível.
É preciso observar e aproveitar a observação, e estar focado em vários momentos para extrair
informações que podem estar ligadas ao seu tipo de negócio. Vida social, esportiva, escolar e
contatos profissionais, internet e redes sociais são fontes riquíssimas de informações sobre as
pessoas e tendências econômicas, sociais, tecnológicas etc.
IBGE, SEBRAE e várias instituições públicas e privadas em nível municipal e estadual são locais
onde é possível procurar os dados para planejar uma nova empresa, ou estudar mudanças em
empresas em atividade.
Filmes, livros, jornais, revistas também representam ótimas fontes de conhecimento sobre as
pessoas, a sociedade e os acontecimentos que podem influir positivamente ou negativamente em
determinados ramos de atividades.
Se dá trabalho? Dá, sim! Mas as coisas não caem do céu. Clientes também não. Sucesso também
não, portanto mais um trabalho para você: plano de negócios.
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• “O plano de negócio é, antes de tudo, o processo de validação de uma ideia, que o empreendedor
realiza através do planejamento detalhado da empresa”. (FILION; DOLABELA, 2000, p. 164).
• “Um Plano de Negócios é um documento que descreve (por escrito) quais os objetivos de
um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados,
diminuindo os riscos e as incertezas. Um Plano de Negócios permite identificar e restringir
seus erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado” (SEBRAE, 2013a, p. 13).
Figura 18 – Plano.
Fonte: g-stockstudio/Shutterstock.
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O PN foi criado para o empreendedor organizar suas ideias e obter um mapa do percurso que
terá que percorrer.
Várias finalidades no sentido externo são possíveis de serem atendidas, por exemplo:
• Ser utilizado como um documento de viabilização de uma ideia para o contato com capitalistas
e outros investidores.
• Ser o apoio para impressionar os bancos na solicitação de empréstimos.
• Comprovar a viabilidade de seu empreendimento. Pesquisar, reunir conhecimentos, selecioná-los,
estabelecer uma rota e escrever a tradução desse esforço em um determinado empreendimento,
é uma excelente forma de testar as ideias e a motivação para os desafios que terá no seu
percurso. (NASCIMENTO, 2013)
Outras finalidades para elaborar um Plano de Negócio podem ser constatadas, como:
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Conheça agora os cuidados para elaborar um PN que possa subsidiar as decisões internas
corretamente, como também os relacionamentos com os agentes externos em contato com o
empreendimento.
Recomendações gerais
• Lembre-se de que um plano de negócio é uma trilha e não trilho e não deve ser encarado
como um instrumento rígido, portanto, é preciso acompanhá-lo permanentemente.
Um plano de negócio é feito no papel e “a lápis”, pois está sujeito a correções.
• O plano de negócio fala por você. Quanto melhor sua aparência e quanto mais
claras as ideias, melhores serão os resultados. Além disso, procure fazê-lo bem-feito
e organizado. Assim, você irá tornar mais fácil sua utilização e sua consulta.
• Um plano de negócio pode ser usado para se conseguir novos sócios e investidores,
para estabelecer parcerias com fornecedores e clientes ou mesmo apresentado a
bancos para a solicitação de financiamentos. Entretanto, lembre-se de que o maior
usuário do seu plano é você mesmo. (SEBRAE, 2013a, p. 17)
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sua montagem, ficando sob a decisão de quem estiver elaborando o PN modificar algumas seções,
juntar seções sob um mesmo título, acrescentar uma seção que considere relevante para o tipo de
negócio etc.
Fonte: mirtmirt/Shutterstock.
Essa estrutura pode, ainda, ter algumas diferenças em relação ao tipo de negócio – indústria,
comércio, serviço, misto –, ou também em relação ao porte da empresa. Um PN para uma pequena
empresa deve ser menor que o de uma grande organização, com cerca de 15 páginas. Para
empreendimentos maiores, quanto mais completo e estudado for o PN, mais organizada e preparada
estará a empresa para iniciar ou manter em alto nível suas atividades no mercado.
Pontes Jr. e Osterne (2004), nos dão informações para a melhor compreensão sobre a estrutura
de PN, já que “a estratégia e a quantidade de páginas do Plano de Negócios dependem de qual será
o público-alvo do negócio [...]” (PONTES JR. e OSTERNE, 2004).
Um plano de negócios completo possui de 15 a 40 páginas, mais anexos. Pode ser utilizado
“quando se pleiteia uma grande quantidade de dinheiro, ou se necessita apresentar uma visão
completa do negócio” (PONTES JR. e OSTERNE, 2004), apresentando diversos dados específicos
da área de atuação e do público-alvo.
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Este plano de negócios “é muito importante para ser utilizado internamente na empresa pelos
diretores, gerentes e funcionários. É excelente para alinhar os esforços internos visando a atingir os
objetivos estratégicos da organização” (PONTES JR. e OSTERNE, 2004). Seu tamanho pode variar e
depende das necessidades específicas de cada empresa em termos de divulgação aos funcionários.
As seções do PN
A elaboração do PN é orientada a ser desenvolvida em temas ou assuntos em relação aos
conhecimentos necessários para executar as várias funções exigidas na gestão empresarial. Essa
forma de organização do conteúdo recebe várias denominações: itens, passos, capítulos, partes ou
seções. Seções é o termo que preferimos utilizar para desenvolver os estudos sobre PN.
Assim, optamos por indicar alguns links a portais que apresentam instruções em relação à
elaboração de plano de negócios, com o objetivo de mostrar as possibilidades que temos dessa
fonte. Também há livros muito interessantes que tratam deste tema de forma específica.
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É muito importante que você acesse e conheça alguns modelos de planos de negócios. Dessa
forma, você entenderá melhor essa metodologia e poderá adotar um critério seguro caso tenha
que elaborar ou avaliar um PN para definir com que tipo de empreendimento está tendo contato.
<http://www.paqtc.org.br/portal_novo/upload_documento/6259011363006604641.pdf>.
Os textos disponíveis nos links a seguir mostram um nível detalhado de informações a respeito
de como elaborar um PN mais complexo, que também merecem sua atenção.
• SEBRAE: <http://estaticog1.globo.com/2011/07/08/NT000361B2.pdf>.
• Thomson FGV: <http://static.efetividade.net/img/Modelo_Plano_Negocios_desafiobrasil-279265.
pdf>.
PN conforme o empreendimento
É importante que você desenvolva sua atenção para alguns dos modelos sugeridos. Cada um
coloca de forma apropriada como um PN pode ser desenvolvido para atender as características
do empreendimento.
Um aspecto importante refere-se à possibilidade de verificar que, apesar de serem bons modelos
de PN, você poderá notar que algum tema ou informação de importância deixou de ser referenciado
nos modelos avaliados.
É só prestar atenção nas informações que constam nas diversas seções ou capítulos dos PN
avaliados e relacioná-las com sua área de atuação. Você conseguirá criar alguma ou algumas seções
ou itens em seções já existentes, com a finalidade de melhorar o conteúdo do PN em relação a
determinadas informações consideradas importantes por você.
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Na Internet com os devidos cuidados, podem ser encontrados endereços que apresentam
um trabalho sério e esclarecedor sobre o empreendedorismo em suas inúmeras possibilidades e
complexidades.
CONCLUSÃO
Ao final desta aula, fica a certeza da amplitude complexa do tema Empreendedorismo. As situações
que envolvem o empreendedor e exigem decisões podem representar o cotidiano empresarial, como
planejamento e controle, comunicação interna e com o mercado externo, atenções financeiras, mas
também podem apresentar uma conotação particular, específica ou até inédita.
Portanto, a inclusão dos temas criatividade, inovação e vantagem competitiva atende à necessidade
de alargar a amplitude de conhecimento do empreendedor, com a finalidade de torná-lo mais seguro
na condução dos seus negócios.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Paulo: Cultura, 2000, p. 277-319.
DE BONO, E. Criatividade levada a sério – como gerar ideias e produtos através do pensamento
lateral. São Paulo: Thomson Pioneira, 2001.
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FILION, L. J. Empreender – um sistema ecológico de vida. In: FILION, L. J; DOLABELA, F. Boa ideia!
E agora? São Paulo: Cultura, 2000, p. 17-29.
FILION, L. J; DOLABELA, F. Boa ideia! E agora? - Plano de Negócio, o caminho seguro para criar e
gerenciar sua empresa. São Paulo: Cultura, 2000.
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Disponível em: <http://www.prac.ufpb.br/copac/incubes/galeria/artigos/Textos%20e%20Fragmentos/
ROTEIRO%20DE%20UM%20PLANO%20DE%20NEGOCIO%20PARA%20EMPREENDIMENTOS%20%20
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