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INSTITUCIONAIS E
DE SERVIÇOS
PROFESSORA
Me. Larissa Siqueira Camargo
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
NEAD
Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4
Jd. Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha,
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Direção de Mercado Hilton Pereira, Direção de Polos
Próprios James Prestes, Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direção de Relacionamento
Alessandra Baron, Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli, Gerência
de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo, Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila
de Almeida Toledo, Supervisão de projetos especiais Daniel F. Hey, Coordenador(a) de Conteúdo
Larissa Camargo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho, Editoração Humberto Garcia da Silva, Designer
Educacional Ana Claudia Salvadego, Agnaldo Ventura, Qualidade Textual Hellyery Agda, Revisão
Textual Alessandra Sardeto, Ilustração Marta Kakitani, Fotos Shutterstock.
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Wilson Matos da Silva
Reitor da Unicesumar
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande as demandas institucionais e sociais; a realização
desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, de uma prática acadêmica que contribua para o
informação, conhecimento de qualidade, novas desenvolvimento da consciência social e política e, por
habilidades para liderança e solução de problemas fim, a democratização do conhecimento acadêmico
com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência com a articulação e a integração com a sociedade.
no mundo do trabalho. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar almeja
Cada um de nós tem uma grande responsabilidade: ser reconhecida como uma instituição universitária
as escolhas que fizermos por nós e pelos nossos fará de referência regional e nacional pela qualidade
grande diferença no futuro. e compromisso do corpo docente; aquisição de
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume competências institucionais para o desenvolvimento
o compromisso de democratizar o conhecimento por de linhas de pesquisa; consolidação da extensão
meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos universitária; qualidade da oferta dos ensinos
brasileiros. presencial e a distância; bem-estar e satisfação da
No cumprimento de sua missão – “promover a comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica
educação de qualidade nas diferentes áreas do e administrativa; compromisso social de inclusão;
conhecimento, formando profissionais cidadãos que processos de cooperação e parceria com o mundo
contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade do trabalho, como também pelo compromisso
justa e solidária” –, o Centro Universitário Cesumar e relacionamento permanente com os egressos,
busca a integração do ensino-pesquisa-extensão com incentivando a educação continuada.
boas-vindas
Fabrício Lazilha
Diretoria de Planejamento de Ensino
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja,
iniciando um processo de transformação, pois quando estes materiais têm como principal objetivo “provocar
investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta
profissional, nos transformamos e, consequentemente, forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
transformamos também a sociedade na qual estamos em busca dos conhecimentos necessários para a sua
inseridos. De que forma o fazemos? Criando formação pessoal e profissional.
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capazes Portanto, nossa distância nesse processo de
de alcançar um nível de desenvolvimento compatível crescimento e construção do conhecimento deve
com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos
se educam juntos, na transformação do mundo”. fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe
Os materiais produzidos oferecem linguagem das discussões. Além disso, lembre-se que existe
dialógica e encontram-se integrados à proposta uma equipe de professores e tutores que se encontra
pedagógica, contribuindo no processo educacional, disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em
complementando sua formação profissional, seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe
desenvolvendo competências e habilidades, e trilhar com tranquilidade e segurança sua trajetória
aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, acadêmica.
autora
PROJETOS COMERCIAIS,
INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
UNIDADE I UNIDADE IV
LOJAS E PONTOS DE VENDAS HOTELARIA
14 Pré-projeto 108 Projetos de interiores hoteleiros
19 Elaboração do projeto 110 Diretrizes do projeto
32 Outras questões 112 Lobby ou hall da recepção
116 Apartamentos ou suítes
UNIDADE II 122 Outros ambientes
PROJETOS CORPORATIVOS
52 Pré-projeto UNIDADE V
60 Áreas de um escritório SAÚDE - CLÍNICAS MÉDICAS E ODONTOLÓGICAS
136 Questões legais
UNIDADE III 138 Ambientes de clínicas
ALIMENTAÇÃO - COZINHAS PROFISSIONAIS
142 Equipamentos e acabamentos
82 O projeto
148 Cores e saúde
86 Espaços e áreas de trabalho e equipamentos
92 Área dos clientes 157 Conclusão Geral
LOJAS E PONTOS DE VENDAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Apresentar os detalhes do projeto de interiores de lojas e
pontos de vendas.
• Demonstrar a importância do pré-projeto para projetos de
lojas e pontos de vendas.
• Definir os elementos arquitetônicos que devem ser
considerados no projeto de interiores de lojas e pontos de
vendas.
• Identificar os mobiliários aplicáveis a projetos de interiores
de lojas e pontos de vendas.
Objetivos de Aprendizagem
• Pré-projeto
• Elaboração do projeto
• Outras questões
unidade
I
INTRODUÇÃO
PRÉ-PROJETO
Olá, caro(a) aluno(a), assim como em qualquer ou- cliente não é apenas o “seu”, mas os futuros clientes
tro desenvolvimento de um projeto de interiores, na do seu próprio cliente. Parece confuso? Simplifica-
elaboração de um projeto aplicado a lojas ou pontos rei. De modo geral, o projeto deve ser pensado para
de vendas (PDV), o cliente deve ser o centro prin- atender ao perfil dos clientes que irão frequentar o
cipal nas tomadas de decisões, sendo a base para comércio, e não o proprietário (ou gerente, admi-
todas as escolas, dos materiais às cores, ao layout e nistrador, ou qualquer pessoa que esteja fazendo o
às dimensões. Porém entendemos que, neste caso, o contato com você).
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Pensar assim pode parecer bastante confuso ini- abrir a sua loja. Cabe a ele traçar esta orientação
cialmente, já que aprendemos, na metodologia do inicial, dizer para você qual é o público-alvo que
projeto, que o briefing é algo personalizado, voltado ele espera alcançar. Um exemplo, se é uma loja
a atender às características do cliente, mas, agora, o de roupas feminina, masculina, infantil, mais que
cliente passa a ser não único, ou uma família, mas isso, se o perfil da mercadoria a ser vendida é para
sim, uma possibilidade indeterminada de pessoas. um público jovem, executivo, e, mais ainda, para
Porém, no momento quando o designer é contatado o trabalho, para passeio, casual, e assim vai, o seu
para a elaboração do projeto de uma loja ou PDV, cliente é quem te passará todas estas informações
este comércio já está “desenhado” pelo seu proprie- iniciais.
tário, as decisões sobre os produtos (ou serviços) que
ali serão comercializados já existem, assim como a Briefing
definição sobre qual é o público-alvo, quem consu-
mirá esse produto, quem são as pessoas que têm o Com essas informações em mãos, você desenvol-
perfil de ser um futuro consumidor nesse espaço – e verá o seu briefing, entendendo qual é o produto
isto chamamos segmentação de mercado. a ser exposto e qual é o perfil geral do cliente a ser
atendido por aquele espaço. Quando falamos do
produto, deve-se pensar: será uma loja que ven-
derá sapatos? Se sim, precisará de assentos para
que as pessoas provem, além de espelhos que per-
mitam que a pessoa veja os pés. Loja de roupas
necessitam de provadores, de joias, de móveis com
fechadura, de eletrodomésticos, tablados, e assim
por diante.
Quando se trata dos clientes, é preciso conside-
rar: é um público jovem, mas pertence a qual estilo?
Esportistas, que andam de skate, roupas de marca,
entre tantas outras informações. Uma loja de roupa
feminina pode ter, como foco, mulheres que gostam
de exclusividade, onde possam permanecer por um
longo período e fazer suas escolhas de forma tranqui-
la e personalizada, ou executivas que estão sempre de
Figura 1 - Segmentação de mercado passagem, que precisam de escolhas rápidas e obje-
tivas. Não vamos expor um sapato social masculino
Esta definição não cabe a você, designer, o de couro da mesma maneira que serão expostos tênis
empresário, proprietário da empresa, é quem esportivos, mesmo que as duas mercadorias sejam
deve estabelecer essa definição, pautado em di- vendidas em lojas dentro do mesmo shopping center.
versas ações que ele tomou antes da decisão de
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
O LOCAL
SAIBA MAIS
E todo este apanhado de informações deverá ser uti- Importante que você conheça e se habitue
lizado como base para a elaboração do briefing des- com termos que fazem parte de prática pro-
te projeto, sendo que o briefing é o norte para todo fissional de sua futura profissão. Um exemplo,
é o termo in loco. Você sabe o que significa? In
o seu trabalho. Lembrando que ele – briefing – não loco é uma expressão em latim que significa
é algo imutável, determinado no início do projeto, “no lugar” ou “no próprio local”.
sem possibilidades de alterações, as definições es- Fonte: a autora.
tabelecidas nesse processo inicial podem sofrer al-
terações sempre que necessário, desde que por um
motivo plausível.
Gibbs (2015), indica o levantamento do local
REFLITA em duas diferentes etapas, sendo que, na primeira,
a autora defende que devam ser levantadas todas
as dimensões, começando pelas paredes – largura,
[...] as atividades de projeto não seguem uma
linha reta, mas são marcadas por avanços e comprimento e pé-direito – seguido pelos elementos
retornos, pois uma decisão tomada numa existentes na edificação, como tomadas, entradas de
determinada etapa pode afetar a alternativa rede, entradas e saídas hidráulicas, rodapé – se este
anteriormente adotada.
não for trocado, janelas e portas – larguras e alturas,
(Mike Baxter) e tudo mais que julgar necessário e que não for pas-
sível de alteração.
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
SAIBA MAIS
Comece a desenhar as primeiras ideias para
o seu projeto e, novamente, reforço a você, alu-
O estudo de correlatos é a busca, em revistas, no(a), resgate as técnicas de criação aprendidas
internet ou in loco, de ideias que podem ser na disciplina de processo criativo e as aplique!
utilizadas e servir como base para a elabora-
ção do seu projeto. Importante lembrar que Recorra, também, a ferramentas da metodologia
um correlato não precisa ser encontrado em do projeto em Design. Perceberam, claramente,
um tipo de ambiente exato como o que você que, mesmo que você já tenha ideias para o pro-
está projetando, ou seja, a inspiração para
uma ótica, por exemplo, pode vir de uma loja jeto, estimulando a criatividade da forma correta,
de suprimentos para informática. Você pode novas soluções irão surgir. Faça painéis semânti-
buscar correlatos para questões estéticas, cos, brainstorms, croquis de layout e de todas as
funcionais ou de inovação.
ideias para o projeto.
Fonte: a autora.
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Elaboração
do Projeto
Com as ideias estabelecidas, sabendo o que se de- que, com certeza, você registrou. Reveja, também,
seja ao projeto, é preciso dar o início à sua elabo- as ideias obtidas durante o processo criativo, os
ração, retomando todas as informações levantadas croquis e todos os desenhos já feitos. Agora, você
no processo do briefing. Resgate os objetivos esta- dará o start ao projeto e, com todas as informa-
belecidos, o perfil, os objetivos e a prioridades do ções retomadas, irá avaliar e fazer as definições
projeto e todas as outras informações já obtidas e para o ambiente.
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
ELEMENTOS ARQUITETÔNICOS
Fluxo
Diz respeito à quantidade de pessoas que devem
circular no espaço. Uma loja de departamentos, por
exemplo, tem um número muito maior de clientes
durante um dia, andando por seus corredores, do
que uma loja de roupas final. Esta informação esta-
belecerá a “dureza” e resistência do piso a ser insta-
lado, além de determinar como será a manutenção
diária, já que locais com fluxo mais intenso tendem a
ter um desgaste maior do piso e precisam ser limpos
e até lavados com mais frequência.
Figuerola (2015) ainda lembra da possibilidade de
fluxo de carrinhos de compras, o que, certamente,
aumenta ainda mais o desgaste do piso, exigindo
um cuidado ainda maior na escolha. A autora indica,
para estes casos, pedras como granitos e porcelana-
tos. Em situações de fluxo menos intenso e menos
pesado, ela sugere o piso de PVC que, além de du-
rável, oferece diferentes acabamentos e resistência,
sendo, ainda, lavável.
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Além de, simplesmente, revestir a área que será Por isto, levante hipóteses, faça simulações, de-
“pisada” pelas pessoas, o piso tem outras funções no senhe e teste o quanto preciso, antes da especificação
espaço, como o de causar a sensação de aumento ou definitiva. Pesquise as informações do material com
diminuição do espaço, aproximando ou distancian- o fabricante e fornecedor e procure as indicações da
do uma parede, e isto ocorre dependendo da direção ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
que as linhas do piso seguirem, por isto a definição – a respeito do assunto (FIGUEROLA, 2015).
de como será sua instalação precisa ser muito bem De acordo com Gurgel (2013), o elemento da
pensada. Além disso, ele pode, também, estabelecer edificação que mais influencia o projeto de interio-
direções, servindo como um guia inconsciente dos res, após o piso, é a parede, sendo estas as limita-
clientes dentro do estabelecimento, fazendo, assim, doras físicas do espaço, não somente da edificação
com que a circulação ocorra por onde se deseja, de total, mas também das áreas dentro do comércio,
forma estratégica (GURGEL, 2013). estabelecendo diferentes áreas, como caixas, salão
de vendas, provadores, sala de espera etc. As pa-
redes, em especial, as que têm a função de deter-
minar espaços, não precisam ser até o teto, sendo
que diferentes alturas e formas podem ser pensadas
internamente, criando uma solução visual interes-
sante no espaço.
É importante, assim como no caso do piso, pen-
sar a melhor solução para revestir as paredes, esco-
lhendo o melhor material, sendo que, mesmo se a
escolha for, simplesmente, a pintura, existem inúme-
ras opções de tintas que podem ser utilizadas, des-
Figura 2 - Direção das linhas no piso causam diferentes sensações de sua base até seu acabamento e suas cores. Existe,
ainda, a possibilidade de revestimentos cerâmicos,
em especial, para áreas em que serão necessárias la-
vagens das paredes. Mais uma vez, retome as neces-
sidades e os perfis estabelecidos inicialmente, para
que a definição seja a mais assertiva possível.
Estabelecidos piso e parede, temos o teto e/ou
forro, que é o limitador superior do espaço. Ele é
grande influenciador em questões acústicas, suporte
e refletor da iluminação, além de suporte, também,
para outros elementos estéticos ou funcionais, como
móveis e elementos decorativos, dentro do projeto
Figura 3 - Piso utilizado como delimitador de espaços de interiores comercial (GURGEL, 2013).
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DESIGN
Para Gurgel (2013), tetos muito altos podem ser será necessário o aval de outro profissional, como um
utilizados para deixar a loja com aspecto mais gla- engenheiro civil ou elétrico. Dessa maneira, a princí-
muroso e possibilitar a instalação de luminárias di- pio, deve se considerar a não alteração destes pontos,
ferenciadas e maiores, do tipo pendentes, ou outros levantar onde eles estão e tentar buscar disposição e
objetos decorativos, além de melhorar a qualidade ocupação do espaço, aproveitando o máximo possí-
de ventilação e possibilitar a estocagem de forma vel, sem alterações (CHING et al., 2013).
verticalizada. Além disso, podem, também, deixar o Importante, em caso de reformas, que essas ins-
ambiente frio e muito impessoal, diminuindo a sen- talações sejam vistoriadas, para a checagem se está
sação de aconchego, o que, para alguns segmentos, tudo certo e dentro dos padrões necessários. Esta re-
pode não ser interessante, quando, por exemplo, se visão diminui muito a chance de problemas futuros,
deseja que o cliente permaneça por mais tempo no como vazamentos, infiltrações, queda de rede, curto
estabelecimento. circuito, entre outros, o que, além de causar maiores
gastos posteriormente, pode comprometer a segu-
rança. Se julgar necessário, solicite a contratação de
um profissional da área para essa atividade.
É necessária a certificação de que a rede de ener-
gia existente suportará os equipamentos necessá-
rios, em algumas situações, por exemplo, uma loja
de bebidas ou um açougue, em que é indispensável
que muitos refrigeradores sejam ligados. Essa revisão
pode, inclusive, ser realizada antes mesmo da compra
ou locação do imóvel, em especial, para os comércios
que necessitam de muitos equipamentos elétricos.
Figura 4 - Tetos altos permitem a estocagem vertical O aumento dessa rede pode ser realizado, po-
rém, em algumas situações, não depende apenas
Apresentamos, anteriormente, que, além desses de ajustes na própria construção, mas também de
elementos, devem ser consideradas, para a elabora- solicitações às companhias de energia, que podem
ção do projeto, as instalações prediais existentes, ou não aceitar o pedido, cobrar taxas bem altas, ou
seja, a rede hidráulica, elétrica e de telefonia. Claro ainda, demorar longos períodos para a realização
que os pontos existentes podem ser alterados em uma (NISKIER; MACINTYRE, 2000).
reforma, objetivando melhor atendimento ao que se No caso das instalações hidráulicas, é interessan-
pretende para o espaço, mas, quanto menos se alte- te, também, a avaliação antecipada, verificando as
rar e mais se aproveitar do existente, menor será o condições existentes e relacionando-as às necessida-
custo de instalação do comércio, então, é importante des para atender, de forma plena, à nova instalação. É
essa avaliação. Além disso, dependendo da mudança, comum, por exemplo, a necessidade de alteração para
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
a adaptação, para que os banheiros se tornem acessí- limites da marcenaria de um armário”. Podemos, as-
veis, ressaltando que, praticamente, todos os municí- sim, entender o espaço como a área a ser considera-
pios/estados do país exigem o banheiro, conforme as da como livre no interior do comércio.
normas da NBR (Norma Brasileira) 9050/2015. Ao se iniciar os estudos de layout de uma loja ou
Em algumas situações, não é possível a adapta- PDV, é necessário considerar a setorização dos am-
ção, e é necessária a construção de um novo banhei- bientes e das atividades a serem desenvolvidas para
ro. Além disso, analisar a existência e quantidade de que, ao ser executado, o ambiente seja mais funcional e
sistemas de escoamento de água, considerando que, adequado aos processos que acontecerão ali. Um meio
dependendo do tipo de comércio, existe a necessi- de trabalhar o esquema de setorização é transformar
dade de lavação e o escoamento de água constantes as atividades ou os departamentos em organogramas,
(MACINTYRE, 1996). ligando e criando fluxos. Assim, ao observá-los, é pos-
sível definir quais são os setores necessários e como
seria a melhor distribuição deles no espaço.
Recebimento Refeitório/descanso
mercadoria funcionários
Caixa
Administração
Crediário
Figura 5 - O ar-condicionado exige instalação adequada
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DESIGN
Para ficar mais claro, continuamos a observar gir com o produto, e é nesta área que acontecem as
o organograma da loja (Figura 6). É possível en- maiores influências de compra. Esse espaço deve es-
tender o fluxo que a mercadoria segue dentro do timular os clientes, despertar o desejo para a compra
espaço, do recebimento ao estoque e, depois, ao e mexer com os sentidos. Uma das diversas técnicas
salão de vendas. Existe, ainda, a ligação entre área que podem ser empregadas é a do Marketing Senso-
de caixa com o crediário e estes dois com o admi- rial. A princípio, é o espaço apenas para a exposição
nistrativo. A gerência de produção seria a estrutu- do produto, mas, em alguns casos, serve, também,
ra de fabricação onde serão criadas e fabricadas as para o atendimento.
peças. Ali, serão instalados maquinários e atuará
a maior parte da mão-de-obra pesada da empresa.
A área destinada aos funcionários está ligada a di-
ferentes setores, para que todos tenham acesso a
esse espaço. SAIBA MAIS
A técnica utilizada para a setorização pode ser
aplicada em situações distintas, de uma pequena
O Marketing Sensorial é a técnica de estímulo
a uma grande empresa, independentemente da dos sentidos, capaz de despertar no consu-
quantidade de colaboradores e de áreas a serem midor desejos de compras e sentimento de
distribuídas. Interessante, também, entender que necessidade por determinados produtos. Seu
principal propósito está relacionado à fixação
setorizar não significa criar paredes dividindo da marca, utilizando-se dos estímulos dos
diferentes departamentos, uma vez que estes po- sentidos e, dessa forma, relacionando-se de
dem estar distribuídos dentro de um único espaço, maneira emocional com o cliente. A visão é
o sentido mais explorado, já que ocorre por
separados apenas por elementos como: diferen- meio de todos os elementos que compõem
tes pisos, mobiliários ou até tipos de mobiliários o espaço.
e equipamentos ou diferentes cores empregadas. O olfato ainda é pouco utilizado como recurso
mercadológico, mas os elementos escolhidos
Imagine, por exemplo, uma loja de departamentos para compor o espaço podem influenciar nes-
que atende o público adulto masculino, feminino, te sentido, como o cheiro da madeira, utili-
infantil, casual, esporte fino, confecções, calçados zada para os móveis, a disposição de plantas
naturais no ambiente, ou ainda, uma pequena
e acessórios. O fluxograma pode ser estabelecido a abertura da área em que se assa pães em uma
partir das necessidades de setorização, definindo o padaria. A audição está bastante associada
que deve e pode estar mais próximo, e o que deve ao conforto acústico e à qualidade de som
do espaço. O tato pode estar em tudo, todas
ficar mais distante. as escolhas de materiais, como exemplo, um
Radamarker (2012, on-line)1 indica que uma papel ou tecido aplicado em uma parede, que
loja varejista comece a ser setorizada a partir de três é mais confortável do que uma simples pintu-
ra, e traz a relação com o aconchego.
itens: exposição, serviço e circulação. A área de ex-
posição, ou salão de vendas, tem sua estrutura va- Fonte: adaptado de Leitão (2007, on-line)².
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
do PDV.
Com a setorização estabelecida a partir do flu- Outra questão em relação à circulação é a
xograma, pode-se simular a circulação dentro do partir do seu tipo de fluxo, que pode ser natural,
espaço, considerando as áreas a serem ocupadas quando nenhum elemento determina e bloqueia
pelos setores. Para a dimensão da circulação, exis- seu trajeto, quando a área de exposição, ou salão
tem algumas normas e legislações específicas. Neste de vendas, é um espaço aberto e sem muitos li-
momento, vamos entender a circulação como um mitadores que definem o fluxo. Este pode, ainda,
elemento do projeto. ser forçado, quando o cliente é conduzido por
Segundo Gurgel (2013), podemos classificar a elementos, os quais podem ser móveis, ou outros
circulação como principal ou secundária, conside- elementos, que definem qual é o trajeto a ser feito
rando a sua prioridade e intensidade de uso. A circu- (GURGEL, 2013).
lação principal é o trajeto por onde todos os clientes
da loja irão circular para chegar a outros setores, já
a circulação secundária diz respeito àqueles trajetos
específicos, que guiam os clientes a determinados e
definidos espaços.
No exemplo a seguir, vemos uma planta-baixa,
em desenho croqui simples, de uma loja de con-
fecções, onde estão marcados os dois tipos de cir-
culação: a principal, a partir da porta de entrada e
espalhando pelos outros setores araras, caixa e pro-
vadores; e a circulação secundária, que é o trajeto Figura 8 - Circulação natural sem bloqueios
para acessar cada um dos provadores. Fonte: adaptada de Gurgel (2013, p. 28).
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DESIGN
SAIBA MAIS
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Elemento essencial para qualquer projeto de interio- A escolha e a distribuição do mobiliário são
res, o mobiliário apresenta inúmeras funções dentro etapas-chave num bom resultado de projeto.
de um PDV. Além de armazenar e expor a mercado- (Miriam Gurgel)
ria, pode ser utilizado como complemento à identi-
dade e ao conceito que se deseja transmitir. Segundo
Ching, Binggeli e Salvaterra (2013, p. 319):
Após a definição do espaço necessário para a cir-
[...] além de atender a funções específicas, os culação, é possível definir a área que cada mobiliário
móveis contribuem para o caráter visual dos
irá ocupar, lembrando que os mobiliários devem ser
ambientes internos. A forma, as linhas, a textu-
ra e a escala das peças individuais, bem como a pensados em quantidade, qualidade e estética, para
organização espacial, desempenham um papel atenderem ao briefing estabelecido anteriormente.
essencial no estabelecimento [...]. Cada produto tem uma necessidade de armazena-
mento e exposição diferente, assim como cada perfil
As características de uso dos equipamentos e mo- de cliente que se pretende atender também precisa
biliários, assim como suas dimensões, devem acon- de um projeto específico.
dicionar, de maneira suficiente e segura, os objetos, Segundo Ramos (2016, on-line)4, um mobiliário
tornando o ambiente eficaz e funcional, atendendo desenvolvido sob medida é a melhor opção de ocu-
às atividades de circulação (ELY; PEZZINI, 2010). pação de qualquer ambiente, já que ele tende a pre-
Não é somente o tipo de mobiliário que é necessário encher a área de forma personalizada, aproveitando
levar em consideração, quando se elabora o projeto melhor, inclusive, elementos da arquitetura. Dentro
de interiores de uma loja, mas também o posiciona- dessa opção, o projeto é desenvolvido a partir do es-
mento de cada um dos móveis, tendo em vista sua paço a ser ocupado e da mercadoria a ser exposta.
utilização e o espaço para o uso. Por isso, as dimen- Afinal de contas, é possível aproveitar móveis proje-
sões são importantes. tados para expor determinado produto para o cliente,
mas o resultado, provavelmente, não será o mesmo.
O móvel planejado ou modulado nem sempre
atende, exatamente, à necessidade de exposição e ar-
mazenamento dos produtos, já que alguns deles exi-
gem áreas bem específicas, e este tipo de mobiliário
nem sempre aproveita, da melhor maneira, a área
disponível. No entanto vale a pena como opção, já
que pode oferecer alguns diferenciais de acessórios e
acabamentos e, às vezes, preço. Além disso, existem
muitas fábricas especializadas que podem oferecer
boas alternativas para seu negócio.
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DESIGN
SAIBA MAIS
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Gôndolas
Peças comuns em lojas de de-
partamentos, de conveniência e
supermercados, podem ser com-
postas por ganchos, araras ou
prateleiras, com a possibilidade,
ainda, de serem móveis. Suas pon-
tas são ideais para a exposição de
produtos em promoção e, depen-
dendo da localização, podem ter
função de vitrine.
Figura 10 - Gôndolas
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DESIGN
Interessante compor, de forma personalizada, cada projeto, com diferentes mobiliários e elementos,
buscando atender às necessidades de cada situação, dependendo do espaço disponível, da mercado-
ria a ser exposta e do tipo de público. Somente desta maneira a instalação pronta atenderá tais neces-
sidades de forma plena.
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Outras
Questões
O projeto comercial é um tanto quanto complexo, espaço”. Podemos entender, aqui, que as cores são
então, além de aplicar toda a base de princípios, te- fundamentais em um projeto de interiores de uma
oria, fundamentos, elementos e metodologia do De- loja ou de um PDV, e que elas podem determinar a
sign, conhecer as questões do local, o organograma, qualidade do resultado final desses espaços.
a circulação e os mobiliários, existem outros pontos
a serem considerados. Dessa maneira, discorrere-
mos, agora, sobre estes apontamentos.
CORES
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DESIGN
A cor é um elemento presente em tudo que pode ser a melhor solução para o espaço. É necessá-
compõe o ambiente, do piso ao teto, dos móveis ao rio entender as sensações que cada uma delas pode
produto exposto. Deve ser pensada em conjunto, causar, avaliando se é a elas que você deseja associar
buscando uma paleta de cores que se complete e se seu projeto.
harmonize, equilibrando as essências e o significado
de cada uma delas. FACHADA
A estrutura de piso, parede e teto é a maior área
e, por isto, a que mais deve ser considerada quando Para Parente (2000), de nada adianta projetar e exe-
se pensa em cores, já que as tonalidades escolhidas cutar um projeto de interiores incrível para sua loja,
para esses elementos causam forte influência no re- oferecer um mix de produtos diferenciado e de qua-
sultado final do espaço. lidade e uma equipe bem treinada, se a fachada não
Sabemos que cores escuras tendem a diminuir o é capaz de atrair seu cliente. Para a autora, diferentes
objeto ou ambiente, isto porque elas absorvem luz, problemas podem comprometer a qualidade de uma
tornando a percepção da área menor; já cores claras fachada, como a falta de identidade, o excesso de in-
tendem a ampliar, por refletirem luz. Assim, é preci- formações, a utilização de cores inadequadas, entre
so definir qual a percepção que se deseja transmitir. outros.
Além da impressão de aproximação e de alterações Parente (2000, p. 294) afirma que:
nas dimensões do espaço, as cores provocam nosso
inconsciente, ocasionando efeitos emocionais diretos. [...] os aspectos externos da apresentação da loja
provocam um forte impacto em sua imagem
Estas percepções estão relacionadas, a princípio, com
e devem ser planejados cuidadosamente para
associações culturais e simbólicas que as cores repre- atrair o consumidor. Os aspectos externos de-
sentam (GURGEL, 2013), sendo que, em algumas si- terminam a impressão que a comunidade tem
tuações e culturas diferentes, pode-se entender ou uti- sobre a empresa, influenciando a percepção so-
lizar cores para diferentes representações. bre qualidade, atendimento e o tipo de loja. Por
meio de aspectos como visibilidade, tamanho,
Exemplo disso é o vermelho, que, na maior parte
estilo arquitetônico, cores, conservação da pin-
do Ocidente, simboliza amor, paixão, excitação, mas tura, das aberturas e materiais de acabamento da
também perigo e poder. Na Rússia, relaciona-se ao fachada, comunicação visual externa, vitrines, o
Partido Comunista e, em outras partes da Europa, à seu estabelecimento projeta uma imagem e cria
um conceito na mente das pessoas antes mesmo
masculinidade e até à morte. Na China, é a cor do ano
de conhecerem você e o que você oferece.
novo, utilizada como símbolo da prosperidade. Já na
Índia, simboliza pureza, mas, em qualquer parte do O projeto da fachada deve ser elaborado seguindo
mundo, é uma cor que sinaliza o alerta, despertando a a metodologia, ferramentas e princípios do projeto
atenção (FARINA; PEREZ; BASTOS, 2011). de interiores, considerando, inicialmente, o briefing,
Por isso, é indispensável uma pesquisa sobre as para, assim, ser definido cada elemento, entre mate-
cores da marca da empresa e as que se deseja usar riais, cores, texturas e iluminação. Então, podemos
para o projeto, considerando que, nem sempre, entender que a fachada é o primeiro elemento que
simplesmente aplicar as cores da marca da empresa determina a identidade do negócio.
33
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
34
DESIGN
35
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Como designer, você poderá propor, por exem- Outra legislação em que é preciso estar aten-
plo, a adequação de um banheiro para que se torne to, ao projetar uma loja, é a norma de combate a
acessível, seguindo a lei de, praticamente, todos os incêndio e pânico. Existem especificidades sobre o
municípios brasileiros. Além disso, poderá criar ram- assunto quando se trata de projetos comerciais, por
pas de acesso e incluir corrimãos, caso seja necessá- isso, procure o corpo de bombeiro de sua cidade
rio, para atender, novamente, às leis de acessibilidade. para saber quais são as aplicações que se deve in-
Existem alguns locais que normatizam a largura cluir em seu projeto, considerando que as leis rela-
de corredores e até a altura de prateleiras, como for- cionadas a este conteúdo são municipais e variam
ma de oferecer mais acesso a todos. Existem, ainda, entre elas.
legislações sobre dimensão de trocadores e alturas Quando se tratar de um projeto em shopping
de bancadas, vagas para cadeirantes, plataformas ou center, estes estabelecimentos, normalmente,
elevadores de acesso, acesso a cães-guia. Enfim, é in- apresentam regras particulares, como quanto ao
dispensável conhecer as leis. Uma boa referência em horário liberado para obras (normalmente, após
se tratando de acessibilidade, sem dúvidas, é a NBR às 22h e antes das 9h), à liberação de entrada de
9050/2015. materiais, fornecedores e prestadores de serviços,
o padrão de revestimentos, entre outros. Não dei-
xe de se orientar na administração do shopping,
e, com isto, evite possíveis problemas.
36
considerações finais
37
atividades de estudo
2. A seguir, você verá o organograma criado para b. Apenas I, III e IV estão corretas.
uma loja de informática. Observe o organo- c. Apenas II e IV estão corretas.
grama e, sobre a setorização deste comércio,
d. Apenas III, IV e V estão corretas.
analise as assertivas e, em seguida, assinale a
alternativa correta. e. Todas as alternativas estão corretas.
38
atividades de estudo
39
LEITURA
COMPLEMENTAR
O tamanho e o tipo adequado de acesso, a distribuição Um espaço destinado ao varejo pode ser dividido basica-
do mobiliário expositor e o posicionamento de elemen- mente em três grandes áreas: áreas de exposição, áreas
tos como o caixa são alguns destes pontos chave no de serviço e áreas de circulação. Dentro destas áreas al-
layout da loja. O conjunto no ordenamento destes pon- gumas porções merecem um destaque. Em uma distri-
tos define aquele que talvez seja um dos maiores fatores buição racional (ideal) na composição de um bom layout
de conforto do cliente dentro da loja: a circulação. de loja consideremos alguns tópicos:
Muitas limitações têm origem na tipologia dos imóveis Acesso: a porta de acesso à loja dever ser percebida com
encontrados na grande maioria das cidades brasileiras. clareza, ela deve ter dimensões compatíveis com o fluxo
Espaços nem sempre regulares (sem ângulos retos), pou- esperado de pessoas. A distinção do local de entrada na
ca largura, pé direito reduzido, muitas colunas e outros loja do restante de sua fachada ou vitrine influencia na
elementos estruturais ou instalações que normalmente percepção do cliente em relação ao “mundo exterior” e
estão localizados em pontos nobres do imóvel. A quan- o “ambiente de vendas”. Esta percepção é descrita por
tidade de imóveis que não se enquadram nestas carac- alguns autores como a sensação de um verdadeiro por-
terísticas é reduzida, sendo ocupados, geralmente, por tal, demarcando subjetivamente a transição do espaço
grandes redes varejistas e instituições bancárias. Fican- exterior, com suas dificuldades (sol, calor, frio, trânsito,
do a maior parcela dos estabelecimentos comerciais dis- aglomerações) para o espaço interior da loja, com suas
tribuída em imóveis que já de início apresentam determi- facilidades (temperatura agradável, amenidades, segu-
nantes para o layout e circulação das lojas. rança).
Assumidas estas determinantes iniciais dos imóveis, um Entrada: na primeira porção, os primeiros metros do
ambiente de varejo eficiente e agradável deve levar em percurso do cliente dentro da loja também são conheci-
conta a observação e interpretação das características dos como área de descompressão. Neste espaço, o cliente
dos produtos comercializados e do comportamento do ainda está adaptando seus sentidos à transição entre os
consumidor (público alvo). A concepção do layout de dois ambientes (exterior e interior). A disposição de pro-
uma loja pode levar em conta, também, um conjunto dutos neste trecho já pode direcionar o cliente para o
de outros pontos como conceito da marca, estratégias percurso desejado. Tomando o devido cuidado para não
corporativas, posicionamento no mercado, entre outros. colocar produtos ou comunicação visual em excesso que
Os padrões de comportamento dos seu público alvo e as torne a primeira impressão da loja confusa.
características do mix de produtos serão os pontos que Salão de vendas: zona que pode ser decomposta em
demandarão mais atenção em relação à ocupação e dis- trechos mais específicos dependendo da natureza da
tribuição espacial. loja. Mas em geral é onde o consumidor têm contato
40
LEITURA
COMPLEMENTAR
com o produto e é exposto aos estímulos da atmosfera estes contatos se concretizem no encontro de um pro-
da loja. Nesta parte do interior da loja é que se formam duto que se procura ou na aquisição de outros itens por
as mais importantes influências na experiência de com- impulso.
pra dentro do PDV. Todos os recursos para estímulo ao Ainda em relação às circulações, alguns padrões tam-
consumo são mais eficazes neste área como som, chei- bém devem ser observados na composição de um
ros, iluminação e o tato (experimentação e contato com layout como a preferência pela maioria da população
o produto). Intervalos na exposição de produtos ajudam em iniciar a circulação em uma ambiente pelo seu lado
o consumidor a visualizar melhor todo o sortimento e direito e continuar o percurso em sentido anti-horário.
melhoram a circulação. Os fatores comportamentais e biológicos que levam a
Serviços: áreas destinadas aos estoques (quando situa- estes padrões são estudados a tempos, mas ainda sem
dos no mesmo plano do salão de vendas), balcões, caixa chegar a uma conclusão definitiva. Por meio de pesqui-
e provadores. Dependendo do tipo de loja, a interligação sas sabe-se que 90% da população mundial é destra e
de alguns destes elementos – balcões e provadores, por nos países ocidentais a maioria apresenta este padrão
exemplo – com a área de exposição (salão de vendas) é de atenção e circulação. Outro padrão que influencia na
direta e essencial nas decisões de compra. ordenação dos layouts e das circulações é a estatura
Circulação: através dela é que são feitas as transições média do consumidor. Este fator está diretamente liga-
entre as diferentes áreas de uma loja. A partir das cir- do às faixas de visualização dos produtos nas gôndo-
culações é que são observados – nos expositores – os las e displays, e com a facilidade de tocá-los e pegá-los.
produtos. Por isso, devem permitir o fluxo de pessoas Produtos expostos a 1,60m do piso estarão localizados
dentro do percurso da loja e a parada por alguns instan- próximos à altura dos olhos dos consumidores em uma
tes para travar contato com as áreas expositoras. Quan- situação de visibilidade e acessos privilegiados. Já os
to mais convidativa, mais acessível e confortável é uma expostos acima de 2,00m de altura e abaixo de 0,50m
circulação, maior será a profundidade percorrida pelo a partir do piso estarão em situações desfavoráveis de
consumidor dentro de uma loja. E, segundo estudos, visualização. [...]
quanto maior a distância percorrida por consumidores
Fonte: Radamarker (2012, on-line)1.
entre os produtos expostos, maiores são as conversões
de venda. As circulações devem ser pensadas de for-
ma a guiar o consumidor por meio de um percurso, em
que a diferente exposição de produtos permitirá que
ele tenha contato com o máximo de itens do mix e que
41
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
42
DESIGN
Uma das ruas comerciais mais luxuosas do Brasil – talvez a mais luxuosa – a Oscar Freire pos-
sui lojas de diversas grandes marcas mundiais, e cada uma delas com projetos de interiores
muito interessantes, personalizados e diferenciados. Acesse o link disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=3ZD8Mp4RLQo>.
Neste outro link, você encontrará uma cartilha com dicas sobre fachada, vitrine, mobiliário,
circulação de clientes, exposição de produtos e precificação, entre outros assuntos. Confira!
Acesse o link disponível em: <http://www.sebraemercados.com.br/guia-pratico-de-visual-de-
-loja/>.
Acesse o link e conheça o banco de imagens com quase 6.000 fotos de lojas. Elas podem ser-
vir como correlatos e virarem inspiração e base para novas ideias: <https://www.vivadecora.
com.br/decoracao/espacos-comerciais/pagina/2>.
43
referências
44
referências
Referências On-line
¹Em: <http://www.arquitetarcomercial.com.br/site/news/?id=127>. Acesso em:
30 mar. 2017.
²Em: <http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Poder_do_Marketing_
Sensorial.htm>. Acesso em: 10 dez. 2016.
³Em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/como-melhorar-
-a-circulacao-em-sua-loja,a34d43d56b26f410VgnVCM1000004c00210aR-
CRD>. Acesso em: 30 mar. 2017.
4
Em: <http://www.gazetainformativa.com.br/moveis-planejados-e-sob-medi-
da/>. Acesso em: 10 dez. 2016.
5
Em: <http://revista.zapimoveis.com.br/qual-a-diferenca-entre-moveis-planeja-
dos-e-sob-medida-3934829-sc/>. Acesso em: 30 mar. 2017.
6
Em: <http://blog.wedologos.com.br/fachadas/design-de-fachadas-comer-
ciais/>. Acesso em: 30 mar. 2017.
7
Em: <http://www.abceram.org.br>. Acesso em: 11 dez. 2016.
8
Em: <http://chocoladesign.com/fachadas-e-placas-criatividade-na-hora-da-
-aplicacao>. Acesso em: 12 dez. 2016.
9
Em: <http://www.inovecomunicacaovisual.com.br/noticiaDetalhebaaa.html?-
not=62>. Acesso em: 22 mai. 2017.
45
gabarito
1. C.
2. B.
4. D.
5.
• Balcão ou showcase: é o suporte para a venda, a base utilizada pelo vendedor para
demonstrar o produto. Algumas vezes, serve, também, como expositor, mas, se-
gundo os autores, não deve ser utilizado como depósito para mercadorias.
• Gôndolas: peças comuns em lojas de departamentos, de conveniência e super-
mercados, podem ser compostas por ganchos, araras ou prateleiras, com a pos-
sibilidade, ainda, de serem móveis. Suas pontas são ideais para a exposição de
produtos em promoção e, dependendo da localização podem ter função de vitrine.
• Nichos: utilizados para aproveitar melhor o espaço da lojas, já que são presos à
parede, ocupam áreas que, normalmente, não teriam outras funções, como atrás
do caixa, crediário, corredores e colunas.
• Prateleiras: usualmente, utilizadas para estoque da mercadoria, podendo ser mó-
veis, fixas ou pendentes. Conseguem, ainda, expor a mercadoria, dependendo de
como são utilizadas e do que é o produto.
• Displays: normalmente, são pequenas peças utilizadas para o merchandising de
peças específicas, mas podem ser, também, peças maiores que assumem o papel
de mobiliário e ocupam o espaço como tal.
• Pedestais: peças móveis que podem ser movimentadas conforme o produto a ser
exposto, podendo ser removíveis e guardadas quando necessário. Servem para
elevar produtos do piso ou acima de outras estruturas.
• Painéis: assim como os nichos, aproveitam espaços vagos. Neles a mercadoria
pode ser pregada para ser exposta. Tendem a desvalorizar o produto.
• Praticáveis: têm a função de elevar o produto, como os pedestais, mas são peças
maiores, que podem ser empilhadas. Muito utilizados para expor mercadorias nos
corredores de supermercados, lojas de departamentos e de eletrodomésticos.
• Araras: usadas em PDV de confecções, podem ser feitas de diferentes maneiras e
materiais, sendo uma ótima opção para expor roupas em cabides.
• Gancheiras: fixas ou móveis, podem ser instaladas em painéis, telas e expositores
perfurados ou slatwall. Utilizadas para produtos que podem ser pendurados.
46
UNIDADE
II
PROJETOS CORPORATIVOS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Compreender quais são os objetivos determinantes em um
projeto de escritório.
• Conhecer as definições prévias indispensáveis ao projetar
um escritório.
• Perceber as diferentes áreas possíveis dentro do escritório.
• Entender as especificidades de cada área dentro do
escritório.
Objetivos de Aprendizagem
• Pré-projeto
• Áreas de um escritório
unidade
II
INTRODUÇÃO
PRÉ-PROJETO
Assim como em outros projetos de interiores, é preciso algumas definições mes-
mo antes de se iniciar, efetivamente, o projeto, para que todas as escolhas sejam
pautadas na busca da melhor solução para o ambiente, buscando corresponder
às reais necessidades do cliente e do espaço, atendendo aos objetivos a que se
propõe o escritório. Este levantamento inicial, realizado por meio de entrevista
com o(s) cliente(s), de observação e pesquisas, chamamos de briefing.
Isto sabemos que você já conhece, então, iremos aplicar outras ferramentas
e modos de montagem do briefing, buscando facilitar o processo de decisões do
52
DESIGN
53
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Melhorar a produtividade
Pode ser destacado como um objetivo geral, consi-
derando que todos os clientes deverão apresentar
este desejo ao procurar um designer para desenvol-
ver o seu projeto. Mas, apesar de comum, não é tão
simples de ser atendido. Avaliar produtividade não é
algo que cabe ao designer e, mesmo que ele observe
a rotina do escritório (no caso de ele já estar em fun-
cionamento), ou de outro com atividades semelhan-
tes, o resultado efetivo somente é mensurável pela
direção, ou ainda, por uma auditoria.
Mesmo assim, existem ações que podem ser aplica-
das em qualquer situação, ou pontualmente, quan-
do se identificar a necessidade. De acordo com Meel,
Martens e Ree (2012), a primeira observação deve
ser em relação aos preceitos básicos da Ergonomia,
seguida do conforto ambiental (térmico, acústico e
visual), considerando que diferentes atividades e
funções exigem diferentes soluções e níveis de adap-
tação.
Caberá ao designer analisar as atividades do escri-
tório, o perfil dos funcionários, e buscar as soluções
personalizadas. Uma atividade em que é necessária
bastante concentração, por exemplo, pede um am-
biente com um maior investimento na acústica, sem
muitos elementos e cores, com equilíbrio simétrico e
com o ponto de destaque próximo à área de traba-
lho. Assim como uma atividade de desenvolvimento
criativo pede um local com estímulos. Figura 1 - O layout pode melhorar a produtividade
54
DESIGN
Redução de custos
Cada estação de trabalho tem um custo não só
para sua montagem, mas também para sua manu-
tenção. De acordo com os autores, uma estação de
trabalho é ocupada, em média, entre 50 e 60% do
tempo de funcionamento diário da empresa. Dessa
maneira, certamente, a maximização das áreas de
trabalho é um dos objetivos fortemente desejados
por clientes que procuram um designer para a ela-
boração do projeto do escritório de sua empresa.
Propor multifuncionalidade dos espaços, comparti-
lhamento de mesas, estações de uso comum, são
algumas das sugestões que o designer pode fazer Figura 3 - O layout pode estimular a integração dos funcionários
visando esse objetivo. Padronização de dimensões
de mobiliários facilitam e diminuem os custos de Incentivar a interação
alterações futuras necessárias, considerando que De acordo com Meel, Martens e Ree (2012, p. 23),
a maior parte dos escritórios precisam passar por “A interação entre funcionários é considerada um
adaptações posteriores a sua instalação ou reforma. fator fundamental para o sucesso do desempenho
Importante que a busca pelo cumprimento desse organizacional”, e cabe, também, ao ambiente pro-
objetivo não impacte no objetivo de produtividade porcionar mais possibilidades de interação, além
apresentado anteriormente, considerando que os de estimular essas interações. Este objetivo é re-
custos de um funcionário são muito mais altos do fletido, principalmente, no layout do escritório, em
que o de manutenção de espaço. especial, naqueles do tipo plantas livres (entende-
remos nos próximos tópicos), em que não existem
barreiras físicas entre as pessoas.
Apesar de importante, nem sempre a interação é
desejada de forma tão plena pelos gestores da em-
presa e, assim, é necessário que o designer consiga
estabelecer, no briefing, qual é o nível de interação,
quem deverá interagir, com quem e com que tipo e
frequência haverá interação.
É importante ressaltar que, mesmo em empresas
nas quais a interação é bastante importante e in-
centivada, em determinados momentos, pode ser
necessário maior nível de privacidade e silêncio.
Dessa forma, pode ser proposto uma sala que per-
Figura 2 - Estações de trabalho que permitem o compartilhamento mita o atendimento a estes casos específicos.
55
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Aumentar a flexibilidade
Este objetivo está diretamente ligado à redução de
custos, considerando que os escritórios atuais pas-
sam por mudanças de estruturas e processos de
trabalho com bastante frequência. O seu interior
precisa atender essas mudanças e, quanto mais fle-
xíveis e mutáveis forem os ambientes, menor será
o custo nesses processos de adaptações.
Para que o designer possa propor um ambiente Figura 4 - Mobiliários multifuncionais maximizam o uso dos espaços
56
DESIGN
Estimular a criatividade
A criatividade, hoje, é aplicada a, praticamente, to-
dos os segmentos, sendo considerada uma forte
ferramenta na busca de soluções. Ela é amplamen-
te utilizada na busca de inovações. O ambiente em
que o profissional atua pode estimular de forma
bastante produtiva a criatividade, sendo que todas
as escolhas no projeto de interiores são itens en-
volvidos, como a distribuição no layout, o formato
de móveis e equipamentos, as cores (de tudo) e de-
mais itens que forem inseridos neste espaço.
As cores e formas são elementos amplamentes
utilizados para este fim, atualmente, encontramos
diferentes referências em espaços corporativos de Figura 6 - O escritório deve ser agradável aos usuários
grandes empresas, que acreditam na criatividade
como meio de produção. Existem, ainda, aquelas Atrair e reter pessoal
que, além desses elementos, incluem, no escritó- Este item também é algo que passou a ser valori-
rio, alguns itens mobiliários e equipamentos, como zado nos últimos anos, com a competitividade do
mesas de bilhar, jukeboxes e puffs. mercado disputando bons profissionais e devido
É claro que, para cada tipo de atividade desenvolvi- ao perfil da geração Y (que não se apega à empresa
da, se fazem necessários um tipo e uma quantida- e aceita a mudança de trabalho apenas pelo novo
de de estímulos visuais, é necessário avaliar qual desafio), proporcionar um ambiente que ajude na
é o grau de criatividade que se pretende alcançar, retenção destas pessoas é primordial. Sabemos
entender as tarefas e o perfil dos funcionários/usu- que os maiores responsáveis por manter um fun-
ários desse ambiente, e mais, saber o que o gestor cionário é um bom salário, boas condições de tra-
pensa e deseja com isso. balhos e possibilidades de crescimento, mas o pro-
jeto de interior pode, sim, ser mais uma ferramenta
nessa tarefa.
Para que isso se torne efetivo, é preciso criar am-
bientes de trabalho atraentes, envolvendo confor-
to e saúde e, para isto, aplicar conceitos de ergo-
nomia, conforto ambiental, com iluminação e clima
(temperatura) agradáveis. Novamente, é importan-
te saber o perfil dos funcionários da empresa, já
que bastante dessas percepções do ambiente são
57
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Expressar a marca
Além da logo, papelaria, embalagem, sites e publi- Figura 7 - O uso da logo e das cores deve ser utilizado no projeto
cidade, a sede da empresa também compõe a ima-
gem particular dela e de seus produtos ou serviços
SAIBA MAIS
percebida por seus clientes ou outros públicos es-
tratégicos. A essa imagem, damos o nome de bran-
ding, que é considerado uma grande ferramenta do Branding ou gestão de marcas, como é muito
design. conhecido por aqui, é um conjunto de ações
estratégicas que, quando aplicadas de forma
Uma das maneiras de trabalhar esse objetivo no eficiente, contribuem para a construção da
projeto de interiores é utilizar a logo da empresa percepção de seu consumidor em relação
em diferentes aplicações no espaço, além de par- a sua empresa de forma positiva – ou seja,
como você gostaria que ele a interpretasse.
tida para o desenvolvimento de outros elementos, Ele corresponde à identidade, que precisa ser
por exemplo, uma empresa com logo em formas única em todos os pontos de contato, e deve
curvas, desenvolver mobiliários que sigam esse pa- ter ligação com os interesses e necessidades
do público que se pretende atrair. Por isso, é
drão, ou ainda, a aplicação das cores da logo. Inte- correto afirmar que branding é, na verdade,
ressante que a aplicação do branding em um proje- a percepção de seus clientes em relação a
to de interiores seja mais perceptível e direta nos sua marca, e não o que você gostaria que
ela fosse.
ambientes onde são recebidos clientes e visitantes,
e nos espaços destinados a funcionários, esse uso Fonte: Kruger (2015, on-line)3.
58
DESIGN
DEFINIÇÕES PRÉVIAS
Ainda, antes de entrar na fase de projeto, é neces- Arquivamento: sem papel versus menos papel
sária a tomada de algumas decisões indispensáveis Os funcionários trabalham em um ambiente intei-
na busca por uma boa solução para sua proposta. ramente digital ou há espaços para livros e relatórios
Essas decisões são tomadas a partir do briefing e da físicos?
conversa com os gestores, já que eles decidirão sobre
o projeto. Meel, Martens e Ree (2012) apresentam os Padronização: soluções sob medida versus um
seguintes itens como escolhas cruciais antes de en- conceito único para todos
trar na fase de projeto: O conceito de escritório se aplica à organização
como um todo ou os diferentes departamentos têm
Local: o escritório versus outros lugares liberdade para fazer escolhas diferentes sobre os cin-
Os funcionários trabalham no escritório ou têm a li- co tópicos anteriores?
berdade para trabalhar em outros lugares, como em Torna indispensável estabelecer com o gestor
casa, no escritório do cliente ou em locais públicos, dá resposta para cada um dos itens, para, posterior-
como cafeterias? mente, dar início ao projeto.
59
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Áreas de um
escritório
Dentro de um escritório corporativo, são desenvol- Nesta aula conheceremos as possibilidades e al-
vidas várias atividades, que exigem diferentes espa- gumas informações a respeito de cada uma dessas
ços, dependendo das operações que ali acontecem. áreas.
Normalmente, as áreas necessárias são os espaços
de trabalho, em que os colaboradores realizam seus ESPAÇOS DE TRABALHO
trabalhos diários, espaços para reuniões, em que os
colaboradores se reúnem, e, ainda, alguns espaços A escolha do tipo de espaço de trabalho que será
de apoio, como sala de arquivo, de alimentação de projetado e instalado dentro de um escritório deve
descanso, recepção, entre outros. ser embasada em diferentes fatores: dimensões do
60
DESIGN
ambiente, tipo de atividade a ser desenvolvida, equi- Outra questão que influencia na decisão do pro-
pamentos necessários para a realização dessas ativi- jeto de escritório é o tipo de fechamento necessário,
dades, perfil dos funcionários, entre outros aspectos que dependerá das atividades a serem desenvolvi-
que o designer julgar necessário. das, já que algumas precisam de mais privacidade e
concentração do que outras.
REFLITA Como determinante para essas tomadas de deci-
sões, Meel, Martens e Ree (2012) apresentam o espa-
Passamos muitas horas do dia em nossos am- ço mínimo a ser destinado por estação de trabalho:
bientes de trabalho, pensar nesses espaços
e projetá-los está intimamente relacionado à
qualidade de vida de seus usuários.
61
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Fonte: a autora.
Assim, subentendemos que, para atender, satis- tórios assumem, em seu espaço, o tipo “escritório
fatoriamente, o usuário, uma estação de trabalho aberto”, que serve de uso para mais de dez pessoas.
para o uso de computador, documentos e um arqui- Este tipo de escritório estimula a integração entre
vo ocupará um espaço mínimo de 6m². Se esse mes- todos os usuários, mas não é indicado, por exem-
mo espaço servir para atender os clientes em peque- plo, para atividades que exigem concentração. Nesse
nas reuniões, será necessário acrescentar mais 1,5m² caso, torna-se importante o cuidado com o confor-
por cadeira adicional, ou seja, para o atendimento to acústico e térmico, para melhorar o uso coletivo
de duas pessoas, o espaço total ficaria em 9m². do ambiente. Para esta opção, é recomendado a área
Atualmente, entre outros motivos, devido à mínima de 6m² por estação de trabalho.
diminuição das áreas dos edifícios, diversos escri-
62
DESIGN
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
64
DESIGN
Para os autores, a principal diferença entre os ti- Atualmente, com o perfil de empresas que va-
pos de espaços de reunião está relacionada ao núme- lorizam a criatividade e a integração entre os seus
ro de participantes e ao grau de abertura desse espa- colaboradores, muitas corporações têm optado por
ço. Existe, também, o tipo de reunião que acontecerá espaços de reuniões abertos ou semiabertos, poden-
ali, podendo ser formal ou informal, planejada ou do ser áreas pequenas ou grandes, dependendo da
espontânea – e esse fator muda as necessidades do necessidade. Essas áreas também costumam ser uti-
ambiente. lizadas para brainstorm e workshops.
A sala de reunião pode ser pequena para atender
às pequenas conversas do dia a dia, entre duas a qua-
tro pessoas, ou pode ser uma grande sala, que com-
porte um grande número de pessoas, dependendo
da necessidade da empresa. Uma opção para ma-
ximizar o uso dos espaços, considerando que uma
sala de reuniões grande pode ficar ociosa por vários
períodos, é possibilitar sua repartição por meio de
divisórias móveis, e tornar a sala em pequenas salas
de reuniões, mas que sejam usáveis diariamente. As-
sim, quando houver necessidade, as divisórias po-
dem ser abertas, e ela, novamente, atende ao número
maior de pessoas.
Figura 13 - Sala de reuniões com painéis divisores Figura 14 - Espaço para reuniões integrado ao escritório
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PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
ESPAÇOS DE APOIO
66
DESIGN
67
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
68
considerações finais
69
atividades de estudo
70
atividades de estudo
II. O escritório do tipo baia ou ilha é a melhor opção quando a atividade a ser
desenvolvida exige concentração e privacidade.
III. No escritório do tipo estação linear, não existem grandes limitadores das
estações.
IV. O espaço individual e fechado é a opção quando a atividade exige mais
concentração e confidencialidade das informações.
a. Apenas I e II estão corretas.
b. Apenas II e III estão corretas.
c. Apenas II, III e IV estão corretas.
d. Apenas III e IV estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
a. b.
c.
71
LEITURA
COMPLEMENTAR
72
LEITURA
COMPLEMENTAR
73
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
À Procura da Felicidade
Ano: 2007
Sinopse: Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que en-
frenta sérios problemas financeiros. Apesar de todas as tenta-
tivas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton), sua
esposa, decide partir. Chris, agora, é pai solteiro e precisa cuidar
de Christopher (Jaden Smith), seu filho de apenas cinco anos.
Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir
um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Chris
consegue uma vaga de estagiário numa importante corretora de ações, mas não recebe sa-
lário pelos serviços prestados. Sua esperança é que, ao fim do programa de estágio, ele seja
contratado e, assim, tenha um futuro promissor na empresa. Porém seus problemas finan-
ceiros não podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris
e Christopher passam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que
consigam um refúgio à noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.
Comentário: neste filme, é possível conhecer um pouco mais o interior de grandes escritó-
rios corporativos, as divisões internas, o tipo de escritório em espaço compartilhado, sala de
direção e de reuniões.
Outro assunto interessante para conferir, caro(a) aluno(a), é este que apresenta um pouco
do funcionamento do escritório da Google em São Paulo. Acesse o link disponível a seguir e
confira.
<https://www.youtube.com/watch?v=jvb6gUUDDSE>
74
referências
Referências On-line
¹Em:<http://www.nomads.usp.br/site/livraria/livraria_artigos_online05.htm>.
Acesso em: 01 mar. 2017.
²Em:<http://www.srednja.hr/Novosti/Jeste-li-znali/Fotogalerija-Googleovi-ure-
di#ad-image-3>. Acesso em: 03 abr de 2017.
³Em:<https://www.ecommercebrasil.com.br/artigos/o-que-e-uma-marca-e-o-
-que-e-branding/>. Acesso em: 03 abr de 2017.
4
Em: <http://www.dabus.com.br/blog/2014/10/7-dicas-de-arquitetura-corpora-
tiva-para-a-sala-de-reuniao/> Acesso: 03 abr de 2017.
5
Em:<http://www.radoarquitetura.com.br/blog/ambientes-corporativos-que-es-
timulam-a-criatividade>. Acesso em: 04 de abr. 2017.
75
gabarito
76
UNIDADE
III
ALIMENTAÇÃO - COZINHAS
PROFISSIONAIS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Conhecer as especificidades do projeto de interiores de
cozinhas industriais.
• Compreender questões de instalações, iluminação,
ergonomia, escolha de materiais, entre outros, aplicadas a
projeto de cozinhas profissionais.
• Entender quais são as áreas e setorizações necessárias
em cozinhas industriais, assim como os equipamentos
necessários para cada uma delas.
• Aprender as indicações para a elaboração do projeto de
interiores da área destinada a uso dos clientes dentro de
um comércio do segmento alimentício.
Objetivos de Aprendizagem
• O projeto
• Espaços e áreas de trabalho e equipamentos
• Área dos clientes
unidade
III
INTRODUÇÃO
O Projeto
O projeto de interiores de cozinhas profissionais é Quando o local for construído para a cozinha
bastante complexo, e exige do designer de interiores ser instalada, o ideal é que todo o layout de mobi-
diversos conhecimentos que vão além dos conceitos liários e equipamentos seja pensado e estabeleci-
básicos dos demais projetos comerciais. De acordo do, juntamente, com o projeto arquitetônico, o que
com Monteiro (2013), é necessária uma equipe mul- permitirá uma personalização mais adequada e de
tidisciplinar no desenvolvimento do planejamento melhor qualidade. Nos casos em que a instalação
físico de um serviço profissional de alimentação, de uma cozinha profissional ocorrer em edifícios
que inclui, além do profissional responsável pela já existentes, são necessários diferentes adaptações
elaboração do projeto, nutricionistas, chefes de cozi- e ajustes para que o espaço atenda às questões fun-
nhas e outros, para que todo o detalhamento atenda, cionais e legais.
de forma precisa, à real função de uso.
82
DESIGN
83
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
• Nível de habilidade da mão-de-obra a ser nárias e lâmpadas nesses ambientes devem ser do tipo
contratada. seguras e estarem protegidas, evitando possível con-
• Capital a ser investido. taminação dos alimentos, caso venha a quebrar-se.
• Localização física do projeto. O projeto luminotécnico deve levar em conta o
• Localização territorial do projeto: tipo de re- grande número de superfícies refletoras existentes
gião. nesse tipo de instalação (aço inox, vidros etc.), defi-
• Utilização de produtos pré-processados. nindo a melhor localização para a instalação de cada
• Tipos de equipamentos a serem adquiridos. ponto de iluminação e especificando o tipo adequado.
• Legislação em vigor.
• Finalidade múltipla do espaço. ERGONOMIA
84
DESIGN
PISO
85
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Espaços,
Áreas de Trabalho
e Equipamentos
Para que a instalação de uma cozinha profissional e frutas, por exemplo, acarreta um acúmulo de sujei-
atenda, adequadamente, às demandas desse serviço, ra no piso, que deve possuir drenagem apropriada.
funcional e legalmente, é preciso que sejam estipula- Já a área de confeitaria possui muitas preparações
das áreas específicas, de acordo com o fluxo das ati- realizadas a seco”. Dessa maneira, a indicação é que
vidades e os alimentos envolvidos. Monteiro (2013, seja realizada a setorização, conforme listamos a se-
p. 103), exemplifica: “As áreas de preparo de vegetais guir.
86
DESIGN
Nesta área, devem ser realizadas a verificação da A dimensão destinada a este espaço depende da
mercadoria, se esta apresenta a quantidade e quali- quantidade de refeições a serem servidas, o que in-
dade adequadas. Além disso, neste espaço, a merca- fluencia a quantidade de matéria-prima (alimentos)
doria é retirada da embalagem do fornecedor, que é e, também, da dimensão total do edifício, que deve-
substituída por uma embalagem do estabelecimento. rá comportar os outros setores. Para atender a sua
O ideal é que esteja localizada próxima à entrada de função, são necessários os seguintes equipamentos
serviços e, assim, com ligação à área externa. (Tabela 1).
87
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
PRÉ-HIGIENIZAÇÃO DE HORTIFRUTIS
Setor ligado, diretamente, ao recebimento de merca- e esteja livre de umidade. É aqui que são alocados
dorias, pode ser instalado junto, na sequência. Neste alimentos como açúcar, cereais, enlatados, farinhas,
espaço, são higienizados frutas e vegetais, e outros entre outros.
alimentos necessários, antes de sua estocagem. É im- Além de piso lavável e resistente, não deve pos-
prescindível que tenha ralo ou grelhas no chão, para suir ralos ou grelhas, eliminando, assim, a possibili-
o escoamento de água, além de paredes impermeá- dade de entrada de insetos. Precisa de janelas, prote-
veis. Necessita apenas de cubas para seu funciona- gidas por telas de proteção e da entrada direta de luz
mento, uma para higienização, e outra para detritos. solar. A temperatura interna não deve ser superior
a 26°C.
Para este ambiente são necessárias estantes lisas
ou gradeadas, podendo ser de aço inox ou outra ma-
téria não porosa. A primeira prateleira deve estar a,
no mínimo, 0,25m do chão, e a mais alta, a não mais
que 1,80m. A profundidade não deve ser superior
a 0,60m, e a preferência é por estantes modulares,
que permitem mudança conforme a necessidade de
armazenamento.
Também são úteis estrados para o armazena-
mento de sacarias e caixas, importante que esses
também sejam de material impermeável e não poro-
so, por exemplo, polietileno.
ARMAZENAMENTO EM TEMPERATURA
AMBIENTE
88
DESIGN
Alimentos de gêneros perecíveis ou que se de- ção. Aqui, serão realizadas todas as atividades que
terioram rapidamente necessitam de armazenamen- antecedem o cozimento da carne, como limpeza, se-
to com controle de temperatura e, dependendo do paração, corte etc. Dessa maneira, cada uma dessas
volume a ser estocado, apenas refrigeradores e con- atividades deve ter um espaço específico, evitando,
geladores não são o suficiente, sendo necessário câ- assim, a contaminação cruzada dos alimentos. Esta
maras frigoríficas. Para a instalação destas, procure divisão deve prever:
a orientação de uma empresa especializada, sendo • Área de descongelamento.
que diferentes equipamentos apresentam distintos • Área de preparo de frutos do mar e de pes-
sistemas e necessidades para sua instalação. cados.
• Separação e limpeza das peças.
PRÉ-PREPARO E PREPARO • Desossa, corte e amaciamento.
• Porcionamento.
Áreas destinadas às operações preliminares no pre-
paro dos alimentos devem oferecer área e layout Os equipamentos necessários para essa atividade
eficientes, que proporcionem um bom fluxo de ser- são os mesmos que para o espaço anterior, acrescido
viço e economia de movimentos dos funcionários. de balança digital de mesa e utensílios para corte e
Os alimentos diferenciam-se e, assim, necessitam desossa. Enfatizando que a temperatura dessa área
de subdivisões para o seu manuseio, com diferentes deve permanecer entre 12°C e 18°C.
equipamentos, conforme veremos a seguir:
Preparação de massas e de sobremesas – con-
Preparação de legumes, verduras, tubérculos, feitaria
frutas, entre outros Quando há preparação de doces e, também, de mas-
Tanto os vegetais que serão cozidos ou servidos sas em geral, é necessário que haja bancadas em
in natura serão manuseados nesta área. Monteiro inox, com cubas, mesa com tampo em granito, para
(2013, p. 110) afirma que “as principais operações abertura e manuseio de massas; bancada para ele-
executadas nesse polo são descascar, limpar, esterili- trodomésticos, como liquidificador e batedeira; for-
zar, cortar, picar, desfibrar, montar os recipientes de no específico, fogão e equipamentos de panificação,
saladas”. Para atender a essas demandas, são neces- quando for o caso.
sários bancada de inox, mesa de apoio e mesa com
cubas, também em inox, refrigerador horizontal e
utensílios como tábuas para corte, descascadores,
cortadores, facas etc.
89
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
COCÇÃO
Depois de passar pelo pré-preparo, o alimento se- A disposição desses equipamentos deve ser
gue, então, para a confecção final, saindo desse se- baseada na dimensão e no formato do espaço, na
tor diretamente para a disponibilização aos clientes. busca de melhor aproveitamento, sendo as duas
Dessa maneira, deve estar localizada entre as áreas maneiras indicadas o agrupamento em ilha e a
de pré-preparo e a área de expedição aos clientes, colação alinhada junto à parede. No agrupamen-
seja ela uma janela de passagem, seja um balcão etc. to em ilha, os equipamentos são centralizados no
Para este ambiente continua a predominância de espaço, sendo considerada a forma mais funcio-
equipamentos em aço inox, o que garante uma hi- nal, mas a que depende de uma área maior, con-
gienização mais eficaz. Os equipamentos necessários siderando a necessidade de circulação em todo o
dependem do tipo de cardápio, mas, geralmente, são: redor.
• Fogão.
• Forno combinado.
• Caldeirão.
• Fritadeira.
• Chapa quente.
• Char-broiler.
• Sistema de exaustão.
• Bancada inoxidável com cubas.
• Bancada inoxidável lisa para apoio.
• Banho-maria.
SAIBA MAIS
90
DESIGN
HIGIENIZAÇÃO
O alinhamento junto à parede é a opção para áre- O ideal é que as áreas destinadas à lavagem dos
as mais reduzidas, sendo necessário um espaço me- utensílios estejam isoladas por uma parede alta
nor de circulação. O ideal é que, na área de cocção, dos outros ambientes, mas quando isso não for
em virtude das temperaturas mais elevadas, que não possível, que, ao menos, esteja setorizada o mais
sejam instalados refrigeradores ou congeladores. distante possível do manuseio de alimentos. Deve
ter, além da pia (preferencialmente, com água fria
e quente), a lava-louças, um local para o descarte
de resíduos, e um para armazenamento dos pro-
dutos de limpeza.
91
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Área dos
Clientes
A área destinada ao uso dos clientes deve ser dimen- desse projeto, sendo que é este o quesito que de-
sionada de acordo com o tipo de serviço que será termina sua permanência e seu retorno ao esta-
oferecido. O alimento a ser comercializado poderá belecimento. Para o autor, em comércios do ramo
ser consumido ali mesmo? Qual é a média de tempo alimentício, os clientes ativam os cinco sentidos
para o consumo deste tipo de alimento? São muitas físicos para a tomada de decisão de satisfação ou
as questões nesta definição. Uma pizzaria pode ter, não. A esta técnica damos o nome de marketing
como carro-chefe de suas vendas, o delivery, o con- sensorial, a qual conhecemos na Unidade 1 do li-
sumo no local, tipo à la carte ou rodízio. vro. Aplicada aos projetos de interiores do ramo
Para Silva Filho (1996), independentemente alimentício, podemos expressar (SILVA FILHO,
do ramo, o conforto deve ser o ponto primordial 1996):
92
DESIGN
• Visão: observando a higiene do local, a lim- Gurgel (2013) sugere que, para atender e agradar
peza, a aparência do ambiente, dos produtos às expectativas dos clientes, é preciso considerar
e dos funcionários. As escolhas dos revesti- itens como circulação, funcionalidade, praticidade,
mentos e das cores estão diretamente relacio-
problemas acústicos, segurança. Mais que isso, rela-
nadas a essa percepção.
cionar a identidade que o projeto de interior repre-
• Audição: o barulho que vem da copa, da co-
sentará com a identidade do negócio, estabelecendo
zinha, assim como os externos ao comércio,
estão relacionados ao conforto sentido no uma conexão entre o cardápio oferecido ao cliente
ambiente. Isolamentos acústicos, materiais e a estética adotada. Ainda, a mesma autora alega
com menos reverberação, instalação de equi- que “a maioria dos projetos ligados à alimentação
pamentos para som ambiente melhoram a é temático ou possui fortes características estéticas,
qualidade desse quesito. buscando proporcionar ao ambiente personalidade
• Olfato: o cheiro agradável de um pão assando e distinção" (GURGEL, 2013).
ou o odor do óleo quente, os cheiros de um
comércio do ramo alimentício são muitos, e
REFLITA
podem ser bons e/ou ruins. Aberturas estra-
tégicas levam o perfume agradável de alguns
alimentos até o cliente, assim como exausto- Projetar um estabelecimento agradável e de
res e isolamentos afastam deles os odores de- acordo com as necessidades acústicas e fun-
sagradáveis. cionais é um trabalho que necessita de muita
pesquisa e dedicação.
• Tato: além da sensação térmica, que pode ser
regulada por ar-condicionado ou aquecedo- (Miriam Gurgel)
res, o cliente sente, por meio do toque, a hi-
giene de balcões, mesas e utensílios. O ideal é
que os materiais escolhidos para os mobiliá-
rios sejam lisos, sem ranhuras e texturas.
• Paladar: mesmo antes de comer, o estímulo Ao encontro desse conceito, Dabus (2015, on-line)6
dos outros sentidos ativa o paladar, que “per- defende que o interior de um restaurante é vital na
cebe” o sabor. tarefa de criar uma identidade de marca para o ne-
gócio, sendo que a estabilidade desse comércio de-
pende muito da sua definição de estilo próprio, com
valores bem definidos e, assim, toda a instalação fí-
sica faz parte do sucesso da empresa.
93
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Os tipos de materiais
Com suas cores, texturas e for-
mas refletem o estilo da ambien-
tação. Materiais mais naturais,
como pedras, madeiras, reme-
tem a um ambiente mais rústico,
assim como materiais reflexivos,
mais finos, como vidro, metais,
remetem a um estilo futurista e
mais moderno, entre outras pos-
sibilidades. Figura 4 - O material reflete o estilo
Figura 5 - Iluminação mais clara e branca Figura 6 - As cores transmitem mensagens e identidade
Iluminação As cores
É responsável por criar conforto visual e, também, São o item mais expressivo em um projeto de in-
a atmosfera que se deseja para o espaço, sendo teriores, estão presentes em todos os outros ele-
que uma luz mais branca (fria) tende a deixar o cli- mentos. Também precisam se relacionar direta-
ma mais formal, enquanto uma iluminação mais mente com o público-alvo, quando utilizadas em
amarelada (quente), cria a sensação de acolhimen- uma instalação comercial, além de se relacionarem
to e relaxamento. com a identidade do negócio.
94
DESIGN
SAIBA MAIS
Para o sucesso do negócio, seja ele um restaurante de rua, ou que está dentro de um shopping, ou ainda,
de um hotel, ou ainda, um bar ou lanchonete, é preciso uma combinação de boas soluções, tanto na área
destinada ao uso dos clientes, que é o salão de uso, onde as prioridades são a estética e o bem-estar dos
clientes, quanto na cozinha, onde o mais importante é atender à legislação da vigilância sanitária, o que
também garante que esse ambiente corresponderá a sua função de forma higiênica e funcional.
95
considerações finais
96
LEITURA
COMPLEMENTAR
Para Madeira Junior (2016), a ambientação do restaurante, bar ou lanchonete é tão im-
portante quanto seu cardápio e atendimento, sendo que a contratação de um profissio-
nal qualificado para a elaboração de um projeto personalizado, bastante importante,
mesmo que o gestor do empreendimento esteja bastante engajado e disponível para
essa tarefa. Claro que as opiniões do cliente são bastante importante, mas caberá ao
designer aplicar os conceitos técnicos e estabelecer a melhor opção.
De acordo com o autor, qualquer cliente prefere estar em um ambiente bonito e acon-
chegante, mais do que isso, gosta de ser visto em lugares assim. Dessa maneira, é
essencial que o público alvo esteja bem estabelecido, para que as escolhas sejam cer-
teiras. Em casos que o estabelecimento adota cardápios com comidas típicas de ou-
tras regiões ou países, a ambientação se torna ainda mais importante na criação dessa
identidade.
Para que essa identidade seja estabelecida, seja ela de uma cantina italiana, uma cerve-
jaria no estilo alemã, um pub irlandês ou um restaurante francês, além do cardápio, os
elementos que compõem o espaço devem tender a esses estilos, incluindo mobiliário,
decoração, materiais de revestimentos e cores. O autor exemplifica citando as cantinas
típicas do sul da Itália, que tem como padrão a utilização de fotos como elementos de-
corativos, além de muitos quadros, bandeiras e outros objetos, incluindo até alimentos
como queijos, embutidos, garrafas de vinho e até camisas de clubes de futebol, criando
um clima informal e descontraído, que remete à alegria. Já se partirmos para o norte da
Itália, encontraremos restaurantes com decoração mais discreta e sóbria.
Na França, o autor destaca dois tipos de restaurantes, os bistrôs, que normalmente
apresentam uma decoração mais informal, intensa e em cores quentes, e os restau-
rantes mais clássicos, com cardápio mais requintado. O autor ainda cita os cafés pari-
sienses, com seus toldos externos, integrando o interior com o exterior, com cadeiras e
mesas estilizadas, para permanência rápida, apenas para um café.
No caso dos restaurantes ingleses, os ambientes são mais fechados, escuros, com
muita madeira, grandes balcões, e nas paredes quadros típicos, miniaturas e objetos
pendurados, jogos de dardos, caixas de música movidas à fichas, grandes chopeiras e
prateleiras com variedade de marcas de uísque, e ainda, quando são do tipo mais luxu-
osos, a utilização de emblemas heráldicos e poltronas de couro.
97
LEITURA
COMPLEMENTAR
Os restaurantes americanos exportam seu visual para todo o mundo, com uma deco-
ração limpa, moderna, com balcões de mármore, toalhas de linho brancas, corrimões
de latões e quadros no estilo despojados e pinturas abstratas. Apesar de estar sendo
muito utilizado em todo o mundo, para muitos brasileiros essa decoração é muito fria,
não transmitindo intimidade, como os europeus.
Para os restaurantes que não possuem serviço ou cozinha com estilo típicos de outros
países, prevalece o conceito de o que mais importa é o conhecimento do público alvo,
assim como as particularidades da região onde o estabelecimento é implantado. O au-
tor cita o exemplo de empreendimentos em cidades históricas, ou onde a região tem
apelo cultural, com pontos turísticos e também os à beira mar, que devem ter como
base de sua instalação, incluindo a decoração, os elementos e características dessa re-
gião, integrando e se identificando com essas características, seja por meio de quadros
e objetos que lembrem a região, sua cultura, seu povo, sua produção e seu modo de
vida.
Outro exemplo apresentado por Madeira Junior (2016), são os comércios alimentícios
instalados em cidades mais procuradas no inverno, como Campos do Jordão (SP), Pe-
trópolis (RJ) ou Gramado (RS), em que sua aparência deve estar relacionada a esse clima
de frio e paisagens montanhosas. Em cidades históricas, sempre que for pertinente,
integrar elementos e objetos que remetam aos casarios e cultura do tempo colonial,
exemplos dessas localizações são Parati (RJ), Ouro Preto (MG) e Salvador (BA).
O autor finaliza registrando que não existe um padrão, uma regra fixa que não pode ser
alterada, a contratação de um profissional qualificado deve criar uma identidade única,
e os elementos que direcionam para o seu estilo podem ser aplicados de forma mais
subjetiva e menos direta.
98
DESIGN
1. Entendemos que, de acordo com Monteiro II. É indicada a escolha de pisos com alta resis-
(2013), os espaços da cozinha devem ser pen- tência à abrasão (PEI 5).
sados a partir de uma disposição lógica dos
III. O forro pode ser de gesso ou de outro ma-
equipamentos, para que esses proporcionem
terial que apresente características acústicas.
diferentes vantagens de projeto, sendo as van-
tagens apresentadas pelo autor: IV. Para o armazenamento de sacarias e caixas,
é indicado o uso de estrados de polietileno.
I. Flexibilidade e modularidade.
V. O piso deve ser antiderrapante e liso, sem fri-
II. Beleza e apelo estético.
sos e ranhuras.
III. Circulação e fluxos bem definidos.
Diante disso, assinale a alternativa correta.
IV. Espaços que facilitam a supervisão e integração.
V. Instabilidade e predominância. a. Apenas I, II e III estão corretas.
99
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
100
DESIGN
101
referências
Referências On-line
¹Em: <http://alimentossemmitos.com.br/o-que-e-contaminacao-cruzada> Aces-
so em: 04 abr. 2017.
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ge=2>. Acesso em: 22 maio 2017.
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trado-modular-master>. Acesso em: 05 abr. 2017.
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abr. 2017.
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Em: <http://www.dabus.com.br/blog/2016/08/quais-cores-ideais-para-pada-
ria/>. Acesso em: 05 abr. 2017.
9
Em: <http://gastronomianews.com/gastronomia/importancia-de-um-bom-am-
biente>. Acesso em: 05 abr. 2017.
102
gabarito
1. B
2.
• Número de refeições diárias, por tipo de refeição: desjejum, almoço, jantar, ceia e
lanche.
• Número e tipo de população aos quais a refeição se destina.
• Tipo de cardápio.
• Tipos de instalações que serão utilizadas: gás, eletricidade, água e esgoto.
• Nível de habilidade da mão-de-obra a ser contratada.
• Capital a ser investido.
• Localização física do projeto.
• Localização territorial do projeto: tipo de região.
• Utilização de produtos pré-processados.
• Tipos de equipamentos a serem adquiridos.
• Legislação em vigor.
• Finalidade múltipla do espaço.
3. O aço inoxidável é um material não poroso, de fácil manutenção e limpeza, que não
acumula resíduos que podem gerar fungos e bactérias.
4. E.
5.
• Dimensões dos ambientes.
• Design do mobiliário.
• Iluminação.
• Os tipos de materiais.
• As cores.
6.
• Visão: observando a higiene do local, a limpeza, a aparência do ambiente, dos pro-
dutos e dos funcionários. A escolha dos revestimentos e das cores estão diretamen-
te relacionadas a essa percepção.
• Audição: o barulho que vem da copa, da cozinha, assim como os externos ao co-
mércio, estão relacionados ao conforto sentido no ambiente. Isolamentos acústicos,
materiais com menos reverberação, instalação de equipamentos para som ambien-
te melhoram a qualidade desse quesito.
• Olfato: o cheiro agradável de um pão assando ou o odor do óleo quente, os cheiros
de um comércio do ramo alimentício são muitos, bons e ruins. Aberturas estraté-
gicas levam o perfume agradável de alguns alimentos até o cliente, e exaustores e
isolamento afastam deles os odores desagradáveis.
• Tato: além da sensação térmica, que pode ser regulada por ar condicionado ou
aquecedores, o cliente sente, por meio do toque, a higiene de balcões, mesas e
utensílios. O ideal é que os materiais escolhidos para os mobiliários sejam lisos, sem
ranhuras e texturas.
• Paladar: mesmo antes de comer, o estímulo dos outros sentidos ativa o paladar,
que “percebe” o sabor.
103
HOTELARIA
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Apresentar as especificidades do projeto de interiores em
instalações hoteleiras.
• Direcionar quanto às diretrizes de um projeto de interiores
hoteleiro.
• Entender os requisitos para projetos de lobbies e
apartamentos em hotéis.
• Estabelecer parâmetros para os projetos de interiores de
hotelaria.
Objetivos de Aprendizagem
• Projetos de interiores hoteleiros
• Diretrizes do projeto
• Lobby ou hall da recepção
• Apartamentos ou suítes
• Outros ambientes
unidade
IV
INTRODUÇÃO
Projetos de
Interiores Hoteleiros
Diferentes motivos são indicados como respon- estímulo interno às viagens e, assim, os brasileiros
sáveis pelo crescimento do turismo no Brasil. O passaram a ocupar seu tempo vago de lazer com
Plano Real que, em seu início, fortaleceu a mo- passeios por diferentes partes do nosso território
eda interna e a economia nacional, a princípio, (FERREIRA, 2017, on-line)1.
tornou viável e interessante para os brasileiros as Com esse crescimento, a estrutura necessária
viagens ao exterior, e, posteriormente, tornou- para atender os turistas sofreu impacto direto, e sur-
-se atrativo à vinda de estrangeiros ao país com giram novos hotéis, pousadas, hostels, resorts etc., e
a desvalorização dessa moeda. Como efeito do os antigos investiram em reformas, para não deixar
crescente turismo estrangeiro no Brasil, ocorreu de ser competitivos no mercado.
108
DESIGN
SAIBA MAIS
de uma instalação hoteleira é o bom projeto de inte-
riores, com soluções agradáveis, de forma funcional
No Brasil, hostels também são conhecidos e estética, atendendo e agradando a todos os possí-
como albergues. Trata-se de um tipo de aco-
veis futuros frequentadores.
modação com custos reduzidos em relação
ao tradicional hotel, podendo oferecer desde
quartos individuais até a coletivos, com mais REFLITA
de dez camas, onde o hóspede compartilha o
espaço com diferentes pessoas, o que é bas-
tante interessante para viajantes solitários. Muitos turistas e viajantes escolhem onde
É comum que os banheiros também sejam se hospedar tanto pelo design de um hotel
compartilhados, e os serviços oferecidos são quanto por suas instalações e serviços.
menores do que em um hotel e, justamente
por isso, proporciona o menor preço. Bastan- (Gibbs)
te usado por jovens, os hostels são encontra-
dos em todo o mundo.
109
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Diretrizes
do Projeto
Atualmente, os princípios fundamentais na elabo- Para Otto (2011, on-line)4, até os anos 80 e início de
ração de um projeto de interiores de hotelaria são, 90, os hotéis seguiam dois estilos básicos de instalações
de acordo com o site Hotelnews ([2017], on-line)3, e decorações, o Americano e o Europeu. O primeiro é
conforto, funcionalidade e equilíbrio visual, mesmo instalado em construções verticalizadas, que valoriza-
em hotéis de luxo e resorts. É claro que o público- vam a tecnologia, com materiais frios e pé-direito alto,
-alvo deve ser a base de tomada de decisões, e que, valorizando, sobretudo, a funcionalidade, em contra-
dependendo dele, pode-se oferecer um diferente es- partida ao afeto e ao luxo. O outro (Europeu) era mais
tilo de decoração, mas, hoje, os clientes de qualquer tradicional, com construções mais horizontais, térreas,
segmento buscam, acima de tudo, o bem-estar, e não pé-direito baixo, tapetes, plantas, valorizando mordo-
o luxo em suas estadas. mias e cerimônias, priorizando o conforto. A especia-
110
DESIGN
lista diz que o que está ocorrendo, hoje, é uma fusão integrar hóspedes com o próprio empreendimento e
dos dois conceitos, agregando os princípios de funcio- com a cidade onde está instalado. Os apartamentos
nalidade e conforto no mesmo projeto. devem seguir o estilo intimista, com foco no concei-
Entendemos que os projetos e as soluções cria- to “casa fora de casa”, oferecendo aos seus ocupan-
tivas superaram a ostentação, e que os designers tes sensação de segurança e alívio. Os mobiliários
precisam pensar no projeto como um todo, visua- e equipamentos dimensionados, a partir do perfil
lizando o futuro uso, considerando a satisfação dos de permanência média, devem buscar atender por
hóspedes e a manutenção por parte dos funcioná- meio do conforto ambiental e ergonômico.
rios. Por isso, são indispensáveis muitos estudos de O projeto de interiores de hotelaria inclui a ela-
layout e pesquisa de materiais, para que seja ofereci- boração de solução para diferentes ambientes: os de
da a solução mais assertiva. uso público, como lobby e/ou recepção, circulação,
Grandes nomes do design e da arquitetura se es- cozinha, restaurantes, administração e, em alguns
pecializaram no interior de hotelaria, seguindo es- casos, lojas, auditórios, áreas de lazer e os aparta-
sas premissas modernas de um bom projeto. Otto mentos ou suítes (quartos). Para nossa unidade,
(2011, on-line)4 apresenta um compilado das pre- contemplaremos o lobby e o apartamento, consi-
missas dos projetos de alguns desses profissionais, derando que cozinha, restaurante, administração
que são referências no segmento. As áreas de uso (escritório), lojas e auditórios são contemplados em
público comum devem proporcionar a socialização, outras unidades do livro.
111
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Lobby ou
Hall de Recepção
De acordo com Lawson (2003), é o primeiro con- médias ou pousadas priorizam layouts padrões,
tato físico que um hóspede tem com o local onde compostos por elementos básicos da instalação e
ficará hospedado, cabe a este ambiente apresentar que remetem à familiaridade e ao conforto. Já ho-
ao usuário a ideia do que lhe espera nos outros am- téis mais luxuosos primam pela grandiosidade,
bientes. Dependendo do tipo de empreendimento, tendendo ao clássico ou ao contemporâneo, com
apresenta diferentes características que visam a áreas de permanência e, às vezes, pequenos cafés
atender ao perfil de usuários, que serão os hóspe- e bares. No caso de resorts, interessante a vista das
des, já que cada caso apresenta diferentes neces- áreas externas, de uso comum, já que estes são os
sidades. Hotéis de cadeia econômicos e de tarifas atrativos destes empreendimentos.
112
DESIGN
No caso de hostels, o ambiente tende a ser mais Dentre as atividades comuns dessa área e os
despojado, priorizando a liberdade de seus hóspedes equipamentos necessários para a realização dessas
e a possível interação entre eles, comum neste tipo está a de recepcionar os hóspedes, principal ativi-
de hospedagem. Motéis não possuem lobbies e re- dade desenvolvida nesses empreendimentos, todos
cepções para cliente. os hóspedes passam por esse espaço, considerando
a obrigatoriedade, ou ao menos, o padrão de check-
-in e check-out. É interessante que sua localização e
seu projeto possibilitem a visão do acesso principal,
dos elevadores e corredores principais. Importante,
também, um acesso direto ao(s) escritório(s) de ad-
ministração. Este espaço deve comportar um balcão,
onde se faz o atendimento dos clientes. Em geral, o
balcão precisa comportar computador(es), telefo-
ne(s), documentos e chaves ou cartões de acesso aos
apartamentos.
Também é importante que o balcão tenha um
Figura 2 - Recepção hostel recuo apropriado para uso dos funcionários, Law-
son (2003) indica o mínimo de 1,20m, podendo
A área total desse ambiente, assim como os chegar a 6m em empreendimentos muito grandes,
equipamentos que nele devem ser instalados, de- como resorts. Sua altura também deve ser adequada,
pende do tamanho e da categoria do hotel, do sendo que o total deve estar em torno de 1,07 mm
número e de quais atividades serão realizadas ali. do chão para o apoio ao atendimento e, internamen-
Lawson (2003, p. 209), apresenta a área indicada te, uma bancada com 0,76 m do chão para uso dos
por tipo de hotel: funcionários.
113
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
114
DESIGN
Os balcões, geralmente, são fabricados em ma- Outros elementos são interessantes e até impor-
deira ou similar (MDF, MDP etc.) ou metal, poden- tantes, como o suporte para chaves ou cartões de
do, ainda, ter partes em plástico, vidro, acrílico ou acesso aos quartos, para facilitar e maximizar o tra-
pedras naturais ou sintéticas. Não existe um padrão balho do recepcionista, luminárias e abajures, que
ou uma obrigatoriedade, mas é necessário avaliar permitem diferentes tipos de iluminação, aparador
resistência e manutenção do material antes da espe- para suporte de água e outras cortesias, como café,
cificação. Em hotéis de alto padrão e de luxo, esse chá, balas e biscoitos. Outro item bastante indicado
atendimento inicial pode, também, ser realizado em é o uso de plantas, mesmo que não sejam naturais,
mesas e cadeiras ao invés do uso do balcão. como forma de humanizar o ambiente.
As cores no lobby devem ser básicas, muito cui-
dado com o excesso e a mistura, já que o fluxo de
pessoas que circulam nesse espaço é muito grande,
e é menos arriscado agradar a todos com cores mais
sóbrias e menos impactantes. Pelo mesmo motivo,
cuidado, também, com texturas e estampas, assim
como o excesso de elementos decorativos. No caso
de hostels, essas escolhas são mais livres, já que o
perfil de frequentadores permite um pouco mais de
abuso nas escolhas.
115
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Apartamentos
ou Suítes
No apartamento do hotel, o hóspede desenvolve di- REFLITA
ferentes atividades: dormir, tomar banho, vestir-se e
trocar de roupa, armazenar pertences, às vezes, tra- Sentir-se em casa nem sempre é o desejo dos
balha, entre outras possíveis atividades. Além disso, hóspede que, às vezes, deseja exatamente o
é preciso prever a circulação para que as atividades contrário.
116
DESIGN
Para melhor aproveitar a área construída, relação a profundidade, existe uma possibilidade
prioriza-se a redução das metragens de cada apar- maior de variações, já que, normalmente, essa di-
tamento, tornando possível a instalação de um mensão não está relacionada ao número possíveis
número maior de unidades e, assim, de mais hós- de apartamento no hotel. O autor apresenta uma
pedes. Lawson (2003) diz que a largura de cada tabela com a largura mínima indicada para dife-
apartamento é o que mais influencia a quantidade rentes tipos de hospedagens:
deles que poderão ser instalados na edificação. Em
117
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
É importante destacar que essas dimensões não Para as paredes, além das tintas laváveis, existe a
contemplam o acesso à cadeira de rodas, e que, mes- possibilidade de revestimento em papéis de parede
mo no caso de atendimento a um número grande de do tipo vinílico que, além de mais durável, permite
idosos, a área mínima não é indicada, considerando a limpeza. Importante a proteção de arestas dos can-
a baixa mobilidade e probabilidade de pequenos aci- tos vivos, evitando acidentes.
dentes. O forro em gesso permite que um projeto de
Para os acabamentos dos quartos, permanece a iluminação com mais qualidade seja projetado, in-
premissa destacada para todas as escolhas do sistema cluindo mais pontos de luz, o que é bastante inte-
de hotelaria atual: resistência, considerando a dura- ressante, podendo oferecer diferentes “cenários” aos
bilidade, e manutenção, levando em consideração a ambientes, em especial, aos apartamentos de motéis.
limpeza. Os pisos podem ser, comumente, revesti- No caso da distribuição de mobiliários e equi-
dos em forração, mas esta opção não se enquadra a pamentos, Lawson (2003) diz que o maior determi-
empreendimentos do tipo resorts ou em regiões de nante, ao se estabelecer o layout dos apartamentos,
muito calor. A escolha por revestimentos cerâmicos é a quantidade e dimensão da(s) cama(s), e além do
também é uma boa opção, os porcelanatos oferecem tamanho, existem outros critérios a serem conside-
opções interessantes e com bastante apelo estético e rados na hora de escolher esse mobiliário, são eles:
de durabilidade. Os pisos laminados até podem ser • Conforto: qualidade dos estofamentos do
utilizados, mas é preciso que a escolha leve em con- colchão e da base.
sideração a qualidade, busque os apropriados para • Durabilidade: reforços nas bordas e manu-
alto tráfego. tenção das formas.
• Silêncio: ausência de juntas ou molas ruidosas.
• Segurança: nível de produção de chamas, ris-
co de combustão e produção de fumaça.
• Armazenamento: desmontagem, resistência
contra mofo.
Figura 4 - Revestimento de piso e de cabeceira em forração Figura 5 - Cama de hotel com boas dimensões
118
DESIGN
119
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
120
DESIGN
121
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Outros
Ambientes
Assim como já citei no início da unidade, diferen- escalas, entre outras possibilidades. Existem, ainda,
tes instalações hoteleiras podem apresentar distintas as instalações que visam ao atendimento aos even-
necessidades de instalações. Alguns hotéis, em espe- tos corporativos, assim, oferecem auditórios, salas
cial, os praianos ou em regiões turísticas, oferecem de convenções e reuniões. Para cada situação desta,
grandes áreas de lazer, compostas por piscinas, sau- existe a necessidade de o designer buscar orientação
nas, parques infantis, em alguns casos, praticamen- e referenciais para o desenvolvimento do projeto
te um parque aquático. Outros empreendimentos para que foi contratado, entendendo as especificida-
oferecem academia, spas, pistas de caminhadas, de des em questão.
122
DESIGN
123
considerações finais
124
LEITURA
COMPLEMENTAR
O Design na hotelaria
O conceito de Hotel Design surgiu em Nova York, no início da década de 90, com a
reforma de um antigo hotel na Broadway. Ian Schranger, proprietário do hotel, pediu
a Philippe Starck, designer francês, reconhecido mundialmente por sua ousadia, para
criar um espaço totalmente novo. O projeto deveria ser diferente de tudo o que mer-
cado hoteleiro já havia concebido. Surgiu então o Hotel Paramount, que logo se tornou
uma referência na cidade (NORMANDIE, 2004).
O arquiteto e designer, Riewoldt, cita que neste milênio os hotéis com arquitetura bur-
guesa estão sofrendo uma grande revitalização (...). O movimento de vanguarda do
design em meados dos anos 80 amadureceu incrivelmente rápido e desde então tem
influenciado as cadeias internacionais (...). O design está adquirindo uma importância
vital como caminho para distinguir e definir hotéis no contexto de competição global,
os melhores resultados são obtidos quando o arquiteto e o designer de interior é a
mesma pessoa (...). Atualmente é aceito como norma que os hotéis devem propor-
cionar mais do que conforto e acomodações padronizadas, eles devem ser espaços
públicos de convivência e observação onde o hóspede é um dos participantes de uma
peça teatral (...). Esse desenvolvimento vem redescobrindo os hotéis como pontos de
atividade social, não apenas para festivais, conferências, reuniões, mas também para
passagem de marcas do mundo urbano.
Restaurantes, bares, academias se transformaram em importantes fontes de renda (...).
A atmosfera e a ambientação do hotel são o carro chefe e estão definindo a qualidade,
um incremento competitivo no mercado. Os conceitos chave para o sucesso são hoje a
individualização e diversificação (...). A atenção para o produto e o acúmulo de objetos
cedeu lugar para o conceito minimalista e a valorização das experiências vividas, em
que impera a discrição e a simplicidade sofisticada (RIEWOLDT, 2001, p.8-10).
Dessa forma, entende-se que o design é peça fundamental para a arquitetura e am-
bientação dos hotéis, sendo utilizado como um instrumento que orienta o posiciona-
mento e a identidade do hotel no mercado.
O novo mercado começa a exigir que os produtos tenham personalidade e que possam
de fato ir ao encontro das características psicológicas de seu cliente, respeitando sua
individualidade.
125
LEITURA
COMPLEMENTAR
Esse entendimento pode ser chamado de diferencial competitivo. Algumas redes ho-
teleiras, e mesmo pequenos hotéis, estão em busca dessa diferença, como afirma a
empresa de consultoria DSR - Design Strategy & Research (2004). Os hotéis, hoje, ofe-
recem aos seus hóspedes, não só um quarto, mas a possibilidade de colher vivências
e experiências únicas. Por isso, as maiores cadeias de hotéis despendem um esforço
considerável a entender os usos e costumes locais, as tradições e o estilo de vida das
pessoas que utilizam os seus serviços.
A agência de pesquisas DSR ajudou uma das maiores redes de hotéis a compreender os
estilos de vida dos homens de negócios em diferentes cidades da América Latina, com
especial enfoque em pequenos hotéis.
Recorrendo a vídeo-etnografia, entrevistas contextuais e a desenvolvimento de cená-
rios com o staff com clientes e dirigentes na indústria do turismo, a DSR foi capaz de
decifrar os comportamentos, entender os valores, as necessidades e outras caracterís-
ticas dos homens de negócio quando viajam.
Nessa pesquisa, os Hotéis Design foram apontados como hotéis que surgem no merca-
do para atender ao apelo latente por produtos que supram as necessidades de busca
pelo moderno e arrojado, e criem uma identidade própria que se iguale ao perfil do
cliente que o busca.
A concepção de resorts segue esta tendência, os produtos que surgem no mercado
buscam oferecer ao público experiências e sensações diferenciadas, utilizam-se tam-
bém da concepção de espaços e objetos funcionais valorizando os hábitos e culturas
locais.
126
atividades de estudo
a. Somente I e II.
b. Somente I, III e IV.
c. Somente II, III e IV.
d. Somente III e IV.
e. Todas as alternativas.
127
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Hotel Design
Josep Minguet
Editora: Monsa
Ano: 2005
Sinopse: o design de hotéis converteu-se em um dos exercícios
mais atrativos para qualquer arquiteto ou designer. O conceito
que se tinha de um lugar luxuoso, que fazia alusão aos materiais
de alto custo, uma decoração carregada e um ambiente formal,
deu lugar a uma nova ideia, na qual o luxo é sinônimo de espaço confortável. Os amplos
espaços, inclusive, nas zonas mais íntimas, ambientes que buscam novas sensações, as últi-
mas tecnologias aplicadas ao design e, os entornos com grande caráter são predominantes
nestes lugares que se popularizaram por meio dos mais prestigiosos arquitetos e designers.
128
DESIGN
A revista Casa e Jardim realizou um levantamento sobre os melhores hotéis design do mun-
do, e disponibilizou em seu site de forma interativa.
Para conferir as informações, acesse o site disponível em: <http://revistacasaejardim.globo.
com/Revista/Common/0,,EMI109780-18066,00-HOTEIS+DESIGN+DO+PLANETA.html>
129
referências
GIBBS, J. Design de Interiores: Guia útil para estudantes e profissionais. São Pau-
lo: GG, 2015.
LAWSON, F. Hotéis e Resorts: Planejamento, Projeto e Reforma. Porto Alegre:
Bookman, 2003.
Referências On-line
¹Em: <http://www.revistaturismo.com.br/artigos/crescimentobrasil.html>.
Acesso: 05 abr. 2017.
²Em: <http://www.decolar.com/blog/curiosidades/diferenca-entre-hotel-e-hos-
tel>. Acesso em: 05 abr. 2017.
³Em: <http://www.revistahotelnews.com.br/portal/materia.php?id_mate-
ria=425>. Acesso em: 06 abr. 2017.
4
Em: <http://gabrielaotto.com.br/blog/a-nova-era-da-arquitetura-e-decoracao-
-dos-hoteis/>. Acesso em: 06 abr. 2017.
5
Em: <http://mariana-projetista.blogspot.com.br/2012/04/desenho-mobiliario.
html>. Acesso em: 23 maio 2017.
130
gabarito
131
SAÚDE - CLÍNICAS MÉDICAS E
ODONTOLÓGICAS
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta
unidade:
• Apresentar as questões legais relacionadas aos projetos de
clínicas médicas e odontológicas.
• Definir os ambientes obrigatórios e suas características
quanto ao projeto.
• Caracterizar os equipamentos e materiais de acabamentos
aplicados aos projetos de clínicas.
• Explicar a relação entre aplicação das cores e seus efeitos
na saúde humana.
Objetivos de Aprendizagem
• Questões legais
• Ambientes de clínicas
• Equipamentos e acabamentos
• Cores e saúde
unidade
V
INTRODUÇÃO
Questões
Legais
O projeto de interiores de ambientes relaciona- Em 1990, o Governo Federal criou o SUS (Siste-
dos à saúde está muito atrelado às questões legais, ma Único de Saúde), a fim de atender a Constituição
sendo que, normalmente, o cliente que procura o Federal de 1988, que definiu, como dever do Estado,
profissional para o desenvolvimento desse projeto a garantia de saúde para toda a população. Dessa ma-
busca, exatamente, alguém que conheça e aplique neira, a lei de criação do SUS estabelece que a saúde
as exigências de lei para a abertura de seu negó- pública deve ser oferecida por instituições federais,
cio. Dessa maneira, é indispensável ao designer estaduais e municipais, da administração direta e in-
que pretende ou tem a oportunidade de atuar na direta e das fundações mantidas pelo Poder Público.
área, conhecer e compreender os contextos legais Porém a mesma lei credencia e permite que os servi-
das instalações de empresas de prestadoras servi- ços de assistência à saúde também possam ser ofereci-
ços da saúde. dos pela iniciativa privada (BRASIL, 2002).
136
DESIGN
137
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Ambientes
de Clínicas
As clínicas privadas atendem às mais variadas espe- existem pequenos consultórios que atendem, espe-
cialidades médicas, podendo funcionar com ou sem cificamente, apenas uma área da medicina.
internação ou como apoio à diagnose e terapia. Para Com todas estas possibilidades, existe uma varia-
Dabus ([2017], on-line)2, hoje, no setor privado, são ção das necessidades de suas instalações, que são par-
mais comuns as clínicas com estrutura para inter- ticulares, dependendo do tipo de atendimento. A An-
namentos rápidos e com apoio para as diagnoses e visa estabelece, na RDC nº 50, quais são as instalações
terapias na mesma instalação. Mesmo assim, ainda mínimas para estabelecimentos assistenciais de saúde.
138
DESIGN
139
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
SAIBA MAIS
Figura 5 - Banheiro acessível
140
DESIGN
SAIBA MAIS
Figura 6 - Consultório odontológico
O mocho é um mobiliário utilizado para que Além desses ambientes, a Anvisa (BRASIL,
o dentista se sente durante o atendimento
aos pacientes, pode ser do tipo cadeira, com 2002) apresenta como opcionais:
encosto, ou banqueta, sem encosto. Tem de- • Sanitários para funcionários.
sign e ajustes adequados para a utilização de • Depósito de equipamentos.
forma ergonômica.
• Área para guardar macas e cadeira de rodas.
Fonte: a autora. • Sala administrativa.
• Copa.
141
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Equipamentos
e Acabamentos
142
DESIGN
Para este tipo de projeto, você deverá conhecer e Dessa maneira, apresentarei, aqui, os principais
entender mais a respeito de equipamentos que não materiais e equipamentos utilizados, senão em todas
fazem parte de outras práticas de um designer de as situações, na maior parte delas, e caberá a você,
interiores. Por exemplo, para a lavagem das mãos, quando na atuação como designer, realizar pes-
existem três tipos básicos de equipamentos, que a quisas para o projeto em questão, que, certamente,
RDC 50 (BRASIL, 2002) apresenta: apresentará suas especificidades.
• Lavatório – Exclusivo para a lavagem das Para a escolha de todos os materiais, em espe-
mãos. Possui pouca profundidade, formatos cial, revestimentos de parede e piso, é indispensá-
e dimensões variados. Pode estar inserido em vel que sejam impermeáveis, não podendo ter ín-
bancadas ou não.
dice de absorção de água superior a 4% e, quando
• Pia de lavagem – Destinada, preferencial-
possuir rejunte, o índice deve ser o mesmo. As pe-
mente, à lavagem de utensílios, podendo ser
também usada para a lavagem das mãos. Pos- ças também devem ser lisas, com o menor número
sui profundidade variada, formato retangular possível de ranhuras ou frestas. O uso de cimento
ou quadrado e dimensões variadas. Sempre sem qualquer aditivo antiabsorvente para rejunte
está inserida em bancadas. de peças cerâmicas ou similares, é vedado tanto nas
• Lavabo cirúrgico – Exclusivo para o prepa- paredes quanto nos pisos das áreas críticas (BRA-
ro cirúrgico das mãos e do antebraço. Deve SIL, 2002).
possuir profundidade suficiente que permita
a lavagem do antebraço sem que toque no
equipamento. Lavabos com uma única tor-
neira devem ter dimensões mínimas iguais a
50 cm de largura, 100 cm de comprimento e
50 cm de profundidade. A cada nova torneira
inserida, deve-se acrescentar 80 cm ao com-
primento da peça.
143
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Para as tintas, é indicada à base de epóxi, PVC, Quando entramos nos quesitos de mobiliários
poliuretano ou outras com resistência à água e e elementos de decoração, os requisitos continuam
umidade, tanto nas paredes e tetos quanto nos pi- embasados nas questões de manutenção e higiene.
sos, devendo ser resistentes às lavagens e ao uso Materiais que permitam a limpeza e higienização
de produtos químicos para limpeza e desinfecção. adequadas e completas são a base inicial para as
Quando utilizadas no piso, devem resistir, também, definições do designer. Outro quesito que pode ser
à abrasão e aos impactos aos quais serão submeti- agregado a essas escolhas é a humanização dos am-
das. A Anvisa (BRASIL, 2002) estabelece, em sua bientes, é natural que a maior parte das pessoas se
norma, que a paleta de cores de todos os revesti- sintam, de certa forma, incomodadas dentro de am-
mentos seja clara. bientes da saúde, seja uma clínica médica, seja um
Os rodapés devem ser instalados de maneira a consultório odontológico, por isso, as instalações
permitir a completa limpeza, sem que ocorra acú- desses espaços devem proporcionar o menor des-
mulo de sujeira ou outros. Na junção entre parede e conforto possível, sendo que o projeto de interiores
rodapé, é necessário que eles estejam alinhados, não pode proporcionar um ambiente mais agradável e
deixando o sobressalto que, normalmente, existe. confortável aos pacientes.
SAIBA MAIS
144
DESIGN
145
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
146
DESIGN
147
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
Cores e Saúde
Como já citei anteriormente, a Anvisa (BRASIL, mento indispensável, já que atuam sobre sentimentos
2002) estabelece que as instalações para atendimen- e emoções. Farina (1990, p. 27) afirma que:
to de saúde devem seguir uma paleta de cores claras,
mantendo, assim, assepsia de melhor qualidade, já [...] sobre o indivíduo que recebe a comunica-
ção visual, a cor exerce uma ação tríplice: a de
que qualquer sujeira que permanece aparecerá, con-
impressionar, a de expressar e a de construir. A
siderando a base clara. Porém a questão dessa indica- cor é vista: impressiona a retina. É sentida: pro-
ção vai além dos fatores de higiene e está relacionada, voca uma emoção. E é construtiva, pois, tendo
também, às sensações que os indivíduos que frequen- um significado próprio, tem valor de símbolo e
tam o espaço terão durante a sua permanência ali. capacidade, portanto, de construir uma lingua-
gem que comunique uma ideia.
Dentro deste processo de humanização e de oferecer
melhor qualidade nesses espaços, as cores são um ele-
148
DESIGN
REFLITA
149
considerações finais
150
LEITURA
COMPLEMENTAR
AZUL: É considerado a cor de maior propriedade terapêutica. Nas suas diversas fun-
ções, o azul é classificado como uma das cores mais importantes do espectro; princi-
palmente pela sua ação sobre o SNC (Sistema Nervoso Central), artérias, vasos, veias,
músculos, ossos e pele, provocando efeito calmante e refrescante. O azul estimula a
doçura, o equilíbrio, a ternura e a paz de espírito. É uma cor fria e elétrica e tem força
de contração.
VERDE: O verde é a cor média do espectro da luz. Está entre o verde e o violeta sendo
portanto a cor do equilíbrio e da harmonia do corpo físico, mental e emocional. É esti-
mulador da glândula pituitária que é responsável pelo bom funcionamento das demais
glândulas.
Tem participação e atividade em quase todas as áreas de tratamento justamente, pela
sua imensa faixa de penetração, podendo verificar-se a sua ação, desde a limpeza ener-
gética, além de funcionar também como um poderoso anti-infeccioso e isolante de área
(evitando infecções e lesões de algumas áreas). Reduz a tensão sanguínea e ajuda a
se livrar de problemas mentais ou emocionais importantes. O verde estimula o amor
próprio e o orgulho. Tudo revitaliza e reproduz.
AMARELO: É a cor predominante no período da manhã, pois é responsável pelo estí-
mulo mental. Representa a energia formada pela natureza cósmica que tudo revitaliza
e reproduz. É a mistura do vermelho com o verde por isso tem 50% da força estimulan-
te do vermelho e 50% da capacidade regenerativa do verde. Por isso, tem a capacidade
tanto de estimular como a de restaurar as células debilitadas.
Sua ação é dirigida principalmente, para o fortalecimento do corpo humano, onde fun-
ciona como revitalizador e estimulante dos campos nervosos e muscular. É a cor da vi-
vacidade, da alegria, do desprendimento e da leveza. Produz relaxamento, desinibição,
brilho, reflexibilidade, alegria espirituosa e espiritualidade. Sua propriedade expansiva
torna a mente mais clara e lógica, desenvolvendo a racionalidade e deixando o indiví-
duo aberto para novas ideias e interesses.
151
LEITURA
COMPLEMENTAR
152
DESIGN
1. A RDC 50 da Anvisa (BRASIL, 2002) estabelece 5. Dabus (on-line, 2016)2, apresenta cinco compo-
que, para a construção e reforma de edifica- nentes que tornam clínicas e consultórios mais
ções onde serão instaladas estruturas de aten- agradáveis, são eles:
dimento à saúde, é necessária a atuação de a. Ergonomia, conforto ambiental, circulação e
um Arquiteto ou Engenheiro Civil. Dessa ma- iluminação adequada.
neira, qual é o papel do designer de interiores
b. Decoração atrativa, mobiliários de design,
neste processo?
layout interativo, ambientes integrados e ver-
satilidade.
2. A resolução da Anvisa estabelece quais são os
ambientes obrigatórios dentro de uma clínica, c. Mobiliários ergonômicos, decoração, cores vi-
entre eles: brantes e iluminação na medida certa.
I. Sala de espera. d. Mobiliário confortável, objetos familiares, ele-
mentos vivos, iluminação na medida certa e
II. Área para registro.
paleta de cores.
III. Sala de utilidades.
e. Nenhuma das alternativas.
IV. Depósito para material de limpeza.
6. Sobre o uso das cores em projetos de interio-
V. Sanitários.
res de clínicas, é correto afirmar que:
É correto o que se afirma em: I. A Anvisa estabelece que as cores predomi-
a. Apenas I, II e III estão corretas. nantes, especialmente em pisos e paredes,
devem ser claras.
b. Apenas I, II, III e V estão corretas.
II. As cores apresentam, exclusivamente, uma
c. Apenas II, III, IV e V estão corretas.
função estética dentro do projeto.
d. Apenas II, IV e V estão corretas.
III. As cores também fazem parte da criação de
e. Todas as alternativas estão corretas. identidade do negócio, estabelecendo estilo.
IV. A escolha das cores está relacionada à técni-
3. Um dos conceitos a ser considerado e de bas- ca de humanização dos ambientes.
tante importância na elaboração de um proje-
to de interiores na área da saúde é o de huma- V. Não devemos utilizar cores vibrantes em clí-
nização. De que maneira é possível tornar as nicas, nem ao menos em objetos decorativos.
instalações de uma clínica mais humanizada? Levando em consideração as assertivas
apresentadas, assinale a alternativa correta.
4. Existem requisitos legais, estabelecidos em
a. Apenas I, II, III e IV estão corretas.
resolução, sobre o tipo de piso a ser utilizado
em instalações de serviço de saúde. Quais são b. Apenas I, III e IV estão corretas.
esses requisitos? c. Apenas II, III, e IV estão corretas.
d. Apenas III e IV estão corretas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
153
PROJETOS COMERCIAIS, INSTITUCIONAIS E DE SERVIÇOS
154
referências
Referências On-line
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o-sus>. Acesso em: 06 abr. 2017.
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vel-ambiente-clinicas-consultorios>. Acesso em: 06 abr. 2017.
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Em: <http://www.fisaincorporadora.com.br/jardim-parque-business/plantas>
Acesso em: 06 abr. 2017.
4
Em: <http://www.lanfer.arq.br/2011/01/enfermagem-utilidades-d-m-l.html>.
Acesso em: 06 abr. 2017.
5
Em: <http://embasearquitetura.blogspot.com.br/2011/05/consultorio-odonto-
logico-01.html>. Acesso em: 06 abr. 2017.
6
Em: <http://rcerepresentacoes.com.br/hospital/protetores-de-paredes-e-acaba-
mentos-em-pvc/>. Acesso em: 06 abr. 2017.
7
Em: <http://blogdoluizalberto.blogspot.com.br/2012/09/ambientes-seleciona-
dos-casa-cor-2012_14.html>. Acesso em: 06 abr. 2017.
8
Em:<http://www.mesaville.com.br/produto/conjuntos/>. Acesso em: 06 abr. 2017.
9
Em: <http://blog.iclinic.com.br/ideias-para-decorar-sua-clinica-e-deixa-la-
-mais-aconchegante>. Acesso em: 07 abr. 2017.
10
Em: <http://anasnacasacor.blogspot.com.br/2009/06/iluminacao-em-destaque.
html>. Acesso em: 07 abr. 2017.
11
Em: <http://meditacaonaeducacao.com.br/490/.490/>. Acesso em: 23 mai. 2017.
155
gabarito
156
conclusão geral
conclusão geral
Assim chegamos ao fim do nosso livro de Projetos Comerciais, Institucionais e
de Serviços, desejo, neste momento, que você tenha gostado do conteúdo tanto
quanto fiquei satisfeita em desenvolvê-lo. Fui bastante minuciosa, desde o mo-
mento de estabelecer quais seriam os assuntos abordados, para que eles atendes-
sem ao maior número possível de seus futuros projetos.
Desenvolver projetos de interiores quando o público-alvo é tão variável - não
trata-se apenas de seu cliente, mas sim, dos clientes de seu cliente - apresenta
uma grande responsabilidade, por isso, o seu comprometimento deve ser intenso:
estude, simule, teste, faça e refaça, para ter certeza da qualidade do produto que
está oferecendo.
Não se esqueça, também, das questões legais, já que o desenvolvimento desses
projetos deverá seguir normas e leis. Procure a prefeitura de sua cidade, pesquise
a respeito, não corra o risco de descobrir uma necessidade obrigatória depois do
projeto estar todo elaborado. E, claro, você, como profissional e criador, respon-
derá por esse projeto.
Para todos os variados projetos apresentados no livro, a ambientação do es-
paço faz parte da criação de identidade do negócio, ou seja, ao assumir a elabo-
ração desse projeto, você também assume um compromisso com seu cliente, de
propor algo de acordo com as necessidades da empresa, considerando o público-
-alvo, futuros usuários do espaço.
Lembre-se: para o projeto de uma loja ou PDV, sempre valorize o produto
ou serviço a ser comercializado. Para os escritórios, siga claramente os objetivos
estabelecidos. No caso das cozinhas profissionais, seja muito técnico. Nas instala-
ções hoteleiras, crie ambientes desejáveis. Em clínicas, a palavra-chave é saúde, e
os conceitos necessários para que ela seja atendida.
Os conceitos aprendidos aqui permearão toda a sua vida profissional, espero
que este livro te acompanhe sempre, certa de que você terá muitas oportunidades
de colocar em prática esse conteúdo.
Bons estudos!
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