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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ESTRUTURAL E CONSTRUÇÃO CIVIL
FORTALEZA
2009
AMANDA VIEIRA
FORTALEZA
2009
AMANDA VIEIRA E SILVA
Aprovada em ____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Araújo Bertini (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
_______________________________________________________
Prof. Aldo de Almeida Oliveira
Universidade Federal do Ceará - UFC
________________________________________________________
Reymard Sávio
Universidade Federal do Ceará - UFC
Dedico este trabalho
sobretudo ao meu Deus
e a meus pais, Ubirajara e Iolanda.
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus, por ser mais que Pai, mais que um Salvador; por me fazer ir além,
quebrando barreiras, desbravando terras, desafiando os medos. Por ser meu melhor Amigo.
Ao professor Alexandre Araújo Bertini, pela orientação, paciência, compreensão e,
acima de tudo, condescendência, na realização deste trabalho e em tantas outras horas em que
foi além da condição de orientador, sendo amigo... Uma parceria e tanto.
Ao meu querido Cristiano Dalvi, por se me ter revelado como a melhor de todas as
surpresas: a imagem especular do meu eu, cópia esculturada do seu dentro de mim. Por ter
primavereado meu trigésimo aniversário, entrando em cena quando eu precisei sair do ar.
Aos meus pais, Ubirajara e Iolanda, que me acolheram com paciência, me dando todo
o apoio necessário. Mesmo em meio a conselhos e broncas diários, repetidos e reiterados...
A minha Irmã Rebeca, por ter sido a irmã única que se tornou grande Amiga. À Amiga
Fran, que se tornou Irmã. E à melhor Amiga dentre todas, que se tornou a melhor Irmã:
Ivana. Um Quarteto Absolutamente Fantástico...
Ao professor Aldo de Almeida Oliveira, pelo carinho, atenção e os muitos conselhos.
Em especial, aqueles para a Vida, que me mostraram meu potencial para os desafios...
Ao professor Rodrigo Amaral de Codes, pelos incentivos sinceros durante nossas longas
conversas, eivadas da dulçura das palavras de seres humanos tão... Especiais. Encontrar
pessoas como você é um privilégio.
À professora Teresa Denyse Araújo, pelo carinho e atenção, além da paciência sem-fim
em responder a meus milhares de e-mails com dezenas de questionamentos e dúvidas.
Ao projeto Finep/MEHIS, na pessoa do meu colega Márcio Monteiro, e ao GERCON,
por todo o material bibliográfico gentilmente cedido para a materialização desta monografia.
Ao colega Reymard Sávio, por ter acolhido tão prontamente meu pedido para que
fizesse parte da Banca, além do apoio acadêmico, em meio a tantos artigos e pontos de vista.
Aos engenheiros Raimundo Calixto e Robson Caetano, chefes que demonstraram toda a
paciência e compreensão, em um momento profissionalmente tão importante pra mim.
E aos demais que, de alguma forma, contribuíram na elaboração desta monografia.
A Argila já me estava presente na vida desde a infância.
Lembro os bonecos e casas e panelas de barro que moldei,
peças nas quais ficaram impressas minhas pequenas e curiosas digitais.
Tudo moldado com muita imaginação e zelo.
Agora, são estas lembranças transformadas em material de trabalho,
num terroso tom de nostalgia, da cor da massa ainda trabalhável,
deixando-se melhorar nas mãos da oleira.
Amanda Vieira
RESUMO
O setor da construção civil é de suma importância para a economia brasileira. Dentro dele,
assume posição de importância o subsetor da indústria cerâmica, que gera milhares de
empregos diretos e indiretos, informais em sua grande maioria. Concentrando as atenções no
processo produtivo de tijolos cerâmicos, pode-se perceber campo fértil para melhorias e
intervenções positivas, de modo a alavancar o crescimento do setor oleiro-cerâmico nacional.
Este trabalho se propõe a realizar breve descrição do subsetor nacional de tijolos cerâmicos,
restringindo o escopo para o Estado do Ceará. Analisando o estágio de desenvolvimento
tecnológico, as peculiaridades, avanços e entraves ao crescimento, será possível propor novas
diretrizes para o crescimento e desenvolvimento da indústria cerâmica brasileira; tanto no que
tange à mão de obra quanto à infraestrutura das unidades de produção, incluindo-se aí as
qquestões referentes à mineração, meio ambiente e impactos provocados, Qualidade,
realizando, ainda, alguns prognósticos quanto ao futuro do setor.
The Building Industry is one of the most important economic sectors in Brazil. Ceramics
Industry has a prominent position in the Building Industry, due to the generation of thousands
of direct and indirect jobs, most of them hired through informal paths. Focusing on the
ceramic bricks productive process, it is easy to percieve a fertile field to interfere positively,
intending to improve the sector’s growth. The main purpose of this work is to accomplish a
brief survey of the national ceramic brick subsector in Brazil, focussing on the state-of-the-art
in Ceará. Analysing his technological development, particularities, advances and
encumbrances, it may be possible to purpose new guidelines to the Brazilian Ceramic
Industry growth and development; according both to the work force and to the production
units infrastructure, including topics as quality, minelaying, environment and the impacts of
the activity, it is possible to make some prognostics to the Ceramic Sector future.
1. INTRODUÇÃO
Com o passar dos anos, foi ocorrendo crescente especialização nas empresas do
setor, culminando em duas vertentes: as olarias, especializadas em tijolos e telhas, e as
cerâmicas propriamente ditas, focadas na produção de azulejos, louças, potes, tubos e outros
produtos decorativos.
elementos naturais. Neste sentido, a indústria cerâmica brasileira vem despontando como uma
das mais criativas e competentes do mundo.
Como produto industrializado, o tijolo cerâmico surge no século XIX, e seu uso se
dissemina rapidamente, devido às suas características de facilidade de execução da alvenaria,
conforto térmico e acústico, facilidade na conformação de geometrias (variadas formas de
boquilhas), boa resistência mecânica etc. Sua evolução e diversificação (dimensões, número e
formato dos furos, por exemplo) também acompanham as exigências do tipo de obra e da
técnica construtiva empregada.
Nos dias atuais, apesar de seu papel na economia brasileira, o setor oleiro-
cerâmico (SOC) é extremamente pulverizado, composto eminentemente por empresas de
pequeno porte, do tipo familiares, com forte presença da economia informal. E dado que
existem poucas barreiras à entrada de novos competidores no mercado, por causa do baixo
custo do investimento inicial e da tecnologia bastante acessível, há um grande número de
empresas, formais ou não, disputando o consumidor final. No entanto, a grande maioria deles
não tem nenhum diferencial (valor agregado) que atraia o consumidor e faça-o preferir,
procurar ou mesmo exigir determinada marca, pagando a mais por ela. Em geral, o que se vê é
um comprador insatisfeito com o produto que adquire, de qualidade inferior e que
normalmente não atende às especificações normativas (nos casos em que esta normalização
existe).
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1.1 Objetivos
1.2. Metodologia
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A argila é utilizada como material de construção desde 4.000 a.C., mas não se
sabe ao certo época e local de origem do primeiro tijolo. O homem teria passado a usar blocos
secos ao sol quando as pedras naturais começaram a ficar escassas. O registro mais antigo de
um tijolo foi encontrado nas escavações arqueológicas na cidade de Jericó, no Oriente Médio,
datado do período Neolítico inicial (ANICER, 2002).
Dados divulgados pelo IBGE, em 2008, a Agropecuária foi a atividade com maior
crescimento, 5,8%, enquanto a Indústria cresceu 4,3%. Dentre os subsetores da Indústria, a
maior alta foi na Construção Civil (8,0%). A Extrativa Mineral subiu 4,3%, em decorrência,
principalmente, do crescimento na produção de petróleo e gás. Para 2009, segundo as
estimativas do Sindicato da Construção Civil de Grandes Estruturas no Estado de São Paulo
(Sinduscon-SP), o PIB deve crescer 3,8% e a construção civil, 4,7%.
a) Cerâmica Vermelha
Compreende os materiais com coloração avermelhada, empregados na construção
civil, tais como tijolos, blocos, telhas, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos e argilas
expandidas, e utensílios de uso doméstico e decorativos.
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c) Cerâmica Branca
Compreende os materiais constituídos por um corpo branco recoberto por camada
vítrea transparente e incolor. Foram assim agrupados por causa da cor branca da massa,
necessária por razões estéticas e/ou técnicas. São as louças sanitárias, as de mesa, os
isoladores elétricos e as cerâmicas artísticas, bem como as de finalidade química, elétrica,
térmica e mecânica.
d) Materiais Refratários
Materiais com a capacidade de suportar ciclos repetidos de aquecimento e
resfriamento, a temperaturas elevadas, o que envolve esforços mecânicos, ataques químicos e
outras solicitações. Para suportá-las, vários tipos diferentes de refratários foram
desenvolvidos, a partir de diversas matérias-primas ou associações entre elas. Dessa forma,
podem ser categorizados quanto à matéria-prima ou ao componente químico principal:
silicosos, aluminosos, silicoaluminosos, cromítico-magnesianos, zircônicos, dentre outros.
e) Isolantes Térmicos
Os isolantes podem ser classificados em: (a) isolantes térmicos não-refratários; e
(b) fibras ou lãs cerâmicas, com características físicas que os permitem suportar temperaturas
de utilização acima de 2000ºC.
f) Fritas e Corantes
Frita é um vidro moído, fabricado a partir da fusão de diferentes matérias-primas.
É aplicado à superfície do corpo cerâmico que, após a queima, adquire aspecto vítreo. Este
acabamento é meramente estético, mas torna a peça impermeável e aumenta a resistência
mecânica. Corantes são óxidos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos, obtidos por
calcinação e moagem, adicionados aos esmaltes (fritas) e aos biscoitos cerâmicos.
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g) Abrasivos
Alguns abrasivos são obtidos a partir de matérias-primas cerâmicas e por
processos semelhantes aos da cerâmica. Podem ser citados o óxido de alumínio eletrofundido
e o carbeto de silício.
Blocos estruturais (ou portantes) são os que, além de exercer função de vedação,
também constituem a estrutura resistente da edificação, podendo substituir pilares e vigas de
concreto. Utilizados com furos sempre na vertical, apresentam elevada resistência mecânica e
dimensões padronizadas, fazendo com que a Alvenaria Estrutural concorra diretamente com
um sistema construtivo muito tradicional no Brasil, o concreto armado.
Grãos com grandes dimensões (até 600mm) devem ser pré-triturados, até que
estejam compatíveis com as dimensões das bocas de alimentação dos moinhos primários (até
200mm). Em função da dureza, trabalhabilidade e triturabilidade, as argilas podem ser
categorizadas na escala de Mohs, em Duras (6-7 Mohs), Semiduras (5-6 Mohs) ou Moles
(menor que 4 Mohs) (DANTAS NETO, 2007). A condição ideal para a aplicação da moagem
é que a argila seja cotada como dura ou semidura e apresente umidade não maior que 18%.
De outra forma, pode-se fazer uso das diversas metodologias de preparação disponíveis,
mecanizadas ou não.
O gerenciamento das variações das massas advindas das jazidas tem despontado
como um dos cuidados primários com o material. A partir do estudo das propriedades das
argilas, é possível ir ‘otimizando’ a massa gradativamente, a fim de obter melhor
comportamento físico, plasticidade e características mecânicas finais da peça.
Segundo o professor Amando Alves Oliveira, da Escola Senai Mario Amato (SP),
a etapa de descanso da massa, por um ou dois dias, coberta por lona preta, é mais importante,
por exemplo, do que o uso de boquilhas de excelente qualidade. A regulagem dos
equipamentos na fábrica é apenas a ‘sintonia fina’ da produção, devendo eles ser ajustados
depois que se garantiu a adequada preparação da massa e os ensaios laboratoriais necessários.
plástica, é colocada numa extrusora a vácuo, também conhecida como maromba, onde é
compactada e forçada, por um pistão (eixo helicoidal), a passar através da boquilha. Obtém-
se, então, uma coluna extrudada, com seção transversal no formato e dimensões desejados,
que é, em seguida, cortada, obtendo-se, assim, as peças: tijolos furados, blocos, tubos, telhas
etc. No caso das telhas, há ainda a etapa da prensagem, tornando a fase de extrusão
intermediária no processo.
Durante a queima, que pode variar de alguns minutos a vários dias, ocorre uma
série de transformações: perda de massa (por perda de água), desenvolvimento de novas fases
cristalinas e soldagem dos grãos. A resistência mecânica, a contração linear, a absorção e a
porosidade são aspectos adquiridos não só pela boa uniformidade e controle da massa argilosa
e perfeita secagem, mas, também, a partir da boa operação do forno (ANICER, 2008).
Atualmente, o forno tipo Túnel é tido como um dos melhores pela maioria dos
ceramistas, por garantir baixo consumo energético aliado à uniformidade de queima, o que
resulta em produtos com a mesma tonalidade e boa qualidade. Mas já existe, no mercado, uma
versão melhorada, dotada de isolamento das porções inferiores do vagão com água, para
minorar ainda mais as perdas de calor (ANICER, 2009a).
Tipos de Fornos
Os fornos podem ser Intermitentes ou Contínuos. A seguir, apresenta-se a
classificação dos tipos de Fornos, com algumas de suas principais características, proposta
pela Anicer (2009a).
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Fornos Intermitentes
Os fornos intermitentes são especialmente concebidos para a queima de pequenos
volumes de peças cerâmicas. Citam-se, aqui, os mais comuns no país: paulistinha e abóbada.
Forno Paulistinha
É retangular, com queimadores laterais. Muito utilizado para a queima de telhas,
mas é pouco econômico e difícil de operar. Importa verificar a relação custo/benefício e
monitorar a distribuição do calor, que, se irregular, pode gerar peças com cor e resistência
diferentes, mesmo num mesmo lote. Para melhores resultados, deve-se manter a constância da
velocidade de queima.
Forno Abóbada
Um dos melhores para telhas, mesmo com deficiências de qualidade e
produtividade. É econômico, de fácil operação e se adapta bem a qualquer combustível. Não
oferece calor nas laterais nem controle de registros e a velocidade de aquecimento é muito
alta, havendo risco de requeima do material. É imprescindível garantir a velocidade de
aquecimento, a alimentação das fornalhas e as condições dos componentes mecânicos.
Fornos Contínuos
São econômicos e de operação simples. O carregamento e descarregamento das
peças é continuado, sem interrupções. Destinam-se a grandes capacidades de produção e
exigem bastante conhecimento técnico do operador. São descritos o Hoffmann e o Túnel.
Forno Hoffmann
É o mais comum forno do tipo contínuo na queima de blocos, muito econômico e
de manuseio simples, apresentando boa produtividade e baixo consumo de energia. Usa o ar
quente proveniente das câmaras antecessoras nas seguintes, já que todas são interconectadas.
Os cuidados residem na possibilidade de requeimas na soleira (parte inferior) e queima
insuficiente no teto, falta de oxigenação das porções laterais e ocorrência de peças com trincas
de secagem. Controlar as passagens de ar quente e não manter observação constante durante a
queima são diretrizes importantes na operação deste tipo de forno.
Forno Túnel
Oferece ótimo rendimento operacional e energético. A movimentação das peças é
feita em carros metálicos (vagonetas), sobre os quais é montada uma base cerâmica, onde são
arrumadas as pilhas de peças. Neste modelo, o ar quente que está saindo da zona de
resfriamento pode retornar à zona de combustão ou auxiliar na secagem das peças. É preciso
manter limpa a saída da chaminé e evitar barreiras que atrapalhem a circulação das vagonetas.
3. O SETOR OLEIRO-CERÂMICO
“Ao longo dos anos, percebemos nitidamente a ampliação do foco. Se antes valia a
qualidade, agora os setores buscam uma imagem completa e que reúna conformidade,
respeito ao meio ambiente, saúde do trabalhador e a melhor relação custo-benefício”
Ricardo Kelsch
Diretor da Anicer
Além da importância econômica, a ICC tem papel social de relevância, tanto pela
capacidade de diminuição do déficit habitacional brasileiro como por seu potencial de geração
de emprego e renda. Por sua vez, o SOC nacional participa com fatia substancial nas riquezas
geradas pela ICC, empregando milhões de pessoas, direta e indiretamente, com faturamentos
que giram na casa dos bilhões anuais (SEBRAE, 2008b; BUSTAMANTE e BRESSIANI,
2000). Após período de retração e recente retomada do crescimento, os prognósticos são
animadores.
consideradas até então como de menor importância, como a embalagem de seus produtos e a
movimentação dos estoques nas revendas e canteiros de obras (adotando a paletização, por
exemplo). Ademais, foram motivo de ricas discussões a necessidade de marketing nas
revendas, a redução dos prazos de entrega e a flexibilização das linhas de produção
(customização de produtos para o consumidor final), além das restrições ao consumo de
energia elétrica, tanto por conta de tarifas mais caras como pela ameaça de um possível
racionamento.
A maior parte das empresas no SOC são familiares, de micro, pequeno e médio
portes, com processos produtivos tecnologicamente defasados. Espalhadas por todo o país, em
geral, elas se concentram em regiões com disponibilidade de matéria-prima e distribuem sua
produção pelo modal rodoviário. Os custos com combustíveis para a etapa da queima são os
mais significativos, disputando com os relativos à mão de obra, em geral, pouco qualificada e
com alto índice de rotatividade (SEBRAE/MG, 2005).
voltados ou não para o turismo, tem aumentado a demanda por materiais cerâmicos nestas
regiões, o que tem atraído novas empresas (pequenas e médias), em especial nos Estados da
Região Nordeste.
Para garantir resposta a este novo fôlego da construção civil, na ponta da cadeia
produtiva estão as revendas que, segundo a Anamaco, representavam, em 2005, quase 2
milhões de empregos distribuídos em 105 mil lojas, de pequeno e médio porte, realizando o
escoamento de 77% da produção brasileira de produtos para a construção. Já em 2008, os
estabelecimentos formalizados, 52% deles na Região Sudeste e 19%, na Nordeste, faturaram
43,23 bilhões de reais, correspondendo a 72% da fatia do PIB relativa aos Materiais de
Construção (ANAMACO, 2009).
modo que ele seja capaz de ‘comportar’ a demanda existente. Ao menos, não permitindo que
o déficit aumente.
O programa “Minha casa, Minha Vida”, lançado pelo Governo Federal em março
de 2009, como parte do Plano Nacional de Habitação (PNH), trouxe nova carga às baterias da
ICC, ainda sob os efeitos da crise mundial iniciada nos Estados Unidos. Por meio do
investimento na ICC, o programa deve estimular a geração de emprego e renda, com a meta
de construção de um milhão de novas unidades para famílias com renda de até 10 SM.
O ‘Minha Casa, Minha Vida’ deve gerar oportunidades para pequenas, médias e
grandes empresas, com os recursos empregados na construção de casas/apartamentos, para o
público com renda familiar da até 3 SM, nos municípios com mais de 100.000 habitantes e
regiões metropolitanas, somados ao montante destinado ao financiamento de imóveis novos
ou em construção/lançamentos, para famílias de renda de até 10 SM.
Para promover justiça social, a moradia digna é uma das mais importantes
ferramentas para a construção da cidadania. Nesse sentido, o fomento da construção de
moradias, além de ter papel estratégico para a regularização fundiária urbana e para diminuir
o déficit habitacional, impacta diretamente o setor ceramista, na medida em que a esmagadora
maioria das alternativas construtivas no Brasil adota materiais cerâmicos, seja em alvenaria de
vedação ou na estrutural.
isolamento no forno provocam perdas de calor e, uma vez detectadas, devem ser corrigidas de
imediato.
O SOC fornece à ICC insumos para que esta leve infraestrutura a regiões carentes.
Predominantemente composto por micro e pequenas empresas, emprega muita mão de obra,
apesar de ainda pouco qualificada, e tem como um de seus grandes problemas, a
informalidade. Esta se deve à sua ‘pulverização’, dado que milhares de concorrentes disputam
espaço no mercado, em praticamente todos os municípios brasileiros. Mesmo com a
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A preocupação com a SST pode gerar economias ou gastos extras. Vai depender
da visão e da responsabilidade do empregador. Atualmente, são 31 normas regulamentando as
atividades laborais no Brasil, sendo o trabalhador em extração de argila de Risco Nível 4, na
escala do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
(SESMT); quem lida com a fabricação de produtos cerâmicos é risco nível 3.
saúde, ele também deve cuidar bem da empresa. Instala-se, a partir daí, uma rede de
solidariedade, criando condições para outras ações de saúde preventiva, agregando qualidade
de vida ao trabalho (ANICER, 2007f).
Para SEBRAE (2008), para tijolos, blocos, telhas e tubos cerâmicos, a maior
pressão competitiva não vem de concorrentes diretos, mas de produtos substitutos: feitos a
partir de matérias-primas e processos produtivos diferentes, com “características físicas, de
aplicação e mercadológicas diferenciadas, mas que, de alguma forma, atendem às mesmas
necessidades que os produtos feitos de cerâmica vermelha”. Dentre estes, podem ser citados o
cimento e materiais como o PVC.
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pertinentes, de modo que estes atores tenham condições de convergir para objetivos comuns.
Desta ‘modernização’ de pensamento depende a sobrevivência da indústria ceramista
brasileira; em não sendo implementada a contento, as empresas menores, em especial as
familiares, com produção eminentemente manufatureira, estarão correndo sério risco de ir à
falência.
De acordo com Dotta (2004), desde os anos 80 tem sido observada uma ação
continuada em prol da qualidade e da produtividade na construção civil de um modo geral,
promovida por empresas privadas, entidades de classe, universidades e empresas de
consultoria, culminando com a ‘onda’ de implantação de sistemas de gestão da qualidade. A
participação dos diferentes atores no processo promoveu a disseminação e implementação
efetiva dos conceitos e metodologias da qualidade, já que as relações entre todos os agentes
da cadeia produtiva era absolutamente necessária. E isto não tomou vulto da noite para o dia;
exigiu dedicação de tempo e a realização programas continuados, capazes de suplantar,
principalmente, o conflito de interesses entre eles.
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Para o MDIC (2001, apud JOBIM e JOBIM FILHO, 2006), a Cadeia Produtiva
(CP) é “o conjunto de atividades econômicas que se articulam progressivamente, desde o
início da elaboração de um produto (inclui as matérias primas, máquinas, equipamentos,
produtos intermediários) até o produto final, a distribuição e comercialização”.
Para materiais de construção, Souza et al. (1993, apud JOBIM e JOBIM FILHO,
2006) separam as cadeias produtivas em 5 grandes grupos:
Para alcançar sua estratégia competitiva, as empresas podem optar por três
Estratégias Genéricas consistentes, isoladas ou de forma combinada, para criar uma posição
de mercado que seja defensável a longo prazo e permita superar seus concorrentes (PORTER,
1986 apud COSTA e TOLEDO, 2008). Para estes autores, as abordagens estratégicas
genéricas podem se basear na Liderança no Custo Total (custos ou preços mais baixos), na
Diferenciação (produto exclusivo ou customizado) ou no Enfoque (priorizando um segmento
em especial do mercado).
Isto pode ser materializado através, por exemplo, de estudos prospectivos, que
têm por objetivos, de acordo com Abiko et al. (apud BRASIL, 2003) em estudo sobre a
construção civil brasileira para o MDIC, “propor ações na própria cadeia e nos ambientes
institucional e organizacional, visando o aumento da eficiência da cadeia, da competitividade
dos seus segmentos e a melhoria da qualidade dos produtos intermediários e final”. Neste
aspecto, o MDIC implantou um Comitê Gestor do Estudo Prospectivo Setorial aplicado à
Construção Civil, em parceria com diversas instituições, tais como o Ministério das Cidades
(MC), Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI), BNDES, CEF, INMETRO, SEBRAE, SENAI e ABRAMAT, com o
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Nos Estados brasileiros, diversos APLs podem ser reconhecidos, ainda que não
sejam oficialmente cognominados de APLs. O MDIC mantém um setor específico para o
desenvolvimento da produção baseado em APLS e afirma ser possível reconhecer sua
existência a partir de “um conjunto de variáveis, presentes em graus diferentes de
intensidade” (MDIC, 2009). Pelo Termo de Referência para Política de Apoio ao
Desenvolvimento dos Arranjos Produtivos Locais, elaborado pelo Grupo de Trabalho
Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL), um APL deve ter: (a) Número
significativo de empreendimentos no território e de indivíduos que atuam em torno de uma
atividade produtiva predominante; e (b) Compartilhar formas percebidas de cooperação e
algum mecanismo de governança (MDIC, 2009).
A lógica dos APLs parte da premissa de que diferentes atores locais (empresários
individuais, sindicatos, associações, entidades de capacitação, de educação, de crédito, de
tecnologia, agências de desenvolvimento, entre outras) podem se mobilizar de forma
organizada e identificar demandas coletivas em um Plano de Desenvolvimento coletivo; por
iniciativa própria ou de entidades relacionadas.
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O apoio aos APLs é consequência de uma nova visão das políticas públicas de
desenvolvimento, em que a organização local passa a ser a promotora econômica e social na
região considerada para a geração de emprego e renda. É hoje consensual a ideia de que
políticas de fomento a MPEs são mais eficazes se direcionadas a conglomerados de empresas
ao invés de a empresas individualmente. Seus ‘portes’ deixam de ser o foco, porque
interessam mais as vantagens decorrentes da associação entre elas. Muito mais do que os
lucros auferidos por cada uma isoladamente.
como meio para alcançar a redução de custo da produção e do produto final, mantendo ou
melhorando sua qualidade”, além de facilitar a capacitação de mão de obra, elevando seu
nível técnico, e de ser imprescindível às exportações e importações.
Para blocos cerâmicos, duas Normas tratam dos requisitos e uma, da metodologia
de ensaio. Já para telhas, a NBR 15.310 – Componentes cerâmicos - Telhas - Terminologia,
requisitos e métodos de ensaio (2005) é um texto normativo único, que abrange requisitos e
métodos de ensaio, substituindo mais de dez Normas anteriormente vigentes.
Em 2005, o setor ceramista acertou com a ótima fase da ICC nacional, recebendo
o crescimento da economia e os investimentos em habitação. A entrada em vigor das novas
Normas Técnicas, que tiveram como principais indutores os PSQs do PBQP-H, obrigou os
ceramistas a ser mais cuidadosos com o processo produtivo e mais rigorosos quanto à
qualidade, trazendo parâmetros que ofereciam maior clareza e entendimento, facilitando a
aplicação dos materiais, favorecendo tanto o fabricante quanto o consumidor final (ANICER,
2005b). A vantagem prática é que este pode encontrar produtos com as mesmas características
em qualquer parte do país.
4.4. PBQP-H
“Se você for pequeno, tiver poucos recursos, mas tiver qualidade, ninguém te derruba”
Paula Regina Marchi de Souza
Cerâmica Maristela, Leme (SP)
dos materiais fabricados em suas instalações. A certificação é uma das formas de avaliar e
garantir a conformidade, mas é preciso estar consciente de que esta ação certamente significa
mudanças na linha de produção. E é preciso que a empresa aspirante esteja disposta a isto.
A normalização foi excelente para a adequação do SOC, mas, para o consumidor
final, o que realmente pesa na escolha é o preço. Por conta deste aspecto mercadológico,
alguns ceramistas não enxergam relação direta entre a adesão ao PSQ e o retorno comercial,
ainda argumentando a respeito dos investimentos necessários para a obtenção desse nível
normativo mínimo de qualidade. Entretanto, é patente que, com as crescentes exigências em
cima da qualidade, especialmente pelos grandes ‘empreendedores’ da habitação no país, tais
como a CEF, quem não estiver adequado às normas, está automaticamente fora da
concorrência.
O esforço das empresas em aderir ao PSQ e se qualificarem é percebido através
dos investimentos em inovação tecnológica, racionalizando, barateando e melhorando seus
produtos, objetivando, como retorno, a rentabilidade. No entanto, a não-continuidade das
ações entrava o processo. O ideal seria que fossem implementados projetos, com
planejamento consistente e duradouro, em prol da qualidade e produtividade.
Quanto aos Níveis de Qualidade do PSQ, têm-se os Obrigatórios e os Voluntários,
brevemente descritos a seguir:
Obrigatórios:
• Nível 1 – Identificação com os dados do fabricante e do produto. Na adesão, a
empresa se compromete a atender o requisito, e, após 3 meses, deve encaminhar laudo
laboratorial positivo (renovado trimestralmente);
• Nível 2 – Cumprimento do nível anterior e das características visuais e
geométricas (dimensionais); e
• Nível 3 – Cumprimento dos níveis anteriores e das características físicas e
químicas de absorção e de resistência à compressão.
Voluntários:
• Nível 4 – Avaliação de Conformidade do Produto no âmbito do Sistema Brasileiro
de Avaliação de Conformidade (SBAC – Inmetro), realizado pelos Organismos
Certificadores Credenciados (OCCs).
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5. MEIO AMBIENTE
Desde que existe sobre a face da terra, o homem vem atuando sobre o meio
ambiente, de transformando-o; de modo passivo ou intervenientemente, a depender da época.
Foi com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, que o homem passou a ser agente
eminentemente modificador, deixando de apenas desfrutar para alterá-lo.
Após milênios de ação antrópica alterando a dinâmica da natureza, os efeitos
começam a ser sentidos mais fortemente. O homem finalmente percebeu que é parte da frágil
cadeia que sustenta a vida na Terra, e, embora intervindo mais do que usufruindo do meio em
que vive, já tem dado sinais de mobilização para a redução dos impactos provocados.
A necessidade de se repensar o modelo de desenvolvimento vigente é premente e
a sociedade e o poder público, como agentes de pressão sobre o desempenho ambiental das
empresas, desempenham papel fundamental. Ultimamente, também o mercado econômico se
tem engajado nesta luta, tornando-se mais um agente. Isto se deu mais intensamente com a
popularização dos produtos orgânicos, os certificados com Green Seal ou FSC (Forest
Stewardship Council) e os advindos do comércio justo e solidário (Fair Trade), relacionados
com o chamado ‘consumo responsável’: eticamente corretos, cuja elaboração não envolve a
exploração de seres humanos, animais e não provoca danos ao meio ambiente (WIKIPEDIA,
2009).
Impacto ambiental pode ser definido como o “desequilíbrio (...) resultante da
ação do homem sobre o meio ambiente (...) ou resultado de acidentes naturais” (ARAÚJO
JR., 2006). Dentre todos os impactos provocados pelo homem, um dos mais gritantes é a
devastação de biomas. No Brasil, o cerrado, a mata atlântica e a caatinga têm sido os mais
atingidos, isto sem mencionar o caso da Amazônia, que vem sendo progressivamente
carcomida pela extração ilegal de madeira e áreas para atividades agropecuárias.
No que diz respeito ao SOC, a atividade de mineração, não raro feita
clandestinamente, e a retirada de mata nativa para obtenção de lenha (combustível para os
fornos), provocando o processo chamado de desertificação, são os impactos principais.
62
Destaca-se, também, a crise energética por que passa o setor, bem como as ações mitigadoras,
a exemplo do uso de combustíveis alternativos e da comercialização de créditos de carbono.
Os ecossistemas têm enorme capacidade de regeneração quando os impactos são
esporádicos, descontínuos ou localizados, mas a continuidade dificulta sua recuperação, que
deve ser tomada como compulsória, a fim de preservá-los para as gerações vindouras. E esta
recuperação passa por três estágios concomitantes: definir um objetivo exequível,
conscientizar os indivíduos e mudar o modelo de desenvolvimento.
Quanto a isto, o SOC pode contribuir por meio da elaboração de guias de boas
práticas, da elaboração de diagnósticos setoriais com foco ambiental, da recuperação de áreas,
da entrada massiva no mercado de carbono – a exemplo do que já vem acontecendo com
algumas poucas indústrias do setor –, e da participação em fóruns e conselhos ambientais.
por todos os setores e quase 50% de todo o consumo de energia pelo setor cerâmico. O gás
natural correspondeu a 56,5% e o óleo combustível, a 6,6% (SEBRAE, 2008).
Os principais problemas ambientais causados pela queima da lenha são a
produção de cinzas, de óxidos de enxofre, de nitrogênio e de carbono (CO2), agentes
provocadores de chuva ácida e efeito estufa. Ademais, a lenha apresenta baixo rendimento
energético, impactando negativamente na qualidade e padrões técnicos dos produtos,
resultando em até 30% de perda. Mas os embaraços em torno da lenha não param por aí. Em
2008, as cerâmicas do Estado do Amazonas foram fiscalizadas na Operação Fogo Limpo,
promovida pela Polícia Federal e Ibama, resultando na autuação de algumas delas, por
funcionamento sem licença ambiental e uso de madeira ilegal. Em protesto, os empresários
decidiram paralisar as fábricas por tempo indeterminado. A adesão de quase todas as trinta
empresas que compõem o setor no Estado provocou a escassez de produtos e a paralisação de
diversos canteiros de obras. Do diálogo entre ceramistas, Aceram, Anicer e Secretaria
Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, surgiu o Grupo de Trabalho
Chama Verde, que tem a meta de encontrar soluções temas ambientais de interesse do SOC
amazonense. Entre as soluções pensadas pode-se citar o aproveitamento de resíduos de
madeira do pólo industrial e o uso de gás para abastecer os fornos (ANICER, 2008d).
A fonte de energia térmica é corresponsável pela qualidade na indústria cerâmica.
O SOC deve, então, empregar esforços na implementação do uso de combustíveis alternativos
e no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos para tanto, a fim de minimizar os
impactos ambientais e os desperdícios/perdas durante o processo produtivo.
Em relação aos combustíveis tradicionais, o gás natural tem como principal
vantagem a qualidade do produto final, já que o controle da temperatura dos fornos é mais
rigoroso e a chama constante permite a queima uniforme das peças. Além disso, sua utilização
torna o chão-de-fábrica mais limpo, reduz os custos com energia elétrica, exige menos mão de
obra e aumenta a vida útil dos equipamentos e a produtividade, por redução dos tempos de
secagem e queima.
A substituição da lenha como fonte energética no SOC é algo natural e certo, em
função das questões ambientais e legais envolvidas. Problemas como a desertificação,
provocada pela extração de mata nativa, uma das principais causas de desmatamento,
seguramente é um dos problemas de maior relevância, já sendo motivo contundente de
preocupação. Além de preservar o meio ambiente, a utilização do GNC como fonte energética
promove redução do desperdício de matéria-prima em até 50% (em comparação com a lenha).
64
O GNC tornou-se uma vantagem competitiva para o setor cerâmico, já que o custo
do combustível representa cerca de 30% do valor do produto acabado e, em alguns casos, até
mais que isso, devido aos constantes reajustes. As empresas poderão, portanto, oferecer um
produto mais competitivo e melhor acabado, com elevada resistência mecânica, baixa
porosidade e uniformidade.
Mas, apesar da malha brasileira de gasodutos estar relativamente bem instalada,
isto não significa que sua utilização esteja disseminada. O status quo do SOC, altamente
defasado em termos de equipamentos e tecnologias – à exceção de alguns poucos casos –, vai
exigir altas somas em investimentos para a adequação à nova fonte energética. A instalação da
rede de gasodutos e dos fornos próprios para a queima de gás natural só compensariam os
gastos com a implantação se os produtores estivessem unidos, a fim de compartilhar os
custos, podendo, assim, comprar o combustível a um custo baixo e competitivo. Infelizmente,
ainda são poucos os pólos de produção cerâmica com organização suficiente para
implementar toda esta mudança. E isto se deve, em parte, à pulverização e à cultura do
individualismo no SOC brasileiro. No entanto, um APL, quando em estágio avançado de
organização, é excelente alternativa, dado que a entidade, enquanto pessoa jurídica de direito
particular e em nome da coletividade que representa, arca com os custos e, obviamente,
recebe os benefícios supervenientes, compartilhando-os a posteriori. Uma alternativa de
financiamento da compra dos equipamentos necessário são as linhas de crédito do BNDES,
por exemplo, por meio de seus agentes financeiros, mas com carência e prazos mais longos,
dado que os atuais não são compatíveis com a realidade das pequenas empresas que compõem
o setor.
O Instituto Nacional de Tecnologia (INT) foi contratado pela Petrobras para
elaborar relatório técnico, a partir de visitas a cerâmicas que adotam o GNC, a fim de apontar
os prognósticos para o SOC, que vem passando por recorrentes crises energéticas.
Identificando os benefícios com a adoção do gás natural e os principais entraves ao uso em
escala industrial, a Petrobras pretende investir em infraestrutura cerca de 6 bilhões de dólares
até 2010, em parceria com as associações e entidades representativas (ANICER, 2005d).
Dando continuidade a esta iniciativa, com o apoio da RedegásEnergia (Petrobras),
o Projeto Cerâmica Vermelha promoveu a conversão de fornos Túnel e Intermitente ao GNC.
As primeiras cerâmicas a operar eram do Estado de Santa Catarina (Cerâmicas Heinig e
Solar), que queimavam com serragem e óleo BPF, recuperado de navios. As adaptações
realizadas nos fornos, para otimizar o consumo, foram obtidas com o auxílio de programas de
simulação numérica, modelando diferentes cenários do processo de queima, a fim de achar a
65
solução mais viável dentre inicialmente propostas (dados de entrada). No forno tipo Túnel, a
opção mais interessante foi o isolamento, feito com camada de cinzas de casca de arroz,
contida por parede externa de tijolos. O consumo foi reduzido de 582kcal/kg para 477kcal/kg
de material queimado e a produção aumentou em 20%. No forno Intermitente, que queimava
óleo BPF, a adaptação resultou na necessidade de isolamento externo da abóbada, provocando
queda do consumo de 2.000kcal/kg para 1.748kcal/kg. Os ganhos em qualidade do produto
final resultaram em incremento de 13% na arrecadação, apesar de o consumo ter permanecido
elevado, característica bem peculiar deste tipo de forno (ANICER, 2005c).
Destaca-se, também, a importância da indústria de equipamentos, imprescindível
para garantir a evolução contínua das fábricas e dos parâmetros do processo produtivo.
Atualmente, já existem pesquisas para o desenvolvimento de processamentos térmicos
menores, com consumo reduzido de energia. Ao aprimorar-se pela padronização dos produtos
e o aumento da qualidade a fim de se manter competitivo, com a atual escassez da lenha para
fornos, o SOC caminha para a adoção progressiva dos fornos do tipo Túnel e a substituição de
secadores e fornos que utilizem derivados de petróleo por equipamentos que queimem
combustíveis gasosos.
Como se pode perceber, as distribuidoras de gás natural não podem ignorar o
potencial de mercado que tem o segmento da cerâmica vermelha. O fato é que a demanda, a
necessidade por gás natural existe, mas a maioria das empresas ainda não esta preparada nem
possui equipamentos para o uso. Seguramente, dentro da próxima década, já estarão sendo
colhidos os frutos dos esforços empregados pelas entidades ceramistas nacionais em prol da
organização, da qualidade e da inovação tecnológica, de modo que o gás se torne uma
alternativa real ao uso da lenha.
Os projetos de geração de energia a partir do bagaço de cana-de-açúcar
representam um diferencial para o Brasil, pioneiro em biocombustíveis. Bastante tímida
diante do potencial, a bioeletricidade tem participação na matriz energética brasileira de 3%, o
que equivale a aproximadamente 1.400MW, com metas de, para 2020, mais de 14.000MW
(TAVARES, 2009).
Segundo a Associação Paulista de Cogeração de Energia (COGEN-SP), o setor
sucroalcooleiro deve investir 45 bilhões de reais em projetos de cogeração até 2015. E se a
produção de etanol e açúcar aumenta, cresce, na mesma proporção, o potencial de energia
elétrica gerada a partir da queima do bagaço, que, no biênio 2005-2007, cresceu cerca de
20%, abrindo-se para a comercialização de créditos de carbono (TAVARES, 2009).
66
5.2. Mineração
não ter proibido integralmente a mineração nas APPs, considerou “as atividades de pesquisa e
extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente” como
sendo de interesse social, não podendo, portanto, atuar em veredas, manguezais, dunas
vegetadas e nascentes, inviabilizando a produção em empresas de menor porte.
A recuperação é uma exigência feita ao minerador e é tão necessária quanto a
própria atividade e a modificação do ambiente inerente a ela. Passa a recuperação por três
estágios: a) mitigar os impactos produzidos; b) reabilitação da área ao estágio inicial; e c)
compensação, por parte da empresa, dos impactos que não puderem ser eliminados (ANICER,
2007f).
O Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) criou, em 2003, um
grupo para elaborar uma proposta para o Manual de Desativação de Empreendimento
Mineiro, com o fim de aperfeiçoar a atuação, fiscalização e controle da atividade minerária,
além de orientar quanto aos documentos de apresentação obrigatória aos órgãos cabíveis
(DNPM, Ibama, Secretarias de Meio Ambiente etc.). Instituiu, também, a Compensação
Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), paga ao Estado em função do
usufruto econômico dos recursos minerais. Para os mineradores de argila, a compensação é
calculada sobre o valor do faturamento líquido, obtido na venda do produto mineral,
deduzindo-se os tributos e as despesas com frete e seguros.
Empresários das regiões do Vale do Açu e Apodi (RN) realizaram a recuperação
da área extraída, após seu ‘esgotamento’, com resíduos sólidos (ANICER, 2007). Outras
idéias para a recuperação existem, a exemplo do uso de resíduos de construção civil (RCC)
nas áreas exploradas e a construção de tanques para piscicultura.
Os grandes desafios do SOC em relação à mineração são as restrições da
legislação ambiental, a morosidade e excessiva burocratização dos órgãos reguladores, a
pouca informação dos empresários a respeito de seus direitos e obrigações, a informalidade e
a carga fiscal excessiva, licenciamento ambiental demorado e caro, baixa capacitação
tecnológica e o difícil acesso à informação e ao crédito (ANICER, 2006). E segundo o
pesquisador da Unicamp, Hildebrando Herrmann (apud ANICER, 2006), os principais erros
dos empresários voltados à legislação mineral são: operar sem licença ambiental, usar madeira
e carvão sem comprovação de origem, explorar ou danificar floresta nativa e não recuperar a
área, a falsidade em estudo ambiental, a destruição de vegetação de preservação especial não
passível de supressão e a não entrega dos relatórios anuais, além do impedimento da atuação
em veredas, dunas, manguezais, restingas e nascentes; ações que implicam na
responsabilização criminal, administrativa e cível do empresário infrator.
71
Dentre as ações para alcançar tal feito, podem ser destacadas, por exemplo: a
produção de peças em conformidade com as Normas Técnicas, de produtos segundo o
conceito de coordenação modular – que não necessitam de corte, minimizando o desperdício,
podem dispensar o uso de juntas verticais e promovem economia na massa de assentamento e
reboco –, transporte em pallets, além de popularizar a racionalização do que a empresa já tem
montado, em funcionamento, e corrigindo erros detectados em um diagnóstico que envolva
desde a direção ao chão-de-fábrica.
Os gastos com energia têm peso considerável na planilha de custos da indústria
cerâmica, sendo a aquisição de lenha e a energia elétrica os itens mais importantes. Além de
enfrentar a concorrência com outros ramos industriais também consumidores de madeira
(como matéria-prima ou fonte de energia), estes conseguem ‘bancar’ preços mais elevados,
porque fabricam produtos com maior valor agregado e em escalas de produção mais vultosas.
A lenha utilizada no Nordeste brasileiro provém da caatinga. No entanto, por
força da extração ilegal e desordenada de mata nativa, já vem se tornando motivo de
preocupação o processo de desertificação de algumas áreas no Nordeste; não apenas pela
extração da vegetação, mas, também, da argila. Na região de Seridó (RN), o processo, já em
estágio bastante avançado, tem despertado as atenções de técnicos. O volume de lenha
consumido mensalmente no Estado equivale a uma área de mata nativa do tamanho da capital,
Natal.
Segundo a Convenção das Nações Unidas de combate à desertificação (2005),
desertificação é a “degradação de terras nas zonas áridas, semiáridas e sub-úmidas secas,
resultantes de vários fatores, incluindo as variações climáticas e as atividades humanas”.
Mas, na realidade, os grandes responsáveis pelo desmatamento no país são a
agricultura intensiva e a pecuária, o que leva a concluir que outros setores produtivos –
incluindo o SOC – não devem, portanto, ser ‘penalizados’ com as sanções e encargos
advindos dos impactos provocados massivamente por estas duas atividades.
A substituição da lenha esbarra, por exemplo, na necessidade de investimentos
para a adaptação ou aquisição dos fornos. A substituição da lenha por GNC ou óleo BMF
demandam investimentos e a maioria das empresas não dispõe de recursos para tal cousa.
Conseguintemente, é muito provável que o SOC continuará altamente dependente da oferta de
lenha, o que deve ser evitado, a partir do incentivo ao reflorestamento. Na Europa, para
diminuir o consumo durante a queima, algumas empresas têm adotado aditivos que atuam
como fundentes e queimadores de alta velocidade (ANICER, 2008e).
75
Outra consideração a ser feita é a respeito da pressão dos órgãos ambientais sobre
o SOC, para que quem utiliza lenha em seu processo produtivo reponha as áreas exploradas, o
que vai além da necessidade de garantir lenha para a queima. Diante das altas nos preços de
outros combustíveis, volta e meia a lenha é novamente empregada. De fato, a reposição é
premente, mas implica em custos com os quais a maioria das empresas não arcar, donde surge
a ‘saída’, conferida pelo legislador: a associação de reposição florestal. A opção terceirizada é
permitida para consumidores que demandem até 4 mil metros cúbicos de carvão/ano ou 12
mil metros cúbicos de lenha/ano.
As empresas do SOC começam a atuar no cenário da eficiência energética, com
redução do consumo e corte nos custos. Para isso, realizam troca de equipamentos defasados,
pagando obviamente pelos custos associados, e readequam seus horários, fugindo dos de pico
(tarifas mais baratas). A possibilidade de um novo apagão existe, mas hoje o Brasil dispõe de
recursos de que não dispunha em 2001. Atualmente, a transferência de energia entre regiões é
viável e há outras opções de geração, o que diminui o risco de racionamento.
A eficiência energética, então, tem como benefícios a segurança no abastecimento
de energia, a eficiência econômica e ainda ajuda a mitigar impactos ambientais.
Complementando-se mutuamente, estes três itens redundam na redução da energia gasta por
unidade produzida, ou seja: um mesmo número de itens pode ser obtido com menor consumo
de energia e recursos naturais, e menores danos ambientais.
uma interferência antrópica perigosa” (GEEC, 2008), mas profissionais e empresários ligados
ao SOC têm nas mãos a responsabilidade de implementar práticas que contribuam para a
melhoria continuada do setor.
80
cerâmicos, foram detectados pontos importantes, desde a captação das argilas até a operação
dos equipamentos. O Projeto Mehis compila os registros de suas visitas técnicas em resenhas,
escritas por algum dos integrantes do grupo.
Segundo a Anicer, das trinta empresas certificadas pelo PSQ de blocos cerâmicos,
nove se localizam no Estado do Ceará. Quanto aos laboratórios, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial do Ceará (SENAI-CE) conta com um dos mais
modernos do país, localizado no Centro de Treinamento e Assistência às
Empresas (Cetae). Especializado em cerâmica vermelha, ele se destina a
atender as empresas que desejam receber certificação do PSQ de blocos,
realizando ensaios técnicos para verificação dos requisitos exigidos nas Normas
relacionadas a elementos cerâmicos.
energia elétrica é a mais usual. Na queima, é mais comum a lenha, advinda, em geral, da poda
de cajueiros, espécie abundante no Estado (FEITOSA, 2007; PESSOA, 2004). Apesar de
culturalmente muito arraigada, a lenha deve ser, em um futuro breve, substituído por outras
fontes de menor impacto ambiental, tais como o GNC e as energias de biomassa.
também, os custos não apenas da conversão dos fornos, mas os provenientes da aquisição do
próprio combustível. Ressalta-se, no entanto, que, a despeito dos investimentos serem
significativos, os ganhos com a venda de créditos de carbono muito provavelmente irão
viabilizá-los.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consciente dos desafios que tem pela frente – superar o déficit habitacional, no
saneamento básico e na infraestrutura do País, recuperar o espaço perdido para os produtos
substitutos, incentivar a união e a cooperação entre os elos da CP, encontrar soluções para a
crise energética, dentre outros –, o SOC pode e deve lançar mão de artifícios para estabelecer
parcerias com entidades cerâmicas internacionais, em países de mais tradição que o Brasil, tal
como Portugal e Espanha, além de explorar sua capacidade de se auto-organizar, focando-se
nas necessidades de pequenas empresas e consórcios com vistas à exportação, que é um
caminho excelente para os produtos cerâmicos brasileiros. É preciso despertar os ceramistas
para que construam uma estrutura de lobby tal que seja possível reagir às pressões políticas,
normativas e de mercado.
A edição das novas Normas Técnicas foi um passo muito importante, mas o
próximo salto é a mobilização política, econômica e setorial, estabelecendo o diálogo com os
agentes Estatais, fazendo valer sua força enquanto setor produtivo da economia.
Percebe-se, ainda, a necessidade de ações de marketing no SOC, já que os
investimentos nesta área são ainda pontuais e mais comuns para empresas de maior porte.
Sabe-se, no entanto, que este é meio excelente para atrair o consumidor, permitindo que ele,
87
7.2. Em resumo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10. ANICER. Matéria: “O Bloco na medida certa - Construindo Bloco por Bloco uma
nova História”. Revista da ANICER, Seção Matéria, Ano 7, edição 34, Fevereiro, 2005(b).
12. ANICER. Artigo “Petrobrás e Anicer traçam estratégias para o Gás Natural”.
Revista da ANICER, Seção ARTIGO, Ano 7, edição 35, 2005(d).
94
13. ANICER. Matéria: “Chefe do Inmetro comenta a nova Portaria para o setor”.
Revista da ANICER, Seção Entrevista, Ano 7, edição 36, Junho, 2005(e).
17. ANICER. Matéria “Saúde e Segurança: Boas práticas”. Revista da Anicer, Ano 7,
edição 43, Novembro, 2006(b).
20. ANICER. Matéria “Cerâmica busca soluções para geração de energia”. Revista da
ANICER, Seção Eficiência Energética, Ano 10, edição 47, Julho, 2007(b).
21. ANICER. Entrevista com Claudio Scliar. Revista da ANICER, Seção Marombando,
Ano 10, edição 47, Agosto, 2007(c).
27. ANICER. Artigo “Segredos da Secagem e Queima”. Revista da ANICER, Ano 11,
edição 53, Agosto, 2008(b).
29. ANICER. Artigo “Com força total: Construção civil aquecida exige maior
produção e qualidade das cerâmicas”. Revista da Anicer, Ano 11, edição 54, Outubro,
2008(d).
32. ANICER. Artigo “Fornos - Existe um tipo especial para a sua empresa”. Revista
da ANICER, Ano 11, edição 56, Fevereiro, 2009(a).
33. ANICER. Matéria “Evitar desperdícios é a meta para quem busca lucros
maiores”. Revista da Anicer, Ano 11, edição 56, Fevereiro, 2009(b).
34. ANICER. Artigo “Capim Elefante - Uma alternativa de queima para quem pensa
no futuro”. Revista da Anicer, Ano 11, edição 57, Fevereiro, 2009(c).
35. ANICER. Artigo “1 milhão de casas”. Revista da Anicer, Seção Habitação, Ano 12,
edição 57, Agosto, 2009(d).
41. BNDES. Investimento deve crescer mais de 10% ao ano em 2008-2011. Revista
Eletrônica Visão do Desenvolvimento. Nº 43, 20 de dez. 2007.
43. BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do
Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 ago. 1981. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L6938org.htm>. Acesso em 20 nov. 2009.
44. BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais e
administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 31 ago. 1981.
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>. Acesso em 20 nov.
2009.
65. FIEC - Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Matéria “Setor apresenta
diagnóstico - Indústria Cerâmica no Ceará”. Jornal da FIEC, Ano XIII, n.170, edição de
Junho, Fortaleza, 2002.
67. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD. Volume 27, Rio de
Janeiro, 2007.
68. IEL/CE - Instituto Euvaldo Lodi - Núcleo Regional do Ceará. O que é a Bolsa de
Resíduos & Negócios?. Fortaleza, 2007. Disponível em <http://www.fiec.org.br/iel/bolsa
deresiduos/institucional.asp>. Acesso em 17 nov. 2009.
69. IEL/RN - Instituto Euvaldo Lodi - Núcleo Regional do Rio Grande do Norte. Projetos
Especiais - Arranjos Produtivos Locais (APLs). Disponível em <http://www.rn.iel. org.br>.
Acesso em 11 nov. 2009.
72. IPS – Agência de Notícias. Artigo “Capim elefante, novo campeão em biomassa no
Brasil”, por Mario Osava, 2007. Disponível em < http://www.mwglobal.org/ipsbrasil.net/
nota.php?idnews=3292>. Acesso em 12 nov.2009.
75. NAGANO, S. Empresa vende R$ 1,3 milhão de crédito de carbono. Jornal O Povo,
16 de out. 2009, Caderno Economia.
78. MOTA, L.; TOLEDO, R.; VARGAS, H., FARIA JR., R. T.. Caracterização térmica
e estrutural em cerâmicas vermelhas. 17º Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos
Materiais – CBECIMat, Foz do Iguaçu, 2006.
95. SOUZA, V. P., TOLEDO, R., VIEIRA, C. M. F., INTORNE, S. C., VARGAS, H.,
FARIA JR., R. T.. Avaliação de gases poluentes oriundos da queima de argila com adição
de escória de aciaria. Cerâmica, vol.54, n°332, Out./Dez., São Paulo, 2008.
100. XAVIER, G. C.; ALBUQUERQUE JR., F. S.; MAIA, P. C. A.; ALEXANDRE, J..
Estudo da Alteração de Peças Cerâmicas Incorporadas com Resíduo de Granito Através
do Ensaio de Ciclos de Umidade – Parte II. Anais do 51° Congresso Brasileiro de
Cerâmica, Salvador, 2007.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 10
1.1 Objetivos .................................................................................................................... 12
1.1.1 Objetivo geral......................................................................................................... 13
1.1.2 Objetivos específicos ............................................................................................. 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .........................................................................................16
2.1. Classificação Geral do Setor Cerâmico ..................................................................... 17
2.2. Tijolos cerâmicos ....................................................................................................... 19
2.3. Processo de confecção do tijolo.................................................................................20
2.3.1 Extração e Preparação da Massa ...................................................................... 21
2.3.2 Conformação do produto cerâmico .................................................................. 22
2.3.3 Secagem e Queima ........................................................................................... 23
2.3.4 Controles de Processo....................................................................................... 28
3. O SETOR OLEIRO-CERÂMICO ...................................................................................29
3.1. Histórico do Setor ...................................................................................................... 29
3.2. Situação Atual............................................................................................................ 31
3.3. Habitação e o SOC brasileiro..................................................................................... 35
3.4. Problemas Enfrentados pelo Setor Ceramista Brasileiro ...........................................37
4. QUALIDADE NA INDÚSTRIA CERÂMICA ............................................................... 44
4.1. Cadeia Produtiva no setor cerâmico .......................................................................... 47
4.2. Arranjos Produtivos Locais ....................................................................................... 51
4.3. Normas Técnicas........................................................................................................ 52
4.4. PBQP-H ..................................................................................................................... 55
4.5. Programas Setoriais de Qualidade (PSQs).................................................................58
5. MEIO AMBIENTE .......................................................................................................... 61
5.1. Combustíveis Tradicionais e Alternativos ................................................................. 62
5.2. Mineração .................................................................................................................. 67
5.3. Impactos Ambientais .................................................................................................71
5.4. Créditos de Carbono .................................................................................................. 75
6. SOC NO ESTADO DO CEARÁ ..................................................................................... 80
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................85
7.1. Prognósticos para o SOC brasileiro ........................................................................... 87
7.2. Em resumo ................................................................................................................. 90
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 93