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OSTEOPATIA

ESTRUTURAL II
MEMBRO INFERIOR
MEMBRO INFERIOR - GENERALIDADES
INFLUÊNCIAS (recíprocas):

 MEMBRO INFERIOR.
 COLUNA LOMBAR.
 PELVE.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 2


MEMBRO INFERIOR –

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MEMBRO INFERIOR –

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 4


MEMBRO INFERIOR –
AVALIAÇÃO

 Anamnese
 Inspeção (estática/dinâmica - Importante: marcha)
 Testes neurológicos, ortopédicos
 Palpação
 Teste muscular
 Testes de mobilidade
 Radiologia

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXOFEMURAL
PARTICULARIDADES:

 Inervação: Lombalgias, ciatalgias e cruralgias produzem dores na


anca, simulando uma coxartrose

 Diagnóstico diferencial
Verificar as lombares.

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXOFEMURAL
DISFUNÇÕES:

 Primária: movimentos exagero provocam uma reacção muscular


com repercussões sobre o joelho, o pé e a sacro-ilíaca.

 Secundária: com origem na lombar, pelve, joelho, pé que através do


sistema miofascial se repercuta sobre a anca.

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXOFEMURAL
RELAÇÃO ILÍACO - COXO-FEMURAL: devido aos músculos ilio-femurais

 Numa disfunção de ilíaco anterior, adaptação em rotação interno


da coxo-femural (fibras anteriores dos glúteos médio e menor).
 Numa disfunção de ilíaco posterior, adaptação em rotação externo
da coxo-femural (piramidal).

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXOFEMURAL
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
 Patologia inflamatória (poliartrite reumática, espondilite
anquilosante)
 Patologia metabólica (condrocalcinose)
 Patologia distrófica (Paget)
 Patologia tumoral (Kalher)
 Hérnia inguinal
 ….
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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO DE COMPRESSÃO:

 Factores:
Pressão intra-articular, Posição de pé +++, Ligamentos e músculos

Aquando dum problema mecânico da anca, existem espasmos musculares,


aumentando a pressão e compressão intra-articular, favorecendo à coxartrose e
quase sempre associada à rotações externa ou interna de anca.

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO DE COMPRESSÃO:

Os músculos que facilitam a compressão são o piramidal, o obturador externo, o


glúteo menor e médio

 Tratamento
 Relaxar.
 Técnica de descoaptação (tracção)

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO EXTERNA: + freq

 Etiologia:
Disfunção em compressão, disfunção de ilíaco posterior, Disfunção lombar
 Mecanismo:
Fixação por espasmos dos rotadores externos.
Disfunção de compressão associada

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO EXTERNA:

 Sintomas
A palpação: dor na parte posterior do trocânter maior e mais posterior que o
contralateral.
Durante a marcha: observa-se rotação externa da anca, que persiste em decúbito
dorsal.
Possíveis: trigger points nos rotadores externos, dores referidas (simular
ciatalgia/cruralgia) e tendinites.

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO INTERNA:

 Etiologia:
Disfunção em compressão, disfunção de iliaco anterior, Disfunção lombar
 Mecanismo:
Fixação por espasmos do glúteo menor e feixe anterior do glúteo médio.
Disfunção de compressão associada

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 14


MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO INTERNA:

 Sintomas
A palpação: dor na face anterior da anca e trocânter maior doloroso e mais
anterior que o contralateral.
Durante a marcha: observa-se rotação interna da anca, que persiste em decúbito
dorsal.
Possíveis: trigger points, dores referidas e tendinites

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MEMBRO INFERIOR –
ART. COXO-FEMURAL
 Teste das rotações da coxo-femural

Objectivo: Avaliar a amplitude e qualidade de rotação.


Posição do sujeito: Decúbito dorsal, com 90º de flexão do anca e do joelho.
Posição do avaliador: Homolateral ao membro inferior em teste.
Contactos:
Mão cefálica controla o joelho, mão caudal suporta o tornozelo.
Acção:
Realizar movimentos de rotação interna e externa da coxo-femural.

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MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÕES:

 Tibio-femural:
-de gaveta (anterior / posterior)
-em lateralidade (externa / interna)
-em rotação (externa / interna)

 Tibio-peronial superior:
Cabeça do perónio (posterior /anterior)

Natália Campelo 17
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 17
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE GAVETA ANTERIOR:

Lesão do Ligamento cruzado antero-externo.

 Mecanismo:
Flexão e rotação interna forçada. Geralmente rotação do tronco com tíbia fixa.
 Sintomas:
-Dor a extensão do joelho

Natália Campelo 18
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 18
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE GAVETA ANTERIOR:

 Diagnóstico.
-Palpação: tíbia anterior em relação a contralateral. Dor nos pratos tibiais
-Mobilidade: teste gaveta anterior positivo com restrição da posterior.
-Teste muscular: debilidade do quadricipete.

Natália Campelo 19
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 19
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE GAVETA POSTERIOR:

Lesão do Ligamento cruzado postero-interno.

 Mecanismo:
Choque directo (queda sobre o joelho).
 Sintomas:
-Dor a flexão do joelho a nível do cavado poplíteo
-Hiperpressão femuropatelar.
Natália Campelo 20
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 20
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE GAVETA POSTERIOR:

 Diagnóstico.
-Palpação: Dor posterior a nível do cavado poplíteo.
-Mobilidade: teste gaveta posterior positivo com restrição da anterior.
-Diminuição da flexão
-Teste muscular: debilidade do quadricipete.

Natália Campelo 21
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 21
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM LATERALIDADE EXTERNA (varo)

 Mecanismo:
Força para fora do joelho (anca e pé fixos) produzindo um fecho da interlinha
medialmente. Para tal, deve existir hipotonia de TFL.
Frequentemente associado um lesão posterior da cabeça do perónio.
 Sintomas:
-Dor na região externa do joelho (LLE)
-Hiperpressão rotuliana medialmente
-Dor na flexão-extensão do joelho.
Natália Campelo 22
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 22
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM LATERALIDADE EXTERNA (varo)

 Diagnóstico.
Palpação: Abertura da parte externa da interlinha
Teste de mobilidade: Restrição para abdução da tíbia
Test muscular: Debilidade do TFL.

Natália Campelo 23
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 23
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM LATERALIDADE INTERNA(valgo)

 Mecanismo:
Força para dentro do joelho (anca e pé fixos) produzindo um fecho da interlinha
lateralmente. Para tal, deve existir hipertonia de TFL.

 Sintomas:
-Dor na região interna do joelho (LLI)
-Hiperpressão rotuliana lateralmente
-Dor na flexão-extensão do joelho.
Natália Campelo 24
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 24
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM LATERALIDADE INTERNA(valgo)

 Diagnóstico.
Palpação: Abertura da parte interna da interlinha (possível escalão)
Teste de mobilidade: Restrição para adução da tíbia
Test muscular: Espasmo do TLF.

Natália Campelo 25
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 25
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM LATERALIDADE
 Teste em lateralidade da femuro-tibial:

Objectivo: Avaliar a amplitude e qualidade de abertura-fecho das interlinhas articulares.


Posição do sujeito: Decúbito dorsal, Membro inferior em teste fora da marquesa.
Posição do avaliador: Homolateral ao membro inferior em teste.
Contactos: Membro em teste entre os joelhos para realizar um tracção axial. Mãos a nível do joelho.
Acção: Apreciar os movimentos de lateralidade com o joelho em posição neutra, utilizando movimentos de
cizalhamento.

Natália Campelo 26
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 26
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO INTERNA

 Mecanismo:
Traumatismo em torção. Tíbia fixa pelos músculos da pata ganso e poplíteo.
Geralmente associado à lesão de lateralidade externa
 Sintomas:
 Dor no LLE
 Dor na parte interna da rótula.

Natália Campelo 27
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 27
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO INTERNA

 Diagnóstico:
Palpação: prato tibial externo mais saliente que o interno. Dor no compartimento
interno.
Crista tibial desviada para dentro.
Teste de mobilidade: restrição e dor à extensão.
Teste muscular: hipertonia do poplíteo, semimembranoso e semitendinoso.
Debilidade de dos isquiotibiais.
Natália Campelo 28
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 28
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO EXTERNA

 Mecanismo:
Traumatismo ou postural, por debilidade do poplíteo e hipertonia do TFL.
Geralmente associado a uma cabeça de perónio alta e posterior.

 Sintomas:
Dor no LLI
Dor na parte externa da rótula.
Natália Campelo 29
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 29
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO EXTERNA

 Diagnóstico:
Palpação: prato tibial interno mais saliente que o externo.
Crista tibial desviada para fora.
Teste de mobilidade: restrição e dor à flexão e rotação interna.
Teste muscular: hipotonia do poplíteo. Hipertonia do TFL.

Natália Campelo 30
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 30
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO EM ROTAÇÃO
 Teste em rotação da femuro-tibial:

Objectivo: Avaliar a amplitude e qualidade de rotação.


Posição do sujeito: Decúbito dorsal, Membro inferior em teste com 90º de flexão da anca e joelho.
Posição do avaliador: Homolateral ao membro inferior em teste.
Contactos: Membro inferior caudal sobre a marquesa a suportar o membro em teste. Mão cefálica no
joelho, com índice no eixo longitudinal, mão caudal controla a extremidade distal da tíbia.
Acção: Apreciar os movimentos de rotação do joelho

Natália Campelo 31
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 31
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DA TIBIO PERONIAL SUPERIOR:

Avaliar as 2 articulações tibio-peroniais (indissociáveis)


Geralmente associada à lesões ascendentes ou descendentes (avaliar joelho, pé e
anca)

Articulação tibio-peroneal (artrodia) com deslizamento da cabeça perónio para:


 CIMA – DENTRO – ATRÁS  Posterioridade(80%)
 BAIXO – FORA – FRENTE  Anterioridade (20%)
Natália Campelo 32
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 32
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL POSTERIOR:

 Mecanismo:
Traumático por força de abdução ou dorsiflexão que empurra para cima, dentro e trás a
cabeça do perónio.
Associada à hipertonia do bicípite femural.
 Sintomas:
-Cãibras nos gémeos
-Dor na região externa, no LLE
-Instabilidade do tornozelo.
Natália Campelo 33
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 33
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL POSTERIOR:

 Diagnóstico.
-Palpação: cabeça do perónio alta e posterior
-Mobilidade: restrição do deslizamento anteroposterior. Na flexão plantar não
desce.
-Teste muscular: hipertonia do bicípite femural e hipotonia do longo perónio.

Natália Campelo 34
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 34
MEMBRO INFERIOR–
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL ANTERIOR:

 Mecanismo:
Força de inversão da tornozelo.
Associada à hipertonia do longo peronial e hipotonia bicípite femural.
 Sintomas:
-Dor na região externa, no LLE.

Natália Campelo 35
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 35
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL ANTERIOR:

 Diagnóstico.
-Palpação: cabeça do perónio anterior e sensível
-Mobilidade: restrição do deslizamento posteroanterior. Na flexão dorsal não
sobe.
-Teste muscular: hipotonia do bicípite femural.

Natália Campelo 36
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 36
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL
 Teste da cabeça peronial:

Objectivo: Avaliar a capacidade de deslizamento supero-inferior da cabeça do perónio.


Posição do sujeito: Decúbito dorsal.
Posição do avaliador: Aos pés do sujeito.
Contactos: Mão mobilizadora a controlar os movimentos do pé, outra mão sensitiva contacta em pinça a cabeça do
perónio.
Acção: Realizar dorsiflexão - flexão plantar, apreciar os movimentos da cabeça do perónio
-Dorsiflexão – sobe

-Flexão plantar - desce


Natália Campelo 37
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 37
MEMBRO INFERIOR –
JOELHO
DISFUNÇÃO DE CABEÇA PERONIAL
 Teste da cabeça peronial:

Objectivo: Avaliar a capacidade de deslizamento anteroposterior da cabeça do perónio.


Posição do sujeito: Decúbito dorsal, com flexão do joelho.
Posição do avaliador: Aos pés do sujeito, sentado sobre o pé do membro em teste.
Contactos: Mão mobilizadora contacta em pinça a cabeça do perónio, outra mão da contra-apoio.
Acção: Realizar antero-posterior da cabeça do perónio, apreciar os movimentos da cabeça do perónio

Natália Campelo 38
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 38
MEMBRO INFERIOR –
TORNOZELO E PÉ

EM TODOS OS PACIENTES, DEVE SE VERIFICAR A INFLUÊNCIA DAS


ARTICULAÇÕES DO PÉ.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 39


MEMBRO INFERIOR –
TORNOZELO E PÉ
Em presença de dor no tornozelo-pé, pensar em:

 Dores com origem a distância. Ex: L5, S1 ou S2.


 Fixação da articulação peroneo-tibial superior  síndrome de ciático poplíteo
externo.
 Neuropatias periféricas (síndrome do canal do tarso, neuropatias de
compressão).
 Dores referidas a partir de esclerotomas (podem demorar 6M a desaparecer).

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 40


MEMBRO INFERIOR –
TORNOZELO E PÉ
Em presença de dor no tornozelo-pé, pensar em:

 Lesiones neurovasculares metaméricas de origem vertebral.


 Dores de origem muscular.
 Dores de origem visceral por:
 Edemas de tornozelo por cardiopatia.
 Edemas de tornozelo de origem renal.
 Patologias lombares, de joelho e anca podem ter repercussões no pé.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 41


MEMBRO INFERIOR –
TORNOZELO E PÉ
Em presença de dor no tornozelo-pé, pensar em:

 Dores do tornozelo por hipermobilidade tibio-társiaca, consequente de fixação


sacro-ilíaca, fixação da cabeça do perónio, fixação da articulação medio-
társica
 Metatarsalgias por hipermobilidades dos metas, por fixação escafo-cuboideia,
do 2º e 3º cuneiforme, ou metatarsofalângica.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 42


MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO

 Mecanismo:
Movimento de flexão plantar – inversão em carga (entorse)
O astrágalo é forçado em relação à tíbia em rotação externa (pela inversão) e
anteriormente (pela flexão plantar). O peso do corpo sobre a perna produz una
lesão de COMPRESSÃO da parte interna da articulação. Esta lesão necessita
um tratamento manual.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 43


MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO

 Sintomas:
Restrição ou Dor na parte anterior do tornozelo na dorsiflexão
Dificuldade em agachar-se, andar sobre os calcanhares, subir escadas
Dor à palpação do colo do astrágalo.
Sensibilidade por tensão peronio astragalino anterior.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 44


MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO

 Diagnóstico:
Teste de coaptação – descoaptação tibio-tarsica: perda da abertura articular, do
choque articular fisiológico.
Restrição em flexão dorsal e bloqueio articular.
Hipotonia do tibial anterior.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 45


MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO EM COMPRESSÃO

TESTE DO CHOQUE ARTICULAR


Sujeito em decúbito dorsal,
Terapeuta a frente uma mão no dorso, outra no calcanhar, sem modificar a
posição do pé, coaptar e descoaptar para reproduzir o choque articular.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 46


MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE ANTERIORIDADE DA TÍBIA

 Mecanismo:
Pé fixo ao solo e a tíbia desloca-se para a frente sob a inércia do peso do corpo
Entorse em flexão plantar em carga
Sintomas:
Dor local, com possível edema, sensação de instabilidade do tornozelo, restrição
da flexão dorsal (dificuldades para subir escadas).
Nota: Diferenciar com astrágalo anterior (mesma sintomatologia).
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 47
MEMBRO INFERIOR –
TIBIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE ANTERIORIDADE DA TÍBIA
 Diagnóstico:
Hipotonia do tibial anterior.
Restrição antero-posterior da tíbia

TESTE DE MOBILIDADE:
Paciente em decúbito dorsal
Terapeuta:
Uma mão no calcanhar para fixar o retro-pé
A outra contacta a face anterior da tíbia. Explora os movimentos de deslizamentos antero-posteriores da tíbia .
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 48
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
BIOMECANICA:

 Devido à orientação das superfícies articulares do astrágalo, na flexão plantar: o perónio


desce e roda externamente. O maléolo anterioriza-se, desce e aproxima-se (fecho da pinça).
Nota: rotación externa = 30º

 Na flexão dorsal: o perónio sobe e realiza una rotação interna e afasta-se da tibia (abertura
da pinça).

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 49


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO DE ANTERIORIDADE DO PERÓNIO

 Mecanismo:
Movimento de flexão plantar – inversão forçada do tornozelo (entorse) que
tensiona o ligamento peronio-astragalino anterior e tracciona para frente a
extremidade inferior do perónio.
Ao mesmo tempo, espasmos dos isquiotibiais que levem a cabeça do perónio em
sentido oposto.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 50


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO DE ANTERIORIDADE DO PERÓNIO

 Sintomas:
Restrição na dorsiflexão
Dor à palpação do ligamento peronio-astragalino anterior
Dor na ponta do maléolo
Possível edema perimaleoler

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 51


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO DE ANTERIORIDADE DO PERÓNIO

 Diagnóstico:
Dor a palpação do perónio.
Restrição dos movimentos antero-posteriores do perónio.
Hipotonia do longo peronial.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 52


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO DE POSTERIORIDADE DO PERÓNIO

 Mecanismo:
Movimento de dorsiflexão – abdução do pé

 Sintomas:
Restrição e dor na flexão plantar
Edema na parte anterior do maléolo.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 53


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO DE POSTERIORIDADE DO PERÓNIO

 Diagnóstico:
Maléolo posterior
Dor a palpação do perónio.
Restrição dos movimentos postero-anteriores do perónio.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 54


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO ANTERIOR DO ASTRÁGALO

 Mecanismo:
Movimento de flexão plantar – inversão em carga (entorse)
O astrágalo anterioriza-se e empurra o escafóide que faz uma rotação interna.
 Sintomas:
Dificuldade em andar sobre os calcanhares.
Restrição na dorsiflexão.
Dor na face anterior externo do tornozelo.
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 55
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO TIBIO-PERONIAL
INFERIOR
DISFUNÇÃO ANTERIOR DO ASTRÁGALO

 Diagnóstico:
O astrágalo não se move.

TESTE DE MOBILIDADE DO ASTRÁGALO:


Paciente em decúbito dorsal
Terapeuta:
Uma mão no calcanhar para fixar o retro-pé
A outra contacta o astrágalo. Explora os movimentos de deslizamentos antero-posteriores do astrágalo .
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 56
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO SUB-ASTRAGALINA
DISFUNÇÃO DE CALCÂNEO POSTERO-EXTERNO

 Mecanismo:
Pé plano ou falso movimento sobre o solo.
O calcâneo está fixo em posterioridade e está inclinado sobre seu lado interno.
 Sintomas:
Desequilíbrios ao andar, calcanhar em valgo.
Restrição na inversão e dor na flexão plantar
À palpação, dor na parte interna e no ligamento colateral interno
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 57
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO SUB-ASTRAGALINA
DISFUNÇÃO DE CALCÂNEO POSTERO-EXTERNO

 Diagnóstico:
Pé fixo em eversão, com descida dos metas e cunhas – aplanamento de todo pé.
Hipotonia do tibial posterior (estiramento)
Restrição na inversão
TESTE DE MOBILIDADE DO CALCÂNEO.
Paciente em decúbito dorsal.
Terapeuta contacta o calcâneo. Realizar movimentos de varo-valgo.
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 58
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO SUB-ASTRAGALINA
DISFUNÇÃO DE CALCÂNEO ANTERO-INTERNO (+Freq)
 Mecanismo:
Movimento de flexão plantar – inversão (entorse)
O calcâneo está fixo em anterioridade e está inclinado sobre seu lado externo
 Sintomas:
Tendência a entorse de repetição.
Dificuldade em subir e descer escadas.
Dor e restrição em andar sobre bordo interno do pé
À palpação, dor na parte externa e do ligamento colateral externo
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 59
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO SUB-ASTRAGALINA
DISFUNÇÃO DE CALCÂNEO ANTERO-INTERNO

 Diagnóstico:
Calcâneo inclinado sobre o lado externo.
Hipotonia dos peroniais (estiramento)
Restrição na eversão

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 60


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO MEDIO-TÁRSICA
BIOMECANICA:

 O escafóide é o mais móvel e o o cubóide o menos.

 Esta parelha óssea corresponde-se nas disfunções: se uma desce, a outra


também, e viceversa.

CONSEQUENCIAS DE LESÃO
DE OUTROS OSSOS DO PÉ

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 61


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO MEDIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE INFERIORIDADE DO CUBÓIDE

 Mecanismo:
O bordo interno do cubóide baixa e o bordo externo de escafoide também.
Consequente a uma lesão do calcâneo e por hipotonia do longo peronial.
 Sintomas:
Dor na inversão e andar sobre o bordo externo
Edema na interlinha
Dor à palpação do cubóide
Metatarsalgia (5 meta)
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 62
MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO MEDIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE INFERIORIDADE DO CUBÓIDE
 Diagnóstico:

TESTE DE MOBILIDADE DO CUBÓIDE:


Paciente em decúbito dorsal
Terapeuta:
Uma mão no calcanhar para fixar o retro-pé, tornozelo a 90º.
A outra em bico de pato, contacto 4º e 5º meta e o cubóide. Comprimir de modo a só testar a
articulação entre o calcâneo e cubóide. Explora os movimentos de rotação.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 63


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO MEDIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE INFERIORIDADE DO ESCAFÓIDE

 Mecanismo:
O bordo interno do escafóide baixa e o bordo externo de cubóide também.
 Sintomas:
Dor surda e difusa no interno arco do pé
Dificuldade em localizar a dor (assinala uma área grande no arco interno)
Dor quando anda sobre o bordo interno.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 64


MEMBRO INFERIOR –
ARTICULAÇÃO MEDIO-TÁRSICA
DISFUNÇÃO DE INFERIORIDADE DO ESCAFÓIDE
 Diagnóstico:
À palpação, tubérculo mais alto e saliente
Sensibilidade na inserção do tibial posterior (espasmo)

TESTE DE MOBILIDADE DO ESCAFOIDE:


Paciente em decúbito dorsal
Terapeuta:
Uma mão no calcanhar para fixar o retro-pé, tornozelo a 90º.
A outra em bico de pato, contacto 1º, 2º e 3º meta e o escafóide. Comprimir de modo a só testar a articulação entre
o escafóide e astrágalo. Explora os movimentos de rotação.
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 65
MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 Disfunções de superioridade (95% da 2ª cunha) / inferioridade de uma
cunha.

 Disfunção de inferioridade (+++) /superioridade do metatarso

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 66


MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 Disfunção das cunhas
-de superioridade (tendência natural de deslocamento de cunhas): a
cunhas está alta e base dos metatarsos baixa  diagnóstico diferencial
-inferioridade (muito raro): mecanismo de lesão devido a trauma direto ou
lesão de adaptação (cubóide)

 Palpação - importante.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 67


MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 Testes de mobilidade da cunha:
Contato em pinça da cunha e com a outra mão o metatarso. É essencial que o
movimento seja livre em ambas as direções.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 68


MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 Disfunção dos metatarsos
-inferioridade: base do metatarso está numa posição de inferioridade em
relação à cunha correspondente.

 Palpação - importante.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 69


MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 DISFUNÇÃO EM SUPERIORIDADE DO 1º METATARSO

Mecanismo de lesão:
• Subluxação em superioridade da base do 1º metatarso, em relação ao 1º cuneiforme, que tenderá
a descer.
Diagnóstico:
 Dor no primeiro raio e no hallux
 Dor ao caminhar sobre o bordo interna.
 Restrição no movimento de eversão do pé.

 2) DIAGNÓSTICO:
À palpação a base do 1º metatarsal que sobressai e é dolorida.
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 70
MEMBRO INFERIOR –
CUNHAS E METATARSOS
 Testes de mobilidade do metatarso:
Contato em pinça da base e mover a cabeça do metatarso. Base e cabeça devem
moverem-se em sentidos opostos.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 71


MEMBRO INFERIOR –
ART. METATARSOFALANGICAS E
INTERFALANGICAS
 DISFUNÇÃO EN EXTENSÃO DAS METATARSOFALÂNGICAS

Etiologia:
• Desequilíbrio estático do tipo pé cavo.
• Hipertonia do extensor comum dos dedos dos pés.

Diagnóstico:
 Dor local.
 Metatarsalgia
 Dedos em garra
 Restrição na flexão e descoaptação.
NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 72
MEMBRO INFERIOR –
ART. METATARSOFALANGICAS E
INTERFALANGICAS
 Testes de mobilidade da falange:
Contato em pinça da base e mover a cabeça da falange. Base e cabeça devem
moverem-se em sentidos opostos.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 73


NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 74
BIBLIOGRAFIA
• Philip E Greenman - Principles of Manual Medicine. Lippincott Williams & Wilkins, 2003.
• Irvin Korr - Bases Fisiologicas de la Osteopatia. Ediciones Literarias Mandala, 2008.
• Jon Parsons, Nicholas Marcer - Osteopathy: Models for Diagnosis, Treatment and Practice. Churchill
Livingstone, 2005.
• Laurie Hartman – Handbook of Osteopathic Technique. Nelson Thornes, 1997.
• Eileen L DiGiovanna (Editor), Stanley Schiowitz (Editor), Dennis J Dowling - An Osteopathic Approach
to Diagnosis and Treatment. Lippincott Williams & Wilkins, 2004.
• Alain Croibier, Jean-Pierre Barral - Diagnostic ostéopathique général. Elsevier, 2005.
• François Ricard – Tratado de Osteopatia. Panamericana, 2003
• AOA – Fundamentos de Medicina Osteopática. Panamericana, 2006.

NATALIA CAMPELO, PhD, MSc, PT, DO, CMP 2018-19 75

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